Cowboy Problemático Bear Country 10 Isaac Newton foi protegido toda a sua vida. Ele foi ensinado que ser gay é errado, pecaminoso, e sabe que se revelar seus desejos mais profundos, vai ser rejeitado pela sua família. Isaac conseguiu manter seu segredo escondido até que encontra um lindo cowboy motoqueiro que o tenta de uma forma que ameaça o seu próprio modo de vida. Tanner Rexford acha Isaac fascinante. Seus amigos o alertam sobre como certinho Isaac parece ser. Mas T-Rex sabe o que quer e vai atrás de Isaac, sem saber, iniciando um relacionamento que vai deixar os dois com mais do que uma perda devastadora para lidar e que irá testar suas próprias crenças. O destino parece desafiá-los a tentarem construir uma vida juntos. Mas vale a pena lutar. T-Rex descobre isso quando as dificuldades se tornam ainda maiores. Com o apoio da família, amigos, e um do outro, T-Rex e Isaac só queriam colocar de volta os pedaços de suas vidas juntos e encontrar a felicidade que parecia fora de alcance.
Capítulo Um — Quem é esse? — Isaac abanou seu rosto quando viu um alto e magro cowboy em pé na estação do xerife. Ele nunca tinha visto alguém tão lindo em sua vida. Ele sentiu como se estivesse derretendo no chão, enquanto olhava para o homem mais alto e mais sexy que já tinha visto. Ele suspirou enquanto observava o Sr. Gostoso montar em sua moto e deslizar seus óculos escuros no lugar. Ele era um belo exemplar de homem. Se Isaac tivesse qualquer coragem nele, iria até o estranho e se apresentaria. Mas ele tinha uma galinha no coração batendo atrás de suas costelas. Isso, e o fato de que ele iria ser rejeitado por sua família se ele pensasse em namorar alguém do mesmo sexo. Seus sete irmãos iriam bater pra valer nele, o que era leve em comparação com o que seu pai faria. — Se você babar mais vai derreter em uma poça. — Seu melhor amigo, Simon, disse. — Além disso, você sabe que ele está fora dos limites para você. — Pare de estourar minha pequena bolha de luxúria. — Um cara pode fantasiar. Não havia mal nenhum em Isaac sonhando com montar na parte de trás da moto e ter o seu caminho com a cara bonito. Mas Simon estava certo. Isaac poderia sonhar tudo o que queria, mas mesmo assim no final do dia, o homem ainda estaria verdadeiramente fora dos limites para ele. — Você sabe como estragar uma fantasia. — Reclamou Isaac, enquanto ele e Simon foram para a loja de ração. Ele geralmente odiava fazer compras, mas agora ele tinha um motivo para vir para a cidade o mais rápido possível. Diabos, ele viria ali todos os dias se fosse capaz de ver tais olhos deliciosos.
— Eu não estou tentando estragar a sua fantasia. Eu estava apenas apontando um fato.
— Defendeu Simon enquanto segurava a porta aberta
para Isaac. —Você sabe que a sua família é fodidamente rigorosa quando se trata de namoro e todas as coisas más. — Isaac acenou com as mãos ao redor como se tentando parecer assustador. — Graças a Deus eu não nasci em sua família. — Puxa, obrigado. — Respondeu Isaac. Ele pode ter tido uma educação rígida, mas sabia que seus pais o amavam muito e só queriam o melhor para Isaac e seus irmãos. Ele só queria que eles não fossem tão contrários à homossexualidade. Isso tornava namorar impossível para Isaac. Ele era um adulto, tinha 20 anos de idade. Mas não era incomum em sua família, que eles vivessem em casa até que, ou fossem para a faculdade ou pudessem fazer seu próprio caminho no mundo. Isaac precisava de um emprego que seu pai aprovasse antes que pudesse sair. Até agora, nada. Seu pai ira tirar sua pele se Isaac se oferecesse para o trabalho na taberna local. E no momento, eles eram o único lugar na cidade que estavam contratando. Eles caminharam para dentro da loja de ração, mas Isaac não estava se movendo muito rápido. Ele ainda estava sonhando com o deus do sexo quando ele fez o seu caminho para o balcão. — Apresse-se! — Disse Simon quando colocou a mão sobre o nariz e a boca. — Este lugar cheira a merda. O homem atrás do balcão deu a Simon um olhar zangado, mas não disse nada. Isaac pagou pelo que seu pai tinha encomendado há poucos dias e se dirigiu para a porta. — Você tem os modos de uma lesma. Simon piscou seus longos cílios para Isaac. — Você diz as coisas mais doces para mim. — Anda. — Isaac empurrou seu ombro em Simon quando eles saíram. Ele colocou as compras na parte de trás da velha caminhonete que
tinha conduzido para a cidade e olhou para trás na estação do xerife. O cara ainda estava lá, conversando com alguns outros caras. O pulso de Isaac começou a acelerar quando o objeto de seu vigoroso interesse virou-se em sua direção. O estranho inclinou a cabeça, como se para dizer Olá, e depois se voltou para seus amigos. — Uau! — Simon disse a Isaac. — Como você fez para que ele o notasse? Talvez eu devesse vestir uma calça azul brega e uma camisa verde desbotada. Seu amigo motoqueiro poderia piscar para mim, então. Isaac olhou para sua roupa. — O que há de errado com a minha roupa? — Nada se você estiver querendo parecer uma criança de fazenda. — Simon puxou a camisa de Isaac pra fora da cintura antes de estender a mão e bagunçar o cabelo de Isaac. Isaac bateu a mão de Simon longe. — Levei 20 minutos para pentear meu cabelo depois que eu tomei banho. — Eu estou tentando fazer você parecer como um rebelde em vez de um colegial. Quem divide o cabelo ao meio ainda? — Simon tentou chegar para o cabelo de Isaac novamente, mas Isaac sacudiu a cabeça. — Pare com isso. — Você nunca vai ficar com alguém parecendo como se você fosse um dos Waltons1. — Acontece que eu gosto do jeito que eu sou. — Isaac tentou ajeitar o cabelo de volta no lugar. Os fios castanhos caíram para baixo em seu rosto. Isaac rosnou para Simon. — Olha o que você fez.
1
The Waltons (no Brasil: Os Waltons) foi uma premiada série de televisão dos Estados Unidos da América, criada pelo novelista Earl Hamner, Jr., baseada no livro Spencer's Mountain e no filme homônimo de 1963, com Henry Fonda e Maureen O'Hara.
Isaac realmente gostava de como ele se vestia. Infelizmente, ele tinha sido o alvo de muitas piadas toda a sua vida. Crescer em uma família rígida que era altamente religiosa não tinha sido fácil. Tinha ficado tão ruim para Isaac e alguns de seus irmãos que seus pais decidiram educá-los em casa. O que tinha parado o assédio moral, mas sua vida social tornou-se muito pior. Pelo menos com a provocação, ele ainda estava em um ambiente social com outras pessoas. Ele tinha conhecido Simon quando se mudou para lá. O cara era desagradável, não tinha tampão no cérebro ou na boca, e não ligava para o que as pessoas pensavam dele. Isaac foi imediatamente atraído pela natureza rebelde do homem. Simon estava vivendo a vida que Isaac secretamente invejava. Como seria viver tão livremente, ignorar regras da sociedade e mostrar o dedo médio para quem não gostava dele? A ideia era provocante e fez Isaac sentir pânico ao mesmo tempo. Seus pais tinham tomado uma antipatia instantânea por Simon, mas, para espanto de Isaac e seu alívio, não tinham proibido Isaac de socializar com o punk, palavra que seu pai tinha usado para descrever Simon. Eles não tinham feito um convite para Simon vir para a sua casa, mas eles não proibiram Isaac de ir até a cidade para sair com o cara de vez em quando. — Você também precisa trabalhar em seu grunhido. — Simon apontou. — Para um shifter urso, este é bastante patético. — O que é isso? O dia de pegar no pé de Isaac? — Eu só estou tentando ajudá-lo a ficar com alguém. No ritmo que está indo, você vai ser um virgem para o resto de sua vida e possuir vinte gatos. Você tem que mostrar ao motoqueiro quente que você está interessado, que você não está com medo de ficar selvagem e dançar sobre ele. Isso vindo de um homem que usava esmalte e batom preto? Isaac não possuía um par de bolas de metal como Simon tinha. Ser diferente e destacando-se o fazia extremamente desconfortável. Isso não ajudava na sua
ideia de ser um rebelde, mas o sonho ainda estava lá, mesmo que ele estivesse com muito medo de vivê-lo. —
Vocês
estão
bem?
—
Xerife Sparrow
perguntou
enquanto
caminhava pela calçada em direção a eles. Isaac bateu a mão de Simon longe quando seu melhor amigo tentou chegar para seu cabelo novamente. —Tudo bem. — Respondeu Isaac enquanto lutava com os fios de seu cabelo antes de finalmente desistir. — Ele só estava cobiçando aquele cara. — Simon apontou para o estranho pelo qual Isaac tinha babado. Isaac sentiu a formação de calor sobre suas bochechas, mortificado que Simon iria colocá-lo em evidência. Ele queria pular em seu caminhão e fugir da cidade depois de ter matado Simon. O xerife colocou os polegares nos bolsos da frente e olhou para onde Simon estava apontando. — É isso mesmo? — Não. — Isaac girou sobre os calcanhares, indo em direção ao seu caminhão, mas ele ainda podia ouvir Simon falando com Sparrow. — Ele tem tesão pelo cara, mas você sabe como sua família é. Talvez você possa dizer ao Sr. motoqueiro que Isaac está interessado nele. — Disse Simon. Ele estava indo para assassinar brutalmente Simon. E ia ser um processo lento, doloroso, implacável, sangrento, e uma confusão de arrepiar. — Eu acho que eu vou deixar Isaac decidir se ele quer falar com o Sr. Motoqueiro. Aliás, seu nome é T-Rex. — Disse Sparrow. Isaac fez uma pausa, abrindo a porta do caminhão. Ele olhou para o xerife antes de dizer: — Realmente? Por quê? — Quem colocaria o nome de seu filho de TRex? O cara não se parecia com qualquer dinossauro que Isaac já tinha visto. Seus braços não eram tocos. Nada sobre o cara era pequeno. O motoqueiro
era bem proporcionado em todos os lugares certos. Isaac estava achando difícil parar de pensar sobre o físico do homem. O xerife deu de ombros, mas Isaac podia ver o riso nos olhos escuros do homem. — Você vai ter que perguntar a ele. Bem, parecia que Isaac nunca saberia, porque ele não estava perguntando nada a T-Rex. — Tenha um bom dia, Xerife! — Disse ele antes de subir para o assento do motorista. Simon caminhou até o lado do passageiro, apoiando os braços na janela aberta com as correntes que pendiam de suas calças tinindo contra a porta. — Você não pode viver de acordo com as regras do seu pai para sempre, Isaac. Você precisa tomar uma posição e viver a vida que vai fazer você feliz. Você sabe que ele não vai aprovar qualquer um que você namorar. Isaac olhou para o seu colo, enquanto ele brincava com as chaves em suas mãos. As palavras de Simon soaram tão verdadeiras que Isaac não sabia o que fazer. Simon não tinha uma família inteira a perder. Ele era apenas uma criança que havia sido criado por uma mãe solteira que faleceu há alguns anos. — Eu sei. Mas não é assim tão fácil Simon. Quando você viveu desta forma toda a sua vida, mudar é assustador. Simon bateu no batente da porta. — Você sempre pode vir morar comigo. Meu apartamento não é muito, mas pelo menos você vai sair debaixo do polegar de Jacob Newton. Essa não era a primeira vez que Simon tinha oferecido o seu apartamento para Isaac. Ele apreciava a bondade do homem, mas sabia que se mudar de casa era mais fácil dizer do que fazer. Isaac era o bebê da família, e seus irmãos e pais o trataram como um. Ele odiava isso, mas não importava
o que ele tentava fazer para provar que ele era um adulto, eles ainda o tratavam como uma criança. Sua mãe ainda se referia a ele como seu bebê. Isso era embaraçoso, especialmente quando ela o chamava assim em público. Seu pai iria derrubar o telhado se Isaac fosse para casa e dissesse que estava indo morar com Simon. Aos olhos de seus pais, Simon era a imagem do mal. Mas isso era a opinião deles. Simon se vestia como um gótico, tinha piercings, e ouvia a estranha música de vampiro, como seus pais a chamavam. Isaac gostava que o amigo fosse diferente, que ele não se parecesse com ninguém que tivesse conhecido antes. A vida protegida de Isaac às vezes afetava os nervos de Simon, mas ele era o único amigo que Isaac tinha. — Eu vou pensar sobre isso. — Isaac ligou o caminhão. Simon deu um passo para trás, dando a Isaac aquele mesmo olhar de piedade que ele sempre fazia quando Isaac voltava para casa. Ele odiava aquele olhar. Ele só lembrava a Isaac que estava vinculado por lealdade a sua família e iria mais do que provavelmente viver uma meia-vida, definhando por coisas que ele nunca poderia ter. Como T-Rex. — Mantenha a minha oferta em mente, Isaac. — Simon se virou e desceu a rua, parecendo deslocado entre as pessoas e em Bear County. O homem não pareceu notar enquanto ele se dirigiu para a farmácia onde trabalhava. Isaac ficou lá por um momento, olhando no espelho retrovisor para o homem dos seus sonhos. Ele precisava parar de cobiçar... Seria o nome dele realmente T-Rex? Isaac sorriu para si mesmo quando se afastou. Pelo menos agora, ele tinha um nome para usar em seus sonhos.
