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Foto: Divulgação Karol Fleger

Quarta-feira, 20 de abril de 2011 |

Foto: Divulgação R7

Mais da metade da população masculina está acima do peso (52,1%). Entre as mulheres, a proporção é de 44,3%

Nos últimos cinco anos, proporção de fumantes na população geral caiu de 16,2% para 15,1%, com redução mais expressiva entre os homens. Uso abusivo de bebida alcoólica aumentou entre as mulheres, de 8,2% para 10,6%

Brasil avança no combate ao tabagismo Pesquisa do Ministério da Saúde mostra que o Brasil dá mais um passo na luta contra o tabagismo. Entre 2006 e 2010, a proporção de brasileiros fumantes caiu de 16,2% para 15,1%. O percentual representa uma redução expressiva em relação ao índice de 1989, quando a Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou 34,8% de fumantes na população. O avanço mais expressivo ocorre especialmente entre os homens, que em geral fumam mais do que as mulheres. Na população masculina, o hábito de fumar caiu de 20,2% para 17,9%, entre 2006 e 2010. Entre as mulheres, o índice continua estável em 12,7% no perío-

do. Pessoas com menor escolaridade (0 a 8 anos de estudo) fumam mais (18,6%), em relação às pessoas mais escolarizadas (12 anos e mais), que fumam 10,2%. Os dados fazem parte da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que entrevistou 54.339 adultos, residentes nas 27 capitais. O Vigitel é realizado anualmente, desde 2006, pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Núcleo de Pesquisa em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (NUPENS/USP). “O Brasil é um exemplo para o mundo no combate ao tabagismo. Medidas regulatórias, como a proibição da propaganda de tabaco e advertências nos maços de

cigarro, são muito efetivas e explicam esta importante redução no consumo do cigarro no Brasil”, afirma Deborah Malta, coordenadora de Vigilância de Agravos e Doenças Não Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Por outro lado, o levantamento aponta que aumentou o consumo excessivo de bebidas alcoólicas no país, passando de 16,2% para 18% da população, entre 2006 e 2010. Nas mulheres, a variação no período foi de 8,2% para 10,6%. Entre os homens, a proporção passou de 25,5% para 26,8%. Tanto o hábito de fumar quanto o exagero na bebida são indicadores importantes no monitoramento dos fatores de risco para doenças

crônicas não transmissíveis – como hipertensão arterial, diabetes e problemas cardíacos. Em 2010, a Organização das Nações Unidas recomendou que os paísesmembros incluam essas doenças entre os temas que serão discutidos em sua Assembléia Geral, prevista para setembro de 2011, em Nova York.

Excesso de peso cresce nos últimos cinco anos Proporção de adultos obesos subiu de 11,4% para 15%. Ministério da Saúde investe no estímulo à alimentação saudável e na promoção da atividade física Levantamento do Ministério da Saúde mostra que quase metade da população adulta (48,1%) está acima do peso e 15% são obesos. Há cinco anos, a proporção era de 42,7% para excesso de peso e 11,4% para obesidade. Os dados fazem parte da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que em 2010 entrevistou 54.339 adultos, nas 27 capitais. O Vigitel é realizado anualmente, desde 2006, pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Núcleo de Pesquisa em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (NUPENS/USP). Se for considerada somente a população masculina, mais da metade dos homens está acima do peso (52,1%). Entre as mulheres, a proporção é de 44,3%, com aumento significativo nos dois sexos. Em 2006,

a pesquisa apontava excesso de peso em 47,2% dos homens e em 38,5% das mulheres. Deborah Malta, coordenadora de Vigilância de Agravos e Doenças Não Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, explica que o expressivo crescimento no número de pessoas com sobrepeso e obesidade, em um curto período, é uma tendência mundial. “A ocorrência do excesso de peso decorre do sedentarismo e de padrões alimentares inadequados. Essa é uma tendência mundial e o Brasil não está isolado. Ela é um reflexo do baixo consumo de alimentos saudáveis como frutas, legumes e verduras e do uso em excesso de produtos industrializados com elevado teor de calorias, como gorduras e açúcares, além de baixos níveis de atividade física”, afirma Deborah Malta.


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Quarta-feira, 20 de abril de 2011 |

O vício do jogo No início é sempre uma brincadeira, uma atividade saudável e de entretenimento. Mas, com o passar do tempo, pode transformar-se em um vício incontrolável. O transtorno patológico de jogo é uma dependência psicológica, caracterizada por comportamentos compulsivos de hábitos executados inúmeras vezes. São hábitos aprendidos, seguidos por alguma gratificação emocional, trazendo um alívio de ansiedade ou de angústia no jogador. O assunto vem ganhando importância crescente atualmente, principalmente, pela repercussão no horário nobre da TV brasileira. A Rede Globo está abordando a compulsão pelo jogo na novela ‘Insensato Coração’, através do personagem Kleber, vivido pelo ator Cássio Gabus Mendes, que já perdeu a família e o emprego como jornalista devido ao vício. Com isso, e devido ao fácil acesso a vários tipos de jogos disponíveis no país, dos mais simples, como os de loteria, aos mais perigosos, como corridas de cavalo, cartas e bingos, além dos jogos eletrônicos popularizados pela internet, o tema vem ganhando cada dia mais atenção. Segundo a médica e psicanalista, Soraya Hissa de Carvalho, tudo começa com pequenas apostas, na maioria dos casos, entre homens. Ela explica que algumas pessoas não controlam o comportamento diante do jogo e, conseqüentemente, causa o descontrole em todos os

