Just jazz

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O JAZZ NO CINEMA Rita Ribeiro & Solange Armindo

Caldas da Rainha, 2013


2013, Caldas da Rainha Análise e Composição Musical DIRECÇÃO DA EDICÇÃO // Rita Ribeiro & Solange Armindo DIRECÇÃO ARTÍSTICA // Rita Ribeiro & Solange Armindo COORDENAÇÃO DO PROJECTO // Professor José Eduardo COMPILAÇÃO DAS ILUSTRAÇÕES // Rita Ribeiro & Solange Armindo ART DIRECTOR // Rita Ribeiro & Solange Armindo PRODUÇÃO // Rita Ribeiro & Solange Armindo TITULO ORIGINAL // O Jazz no Cinema 2013, Caldas da Rainha REVISÃO TÉCNICA // Professor José Eduardo REALIZAÇÃO DO PROJECTO // Rita Ribeiro & Solange Armindo PAGINAÇÃO // Rita Ribeiro & Solange Armindo COORDENAÇÃO EDITORIAL // Professor José Eduardo


INTRODUÇÃO O JAZZ NEW ORLEANS DIXIELAND SWING E BEBOP COOL E HARD BOP FREE E FUSION NOVA IORQUE JITTERBUG O JAZZ NO CINEMA 20’S 30’S 40’S 50’S 60’S 80’S PERSONALIDADES DO JAZZ BENNY GOODMAN BESSIE SMITH BILLIE HOLIDAY BIX B. CAB CALLAWAY DORIS DAY DUKE ELLINGTON GENE KRUPPA GLEEN MILLER HOAGY C. L. ARMSTRONG SIDNEY POTIER N. BROTHERS + INFO

7 9 12 15 16 18 20 23 25 26 28 30 32 34 35 38 41 42 44 45 47 48 51 52 53 55 56 57 58



O jazz foi e ainda é uma manifestação artístico-musical que revolucionou uma época, surgindo na cultura negra, das canções de trabalho destes, tendo sempre como base o ritmo negro. Nasceu do instrumento e não da teoria, pois o próprio instrumentista faz a sua técnica, emitindo a sua mensagem musical da maneira que melhor sente a música. O importante é o sentimento do instrumentista, enquanto na música erudita é mais importante o sentimento do compositor. Normalmente diz-se que jazz não é algo que se toca, mas como se toca; possui uma relação especial com o tempo, caracterizado pelo conceito de ritmo; diferencia-se pela espontaneidade e vitalidade na sua criação e execução instrumental (a improvisação ocupa um papel essencial); por fim, a sonoridade espelha a contribuição pessoal do instrumentista.

// 1 Saxofone 7



//2 Cidade de New Orleans

O JAZZ é uma manifestação artístico-musical, com origens nos Estados Unidos - Nova Orleães. Surgiu por volta do século XX na cultura popular das comunidades negras, desenvolvendo-se com a mistura de várias tradições musicais – em particular a afro-americana. O Jazz incorporava blue notes, chamada e resposta, improvisação e notas com swing do ragtime; os instrumentos era usados em bandas marciais e bandas de dança: metais, palhetas e bateriais, embora aceitasse todo o tipo de instrumento. Desde o inicio do seu desenvolvimento, o jazz produziu uma grande variedade de sub- géneros, sendo exemplo o dixieland (1910), o swing das Big bands (1930 e 1940), o bebop (1940), o jazz latino (1950 e 1960) e o fusion (1970 e 1980). Devido à sua divulgação mundial, o jazz adaptou-se a muitos outros estilos musicais angariando uma grande variedade melódica, harmónica e rítmica. A música negra que serviu de base para o jazz foi o blues, uma forma musical expressa em doze compassos aparecendo as alterações melódicas e antigas do jazz (intervalos de terça ou sétima menores numa tonalidade maior). A estas alterações dá-se o nome de blue note. O termo jazz não tinha uma definição concreta pois abrangia uma grande variedade de estilos; Duke Ellington dizia “tudo é musica”, porém muitos críticos diziam que Ellington não fazia jazz devido ao facto deste não poder ser orquestrado. No princípio da década de 20, Duke Ellingon mudou-se de Washington para New York e começou a desenvolver as suas capacidades como compositor e “arranger” que iriam ser a sua imagem de marca, e que o iria acompanhar durante toda a sua carreira de sucesso. Em 1740, os tambores foram proibidos no sul dos Estados Unidos forçando a comunidade negra a improvisar com outras formas de som para poderem dançar, como palmas, sapateado e o banjo, onde no inicio 9



do século XX, as danças afro-americanas entraram nos salões. A cidade de Nova Orleães teve um papel importante no desenvolvimento do jazz, pois era uma autêntica porta aberta a novos sons sendo uma fonte de desenvolvimento de novas músicas. Louis Armstrong (Pops) foi a grande figura, tocando em vários grupos como os “Hot Five” ou “Hot Seven”, com estilos de New Orleans Jazz ou Dixieland, sendo caracterizados pela improvisação colectiva (todos os músicos intervenientes improvisam dentro da estrutura harmónica da música). Inventou o scat, uma técnica muito utilizada no canto de jazz, que torna a voz num instrumento musical solista, improvisando com a voz. Nos anos 20 apareceram duas orquestras pioneiras que afectaram o futuro do jazz. Fletcher Henderson, uma primeira orquestra que reuniu uma banda e em 1923 tornou-se a primeira a aparecer no Cotton Club. Esta reuniu Coleman Hawkins e Don Redman. Algum tempo depois reuniu também Louis Armstrong que desenvolveu a orquestra e serviu de suporte à era do swing. Com a evolução do jazz, a música de dança extremamente bem arranjada tornou-se norma. Quando os músicos brancos, tal como Benny Goodman, aderiram aos arranjos dos negros, o jazz começou a entrar no período do Swing e das Big Bands. Muitas bandas negras e brancas viajaram ao longo dos E.U.A. enchendo as rádios de swing, um termo que se tornou sinónimo de jazz.

// 3 Cotton Club 11


Foi em NEW ORLEANS que o jazz nasceu e onde surgiu a importância e relevância dos grandes músicos que predominaram até à década de 30. A tradição hispano-francesa contribui para este desenvolvimento cultural/musical pois era rica numa actividade musical européia onde existiam duas populações negras diferentes. Haviam dois tipos de negros, o crioulo, de origem francesa, e o americano, de origem inglesa. Os crioulos ja tinham um comportamento mais elevado e desenvolvido que os americanos, influenciando assim a vida da cidade e fazendo surgir o jazz. A mistura de raças e diferentes actividades musicais originaram o estilo New Orleans de Jazz, caracterizado por três linhas melódicas num contraponto entre o piston, o trombone e a clarineta; tocavam três melodias distintas, correspondentes a três improvisos. O estilo de piston de New Orleans era caracterizado pela simplicidade, quase sem nenhum floreado. O trombone assegurava a ligação com as harmonias fornecidas pela acompanhamento (contrabaixo, banjo, washboard) e a clarineta costura o toque de ambos. Podemos dizer que o jazz de New Orleans era um estilo de música com uma estrutura fixa de grupo, com papéis estabelecidos para cada instrumento, onde geralmente se destacava o trompetista ou o cornetista, que tocavam a melodia com o apoio harmónico do trombone e as filgranas do clarinete, que mantinham um rítmo constante estabelecido pelo ritmo.


