Seduzindo o Cowboy Taylor fugiu de Nebraska com seu melhor amigo, escapando de um monstro e de uma vida que não desejava ao seu pior inimigo. Depois de se estabelecer em Bear County, Taylor encontra um homem que é encantador, com um sentido de humor que Taylor nunca viu antes. Quando Sam convida Taylor para assistir um filme, Taylor não tem certeza se está pronto para enfrentar as aguas do namoro. Sam vê um anjo gótico na mercearia. Ele convidou Taylor para assistir um filme. Quanto mais tempo os dois passam juntos, mais Sam tem certeza que Taylor é o seu companheiro. Porem ganhar o coração de Taylor não vai ser fácil. Não quando o jovem foi obviamente ferido. Quando Sam precisa sair em uma missão, será que Taylor vai esperalo. Será que ele vai poder ajudar a salvar Taylor de seu pior pesadelo? Sam poderá curar a alma ferida de Taylor e trazer o homem de volta para a luz, ou as más experiências vividas por Taylor quebraram o homem além do reparo?
Capitulo Um —Cara faz tanto tempo que não vou para a cama com alguém, que estou pensando em cometer um crime para ir para a prisão. — Taylor disse, enquanto estava atrás da caixa registradora. Ele olhou para o seu amigo que estava na caixa registradora do lado, terminando de despachar as compras de uma senhora idosa. Depois de terminar de atender à senhora, Cameron riu quando se inclinou sobre o seu caixa, os braços magros cruzados sobre o peito. —E qual crime vai cometer? Taylor riu, apoiando os braços sobre o tapete rolante. —Todo mundo sabe que encontrar um cara com tesão e quente na prisão é o mesmo que achar agua no deserto. —Isso é muito desespero, meu amigo. Era. E apesar de Taylor não estar falando sério, ele estava muito desesperado. Ele nunca teve um período de seca tão longo. Estava tão excitado que um vento mais forte poderia fazê-lo gozar. Se ele não transasse em breve, suas bolas se tornariam duas pequenas uvas passas. —Ok, então, talvez eu só vá andar até lá e deixar um dos policiais me revistar ... bem.— Ele piscou para Cameron. —Isso vai ser algum tipo de emoção. —Deixe-me saber se a sua ideia der certo. — Cameron se virou para atender o próximo cliente. Taylor sabia o motivo de estar sozinho há tanto tempo. Cameron também sabia qual era este motivo, mais os dois gostavam de brincar com
essa situação. Eles tinham uma espécie de humor mórbido. Levou meses para Taylor se sentir melhor, mais felizmente tinha conseguido. Ele pegou o spray desinfetante, umas folhas de papel, e estava iniciando o processo de limpar o balcão da caixa registradora quando viu um homem maravilhoso entrar pelas portas de vidro. Taylor fez uma pausa, enquanto observava o homem pegar um carrinho de compras e se dirigir a um dos corredores. Será que já tinha visto alguém assim antes? Se esticando, tentou pegar outro vislumbre do homem, mais ele havia desaparecido pelo corredor três. Taylor estava trabalhando no Piggly Wiggly já há alguns meses e já tinha visto uma boa parcela de homens bonitos, mais nenhum chamou a sua atenção do mesmo jeito que esse homem gostoso tinha chamado. Ele estava pronto para largar o seu posto e ir atrás do homem. E acabar com outro Todd? Taylor fez uma careta por causa do pensamento e voltou a limpar o balcão. Não, obrigado. Um imbecil já foi o suficiente para durar toda uma vida. Ele deixou o desejo domina-lo uma vez, e agora tinha as cicatrizes para lembra-lo que só porque uma pessoa parecia ser boa, não significava que era. Ele se assustou quando uma caneta caiu sobre o balcão. Taylor olhou para cima para ver Cameron o olhando. —Qual é a da carranca? Taylor tirou Todd dos seus pensamentos e sorriu, jogando a caneta de volta para Cameron. —Eu estava pensando sobre o jantar, estou morrendo de fome. Cameron balançou a cabeça enquanto sorria para Taylor. —Você é um péssimo mentiroso, mais vou te perdoar. O senhor Drisel andava rapidamente em direção a eles, parando no caixa de Taylor. —Senhor Crumb, acredito que já discutimos os seus trajes? A pergunta do homem fez Taylor olhar para baixo.
—Eu não estou usando as correntes. Senhor Drisel franziu a testa e fez um pigarro estranho. Taylor olhou para cima. As feições do homem estavam distorcidas. —Seu cabelo esta azul, e você esta com essas cores horríveis nas unhas e no rosto, vá lavar o rosto. Cameron estava atrás do senhor Drisel, zombando dele enquanto falava, e Taylor teve um tempo difícil para permanecer sério. Ele teve que enrolar as mãos e apertar as unhas nela para tentar se controlar, assim que pudesse mataria Cameron. —O que há de errado em usar maquiagem? O gerente da loja se virou para olhar Cameron, mas Cameron estava arrumando alguns cupons em seu balcão. Quando senhor Drisel se virou para ele novamente, Cameron voltou a imitá-lo. —A politica da loja dita que você deve esta com o uniforme completo e parecer profissional em todos os momentos. — Ele acenou com a mãos grossas em direção a o vestiário dos funcionários, que ficava no final da loja. —Agora vá se limpar! Alguns clientes tinham parado para ver o melodrama criado pelo senhor Drisel, Taylor bloqueou a caixa registradora e se dirigiu para a parte de trás da loja. Taylor odiava pessoas autoritárias. Não que ele fosse um rebelde, ele respeitava a cadeia de comando, mais não gostava quando idiotas como o senhor Drisel se aproveitavam da sua posição para humilhar os outros. E Taylor estava envergonhado pelo fato do senhor Drisel tê-lo confrontado na frente dos clientes. Odiava o fato de sempre permitir pessoas como o gerente da loja constrangê-lo, mas Taylor sempre foi sensível, como sua mãe afirmou algumas vezes. Ele odiava esse fato ainda mais. Havia momentos em que desejava ser duro como um prego, e não permitir que nada o atingisse.
—Desculpe. Quando Taylor se virou para ver quem estava falando com ele, se acalmou. Seus lábios se separaram, e Taylor se viu olhando para os mais belos olhos que já tinha visto. Eram verdes, com listras no fundo marrom. Tão bonitos. E tão hipnotizantes. Era como se estivesse caindo, e sendo sugado por uma beleza fascinante. —Você pode me dizer onde posso encontrar os frutos do mar? Eu sou meio novo por aqui e ainda estou aprendendo o layout da loja. Esse era o cara que Taylor tinha visto entrando na loja a menos de dez minutos atrás. Aquele com o cabelo loiro escuro e com um belo corpo, ótimo para se olhar. —Claro.— Taylor apontou para a esquerda. —Eu saio ás cinco. Ele congelou. Tinha realmente dito isso? O homem sorriu e um conjunto espetacular de dentes cor pérola foram revelados. Eles eram perfeitos, e seu rosto tinha duas covinhas quando sorria. —É mesmo? Todo o corpo de Taylor aqueceu a um nível vulcânico antes que ele batesse com a mão no rosto. Poderia o seu dia ficar pior? —Eu quis dizer que é no corredor cinco. O homem apoiou os braços sobre o carrinho. —Eu acho que gostei mais da sua primeira resposta. Meu nome é Sam. —Eu sou um idiota. — Taylor respondeu. —Mais a maioria das pessoas me chama de Taylor. Sam apontou para o peito de Taylor. Seus olhos brilhando de alegria. —Isso é o que diz no seu crachá.
Isso não estava indo bem. Sam realmente estava flertando com ele? Caras quentes como ele nunca flertavam com Taylor. Eles zombavam dele. Pegavam no seu pé na escola por ser gótico e gay. Era a combinação mortal de acordo com os atletas. Mais eles nunca flertavam. Taylor não tinha altura para enfrenta-los. Com 1,63 ele já tinha ouvido todas as piadas que existiam sobre nanicos. A maioria das líderes de torcida eram mais altas que ele. Dois anos fora da escola e Taylor ainda carregava complexo por causa da sua altura. Sam tinha que ter no mínimo 1,83 de altura. Taylor amaldiçoou a sua linhagem por ser pequeno. Taylor tocou o crachá em seu peito e acenou com a cabeça. —Eu acho que sim. Mais você não tinha como saber que era o meu verdadeiro nome. — Taylor não sabia por que estava devolvendo o flerte. Não era como se o seu passado mostrasse que poderia vencer um cara como Sam, ou que fizesse as melhores escolhas com relação a os homens. —E qual seria o seu verdadeiro nome? — As sobrancelhas loiras escuras de Sam arquearam. Era muito sexy. — O garoto Billy? Duque? Ou talvez Neo? Taylor rangeu os dentes. —Você não tem que tirar sarro de mim. —Na verdade...— Sam disse. —Eu estava nomeando os meus personagens preferidos. —Neo, é quem?— Taylor perguntou. Os olhos de Sam se arregalaram quando ele levou a mão ao peito. —Você nunca assistiu Matrix? Taylor não pôde evitar o sorriso. —Não.
—Você viveu sobre uma rocha?— Sam perguntou. —Foi um dos filmes mais badalados no final dos anos noventa. Mais se você adicionar a parte dois e a parte três então seria o inicio dos anos dois mil também. Taylor estava sendo... Encantado. —Eu ainda não vi nenhum deles. Sam balançou a cabeça ainda com a mão sobre o peito. —Nenhum homem pode passar a vida sendo tão carente. É...é... um sacrilégio. Isso fez Taylor dar uma risada. —O que posso fazer? Chame-me de homem das cavernas. Sam se aproximou e o coração de Taylor bateu em sua garganta. O homem se inclinou como se fosse um agente duplo revelando um segredo. Sua respiração com aroma de hortelã roçou o rosto de Taylor. —Não se preocupe, podemos resolver esse problema e ninguém precisa saber. Encontre-me na minha casa por volta das oito e aconteça o que acontecer não engula a pílula vermelha. Pelo menos não até que eu possa tomar uma junto com você. Então vou lhe mostrar o quão profunda é a toca do coelho. Taylor estava totalmente perdido, e irrevogavelmente apaixonado por Sam. Ele tinha uma vontade de inclinar-se sobre Sam para absorver o perfume do homem. Era errado desejar que o cara virasse a cabeça para que ele pudesse beijá-lo? —Eu prometo não fazer isso. Sam pegou a caneta que estava no bolso da camisa de Taylor, agarrou a sua mão, e escreveu alguma coisa em sua palma. Ele levantou a caneta. —Eu vou te devolver quando você aparecer. Se você não aparecer eu vou ter que vir devolvê-la.
Quando Sam se afastou, Taylor olhou para a palma da sua mão para ver um endereço escrito. O que diabos tinha acontecido?
Com nada mais do que uma toalha enrolada na cintura, Taylor sentou na cama e olhou para os seus pés descalços. Tudo tinha acontecido tão rápido na loja e Taylor tinha ficado tão malditamente encantado com Sam que ele não tinha tido tempo para absorver o que tinha acontecido. Sua pele começou a formigar quando Taylor tentou respirar, o pensamento de começar de novo, de conhecer alguém, o deixou tonto. Apenas respire. O que realmente estava acontecendo ali? Ele nem sabia quem Sam era direito, certo? E se ele fosse como Todd? E se Taylor estivesse cometendo o segundo maior erro da sua vida? —Pare de enrolação — Cameron falou se encostando na porta do quarto. —Levante-se homem e vá se divertir. Taylor engoliu enquanto fechava as suas mãos tremulas repousandoas sobre o colo. Cameron estava certo? Porque ele deveria se preocupar? Ele apenas estava indo na casa de um estranho para engolir alguns comprimidos. Ele era aventureiro. Embora tivesse que dispensar as drogas. Ele não curtia isso. —Você sabe alguma coisa sobre o filme Matrix?— Ele perguntou a Cameron, que ainda estava encostado na porta. —O melhor filme de sempre. — Cameron gritou, depois entrou no quarto de Taylor.
Taylor jogou a toalha na cabeça de Cameron. Seu companheiro de quarto tinha a necessidade de aprender o significado da palavra limite. —Você tem o seu próprio quarto por uma razão. —Como se eu já não tivesse visto você balançando os seus feijões e a sua salsicha antes.— Cameron se sentou na cama de Taylor. Taylor podia sentir o cheiro de cigarro em seu amigo, ele adoraria que Cameron largasse esse habito desagradável. —E sobre Matrix? Taylor já havia dito a Cameron sobre o seu encontro com Sam. E só para se prevenir deu a Cameron o endereço dele. Uma pessoa nunca poderia ser muito cuidadosa. —Ele falou algo sobre pílulas vermelhas, mais Sam não parece ser usuário de drogas. Cameron caiu de costas na cama de Taylor, rindo tanto que as lágrimas estavam escorrendo pelo seu rosto. Taylor era ignorante. Porque Cameron acha isso engraçado? —Você é muito adorável. — Cameron enxugou os olhos. —As pílulas foram uma referencia ao filme. Eu não vou explicar mais nada, pois não quero estragar a diversão. Mas Sam não está te convidando para usar drogas. Isso foi um alivio. Taylor vestiu o roupão. Embora Cameron já tivesse visto as cicatrizes que cobriam as suas costas, e estava lá quando ele quase morreu, ele não gostava que ninguém as visse. —Eu não devo ir. Cameron se sentou, os olhos castanhos se suavizando. —Não deixe Todd arruinar a sua vida Taylor. Você tem que estar disposto a seguir em frente, agarrar as oportunidades que se apresentam. Se você não fizer isso, ele ainda ganha. O estomago de Taylor se apertou em um nó com a ideia de voltar a namorar. Fazia apenas sete meses que tinha se recuperado totalmente, fugiu
da cidade, e veio morar em Bear County. Ele não tinha certeza se estava pronto. Ele vestiu a cueca e se sentou ao lado de Cameron. —Mais e se... Cameron levantou a mão. —Se você começar a se sentir desconfortável, saia. É simples assim. Mais não jogue a toalha antes de tentar. Você é um homem bonito, e aquele que te conquistar terá a sorte grande. Taylor desejava ser confiante e corajoso como Cameron. Mais se ferrou da pior maneira possível quando depositou sua confiança em alguém. Taylor não era tão ingênuo como costumava ser. Isso era uma coisa muito boa. Mais ele não confiava em seu julgamento se tratando de homens. Ele passou os dedos sobre a cicatriz na parte de trás da sua mão esquerda. Ele podia reviver em sua mente nitidamente os acontecimentos que estavam por trás dessa cicatriz e das outras que tinha em seu corpo. Cameron estava certo. Se ele não começasse a namorar logo, jamais faria isso de novo. Fortalecendo a sua determinação, Taylor assentiu. —Eu vou. —Esse é o espírito. — Cameron pulou da cama e lhe estendeu um preservativo e um pacote de lubrificante. Taylor fez uma careta. —Eu posso estar nervoso por enfrentar as aguas do namoro de novo, mas eu não durmo com um cara no primeiro encontro. Cameron colocou os itens sobre o seu criado mudo. —Nunca se sabe, você tem de estar sempre preparado. Taylor jogou um travesseiro em Cameron. —Você é um pervertido. Cameron riu enquanto se abaixava para não ser atingido com o míssil fofo.
—Sou sim, e tenho orgulho disso. Agora se vista e desfrute do seu encontro. Se você decidir passar toda a noite fora, me ligue para que não fique preocupado. Quando Cameron saiu do seu quarto, Taylor olhou para o guarda roupa procurando algo para vestir. Deveria ir gótico? Ou conservador? Taylor queria ser ele mesmo, mais não tinha certeza se era uma boa ideia. E se Sam o visse e pensasse que Taylor era um homem fácil? Ele estava usando maquiagem quando Sam se aproximou. Então, ele não deveria se importar que um homem usasse delineador e batom, embora Taylor houvesse lavado os cabelos para retirar a tintura azul. Vestiu uma camiseta básica e um jeans. Deixou as correntes em sua cômoda. Ele se sentia nu sem elas, mais foi lentamente se acostumando a não usa-las direto desde que começou a trabalhar no Piggly Wiggly. Embora ainda não gostasse disso. Se olhando no espelho Taylor se perguntou se deveria pentear os cabelos para baixo ou espetado. Urgh, essa situação estava lhe dando uma bela dor de cabeça. Porque sair com um cara tem que ser tão complicado? Taylor quer que Sam goste dele, mais não muito. Não no primeiro encontro pelo menos. Ele quer que sua aparência demonstre que esta interessado, mas não que grite que ele é fácil. Taylor debateu por mais cinco minutos antes de arrumar a confusão em sua cabeça. Ele não queria ficar parecido com uma garota. Deixando as laterais do cabelo normais, só espetou um pouco a franja do cabelo. Estava bom o suficiente. Por fim, passou um pouco de perfume e se declarou pronto. Embora ele não estivesse. Para ser honesto ele queria tirar a roupa, colocar o pijama e assistir um filme em sua própria cama. Você tem que estar disposto a seguir em frente, pegar as oportunidades que se apresentam, se não fizer isso ele ainda ganhará. Taylor estava determinado a seguir em frente e deixar o passado para trás. Ele pegou as correntes que sempre balançavam ao seu lado, mas
resolveu usar apenas uma, prendeu uma das pontas da corrente no cinto e a outra na sua carteira, colocando-a no bolso. Mordendo o lábio inferior enquanto olhava o seu reflexo. A pouco tempo atrás o seu rosto tinha sido brilhante e seus olhos elétricos. Agora sua pele estava pálida e seus olhos estavam sem brilho. Ele tocou a cicatriz que ficava perto do seu olho direito. Ela era quase imperceptível agora. Até mesmo ele tinha que se esforçar para vê-la. Mais ela ainda estava lá. E sempre estaria. Cameron voltou, encostou-se ao batente da porta. —Deixe ir. Taylor deixou cair a mão e acenou com a cabeça. —Eu posso fazer isso. — Ele estava falando mais para o seu reflexo do que para Cameron, tentando muito duro construir sua confiança. —Você pode. — Cameron concordou. —E se não der certo você ainda pode cometer alguma infração e ser preso e ser revistado pelos policiais. Taylor sorriu, um pouco da tensão saindo do seu corpo. —Eu posso, eu não posso? Porque ele e Cameron não eram atraídos um pelo outro? Isso teria feito a vida de Taylor mais simples. Mais eles não estavam. Taylor via Cameron como um irmão e vice versa. Eles tinham passado por um monte de merda juntos, e guardavam as costas um do outro. Mais não havia faísca lá, nenhuma atração. —Vá!— Cameron se moveu para trás de Taylor e começou a empurra-lo em direção da porta. —E não se acovarde no meio do caminho. Quero detalhes sobre o encontro. E não que ficou a noite toda sentado na beira da estrada em pânico. —Caramba, você me pegou. — Taylor brincou. —Eu estou falando sério. — Cameron disse. —Não seja um frangote. Divirta-se.
Taylor
pegou
a
chave
do
seu
carro
e
foi
em
direção
ao
estacionamento que ficava atrás do seu prédio. Agora que Cameron não estava mais ao seu lado agindo como líder de torcida, a realidade do que estava fazendo desabou sobre ele. Começou a dar meia volta para voltar para dentro, mas parou. —Eu posso fazer isso. — O senhor sabia que ele tinha memorizado o endereço de Sam. Estava gravado em sua memoria. Ele entrou no carro e se dirigiu pela rota 14, as palmas das mãos estavam ficando mais suadas quanto mais perto chegava da casa de Sam. Até o momento que parou em frente da casa, ele estava uma pilha de nervos. Taylor ficou sentado dentro do carro uns bons dez minutos. Olhando para a casa de Sam. A casa ficava no meio de um gramado verde intenso, cercada por uma varredura graciosa de arvores. A casa o lembrava de onde morava quando criança. Era um belo lugar, e ele começou a se perguntar como seria a casa por dentro. Você nunca vai saber se não for para dentro. Criando coragem, Taylor saiu do carro, subiu os degraus da varanda, erguendo a mão tremula para tocar a campainha.
Capitulo Dois —Eu juro por Deus, se você chegar perto dela vou quebrar seus dedos.— Sam empurrou Colton fora do caminho enquanto mexia o bisque de camarão com uma colher. —Isso não é para você. —Vamos, Sam.— Colton, um homem que tinha os olhares sombrios de um russo e o rosto de um modelo, tentou se esquivar ao redor dele com
uma colher de metal na mão, mas Sam manteve o homem longe. —É um cheiro tão bom. Apenas uma pequena amostra? Sam virou o botão do fogão e, em seguida, deixou cair bolinhas de batata na manteiga aquecida em outra panela, para dourar eles levemente. — Vá para o restaurante da cidade, se você estiver com muita fome. — Ele virou os olhos para Stripper quando o homem entrou na cozinha com nada além de um par de botas. —E você— disse a Stripper. —Se você não colocar alguma coisa, eu vou cortar suas bolas de tamanho grande fora. —Legend e Gabe não estão aqui— ele disse enquanto cheirava o ar. —Então, por que eu tenho que me vestir? Sam pegou o nhoque da panela e jogou-as em uma tigela cheia de queijo parmesão. —Eu quero que todos vocês desapareçam durante a noite. Se algum de vocês estragar tudo para mim, você poderá comer atum em conserva por uma semana. —Ele tem um encontro— disse Colton para Stripper, cruzando os braços sobre o peito. A colher ainda estava escondida em sua mão. —O bastardo não está compartilhando sua comida. Stripper tentou agarrar um dos nhoques, e Sam bateu na mão do homem. —Droga, Sam. O que há de tão especial sobre isso?— Stripper perguntou enquanto ele acenava com a mão abusada. —Você não costuma passar por todo esse trabalho por um cara. Você transa com eles e segue em frente. Isso era verdade. Sam não tinha tempo para mais nada. Sua carreira o mantinha em movimento muitas vezes. Ele tinha muitos amantes, mas nunca nada passava de um ou dois encontros sexuais com a mesma pessoa.
