Artes Espetaculo

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TÍTULO // Artes e Espetáculo IDEIA // Relatório Final DIREÇÃO DA EDIÇÃO // Marta Entrudo DIRETOR CRIATIVO // Marta Entrudo DIRETOR DE ARTE // Marta Entrudo PRODUÇÃO // Marta Entrudo COORDENAÇÃO // Marta Nunes e Marcantónio Del Carlo EMITIDO // ESHTE TÍTULO ORIGINAL // Artes e Espetáculos REVISÃO TÉCNICA // Marta Nunes e Marcantónio Del Carlo REALIZAÇÃO DO PROJETO // Marta Entrudo


MARTA ENTRUDO 1ªEDIÇÃO

Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril // 2013



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Incentivar cada um dos alunos para a actividade performativa não no sentido de formar artistas mas sim animadores artísticos culturais, vocacionados para a criação e gestão de eventos recreativos associados ao turismo. Despertar em cada um dos alunos a capacidade de reflexão e criação de momentos performativos, bem como de eventos que dinamizem a vida de um grupo. Proporcionar a cada um dos alunos a capacidade de escreverem, encenarem, representarem e produzirem um objeto artístico.

Esta disciplina foi acima de tudo, uma grande referência no que toca ao despertar da sensibilidade que nos permite inovar e construir projetos originais pois a criatividade é o futuro da Animação Turística. Mais importante do que planear e operacionalizar um evento, é saber diferenciá-lo dentro da oferta turística que a animação engloba.


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AULA

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A primeira aula ĂŠ sempre muito importante porque ĂŠ o momento em que nos damos conta do que podemos aguardar da disciplina.


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A primeira aula é sempre muito importante porque é o momento em que nos damos conta do que podemos aguardar da disciplina. A Professora Marta Nunes, adotou uma postura, na minha opinião, diferente da que mostrou nas seguintes aulas e durante todo o semestre, talvez uma postura um pouco mais vincada e mais marcada para que nos apercebêssemos de que o nosso corpo pode realmente ser ensaiado para atuar em situações e posições adversas conforme as nossas profissões e perante diferentes circunstâncias do nosso quotidiano com o público. Para mim, a parte mais curiosa da apresentação foi o facto de a Professora ter desde logo puxado imenso connosco – alunos, pois o primeiro exercício de Artes e Espetáculos foi nesta aula os alunos terem sido solicitados para a imitarem e retratarem,

algo que na primeira aula foi um pouco complicado sendo que alguns colegas não tiveram muito à vontade porque tinham receio de não conseguir fazer aquilo que a Professora pretendia com o exercício respetivo. Interviram todas as turmas juntas pelo que a aula foi só mesmo de apresentação, falámos respetivamente deste Relatório Final individual, parte importante da nossa avaliação pois a reflexão e ponderação do trabalho constante ao longo das aulas é valorizado e é o principal objetivo que este relatório exige. Por este motivo, optei durante todo o semestre em fazer apontamentos semanais ao invés de completar o relatório apenas na última semana de aulas, de forma a não me esquecer de nada ou, pelo menos de registar o que achei que mais falta nos fez enquanto estudantes do curso


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de Gestão do Lazer e Animação Turística, e também o que nos trouxe até onde chegámos hoje com a disciplina, fim de semestre, acabando por construir uma espécie de «diário». A apresentação como já referido em cima, foi com a Professora Marta Nunes, e achei alguns fatos interessantes da aula a destacar, coisas que uma pessoa retém e se lembra, tais como: era comum confundirem o nome da Professora com Salomé mas Salomé seria a sua filha; que o nome do Professor Marcantónio Del Carlo não se escrevia Marco António nem Marcantónio do Carmo, situação que também já havia acontecido anteriormente; que a Professora se descrevia como Workaholic acima de tudo porque gostava do que fazia e que tinha licenciatura em Dramaturgia e estava neste momento a tirar um doutoramento. Pronunciámos

depois alguns pormenores daquilo que iríamos abordar durante o semestre e as matérias fundamentais da cadeira. Desde logo se percebeu que falhar qualquer aula seria uma hipótese em último grau, pois a quantidade e a dinâmica das aulas não o aconselhavam, sendo estas muito práticas e difíceis de acompanhar com ausência. Também ficou logo assente que uma falta injustificada nos obrigaria a elaborar um relatório semanal onde nos teríamos que esforçar arduamente para podermos continuar em avaliação contínua.



AULA

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O que n贸s pensamos dos outros e o que os outros pensam de n贸s?


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Na segunda aula, para quebrar o gelo, fizemos alguns exercícios com o Professor Marcantónio. Estes exercícios foram essencialmente de dinâmica de grupo, onde o Professor solicitava diferentes tipos de ações como por exemplo – dizer o nosso nome a rir ou a chorar, para nos colocarmos de gatas, jogos de sons onde todos falávamos ao mesmo tempo e tínhamos que saber exatamente em que ritmo e em que tempo entrava a nossa vez no meio do grupo todo com tarefas desiguais e alternados jogos de timbres - jogos onde o som e o movimento se ajustavam, mas onde o som teria que ser completamente diferente do gesto que faríamos. O Professor estava a assobiar quando entrámos na sala e enquanto a arrumámos a fim de termos o nosso espaço definido para concretizar os exercícios, e

no desfecho da aula explicou que este gesto foi intencionado para que notássemos um ambiente diferente – técnicas que mais à frente entenderíamos. Objetivo da aula: o que nós pensamos dos outros e o que os outros pensam de nós? Nunca ninguém soube responder a esta questão mas aos poucos fomos desconstruindo os exercícios e comentando, tentando perceber e explicar porque são eles importantes na nossa área da Animação Turística. O Professor insistiu também bastante no facto de tentarmos descobrir o porquê de quando eram os nossos colegas a fazer algum som ou algum movimento nós nos rirmos tanto, e depois noutras situações idênticas já não o fazermos, e chegámos a algumas conclusões – como por exemplo a questão da pressão e da tensão e o facto de estarmos