sentidos da sua vida. “Não impondo limites, o jogador pode comprometer a vida social, a renda, o trabalho, os compromissos financeiros e, até mesmo, a ruína de seus familiares”, diz a psicanalista. O ato compulsivo de jogar tem comportamentos e reações idênticas ao abuso do álcool e drogas e do hábito intempestivo do vômito (bulimia e anorexia), e juntos apresentam resultados negativos para a vida, com conseqüências físicas, psicológicas e sociais graves. Conforme explica a médica, o jogador compulsivo alimenta, de forma doentia, a idéia de sucesso imediato, e considera que perder o jogo será apenas uma circunstância eventual. “Tornando uma grande fonte de prazer em realizá-lo com freqüência, o jogador acredita que a sorte pode chegar a qualquer momento, gastando tudo no jogo, perdendo a noção do contexto real da vida”, explica Soraya. Assim como acontece com outros hábitos compulsivos, o tratamento para o transtorno patológico de jogo tem poucas referências na medicina. De acordo com médica, já existem no Brasil algumas clínicas de assistência a essas vítimas, chamadas Grupos de Jogadores Anônimos. Ela destaca que o transtorno pode ser tratado com acompanhamento de psicoterapias, psicodinâmicas, terapia familiar, cognitiva e comportamental, além de uso de antidepressivos.

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Médica alerta sobre o transtorno compulsivo do jogo e suas várias formas de tratamento

Tudo começa com pequenas apostas, na maioria dos casos, entre homens

Infecção na garganta pode virar conjuntitive Vermelhos, lacrimejantes, e sensação de areia nos olhos. Estes podem ser alguns dos sintomas da conjuntivite. Disseminado pelo contato com pessoas infectadas e, devido a umidade, o vírus da doença é muito comum nesta época. Que a melhor forma de evitar conjuntivite é não ter contato com os acometidos pela doença todo mundo sabe. Mas, o que a maioria desconhece é que nem sempre a alternativa é válida, já que o vírus fica encubado cerca de cinco dias, quando já é transmissível, ainda sem apresentar sintomas. Além disso, há outras formas de contrair a conjuntivite. Uma infecção na garganta, por exemplo. É o que explica a médica dra. Ana Luiza Prado Perlingeiro, oftalmologista do Hospital Amaral Carvalho. “Até mesmo uma infecção recente nas vias aéreas superiores pode evoluir para uma conjuntivite, ou então o mesmo vírus que se apresenta em uma pessoa como uma infecção de garganta em outra pode se manifestar como conjuntivite” diz. Ainda de acordo com dra. Ana Luiza, o número de casos tem aumentado cada vez mais com a chegada das chuvas. “Nessa época de calor, praia, piscinas, associada às chuvas, a propagação do vírus é muito comum e está bem acentuada. O causador desta conjuntivite epidêmica geralmente o Adenovírus”, explica. Sintomas Você, com certeza, já viu alguém com conjuntivite ou já foi uma vítima dela. Olhos vermelhos, secreção e lacrimejamento, pálpebra colada pela manhã, sensação de corpo estranho( semelhante a areia), coceira e ardência são alguns dos sintomas. Há casos que evoluem com mais severidade e mais secreção. A conjuntivite pode ocasionar uma doença mais grave, mas não de forma irreversível. “Em alguns casos a pessoa desenvolve uma ceratite intersticial que são manchas esbranquiçadas na córnea que atrapalham a visão, causadas pelo Adenovírus. Esse processo inflamatório intracorneano embaça a visão e realmente incomoda bastante o paciente. Pode durar um ou dois meses, como pode levar até dois anos para uma resolução ou uma melhora com-

pleta. Mas isso não ocorre com a ma ioria dos casos”, diz. “Outra complicação é a pseudomembrana ou membrana verdadeira da conjuntiva tarsal, que é a porção interna da pálpebra, e precisa ser removida pelo médico para resolução do quadro,” informa a especialista. Prevenção Como não é possível saber quem está contaminado pelo vírus antes da manifestação, a prevenção ocorre por meios básicos de higiene. Fique atento em épocas de maior incidência, evite levar as mãos aos olhos, lave com mais freqüência as mãos principalmente após entrar em lugares públicos (shoppings, academias, clínicas, hospitais e transporte coletivos). Caso saiba que alguém esta contaminado, tome cuidados extras. Depois da conjutivite Você realmente está com o vírus? Então é hora de redobrar a atenção aos hábitos de higiene, já que o ciclo dura 15 dias em média, de acordo com a gravidade de cada caso pode se arrastar por mais tempo. Evite objetos de uso comum, separe toalhas, travesseiros, e tome cuidado ao deitar em sofás ou almofadas que são utilizados por outras pessoas. Lave as mãos e evite levá-las aos olhos. Tente se isolar de ambientes que possuam muita gente, se ausente do trabalho ou da escola. Permaneça a maior parte do tempo em lugares arejados com ventilação natural. Evite agrupamentos em ambientes fechados com ar-condicionado. Vale usar o álcool 70% para melhor desinfecção das mãos. Faça compressas de água gelada. Lubrifique os olhos sempre que possível com lágrima artificial e se o processo inflamatório for muito acentuado, um médico oftalmologista deverá ser consultado. Conjuntivite Evite: - Coçar os olhos; - Nadar em piscinas públicas; - Dividir lençóis, travesseiros e toalhas; - Usar maquiagem de outra pessoa ou emprestar a sua; - Ficar em ambientes fechados, quentes e úmidos.


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