Cowboy Turbulento Bear County 8 Rowdy é um homem com uma alma perturbada. Seu passado não vai deixá-lo desfrutar o presente e ele se sente como se não merecesse a felicidade. Quando Cameron decide lavar as mãos de toda a confusão, Rowdy teme que seja tarde demais. Ao tentar empurrar Cameron longe, ele pode ter empurrado o homem de sua vida. Cameron saiu correndo de um passado conturbado. Nem mesmo seu melhor amigo sabia de sua vida doméstica. Seu pai é o tesoureiro da gangue de motoqueiros notórios, os Anjos Azuis. E eles estão indo para Bear County empatar o placar. Cameron deve enfrentar um passado que ele tentou duramente esquecer, enquanto Rowdy tenta chegar a um acordo com uma tragédia que causou tanto tempo atrás. Rowdy convence Cameron a vir para o rancho onde ele estará seguro. Mas como pode Rowdy manter Cameron seguro quando o ser humano está provando ser a sua maior queda?
Capítulo 1 Cameron se apoiou contra o tijolo do edifício e se perguntou se vir pra fora fumar um cigarro tinha sido uma boa ideia. Era inverno e ele estava ali tremendo como um idiota quando respirou fundo. Ele precisava abandonar esse hábito desagradável, mas desistir dele não era a coisa mais fácil de fazer. Mas já tinha passado por pior, e se os cigarros eram seu único vício, que assim seja. A parte ruim era que Cameron não poderia nem mesmo comprar cigarros. Ele não podia pagar por nada. Não desde que Taylor havia se mudado. Taylor tinha sido o melhor amigo de Cameron e ainda era. Ele tinha visto cada vez menos o cara recentemente. Cameron necessitava obter um novo companheiro de quarto. As contas estavam se acumulando e ele mal conseguia pagar o aluguel. Macarrão e queijo grelhado tinham sido os únicos em sua dieta. Ele estava trabalhando no Piggly Wiggly, mas tinha sido despedido, quando não conseguiu aguentar os insultos do chefe por mais tempo. Sr. Dresel gostava de escolher o que Taylor usava e como ele se comportava. Mas depois que o amigo de Cameron tinha saído, o gerente tinha se voltado para Cameron e os insultos começaram. Cameron não estava tomando esse tipo de abuso de ninguém. Felizmente, havia encontrado trabalho na farmácia. Sacudindo o cigarro na neve que havia caído durante a noite, Cameron correu de volta para dentro e ficou sob a onda de calor que vinha da sobrecarga de ventilação. Seus dedos formigavam como se estivessem congelados. Cameron levantou-os sobre a cabeça e mexeu-os até que a
circulação voltou. Alguns clientes olharam para ele com curiosidade, mas Cameron os ignorou. — Terminou o seu descanso?—
Simon perguntou, enquanto
continuava a estocar os antiácidos sobre a prateleira. Cameron olhou ao redor da farmácia para ver que havia poucas pessoas. Nem mesmo o farmacêutico tinha chegado ainda. Estava mais frio do que os peitos de uma bruxa em um sutiã de bronze. Cameron estava surpreendido que alguém tinha sido corajoso o suficiente para se aventurar a sair. Cameron certamente não teria saído sem a motivação de um salário. — Eu não recomendo ir lá fora. — Cameron esfregou as mãos e depois as colocou sob suas axilas. Mesmo que ele estivesse dentro da loja quente, ainda sentia um calafrio persistente em sua pele. Simon balançou a cabeça enquanto colocava a última caixa na prateleira. —
Eu não tenho nenhuma necessidade de ir lá fora. Eu parei com
esse hábito há muito tempo. O que fazia dele um ex-fumante e um cínico. Cameron não estava disposto a ficar ali e ouvir uma palestra. Embora a maior parte do tempo Simon fosse legal, o cara podia ser um pouco irritante. Ele era gótico da cabeça aos pés, incluindo piercings e algumas tatuagens. Simon era jovem, em torno da idade de Cameron, mas às vezes o cara agia como um homem velho. Depois de tirar o casaco, Cameron o levou para a sala dos funcionários e jogou-o sobre a mesa. Não era como se houvesse uma grande quantidade de funcionários lá hoje de qualquer maneira. Havia máquinas de venda automática contra a parede e ele decidiu que um chocolate quente iria esquentá-lo. Ele sabia que Arlene estava esperando por ele para substituí-la na caixa registadora, mas alguns minutos a mais não faria mal. Cameron enfiou a mão no bolso e contou às moedas que precisava. Era o único dinheiro que tinha até o pagamento, mas ele realmente precisava do chocolate quente.
Quando o distribuidor começou a escorrer o chocolate, Cameron correu para o banheiro. Ele poderia muito bem cuidar de tudo antes dele estar preso atrás do balcão da frente por mais algumas horas. Depois de pegar o chocolate do distribuidor, ele voltou para a frente. Cameron estava andando pelo corredor cinco quando viu o cara. Rowdy Sheppard. O homem mais quente que Cameron tinha tido o privilégio de molestar com os olhos. Ele havia conhecido Rowdy na casa dos McMaster cerca de seis meses atrás. Embora Cameron tivesse deixado o cowboy saber que estava interessado, Rowdy não lhe dera nem mesmo um olhar. Mas lá estava ele, folheando uma revista. Cameron ficou ao mesmo tempo animado e irritado. Irritado porque o cowboy havia lhe dado o fora. O cara poderia ser hetero. Essa poderia ser a razão. Mas Rowdy poderia ter tido a decência de dizer a Cameron que ele não estava interessado. Continuando para o balcão da frente, Cameron fingiu que não tinha visto o homem. Ele teceu o seu caminho em torno das exposições no corredor central e foi para trás do balcão, colocando o copo ao lado de seu registro. Cameron seria o primeiro a admitir que ele era preguiçoso como o inferno. Ele normalmente não se importava como o seu balcão parecia. Mas com Rowdy tão perto, ele começou a limpar, tentando parecer ocupado. O maldito balcão estava empoeirado. Não admira que o Sr. Blake reclamava constantemente sobre a ética de trabalho de Cameron. Mas seu chefe reclamava sobre tudo, então ele geralmente ignorava o cara. Quando ele terminou, todo o linóleo da bancada brilhava. Cameron lançou olhares secretos em direção ao cowboy. Porra, se Rowdy não era um belo exemplar de homem. — Se continuar olhando desse jeito você pode queimar um furo através do cara. — Disse Arlene com um sorriso. Cameron não sabia que estava sendo tão óbvio.
— Ciumenta?—
Perguntou. Ele já havia negado Arlene duas vezes
desde o seu início aqui. Cameron sabia que ela gostava dele e se ele fosse hetero, ela teria sido uma moça de boa aparência para ir a alguns encontros. Mas ela tinha as partes do corpo erradas e eles praticamente discutiam o tempo todo no trabalho. Simon brincou com eles e os chamavam de casal. Arlene gostou da ideia. Cameron não. Melhor não lhe dar esperanças. Mas ela era um daqueles tipos insistentes. Em sua mente, com um encontro ela poderia transformá-lo em um homem hetero. Cameron revirou os olhos. Isso era uma ideia maluca. — Dificilmente. — Disse ela. — Ele é muito robusto para você. Se você estiver indo para se envolver com o mesmo sexo, ele não poderia ser o seu tipo. Uma das sobrancelhas de Cameron subiu mais alto que a outra. — Qual é exatamente o meu tipo? Seus olhos se arrastaram sobre Cameron da cabeça aos pés e por algum motivo ele se sentiu violado. O olhar era lascivo quando ela lambeu seu lábio inferior. Ele sentiu náuseas. Não é porque o sexo oposto o achava atraente. Mas porque Arlene o achava atraente. Ela era bonita, mas ela também era uma cadela. Não era uma combinação vencedora. Ela inclinou seu quadril no balcão e cruzou os braços sobre seu estômago. Seus olhos castanho-escuros se estreitaram. — Você é um pequeno Twink egoísta. Você seria mais adequado com Simon. Não é que eu esteja tentando ligar vocês dois. Cameron apontou-lhe o dedo descongelado. — Se devemos estar com as pessoas que nos sejam mais adequadas, você vai precisar de uma vassoura. — E você vai precisar de um espelho, você é tão idiota! — Ela não era uma pessoa muito inteligente. Arlene recorria a atitudes infantis quando
Cameron a perturbava. Era divertido irritá-la. Se ela queria ser maliciosa sobre ele ser gay, então ele poderia provocá-la. Parecia justo para ele. — Você não tem um filme para revelar?— Perguntou Cameron. Arlene trabalhava no departamento de fotografia. Se você pudesse chamá-lo de um departamento. Ela trabalhava atrás de um pequeno balcão no canto da loja onde ela forrou todo o local com suas fotos. Cameron ficou surpreso que ela ainda tivesse um trabalho. Mas ser sobrinha do chefe tinha suas vantagens. Depois que ela saiu pisando duro, Cameron pegou seu chocolate quente e tomou um longo gole. O líquido era um calor bem-vindo e ele suspirou
em
seu
copo.
A
única
coisa
que
faltava
eram
pequenos
marshmallows. Chocolate quente nunca era completo a menos que tivesse marshmallows flutuando em cima. Algum chantilly seria bom também. Mas Cameron estava falido e até marshmallows estavam fora de sua faixa de preço. A única coisa que Cameron tinha que fazer esta noite era decidir se ele queria miojo de frango ou com sabor de carne. Ele levava uma vida tão emocionante. Talvez ele visitasse Taylor e teria uma refeição decente depois do trabalho. Mas, novamente, se ele fizesse isso, ele poderia encontrar Rowdy, e isso era a última coisa que queria fazer. Ele ainda estava tentando se acostumar com a ideia de que Rowdy era um shifter urso, e Cameron não queria parecer que estava perseguindo o cara. Ele tinha o seu orgulho, afinal. O que ele não tinha era um companheiro de quarto e se ele não resolvesse esse problema logo, Cameron iria encontrar-se na rua. Quando Cameron viu Rowdy vindo em sua direção, ele colocou sua xícara de chocolate de lado. Ele esperava como o inferno que não parecesse nervoso. Porque ele estava. Mas Rowdy não precisava saber. O cara mais do que provavelmente tinha um grande ego o suficiente como estava. Cameron se recusou a acrescentar isso.
Agachou-se e fingiu procurar algo embaixo do balcão. Ele podia ouvir Rowdy colocar seus itens ao lado do caixa, mas Cameron precisava de tempo para acalmar sua respiração. Ele precisava de tempo para se recompor. Se ele ficasse vermelho, ele ia chutar sua bunda. Muito
lentamente,
Cameron
ergueu-se.
Ele
deu
um
sorriso
profissional a Rowdy. — Você tem um cartão de desconto Farmácia Bear?— Ele poderia ser profissional. Cameron poderia falar com o cara sem hiperventilar. Ponto para ele. Rowdy abriu sua carteira e tirou o cartão. Para ser honesto, Cameron estava muito chocado que o cowboy tivesse um. A maioria dos homens que faziam compras lá alegavam que tinham muitas coisas em suas carteiras já. Cameron estava constantemente utilizando o cartão de cortesia para as suas compras. Quando Cameron tomou o cartão, seus dedos acidentalmente se tocaram. Cameron quase deixou cair o cartão com o contato. Ele agarrou o plástico mais apertado, até que seus dedos doessem. Ele não tinha certeza do que tinha acontecido, mas seu pulso acelerou. Ele examinou o cartão e devolveu, com cuidado para não tocar em Rowdy. Seja lá o que era aquilo, Cameron não queria uma repetição. Ele examinou os itens da compra rapidamente e ensacou as coisas, desviando os olhos. — Isso vai custar vinte quatro e noventa e cinco. — Cameron interiormente gemeu quando sua voz falhou. Ele estava tão nervoso que o interior do seu estômago estava pulando. Por que diabos o cowboy o afetava dessa forma? Cameron não tinha problema com encontros ou com transar. Mas ultimamente ele parecia estar insanamente obcecado por esse cara. Rowdy deslizou seu cartão de crédito através da máquina enquanto Cameron tocava com os dedos no balcão. Ele queria que o homem
desaparecesse. Seus nervos estavam torcidos e não era uma sensação agradável. As mãos de Cameron estavam suadas e seu pulso ainda estava acelerado. Que diabos havia de errado com ele? Assim que a transação foi concluída, o cowboy pegou suas compras, acenou um agradecimento, e depois saiu. Cameron caiu contra o balcão e soltou um longo suspiro. — Isso foi intenso. — Disse Simon enquanto ele se aproximava. — Eu podia sentir o calor a dois corredores de distância. Cameron bateu com a mão sobre seu olho esquerdo e esfregou a pele. Deus, Simon estava certo. Cameron podia sentir o calor inundando lentamente sua pele também. Deus caramba. Ele estava corando. — Você ainda está à procura de um companheiro de quarto?— Simon perguntou quando começou a arrumar os itens do outro lado do balcão. As correntes penduradas em suas calças tilintavam enquanto ele se movia. Cameron não conhecia Simon muito bem. Ele provavelmente teria dito não, mas ele estava desesperado. Além disso, se Cameron deixasse Simon morar com ele, Arlene pararia de pedir. Desde que ela tinha descoberto que Cameron precisava de um companheiro de quarto, ela tinha deixado cair dicas como bombas nucleares. Ela não era tão sutil e era muito agressiva. Era como tentar afastar um pit bull que corria para o ataque. Cameron olhou para a área da foto para vê-la segurando uma tira de filme sobre sua cabeça, examinando-a sob a luz fluorescente da loja. Por que ele tinha uma sensação de que ela tinha acabado de arruinar o rolo de filme? Provavelmente porque ela tinha. A tintura que ela usava para tingir seu cabelo de loiro deve ter prejudicado seu cérebro há muito tempo. Cameron agarrou o balcão e obrigou-se a acenar com a cabeça. — Por que, você está pensando em se mudar? Houve hesitação nos olhos de Simon, como se fosse a última coisa que o cara queria fazer.
— Os tempos estão difíceis. Amém a isso. Cameron estava a um contracheque longe de ser um sem-teto. Ele sabia como o cara se sentia. Cameron coçou o queixo e fingiu considerar a oferta de Simon por um momento. Não havia necessidade de deixar Simon saber o quão desesperado ele estava. Cameron queria fazer Simon achar que ele estava fazendo ao cara um favor. Se Simon acabasse por ser um mau companheiro de quarto, em seguida Cameron poderia chutar o cara para fora livre de culpa. — Você tem algum dinheiro com você agora? Simon assentiu. — Aluguel e depósito do primeiro mês. Caramba. Cameron poderia guardar o depósito e usar metade do dinheiro do aluguel que Simon estava lhe dando para comprar frango. Ou talvez até mesmo carne. Carne real. Não macarrão. Oh sim. Sua boca já estava salivando com o pensamento. — Você pode vir até a minha casa hoje à noite e vamos falar sobre as regras. Simon parecia incerto, enquanto olhava para Cameron. — Que tipo de regras?— Perguntou. — Limites básicos e divisão das contas. Respeitar a privacidade do outro. Regras sobre datas. Coisas simples como isso. — Se Cameron não estabelecesse as regras do jogo agora, Simon só poderia tentar tirar proveito dele. Cameron gostava de uma casa tranquila e não havia nenhuma maneira que ele ia sofrer com música batendo a sua cabeça, pessoas entrando e saindo, ou ter sua privacidade invadida. Simon olhou para Cameron por um pouco mais de tempo antes de o cara finalmente dizer — Eu estarei lá depois do meu turno. Cameron finalmente se sentiu como se pudesse respirar. Talvez ele não estaria vivendo em uma caixa debaixo da ponte depois de tudo. As coisas
estavam finalmente melhorando. Uma explosão de ar gélido soprou pela porta quando alguém entrou na loja. Cameron e Simon olharam para cima ao mesmo tempo para ver um homem parado na porta usando uma máscara de esqui. Cameron teria pensado que o homem a estava usando por causa do tempo, mas a arma na mão do homem era um grande indício de que eles estavam em apuros.
Capítulo 2 Começou a nevar levemente quando Rowdy sentou em seu caminhão parado à porta da farmácia. O calor dos aquecedores manteve o interior aconchegante enquanto estava na farmácia. Ele suspeitava há algum tempo que Cameron era seu companheiro. Embora os ursos não reconhecessem seus companheiros somente pelo cheiro, sempre que Rowdy estava perto de Cameron, o delicioso aroma de baunilha quente enchia seus pulmões. Ele vinha lutando contra a atração há meses. Tantas vezes que Rowdy tinha sido tentado a vir para a cidade apenas para pegar um vislumbre de Cameron. Curvando seus dedos em punhos apertados, ele se lembrou de por que ele mantinha o homem longe. Edward. Fazia dez anos, mas os pesadelos ainda assombravam Rowdy. A pessoa que ele tinha sido naquela época ainda se voltava em cima dele de vez em quando e lembrou-lhe que estava vivendo uma mentira. As imagens fantasmagóricas zombavam dele, sussurrando que ele não era um homem decente. Rowdy sabia que nunca iria escapar de seu passado e era por isso que ele não poderia reclamar Cameron. Ele não ia puxar um homem inocente em seus pesadelos. Embora Rowdy estivesse certo de que jamais poderia compensar o que tinha feito, ele tentou continuamente resgatar a sua alma, ajudando os outros, como Steven. Steven era um homem que tinha o mesmo dom que
Edward possuía. Assim como Edward, Steven nunca tinha sido ensinado a amortecer as vozes e imagens que constantemente bombardeavam sua mente. Pelo menos, não até que Rowdy mostrou-lhe como. — Pare de pensar sobre isso. — Rowdy sussurrou para si mesmo quando cerrou os dentes. Mas os pensamentos continuaram a atacá-lo. Ele daria qualquer coisa para apagar seu passado e ser capaz de oferecer a Cameron uma vida feliz. Ele riu sem graça. — Quantas vezes você desejou isso? Vezes demais para ele contar. Rowdy estava prestes a se afastar quando notou algo peculiar. Havia um homem andando pela neve que usava uma máscara de esqui. Isso não foi o que chamou a atenção de Rowdy, no entanto. Era a arma que ele estava tentando manter perto de seu lado na esperança de que ninguém percebesse. Rowdy puxou seu telefone celular livre e ligou para o gabinete do xerife. Ele tinha um mau pressentimento sobre isso. Mas o que realmente levantou os cabelos em seu pescoço foi quando o homem armado entrou na farmácia. Xingando, Rowdy rapidamente retransmitiu o que ele tinha visto antes de desligar. Ele não se considerava um herói, mas ele conhecia as pessoas que trabalhavam no interior. Ele não queria que nenhum dano fosse feito e acima de tudo, ele estava com medo de que algo acontecesse com Cameron. Não importava qual era o seu pensamento sobre a sua relação de acasalamento, ele não ia permitir que Cameron enfrentasse o atirador sozinho. Tinha que haver algo que Rowdy poderia fazer para desarmar o homem. Como o que? Deixar-se levar um tiro? Balançando a cabeça, Rowdy escorregou do caminhão e parou ao lado da parede da farmácia. Estava frio, mas ele ignorou os ventos que
sopravam. A entrada era na esquina do prédio ,assim que ele foi capaz de dar uma espiada no interior. Rowdy amaldiçoou quando viu Cameron atrás do balcão. O cara gótico estava parado do outro lado do balcão e os dois homens pareciam congelados de medo. Rowdy ficou lá tentando descobrir o que fazer. Ele não tinha nenhuma arma com ele. E ele certo como a merda não era à prova de balas. Os tempos eram difíceis em todos os lugares, mas recorrer a roubo não era a resposta. Enfrentar um homem com uma espingarda não era uma boa ideia. Ele poderia sempre esperar pela polícia, mas e se o atirador fizesse o seu movimento antes que os policiais chegassem? Rowdy não tinha a menor ideia do que fazer. Ele nunca esteve nesse tipo de situação antes. Ele sabia como atirar com uma arma, mas seu rifle, a única arma que possuía estava escondida em seu quarto no barracão. Seria bom tê-lo agora. Pensou em mudar, mas nem mesmo seu urso era páreo para um tiro de espingarda. Além disso, pareceria bizarro como o inferno se um urso entrasse em uma farmácia. Decisão tomada, Rowdy puxou uma respiração profunda em seus pulmões e mostrou-se ao virar a esquina. Nada como o medo para deixar a mente de uma pessoa limpa. As portas de correr abriram. Rowdy amaldiçoou. Ele tinha esquecido sobre isso. Todos se viraram para olhar para ele. Ele tinha uma vontade louca de correr. O atirador ergueu a arma para Rowdy. O cara tinha estatura média, um pouco grossa em seu corpo, mas foram as duas lágrimas tatuadas em seu olho esquerdo que fizeram Rowdy parar. O homem tinha matado duas pessoas e, provavelmente, tinha estado preso. Rowdy estava disposto a apostar que o cara tinha uma ficha criminal de um quilômetro de comprimento. Grande. Virei-me de um herói em potencial para uma maldita vítima. Rowdy levantou as mãos e andou com cuidado em torno do homem. Sua mente estava trabalhando horas extras, enquanto ele tentava descobrir como
obter a arma do cara. Nada lhe veio à mente. Ele tinha certeza que dizer por favor não iria funcionar. Quando passou pelo homem, Rowdy olhou para olhos frios e planos. Não haveria argumento com esse cara. Ele não era apenas um homem assustado, desesperado tentando fazer face às despesas. Esse filho da puta falava sério. Luzes piscando começaram a girar em torno da frente da loja. Os policiais haviam chegado. O atirador bombeou sua espingarda, apontou para a entrada, e em seguida, disparou. O vidro quebrou. Rowdy empurrou e cambaleou para trás. Se o ladrão não tinha escrúpulos em matar um policial, então as pessoas na loja não tinham chance. A adrenalina estava fluindo como um rio caudaloso. Rowdy estava alerta para cada sombra, a forma como as luzes giravam apenas fora da porta, e para o atirador. Seu corpo estava em modo de emergência, e ele pediu a Deus que nada de trágico acontecesse. O atirador não se preocupou em se afastar da porta. Era como se ele estivesse provocando os policiais. Rowdy começou a tremer quando o ar frio de fora chicoteou através do vidro quebrado e entrou na loja. A área de frente da loja rapidamente foi drenada do calor quando Rowdy deu mais dois passos para trás. Ele estava tentando se posicionar entre o assaltante e Cameron. Ele brevemente pensou em negociar com o homem, mas o ladrão não parecia que estava em um estado de espírito para falar. Além disso, Rowdy não era de falar muito então ele não tinha ideia do que dizer. Abaixe a arma e você pode sair daqui vivo parecia meio brega. Isso nunca dava certo nos filmes. — Aqui é o xerife do Departamento de Polícia de Bear County. — A voz do xerife Sparrow veio num megafone. — Largue a arma e saia lentamente e ninguém precisa se machucar.
