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| Quarta-feira, 17 de abril de 2013 |

Mercado Imobiliário de Curitiba em 2013: em que apostar e onde investir? A palavra é estabilização. Esta é a expectativa da Casa Real em relação aos preços do metro quadrado e novos lançamentos, o que torna o Mercado Imobiliário de Curitiba ainda mais maduro. Há, claro, regiões de destaque, como a Linha Verde. Ela corta Curitiba da região Norte, que tem locais nobres em bairros como Jardim Botânico, até à região Sul, em bairros como Pinheirinho, Hauer e Xaxim. Esses locais têm, por conta da infraestrutura que está sendo construída, potencial de valorização, já que

o valor de m² está abaixo da média da cidade. A Linha Verde possui também ligações para rodovias, o que valoriza potencialmente imóveis comerciais, pois facilita o transporte de produtos. Essa aposta também é observada em outras saídas de Curitiba. Vale a pena, então, investir nesse perfil imobiliário? Diríamos que sim. A expectativa de órgãos como o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-PR) é de que os dados desse setor sejam parecidos com 2012, confor-

me afirmações na imprensa. O reflexo pode ser vendas rápidas de lançamentos. Portanto, é bom ficar ligado: a Casa Real acompanha possíveis ofertas e possui, por exemplo, parceria com a PDG. Se você está buscando a casa própria ou trocar de imóvel também pode ficar tranquilo. A explosão de valorização de apartamentos na capital foi de 265% entre 2003 e 2012, segundo a Associação dos Dirigientes do Mercado Imobiliário do Paraná (AdemiPR). A tendência, agora, é

que os preços não subam tanto, a menos que você invista na planta e aguarde a entrega ou opte por regiões de Curitiba com potencial de valorização: como Linha Verde e fronteiras. Cuidado, contudo, ao buscar Crédito Imobiliário. Estude as ofertas de bancos, mas evite comprometer mais de 30% de sua renda com o financiamento. Para se ter uma ideia, segundo o Banco Central, de 2005 a 2012, essa linha crédito passou de 3,5% para 13% no comprometimento da renda das famílias.

Setor imobiliário continua aquecido em Curitiba O mercado imobiliário de Curitiba está demonstrando que não se abalou com o anúncio da crise, que tanto estremeceu a economia mundial no final de 2008. É o que indicam dados divulgados pelo Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), entidade ligada ao Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR). De acordo com a pesquisa – que conta com estatísticas dos quatro primeiros meses de 2009 –, a oferta de imóveis está aumentando, assim como a procura, tanto na área de locação quanto na de vendas. Na opinião de Luiz Valdir Nardelli, diretor da Futurama Imóveis, imobiliária que faz parte da Redeimóveis, isso mostra que o setor imobiliário mantém-se aquecido. “Não houve desaceleração. O mercado continua a se desenvolver naturalmente, com suas devidas oscilações”, diz.

Nardelli destaca que, no caso da oferta de imóveis, está ocorrendo um aumento constante, apesar de pequeno. O segmento de locação residencial, por exemplo, apresenta números maiores que os registrados nos dois anos anteriores. Em 2009, o pico de oferta, até o mês de abril, foi em janeiro (3.512 imóveis estiveram à disposição). Por outro lado, na comparação entre janeiro desse ano e o mesmo mês de 2008, a procura aumentou em cada tipo de imóvel descrito, dado que reforça a boa movimentação do mercado. No que se refere à oferta para locação comercial, os números de 2009 estão entre os de 2007 (com índices mais altos) e os de 2008 (com índices mais baixos). Na comparação entre janeiro de 2009 e janeiro de 2008, a procura por imóveis aumentou em cada tipo de imóvel descrito. A busca por conjuntos comerciais cresceu muito consideravelmente (24,2%).

