| Quarta-feira, 31 de julho de 2013 |
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Opinião Mercado imobiliário mantém dinamismo, mesmo Francisco, o Papa da convergência com desafios na economia Adelino Venturi
As tendências e os cenários do mercado da construção civil e imobiliário foram tema de palestra ministrada pelo doutor em Economia e professor da Estação Business School, Judas Tadeu Grassi Mendes, e pelo presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR) e do Grupo Hestia, Gustavo Selig, na manhã dessa quinta-feira (25), em Curitiba. O evento reuniu cerca de cem participantes entre engenheiros, arquitetos, construtores, investidores e proprietários de imobiliárias. Mendes falou sobre os desafios dos negócios no novo ambiente econômico, entre eles: excesso de burocracia, baixo investimento em ciência e tecnologia, baixo nível educacional e infraestrutura cara e ineficiente. O economista citou que, em dez anos, os juros cobrados atingiram a marca de R$ 1,5 trilhão e que, anualmente, o governo brasileiro arrecada R$ 1,7 trilhão em impostos. “O governo é a pedra no nosso caminho”, opinou. Entre as oportunidades, Mendes destacou a exportação, produção de grãos, o turismo e o pré-sal. Além disso, defendeu “o sonho do duplo 25% do PIB”. “É preciso aprender que só o investimento garante o crescimento e que combate-se a inflação dando choque de oferta”, ressaltou. Lançamentos O presidente da Ademi/PR e do Grupo Hestia, Gustavo Selig, apresentou dados sobre o perfil dos lançamentos imobiliários em Curitiba, a valorização dos imóveis nos últimos anos e as previsões para o mercado de novos na capital paranaense. Pesquisa da Ademi/PR revela que 45% dos empreendimentos imobiliários de Curitiba são de padrão standard (de R$ 250.001,00 a R$ 400 mil) e médio (de R$ 400.001,00 a R$ 600 mil). Em unidades, a maior concentração está no padrão standard (10.418 unidades) e econômico (de R$ 170.001,00 a R$ 250 mil), totalizando 6.509 unidades, considerando os cinco primeiros meses do ano.
Por tipologia, a maior oferta é de apartamentos de 2 e 3 dormitórios, com 48,1% de participação em unidades (16.784 imóveis). “Os bairros no entorno da região central concentram os lançamentos pela facilidade de mobilidade e acesso ao transporte público, bem como pela infraestrutura de comércio e serviços”, explicou Selig. O empresário mostrou ainda que os imóveis novos seguem em ritmo de valorização na capital paranaense e, até maio, registraram alta de 4,8%, em média, em relação a dezembro de 2012. O preço médio do metro quadrado privativo chegou a R$ 5.782,00. “Contrariando as previsões mais pessimistas, o mercado de lançamentos imobiliários mostra o seu dinamismo. Passado o primeiro semestre, é possível afirmar que esse será mais um ano com valorização, acima da inflação”, afirmou. A entidade estima uma valorização entre 7% e 10% dos imóveis novos no ano. Ainda entre as previsões para o mercado de lançamentos imobiliários em Curitiba, Selig afirmou que existe alta intenção para a construção de novas unidades residenciais, mas dentro de um patamar de regularidade. Além disso, comentou que o setor passa por uma fase de ajuste, com empreendimentos mais enxutos, com menos unidades. O grande destaque deve ficar
por conta dos apartamentos novos a serem entregues, que devem ser recorde na capital paranaense, ultrapassando o montante das 14,4 mil unidades. Nesse sentido, o maior volume deve ser de apartamentos econômicos, com preço de R$ 170.001,00 a R$ 250 mil) e standard (de R$ 250.001, a R$ 400 mil) que, juntos, vão representar 51,6% dos imóveis a serem entregues. “É importante destacar que a maior parte desses apartamentos está vendida. Curitiba mantém a sua margem de disponibilidade, em torno de 30% da oferta”, destacou Selig. Feira imobiliária Ainda na ocasião, o presidente da Ademi/PR, Gustavo Selig, convidou a todos para participar da 22ª edição da Feira de Imóveis do Paraná, que acontece de 28 de agosto a 1º de setembro, na Expo Renault Barigui, no Parque Barigui, em Curitiba. Serão mais de 30 mil imóveis à venda (novos e usados) e para locação, no Paraná, especialmente Curitiba e região metropolitana, e no litoral catarinense. Aproximadamente 50 construtoras, incorporadoras, imobiliárias e empresas relacionadas à construção civil vão participar da mostra. Bancos e empresas de consórcios vão apresentar seus produtos e realizar simulações de pagamento. A entrada é gratuita. Informações: www.feiraimoveispr.com.br
