| Quarta-feira, 18 de maio de 2011 |
Artigo
A errática da solucionática Adelino Venturi Não basta o enorme fosso que separa o sistema educacional brasileiro da era da modernidade. Inventores da arte de enxugar gelo decidiram dar asas ao exótico, ao bizarro e, com o respaldo do Ministério da Educação, deram cátedra à ignorância. Quase meio milhão de alunos receberam um novo livro didático de Português. Esse livro defende um novo conceito sobre o uso da língua portuguesa. A autora do livro – quem sequer merece ter seu nome citado, sob pena do estrelado em razão do efeito de mídia – que não teria mais certo ou errado, e sim adequado ou inadequado, dependendo da situação. E o Ministério da Educação defende que a norma culta da língua portuguesa não será alterada e que sempre vai ser exigida nas provas e avaliações. Se, é assim, então qual a razão do governo aceitar e até pagar por um livro que coloca o errado como certo. É o fim da picada de um sistema educacional que já vem tropeçando nos seus defeitos de antigamente, dos tempos coloniais, imperiais, quando as universidades foram criadas apenas com a finalidade de titular os filhos das elites agrárias. Temos de nos louvar nos comentários dos analistas e formadores de opinião. Ontem, no jornal Bom dia Brasil, da TV Globo, o jornalista Alexandre Garcia disse o seguinte: “É notório que o conhecimento vem pela educação na escola, em casa e na vida. E é óbvio que a raiz de tudo está na capacidade de se comunicar, na linguagem escrita que transmite e difunde o conhecimento e o pensamento. Isso é o que diferencia o homem dos outros animais. A educação liberta e torna a vida melhor, nos li-
vra da ignorância, que é a condenação à vida difícil. Quem for nivelado por baixo terá a vida nivelada por baixo. Pois, ironicamente, esse livro se chama “Por uma vida melhor”. Se fosse apenas uma questão linguística, tudo bem, mas faz parte do currículo de quase meio milhão de alunos. E é abonado pelo Ministério da Educação. Na moda do politicamente correto, defende-se o endosso a falar errado para evitar o preconceito lingüístico”. E mais: “Ainda hoje, todos viram o chefão do FMI algemado. Aqui no Brasil, ele não seria algemado porque não ofereceria risco. No Brasil, algemas constrangem os detidos. Aqui, os alunos analfabetos passam automaticamente de ano para não serem constrangidos. Aboliu-se o mérito e agora se aprova a frase errada para não constranger. A Coreia saiu arrasada da guerra através de duas ou três décadas de educação rígida. A China, que há poucos anos estava atrás do Brasil, sabe onde está
indo a razão de 10% ao ano do PIB: com educação rígida, tradicional, competitiva e premiando o mérito. Aqui, estamos apontando para o sentido contrário”. O professor de português Sérgio Nogueira também participou do Bom Dia Brasil para comentar o livro de português que apresenta um novo conceito da língua portuguesa. Para o professor, trata-se do fim da gramática, que já estaria acontecendo com a chamada linguística moderna. “Nessa nova linha de ensino, o certo e o errado são abandonados e as variantes linguísticas são valorizadas”, disse, acrescentando que gostaria de acreditar que a autora do livro teve boas intenções: “Eu não conheço a autora do livro. Gostaria de crer que ela queria incentivar os alunos a não serem preconceituosos - por sinal, a função de qualquer professor.” O livro mostra frases que seriam consideradas adequadas pelo novo conceito, como “os livro ilustrado mais interessan-
te estão emprestado”. As explicações: “Na variedade popular, basta que a palavra ‘os’ esteja no plural” e “a língua portuguesa admite esta construção”. Trocado em miúdos, “é nóis impinado pela ribanceira da ignorância”. Adelino Venturi é professor, empresário e membro do Conselho Deliberativo da Associação Comercial, Industrial, Agrícola e de Prestação de Serviço (Aciap), de São José dos Pinhais
2