MISTURA DE RAÇAS ORIGINOU “ OA ESTILO NEW ORLEANS DE JAZZ

O RAGTIME foi o precursor do período do Jazz Clássico de New Orleans.Na sua origem estão as tentativas de pianistas negros que copiaram a técnica das orquestras de instrumentos metálicos, mudando o acento do tempo forte do compasso para fraco, tocando marchas e fazendo repique do ritmo da gavota. É caracterizado por uma melodia sincopada, acompanhado de um ritmo acentuado em notas graves. Consiste então num género musical que usa um efeito que pode ser aplicado a qualquer métrica; os acentos melódicos ocorrem entre as batidas métricas. Era um ritmo ouvido e dançado, apresentado e escrito por muitas subculturas diferentes. Scott Joplin, ficou conhecido como sendo o rei do rag, tendo mais de 600 composições para piano, orquestra, incluindo ragtimes, canções e valsas; não improvisava (elemento base do jazz) mas tinha um ritmo característico utilizado na improvisação do jazz. Jelly Roll Morton foi um dos percursores, foi o primeiro músico a libertar-se das normas de composição e execução do ragtime, transformando todo o material do rag, conduzindo-o ao estilo de New Orleans. Foi um excelente arranjador na sua orquestra, pois o seu arranjo e improvisação coexistiam perfeitamente. O rag de Morton abriu um caminho para o jazz; este levou a tradição do ragtime para Chicago e para a Califórnia, porém no fim da Primeira Guerra Mundial houve um declínio do ragtime, pois Joplin tornou o rag demasiado requintado e sério.

// 4 Scott Joplin 13



O DIXIELAND é um subgénero de jazz criado em 1910. O periodo de dixieland foi quando os brancos aderiram em massa à música dos negros. Dixieland era o apelido do sul dos Estados Unidos, atribuido ao jazz que se tocava em New Orleans pelos músicos brancos; o dixieland foi o último estilo que surgiu da mistura da música africana e europeia depois de 1900. New Orleans foi a cidade mais importante no surgimento do jazz, consistindo num grande porto marítimo e no lar de muitos ex-escravos que trouxeram as canções de trabalho, dando origem ao jazz. Com o desenrolar do tempo as orquestras de brancos passaram a ter músicos negros e vice-versa onde a diferença de interpretação foi sendo eliminada. No inicio, a música dos brancos era mais popular na forma de marchas, hinos e séries de danças, por exemplo, a quadrilha. Jack Laine foi o primeiro branco a obter sucesso com sua orquestra tocando a música de New Orleans; a sua orquestra lançou o jazz Dixieland, que mais tarde se difundiu pelo mundo. A Primeira Guerra Mundial deu origem ao declínio do jazz em New Orleans.

// 5 Jack Laine 15


O SWING surgiu em Nova Iorque, produzido por músicos dos estilos anteriores, consistindo num estilo de jazz muito popular na década de 30, normalmente usado em orquestras dançantes, caracterizado por uma batida menos acentuada que a do estilo tradicional, e menos complexo e rítmica que o jazz moderno. Era associado ás músicas de Big Bands; o swing era caracterizado pelos quatro compassos serem fortes e por serem batidos pelo bombo. O jazz ganhou uma enorme comercialização surgindo as danças derivadas do blues, ragtime e dixieland. O BEBOP consiste num estilo variante do swing, no qual o ritmo é marcado pelo prato da bateria e não pelo bombo; representando uma das correntes mais influentes do Jazz. Segundo alguns músicos, as melodias ágeis e velozes do estilo, assemelhavam-se ao som produzido por martelos. No swing, o baterista mantinha o pedal em movimento regular e usava os pratos e os tambores para os efeitos rítmicos. No bepop, a batida fundamental do bombo transferiu-se para os pratos superiores e o pedal deixou de ser usado. O bebop privilegiava os pequenos conjuntos, sendo exemplos, os trios, os quartetos e os solistas de grande virtuosismo.

// 6 Dança Swing


“O JAZZ GANHOU

UMA ENORME

COMERCIALIZAÇÃO

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O COOL JAZZ apareceu na década de 50 e baseia-se num estilo que mistura o swing e bebop. É caracterizado pelas inflexões do prato, porém sem o nervosismo e a agitação do bebop, sendo uma música mais tranquila. No final dos anos 40 surgiu a escola do cool jazz, devido aos músicos mais moderados se terem voltado para o aspecto lírico e brando do bebop. O principal responsável por esta mudança foi Lester Willis, excelente sax-tenor. O cool jazz invadiu rádios e filmes, mas depois for perdendo a identidade, fundindo-se na corrente geral do jazz moderno, no qual se incluiu o pianista Dave Brubeck. O HARD BOP iniciou-se como uma variação de outro estilo musical, no caso, o bop. Com o crescimento do bop, na segunda metade dos anos 40, as estruturas dos acordes, ritmos e da improvisação no jazz tornaram-se muito mais complexas. Apesar dos pioneiros serem mestres virtuosos, muito dos seguidores sacrificaram o sentimento pela precisão, emoção e pela velocidade. Quando o cool jazz emergiu, no final dos anos 40, algumas das qualidades do swing foram desestimuladas para que o jazz fosse restaurado num certo


sentido. Entretanto outros jovens músicos queriam utilizar um campo maior de emoções do que era encontrado no cool jazz, procurando colocar no jazz, elementos de spiritual e música gospel. O Hard Bop desenvolveu-se gradualmente, e na metade dos anos 50 tornou-se na linha mais moderna do mainstream do jazz. Apesar de ser baseado no bop, o hard bop tinha algumas diferenças: os ritmos eram bem ardentes, mas as melodias eram geralmente mais simples, e os instrumentistas (notadamente os saxofonistas e pianistas) tendiam a ser mais abertos a influências e os contrabaixistas começavam a ter um pouco mais de liberdade e espaço para solos. Em função dos solos serem carregados de soul, o hard bop foi apelidado de “funk” durante um período de tempo. No começo dos anos 60, o soul jazz desenvolveu-se independente do hard bop, embora os dois estilos se interligassem frequentemente. Durante a década de 60, os músicos do hard bop começaram a incorporar aspectos da música modal, permanecendo num acorde por longos períodos de tempo e da vanguarda nas suas músicas. // 7 Miles Davis, cantor Hard Bop 19