A única coisa que pode fazer foi piscar quando o atirador disparou para fora da porta e recarregou tão rápido que a cabeça de Rowdy vibrou. Ele nunca tinha visto ninguém fazer isso antes. O cara tinha habilidades loucas e Rowdy não estava disposto a testá-las. Alguém começou a chorar atrás dele. Rowdy virou a cabeça o suficiente para ver a menina do filme que estava em seu pequeno canto com lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Seu choro se intensificou. O pistoleiro se virou e apontou para a cabeça dela. — Cale a boca! Agora! A voz do homem era profunda e malévola. Ele iria machucá-la se ela não se acalmasse. Os
soluços da menina ficaram mais altos. O cara gótico
correu para ela e puxou-a em seus braços, silenciando-a. Rowdy lançou um rápido olhar para Cameron e viu seu companheiro olhando para seus pés. O que ele estava olhando? Por favor, não o deixe fazer nada estúpido. Rowdy tentou chamar a atenção de Cameron, mas o homem não quis olhar para cima. Seus olhos ficaram colados ao chão. O telefone tocou na área da fotografia. — Não atendam! — Avisou o atirador quando puxou a máscara de sua cabeça e jogou para o lado. Era difícil assustar Rowdy, mas a voz do homem trouxe-lhe à mente um bulldog raivoso puxando no final de sua coleira para ficar solto. Rowdy franziu a testa quando viu Cameron puxar seu telefone celular. Que diabos o cara está fazendo? Quando o atirador olhou pela porta de novo, Cameron tirou uma foto rápida e, em seguida, baixou a telefone. Rowdy podia ver a mão de seu companheiro em movimento e sabia que o ser humano estava enviando a foto para a polícia. Deus ele amava tecnologia. Mas mesmo se a polícia descobrisse a identidade do homem, isso não seria de muita ajuda agora. Se qualquer coisa,
ele provavelmente iria irritar mais o cara se os policiais usassem seu nome. Rowdy tinha chegado a conhecer Sparrow e não achava que o homem seria tão descuidado. Mas ele nunca tinha visto o xerife em uma situação de alto estresse antes. — Pare de usar seu telefone. — Rowdy sussurrou quando Cameron tentou obter outra foto de um ângulo diferente. — Oh, você está falando comigo agora?— A resposta de Cameron era arrogante. Rowdy não culpava o cara. Ele tinha feito de tudo para
evitar o
homem. Mas agora não era o momento de lavar sua roupa suja. — Basta parar de fazê-lo. — Rowdy não queria que o homem fosse pego por causa das fotos. — Pare de falar comigo. — Disparou Cameron, sua voz ficando um pouco mais alta. — Pare de ser tão teimoso. — Rowdy respondeu, levantando a voz também. — Você está sendo um idiota. Cameron
se
virou,
encarando
totalmente
Rowdy.
Se
olhares
pudessem matar, Rowdy estaria deitado em seu túmulo agora. — Pelo menos eu estou tentando fazer alguma coisa. Você só está aí de pé. O punho de Rowdy desabou sobre a bancada. — E o que diabos você quer que eu faça, lutar com ele? — O que eu quero é que você me ignore como você tem feito. Não acho que essa situação muda alguma coisa, idiota. — Você nem sabe por que eu estou te ignorando. — Isso não parecia certo na cabeça de Rowdy, e muito menos que estivesse acontecendo neste momento. Ele estava ficando louco, no entanto. Ele odiava o fato de que Cameron estava colocando sua vida em risco. — Você sabe como isso soa?— Perguntou Cameron. — Você é realmente tão estúpido?
Rowdy rosnou quando pegou um charque1 fora do balcão, abriu-o e mordeu o pedaço de carne como se tivesse matado toda a sua família. Ele mastigou amplamente, olhando para Cameron. — Não. Eu estou fazendo alguma coisa. — Você vai pagar por isso. — Respondeu Cameron. — Um dólar e cinco centavos. O atirador disparou em uma prateleira de batatas fritas, o suficiente para silenciá-los. Acho que o cara não gostava de ouvir pessoas discutindo. Rowdy continuou a mastigar enquanto tentava chegar a uma solução. Agora, não só Rowdy estava com medo, mas também chateado. Cameron parecia como se ele quisesse bater a cabeça de Rowdy no balcão. — Você. — O pistoleiro apontou para Cameron. — Venha aqui. — O que você quer com ele?— Rowdy perguntou quando se aproximou do balcão, como se estar de pé mais perto fosse parar o atirador de fazer algo insano. — Ele é apenas um espectador inocente. — Sim. — Cameron disse, com a voz trêmula e os olhos arregalados. — É como ele disse. — Venha. Aqui. — O ladrão apontou a arma para Cameron e Rowdy estava desesperado para chegar a uma resposta, e rápido. A situação foi rapidamente se transformando em uma bola de neve fora de controle. Ele era um capataz de fazenda, caramba, não um negociador. Rowdy não conseguia pensar em uma coisa maldita que pudesse mantê-los a salvo. Ele era mais alto e mais solidamente construído do que o atirador, mas isso não significa nada quando Rowdy estava desarmado. Cameron deu a volta no balcão, olhando para Rowdy para obter ajuda. Parecia que todos na loja ficaram na expectativa quando Cameron parou a poucos metros do cara.
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Aquelas carne em tirinhas que vem em pacotinho.
— Vá pegar algo para beber. Minha boca está seca. Rowdy deixou escapar um longo suspiro enquanto observava seu companheiro andar em direção à parte de trás da loja. Que tipo de ladrão era esse? Será que eles não costumavam manter todos os reféns na vista de todos? Ele não iria culpar Cameron no mínimo, se seu companheiro escapasse pela porta dos fundos. — Você! — O pistoleiro apontou para o garoto gótico. — Vá lá fora e diga a Sparrow que eu quero ele aqui, sozinho e desarmado. Se ele não fizer o que eu peço, a menina morrerá. A garota soltou um soluço alto. Rowdy queria dizer a ela para se acalmar antes que o atirador atirasse apenas por ela irritá-lo. Ele não parecia ser o tipo de reconfortar ou consolar. Parecia que ele preferia sufocá-la do que abraçá-la. — Você não pode me matar. Um sorriso que poderia rivalizar com o de Satanás apareceu no rosto do homem, tornando Rowdy menos do que confiante de que a menina iria conseguir sair dessa viva. — Quer apostar? Quando o homem gótico começou a se mover, uma parte de Rowdy desejava que fosse Cameron a ir para fora. Pelo menos, então seu companheiro estaria a salvo. Não que ele quisesse alguém ferido, mas seu companheiro era a sua primeira prioridade, mesmo que Cameron estivesse sendo sarcástico com ele. Rowdy poderia dizer que o gótico não tinha amor pela menina, mas ele parecia hesitante em deixá-la. Seus olhos saltaram do rosto chorando para Rowdy e em seguida para o atirador. — Última chance. — O atirador disse quando ele apontou a arma para o gótico. — Ir ou ficar em seu lugar.
Qualquer um teria corrido de lá com esse tipo de ameaça que pairava sobre eles. E foi exatamente isso o que o cara fez. Ele correu para frente, poupando um último olhar para a menina atrás do balcão, e saiu pelas portas deslizantes quebradas. As portas tinham dificuldade de abertura uma vez que estavam quebradas, vidro por todo o chão. Um canto ficou preso nos escombros, travando a porta. Mas o cara gótico era magro o suficiente, então ele escorregou para o lado através do grande buraco. Ele tinha ido embora em segundos. Cameron voltou para o corredor, algumas bebidas na mão. — Eu não tinha certeza do que você queria. Isso pareceu impressionar o homem com a arma. Ele balançou a cabeça como se ele apreciasse a consideração de Cameron. Rowdy por outro lado queria bater no seu companheiro por ser tão atencioso com um homem que segurava suas vidas em suas mãos. Ele também queria puxar Cameron para ele, empurrar seu companheiro atrás dele e mantê-lo fora do caminho do mal. Quando Cameron começou a passar por ele, Rowdy estendeu a mão e agarrou seu braço fino. Cameron olhou para ele e Rowdy podia ver o medo cru no fundo dos olhos lindos de seu companheiro. Ele deu ao braço de seu companheiro um aperto leve e Cameron não se mexeu. Ele ficou de pé ao lado de Rowdy, ligeiramente para a direita, parte de seu corpo escondido do atirador. O urso de Rowdy estava rosnando sua aprovação e pronto para rasgar o atirador. Naquele momento, Cameron era tão vulnerável quanto um filhote
recém-nascido.
Rowdy
podia
sentir
seu
companheiro
tremendo
ligeiramente. Ele queria consolar o rapaz, mas não o fez. Não agora. Ele teria que esperar por isso. Rowdy não queria ser distraído. Ele não podia se dar ao luxo de se distrair.
O assaltante arrancou a tampa de uma Sunkist2 e engoliu metade da garrafa. Mas seus olhos nunca deixaram Rowdy ou Cameron. Quando ele baixou a garrafa, perguntou — Vocês dois são amantes? Era uma pergunta simples colocada sem malícia. — Não. — Cameron negou com a cabeça. — Estou tentando ser. — Rowdy não tinha certeza por que ele disse isso. Ele havia estado evitando Cameron todo esse tempo e, quando confrontado com a pergunta, ele tinha derramado o seu mais profundo desejo a um estranho que poderia matá-lo. Tinha que ser o stress. O homem acenou com a cabeça como se entendesse a luta interna de Rowdy. Embora não havia como o cara pudesse fazê-lo. — Por que você está fazendo isso?— Perguntou Rowdy. — Você, aparentemente, não quer o dinheiro do caixa. Ele manteve sua mão direita sobre o braço de Cameron, pronto para empurrar o seu companheiro no chão se o atirador se tornasse hostil. Algumas pessoas não gostavam de ser questionados quando em uma situação altamente estressante. O atirador esfregou o queixo com as costas da mão, ainda segurando a garrafa de Sunkist. — Algumas coisas são muito complicadas de explicar. Rowdy sabia tudo sobre complicação. Ela era bastante íntima com ele. Agora foi a sua vez de acenar como se entendesse por que o homem estava fazendo isso. — Eu sinto muito por você. Os olhos do rapaz cintilaram de Rowdy para Cameron. Ele olhou como se quisesse dizer alguma coisa, e ele poderia ter dito, mas Sparrow
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Refrigerante.
apareceu na porta naquele momento, e a tensão que parecia ter sido drenada do rosto do homem apenas um momento antes, bateu de volta no lugar. — Sparrow. —
O atirador rosnou o nome. — Nos encontramos de
novo.
Capítulo 3 O
ar
frio
assobiando
rapidamente
pela
porta
quebrada
foi
momentaneamente esquecido quando Cameron viu o xerife ali, sua jaqueta marrom escuro o cobrindo como um cobertor quente. Cameron estava tremendo de frio e teria dado qualquer coisa para ter o casaco da sala dos funcionários. Ele chutou a si mesmo por não pensar sobre isso quando saiu atrás das bebidas. —Nelson. — Sparrow baixou a cabeça em saudação. —Muito tempo sem te ver. Eu pensei que você estivesse morto. —Sua bala não atingiu o alvo. — O atirador esfregou a área logo acima do coração. —Aparentemente não — Sparrow respondeu como se divertisse por não ter matado o homem. Cameron não tinha ideia do que estava acontecendo entre os dois, mas ele estava pronto para sair de lá. Ele lidou com homens perigosos suficientes em seu passado para durar uma vida inteira. Seu pai tinha corrido com a gangue de motoqueiros mais mortal no sudoeste. Só havia uma coisa boa sobre os Anjos Azuis, e isso era o fato deles sempre protegerem sua família. Muito melhor do que fizeram até agora. Mas ele não os teria chamado, mesmo se pudesse. Eles foram uma das principais razões de Cameron deixar Nevada. Eles estavam tentando o recrutar no momento. Seu próprio pai o havia nomeado para a candidatura.
Foda-se. Cameron não era construído para esse tipo de vida, física ou mentalmente. Ele poderia os ter chamado quando Taylor esteve com problemas com Todd, onde Taylor e ele foram forçados a correr. O problema teria sido resolvido em uma questão de segundos. Mas, então, Cameron teria uma dívida que não estaria disposto a pagar. Ele era um nerd completo e isso era algo que seu pai tentou seu melhor para ignorar. Ele queria um filho como ele, coisa que Cameron não era. Não havia um osso acirrado em seu corpo. —Mas você matou meu irmão — afirmou Nelson friamente. Ele levantou a espingarda e disparou contra o peito de Sparrow. Por um instante de tempo, nada foi ouvido. Os ventos continuaram lá fora. O pulso de Cameron pareceu desacelerar para um ritmo impossível. Sparrow estava deitado de costas, com os braços abertos, imóvel. E então Arlene gritou, quebrando o momento de tranquilidade. O tempo acelerou e Cameron sentiu o coração bater de novo em movimento. Rowdy saltou a sua frente, mas Nelson girou rápido demais. —Você não quer se envolver. Cameron podia ver que Rowdy estava louco de raiva, mas ele recuou. Rowdy colocou a mão no braço de Cameron novamente, persuadindo Cameron para ficar atrás dele. Nelson se moveu da frente da porta, como se um atirador fosse leválo para fora. Cameron tentou pensar em todo o tempo que ele passou em torno dos Anjos Azuis crescendo e o que teria feito nesta situação. Ele sabia exatamente o que iam fazer, mas Cameron não era forte o suficiente para matar, muito menos disposto a contemplar tal ação. Isso significava que ele tinha que chegar a uma solução por conta própria. Seus olhos caíram para baixo, onde estava o delegado, luz e neve girando em torno de sua forma imóvel. Ele não se movia. Deus, Nelson tinha matado Sparrow.
Arlene ainda estava gritando histericamente. Ela correu atrás do balcão e saiu em direção à parte de trás da loja. O atirador não a impediu. Aparentemente, ele tinha conseguido o que queria. Ela não era uma preocupação. Nelson ficou lá sorrindo para forma sem vida de Sparrow. Este não era o primeiro cadáver Cameron tinha visto. Imagens de sua infância voltaram com força total, e Cameron se lembrou vividamente de seus dez anos de idade, sentado na mesa da cozinha enquanto fazia seu trabalho de casa. Seu pai lhe agarrou da cadeira e o levou para um passeio em sua caminhonete nova. A viagem foi longa e tensa. Seu pai estacionou perto de uma pedreira e puxou Cameron do caminhão. Cameron não queria ir. Ele lutou em vão. Seu pai era um homem grande, ainda mais para um garoto de dez anos. Havia homens do Anjos Azuis em torno de um estranho que estava de joelhos. O homem implorava por sua vida, mas ninguém prestava atenção nele. —Hoje você vai aprender o que significa ser um homem — seu pai disse quando puxou uma arma da cintura. Ele estendeu-a para Cameron. Cameron negou com a cabeça enquanto se afastava. O metal brilhava ameaçadoramente no sol da tarde. —Não — Cameron sussurrou. Seu pai forçou a arma na mão de Cameron. —Aponte e dispare. Cameron deixou cair a arma no chão e se afastou, apenas para chocar-se com um dos motociclistas. —Crianças não tem o que é preciso— o motociclista brincou com ironia. —Não tem bolas para isso. Seu pai parecia chateado que seu filho era um covarde. Ele pegou a arma, olhou Cameron direto em seus olhos, e disparou contra o homem suplicante.
Cameron sacudiu a memória, um calafrio correu por sua espinha quando começou a suar frio. A violência tornou-se parte da vida de Cameron depois disso. Ele viu e ouviu coisas que desejava que nunca tivesse visto. Viver dessa forma fazia uma pessoa cautelosa, desconfiada como o inferno, e mais vezes do que não reduzia sua expectativa de vida. Esse foi outro motivo por Cameron ter escapado. Ele não queria acabar como um assassino de sangue frio cínico, como seu pai. Nesse exato momento, ele odiava Nelson, odiando que o homem tivesse matado Sparrow sem hesitação. Seja qual fosse à razão que Nelson tivesse por suas ações não importava. Sparrow deveria ter tido uma chance de lutar. Mas o atirador tinha tomado essa chance fora quando exigiu que o xerife se mostrasse, desarmado. Nelson cuspiu no chão quando olhou para Cameron. —Você não gosta muito de mim, não é? —Será que isso importa?— Perguntou Cameron. —Não — respondeu Nelson. —De forma alguma. —Você fez o que você veio fazer aqui. Por que não sai agora?— Cameron não estava se sentindo corajoso, mas ele estava cansado e queria ir para casa. A mão de Rowdy apertou levemente no braço de Cameron. O movimento lembrou Cameron que o cowboy ainda estava lá. Como ele poderia ter se esquecido disso? Talvez fosse porque Cameron havia sido jogado de volta no tempo. Nada parecia real, exceto ele e Nelson. As imagens ainda estavam lá, mas desaparecendo. A pergunta pareceu irritar Nelson. Seus olhos se estreitaram e sua mandíbula se contorceu. —Tenha muito cuidado— alertou. O cara não gostava de pessoas lhe dando ordens.
Cameron ficou em silêncio. Ele conhecia aquele olhar. Era o único que as pessoas usavam antes de fazerem algo violento. Ele viu muita violência. Cameron estava bastante contente vivendo uma vida chata e monótona. Ele permaneceria em silêncio se fosse isso que Nelson queria. Mas ele não tinha que gostar disso. O cara não disse mais nada. Ele só olhou para Cameron. Seu rosto era neutro. E apresentava uma calma estranha que Cameron não confiava. Ele tinha visto o quão rápido o cara tinha recarregado a espingarda. O homem iria mover tão rapidamente como uma víbora se Cameron tentasse algo. E ele não ia tentar nada. Ele não era um herói. Levou um monte para admitir isso para si mesmo, mas ele sempre tentava ser honesto, mesmo que a verdade só falasse em sua mente. Nelson virou o corpo de lado. Cameron pensou que o cara viria atrás dele, e poderia ter sido a intenção de Nelson. Mas assim que Nelson virou as costas para a porta, Sparrow se levantou como uma cobra impressionante e puxou sua arma livre, atirando na parte de trás da cabeça de Nelson matandoo. O atirador cair, os olhos arregalados, ainda cheios de descrença atordoado quando ele morreu. A frente de sua cabeça explodiu e Cameron estava ali em choque com o cérebro de Nelson em sua camisa e em outras partes que ele não queria pensar. Cameron se quebrou. Ele começou a gritar e não parou, nem mesmo quando o lugar fervilhava de polícia.
Sparrow viu quando os paramédicos deram a Cameron um sedativo, nocauteando-o. O cara não parou de gritar desde que Sparrow atirou em Nelson. A garganta de Cameron estaria crua quando ele acordasse. —O que diabos está acontecendo? — Rowdy perguntou quando olhou para a ambulância. O cara parecia hesitante, como se ele quisesse ir para Cameron, mas se forçando a ficar ao lado de Sparrow. —Uma disputa que nunca foi resolvida — Sparrow respondeu quando estremeceu, removendo a bala do colete a prova de que tinha salvado sua vida. Ele viu T-Rex vindo em sua direção. Ele sabia que o homem viria em seu auxílio na primeira menção de problemas. —Quem era?— Perguntou T-Rex. —Nelson — Sparrow respondeu. —O bastardo matou dez pessoas antes, achei que tínhamos o eliminado. —Como é?— Perguntou Rowdy. Sparrow suspirou. Desde que Rowdy si colocou em uma situação perigosa, Sparrow poderia ao menos explicar o porquê. —Poucos anos atrás, os homens que possuem Rancho Grande Urso e eu fomos contratados para resgatar o filho de algum magnata. O que encontramos foi uma rede de pornografia infantil. Nelson era o encarregado de arrebatar as crianças e seu irmão... — Sparrow balançou a cabeça, odiando o fato de que tinha que se lembrar de um tempo tão escuro em sua vida. Ninguém se afastou intocado pelo que tinha visto. —Para encurtar a história, matamos Nelson e seu irmão. Ou assim eu pensava. Rowdy empalideceu. Sparrow não esperava nada menos. O cowboy virou-se e caminhou em direção à ambulância. Sparrow queria ir para casa e abraçar seu filho. Ele havia sido tão afetado pela missão como os outros homens. Mas era Sam que tinha sofrido os pesadelos mais vívidos e persistentes. Ele voltou sua atenção para T-Rex.
—Cameron me mandou uma foto de um homem segurando os reféns antes que soubesse que eu estava na farmácia. T-Rex concordou. —Foi quando você me ligou. —Sim.— Sparrow passou a mão sobre o peito machucado. O colete poderia ter salvado sua vida, mas ainda doía como o inferno. Deitar no chão e esperar até o momento certo tinha sido o pior de tudo. Sparrow queria Nelson morto assim que ele olhou para o telefone e viu a imagem exibida em toda a sua glória doentia. —Eu tive um dos meus adjuntos olhando para o seu registro. Parece que Nelson tem estado ocupado desde que o vi pela última vez. Ele era procurado em cinco estados para a lista de compras de encargos. Ele também se juntou uma gangue de motoqueiros. Anjos Azuis. T-Rex franziu a testa. —Por que esse nome soa familiar? —Seth Langley. Ele estava lá no armazém onde a pornografia infantil estava ocorrendo quando se infiltrou. Ele fugiu — disse Sparrow. —Ele é o tesoureiro do clube de motociclistas. O FBI foi atrás dele há algum tempo. Ele queima os livros para o clube e o FBI quer esses livros. —Como é que essa merda voltou para morder-nos na bunda?— Perguntou T-Rex. —Eu pensei que tínhamos amarrado todas as pontas soltas. —Nós fizemos— disse Sparrow. —Mas ninguém nos disse que Nelson passou por uma cirurgia. Por uma questão de fato, foi o cirurgião que nos disse que Nelson morreu na mesa. —Nelson deve ter pagado o médico— Sparrow disse e então franziu a testa. —Parece que muitos médicos estão se tornando desleais recentemente. — Isso não caiu bem para ele. O médico shifter que tinha sido um pilar da comunidade paranormal foi preso por tentar matar Colton, um dos homens da guarda-costas executivo. O médico foi condenado a 20 anos de prisão e não
podia mais exercer a medicina. Isso não parecia ser uma punição severa o suficiente para Sparrow. —Fiz algumas chamadas antes de ser baleado— disse Sparrow. — Alguns ‘amigos’ vão cair. Eu não tenho um bom pressentimento sobre isso. —Eu também não — T-Rex admitiu. —Não é bom em tudo. —Mark e sua equipe estarão aqui em poucos dias. — Sparrow olhou para o saco preto que estava sendo levado para van do legista. De alguma forma, ele sabia que a morte de Nelson foi apenas o começo.
Rowdy deu um rosnado baixo quando entrou na parte de trás da ambulância
para
ver
Cameron
dormindo.