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a ser submetidos a situações fora do comum para nós no sentido em que estavam a ser ações forçadas e por esse motivo nos deixavam constrangidos e embaraçados. Fizemos outro exercício em que o Professor nos deu o início de uma história: «Era uma vez o Marciano…», e nós teríamos que continuar a história. O objetivo não era que a história fizesse sentido no seu seguimento mas sim que tivéssemos atentos ao que se estava a passar à nossa frente enquanto a contávamos um a um aos nossos colegas que nos copiavam em todos os nossos movimentos e sons. Com os nervos de estar a falar para todos (para um público) e com a concentração de estarmos a pensar no que havíamos de dizer para que a história tivesse continuação, começámos a entender que é difícil estar com atenção ao que se passa à nossa

volta, mas é super importante que isso aconteça, pois enquanto alguns de nós contavam a suposta história do Marciano, havia outros colegas a tirar o casaco propositadamente, ou os óculos, ou a mudar de lugar com o colega do lado, chegando até mesmo toda a gente a recusar fazer o que os colegas estavam a transmitir, tudo isto planeado para acontecer tal como poderia acontecer na prática se estivéssemos a realizar um evento na nossa área da Animação para dado target. Apreendemos depois em conjunto que é necessário estar atento para perceber se os participantes estão a gostar ou se estão aborrecidos com aquilo que lhes estamos a transmitir. É por isso que devemos alcançar estes sinais de cansaço ou esgotamento pelo público-alvo de modo a podermos dinamizar a atividade consoante os gostos do cliente,


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pois o cliente tem que terminar a atividade satisfeito. No fim da aula fizemos algumas performances a solo, como registei por exemplo a situação em que nos tivemos que nos «meter na pele» de uma pessoa que não tem braços no seu quotidiano, coisa que nunca pensámos em fazer porque a vida a isso não nos sujeitou, ou nos «metermos na pele» de um condutor cego, sem saber como encontrar o carro no meio da rua ou sem saber como distinguir o carro numa rua inteira cheia de carros. Também cantámos como quem conversa com um colega de turma, e a partir da voz e de diferentes ritmos tivemos que criar uma situação em que teríamos que lutar pelo nosso pretendente, e ser correspondidos. Tudo situações que nos são comuns mas que nunca nos tínhamos obrigado a

elas. Conseguimos facilmente descobrir a dificuldade de algumas situações que temos que encarar no dia a dia, mas também que tudo na vida é possível se ponderarmos sobre o assunto, porque todos conseguimos achar o carro, todos conseguimos manter uma situação normal do dia a dia no WC mesmo sem ter braços, e todos conseguimos falar a cantar de modo a que os colegas que estavam a observar entendessem aquilo que lhes estávamos a tentar transmitir. Mais uma vez a aula terminou com a pergunta: o que pensamos nós dos outros e o que os outros pensam de nós, o Professor afirmou que esta pergunta levava muito tempo a ser respondida e que aos poucos íamos desconstruindo a questão. Também dos mitos populares falámos, lembro-me do mito que expressava que os professores


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davam boas notas ou más notas, e que tinham a mania que eram bons ou ainda que poderiam faltar porque estavam a gravar novelas. Debatemos todos, um a um, estes mitos. Falando do modo como nos assimilávamos ou não a eles, e falando um pouco de nós dentro do mito que escolhíamos. Aqui percebemos mais uma vez que as pessoas se identificam e que às vezes nem nós sabemos aquilo que pensamos de algo ou de alguém. Mais uma vez não conseguimos responder à questão inicial e final da aula, mas sabíamos que mais cedo ou mais tarde lá chegaríamos.



AULA

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Controlar e ter controlo sobre o nosso corpo em posição neutra, não esquecendo de trabalhar a contra cena em simultâneo – o olhar e o modo como olhávamos para os outros.


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#3

Esta aula, com a Professora Marta Nunes, foi dedicada ao movimento do corpo. Tivemos alguns problemas espaciais porém tivemos que nos adaptar às condições que possuíamos e à sala que nos estava destinada, otimizando cada vez mais e melhor o espaço, até que nele conseguíssemos trabalhar. Trabalhámos as velocidades, começando a andar pela sala lentamente e aumentando a velocidade de modo a que no fim do exercício já todos corríamos sem que nos pudéssemos tocar. Este exercício ajudou-nos a controlar e a ter controlo sobre o nosso corpo em posição neutra, não esquecendo de trabalhar a contra cena em simultâneo – o olhar e o modo como olhávamos para os outros. À voz da Professora tínhamos que parar, esta paragem era determinada por o número que ouvíssemos

e esse número significava a quantidade de alunos que o tinham que fazer. Este exercício é bastante interessante porque ajuda-nos a compreender algumas caraterísticas das pessoas. Por exemplo, aquele que parava logo poderia ser o líder, aquele que parava ao mesmo tempo que um colega mas posteriormente lhe cedia o lugar e continuava a andar à velocidade dos restantes colegas poderia ser o paciente e o que facilmente dava o «braço a torcer», aquele que acabava o exercício sozinho a andar e com o resto dos colegas já todos parados pela voz da Professora tinha tendência em ficar mais tenso e por esse motivo começar a perder a posição neutra do corpo e a evitar a contra cena, pois acresce a pressão dos outros estarem a observá-lo constantemente. Também este exercício nos auxiliou a perceber o quão importante