| Quarta-feira, 18 de maio de 2011 |
| Quarta-feira, 18 de maio de 2011 |
3
6
| Quarta-feira, 18 de maio de 2011 |
Construtora comercializa condomínio de terrenos em Campo Largo Um condomínio fechado de terrenos, com diversas opções de plantas para a construção de casas ou sobrados. De acordo com o sócio-proprietário da Construtora Strobrel, Félix Strobel Júnior, esta é a proposta do Condomínio Residencial Veredas, primeiro empreendimento da empresa em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, que introduz um novo conceito de morar na cidade. “Há necessidade de se olhar a região metropolitana porque os espaços para construção em Curitiba estão ficando escassos e isto, aliado ao preço, torna-se um impeditivo para a viabilização de certos perfis de empreendimentos. Existem locais na Grande Curitiba com excelente qualidade de vida, bem assistidos de transporte coletivo, com infraestrutura e geração de emprego, que podem comportar bons lançamentos”, defende Félix. O empresário conta que o condomínio deve atender tanto os moradores de Campo Largo, como as pessoas que trabalham em regiões como a Cidade Industrial, Campo Comprido e Orleans, em Curitiba, e desejam morar
Casas do condomínio residencial Veredas, em Campo Largo
perto do local de trabalho. “Ele é indicado tanto para quem procura o primeiro imóvel, como para quem tem filhos e quer um espaço que possibilite que as crianças brinquem na rua, sem preocupações”, define Félix. Condomínio O empreendimento tem 194 lotes, com área privativa a partir de 140 metros quadrados, para a construção de residências com área privativa a partir de 55 metros quadrados. “Foi feito o zoneamen-
to do condomínio para criar um conceito urbanocontemporâneo e privilegiar a insolação e a ventilação natural. Desta forma, a maioria dos terrenos é para construções térreas e a outra parte dos lotes permite edificações com até dois pavimentos”, explica. A área comum abriga salão de festa, playground, quiosques com churrasqueiras, área coberta de brincadeira para crianças e trilha para caminhada, bem como
estrutura para portaria 24 horas, depósito e central de lixo comum e reciclável. O condomínio também abriga um bosque nativo. Plantas Além dos lotes de terrenos, a empresa oferece 22 opções de plantas de casas e sobrados e quatro de fachadas, a serem construídas por empresas parceiras. “Esta é uma forma de promover a personalização dos imóveis, sem que o proprietário comece do zero. Optando
pela planta e pela fachada, ele ganha o projeto arquitetônico e constrói com baixo custo com engenheiros de Campo Largo”, explica Félix. Estão sendo disponibilizadas plantas para a construção de residências com até 100 metros quadrados de área privativa. “Existem projetos com dois e três dormitórios, este com uma suíte. A maior parte deles conta com churrasqueira e alguns permitem até a implantação de um espaço
gourmet”, descreve Félix. O empresário conta que, no local do empreendimento, existem dez casas prontas, que podem ser adquiridas junto com o terreno. As residências têm 70 metros quadrados de área privativa com três dormitórios, sendo uma suíte, banheiro social, sala ampla e cozinha integrada. “Estas casas têm o viés da sustentabilidade. Todas têm mecanismo de coleta e reaproveitamento da água da chuva, mesmo não sendo uma exigência em Campo Largo”, ressalta Félix. Preços e condições de pagamento - O sócio-proprietário da Construtora Strobel conta que, com uma renda familiar mensal a partir de R$ 2,7 mil, é possível adquirir terreno e casa no condomínio, via financiamento de até 30 anos pela Caixa Econômica Federal, com prestações mensais a partir de R$ 810,00. Os terrenos, sem a casa, estão sendo vendidos a partir de R$ 44 mil e podem ser financiados junto à incorporadora em até seis anos. O empreendimento está aberto para visitação na Rua Oscar Ferreira, nº 315 – Águas Claras. Mais informações (41) 3291-1800.