Ele
parecia
babando
tão
pacificamente com os olhos fechados. Rowdy estendeu a mão com a manga de sua camisa e limpou a boca de seu companheiro. —Você é seu parente mais próximo? — Perguntou o paramédico. —Marido — Rowdy mentiu. Ele não dava a mínima que saibam que ele era gay, e ele não estava prestes a ser expulso da parte de trás da ambulância. Seu urso estava desafiando alguém a separar Rowdy de Cameron. O homem acenou com a cabeça. —Ele vai ficar fora por um tempo. Nós vamos levá-lo apenas para observação. Provavelmente, você pode levá-lo para casa, quando ele acordar, assumindo que nada grave aconteça. —Grave? —Reação adversa ao que eu lhe dei, coisas desse tipo. —Eu não sou seu marido. — A voz de Cameron saiu pequena e fraca. Um olho aberto apenas um fio de cabelo para revelar a íris marrom-escura de
Cameron antes da pálpebra deslizar de volta no lugar. O paramédico olhou entre Rowdy e Cameron. A expressão dele disse que ele não tinha certeza do que fazer. Rowdy não poderia deixar o homem chutá-lo para fora. Rowdy deu um sorriso apertado. —Parece que as drogas estão funcionando. O cara acenou com a cabeça, distraído. —Você pode querer se sentar— disse, quando as portas foram fechadas, selando os três dentro. Rowdy fez o que lhe foi dito. Ele estendeu a mão e agarrou a de Cameron, não só para manter a pretensão de que ele era casado com seu companheiro, mas porque ele precisava do contato. —Babaca—
Cameron
murmurou
antes
dele
começar
a
babar
novamente. —Homem charmoso— comentou o paramédico enquanto verificava os sinais vitais de Cameron. —Ele tem seus momentos— disse Rowdy. Embora ainda tivesse de vê-los. Quando Cameron chegou primeiro ao rancho, ele tinha sido sedutor como o inferno. Agora era um pé no saco, mostrando os dentes, não afiados que não eram grandes e nem um pouco assustadores. Rowdy correu o polegar sobre a mão do homem enquanto a ambulância balançava para frente e para trás, sirenes ligadas. Ele não sabia por que as sirenes estavam ligadas. Esta não era uma emergência. Ele não se incomodou em perguntar. A viagem não demorou muito e Cameron estava sendo levado para um quarto em um momento. Uma enfermeira apareceu e deu a Rowdy uma papelada para preencher. Ele não tinha ideia sobre o que escrever, exceto o primeiro e o último nome de Cameron. Ele nem sequer sabia o endereço do rapaz. Usando o telefone ao lado da cama, porque os telefones celulares não eram autorizados no hospital Rowdy chamou o rancho e pediu para falar com Taylor.
Taylor era o melhor amigo de Cameron. Certamente o cara iria conhecer algumas das informações de Cameron. A voz rouca de sono entrou na linha. —Olá? Rowdy deu um rápido resumo do que aconteceu esta noite e esperou por Taylor surtar. Taylor se apavorou. —Ele estava machucado? Será que ele levou um tiro? Por que diabos você não o protegeu? Eu sei que você é seu companheiro. Sam me disse que você era. Como você poderia deixar algo assim acontecer? —A inquisição continuou por mais alguns minutos antes de Taylor começar a relaxar. Rowdy não tinha ideia de que Sam sabia sobre seu relacionamento com Cameron. O cara era muito mais observador do que Rowdy tinha pensado. —Você terminou?— Ele perguntou Taylor. —Apenas me diga que ele está bem. —Foi dado a ele um sedativo para ajudá-lo a se acalmar. — Rowdy deixou de fora a parte em que Cameron estava coberto de massa encefálica de Nelson. —A enfermeira me deu uma papelada para preencher e eu não tenho ideia sobre o que escrever. —Diga-me quais são as perguntas — disse Taylor. Rowdy passou por cada opção que as informações necessitavam. Taylor ajudou a preencher um monte, mas ele não tinha ideia sobre o histórico médico da família. —Cameron não fala sobre sua família. Eu sei o básico, mas não muito mais. —Eu pensei que vocês dois eram melhores amigos. —Somos— respondeu Taylor. —Ele sabe muito sobre mim, mas há algumas partes sobre Cameron que eu sou ignorante.
Rowdy conhecia a sensação. Depois de encerrar a ligação, ele andou até área de transferência para o posto de enfermagem e depois procurou um banheiro. No momento em que ele retornou, a enfermeira estava saindo do quarto de Cameron. Ela olhou para ele, inquieta. —Ele está querendo falar com o idiota em jeans apertados com belos olhos cinzentos. — Suas bochechas se inflamaram de vergonha. —Suas palavras, não minhas. Rowdy tinha acabado de ser insultado e elogiado na mesma frase. Ele não tinha certeza se ele deveria responder a enfermeira ou não. Ele decidiu que não. Rowdy apenas balançou a cabeça e entrou no quarto de Cameron. Seu companheiro ainda parecia drogado, mas ele estava acordado. Rowdy não tinha certeza se estava aliviado ou desejava que Cameron dormisse mais tempo. Seu
companheiro
estava
lutando
para
sair
da
cama.
Rowdy
atravessou a sala em três passos e colocou as mãos nos ombros de Cameron. —Whoa. —Preciso tirar essa porcaria de cima de mim— Cameron argumentou. Rowdy sabia o que Cameron estava falando. Massa encefálica. —Então me deixe ajudá-lo. Cameron bateu os braços de Rowdy para longe. —Você não está recebendo um show gratuito. —Você é sempre tão teimoso? —Você é sempre tão útil? Espera... —Cameron bateu no queixo como se imerso em pensamentos. —Não, você não é. Você afasta as pessoas. Então, faça-me um favor e saia por aquela porta. Rowdy rosnou e baixou a voz. —Se eu não me engano, foi você quem assustou quando descobriu que eu era um shifter urso.
A resposta de Cameron ao fato de que Rowdy era um urso o tinha ajudado a se manter distante do homem. Ele não tinha ido atrás de seu companheiro ou tentado convencê-lo de qualquer forma. Parecia que Cameron não gostava do fato de que Rowdy lhe tinha dado muito espaço para respirar. —Isso foi há seis meses— Cameron argumentou. —Você poderia ter parado para ter certeza que eu ainda estava respirando. —Idem — Rowdy respondeu. —Você sabe onde eu moro. Eu não tenho a menor ideia onde... —Oh, cale a boca. Você poderia ter pedido a Taylor. —Cameron olhou para Rowdy, estudando seu rosto, como se estivesse incumbindo recursos turbulentos para a memória. Rowdy não estava disposto a pedir desculpas. Ele estava apenas metade do lado errado. Cameron era igualmente culpado. Além disso, ele tinha uma boa razão para não procurar Cameron. Edward. Rowdy voltou e compôs suas características antes de Cameron pudesse ver a dor que com certeza tinha se mostrado em seus olhos. Cameron já estava na defensiva e tinha passado por muito em uma noite. Rowdy não ia ficar lá e explicar a si mesmo, não esta noite, talvez nunca. —Como você está se sentindo melhor, eu acho que eu deveria ir. —Você deveria. — Por que Cameron parecia ferido? Rowdy não tinha a intenção de ferir os sentimentos do homem. Cameron não parecia o querer lá, então por que parecia como se Rowdy tinha chutado a cara no intestino? Ele começou a dizer Cameron que ele iria ficar, mas seu companheiro se arrastou para o banheiro em seu quarto. Ele fechou a porta atrás dele sem dizer uma palavra. Rowdy ficou lá por um momento e então seus ombros caíram. Ele saiu, prometendo a si mesmo que iria ficar de olho em Cameron. Mesmo que Cameron não soubesse que ele estava fazendo isso.
Capítulo 4 Cameron esticou quando bocejou. Ele não tinha dormido muito desde o incidente na farmácia. Ele se convenceu de que era um ‘incidente’, e não uma situação de risco de vida. Habilidades de enfrentamento. Você tinha que amá-las. Mas não importa o quanto disse a si mesmo que o perigo havia passado, Cameron continuou a ter pesadelos. Cada vez que fechava os olhos, via Nelson. Em um sonho, o atirador estava rindo enquanto ele dançava sobre o corpo sem vida de Cameron. Outro tinha Nelson falando com ele, com a metade de sua cabeça faltando. Ontem à noite, Cameron tinha sonhado que Nelson tinha atirado em Rowdy. Cameron tinha acordado ofegante e suando. Suas bochechas estavam úmidas e Cameron sabia que ele tinha estado chorando durante o sono. Talvez
suas
habilidades
de
enfrentamento
não
estivessem
funcionando tão bem quanto ele fingia que estavam. Mas ele ia continuar fingindo que elas estavam. Essa era a sua habilidade de enfrentamento para lidar com suas habilidades de enfrentamento. Fechando a porta do apartamento, Cameron foi para baixo aos passos e saiu para o puro ar gelado da manhã. Ele faria apenas uma corrida de dois quilômetros nesta manhã. Um pouco mais poderia fazê-lo desmaiar. Cameron tentou ficar em forma, mas nem sempre funcionava dessa maneira. Ele era magro, graças à genética, mas ele fumava e amava seus alimentos fritos. Ele imaginou que correr era a sua maneira de pagar de volta quem lhe deu os bons genes para ficar magro. Pelo tempo que ele passou no posto do xerife, Cameron podia sentir uma cãibra na panturrilha. Ele realmente tinha necessidade de fazer isso mais vezes. Talvez ele se inscrevesse no ginásio local. Será que Bear County tinha uma academia?
Ok, isso tinha que ter sido um quilometro, certo? Ou pode ter sido ... meio quilômetro. Talvez quase um quilometro. Quem estava contando? Ele correu no lugar por um minuto e, em seguida, virou-se, pronto para voltar ao seu apartamento. Cameron estava congelando suas bolas. Ele sempre poderia correr no lugar em casa enquanto assiste um pouco de televisão. Isso seria mais quente do que essa porcaria. Quando ele passava pela estação do xerife, ele avistou Sparrow saindo. O cara parou e observou Cameron como se memorizando seus traços. Isso foi assustador. Cameron correu em volta do quarteirão, passando pelos negócios fechados. Era só seis da manhã. O sol ainda não tinha a subido. Mas Cameron havia sofrido a noite toda e ele imaginou que iria correr fosse cansá-lo. Amanhã seria o seu primeiro dia de volta ao trabalho depois do ‘incidente’ e sua ansiedade estava crescendo. Em toda a honestidade, Cameron não queria voltar para farmácia, mas ele não tinha escolha. As contas não iam pagar-se e encontrar um emprego depois de ser demitido do Piggly Wiggly não foi fácil. Apesar de que novas empresas vieram para Bear County, os cargos foram preenchidos rapidamente. Cameron amaldiçoou quando ele caiu. Seu pé pegou em pedaço levantado da calçada. Ele encostou a mão contra o prédio e mexeu o pé, assobiando. Quando ele tentou colocar o pé de volta no chão, a dor atravessou sua perna. Deus, por favor, não deixe que seja serio. Cameron não tinha qualquer seguro de saúde e, embora ele fosse pago pelos três dias de folga do trabalho, devido à angústia mental, seu chefe havia lhe dito, ele não podia dar ao luxo de perder nenhum dia. —Uma nova forma de fazer exercício?
Cameron olhou por cima do ombro para ver Rowdy em seu caminhão. Não importava o quão duro ele tentou ficar chateado com o cara, o cowboy era muito, muito bom de se olhar para não cobiçar. Mas Cameron tentou o seu melhor para manter os olhos afastados. Ele não ia ser puxado para dentro daqueles olhos cinza-escuros ou seu sorriso encantador. —Machuquei meu pé na calçada estúpida. —Cameron tentou mais uma vez colocar pressão sobre o pé e conseguiu os mesmos resultados. Ele ia ter que mancar até em casa. Rowdy saiu do caminhão e Cameron cheirou instantaneamente a couro. Foda-se, se o cara não cheirava bem. Ele tinha tomado banho recentemente, a julgar pelo seu cabelo molhado e cheiro de sabão. Cameron interiormente gemeu quando seu pau começou a ficar duro. O cowboy caminhou em direção a ele com um jeito sexy e ajoelhouse ao lado de Cameron, verificando o tornozelo dele. —Parece machucado. Cameron mordeu o lábio inferior enquanto os dedos de Rowdy deslizaram sobre sua pele. Ele foi ignorado por Rowdy, mesmo dizendo a si mesmo para se afastar do cowboy. Mas sentir as mãos ásperas do homem roçar sobre sua pele estava quebrando todas as defesas que Cameron tinha colocado no lugar. —Deixe-me lhe dar uma carona para casa. —Rowdy se levantou e Cameron perdeu instantaneamente o calor dos dedos do homem. —Eu acho que consigo. —Você só vai piorar as coisas — Rowdy advertiu. —Neste momento o tornozelo precisa de gelo, não mais pressão. Uma gargalhada escapou. Cameron acenou com a mão para o lado. —Estou em temperaturas congelantes. Eu acho que o gelo não é um problema. —Mas você não precisa danificar nada — Rowdy apontou. Ele olhou para o pé de Cameron e Cameron podia sentir o peso do olhar do homem ao
longo de sua pele, como se Rowdy estivesse estendido à mão e o acariciado. — Pare de discutir e deixe-me ajudá-lo levar no meu caminhão. Cameron cedeu e permitiu Rowdy lhe dar uma carona. Discutir poderia tê-lo salvo de entrar no caminhão e cheirar um perfume mais forte do couro e sabão limpo. O aroma deslizou sobre ele como veludo. Cameron respirou fundo antes de Rowdy subir no outro lado. —Onde? —Os apartamentos Howard Street. Cameron sentou-se e tentou o seu melhor para não olhar abertamente para o homem. Mas seus olhos o traíram e logo ele estava roubando olhares secretos. A dolorosa consciência de que estava sozinho no caminhão com um homem como Rowdy se apoderando dele. Eles passaram por uma loja de roupas de segunda mão, os correios, uma loja de flores, barbearia, uma loja de conveniência, e a temida farmácia antes de virar para baixo Howard Street. Cameron sentiu como se ele não conhecesse este lugar mais. Uma vez que o ‘incidente’ aconteceu, a cidade tinha mudado para ele. Ela não era mais a pequena e pitoresca Mayberry que uma vez tinha sido. Imaginar ter massa encefálica espalhada por você todo faria isso com uma pessoa. Cameron olhou para as árvores e se perguntou se ele deve apenas seguir em frente. Taylor estava sendo bem cuidado agora e Cameron não precisava se preocupar com o seu melhor amigo. Uma espessura se formou em sua garganta, quando pensava como a vida costumava ser com o seu melhor amigo. Não havia mais união, não havia mais sessões de fim de noite para assistir filme e apenas relaxar. Era apenas Cameron agora. No apartamento sozinho. As sombras pareciam mais escuras quando ele estava lá, à noite, o lugar mais silencioso, misterioso. Cameron encontrou-se com livros e televisão para escapar, conversando com estranhos para se sentir conectado, tornando-se cada vez mais mal-humorado.
Rowdy estava sentado ao lado dele em silêncio, preso profundamente em seus próprios pensamentos. Cameron queria perguntar o que o cara estava pensando, mas não fez. Ele não era geralmente rabugento, mas desde que o seu melhor amigo tinha decidido ter uma vida própria, Cameron não se sentia como se tivesse razão para ficar. Infelizmente, ele não podia se dar ao luxo de se mover. Ele deixou Simon se mudar para diminuir o custo global e ter alguém com quem conversar. O cara estava vindo esta noite. Depois do que tinha acontecido na farmácia, tanto Cameron e Simon sentiram que era melhor esperar alguns dias antes de Simon verificar o lugar. —Esse mesmo. —Cameron apontou para o edifício. O edifício era em forma de U com a parte inferior da carta virada para a rua principal e dos dois lados desviando de volta para as áreas arborizadas. Cameron gostava que seu apartamento ficasse na rua principal. Ele lhe permitia observar as pessoas quando ele estava de folga. Rowdy estacionou o caminhão em um local de estacionamento vazio no lado do prédio e depois deu a volta para ajudar Cameron sair. —Basta colocar seu braço sobre meu ombro. Cameron conseguiu apesar de Rowdy ser alguns centímetros mais alto. —Encoste-se em mim e deixe-me fazer todo o trabalho. — A voz do cowboy era profunda e áspera. Rowdy ficou perto de Cameron, seu corpo quente pressionando contra ele. Quando o cara passou o braço em volta da cintura de Cameron, seu pau tornou-se duro. Com facilidade. Mas se Rowdy notou, ele não disse nada. Cameron respirou fundo várias vezes. Os dois primeiros passos foram instáveis, mas a cada respiração posterior tornou-se mais sólido até que ele tinha tudo sob controle. Eles passaram pela entrada e se dirigiram para o primeiro lance de escadas. Era estranho tentar saltar passos para cima. Não foi uma tarefa fácil.
Cameron teve que manter uma mão no corrimão para não cair. Duvidava que Rowdy fosse deixá-lo cair, mas ter algo sólido sob a sua mão lhe deu um pedaço de paz. —Vá com calma. Não há necessidade de pressa. Cameron assentiu quando começou a suar. Este foi um exercício mais difícil do que correr. Ele brevemente se perguntou se Rowdy estaria disposto a vir todos os dias para que eles pudessem fazer disso uma rotina. Ele rapidamente descartou a ideia. No momento em que chegou ao primeiro pouso, a perna direita de Cameron sentia-se como um macarrão molhado. Ele balançou os músculos tensos. Ele podia sentir o suor no couro cabeludo e nas costas. —Talvez você devesse descansar. —Rowdy tentou virar Cameron para que ele pudesse sentar-se, mas a perna de Cameron ficou confusa com seu um inútil e cedeu, tendo Rowdy com ele. Cameron aterrissou com força em suas costas e sentiu uma dor aguda se propagando sobre ele. Rowdy caiu em cima dele e o homem não era leve. Ele não era volumoso, com músculos, mas ele sentiu como se pesasse uma tonelada. O ar foi nocauteando Cameron e ele gritou de dor. —Merda. — Rowdy tentou se levantar, mas sua mão escorregou no degrau. Alguém deve ter subido os degraus diante deles, porque a neve não estava derretida por toda parte. Rowdy desembarcou em Cameron novamente. —Eu vou precisar de um molde de corpo, se você fizer isso de novo— disse Cameron, enquanto tentava recuperar o fôlego. Tendo Rowdy deitado em cima dele foi totalmente inesperado e não ajudava o tesão de Cameron. Ele podia sentir que não foi o único afetado. Havia algo sólido e longo espetando no estômago de Cameron. Seus olhos se encontraram. Cameron olhou nos olhos cinza-escuro quando sua respiração se alterou em pequenos sopros. Rowdy apertou as
mãos de cada lado do corpo de Cameron e lambeu os lábios enquanto os dois apenas se encararam. —Eu machuquei você? Cameron negou com a cabeça. De repente ele estava ciente do sangue
correndo
através
de
seus
ouvidos,
seu
coração
batendo
descontroladamente. O cheiro de couro e sabão encheu os pulmões. Rowdy parecia estar em alguma luta interna. Seus olhos procuraram o rosto de Cameron, e seus lábios se separaram antes dele os lamber novamente. Cameron viu quando a língua do homem deslizou lentamente de um canto de sua boca para o outro. A necessidade de beijar o cowboy foi tão grande que Cameron tinha certeza que ele ia morrer se não provasse os lábios do rapaz. A respiração de Cameron engatou quando Rowdy abaixou a cabeça. Ele roçou os lábios sobre Cameron de forma lenta, torturante que teve Cameron pronto para implorar. —Maldito seja — Rowdy sussurrou e Cameron podia sentir a quente respiração do homem deslizar em seu queixo. O beijo colocou o sangue de Cameron em chamas. Cameron deslizou as mãos sobre o pescoço de Rowdy até que seus dedos estavam entrelaçados no cabelo em sua nuca. Rowdy aprofundou o beijo e Cameron estava pronto para entrar em sua bermuda. —Oh meu. Rowdy se afastou. Cameron olhou para cima para ver a Sra Howze situando-se acima deles. Ela era sua vizinha de setenta anos. Seu cabelo estava tingido de rosa e ela usava um terninho fusain de uma peça. Anexado a sua mão estava uma trela. No final da coleira era seu Yorkie. Biscoito latiu. Sra Howze corou. —Não quero interromper. Já faz muito tempo desde que eu vi esse tipo de ação. Eu não me importo que sejam dois cavalheiros. —Ela riu. Ela
parecia uma adolescente quando ela fez aquele som. —Na verdade é até mais sexy porque são dois senhores. Rowdy conseguiu empurrar a si mesmo, sem cair e ajudou Cameron a seus pés. Houve uma cor escarlate profundo no rosto de Rowdy. —Desculpe-me, minha senhora. —Oh não foi nada — disse a senhora Howze. —Eu deveria ter sido mais tranquila e eu poderia ter visto alguma ação real. Eu costumava me divertir no meu tempo. Foi à vez de Cameron corar. Era como ter sua avó em pé lá e ele estava sete tipos de envergonhado. —Nós só caímos. Ela piscou para Cameron. —Aposto que você fez. Eu cairia para este cowboy bonito também. — Os dois se moveram para o lado para a senhora Howze poder passar por eles. Biscoito cheirou Rowdy antes de virar o nariz e seguir a velha. —Quantos lances mais?— Perguntou Rowdy. —Um.
—
Agora
Cameron
desejou
que
ele
tinha
tomado
o
apartamento no andar de cima. Teria lhe dado mais tempo com Rowdy. Mas o encanto foi quebrado e eles estavam de volta mancando até as escadas. Cameron estava fora do ar no momento em que ele chegou à sua porta. —Gostaria de entrar?— Cameron perguntou quando abriu a porta. Ele não tinha trancado. Não havia nada que valia a pena roubar e levar as chaves em shorts soltos teria sido irritante. —Eu tenho que ir trabalhar. Eu só vim para a cidade para executar algumas tarefas. —Às seis da manhã? Rowdy olhou para seus pés. —Sim. É melhor eu ir. Coloque um pouco de gelo sobre isso e a mantenha elevada.
Cameron não queria que o homem fosse. Gostava de ter alguém com quem conversar. Mas ele não disse mais nada enquanto Rowdy correu escada abaixo. Cameron suspirou enquanto mancava dentro e sentou-se em seu sofá estofado. Ele tocou os lábios e sorriu. Parecia que Rowdy não era um bastardo de coração congelado depois de tudo. Ele ainda era um shifter urso, mas este fato foi se tornando cada vez menos importante para Cameron. Ele pressionou a palma de sua mão em sua ereção e gemeu. Ele pensou sobre o beijo, e no cheiro de Rowdy, o quão bom ele sentiu ter o peso do homem pressionado contra ele. Ele pulou da realidade e afundou na fantasia. Seu pé ainda doía como o inferno, mas sua ereção cancelou essa dor. Cameron desabotoou as calças, os dedos deixando lentamente o zíper para baixo, tremendo quando pensou em como Rowdy o tinha olhado, como se importasse, como Cameron fosse alguém especial. A cabeça de seu pênis estava inchada e pré-sêmen estava deslizando para o lado. Cameron estremeceu. Ele fechou os olhos, imaginando que era a mão de Rowdy tocando-o, percorrendo seu grosso pau. Um tremor de eletricidade correu por ele. —Rowdy—. Sem abrir os olhos, Cameron passou os calções até os joelhos e abriu suas pernas mais amplas, colocando as bolas em sua mão e rolando-as. —Deus, Rowdy— ele sussurrou. Sua cabeça rolou para um lado enquanto sua respiração pegou. Cameron segurou seu pênis, apertando, choramingando de decepção que Rowdy não estava realmente lá, não poderia chupá-lo. Ele se acariciou mais algumas vezes antes de deixar ir e deslizou a mão sob a camisa encharcada de suor, beliscando seu mamilo. Ele assobiou. Fazia tanto tempo que nada o excitava. Fantasias não estavam funcionando mais e masturbar tornou-se banal. Mas agora ele tinha algo com que trabalhar. Aquele beijo. Deus. Ele o tinha afetado tão profundamente que Cameron deveria estar assustado, mas ele ignorou esse
pensamento e imaginou aqueles lábios perfeitos de Rowdy em volta do seu pênis. Isso foi muito melhor. Ele chutou os sapatos e mergulhou mais fundo no sofá, seus lábios se separaram quando ele imaginou como seria ser fodido pelo cowboy lindo. Era estranhamente emocionante seu coração acelerou quando de Cameron deixou seu mamilo e segurou seu pênis novamente. Como ele ansiava alimentar Rowdy com seu pênis, a pele de Cameron estava elétrica. Ele agarrou suas bolas mais apertadas. Um som de grunhido deixou seus lábios. Ele estava respirando mais rápido. —Chupe isso, Rowdy. — Sua voz se elevou como seu pênis esticado na mão. —Sim, assim. Seu assoalho guinchou. Os olhos de Cameron abriram e Rowdy estava parado dentro de sua porta. As características do homem estavam tensas, comprimidas, quando seus olhos ficaram trancados na mão de Cameron. —Eu bati, mas você não respondeu. — Rowdy ingeriu. —Eu ouvi barulhos estranhos, então eu vim para certificar se você estava bem. Cameron não podia se mover. Quanto tempo Rowdy tinha estado ali? A partir do olhar em seu rosto, tempo suficiente. Cameron pegou a bainha de seu short e o puxou. Ele se levantou tão rápido que ele quase caiu. —Você não tem gelo no tornozelo — Rowdy afirmou, mas seus olhos ainda estavam fixos na virilha de Cameron. —Voltei para me certificar de que você fez o que era suposto fazer. Cameron olhou em todos os lugares, menos em Rowdy. Ele estava além de envergonhado. Ele estava mortificado. Gritar com o cowboy por apenas entrar ali ajudaria com seu constrangimento. Mas ele não conseguia formar as palavras. Cameron só podia ficar ali como um animal encurralado.