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é conhecer o grupo com quem poderemos vir a trabalhar um dia, pois por vezes existem aspetos como estes que referi anteriormente que importam, e importam muito na animação. Seguidamente fizemos um exercício também em grupo onde a Professora nos mostrou uma figura em papel a todos sem que nenhum grupo pudesse ver a figura do grupo vizinho. Viemos a descobrir mais tarde que a imagem era exatamente a mesma para todos os grupos e cada um dos diferentes grupos a interpretou de forma completamente diferente, interpretações que foram desde o fator preguiça à consciência e ao companheirismo entre amigos. A Professora deu-nos um tempo limitado mas extenso da aula para que nos organizássemos em grupo e fizéssemos a nossa interpretação e o meu grupo por exemplo, adequou a interpretação à nossa área de estudo – ajustando a imagem ao contexto da animação. Este tipo de exercício foi bastante bom para começarmos a pensar no trabalho que uma Performance origina. Tivemos que considerar fatores como o tempo a cumprir,

o cenário a idealizar, falas para decorar, personagens para imitar e sobretudo a criação de situações que fizessem chegar aos nossos colegas a nossa conceção numa só palavra, objetivo este cumprido pois acabou por ser bastante fácil chegarmos aos diferentes happenings. Este exercício por um lado ajuda-nos a ter a perceção de que organizar um evento tem alguma complexidade, mas a perceber sobretudo que cada um tem a sua maneira de ver o Mundo e aquilo que o rodeia, «aquilo que para mim é branco para um colega pode ser preto», e apesar dessas diferenças, temos que reconhecer que se calhar essa interpretação até pode ter algum fundamento. As diferenças existem e nós podemos tentar identificar-nos com elas de uma maneira ou de outra. Foi a partir deste momento que as aulas de Artes e Espetáculos começavam a ter algum significado para mim e para o meu futuro profissional, por esta altura começo a ficar altamente motivada, tornando-se as quintas-feiras num dia da semana em que já todos aparecíamos com vontade de saber o que mais iríamos aprender daqui para a frente.


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AULA

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É importante sentir tudo o que fazemos antes de tentar agir com os outros e acima de tudo colocar as pessoas em sintonia connosco.


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Esta aula foi bastante divertida porque tínhamos a semana anterior muito presente e tinha corrido tudo muito bem, mas desta vez parecia que as coisas não estavam tão bem para o lado da nossa turma. A Professora apresentou um exercício em que era necessário passarmos a nossa energia a um colega aleatoriamente sem recorrer à fala. A energia era transmitida com uma palma e com o olhar e o nosso colega automaticamente tinha que se aperceber que a energia estava a chegar a ele. Este exercício explica-nos como é importante sentir tudo o que fazemos antes de tentar agir com os outros e acima de tudo colocar as pessoas em sintonia connosco, pois só assim podemos estar em harmonia. Mas parecia estar difícil e quase não conseguimos acertar com o exercício corretamente e fluidamente. Acabou por ser muito divertido porque a Professora modificou os ritmos com que as coisas iam acontecendo e alterou a ordem das pessoas e tentaram-se mil e uma situações diversas mas parecia que estar complicado nessa manhã. Entretanto conseguimos fazer o exercício durante algum tempo ininterrupto, a transição das energias,

mas o exercício acabava sempre por terminar com alguma falha no ritmo das palmas ou com alguém que se apressava a bater palmas na vez de um outro colega pensando que a energia havia sido transmitida para si. Chegámos à conclusão que não é fácil perceber o que vai no pensamento dos outros e por isso o exercício sujeitanos a estar constantemente concentrados naquilo que está a acontecer à nossa volta e esperando que a qualquer momento alguém nos passe essa energia e quase em reflexo termos a capacidade de o sentir. Aqui, mais uma vez, está presente a importância do olhar, quase todos adivinhávamos que a energia viria para nós quando o olhar se concentrava no nosso corpo. Após este exercício tivemos que fazer algumas pequenas Performances de como nos sentíamos e como o transmitíamos aos outros num jogo em que nos eram dadas palavras e nós tínhamos que desconstrui-las arranjando uma forma de as mostrar aos colegas. O exercício foi feito por exemplo com a palavra amor, agressão, sedução; e terminámos a debater alguns clichês e em