O Papa Francisco passou uma semana na Terra de Santa Cruz, participnado da Jornada Mundial da Juventude, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, uma terra maravilhosa de muitos encantos, mas de desencantos, de marginalidade e promiscuidade; que leva todos os dias os jovens às ruas para protestar e desabafar os males de um tempo de iniqüidades patrocinadas por quem deveria dar o melhor dos exemplos: os políticos. O Pontífice da Igreja Católica revelouse universal, um pastor de todos; um amante da diversidade cultural, étnica, racial; do respeito à diversidade de credos e, de maneira inusitada, de respeito à condição sexual das pessoas. Não há como evitar o pensamento de ser esse líder religioso um homem dos novos tempos, alguém que empreende a modernidade; essa modernidade que tanto confunde as pessoas; que muitos confundem com libertinagem, com malfeitos; enfim, com bandidagem. “Não trago ouro, nem prata; trago comigo Jesus Cristo”, disse Francisco na sua primeira mensagem aos brasileiros. Esse homem simples, que se recusa a utilizar carros blindados e só se sente feliz e útil quando está de braços com o povo, passou ao largo de um único protesto contra a sua presença: a denominada marcha das vadias; que reuniu um grupo de insanos dispostos a provocar a ética nas relações humanas de maneira indigna. Enquanto em todo o mundo civilizado, esse mesmo movimento se revela algo social, que exige respeito à diversidade, no Rio de Janeiro foi algo bizarro, cavernoso, de uma indignidade a toda a prova. O contraponto foi a imagem serena do Papa Francisco, em todos os lugares, em todos os momentos clamando pela paz, pela solidariedade, pelo diálogo. Francisco revelou-se, também, um estadista da modernidade. Durante a entrevista para um repórter da TV Globo, ele respondeu com calma e honestidade as questões críticas que afetam a instituição Vaticano, entre eles a lavagem de dinheiro e os rumorosos casos de pedofilia no seio clerical da Igreja. Ele foi honesto, objetivo, não tentou disfarçar a realidade, colocar panos quentes.
Os brasileiros de boa fé ainda estão extasiados com a imagem de um homem que respira santidade.
Falou com serenidade, aliás, com a serenidade dos justos. Foi um confronto pacífico com os detratores da moral. A todos nós, pessoas de boa fé, resta ponderar algo indiscutível: o bom pastor se revelou. Recuperou para a nossa era os grandes ensinamentos da própria Companhia de Jesus fundada sob a liderança de Inácio de Loyola. Ele narrou que os jesuítas (Papa Francisco é jesuíta) são missionários e educadores; que estão sempre movidos pelas necessidades de reformas, até porque a instituição religiosa cristã é um organismo vivo, dinâmico. Foi assim, de maneira pastoral e, obviamente, muito inteligente, que ele justificou as ações inovadoras do seu pontificado. As pessoas de boa fé, de todos os credos e denominações religiosas, sentiramse abrangidos pelo espírito paternal redentor deste extraordinário pastor, um cidadão argentino, o primeiro latino-americano a ocupar o trono de São Pedro. Ele também mostrou a todos nós, brasileiros e argentinos, que é possível estabelecer uma relação harmoniosa entre dois povos irmãos e vizinhos. Basta apenas boa vontade. Adelino Venturi é professor, empresário e membro do Conselho Deliberativo da Associação Comercial, Industrial, Agrícola e de Prestação de Serviço (Aciap), de São José dos Pinhais