Mario Testino

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MARIO TESTINO MICHELLE OKUMURA


MARIO TESTINO_intro Em 1954 nascia Mario Testino em Lima, Peru. Nascido em família de classe media-alta de descendência irlandesa e italiana, estudou no Colégio Santa Maria quando pequeno para mais tarde experimentar diversos cursos na faculdade. Após fazer dois anos de Direito na Pontifícia Universidade Católica do Peru, um ano de Economia na Universidade do Pacífico e ainda Relações Internacionais na Universidade de San Diego nos Estados Unidos, Mario Testino decidiu mudar-se para Londres em 1976. Aos vinde e dois anos entrou para um curso de fotografia seguindo o conselho de uma amiga, uma vez que tinha perdido o emprego e precisava de um trabalho para manter o visto europeu. Após três meses de aula, a morte de seu prof. fez com que Testino virasse autodidata. Desde sua adolescência já se vestia como modelo e acabou entrando no ramo da moda como especialização. Sua carreira como fotógrafo começou na realização de portfólios para modelos que precisavam de retratos para se auto promover. Cobrando apenas £25 libras, cuidava também do cabelo e da maquiagem. O serviço completo não demorou para chamar a atenção de uma agência de modelos que o chamou para trabalhar. A partir dai, Testino partiu para as grandes revistas de moda inglesa, onde teve a oportunidade de mostrar seu trabalho. Atualmente Mario já fotgrafou pessoas como Madonna, Cameron Diaz, Julia Roberts, Príncipe Harry, Kate Moss e até mesmo a Princesa Diana. Conhecido pela sua criatividade e ousadia, hoje é um dos nomes de maior peso no mundo da moda pelo seu olhar imaginativo. Após se consagrar como fotógrafo, hoje mostra seus talentos como editor de livros e como curador de exposições.

“Eu danço, me jogo, faço graça. Passo até ridículo para que a outra pessoa perceba que não precisa ser perfeita”


MARIO TESTINO_estilo Mario Testino é famoso por atuar em duas áreas na fotografia: retratos e fotografia de moda. Seu estilo conhecido como o realismo luxuoso é percebido pela sensualidade sutil sem ser vulgar, pois Mario gosta de trabalhar com pessoas que ele acha que tem algo a oferecer. As fotos de Testino são famosas pela experimentação de ambientes criado pelo fotógrafo, mesmo sendo coloridas, branco e preto, com homem, mulheres, dentro de estúdios, na luz do dia, sem luz ou com flash. Essa diversidade de trabalhos fez com ele se mantesse no mundo da moda e se ajustasse a necessidade de seus clientes.

“O segredo é a composição, a cor, a pessoa que deve ser interessante ou então linda, e que o conjunto entre roupa, locação, luz e energia comunique a idéia e a mensagem desejada.”

Ele prefere a luz do dia e nos seus dez primeiros anos de carreira era a único jeito dele fotografar, mas ao fazer fotos no inverno ele começou a experimentar, porém demorou para gostar de algum trabalho que fosse feito com luz artificial. Atualmente ele diz que o melhor é misturar as duas luzes e trabalhar com resultados diferentes e como não possui tanto conhecimento técnico, Testino procura trabalhar com assistentes que saibam manusear esse tipo de equipamento. As fotos são totalmente planejadas com antecedência, assim há tempo de alugar todo o material, pois sua equipe não carrega nada. Para Mario, uma boa fotografia de moda é algo que faz as pessoas pensarem que querem se parecer com aquilo e ir comprar o que foi exposto.


Testino gosta de pensar em seu trabalho não apenas como fotografias e sim como uma marca que mistura elegância, moda e sexo, tentando parecer como se fosse algo natural que não gera esforço algum. O mundo de Testino não demonstra vulnerabilidade, preocupações, neuroses e conflito, porque ele edita o mundo que ele quer apresentar. Essa visão hedonista de Testino abriu portas para revistas como a Vogue. Testino não se considera um fotógrafo artístico e sim documentarista, pois basicamente expõe as pessoas de um ponto de vista que elas já tem acrescentando um toque de glamour, de beleza. Mario também é creditado por trazer o fim o do ubermodel, o qual um se baseia no modelo que disponibiliza sua imagem para ser fotografada e assim o objetivo não é a pessoa em si nem a sua personalidade, mas sim a imagem criada pelo fotoógrafo, pois ao invés de sucumbir as exigências das modelos do começo dos anos 90, Testino preferiu ir atrás de personalidades como Kate Moss e Gisele Bündchen, suas musas. No começo dos anos 90, a visão latina de Testino não se enquadrava muito bem no cenário grunge que estava acontecendo na época, pois era muito sexy e tudo era