—Diga isso quando Taylor estiver aqui e eu juro que vou castrá-lo. — Sam retirou a panela do fogão e distribuiu o bisque de camarão em duas tigelas grandes. Ele virou a mesa da cozinha em um ambiente romântico, antes que começasse a jantar. Havia velas no castiçal no meio da mesa, linho vermelho, e até mesmo algumas rosas. E se ele tivesse ultrapassado? Sam não tinha certeza. Como Stripper havia declarado, ele nunca tinha passado por tantos problemas por um cara. Depois de colocar a bandeja de lado, foi até a geladeira e pegou a garrafa de vinho cabernet blanc. —Droga— Colton disse e depois deu um assobio. Seu sorriso era largo, enquanto observava Sam colocar a garrafa em um balde de gelo. — Vinho. Realmente é para impressionar. Sam regou o nhoque e declarou o jantar pronto. Verificando o relógio, ele grunhiu. Era 08:02. Será que Taylor apareceria ou lhe daria o fora? Se ele tivesse que dar o jantar que tinha se escravizado fazendo a esses gorilas, ele não ia ser um homem feliz. A campainha tocou. —Eu vou buscá-lo— Stripper disse enquanto se dirigia para a porta da cozinha. Sam abordou o homem, apertando o braço em volta do pescoço de Stripper. —Mostre a Taylor seu pau e eu vou cortar a maldita coisa. Stripper riu quando ele levantou as mãos. —Eu estava brincando. Sam soltou e empurrou o homem para o fundo da cozinha. —Vá lá em cima e não volte para baixo hoje à noite. Havia uma escada na parte traseira da cozinha. Se algum dos homens mais tarde estivessem com fome, eles poderiam usá-la. Sam queria que essa noite fosse perfeita. Quando ele esteve na loja, seu urso tinha ido à loucura assim que Sam tinha visto Taylor. De pé no corredor, Taylor tinha cheiro de pradaria e flores silvestres. Isso lhe disse o suficiente.
Embora shifters urso não pudessem identificar seus companheiros somente pelo cheiro, ele estava disposto a apostar todas as suas economias que Taylor era seu companheiro. E ele não ia deixar que estes idiotas arruinassem esta noite para ele. Ele tinha todos os três filmes do matriz na sala de estar, prontos para rodar. —Por que não posso ter uma refeição assim? Eu comeria sua bunda peluda por um pouco dessa sopa de camarão.— Stripper reclamou o tempo todo enquanto ele subia os degraus. A sobrancelha de Sam subiu. Isso era algo que ele nunca queria ouvir de novo nesta vida. Colton permaneceu. —Eu quero ver esse cara que está enlouquecendo você. Sam tinha a sensação de que Colton não ia a lugar nenhum até que ele dê-se uma boa olhada em Taylor. Ele rosnou para Colton antes de se dirigir para a porta da frente. Mas T-Rex já estava lá, falando com Taylor. —Sam o convidou em um encontro?— Perguntou T-Rex, sua expressão dizendo que ele estava confuso como o inferno. Ele coçou o queixo. —Sério? Assim que Sam entrou na sala, Taylor olhou para ele com aqueles lindos olhos azul-claros. O coração de Sam pulou uma batida quando ele acenou para T-Rex ir para longe. —Eu assumo daqui. T-Rex olhou para Colton. Eles trocaram um olhar perplexo. Colton deu de ombros. T-Rex se moveu para fora do caminho, em movimentos lentos e precisos. O cara ainda parecia perplexo. Convido um cara para em encontro e esses idiotas pensam que eu enlouqueci.
—Venha, Taylor. Não se preocupe com esses dois. Eles são meus companheiros de quarto — Sam disse enquanto tocava o cotovelo de Taylor e o levava antes de fechar a porta atrás do cara. —Finja que eles não estão nem mesmo aqui. —Companheiro?— Disse T-Rex. Embora Sam normalmente mostrasse seu a líder respeito, ele não queria essa noite sendo fodida antes mesmo de começar. Ele olhou para T-Rex, dando ao cara uma expressão suplicante. TRex balançou a cabeça e se afastou. Colton olhou a Taylor uma vez mais e, em seguida, seguiu T-Rex. Agora, se todo mundo pudesse ficar de fora, esta noite poderia não ir para o inferno. Embora Sam não fosse contar com isso. Ele conhecia estes homens por muito tempo. Não ia ser sem interrupções. Stripper e Colton podem não ter entendido a insistência de Sam em fazer esta noite perfeita, mas estava certo sobre uma coisa. Sam nunca tinha namorado antes. Triste, mas verdadeiro. Ele cruzou os braços sobre o peito e olhou ao redor. Seu pulso batia em seus ouvidos enquanto ele lutava para dizer alguma coisa. —Está com fome? Taylor enfiou as mãos nos bolsos da frente, enquanto olhava para os sapatos de Sam, como se fossem as coisas mais fascinantes do mundo. Suas sobrancelhas estavam puxadas para baixo e ele acenou com a cabeça, os olhos fechados. —Eu poderia ir para uma mordida. Sem saber como proceder com a sua primeira vez hoje, Sam colocou a mão na parte inferior das costas de Taylor. —Então me deixe mostrar o caminho. As coisas pareciam muito mais simples em sua mente quando ele tinha planejado esta noite. Isso não deveria ter sido uma ciência de foguetes. Comer e assistir a um filme. Isso soou bastante fácil para ele. Então, por que
ele se sentia como se suas entranhas estivessem se torcendo enquanto tentava parar a agitação nervosa em suas mãos? Eles entraram na cozinha e Sam olhou para Taylor para avaliar a reação do homem. O rosto de Taylor se manteve neutro quando ele olhou para a mesa. O cara tinha parado ao lado da porta da cozinha e estava... olhando. Sam não tinha certeza se isso era um sinal bom ou ruim. —Você pode pegar qualquer um dos lugares. — Sam estava chutando-se na bunda por isso. Ele queria impressionar Taylor, não assustar o homem para longe. E o homem definitivamente parecia assustado. Taylor ficou ali piscando rapidamente antes de se virar e olhar para a porta da cozinha, como se quisesse fugir. E era por isso que Sam não namorava. Isso era alguma besteira complicada que ele teria preferido renunciar. Por que não podiam fazer sexo, comer e depois relaxar com o filme? Mas Taylor era mais do que apenas uma transa rápida. Este homem era mais do que provavelmente seu companheiro. Sam queria que Taylor soubesse que estava falando sério sobre eles, que ele não estava com Taylor apenas por sexo. O estômago de Sam continuou a torcer, enquanto observava Taylor cruzar e descruzar os braços. Ele deu a Sam um sorriso hesitante, antes que se dirigisse para a mesa e se senta-se, sem dizer uma palavra e deixando Sam parado ali desejando que ele tivesse pedido para viagem. Sam se sentou e o constrangimento parecia crescer entre eles. Taylor ficou lá com as mãos no colo, olhando para sua tigela de sopa de camarão. Ele estava examinando a sopa como se fosse um exame para o qual ele não houvesse estudado. —É camarão bisque. Experimente. Taylor esfregou as costas de seu pescoço e limpou a garganta. —Parece ótimo, mas... Eu sinto muito. Sou alérgico a frutos do mar.
Nunca tinha ocorrido a Sam perguntar ao homem. Mas, novamente, Sam tinha ido ao supermercado para as compras. Ele nunca pensou que iria direto em seu companheiro. E ele com certeza não pensava que estaria preparando o jantar para o cara. Fazia pouco tempo. Para o inferno com isso. Sam não tinha certeza por que ele estava colocando tanta pretensão. Isso não era ele. Ele não era um homem do tipo de velas e jantar. Ele se levantou, agarrando a mão de Taylor. —Eu vou pedir uma pizza e vamos assistir alguns filmes. O que acha disso? Taylor pareceu relaxar imediatamente quando um sorriso veio à tona. Sam podia ver a gratidão silenciosa nos olhos de Taylor. —Parece o meu tipo de noite. —Ding
ding,
ding.
Temos
um
vencedor.
—
Ele
pegou
dois
refrigerantes da geladeira antes de puxar Taylor em direção à sala de estar. Ele soltou a mão do homem e, em seguida, caminhou até a televisão de tela plana de sessenta polegadas, com som surround. Os homens amavam seus brinquedos. Ele levantou ao acaso um filme e estava feliz, seu estomago estava desfeito dos nós. —Prepare-se para se surpreender. — Sam disse. O sorriso de Taylor era de tirar o fôlego. Seu riso era musical. Ele só fez o sorriso de Sam mais amplo. —Agora me lembro. Pense antes de dizer que pílula você tomaria. Taylor assentiu. Sam abriu o filme, ligou o som surround, e então puxou o celular e pediu uma grande pizza de pepperoni com uma garrafa de dois litros de CocaCola. Assim que ele terminou, caiu ao lado de Taylor e colocou seus pés sobre a mesa de café desordenada.
—Deixe-me saber se você ficar perdido. —Eu vou.— Taylor sentou-se ereto. Sam decidiu que esta noite não seria o momento de dar um passo para o cara. Não quando Taylor parecia estar com medo de alguma coisa. Sam só esperava que não fosse dele. Se tornou sua missão fazer Taylor relaxar em torno dele, para ouvir o cara rir o mais rápido possível. Esta era uma nova abordagem para ele, mas um desafio que Sam não se importava de assumir. Ele mandou uma mensagem para Stripper e disse-lhe para se servir com o bisque de camarão, mas para não se mostrar. Segundos depois, Sam ouviu passos descendo a escada de trás. Taylor não pareceu perceber o som. Ele estava envolvido no filme, com os olhos pregados à televisão. A porta da frente se abriu e Legend entrou, Sofia escondida em seus braços e Gabe ao seu lado. —Matrix, legal. A próxima coisa que Sam sabia, a família feliz estava sentada lá assistindo com eles. Ele começou a protestar, mas então Sam percebeu como Taylor relaxou com as pessoas ao seu redor. Hmm. Ele estava indo para desvendar o cara. Taylor tinha segredos. Não havia nenhuma dúvida na mente de Sam. A pizza chegou e Legend devorou metade. O homem foi gentil o suficiente para se certificar de Taylor ter algumas fatias. Sam estava pronto para bater Legend em sua bunda. Mas ele se acalmou. Ele não queria que esta noite fosse arruinada por gulodice de qualquer motivo, até mesmo de Legend. Os outros homens lentamente flutuaram para a sala e em pouco tempo, a sala estava lotada. Taylor se aproximou de Sam enquanto Stripper se sentou na ponta do sofá, devorando a sopa e nhoque em um par de boxers maltrapilhas. T-Rex se sentou no chão, de costas para o sofá, e Colton e Shott relaxaram nas duas poltronas enquanto o filme rolava. Sam olhou para Taylor quando o homem começou a cantar baixinho
—Tome a pílula vermelha. A pílula vermelha. Sam riu. Ele realmente gostava de Taylor. O cara parecia ingênuo em alguns aspectos, mas era uma mudança de ritmo para ele. Sam sempre tinha ido para os meninos maus selvagens. Twinks com atitude. Isso havia feito mais fácil para ele ir embora depois. Ele não sabia por que, mas Taylor parecia ser o tipo de cara que foi feito para um relacionamento. Ele era reservado, mas procedeu com um entusiasmo tranquilo. Sam afundou ainda mais no sofá, seu ombro tocando Taylor. Seu companheiro não pareceu notar. Taylor estava muito envolvido no filme. Enquanto a noite passava, Sam começou a sentir uma sensação de família com Taylor ao seu lado e seus amigos sentados ao seu redor. Se fosse assim que a vida iria ser com Taylor, Sam estava pronto para mergulhar de cabeça.
Os dois caminharam sobre o gramado verde, que parecia muito mais escuro enquanto a lua derramava seu brilho. A noite ainda estava cheia de calor e havia apenas uma leve brisa para compensar a umidade. Era depois da meia-noite e Sam teve um desejo de seguir Taylor para casa apenas para garantir que o cara chegasse ao interior de forma segura. —Você estava certo — disse Taylor com uma inflexão de felicidade em seu tom. —Os filmes eram ótimos. — Seu sorriso caiu um pouco. —Apesar de eu não entender parte do que estava acontecendo. —Por que você não disse alguma coisa?— Perguntou Sam. —Eu teria explicado as coisas para você.
—Eu não queria falar durante o filme — disse Taylor. —Além disso, uma vez que eu assisti-los mais algumas vezes, eu vou entender o que está acontecendo. Sam teve que enrolar os dedos para se impedir de puxar Taylor para ele ou correr através do cabelo preto do homem. Eles sentaram-se lado a lado durante os filmes, mas Taylor não tinha feito nenhum movimento para abraçar. Ele manteve uma distância respeitável entre eles. Sam manteve pressionando o ombro em Taylor, mas assim que Taylor percebeu, ele se afastou. —Você está pedindo para voltar e assistir mais filmes comigo?— Sam brincou enquanto ele apoiou as costas no Prizm prata de Taylor. Era um sedan mais velho, mas parecia bem cuidado. —Eu acho que eu estou — respondeu Taylor, e até mesmo no escuro, Sam podia ver o rubor fino sobre as faces do homem. O cara cruzou os braços sobre o peito e escavou o cascalho com os pés. —Mas eu não quero incomodar. —Não incomoda. Diga-me quando e eu vou fazer isso acontecer. — Sam balançou um dedo para Taylor. —Mas eu não vou fazer qualquer frutos do mar, não importa o quanto você me pedir. O bom humor de Taylor pareceu desaparecer quando olhou para cima a partir do que seu sapato estava fazendo. —Desculpe por isso. Parecia que você passou por um monte de problemas para mim. —Nah, sem problemas — disse Sam. —Eu gosto de cozinhar. —Você gosta?— Houve uma cadência de surpresa na voz de Taylor. —A maioria dos homens odeiam cozinhar. Sam deu de ombros. —Eu não sou como a maioria dos homens.
Os olhos azuis de Taylor tinham um vislumbre de esperança, mas estava tingido com dúvida. Sam não tinha certeza do que se tratava. Taylor sorriu agradavelmente. —Eu vejo isso. Mas Sam podia ouvir a hesitação. —O que você faz para viver?— Perguntou Taylor. —Se você não se importa que eu pergunte. Você já sabe onde eu trabalho. Eu sinto como se você tivesse caído em cima de mim. Sam gostava que Taylor estivesse interessado nele. Ele nunca falou sobre sua escolha de carreira com ninguém fora do seu círculo antes. Mas, novamente, Taylor estava em seu círculo agora. —Eu era um fuzileiro. Agora eu e os caras executamos uma operação de proteção pessoal chamado Guarda-Costas Executivos. —Que tipo de proteção? —O tipo que requer nossas habilidades como fuzileiro ou apenas pede músculo velho liso. Isso é como Legend e Gabe se encontraram. Os olhos de Taylor correram em direção ao chão. O homem estava definitivamente escondendo algo. Sam queria saber o que Taylor não estava dizendo a ele, o segredo que tinha. Mas não perguntou. A noite tinha ido perfeitamente e ele não queria terminar com uma nota amarga. —Parece emocionante — disse Taylor. Sam não conseguia parar de olhar para os olhos do homem. Taylor usava delineador e Sam achava sexy como o inferno. Os traçados de carvão preto realçavam seus incríveis olhos azul-claros. Ele podia ver uma pequena cicatriz perto do olho direito do cara, mas era quase imperceptível. —Às vezes — disse Sam. —Mas nós estamos iniciando uma fazenda de gado. As sobrancelhas de Taylor se levantaram. —Vocês sabem como se manter ocupados.
Sam levantou as mãos. — Mãos ociosas e tudo mais. O celular de Taylor tocou. Ele tocou algumas vezes durante o filme, mas Taylor tinha o silenciado. —Eu tenho que atender. Sam balançou a cabeça enquanto Taylor respondeu ao seu telefone. O homem caminhou alguns metros de distância, mas sendo um shifter, Sam tinha uma audição excelente. Ele olhou para a bunda bem arredondada de Taylor envolta em seus jeans desbotados. Bom. Sam ainda gostava do fato de que Taylor era uns bons vinte centímetros menor que ele. Ele sempre teve uma queda por homens pequenos. Tamanho econômico. Isso era o que sua mãe chamava homens como Taylor. O cara também era gótico, mas ele não estava como na loja. Sam tinha sido ansioso para ver o real Taylor fora do trabalho. Uma parte dele estava um pouco decepcionado que Taylor tinha tirado as coisas. —Você vai parar de me ligar?— Falou Taylor. —Não, nada para se preocupar.— Ele apalpou o rosto com a mão livre. —Não, eu não dormi com ele. Pare com isso — disse Taylor em um sussurro rouco. —Eu estarei em casa em breve. — Houve uma pausa. —Vamos conversar quando eu chegar ai. Taylor desligou o telefone e se virou, andando de volta para Sam. —Desculpe por isso. —Tudo bem? —Meu companheiro de quarto — disse Taylor. —Super preocupado. Sam lutou contra o ciúme que elevou sua cabeça feio. Ele morava em uma casa cheia de homens. Ele não ia ser um hipócrita, embora seu urso quisesse conhecer esse companheiro de quarto. —É bom ter alguém que se preocupa com você. Taylor guardou o telefone no bolso e deu um passo mais perto, seus tênis esmagando o cascalho.
—Conte-me sobre esta fazenda. Uma óbvia mudança de assunto. Sam o deixou ir, por agora. —Sei lá, admitiu. Foi ideia do T-Rex. Há um barracão e um estábulo sendo construído e alguém está nos ensinando tudo sobre a criação de gado. Até agora, eu estou perdido. Acho que vou ficar com a cozinha. —Eu só estou perguntando por que eu cresci em Nebraska e meu tio era dono de uma fazenda de gado. Uma nova camada de Taylor havia sido revelada. —Você está brincando comigo. —Não — disse Taylor com orgulho. —Passei todos os meus verões lá. Eu poderia ajudar. — O homem deu um passo para trás. —Desculpe, eu estou sendo agressivo. O cara pediu desculpas por um monte de coisas. Sam se perguntou se isso era só quem Taylor era ou se uma experiência ruim tinha incorporado o hábito nele. —Eu acho que os caras gostariam que você explicasse as coisas para eles. Rowdy é grande, mas ele fala como se nós devemos saber o que diabos ele está dizendo. Taylor riu. —Fazendeiros
podem
ser
arrogante
às
vezes,
especialmente
capatazes. Mas eu aprendi que a maioria são bons de coração. —Quando é o seu próximo dia de folga?— Perguntou Sam. Taylor gemeu. —Eu trabalho nos próximos seis dias seguidos. Meu chefe é um idiota e gosta de mexer com a nossa agenda. Sam imediatamente não gostou do chefe de Taylor. —Que tal sábado? —Que horas?— Perguntou Taylor.
Sam se afastou do carro. Taylor parecia endurecer quando ele se aproximou. Ele colocou um beijo na bochecha do homem antes de se afastar. —De manhã cedo. Dessa forma, você pode tomar café com a gente antes do nosso dia começar. Seis ok? Cruzando os braços em um gesto defensivo, Taylor moveu-se para a porta do carro. Ele estava colocando distância entre eles. Sam secretamente inalou o cheiro de pradaria e flores silvestres, e teve de reprimir o rosnado que ameaçava escapar. —Seis parece ótimo. Eu vou estar aqui. — Taylor mordeu o lábio inferior antes de dizer. —Eu tive um grande momento, Sam. Obrigado por me convidar. Sam abriu os braços. —A resposta está lá fora, Neo, e ele está olhando para você, e ele vai encontrá-lo se você quiser. Uma expressão peculiar tomou conta do rosto de Taylor. Se Sam não estava estivesse, era saudade. —Talvez eu queira que ele me encontre — disse Taylor, antes que ele entrasse em seu carro e saísse da garagem. Sam ficou lá, observando as lanternas brilhantes se tornarem menores e mais distantes antes de o carro virar para a estrada principal e desaparecer. —E eu vou ser o que você encontrar — Sam murmurou enquanto caminhava de volta para dentro.
Capitulo Tres Sábado veio mais rápido do que Taylor esperava. E, para sua surpresa, ele estava ansioso para passar o dia com Sam. Isso era uma mudança. Ele foi convidado algumas vezes desde que se mudou para Bear County, mas Taylor lhes tinha virado tudo. Ele não estava pronto para o encontro novamente e ainda não sabia por que ele concordou em ver Sam. Mas ele estava feliz que iria ver Sam. Taylor estava dizendo a verdade quando disse a Sam que ele teve um bom tempo. Até gostava dos amigos do cara. Mas hoje quase não aconteceu. Sr. Dresel tentou agendar com Taylor para trabalhar esta manhã, mas Cameron tinha salvado sua bunda. Seu melhor amigo se ofereceu para tomar o lugar de Taylor. Taylor lhe devia uma. Ele havia dado a Cameron os detalhes de seu encontro, não que houvesse muitos para dar. Taylor havia passado na noite de ontem sentado em uma sala cheia de homens assistindo alguns filmes. A conversa depois foi refrescante, mas nada de espetacular, pelo menos não na opinião de Cameron. Taylor, por outro lado, tinha gostado de estar perto de Sam. Cameron estava decepcionado com a noite de Taylor. Taylor não. Mas quando ele disse a Cameron que ele ia voltar no sábado de manhã, seu amigo apenas sorriu e jogou o braço em torno do ombro de Taylor, parabenizando Taylor por sair de sua concha.