Capítulo Dois
Tanner Rexford observou o surrado e enferrujado caminhão vermelho se afastar do meio-fio e sair da cidade. Uma vez que o caminhão estava fora de vista, ele tirou os óculos escuros e descansou-os em sua cabeça. — Eu acho que ele tem uma queda por você. — Disse Shott quando se pôs ao lado de T-Rex. — Eu nunca vi ninguém parecer tão interessado na minha vida. T-Rex teria dito a Shott que ele estava cheio de merda, mas ele tinha notado a mesma coisa. Como não podia? O olhar do cara era muito penetrante para se ignorar. T-Rex sabia quando alguém estava olhando para ele, e o estranho não tinha feito nenhum esforço para esconder seu olhar. Sparrow caminhou em direção a eles com um torto sorriso de comedor de merda no rosto. — O Menino Amish2 tem tesão por você. T-Rex rosnou baixo em sua garganta. Ele odiava o fato de que os homens que estavam ao redor dele soubessem que o estranho estava atraído por ele. Ele ia ser gozado sobre isso agora. T-Rex não gostava de ser o centro das piadas. Se Sparrow e Shott fossem longe demais, ele iria matar a ambos. — Qual é seu nome?— Perguntou T-Rex. Ele estava realmente interessado em um cara certinho? O estranho era o oposto do que T-Rex geralmente perseguia. O homem magro parecia como se pertencesse a alguma sociedade Mórmon, em vez de a uma cidade pequena como Bear County. — Seu nome é Isaac Newton. — Disse Sparrow. T-Rex inclinou a cabeça para o lado e fitou Sparrow boquiaberto. —Você está falando sério? O homem riu.
2
Amish é um grupo religioso cristão anabatista baseado nos Estados Unidos e Canadá. São conhecidos por seus costumes conservadores, como o uso restrito de equipamentos eletrônicos, inclusive telefones e automóveis.
— Sim. Ele vive com sua família a cerca de cinco quilômetros da cidade. Eles são um grupo estranho se você me perguntar. Eles meio que me lembram dos Amish que nós conhecemos quando estávamos em missão. — Eu me lembro disso. — Disse Shott. — O Condado de Holmes, Ohio, certo? Sparrow assentiu. — O lugar me deu arrepios. — Eu achei que era muito legal. — T-Rex admitiu. Ele gostava da sociedade retrocesso e seu modo de vida. Era uma forma tão simplista para viver. Os moradores ainda usavam carrinhos puxados a cavalo como meio de transporte, água de poço, e alpendres. Ok, T-Rex poderia ficar sem a casinha, mas ele realmente gostava da cidade retrocesso. Essa era uma das razões que ele concordou em se mudar para Bear County, há cinco anos. O local era pitoresco e o agradava em tantos níveis diferentes. T-Rex tinha crescido no subúrbio e amava-o. Mas ele tinha amado igualmente Bear County. — Isso é porque eles cozinhavam todos os seus alimentos favoritos. — Shott lembrou. —Você quase colocou o restaurante de Yoder fora do negócio. T-Rex sorriu. — Eu sou um garoto com um apetite saudável. — Você está sempre com fome. — Disse Sparrow. — O que me lembra... Tia Renee disse que a próxima vez que você e os caras vierem para o jantar, tragam uma vaca para que possamos nos dar ao luxo de alimentá-los. Especialmente Mason. O homem pode comer um buffet completo de comida e ainda estaria com fome. Mencionar Mason só lembrou a T-Rex quão preocupado ele estava com o empregado do rancho. Mason tinha sofrido envenenamento de prata, e
embora o shifter urso jurasse que estava bem, havia momentos em que T-Rex pegava o cara massageando o ombro e apertando e desenrolando os dedos. Mas Mason recusou-se a descansar ou deixar que Gallagher fizesse um exame médico nele. Mason era duro como pregos e enorme como o inferno, mas todos tinham uma fraqueza, e fingir que ele não estava ferido poderia piorar a situação. Mas T-Rex não estava indo para forçar o cara a procurar tratamento, se houvesse tratamento para o envenenamento de prata. T-Rex era humano, e ele não sabia muita coisa sobre a composição genética de shifters. —Você sabe que Renee ama todos nós. — T-Rex respondeu. — Nós a amamos. Sparrow resmungou. — E não deixe Harland ouvir você dizer isso. Você sabe como ele é super protetor sobre sua mãe. Ele pode atirar em você. Ele ameaçou Jack em muitas ocasiões. Felizmente Jack e Renee estão se casando, por isso Harland pode deixar o pobre homem viver. — Não me diga. — Shott disse enquanto se sentava em sua moto, os braços cruzados sobre sua coxa. —Como é que ainda não recebemos um convite? Sparrow deu de ombros. — Renee ainda está elaborando a lista de convidados. Você sabe que está convidado. Todos no Rancho Grande Urso estão. Só não mencione nada sobre a lua de mel. Harland ainda acha que sua mãe é uma virgem. T-Rex sorriu. Ele sentia o mesmo por sua própria mãe, mesmo que ela tivesse dado à luz a oito filhos. Ela ainda era santa a seus olhos, e ele bateria em qualquer um que dissesse de outra forma. — Falando de sexo... — Sparrow disse enquanto se virava para TRex. — Você vai bater na bunda do menino Amish? Shott e Sparrow riram.
— Em primeiro lugar, ele não é um menino. — T-Rex corrigiu Sparrow. — Em segundo lugar, isso não seria direito, talvez ele seja Amish da forma como ele se veste. Isso só fez Shott e Sparrow rirem ainda mais. Shott inclinou-se sobre o ombro de Sparrow enquanto ele ria, segurando seu lado. — Vocês são dois idiotas. — T-Rex reclamou. Sparrow enxugou as lágrimas em seus olhos. — Aliás, ele é um shifter urso, T-Rex. T-Rex congelou, olhando para Sparrow em descrença. — Você tem que estar brincando comigo. — Eu vou ser condenado. — Disse Shott. —Vai investir no cara? T-Rex estreitou os olhos para Shott. Ele tinha visto uma abundância de
nascimentos
desde
sua
missão
em
Columbia
para
resgatar
Milo,
companheiro de Bryson. A maioria dos homens vivia com as crianças que tinham. E, apesar de T-Rex ansiar por uma família, ele nunca pensou em ter uma desde que ele era gay, e humano. Ele interiormente sorriu com a possibilidade de ter uma família própria. Talvez houvesse mais em Isaac Newton do que parecia à primeira vista. O cara parecia certinho da forma como ele se vestia, mas pelo que T-Rex sabia, poderia haver um gato selvagem sob aquelas calças que não faziam jus a ele. — Precisamos voltar. — Disse Shott quando T-Rex ligou a sua moto e deslizou seus óculos no lugar, tentando o seu melhor para não pensar sobre o certinho Isaac. — Stripper disse que ele precisa de você para ajudá-lo com alguns dos equipamentos. — Falo com vocês mais tarde. — Sparrow entrou na estação. — Falando sério. — Disse Shott. —Você vai atrás daquele pedaço de bunda?
— Esqueça-o. — T-Rex advertiu. —Ele é só um cara com uma paixão para os meninos maus. Vai passar. — Ele não queria deixar Shott saber que ele planejava investigar mais sobre Isaac Newton. Shott nunca iria deixá-lo em paz se soubesse. — Eu não sei. — Shott coçou o queixo. — Parecia que ele estava babando por um pedaço seu. T-Rex acelerou sua moto, abafando qualquer outra coisa que Shott poderia ter dito. Ele foi para casa e entrou no caminho sinuoso para o rancho. Ele estacionou ao lado da multidão de veículos e desligou o motor antes que Shott estacionasse ao lado dele. T-Rex tinha comprado sua moto no verão passado e adorava a sensação da Harley sob ele. Ele costumava andar anos antes, mas tinha parado quando ele criou a Guarda-Costas Executivo. Ele não tinha tido tempo. Mas agora que ele estava completando trinta e cinco anos, ele decidiu que a vida era curta demais para deixar passar as coisas que amava. Shott tinha comprado uma também, e os dois fizeram muitas viagens através da montanha. Eram dias como estes que T-Rex desfrutava ao máximo. Ele se sentia revitalizado depois de pilotar a maior parte do dia e estava pronto para enfrentar o que quer que aparecesse em seu caminho. Entrando dentro da casa, ouviu Stripper gritando com alguém na sala de comunicações. O cara estava mais do que provavelmente jogando seus jogos de videogame. Quando T-Rex colocou a cabeça para dentro do quarto, um largo sorriso se espalhou pelo seu rosto. Stripper estava realmente jogando seus jogos de videogame. Mas ele estava usando um par de boxers e tinha seu filho, Abriel, amarrado em um desses portadores de bebê. Abriel estava pendurado no peito de Stripper, seus olhos piscando na tela da televisão.
O menino tinha quase um ano, e ele deu a T-Rex um sorriso que mostrava seus três dentes. Abriel começou a chutar os braços e pernas. Stripper parou o jogo e se virou. — Dê-me um segundo para aniquilar este fanfarrão meleca de nariz. — O cara parecia se controlar para não usar palavrões sempre que estava em volta de seu filho. — Eu vou estar na cozinha. — T-Rex saiu do quarto, sem interesse em assistir o homem jogar o seu jogo, embora ele estivesse feliz que Stripper já não andasse nu. Boxers eram sua nova declaração de moda quando em casa. — Ei, tenho algo que eu preciso que você prove. — Sam disse assim que ele enfiou a cabeça para dentro da porta da cozinha. — Isso soa errado em muitos níveis. — T-Rex foi em direção à cozinha. Ele não se importava de ser a cobaia de uma nova receita. Sam era um inferno de um bom cozinheiro. Ele pegou a concha que Sam estendeu para ele, um molho marrom fumegante quando T-Rex soprou sobre a deliciosa mistura de cheiros. Ele tomou um gole e depois entregou a concha de volta para Sam. — Precisa de mais alguma coisa. Sam franziu as sobrancelhas e usou uma colher limpa para mergulhar no pote antes de colocar o molho sobre os lábios. Ele provou-o e, em seguida, assentiu. — Mais caldo de carne. Foda-se se T-Rex sabia. O máximo que ele poderia fazer na cozinha era queimar alguma coisa. — Parece certo. — T-Rex tem um admirador. — Disse Shott quando entrou na cozinha, pegando a colher de Sam para experimentar. — O menino Amish estava comendo T-Rex com os olhos.
— Menino Amish?— Perguntou Sam. Uma sobrancelha subiu mais alto do que a outra, enquanto olhava estranhamente em T-Rex. —Diga-me o que ele tem pelo menos, dezoito anos. — Ele não é um menino. — T-Rex reiterou mais uma vez enquanto dava a Shott um olhar fulminante. — E esqueça a porra desse assunto. Sam e Shott riram antes de Sam pegar a colher de Shott quando ele tentou mergulhá-la de volta na panela. — Comporte-se. Stripper entrou na cozinha, Abriel ainda pendurado em seu peito. — Eu preciso de uma caixa de suco. Ab está ficando sedento me vendo jogar. — Na geladeira. — Disse Sam. —As caixas estão no compartimento de vegetais. T-Rex foi para a geladeira, conseguir um lanche antes do jantar. Ele tentou abafar a imagem do como as nádegas de Isaac Newton pareciam, mas para seu espanto, sua mente não desligava. Ele não queria ficar duro, enquanto estava na cozinha. Depois de pegar uma maçã, T-Rex se dirigiu para seu escritório. Stripper ia ter que esperar. Ele tinha um trabalho de reconhecimento para fazer em Isaac Newton.
Isaac mal conseguiu tirar o caminhão para o lado da estrada antes dele morrer. Ele não sabia o que estava errado com ele, mas vapor estava vindo de debaixo do capô. Isso nunca era um bom sinal.