muito perfeito para o que as pessoas queriam. Com o passar do tempo, o senso de Testino se adaptou e ele aprendeu a lidar com isso sem perder as cores e a tentativa de recriar os dias vividos em sua juventude nas festas em Lima. Na América do Sul a beleza e a sensualidade ditam um estilo de vida e para Testino o ramo de moda sempre lhe pareceu fácil, pois mostra o glamour com a excelente visão de mercado do fotógrafo. O olhar latino nos faz perceber o voyerismo de Mario, pois em suas foto é possível perceber a vida que ele deseja transmitir nos bronzeados, nos sapatos e no mundo de poder uma energia que faz com que todas as suas fotos sejam muito “vivas”. A marca de Testino em suas fotos pode ser percebida pelo dom de extrair a beleza e espontaneidade cuidadosamente planejada em suas modelos. Mario Testino é o contrário do contemporâneo e não é vanguardista, porém suas fotos bem focadas ainda levam um ar de contemporaneidade, modernidade e sofisticação, fazendo com que as modelos com quem trabalha pareçam pessoas reais com identidade própria misturando o dia-a-dia com jóias caras e móveis clássicos criando um cenário luxuoso.


MARIO TESTINO_moda

Fotografia de moda se baseia em mostrar as pessoas através das fotos, assim como o que os estilistas estão fazendo em uma estação particular em termos de roupas e tendências. Essas fotos podem ser feitas para uma revista onde a coleção será exibida para a próxima estação ou como propaganda para mostrar o que será vendido. Se é feito para uma revista chama-se editorial e para um estilista ou uma marca se chama propaganda, mas Mario prefere trabalhar com campanhas por poder exercitar sua ousadia. Testino escolhe suas modelos de acordo com o que o estilista ou a revista quer demonstrar com as suas roupas. Elas podem ser de qualquer lugar do mundo e elas vão até onde ele estiver. Mario acredita que o seu trabalho como fotógrafo consiste em escolher, já que trabalha junto com o editor

e os dois escolhem a melhor foto, assim como modelos, roupas, cabelos e maquiagem. Nesse ramo é comum que os fotógrafos tratem as modelos como se não fossem pessoas e para Testino esse é a maior falha de uma foto, pois acabam não conseguindo captar a essência por não conhecer a modelo direito já que cada uma deve interpretar um papel na hora de tirar a foto. Testino gosta de estar envolvido em todo o processo, pois sua agência já faz uma pré-seleção das modelos para certo trabalho e ele escolhe a final. Durante um ensaio fotográfico a equipe de Testino é feita de vinte a cinqüenta pessoas e, como ele gosta de trabalhar em grupo, dependendo da produção pode chegar a setenta.


Na hora de tirar a foto ele quer que esta esteja mais próxima do resultado final possível para que as modelos possam olhar na hora para o monitor e já ver o resultado final. Em seu trabalho o tratamento de imagem é feito apenas para retoques sendo o mais comum o ajuste de cores Com uma linguagem simples e sofisticada, se tornou respeitado pelos mais poderosos editores de moda construindo uma carreira diferenciada e atualmente, Mario trabalha para a Vogue Americana, Francesa e Britânica, Vanity Fair, V e V Man. Ele trabalha pelo mundo todo, mas os clientes principais são italianos, americanos e ingleses. As Vogues americanas vendem 1.2milhões de copias e por isso a capa deve ser compreendida facilmente. Já a Vogue britânica é mais seleta e não deve ter a capa tão comercial, pois os ingleses exigem humor e é exatamente o trabalho de Testino encontrar o que cada uma quer. Com produções caríssimas, Testino gostar de pensar que faz a diferença, afinal para bancar seu trabalho não é barato e assim se esforça ao máximo para que seu trabalho seja rentável. Usando pessoas no fundo e dando destaque para a modelo central recriando uma festa, o mundo da moda encontrou nessa visão de Testino uma maneira de se manter enérgica trabalhando a provocação com simplicidade e inteligência. O estilo natural que sempre busca o exótico o consagrou como ambientador. Conhecido também como caça talentos, Mario foi quem descobriu Gisele Bündchen, a qual o reconhece como padrinho de modelo.