Depois de um banho rápido, Taylor se vestiu com seu traje normal. Dane-se. Se ele ia estar em torno de Sam, então o cara ia ver o verdadeiro Taylor Crumb. Taylor usou um delineador, batom preto, e ele mesmo pintou suas pálpebras com um pouquinho de sombra verde-diva no olho. Suas correntes estavam no lugar. Suas unhas foram pintadas de preto. Tinha o cabelo despenteado com gel para fazer os fios se destacarem em todos os lugares. Taylor estava pronto. A lua ainda brilhava quando ele entrou em seu carro. Taylor duvidava que até mesmo os galos estivessem acordados ainda. Ele não tinha acordado tão cedo desde o seu tempo na fazenda de seu tio. Ele bocejou quando ligou seu carro. O único outro veículo que Taylor viu a caminho de Sam era um carro de patrulha escondido em uma estrada de serviço, o capô do carro de frente para a estrada principal. Ou o policial estava dormindo ou à espera de corredor. Taylor manteve o limite de velocidade. Não gostaria de obter uma multa e arruinar seu dia. Ele teve que apertar os olhos para ver a entrada da garagem, que levava para a casa de Sam. Mesmo com os faróis acesos, não foi fácil de detectar. Arbustos verdejantes e as sombras das árvores obscureciam a calçada. Encontrá-lo à luz do dia tinha sido muito mais fácil. Enquanto os pneus rangiam sobre o cascalho, Taylor olhou para a casa escura. Não havia luzes acesas. Olhou para o relógio. Era 5:45 da manhã. Sam tinha dito seis, certo? Ele considerou voltar até que a luz da varanda se acendeu. A porta da frente se abriu e Sam andou descalço pela varanda com uma caneca de café na mão. Ele parecia ter tomado banho e estava delicioso o suficiente para comer. O homem estava vestindo um par de shorts jeans que foram cortados
na altura dos joelhos e uma camisa com nervuras, que enfatizava os ombros musculosos. Taylor parou próximo a uma fila de caminhões e carros. Havia até mesmo motocicletas brilhantes sob a luz da lua. Ele estacionou e saiu, fechando a porta silenciosamente. —Bom dia — Sam disse antes de tomar um gole de sua caneca. Uma brisa suave soprava o cheiro de Sam em direção a Taylor. Era uma combinação de sabão e o cheiro inebriante de cedro. O cara estava recémbarbeado e seu cabelo loiro escuro estava penteado com perfeição elegante. —Oi— disse Taylor quando ele agarrava as chaves na mão e caminhava em direção à varanda. —Eu pensei que tinha confundido a hora.— Ele subiu os degraus de madeira, usando a grade de metal para manter-se firme. Sam estava tão lindo que Taylor se sentiu um pouco tonto. —Bem na hora— disse Sam. Sua voz era um barítono que fez Taylor arrepiar enquanto estava sob as estrelas, olhando para o homem. —Os homens devem chegar em breve. Você pode me ajudar com o café da manhã. Eu tenho um pouco de café fresco preparado. Taylor caminhou para a varanda e tinha uma vontade de inclinar-se para o homem. Ele queria absorver o cheiro de Sam. Ele queria rolar nele. Sua reação a Sam foi um pouco surpreendente. —Você pode se decepcionar um pouco. Eu não sou um bom cozinheiro. Sam abriu a porta de tela e se afastou. —Nunca é tarde para aprender. A casa ainda estava escura. Os olhos de Taylor tiveram de se adaptar. A luz da varanda tinha parcialmente o cegado. Sam apertou a mão forte nas costas de Taylor quando o levou para a cozinha. Havia uma sobrecarga de luz no balcão, mas o resto da cozinha estava nas sombras. Sam
virou um interruptor e o lugar se inundou de luz. Taylor piscou algumas vezes antes que seus olhos se acostumassem com a luminosidade. A cozinha era grande e tinha muito espaço no balcão. Havia uma prateleira acima da ilha, onde havia uma mistura de panelas e frigideiras. A bancada de mármore brilhava e havia poucos aparelhos. Agora que Taylor teve tempo para olhar ao redor, percebeu o quão eficiente a cozinha era. Não havia confusão. Tudo estava cuidadosamente separado. Se este era o cômodo favorito de Sam, ele mostrava isso. O local era impecável. Sam derramou para Taylor uma xícara de café. —Creme ou açúcar? —Basta um pouco de creme. — Taylor não tinha certeza se deveria ficar de pé ou se sentar. Ele estava nervoso. Estar com Sam fez Taylor querer coisas que o assustava, coisas que o fizeram entrar em situação ruim no passado. Sam parecia diferente, mas Todd também parecia. O homem tinha sido encantador, saindo do seu caminho para agradar a Taylor quando eles começaram a namorar. Taylor não ia se colocar nesse tipo de situação novamente. No entanto, aqui ele estava na cozinha de Sam. Sam era realmente diferente ou Taylor estava se preparando para desgosto de novo? As palavras de Cameron ecoaram em seus ouvidos e Taylor interiormente suspirou. Ele daria a Sam uma chance. Mas, ao primeiro sinal de problemas, Taylor iria levar seu traseiro pra longe. Ele não ia ficar por ali e esperar que as coisas mudassem, se o que Sam e ele começassem fosse ladeira abaixo. Nunca mais. Sam lhe entregou um copo antes de deixar cair um beijo rápido na bochecha de Taylor. Ele tinha feito à mesma coisa na primeira noite que Taylor tinha ido ali. Os lábios do homem eram suaves, convidativos. Taylor pressionou a caneca aos lábios para esconder o seu sorriso encantado. Ele
ainda se perguntou por que Sam estava interessado nele. O cara poderia ter qualquer homem que quisesse. Por que ele? —Salsicha, molho e biscoitos— disse Sam. Ele colocou sua caneca de café na ilha e foi em direção à geladeira. —Um simples, mas recheando café da manhã. Taylor agarrou sua caneca como uma tábua de salvação quando ele perguntou. —O que você quer que eu faça? Sam se agachou na frente da geladeira, cavando em uma das gavetas, a parte inferior das costas expostas, onde sua camiseta subiu. Os olhos de Taylor se fixaram no pequeno pedaço de carne bronzeada. Sam levantou-se segurando dois longos rolos de salsicha na mão. —Você pode fritar isso? Taylor revirou os olhos. —Eu posso lidar com agitar uma carne em uma panela. Sam piscou para ele. —Bom, então eu posso começar o molho. Eles trabalharam lado a lado enquanto Taylor agitava a salsicha e Sam trabalhava duro no molho. —Prove isso— disse Sam. Ele agarrou uma colher de madeira de uma gaveta e passou através do misturado branco. Ele ergueu-a, outra mão pairando logo abaixo da colher para pegar qualquer coisa que pudesse escorrer. Taylor entreabriu os lábios quando Sam colocou suavemente a colher dentro de sua boca. Ele lambeu a colher quando seus olhos se encontraram e em seguida, Taylor sorriu. —O gosto está ótimo. Sam limpou o polegar sobre o lado da boca de Taylor, puxando o dedo longe. Havia uma mancha de molho em seu polegar. Taylor assistiu
quando Sam lambeu isso fora de seu dedo. O gesto não tinha sido abertamente erótico, mas Taylor encontrou-se ligeiramente ofegante, no entanto. Depois de baixar o calor para deixar o molho ferver, Sam disse — Biscoitos. Taylor ficou ali, distraído mexendo a salsicha ao redor, enquanto observava Sam puxar farinha e outros ingredientes. —Você faz biscoitos caseiros? Sam franziu a testa. —Existe alguma outra maneira de fazê-los? Taylor deu de ombros. —Cameron usa o tipo que vem em uma lata. Sem barulho, sem confusão. —Cameron?— Sam pegou uma tigela e passou a trabalhar fazendo a massa. Em seguida, ele espalhou farinha sobre a bancada brilhante e, em seguida, jogou a mistura para baixo, espalhando-a com um rolo. Taylor assistiu, mas sabia que ele nunca iria lembrar os passos. —Meu companheiro de quarto e melhor amigo— respondeu Taylor. —Salsicha. —Huh? Sam balançou a cabeça em direção ao fogão. —Tire a salsicha fora do fogo antes de cozinhar demais. Taylor saltou como se Sam tivesse lhe batido e em seguida, pegou uma luva de forno, movendo a frigideira de ferro fundido para o queimador desligado na parte de trás. Sam estendeu a mão e pegou um coador de metal antes de entregá-lo para Taylor. Taylor colocou o filtro na pia e, em seguida, jogou a panela de salsicha nela.
Depois de cortar a massa em círculos perfeitos e colocando-os em uma assadeira, Sam as deslizou no forno. Ele agarrou o filtro da pia e, em seguida, jogou a salsicha na mistura de molho. —Você faz parecer tão fácil cozinhar. — Taylor se afastou enquanto Sam trabalhava. Ele não queria ficar no caminho do homem. —Eu estive na cozinha desde os cinco anos. Eu sempre fui fascinado pela arte de cozinhar. Minha mãe me ensinou muito, mas foi a minha avó que ajudou a aprimorar minhas habilidades. Taylor encontrou-se cativado com a vida de Sam e queria aprender mais. —Pai? —Ele era um caminhoneiro e viajava muito. Mas ele é um grande cara. Ensinou-me a trabalhar com as mãos. —Como assim? —Carpintaria, principalmente — Sam disse enquanto tirava o molho do fogo e mexia. Ele pegou seu café e tomou um gole. —Uma grande parte do mobiliário em nossa casa foi feito à mão. —Um homem de muitos ofícios— disse Taylor. Ele pensou sobre suas habilidades e percebeu que ele não tinha nenhuma. Ele não era bom com as mãos, e sua culinária era horrível. Matemática era a sua pior matéria, a poesia era estranha, e ele não podia nem mesmo no chuveiro. Ele não tinha talento algum. Não, isso não era verdade. Ele sabia como levar uma surra como um campeão. Pare de pensar assim. Taylor enfiou as mãos nos bolsos da frente e se concentrou no que Sam estava fazendo, forçando as memórias longe. Quando ele percebeu que Sam estava limpando, Taylor juntou-se para ajudar. Tinham a cozinha limpa e a mesa posta em menos de dez minutos.
O som de passos em cima sinalizou os homens acordando. Taylor ouviu o grito suave de um bebê. E, em seguida, passos soaram nos degraus atrás dele. Taylor se virou para ver algumas dos caras descendo as escadas. —Isso é o que eu estou falando— Stripper disse quando entrou na cozinha, batendo as mãos antes de esfregá-los. —Taylor precisa vir mais vezes, se você for cozinhar assim. Sam jogou a toalha de mão que estava segurando a cabeça de Stripper. —Nem sequer haja como se eu o matasse de fome. Taylor riu da brincadeira. Stripper sorriu para Taylor. —Você fica bem com maquiagem. Taylor ficou sério e se moveu para o outro lado da mesa. Ele não tinha certeza se o cara estava tirando sarro dele. Ninguém jamais havia elogiado sua maquiagem antes, e ele não sabia o que dizer. Ele agarrou a parte de trás de uma das cadeiras e viu como a cozinha se encheu lentamente. Sam foi até ele, colocando a mão na parte inferior das costas de Taylor mais uma vez. —Você parece bem esta manhã. Eu gosto disso. Seu elogio foi de fala mansa, como um segredo sussurrado entre eles. O sorriso de Sam era genuíno, por isso Taylor não ficou embaraçado. Ele lançou um olhar para Stripper, mas o cara já estava sentado e enchendo o prato. Sam inclinou-se perto. —Stripper não estava tirando sarro de você. Acho que ele tem uma queda por você. — O tom do homem era leve e Taylor finalmente relaxou. —Desculpe— Taylor sussurrou de volta — mas o meu cartão de dança já está cheio. Sam riu quando puxou o assento de Taylor para ele.
—Isso é bom. Eu odiaria ter que matar o cara por fazer um movimento em você. Não havia dúvida da possessividade na voz de Sam. O cara estava falando sério? Será que ele machucaria seu amigo por causa de Taylor? Taylor não queria descobrir. Ele teve o suficiente de homens prepotentes para durar uma vida inteira dele. Gabe sentou ao lado dele, segurando sua filha nos braços. Taylor queria perguntar sobre a situação sua e de Legend, onde a mãe estava, e como os dois terminaram com um bebê. Mas ele manteve sua boca fechada. A menina virou a cabeça e olhou para Taylor. Seus lindos olhos cor de âmbar estavam cheios de curiosidade. —Quantos anos ela tem?— Taylor perguntou quando Sam colocou dois biscoitos quentes em seu prato. —Sete meses— respondeu Gabe. —O nome dela é Sofia. Sem pensar, Taylor se aproximou e roçou os nós dos dedos sobre sua bochecha querubim. Ela sorriu e agarrou seu dedo, mordendo. Ele riu e a deixou brincar. Quando ele olhou para cima, a sala inteira de homens estava olhando para ele. Taylor puxou o dedo para longe e pigarreou. Ele olhou para Sam e viu algo estranho em seus olhos, anseio? Taylor deve ter se enganado. —Você ajudou com isso?— Perguntou Colton. Taylor ficou surpreso ao descobrir que ele lembrava o nome de todos. Todos se apresentaram na primeira noite que ele estava ali e Taylor temia que ele fosse esquecer. Mas os nomes vieram a ele facilmente. —Eu mexi a salsicha— respondeu Taylor. —Eu não acho que isso é considerado cozinhar. Sam bateu ombros com ele. —Não seja tão modesto.
Os homens estavam olhando entre Sam e Taylor. Por quê? Ele não conseguia entender o que era tão estranho sobre Sam convidando-o. Não poderia ser porque Sam era gay. Legend e Gabe eram um casal. Taylor tentou ignorar os olhares evidentes enquanto desfrutava de seu café da manhã. —Parem com isso — Sam rosnou. Taylor não tinha certeza do que Sam estava falando, mas os olhares cessaram e os homens começaram conversar ao redor da mesa. Risos e vozes barulhentas encheram o ar sobre a cozinha de Sam. Taylor estava feliz por não ser mais o centro das atenções. Sofia se torcia no braço de Gabriel enquanto seu pai conversava com Legend. Ela sorriu para Taylor, os olhos arregalados e brilhantes. Seu cabelo era da cor de canela e torcida em cachos. Ela estendeu um cereal Cheerio para ele. Estava encharcado e meio comido. Ela estava atrapalhando a outra metade. Seus pequenos maxilares trabalharam quando ela empurrou a mão mais perto. Taylor pegou o deleite oferecido e fingiu comê-lo. Ele enfiou o pedaço encharcado ao lado de seu prato, fora da vista. Ela riu e virou, agarrou outro punhado de Cheerio da mesa onde estava sentada. E lhe ofereceu novamente. Taylor pretendia comer cada peça que ela lhe dê-se. Quando ela se virou, ele escorregou as secas de volta para sua pequena pilha. Ela era jovem demais para perceber que sua pilha de cereal não estava diminuindo. Ela apenas continuou alimentando-o. —Eu acho que ela gosta de você— Sam disse quando colocou seu braço sobre as costas da cadeira de Taylor. —Eu nunca vi Sofia compartilhar sua comida antes. — Um de seus dedos traçaram as costas de Taylor em círculos preguiçosos e Taylor achou ... reconfortante. —E eu sou um otário para um rosto bonito — disse Taylor quando ele aceitou a próxima peça. —Eu sei como você se sente. — O tom de Sam sugeriu que havia mais nas suas palavras do que o que ele tinha dito. Taylor sentiu-se corar.
Sofia finalmente se virou e começou a acariciar o rosto de Gabe enquanto ela balbuciava. Taylor se concentrou em seu prato comido pela metade. Ele não sabia ao certo o que dizer sobre isso. Ele definitivamente não tinha um rosto bonito. Não era ruim, mas não era marcante o suficiente para conquistar alguém como Sam. —Sam nos disse que você sabe como funciona uma fazenda de gado— disse o T-Rex. Ele empurrou o prato vazio de lado e deu um gole em seu café. —Isso é verdade? Mais uma vez, Taylor era o centro das atenções. Ele queria rastejar debaixo da mesa e se esconder. Ele não gostava de ter todos os olhos em cima dele. Fazia-o desconfortável. Seus ombros subiam e desciam com um encolher de ombros. —Eu acho. As mão de Sam repousavam sobre suas costas e o calor de sua palma queimava através da fina camisa de Taylor. A mão de Sam começou a se mover para cima e para baixo. —Você está sendo modesto de novo. —Eu passava os verões na fazenda do meu tio— admitiu a todos. — Eu sai muito com o capataz. —Ótimo.— T-Rex balançou a cabeça em aprovação. —Então você pode decifrar o que Rowdy está dizendo. Esse homem é mais confuso que... —Mulheres— tentaram
me
Stripper
algemar
depois
terminou de
uma
por
T-Rex.
noite
de
—Alguns sexo.
Eu
encontros não
faço
compromissos. —Olha a linguagem —. Gabe encarou Stripper. —Algemá-lo?— Perguntou Taylor. —Sim—
disse
Stripper.
—Tentaram
me
prender.
Você
sabe,
reivindicaram-me como seu namorado. Elas queriam mais, mas eu não faço mais. Taylor negou com a cabeça. Stripper era definitivamente único.
—Tivemos alguns caras que tentaram a mesma coisa. Ambos os sexos são confusos, caso me pergunte.— Stripper empurrou um biscoito em sua boca. —Essa é a minha deixa para sair. — Gabe se levantou, segurando Sofia no peito. —Quando você decidir mudar de tema na conversa à mesa do café voltaremos. Stripper teve a decência de corar. —Eu não fiz por mal, Gabe. Eu ainda estou me acostumando a ter uma pequena de senhora na casa — ele gritou, mas Gabe tinha ido já. Taylor quase sentiu pena de Stripper. Ele era divertido, mas sob aquele exterior brincalhão, ele podia ver que o homem se preocupava com a opinião dos seus amigos. Legend jogou um biscoito na cabeça de Stripper. —Da próxima vez que você usar essa linguagem na frente da minha garota, eu vou te alimentar com suas bolas. — Legend levantou-se e saiu. Stripper fez uma careta e depois saiu da cozinha também. —Tem sido assim toda a sua vida— Colton explicou para Taylor. — Não é fácil para Stripper mudar durante a noite. Mas ele está tentando. Legend é novo na paternidade. Se altera caso você disser a palavra diabo em torno de Sofia. Taylor compreendeu os lados de ambos. De verdade. Não era fácil mudar. E Legend estava sendo apenas um pai super-protetor. Sam deu um tapinha nas costas de Taylor. —Vamos terminar esse café da manhã. Isso foi um pedido fácil. Taylor não gostou da tensão que ainda permanecia na cozinha e estava contente de ficar longe dele. Ele não gostava de estar em torno de homens que estavam alimentados com raiva. Ele tropeçou em um gatilho que ele ficaria feliz em evitar.
Capitulo Quatro O dia acabou por estar claro e ensolarado. Algumas nuvens deslizavam preguiçosamente enquanto Sam e Taylor fizeram seu caminho para um curral que foi construído apenas uma semana antes. Havia dois cavalos marrons que pastavam na grama. T-Rex os comprou no dia anterior. As botas de Sam chutaram a poeira quando se aproximaram do portão de madeira. Rowdy selou os cavalos depois do almoço, quando Sam disse ao capataz que queria levar Taylor para um passeio. Sam olhou para a sela em seu cavalo e se perguntou se sua bota tamanho doze caberia no estribo. Não só isso, ele se perguntou se poderia subir na sela. Ele nunca tinha montado um cavalo antes e estava tentando o seu melhor para impressionar Taylor. Mas primeiro ele precisava impressionar a si mesmo, por não ficar oscilando no acento de couro. Taylor deve ter sentido sua hesitação. O cara se aproximou e colocou a mão na anca do cavalo, olhando nos olhos para Sam, enquanto vestia um sorriso encorajador. Eu posso fazer isso. Quão difícil pode ser subir em uma sela? Agarrando o chifre da sela, Sam empurrou o pé no estribo e, em seguida, virou para cima. Seu pé bateu em algo sólido. Ele se virou e ficou horrorizado ao ver Taylor segurando o lado de sua cabeça quando uma maldição alta deixou os seus lábios. —Oh merda!— Sam tinha chutado a cabeça do cara. Taylor desabou, caindo de bunda no chão. Sam girou e caiu de joelhos. —Caramba. Você está bem? É claro que você não está bem. Eu só chutei você, inferno.
A última coisa que Sam queria era machucar Taylor. O cara não era tão grande para começar. Seus dedos pairaram sobre a mão que Taylor colocou no lado de seu rosto. Os olhos do rapaz estavam molhados, e ele balançou a cabeça como se estivesse tentando colocar seus neurônios de volta no lugar. —Eu sinto muito. — Sam tirou mão de Taylor e fez uma careta quando viu uma grande mancha vermelha estragando a pele pálida do homem. Isso deveria doer. Ele se inclinou e deu um beijo na têmpora de Taylor. —Se você quiser, eu vou deixar você me chutar na cabeça. Taylor piscou algumas vezes e, em seguida, olhou para Sam, como se tivesse acabado de perceber onde estava. Concussão? Deus, por favor, não deixe que seja uma concussão. —Eu estou bem. — Taylor tentou se levantar e Sam o ajudou. Ele apertou as mãos juntas e o segurou pelos braços, parecia que estava prestes a cair e então puxou Taylor ao seus pés. O homem cambaleou um pouco, mas permaneceu de pé. Sam começou a limpar o pó do traseiro de Taylor antes de Taylor se afastar. Sam deu um passo para trás e seus olhos se fixaram sobre a mancha vermelha. —Eu vou entender se você quiser ir para casa. Um sorriso vacilante apareceu no rosto de Taylor. —Eu não achei que a minha comida fosse tão ruim assim. Sarcasmo. Só que rapidamente, o coração de Sam derreteu. —Nah, a salsicha estava perfeita. Você não sabia que chutar a cabeça de alguém é normal antes de ir para um passeio? O sorriso no rosto de Taylor aumentou e a crise foi evitada. Tudo estava tão certo como a chuva. —Ok, vamos tentar de novo— disse Taylor. —Mas eu poderia precisar de um capacete desta vez.
Sam apontou para frente do cavalo. —Basta ficar ali. Porque se eu te chutar de novo, eu poderia colocar algum senso em você e você iria se perguntar o que está fazendo com um macaco como eu. Taylor deu uma risada suave e o som foi contagiante. Sam se viu sorrindo de orelha a orelha. Ele apenas ficou lá com a mão sobre a sela e os olhos fixos nos de Taylor. Ele queria beijar o homem e não apenas em sua bochecha. Ele queria um completo beijo de língua, tocando e acariciando até que ambos perdessem a cabeça por falta de oxigênio. O coração de Sam batia com força no peito quando os olhos de Taylor brilharam de alegria. Ele tinha notado uma tristeza em Taylor que o homem tentou muito duro esconder. Mas agora, que a agitação interna tinha ido embora, Taylor estava realmente se divertindo. —Deseje-me sorte— Sam disse depois que tirou os olhos de Taylor. Pela segunda vez, Sam empurrou o pé no estribo e virou-se em seu assento. Ele jogou os braços no ar, como se estivesse em um jogo de futebol e sua equipe tivesse acabado de marcar um touchdown1. —Vitoria finalmente!— Ele segurou a boca e fez um barulho como se a multidão estivesse selvagem. Taylor ia arrebentar um intestino com o riso. Sam sentou-se sobre o cavalo e se sentiu como um cavaleiro tentando ganhar o afeto de sua dama er... cavalheiro. O cavalo se moveu ligeiramente para o lado e Sam agarrou a crina do cavalo em um aperto de morte. Embora Sam não tivesse medo de altura, se sentiu muito longe do chão. Ainda sorrindo, Taylor entregou as rédeas para Sam.
1
Touchdown (TD) é uma pontuação do futebol americano. Ela vale 6 pontos e é conseguido com o jogador cruzando a linha de gol (entrando na end zone) sem ser obstruído. Logo depois de marcá-lo, o time ganha a oportunidade de converter um chute de ponto extra, valendo mais um ponto, ou então tenta uma conversão de dois pontos cruzando a linha de gol novamente, com um passe ou uma corrida.