O caminhão não era novo. Nem de longe. O Chevy tinha estado em sua família desde que Isaac era um garoto pequeno. Lembrava-se de seu pai trabalhando nele o tempo todo. Naquela época, Isaac pensou que seu pai só gostava de usar as mãos para mexer com as coisas. Agora ele podia ver que este veículo se mantinha funcionando pelas mãos experientes de seu pai e por pura sorte. Mesmo que Isaac não tivesse ideia do que estava fazendo, ele saiu do carro e caminhou até a frente. Ele olhou para o capô, como se pudesse magicamente fazer a coisa se consertar por si mesma. Não. Isso não funcionou. Ainda havia fitas de vapor que saíam do lado como se o caminhão tivesse se transformado em um dragão que estava soprando fumaça sobre ele. A cidade estava a cinco quilômetros de distância e sua casa a uns sete quilômetros na direção oposta. Isaac não estava certo sobre o que ele deveria fazer. Esta era a primeira vez que isso tinha acontecido com ele. Seus pais não acreditavam em qualquer coisa moderna, exceto por este caminhão, Isaac não tinha telefone celular, e mesmo se o tivesse, não havia um telefone em casa para ele chamar. Ele só estava preso ali no lado da estrada, olhando para o deserto à sua volta. Ele colocou as mãos nos quadris e olhou para cima e para baixo da estrada, procurando alguém ou algum veículo. Ele estava chutando-se na parte traseira para tomar uma rota mais curta. Infelizmente, essa rota mais curta era um caminho menos percorrido, e não havia como dizer se alguém passaria por ali. Ele ainda tinha que ir à cidade para pegar mantimentos. Talvez uma vez que ele estivesse lá, alguém lhe daria uma carona para casa. Como último recurso, ele poderia sempre pedir ao xerife. Não que Xerife Sparrow se importaria, mas ele sabia que o homem estava ocupado e Isaac realmente odiava incomodar alguém, mas ele podia não ter uma escolha.
Enfiando as mãos nos bolsos, ele partiu em sua caminhada de cinco quilômetros. Pelo menos ele tinha o tempo a seu favor. As fortes chuvas tinham parado na noite anterior, e agora o céu estava ensolarado e claro. Havia um ligeiro frio no ar, mas nada que Isaac não pudesse lidar. Ele tinha andado cerca de um quilômetro abaixo da estrada quando um caminhão surgiu ao redor da curva. Antes que Isaac pudesse erguer os braços para acenar para a pessoa ao volante, o caminhão passou através de uma grande poça de água, encharcando-o da cabeça aos pés. Este não era o seu dia. Ele estava lá como um rato afogado. As luzes traseiras no caminhão de um vermelho brilhante, e, em seguida, o caminhão começou a parar. Isaac tentou limpar o máximo de água do seu rosto que podia. Ela estava pingando de seu cabelo em seus olhos. O que piorou as coisas foi o fato de ele agora tinha pedaços de fuligem e lama em seus cabelo e roupas. O caminhão diminuiu e parou. Isaac ainda estava tentando tirar a lama da frente do seu cabelo quando ouviu alguém se aproximar. Ele olhou para cima, e seu coração gelou no peito. Seus lábios se separaram, e Isaac encontrou-se olhando para os olhos azuis mais bonitos que ele já tinha visto. Tão bonitos. E tão hipnotizantes. Lembraram a Isaac de gelo no inverno. — Eu não vi você. — Disse T-Rex. — O que você está fazendo andando na estrada? Isaac abriu a boca para dizer ao homem por que ele estava andando, mas ele não conseguia se lembrar. Ele não conseguia se concentrar em nada, além dos lindos olhos azuis do homem. Era como se ele estivesse caindo para eles, sendo sugado por seu fascínio. — Você está bem? Tem certeza?— As sobrancelhas escuras de T-Rex franziram quando ele inclinou a cabeça para o lado. — Eu não vi você cair e bater a cabeça.
Isaac estremeceu quando a água que tinha embebido através de suas roupas começou a esfriar sua pele. Seu urso choramingou enquanto Isaac ficou ali olhando como um idiota. Ele correu as mãos para cima e para baixo de seu braço. O frio foi crescendo, e o sol parecia não aquecê-lo. Os olhos de Isaac se arregalaram levemente quando um cheiro inebriante de cedro e couro o rodeou, agarrando-o em um prazer sensual feroz, fazendo-o tremer e quase gemer. Havia tanto poder emanando deste homem que Isaac se sentiu atraído por ele, e para sua surpresa, ele se sentia seguro estando perto de T-Rex. — Isaac? — Eu estou bem. —Ele conseguiu dizer, embora ainda estivesse perdido em quão bem T-Rex cheirava. Seu urso queria se enrolar ao lado do homem alto e inalar sua fragrância por horas. — Só estou com frio. T-Rex olhou de Isaac para a estrada atrás dele. — Eu pensei que fosse o seu caminhão lá atrás. Você precisa de uma carona para a cidade? Isaac acenou com a cabeça. — Deixe-me te dar um cobertor para que você possa ficar um pouco mais quente. — T-Rex se virou, e Isaac assistiu o humano caminhar de volta para seu caminhão. Seu rosto aqueceu quando seus olhos caíram para a bunda do homem. Isaac rapidamente desviou o olhar. Por mais que ele quisesse olhar para bunda do cara, ele sabia que era errado. Seu pai havia dito em mais de uma ocasião que ser gay era um pecado. Isaac se sentia sujo por querer T-Rex, por desejar outro homem. Ele podia ter falado sujo com Simon, mas Isaac sabia que nunca seria capaz de viver sua vida em seus próprios termos. Tudo o que ele tinha era a sua família, e eles iriam virar as costas para ele, se algum deles soubesse o que ele ansiava fazer com esse cara.
Mas Diabos se ele não cheirava bem. T-Rex acenou para Isaac se aproximar e, em seguida, enrolou o pequeno cobertor sobre os ombros de Isaac. De todas as pessoas no mundo, por que tinha de ser T-Rex que passou por este caminho? Por que se sentia como se o destino o estivesse testando? Com os braços dobrados sobre o peito, Isaac caminhou até o caminhão e entrou. T-Rex o ajudou depois que Isaac quase caiu para trás. O cobertor tinha se enrolado ao redor de seus pés. O interior cheirava a canela. Havia um aromatizador preso na ventilação de ar. Mas Isaac poderia sentir a fragrância de couro e cedro de TRex se agarrando fortemente dentro do caminhão. Era ousada, picante, e o cheiro o fez inalar profundamente. Isaac tentou lutar contra o que ele estava sentindo. Ele não queria ser
diferente.
Isso
era
bom
para
Simon.
O
homem
podia
ser
tão
despreocupado como ele queria, porque ele não tinha ninguém a quem responder. Isaac tinha. T-Rex entrou e fechou a porta antes que de virar-se para Isaac. — Onde você estava indo? Isaac cavou a lista de compras do bolso e depois gemeu quando viu que a tinta havia escorrido. Ele lembrava de algumas coisas que foram escritas, mas não todas elas. — Para o supermercado. — Isaac enrolou a lista na mão enquanto olhava para fora da janela. — Obrigado por me dar uma carona. — É o mínimo que eu podia fazer depois de você ficar encharcado. — T-Rex puxou para o lado da estrada e foi em direção à cidade. Isaac rangeu os dentes quando o cheiro de T-Rex tornou-se mais forte e se tornou impossível não respirá-lo. Ele enfiou as unhas nas palmas das
mãos e concentrou-se em tentar lembrar o que estava na lista. Ele olhou-a rapidamente quando sua mãe entregou a ele. Mas por sua vida, Isaac não conseguia se lembrar de tudo que ele precisava comprar. — O que vai fazer sobre o seu caminhão? Isaac continuou a olhar para fora da janela quando ele disse: — Meu pai vai ter que vir buscá-lo. — Você sabe o que há de errado com ele? Isaac balançou a cabeça e desejou que o homem parasse de falar. Ouvir a voz de T-Rex estava fazendo coisas estranhas ao seu corpo, coisas más, coisas deliciosas, coisas que Isaac não deveria desejar, e muito menos fazer. — Não. T-Rex trocou as mãos, colocando a esquerda no volante enquanto ele descansava o braço direito no console entre eles. Isso trouxe o homem mais perto. Isaac se obrigou a não virar e olhar. — Vou lhe dizer...Como uma compensação por ter encharcado você, vamos pegar os mantimentos, e então eu vou trazê-lo de volta para o seu caminhão e dar uma olhada nele. Eu sou um bom mecânico. Essa é a última coisa que Isaac queria que acontecesse. Ele não tinha necessidade de passar mais tempo em torno de T-Rex. Agora que o homem estava tão perto, a atração de Isaac pelo ser humano tinha ficado mais forte. Ele precisava ficar longe. Mas ele não podia encontrar uma maneira educada de recusar a oferta de T-Rex. O homem virou a mão, mostrando a palma para Isaac. — Sou Tanner Rexford. Isaac olhou para a mão do homem. Ele não queria ser rude e não segurá-la, mas Isaac temia o contato. Ele estava com medo do que poderia acontecer quando suas peles se tocassem. Então, ele se estabeleceu em um sorriso.
— Sou Isaac Newton. T-Rex riu. — Foi o que eu ouvi. Isaac mordeu o lábio inferior e, em seguida, virou-se para olhar pela janela. Ele não ia deixar-se encantar por este homem. Sua fascinação com o humano necessitava ter um fim, e precisava terminar agora. O cara era muito mais velho também. Isso deveria convencer Isaac para deixar T-Rex sozinho, mas para seu desgosto, ele só fazia o homem mais atraente. O que diabos há de errado comigo? — Meus amigos me chamam de T-Rex. — Bonito apelido. — Isaac amaldiçoou por ceder ao homem na conversa. — Estou feliz que você gosta. Isaac gemeu interiormente. T-Rex não estava fazendo isso fácil. Mas, pelo menos, Isaac tinha resolvido o enigma de por que o ser humano tinha sido chamado T-Rex. Ele só queria que ele pudesse resolver o enigma de por que ele tinha nascido diferente dos seus irmãos.
Capítulo TRÊS T-Rex nunca trabalhou em um caminhão nenhum dia em sua vida. Ele não tinha certeza por que ele mentiu para Isaac sobre isso. A única razão que podia pensar era que ele queria passar mais tempo em torno do homem. Mas não era como se T-Rex fosse um enganador. Ele começou a dizer Isaac à verdade, mas segurou as palavras. Ele só teria que conseguir um de seus amigos para ajudá-lo. T-Rex não poderia pensar em deixar Isaac encalhado. O homem era leve, quase delicado, mas
não era só isso, embora não havia como negar que sua estrutura óssea fosse pequena e que o cara estivesse abaixo do peso. Eram os olhos dourados de Isaac que hipnotizaram T-Rex. Eles eram enormes em seu pequeno rosto. A sombra brilhante de âmbar e ouro, que se destacavam contra o seu cabelo negro. T-Rex puxou para dentro do parque de estacionamento e colocou o caminhão no parque, voltando-se para Isaac. —Você vai para dentro e faça suas compras. Eu vou cuidar de seu carro. Chame-me quando você terminar. Isaac lançou o cobertor e esfregou as palmas das mãos para baixo de suas calças. —Eu não tenho um telefone celular. T-Rex pegou seu de dentro do console e removeu a trava de segurança no aparelho antes de entregá-lo para Isaac. —Há alguém chamado Shott em meus favoritos. Pressione o número dele e peça para falar comigo e eu vou saber que você terminou. Isaac olhou para o telefone como se nunca tivesse visto antes. T-Rex estendeu a mão, roçando a de Isaac. Ele percebeu de imediato o quanto as suas mãos eram maiores que as de Isaac. —Deixe-me te mostrar. Ele deu Isaac uma breve lição sobre como usar o telefone e, em seguida, entregou-o de volta. —Entendeu? Isaac acenou com a cabeça e enrolou o telefone em sua mão como se T-Rex fosse levá-lo de volta a qualquer momento. —Eu não devo demorar. — Ele abriu a porta do caminhão e olhou para trás por cima do ombro, os olhos brilhantes cor de âmbar-dourado à luz do sol. —Obrigado por me ajudar.
O olhar do homem deslizou antes dele sair e correr em frente ao estacionamento. Tudo o que T-Rex podia fazer era assistir Isaac até que ele desapareceu no interior da loja. Ele estava meio tentado a seguir, mas lembrou-se do caminhão de Isaac. T-Rex pegou o telefone e então suspirou. Ele teria que ir para casa, pois ele não poderia telefonar. Ele puxou a partir do estacionamento e se dirigiu ao Rancho Grande Urso. Ele esperava que Shott estivesse em casa. O cara era muito bom com motores e T-Rex precisava de ajuda do homem. —Isso foi rápido— Sam disse enquanto caminhava para fora da cozinha. —O cliente não apareceu? T-Rex amaldiçoou, esqueceu que ele deveria encontrar um cliente em potencial em Junction City. Como ele tinha esquecido a sua reunião? Ele se reuniu com Chase Willis duas vezes antes e não tinha certeza se o homem iria contratar o Guarda-Costas Executivo. Mas T-Rex sempre apareceu nas reuniões. —Você vai ter que chamar Chase por mim e remarcar— disse o TRex. —Você viu Shott? Depois de lançar a toalha de mão por cima do ombro, Sam balançou a cabeça. —Ele saiu mais cedo e não disse para onde ia. T-Rex usou o telefone fixo para chamar Shott. Ele não achava que o homem iria responder e estava pronto para desligar quando Shott finalmente atendeu. —Isso é importante? T-Rex conhecia aquela voz. Shott estava tendo algum traseiro. T-Rex resmungou e disse: —Não importa. Ele desligou e depois ligou para a garagem local. Jed atendeu no segundo toque.