O FREE JAZZ é caracterizado pelo desaparecimento da célula rítmica básica, ou seja, o ritmo é irregular e a melodia é atonal. Tinha influência da música contemporânea produzida pelo compositor americano John Cage. São incorporados elementos musicais de diversas culturas e o ruído passa a fazer parte do som musical. Enquanto no jazz tradicional o ouvinte possuía uma série de moldes auditivos, nos quais se pautava a execução musical, no free jazz houve uma inversão. A música fica replecta de sons e efeitos eletrónicos numa liberdade total. Por outro lado, denonimado de jazz-rock, o termo FUSION foi utilizado durante anos, para abrigar outras formas musicais que eram mais relacionadas com o pop digestivo ou R&B. Seguindo a versão mais tradicional, fusion foi uma mistura da improvisação jazzística com outros ritmos, timbres e a energia do rock, agora mais direcionado e mais transcendental. Devido ao enfraquecimento do jazz, devido à disputa entre os hard boppers e os artistas do free jazz, muitos músicos começaram a olhar para o rock. A introdução de teclados eletrónicos e os pianos elétricos, sintetizadores, com a aparelhagem de efeitos sonoros atualizaram os pianistas com uma grande variedade de novos sons a serem explorados. A guitarra elétrica transformou-se numa referência, tornando-se um instrumento de solo, executando um som muito alto; o baixo acústico deu lugar a um som mais portátil, eletrónico e com formato de guitarra. Os bateristas mudaram os seus estilos, deixando de lado os ritmos de bop para se orientar para o lado do rock, dando ênfase a cada batida, com força e pulsação. // 8 - 9 John Coltrane e Rashied Ali, criadores do Free Jazz


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Nova York teve um papel especial no mundo jazzístico; não por ter sido o berço de um estilo, mas pela sua posição dominante na indústria americana de diversões. Com os seus clubes noturnos, teatros famosos e com o centro das gravadoras, absorveu o desenvolvimento de todas as fases do Jazz, a partir da Primeira Guerra Mundial, e lançou muitos ao estrelato. Embora tenha sido uma espécie de ponto de convergência para a música e músicos de todos os estilos, merece atenção o grupo do Harlem, no final dos anos 20. Surgiram líderes como Duke Ellington e o desenvolvimento do Bebop, no início da década de 40, com músicos como Dizzy Gillespie e Thelonius Monk. Tin Pan Alley é o nome dado à colecção de Nova Iorque, aos músicos e compositores que dominaram a música dos Estados Unidos no final do século 19, ínicio do século 20. O nome Tin Pan Alley referia-se a um lugar específico: West 28 Steet, entre a quinta e a sexta Avenida em Manhanttan e uma placa na calçada em 28 Street. O inicio da Tin Pan Alley é datado de 1885, quando uma variedade de editoras de música se estabeleceram em Manhattan. Diz-se que o nome se refer ao somfeito pelos pianos a tocar músicas diferentes; com o tempo este nome tornou-se famoso descrevendo a indústria da música dos EUA em geral. O termo “Tin Pan Alley” também era usado para descrever uma área dentro de uma cidade, com uma grande concentração de editoras de música ou lojas de instrumentos músicais; por exemplo, a Dinamarca Street, em West End de Londres, ficou conhecida como a “Grã-Bretanha Tin Pan Alley” devido ao grande número de lojas de música.

// 10 Duke Ellington 23



JITTERBUG é um estilo de dança bastante popular nos Estados Unidos. Está associado a outros estilos de dança de swing, tais como o Lindy Hop, Jive e Easr Coast Swing. Originou-se a partir de alcoólatras nervosos no século XX, assim acabou por tornar-se associado a dançarinos que dançavam sem controle ou conhecimento sobre dança. Em 1934, nos filmes “Call of the Bug Jitter” e “Jitterbug Party of Cab Calloway”, de Cab Calloway, acabou por popu- larizar o uso da palavra Jitterbug e criou uma forte associação entre o termo e Cab Calloway. A associação entre este estilo e o alcoól também é visível na letra da música “Call of the Bug Jitter”. Em 1944, devido ao envolvimento dos EUA na II Guerra Mundial, foi facilitada a propagação desta dança, ou seja, devido aos soldados atravessarem pelos Oceano Pacífico e Atlântico, assim o Jitterbug acabou por tornar-se numa mania em Inglaterra, adorada em França e motivo de competição em Austrália, facultando a reabertura de salões de dança que haviam fechado. Em 1957, o programa de televisão baseado em Filadélfia American Bandstand foi pego pela American Broadcasting Company e exibido nos Estados Unidos, aqui destacavam as canções populares mais atuais ao vivo pelos músicos e dançavam, Jitterbug e outros estilos de dança, em estúdio.

// 11 Dança Jitterbug 25


HALLELUJAH! é um filme da Metro Goldwyn Mayer, de 1929, dirigido por King Vidor e estrelado por Daniel L. Haynes, Nina Mae McKinney, com as músicas de Irving Berlin.Este foi um filme filmado no Estado do Tennessee e Arkansas. Hallelujah! narra a conturbada busca de um mineiro, de nome Zeke Johnson que se apaixona por uma mulher sedutora. Esta história acaba por correr mal no final, a mulher envolve-se com outro homem e Zeke a tentar alcançar o casal acaba por matar a sua mulher, voltando então para a sua família e para a mulher que o amava de verdade. Este foi um dos primeiros filmes a preto e branco e all black cast produzido num estúdio grande. Ele foi destinado para o público em geral e foi considerado um empreendimento muito arriscado pela MGM, tanto que exigiram a King Vidor para investir seu próprio ordenado na produção. Este filme foi o primeiro exito de King Vidor, o que lhe valeu uma nomeação para um Oscar de Melhor Director de filme. Em 2008, Hallelujah! foi selecionado para preservação no United States National Film Registry pela Library of Con- gress como sendo “culturalmente, historicamente ou esteticamente significante”.


BLACK TAN FANTASY é uma curta metragem, de 1929, escrita por Dudley Murphy, que expõe as ideias e pensamentos do Harlem Renaissance Movement. Contou com a composição musical dirigida por Duke Ellington e Fredi Washington a fazer este filme um bom exemplo do surgimento da cultura artística encontrada em Nova York para artistas Africano-Americanos. SAINT LOUIS BLUES é uma curta metragem de 1929, realizada por Dudley Murphy e estrelado por Bessie Smith e James P. Johnson. O filme sonoro que apresenta Bessie Smith num bar clandestino Africano-Americano da época, em que era proibido cantar o padrão de W.C. Handy, “St. Louis Blues”. É o único filme conhecido de Bessie Smith e a sua única trilha sonora de gravação não controlada pela Columbia Records.W.C. Handy foi o co-autor do filme e foi o diretor musical. St. Louis Blues é uma dramatização da música. Este filme fala de uma mulher deixada sozinha pelo seu marido. Possui uma banda que incluía James P. Johnson no piano, Thomas Morris e Joe Smith, bem como a Johnson Coro Hall com algumas harmonias emocionantes no final. O filme tem um elenco de Africano-Americano (all black cast). Bessie Smith co-estrela com o dançarino e ator Jimmy Mordecai, como o namorado, e Isabel Washington Powell, como a outra mulher. Em 2006, esta versão foi selecionado para preservação no United States National Film Registry pela Library of Con- gress como sendo “culturalmente, historicamente ou esteticamente significante”.