“Com os juros caindo e a desconfiança do investidor com a bolsa, muitas pessoas estão comprando imóveis para alugar”, explica o diretor da Futurama Imóveis, que completa afirmando: “O investimento em imóveis é sempre seguro”. De acordo com uma simulação de ganho publicada na pesquisa, uma pessoa que aplicou, em janeiro de 2007, R$ 100 mil num apartamento de três dormitórios no bairro Alto da Glória possui hoje um imóvel valorizado, na faixa de R$ 180 mil reais. Se essa mesma pessoa tiver colocado o bem para locação, conquistou também aproximadamente 20 mil reais (valor bruto). O rendimento supera a poupança, o investimento em dólares e a bolsa de valores. Se alugar o imóvel é uma boa opção, há também quem aposte nas vendas. Em 2009, o número de imóveis residenciais usados ofertados para venda está maior que em 2007 e 2008.

O pico, entre os meses de janeiro e abril, foi em abril, com 9.891 imóveis à disposição. Por sua vez, a procura por imóveis continua crescente. Entre janeiro do ano passado e o mesmo mês desse ano, houve aumento em todas as categorias pesquisadas, exceto uma (sobrados, com queda de 3%). Para Nardelli, 2009 será um ano semelhante a 2007 no que se refere às vendas. “O ano de 2008, em especial seu primeiro semestre, foi atípico”.

Artigo

Inflação: corrosivo da nação Adelino Venturi No governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o Banco Central (BC) funcionou de maneira autônoma. O resultado foi muito bom. A inflação cedeu e, durante oito anos, ficou sob rígido controle da autoridade monetária na figura de Henrique Meirelles. A estabilidade inflacionária permitiu o equilíbrio da economia, mesmo enfrentando os efeitos diretos de uma crise econômica mundial gerada nos títulos podres do mercado imobiliário americano. Ainda está na memória a definição de Lula para a crise: uma marolinha. Com autonomia, a autoridade monetária domou a ganância dos setores da economia que tradicionalmente se beneficiaram da forte influência na gestão da política monetária do Banco Central. Os grupos de oligopólios - sempre habituados a aumentar os preços sem norma e sem regra e usufruir lucros extraordinários - foram hostilizados pelo BC autônomo. Durante os oito anos do governo Lula ficaram contidos. E neste embalo de uma economia estabilizada, mesmo em momento de grave crise mundial, o partido oficial saiu vencedor nas urnas presidenciais com a vitória de Dilma Rousseff. Meirelles tentou continuar à frente do BC, mas foi obstado. Pegou o boné e foi embora. A rigidez no controle da inflação, por meio de uma política de austeridade, deixou de existir. A autonomia do BC acabou e começou a pressão (dos oligopólios) pela redução gradual dos juros; que é importante e necessária, mas deve ser feita dentro de um ambiente de segurança macroeconômica. A crise internacional avançou para o segundo estágio - com o enfraqueci-

mento das economias europeias - e o Brasil continuou acreditando que ainda era uma marolinha. Ledo engano. A autoridade econômica gestou um plano de emergência para enfrentar a crise, com o aquecimento da economia interna. Estão aí as desonerações tributárias privilegiando principalmente a indústria automotiva. Os preços, a ganância de setores econômicos de base e a elevação sem nexo dos serviços públicos - inclusive aqueles cedidos e privatizados, como a telefonia, encarregaram-se de pressionar o núcleo da inflação. Até há pouco tempo, acreditava-se numa retomada da austeridade, mas o fator eleitoral não permite uma ducha de água fria na ganância dos predadores. Este é o grande teste para a presidente Dilma. As declarações suas e do presidente do BC, Alexandre Tombini, de que a inflação vai ser combatida a ferro e fogo, deram um pouco de ânimo aos investidores e à produção. Tombini e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmam que aplicarão medidas para baixar a inflação. Sinalizaram uma alta do juro básico (taxa Selic) na reunião deste mês do Comitê de Política Monetária (Copom). O colegiado está reunido e o resultado será conhecido ainda hoje. Pode-se afirmar que este é o momento mais crucial, porque somente os juros poderão pressionar os setores que estão se aproveitando da boa fé do povo brasileiro para elevar os preços e ganhar dinheiro fácil. É esperar para ver. Adelino Venturi é professor, empresário e membro do Conselho Deliberativo da Associação Comercial, Industrial, Agrícola e de Prestação de Serviço (Aciap), de São José dos Pinhais


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