—Estação de Serviço Bear County. —Ei, Jed. É T-Rex. —Ele esperava Jed tivesse tempo para corrigir caminhão de Isaac hoje. —Ei, T-Rex. O que posso fazer para você? —Se eu tivesse um caminhão rebocado para a sua estação, você pode arrumá-lo ainda hoje? —Depende do que há de errado com ele. T-Rex não tinha a menor ideia. Ele só sabia que estava sentado em uma estrada parado. Ele não se preocupou em olhar uma vez que ele não saberia o que ele estava olhando. —Não sei. —Você precisa de mim para rebocá-lo?— Perguntou Jed. —Você poderia? O homem riu. —Apenas me diga onde ele está e eu vou enviar alguém para buscálo. T-Rex foi inundado com alívio. Ele deu a Jed às direções em que o caminhão de Isaac tinha quebrado. —Obrigada, e me mende a conta. —Eu posso fazer isso. Agora tudo o que ele tinha a fazer era buscar Isaac e depois levá-lo para a estação de Jed. Talvez ele devesse ter feito isso antes de Isaac comprar os mantimentos. Ele franziu a testa e, em seguida, decidiu que iria armazenar os itens de Isaac na geladeira aqui antes de levar o homem para um check-up em seu caminhão. Esse plano permitiria T-Rex gastar ainda mais tempo com Isaac. Ele estava na cozinha e balançou a cabeça. Nunca em sua vida foi tão longe fora do seu caminho para ajudar alguém. Ele não gostava disso. Em sua linha de trabalho, com certeza, mas era para isso que ele era pago para fazer. Mas ele estava disposto a não só acomodar Isaac, mas pagar a conta também.
—Tudo bem?— Sam perguntou quando ele caminhou até a cozinha. —Você parece um pouco tenso, grandalhão. Ele sentia-se tenso. —Está tudo bem. Algo só apareceu no último segundo. Sam deu-lhe um olhar eu não acredito que você, mas depois deu de ombros. —Deixe-me saber se você precisar de alguma ajuda. —Obrigado, mas eu estou bem. Eu vou estar fora o resto da manhã, possivelmente à tarde também. Chame-me se você precisar... —T-Rex lembrou que Isaac era para chamar Shott. Ele xingou e saiu da cozinha, indo direto para o seu caminhão. Quando ele parou na Piggly Wiggly, Isaac estava em pé na frente, três sacos de papel no chão ao seus pés. Ele parecia aliviado quando T-Rex estacionou e saiu. —Eu não acho que o seu telefone funcione — disse Isaac quando ele o devolveu. —Eu liguei para o número que você me disse, mas o cara que respondeu usou um monte de palavrões antes de desligar. T-Rex ia ter uma longa conversa com Shott. Mas, novamente, Shott não sabia que era Isaac chamando. —Desculpe por isso. Shott foi lançado sobre sua cabeça quando era criança. Ele pegou os sacos e os armazenou na parte de trás. —Seu caminhão está sendo arrumado. Pode levar um tempo, talvez devêssemos armazenar suas compras na geladeira na minha casa. Isaac hesitou seus olhos ficando ligeiramente redondo. Isso soou um pouco assustador, não é? Venha para o meu covil. Havia tanta coisa errada nessa afirmação que ele nem sabia por onde começar. T-Rex balançou a cabeça. —Assim não estraga nada, enquanto nós estamos na estação de serviço— acrescentou.
Isaac riu, e foi um zumbido quente que fez T-Rex se sentir tão bem e que ele queria ouvir para sempre. —Eu não tenho o hábito de ir para casa com estranhos. Eu agradeço a sua ajuda, mas se me levar para casa será muito bom. —E então Isaac corou. —Isso não deu certo. Um bloqueio escuro caiu sobre a testa de Isaac, e T-Rex se imaginou empurrando-o de volta sem cuidado para ele errar mais. Ele só queria tocar no cara. —Saiu perfeitamente — T-Rex respondeu. Isaac olhou para T-Rex, como se lhe tivesse crescido duas cabeças. As sobrancelhas do homem se juntaram, e seu olhar se tornou ainda mais penetrante, como se estivesse descascando T-Rex de dentro para fora. T-Rex não iria lamentar o que ele disse, mas também sabia que no momento que olhou para Isaac, que ele não queria deixar o cara ir embora. Isaac estava tão perto que T-Rex podia sentir o cheiro dele, podia sentir o calor de envolver o homem em torno de si, e se sentiu tão bem que ele queria fazer algo realmente estúpido como se inclinar sobre Isaac. Só assim ele poderia senti-lo sobre sua pele. Mas ele poderia dizer que Isaac estava nervoso, então T-Rex manteve a distância. Mas foi Isaac que se aproximou, como se uma força invisível estivesse o empurrando perto de T-Rex. Seus dedos deslizaram por baixo do queixo de Isaac, para que seus olhos se encontrassem. Em seguida, seus dedos deslizaram sobre o rosto de Isaac e até o templo do homem, onde TRex brincou com fios soltos que tinham caído soltos. —Eu prometo que nada vai acontecer com você. Nada que você não quer que aconteça. Você tem a minha palavra. —Eu só...— Isaac lambeu os lábios, e então seus olhos pousaram nos de T-Rex, como se implorando por um beijo. T-Rex deslizou sua mão ao redor da nuca de Isaac, seu polegar roçando a pele macia na linha do cabelo. —Vamos ver seu caminhão.
Isaac olhou para T-Rex, buscando seu olhar. Ele olhou para T-Rex por
um
longo
momento,
com
os
braços
cruzados
sobre
o
peito
defensivamente. T-Rex segurou a porta do passageiro aberta. —Tem minha palavra. Isaac pareceu relaxar bastante enquanto subia no caminhão. Ele se estabeleceu antes de T-Rex fechar a porta e respirou fundo. Nunca tinha trabalhado tão duro para fazer alguém se sentir à vontade ao seu redor. T-Rex sabia que ele era uma visão intimidante. Com 1,96m o topo da cabeça de Isaac atingia apenas o peito do T-Rex. Ele teria que ir devagar e ter paciência com Isaac. A última coisa que ele queria era que o homem tivesse medo dele. T-Rex interiormente sorriu. Sua aura intimidadora era algo que ele se orgulhava ao lidar com situações hostis. Ele usou a sua altura e tudo mais que podia para subjugar os homens que começavam o problema. No
entanto,
ele
estava
tentando
muito
duro
parecer
menos
ameaçador para Isaac. As únicas outras pessoas que ele já tentou muito duro parecer gentil foi com as crianças em casa. Abriel usava T-Rex, como um trepa-trepa, escalando e babando em cima dele. Mas ele tinha caído no amor com o pequeno menino no momento em que pôs os olhos sobre a criança. O mesmo acontecia para Sofia, Moirai e Chris, mas nenhum deles o temia. O que era uma coisa boa nos olhos de T-Rex. Agora ele tinha que usar a mesma tática com Isaac. Ele deslizou atrás do volante e o levou para casa. Ele fez questão de manter distância de Isaac, para manter a sua palavra de que ele não iria tentar nada. Foi difícil, considerando o quanto ele queria o homem. Em vez de levar Isaac pela porta da frente, onde ele sabia que estaria um caos, ele puxou o caminhão em torno de trás e levou os sacos de papel pela porta de trás, os colocando na geladeira.
—Desde quando você faz compras na mercearia?— Perguntou Sam. O homem estava em pé na pia, cortando alguns legumes. —Eu não faço. Essas são os mantimentos de Isaac, e você poderia, por favor, certificar de que ninguém os toque? Sam sorriu. —Vai bater esse... —Não vá até lá. Seu caminhão quebrou, e nós vamos para a estação de serviço. Eu não quero que seus mantimentos estraguem. Sam assentiu. —Eu vou ter certeza que ninguém os toque. —Obrigado — T-Rex disse antes de dar um passo para trás indo para fora. Isaac estava sentado no caminhão, com os olhos colados ao curral. T-Rex olhou para onde Isaac estava olhando para ver Mason trabalhando com um cavalo. Era uma nova adição, e o cavalo não estava cooperando. T-Rex estudou Mason por um momento e notou que o homem favorecendo seu lado direito. Ele iria ter uma conversa com o médico. Mason não podia continuar assim. O homem era tão teimoso quanto o dia era longo, mas malditamente orgulhoso quando se tratava de saúde. T-Rex deslizou de volta para o lado do motorista. —Pronto para verificar seu caminhão?
T-Rex era um homem tão bonito. Qualquer um seria um tolo para não perceber sua força. Era tão evidente que todos viam. O homem a usava com autoridade como se tivesse nascido para isso. Isaac não estava certo por
que ele aceitou a oferta dele para armazenar seus mantimentos, mas ele não tinha sido capaz de negar ao homem. —Sim. Se o pai de Isaac descobrisse que ele estava com T-Rex e soubesse do tumulto dentro de seu filho, o homem ia pirar. Isaac deveria ter insistido em ter suas compras e depois ido para casa e explicar a seu pai o que havia acontecido com o caminhão. Isso era uma loucura! Mas ele não conseguia formar as palavras que fariam T-Rex fazer exatamente isso. Isaac se viu querendo estar em torno do homem, passar mais tempo com T-Rex. Ele sabia que seu anseio estava errado, mas ele não podia parar. Ele não queria parar. —Você gosta de Bear County?— Perguntou T-Rex. —Eu ouvi que você se mudou para cá há pouco tempo. —Dois anos— disse Isaac. Mas, nesses dois anos, ele mal tinha deixado à terra que seu pai tinha comprado. Era raro Isaac ir à cidade. Seus pais não queriam que ele fosse pego no mundo moderno. Mas Isaac amava o mundo moderno. Ele queria ver mais. Embora ele amasse sua mãe e seu pai com todo o seu coração, ele sempre foi diferente, sempre quis o que era dito que era ruim para ele, uma mordida do fruto proibido. E T-Rex era o epítome do mal. O homem era mais como muito mal, e Isaac faria bem em ficar longe da cara. —A cidade é agradável, pelo que eu já vi— admitiu. Ele costumava ir à loja de ração ou na mercearia. Que era na parte de cima. Ele conheceu Simon no supermercado, e eles imediatamente se deram bem. Embora seus pais o protegessem, com seu amigo, não era muito frequente ele sair com Simon. Mais uma vez com toda a coisa má do mundo moderno. T-Rex franziu a testa. —Pelo que você viu? —Eu não saio muito— disse ele.
T-Rex assentiu, mas não empurrou o assunto, e Isaac estava grato. Ele não queria ter que explicar seu modo de viver. A maioria não entendia as escolhas de vida de sua família. Às vezes, Isaac não a entendia também, mas ele cresceu nesse ambiente e estava acostumado as coisas em casa. —Nós vamos ter que resolver isso— T-Rex disse quando ele se virou na estrada que levava a Estação de Serviço Bear County. Isaac não saía muitas vezes, mas ele se lembrava desse lugar, quando eles passaram por ali dois anos atrás, em seu caminho para seu novo lar. —Resolver o quê?— Ele perguntou. T-Rex franziu a testa. —Conhecer a cidade em que vive. —Eu estou bem— afirmou Isaac rapidamente, parando T-Rex em suas trilhas. Ele não iria passar mais tempo com o homem, não importava o quão bom ele cheirava ou como ele era bonito. Isaac tinha que pensar sobre as consequências se seu pai descobrisse. —Vamos ver sobre isso. — T-Rex parou na estação. Não era um grande edifício, mas lembrava a Isaac do posto de gasolina velho da cidade em que cresceu. Havia duas ilhas para as bombas e duas grandes portas do compartimento, ambos atualmente abertas. Havia também uma grande cerca em direção à traseira, que atualmente estava fechado. —Você quer que eu vá com você ai dentro?— Isaac não estava certo do que fazer. Ele nunca esteve neste tipo de situação antes. Ele não tinha certeza de como ele iria para pagar os reparos. —É claro. — T-Rex abriu a porta. —É seu caminhão. —Do meu pai— corrigiu Isaac. —A mesma coisa — T-Rex respondeu quando ele saiu e fechou a porta. Ele esperou por Isaac se juntar a ele antes de entrarem na loja. Era mais frio no interior, e a visão de Isaac teve de se adaptar à iluminação obscura.