—Novato— disse Taylor. —Isso é óbvio?— Sam riu. Se ele fosse mais do que um novato, ele provavelmente teria chutado Taylor para um coma. Taylor levantou o polegar e o dedo indicador, deixando apenas um centímetro entre eles. —Só um pouco. Quando Taylor se virou para a sela com uma facilidade que Sam invejou, Sam murmurou de brincadeira — Exibido. O cara estava realmente radiante. —Você tem a sua cozinha e eu tenho o meu cavalo. — Orgulho encheu o rosto de Taylor como se tivesse o prazer de saber como fazer algo que Sam não soubesse. Sam inclinou a cabeça ligeiramente. —Então, meu caro senhor, me ensine. Taylor passou os próximos dez minutos explicando para Sam como guiar o cavalo. Por que diabos não poderia a sela ter um volante? Isso tornaria as coisas muito mais fáceis. Seria melhor ainda se os estribos fossem um acelerador e um freio. Enquanto Sam segurou uma rédea em cada mão, tentando descobrir como guiar seu cavalo, Taylor segurou ambas as rédeas em uma mão enquanto ele virava seu cavalo e saia. Sam não seguiu imediatamente. Ao contrário, ele se inclinou e cochichou para o cavalo. —Não me fazer parecer tão ruim, certo? Eu estou tentando impressionar o cara. Seja legal. Depois de Sam fazer o pequeno estalo com a boca, seu cavalo avançou. As coxas de Sam se apertaram contra o couro desgastado da sela enquanto seus dedos agarraram as rédeas até que ficaram brancos. Ele puxou as rédeas ao redor e o cavalo começou a afastar-se de Taylor.
Taylor, com suas habilidades experientes, moveu-se com facilidade em torno de Sam até que eles estavam lado a lado e passando para as planícies abertas. —Você está bem? Sam se obrigou a relaxar. — Como um pedaço de bolo. — Bom. Então você não vai se importar se formos um pouco mais rápido. — Mais rápido?— Sam engoliu em seco. —Eu não vejo um velocímetro neste maldito cavalo. A cadência suave da risada de Taylor não fez nada para acabar com o nó de tensão se construindo no estômago de Sam. Ele tinha visões mórbidas de cair de seu cavalo e quebrar seu pescoço, ou ser pisoteado, ou, pelo amor de Deus, pegar fogo. Mais rápido não era algo que ele queria fazer. —O que está errado, Sam?— Taylor brincou e seu sorriso iluminou seu rosto como um anjo caído para torturar Sam. —Com medo de um pouco de velocidade? —Medo?— O desafio na voz de Taylor fez Sam ficar estúpido do cérebro. Ele cerrou os dentes enquanto se inclinava ligeiramente para Taylor. Com um tom baixo e frustrado, disse — Vamos lá. Taylor estreitou os olhos. —Em três. Sam segurou as rédeas com mais força. Taylor revirou os ombros. Os cavalos bufaram. —Um. Dois. Agora! —Gritou Taylor. Sam não tinha a menor ideia do que estava fazendo. Ele chutou seus pés e bateu as rédeas, gritando com seu cavalo para ir mais rápido. E o cavalo decolou.
Taylor já estava à frente dele, o cavalo correndo a uma velocidade vertiginosa. O homem e o animal. A imagem que Taylor fez enquanto guiava o cavalo como um verdadeiro cowboy tinha Sam tão duro que poderia martelar pregos. O que não era muito confortável ao sentar-se na sela. Sam imitou Taylor, inclinado para frente sobre o cavalo e tentou conversar com o outro. Ele estava indo malditamente rápido demais. O pé de Sam escorregou do estribo. Ele apontou sua bota de novo, tentando fazer com que o pé voltasse. Ele acidentalmente puxou as rédeas. O cavalo empurrou e tentou uma parada dura. A súbita falta de impulso jogou Sam da sela. Ele nem sequer teve tempo para gritar quando bateu no chão e rolou. Fechando os olhos, Sam ficou lá caído na grama macia enquanto tentava avaliar os danos. Suas costas doíam como o inferno e suas pernas latejavam. —Sam! Sam! Fale comigo, Sam! —Ele podia sentir Taylor ao seu lado. Havia pânico na voz do homem. —Porra, Sam. Abra os olhos! Sam gemeu. —Eu acho que quebrei meu pau. Taylor começou a dar tapinhas em Sam como um assaltante checando um bêbado. Os dedos finos do cara deslizaram sobre o peito, os lados de Sam, e depois as pernas. Sam apenas estava gostando do abuso sexual. Seu pau não estava quebrado depois de tudo. Ficou mais e mais duro a cada toque. Taylor pressionou os dedos sobre os ombros de Sam e, em seguida, alisou sobre a nuca antes que o homem verificasse a cabeça de Sam por quaisquer caroços ou inchaços. —Alguma coisa dói? Sam abriu os olhos devagar e depois levantou uma sobrancelha. —Eu acabei de cair de um cavalo. Tudo dói. Lágrimas encheram os olhos de Taylor.
—Isso foi tão estúpido da minha parte. Eu não deveria ter te desafiado. Você poderia ter... —Taylor engoliu em seco e sua voz saiu trêmula. —Você poderia ter morrido ou quebrado algo. Sam estendeu a mão e usou a junta de seu dedo indicador para enxugar as lágrimas de Taylor. —Eu entendi seu plano diabólico. Eu te chuto na cabeça. Você me joga do meu cavalo. Estamos quites? Taylor bateu Sam em seu peito. —Isso não é engraçado. Você poderia ter se machucado. Sam saltou as sobrancelhas. —Talvez seja necessário me checar mais uma vez. Eu tenho uma dor profunda entre as minhas pernas. Rosnando, Taylor se levantou. Tanto para um pouco de brincadeiras. Sam grunhiu quando ele se virou para o lado e, em seguida, se empurrou para seus pés. Ele revirou os ombros e depois inclinou a cabeça de lado a lado. —Nada quebrado. Mas
Taylor
não
disse
uma
palavra.
Ele
ficou
ali,
tremendo
visivelmente. O cara parecia um pouco verde e seus olhos eram muito grandes. Taylor parecia como se estivesse prestes a ter um colapso nervoso. Sam se aproximou e puxou Taylor perto, envolvendo os braços em torno do homem. Sentia-se como um gigante segurando um pequeno anjo gótico. Taylor tentou se puxar livre. Sam não ia deixá-lo ir. —Eu não sou seu inimigo, Taylor — Sam sussurrou. —Eu não estou tentando fazer nada além de te abraçar. Taylor parou de lutar, embora permanecesse rígido nos braços de Sam. Ele tinha acabado de ganhar uma pequena batalha. Sam tinha puxado com sucesso um tijolo na parede que Taylor se escondia.
Não entre em pânico. Apenas relaxe. Vocês são apenas dois caras se abraçando no meio do nada. Taylor engoliu em seco enquanto o calor do corpo de Sam entrava nele. Seus braços estavam moles ao seu lado, como chumbo molhado e ele não sabia o que fazer com eles. Será que ele abraçaria Sam de volta? E se o cara pensasse que Taylor queria mais do que um abraço? Por mais que ele estivesse lutando para manter as coisas em um nível de amizade, não havia como negar o fato de que o interior de Taylor fazia cambalhotas ao redor Sam. Quanto mais tempo Sam segurou-o, mais Taylor começou a relaxar. O cara não estava fazendo nenhum tipo de movimento. Ele estava mantendo sua palavra. Taylor estava travando uma guerra dentro de si mesmo. Este não era Todd. Sam era diferente. As coisas poderiam ser bem entre eles. Por que Sam estava atraído por ele? A intimidação e perguntas rolavam em sua mente até que Taylor queria gritar para si mesmo para calar a boca. O corpo de Sam começou a empurrar e Taylor percebeu que o homem estava rindo. Ele se afastou, olhando nos incríveis olhos cor de avelã. O sorriso do homem era de tirar o fôlego. —O que há de tão engraçado? —Nós. Você. Eu. —Sam deu um beijo rápido na bochecha de Taylor. —Nós somos um par desastrado, você não acha? Se continuarmos a sair juntos, podemos acabar por partilhar um quarto no hospital comparando hematomas. Taylor sorriu e depois riu. Seus ombros tremeram com o riso quando descansou sua testa contra o peito de Sam.
—A dupla desastrada. Ele levantou a cabeça, ao mesmo tempo que Sam estava tentando colocar mais um beijo em sua bochecha. Seus lábios se encontraram. Taylor engoliu em seco. Eles olharam um para o outro. E então as pálpebras de Sam baixaram enquanto segurava a cabeça de Taylor na palma de sua mão. Taylor se obrigou a relaxar quando suas pálpebras se fecharam. O beijo foi estranho no início, suas bocas esmagadas juntas. E então a língua de Sam deslizou sobre o lábio inferior de Taylor, para frente e para trás como se Taylor fosse um deleite delicioso. Taylor ficou impressionado com a maciez dos lábios de Sam, pelo sabor doce da boca dele. Era como o céu e o inferno e doces, tudo em um. Taylor arquejou e abriu os lábios, o desejo de sentir a língua de Sam ainda mais na boca. A mão na parte de trás de sua cabeça reforçou seu domínio quando Sam aprofundou o beijo, suas línguas rolando juntas quando Sam inclinou a cabeça para o lado, seu corpo duro, suas mãos suaves, seus lábios macios. Os braços de Taylor levantaram e apertaram as mãos nas costas de Sam. Os músculos rígidos flexionados, Taylor gemeu. Quando se separaram, Taylor estava ofegante. Sam apertou os lábios na testa de Taylor e, em seguida, usou a mão na parte de trás da cabeça de Taylor para mover Taylor até que ele estivesse descansando sua bochecha contra o peito de Sam. —Isso foi bom, não é?— Perguntou Sam. Sua voz era rouca e um pouco tensa. —Você estava bem com isso, certo? Taylor assentiu e segurou Sam um pouco mais apertado. Ele queria derramar suas entranhas e dizer a Sam como ele visitou o abismo do inferno e não saiu ileso. Como ele estava com medo de se abrir e confiar novamente ou dar ao homem uma maldita boa explicação de por que ele manteve o espaço entre eles.
Mas as palavras não saíram de seus lábios. Os segredos que alimentavam sua alma ficaram trancados no coração de Taylor enquanto ele segurava Sam como uma tábua de salvação. Só Cameron sabia o que o corroía e nem mesmo seu melhor amigo sabia toda a verdade. Um buraco queimou dentro de Taylor e ele queria desesperadamente dar a Sam meia chance, se abrir e tentar amar novamente. Mas as memórias ainda o assombravam. Mesmo depois de todo esse tempo, ele ainda acordava com um suor frio a cada noite, pesadelos tentando arrastá-lo de volta ao seu passado. Sam deu um tapinha nas costas de Taylor e depois o soltou. —Acho que vou a pé para casa.— Seu sorriso era doce, mas seus olhos diziam que ele sabia que havia algo de errado com Taylor, algo quebrado. —Essa é uma longa e horrível caminhada. — Taylor respondeu, empurrando e chutando as memórias de volta para baixo no abismo profundo que ele mantinha trancado dentro e deu a Sam um sorriso. —Podemos levar as coisas devagar. Sua declaração teve um duplo significado, e Sam parecia entender isso. —Tão lento como você precisar. — Sam pegou as rédeas do cavalo que estava mordiscando a grama nas proximidades. —Fique aí, enquanto eu monto. Eu não quero chutar a inteligência fora de você. Taylor pegou seu cavalo e montou. Eles cavalgaram lentamente de volta para a casa. Ele sorriu. —Você está começando a pegar o jeito da coisa. Sam lançou-lhe um sorriso. —Eu vou dominar isso ou rachar o crânio tentando.
Eles fizeram o caminho de volta para a casa sem matarem um ao outro. Rowdy levou os cavalos quando Sam e Taylor entraram. Estava ficando tarde e Taylor questionou se ele deveria sair. Stripper entrou na cozinha e, em seguida, congelou. Ele olhou de Sam a Taylor. Ele estava parado ali nu, vestindo apenas um par de botas surradas. —Eu pensei que vocês iriam demorar mais tempo.— Ele girou sobre os calcanhares e correu da cozinha. Taylor só podia olhar para a porta vazia. —Isso foi... estranho.— Ele piscou e olhou para Sam, que estava lá com seus lábios em uma linha fina. —O cara tem as maiores bolas que eu já vi. Sam balançou a cabeça enquanto pegava uma jarra de chá na geladeira e serviu dois copos cheios. —Ele é um naturalista. Confie em mim, venho tentando colar uma fita adesiva na cueca dele, mas o pequeno bastardo escorregadio é muito rápido. Um pensamento terrível veio a Taylor. —Todos vocês, homens, não... você sabe. Sam engasgou com o copo de chá que estava bebendo. O líquido disparou do nariz de Sam e para o chão. —Deus não! Eles são como meus irmãos. Eu chutaria a bunda de Stripper se ele tentasse chegar perto de mim com essas toranjas. Os ombros de Taylor caíram de alívio. —E quanto a você e seu companheiro de quarto?— Perguntou Sam, olhando para Taylor quando limpou o chá pulverizado. —O mesmo aqui— respondeu Taylor quando ele pegou o copo e tomou um gole. —Como irmãos. T-Rex entrou na cozinha e olhou entre os dois. —Podemos conversar?— Perguntou para Sam.
—Sobre o quê?— Sam jogou as toalhas de papel na lata de lixo. —Privado. Taylor sentou-se na ilha de Sam pediu licença e saiu da cozinha. Ele começou a pensar que Sam tinha se esquecido dele até que o homem voltou, com uma profunda carranca no rosto. —O que há de errado?— Perguntou Taylor. Sam empurrou a jarra de chá de volta na geladeira e colocou o copo na pia. Quando se virou, encostou-se no balcão com os braços cruzados sobre o peito. —Uma atribuição. Emergência. Eu tenho que sair por cerca de uma semana. —Oh—. Taylor estava aliviado que não era nada de importante. —O dever chama. Sam se afastou do balcão e se moveu até que estivesse de pé ao lado de Taylor. Seus corpos quase tocaram quando Sam deslizou os dedos em todo o cabelo sobre a orelha de Taylor. —Todos nós estamos saindo exceto Legend. Se você precisar de alguma coisa, qualquer coisa procure Legend. Ele vai ajudá-lo enquanto eu estiver fora. Taylor bufou e tentou o seu melhor para colocar a mente de Sam à vontade. —Eu acho que posso gerenciar uma semana sem você. Ela vai dar a minha cabeça tempo para curar. —Estou falando sério— disse Sam. —Eu vou deixar o meu número de telefone celular para o caso de precisar falar. Se eu não responder, eu vou chamá-lo de volta. Que porra era essa? Por que Sam estava agindo como se fossem um casal estável? Taylor se mexeu desconfortavelmente. Ele não achava que eles se conheciam bem o suficiente para Sam ficar preocupado assim.
Sam piscou e disse — Ou você pode me chamar e podemos falar de esportes. Apenas assim e a tensão foi drenada de Taylor e os dois estavam rindo. Taylor ia tentar e usar o tempo para trabalhar em si mesmo, para trabalhar em seus problemas de modo que, quando Sam voltasse, talvez, apenas talvez, eles pudessem trabalhar em ter um relacionamento real.
Capitulo Cinco Fazia dois dias desde que Sam tinha saído e Taylor teve que admitir que sentia falta do cara. Ele havia tentado mais de uma dúzia de vezes chamar apenas para ouvir a voz de Sam, mas conseguiu conter-se no último minuto. Taylor não queria parecer um perdedor, alguém tão pegajoso que não poderia viver sem o sorriso de Sam ou o seu perfume maravilhoso por uma semana maldita. Taylor abriu seu porta malas e empurrou o cesto de roupa para dentro antes de bater fechado. Ele limpou o suor da testa e pescoço, enquanto o sol quente de verão batia nele. O parque de estacionamento atrás do seu prédio de apartamentos não tinha qualquer sombra. Taylor estava de pé sobre o concreto se assando. Ele orou por uma brisa suave, mas não tinha nada. O ar estava úmido e estagnado e não lhe deu qualquer alívio. Um de seus vizinhos saiu da parte de trás do prédio e se dirigiu para seu carro. O dia estava normal, a vida foi seguindo em frente, e Taylor não podia parar de querer ouvir a voz de Sam. Nem mesmo Todd teve Taylor ansiando tanto para ouvir a voz de um homem. Sam era diferente e Taylor sabia disso. Podia sentir dentro de si
como uma flor se abrindo para os raios do sol. Taylor queria aquecer seu brilho, rolar nesse perfume. Droga, ele estava mal. Ele sorriu para si mesmo. Depois de dirigir as poucas quadras, Taylor puxou a roupa dentro da lavanderia e colocou as roupas sujas na máquina de lavar. Jogando a cesta em cima da máquina de lavar e, em seguida, caminhou de volta para fora. A porta da lavanderia foi mantida aberta por uma grande rocha. Não havia ar condicionado no interior para se refrescar. Então ele ficou lá fora e viu como a vida continuou a ir em frente de seus olhos. Onde estava Sam? O que ele estava fazendo? Será que ele estava pensando sobre Taylor tanto quanto Taylor estava pensando nele? Ele estava todo torcido por dentro e sentiu como se seu estômago fosse um nó apertado. Ele era como um viciado e Sam era sua droga pessoal. Como tinha tudo mudado tão rapidamente? Taylor tinha ficado tão ocupado que não tinha percebido que correu direto para Sam. Uma epifania tomou conta dele quando Taylor ficou de braços cruzados na calçada. Carros
passaram.
Pessoas
passaram.
O
carteiro
cantarolava
enquanto se abaixava para o prédio ao lado da lavanderia com o seu saco de entregas grande pendurado no ombro. Era fodidamente normal... e mesmo assim, não. A vida tinha estado um universo louco, caótico, e de cabeça para baixo com ele desde o encontro com Todd. Mesmo durante o ano após fugir do homem, a vida de Taylor estava em frangalhos — totalmente destruída. No início, ele bebia muito para escapar das memórias. Nem mesmo Cameron tinha sido capaz de salvá-lo. Mas, lentamente, Taylor tinha vindo de volta à terra dos vivos. Ele já não era o bode expiatório de Todd. Ele não tinha que suportar a humilhação
de ser enforcado em um clube de BDSM2 quando espectadores avidamente ofegavam e cobiçavam o que Todd estava fazendo com ele. Taylor não se sentia como se estivesse morrendo. Ele não estava sendo forçado a uma vida que nenhum homem deveria suportar apenas para algo torcido, uma pobre desculpa para um ser humano poder obter suas fantasias. Mas Todd não era humano, ele era? Essa tinha sido a cereja no topo do bolo. Quando Taylor descobriu que Todd era um shifter urso, o homem começou a utilizar sua capacidade de mudar para aterrorizar Taylor a fazer o que o homem queria. Ele usou suas garras e dentes como uma manobra tática para manter Taylor apavorado, para impedi-lo de fugir. Se não tivesse sido por Cameron, Taylor poderia estar morto agora. Não podia. Podia. A aderência tênue de Todd em sua sanidade mental e autocontrole
tornou-se
cada
vez
mais
fraco,
sua
crueldade
crescendo
profundamente. Ele sabia que tinha fugido antes que Todd estivesse empurrado as coisas até o ponto onde Taylor acabaria por morrer em suas mãos. Mesmo sob o calor do sol de verão, Taylor sentia frio. Ele estremeceu e cruzou os braços sobre o peito. Todd tinha dito que eles eram companheiros, mas Taylor sabia que era mentira. Se eles estivessem destinados a ficarem juntos, Taylor teria sentido algum tipo de conexão. Todd não teria sido um sádico filho da puta. Mas uma vez que Todd tinha mostrado sua verdadeira face, nada entre eles teve ajuste. Era como tentar colocar um prego redondo em um buraco quadrado. Não importava o quanto Todd tentou forçá-lo, eles simplesmente não funcionavam.
2
Bondage, dominação, submissão, sadismo, masoquismo.
E agora aqui Taylor se reergueu, em uma nova cidade, cercado por caras novas, tudo novo, enquanto tentava lidar com seus sentimentos crescentes em direção a Sam. Seu celular tocou. Taylor pegou-o do bolso para ver o número de Sam sendo exibido. Seus dedos tremiam quando respondeu e apertou o telefone no ouvido. — Hey. — Sua voz era quase inaudível quando mordeu o lábio inferior e olhou para fora sobre a rua. — Ei você, meu pequeno anjo selvagem — disse Sam com diversão em sua voz. A frieza da turbulência interna de Taylor começou a desvanecerse. O sol parecia mais quente em sua pele quando um sorriso deslizou no lugar. —Você não acabou de me chamar assim. — Taylor riu. Borboletas estavam espalhando suas asas em seu estômago e seu coração começou a bater um pouco mais rápido. Ele abaixou a cabeça e mexeu com o dedo do pé em uma rachadura no concreto. — Está indo tudo bem? — Mais ou menos. Eu finalmente peguei uma pausa e pensei em ligar para este selvagem bonitinho que eu vi no supermercado. Mas eu acho que ele é bom demais para mim. Talvez você pudesse falar com ele, hmmm? Diga-lhe o grande cara que eu sou e que as minhas intenções são puramente honrosas? O rosto de Taylor se aqueceu e não por causa do sol. Ele não tinha certeza de como responder. Sam era como uma acolhedora brisa fresca, sobre sua pele quente. O homem roubou o fôlego e deixou Taylor tonto a cada momento. — Honrosas? Sam riu. — Ok, você me pegou. Que tal prazeroso? Puramente prazeroso, sim, isso soa certo.
A garganta de Taylor apertou quando fechou os olhos com força. Ele era o único que não era bom o suficiente para Sam. O homem era puro, honesto e um cara completamente bom. Ele era o tipo de pessoa que alguém levava para casa para conhecer os pais. Taylor era um desastre ambulante. — Você está aí, Taylor? Se eu estou indo muito rápido... — Não — Respondeu Taylor em torno do nó na garganta. — Você foi bem. Juro. Sentia-se como um sapo tentando ganhar um príncipe. Mas a suave e profunda voz de barítono de Sam tinha sido exatamente o que Taylor precisava naquele momento. — Eu só estava pensando. — Hmm, sobre o que, o nosso passeio juntos? Eu juro que eu não te chutei de propósito. Por uma questão de fato, eu bati no meu pé por colocar a mão em você. Era brega, mas tão malditamente encantador. Mas Taylor aceitaria brega em qualquer dia da semana. — Não faça isso — Brincou Taylor. — Então eu vou ter que te chamar de molenga. A voz de Sam tinha ficado profunda. — Confie em mim. Não há nada mole em mim. Taylor virou a cabeça como se os transeuntes pudesse ouvir o que Sam estava dizendo. Seu rubor tinha cravado em um calor vulcânico quando rapidamente voltou para a lavanderia. Moveu-se atrás de uma máquina de lavar como se ele estivesse prestes a ter uma conversa ultra-secreta com Sam. —Eu só estou brincando com você— disse Sam, mas Taylor sabia que o homem tinha sido grave. — Como está o seu dia?