// 12 Daniel L. Haynes e Nina McKinney, protagonistas em Hallelujah! 27


A RHAPSODY IN BLACK AND BLUES é uma curta metragem, de 1932, realizada por Aubrey Scotto, conta com a participação de Louis Armstrong. Curta que fala de um marido que ouve jazz em vez de limpar o chão, sua mulher acha-o um grande lavador de chão com o seu esfregão, mas ele ao cair e bater com a cabeça, sonha que é o rei do Jazz, numa terra construida a partir de espuma de sabão, onde Louis Armstrong realiza “I’ll Be Glad When You’re Dead You Rascal You’ and ‘Shine”, escrito por Rod Crawford. PIE, PIE BLACKBIRD é uma curta realizada por Roy Mack, em 1932, estrelada por Nina Mae McKinney, Nicholas Brothers e Eubie Blake. Curta que foi produzida nos Estados Unidos, com a duração de onze minutos. Aqui foram produzidas boas com- posições como “Meomories of You”, “Everything I’ve Got Belongs To You” e “I’ll Be Glad When You’re Dead (You Rascal You)”. A BUNDLE OF BLUES é uma curta metragem produzida por Paramount Publix Corporation, em 1933, que conta com a participação de Duke Ellington e Ivie Anderson. Aqui, Duke Ellington e sua orquestra tocam duas composições de jazz e “Stormy Weather” - cantada por Ivy Anderson. CAB CALLOWAY’S HI-DE-HO é um curta metragem realizada por Fred Waller, em 1934, com os escritores Milton Hockey e Fred Rath. Conta com a participação de Cab Calloway, Fredi Washington e Ethel Moses. Esta curta musical de jazz tem um enredo de comédia sobre a infidelidade conjugal. JITTERBUG PARTY é uma curta metragem americana, dirigida por Cab Calloway, lançada pela Paramount Pictures, em 1935. Em 13 de Fevereiro de 2001, o filme foi relançado pela Kino


International na coleção DVD - O Melhor de Jazz e Blues. No filme, Cab Calloway e sua orquestra executar “Hotcha Razz-Ma-Tazz” e “Long About Midnight”, no Cotton Club em Harlem, em Nova York, antes de ir para uma festa em casa e sempre acompanhadas do estilo de dança Jitterbug. Conta com a participação de Cab Calloway, Cab Calloway and His Cotton Club Orchestra e Lena Horne. SYMPHONY IN BLACK é uma curta metragem dirigida por Fred Waller, em 1935, escrita por Milton Hockey e Fred Rath, estrelado por Duke Ellington, Duke Ellington’s Orchestra e Billie Holiday. Foi dirigido por Fred Waller para Adolph Zukor na Paramount Pictures e foi lançado em 1935, escrita por Milton Hockey e Fred Rath, estrelado por Duke Ellington, Duke Ellington’s Orchestra e Billie Holiday. Um dos aspectos mais interessantes desta curta-metragem é a falta de estereotipagem e representações racistas dos afro-americanos. Este filme é apresentado por Ellington como compositor que estava no mesmo nível que alguém como George Gershwin, o famoso compositor de “Rhapsody In Blue”. THE BLACK NETWORK é uma curta metragem realizada por Roy Mack em 1936. Conta com a participação de Nina Mae McKinney, Nicholas Brothers e The Washboard Serenaders. Curta que narra a história de um proprietário de uma empresa de sapatos poloneses que patrocina um programa de rádio apresentado por artistas negros. Desde que o pai de sua esposa colocou o dinheiro para ser o patrocinador, ela insiste em cantar no show. Ela continua depois de a principal estrela, a cantora Nina Mae McKinney. A mulher canta tão mal que os clientes do patrocinador abandoná-lo. Ele é forçado a engraxar sapatos nas esquinas, enquanto Nina Mae e seu namorado ganhar uma aposta em um número diário e acabam na rua fácil.

// 13 Eubie Blake

HOAGY CARMICHAEL é uma curta-metragem de 1939, aqui vemos a Orquestra de Jack Teagarden a tocar duas composições de Hoagy Carmi- chael. E, surpreendentemente Hoagy está presente. Ele canta “Washboard blues”, depois de algumas disputas entre Jack e Hoagy, Jack toca a famosa “Rockin’ Chair”. Um dos músicos que também está presente é Ernie Caceres que toca clarinete. Esta curta foi realizada por Leslie Roush e como estrela participa Jack Teagarden. 29


BALL OF FIRE é um género de comédia americana de 1941 dirigido por Howard Hawks e conta com a participação da banda de Gene Krupa e Barbara Stanwyck. Este filme é uma produção de Samuel Goldwyn Productions. A história narrada neste filme é sobre um grupo de professores que trabalham na escrita de uma enciclopédia e encontram um artista de boate que fornece todo o seu conhecimento para ajudar na escritas do grupo. O elenco inclui Oskar Homolka, SZ Sakall, Henry Travers, Richard Haydn, Dana Andrews, e Dan Duryea JAMMIN ‘THE BLUES é um curta-metragem de 1944, em que vários músicos de jazz importantes reuniram-se para uma jam session filmada. No elenco estão incluidos, Lester Young, Red Callender, Harry Edison, Marlowe Morris, Sid Catlett, Barney Kessel, Jo Jones, John Simmons, Illinois Jacquet, Marie Bryant, Archie Savage e Garland Finney. Barney Kessel é o único músico branco no filme - ele estava sentado nas sombras para sombrear sua pele e, para close-ups, as suas mãos foram tingidas com suco de frutas. O filme foi dirigido artisticamente pelo famoso fotógrafo de still Gjon Mili e por Robert Burks, e editado por Evere- tt Dodd. Em 1995, Jammin ‘the Blues foi selecionado para preservação no United States National Film Registry pela Library of Congress como sendo “culturalmente, historicamente ou esteticamente significante”. CABIN IN THE SKY é um filme americano de 1940, com música de Vernon Duke, letra de John La Touche. Filme dirigido por Albert Lewis e encenado por George Balanchine e produzido por Vincent Minelli. Elenco composto por Ethel Waters como Petunia Jackson, Dooley Wilson como “Little Joe” Jackson, Katherine Dunham como Georgia Brown, Rex Ingram como Lúcifer Junior e Todd Duncan como General do Lawd. Lena Horne como a tentadora Georgia Brown teves


o seu primeiro e único papel principal no musical MGM. Louis Armstrong também foi destaque no filme como um dos asseclas de Lúcifer Júnior, e Duke Ellington e sua orquestra têm um número musical neste filme.