Um homem com cabelos marrom dourado e olhos cinzentos de aço endireitou sob o capô do caminhão de Isaac. —Quem trabalha nessa coisa? —Meu pai— respondeu Isaac. Os olhos do estranho se prenderam em T-Rex, e algo se passou entre os dois homens. —Ora, o que há de errado com ele?— Perguntou Isaac. —Isaac, este é Jed— disse T-Rex para apresentações. —Ele é o mecânico da cidade. Isaac se aproximou. —Quão ruim está? Jed coçou o queixo, como se estivesse segurando algo de volta. O cara olhou para T-Rex mais uma vez antes de dizer: — Há uma grande quantidade de postos de trabalho de remendo no motor quando deveria haver novas peças. Eu mesmo encontrei um cabide segurando algumas mangueiras juntas. Desde que Isaac não sabia nada sobre os motores, ele só podia olhar para Jed. —Coisas típicas de mecânica de quintal. —Você pode corrigi-lo?— Perguntou T-Rex. —O problema atual ou os anos de mal manutenção?— Perguntou Jed. —Tudo isso— disse o T-Rex. —Whoa. — Isaac ergueu a mão. —Eu não posso permitir isso. Além disso, eu só preciso que ele esteja funcionando, nada mais. —Seu pai o mataria se Isaac permitisse que Jed consertasse todas as coisas que havia de errado com o caminhão. A conta seria astronômica. —Eu posso resolver o problema atual— disse Jed. —Mas, mais cedo ou mais tarde, ele vai quebrar novamente. Há alguns grandes problemas acontecendo aqui.
—Só arrume o suficiente para que eu possa conduzi-lo para casa— disse Isaac e, em seguida, acrescentou — Por favor e obrigado. Se o seu pai visse todos os reparos, ele ia pirar. Os lábios de T-Rex se contraíram quando ele acenou para Jed. —Faça o que o homem diz. —O quê?— Isaac perguntou T-Rex. —É uma armadilha mortal. Eu não gosto de você dirigir alguma coisa tão insegura. A preocupação tocou Isaac em um nível profundo. Ele apreciou a preocupação de T-Rex, mas era o único transporte que sua família tinha. Isaac não tinha escolha, a não ser conduzir o velho caminhão. Ele não disse nada, quando Jed lhes disse que estaria pronto em cerca de três horas. Isaac sabia que sua mãe estava esperando por ele e não sabia o que fazer. Ela sempre começava o jantar mais cedo, fazia tudo do zero. Era muito provável que ela estivesse na cozinha, olhando para fora da janela esperando pelo seu retorno. —Eu tenho que chegar em casa— ele murmurou baixinho. —Não até que o caminhão esteja pronto. — T-Rex levou-o para fora. —Nós podemos pegar algo para comer, enquanto esperamos. —Isso é terrivelmente bom, mas eu não tenho... —É por minha conta— T-Rex disse, cortando Isaac. Isaac acenou com a cabeça, sabendo que estava ficando cada vez em divida com T-Rex. Isso não ia acabar bem, mas Isaac não poderia encontrar a si mesmo para negar qualquer coisa que o homem lhe oferecesse. Antes que ele soubesse o que estava acontecendo, T-Rex se inclinou para o rosto dele e deu um toque suave e o beijo mais sensual que Isaac imaginou. Ele gemeu e derreteu no homem, incapaz de resistir. Seu urso rosnou de satisfação que Isaac finalmente provou o homem.
Isaac quase caiu quando T-Rex se puxou para trás. Ele lambeu os lábios, querendo outro gosto. T-Rex sorriu enquanto corria o dedo sob o lábio de Isaac. —Desculpe, eu não pude resistir. Isaac estava ao lado do caminhão de T-Rex, ignorando o tráfego passando, o mecânico, e tudo o mais. —Você tem um cheiro tão bom, como o couro e cedro. T-Rex riu. —Que bom que você gosta de como cheiro. — Ele baixou a cabeça e deu um beijo rápido em Isaac. —Agora vamos pegar algo para comer. Isaac estava disposto a seguir esse homem a qualquer lugar.
Isaac acertou em sua decisão. Mal sabia T-Rex, mas seu urso estava confortável com o homem. Diabos, seu urso queria enrolar em volta do homem, e o rosto de Isaac corou de vergonha ao pensar nisso. T-Rex olhou para ele e deve ter visto as bochechas avermelhadas, porque ele sorriu e piscou para Isaac. —É apenas um almoço. Graças a Deus, que o homem não poderia ler os pensamentos de Isaac. Ele morreria de vergonha se o cara pudesse. Tudo que Isaac podia pensar era naquele beijo, e ele queria outro. Foi o primeiro beijo de Isaac, e ele tinha a sensação de que não seria o único se ele mantivesse pendurado em torno de T-Rex. O pensamento o excitava. Ele teve impulsos sexuais antes e até mesmo algumas fantasias de como seria jogar com outro homem, mas Isaac
sempre sentiu vergonha de seus desejos no passado. Ele sabia que o que queria era pecado, mas que ele não lamentava o beijo. Uma vez que eles chegaram na lanchonete, T-Rex saiu e abriu a porta do passageiro para Isaac. O homem era tão cavalheiro. T-Rex abriu a porta do restaurante e esperou por Isaac passar. Isaac nunca experimentou tal cavalheirismo. Eles pegaram uma cabine na parte de trás do restaurante, e Isaac olhou ao redor. Ele nunca saiu para comer antes. Sua mãe sempre cozinhou suas refeições em casa. Isaac mal podia conter a emoção quando ele estava sentado ali, sorrindo como um louco. —Peça o que quiser— disse T-Rex. —O almoço é por minha conta. Isaac assistiu T-Rex pegar um menu, e então ele fez o mesmo. Ele teve um tempo difícil para escolher o que ele queria. Tudo parecia tão delicioso. Quando ele olhou suas escolhas, Isaac avistou algumas pessoas olhando para ele. Ele se mexeu desconfortavelmente em seu assento. T-Rex olhou por cima de seu ombro e, em seguida, olhou para Isaac. —Eles estão com inveja que seu encontro para o almoço não é tão bonito quanto você. Isaac nunca tinha sorrido tanto em um dia. Ele sabia que não era a razão por que as pessoas estavam roubando olhares secretos para ele. Como Simon tinha apontado em muitas ocasiões, Isaac era diferente. A maneira como se vestia sempre atraiu atenção, mas nunca incomodou Isaac antes. Ele incomodava agora. Será que T-Rex pensava que Isaac se vestia engraçado? Se o cara pensava, ele não disse uma palavra sobre isso. —Sorria— T-Rex disse enquanto segurava o telefone. Isaac franziu a testa. —O que você está fazendo? —Tirando uma foto sua — T-Rex disse o que deveria ter sido óbvio. Isaac ficou lá mistificado por um momento.
—Um telefone pode fazer isso? —Sorriso primeiro e depois eu respondo sua pergunta. — T-Rex ainda tinha o telefone erguido, e Isaac fez como solicitado. T Rex bufou. —Eu quero um sorriso genuíno. Agora você parece constipado. Relaxe. Isaac tentou relaxar, mas ele nunca tinha tido sua foto tirada antes. Seus pais não possuíam uma câmera. —Veja agora, você pode fazer melhor que isso— disse T-Rex. O homem cruzou os olhos e mostrou a língua, mostrando a Isaac a cara mais idiota que ele já tinha visto. Isaac começou a rir e, em seguida, ouviu uma série de cliques. —Muito melhor— disse o T-Rex. Ele virou o telefone ao redor e mostrou a Isaac as fotos que tinha tirado. Vendo-se em uma imagem só lembrou a Isaac de quão magro ele estava, sem as características masculinas de seus irmãos mais velhos. Ele tinha visto a si mesmo no reflexo de seu espelho às vezes, mas nunca tinha parado o tempo suficiente para estudar suas características. Ele parecia um monte como sua mãe, ainda mais quanto mais velho ele fica. Isaac estava envergonhado com o fato dele parecer tão feminino. Não pela primeira vez, ele desejava que se parecesse mais com seu pai. —Você está simplesmente deslumbrante — T-Rex disse e sorriu, antes de colocar seu telefone em cima da mesa. —E, sim, um telefone pode tirar fotos. Eu também posso verificar meus e-mails, e mensagens que me mandam, checo meus irmãos no Facebook. Eu até posso depositar no meu telefone, assistir a um filme ou ler um livro. O homem poderia muito bem ter falado outro idioma. Isaac não entendeu nada disso. Ele decidiu mudar de assunto para falar de outra coisa. —Você não se parece com um fazendeiro — Isaac apontou. —Você sempre foi um?
—Nem sempre. — T-Rex virou quando o garçom veio para tirar os seus pedidos de bebida. Isaac optou por um copo de água. Uma vez que o garçom se afastou, T-Rex continuou. —Eu costumava estar nas forças armadas. Agora isso fascinou Isaac. Ele se sentou ali para os próximos 20 minutos questionando T-Rex como era estar no serviço militar. História era um dos seus temas favoritos, mais precisamente, as guerras. Ele sentou-se lá com o queixo embalado nas mãos, enquanto ouvia T-Rex contar. Ele foi cativado por tudo que o homem disse. Ele estava cativado por T-Rex, ponto. —Então, quando meus amigos e eu saímos, começamos o nosso próprio negócio. — O garçom chegou e serviu-lhes as suas bebidas. —Os senhores decidiram o que vão querer? Isaac olhou rapidamente o menu novamente e pediu um hambúrguer e batatas fritas. T-Rex ordenou o mesmo. Quando o garçom se afastou, Isaac perguntou: — Então foi quando você decidiu que queria ser um cowboy? —Não no inicio — T-Rex disse depois que ele tomou um gole de seu refrigerante. —Mas um amigo meu, o xerife Sparrow, falou comigo e os homens para se estabelecer aqui, e em seguida, um dos homens do Rancho Triple-B persuadiu meus amigos e eu a considerar pela pecuária. A vida de T-Rex parecia tão perfeita. Ele tinha muitos amigos e uma grande carreira. Isaac encontrou-se com inveja. Se ao menos ele tivesse o mesmo tipo de vida. —Como é viver com tantos amigos?— Perguntou. —Bom na maior parte do tempo. Todo mundo sabe qual é o seu trabalho. Mas pode ser irritante também. Muitas pessoas sob o mesmo teto, sabe? Isaac riu. —Eu sei. Eu tenho quatro irmãos mais velhos e um mais novo. Eu sei tudo sobre irritação.
T-Rex sorriu. —Eu sou o filho do meio de sete. A conversa era estimulante, e Isaac encontrou-se encantado com o homem. T-Rex tinha levado uma vida plena e tinha algumas histórias muito interessantes para contar. Isaac queria que conversa jamais acabasse. Ele estava sentado em uma bolha de felicidade perfeita, todos os sorrisos e seu coração batendo por cada palavra dita por T-Rex.
Capítulo Quatro Isaac entrou na garagem de casa, e ele não conseguia parar de sorrir. Não depois do almoço que teve com T-Rex. Eles falaram sobre tudo, desde música aos irmãos para passatempos favoritos e tudo mais. T-Rex era uma grande companhia. A conversa não era monótona, e Isaac nunca tinha sorrido tanto em sua vida. T-Rex era fascinante e tinha visto muito na vida. Isaac não tinha muito a oferecer para a conversa, considerando que sua vida era muito protegida, mas ele disse a T-Rex histórias engraçadas sobre os seus irmãos e as coisas como crescer com eles sempre eram interessantes. E para a alegria de Isaac, T-Rex confessou crescer em uma família grande também. Isaac estava sorrindo de orelha a orelha quando ele saiu do caminhão. Ele agarrou os três sacos de compras e se dirigiu para a porta. Ele parou no meio do caminho quando seu pai saiu, o rosto salpicado de vermelho, como os punhos enrolados e sem dobras. —Onde você esteve? Isaac deu um passo para trás com o tom ameaçador. Ele nunca viu seu pai com esta raiva antes. —O caminhão quebrou— disse Isaac, dizendo a verdade para seu pai. —Alguém foi bom o suficiente para tê-lo rebocado e reparado.