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como era normal nós fazermos logo aquilo que caraterizava mais a palavra e o que maior parte das pessoas iria fazer quando visse a palavra escrita no quadro. A partir daqui tivemos que trabalhar em equipa tendo que nos imitar uns aos outros e depois a partir de alguns clichês mudar o estilo do movimento e do som que utilizávamos para algo mais fora do comum e mais marcante do ponto de vista do sentimento. Foi bom para percebermos a complexidade que pode ter um simples movimento de abanar os braços ou de rir ou de saltar ou até mesmo de andar e cantarolar. Teríamos que a partir daqui começar a «pensar mais alto» e puxar pela nossa criatividade. Também o aspeto do jogo ter pontuações, e de as nossas Performances fazerem essas mesmas pontuações das duas diferentes equipas que estavam ali a competir para ver quem fazia melhor o que lhe era pedido de modo a não deixar mal o restante grupo, foi um incentivo a que o jogo corresse bem e de modo progressivo. O amor foi o mais difícil de interpretar, pois o amor é algo que nós nunca nos sentimos à vontade para

demonstrar aos outros e que raramente o conseguimos fazer de imediato com sons ou gestos numa situação como nesta. O último exercício da aula foi na rua, junto do parque de estacionamento da faculdade, onde cada um levou da sala uma cadeira e se sentou disperso pelo espaço disponível. Maior que a nossa sala, este espaço proporcionou-nos a realização de um jogo em que tínhamos que arranjar ou rapidamente descobrir uma estratégia de equipa para vencer aquele que teria que ocupar a cadeira livre. Também demorámos algum tempo a perceber qual era a estratégia e por isso muitas vezes era comum o adversário da equipa ganhar à equipa, depois começámos a perceber qual era o objetivo e apreendemos que a comunicação entre equipa não tem que ser verbal pois uma das regras era não falarmos mesmo com esse propósito, e podemos perceber-nos se tivermos organizados com técnicas e funções. Cada um tinha uma função: levantar-se e ocupar outro lugar, quando essa mudança fazia sentido, e essa era a estratégia de equipa. Por fim, a Professora Marta mostrou uma imagem da Paula Rego às raparigas e uma diferente aos rapazes, também ela da artista Paula Rego, onde teríamos 3 semanas para fazer uma interpretação da mesma sem saber de que exposição se tratava e jogando com as cores, o ambiente, o vestuário e as expressões do que ali estava figurado. Mais tarde iríamos perceber como tinha corrido a nossa performance de 6 minutos individual.


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AULA

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Conhecer um pouco mais dos outros e perceber que mesmo quando achamos que sabemos tudo, estamos a horas de ser surpreendidos, cada um com as suas particularidades e diferenรงas e no fundo todos com testemunhos diferentes.


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#5

Com a Professora Marta Nunes, chegava mais uma quintafeira. Uma das questões que também sempre nos deu alguma curiosidade foi a dos professores serem alternados, as aulas foram por esse motivo uma constante descoberta e um alcance de metas e objetivos graduais. Nesta aula fizemos um exercício semelhante ao da aula anterior de passar a energia uns aos outros mas desta vez, ao colega mais próximo, sendo que poderíamos inverter o sentido quando quiséssemos. Este exercício correu muito bem, entrámos todos no espírito e a energia era passada de forma já automatizada entre todos. Já dominávamos mais ou menos a técnica de contracenar então já sabíamos facilmente para onde a energia estava a rodar, com um ritmo já bastante mais rápido que aquele que tínhamos atingido na

aula anterior. Posto isto fez-se um exercício individual em que a Professora nos deu 15 minutos para pensarmos na nossa identidade e em como a poderíamos contar aos outros. Cada um ia ao centro do grupo e falava de si, falou toda a gente de família, desejos, sonhos, ambições, gostos, etc. Percebemos que existem várias realidades sobre pessoas que lidam connosco todos os dias que nós desconhecíamos e cada um surpreendeu de uma maneira ou outra com as suas histórias ou com as suas diferentes e desabituais posturas. Eu, por exemplo, que sou uma pessoa que gosto de ser dinâmica e criativa e adoro trabalhar em equipa, por vezes quando sou colocada no centro das atenções a falar para os outros e neste caso sobre mim, que acho uma coisa super complicada esta questão de falarmos de nós mesmos, deixo transparecer


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uma caraterística muito própria minha em situações de tensão: a ansiedade. Acabei por ficar muito ansiosa e não dizer metade daquilo que tinha planeado dizer sobre mim e acerca de mim, mas por outro lado achei que fez parte do exercício porque não precisei de improvisar para me mostrar um pouco, foi completamente natural e espontâneo. Ficámos a conhecer um pouco mais dos outros e a perceber que mesmo quando achamos que sabemos tudo, estamos a horas de ser surpreendidos, cada um com as suas particularidades e diferenças e no fundo todos com testemunhos diferentes.

Ninguém pode ser escravo de sua identidade: quando surge uma possibilidade de mudança é preciso mudar. POR // Elliot Gould



AULA

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Aqui estaria a exposição que iríamos trabalhar em muitas aulas ao longo do semestre.


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#6

Esta foi a manhã em que visitámos a Culturgest. Aqui estaria a exposição que iríamos trabalhar em muitas aulas ao longo do semestre para o nosso projeto final. A Culturgest fica situada no Campo Pequeno, mais propriamente no edifício da Caixa Geral de Depósitos e a exposição mencionada anteriormente tem como autoria Rui Toscano – e como tema – Esculturas Sonoras. No ano de 1994, o artista produziu uma escultura sonora através da utilização do objeto - rádiogravador, que lhe daria trabalho para muitos anos. A partir daqui, Rui Toscano começa a utilizar o rádiogravador como simbologia das suas esculturas e como sistema sonoro. O artista quis chegar a todas as gerações, incluindo a geração mais recente como é o exemplo da peça a que nos foi feita referência - They Say We’re Generation X But I Say