— Mais ou menos. — Taylor olhou para a máquina de lavar roupa para ver as roupas caindo ao redor na água com sabão. Ele virou-se e xingou quando continuou a fazer barulho. —Conseguindo alguma roupa limpa. — Parece que você está tendo muito mais divertimento do que eu. — Sam falou baixo e Taylor sabia que o cara estava falando com alguém que estava por perto. As vozes eram um murmúrio abafado antes de Sam suspirar. — Eu tenho que ir. Taylor não queria que a conversa terminasse. Seus dedos se enroscaram firmemente em torno de seu telefone quando balançou a cabeça e, em seguida, percebeu que Sam não podia ver seu movimento da cabeça. — Ok. — Por que você não me liga hoje à noite? Eu posso adormecer ao som da sua voz. Uma lágrima solitária riscou pelo rosto de Taylor quando sua garganta queimou. Ele cruzou o braço livre sobre o peito, empurrando o punho na axila. Seu lábio inferior tremeu quando disse — Eu vou fazer isso. — Cuide-se, meu anjinho selvagem. Volto a incomodar você antes de você perceber. Mesmo que Sam tinha desligado, Taylor manteve o telefone pressionado no seu ouvido. Seu corpo estremeceu uma vez, as lágrimas começaram a cair. Ele não tinha certeza do que tinha feito para merecer alguém como Sam. Mas Taylor ia fazer o que diabos tivesse que fazer, a fim de manter Sam. Porque Taylor era um tornado maldito de uma confusão e Sam era a única parte organizada da sua vida.
Com sua roupa agora seca, Taylor dobrou as roupas e as colocou em seu cesto de roupa suja, sorrindo para si mesmo no telefonema que teve com Sam. Colocando reivindicações sobre Sam deveria ter assustado Taylor, mas por incrível que pareça, ele estava começando a olhar para o futuro no retorno do homem. Ele colocou a caixa de lençóis secos e o detergente em sua cesta e levou-a até seu carro, armazenando-a em seu porta malas. Isso estava se transformando em um grande dia. Quando seu celular tocou novamente, Taylor puxou-o livre e respondeu, sorrindo e esperando ouvir a voz de Sam mais uma vez. — Ei, bonitão. Taylor estava determinado a descer seus muros. Poderia ser um pequeno passo de cada vez, mas ele ia tentar. — E quem você achou que estava ligando para você? Taylor tropeçou contra o carro, apertando sua mão no porta-malas quando seu mundo começou a girar e o dia ensolarado ficou tão escuro como a noite. Seu coração era de repente uma marreta atrás de suas costelas, tentando bater o seu caminho para fora. — C-como você conseguiu esse número? Ele não conseguia mais sentir o ar entrando em seus pulmões. Só a partir de uma pergunta, Taylor estava perto de arrebentar pelas costuras, quebrando em mil pedaços.
— Foi muito fácil. Eu disse a sua madrasta que eu era um velho amigo da escola tentando vê-lo. — Havia uma camada de gelo de controle na voz de Todd. A madrasta de Taylor era uma cadela de coração gelado. Ela se casou com o pai de Taylor e tinha feito à vida de Taylor um inferno depois disso. Ele alegremente tinha fugido para o rancho do tio Wyatt todos os verões apenas para escapar dela. Mas quando o seu tio o pegou brincando com o capataz no verão que Taylor tinha dezessete anos, todo o inferno desabou. Seu tio o havia repudiado. O pai de Taylor tinha o repudiado também. Mas sua madrasta, Patty, falou para o pai de Taylor não chutá-lo para fora. Ela o levou para o aconselhamento e achou uma combinação de terapia e igreja para curar a ele. Ela jamais deixou-o esquecer o pervertido pecador que ele era. E então conheceu Todd. O cara tinha varrido Taylor fora de seus pés e tinha estado lá em um momento da vida de Taylor, quando precisava de uma tábua de salvação. Cameron tinha implorado a Taylor não namorar Todd. Seu melhor amigo jurou que Todd era o diabo encarnado. Mas já era tarde demais. Todd tinha isolado Taylor de sua família e a vida que ele conhecia. Ele arrastou Taylor no mundo do BDSM, chutando e gritando. E quando Taylor tornou-se muito fora de controle, Todd drogou para torná-lo mais compatível, mais submisso. A última vez que estiveram juntos, Todd tinha batido em Taylor tanto que ele quase morreu. O homem tinha ficado enfurecido porque Taylor tinha chamado Cameron só para conversar, só para sentir como se ele não estivesse tão sozinho no mundo. Cameron tinha chegado ao apartamento depois de Todd ter saído com seus amigos. Ele tinha puxado Taylor fora da
Cruz de Santo André3 na qual tinha sido deixado amarrado, colocou algumas roupas em Taylor, e os dois fugiram sem olhar para trás. E essas memórias eram leves em comparação com algumas das coisas que Todd tinha feito para Taylor, o que fez Taylor fazer. Medo se agarrou ao redor do coração de Taylor e começou a corroer seu estômago. Lágrimas subiram perigosamente perto da superfície, quando Taylor virou a cabeça, tentando ver se Todd estava por perto. — Você achou que poderia ficar longe de mim, rapaz? Tenho um contrato assinado que diz que eu tenho você. Taylor se agachou atrás de seu carro quando começou a balançar em um ritmo rápido, com um braço pressionado firmemente sobre seu estômago. Vazio frio permeava sua mente e ele começou a desligar seção por seção. Mesmo através do telefone, Taylor podia sentir as intenções torcidas do homem como óleo preto revestindo sua pele. — Não era legal. O riso de Todd era amargo. — Você acha que vai me impedir de tomar de volta o que é meu? Quando eu chegar em casa, você vai sentir a ira da minha punição. Você vai ter sorte se eu deixá-lo viver. Taylor enfiou o punho na boca para reprimir o grito. As memórias da humilhação e a dor combinados o inundaram em uma mistura tóxica. Ele desligou, com medo do que Todd poderia dizer, sobre o que mais o homem poderia ameaçá-lo. Com um soluço irregular, ele deixou cair seu rosto em suas mãos e sentiu o pulsar da agonia infinitamente abaixo da superfície. Um transeuntes pararam e perguntaram — Você está bem?
3
Tropeçando em seus pés, Taylor usou seu carro para mantê-lo na vertical até que deslizou para o banco do motorista. Ele ignorou os espectadores quando arrancou do meio-fio. Ele apenas registrou os sinais e semáforos. Foi um milagre ele não entrar em um acidente. Seu pneu pulou o meio-fio quando Taylor fez uma parada em frente à loja de bebidas. Ele precisava ficar bêbado, para anestesiar a dor, as lembranças e o medo que consumiam tudo. Ele pegou cinco da primeira coisa que ele viu, pagou e subiu de volta em seu carro.
Capitulo Seis Sam encostou-se ao vidro do bar, enquanto observava Natalie em torno da piscina, por trás de seus óculos de sol espelhados. Ela era jovem, provocadora e um real pé no saco. Guarda-Costas Executivos a protegia de homens que queriam extorquir seu pai, um rico empresário russo, Aleksei Vitaye, que atualmente vivia em uma mansão chique perto de Atlanta, na Georgia. Era uma tarefa de resgate, mas T-Rex queria ficar por mais uns dias para ter certeza de que não haveria retaliação. Desde que libertaram Natalie de uma pequena cidade nos arredores de Krasnoyarsk, ela estava flertando com
Sam,
batendo
os
cílios
e
encontrando
qualquer
desculpa
para
acidentalmente dar um encontrão nele. Ele estava atualmente tentando se certificar de que ela ficasse do seu lado da piscina e não chegasse perto dele. Seu celular tocou. Sam verificou e não reconheceu o número. Moveu-se para o lado do bar coberto e respondeu. —Sam Reynolds.
—Sinto muito incomodá-lo. A voz não era familiar. —Quem está falando? —É Cameron Langley, colega de quarto de Taylor. —Como você conseguiu meu número?— Sam olhou para a piscina e sentiu sua mandíbula tensionar quando Natalie começou a rastejar em direção ao bar. Seu biquíni não poderia nem mesmo ser considerado roupa. Não havia nada lá, apenas três pedaços pequenos de pano e um punhado de cordas. Olhando em volta rapidamente, ele avistou Stripper em pé ali perto. O homem estava vestindo um Armani de seda e parecia danado de bom, mas muito desconfortável. Sam estava esperando por Stripper ceder e tirar suas roupas, mas ele permaneceu profissional. Sam bateu no ombro de Stripper e apontou para Natalie. Stripper deu-lhe um sorriso debochado e acenou com a cabeça. O homem estava ajudando Sam a mantê-la longe. —Eu encontrei o seu número na cômoda de Taylor. Sam ignorou a situação na piscina e deu a Cameron toda a sua atenção. Ele notou algo estranho na voz do homem e perguntou —Taylor está bem? —É sobre isso.— Cameron disse. —Eu não sabia para quem ligar. Eu não o vi faz dois dias. Ele não apareceu para trabalhar hoje, o que não é comum. Taylor é confiável acima de tudo. Sam tentou pensar em algo que Taylor pudesse ter lhe dito, para lhe dar uma pista sobre seu estado de espírito. A conversa de telefone foi muito bem, sem nenhum indício de qualquer coisa errada. —Eu vou verificar e te chamo de volta. —Obrigado.— Cameron disse, e depois acrescentou —Eu liguei para você em vez do xerife, porque primeiro eu tenho certeza de como é difícil a
polícia procurar por ele. E segundo...— O tom de Cameron baixou e houve hesitação em sua voz.—... Taylor parece estar se abrindo para você. Isso em si é um milagre. —Eu vou chamá-lo de volta.— Sam desligou o telefone e entrou pela parte de trás da casa em busca de T-Rex. Seus sapatos ecoavam no chão polido quando cruzou a sala de jantar com decoração requintada e seguiu para o escritório de Aleksei. Ele acenou para alguns funcionários, passou por móveis antigos que haviam sido enviados da Sibéria, de acordo com Aleksei e bateu em uma grande porta de carvalho. O guarda-costas pessoal do Sr. Vitaye abriu a porta. —Eu preciso falar com o Sr. Rexford. — Sam olhou além do homem, para ver T-Rex falando suavemente com Aleksei. O guarda-costas balançou a cabeça e afastou-se. O russo sorriu e estendeu o copo cheio de líquido âmbar até Sam. —Como vão as coisas? Tradução minha filha não o agarrou ainda? —Muito bem, obrigado. — Sam virou-se para T-Rex. —Um momento particular? T-Rex desculpou-se e atravessou o tapete cor de vinho. Sua voz era baixa quando falou. —Tem alguma coisa errada? Sam explicou a T-Rex no voo para recuperar Natalie que tinha um forte sentimento de que Taylor era seu companheiro. T-Rex estava pronto para enviar Sam de volta para casa. Mas Sam sabia que a equipe precisava dele. Embora Colton fosse siberiano e podia falar a língua nativa, e isso era uma grande vantagem para eles, todos se dirigiram para a pequena cidade que era conhecida por domínio de marginais. O lugar era tomado pela pobreza, com prostitutas, vagabundos,
e mais crime do que qualquer cidade nos Estados Unidos. Precisou de todos trabalhando como uma unidade sincronizada para tirar Natalie de lá. —Taylor não foi visto em dois dias. — Sam olhou para Aleksei que falava com seu guarda. —Peça para Colton rastrear o telefone celular de Taylor enquanto você pega um voo para fora daqui. —Você tem certeza?— Sam perguntou. —Eu não quero deixar você na mão. T-Rex deu um suspiro baixo. —Agora não resta outra coisa senão política. A Senhorita Vitaye está sob forte vigilância e não lhe é permitido sair correndo com as amigas. Sairemos amanhã. Vá. Sam acenou em agradecimento e caçou Colton no caminhou. Ele deu ao homem o telefone de Taylor e, em seguida, Sam pegou suas coisas e se dirigiu para o aeroporto mais próximo. Ele chamou Colton durante o vôo. —Alguma coisa? —O telefone ainda está ligado, o que me permitiu acompanhar suas coordenadas pelo GPS. Pela localização, ele ainda está em Bear County. Chame-me quando chegar à cidade e o guiarei até ele. Sam tentou não perder o controle no avião. Tentou não pensar no pior cenário. Durante sua carreira militar, ele tinha visto coisas que dariam pesadelos à maioria dos homens sãos. E durante o tempo com Guarda-costas Executivos, ele viajou por todo o mundo. Quando queria se manter silencioso, o governo enviava Sam e seus companheiros de equipe em situações hostis em que os responsáveis políticos não correriam o risco de mandar seus próprios homens ou a operações que não queriam ser associados. Ele conheceu a pior escória e viu horrores inimagináveis. Mas foram as coisas indizíveis feitas as crianças que o assombravam mais. Há alguns anos
atrás, Sam e os outros foram contratados para resgatar a filha de um magnata do petróleo que havia desaparecido. A missão parecia bastante simples, até que entraram naquele armazém e Sam percebeu que tinha entrado em um cartel de pornografia infantil. Aquilo o marcou por quase um ano. Ele acordava gritando, vendo os olhos que já não eram inocentes, chegando a um quarto escuro para ajudar as crianças que não estavam lá. Essa missão marcou uma parte de Sam. Era algo que não achava que esqueceria. Por ver aqueles pequenos rostos e o que aqueles filhos da puta doentes estavam fazendo... Sam fechou os olhos e desejou que a memória sumisse. A maioria dos shifters urso desejava uma família. Estava incorporado em seu DNA querer filhos. Sam não queria. Essa missão solitária matou qualquer desejo que tinha dentro dele. Levou um pedaço de sua alma. Ele desprezava qualquer um que usasse sua força contra os mais fracos, que se impôs a seres inocentes. Expirando suas memórias tóxicas, Sam saiu do avião quando chegou e pegou sua bagagem, e depois foi encontrar Legend. Ele chamou seu amigo antes de entrar no avião e pediu a Legend para buscá-lo no aeroporto. Sam não estava em um estado de espírito para conversar. Ele colocou sua bolsa no porta-malas e, em seguida, viajou em silêncio de volta a Bear County. Assim que chegou em casa, mudou seu terno e, em seguida, pegou sua caminhonete e ligou para Colton. Colton o guiou para uma parte remota da cidade, uma área afastada que não era fácil de encontrar. Como no inferno foi Taylor parar ali? —Se precisar de ajuda, avise-me. Ligarei para Legend.— Colton disse. Quando ele avistou a traseira de um Prizm prata, Sam parou sua caminhonete e desligou o motor. Ele não viu ninguém dentro do veículo.
—Eu vou precisar que alguém pegue o carro de Taylor.— Sam deu a Colton as coordenadas e depois desligou. Ele deslizou de sua caminhonete, olhando em volta, mas não viu Taylor ou qualquer outra pessoa. Ele se aproximou do carro lentamente e, em seguida, olhou para dentro. Taylor estava caído no banco de trás. Com o coração na garganta, Sam abriu a porta de trás e verificou o pulso de Taylor. Estava forte e constante. Ele examinou o homem, mas não viu nenhum ferimento. Ele passou as mãos sobre Taylor, verificando se havia ossos quebrados. Quando Sam levantou a camisa de Taylor para ver se ele tinha alguma contusão, todo o seu mundo parou abruptamente.
Ugh. Taylor abriu os olhos turvos e tentou descobrir onde estava. Sua boca tinha gosto de merda e seu estômago parecia como se alguém tivesse despejado algo nocivo nele. O quarto estava escuro, o que era bom, mas não lhe dizia onde estava. Ele não achava que poderia lidar com todas as luzes brilhantes agora. Mas sabia que não estava em sua própria cama. Ele não tinha um colchão macio assim. —Senhor Hennessy está acordado. Sam. Ele fechou os olhos e rezou para que isso fosse um sonho estranho e que Sam não estivesse por perto. Ele vasculhou suas memórias, tentando
descobrir como terminou neste quarto. Ele não achou nada. A cabeça de Taylor martelava e sua língua parecia áspera. A cama afundou e assim fez o estômago de Taylor. À medida que a nebulosidade começou a levantar, Taylor endureceu. Onde estavam suas roupas? Ele estava deitado debaixo de um lençol macio, completamente nu. Teriam eles...? Algo roçou seu cabelo. Os dedos de Sam. —Como você está se sentindo? Taylor não tinha certeza de como responder a essa pergunta. Sam estaria falando sobre sua ressaca óbvia ou o possível sexo que tiveram? Uma vez que todo o seu corpo doía, ele não tinha certeza se afastaria essa opção. Se tiveram, ele estava chateado que não se lembrava de nada. —O que estou fazendo aqui?— Taylor perguntou. —E onde é aqui? —Você está em um sanatório e eu sou seu novo enfermeiro.— Havia humor na voz de Sam. As brincadeiras de provocação familiares aliviou Taylor de maneira que não achava possível acontecer. Bastava Sam estar por perto de Taylor para animá-lo. —Esse sanatório serve café?— Taylor balançou a cabeça e tentou rever suas memórias. Ele estava lavando roupa. Sam ligou. Ele fechou os olhos e recordou ainda mais. E então tudo voltou. Todd. Taylor tinha comprado uma garrafa na loja de bebidas e dirigiu para uma área remota para se embebedar. Ele gritou e chorou e tudo mais quando se tornou amigo íntimo da bebida. Ele tentou sentar-se e a vertigem instantânea lhe disse que tinha terminado a garrafa inteira. —Contanto que você não vomite em todos os lugares, vou pegar um pouco de café.— Sam disse, e a cama estremeceu ligeiramente. Ele ouviu passos recuando.
Com grande esforço, Taylor lentamente se ergueu em uma posição sentada. Ele limpou a boca e encolheu-se de como sua língua estava nojenta. O que não daria por uma escova de dente no momento. Ele também precisava de um banho quente. E então ficou claro para ele. Se estava nu, Sam tinha visto suas cicatrizes? O homem teria recuado com horror ao ver as linhas que cruzavam as costas de Taylor? Será que Sam o via como o monstro de Frankenstein agora? Taylor esfregou as mãos sobre o rosto, desejando que a náusea passasse. Ele virou-se até que seus pés estavam firmemente plantados no chão frio. Taylor sentou-se ali, com as mãos pressionadas contra o colchão, com a cabeça pendurada. Por que diabos sua madrasta tinha dado a Todd seu número? Taylor só havia deixado com ela no caso de que algo acontecesse com seu pai. Mesmo que Bruce lhe houvesse repudiado, Taylor ainda se importava
e
fez
Patty
prometer
chamá-lo
chamar
se
houvesse
uma
emergência. Ele sabia que ela nunca faria isso. A mulher ficou muito aliviada quando Taylor se mudou. Suas últimas palavras foram boa viagem. Mas Todd sempre foi encantador e docemente teria tirado o número dela. Mas por que agora? Por que um ano depois? Por que Todd não a tinha procurado mais cedo? Sam voltou e Taylor começou a enrolar a coberta em torno de si para cobrir as costas, mas as luzes permaneciam apagadas. Sam andou pelo quarto com facilidade, antes que sentasse e entregasse a Taylor uma caneca de café quente. O aroma encheu seus pulmões e ele suspirou com o cheiro. Taylor tomou um gole e então perguntou —Por que você não está me dando conselhos? — Foi o que Cameron fez a última vez que Taylor tentou afogar as mágoas. Não no início, no entanto. Mas quando a bebedeira de
Taylor começou a interferir com a sua vida cotidiana, seu melhor amigo interveio e agiu como um pai. Mas não foram as palestras de Cameron que puxaram Taylor de sua queda. Foi o conhecimento de que estava destruindo a si mesmo e que acabaria perdendo o único amigo que já teve. —Todos nós temos algo que tentamos esquecer.— Sam falou como se conhecesse muita dor. —Todos nós temos nossas diferentes maneiras de lidar. Taylor tomou outro gole. O café tinha a quantidade certa de creme. Sam se lembrou de como ele gostava. —Qual é o seu pesadelo?— Ele perguntou. —Impotência. Taylor ficou surpreso que Sam admitiu algo parecido. O cara era grande, forte e tinha uma disposição que Taylor invejava. Ele não podia imaginar Sam ter medo de nada. Era como ouvir um guerreiro inabalável apontar uma fenda em sua armadura. —Sério? Sam deu uma risada amarga baixa. —Sim. Não suporto ver pessoas inocentes se machucarem e saber que não posso fazer nada para impedir. A caneca estava quente em suas mãos e Taylor fechou os dedos em torno dela, segurando-a com firmeza. Como ele terminou com alguém com o coração de ouro como Sam? A pergunta mais importante, por que Sam era tão atraído por ele? —Eu sei o que você quer dizer. —Este mundo louco oferece uma variedade de venenos e não lhe dá um antídoto, quando você é exposto a eles.— Taylor parecia querer tirar o mal de Sam passando a mão sobre sua nuca e seu pescoço. —Mas ele também oferece anjinhos sensuais góticos para compensar a loucura.
Taylor sentiu-se corar. Seu estômago estava turvo, e sua cabeça latejava como se uma pessoa pequena estivesse dentro de seu crânio com um martelo pneumático. No entanto, aqui estava ele, roubando o calor das palavras de Sam para espantar o frio. —Eu sei que parece torcido.— Taylor sussurrou enquanto olhava para a escuridão da sala. Não sendo capaz de ver Sam direito, não enxergar seu entorno, ajudou Taylor a falar de coisas que preferia manter enterradas. —Todos nós fazemos.— Sam disse num tom que combinava com Taylor. —O meu me ligou recentemente. — Taylor admitiu e sentiu a protuberância ácida formando em sua garganta. Seus dedos se cravaram duro contra a caneca quando forçou as próximas palavras. — Me ameaçou. A sala ficou em silêncio. Taylor podia ouvir os ruídos da noite lá fora, cigarras, bichos que ele não poderia citar, mas o quarto em si estava silencioso. E agora que admitiu isso? Será que Sam começaria a pensar que Taylor era mais problema do que valia? Ele abriu a boca para pedir desculpas quando Sam disse — A mesma pessoa que o feriu? O homem devia estar falando das cicatrizes de Taylor. Os olhos de Taylor arderam, mas ele lutou contra as lágrimas. Ele não queria parecer impotente e fraco na frente de alguém tão maldito forte. Ele não queria que Sam o visse como uma vítima. Ele colocou a caneca de lado e fechou os braços ao redor de seu estômago. —Sim. —O que ele disse? Taylor tentou decifrar o tom de voz de Sam, mas foi dito com controle rígido. O homem não estava demonstrando nada. —Ele disse que ainda lhe pertenço e que, quando me encontrar, terei sorte se viver. — Taylor se levantou, entrando em pânico enquanto tentava pensar para onde poderia fugir. Ele se empurrou para trás e para frente, sem saber que direção tomar.