Rowdy finalmente desviou o olhar e olhou ao redor do apartamento. Ele deu um passo para o lado e, em seguida, virou-se, caminhando até a cozinha. Cameron soltou uma respiração instável, pronto para fugir de seu próprio apartamento. Ele podia ouvir o homem vagueando ao redor e, em seguida, ele retornou com um saco fechado, cheio de gelo. —Sente-se. Cameron fez o que lhe foi dito, ainda se sentindo sem sorte. Seus olhos caíram para seu colo quando Rowdy se ajoelhou na frente dele e levantou a perna de Cameron, apoiando o pé na mesa de café. Ele colocou a bolsa em seu tornozelo. Os dedos do homem se demoraram, pressionado suavemente ao redor do tornozelo, alisando a pele de Cameron. O pau de Cameron empurrou. Rowdy moveu Cameron tão rápido que ele foi pego de surpresa. Ele segurou o queixo de Cameron e esmagou seus lábios. Cameron derreteu no sofá. Ele deslizou para o lado, pronto para deitar de costas, quando Rowdy se afastou. O cowboy piscou e enxugou a testa. Ele virou-se, colocando as mãos nos
quadris.
Cameron
assistiu
incrédulo
quando
Rowdy
atravessou
o
apartamento e saiu, fechando a porta atrás de si. Que diabos? Cameron precisava de um cigarro e uma bebida. Ele se dirigiu para a cozinha e se serviu de um pouco de vodka.
Capítulo 5 —Obrigado pelo aviso. — Sparrow desligou o telefone e bateu com o dedo no receptor. Ele pegou o telefone e ligou para T-Rex. —Por que eu tenho um mau pressentimento sobre essa ligação? — Perguntou T-Rex.
—Eu acabei de saber que os Anjos Azuis foram vistos apenas fora de Junction City. —Isso são apenas algumas horas a partir daqui. —Eu sei. —Você acha que eles estão vindo em nossa direção? — Perguntou TRex. Sparrow podia ouvir a tensão na voz do cara. —Será que o seu contato disse quantos estava vindo? —Pelo menos uma dúzia. — Sparrow esfregou o queixo. —Eu não tenho certeza se eles veem em nossa direção, mas já faz uma semana desde que Nelson foi morto. A notícia já deve ter chegado ao clube de motociclistas até agora. —Estou enviando Shott para explorar as coisas. Eu não quero que eles rodem até aqui e nos peguem de surpresa. —Bom plano. — disse Sparrow. —Eu estou indo para solicitar policiais extras dos condados próximos de novo. Não ia ser agradável se os Anjos Azuis aparecessem. Sparrow nunca tinha encontrado com qualquer um deles, exceto Nelson e seu irmão. E se os dois eram qualquer coisa para se comparar, isso poderia se tornar uma confusão sangrenta. Ele precisava afastar Josh e Kane até esta questão estar encerrada. Talvez eles pudessem ficar com os pais de Clayton, que vinha reclamando de não ver o seu neto o suficiente. —Eu sugiro que você envie Legend, Gabe e Sofia para visitar o pai de Gabe. Levá-los para fora da cidade. O mesmo acontece com Colton e sua família. —Já fiz isso. — disse T-Rex. — Legend saiu ontem com seu companheiro e filho. Colton deixou há dois dias. A Triple-B vai sair de férias também. Afastei-os e fiz com que eles fossem com segurança para o aeroporto.
Sparrow ainda tinha pessoas inocentes na cidade. Ele ia ter que estar vigilante. Enquanto ele falava com T-Rex, Sparrow mandou uma mensagem para Clayton. Ele digitou apenas duas palavras. Tome o voo. Ele já havia discutido com seus companheiros a possibilidade de ter que se afastar por causa da potencial reação a morte de Nelson. Clayton mandou uma mensagem de volta. Carregando carro agora. Sparrow deu um suspiro de alívio. Iria matá-lo ficar longe de seus companheiros, mas ele não queria correr nenhum risco com suas vidas. —Mantenha-me informado sobre o que Shott descobrir. —Eu vou. — T-Rex desligou. Sparrow saiu do seu gabinete e convocou uma reunião com os oficiais.
Rowdy se moveu em direção a Sam quando viu os donos da fazenda se reunirem na varanda dos fundos. Eles estavam todos agindo como se alguém tivesse morrido. Todos tinham feições comprimidas e sérias, alguns mais sérios. Rowdy pegou trechos da conversa enquanto caminhava em direção aos homens. Sua audição era superior a dos seres humanos e ele podia ouvir até mesmo o menor dos sussurros. —Eu quero que Sam explore. Shott, você verifica as armas e se certifica de que estão todas prontas e carregadas. Stripper prepare o terreno em torno da cidade. Quero olhos e ouvidos em todos os lugares. —T-Rex se
virou para Rowdy enquanto ele se aproximava. —Desde que eu sei que você me ouviu, dê aos caras férias pagas por uma semana. —O que está acontecendo? — Perguntou Rowdy. —Possíveis problemas. — T-Rex respondeu. Rowdy imediatamente pensou em Cameron. —Que tipo de problemas? —Apenas uma dúzia de motociclistas empenhados em fazer Sparrow pagar pela morte de um deles. — Stripper respondeu como se isso fosse uma ocorrência diária. —Não se preocupe. Rowdy não tinha certeza se ele falou sério ou se Stripper estava sendo sarcástico. De qualquer maneira, ele queria ir para Cameron e... O quê? Será que Cameron tinha algum lugar para ir? Será que esses motociclistas entrariam na farmácia e causaria a Cameron outro colapso? Rowdy tinha que pensar em uma maneira de trazer Cameron para o rancho, mas ele não tinha certeza de como. Cameron não tinha exatamente sentimentos calorosos em relação a ele. Embora Rowdy não conseguisse parar de pensar sobre o que aconteceu alguns poucos dias atrás. Ele se masturbou pelo menos meia dúzia de vezes desde aquela manhã, com a imagem de Cameron dando prazer a si mesmo. Tinha tomado todas as células do seu corpo não ajudar Cameron, não cair de joelhos e chupar o pau do humano em sua boca. Rowdy estremeceu quando puxou a si mesmo a partir dessa imagem. Ele não era o cara certo para Cameron, tinha muita bagagem, mas Rowdy achou difícil ficar longe. Rowdy conseguiu manter sua distância, mas desde aquela noite na farmácia, ele havia se preocupado com seu companheiro. Cameron parecia exausto quando Rowdy se encontrou com ele no outro dia. Havia também algo diferente sobre Cameron. Rowdy jurou que tinha visto a solidão nos olhos do homem.
Mais do que tudo, Rowdy queria ser o homem que Cameron necessitava. Ele só não sabia como deixar sua raiva ir e amar novamente. Seus pensamentos se voltaram para Edward. O homem não tinha sido o companheiro de Rowdy, mas Rowdy o amara independente disso. Não demorou muito depois que eles começaram a namorar que Rowdy tinha descoberto o segredo de Edward. Naquela época, Rowdy não era o que se poderia considerar um homem honrado. Ele tinha vergonha de quem era há dez anos. Assustado com o dom de Edward, Rowdy abandonou o homem para aqueles que estavam caçando Edward. Ele nunca tinha conhecido alguém que pudesse ler mentes, que podiam mergulhar em sua própria alma. Tinha-o apavorado. Mas pelo tempo que levou para organizar seus sentidos, o dano já havia sido feito. Uma dúzia de homens havia caçado e pego Edward, empurrando seus pensamentos vis e perversos em Edward até que a mente do homem fraturou. Edward nunca tinha aprendido a amenizar os pensamentos que o atacavam. O homem fora tão aberto e cru como uma ferida e sofreu até que tomou sua própria vida, a fim de escapar. Rowdy se virou dos homens em pé na varanda de trás e foi embora. Ele nunca se perdoaria por sua traição. Ele sempre levaria o peso em suas costas por deixar Edward para aqueles homens. Não havia nenhuma maneira que pudesse pedir perdão e ele não ousaria se pudesse. O que tinha feito era repreensível e Rowdy nunca se permitiria esquecer. Era por isso que ele nunca poderia amar Cameron. Rowdy não merecia ser feliz. Ele não merecia ter alguém para amá-lo. Ele era um inútil pedaço de merda, não importa o quanto tentou reparar o que tinha feito. Cameron merecia alguém que não agiu como um covarde. —Hei, Rowdy. — Stripper o alcançou enquanto Rowdy ia em direção ao barracão. —Você está bem?
Rowdy teve de limpar a garganta antes de responder. Havia um nó grosso descansando lá, espremendo o ar de seus pulmões. —Eu estou bem. O homem não parecia convencido da resposta de Rowdy, mas o deixou em paz. —Você pode fazer seus homens sair? — Perguntou Stripper. —Você não pode fazer os trabalhadores sair. Você tem duas centenas de cabeças de gado que precisam ser cuidadas diariamente. Existem outras tarefas que não se pode deixar por uma semana. Isso é impossível. —Nós podemos lidar com isso. — disse Stripper. —Não. — Rowdy balançou a cabeça. — Você não pode. Como você vai cuidar do rancho e vigiar os motociclistas, ao mesmo tempo? Além disso, existem apenas quatro. Vai precisar de mais do que isso para manter este lugar. Stripper parou de andar e olhou sobre o imóvel como se avaliasse as coisas em sua mente. Tommy e os outros estavam trabalhando arduamente, ignorando a ameaça vindo. Rowdy teria que avisá-los. Sua equipe era um grupo que trabalhava duro e não tinha dúvida de que podiam cuidar deles mesmos. Eles não estavam indo para virar as costas e fugir. Da dúzia de empregados que trabalhavam no Rancho Grande Urso, nove eram shifters urso. Rowdy estava mais do que confiante de que poderia assumir alguns motociclistas enquanto ao mesmo tempo protegiam os três peões que eram humanos. Mason, um dos cowboys, era o maior homem que Rowdy já tinha visto. Ele não tinha nenhuma dúvida de que Mason iria bater nesses motociclistas até a morte se eles se atrevessem a pisar na propriedade. —Eles podem cuidar deles mesmos. — disse Rowdy a Stripper. — Vocês se concentrem no que precisam fazer e deixem o trabalho do rancho para mim.
Stripper riu quando ele bateu Rowdy em seu ombro. —Você está se transformando em um defensor. —Basta manter as suas roupas quando estiver em torno de mim e nós vamos nos dar muito bem. — Rowdy sabia que Stripper andava nu pela casa a qualquer chance que ele pudesse obter. Com companheiros e filhotes em casa, Stripper limitou-se a ficar nu só na sala de comunicação – um lugar que Rowdy sempre evitava. Stripper era um espírito livre e Rowdy não pensava mal do homem, mas certo como o inferno, Rowdy estava agradecido por viver no barracão. —Preciso correr para a cidade, por isso estou deixando Tommy responsável enquanto eu estiver fora. — Rowdy precisava descobrir alguma forma de convencer Cameron a vir para o rancho. Ele não tinha certeza de como iria conseguir isso, mas ele trabalharia os detalhes em seu caminho para a cidade. —Tudo o que você precisar fazer. — disse Stripper. —Basta olhar a sua volta. Stripper se afastou, e Rowdy foi falar com Tommy. Ele disse ao homem sobre a ameaça vindo e pediu-lhe para passar a notícia para os outros. —Eu estarei de volta em breve. Mas se precisar de mim, é só chamar no meu celular. Tommy deu um assobio. —Parece que as coisas estão prestes a feder por aqui. Eu vou ter os empregados do rancho carregando uma espingarda com eles em todos os momentos. Isso não era uma má ideia. Shifters urso tentavam o seu melhor para não mudar na frente das pessoas, especialmente se eles não iam matar. A menos que soubessem sobre eles. Um abate em massa não se realizaria se os motociclistas abrissem mão. Rowdy estava esperando que a situação fosse resolvida antes que chegasse a esse ponto.
Puxando as chaves do bolso, Rowdy se dirigiu para o seu caminhão. Ele estava um pouco surpreso ao ver Taylor parado lá. Por que Sam não tinha levado Taylor para fora da cidade? O homem tinha um olhar em seu rosto que disse que sabia onde Rowdy estava indo. —Eu vou com você. Rowdy sacudiu a cabeça. —Não, você vai ficar aqui onde é seguro. — A última coisa que precisava era de obter o companheiro de Sam ferido. —Cameron não vai ouvi-lo. — disse Taylor quando ele cruzou os braços sobre o peito. Ele estava vestindo um casaco grosso, que terminou em sua cintura e luvas nas mãos. Os penetrantes olhos azuis do homem lhe disseram que ele não estava levando um não como resposta. Rowdy sorriu quando viu Taylor. O cara era gótico por completo, lembrando-o do cara que trabalhava na farmácia. Desde que se mudou para o rancho, Taylor parecia florescer. Ele usava sua maquiagem e seu cabelo para cima em picos. Ele não escondeu quem era e Rowdy respeitava o cara por isso. Taylor colocou a mão enluvada no braço de Rowdy. —Deixe-me falar com ele, convencê-lo a vir para cá. —Como você até mesmo sabe que eu vou por aí? — Perguntou Rowdy. O homem sorriu. —Quando você ligou sobre o preenchimento da sua ficha, eu podia ouvir o quão nervoso e com medo você estava. —Eu
não
estava
com
medo.
—
Rowdy
defendeu.
—Apenas
preocupado. —Claro, tudo que o ajude a dormir à noite. Mas eu estou indo. — Taylor moveu-se para o lado do passageiro do caminhão e entrou. Rowdy amaldiçoou. Isso não era o que precisava no momento. Mas se Taylor podia convencer Cameron a vir para cá, então ele deixaria o cara ir junto.
—Eu não disse que você podia vir. — Rowdy disse quando entrou em seu caminhão e deu a partida. —Mas você não disse não. — apontou Taylor para fora. —Você precisa de mim para acalmar as águas. Cameron pode ser um pouco intenso quando ele não quer fazer alguma coisa. Não brinca. Rowdy tinha experimentado isso em primeira mão. Ele puxou o caminhão do estacionamento e esperava que Taylor pudesse convencer Cameron a deixar seu apartamento. Se não, então Rowdy ia ter que acampar na porta da casa do homem.
Capítulo 6 Cameron tirou duas latas de Sprite da geladeira e entregou uma a Simon. —Então, o que você acha?— Ele não sabia por que estava nervoso. Não era como se Cameron estivesse em uma entrevista de emprego ou qualquer coisa. Era ele quem estava entrevistando para um novo companheiro de quarto. No entanto, seus nervos estavam esticados, enquanto esperava que Simon responde-se. O colega de trabalho de Cameron e, em breve a ser seu companheiro de quarto puxou o lacre da lata e tomou um longo gole. Ele podia ver os olhos do cara correndo ao redor nervosamente. Cameron não tinha certeza do que se tratava, mas ele não estava recebendo uma boa sensação. Seu lugar era meio pequeno, mas coube em seu orçamento e de Taylor na época. —Nós sempre podemos falar com o gerente sobre a obtenção de um apartamento maior. — Cameron encontrou-se dizendo. Por que ele estava tentando obter favores de Simon? Ele não queria um apartamento maior. Os do andar de cima eram mais caros e Cameron estaria de volta onde começou. Quebrado. Só que ele teria um companheiro de quarto neste momento.
—Talvez você devesse dar mais uma olhada ao redor. — Cameron bebeu metade do conteúdo de sua lata, enquanto esperava que o cara disse-se alguma coisa. Simon assentiu enquanto colocava sua lata no balcão desgastado. Cameron fez questão de esfregar o apartamento para baixo antes de Simon ter aparecido. A cozinha brilhava mesmo que não fosse nova. O aroma intenso de desinfetante estava no ar. Talvez ele tenha usado muito, porque seu nariz coçava um pouco. Simon desviou da cozinha e seguiu pelo corredor. Cameron soltou um profundo suspiro e caiu contra o balcão. Uma risada baixa sem humor escapou quando ele passou a mão sobre o rosto. Ele não podia acreditar o quão nervoso estava. Mas a resposta de Simon tinha o potencial de ajudar ou quebrar Cameron. Cameron não gostaria de dormir em uma caixa de papelão. E isso poderia acontecer se ele ficasse preso em suas contas. Ele estava esfregando as têmporas quando alguém bateu na porta. Suas sobrancelhas enrugaram quando se endireitou. Ele não estava esperando ninguém. Quando entrou na sala, olhou para o corredor. Simon ainda não havia surgido. O cara estava tomando seu tempo e Cameron só podia esperar que fosse uma coisa boa. Depois de deixar a sua Sprite sobre a mesa de café, ele atravessou a sala e abriu a porta. Ele apenas abriu o tanto que a corrente de segurança permitiu. Do outro lado estava Taylor e Rowdy. —Podemos entrar? — Perguntou Rowdy. O coração de Cameron começou a bater mais forte em seu peito no tom profundo, masculino do cowboy. Ele tentou desacelerar seu pulso. Mas com Rowdy tão perto, Cameron estava tendo um momento difícil para acalmar a reação dele. Tudo o que podia ver no momento era Rowdy em pé na sala
enquanto Cameron se masturbava com a imagem do beijo que tinham compartilhado. Cameron podia sentir a pele do seu rosto aquecendo enquanto ele fechava a porta e liberava a trava de segurança. Ele respirou fundo, os dedos enrolando na maçaneta antes de abrir a porta de novo. Seu sorriso era largo e falso quando acenou para os dois homens virem para dentro. —Este não é um bom momento. Os dois entraram em seu apartamento e pararam ao lado da porta. Cameron teve que empurrar Taylor de lado para fechar a porta. Só então Simon saiu de um dos quartos. Ele sabia o que parecia. Simon estava sorrindo e Cameron podia ouvir um rosnado baixo vindo de Rowdy. —Um momento muito ruim. — disse Taylor com um sorriso. Ele tinha um olhar sabedor em seus olhos e Cameron não corrigiu o homem. Todos os dois podiam acho o que eles quisessem. —Você pode esperar na cozinha?— Cameron perguntou a Simon. Ele fez a sua voz um pouco mais amigável do que deveria ter sido. A carranca de Rowdy aprofundou quando o sorriso de Taylor cresceu. —Não é o mesmo cara do seu trabalho?— A pergunta de Rowdy foi cortada e cheia de veneno. Cameron não sabia por que estava deixando os dois acreditarem que ele e Simon eram amantes. Mas a reação de Rowdy foi bastante interessante. —Isso não é da sua conta. — disse Cameron quando colocou as duas mãos na cintura. —Por que você está aqui? Se Cameron não soubesse melhor, ele iria jurar que os olhos de Rowdy pareciam brilhar. Poderia os olhos dos shifters brilhar? Ele não tinha certeza. —Nós precisamos falar com você. — disse Taylor quando caminhou até o sofá e caiu sobre as almofadas.
Os olhos de Cameron trancaram com os de Rowdy e ele podia ver a agressão. Ele tinha vontade de dar um passo atrás. Mas Cameron se manteve firme e deu a Rowdy um olhar desafiador. —Então você vai ter que voltar mais tarde. Estou ocupado no momento. Os olhos de Rowdy caíram para a sua virilha e Cameron podia sentir o calor queimando debaixo de sua pele. Dane-se o homem. Qual era a do cowboy tentando provar em silêncio as lembranças de Cameron sobre o outro dia de manhã? Rowdy se afastou, não ele. Não deveria haver qualquer coisa para se sentir culpado. Cameron podia ouvir Simon na cozinha e não tinha ideia do que o cara estava fazendo. Ele não queria que o cara ficasse esperando. Isso poderia dar tempo a Simon para mudar de ideia. —Esperem um momento. Girando nos calcanhares, Cameron se dirigiu para a cozinha. Simon estava sentado na mesa da cozinha, girando algumas chaves na mão. —Se precisar de mim para ir... —Não. — Cameron disse rapidamente. —Está tudo bem. — As rodas diabólicas em sua mente começaram a girar quando olhou para a porta da cozinha. Ele sabia que Rowdy e Taylor seriam capazes de ouvi-lo. —Eu tive um grande momento. — Cameron piscou para Simon e esperava como o inferno que o homem tivesse senso de humor. —Namorado ciumento?— Simon murmurou para ele. Cameron negou com a cabeça. —Eu queria. — ele murmurou de volta. Cameron não tinha certeza por que ele disse isso. Hoje parecia ser um dia de revelações. Ele próprio disse que não ia se preocupar com Rowdy. O homem era muito difícil de entender. Cameron não iria perder seu tempo com um cara como ele. No entanto, aqui estava ele, tentando fazer com que o cowboy ficasse com ciúmes.
Simon deu-lhe um sorriso malicioso, como se houvesse entendido o que Cameron estava fazendo. O cara se levantou e aproximou, mas não tocou. Seus olhos se encontraram e Cameron teve um desejo insano de rir. Ele gostava de Simon. Parecia que o cara seria alguém legal com quem sair. Simon não era de falar muito no trabalho, mas parecia que em sua vida particular ele era um cara legal. —Chame-me quando quiser ficar junto de novo. — disse Simon em um tom normal, mas Cameron reconheceu que a voz do homem chegou até a outra sala. E, em seguida, Simon acrescentou silenciosamente: — Eu vou dividir o lugar. Cameron assentiu, seu sorriso ficando mais amplo. Ele virou-se para sair da cozinha, mas Simon agarrou sua mão. Foi à vez de Simon piscar para Cameron enquanto os dois caminhavam para fora da sala de mãos dadas. Cameron andou com Simon para a porta e, em seguida, para o corredor. Os olhos de Rowdy ficaram colados nele o tempo todo. Quando ficaram sozinhos no corredor, Simon apertou a mão de Cameron. O sorriso do homem era genuíno e seus olhos brilhavam quando ele bateu com a mão sobre sua boca para se impedir de rir. Cameron deu a Simon um sinal de positivo antes de correr escada abaixo. Cameron teve que tomar um ou dois minutos para se recompor antes de voltar para seu apartamento. Ele sentiu um ataque de riso vindo, mas conseguiu reprimir o desejo. Os olhos de Taylor se iluminaram com o riso. O cara sabia exatamente o que Cameron estava fazendo. Não havia muito sobre ele que Taylor não sabia. Bem, isso não era totalmente verdade. Mas seu melhor amigo sabia quando Cameron estava infernizando alguém. Se ele e Taylor estivessem sozinhos, seu melhor amigo teria lhe dado um toca aqui. Como era, a única coisa que Taylor podia fazer era mastigar o lábio inferior para se impedir de rir.