We’re Generation Fuck You!. Como nos foi explicado na visita, em todas as suas esculturas é notória a presença do minimalismo através do uso de esculturas com o formato de paralelepípedos como é o caso da escultura Black Lovers. O facto do rádiogravador ser um objeto em vias de extinção tornou complicada a progressão deste projeto que daria lugar à exposição da sua obra na Culturgest, mas com a ajuda de muitos amigos e conhecidos o seu objetivo foi cumprido. Square Fall, de 2012, No Saying Yes, de 2002-2013, entre outras, são peças que o artista realizou e permitiu ao público a sua observação. Apesar de não conhecer o espaço até à data, achei esta visita muito interessante do ponto de vista prático, sendo que no briefing final surgiram logo algumas ideias daquilo que poderia vir a ser o nosso trabalho nas futuras aulas


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de modo a criar o Objeto Artístico final. Como já referido, a exposição continha inúmeras peças já antigas da autoria de Rui Toscano, algumas a remeter para a entidade do autor, outras conseguidas com a ajuda dos seus amigos de infância, outras com o auxílio de indivíduos que o próprio desconhece, outros com a mistura do som e do espaço e com o objeto anteriormente mencionado em comum. A peça que mais me chamou à atenção foi a peça They Say We’re Generation X But I Say We’re Generation Fuck You! com o formato de um X construído mais uma vez por rádios, que nos leva a pensar que hoje em dia as gerações estão diferentes e que as mentalidades se alteraram bastante. A partir desta visita as seguintes aulas seriam de desconstrução dos objetos até que chegássemos a um Objeto Artístico pensado pela turma e que todos teriam

a possibilidade de ver no fim do semestre num espetáculo bem divulgado.


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AULA

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A partir daqui toda a representação da dor seria demonstrada pelo movimento do corpo ao longo de uma canção.


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#7

Esta seria a aula em que apresentaríamos o trabalho lançado pela professora Marta Nunes anteriormente – uma Performance individual bastante importante para a continuação em avaliação contínua. A Performance teria que se relacionar indiretamente com uma obra de Paula Rego, e todos na turma o conseguirão fazer, uns mais notoriamente que outros, mas também aí estava a piada das diferentes Performances, descobrir de que se trataria a sua história. Cada um teve o seu timing individual, alguns apoiaram-se em objetos, outros apoiaramse em monólogos, outros em diálogos, outros em canções, outros em danças, e ainda outros apenas em movimentos do corpo que remetessem à magoa e à tristeza que eram os sentimentos que a imagem nos transmitia inicialmente e à primeira vista.

Falando na minha Performance, decidi convidar uma pessoa externa à turma que me ajudasse a executar a minha ideia inicial – a dor que imaginei ser a perda de um filho. Como pouco conhecia desta artista decidi ir pesquisar sobre a mesma, a acabei por perceber que a minha ideia se relacionava diretamente com a ideia da autora e prossegui. A minha Performance baseou-se no rapto de uma criança, neste caso seria o meu filho, e a partir daqui toda a representação da dor seria demonstrada pelo movimento do corpo ao longo de uma canção de Hanne Hukkelberg – My Devils, uma música bastante triste e que foi bastante percetível para os colegas que estavam a assistir. Os movimentos que decidi mostrar à turma em conjunto com a minha prima, pessoa quem convidei para participar na aula com a autorização prévia da Professora,


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foram um conjunto de movimentos distintos nos quais a minha prima Sofia representava a minha sombra em simultâneo com o meu eco, ‘’o eco da dor’’, que se tornava numa metáfora engraçada sendo que normalmente o eco é do som e não do movimento, sendo esta caraterística a mais interessante na minha Performance individual. Consegui uma boa nota final com esta reprodução ficando por isso muito satisfeita com o trabalho ensaiado, contudo recebi algumas críticas construtivas para futuras apresentações tais como por exemplo ter cortado o sentimento que transmiti ao público muito rapidamente no fim da apresentação, pois segundo a Professora notou-se claramente que me senti ‘’aliviada’’ quando a música terminou e quando encarei o público com os olhos. No geral achei esta aula muito positiva no sentido em que nos vimos a

atuar como uma personagem que não eramos nós, ‘’metemo-nos na pele de outra pessoa’’, e essa experiência é boa na nossa área para encarar por exemplo um dia de trabalho em que estejamos mais cansados mas que teremos que responder ao público com uma expetativa diferente.



AULA

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Através da audição, sendo que estávamos vendados, também esta caraterística do jogo nos levaria a desinibir pois não tínhamos a total perceção do que nos estava a rodear.


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#8

Na oitava aula, começámos por assistir uma vez mais a três Performances individuais de três colegas que haviam faltado na aula em que os objetos artísticos se concretizaram. Os colegas mostraram o trabalho que tinham planeado para esta fase importante da avaliação contínua, e prosseguimos a aula. Posteriormente, a Professora Marta Nunes propôs um exercício designado pelo conhecido jogo do Gato e do Rato, onde os principais objetivos seriam: - estratégia – para o Gato apanhar o Rato, através da audição, sendo que estávamos vendados, também esta caraterística do jogo nos levaria a desinibir pois não tínhamos a total perceção do que nos estava a rodear havendo até mesmo partes do jogo em que tínhamos pessoas do exterior a assistir ao exercício sendo que este foi realizado no átrio da ESHTE;

outro objetivo seria trabalhar o movimento corporal – sendo que cada um dos colegas tinha uma personagem para encarnar – o Gato ou o Rato; trabalhar o som – novamente tendo em conta a temática do jogo, conseguir ilustrar os animais de acordo com sons inovadores e criativos que nos remetessem para os mesmos. Para finalizar a aula, foi lançado o evento que viria a constituir o Objeto Artístico final, com algumas prerrogativas – teríamos que pensar em algo criativo tendo em conta que tínhamos um cliente para agradar, neste caso a ESHTE, e um objetivo a cumprir, sermos inovadores. A inovação prendia-se de igual modo com um tema já antes ponderado – a exposição de Rui Toscano. A partir daqui falámos em alguns conceitos chave para o sucesso do nosso trabalho, como luz, som, divulgação, público alvo,