Braços fortes o envolveram e Taylor lutou para se libertar. Ele não podia arrastar Sam em sua vida sórdida. Taylor não permitiria que o veneno de Todd tocasse este homem que estava se tornando muito, começando a significar o mundo para ele. —Calma, meu anjo. — O tom de Sam era suave, forte, inflexível. O calor de seu corpo embebeu Taylor, aquecendo-o de dentro para fora. —Ninguém fará nada com você, entendeu? Taylor não entendia. Como poderia Sam derrotar um shifter urso? Ele não podia. Todd rasgaria Sam em pedaços. Os ombros de Taylor começaram a tremer quando se deu conta que estava preso em um mundo que não queria estar. Que o único homem que parecia se importar tanto com ele poderia se machucar. As lágrimas eram quentes quando caíram, e Taylor foi impotente em detê-las. Os braços de Sam o agarraram mais apertado enquanto apoiava o queixo sobre a cabeça de Taylor. Taylor finalmente começou a se acalmar e, em seguida, se contorceu. —Uh, Sam? —Sim? —Isso é realmente estranho. Preciso de roupa. A risada de Sam parecia como mel quente deslizando sobre ele. —Eu meio que gosto disso. Taylor inclinou a cabeça para trás para dizer que estava falando sério quando os lábios de Sam encontraram os seus. Desta vez, Taylor não endureceu. Ele não ficou tenso nos braços de Sam. Em vez disso, começou a derreter como manteiga ao sol, seu corpo se moldando para o outro homem. Tudo ao redor de Taylor parecia mais vivo. Os sons mais altos, as sombras na sala menos assombrosas e seu corpo... uau. Era como ser eletrocutado lentamente, sensualmente.
A barba do queixo de Sam raspou sobre o queixo de Taylor e ele estremeceu. —Meu anjo pequeno e doce. — Sam murmurou. —Eu amo o seu gosto. —Obrigado, senhor. — Taylor congelou. Ele empurrou Sam para trás, e se separou para que pudesse recuperar o fôlego. Sam riu. —De nada senhor. O cara parecia não se incomodar com Taylor colocando distância entre eles. Ele até brincou sobre o deslizamento. Em vez de tentar recapturar os lábios de Taylor, Sam deu-lhe um tapinha no quadril. —Quer alguma coisa para colocar no estômago? Taylor ficou no meio do quarto, sentindo-se como se o mundo tivesse mudado e que esqueceram de dizer a ele sobre isso. —Eu não entendi. —Comida. Estômago. Equação simples. — Sam disse. —Não.— Taylor abanou a cabeça. —Eu não estou entendo você. Taylor podia ouvir Sam se movimentar e, em seguida, uma lâmpada acender ao lado da cama. Taylor pegou o lençol da cama e envolveu-o em torno de seus ombros, escondendo tudo. —O que há para entender, Taylor? Eu sou um cara muito simples. —Nada parece perturbá-lo. Nada parece incomodá-lo. Você acaba de rolar com os gambás e continua. Sam deu de ombros. —Você deveria fazer também. Não pode deixar que a vida o coloque pra baixo. Você me chamou de senhor. Entendo que alguns condicionamentos são mais difíceis de quebrar do que outros. Por que eu ficaria louco com isso? —É assim tão fácil?— Taylor perguntou. —É fácil sim.— Sam respondeu. —Apenas deixe ir. —E você me segurará?
Sam piscou para Taylor. —Assim como uma rede debaixo de um artista de circo. Eu o protegerei. Taylor lambeu os lábios, com o coração batendo a mil batidas por segundo. Ele formou coragem e deixou cair o lençol para seus pés.
Capitulo Sete Sam não sabia o que dizer. Ele não tinha certeza do que fazer. No silêncio suave do quarto, ele podia ouvir o coração de Taylor batendo descontroladamente. O homem estava diante dele, nu. Não era apenas a sua nudez, mas sua vulnerabilidade que tocou algo dentro Sam. Ele fechou a distância e abaixou-se, puxando o lençol em sua mão. Ele deu um beijo sobre a bochecha quente de Taylor. — Você perdeu isso anjinho. Quando Sam começou a envolver o lençol em volta dos ombros de Taylor, o homem agarrou-lhe os pulsos, parando-o. Seus olhos estavam fechados quando a sala cheia de excitação. Sam segurou o rosto de Taylor, buscando, tentando descobrir exatamente o que Taylor estava pedindo. Taylor se apoiou, com as pernas batendo na cama quando ele puxou Sam junto com ele. —Eu estou deixando ir. —Eu vejo. — Sam deu um sorriso gentil a Taylor. — Mas isso é o que você realmente quer? Taylor sorriu. — Contanto que você não me chute na cabeça.
— Bem, eu tinha pensado nisso por um momento, mas as pessoas inconscientes não apelam para mim. Eu sou muito preguiçoso para fazer todo o trabalho. Taylor olhou para Sam por um momento e, em seguida, uma centelha de riso iluminou os olhos do homem. Foi uma coisa brilhante e bonita de ver, pois ambos estavam ali em um precipício estranho tentando decidir quem iria saltar primeiro. Sam tinha certeza de que, para os próximos anos, ele poderia jurar que tinha sido empurrado. Isso foi o que sentiu quando Taylor se inclinou e deu um beijo em seus lábios. O movimento foi tímido e doce e teve Sam endurecendo. A timidez nesse único movimento fez isso por ele. O coração de Sam apertou e seu pau latejava, e ele não queria nada mais naquele momento do que jogar Taylor para baixo e tomar o seu corpo. — Eu juro não deixar você assim — disse Taylor. A palma da sua mão pressionada contra o peito de Sam, direto sobre o coração, que batia freneticamente. Ele sorriu para Sam. — Lesão na cabeça ou não. — Eu sempre poderia nos levar alguns capacetes de segurança — Respondeu, notando o quão baixo a voz dele tinha ficado. Taylor tentou induzilo. Deus sabia que o homem era tentador. Taylor tinha sido um desastre quando Sam o encontrou e agora Taylor ia destruí-lo. O urso de Sam rosnou e agarrou, tentando forçá-lo a reivindicar Taylor. Mas Sam não ia chegar a esse ponto, até que tivessem conversado. O homem já tinha passado por besteira o suficiente em sua vida. Sam não ia trair a sua confiança. Além disso, Legend havia retido a informação de Gabe e quase tinha virado um desastre. Sam queria evitar qualquer tipo de drama. O sorriso de Taylor parecia iluminar o quarto mal iluminado. — Espero que possamos administrar sem eles. Não existem cavalos em torno de modo que você não precisa se preocupar em ser jogado.
Seus sentidos de humor pareciam em perfeita sincronia. Taylor tinha Sam, e ele adorava aquilo sobre o cara. Não importa o que ele jogava no homem, Taylor pegava e rolava de volta. Sam focou no sorriso de Taylor quando puxou a camisa sobre a cabeça e jogou para o lado. Os olhos de Taylor percorreram Sam quando sua língua saiu e deslizou sobre seu lábio inferior. Havia ainda uma qualidade hesitante sobre o cara, mas Taylor parecia disposto a tentar, e isso era tudo que Sam poderia pedir. — Você está tirando sarro das minhas habilidades de montaria? — Sam se aproximou, as palmas das suas mãos deslizando sobre os mamilos apertados de Taylor. Eram como duas pequenas rochas sob suas mãos quando ele levemente passou os dedos para cima e para baixo no peito de Taylor. —V-você não tem nenhuma habilidade de montaria. — A cabeça de Taylor inclinou para o lado, as pálpebras baixando um pouco quando seus deliciosos lábios se entreabriram e ele arquejou um longo suspiro. Sam abaixou a cabeça e sugou um mamilo tenso em sua boca, rolando ao redor entre os dentes. Quando Sam colocou a mão nas costas de Taylor, o cara empurrou, com os olhos abertos voando. Sam balançou a cabeça. —Eu não me importo, Taylor. Eu não estou indo só para aceitar uma pequena parte de você. Eu quero tudo. O pacote inteiro. — Para mostrar que ele estava falando sério, Sam correu os dedos sobre a carne levantada, sugando o pescoço de Taylor ao mesmo tempo. —Não esconda uma polegada maldita de si mesmo. Taylor arqueou enquanto seus dedos cavaram no bíceps de Sam. A cabeça do homem caiu para trás enquanto sua respiração tornou-se superficial. Sam moveu Taylor para a cama, lambendo e beijando até o peito do homem. Sua língua traçou a trilha escura que liderou desde o umbigo de Taylor para sua virilha.
— Flores silvestres — Sam murmurou enquanto sua língua traçou o eixo fortemente venoso de Taylor. O pênis de Taylor se contraiu ao seu toque. Apertando as mãos nas coxas de Taylor, Sam abriu mais o homem. Ele podia sentir as pequenas cicatrizes nas costas das pernas de Taylor. Sam fechou os olhos enquanto inalou o cheiro do homem, querendo Deus que ele pudesse ter salvado Taylor dos horrores que o homem havia vivido. O calor do rubor de Taylor chamuscou as mãos de Sam. Sam lambia e chupava e gemia enquanto chupava o saco enrugado de Taylor em sua boca. — Oh Deus, oh Deus, oh Deus — Gritava Taylor. Sua voz estava tensa enquanto suas pernas tremiam. Sam fez um ruído surdo de prazer em seu peito enquanto estendeu a mão para sua cintura e desabotoou a calça. Ele empurrou-os e chutou de lado antes de ir para a cama. Ele foi da cabeça aos pés, e dos pés à cabeça. Ele podia sentir a respiração quente de Taylor soprar na cabeça de sua ereção. — Só se você quiser — Disse Sam antes de Taylor o engolir para o fundo da sua garganta. O único som na sala estava abafado pela sucção. Amassando as nádegas de Taylor e as costas das coxas do homem, encorajando Taylor a se aproximar, mas também tentando o seu melhor para relaxar o homem, para deixar Taylor saber que isso estava bem, natural. Os dedos de Sam apertaram a bunda de Taylor quando algo molhado e quente deslizou sobre a cabeça de seu pênis. Ele chupou Taylor mais profundo em sua garganta enquanto seu companheiro timidamente explorava Sam. Estava o matando. Esses toques leves e suaves lambidas iam enviar Sam à loucura. Ele rolou para suas costas, levando Taylor com ele. O homem estava apoiado em cima dele enquanto Sam o puxou para mais perto, dirigindo o pênis do homem em sua garganta.
De joelhos, Taylor passou os dedos ao redor do eixo de Sam e começou a sugar a cabeça. Sam apertou os pés no colchão e abriu as pernas mais amplas. Seu corpo se sentia como se tivesse pegando fogo e as chamas estavam lambendo através de sua pele. Taylor começou a trabalhar o pau de Sam de maneira que ele nunca pensou ser possível. Suas pernas se apertaram e balançaram quando Taylor fez pegar fogo o corpo de Sam. Taylor sabia exatamente o que estava fazendo, o que só levou ao fato de que o homem havia sido bem treinado. Sam empurrou esse pensamento da mente. Ele mergulhou em suas próprias ministrações enquanto Taylor cantarolava e mandou vibrações tumultuosas para todo o corpo de Sam. Seus caninos ameaçaram sair, bem como suas garras. Sam lutou contra o urso quando Taylor ficou tenso, com as pernas chutando para fora. Agarrando o homem em torno de sua cintura, Sam levou Taylor para baixo. Ele trabalhou o eixo do homem até Taylor estar choramingando, seu sêmen jorrando na garganta de Sam. Sam engoliu até a última gota. O orgasmo de Taylor parecia desencadear algo selvagem no homem. Puxou as bolas de Sam, esticando-as. A sensação enviou Sam sobre a borda. O pau amolecido de Taylor escapou de seus lábios quando ele gritou, se contraiu e gozou. Ele foi fortemente torcido e ofegante quando Taylor saiu dele. Sam agarrou o braço do homem e puxou Taylor perto. Ele segurou a parte de trás da cabeça de Taylor e apertou-a contra o peito suado. Taylor ficou ali em silêncio, como se não tivesse ideia do que fazer. Isso partiu o coração de Sam. — Anjo — Sam disse quando lambeu os lábios. — Eu acho que você quebrou meu pau. — Ele começou a rir, enquanto suas mãos acariciaram os lados de Taylor. Sam podia sentir o sorriso se formando no rosto de Taylor.
—Muito pelo contrário — Respondeu Taylor. — Eu acho que eu o arrumei. Sam abraçou Taylor e a tensão escapuliu. Ambos ficaram ali rindo quando a lua subiu mais alto no céu noturno.
Nas primeiras horas da manhã, Sam fechou a porta enquanto Taylor dormia. Ele foi em busca de T-Rex. Ele encontrou o cara na cozinha, tomando um de suas desagradáveis bebidas de proteína. Sam fez uma careta. Ele não tinha certeza de como T-Rex bebia essas coisas em uma base diária. T-Rex sorriu enquanto levantava seu copo de gosma verde. — Não odeie. Sam torceu seu nariz. — Os seres humanos são as criaturas mais estranhas. Eu não entendo como você pode tolerar essa porcaria. — Sam bateu em seu abdômen cheio de músculos. —Tudo que nós, ursos temos que fazer é ir para uma corrida longa e... — Sam parou quando notou um olhar peculiar nos olhos do T-Rex. — O quê? T-Rex balançou a cabeça em direção à porta da cozinha. Sam se virou para ver Taylor ali de pé, completamente vestido, e tão pálido que o homem parecia como se estivesse prestes a desmaiar. Taylor deu meia-volta e disparou para fora da porta. Sam amaldiçoou indo atrás de Taylor. O homem conseguiu sair pela porta da frente e estava voando baixo nos degraus da varanda no momento em que Sam o pegou.
— Deixe-me ir!— Taylor girou o braço para trás e acertou Sam no nariz. Sam soltou e Taylor tropeçou descendo as escadas, virando quando ele começou a andar para trás com as mãos no ar. —Se você chegar em qualquer lugar perto de mim... — Lágrimas se reuniram nos olhos de Taylor. Sua voz caiu tão baixo que era quase um sussurro. — Como você pode ser... — Ele balançou a cabeça. —Isso não é real. De todas as pessoas que deixei entrar, tinha que ser outra merda de urso. —Taylor — Sam chamou, mas Taylor já estava correndo em direção ao seu carro como se o diabo tivesse subido do inferno e estava quente nos calcanhares do homem. De pé na varanda, Sam se sentiu tão malditamente impotente. Ele não tinha certeza se deveria ir atrás de Taylor ou deixar que o homem se acalmasse. Outro urso. O que significava que o ex de Taylor era um shifter urso. Sam desceu a escada e puxou o celular. Ele tinha que fazer algum controle de danos. Se Taylor não fosse direto para casa, Sam iria atrás dele. Mas a partir da expressão aflita no rosto de Taylor, o homem precisava de um tempo. Sam chamou Cameron. Ele sentou-se nos degraus da varanda e passou a mão pelo cabelo. Sam era, no fundo, um homem de boa índole, que não deixou muitas coisas irritá-lo. Ele sempre tentou manter as coisas leves. Você só vive uma vez. Por que ter viver uma vida sob o peso de amargura e outras bagagens de besteira? Ele nunca tinha entendido as pessoas assim. Mas a situação de Taylor era diferente. Muito diferente. Ele não estava escolhendo viver com essa bagagem. A merda tinha sido forçada em cima dele e agora ele via Sam como um dos bandidos. Ele não tinha certeza de como consertar isso. Sam não poderia mudar quem ele era. — O que está acontecendo?— Cameron atendeu o telefone.
—Eu preciso falar com você sobre Taylor. — Sam não gostava de voltar-se para qualquer outra pessoa com seus problemas. Mas Taylor ia precisar de um amigo e esperava que Cameron fosse ajudá-lo. Quando Cameron falou, seu tom era cauteloso, guardado. — O que tem ele? —Ele correu para fora daqui — Sam começou, mas não tinha certeza se Cameron sabia sobre shifters urso. Ele estava indo amputar um membro, supondo todo o que o inferno Taylor havia passado, ele compartilhou todos os detalhes com seu amigo. Ainda assim, Sam decidiu pisar levemente. —Ele descobriu algo sobre mim que soltou um gatilho. —Há apenas duas coisas que faria isso— disse Cameron. —Ou você está nessa merda torção ou... — Cameron hesitou, na ponta dos pés também. — Você é um deles. —Eu não entendo esse tipo de torção — Sam respondeu. O ar úmido fez filetes de suor rolar para baixo no centro de suas costas quando Sam esperou por Cameron dizer alguma coisa. —Ele vai precisar de você, Cameron. Ele olha para mim como o vilão agora. —Você é?— Perguntou Cameron. —Eu vi o dano que um urso pode fazer. Eu limpei a bagunça e coloquei-o de volta novamente. Mas ele nunca curou totalmente, pelo menos não no interior. Eu nem te conheço. Por que eu deveria ajudá-lo? A lealdade feroz na voz de Cameron era clara. O homem faria qualquer coisa para proteger seu amigo. —Você está certo. Você não me conhece. Então, eu vou lidar com isso sozinho. Eu estou no meu caminho. — Uau — Cameron disse rapidamente. — Deixe-me pelo menos acalmá-lo antes de você aparecer. — Cameron fez uma pausa. — Ele é diferente com você. É como se o velho Taylor estivesse tentando espiar. Taylor
realmente parecia... feliz. Não machuque-o ou eu juro que eu vou queimá-lo em sua própria cama. Sam rosnou e colocou o telefone longe quando Cameron desligou. Ele começou a ir atrás de Taylor, quando se lembrou de por que ele estava à procura de T-Rex. Ele queria falar com o cara sobre o telefonema de Taylor de seu ex. Ele não teve que ir atrás do rapaz. T-Rex saiu na varanda. —Eu não invejo vocês— disse ele. —Essa é a segunda vez que eu vi um cara pirando quando ele descobre sobre shifters urso. —Ele já sabia— disse Sam. —Ele só se assustou quando descobriu que eu era um deles. T-Rex era o membro mais antigo de sua unidade. Ele era mais maduro, teve tempo para absorver as coisas antes de fazer uma decisão, e era um inferno de um líder. Os rapazes olharam para T-Rex, mesmo que nem sempre concordavam com suas decisões. Mas T-Rex tinha uma boa cabeça em seus ombros. —Acho que ele não tem uma predileção por ursos? —Ele está fodido, T. Ele tem tantas cicatrizes que você não pode nem mesmo contar. E ele me disse que seu pesadelo o chamou, ameaçou levá-lo de volta para casa e disse que Taylor teria sorte se sobrevivesse neste momento. — As mãos de Sam se fecharam em punhos enquanto a raiva fervia dentro de si, produzindo uma mistura tóxica. —Este ex encontrou-o? —Não sei. — Eu vou ter as chamadas recebidas de Taylor na tela de Colton. Nós vamos ter uma verificação de antecedentes sobre o cara ameaçando-o. Nesse meio tempo, você não deve deixar Taylor passear por conta própria. Sam olhou para o amigo.
—Taylor diz que ele assinou um contrato. O cara pensa que é dono de Taylor. T-Rex resmungou. —A última vez que verifiquei, era ilegal. Não vai funcionar em qualquer tribunal. Policiais vão rir dele. Mas eu vou dar a Sparrow um chamado, assim que tivermos mais informações, cara. —Chame-me quando você conseguir. Estou indo para Taylor. —Sam afastou-se, seus passos o levando até seu caminhão. Ele só não sabia o que ia dizer ao homem para convencer Taylor de que ele não era um cara mau.
Capitulo Oito Assim que Taylor se afastou da fazenda, se arrependeu. Ele queria voltar e cair nos braços de Sam. Mas o medo o cercou e o fez dirigir até se encontrar estacionado atrás de seu prédio. Como Sam poderia ser um urso? Ele não agia como Todd. Mesmo sabendo disso, tudo o que Taylor podia ver eram os dentes e as garras, e o pânico subiu a níveis perigosos. Antes que pudesse sair de seu carro, Cameron estava indo em direção a Taylor. A expressão no rosto do amigo disse que já sabia o que tinha acontecido. Mas como? Cameron abriu a porta e sorriu para Taylor. —Como vão as coisas, botão de ouro? O medo de Taylor ferveu e o agrediu quando olhou para seu melhor amigo. Ele deslizou para fora do carro e, em seguida, caminhou em direção ao porta-malas.
—Está acontecendo de novo, Cam—. Taylor esfregou as palmas das mãos em seus olhos, até que formas estranhas giraram por trás de suas pálpebras. —Minha vida está caindo aos pedaços novamente. —Só se você deixar.— Cameron agarrou os braços de Taylor e puxouos para baixo. Seu sorriso estava cheio de calor, mas seus olhos tinham uma determinação de aço. Cameron baixou a voz. —Ok, então Sam é um urso. Nós podemos trabalhar com isso. —É só...— Taylor balançou a cabeça rapidamente, tentando desalojar as imagens. Dentes e garras. Por quê? Por que Sam tinha que ser isso? Ele não queria lidar com outro urso. Uma vez foi o suficiente por duas vidas. —Respire, Taylor.— Os dedos de Cameron apertou em torno dos pulsos de Taylor. —Sam não é Todd. Você pode me dizer honestamente que acha que Sam o machucaria? Porque se você tem uma única dúvida, nós vamos embora. Nós vamos sair dessa maldita cidade e nunca olhar para trás. Tropeçando para trás até que bateu no porta-malas, Taylor abaixou a cabeça. Ele pensou em como se encontraram no supermercado e sobre o convite de Sam. E como rapidamente o homem virou Taylor de cabeça para baixo. Ele pensou em sua noite de cinema com todos os amigos de Sam se reunindo ao redor e como se sentiu bem. Fazer o café da manhã com Sam, passear a cavalo. Como Sam tinha tentado impressioná-lo tão duramente que deixou Taylor perdido. De como Taylor sentiu medo quando Sam foi atirado de seu cavalo. Sam disse que não se importava com as cicatrizes de Taylor. O homem o chamava de seu anjinho gótico e queria todo o pacote. Poderia Sam estar dizendo a verdade? Será que os homens nobres de bom coração como Sam realmente existiam? Taylor queria acreditar que sim. Não queria pensar que todos os homens fossem uns idiotas porque ele apenas não teve sorte.