// 14 Lena Horne

STORMY WEATHER é um filme americano de 1943 produzido e lançado pela 20th Century Fox. Um dos melhores musicais de Hollywood com um elenco all black cast. O título deste filme acaba por dar o nome da canção príncipal das cenas, contendo o mesmo nome. A música é baseada na vida de Bill “Bonjangles” Robinson, uma estrela musical. Bill interpreta uma personagem nomeada de “Bill Williamson”, um célebre e talentoso dançarino que retorna a casa depois de combater na Primeira Guerra Mundial e tenta seguir a carreira de artista. Neste caminho conhece Selina Rogers, interpretadopor Lena Horne, que interpreta um grande papel na história. Outros artistas importantes de destacam neste filme, tais como Cab Calloway e Fats Waller, fazendo de cameos. Nicholas Brothers também entram neste filme com um dos melhores duos de dança na carreira deles em filmes. A comediante Miller, a cantora Ada Brown e Katherine Dunham com o seu grupo de dança, também são alguns dos participantes deste filme de sucesso, com vinte números musicais. Um dos destaques musicais foi uma composição interpretada por Waller “Ain’t Misbehavin” e a banda de Cab Calloway interpretando “Jumpin’ Jive”, uma longa sequência construída em torno da canção - título “Stormy Wea- ther”, com as vozes de Lena Horne e dança de Katherine Dunham. Horne também dança vários números de dança ao lado de Robinson. Em 2001, a Stormy Weather foi selecionado para preservação no United States National Film Registry pela Library of Congress como sendo “culturalmente, historicamente ou esteticamente significante”. 31


YOUNG MAN WITH A HORN, é um filme dramático e biográfico (biopic) de 1950, baseado num romance de Dorothy Baker inspirado na vida de Bix Beiderbecke, o cornetista de jazz. O filme é estrelado por Kirk Douglas, Lauren Bacall, Doris Day e Hoagy Carmichael. Contou com a direcção de Michael Curtiz e produzido por Jerry Wald. O roteiro foi escrito por Carl Foreman e Edmund H. North. Rick Martin vê um trompete na janela de uma loja de penhores, economiza para poder comprar esse instrumento e logo aí começa a sua paixão pela música e pelo trompete. Cresce como um grande músico ao lado de Art Hazzard num clube nocturno. Após este precurso, consegue emprego em Nova Iorque onde conhece uma mulher compli- cada ,Amy, com quem casa. Mantendo sempre amizade com Art, depois de seu casamento correr mal, Rick discute com Art Hazzard e antes de poder desculpar-se, Art é atropelado e morre. Rick torna-se num alcoólatra que negli- gencia a sua música, destruíndo o seu melhor amigo, o trompete. Ele desaparece, até que um dia Smoke, colega de longa data e pianista, encontra-lo num tanque de bêbado, acabando por ajudar Rick a encontrar o amor pela música outra vez.

// 15 Lauren Bacall


THE BENNY GOODMAN STORY é um biópico, de 1955, estrelado por Steve Allen e Donna Reed, dirigido por Valentine Davies e lançado pela Uni- versal Studios. Conta com a participação de Pollack, Gene Krupa, Hampton, Ory e H. James. Benny Goodman é a inspiração deste filme, clarinetista que gravou a maioria dos solos de clarinete utilizados no filme. O filme capta vários momentos importantes na vida de Goodman, mas dizem ter sido descritos como menos detalhes do que precisava. A origem judaica de Goodman é implicitamente mencionado, apesar de desempenhar um papel nos seus esforços artísticos e pessoais ao longo de décadas. Benny é um jovem que quer aprender, é ensinado por um professor de música de chicago a tocar clarinete. Acaba por ser aconselhado pelo líder de uma banda Edward Ory a tocar o tipo de música que gosta e se sente realizado, mas para ganhar a vida com isso, sendo assim Goodman junta-se com a banda de Pollack e viaja com estes.Numa cena, a sua mãe tenta convencê-lo a ter um romance com Alice Hammond, interpretado por Donna Reed, com quem acabou por se casar. Goodman, diz ela, “Bagels e caviar não se misturam”, frase muito conhecida no filme.

// 16 Hampton 33


JAZZ ON A SUMMER’S DAY é um documentário passado em Newport Jazz Festival, em Rhode Island, em 1960, filmado e dirigido pelo fotógrafo de moda co- mercial e Bert Stern e diretor Aram Avakian, que também editou o filme. Foi escrito por Albert D’Annibale e Arnold Perl. O filme mistura imagens de água e da cidade, com os artistas e público no festival. Também possui cenas do Americans’s Cup de 1958. O filme é, em grande parte, sem diálogo ou narração. O filme apresenta performances de Jimmy Giuffre, Thelonious Monk, Sonny Stitt, Anita O’Day, Dinah Washington, Gerry Mulligan, Chuck Berry, Louis Armstrong e Jack Teagarden. Este documentário contou com grandes performances, com o grande final de Mahalia Jackson, que aparece depois da meia noite no palco e realiza “The Lord’s Prayer”. Em 1999, o filme foi selecionado para preservação no United States National Film Registry pela Library of Congress como sendo “culturalmente, historicamente ou esteticamente significante”. PARIS BLUES é filmado em Paris, este é um filme americano, estrelado por Sidney Poitier, como músico de jazz expatriado. Eddie Cook e Paul Newman também participam neste elenco de músicos, como trompetistas em Ram Bowen, em 1961. Filme reali- zado por Martin Ritt, música de Duke Ellington e participação de Louis Armstrong. Este filme narra a história de duas turistas americanas, Connie Lampson - Diahann Carroll - e Lillian Corning - Joan- ne Woodward, que acabam por apaixonar-se em Paris, por Paul Newman e Eddie Cooker. O filme também lida com o racismo americano da época. O filme também apresenta o trompetista Louis Armstrong como Wild Man Moore, que conhece o trompetista príncipal desta história romanciada.


ROUND MIDNIGHT é um filme de drama musical 1986 americo-francês dirigido por Bertrand Tavernier e escrito por Tavernier e David Rayfiel. É estrelado por Dexter Gordon, François Cluzet, Gabrielle Haker e Herbie Hancock. Ele conta a história de um americano tenor saxofonista africano em Paris na década de 1950, que faz amizade com um designer francês de sucesso que idolatra o músico e que tenta desesperadamente ajudá-lo a escapar do abuso de álcool. O protagonista jazzman “, Dale Turner”, foi baseado em um composto de vida real jazz lendas Lester Young (sax tenor) e os torturados e enigmático Bud Powell (piano). O filme é um retrato melancólico e trágico que capta jazz em Paris nos anos 1950. Dexter Gordon foi indicado para o Oscar de Melhor Ator em um papel principal e ganhou um Grammy para a trilha sonora do filme, intitulado “The Other Side of Round Midnight” na categoria de Melhor Performance de Jazz Instrumental, Solista. Herbie Hancock ganhou o Oscar de Melhor Música, Trilha Sonora Original. A trilha sonora foi lançada em duas partes: “Round Midnight” e “The Other Side of Round Midnight”.