Seu pai mudou para a borda da varanda, e algo perigoso se escondeu por trás de seus olhos. —E? O coração de Isaac começou a bater com força no peito de sua garganta ficou seca. —E eu peguei os mantimentos necessários para mamãe. —Ela precisava deles há cinco horas. —Mas o caminhão... — Isaac fechou a boca quando seu pai desceu os degraus com passos pesados. Ele era muito mais alto do que Isaac, muito mais amplo também. Quanto à estrutura do corpo, Isaac parecia sua mãe, algo que seu pai nunca gostou. Seu pai queria que todos os seus meninos fossem fortes, capazes de puxar o seu peso ao redor da casa. Isaac e Robby, seu irmão mais novo, foram construídos como sua mãe, e seu pai sempre os tratou diferente por causa disso. Mas Isaac nunca tinha visto seu pai com esse tipo de raiva. Seu pai se elevou sobre ele, fazendo Isaac se inclinar para trás. Os olhos castanhos escuros do homem brilhavam com ira com sua mandíbula apertada com força. O estômago de Isaac virou, seus joelhos ficaram fracos. Ele não conseguia respirar quando seu pai disse: — E quem era aquele homem que você estava beijando? —Eu não estava... — Isaac gritou quando seu pai lhe bateu com tanta força que ele deixou cair os sacos de mantimentos e foi atirado para o lado batendo no chão. Ele sentiu gosto de sangue na boca, e o ao redor de seu olho esquerdo sentia como se estivesse quebrado o osso. Padrões estranhos rodaram através de sua visão. Sua cabeça latejava de dor. Isaac estava com medo de se levantar, até mesmo olhar para o homem que nunca o bateu em toda sua vida. —Você precisa escolher as palavras com cuidado— disse o pai enquanto ele ofegava, a raiva ainda era evidente em seu rosto — porque
Henry viu você em seu caminho para cidade. É um pecado se deitar com outro homem. Eu não vou ter um filho pecador. Agora me diga quem era aquele homem. Isaac se esforçou para chegar a uma resposta. Ele nunca mentiu para seu pai antes, mas ele simplesmente não podia contar ao homem quem era TRex. Seu urso rosnava, querendo proteger alguém que trouxe uma pequena quantidade de alegria para a vida de Isaac. Virando-se, Isaac cuspiu no chão e fez uma careta quando sua saliva estava misturada com sangue. Ele queria verificar para ver se ele tinha algum dente solto, mas não o fez. Esperaria até que estivesse lá dentro, antes de inspecionar seus ferimentos. Em toda a sua vida, ele teria jurado que seus pais o amavam, mas, naquele momento, a dúvida começou a rastejar em sua mente. Isaac sabia que estar com T-Rex era perigoso, mas o que feriu foi que Henry dissesse sobre ele. Seu irmão mais velho sempre foi o favorito de seu pai, e os dois eram muito parecidos. Seus maneirismos, crenças, até se espelhavam um no outro. Quando Isaac ficou em silêncio, o pai pegou um punhado de cabelo de Isaac. Ele arrancou Isaac do chão até que ele estava de pé, as lágrimas se reunindo em seus olhos. —Fique dentro. Eu vou lidar com você depois que eu me acalmar. — Seu pai puxou Isaac perto até que ele não tivesse escolha a não ser olhar para os olhos cheios de ódio do homem. —Porque, se eu não me acalmar, eu terei um filho a menos. As palavras gelaram Isaac até os ossos. Jacob Newton nunca emitia uma ameaça vã. O homem era poderoso, intimidador, e sempre cumpriu o prometido. Isaac mal conseguia andar quando seu pai o soltou. Suas pernas estavam fracas, instável quando ele subiu os degraus até a varanda e se dirigiu para dentro.
Ele queria dizer a seu pai que ele estava arrependido, que isso nunca aconteceria novamente. Mas ele sabia que seria uma mentira. Isaac não se arrependia do tempo gasto com o T-Rex. Ele não recusaria se T-Rex se oferecesse para levá-lo para almoçar novamente ou se o homem tentasse beijá-lo novamente. Foi à sensação mais maravilhosa do mundo, e Isaac não trocaria isso por nada. Isaac se apressou a subir os degraus para seu quarto, onde fechou a porta antes dele cair no chão. Ele abraçou sua barriga quando se permitiu chorar. Balançando para frente e para trás, Isaac desejou que sua vida fosse diferente. Ele costumava adorar ser quem ele era, mas não mais. Ele queria sair desta casa, desta vida louca. —Hey — Robby disse quando ele entrou na quarto e viu Isaac caindo aos pedaços. —O que há de errado com...— Robby inalou bruscamente quando viu o rosto de Isaac. —O que aconteceu com você? Isaac limpou o nariz quando balançou a cabeça. Ele não conseguia pronunciar as palavras. Ele não queria ver o olhar de desgosto no rosto de seu irmão mais novo. Ele lidou com ódio suficiente para um dia. Seu segredo estava fora, e agora o ódio iria começar. Levantando-se do chão, Isaac deitou na cama, enrolando de lado. Não haveria mais viagens para a cidade para ele. Seu pai colocaria um fim a isso. De sete filhos, só ele e Robby permaneciam em casa. Os outros tinham se casado e tinham suas famílias, que viviam em fazendas cheias de crianças. Eles vinham muitas vezes para o jantar de domingo. Isaac assistia como seu pai se enchia de orgulho de seus filhos mais velhos. Seu pai nunca olharia para Isaac com orgulho. Ele nunca iria jogar com qualquer um dos filhos de Isaac. O homem nunca iria se envolver no homem-a-homem principalmente agora que ele sabia que Isaac era gay. Seu
pai olharia para ele com desprezo, evitando Isaac e fingindo que ele nem sequer existia. Ele seria o pária Newton, o filho que tinha nascido quebrado. O pecador. —Isaac, fale comigo. — Havia uma grande preocupação, e até mesmo um toque de medo, na voz de Robby, mas Isaac não iria dizer ao irmão de sua vergonha. O homem logo descobriria, e Isaac se encolheu com o pensamento de Robby tratá-lo de forma diferente. —Nada— respondeu ele. —Nada não lhe dá um olho roxo— disse Robby. —Alguém te machucou. Quem foi? Seu irmão deveria estar cuidando dos animais e não tinha ouvido o caos no jardim da frente. Isaac se abraçou com mais força, desejando que Henry tivesse ido visitar em outro dia, e que seu irmão mais velho não tivesse visto T-Rex beijá-lo. Mas não importava o que ele desejava, ele sabia que sua vida nunca mais seria a mesma. Não quando seu pai sabia do seu segredo sombrio. Não quando seu irmão tinha testemunhado o que aconteceu naquela estação de serviço. Não importava o que ele desejava, seus dias de ir para a cidade para ver T-Rex, ou até mesmo Simon, tinham acabado.
Durante duas semanas T-Rex foi para a cidade para ver se ele poderia conversar com Isaac, mas o homem estava longe de ser encontrado. Quando ele levou o homem para o almoço, Isaac confessou que vinha para a
cidade pelo menos uma vez por semana para o abastecimento. No entanto, quando T-Rex questionou o homem que trabalhava na loja de ração, o cara disse a ele que o irmão mais novo de Isaac, Robby, tinha vindo ultimamente. Seu intestino estava lhe dizendo que algo estava errado, mas T-Rex não tinha como entrar em contato com Isaac. Ele sabia que Isaac tinha 20 anos. T-Rex tinha perguntado. Ele não queria estar cortejando um menor. Embora ele discutisse com seus amigos que Isaac não era um menino, ele teve certeza disso quando eles almoçaram. T-Rex tinha trinta e cinco anos, mas a diferença de idade não o incomodava. De modo nenhum. Os dois eram adultos com consentimento, e houve uma enorme diferença de idade entre os seus pais. Ele ainda não entendia completamente a força estranha que Isaac parecia ter sobre ele, mas T-Rex estava determinado a descobrir o que aconteceu com o cara. Ele entrou na farmácia, determinado a encontrar Simon. Esse era o homem que estava com Isaac pela primeira vez que T-Rex pôs os olhos no homem. Ele não tinha certeza se Simon poderia lhe dizer alguma coisa sobre Isaac, mas T-Rex não ia desistir até que ele tivesse algumas respostas. Simon estava na parte de trás, verificado uma prancheta quando TRex se aproximou do homem. —Simon? O cara se virou, e então seus olhos se arregalaram levemente. Essa era uma reação típica que T-Rex recebia quando se aproxima de uma pessoa menor. Simon o olhou da cabeça aos pés e, em seguida, assentiu. —Posso ajudar? —Estou aqui perguntar a você sobre Isaac. — Apesar de T-Rex ter uma verificação de antecedentes na família, ele veio de mãos vazias. Ele encontrou registros de pagamentos de impostos, mas era tudo. Nenhum deles jamais entrou em problemas, e nenhum deles tinha qualquer tipo de registro.
Ele encontrou as matrículas dos filhos da família Newton, mas a trilha tinha terminado cerca de dez anos atrás. A única coisa que ele descobriu era que os pais tinham seus filhos estudando em casa. Havia muito pouca informação para prosseguir. Não houve registros de emprego, mas encontrou títulos de terra por alguns Newtons. Ele só não tinha certeza esses registros pertenciam à família de Isaac. Era incrível como existia muitos Newtons. A expressão de Simon tornou-se cautelosa. —O que quer saber sobre ele? —Você pode me dizer se você o viu recentemente, ao longo das últimas duas semanas? Simon colocou a prancheta debaixo do braço. —Eu não te conheço. Por que eu iria dizer algo sobre meu amigo? —Porque eu estou preocupado— disse o T-Rex. —E se você realmente é seu amigo, então você está do mesmo modo. Ele poderia dizer que Simon estava avaliando ele, e qualquer outro momento, ele iria admirar a lealdade do homem. —O pai dele. — finalmente disse Simon. —Nunca gostei da cara. Eu sempre tive a impressão de que ele era um homem que estava pronto para quebrar a qualquer momento. —Quebrar? —Você sabe— disse Simon — uma bomba-relógio. O cara governa tudo em sua casa. Ele tem esse olhar em seus olhos que diz que está apenas esperando por Isaac foder as coisas. A mandíbula de T-Rex se apertou. —Será que ele machucou Isaac? Simon encolheu os ombros, mas T-Rex podia ver a verdade nos olhos do cara. Simon parecia pensar que sim.
—Até agora, eu não vi qualquer prova de abuso, mas o cara é muito religioso e comanda tudo com punhos de ferro. Ele mal permite que Isaac e eu saia. —Então por que não Isaac apenas não sai?— Perguntou T-Rex, embora ele tivesse a sensação de que já sabia a verdade a partir da conversa que teve com Isaac. —Ou Isaac teria que ir para a faculdade ou ter um emprego bem remunerado para seus pais deixá-lo sair. Os outros irmãos escaparam por se casarem. Essa é uma família ferrada se você me perguntar. Qualquer um que obrigue seu filho adulto a viver em casa tem problemas. E com apenas estudando em casa sob o seu teto, as chances de Isaac de arrumar um emprego bem remunerado eram pequenas. Eles não tinham computadores em casa, T-Rex descobriu isso com Isaac. Então como é que o cara saberá até mesmo como se inscrever para a faculdade? Não havia nenhuma chance de Isaac se casar, não da forma como o homem respondeu ao beijo de T-Rex. Isaac era gay, e T-Rex tinha a sensação de que era algo que os pais do homem não iriam aturar. T-Rex ouviu o suficiente. Ele sabia que a família Newton tinha apenas um veículo, o caminhão de baixa qualidade. Ele não sabia por que Isaac tinha parado vindo para a cidade, mas T-Rex iria obter respostas. —Obrigado. Simon agarrou seu braço quando T-Rex virou. —Por favor, deixe-me saber o que está acontecendo com ele. Eu gosto de Isaac. Ele é um cara legal. Ele merece ter uma vida. Ele entregou a Simon seu cartão de visita. —Meu o número do celular está ai. Se você ouvir de Isaac, me ligue. E se eu encontrá-lo primeiro, eu vou deixar você saber. —T-Rex saiu da farmácia. Ele não sabia o que estava acontecendo na casa dos Newton, mas se
Isaac estava em apuros, T-Rex ia ajudar, mesmo que ele tivesse que oferecer a Isaac um trabalho no rancho. Correndo com seu caminhão, T-Rex saiu da cidade. A família Newton vivia há cerca de sete km da costa. Não demorou muito para chegar ao local. A casa de dois andares estava localizada bem atrás da estrada. Havia hectares de terra ao redor da casa, mas a própria casa sentou-se na densa folhagem. Havia linhas de roupas estendidas no lado da casa com roupas acenando ligeiramente com a brisa suave. T-Rex ouviu e cheirou animais de fazenda. Um celeiro apareceu atrás da casa, mas era afastado. Ele estacionou ao lado da picape vermelha. Segundos depois, a porta da frente rangeu aberta. Um grande e pesado homem estava na varanda com uma espingarda na mão. T-Rex tinha um rifle M4 escondido sob seu assento e um 9 milímetros em seu porta luvas, mas decidiu deixar as armas no caminhão. Ele não queria que a situação saísse de mão. Ele estava ali apenas para conversar. Ele estacionou, mas manteve o caminhão ligado. T-Rex deslizou para fora e estendeu as mãos ao lado do corpo para mostrar ao homem que ele estava desarmado. —Sr. Newton? —Quem
quer
saber?—
Perguntou
o
homem
em
um
tom
desagradável. —Sou Tanner Rexford. Eu sou proprietário de parte do Rancho Grande Urso. Eu vim aqui para oferecer um emprego a Isaac. —T-Rex sabia que ele não podia vir ali pedindo para ver Isaac. Se o pai realmente fosse uma bomba-relógio, T-Rex tinha que pisar com cuidado. Oferecendo um trabalho para Isaac parecia ser a solução perfeita.