Rowdy por outro lado, parecia como se estivesse mastigando as unhas. A forte mandíbula do homem trabalhava para trás e para frente enquanto seus olhos se estreitavam. Ele não tomou assento. Rowdy tinha escolhido ficar de lado, braços cruzados sobre o peito largo. Cameron fechou a porta e fingindo inocência. — Agora, como eu posso ajudar vocês? Rowdy estava na frente de Cameron em um piscar de olhos. O corpo do homem estava tão perto que Cameron podia sentir o calor saindo do cowboy em ondas. Nos olhos já cinza-escuros de Rowdy estavam se formando uma tempestade furiosa. — Você e ele são amantes? Empurrando o queixo para frente em um ato de desafio, Cameron disse — E por que isso lhe diz respeito? Rowdy tinha Cameron contra a parede mais rápido do que um ataque de cobra. O cowboy enfiou a perna entre as de Cameron e algemou seus pulsos. Ele assobiou quando Rowdy cerrou os dentes no ombro de Cameron. Ele não tinha certeza do que o homem estava fazendo, mas isso virou o inferno em Cameron. —Eu acho que vou esperar no corredor. — disse Taylor quando ele fugiu do sofá e saiu pela porta. Cameron ia chutar Taylor em suas bolas por deixá-lo sozinho com Rowdy. —O que você está fazendo?— A voz de Cameron estava ofegante e um pouco trêmula. As mãos de Rowdy apertaram seus pulsos. O coração de Cameron estava batendo descontroladamente em seu peito enquanto esperava Rowdy lhe responder. Rowdy não disse uma palavra. Ele levantou a perna, roçando as bolas de Cameron ao seu corpo. Cameron gemeu e deixou sua cabeça inclinar para o lado, dando ao homem mais espaço. Cameron devia parar com isso. Ele devia
mandar o cowboy embora. Mas não tinha nem à vontade ou a força para parar Rowdy. —Monte minha perna, bebê. — Rowdy sussurrou no ouvido de Cameron. Ele levantou os braços de Cameron sobre sua cabeça, deixando-o indefeso. Cameron resistiu e se contorceu, tentando se libertar. Mas quanto mais ele se contorcia ao redor, mais excitado, se tornava. Sua luta para se libertar tornou-se uma luta para o alívio sexual. —Lute comigo tudo o que quiser. — A voz de Rowdy foi preenchida com um grunhido. —Mas você sabe que isso é o que você precisa. Não havia nada além do domínio puro no tom do homem. Cameron não tinha certeza de como ele sabia, mas seu intestino lhe disse que Rowdy estava marcando-o com sua propriedade. Ele não podia ter isso. O cowboy já havia provado ser imprevisível. E se Cameron cedia e, em seguida, Rowdy se afastasse de novo? Embora Cameron não tivesse objeção a amigos com benefícios ou até mesmo um caso de uma noite, a sua mente lhe disse que ele iria se sentir usado se Rowdy se afastasse. —Foda-se. Fora. — Cameron fez com que sua voz fosse firme e afiada. Rowdy soltou os pulsos de Cameron e agarrou os seus quadris. O cowboy empurrou Cameron para frente, suas bolas deslizando sobre a coxa musculosa do homem. O atrito era quase o suficiente para fazer Cameron gritar. Mas ele mordeu o lábio no último minuto, recusando-se a mostrar a Rowdy que ele estava de alguma forma afetado pelo que o cara estava fazendo. Quando os lábios macios de Rowdy arrastaram pelo pescoço de Cameron, ele quase se perdeu. Seu corpo estremeceu quando ele estendeu a mão e agarrou os ombros de Rowdy. Ele estava lutando uma batalha perdida. Seu corpo estava tão ligado que Cameron sabia que iria traí-lo.
—Ele. É. Seu. Amante? —Havia seriedade na voz de Rowdy. O homem estava no fim de sua corda. Cameron podia sentir o animal do cara perto da superfície. Ele deveria ter se assustado. Cameron deveria ter ficado apavorado. Mas seu desafio elevou sua cabeça feia. —Foda-se. — Cameron mordeu. Rowdy enfiou a mão na parte de trás do short de Cameron. Os dedos do homem deslizando no vinco da sua bunda. Cameron estremeceu e empurrou para frente quando seus lábios entreabriram e um gemido escapou. —O que você... — Os lábios de Rowdy estavam pressionados contra a orelha de Cameron. — Gosta? — Os dentes do cowboy afundaram no ombro de Cameron e ele gritou quando seu orgasmo explodiu. Rowdy manteve seu aperto sobre ele enquanto Cameron caia por entre as nuvens, pancadas quentes de eletricidade o queimando. Quando Rowdy se afastou, Cameron ficou mole. O homem acariciou o pescoço de Cameron e um ronronar suave emanava do cara. Ele lambeu sobre a ferida enquanto um dedo continuava a acariciar o vinco da bunda de Cameron. Sem dizer uma palavra, Rowdy abaixou Cameron para o sofá e deitou-o sobre suas costas. O cowboy pairou sobre Cameron, observando-o. Cameron finalmente voltou para a terra quando seu orgasmo diminuiu. —Não. — Cameron sussurrou enquanto lentamente fechou os olhos. —Nós não somos amantes. — Seus olhos voaram de volta abertos quando ouviu uma suave risada. Rowdy estava sorrindo e balançando a cabeça. —Você jogou um jogo muito perigoso comigo. — disse Rowdy com censura. —Eu estava a cinco segundos de rasgar aquele bastardo. Gostaria de sugerir que no futuro, você deixe à autopreservação guia-lo. Cameron empurrou o peito de Rowdy. —Saia de cima de mim.
Rowdy puxou para trás e se levantou. Ele olhou para baixo, para Cameron. —Você sabe que eu não sou humano. Não tente o animal se você não quiser ver suas garras. —Por que diabos você está aqui?— Cameron sentou-se e colocou os pés no chão. Ele ainda estava um pouco abalado com o que aconteceu, e seu corpo ainda estava zumbindo com os efeitos prolongados. Uma parte dele queria nada mais do que puxar Rowdy de volta para ele. Cameron amaldiçoou quando levantou a mão para ver que estava tremendo um pouco. —Eu vim para te avisar.
Rowdy
não
esperava
ser
desviado
quando
ele
veio
para
o
apartamento de Cameron. Vendo aquele cara gótico sair do quarto tinha jogado todos os seus planos para fora da pista. O colega de trabalho de Cameron não tinha ideia de quão perto ele viu a morte. —Avisar sobre o quê?— Cameron estava uma bagunça debochada e Rowdy teve que se impedir de subir de volta para o sofá e tomar o que era dele. Ele tinha que se lembrar do por que estava mantendo Cameron longe. Isso não foi uma tarefa fácil. O urso de Rowdy estava doente e cansado de ser mantido a distancia do seu companheiro. Sua besta estava se tornando insuportável ultimamente e Rowdy tinha uma enxaqueca constante. Ele sentou-se no braço do sofá, sentindo-se subitamente cansado. Rowdy era
uns bons dez ou doze anos mais velho que Cameron e ele estava começando a sentir sua idade. Ele passou a mão sobre a parte de trás do seu pescoço. —Eu
não
estou
aqui
para
assustá-lo,
Cameron.
As
coisas
provavelmente nem mesmo vão ficar fora de controle. —Que coisas?— Cameron endireitou-se e Rowdy podia ver a crescente preocupação nos olhos do homem. —Eu quero que você venha ficar na fazenda por um tempo. Os olhos de Cameron trancaram nos de Rowdy. —Eu não entendi. É claro que o homem não entendia, e a atitude de Rowdy não estava ajudando. Cameron tinha passado por muita coisa e Rowdy não queria preocupar seu companheiro. Rowdy sorriu, tentando aliviar a tensão que foi rapidamente enchendo a sala. —O xerife parece pensar que pode haver um pouco de dificuldades chegando à cidade. Você ficar na fazenda é apenas uma precaução. Só então Taylor reentrou no apartamento. — Olha, alguns motociclistas idiotas estão dirigindo em nossa direção e você precisa obter o seu rabo para a fazenda onde você estará seguro.— Taylor olhou para Rowdy. —Da próxima vez pode apenas cuspir a coisa. Rowdy observou como o rosto de Cameron empalideceu e todo o corpo do rapaz começou a tremer. Quando Cameron tentou se levantar, sua perna bateu na mesa de café e ele cambaleou de lado. —Cameron?— A voz de Taylor estava cheio de preocupação. —Você está bem? —Qual... Qual gangue de motociclista?— A voz do homem era pouco mais que um sussurro. —Os Anjos Azuis. — respondeu Taylor. —Você os conhece, Cam?
—Eles são bem conhecidos em Nevada. — Rowdy apontado enquanto observava Cameron de perto. —Você já ouviu falar deles? —Não. — respondeu Cameron. Rowdy sacudiu a partir de onde ele estava sentado e pegou Cameron antes que o homem caísse de bunda no chão. —O que deu em você? Seu pequeno momento íntimo juntos foi bom, mas Rowdy não achava que tinha sido tão espetacular que deixaria Cameron sem equilíbrio. Ele ainda não tinha mostrado ao seu companheiro toda a extensão do que podia fazer na cama. E não cheirava nenhum álcool no cara, então Cameron não estava nem um pouco bêbado. —Eu tenho que sair daqui. — Cameron arrancou-se dos braços de Rowdy e se dirigiu para a porta. Seus dedos se atrapalharam com a maçaneta até que o homem desistiu e bateu com o punho na madeira da porta. —Cameron?— Taylor se aproximou de seu amigo com cautela. —O que está errado com você? Cameron virou, seus olhos correndo por toda parte antes que eles se estabeleceram em Taylor. —Tirem-me daqui. — A voz do cara estava cheia de desespero. —Eu tenho que ir. —Não até que você nos diga o que está acontecendo. — disse Rowdy. —Como?— Cameron perguntou enquanto se virava e puxava a maçaneta, sem se preocupar em destranca-la. —Como é que eles me encontraram? —A gangue de motoqueiros? — Perguntou Taylor. —Ninguém disse que eles estavam aqui para você. Esse cara, Nelson — aquele que assaltou a farmácia, ele era um membro dos Anjos Azuis. Sparrow pensa que eles estão vindo aqui por vingança. Rowdy não achou que fosse possível, mas Cameron ficou ainda mais pálido. Era verdade que ele sabia muito pouco sobre o seu companheiro, mas Rowdy podia reconhecer pânico quando viu isso, e Cameron estava à beira de
outra crise. Ele avançou muito lentamente, se aproximando de Cameron como se ele fosse um homem na borda de um precipício. —Fale conosco, Cameron. —Você não entende. — Cameron mudou a partir da porta e correu para a cozinha. Rowdy e Taylor o seguindo. Cameron pegou uma garrafa de vodka barata a do topo da geladeira e abriu a tampa. Rowdy
se
moveu
rapidamente,
agarrando
a
garrafa
de
seu
companheiro. Mais uma vez, ele não conhecia nada de Cameron, mas se o cara precisava de uma bebida, isso não era bom. Ele colocou a garrafa sobre a mesa e emoldurado o rosto de Cameron com as mãos. —Você tem que me dizer o que está acontecendo. Cameron agarrou as mãos de Rowdy e elas estavam geladas. Rowdy franziu a testa. O apartamento estava aquecido. Por que as mãos de Cameron estavam frias? Rowdy estava começando a ficar com medo quando olhou nos olhos de seu companheiro. Todas as suas preocupações e razões para não querer reivindicar Cameron fugiram enquanto ele olhava nos olhos que não pareciam focados. —Cameron? —M-meu pai. — disse Cameron em um tom baixo. —Ele é o tesoureiro dos Anjos Azuis. Taylor soltou uma maldição baixa. —Não é à toa que você nunca me deixou ir a sua casa. Por que você não me contou? Cameron negou com a cabeça. —Ele não é um bom homem. Ele tentou me transformar em um assassino. Foi por isso que eu corri, Taylor. Essa foi uma das razões que me levou a fugir com você. —Então está resolvido. — disse Rowdy. —Você vem com a gente. —Vou reunir algumas de suas coisas. — disse Taylor quando se dirigia para o corredor. Rowdy apenas ficou olhando o seu companheiro,
certificando-se de que Cameron não iria para a garrafa ou correria porta a fora gritando. —Oh Deus. — Cameron se virou para ele com um olhar aflito. —E sobre Simon? Ele concordou em ser meu companheiro de quarto. O que eu vou dizer a ele? Deslizando o braço sobre o ombro de Cameron, Rowdy levou o homem para o sofá. Ambos sentaram. —Eu vou ter uma conversa com Simon. — disse Rowdy. —Neste momento, a minha principal preocupação é você. A cabeça de Cameron ergueu como se finalmente tivesse sair do seu torpor. Seus olhos se estreitaram com desconfiança. —Por que você está me ajudando? Posso entender por que Taylor está aqui. Eu só não entendo por que você está aqui. Rowdy apoiou os cotovelos nos joelhos e entrelaçou os dedos. Ele apertou o queixo sobre as mãos, enquanto olhava para a parede oposta. Seus olhos percorreram a rachadura fina, que ia do teto até a metade da parede. Ele automaticamente pensou em como poderia repará-la. Mas esse não era o seu pensamento principal. Ele sabia que tinha que contar. Rowdy só não tinha certeza se estava pronto. Cameron ia querer saber por que Rowdy não tinha contado a ele desde o início. Isso significava que Rowdy teria que explicar tudo. Ele não queria fazer isso com Taylor no apartamento. Ele passou a língua pelo lábio inferior interno antes de olhar para Cameron. —Eu prefiro não explicar as coisas para você com um público. Por um segundo pensou que Cameron ia discutir com ele. Parecia ser um dos pilares da personalidade do homem. Mas, para sua surpresa, Cameron assentiu. —Eu vou te dar isso. Mas eu quero uma explicação e logo.
—Há algumas coisas sobre a qual eu não estou pronto para falar. — Rowdy admitiu. Ele trabalhou a mandíbula um pouco enquanto seus olhos viajavam para longe de Cameron e de volta para que a maldita rachadura na parede. —Coisas que eu ainda estou tentando trabalhar para fora em minha cabeça. Pelo canto do olho, ele podia ver Cameron dando um leve aceno de cabeça. —Acho que todos nós temos coisas com a qual preferimos não lidar. Meu passado está voltando para me assombrar. Quando saí de casa, eu esperava nunca ver meu pai de novo. —Você não verá. — Rowdy respondeu. —Basta ficar na fazenda. — Ele não tinha certeza se estava fazendo essa afirmação para ajudar Cameron ou se era um pedido silencioso. Rowdy simplesmente não sabia. Ansiava por dentro para ficar com Cameron. Mas uma parte dele ainda estava assombrada por seu passado. Ele passou as mãos pelo seu cabelo enquanto desejava que houvesse uma solução fácil. —É tão ruim? — Perguntou Cameron em um tom suave. Os dedos de Rowdy ainda estavam entrelaçados. Ele os agarrou mais apertados enquanto seus olhos percorriam o apartamento de Cameron. Ele queria dizer tudo a Cameron, mas não porque queria algum tipo de perdão. Rowdy sabia que quando seu companheiro descobrisse a verdade, Cameron iria repeli-lo. Uma parte dele queria que Cameron o rejeita-se. Era o que merecia. Quando Cameron colocou a mão sobre o seu joelho, só aprofundou a dor de Rowdy. Sentou-se ali rigidamente. O calor da mão de Cameron queimou através de seu jeans, através de seus ossos, até a sua própria alma. —Eu acho que tenho tudo o que ele precisa. — disse Taylor quando entrou novamente na sala de estar.
Rowdy estava agradecido pela interrupção. Ele se levantou e pegou as chaves do bolso. —Então nós precisamos sair daqui. Ele se recusou a olhar para seu companheiro enquanto caminhava em direção à porta. Estava no corredor em questão de segundos e desceu as escadas. Rowdy necessitava de ar. Ele precisava respirar o frio da noite e limpar sua mente. Mas o que mais precisava, era parar de desejar algo que ele nunca teria.
Capítulo 7 —Você me traz do meu apartamento até aqui apenas para me ignorar?— Cameron ficou ali de braços cruzados sobre o peito, enquanto tentava se convencer que não era uma boa ideia matar o cara. Já fazia doze horas que estava na companhia de Rowdy e ele não disse uma palavra. —Eu tinha assuntos para resolver. — Rowdy respondeu. Cameron sabia que estava sendo sacaneado. Rowdy nem sequer olhou para ele. —Lembre-me de revirar os olhos quando você terminar de falar. — Cameron estava feito disso. Ele tinha sido estupido o suficiente para acreditar, que uma vez que se mudasse para o barracão com Rowdy, ele mudaria o comportamento. Menino ele tinha se enganado. —Onde você pensa que vai?— Rowdy tentou agarrar a mala de Cameron, mas Cameron a empurrou para longe antes que ele pudesse agarrala. —Desculpe, mais não tenho nenhuma vontade de ficar brincando de montanha russa emocional. Num minuto você me trata bem e no próximo me ignora completamente. Você esta me irritando. — Cameron falou para Rowdy
enquanto se dirigia a porta. Os sinais mistos que estava recebendo dele estavam lhe dando dor de cabeça. Rowdy franziu a testa. —O que isso quer dizer? A sala em que Cameron estava era de um tamanho decente. Quando Rowdy disse que iria levar-lhe para o barracão ele tinha sido cético. Ele pensava que o quarto do cowboy seria do tamanho de um armário. Mas era espaçoso, tinha uma cama king size, e tinha até uma poltrona do lado. O piso era de madeira polida, as paredes com cores neutras, definitivamente um quarto bem masculino. Cameron não tinha ideia de quais tipos de madeira foram usados, mas a cabeceira da cama de Rowdy foi feita de um material escuro. Era grande, grosso e parecia pesado. A estrutura da cama foi construída de modo que sua parte inferior servisse como um banco. Era a coisa mais legal que Cameron já tinha visto. O mesmo tipo de madeira foi usado para construir outros acessórios, quem diria que um cowboy pudesse ter tanto bom gosto. Uma das paredes era de pedra, e havia uma grande lareira no centro. Não era como Cameron imaginou que seria. Anteriormente eles haviam passado pela cozinha e o quarto. O ambiente não era nada desprezível. —Isso significa. — Cameron respondeu depois de se recompor. —Eu não sou um brinquedo que você pode usar quando quiser e depois deixar de lado como se não tivesse mais utilidade. Rowdy andava pela sala com as mãos nos quadris. Suas botas ecoavam no chão de madeira. Cameron ainda estava segurando a mala, pronto para sair de lá. —Você prometeu me responder. —Você não pode simplesmente aceitar as coisas e esperar que a tempestade de merda passe?— Rowdy perguntou. —Porque você tem que cutucar as feridas?
Cameron soltou a mala no chão. —Tudo bem. Deixe as suas feridas abertas come-lo vivo. Quem sou eu para questionar?— Ele foi para a porta. —Eu prefiro dormir com os cavalos. Pelos menos vou saber por que eles estão me dando o tratamento de silencio. Rowdy se moveu tão rápido que Cameron num teve nem tempo de piscar. —Espere. Cameron cruzou os braços. —Olha, nós dois sabemos que estamos atraídos um pelo outro. Isso não significa que temos que agir sobre isso. Você mantem seus hormônios em cheque e eu faço o mesmo. —Não é assim tão fácil. —O inferno que não é. — Cameron sabia que Rowdy estava dizendo a verdade. Quanto mais tempo ficava perto desse homem, mais o seu desejo por ele aumentava. Ele estava sendo assolado por uma necessidade insana e Cameron não conseguia entender porque estava tão atraído pelo cowboy disfuncional. Nunca tinha desejado ninguém assim. Por que Rowdy? O que ele tinha de tão especial que Cameron sentia como se estivesse perdendo a cabeça. —Você não pode ir embora. Cameron? Virando-se, Cameron bateu com a mão na bunda. —Mantenha os olhos voltados para isso e veja como ela desaparece. — Quando Cameron tentou abrir a porta, Rowdy fechou-a na cara dele, mantendo-o preso na sala. —Você sabe. — Cameron disse se virando. — Alguma pessoas podem considerar isso como sequestro. —Chame do que quiser. Cameron deu um passo para o lado, quando os olhos de Rowdy começaram a brilhar. O homem tinha um olhar feroz, como se estivesse
prestes a atacar. Ele não sabia por que, mais Cameron segurou a mala em frente do corpo como se ela pudesse protegê-lo. —Para trás. Cameron começou a se afastar, e Rowdy o perseguiu ate o outro lado da sala. —Não vou permitir que o meu companheiro se coloque em perigo. Cameron soltou a mala ficando sem folego ao mesmo tempo. Ele piscou e olhou para Rowdy como se de repente tivesse crescido duas cabeças no homem. Rowdy parecia atordoado, como se não tivesse intenção de revelar esse pedacinho de informação. Os dois ficaram em silencio, olhando um para o outro. —Seu desgraçado!— Cameron levantou a mala, em seguida, jogou-a em Rowdy. Ele desviou, e a mala caiu do outro lado no chão. —Seu filho da puta podre, quando ia me contar? Ou você estava pensando em me manter no escuro para o resto da vida. Você sabe o que?— Cameron negou com a cabeça. —Nem se incomode em responder, pois nunca acasalaria como você. Dor encheu os olhos cinzentos antes que ele mascarasse as emoções. O homem teve a coragem de dar de ombros. —Por mim tudo bem. Girando nos calcanhares, Cameron correu para a porta. Ele tinha que ir embora antes que matasse o homem. Se ele pensava que Rowdy foi cruel antes, nada se comparava com o que ele acabou de fazer. Lagrimas se reuniram em seus olhos enquanto ele abria a porta e saia correndo pelo corredor. Ele correu para fora, sentindo o vento frio no corpo. Não tinha certeza para onde estava indo. Era possível que estivesse tentando fugir da dor. Tudo que sabia era que tinha deixado o maldito casaco para trás e que não conseguiria ficar muito tempo fora.