// 17 - 18 Herbie Hancock Mahalia Jackson 35



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Louis Daniel Armstrong nasceu em 1901 em New Orleans e faleceu em 1971 em Nova Iorque. Foi um cantor, compositor, instrumentista, escritor, letrista, arranjador, produtor musical, maestro e activista político, considerado “a personificação do jazz”. Armstrong é famoso tanto como cantor quanto como solista, com o seu trompete. Nasceu numa família muito pobre, passando a sua juventude num bairro de New Orleans. Entrava à socapa em bares de música perto da sua casa para ouvir e ver os cantores. Olhava para a sua juventude como o pior momento da sua vida, inspirando-se nela nas suas músicas; conseguiu comprar um trompete com dinheiro emprestado formando um quarteto que tocava na rua para ganhar algum dinheiro, começando-se a meter em sarilhos. Desenvolveu a sua maneira de tocar trompete na banda “New Orleans Home for Colored Waifs”; passado algum tempo desenvolveu a sua eduação musical com o professor Peter Davis. Durante as suas experiências de “Riverboat”, a sua música começou a amadurecer. Aos vinte anos, já conseguia ler partituras e começou a tocar grandes e prolongados solos de trompete, sendo um dos primeiros Jazzistas a fazê-lo e introduzindo a sua personalidade e estilo nos seus solo. Acabara de aprender como criar um som único, e começara a cantar nas suas performances. Em 1922, Armstrong

foi para Chicago, por convite de Joe “King” Oliver, para se juntar à sua “Creole Jazz Band” onde ganhava o suficiente sem ter de actuar nos velhos clubes nocturnos. Chicago, a cidade do vento, estava povoada de muitos negros, que após trabalharem nas fábricas, tinham algum dinheiro para gastar numa ida ao bar. Nos seus primeiros anos, Armstrong foi mais conhecido por tocar corneta e trompete, na qual a música mais conhecida foi os “Hot Five” e “Hot Seven”. Ainda hoje ele é conhecido por isso. Resta dizer que Armstrong foi fortemente influenciado por Martin Luther King no tipo de músicas que ele tocava e nas letras, que eram algumas vezes acerca do racismo e da necessidade, da altura, de acabar com este.

// 29 Louis Armstrong 39


Bix Beiderbecke nasceu em 1903 e faleceu em 1931. Foi um cornetista e pianista de jaz dos EUA. Juntamente com Louis Armstrong foi um dos solistas de jazz mais influentes na década de 20. Possuia uma caracteristica forma de tocar, sendo “Singin’ the Blues” e “i’m Coming, Virginia” uma rara pureza de timbre e jeito para a improvisação. Estas ajudaram-no a desenvolver a balada no jazz, criando raízes para o cool jazz na década de 50. “In a Mist” foi uma música marcada pelas suas composições para piano, sendo a única que ele gravou, juntando influências clássicas com o jazz sincopado. Beiderbecke aprendeu a tocar corneta “de ouvido”, o que o levou a adoptar uma maneira de tocar diferente, não-académica, que alguns críticos musicais atribuem ao seu som original. Começou por tocar com um grupo de jazz, em 1924, passando, de seguida, por pouco tempo, para a Orquestra de , de Jean Goldkette, de Detroit, antes de se juntar a Trumbauer, para um longo conjunto de concertos na Arcadia Ballroom em . A sua morte trouxe-lhe a fama, tornando-o numa lenda do jazz.

// 22 Bix Beiderbecke


Nicholas Brothers eram uma famosa equipa de irmãos afro-americanos que dançavam - Fayard (1914-2006) e Harold (1921-2000). Possuíam uma técnica acrobática, com um grande nível de inovações ousadas, sendo considerados os maiores sapareadores de todos os tempos. Tornaram-se estrelas do circuito de jazz durante o auge do Renascimento do Harlem passando a ter uma carreira de sucesso no palco, cinema e televisão na década de 90.

// 31 Nicholas Brothers 41


Cabell “Cab” Calloway nasceu em 1907 em Nova York e faleceu em 1994, em Delaware. Foi um famoso cantor norte-americano de jazz, e líder de uma banda. Nasceu numa familia de classe média, em Nova York. Em 1931, gravou “Minnie the Moocher”, que mais tarde apareceu no desenho da Betty Boop, assim como nas músicas “St James Infirmary Blues” e “The Old Man of the Mountain”, ambas cantadas por Cab. Tinha um estilo enérgico de cantar e liderou uma das mais famosas big bands dos EUA, no começo de 1930 até ao final de 1940. A sua orquestra contava com instrumentistas incluindo os trompetistas Dizzy Gillespie e Adolphus “Dox” Cheatham, os saxofonistas Ben Webster e Leon “Chu” Berry, o violonista de New Orleans, Danny Baker e por fim, o baixista, Milt Hilton. Calloway gravou vários filmes, onde se mostra um óptimo cantor e actor, como também um excelente dançarino, misturando sapateado com passos que remetiam à dança de rua popularizada nos anos 70. Continuou a actuar até à sua morte em 1994.

// 23 Cab Calloway


Carmichael nasceu em 1899 e faleceu em 1981. Foi um compositor americano, pianista, cantor, actor e bandleader. Foi conhecido por compor a música “Stardust”, “Georgia on my mind” e “Heart and Soul”, três das canções mais gravadas de todos os tempos. Alec Wilder, compositor e autor norte-americano escreveu sobre Carmichael dizendo que este era “o mais talentoso, inventivo, sofisticado e orientador de jazz” das centenas de escritores que compõem canções pop do inicio do século XX. Entrou em vários filmes, sendo exemplos, Night Song e Young Man with a Horn. Carmichael escreveu duas autobiografias: The Stardust Estrada (1946) e Às vezes me pergunto (1965). Dick Sudhalter publicou a primeira biografia completa de Carmichael, Stardust Melody: The Life and Music of Hoagy Carmichael, em 2002. Em 1986, a família Carmichael doou os seus arquivos, piano, e recordações da sua alma àUniversidade de Indiana, que estabeleceu uma Coleção Hoagy Carmichael nos seus arquivos de música tradicional.