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tema, e um conceito em concreto que importava agora: o conceito de brainstorming, que seria o trabalho de casa lançado para a semana seguinte e que teria que ser realizado pelos grupos constituídos para o evento final. Os grupos de trabalho, de acordo com a turma, foram escolhidos e selecionados pela Professora, uma vez que achámos mais justo do que sermos nós próprios a escolher, e porque sendo nós havia sempre a tendência de se formarem os mesmos grupos habituais, e então a Professora agrupou-nos de acordo com as nossas caraterísticas e personalidades, que nesta altura do semestre já eram mais ou menos notórias. O meu grupo ficou completo com o Ricardo Ginja, a Sandra Sobral, o Miguel Nunes, o Miguel Gameiro e a Hanne. O Objeto Artístico final, ficaria completo com uma nuance

relevante: a componente de solidariedade seria obrigatória no enquadramento da temática.



AULA

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Vários exercícios tentando ir correspondendo às diferentes realidades do quotidiano.


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#9

Esta aula seria dedicada ao bloco da voz. Com o Professor Marcantónio Del Carlo, falou-se em diferentes aspetos que importam no nosso futuro profissional, enquanto animadores, começandose pelo aquecimento das cordas vocais. No aquecimento das cordas vocais fizemos um exercício de dinâmica de grupo onde em conjunto conseguimos alcançar três diferentes timbres da voz, sons graves e sons agudos enquanto dizíamos algumas palavras, o Professor para facilitar a compreensão do exercício exemplificou: para os sons graves poderíamos pensar que eramos um indivíduo obeso e por isso a nossa voz seria mais grossa, para os sons agudos poderíamos imaginar que eramos indivíduos mais magros, e por isso com uma voz muito fininha. O Professor explicou a importância de após o

aquecimento vocal não contrair por exemplo o ato de bocejar, pois esta ação iria contrair novamente as cordas vocais. Falou-se mais tardiamente, em quatro tipos diferentes de vozes: a voz de emergência – como alertar uma pessoa para um perigo sem que esta se sinta ameaçada? Falámos também na voz de comando – quais as formas e maneiras de controlar um grupo de 20 ou 200 pessoas? Aprendemos ainda que existe uma voz de reconhecimento e uma de confiança – até que ponto os nossos colegas confiam em nós, e que confiança lhes conseguimos nós transmitir através da entoação da nossa voz? Realizámos vários exercícios tentando ir correspondendo às diferentes realidades do quotidiano. Um dos primeiros foi o cumprimento de um colega ou até mesmo do Professor como se


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fossemos amigos de longa data e nos reencontrássemos ali naquele preciso momento – por isso com uma linguagem mais arrojada para tentar perceber até que ponto nos exibiríamos ou nos retrairíamos, como aconteceu na maior parte das vezes pelo desconforto de estarmos em contexto de aula; outro exercício foi colocar um dos colegas no meio de uma roda a ler um texto repetidamente e com os restantes colegas a distraí-lo quer fosse com abraços, com beijos ou com empurrões, o objetivo seria ver até que ponto a sua leitura do texto não se alteraria, e logicamente se alterou, a leitura começou a ser progressivamente mais rápida e mais agitada; seguidamente formámos outra roda e à voz de regras ditadas pelo Professor, teríamos que reagir – por exemplo quando o Professor dissesse a palavra cão teríamos que andar na posição de gatas

e todos no mesmo sentido, pois haveria outra palavra que nos indicaria que este sentido seria alterado e assim sucessivamente – a concentração foi notória para que todos se conseguissem aperceber de qual a ordem que estava a ser dada sem que a sintonia do grupo falhasse; entretanto fomos para o espaço exterior realizar o jogo de passar a bola a um colega da mesma equipa mas nesse lance apenas poderíamos referir o nome da pessoa e ao número da equipa, de modo a que pudéssemos coordenar-nos sem confusão e de forma fluída – uma excelente estratégia de grupo onde não valem gritos e empurrões – o Professor falou no exemplo do futebol, também neste tipo de desporto os colegas de equipa utilizam estratégias para que consigam obter resultados positivos, e não a atropelarem-se constantemente uns aos outros.