| Quarta-feira, 18 de maio de 2011 |
7
Aumenta a demanda do Construcard Caixa em Curitiba A Caixa Econômica Federal registrou um crescimento na demanda pelo Construcard Caixa em Curitiba, linha de crédito destinada à aquisição de materiais de construção e móveis planejados, originado pelo aquecimento do mercado de construção civil. De janeiro a março deste ano houve um aumento de 18% na utilização do crédito para esta finalidade, se comparado ao mesmo período de 2010, passando de R$ 32 milhões para R$ 38 milhões. O mês de março é considerado um mês favorável às reformas devido a diminuição do fluxo de chuvas facilitando as obras de construção e reforma. O aumento do crédito para materiais de construção pelo consumidor final mostra que, não apenas as transações de compra e venda de imóveis estão aquecidas, mas também a melhoria dos imóveis usados mediante reformas e ampliações. A grande maioria das lojas de materiais de construção em Curitiba possui convênio com a CAIXA para este tipo de crédito, em que o empresário recebe o valor à vista pela comercialização e o consumidor financia a compra em prazo de até 58 meses. “Percebe-se que existe uma utilização considerável de crédito nos bairros de Curitiba, movimento caracterizado por uma demanda de varejo em que moradores locais estão empreendendo obras de reforma ou ampliação em seus imóveis próprios, visando melhorar as condições de moradia”, observa o gerente regional Paulo Rodrigues. Para obras desta natureza, o Construcard Caixa apresenta um processo fácil, rápido e menos burocrático, em relação ao tradicional financiamento habitacional de longo prazo. O produto permite que o cliente tenha um limite de crédito à disposição, pagando os encargos apenas sobre o valor que efetivamente utilizar.
Foto: Divulgação
Produto é destinado a compra de materiais de construção e móveis planejados
De janeiro a março deste ano houve um aumento de 18% na utilização do crédito para a construção civil
Aquecimento do mercado Financiamento imobiliário faz crescer procura imobiliário faz Caixa lucrar R$ 812 milhões por seguros especializados Construtores e empresas incorporadoras buscam seguros diferenciados, que protegem desde as obras em si até a responsabilidade do profissional pelos projetos O mercado imobiliário e a indústria da construção civil nunca estiveram tão aquecidos como agora no Brasil. O déficit habitacional ainda crescente, o acesso facilitado do consumidor a linhas de crédito, programas governamentais de incentivo à indústria imobiliária e a própria lei, que protege o consumidor nas relações de compra, são elementos que, se por um lado, fazem aumentar as vendas de imóveis, por outro, representam também uma responsabilização crescente das empresas e profissionais desse setor. Para se proteger de eventuais mudanças no cenário ou mesmo falhas na execução de projetos e obras, essas empresas e profissio-
nais precisam, cada vez mais, investir em ferramentas que os assegurem nas inúmeras variáveis que podem alterar os planos de sucesso em uma obra. “Quanto mais cresce esse mercado, mais aumenta a responsabilidade do construtor. Ele acaba se responsabilizando pela qualidade de produtos que vêm da indústria, pelas pessoas que ele contrata para executar a obra, pelos resultados da execução dos projetos e sua compatibilidade com as previsões iniciais e pelo atendimento de normas técnicas”, afirma Adriano Valente Rocha, diretor da ValenteRocha Consultora e Corretora de Seguros. Se comparada com a
indústria tradicional, que tem controles aprimorados, treinamento de pessoal, seleção de amostras, padronização de produtos e rastreabilidade de lotes, a indústria da construção civil não tem como ter precisão em todo esse acompanhamento. Isso indica que o resultado final – a entrega do bem imóvel – está diretamente ligado à diligência do responsável técnico por administrar a execução do empreendimento. Ou seja, é uma responsabilidade pelos resultados esperados pelo consumidor final. Com essa maior responsabilização da empresa e do profissional construtor, o caminho para se proteger de eventuais problemas
é o que se chama de “transferência de risco”: fazer uma avaliação do dano máximo provável, valorá-lo e contratar um seguro nesse montante. Com isso, a empresa ou o profissional têm com seu aliado financeiro uma empresa que conhece o risco e tem lastro para calçar eventuais prejuízos. A ValenteRocha é uma empresa de consultoria especializada em seguros diferenciados, como os seguros de erros e omissões profissionais, que, entre outros, garante ao profissional lastro financeiro para reclamações decorrentes de negligência, imperícia ou imprudência, que ele ou sua equipe venham a cometer na execução de uma obra.