—Todd me chamou.— Taylor engoliu como sua garganta ardendo. Ele olhou para seu amigo e contou o que Todd tinha dito. A expressão de Cameron ficou pesarosa. —Isso era um contrato estúpido. Não é legal, Taylor. Como que ele o encontrou? Taylor sabia que o seu sorriso era amargo. —Patty. —Aquela vadia.— Cameron rosnou. —Eu nunca gostei dessa mulher temente a Deus. Ela sempre teve um ar de presunção.— Cameron se aproximou e encarou Taylor. —Diga-me o que você quer que façamos. Você quer desaparecer? Taylor olhou para o sol, como se aquele grande e brilhante orbe pudesse lhe dar algumas respostas. Dizer que ele estava muito indeciso nem sequer arranhava a superfície. Quando estava perto de Sam, Taylor não se sentia como se o mundo fosse uma grande bola confusa de sofrimento. O sentimento de desespero, de andar em cascas de ovos estava ausente. O gatilho que acionava seu medo sempre que Todd estava em torno havia desaparecido. Antes que Taylor pudesse dar uma resposta a Cameron, uma caminhonete azul-escuro entrou no estacionamento. O peito de Taylor tremeu e sua respiração tornou-se superficial, quando percebeu que era Sam. —Diga-me.— Cameron disse quando agarrou o braço de Taylor e o sacudiu. —O que você quer fazer? Sam saiu do carro. Mas em vez de se aproximar de Taylor ficou perto de sua caminhonete, parecendo incerto. Ele segurava as chaves numa mão e colocou a outra sobre o capô de sua caminhonete. Olhou para estacionamento e seus olhares se encontraram. Não havia raiva nos belos olhos de Sam. Não havia julgamento. Ele parecia... com medo.
—Eu quero...— Taylor se sentiu tremer. Ele olhou para Cameron e depois de volta para a pessoa que estava se tornando tudo para ele. —Sam. Cameron o soltou e Taylor começou a atravessar o concreto. Os olhos de Sam se arregalaram um pouco e então ele começou a se mover em direção a Taylor. Quando estavam a poucos metros de distância, os dois pararam. —Diga-me.— Sam disse olhando para Taylor. —Diga-me o que tenho que fazer para convencê-lo de que nunca o machucaria. Diga-me o que dizer para que acredite o quanto eu me importo com você. —Ele me machucou.— Taylor se esforçou para conter as lágrimas. — Ele traiu a confiança que depositei nele. —Eu sei, anjinho.— Sam deu um passo para mais perto. —E, sendo um shifter urso, eu te lembro dele. Taylor balançou lentamente a cabeça para cima e para baixo. —Você não é como ele.— Ele sussurrou. —Mas estou com medo. Sam estendeu a mão e puxou Taylor em seus braços. O peito de Taylor apertou e se sentiu como se tivesse voltado para casa. Ele colocou seus braços em torno de Sam e o segurou com força, com medo que o homem fosse um sonho e se dissolvesse em fumaça e desaparecesse no vento a qualquer momento. —Tudo que eu peço...— Sam disse descansando sua bochecha contra a testa de Taylor. —...é que me dê uma chance. Por favor, não me julgue pela crueldade de outro homem. Taylor concordou, mas foi incapaz de falar. Ele estava com muito medo de que, se abrisse a boca, iria chorar. Ele estava doente e cansado de derramar lágrimas pelo que Todd fez com ele. Taylor queria seguir em frente, e colocar tudo isso para trás. Afastando-se, Taylor limpou a garganta, até que se recompôs. Ele puxou Sam para o estacionamento e, em seguida, acenou para seu melhor amigo.
—Sam, eu gostaria que você conhecesse o meu melhor amigo Cameron. Os dois se entreolharam. Por um segundo, Taylor pensou que rosnariam para o outro. —Você dois já se conheciam? —Nós tivemos uma breve conversa.— Cameron admitiu. —Foi muito agradável.— O olhar penetrante que Sam deu a Cameron disse o contrário. —Eu quero que vocês dois fiquem minha casa— Sam disse. Cameron deu a Sam um meio grunhido. —Eu prefiro não. Sam apertou a ponta do nariz. —Por razões de segurança. Taylor ficou tenso quando examinou o estacionamento. Medo deslizou por sua espinha ao lembrar-se da ameaça de Todd. —Você realmente acha que ele pode me encontrar? —Tudo é possível.— Sam disse. —Eu não vou correr riscos. —Eu posso cuidar de mim mesmo.— Cameron argumentou. —Eu não tenho medo de... —Um shifter urso?— Sam rosnou. —Porque ele não hesitará em torturar e rasgar você para saber onde Taylor está. Você não é páreo para ele. Então, até que possamos descobrir onde ele está, vocês dois estarão mais seguros na minha casa. —Cameron, por favor.— Taylor apertou o braço de Cameron. —Você não sabe o que ele é capaz. Não toda a extensão. Eu já vi. —Tudo bem.— Cameron disse. —Deixe-me arrumar algumas coisas. Taylor se lembrou da roupa em seu porta-malas. Ele o abriu e agarrou a cesta antes de fechar. —Eu preciso pegar algumas coisas também. Sam seguiu-os para o seu apartamento. Ele olhou para o mobiliário escasso de Taylor e Cameron. Eles tinham um sofá estofado que pegaram na
rua. Havia também uma estante que compraram no brechó local. A mesa de café era nova, assim como os pratos. Taylor e Cameron ainda tinham um tapete. Era borgonha com grandes desenhos em creme. Seu apartamento poderia ser simples, mas era aconchegante. —É agradável.— Sam balançou a cabeça enquanto continuava a olhar em volta. Taylor foi à casa de Sam. Em comparação, este apartamento era uma merda. Mas era de Taylor e ele adorou. Cameron desapareceu em seu quarto. Taylor levou Sam para o seu. Ele colocou a cesta de lado e, em seguida, enfiou a mão no armário procurando uma mochila. Parecia estranho ver Sam sentado em sua cama. O cara era tão grande que fez cama de Taylor parecer ainda menor. Em pé, Sam pegou o troféu de Taylor na prateleira acima de sua cômoda. —Você era corredor?— O homem parecia impressionado. —No meu primeiro ano.— Taylor admitiu. Ele começou a abrir suas gavetas e colocar coisas em sua mochila. Ele teria ficado na equipe de atletismo durante todo o colegial, mas seu pai disse que não era um esporte bastante viril. Ele tentou fazer com que Taylor se juntasse ao time de futebol, mas Taylor não foi construído para isso. A primeira vez que tentou, ele conseguiu uma concussão. Infelizmente, seu pai compareceu a seletiva. Ele testemunhou o fracasso de Taylor. Foi Patty que sugeriu que Taylor deixasse a escola e que realizasse a atividade extracurricular em casa. Ela até tentou convencer seu pai de que Taylor devia seguir a carreira de médico do que de atleta. Isso virou uma obsessão. Até começou a receber folhetos universitários de escolas médicas de prestígio, enquanto ele ainda estava em seu primeiro ano. Ele tinha a sensação de que ela estava tentando viver através dele, para compensar um de seus próprios fracassos. Felizmente, o pai de Taylor
não ficou tão entusiasmado com a ideia de ser médico, ele queria o futebol. Seus pais queriam um filho para viver seus sonhos fracassados. Quando Taylor tinha se recusado a considerar até mesmo se tornar um médico, Patty mostrou sua verdadeira face. Rancorosa não era adjetivo suficiente para descrever como começou a agir com ele. Taylor jogou a mochila sobre a cama e, em seguida, foi para o banheiro pegar seus produtos de higiene pessoal. Quando voltou para o seu quarto, Sam estava olhando para a única foto da família de Taylor. Seu pai e madrasta não eram os melhores pais do mundo, mas ele ainda mantinha uma imagem para lembrar seus tempos mais felizes. —Como você conheceu Cameron?— Sam perguntou. —Na escola.— Taylor respondeu. —Ele era o nerd que todo mundo chateava e eu era o gótico que todos zombavam. Receita perfeita para a amizade. Taylor fez uma pausa. —Todos os homens que vivem com você são fuzileiros navais, também? Sam assentiu. —Eles foram e ainda são minha unidade. Cameron apareceu na porta de Taylor. —Pronto para correr para Neverland4. Taylor riu. —Não vai ser tão ruim assim, Cam. Eu fui à casa de Sam. Os caras são um pouco excêntricos, mas agradáveis. —Sam sorriu para o elogio de Taylor. Depois que Taylor trancou o apartamento, eles pegaram seus próprios veículos e foram para casa de Sam. Assim que estacionaram, Cameron saiu do carro e assobiou baixo enquanto olhava para a casa de Sam.
4
Terra do Nunca. Peterpan.
—Legal. —Reserve o julgamento.— Taylor sussurrou para seu melhor amigo. —Espere até ver o interior. Muito impressionante. Mas antes que pudessem entrar, Cameron olhou para a parte traseira da casa. Taylor se virou para ver o que seu amigo estava olhando e viu Rowdy. O capataz estava conversando com alguns dos trabalhadores. Pelo que Taylor ouviu dos amigos de Sam dizendo, Rowdy estava supervisionando
a
construção do barracão e dos estábulos. Cameron parecia que estava prestes a babar. Taylor riu e agarrou o braço de Cameron, levando seu amigo para dentro.
Depois de verificar que Cameron estava instalado e cobiçando cada homem na casa, Sam levou Taylor para o Triple-B. Ele tinha que falar com Jed e não queria deixar Taylor para trás. Jed estava lá fora com seu companheiro e trigêmeos. Um estava em forma de urso e correu em direção a eles. Taylor pareceu que estava prestes a ter um enfarte. Sam colocou sua mão na parte de baixo das costas de Taylor. —Ele é apenas uma criança. Não vai lhe machucar. —Ele é uma criança muito grande. — Taylor disse quando tentou fugir por trás de Sam, mas Tyler não desistiu. Ele circulou em torno de Sam e foi cheirar Taylor. —Ele é curioso. — Sam explicou quando Markey correu em direção a eles também em forma humana e roçou a cabeça na coxa de Taylor. Taylor franziu a testa e olhou para Sam.
—Seu irmão é urso, como um de seus pais. Markey gosta de pensar que também é. —Markey soltou um rosnado baixo e perseguiu Tyler. Taylor espiou atrás de Sam. —Eles são... adoráveis. Essa foi uma das razões que trouxera Taylor com ele. Sam queria que visse que nem todos os ursos eram idiotas tirânicos. Ele sabia que Tyler estaria em sua forma de urso, mas não esperava que um dos ursos adultos passeasse em torno do estábulo. Taylor agarrou o braço de Sam com tanta força que suas unhas feriram sua pele. Taylor parecia que estava prestes a surtar. —Você pode mudar?— Sam chamou. Ele não tinha certeza de quem era o urso. Em um piscar de olhos, Clayton estava parado ali. Ele pegou um par de jeans do chão e os colocou. —O que há de errado?— Clayton perguntou enquanto se aproximava deles. —Eu estava brincando de esconde-esconde com as crianças.— Seus olhos pousaram em Taylor. —Ei, você não é o cara que trabalha na Piggly Wiggly? Taylor não disse nada. Ele ainda estava olhando para Tyler com um estranho fascínio. Sua expressão era algo entre o medo e hipnotizado. Ele finalmente desviou o olhar e olhou para Sam. —Bebês ursos. Clayton riu. —Nós nos referimos a eles como filhotes.— Ele olhou para Sam. —Por que você não pega o seu companheiro e... —Seu o quê?— Taylor o olhou e Sam podia ver a raiva nos olhos de Taylor. —Que diabos ele quer dizer com companheiro? Outra pessoa me disse que eu era seu companheiro e o homem estava cheio de merda! Clayton deu um passo para trás, dando a Sam um olhar de desculpas. Sam ficou surpreso e grato pela ira de Taylor. Foi melhor do que Taylor surtando. Ele podia lidar com a raiva.
—Eu não tenho certeza.— Sam confessou. —Seu cheiro deixou meu urso insano, mas... —Meu cheiro? Todd nunca mencionou nada sobre cheiro. —Isso é porque obviamente não tinha significado para ele.— Sam passou a mão pelo cabelo e decidiu que era melhor manter a calma. Não faria nenhum bem se ambos ficassem com raiva. Mas Sam não estava zangado com Taylor. Ele estava irritado com o idiota que tentou convencer Taylor que era seu companheiro. —Você cheira a pradarias e flores silvestres para mim. O cheiro é uma das coisas que dá para um urso uma pista sobre quem seu companheiro pode ser. —Mas você não sabe com certeza?— Taylor perguntou. —Não.— Sam disse. —A única maneira de saber...— Ele virou-se, colocando as mãos nos quadris. Não só Taylor enlouqueceria quando descobrisse que a única maneira de determinar companheiros era gravidez, mas Sam lutava com seus próprios sentimentos sobre o assunto. Ele olhou para as crianças brincando, sua risada musical e sorrisos brilhantes, e sentiuse rasgado. Não queria trazer uma criança a este mundo. Não quando tinha visto os horrores do que poderiam acontecer com eles. Taylor colocou a mão no braço de Sam. —Sam? Ele sorriu enquanto olhava para os homens no quintal, as famílias aproveitando o dia ensolarado. —Não importa Taylor. Nós não teremos que nos preocupar com...— Um nó se formou na garganta de Sam. Taylor moveu-se até que estava em pé na frente de Sam. Seus olhos se estreitaram. —Eu tenho compartilhado muito com você, coisas muito dolorosas. Eu acho que eu mereço o mesmo. Sam acenou com a mão para todos.
—O que está faltando, meu anjo? Virando-se, Taylor observou tudo ao redor, as crianças, os adultos. Ele balançou a cabeça lentamente e, em seguida, Sam podia ver o exato momento em que a resposta ocorreu ao homem. —Nenhuma mulher.— Suas sobrancelhas estavam franzidas quando olhou para Sam. —Não há nenhuma mulher aqui. —E todos esses filhotes nasceram de seus pais naturais. — Sam olhou para Jed, Noah e os trigêmeos brincando na caixa de areia. Markey e Austin estavam lutando com Harland. Kane estava rastejando pela grama, tentando chegar a Clayton enquanto Willow dormia nos braços de Bryson. Sam pensou em Sofia e seu sorriso brilhante e algo doloroso apertou seu coração. Todas
estas
crianças
acrescentaram
algo
à
imagem,
tinham
contribuído para a felicidade de seus pais, o seu sentimento de realização. Legend não era o mesmo homem de antes. Ele corria menos riscos e sempre estava em casa à noite para seu companheiro e filha. —Você está tentando me dizer que os homens geraram essas crianças?— A voz de Taylor era um tanto cética e hesitante. —Todos, exceto Markey.— Sam disse quando concordou. —Todos eles têm a capacidade de mudar. Taylor ficou ali ereto enquanto continuava observando todos. Era como se estivesse tentando resolver as coisas em sua mente, para absorver o que Sam acabara de lhe dizer. E então Taylor olhou para ele. —Você não quer ter filhos, não é? Não havia acusação no tom do homem. Era uma questão simples. Mas a resposta não era tão simples. Sam disse a Taylor o que ele tinha visto naquela missão horrível. Como as cenas viraram seu estômago e matou qualquer desejo que tinha de ter seu próprio filho. E então Taylor o surpreendeu. Ele acenou para o quintal.
—Mas olhe para as expressões nos rostos dos pais, Sam. Estes homens estavam dispostos a arriscar tudo só para ter um pedaço do céu. Sam balançou a cabeça e virou-se, voltando para sua caminhonete. Aqueles homens não viram o mesmo que Sam. Eles não tinham... Sam passou a mão sobre a testa. Legend esteve lá também, mas ainda assim teve uma criança com Gabe. Sam não conseguia entender o porquê. Taylor o segurou. —Não estou dizendo que devemos ter filhos, Sam. Tudo o que estou dizendo é que... inferno, não sei o que estou dizendo. Eu não estou pronto para uma criança também. — Sam poderia dizer que Taylor estava falando a verdade. —Eu ainda tenho demônios que preciso enfrentar. Eu não vou trazer um bebê ao mundo, quando ainda sou uma bagunça maldita. Ursos não têm contraceptivos? Sam assentiu. —Mas, então, como saberei se você é meu companheiro? Taylor sorriu. —Será que realmente importa? Você mesmo disse que seu urso é louco por mim. Não deveria ser o suficiente? —E se depois descobrirmos que você não é meu companheiro, então, o que faremos? Taylor estreitou os olhos e colocou o dedo no peito de Sam. —Então arrancarei seus olhos e enterrarei o corpo. Sam jogou a cabeça para trás e riu quando pegou Taylor e o puxou para perto. Sam inalou o cheiro do homem e se encheu de luxúria. —Você conviveu muito com Cameron. —Por que, ele o ameaçou?— Taylor perguntou. —Vamos apenas dizer que se você ficar infeliz, eu não dormirei na minha cama.— Sam acenou para Jed. Quando o mecânico chegou, Sam falou com ele sobre a manutenção dos veículos dos Guarda-Costas Executivos.
Sam se sentiu flutuando agora que Taylor tinha dado o sinal verde para adiarem ter filhos. Ele não diria que nunca ia querer. Mas estava disposto a esperar, para aquecer a ideia e acabar com seu medo. E isso só o fez querer mais seu anjinho gótico.
Capitulo Nove Mais tarde naquela noite, Sam viu quando Cameron fez um jogo para Rowdy. —Um cowboy de verdade? — Perguntou Cameron pela décima vez desde que Rowdy tinha entrado na cozinha. O homem balançou em seus pés e olhou de soslaio para o capataz. — Você não está brincando comigo, não é? Taylor revirou os olhos enquanto terminava seu suco. Sam sentou-se na cadeira, balançando para trás e rindo enquanto colocava outra uva em sua boca. Pobre Rowdy. —Nascido e criado em Wyoming. — Rowdy disse e Sam podia ver que o shifter estava tentando seu máximo para ser educado. O capataz flexionou o bíceps antes de olhar para longe. Ou era interesse? Não poderia dizer. Rowdy não era um homem muito falante e Sam não ia se meter na vida do cara. Ele parecia saber o que estava fazendo quando se tratava de seu trabalho e isso era tudo que importava. —Então, que tipo de coisas de cowboy pode fazer? — Perguntou Cameron. Ele se encostou ao balcão e apoiou o queixo nas mãos, olhando para Rowdy com olhos sonhadores. — Só quero dizer adiantado que estou gostando muito de você, visualmente.
Sam quase engasgou com uma uva. Taylor tossiu enquanto abaixava seu copo. —Parar de importunar o cara. — Alertou Taylor. Ele se colocou entre os dois e colocou o copo na pia. — O cara não quer ser incomodado. —Ou ele pode comê-lo. — Sam acrescentou. Taylor olhou para ele e Sam lhe piscou. —Você é um shifter urso? — Cameron perguntou se erguendo para olhar ao redor de Taylor, que ainda estava de pé entre eles. — Ótimo. Rowdy deslizou a Sam a um olhar contrariado. Sam deu de ombros, sem arrependimento. —Você vai me agradecer por finalmente lhe dizer. Rowdy saiu pela porta dos fundos enquanto Cameron saiu da cozinha, indo em direção à sala de estar. Taylor se virou para ele. —Isso foi maldade. —Se for para ser, algo me diz que Cameron não vai se importar. — Ele viu Taylor ir atrás de seu amigo. Argh, tento fazer um cara encarar as coisas e esse é o agradecimento que recebo? Sam olhou para o relógio. O médico deveria estar vindo em breve para começar em Taylor seu controle de natalidade. Sam estava doendo para estar com o seu companheiro... E sim, tinha a maldita certeza de que isso é o que Taylor era para ele. Ninguém iria convencê-lo do contrário. Ele teve o seu quinhão de amantes e, embora o sexo tivesse sido bom, nada tinha feito seu urso reagir de alguma forma. Era como se seu animal dormisse durante o sexo. Mas Taylor fez sua besta não só ganhar vida, mas se agitar e rosnar para chegar perto do humano. Sam também sentiu uma profunda conexão com Taylor. Não podia explicar. Quando foi na missão de extração com os outros, uma parte dele doía tanto para estar com Taylor que tinha pensado que estava enlouquecendo.
Olhou para a cozinha vazia e perguntou se estava fazendo a escolha certa. Taylor estava realmente disposto a renunciar a crianças agora ou só disse isso porque sabia como Sam se sentia? Desejava dar a Taylor qualquer coisa que o homem quisesse, mas crianças... Simplesmente não estava pronto para elas. Isso era egoísta de sua parte? Não tinha certeza. Colton caminhou até a cozinha e pegou uma cadeira. Ele tinha um arquivo fino debaixo do braço. Largou o arquivo para a mesa e balançou a cabeça. —Você sabe como escolhê-los. As pernas da cadeira rasparam o chão quando Sam sentou-se para frente. Colocou sua taça de uvas de lado. —Vamos de novo? Colton abriu o arquivo. —Verifiquei os registros telefônicos de Taylor. Além de você e Cameron chamá-lo, tinha outra chamada enquanto estávamos fora. O número de telefone está registrado para um Todd Langer. A parte real do trabalho. — Colton virou uma página. — Ele é procurado por vários crimes de assalto e agressão, sequestro, estupro e a lista continua. Sam pegou uma das folhas de Colton e olhou por cima. Seu estômago se virou e apertou em um nó sólido quando começou a ter uma boa visão da vida que Taylor tinha sofrido. Todd Langer era o pior tipo de degenerado. —Será que descobriu se ele está vindo para cá? Colton balançou a cabeça enquanto virava outra folha de papel e analisava seu conteúdo. —O telefone dele tem GPS e ainda está em Nebraska. O cara deve ter feito jogos mentais com Taylor. Não acho que esse cara sabe onde Taylor está. —Então, precisamos ter certeza de que continue sem saber. — Sam podia ser descontraído, mas mataria o filho da puta, se o cara chegasse em
qualquer lugar perto de seu companheiro. Inferno, poderia fazer um favor a sociedade e matar o cara de qualquer maneira. Todd Langer era um parasita, subjugando os fracos. A julgar pela forma como Taylor se comportou, Todd usava o medo como uma maneira de conseguir o que queria. Mas todos os bandidos não usam esse método? O pensamento enojou Sam. —Cuidado. — Colton piscou para ele. — Liguei para o departamento do xerife local, em Lincoln. Você nunca vai adivinhar quem trabalha lá. Sam deu de ombros. —Holloway Cash. —Não me diga! — Sam disse. Cash era um homem que Sam e sua unidade haviam resgatado do fogo inimigo quando estavam em serviço. O cara era um ex-marine como eles. Colton assentiu. —Está mais do que feliz em nos pagar por salvar sua vida. Enviei a papelada e as coordenadas do GPS de Todd Langer para Cash. Ele tem os relatórios e, dentro de duas horas, tinha Todd sob custódia. Assegurou-me que o Sr. Langer não estará vitimando mais ninguém por um longo tempo. Sam se levantou e colocou seu braço em volta do pescoço de Colton, dando-lhe um abraço firme enquanto beijava a cabeça do homem. —Bom trabalho. Colton girou o braço para cima enquanto se afastava. —Beije-me outra vez e vou cortar seu maldito pau fora, desgraçado louco. Sam riu. A ameaça não o assustava. Nada iria estragar seu humor no momento. Taylor estava a salvo e isso era tudo que lhe importava. Saiu correndo da cozinha, encontrou Taylor na sala de estar e jogou seu companheiro sobre o ombro.