—Isaac não precisa de um emprego. — Os olhos do homem se estreitaram quando a espingarda subiu ligeiramente. —Não de um homem que pensa que beijar meu filho está perfeitamente bem. Foda-se. T-Rex sabia com certeza que Isaac não disse uma palavra. Isaac parecia hesitante e incerto, e não havia nenhuma maneira que correria para casa e confessasse sobre o beijo. —Eu só estou aqui para falar com ele, senhor. T-Rex pegou movimento à sua direita. Ele olhou para cima para ver Isaac olhando para fora da janela do segundo andar. Seu coração se apertou, e sua mandíbula se apertou, quando viu hematomas no lado esquerdo do rosto de Isaac. Sua atenção voltou para o pai de Isaac. Ele cerrou os dentes enquanto seus músculos tremeram. Seu tom ficou profundo. —Deixe-me falar com Isaac. —O que eu vou deixar você fazer é sair daqui antes que eu tenha que defender que minha casa é uma propriedade privada— Jacob Newton disse entre dentes. —Você não é bem vindo aqui, Tanner Rexford. E você não é bem-vindo perto do meu filho. Eu sugiro que você se vire e saia antes que eu faça algo que vai se arrepender. Contra seu melhor julgamento, Tanner deu um passo adiante. Ele estreitou os olhos enquanto suas mãos se fecharam em punhos. —Isaac é um homem adulto. Ele pode sair a qualquer momento que ele queira. Jacob levantou a espingarda e disparou. Foi um tiro de advertência, porque foi muito longe e na esquerda de T-Rex, mas T-Rex não vacilou. Ele se defrontou com os homens piores do que Jacob. —O próximo tiro não se vai perder— alertou Jacob. T-Rex rangeu os dentes. Ele iria sair, mas ele estaria de volta. Isaac não estava seguro nas mãos deste monstro. Ele olhou para a janela, mas Isaac tinha ido embora.
Girando nos calcanhares, T-Rex voltou para o caminhão. Ele foi embora, mas parou a meia milha da casa. Ele puxou o celular e chamou Sparrow. Ele flexionou os dedos para aliviar um pouco da tensão, mas isso não ajudou. T-Rex estava pronto para voltar para a fazenda e chutar o traseiro de Jacob. —Xerife Sparrow. —É T-Rex. —O que posso fazer para você? Deus, ele estava tão fodidamente com raiva. T-Rex não queria sair. Ele queria invadir a casa e pegar Isaac, puxar o homem para longe. Mas T-Rex tinha que ser mais esperto. —Eu tenho um problema. —Estou ouvindo— disse Sparrow. T-Rex explicou a Sparrow sobre Isaac e toda a situação. —Eu estou voltando sob a cobertura da escuridão. Eu tenho que tirar Isaac lá. —Você está falando de invasão de domicílio— Sparrow disse e então amaldiçoado. —Eu vou fingir que não tivemos essa conversa. Se você esqueceu, eu sou o xerife maldição. —É justo— disse o T-Rex. —Mas, se uma chamada che... —Vou avisar Harold— disse Sparrow. Harold era o despachante e faria o que Sparrow dissesse. O cara era leal. —Só não atire no homem maldito. —Sem promessas — T-Rex respondeu. —O homem parecia ansioso para atirar em mim. Sparrow deu uma risada baixa. —Talvez porque você está tentando transar com seu filho.
T-Rex não ia negar. Ele queria Isaac no pior tipo de caminho. Mas não era apenas sexo. Pela primeira vez em sua vida, T-Rex considerou se assentar. Ele era casado com a sua carreira, as duas. Ele amava missões e seu trabalho no rancho. Ele nunca pensou que chegaria o dia em que contemplaria abrandar. Mas o bicho do amor o tinha mordido. E T-Rex estava preparado para fazer o que fosse preciso para garantir que Isaac estivesse seguro e feliz. —Posso te perguntar uma coisa?— Perguntou Sparrow. Ele continuou antes de T-Rex responder. —Será que Isaac mencionou como você cheirava? Essa era uma pergunta estranha. —Como couro e cedro. Sparrow permaneceu em silêncio por um longo momento antes de completar: —E você se sente como se você ficaria louco se você não pudesse ter o homem fora de casa, perto de você? T-Rex estava agitado e nervoso para as duas últimas semanas. Ele disse a si mesmo que era pelo excesso de trabalho e falta de sexo. Mas Isaac nunca esteve muito longe de seus pensamentos. Ele esfregou a mão sobre o estômago, e seu peito realmente doía com a ideia de nunca mais ver Isaac. —Sim— ele admitiu. —Então— Sparrow disse: — Eu acho que sei o que está errado. —O quê?— Mas assim que as palavras saíram de seus lábios, T-Rex soube a resposta. Ao longo dos últimos cinco anos, ele assistiu os shifters urso na casa enlouquecer sobre os homens. Legend tinha quebrado o protocolo quando ele conheceu Gabe. Sam ficou todo estranho quando ele conheceu Taylor. Colton perseguiu implacavelmente Steven. Rowdy tinha se tornado um bastardo protetor quando se tratava de Cameron. E Stripper havia tratado o homem que ele estava interrogando com um tratamento preferencial. E agora T-Rex estava agindo fora do personagem. Ele estava disposto a recrutar seus homens para derrubar a família Newton, a fim de colocar as mãos em Isaac.
T-Rex passou a mão sobre a testa quando ele se inclinou para frente, apoiando os cotovelos no volante. Ele agarrou o telefone ao ouvido quando ele disse — Ele é meu companheiro, não é? —Soa como se fosse — disse Sparrow. —O que significa que eu vou fazer o que eu tiver que fazer, a fim de ajudá-lo. Mas não atire em seu maldito pai. T-Rex desligou. Ele jogou o telefone de lado e, em seguida, passou as mãos sobre o rosto. A verdade deveria ter sido clara para ele mais cedo. Deveria ser claro para ele a partir da maneira como ele reagiu a Isaac. Mas TRex era humano e tinha pensado que era uma forte atração e apenas isso, atração. Agora, mais do que nunca, ele estava determinado a salvar Isaac porque o homem tinha o futuro do T-Rex em suas mãos.
Capítulo cinco Mais tarde naquela noite, antes de T-Rex partir para os Newtons, um surrado caminhão vermelho puxou para o rancho. O coração de T-Rex começou a bater mais forte enquanto caminhava do lado de fora, esperando ver Isaac atrás do volante. Mas não era. Não, era um homem baixo que se parecia com Isaac, mas parecia mais jovem. Seu cabelo era de cor mogno, e seus olhos estavam um pouco mais escuros do que o âmbar-ouro de Isaac, mas não havia como não confundi-lo com um Newton. O cara saiu e olhou em volta rapidamente. Quando seus olhos pousaram em T-Rex, ele correu em direção a casa. — Você é Tanner Rexford? — E você é? — Perguntou T-Rex.
— Robby. — respondeu o homem. — Irmão mais novo de Isaac. Eu vim aqui por ajuda. T-Rex entrou em alerta instantâneo. Ele notou que Robby ficou com os ombros retos e seu queixo alto. Seus olhos dourados demonstravam determinação. — O que está acontecendo? — Perguntou T-Rex. — É Isaac. — disse Robby. — Jure que você vai ajudá-lo. — Eu prometo. — disse T-Rex. — Depois que você saiu hoje... — Robby parecia um pouco hiperativo e falava muito rápido, mas T-Rex era capaz de manter-se com a conversação. — Meu pai estava furioso. Ele disse ao meu irmão mais velho, Henry, para levar Isaac fora de sua vista. — Para onde ele o levou? — T-Rex estava pronto e disposto a ir atrás de Isaac. — Onde é que Henry está mantendo Isaac? — Perguntou ele. — Eu não sei. — disse Robby. Ele pareceu assustado com a demanda de T-Rex, mas então os olhos de Robby se tornaram hostis. Essa hostilidade não estava voltada para T-Rex embora. — Ele disse para Henry levar Isaac para fora de Junction City. E que nunca mais queria colocar os olhos em Isaac novamente. Era fim de verão, e as noites estavam ficando mais frias. Lembrou-se de quando encontrou Isaac ao lado da estrada. Estava mais frio do que o normal naquela manhã, e Isaac não estava vestindo uma jaqueta. Ele estava vagando pelas ruas de Junction City agora, com frio, fome, e sem ter ideia de para onde ir? Estava ficando escuro, e T-Rex tinha pavor de Isaac estar fora nas ruas. Junction City não era o melhor dos lugares para se vagar à noite. — Eu tenho que voltar. Disse ao meu pai que estava indo a cidade para pegar algumas coisas. Se ele descobrir que eu vim aqui...
— Ele não vai. — disse o T-Rex. — Volte e vou encontrar uma maneira de deixá-lo saber se eu encontrar Isaac. — Basta dizer ao cara da loja de ração. — disse Robby. — Jake é legal. Ele não vai dizer ao meu pai o que está acontecendo. T-Rex concordou. — Obrigado por ter vindo aqui e me contando sobre Isaac. — Ele sabia que Robby não precisava. O cara tinha tomado um risco enorme, e T-Rex estaria em débito com o homem. — Adeus. — disse Robby quando correu para o caminhão. Ele se virou no último segundo e acrescentou: — Quando você encontrar Isaac, diga a ele que eu sempre soube e nós fomos cortados do mesmo pano. Só não diga ao meu pai porque eu vou ter que quebrar seus joelhos. T-Rex franziu a testa. Robby riu. — Eu disse a você, Jake é legal. Ele esta me apresentando a Internet e aos filmes da máfia. Eu sou viciado. Temple Run, o quão incrível é esse? T-Rex deu ao homem um sorriso caloroso. — Eu vou deixar Isaac saber. Robby entrou no caminhão e, em seguida, abaixou a janela. — Ei, eu não tenho tempo para parar no supermercado. Você não tem qualquer atum em lata, não é? É o meu favorito. Eu preciso ir para casa com algo a dizer do porque fui à loja. T-Rex correu para dentro e foi para a cozinha. Ele pegou um par de latas da despensa, as colocou em um saco de papel que Sam mantinha dobrado debaixo da pia, e depois fui para fora e deu para Robby. — Aqui. E se você precisar de alguma coisa, você é sempre bem-vindo aqui. Ele devia muito ao cara. — Obrigado. Este é um lugar tão legal. Eu só poderia levar a sua oferta. — Robby acenou quando ele recuou, quase atingindo a motocicleta de
Shott, e então se dirigiu para frente, quase colidindo com o caminhão de TRex. O cara não poderia dirigir por uma maldita vala. Tudo o que T-Rex podia fazer era estremecer até Robby finalmente se afastar. T-Rex voltou para dentro da casa e pediu a Gabe um casaco. Embora Gabe fosse maior do que Isaac, ele era o menor cara na casa. Em seguida T-Rex pegou alguns cobertores no caso de Isaac estar com frio e, então, disse a Shott que ele estaria de volta. — Você quer que eu vá junto? T-Rex balançou a cabeça. — Mas eu quero que você vigie Robby. O cara parece ter um conjunto de bolas de metal, mas seu pai é um tirano. — Como você quer que eu o vigie? — Perguntou Shott. — Você quer que eu me sente em sua garagem? Bom ponto. Mas T-Rex não podia suportar a ideia de Robby naquela casa abusiva. O cara tinha coragem, mas ele era tão magro e de aparência frágil, como Isaac. Ele teria que falar com Jake. Se Robby viesse para a cidade, Jake seria o intermediário. — Não importa. — disse ele. — Eu te ligo quando encontrar Isaac. Não diga nada aos outros. Eu não quero que isso se transforme em um circo maldito. Se Stripper descobre o que o pai de Isaac fez, todo o inferno vai cair. O que era a última coisa que T-Rex queria. Ele não precisava de Stripper indo para os Newtons e tentando explodir a sua maldita casa para cima ou para interrogar o pai. T-Rex poderia lidar com isso por conta própria. Shott assentiu. — Eu não estava realmente tirando sarro de você quando eu disse... — Guarde-o. — T-Rex disse enquanto colocava os cobertores debaixo do braço. — Você quis dizer isso, e eu não vou segurá-lo contra você.
Ele saiu, guardou os cobertores e jaqueta no assento de trás e partiu para encontrar seu companheiro.