Vendas de material de construção crescem 6,5% em abril A pesquisa mensal exclusiva realizada pela Anamaco, em parceria com o Ibope Inteligência, apontou que conforme as previsões o varejo de material de construção registrou um crescimento de 6,5% no mês de abril, em relação ao mês de março. Na comparação com abril do ano passado, o aumento foi de 3%. Com crescimento de 8,5% o setor de argamassas foi de melhor desempenho,
seguido pelo cimento, que cresceu 6%. Fios e cabos, metais sanitários e fios e tubos de PVC permaneceram estáveis Nenhum setor pesquisado teve queda de vendas no mês de abril em relação a março. Com estes resultados, o primeiro quadrimestre do ano comparado com o mesmo período de 2010, apresenta um crescimento de 2,5%. Na relação dos últimos 12 meses, temos um crescimento de 9,5%.
Para o presidente da Anamaco, Cláudio Conz, as perspectivas para o setor continuam sendo bastante positivas. “A desaceleração prevista para a economia, nos próximos meses, não devera afetar substancialmente as vendas de material de construção”, afirma Conz. “Nossa estimativa é a de fechar o ano de 2011 com 8,5% de crescimento sobre 2010. A recente aprovação pelo congresso do novo progra-
ma Minha Casa Minha Vida, de 2 milhões de casas e a aceleração prevista do PAC dará sustentação às vendas no segundo semestre”, acrescenta . Segundo a Anamaco, o varejo de material de construção deve crescer 8,5% em 2011 na comparação com 2010. No ano passado, o segmento teve um desempenho 10,6% superior a 2009, atingindo um faturamento recorde no total de R$ 49,80 bilhões.
no trimestre
A Caixa Econômica Federal registrou lucro líquido de R$ 812,4 milhões de janeiro a março, aumento de 4,5% em relação aos R$ 777,5 milhões contabilizados no primeiro trimestre do ano passado. Resultado impulsionado, principalmente, pelo bom desempenho das operações de crédito habitacional, que cresceram 50,5% na comparação trimestral. De acordo com o balanço divulgado dia 13 pela Caixa, foram concedidos R$ 46,3 bilhões em crédito no período, dos quais R$ 14,5 bilhões no financiamento de 119,7 mil moradias. Foram R$ 7,8 bilhões com recursos da poupança; R$ 5,2 bilhões com dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); R$ 1,2 bilhão em subsídios e R$ 189 milhões para consórcios e arrendamentos residenciais. Os ativos administrados pela Caixa somaram R$ 893,8 bilhões no final de março, sendo R$ 431,4 bilhões de recursos próprios R$ 268,7 bilhões do FGTS e R$ 134,8 bilhões em fundos de investimento, com destaque para os recursos próprios, que aumentaram 18,6% em relação ao primeiro trimestre de 2010. O balanço da Caixa ressalta também que o patrimônio líquido da instituição somou R$ 17,5 bilhões, evolução de 27,2%, que gerou retorno médio de 21,3%. O estoque de créditos, no valor de R$ 190,5 bilhões, gerou receita de R$ 6,2 bilhões no trimestre. As receitas com serviços totalizaram R$ 2,8 bilhões, com aumentos de 48,3% e de 15,1%, respectivamente, na base trimestral. A Caixa informou, também, que a base de clientes cresceu 13,5% no período, atingindo 17 milhões de contas-correntes e 41 milhões de contas-poupança. Em decorrência dessa evolução, os depósitos encerraram o trimestre com saldo de R$ 227,7 bilhões (19,4% a mais que o saldo de 2010, de R$ 132,6 bilhões em cadernetas de poupança e R$ 95,1 bilhões em depósitos à vista e a prazo. Outro bom desempenho foi o do patrimônio de referência, que atingiu R$ 34,3 bilhões, evolução de 14,3%, o que permite à Caixa manter a expansão na oferta de crédito. Esse crescimento possibilitou que o Índice de Basileia, no trimestre, ficasse em 15,2%, superior ao mínimo de 11% exigido pelo Banco Central. Quanto mais alto esse índice, maior a liquidez da instituição, o que sinaliza garantia para o investidor. A instituição revelou ainda que as operações de crédito da Caixa cresceram 41,5% nos últimos 12 meses terminados em março, totalizando R$ 190,5 bilhões. Mais que o dobro do percentual de crescimento do mercado total de crédito, que foi de 20,7% no período em análise. De acordo com nota técnica da Caixa, “a expansão foi bastante influenciada” pelo crédito imobiliário, que é responsável, atualmente, por 61,5% das operações de crédito do banco estatal.
8
| Quarta-feira, 18 de maio de 2011 |