Ele se dirigiu para a casa principal. Cameron necessitava falar com Taylor. Ele precisava que seu melhor amigo dissesse que Rowdy estava mentindo. Mais no fundo sabia que Rowdy estava dizendo a verdade, o que fazia a dor que estava sentindo ser muito pior. Enquanto corria em direção da varanda dos fundos, ele mudou de ideia e foi em direção da varanda principal. A casa principal não era distante o suficiente de Rowdy. Cameron queria continentes entre eles. —Cameron! Cameron correu mais rápido, quando ouviu Rowdy o chamando. Sua dor estava se transformando em raiva, e se o cowboy ousasse chegar perto dele. Ele poderia castra-lo. Alguns dos caras saíram para a varanda para ver o que estava acontecendo. Cameron não se importou. A raiva tomou conta dele, e ele queria machucar algo ou alguém. —Sinto muito. — Rowdy falou agarrando Cameron, para evitar que ele voltasse a correr. —Não foi minha intenção. Juro que não queria dizer aquilo. Cameron resistiu e lutou, mais os braços de Rowdy ao seu redor eram como aço. Ele apertou a mandíbula, esperando que o homem o soltasse. Cameron não queria ouvir nenhum pedido de desculpas, o que realmente queria era estar a quilômetros de distancia de Rowdy. —Solte-me. Agora! —Não posso. — Os braços de Rowdy apertaram ao redor do corpo de Cameron. —Já perdi alguém que amava. Não posso perder você também. Cameron tentou bater com a cabeça na de Rowdy, para que o homem o libertasse, mais Rowdy se manteve firme. —Foda-se você, e qualquer desculpa que tenha.
—Mereço isso. — Rowdy disse. —Eu mereço um monte de coisas e você não é uma delas. Você é bom demais para mim e não mereço ser feliz como você. —Que tipo de pensamento ferrado é esse? —Muito. — Rowdy disse. —Eu deixei alguém que amava ser torturado ate o ponto que ele cometesse suicídio. Eu era um covarde, e sempre vou carregar esse fardo nos ombros. Você não vê? Porque diabos eu deveria me permitir acasalar depois disso? —E quanto a mim? — Cameron mordeu. —Eu que me ferre, certo? Vá em frente, e flagele-se por algo que aconteceu em seu passado. Assim fica mais fácil esquecer que eu existo certo? Cameron não tinha certeza do porque estava discutindo essa questão. Ele nem sequer era companheiro de Rowdy. O homem realmente estava fodido da cabeça e não havia nada que Cameron pudesse fazer a respeito. Salve-se. Não deixe que ele te leve para o fundo do poço. Rowdy não lhe respondeu. Apenas segurou Cameron ate que a adrenalina começou a desvanecer e ele sentiu o frio atingir seus ossos. Cameron começou a tremer enquanto olhava para a entrada da casa. —Mais uma chance. — Rowdy pediu e Cameron percebeu o tom de suplica na voz. —Estou pedindo só mais uma chance com você. —Então, para que? Ignorar-me de novo e me tratar como se eu fosse um estranho?— Embora fossem, pois Cameron não sabia nada sobre a vida de Rowdy. —Eu sei que não mereço você, mais tudo que peço é só mais uma chance. —Não. — Cameron disse. —Você não me merece. — Cameron pôde sentir o quanto Rowdy estava arrasado. E ele finalmente disse. —Tudo bem,
mais uma chance, mais se transarmos nesse meio tempo seremos oficialmente namorados. Rowdy deu um beijo no pescoço de Cameron. —Ok, mas vamos para dentro onde esta mais quente. —Isso é algum tipo de truque para me levar para a cama? —Não. — Rowdy respondeu enquanto guiava Cameron de volta para o barracão. —Por que não?— Cameron perguntou. Rowdy sorriu, e Cameron não pôde deixar de sorrir também. O cara é absolutamente lindo. Louco, mais bonito.
Rowdy tinha jurado não se envolver com Cameron. Mais quando ele ameaçou ir embora, Rowdy não pôde imaginar como seria a sua vida longe do seu companheiro. Ele foi atrás de Cameron e implorou por mais uma chance e iria fazer qualquer coisa para que ele fique ao seu lado. Depois de preparar um banho quente para Cameron, foi acender a lareira. Para deixar a sala quentinha quando seu companheiro terminasse o banho. Rowdy olhou para a porta do banheiro, mordendo o lábio inferior. Inferno, se ele não estava tentado a ir lá. Então porque não ia? Como não conseguia responder essa pergunta, Rowdy decidiu ir lá. Ele pediu outra chance a Cameron, e iria fazer o possível para não estragar tudo de novo. Seus demônios ainda o perseguiam, e ainda havia uma parte em Rowdy que acreditava que ele não merecia ser feliz, porem ele não iria fazer Cameron sofrer.
Ele caminhou ate a porta do banheiro encostou-se a ela. Rowdy ficou lá observando seu companheiro. Cameron estava deitado na banheira, com os olhos fechados, vapor de agua saindo dela. Ele deve ter esquentando mais a agua depois que Rowdy tinha o chamado para se banhar. Ele ficou observando as características de Cameron, ele era magro, cabelos escuros, corpo sensual. O suor escorrendo do seu rosto enquanto aproveitava o banho. Quanto mais tempo Rowdy ficava ali, mais seu desejo de acompanha-lo no banho aumentava. Ele ainda não merecia Cameron. Mais não iria estragar as coisas de novo. Cameron era o único que merecia ser feliz. —Vai ficar ai, e me cobiçar a noite toda? Rowdy sorriu enquanto caminhava mais para dentro do banheiro. —Tinha planejado isso.— Ele podia ficar olhando para Cameron por horas e não se cansaria. Os olhos de Rowdy deslizaram pelo corpo de dele. Ele sentiu sua ereção aumentar enquanto olhava para o pênis do homem. Ele definitivamente podia ficar cobiçando o homem toda a noite. Cameron era algo lindo de se olhar. Rowdy tirou as roupas e entrou na banheira. Não foi ele que escolheu o projeto do banheiro, mais estava extremamente feliz por ele ter uma enorme banheira. Quando ele se acomodou, Cameron se aproximou. Ele deslizou pela agua se sentando entre as pernas de Rowdy. Suas mãos começaram a acariciar o peito de Rowdy e depois a beliscar um dos mamilos. Um choque elétrico percorreu o corpo de Rowdy, e ele assobiou. —Gostou disso?— Cameron sorriu diabolicamente. Rowdy abriu os braços para descansar em cada lado da banheira enquanto assentia. Ele permitiu que seu companheiro explorasse seu corpo, mais não foi fácil. Rowdy estava duro e pronto, estava levando cada grama de vontade que tinha para permanecer sentado. Porem ele nunca diria não para ter seu corpo explorado por essa criatura requintada e fascinante.
A boca de Cameron, mordiscou, lambeu e chupou o mamilo de Rowdy com a máxima atenção aos detalhes. Rowdy percorreu com os dedos a coxa de Cameron, deleitando-se com a pele suave do seu companheiro. Enquanto Cameron se deleitava com o mamilo de Rowdy, ele usou as unhas para arranhar a lateral do corpo dele, fazendo-o rosnar suavemente. Dando uma ultima lambida, Cameron sorriu antes de passar a dar atenção ao outro mamilo negligenciado. Suas mãos seguravam no corpo de Cameron na tentativa desesperada de manter o controle que foi rapidamente desaparecendo. Rowdy queria perder o controle, porem havia algo nos olhos de Cameron que dizia que ele não queria ser empurrado. Ele deixou o homem jogar seu jogo, por enquanto. —Tão, peludo. — Cameron brincou enquanto mordiscava a pele de Rowdy. —Como um urso. —Eu me pergunto por quê? —Genética.— Cameron respondeu antes de começar a beijar o peito de Rowdy. Rowdy rangeu os dentes, as mãos voltando a segurar na borda da banheira. Ele observou fascinado enquanto Cameron o explorava. Cameron olhou para cima, e Rowdy o olhou nos olhos. Os olhos do seu companheiro irradiavam um calor tão forte que ele podia senti-lo. Cameron passou a mão na ereção saliente de Rowdy. Ele estremeceu. —Aperta mais. Ele estava ficando com fome, e Rowdy não sabia mais quanto tempo poderia aguentar. Sem dar-lhe nenhum aviso, Cameron engoliu seu pênis. A cabeça de Rowdy caiu para trás enquanto seus quadris sacudiram para frente. Ele abriu mais as pernas para que Cameron se acomodasse melhor. Os lábios de Rowdy se separaram enquanto ele tentava controlar a respiração. Mais era impossível enquanto Cameron estava lhe dando tanto prazer. Ele passou a mão pelos cabelos de Cameron e depois agarrou as costas enquanto lentamente começou a foder a boca do homem.
Sentindo o inicio do seu orgasmo. Rowdy não queria gozar assim. Não na sua primeira vez.
Ele queria estar enterrado profundamente em
Cameron quando chegasse ao orgasmo. Grunhindo Rowdy afastou Cameron dele. Antes que o homem pudesse reclamar, Rowdy virou-o e inclinou-o sobre a borda da banheira. —Abra as pernas. A agua espirrou ao redor deles em pequenas ondas, enquanto Rowdy se posicionava atrás de Cameron. Deslizando a mão pela bunda arredondada do seu companheiro, massageando a carne macia. —Você sabe o quão bom você parece? —Não faço ideia. — Cameron respondeu, Mas Rowdy podia ouvir a tensão na voz do homem. —Porque você não me conta? Rowdy sorriu antes de beliscar o ombro do seu companheiro. —Bom o suficiente para comer.— Suas palavras saíram mais como um suave ronronar antes de lamber de um lado ao outro do ombro de Cameron. —Bom o suficiente para foder. — Ele colocou ênfase na ultima palavra enquanto escorregava o dedo no vinco da bunda de Cameron. Seu companheiro estremeceu e gemeu. —Bom o suficiente para o prazer. Cameron arqueou as costas quando os dedos de Rowdy deslizaram para dentro do si. Ele usou a mão livre para arranhar a lateral do corpo de Cameron. Rowdy estava fascinado com os arrepios que se erguiam ao longo da pele do homem. Ele trabalhou para esticar Cameron e deixa-lo preparado. —Por favor. — Cameron implorou enquanto rebolava os quadris. A voz dele ficou tensa quando Rowdy introduziu um terceiro dedo. Rowdy beijou a espinha de Cameron. —Paciência.
—Eu não tenho nenhuma. — Cameron respondeu enquanto apertava as mãos na borda da banheira, o nó dos dedos ficando brancos. Cameron estava perdendo o controle exatamente do jeito que Rowdy queria. —Então vou ter que te ensinar. — Ele sorriu nas costas do seu companheiro. —Esta noite você não vai. — Cameron respondeu. —Fica para outra vez. Rowdy pegou o lubrificante a prova de agua que estava na prateleira ao lado da banheira e colocou uma generosa quantidade em seu pênis. — Levante a bunda. — Quando Cameron fez o que pediu, Rowdy lubrificou a entrada dele também. Ele apertou a mão entre as omoplatas de Cameron. Seu companheiro baixou o peito ao lado da banheira. Rowdy podia sentir o suor agarrado no seu corpo e não tinha nada haver com a agua quente. Sua mente estava uma bagunça. A parte escura que tinha dentro dele gritava dizendo que ele não devia acasalar com Cameron. Ela gritava que ele era uma fraude e que acabaria arruinando a vida do seu companheiro. Sua mão agarrou o pênis em um aperto de morte enquanto tentava controlar os demônios dentro da sua cabeça. Ele soltou um suspiro e disse a si mesmo que isso era por Cameron. Que o acasalamento deixaria o homem feliz. Mais ele sabia a verdade. Rowdy desejava essa união tanto quanto Cameron. Pela primeira vez na vida, ele queria ser egoísta, pensar apenas em si mesmo, e tomar o que era dele por direito. Colocando seu pênis na entrada de Cameron ele o penetrou. As vozes em sua cabeça acalmaram quando Rowdy controlou a respiração. Seu pênis pulsava profundamente dentro do corpo de Cameron, enquanto esperava que ele se ajustasse a invasão. —Não pare. — Cameron pediu. O corpo dele estava tremendo fazendo com que a agua se movesse em ondas suaves. Rowdy segurou os
quadris de Cameron, puxando-o ao seu encontro, para penetra-lo mais profundo. —Sim. Rowdy podia sentir seus caninos se alongando. Seu urso estava perto da superfície. Ele se posicionou melhor, em seguida estabeleceu um ritmo acelerado. A ultima coisa que queria fazer era transar com Cameron num ritmo forte e duro, mais não conseguia parar. Não quando Cameron se ajustava ao redor do seu pênis com perfeição. Cameron jogou a cabeça para trás e gritou enquanto Rowdy o penetrava forte e rápido. Seus olhos ficaram brancos, os caninos alongaram, seu urso estava lutando pelo controle exigindo que ele afirmasse Cameron como companheiro. Ele lutou muito contra essa necessidade. Ainda havia uma parte dentro dele que não queria que ele se ligasse a Cameron. Não porque ele não quisesse seu companheiro, mais sim para que ele não pudesse destruir a vida dele. Seu urso anulou esse pensamento, e o fez cravar os caninos entre o ombro e o pescoço de Cameron. Cameron gritou. Rowdy fechou os olhos enquanto saboreava o sabor do seu companheiro, apreciando o vinculo que estava se formando entre eles. A culpa tentou domina-lo, mais Rowdy não a deixou assumir o controle. Ele se concentrou exclusivamente em dar prazer a Cameron. E ignorou todo o resto. Ele deveria ter pensando melhor antes de achar que conseguiria manter Cameron longe. Quando um urso encontrava seu companheiro, um desejo selvagem se alastra sobre sua pele, aquecia seu sangue, e criava uma fome tão profunda, tão elementar, que era impossível ficar perto do seu companheiro sem toca-lo. Cameron gritou enquanto Rowdy o penetrava ainda mais forte e rápido. A bunda do seu companheiro o apertando, e ordenhando-o. Rowdy tentou se mover ainda mais rápido antes de liberar o ombro de Cameron, uivando quando atingiu o clímax.
Esvaziando cada gota de seu sêmen dentro do seu companheiro, Rowdy sabia que Cameron seria sua perdição. O homem conseguiu derrubar cada parede que Rowdy construiu ao redor do coração e estava se instalando profundamente dentro dele. Não tinha maneira de se afastar de Cameron. Ele estava determinado a ter Rowdy. E Rowdy tinha acabado de acasalar com ele. E se Cameron era realmente seu companheiro, ele podia ter acabado de engravida-lo.
Capítulo 8 —O que necessita é laçar sua bunda na cama e torturá-lo— disse Taylor quando tomou um gole de chá quente. —E se isso não funcionar, retire as coisas grandes, como algemas e chantilly. Cameron riu quando ele se sentou no sofá com seu melhor amigo. Rowdy tinha coisas para fazer e Cameron não estava prestes a sentar-se no quarto do homem sozinho. Sentia-se preso dentro de casa. —Eu vou manter isso em mente, mas eu não vi nada disso aí seu quarto. —Em seguida, faça compras online. Você pode obter tudo em poucos dias. —Taylor colocou sua caneca de lado e se virou. —Falando sério, como estão as coisas entre vocês dois? —Lento— Cameron admitiu. —Eu posso dizer que ele está tentando, mas ele tem tanta bagagem emocional que eu sinto como se eu estivesse competindo com Samsonite3. —Você lidou com a minha merda— apontou Taylor para fora. —Você estava lá por mim, preso ao meu lado, e não desistiu. Você não acha que Rowdy merece o mesmo?
3
Uma empresa de fabricação de malas.
—Não é o mesmo, Taylor. Você é meu melhor amigo. É diferente de lidar com questões de um namorado. —Como? —Ele simplesmente é. — Mas a mente de Cameron não estava totalmente em Rowdy. Todo mundo estava olhando para os Anjos Azuis. Eles deveriam ter chegado. Não que Cameron queria vê-los. Ele preferiria nunca vê-los novamente durante o tempo que ele viveu. Ele só queria saber quanto tempo que seria. Ao lidar com Seth Langley, não havia garantias. Embora os Anjos Azuis eram todos sobre a família, Seth tinha sua própria agenda. Só porque Cameron era seu filho, isso não significava que Cameron estava seguro. Se qualquer coisa, ele fez Cameron um alvo. Cameron colocou sua caneca sobre a mesa do café e se levantou, esticando suas costas. Ele estava sentado ali por horas, esperando. Seus nervos estavam esticados e ele precisava andar um pouco. Mas ir para fora era um grande não-não. Rowdy tinha sido muito claro sobre Cameron não sair de casa. Sentia-se preso em uma gaiola enquanto andava na sala. Embora o quarto fosse grande, ainda se sentia apertado e claustrofóbico para ele. Cameron queria ar fresco, mas isso não ia acontecer. Taylor se levantou e se juntou a ele na janela quando Cameron vagou assim. Ambos ficaram lá e olhou para fora ao longo dos relvados. Eles estavam cobertos de uma leve camada de neve, mas ainda lindo de se olhar. Cameron ficava imaginando fileiras e fileiras de motos subindo à calçada. Seu coração batia com o pensamento. Ele orou para eles não vir. Cameron esperava que só porque os anjos azuis estavam indo nessa direção, isso não significa que Bear County fosse o seu destino. Mas ele sabia que estava enganando a si próprio. Um de seus membros havia sido morto e que não iria deixar isso passar impune. Ele só
podia esperar que seu pai nunca descobrisse que ele estava ali. Se Seth descobrisse, Cameron não tinha certeza de que o homem faria. Ele tinha fugido no meio da noite e nunca olhou para trás. Será que Seth iria puni-lo por isso? Embora Cameron não fosse membro, Seth sempre o educou pelas regras da gangue. Cameron tinha quebrado essas regras. O que o seu pai ia fazer com ele? Parecia que um peso de chumbo estabeleceu em seu estômago como uma gota de suor deslizou por suas costas. A sala estava em uma temperatura confortável, mas Cameron sentiu como se estivesse em pé no abismo do inferno. Mais suor começou a se reunir enquanto cruzava os braços sobre o peito para esconder o tremor de suas mãos. —Você sabe que ninguém vai deixar nada acontecer com você, certo?— Disse Taylor em silêncio ao lado dele. —Basta ficar dentro de casa e eles nunca vão saber que você está aqui. Cameron olhou para a linha de varredura das árvores que ficavam à esquerda da grande fazenda. Vento filtrava através dos ramos e das folhas causado a dançar sob a luz pálida da lua. As coisas pareciam tão serenas, mas Cameron sabia que era uma falsa sensação de conforto. —Seth tem um talento especial para descobrir as coisas. — Cameron balançou a cabeça e deu um sorriso irônico Taylor. —Eu poderia me enterrar no sótão e de alguma forma ele ainda saberia que eu estou aqui. Ele tem essa coisa de sexto sentido acontecendo. —Eu ainda acho que você está seguro. A cidade está sendo vigiado e ninguém está ficando sem o conhecimento do xerife. Deus ele amava Taylor por seu otimismo. Mas Cameron tinha crescido com os Anjos Azuis e dizendo ao clube de motociclista para sair da cidade não seria tão fácil. Sangue ia ser derramado.
—Mas em uma nota mais leve— disse Taylor. —Você pode se esconder na cama de Rowdy e seduzir o homem para o lado negro. — Taylor balançou as sobrancelhas. —Sexo é a resposta para tudo. Cameron riu quando ele empurrou o ombro de Taylor. —Você ainda é um pervertido. —Pelo menos eu não tive que mudar — disse Taylor, tocando em uma brincadeira deles de quase um ano atrás. Como Cameron estava lá, ele pensava sobre essa conversa há muito tempo. Parecia outra vida. Mas Cameron estava contente que ele e Taylor estavam pendurados para fora novamente. Ele tinha perdido a sua brincadeira lúdica e conversas malucas. Quando a vida tinha ficado tão séria? Desde que deixou Nevada, Cameron tentou esquecer seu passado e começar de novo. Ele trabalhou por um longo tempo. Isso era, até Taylor ter saído. E então a vida tinha invadido. Solidão tinha penetrou. Realidade havia se estabelecido em sua mente. Cameron queria seus dias despreocupados de volta. —Como
você
faz um cara soltar
seus demônios?—
Cameron
perguntou quando ele se voltou para a janela. Taylor bufou. —Eu sou o cara errado para perguntar. O meu ainda me assombra de vez em quando. —Embora a voz do homem fosse leve, Cameron podia ouvir a verdade nas palavras de Taylor. —Então, qual a chance que eu tenho com Rowdy? — Cameron murmurou, quase fazendo a pergunta a si mesmo, em vez de posar para Taylor. Ele coçou o queixo enquanto se perguntava como passar as defesas do turbulento. —Ter relações sexuais com ele?— brincou Taylor. —Eu disse que sexo é a resposta para tudo. Taylor deve ter visto o rubor no rosto de Cameron porque o cara se virou e olhou com os olhos arregalados. —Você já fez.
Cameron não lhe deu uma resposta. Seu melhor amigo soltou um assobio baixo e balançou a cabeça. —Eu o avisei em que isso pode resultar Cam. Eu sei que não é da minha conta, mas você tomou o controle de natalidade? Ele não tinha. Cameron sabia muito bem no que ele estava se metendo quando ele tinha tido relações sexuais com Rowdy na banheira. Havia uma boa chance de que eles não fossem nem mesmo companheiros. Ele queria Rowdy tão mal que ele tinha jogado a precaução ao vento. Ele não tinha pensado sobre as possíveis consequências. Cameron já estava lidando com demais. Se ele ficasse grávido, ele ia atravessar essa ponte quando chegasse a hora. Agora ele estava mais preocupado com seu pai aparecendo. —Não — ele finalmente respondeu. Os olhos de Taylor caíram instantaneamente para o abdômen de Cameron. Seu melhor amigo olhou para ele por um longo momento antes de seu olhar varrer de volta para a janela. —Você sabe que eu estou aqui para você, não importa o que aconteça. —Eu sei— Cameron sussurrou. Ele abraçou-se mais apertado com a ideia de trazer uma criança a este mundo. Ele intencionalmente teve relações sexuais desprotegidas. Por mais que ele tentou negar a si mesmo, Cameron desejava uma família. Ele ansiava por estabilidade. Tudo o que ele queria era alguém para amá-lo por quem ele era. Ele tinha pensado que Rowdy seria que o homem, mas Cameron estava começando a ter dúvidas. O som das botas no chão de madeira chamou a atenção de Cameron. Ele se virou para ver Rowdy na sala. Taylor deu a Cameron um sorriso rápido antes de se virar e sair da sala. Cameron e Rowdy apenas ficaram lá olhando para o outro. O cowboy parecia tão inseguro que tudo que Cameron queria fazer era ir para o homem.
Mas antes que pudesse dar um passo, Rowdy atravessou a sala e ficou ao seu lado, olhando para fora da janela. —Como foi seu dia?— Perguntou Cameron, com os braços ainda se abraçando. A pergunta se sentia tão mundano, tão comum, ainda assim Cameron realmente queria saber. —Frio— Rowdy respondeu. Ele interiormente sorriu quando Rowdy hesitou e então deslizou o braço em volta da cintura de Cameron, puxando-o para mais perto do cowboy. O braço de Rowdy era quente e forte e Cameron se deleitou com a sensação de estar tão perto do homem. —Você já comeu?— A voz de barítono de Rowdy deslizou sobre Cameron como seda quente. Ele notou que os olhos do homem piscando em direção ao seu estômago. Estava Rowdy querendo saber se Cameron estava grávido? Será que o cowboy ficaria feliz se Cameron estivesse? —Sam é um bom cozinheiro— respondeu Cameron. —Se eu continuar ficar aqui, eu vou engordar. Para a surpresa de Cameron, Rowdy foi para trás dele e depois descansou o queixo no ombro de Cameron. O homem passou os braços em volta do peito de Cameron e os dois só ficaram lá olhando para fora da janela. Cameron queria que o momento jamais acabasse. Ele se sentiu completo, seguro. Por que não podia ser sempre assim? Cameron queria derrubar as paredes que estavam entre eles. Ele queria exorcizar os demônios de Rowdy. Mas acima de tudo, ele queria ver o sorriso de Rowdy, ouvir sua risada, e sentir-se amado por este homem.