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O exercício de confiança foi baseado no lançamento de uns paus de colega para colega em roda, também ele realizado no exterior, onde o objetivo seria passar o pau atempadamente ao colega do lado chamando pelo seu nome e sem que este se assustasse, conseguir apanhálo seguramente, quando o pau caía era sinal de distração ou desconfiança na voz do seu destinatário. Também dentro da temática confiança, esteve o exercício a pares que tinha uma lógica simples, em conjunto contar um momento do nosso fim-desemana ao nosso parceiro fazendo mover um pau pelos dois corpos e sem deixar que este tombasse no chão. Já de regresso à sala de aula, fizemos o exercício dos «vampiros», onde existiria um vampiro inicialmente que teria que angariar mais vampiros através do

toque no pescoço dos colegas que conseguisse agarrar estando ele de olhos vendados, neste exercício o objetivo era estar atento à direção da voz dos colegas e arranjar um sítio estratégico onde os que vampiros não eram se pudessem esconder para não serem descobertos. A direção dos colegas era percetível pela voz sendo que todos os vampiros teriam que andar pela sala mencionando o seu nome, novamente um exercício que nos permite reconhecer quem de nós se aproxima ou afasta sem que seja necessária a visão. A aula terminou com a visualização de um vídeo relativo a um dos projetos da autoria do Professor – Quem Matou Romeu e Julieta? – e posteriores comentários e questões direcionadas ao Professor acerca de pormenores importantes no planeamento, operacionalização e realização de um espetáculo.


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Perguntas relativas ao públicoalvo, à equipa de trabalho, à escolha da temática, à produção da história, aos recursos financeiros, à comunicação, entre muitas outras, foram feitas e a aula foi surgindo pela conversa entre Professor e turma, tínhamos como objetivo não repetir perguntas, pois o Professor funcionou como nosso cliente e nós teríamos que saber mais sobre o mesmo para perceber como iria funcionar com o nosso projeto final e não só, com o trabalho de casa lançado para a semana seguinte: numa folha escrever um teaser de uma ideia simples mas original e inovadora, conceber um evento viável e que o Professor percebesse que seria possível de ser aplicado um dia mais tarde. Como evento, escolhi um nicho de mercado – indivíduos com trissomia 21, e a eles dar a oportunidade de serem atores por

um dia representando por sua vez diferentes estereótipos que nós seres humanos construímos uns dos outros, resumidamente.



AULA

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Um jogo de improvisação e imitação de personagens.


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Desta vez com o regresso da Professora Marta Nunes, começámos a aula com um membro da turma, neste caso eu, a fazer o aquecimento das principais articulações do corpo para posteriormente darmos início a uma atividade bastante ativa – um jogo de improvisação e imitação de personagens. Posteriormente outros colegas foram sugerindo alguns movimentos, incluindo a própria Professora, para que no fim pudéssemos juntar esses mesmos movimentos como um todo e desse modo elaborarmos uma coreografia simples e dinâmica. Todo o grupo participou, este exercício terminou com a demonstração da coreografia com a turma dividida em dois distintos grupos. Na segunda parte da aula, fizemos um exercício de improvisações e que por sinal foi bastante divertido. Este

exercício serviu para os pormos na pele de outrem, e perceber as caraterísticas do movimento, voz e corpo dessas mesmas personagens. A atividade progredia em espaços diferentes e imaginários: jardim/bosque, metro, restaurante/mesa, wc e museu. As personagens foram muito interessantes, tínhamos um «elenco» que passava por ladrões, a personagens da Disney como o Shreck e o ET, bailarinos, artistas, famosos atores como o Mister Bean, cantores como a Amy Winehouse, entre outros. No global a turma apresentouse bastante ativa, o resultado final foi bom. Tivemos a oportunidade de debater as diferentes caraterísticas reais das personagens e o modo como nós as interpretámos, falando no exemplo do lobo mau, a desconstrução deste personagem poderia ser criativa se em vez


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de um animal pensássemos que esta referência nos «abre asas» a poder interpretar o personagem como um homem ruim; outro bom exemplo foi o da Professora Marta Nunes, a própria Professora fazia parte do conjunto de personagens distribuídas aleatoriamente aos alunos, e teria sido simples improvisar o seu comportamento se em vez das pessoas se tentarem enquadrar nos diferentes cenários, fizessem o seu real papel nas aulas: coordenar e ajudar na concretização dos exercícios com pormenores que fazem parte da sua maneira de ser nas aulas. Para mim este exercício foi sem dúvida dos mais curiosos, pois entretanto estava tanta coisa a acontecer ao mesmo tempo que as pessoas começavam a dispersar todas para o mesmo sítio: chegava a uma altura que no cenário metro, já estava o Shreck a chamar Fiona à ladra, a Amy Winehouse completamente dependente da sua garrafa de álcool, o Mister Bean nervoso com toda a confusão deste ambiente e o ET a tentar encontrar a sua casa e o Bob Marley a cantar e a tocar guitarra, etc. O exercício tinha alguns pontos de apoio –

quando parava a música ninguém poderia parar de interpretar o seu personagem, mas também ninguém poderia recorrer à voz para o fazer, estas pausas davamnos tempo para pensar no que iríamos fazer noutros cenários que não aquele onde estávamos. A última parte da aula foi destinada aos trabalhos de grupo, a Professora teve a oportunidade de perceber o que cada um dos três grupos formados anteriormente para o Objeto Artístico final teria planeado fazer tendo em conta o seu cliente e a componente inovadora do evento, questões acerca da solidariedade também foram resolvidas, sendo que maior parte dos grupos não estava a conseguir orientar o seu trabalho para a exposição do Rui Toscano e incluir nele esta última componente referida.



AULA

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Forma eficaz de aquecer, trabalhar e melhorar o desempenho da voz.