// 28 Hoagy Carmichael 43



Doris Mary Ann von Kappelhoff, nasceu em 1924, e foi uma das cantora e das actrizes mais populares nas décadas de 50 e 60. Como actriz e cantora “promoveu-se” em “Calamity Jane”, no qual para além de representar uma personagem cantou “Secret Love” (recebeu um Óscar de melhor canção). Foi uma das comediantes mais simpáticas e das cantoras de voz mais agradável da fase áurea de Hollywood. Ficou marcada como uma mulher independente, espevitada e “virgem” devido aos seus filmes ingénuos e passageiros. A virgindade é suspeita, pois ela estreou-se após dois casamentos. Nos anos 60 começou a fazer sucesso em comédias românticas co-estreladas por Rock Hudson. O seu papel mais frequente era o de “menina ingénua sexy” que vivia assediada por homens que usavam várias maneiras para a conquistar. Foi casada quatro vezes e teve um filho que faleceu em 2004. Desde a sua morte, Doris começou a levar uma vida solitária, dedicando-se apenas à proteção de animais.

// 24 Doris Day 45


Edward Kennedy “Duke” Ellington, nasceu em 1899 e faleceu em 1974. Foi um compositor de jazz, pianista e líder de orquestra eternizado pela alcunha “The Duke” e distinguido com a Presidential Medal of Freedom em 1969 e com a Legião de Honra, em 1973, sendo ambas as distinções mais elevadas que um civil pode receber. Foi o primeiro músico de jazz a entrar para a Academia Real de Música de Estocolmo e foi honoris (causa nas mais importantes universidades do mundo). A música de Duke Ellington foi uma das maiores influências no jazz desde a década de 1920 até à de 1960. Ainda hoje as suas obras têm influência e é, por isso, considerado o maior compositor de jazz americano de todos os tempos. Entre os seus muitos êxitos encontram-se “Take the A Train” (letra e música por Billy Strayhorn), “Satin Doll”, “Rockin’ in Rhythm”, “Mood Indigo”, “Caravan”, “Sophisticated Lady”, e “It Don’t Mean a Thing (If It Ain’t Got that Swing)”. Durante os anos 20 e 30, Ellington partilhava frequentemente os seus créditos de compositor com seu manager Irving Mills, até que no final dos anos 30 desentenderam-se. Billy Strayhorn passou a ser o colaborador de Ellington (nem sempre creditado como tal) desde 1940 até à sua morte nos anos 70.

// 25 Duke Ellington


DOIS TIPOS “HÁ DE MÚSICA:

A BOA E A MÁ. GOSTO DE AMBAS.

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Benny Goodman nasceu em 1909 e faleceu em 1986. Foi um clarinetista e músico de jazz conhecido como o “rei do swing”, “patriarca da clarineta”, “o professor” e por “mestre do swing”. Quando Benny tinha 10 anos o seu pai inscreveu-o a ele e aos seus dois irmãos mais velhos para terem aulas de música e no ano seguinte ele ingressou na banda da casa de caridade de Jane Addams, onde recebeu aulas de James Sylvester. Teve também dois anos de aprendizagem com o professor de clarinetas, Franz Schoepp. Aos 16 anos uniu-se à banda de Ben Pollack, com as suas primeiras gravações em 1926; aos 20 anos abandou Pollack e foi para Nova Iorque onde trabalhou como músico independente, trabalhando em sessões de gravações, alcançando grandes êxitos como, He’s not Worth Your Tears em 1931. Agenciou-se com a Columbia Records em 1934 e alcançou o top ten com Ain’t Cha Glad?. Todos os seus êxitos o fizeram organizar uma orquestra permanente, sendo o seu primeiro concerto a 1 de junho de 1934. O ponto mais alto da sua carreira foi em 1938 quando deu um concerto em Carnegie Hall, conseguindo nesse ano vários sucessos como, Don’t Be That Way, i Let a Song Go out of My Heart, e Sing, Sing, Sing. Terminou a sua orquestra em 1944; apareceu no filme Sweet and Low-Down e mais tarde reorganizou a sua orquestra, produzindo vários êxitos. Em 1949 voltou a terminar a sua orquestra.

// 19 Benny Goodman


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Billie Holiday nasceu em 1915 e falecu em 1959. Era mais conhecida como Lady Day e foi considerada a maior de todas as cantoras de jazz. Quando nasceu os seus pais eram adolescentes, no qual o seu pai abandonou a familia quando Billie era bebé, tendo uma infância bastante dificil. Criança pobre e negra, passou por grandes sofrimentos ao longo da sua vida; aos 14 anos caiu na prostituição. A sua vida como cantora começou em 1930; entrou num bar do Harlem, oferecendo-se como bailarina, mostrando ser um desastre. Porém o pianista perguntou-lhe se sabia cantar e daqui saiu um emprego fixo. Nunca teve educação muscial, a sua aprendizagem desenvolveu-se ouvindo Bessie Smith e Louis Armstrong. Depois de três anos a cantar atraiu a atenção de John Hammond, gravando o seu primeiro disco, com a big band de Benny Goodman. Foi aqui o inicio da sua carreira, começando a cantar em casas nocturnas de Harlem. Foi das primeiras negras a cantar com uma banda de brancos numa época de segregação racial nos EUA, em 1930. Consagrou-se apresentando-se com as orquestras de Duke Ellington, Teddy Wilson, Count Basie e Artie Shaw, ao lado de Louis Armstrong. Billie Holiday foi das cantoras de jazz mais comoventes da sua época, devido à sua voz etérea, fléxivel e rouca, à sensualidade da sua voz, expressando uma íncrivel emoção, aproximando-se do estilo de Lester Young. A partir de 1940 passou por momentos de depressão, sucumbindo-se ao alcoól e à droga, afetando a sua voz. Morreu por overdose de drogas.

// 21 Billy Holiday


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Krupa nasceu em 1909, em Chicago, e faleceu em 1973, em Nova Iorque. Foi um baterista de jazz influente e compositor estadunidense, famoso pelo seu estilo energético e extravagante. Foi professor de Peter Criss (ex-baterista do KISS). Os seus pais eram bastante católicos preparando Krupa para o sacerdócio, passando por várias escolas paroquiais. Começou a tocar profissionalmente em 1920, em bandas de Wisconsin. Foi escolhido para se tornar membro da “Thelma Terry e os seus Playboys”, a primeira banda notável de jazz americano a ser liderado por um músico do sexo feminino. Fez as suas primeiras gravações em 1924, com uma banda, sob a liderança de Eddie Condon e Red McKenzie.

// 26 Gene Krupa 53


Alton Gleen Miller nasceu em 1904 e morreu em 1944. Foi um músico jazz na era do swing, sendo um dos artistas com mais vendas entre 1939 e 1942, liderando uma das mais famosas big bands. Em 1926 tornou-se num trombonista profissional na banda de Ben Pollack, e por volta de 1930 já era conhecido como um músico independente em Nova Iorque. Mais tarde tornou-se num organizador de orquestras, tentando formar a sua própria orquestra em 1937, acabando por o conseguir no ano seguinte. No fim de 1939 era um director famoso de orquestra ligeira; ingressou no exército americano durante a Segunda Guerra Mundial sendo promovido mais tarde a major e a director da banda da força aérea do Exército dos Estados Unidos na Europa. Ao voar de Inglaterra para Paris desapareceu. Após sua morte, a Gleen Miller Orchestra foi reconstituída sob a direção de Tex Beneke, saxofonista, cantor e um dos amigos mais próximos de Miller. Anos depois a família de Miller, tendo seguido caminhos distintos de Beneke, contratou Ray McKinley (baterista da banda da Força Aérea do Exército dos Estados Unidos liderada por Miller) para organizar uma nova “banda fantasma” em 1956, banda esta que continua a se apresentar até os dias de hoje.