Ambos Rowdy e Cameron viraram quando T-Rex entrou na sala. Os ângulos de seu rosto estavam todos errados e Rowdy sabia que ele não gostaria do que o homem tinha a dizer. —Eles estão na periferia da cidade. Os braços de Rowdy apertaram ao redor Cameron e ele podia sentir o tremor de seu companheiro. O cara estava apavorado. Rowdy tinha entrado na sala para ver Cameron falar com Taylor. Ele não esperava que um ou outro homem estivesse lá. Mas uma vez os olhos fixos em Cameron, Rowdy não poderia ficar de fora. —Sente — ele sussurrou no ouvido de Cameron. Ele odiava se sentir o homem balançando sob seu toque. Rowdy queria acalmar todas as preocupações de Cameron, mas sabia que nada faria isso, desde que os Anjos Azuis estivessem na cidade. T-Rex se moveu para dentro da sala e se sentou em uma das cadeiras. —Sparrow e os outros homens vão os encontrar na linha de condado. Mas tenho a sensação de que não vai parar os motociclistas. —Não— Cameron disse — não vai. Nada vai impedi-los até que eles tenham o que eles vieram fazer aqui. —Então, eles vão ficar muito decepcionados — T-Rex disse quando cerrou os dentes. —Eu tenho os meus homens e Sparrow tem um pouco dos seus escondidos fora de vista. Ao primeiro sinal de problema e a única coisa que os Anjos Azuis terão é uma bala na cabeça. Cameron jogou uma mão sobre sua boca e se arrancou dos braços de Rowdy, antes que ele saísse correndo da sala. Rowdy seguiu e encontrou seu companheiro no banheiro, ajoelhado no chão, vomitando no banheiro. Rowdy fez a única coisa que ele poderia pensar. Ele pegou um pano da gaveta, molhou e passou sobre a nuca de Cameron. —Sente-se melhor?
Cameron balançou a cabeça quando deu descarga, fechou a tampa, e depois se enrolou na parede. Rowdy agachou-se ao lado do homem e enxugou a testa de Cameron. —Ele não pode me encontrar— Cameron sussurrou enquanto olhava para Rowdy. —Por favor, não deixe que ele me encontre — O homem parecia tão perdido e frágil que fez o coração de Rowdy doer. Ele queria caçar o pai de Cameron e destruir o homem. —Ninguém vai te machucar — Rowdy dizer com certeza. —Eles vão ter que passar por mim primeiro. O sorriso de Cameron era trêmulo e não atingiu seus olhos, mas Rowdy estava feliz que o homem estava tentando manter um leve senso de humor. —Meu herói. Ele passou a mão pelo cabelo de Cameron. —Por que não posso resistir a você, não importa o quanto eu tente? Cameron olhou para os castanhos olhos turbulentos cheios de esperança e saudade. Culpa rasgou Rowdy, e o longo tempo de culpa tentou forçar seu caminho para o banheiro. Ele pensou em Edward e o que Rowdy tinha feito. Ele olhou para Cameron, no doce rosto do homem, e estava rasgado. Cameron levantou a mão e colocou a mão sobre o queixo de Rowdy. —Seja o que for, deixe-o ir. Nós temos tudo fodido em nossa vida. Todos nós cometemos erros que nós gostaríamos de poder desfazer. Mas você tem que aceitar o que foi e entender o que poderia ser. —Não é assim tão fácil. — A garganta de Rowdy estava apertada de emoção. Ele colocou a mão sobre Cameron e inclinou-se para a palma da mão macia na sua face. —Como é que você deixa algo que vem te assombrando há mais de uma década?
Cameron virou até que ele estava de joelhos na frente de Rowdy. — Eu te beijaria, mas eu tenho certeza que meu hálito não é o melhor no momento. Rowdy riu. Como poderia Cameron fazê-lo rir quando Rowdy estava tão profundamente em desespero? —Você tem um sorriso bonito— disse Cameron. —Você deve mostrar ele mais vezes. — Ele se inclinou mais perto, até que foi escondido no corpo de Rowdy. Rowdy embalou o homem, absorvendo o calor de Cameron. Rowdy passou as mãos pelas costas de Cameron. —Há algo que eu preciso te dizer. Eu deveria ter lhe contado antes termos sexo, mas... —Eu poderia estar grávido —, Cameron terminou por ele. —Taylor explicou tudo isso para mim quando Sam os acasalou. Eu já sei sobre as possibilidades. A confissão de Cameron tomou Rowdy de surpresa. Ele se inclinou para trás para olhar para o rosto do homem. —Você sabia? —Eu sabia— respondeu Cameron. —Mas isso não me impediu de me dar para você. —Por quê?— A questão saiu da boca de Rowdy antes que ele pudesse detê-lo. —Não é como se eu fosse o melhor companheiro para você. Por uma questão de fato, estou surpreso que você não tenha tirado a minha cabeça. Eu mereço isso depois da maneira como eu te tratei. —É verdade. — Cameron assentiu. —Eu deveria estar servindo-lhe as suas bolas em uma bandeja. — O homem deu de ombros. —Talvez haja uma parte de mim que sabe o bom homem que você pode ser. Talvez haja uma parte de mim que quer ser amado tão desesperadamente como você quer alguém para te amar.
Rowdy se agachou em um silêncio atordoado. Ele lambeu os lábios secos quando olhou para seu companheiro. —O que faz você pensar que eu quero ser amado? —Eu posso ver isso em seus olhos— respondeu Cameron. —Toda vez que você olha para mim eu posso sentir o desejo dentro de você. Mesmo quando você está tentando me empurrar para longe, eu posso sentir que você está tentando me puxar para si. Você não quer chafurdar na culpa, mas você sente como se tivesse que fazer isso, como se fosse a sua reparação pelo que fez. Mas eu estou aqui para dizer que, após uma década de se flagelar, eu acho que você merece finalmente seguir em frente. Rowdy enterrou o rosto no cabelo de Cameron e respirou o cheiro do homem. O cheiro de baunilha quente encheu os pulmões quando ele manteve Cameron como uma tábua de salvação. Ele queria acreditar em Cameron. Rowdy estava desesperado para acreditar que ele poderia deixar ir e finalmente seguir em frente. Mas estava com medo de deixar ir. Ele estava com medo de que, se ele parasse de se culpar sobre o seu passado, ele perderia Cameron, que o destino iria puni-lo por tentar ser feliz. Cameron deu um beijo no pescoço de Rowdy. —Eu tenho amor suficiente em mim para nós dois até que você esteja pronto para seguir em frente e deixar seu passado ir. As mãos de Rowdy agarraram na camisa de Cameron quando ele assentiu. Ele não merecia Cameron, mas para este homem, seu companheiro, ele iria tentar.
Capítulo 9 Virando, Cameron se sentiu um pouco enjoado. Ele piscou algumas vezes e, em seguida, olhou para o relógio na mesa de cabeceira. Eram duas da manhã. Por que diabos ele acordou nessa hora horrível?
Voltando a deitar, ele tentou voltar a dormir. Mas, enquanto estava ali, seus olhos preguiçosamente vagaram sobre a forma nua de Rowdy. O cowboy estava abraçando um travesseiro, uma perna inclinada para cima. O rosto do homem parecia tão sereno que tudo que Cameron podia fazer era olhar para seu companheiro. Como alguém tão bonito poderia ter tantos problemas? Mas, novamente, Cameron poderia dizer o mesmo sobre o seu melhor amigo. Por que todos os homens de sua vida eram tão fodidos? Cameron não tinha certeza, mas ele sabia que não trocaria Rowdy por nada no mundo. Mesmo com falhas e toda a bagagem de Rowdy, Cameron estava caindo profundamente apaixonado pelo homem. Ele tinha seus próprios problemas, então quem era ele para julgar? A avó de Cameron uma vez lhe disse — Todo mundo tem suas falhas. Você apenas tem que encontrar alguém cujas falhas você pode lidar. Ele podia lidar com as de Rowdy.
Cameron jogou as cobertas de
cima dele e saiu da cama. Ele estava com sede. Pegou uma cueca do chão e colocou em silencio antes de sair do quarto. O corredor estava escuro e levou um momento para seus olhos se ajustarem antes dele fazer seu caminho para baixo. Os passos rangeram e ele desejou ter colocado uma camisa. Mesmo que a casa estivesse quente, havia um ligeiro frio no ar. T-Rex tinha dado a Rowdy e Cameron um quarto de hóspedes na casa. O homem queria todos em um único local central. Ele disse que não gostava da ideia de ter Rowdy e Cameron no barracão. Rowdy colocou Mason encarregado dos cowboys e sua segurança. Embora o lugar McMaster fosse lindo, Cameron tinha se acostumado ao quarto de Rowdy. Ele sentia falta do quarto rústico e estar na cama de Rowdy. Entrando na cozinha, Cameron notou uma luz fluorescente em cima do fogão. Ela deu um brilho suave para a cozinha enquanto percorria seu
caminho em direção a pia. O linóleo estava frio sob seus pés descalços, enquanto pegava um copo no armário. Cameron se acalmou quando percebeu que o ar na cozinha não era tão quente como deveria ser. Por uma questão de fato, era absolutamente frio. O som de madeira rangendo encheu seus ouvidos. O som vinha de fora. A varanda de trás? Os olhos de Cameron se arregalaram quando uma mão tapou sua boca. —Shhh — Rowdy sussurrou em seu ouvido. Cameron assentiu. Rowdy tirou a mão e, em seguida, pressionou o dedo indicador aos lábios para indicar que ele queria que Cameron ficasse quieto. Quando Cameron olhou para a porta da cozinha, T-Rex e Shott estavam ali, sombreados pela escuridão, totalmente vestidos, e armados. Os dois pareciam guerreiros perigosos prontos para a batalha. Cameron estremeceu quando Rowdy silenciosamente o levou para fora da cozinha. Quando chegaram às escadas, Cameron engasgou silenciosamente quando viu Stripper vestido todo de preto, sumindo na esquina escura. Nem mesmo a arma na mão do homem brilhava sob a luz pálida da lua. Os olhos de Cameron viajaram por toda sala de estar para ver Sam vestido da mesma forma. A expressão do homem não era condizente com sua personalidade jovial normal. Seus traços foram desenhados apertados, seus lábios finos e os olhos tão escuros quanto à noite em si. Esses homens não eram mais os proprietários do rancho, mas os homens que tinham visto batalha, os homens que dirigiam e propriedade Guarda-Costas Executivo. Eles estavam em modo de combate e Cameron estava feliz quando Rowdy o escoltou silenciosamente pelos degraus. Cameron e Rowdy correram para o quarto e Rowdy trancou a porta atrás deles. Os olhos de Cameron foram para as portas francesas, quando as percebeu abertas. Antes que ele tivesse tempo para processar o que estava acontecendo, Seth Langley apareceu atrás de Rowdy, arma levantada. Em um
movimento rápido, a coronha da arma desembarcou no templo de Rowdy, e o cowboy caiu no chão. Seth agarrou o braço de Cameron e puxou-o em direção às portas. —Diga uma palavra maldita e eu vou atirar no filho da puta no chão. — Seth rosnou as palavras no ouvido de Cameron. Cameron estava vestindo apenas cueca, quando Seth o empurrou pela varanda do segundo andar, o ar estava gelado contra a pele de Cameron. Ele olhou para a esquerda e para a direita, mas não viu ninguém que pudesse ajudá-lo. Todo mundo ainda estava lá dentro. —Isto é por sair e quebrar as regras. — Seth empurrou Cameron sobre o corrimão. Cameron gritou quando ele navegou através do ar. Seus braços se agitaram para fora, mas não havia nada para agarrar. Quando ele bateu no chão, todo o ar foi arrancado de seus pulmões. Cameron estava ofegante, tentando respirar. Seu corpo inteiro estava em chamas pela queda. Tudo doía. E agora o frio congelante do chão coberto de neve começou a se infiltrar em seus ossos. Ficou ali tremendo, rezando a Deus para que Rowdy estivesse bem. Seth manobrou para baixo a partir do segundo andar antes de suas botas baterem no chão. Ele agarrou Cameron debaixo do braço e puxou-o de pé. —Você vai pagar por sua traição. Tão mal quanto Cameron queria lutar, ele não podia. Ele estava tremendo tanto que ele mal conseguia ficar de pé e seu corpo parecia que tinha sido atropelado. Ele simplesmente não tinha forças para resistir. Seth empurrou Cameron no sidecar4 de sua motocicleta esperando antes de pular em cima e decolar. Cameron se agachou fazendo o melhor que podia para se proteger do ar gelado. Se Seth não o matasse, os elementos
4
Aqueles carrinhos anexados em algumas motos.
fariam. Não havia nenhuma maneira que ele seria capaz de sobreviver lá fora por muito mais tempo, não quando ele estava vestindo apenas um par de boxers. Seu corpo estava vermelho por causa do vento chicoteando e ele já não podia sentir seu rosto. Cameron tentou afundar mais para baixo quando ouviu tiros. Ele não tinha certeza de quem estava atirando ou onde às balas estavam indo. A única coisa que Cameron podia fazer era rezar para que ele não fosse baleado. O rugido de outra motocicleta encheu seus ouvidos e em seguida, um Anjo Azul apareceu à sua direita. Seth e outro homem empresaram Cameron entre eles. Eles montaram como se o diabo estivesse em seus calcanhares. Cameron olhou para trás para ver dois caminhões em perseguição. Seu coração saltou na garganta quando viu que um dos passageiros era Rowdy. A motocicleta saltou, pulou e balançou quando os Anjos Azuis tentaram fugir de seus perseguidores. Um dos caminhões acelerou, passou por eles, e depois fechou Seth. Seth amaldiçoou quando ele virou para a direita e dirigiu sua moto em uma vala. Cameron foi forçado para frente, à parte superior do seu corpo bateu no para-brisa de plástico. Cameron estava congelando, cansado, e seu coração batia tão forte que doía quando Seth puxou a arma e apontou para a cabeça de Cameron. —Afaste-se ou eu vou explodir seus miolos por toda esta neve intocada. Os olhos de Rowdy se estreitaram quando ele subiu no caminhão. O outro caminhão ainda estava em busca do outro motociclista. Era apenas Seth, Cameron, Rowdy, e T-Rex. Apesar de Rowdy ser um urso, havia uma arma na cabeça de Cameron. Uma bala superava um urso a qualquer dia. —Os Anjos Azuis negociaram com o xerife— disse o T-Rex. —Seu presidente e Sparrow chegaram a um entendimento. Seth balançou a cabeça.
—O presidente não merece sua posição. Ele está ficando mole tentando transformar o clube em uma nova direção. —O homem disse nova direção como se fosse uma doença. —Eu não dou a mínima para o que você ou o seu clube faz— disse Rowdy, sua voz firme e baixa. —Tudo que me importa é que você devolva Cameron de volta para mim, ileso. Seth apertou a arma mais forte na cabeça de Cameron. —E se eu não fizer? A mão de T-Rex surgiu em um movimento de parada. —Você não quer fazer isso, Seth. A face de Seth ficou sombria. —Não fale comigo como se me conhecesse. Não tente se familiarizar comigo. Eu fiz psicologia na faculdade por isso nem sequer pense em tentar quaisquer joguinhos comigo. Quando seu pai foi à faculdade? Cameron estava confuso. Se o seu pai tinha ido para a faculdade, então o que diabos aconteceu para transformálo no homem que ele era hoje? Neste ponto, ele não se importava. Não quando Cameron tinha uma arma empurrada contra sua cabeça. Seth Langley tinha perdido o seu cartão de pai. O homem já não estava relacionado com ele. Cameron nunca queria ter naca com o cara de novo. Houve uma pequena parte dele que quis que eles pudessem ser pai e filho, terem um relacionamento real. Cameron já não desejava isso. Mas tão irritado como estava, ainda não poderia desejar a morte do homem, mas ele forçou-se para desejar apenas isso. Ele
ainda estava tremendo, seus membros se tornando
entorpecidos. —Cinco segundos — Rowdy advertiu. —Dê-lhe de volta para mim em cinco segundos ou eu vou espancar você até a morte. Seth riu.
—Melhores homens me ameaçaram. E então Seth puxou o gatilho.
Havia momentos na vida em que um homem desejava que ele pudesse levar as coisas de volta, mudar a forma como lidar com a situação, ou o resultado de sua decisão. Este foi um desses momentos. Empurrando Seth e dando ao homem um ultimato tinha forçado a mão do homem e ele reagiu. O tempo pareceu parar. O vento chicoteando ficou em silêncio. As folhas sopradas caíram em silêncio. A noite ficou quieta como a morte. Rowdy estremeceu sua espinha em um espasmo. Ele estendeu a mão, mas sabia que era uma tentativa inútil. Cameron estava muito longe dele. Tudo aconteceu num piscar de olhos e ainda em câmera lenta. Seth puxou o gatilho. Cameron recuou no último segundo. A mão de Seth desceu. Ombro de Cameron pulou. O sangue começou a verter do ombro de Cameron. O cheiro de sangue encheu o ar. Rowdy mudou, saltou, e caiu sobre Seth. Ele usou suas garras imensas para rasgar o ser humano antes dele se mover para trás e cair ao lado de seu companheiro de sangrando no chão. Cameron estava frio. —Peguem o caminhão — T-Rex gritou. Rowdy deixou Seth onde ele estava. O filho da puta não estava morto e Rowdy não tinha tempo para terminar o que tinha começado. Ele tinha que deixar Cameron quente e ver o ferimento de bala em seu ombro. Rowdy pegou Cameron e correu em direção ao caminhão, T-Rex no seu encalço.
—Aqueça seu interior. Se o sangue correr de volta para o coração muito rapidamente, ele pode ter um ataque cardíaco — T-Rex instruíu. Rowdy entrou no banco de trás do caminhão e pegou os cobertores que tinha pensado em trazer. Ele os envolveu em torno de Cameron em seguida, jogou as mantas sobre os dois. Rowdy segurou seu companheiro apertado, correndo uma mão nas costas de Cameron enquanto usava a outra para aplicar pressão sobre a ferida com um pedaço de pano. O calor explodiu no caminhão. Sentia-se bem na pele nua de Rowdy. Ele tinha sido exposto ao frio apenas brevemente e ele estava congelando. Não podia imaginar como Cameron se sentia no momento. —Eu vou chamar um amigo— disse T-Rex. —Recentemente eu descobri que ele é um shifter, mas ele também é um médico muito bom. Vamos precisar de sua ajuda. —Quanto tempo levará para chegar até nós?— As mãos de Rowdy tremiam, sua cabeça estava fodida, e seu coração estava apertando no peito. E se Cameron morresse? E se ele estivesse grávido quando foi jogado do segundo andar? Todos os tipos de cenários jogaram fora em sua mente quando T-Rex arrancou a partir da área que eles estavam e voltou para a casa. —Um dia, no máximo — T-Rex respondeu. —Ele pode saltar sobre o primeiro avião deixando Houston. Gallagher vai fazer isso acontecer. Rowdy esperava. —Será que ele sabe alguma coisa sobre a gravidez masculina? Os olhos do T-Rex se arregalaram. —Cameron está grávido? Rowdy sacudiu a cabeça. —Eu não sei. Mas se ele estiver, Gallagher poderá ajudá-lo? —Se ele é um shifter e um médico, eu tenho certeza que ele pode — T-Rex respondeu. —Basta deixar Cameron quente e nós limparemos sua ferida quando chegarmos em casa.
Rowdy apertou os lábios no templo frio de Cameron quando sentiu um nó apertar na garganta. Ele não ia perder seu companheiro. Se Cameron estivesse grávido ou não, Rowdy não estava deixando o homem ir. Ele estaria mantendo Cameron. A culpa de seu passado colidiu com a profunda e comovente necessidade de ter Cameron em sua vida. Rowdy estava cansado de se flagelar. Acabou isso de viver no passado. Cameron era seu futuro e ele estaria indo fazer o homem feliz. Ele se recusou a pensar na possibilidade de que Cameron não sobrevivesse. Isso não era uma opção. Não no livro de Rowdy. Era hora dele virar a placa e se tornar o companheiro que Cameron merecia. —Espere, bebê — ele sussurrou. —Segure-se por mim, por nós. T-Rex levou o caminhão a uma parada derrapando antes de pular para fora e abrir a porta traseira, ajudando Rowdy com Cameron. O outro caminhão voltou e Stripper e Shott se juntaram a eles. Assim que entrou na casa, T-Rex apontou para o sofá. —Ponha-o quente e tire os boxers molhados fora dele. Felizmente, ele não foi exposto por horas, assim o calor do corpo é o melhor. Vou lhe fazer algo para beber para aquecê-lo de dentro para fora Rowdy fez como T-Rex instruiu. T-Rex correu para a cozinha e voltou com um copo na mão. —Morna é melhor do que quente— disse ele. —Veja se você pode levá-lo a tossir. Rowdy não entendia por que, mas ele bateu o rosto de Cameron. Seu companheiro começou a tremer mal. —Isso é um bom sinal— disse o T-Rex. —Você quer ele tremendo. Mas eu ainda preciso dele tossindo. Isso vai me deixar saber se ele pode engolir. Rowdy segurou Cameron apertado.
—Seja gentil — T-Rex aconselhou. —Seja gentil com ele. Segure-o livremente. Não massageie, apenas segure Cameron, compartilhe com ele seu calor. Quando Rowdy finalmente fez Cameron tossir, T-Rex entregou a caneca.
Rowdy
incentivou
seu
companheiro
a
tomar
goles
pequenos,
observando-o cuidadosamente enquanto Shott aplicava pressão sobre seu ombro. —Nós aspiramos a sua ferida, logo que ele estará estável— disse Shott quando ele deu um sorriso a Cameron. —A bala passou direto. O importante é parar a perda de sangue. Você vai precisar de bastante líquido para repor o que você perdeu. Rowdy deu a Shott e T-Rex um aceno de agradecimento quando Cameron continuou a tremer em seus braços. —Por que não podemos usar almofadas de aquecimento?— Perguntou Rowdy. —Tentar aquecer alguém com água quente, massagens, almofadas de aquecimento ou lâmpadas podem fazer com que os vasos sanguíneos dos braços e pernas se dilatem muito rápido. Isso pode levar a uma queda da pressão arterial, reduzindo o fluxo de sangue para os órgãos vitais, como o cérebro, coração, pulmões e rins, potencialmente resultando em um ataque cardíaco ou morte — Shott respondeu enquanto mantinha pressão sobre o ombro de Cameron. —Basta fazer o que você está fazendo. Rowdy estava com medo de fazer qualquer outra coisa. Ele não queria fazer a coisa errada e matar seu companheiro. Mas Cameron se agarrou a ele, seu corpo tremia enquanto bebia o chá quente. T-Rex acrescentou outro cobertor para eles e em seguida, respondeu ao telefone que estava tocando. —Nós vamos ter você costurado em breve— disse Shott a Cameron. —Mas eu não posso te dar qualquer coisa para a dor, já que não sei se você
está grávido ainda. — Seu tom era suave, simpático e Rowdy apreciou o que os dois homens estavam fazendo por ele e seu companheiro. —Era
Gallagher— disse T-Rex. —Ele estava por perto quando eu
liguei para ele. Ele estará aqui em menos de uma hora. Rowdy fechou os olhos e descansou sua bochecha contra o cabelo de Cameron. Seu companheiro parecia que iria ficar bem, mas era o invisível que preocupava Rowdy. Se Cameron estivesse realmente grávido, ele perdeu o seu filho? Rowdy empurrou o pensamento de lado. Ele se recusou a permitir ter pensamentos negativos. —O-Obrigado— disse Cameron. —P-Por vir p-por mim. —Sempre — Rowdy sussurrou em seu cabelo. —Eu sempre virei por você.