—Que diabos? — Taylor perguntou em voz alta enquanto Sam corria até as escadas para o segundo andar. Poderiam encontrar maneiras criativas para brincar até que o médico chegasse e discutisse formas de controle de natalidade. Mas se manter longe de Taylor iria matá-lo. Arrombou a porta do quarto, fechou-a e depois jogou Taylor sobre a cama. Sorriu largamente quando Taylor recuou até que suas costas bateram na cabeceira da cama. —Não sei o que deu em você, mas... —É que estou prestes a entrar em você. — Sam piscou para Taylor. Começou a se despir e se acalmou. Alguma coisa estava... errada. Os cabelos na parte de trás do seu pescoço estavam tentando rastejar para baixo de sua coluna vertebral. Nada parecia fora do lugar, mas... Sam ficou perto da cama enquanto cheirava o ar. As portas da varanda estavam abertas, mas não se lembrava de deixá-las assim. Seu quarto era no segundo andar. Havia sensores perimetrais por todo o imóvel e Colton teria dito a ele se um deles tivesse sido desarmado. —Há algo de errado? — Taylor se arrastou até a beira da cama e examinou o quarto antes de o olhar com o cenho franzido. A sala estava iluminada apenas pela luz da lua se derramando através das portas da varanda aberta. Havia muitas sombras no canto. Sam tomou uma respiração profunda e estabilizadora. Nada estava à espreita nas sombras. Então, por que todo instinto que possuía se colocou em alerta total? Aproximou-se das portas da varanda. Os sons de cigarras enchiam a noite. Havia um vento puxando as copas das árvores altas, mas sem tocar o chão. O calor sussurrando através da porta caia bem em sua pele com ar condicionado. Examinou o quintal, mas tudo o que podia ver era o barracão e os grandes estábulos para a direita. Os currais estavam vazios, os cavalos arrumados para a noite. —Sam?
Quando se virou para olhar para Taylor, algo pesado o atingiu nas costas. Ele se estatelou no chão e se virou para olhar para um estranho. De onde, raios, ele veio? Taylor estava congelado no lugar. Seus olhos arredondados em horror, mas o homem não moveu um músculo. Quem era o estranho que estava apontando uma arma para Sam? O pulso de Sam acelerou quando ele olhou de Taylor para o estranho. Os olhos do estranho eram selvagens, mas seu objetivo era firme. —Vamos, rapaz. Taylor começou a deslizar para fora da cama até que Sam levantou a mão. —Não se mova, Taylor. Pânico começou a se estabelecer nos olhos azul-claros de Taylor enquanto olhava do estranho para Sam e depois voltava para o estranho. Taylor estava confuso, assustado e Sam estava além de chateado. Com facilidade e sem esforço, rolou em uma posição de agachamento. O estranho estalou. —Eu não tentaria nenhum heroísmo. Os olhos de Sam cintilaram sobre Taylor. —Anjo, quem é o nosso convidado? A lua mostrou a Sam que a respiração de Taylor tornou-se superficial. O suor brilhava em sua pele quando seus olhos ficaram fixos no estranho. —Todd. Isso era impossível. Cash tinha Todd Langer trancado em Lincoln, Nebraska. O homem não poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo. Cash mentiu para Colton? Não parecia provável, mas não colocaria nada de lado sobre as pessoas nos dias de hoje. Os olhos de Todd brilhavam de ódio quando atirou a Taylor um olhar fulminante.
—Não te dei permissão para usar o meu nome. —Desculpe, senhor. — Os olhos de Taylor caíram e Sam queria rasgar um buraco através de Todd. O bastardo parecia presunçoso quando olhou para Sam. —Você não vai levar ele daqui. — Sam disse. — Ele não pertence a você. Não pertence a ninguém, além de si mesmo. Todd deu de ombros e parecia arrependido. —Meu contrato diz o contrário. Sam se agachou ali respirando, tentando descobrir como ter Taylor longe deste lunático. O homem teria tempo para um tiro antes de Sam o derrubar. Só não queria que o tiro acabasse em Taylor. Impotência se apoderou dele. Era a emoção que Sam mais temia. —Não quero ir. — A voz de Taylor era tão suave que era quase inaudível. Todd riu alto e selvagem, como sinos de vento em uma tempestade. —Você não tem escolha, rapaz. Vai fazer o que mando ou vai sofrer as consequências. Sam olhou para aquele rosto desagradável. Seu peito estava apertado com o desejo de apressar o cara. Se pudesse tomar Todd de surpresa, talvez pegasse uma bala na perna, em vez de sua cabeça. Shifter ou humano, uma bala na cabeça era uma sentença de morte. Taylor escorregou da cama. —Taylor, não. — Sam levantou-se em toda sua estatura. — Pegue de volta a sua vida, meu anjo. O medo é o seu único poder sobre você. Mostrelhe que não está com medo. —Ele tem uma arma. — Afirmou Taylor. — Acho que estou autorizado a ter medo agora. Com a mão livre, Todd estalou os dedos e apontou para o lugar vazio ao lado dele.
Taylor deu um passo adiante. —Taylor... — Sam disse. —Ele não vai te ouvir. — Disse Todd. Sua voz era leve, como se divertindo. — Ele sabe o que vou fazer com ele se me desobedecer. —A resposta está lá fora, Taylor, e está olhando para você, e vai encontrá-lo se você quiser. — Disse Sam. Todd balançou a cabeça. —Isso não faz nenhum sentido. — Ele olhou para Taylor. — Não me faça dizer-lhe duas vezes. Venha aqui. —Já encontrei a resposta. — Taylor disse. Sua voz falhou, mas ele se manteve firme. — Foi você, Sam. Você era o que eu estava procurando. O coração de Sam explodiu de orgulho quando Taylor projetou o queixo para fora e olhou diretamente para Todd. —Eu não pertenço a você. Todd virou e apontou a arma para Taylor. Sam correu para o homem. Um tiro ecoou no quarto enquanto Sam derrubava o homem. Ambos mudaram ao mesmo tempo. Garras e dentes rasgaram a pele enquanto seus corpos grandes colidiam com móveis, derrubando as coisas enquanto lutavam por Taylor. Mas Sam estava lutando pela liberdade de seu companheiro. Todd estava lutando pelo direito de possuir o ser humano. Outro tiro foi disparado e Todd parou, olhou com raiva para Sam e depois caiu no chão. Sam se virou para ver Taylor segurando a arma, o ombro sangrando, com as mãos tremendo. Sam mudou. —Está tudo bem, Taylor. Sou eu, Sam. — Ele falou com Taylor como se ele fosse uma criança assustada. — Abaixe a arma, meu anjo. A porta do quarto se abriu. Colton e T-Rex estavam ali, armas em punho. Ambos pareciam atordoados vendo a cena.
Sam levantou a mão para parar os dois de entrar. —Está tudo bem, rapazes. — Disse lenta e suavemente. — Taylor estava apenas tomando de volta a sua vida. Os olhos de Taylor se encheram de lágrimas quando a arma vacilou em sua mão. —Você fez isso. — A voz de Cameron soou do corredor. — Você o venceu, Taylor. Ele nunca virá atrás de você novamente. Sam deu um passo adiante, confiando que Taylor não fosse matá-lo. —Você está em choque, Taylor. Tudo bem. Estou bem aqui. Não vou a lugar nenhum. Taylor começou a chorar. Sam sabia o quão difícil era tirar uma vida, mesmo que a pessoa merecesse. A arma caiu no chão e Sam fechou a distância, puxando Taylor em seus braços. —Você foi muito corajoso, meu anjinho selvagem. Malditamente corajoso. Taylor desmoronou nos braços de Sam que o puxou para a cama, embalando seu companheiro. Balançou Taylor, falando baixinho e suavemente. Não tinha certeza de quanto tempo ficaram assim, mas a próxima coisa que percebeu foi Sparrow entrando no quarto. —Legitima defesa. — Sam disse apertando os braços em torno de Taylor. Sparrow cabeceou para o corpo morto. Todd tinha mudado de volta depois que morreu. —É o homem que disse que estava vindo atrás de Taylor? Sam assentiu. Ele se sentou lá e disse a Sparrow o que tinha acontecido e por que Taylor não teve escolha a não ser atirar Todd. —Como, diabos, devo apresentar este relatório? — Disse Sparrow, mais para si mesmo do que alguém mais. — Dois ursos estavam brigando e um deles foi baleado?
—Poderia deixar de fora a parte do urso. — Disse Sam. —Acho que poderia. — Sparrow afastou-se quando o legista veio e levou o corpo embora. Taylor não tinha dito uma palavra. Ficou enterrado nos braços de Sam. —Seu companheiro? — Perguntou Sparrow. —Ele é. — Sam afirmou com orgulho. —Leve-o em um dos quartos de hóspedes. — Disse Colton. — Vamos precisar limpar essa bagunça. Ele não precisa ver isso. —A minha pergunta é... — Sam disse. — como, diabos, Todd estava aqui quando Cash disse que tinha o homem sob custódia? —Estava vindo lhe contar quando ouvi o tiro. — Disse Colton. — Cash fez um pouco mais de escavação. Parece que Todd tinha um irmão gêmeo chamado Ted. É Ted que está sentado na cadeia agora. Ele tinha o telefone de Todd e confessou seu plano uma vez que Cash colocou as mãos nele. Também confessou ajudar seu irmão gêmeo em alguns de seus crimes. Não vai sair tão cedo. Sam sentiu como se pudesse finalmente respirar. Olhou para Taylor, que estava assistindo a tudo com uma espécie de desapego. —Você ouviu isso, meu anjo? Está seguro. A luz finalmente piscou de volta nos olhos de Taylor e ele olhou para Sam. —Obrigado. — Ele estendeu a mão e beijou Sam na bochecha. — Por tudo.
Capitulo Dez Fazia duas semanas desde que Todd tinha vindo atrás dele. Taylor ficou entre as portas da varanda abertas, observando o sol começar a subir as montanhas brancas. Cameron havia se mudado de volta para casa, mas Sam tinha convidado Taylor para ficar e Taylor aceitou. —O que está fazendo acordado tão cedo? — Sam perguntou enquanto se movia por trás de Taylor e passava os braços fortes ao seu redor. Taylor se inclinou para trás, apoiando a cabeça contra o peito de Sam. —Não consegui dormir. Deixou de fora a parte em que rolou e virou a noite toda porque tinha um corpo duro e nu ao lado dele. Embora estivesse dormindo na cama de Sam todas as noites, o homem ainda tinha que fazer um movimento nele. Não tinha certeza se era por causa do trauma recente que tinha passado. Talvez Sam sentisse que Taylor precisava de tempo. Estava cansado de esperar. Queria um pedaço de Sam no pior tipo de caminho. Virou-se nos braços de seu companheiro e deu a Sam o que esperava ser um olhar sedutor. —Alguma coisa em seu olho? — Perguntou Sam. — Ele está com espasmos. Embora Taylor fosse bem versado na arte do sexo, algo que não ia se gabar, nunca foi bom em flertar. Cameron uma vez descreveu as tentativas de Taylor parecidas com um tique nervoso. Empurrou e piscou, e uma vez que um cara olhasse confundia com uma convulsão.
—Estou piscando para você, idiota. — Taylor bateu no peito de Sam. — Não reconhece um flerte quando o vê? —Sim. — Sam sorriu. — Mas isso não foi flertar. Isso foi um espasmo muscular sob seu olho. Taylor tentou fingir que estava ofendido, mas o sorriso de Sam derreteu seu coração. Lutou com as palavras, sentindo seu pulso disparar quando aproximou suas cabeças. —O que é isso? — Perguntou Sam. — Sabe que só estava brincando com você. —Eu... — Taylor lambeu os lábios e tentou novamente. — Queria te agradecer por tudo que fez por mim. Não só me mostrando que uma pessoa pode mudar a perspectiva da outra, mas também enfrentar um lunático com uma arma, a fim de retomar minha vida. Você me faz querer rir o tempo todo. Não consigo parar de sorrir sempre que estou perto de você ou apenas pensando em você. Estou ansioso todos os dias e me pergunto que outras coisas podemos fazer sem ofensas corporais graves. — Ele abaixou os olhos. — Amo você, Sam. Sam segurou o rosto dele. —Isso foi à coisa mais doce que alguém já me disse. — Ele beijou Taylor suavemente nos lábios. — Também te amo, meu anjo. Sam agarrou a mão de Taylor e levou-o de volta para a cama. —Deixe-me mostrar-lhe o que mais podemos fazer sem causar danos físicos. Taylor balançou quando Sam levantou a grande camisa sobre a cabeça. Amava dormir com as camisas de Sam e tinha feito isto todas as noites desde a primeira mudança. A brisa aquecida, vinda das portas abertas da sacada, deslizou sobre Taylor quando Sam baixou-o para a cama. Sam se aproximou até que sentiu o toque quente do peito do homem pressionado contra o seu. Em seguida, Sam
começou a beijá-lo suavemente, com ternura. E foi aí que a tempestade elétrica em torno de seu corpo começou a enviar todo o interesse para o sul. Gemeu dentro da boca do homem se arqueando para ele, seus mamilos roçando a parede de carne dura. Sam levantou as pernas de Taylor e pressionou a cabeça sem corte de seu pênis contra a entrada de Taylor. Estava tomando a pílula por duas semanas. Taylor se sentia seguro em ter relações sexuais desprotegidas. Não ia engravidar. Não que tivesse arquivado a ideia, mas agora ambos tinham questões que precisavam trabalhar. Esta não foi a primeira vez que tinha estado com um urso. Mas era tão diferente com Sam. O homem era terno e amoroso, e o olhava como se Taylor tivesse lhe pendurado à lua e as estrelas. Cravou as unhas no peito de Sam, respirando enquanto aliviava a dor por Sam ter lhe violado. Os quadris de Sam começaram a se mover, o seu pau saindo e empurrando novamente dentro de Taylor. Sam quebrou o beijo e enterrou o rosto no pescoço de Taylor. —Filho da puta. — Ele sussurrou enquanto deslizava as mãos sob as nádegas de Taylor e o levantava um pouco mais alto. Um grunhido retumbou vibrava no peito do shifter quando Sam recostou-se e olhou para Taylor. — Merda, Taylor, merda! — As mãos dele se soltaram e Taylor olhou para baixo para ver a mão de Sam suavizando sobre o estômago de Taylor, depois seus dedos estavam no pau de Taylor. Jogou a cabeça para trás e gritou o nome de seu companheiro. Isso parecia ser uma espécie de gatilho para as estocadas de Sam aprofundarem e um rosnado selvagem soou na sala. A pressão estava crescendo. Taylor agarrou Sam que caiu para frente, tomando à boca de Taylor, o levando a beira da loucura. As pernas de Taylor se aproximaram e tentou envolver em torno da cintura de Sam, mas o homem era extremamente grande, por isso
tudo o que podia fazer era deixá-las penduradas na cintura do homem enquanto seu companheiro o montava com força. —Eu te amo. — Sam gemeu. O calor subindo ainda mais. O corpo de Taylor estava inflamado enquanto deslizavam um no outro. —Sam! — Gritou o nome do homem. Sam olhou para Taylor e sua expressão era escura, feroz, fazendo Taylor lamber os lábios secos enquanto os caninos de Sam se alongavam lentamente. Estava no céu. Tremeu sob olhar duro de seu companheiro, tão excitado agora, que não dava a mínima para o passado ou para a realidade ao seu redor. — Morda-me. Sam roçou as pontas de seus dentes sobre o ombro de Taylor, que agarrou a parte de trás de sua cabeça. —Faça isso. —Segure-se em mim, meu anjo. As mãos de Taylor agarraram os ombros de seu companheiro quando sentiu o grosso comprimento de pau de imprensar mais profundo dentro de seu corpo. —Sam, por favor. —Adoro ouvir você implorar. — A voz de Sam estava tensa, soando como se estivesse segurando um último fio de controle. Taylor
esqueceu
o
que
estava
pensando
quando
a
deliciosa
queimação o encheu, lembrando que Sam estava dentro dele. Ele se contorcia sob o shifter e Sam se inclinou para trás, seus olhos indo para onde os corpos estavam se conectando. —É bom, não é? Me sentir deslizando para dentro e fora de você assim? — Perguntou ele. Taylor olhou para cima para ver Sam o olhando. Estavam no meio de relações sexuais, mas podia sentir sua pele corada com o calor. Sam deu uma risada suave. — Tão bonito. —Meu corpo... Não posso aguentar, Sam. Por favor, Sam, por favor. — Ele convulsionado por baixo do homem, lutando pela liberação.
Sam começou a transar com ele com rígidas e profundas estocadas que fizeram Taylor gritar seu nome enquanto sentia cada uma delas esticandoo, acariciando-o. Sam o empurrou de cabeça em um vôo para o êxtase, seu pau em Taylor, enchendo-o, atiçando o fogo em chamas ainda maiores. O estômago de Taylor apertou, ondulou, convulsionou e, então, seus olhos se arregalaram quando sua visão turvou. Os músculos de seu traseiro apertaram ao redor do pênis de Sam quando explodiu. Ele se torceu debaixo de seu companheiro quando o prazer irracional rasgou através dele. —Taylor... Deus... Bebê... — Profundo e duro. Suas estocadas aceleraram quando Taylor sentia jatos de sêmen no fundo de seu canal. Isto desencadeou outro orgasmo, que deixou Taylor ofegante, lutando para respirar enquanto se contorcia debaixo do poderoso corpo de Sam. Choramingou quando fechou os olhos. —Oh, não, meu pequeno anjo selvagem. Não terminei com você ainda. Os olhos de Taylor se abriram. Não podia acreditar que Sam ainda estava dentro dele, ainda duro feito uma rocha. Sam tirou seu pênis de Taylor, virou Taylor em seu estômago e deslizou para dentro. —Desta vez, vá com calma. Lento era bom. Taylor não tinha certeza se poderia levar mais do fogo consumindo tudo que havia acabado de rasgar seu corpo. As mãos de Sam deslizaram sobre suas costas e ele inclinou seu corpo musculoso sobre Taylor para colocar beijos suaves em sua espinha. Taylor gemeu. Sentir as mãos de Sam em seu corpo, seu pênis empurrando profundamente dentro de sua bunda, era como o céu. Nunca esperou encontrar alguém como Sam. Nunca pensou que iria encontrar a felicidade. Depois do inferno que suportou, Taylor havia se
resignado a uma meia-vida. Agora tudo que queria era Sam fazendo amor com ele para o resto de sua vida. Todos os pensamentos fugiram quando Sam o colocou sobre suas mãos e joelhos. Tremia de prazer quando Sam chegou sob Taylor e agarrou sua ereção, acariciando seu pênis enquanto balançava para frente e para trás, o seu eixo roçando sobre sensíveis terminações nervosas. —Seu corpo me encaixa tão perfeitamente. — Sam disse beliscando Taylor no ombro. Balançando o corpo para trás e se empurrando no eixo de Sam, Taylor perdeu-se nos desejos sensuais esquentando dentro de seu corpo. Não tinha certeza se lento e tortuoso era melhor do que rápido e explosivo. Parecia não importar como Sam o levava, ele o fazia queimar por dentro. Esse acúmulo era como um fogo que queimava lentamente, corroendo a sanidade mental de Taylor quando empurrou para trás, gemendo ao sentir o pau grosso do seu companheiro enchendo-o. —É isso aí, meu anjo. Foda-me. — A mão de Sam começou a se mover
mais
rápido
no
pau
de
Taylor
enquanto
seus
impulsos
se
aprofundavam, tornando-se mais rápidos. Taylor agarrou os lençóis, as pernas se espalhando um pouco mais, seus quadris girando com Sam mergulhando dentro de seu traseiro. —Faça-me gozar, Sam. O homem deu um rosnado baixo quando acelerou, seu pau batendo no corpo de Taylor quando soltou o seu pênis e agarrou seus quadris. Abaixou os ombros, balançando a cabeça para trás e para frente, tentando o seu melhor para deixar o êxtase chegar. Gritou quando os caninos de Sam afundaram em sua pele. Taylor nunca se sentiu mais perto de alguém do que com Sam e nunca queria perder esse sentimento. Sam lambeu a ferida, sussurrando no ouvido de Taylor.
—Você é o meu anjo e nunca vou deixar ninguém te machucar novamente. Quando pensou que iria enlouquecer, o corpo de Taylor quebrou, sua mente girava e seu batimento cardíaco acelerou tão rápido que ficou tonto. Sam
uivava
atrás
de
Taylor,
seus
movimentos
tornando-se
descoordenados enquanto seu sêmen enchia Taylor mais uma vez. Deu mais alguns golpes antes de abrandar, sua respiração irregular. Puxou Taylor para cima e para os seus braços, aninhando seu pescoço, ronronando enquanto a pulsação em seu peito acalmava. Taylor lutou para respirar normalmente quando Sam puxou lentamente seu membro amolecido do canal inchado de Taylor. Algo se acomodou dentro de Taylor, destruindo as correntes que o prendiam por tanto tempo. Sentia-se livre, tonto e tão apaixonado que doía. Sam o tinha seduzido não com palavras, mas com sua honestidade, bondade e a marca infantil de humor que para Taylor seria sempre um tesouro. Sam era o seu cavaleiro de armadura brilhante. Taylor teria apenas que tomar cuidado com o pé do cara quando montasse em seu nobre corcel.
Fim...