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# 11

Mais uma quinta-feira, com a Professora Marta Nunes, onde o dia do Objeto Artístico final estava a chegar e por isso se decidiu que grande parte da aula seria dedicada aos trabalhos de grupo. Por isso, apenas para completar o bloco da voz, a Professora ensinou-nos uma forma eficaz de aquecer, trabalhar e melhorar o desempenho da voz. Assim sendo, começámos por alongar toda a parte facial quer fosse através de massagens ou através de movimentos faciais como abrir e fechar a boca, o nariz, olhos, sobrancelhas e pescoço. Posteriormente, prosseguimos para o dito aquecimento: primeiramente teríamos que imaginar que tínhamos uma maçã na boca e mastiga-la sem fazer barulho, depois com barulho tentando produzir a onomatopeia MU para que as cordas vocais começassem a ser trabalhadas. Seguidamente,

teríamos que imaginar ter um ovo dentro da boca, um ovo porque tem o formato oval e assim poderíamos alongar todos os músculos pretendidos nesta fase do aquecimento. Também o ato de zumbir, proporciona o aquecimento das cordas vocais bem como o alívio de algumas impressões que poderemos ter na garganta por exemplo quando estamos com tosse. Para terminar as noções básicas do aquecimento da voz, aprendemos a treinar a dicção através de sílabas e dando enfase a uma delas: MA, me, mi, mo, mu; ma, ME, mi, mo, mu; ma, me, MI, mo, mu; ma, me, mi, MO, mu; ma, me, mi, mo, MU. Também com as sílabas RA, RE, RI, RO, RU, treinámos a dicção, entre outras. A dicção serve para pronunciarmos bem e percetivelmente as palavras, situação importante na nossa área que implica muitas vezes o apelo ao discurso para um certo público.


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AULA

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Combatendo contratempos...


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# 12

Neste dia os grupos não estavam completos, existiam pessoas a faltar à aula e a participar no dia da ESHTE. Uma hora e meia da aula foi dedicada ao esclarecimento de dúvidas para os projetos finais e depois todos os presentes foram dispensados para trabalhar sobre os seus respetivos trabalhos. Como aviso final, foi anunciado o ensaio geral dos trabalhos para dia 23 de Maio, uma semana anterior à implementação do projeto. A Professora Marta Nunes aconselhou-nos a encarar este ensaio como se fosse a apresentação final e decisiva para a turma. Aconselhou ainda que apresentássemos os trabalhos nos espaços planeados e com os recursos planeados, para que fosse uma apresentação à altura das expectativas e para que pudesse ser aberta à comunidade da ESHTE.

Aproveitando o fim do relatório final para escrever um pouco sobre as ideias principais do trabalho do meu grupo e para fazer alguns comentários relevantes… Gostei imenso de trabalhar com os colegas que fizeram parte do meu grupo, demo-nos todos bem como equipa e trabalhámos todos para que o nosso projeto pudesse ser implementado na prática e com sucesso. Tivemos alguns contratempos como foi com o caso da componente solidariedade já supracitada, pois tivemos desde logo imensas ideias mas nenhuma delas parecia adequar-se com a temática principal. Este problema acabou por ser ultrapassado, decidimos direcionar a solidariedade para a prisão de Caxias, onde tivemos a oportunidade de visitar o local e falar com a responsável dos serviços educativos, e onde


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enquadrámos a ideia com o facto do nosso trabalho final se relacionar com corrupção, revolta, pouca liberdade de expressão, e assim desenvolver esta componente com entretenimento prisional – tentando angariar pelos convidados baralhos de cartas, bolas de futebol, jogos tradicionais como as damas e o dominó, e coisas que em tudo se exponham com a animação e o entretenimento deste público tão especial. Em termos globais, tivemos facilidade em interligar a exposição de Rui Toscano e das suas esculturas sonoras com o trabalho desenvolvido pelo grupo: uma delas enquadrará a sigla ESHTE; o contraste entre ‘’NO’’ e ‘’YES’’, outra das suas peças – onde o político será a representação da direção e o público como representação da comunidade estudante. O político promete melhorar tudo o que está mal e dá esperança ao público (YES); o público revolta-se e sabe que promessas não passam de promessas (NO). A revolta que o público vive por estar farto de promessas que não se cumprem leva com que um anónimo destrua toda a ilusão que o político criou

como sinal de desagrado – They Say We Are Generation X, But I Say We Are Generation Fuck you!. As promessas de que a ESHTE mudará serão representadas pela acumulação de vários cartões que formarão uma parede, a mesma parede que será destruída no fim do Objeto Artístico como protesto. Ainda muito resumidamente, as personagens que entrarão no projeto serão: um representante da direção da ESHTE sob a representação de um político – Ricardo Ginja, um público revoltado e ansioso – Sandra Sobral e Miguel Gameiro, uma mulher que representará a esperança do povo com o canto a solo da canção Grândola Vila Morena – Hanne Bortels, duas raparigas que representam a ambiguidade entre a revolta e a esperança de promessas não cumpridas – Marta Entrudo e convidada externa e, por fim, um anónimo que tratará de revelar as promessas do político pela construção de uma parede em cartão e que também ele acabará por destruí-la no fim dessa mesma apresentação, e irá preso – referência à componente solidária do projeto.


“Necessitamos sempre de ambicionar alguma coisa que, alcançada, não nos torna sem ambição.” - Carlos Drummond de Andrade



Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril _ Gestão do Lazer e Animação Turística // 2013


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