MARIO TESTINO_kate_moss

“Para mim a beleza não é só uma coisa física. A beleza física cansa. Quando você olha para uma menina bonita, depois de um tempo, como acontece com qualquer coisa bonita, você se cansa por não 
ter outras coisas ali. Kate vem com muito bom humor, bom gosto, criatividade, novidade. Ela vira outra coisa. As pessoas esquecem que os fotógrafos têm de viver com essas modelos todos os dias. E, se elas não são interessantes, simpáticas, divertidas, fica muito chato.”

Kate Moss também é conhecida como a musa de Mario Testino, formando uma parceria de longa data e um extenso portfolio.


MARIO TESTINO_retratos Um bom retrato de acordo com Mario Testino é quando você consegue capturar algo da pessoa que está posando que ninguém mais conseguiria sentir, pois com o retrato você tem que trabalhar com a pessoa, sua personalidade e sua opinião, já na fotografia de moda você pode transformar as pessoas em qualquer coisa, uma vez que a pessoa que a modelo representa não existe. Testino tenta em seus retratos a captação de uma atmosfera criada antes de bater a foto, pois acredita que ele deve tirar algo da pessoa que jamais foi visto para tornar seu trabalho interessante e espera até que a pessoa esteja confortável o suficiente para dar o melhor de si. Quando alguém procura um retrato de Testino, elas vão ao estúdio para tirar uma foto delas, mas para ele a foto deve conter algo que traga sua identidade, transformando-a na verdade em uma foto sua. No começo de sua carreira, Testino se sentia intimidado ao fazer retratos, pois temia não conseguir captar a essência da pessoa fotografada, mas em 1997 quando fotografou a Princesa Diana, isso mudou. Ao fotografar a Princesa Diana para a Vanity Vair, Testino começou a ter seu trabalho reconhecido por dar ao mundo uma versão da Princesa nunca vista antes: fora da corte, sem jóias, sem cerimônia, apenas Diana e sua espontaneidade.


“Achava muito mais interessante estar em privado com uma princesa do que estar na corte O retrato se tornou mundialmente conhecido e foi tirado apenas três semanas antes da morte de Diana. Para Mario, esse foi um dos seus trabalhos mais importantes por demonstrar com clareza qual era a sua marca e poder fotografar a pessoa que ele ainda considera a mais fascinante de todas que já fotografou. Testino ainda se tornou fotografo da Família Real, escolhido pelos Príncipes William e Harry. Em 2002, quando a Royal Academy exibiu seus retratos a indústria da moda compreendeu que as celebridades clicadas por Testino pareciam alcançáveis de um jeito nunca visto antes, o que foi demonstrado com maestria no retrato da Princesa Diana. Em 2003, ele publicou Retratos para acompanhar sua exposição na National Portrait Galler e em 2005, sua exposição de fotos de Diana, Diana: A Princesa de Gales, teve início no Palácio de Kensington. Atualmente o retrato da Princesa foi leiloado para arrecadar fundos para as vitimas do terremoto que destruiu o Peru recentemente.


MARIO TESTINO_rio_de_janeiro Mario Testino possui um grande fascínio pelo Rio de Janeiro, tanto que se intitula carioca. Aos 14 anos foi pela primeira vez para o Rio e desde então sempre que pode vai para a Cidade Maravilhosa a fim de lazer. Já utilizou a cidade como locação diversas vezes e recebeu a Medalha Tiradentes que é concedida a personalidades que se destacam nas suas profissões e que contribuem de alguma forma para o Brasil. Em seu mais novo Livro, MaRIO DE JANEIRO Testino, ele reúne fotos das belezas naturais da cidade e quem desfila pelas praias cariocas.

“Estava de férias e ao chegar a minha casa de praia não podia acreditar no que via. Toda aquela gente, tão despreocupadamente sensual.” “Os ingleses são livres na cabeça, mas os brasileiros são livres com seus corpos como buscam prazer em tudo, fazem as coisas como se aquele fosse seu último dia.”



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