// 27 Gleen Miller


Sidney Poitier, nasceu em 1927. Era um ator estadunidense. Poitier cresceu em Cat Island, nas Bahamas. Em 1963 fez história tornando-se o primeiro ator negro da história a receber o prémio Oscar de melhor ator principal por sua performance no drama Uma Voz nas Sombras (Lilies of the Field) em 1963. Em 2002 tornou-se o primeiro artista negro a receber um Oscar honorário pelo conjunto da obra. É pai da também atriz Sydney Tamiia Poitier. Sidney Poitier é o único ator que venceu por três vezes o Urso de Prata no tradicional Festival de Berlim.

// 30 Vernon Duke 55



Bessie Smith nasceu em 1894, em Tennessee, e faleceu em 1937, em Mississipi. Foi uma cantora de Blues norte-americana. Foi denominada por “a imperatriz do blues”, sendo a mais popular cantora de blues das décadas de 20 e 30 do século XX, considerada como uma das maiores cantoras da sua época, juntamente com Louis Armstrong, uma referência e influência sobre os vocalistas de jazz. Bessie, para ganhar dinheiro para a sua familia, começou a apresentar-se nas ruas com o seu irmão, a cantar e a dançar e ele a tocar violão. No inicio de 1920, ela estrelou com Sidney Bechet em “How Come?”, uma peça musical que chegou à Broadway; apresentou-se em teatros negros durante vários anos, porém após um desentendimento com o produtor de “How Come?” foi substituída e voltou para Filadélfia, onde residia. Conheceu Jack Gee e apaixonou-se, casando-se em 1923, exactamente quando as suas primeiras gravações foram lançadas pela Columbia Records. Durante o casamento transformouse na atração principal no circuito de teatros negros, apresentando um espectáculo com mais de 40 artistas, fazendo dela a que melhor recebia na sua época. Em 1913, começou a criar o seu próprio espectáculo no teatro 81 em Atlanta. A indústria fonográfica nunca se tinha direccionado para o público afro-americano, contudo agora havia uma procura por cantores de blues.

Smith foi contratada pela Columbia Records em 1923, quando a gravadora decidiu estabelecer várias gravações raciais. Alcançou um grande sucesso com o seu primeiro lançamento, uma mistura de “Gulf Coast Blues” e “Downhearted Blues”. Transformou- se na artista negra mais bem paga da sua época, sendo apelidada por “Rainha do Blues” pela Columbia; a PR-minded passou o título para “imperadora”. Fez cerca de 160 gravações para a Columbia, muitas vezes acompanhada pelos melhores músicos da sua época, como Louis Armstrong, James P. Johnson, Joe Smith, Charlie Green, e Fletcher Henderson. A sua carreira foi interrompida pela Grande Depressão e com a chegada do cinema sonoro, o que significou o fim do Vaudeville, porém Bettie continuou a fazer turnés e a cantar em clubes. Estrelou-se na curta metragem “St. Louis Blues”, dirigido por Dudley Murphy, filmado em Nova Iorque; uma atmosfera musical diferente de qualquer outra encontrada nas suas gravações.

// 20 Bessie Smith 57


BIOPIC consiste num filme biográfico baseado na vida de alguém famoso. CAMEO serve para apreviar o termo de “participação especial”, este significa que é uma breve aparição ou parte da voz de uma pessoa conhecida numa obra de artes do espectáculo, geralmente anônimas ou aparece como o indivíduo real. Estes papéis são geralmente pequenos, muitos deles não têm falas, ou são pessoas de renome que fazem aparições que não são creditadas. CARNEGIE HALL é uma sala de concertos no centro de Manhattan, em Nova York, nos Estados Unidos. Em 1891, esta sala foi projetada pelo arquiteto William Burnet Tuthill e construído pelo filantropo Andrew Carnegie. É um dos locais mais prestigiados do mundo, tanto para música clássica como para a música popular. Carnegie Hall tem a sua própria programação artística, desenvolvimento e departamentos de marketing, e apresenta cerca de 250 apresentações a cada temporada. CHARLES PARKER foi um saxofonista estado-unidense de jazz e compositor. No início da sua carreira Parker foi apelidado de Yardbird; esse apelido mais tarde foi encurtado para Bird e permaneceu como o apelido de Parker para o resto da sua vida. A sua vida foi retratada no filme Bird, um biopic sobre Charles Parker, produzido por Clint Eastwood. O filme é constituído por uma montagem de cenas da vida deste, apartir da sua infância em Kansas City até à sua morte prematura. O som considerado DIEGÉTICO é aquele cuja fonte de onde provém está visível, por exemplo, pela acção do filme, ou seja, as vozes das personagens, sons produzidos por objetos na história, música representada vinda de instrumen- tos, será, portanto, qualquer som apresentado como se originou a partir de alguma fonte que está visível.


LESTER YOUNG foi um saxofonista-tenor norte-americano. Lester, cuja alcunha era “Prez”. Cresceu numa família de músicos de relevo. MAHALIA JACKSON foi uma das principais cantoras gospel dos Estados Unidos no século 20. Mahalia começou sua carreira cantando em corais Gospel, estilo musical que a acompanhou por toda a carreira. O som NÃO DIEGÉTICO será aquele que não é visível pela acção do filme, tal como os comentários do narrador, efeitos de som que é adicionado para criar um ambiente dramático ou de terror, música de humor, etc. O som não diegético será representado como proveniente da fonte fora do espaço visível. A distinção entre o som diegético ou não diegético depende da nossa compreensão das convenções do filme vendo e ouvindo. White Anglo-Saxon Protestant (WASP) é um termo informal, dirigido para um grupo fechado de norte-americanos em sua maioria de ascendência protestante inglesa de classe alta. Este termo não descreve todos os protestantes de fundo Inglês, mas sim um pequeno grupo restrito, cuja riqueza da família e conexões de elite permitir-lhes um grau de privilégio que poucas outras. Foi dito por muitos que esta foi uma das sociedades mais agressivas, podero- sas e arrogantes no mundo. VERNON DUKE nasceu em 1903, e faleceu em 1969. Era conhecido como Vernon Duke, sendo um compositor russo que viveu nos Estados Unidos, conhecido pelas suas canções e a sua música para cinema e teatro. Foi activo entre 1930 e 1940. Duke é lembrado por ter sido o autor de algumas das mais famosas canções da Broadway. Escreveu a letra da música do famoso “Autumn in New York”.

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