Capítulo 10 Depois de toda a merda que tinha acontecido, Cameron pegou um resfriado. Estava chateado. Uma caixa de lenços estava ao lado da cama, junto com fluidos e um creme para esfregar em seu peito. Seu ombro o estava matando também. Shott havia o costurado, mas Cameron mataria por alguns analgésicos. Uma batida suave soou na porta. Gritou para a pessoa para entrar, mas sua voz estava rouca. Doeu. A porta se abriu e um homem magro entrou. Achou que era Gallagher, mas o cara não era como tinha imaginado. Estava esperando algum homem grande e combativo caminhar pela porta. Gallagher não era nenhuma dessas coisas. Seu cabelo era da cor do sol, os olhos tão escuros como folhas de verão. —Como está se sentindo? — Gallagher perguntou quando entrou no quarto.
—Eu me sinto melhor. — Disse Cameron, desprezando o fato de que soava tão nasalado. —Vamos ver se posso ajudar um pouco com isso. — Gallagher tinha uma caixa preta com ele e Cameron não tinha ideia do que o homem estava fazendo. Gallagher se sentou na beira da cama, abriu a caixa e começou a verificar Cameron da cabeça aos pés. — Desculpe, as minhas mãos estão frias. — Disse o homem. — Mas lutei com um urso polar antes de vir vê-lo. Apesar de como se sentia, Cameron riu. Gostava desse cara. O sorriso de Gallagher era bom e o homem tinha um olhar doce, mesmo que estivesse apertando e cutucando Cameron. Foi estranho e embaraçoso ter um homem tão bonito verificando cada centímetro de seu corpo. Finalmente, o médico removeu a gaze que Shott tinha colocado sobre o ferimento no ombro. O homem acenou com a cabeça. —Gregory fez um ótimo trabalho com os pontos. —Gregory? —Shott. — Acrescentou o médico. — Desculpe, tendo a esquecer que todos usamos nossos sobrenomes ou mesmo apelidos. —Qual é seu nome? — Perguntou Cameron. —Gallagher. — O médico sorriso. — Gallagher Winslow ao seu serviço. O nome não se encaixava no homem. Gallagher tirou um pouco de sangue e, em seguida, misturou num frasco com algo amarelo. Balançou o frasco, esperou e, então, balançou a cabeça quando o líquido virou um tom estranho de roxo. —Você está grávido. —Só isso? — Perguntou Cameron. — Como você sabe? —Em termos leigos, se o líquido ficasse amarelo, sem bebê. O seu HCG reagiu ao material amarelo. —Meu o quê?
—É uma palavra muito longa, mas também é chamado de hormônio da gravidez. Se não tem o HCG, não fica roxo. Isso parecia fácil. Cameron ficou ali olhando para o frasco que o médico segurava em sua mão. O líquido estava definitivamente roxo. Ele estava grávido. Sabia que poderia acontecer, mas confirmar a verdade trouxe todos os tipos de emoções para a superfície. O medo e a excitação estavam no topo da lista, no entanto. —Alguém está esperando, na porta do quarto. — Disse Gallagher quando colocou algo sobre a ferida de Cameron e fixou isso. — Ele está andando de um lado para o outro desde que cheguei. Cameron pediu a Rowdy para lhe dar algum tempo sozinho. Precisava digerir o que tinha acontecido e o que seu pai havia tentado fazer com ele. Com toda a honestidade, não queria quebrar na frente de seu cowboy. Cameron ganhou o direito de chorar, mas queria fazer isso em particular. Rowdy deu a Cameron o espaço que pediu, mas agora tudo que ele queria era seu companheiro. —Ele pode entrar. — Disse Cameron. Como se Rowdy pudesse ouvir a conversa, ele abriu a porta e entrou. Ficou ali, parecendo incerto, enquanto olhava para Cameron. Então, seus olhos pousaram sobre o frasco na mão de Gallagher. —Seu
companheiro
está
grávido.
—
Disse
Gallagher.
—
E
desidratado. Mantenha-o com bastante líquido, a ferida limpa e fresca com a bandagem. Sem brincar até que esteja completamente curado. Rowdy assentiu, mas seus olhos ainda estavam colados ao frasco. Ele parecia paralisado, imóvel. Cameron começou a se preocupar que Rowdy fosse virar as costas e sair do quarto. Por que ele não estava se movendo? —Rowdy? — Disse Cameron.
Gallagher se levantou e pediu licença. Fechou a porta suavemente atrás dele, deixando Rowdy e Cameron sozinhos. Como se estivesse acordando de um sonho, Rowdy piscou e se aproximou da cama. Ambos olharam um para o outro antes de um largo sorriso se espalhar pelo rosto de Rowdy. Seus olhos correram até o estômago de Cameron antes que se sentasse ao lado da cama. —Como está se sentindo? —Capaz de pular edifícios altos num único salto. — Cameron respondeu antes de limpar o nariz com o lenço que tinha em sua mão. — Peguei um resfriado, fui baleado, tive hipotermia e estou enjoado. Não é ruim para um único dia de trabalho. O sorriso de Rowdy aumentou. —Vejo que não perdeu seu senso de humor. —Não, perdi minha aspiração de acabar com a fome no mundo. — Ele jogou o lenço no lixo ao lado da cama antes de pegar outro. Cameron espirrou, limpou o nariz e depois sorriu para Rowdy. — Aposto que pareço uma rainha da beleza no momento. Seu nariz estava dolorido, seus olhos estavam ardendo e espirrou três vezes seguidas antes de tossir. Rowdy apertou os lábios na testa de Cameron. —Parece o homem mais bonito do mundo. —Aw, nojo. — Brincou Cameron, antes de espirrar novamente. — Muito encantador. Os olhos de Cameron umedeceram, mas não por causa do resfriado. Rowdy se inclinou para baixo, colocando o lençol de lado, antes de colocar um beijo no abdômen liso de Cameron. Olhou para Cameron com aqueles olhos cinza-escuros e Cameron sentiu sua respiração engatar. —Eu seria o maior tolo se o deixasse ir. Sinto muito, Cameron. Nunca quis te magoar ou lhe causar qualquer dor.
Estendendo a mão, Cameron segurou o rosto de Rowdy. —Vamos nos focar em nosso futuro. Podemos romper com o passado. Deslizando o braço sob o ombro de Cameron, seu companheiro o puxou para perto e o abraçou suavemente. —O que você quiser. Cameron riu. —Agora quero um pouco de comida. Estou morrendo de fome. Naquele momento, Cameron pediu que o pior ficasse para trás. Esperava que pudessem começar a construir uma vida e uma família unida. Rowdy estava disposto a deixar ir e seguir em frente, e isso era tudo o que Cameron poderia pedir. Sabia como um passado poderia assombrar alguém. Era a prova viva. Seu pai havia escapado e estava agora lá fora, em algum lugar, mas sabia em seu coração que Rowdy faria o que fosse preciso para protegê-lo e a sua criança por nascer. —Qualquer coisa especial que queira comer? — Perguntou Rowdy. — Estou pensando em um pouco de sopa e algumas bolachas. Cameron bufou. —Estou desejando uma salada com um pouco de M&Ms. Talvez alguns picles e alguns ursinhos de goma. Rowdy torceu seu nariz. Cameron estalou os dedos e apontou para seu companheiro. —E um copo de cerveja de raiz. —Posso ver que serão longos três meses. — Disse Rowdy. Ele se levantou e se curvou. — Mas seu desejo é uma ordem. Só espero que Stripper não me esfole vivo quando roubar seus M&Ms. Cameron piscou para Rowdy. —Pense nisso como uma missão secreta. Tenho fé em você. E tinha. Pela primeira vez em sua relação, Cameron tinha toda a fé do mundo em Rowdy.
O bar era barulhento e turbulento. Os homens estavam de volta consumindo suas bebidas e as mulheres estavam penduradas no balcão. Estavam mal vestidas, usando roupas que deixavam pouco para a imaginação. O local barato acolheu os Anjos Azuis com os braços abertos. Seth Langley se sentava à mesa, mastigando um palito, enquanto observava a festa dos homens. Seus olhos continuavam desviando para o presidente do clube, Papa Bear. O cara tinha resolvido as coisas com o xerife Sparrow de uma forma que fazia os dentes de Seth rangerem. Não deviam resolver as coisas. Os Anjos Azuis deveriam lançar resíduos para aquela cidade. Mas Papa Bear e Nelson nunca se deram bem, não depois que o presidente descobriu que Nelson participava de um circulo de pornografia infantil. O presidente caiu em cima de Nelson. Parecia que a morte de Nelson era perdoável aos olhos do presidente. O homem tinha sido mais do que disposto a chegar a um acordo com Sparrow. Seth queria a sua vingança pelo xerife ter matado Nelson. Mas lhe tinha sido negado até mesmo isso. Também queria terminar o que começou com seu filho. Cameron era um maricas que precisava ser tratado. Ao cair da noite, quando os homens levassem para fora toda a sua festa, Seth iria fazer um passeio de volta a Bear County e ensinar a Cameron uma lição, que ele não iria esquecer tão cedo. Não se importava se o amante de seu filho pudesse mudar em um urso. Tinha visto isso acontecer antes.
Tinha toda a confiança do mundo que poderia atirar no desgraçado antes de ir atrás de Cameron. Seus olhos se desviaram para o presidente. Papa Bear não estava só bem protegido, era também um grande filho da puta. Seth teria que ter muito cuidado perto do cara. O presidente já o olhava como se Seth estivesse tramando a sua morte. E estava. Seth estava doente e cansado de ser o tesoureiro. Era membro por mais de duas décadas. Papa Bear era o segundo presidente a assumir o clube e Seth tinha sentado, pacientemente, esperando. O vice-presidente caiu na cadeira em frente à Seth, o sorriso de pirata em seu rosto e uma garrafa de vodka na mão. —Por que não está festejando? Mas Seth não se deixou enganar pelo sorriso aparentemente inofensivo de Marcus. O cara era um assassino de sangue frio. Matou mais pessoas do que Seth poderia contar. O homem estava o avaliando, tentando descobrir os pensamentos de Seth. Seth deu de ombros enquanto tirava o palito de entre seus lábios. —Cansado da estrada. Mantendo o sorriso no lugar, Marcus colocou dois copos sobre a mesa antes de despejar vodka. —Então vou tomar uma bebida com você. O vice-presidente não era musculoso como o resto dos homens. Ainda era baixo. Mas isso não significava que era menos letal. Era uma banana de dinamite compacta, capaz de explodir violentamente. Seth pegou o copo oferecido e olhou para Marcus sobre a borda. Não confiava no homem. O vice-presidente segurou o copo em uma saudação. —Aqui! À estrada a nossa frente. Ambos levantaram seus copos e Seth esperou até que Marcus bebesse antes de jogar a sua para dentro.
Um sorriso deslizou pelo rosto de Marcus antes de tirar um pequeno frasco de sua jaqueta de couro e colocar sobre a mesa. Franzindo a testa, Seth pegou e tentou ler o rótulo, mas a sua visão começou a se confundir. —Antídoto. — Marcus explicou. — Para o veneno na garrafa. Nunca deveria ter desobedecido a uma ordem direta de seu presidente e ido atrás de seu filho. Não brinque com a família. Bons sonhos, Seth Langley. Marcus levantou-se e se juntou aos outros homens, rindo enquanto pegava uma bebida do bar e brindava. Ele se virou, seus olhos o perfurando antes de Seth sentir seu coração apertar e cair sobre a mesa.
Capítulo 11 Cameron carregava seu filho de dezoito meses para fora, onde o dia estava ensolarado, brilhante e quente. Colocou Christopher no chão e viu como seu filho correu para Rowdy, que já estava indo em sua direção. — Dadadada... — Chris balbuciou antes de cair de joelhos. Rowdy estava lá num piscar de olhos, pegando seu filho em seus braços. Chris mudou em sua forma de urso e começou a roer no dedo de Rowdy. Cameron achava que nunca iria se acostumaria com essa visão. Não, agora, viu seu filho mudar tanto que mal piscava quando acontecia. O que nunca iria se acostumar era o sorriso orgulhoso que enfeitava o rosto de Rowdy. O cowboy era um homem mudado. Por quase dois anos Rowdy não só sorria mais, mas seu riso era agora uma constante. Não foi fácil no começo. Mesmo após o nascimento de seu filho, Rowdy ainda tinha seu humor negro. Mas estes dias eram menos frequentes e mais distantes. A vida de Cameron era, finalmente, perfeita. Não ouvira mais falar de seu pai e tinha mais que trabalhar mais tempo na farmácia. Deu o apartamento a Simon e pediu desculpas por sair. Simon foi legal sobre isso.
Gallagher estava sempre por perto. O homem disse que gostava da sensação singular de Bear County. Agora era o médico shifter residente. —Não consegui detê-lo. — Disse Cameron. — Ele continuou tentando abrir a porta, perguntando por você. Rowdy esfregou a mão sobre o pêlo de Chris antes de colocar seu filho no chão. Chris rolou ao redor e cerrou os pequenos dentes na perna da calça de Rowdy, puxando e rosnando. —Estava indo para o almoço de qualquer maneira. — Disse Rowdy. Cameron se juntou a eles e deslizou o braço em volta da cintura de Rowdy. —Espero que para um longo almoço. Os olhos de Rowdy encheram de calor. —Esse é o tipo de almoço que gosto em qualquer dia. Cameron riu quando pegou o filhote e jogou Chris por cima do ombro. —Tenho certeza que Shott não se importaria de cuidar de Chris por um tempo. Shott parecia ter um talento especial com as crianças. Era babá quando se tratava de Sofia, Moirai ou Chris. O cara era natural nisto. Cameron caçou o homem. Shott estava na sala de estar com Moirai. Parecia que Steven e Colton também estavam tendo um almoço íntimo. —Vou começar a cobrar vocês. — Shott brincou. Na televisão passava Bubble Guppies enquanto Moirai lutava com o braço de Shott. Ele estava em forma de filhote, o que era ótimo, considerando que Chris também estava. Cameron depositou Chris no sofá e viu como os dois filhotes rolavam, brincando. —Não deve demorar. — Disse Cameron e depois piscou para Shott. — Uma hora, no máximo.
Shott acenou para irem, Rowdy agarrou a mão de Cameron e subiram correndo as escadas. Cameron tinha pensado que iria voltar para o barracão, o lugar que agora chamava de lar, mas parecia que Rowdy estava impaciente. Irrompeu pela porta do quarto de hóspedes e a fechou atrás deles. Cameron riu quando Rowdy pegou-o e o colocou na cama. Não estava preocupado com a possibilidade de engravidar novamente. Havia escolhido fazer o controle de natalidade. Talvez um dia fossem ter outro filho, mas Chris era o suficiente agora. Rowdy estava fora de suas roupas num flash e começou a tirar as de Cameron. O homem realmente estava impaciente. Mas Cameron também estava. Avidamente, bebeu na forma nua de Rowdy enquanto lambia os lábios secos. Deus, o corpo do homem era incrível. Todo de formas rígidas e linhas letais. Cameron adorava que seu companheiro fosse tão bem estruturado. Não doía que tivesse cabelo por todo o peito, algo que Cameron absolutamente amava. Peludo como um urso, veio à mente e Cameron riu. —Podia ferir o ego de um cara por rir quando ele fica nu. — Disse Rowdy quando deslizou para a cama. — O que há de tão engraçado? —Estou muito feliz. — Respondeu e era a verdade. Nunca tinha sido mais feliz em sua vida. Rowdy beijou ao longo do seu pescoço, seu cheiro enchendo os pulmões de Cameron. —Estou feliz. — Respondeu Rowdy. — Pretendo te fazer feliz para o resto de sua vida. Está preso comigo. Cameron ficou enfurecido quando Rowdy colocou seu punho em torno do seu pênis, dando a aquecida e dura carne alguns bons golpes. Suas costas arquearam quando empurrou seus quadris. —Nada disso. — Rowdy disse quando soltou o membro de Cameron. — Você está me montando hoje. Uma das sobrancelhas de Cameron subiu.
—Brincar de cowboy? Legal. Rowdy girou e caiu de costas, colocando as mãos atrás da cabeça. Deu a Cameron um sorriso de merda. Era um sorriso que continuamente roubava o coração de Cameron, assim como sua respiração. —Já te disse o quanto te amo? — Cameron perguntou enquanto alisava suas mãos no peito de Rowdy, correndo os dedos pelo cabelo sobre ele. A expressão de Rowdy tornou-se brincalhona e contemplativa, como se tivesse que pensar sobre isso. Ele sorriu e seus olhos suavizaram. —Sim, mas nunca vou cansar de ouvi-lo dizer isso. —Eu te amo. — Cameron beijou os lábios de Rowdy. — Isto... — Colocou beijos ao longo peito de Rowdy — e isto... — Lambeu o bíceps no braço direito de Rowdy, observando como os olhos de seu companheiro tornarem-se nublados. — mas o que realmente amo... — Cameron baixou a cabeça e lambeu o abdômen descendo para o pênis do homem. Rowdy assobiou. — Esta é uma das coisas que mais amo em você. —Uma das coisas? — A voz de Rowdy estava tensa. Cameron deu a seu companheiro seu sorriso mais sedutor enquanto olhava nos lindos olhos cinzentos. —Há uma parte de você que amo mais. O sorriso de Rowdy era grande. —Isso é porque o uso tão bem. Cameron se inclinou para cima e pressionou seus lábios sobre o coração de Rowdy. —Usa. Rowdy apareceu atordoado por ter adivinhado errado, mas Cameron se perdia nas emoções que enchiam os olhos do cowboy. —Pensei... —Que eu quis dizer o seu pau? — Perguntou Cameron. Ele abaixou, passou a língua sobre a cabeça e viu como Rowdy estremeceu. — Eu sei, mas
é o coração que me faz apaixonar por você sempre que abro meus olhos e vejo seu bonito rosto, ou ouço seu riso, ou até mesmo o vejo com o nosso filho. Essa é a parte de você que mais amo. Rowdy tentou puxar Cameron debaixo dele, mas Cameron negou com a cabeça. —Você me prometeu um passeio e pretendo que meu cowboy honre a sua promessa. Rindo, Rowdy enfiou as mãos para trás da cabeça. —Então, vamos cavalgar. Mas tome cuidado com a sela que está montando. Ela tende a ter mente própria. —Idiota. — Cameron disse antes de se acomodar no colo de Rowdy. Sentiu o grosso membro pressionando contra seu traseiro. Rowdy estava assistindo Cameron, os olhos brilhando, selvagens e quentes. Cameron se deixou intoxicar com a visão por um momento antes de se inclinar para os lados, fechando seus joelhos para que não caísse e pegou o lubrificante da gaveta do criado-mudo. Inclinando-se para frente, entregou o lubrificante para Rowdy. —Algumas coisas ainda prefiro que faça. —O prazer é meu. — Rowdy molhou os dedos e deslizou dois deles dentro de Cameron. Uma onda de calor o ultrapassou enquanto seu companheiro o esticava e brincava com ele, até que pensou que iria perder a maldita cabeça. Estava ofegante, e mais do que pronto, no momento em que os dedos de Rowdy deixaram seu corpo. —Não caia em mim agora. — Disse Rowdy. — Monte este cowboy. Cameron mordeu o lábio inferior de Rowdy antes de levantar sua metade inferior. Espalmou as mãos no peito de Rowdy, encostou sua entrada na cabeça do pau do cowboy e começou a se empalar lentamente. —Puta merda. — Rowdy gemeu. Estendeu a mão para os quadris de Cameron, que bateu suas mãos para longe.
—Mantenha as mãos onde eu possa vê-las, senhor. O sorriso do homem era grande antes que colocasse as mãos para trás, sob sua cabeça. —Sim, senhor. Cameron fechou os olhos, apoiou as mãos no peito de Rowdy, e empurrou para baixo. —Rowdy... — Sua voz era um sussurro feroz enquanto introduzia o pau de Rowdy em seu corpo. —Bem aqui, bebê. — O tom de seu companheiro estava baixo e rouco também. — Sempre aqui para você. O prazer era incrível quando finalmente chegou ao fundo. Levou um momento para se ajustar, dando pequenas respirações. Desta vez, quando Rowdy o tocou, Cameron não se opôs. As mãos de seu companheiro deslizaram até seu lado e de volta para baixo, deixando arrepios em seu rastro. —Monte-me, bebê. Cameron levantou o traseiro e deslizou para baixo, o pau duro enterrado profundamente dentro dele. Seus lábios se separaram quando sua cabeça rolou para o lado. Ele se movia lentamente, saboreando como seu companheiro o preenchia. —Mais rápido, Cameron. — A voz de Rowdy tornou-se tensa. Cameron apressou o passo, praticamente pulando enquanto Rowdy segurava seus quadris. Suas bolas batiam no abdômen do homem enquanto cavalgava, forte e rápido. —Porra, porra, porra! — Rowdy gritou e seus dedos apertaram na carne de Cameron o girando, prendendo-o abaixo dele. Os olhos de seu companheiro estavam selvagens quando agarrou suas pernas e empurrou-as para o peito de Cameron. — Mais rápido, caramba!
Cameron teve apenas tempo suficiente para agarrar a cabeceira da cama antes de Rowdy forçar o ritmo. Rangeu os dentes quando prazer cru se misturou com um pouco de dor. Começou a se seguir o ritmo de Rowdy, perseguindo seu orgasmo. Rowdy quase dobrou Cameron ao meio quando se inclinou para frente, capturando os seus lábios num beijo selvagem. Desesperado e voraz, tudo o que amava desse homem. Quando Rowdy puxou para trás e mordeu o seu ombro, Cameron gritou, seu pau explodindo. Arqueou as costas quando Rowdy continuou a impulsionar nele. O homem estava rosnando enquanto seus quadris iam e voltavam. —Deus, sim! — Cameron gritou. Rowdy largou seu ombro, recuou e abriu ainda as pernas de Cameron antes de enterrar fundo seu pau. Parou e depois rugiu enquanto gozava. Seu cowboy desabou contra ele, ofegante e suado, dando tantos beijos ao longo de seu rosto que Cameron começou a rir. Rowdy riu, antes de passar os braços em torno de Cameron. —Esse é o som que mais amo. — Rowdy se aninhou no pescoço de Cameron. — O som que morreria para ouvir e lamentaria se nunca pudesse ouvir de novo. As mãos de Cameron seguraram o rosto de Rowdy, antes de lhe dar um beijo sensual. Quando se afastou, disse — Ainda me deve cinco centavos para o charque. Rowdy rolou de rir e Cameron sabia que tinha encontrado o céu.
FIM