Isaac
sacudiu
violentamente
quando
ele
tropeçou
em
um
cruzamento, segurando a mão sobre o estômago. Levou toda a sua concentração para permanecer na posição vertical. Ele estava com fome, com medo, com dor, e movendo-se em uma névoa de descrença destacada. Seu pai havia realmente o chutado para fora. E isso foi depois que o homem espancou Isaac e depois o chutou no chão. Isaac estava com raiva, magoado, e confuso, mas, acima de tudo, com medo. Junction City não era o melhor lugar à noite. A maioria das casas pela qual tinha passado estava condenada. Seu irmão Henry tinha conduzido até ali, gritando com raiva para Isaac todo o caminho, e em seguida, parou — em nenhum lugar em particular — e fez Isaac sair. Isaac tinha implorou a seu irmão para não fazê-lo sair do caminhão, tinha pedido a ele, mas Henry tinha dito a Isaac se ele não saísse, ele iria forçar Isaac a sair. Não tendo outra escolha, Isaac tinha saído. Ele estava vagando pelas ruas por umas boas duas horas agora, sem saber para onde ir. Estava ficando tarde, e ele não tinha casaco. O frio estava começando a se estabelecer em sua pele, e Isaac balançou quando deslizou as mãos para cima e para baixo nos braços. Ele cruzou a próxima rua, sentindo as lágrimas nos seus olhos quando se estabeleceu em desolação. Ele nunca passou a noite fora de casa antes. Ele daria tudo para estar em sua cama agora, mas ainda não conseguia
encontrá-lo em si mesmo algo para lamentar o beijo. Ele não iria nunca querer levá-lo de volta. Só havia um caminho para que ele entrasse em contato com T-Rex, mas ele não tinha certeza se o cara iria querer ser incomodado. Eles tinham compartilhado um bom dia juntos, isso era tudo. T-Rex não tinha prometido nada, e Isaac não ia implorar ao homem para levá-lo. Ele viu um sinal sobre um edifício que disse Recursos do arco-íris. Isaac não tinha ideia do que isso significava, mas ele notou alguns caras se dirigindo para dentro. Tendo nenhum outro lugar para ir, ele entrou atrás do último homem. O homem que tinha entrado caminhou em direção à parte de trás do grande centro, mas Isaac foi parado na recepção do hotel. — Posso ajudá-lo?— O homem olhou para Isaac e simpatia encheu seus olhos. — Será que o seu namorado faz isso? Isaac não entendia o que o homem estava falando até que se lembrou que o lado esquerdo de seu rosto estava machucado. Não foi a primeira surra que seu pai lhe dera. Jacob Newton lhe tinha batido em torno de duas semanas antes, chamando-o de nomes enquanto continuamente dizia que Isaac estava indo para queimar no inferno por cobiçar um homem. A vida tinha ficado tão ruim em casa, que uma pequena parte dele estava aliviada por finalmente estar fora de lá. Robby tinha tentado ajudar o melhor que podia, mas Isaac continuou empurrando o irmão longe. Ele não queria que Robby sofresse o mesmo furor. Isaac estava tentando o seu melhor para proteger o cara. E agora Isaac estava sozinho no mundo. Ele não tinha ninguém além de si mesmo. Seus dedos tocaram ao longo dos hematomas e balançou a cabeça. — Meu pai tentou tirar o gay fora de mim.
O rosto do homem se manchou com raiva, e Isaac deu um passo para trás, sem saber se ele devia ficar ou fugir. Ele não conhecia este homem, e não tinha certeza se o cara era perigoso ou não. — Oh, querido. — o homem disse: — Eu não estou bravo com você. Estou chateado que as pessoas acham que podem bater em um homem gay e fugir com isso. — Ele deu a volta na mesa e ofereceu a Isaac um sorriso caloroso. — Meu nome é Rodney. Eu trabalho aqui. Isaac olhou em volta para as muitas camas sendo puxadas no lugar. Voltou-se para Rodney. — Onde é aqui? O homem parecia perplexo com a pergunta de Isaac. — Você está em um abrigo para pessoas gays que foram ou abusadas ou não têm outro lugar para ir. Às vezes as duas coisas. — As pessoas dormem aqui?— A ideia de um lugar quente para a noite apelou para Isaac, embora ele não tivesse certeza sobre dormir em uma sala cheia de estranhos. Mas era isso ou encontrar algum lugar lá fora para reclinar a cabeça. Ele queria chorar na sua situação. Ele não conseguia entender como seu pai poderia fazer algo assim com ele, mas ele segurou as lágrimas. — Posso ficar aqui? — É claro. — disse Rodney. — Temos espaço para a noite. Mas, como o tempo fica mais frio, você vai ter que chegar aqui mais cedo, a fim de garantir que temos leitos disponíveis. O estômago de Isaac rosnou, lembrando-lhe que ele não tinha comido o jantar. Mas isso não era nada de novo recentemente. Seu pai lhe tinha feito pular um monte de refeições ao longo das últimas duas semanas. Jacob tinha feito Isaac ajoelhar-se sobre grãos duros de milho e rezar por sua alma. Ele teria que se ajoelhar na cozinha enquanto todos comiam, cheirando a comida deliciosa, mas negando-lhe até mesmo as sobras. Rodney olhou ao redor e, em seguida, tocou o ombro de Isaac.
— Eu normalmente não deveria alimentar qualquer um, mas eu tenho algumas sobras lá atrás no escritório. Gostaria de um pouco de massa? Isaac hesitou. — Eu não estou tentando seduzi-lo lá para trás. Eu prometo. As palavras eu prometo tocaram em sua mente. T-Rex tinha dito a mesma coisa. O peito de Isaac apertou quando ele pensava sobre o homem alto e bonito. Ele sentia falta de T-Rex terrivelmente e desejou que estivesse de volta naquele posto de gasolina. Esse tinha sido o dia mais feliz de sua vida, e agora tudo o que ele tinha era a memória. Ele ainda sorriu quando pensou das imagens patetas que T-Rex tinha tirado deles na lanchonete. Se apenas Isaac tivesse uma foto de T-Rex que ele pudesse manter escondida perto dele. Mas ele não tinha um telefone, então tudo o que podia fazer era evocar a imagem do homem em sua mente. — Certo. — Isaac disse suavemente, seguindo Rodney. O homem abriu a porta e acendeu a luz antes de pegar um recipiente de plástico para fora da mesa. — Sente-se aqui e coma. Assim que Rodney abriu a tampa, o perfume deu água na boca de Isaac. Ele deu um passo cauteloso para o escritório e se sentou em uma cadeira dobrável contra a parede. Rodney entregou-lhe o recipiente e um garfo. — Vá em frente e coma tudo. Eu tive minha cota. — Por que você está sendo tão bom para mim? — Perguntou Isaac. Seu pai lhe tinha dito o quão cruel o mundo era, como as pessoas usavam e matavam seus companheiros. Essa foi uma das coisas que mais tinha assustado Isaac quando Henry o havia chutado para fora do caminhão. Ele estava com medo de que ele estaria morto antes que pudesse encontrar seu caminho. Ele ainda estava com medo de todos ao seu redor. Sendo um shifter urso não significava nada, porque Isaac não tinha ideia de como lutar. Seu pai
não os tinha deixado mudar muitas vezes, apenas quando seus ursos tinham insistido em sair, cansado de estar trancado por muito tempo. Jacob Newton disse que seus ursos eram uma herança má e tinham que expiar os pecados de seus antepassados. Isaac estava morrendo de vontade de deixa-lo sair. Seu urso estava caminhando dentro dele, rosnando por ser reprimido por tanto tempo. Mas ele estava entre os seres humanos e não podia permitir a mudança assumir. Após o primeiro olho negro de Isaac, Robby tinha mantido um olhar de vigia, enquanto Isaac mudava e curava. Mas depois que seu pai tinha visto que Isaac curou tão rapidamente, ele ameaçou a vida de Isaac se ele deixasse seu urso sair de novo e, em seguida, bateu em Isaac algumas vezes mais, dando-lhe marcas frescas que Isaac ter que deixar curar por conta própria. — Porque eu estava na sua situação a cerca de cinco anos atrás. — respondeu Rodney. — Meu pai pensou a mesma coisa. Ele até comprou uma prostituta para mim e me forçou a fazer sexo com ela. Ele disse que se eu sentisse uma buceta, eu iria ser curado. Quando isso não aconteceu, ele me bater em uma base regular até que finalmente fugi. Eu estive por conta própria desde que tinha dezesseis anos. E aqui Isaac tinha pensado que as duas últimas semanas foram um pesadelo. Ele não podia imaginar o que era ser forçado a ter relações sexuais com alguém que não queria ou desejava. — Como você sobreviveu nas ruas? O homem inclinou a cabeça para o lado. — Você nunca esteve nas ruas antes, não é? Isaac balançou a cabeça enquanto tentava seu mais duro para não devorar a comida que Rodney lhe dera. Seu estômago estava comendo o seu caminho, e ele mal saboreou o macarrão enquanto o empurrava por seus lábios.
— Bem, eu posso dizer-lhe para não confiar em ninguém. — disse Rodney e depois sorriu. — Com exceção de mim. Não que eu seja um santo, mas não acredito em enrolar ninguém. Carma e tudo mais. — Carma? — Rapaz, você realmente é verde. — Rodney suspirou. — Ele simplesmente o jogou aos lobos. O bastardo. Isaac ficou em silêncio enquanto ele finalizava a comida. Ele não tinha certeza do que dizer. Rodney disse que Isaac podia confiar nele, mas Isaac não tinha certeza se podia confiar em alguém. Não, isso não estava certo. Sabia que podia confiar em T-Rex, mas ele não estava indo para obter o homem envolvido. Ele considerou brevemente Simon, mas Isaac estava apavorado demais para pisar de volta em Bear County. Ele estava preso em Junction City, se gostasse ou não. Ele ia ter que aprender as manhas para sobreviver nas ruas. Não era uma situação em que Isaac pensou que iria se encontrar. Ele não estava preparado, mas estava pronto para lutar por sua chance de se fazer neste mundo. Ele podia ter sido jogado para fora, mas iria encontrar uma maneira de sobreviver.
Capítulo seis Na manhã seguinte, Isaac ficou enquanto os outros homens que dormiram lá decolaram. Eles haviam colocado suas camas de volta – o que era necessário – mas tinham se dirigido para fora na primeira luz. Desde que Isaac não tinha ideia para onde ir, Rodney recrutou-o para ajudar a varrer, esfregar e arrumar o lugar. — Isso não é o que eu normalmente faço, mas você está meio que crescendo em mim. Eu tenho medo de deixá-lo sair. — O homem sorriu. — Você é como um pequeno filhote.
— Eu tenho que aprender a viver lá fora, mais cedo ou mais tarde. — afirmou Isaac enquanto varria o chão, duas vezes. Ele simplesmente não parecia ficar limpo. Quando foi a última vez que tinha sido varrido? — Eu aprecio você estar tentando me proteger, mas eu tenho que enfrentar o mundo. — E você não tem alguém que possa chamar?— Rodney sondou. — Não é que eu estou tentando me livrar de você, mas é difícil acreditar que um cara legal como você não tem nenhum amigo. Isaac deu de ombros. — Eu tinha um amigo chamado Simon, que tentou me convencer a ir morar com ele. Rodney pulou em cima do balcão e perguntou: — O que aconteceu com isso? — Meu pai teria surtado se eu tivesse saído sem um emprego bem remunerado ou fosse aceito na faculdade. — Então Isaac balançou a cabeça. — Mas eu não poderia obter um bom trabalho sem ir para a faculdade, e eu não poderia me inscrever em quaisquer faculdades sem ter um computador. Eu não sei nada sobre disso. Sei agora que era a sua maneira de me prender em casa. — Os pais podem ser idiotas. — disse Rodney. — Eles nem sempre sabem o que é melhor para nós. — Não, eles não sabem. — Isaac concordou, sentindo a amargura bem dentro dele. Ele tinha pensado que seu pai era onisciente, mas ao refletir sobre sua infância e adolescência, ele percebeu que o homem era falível. O homem nem sempre tinha feito as decisões certas para sua família, e houve momentos em que ele não podia nem mesmo lhes prover. Mas Jacob sempre disse que era a vontade de Deus e que as coisas dariam certo. Essa era a sua desculpa para suas falhas, uma muleta que ele usava quando fracassava.
— Você não acha que Simon pode estar preocupado com você? — Perguntou Rodney. — Ele pode. — disse Isaac. — Mas eu não quero sobrecarregá-lo com os meus problemas. Ele acabou de se tornar gerente na farmácia local não muito tempo atrás e tem o suficiente para lidar com isso. Eu não quero estragar nada com ele. — Isaac agarrou a pá e esvaziou o conteúdo antes de procurar por um balde e esfregão. Ele cresceu fazendo tarefas, e a limpeza do centro onde ele foi autorizado a dormir valia o suor de suas costas. — Eu vou esfregar. — disse Rodney. — Então eu estou indo para uma caminhada. — Isaac colocou a vassoura e pá de lado. Seu estômago ainda estava doendo da surra que tinha levado de seu pai, mas ele precisava de ar fresco. — Você tem certeza? Isaac esteve trancado em casa por muito tempo, e ele estava pronto para explorar. Ele falou sério quando disse a Rodney que tinha que se acostumar a viver nas ruas. Se ficasse escondido no abrigo, faria a transição ainda mais difícil quando chegasse a hora dele pegar a estrada. Isaac não ia se enganar em pensar que este lugar era algo permanente. Era um abrigo. Temporário. Mas ele ainda estava com medo de enfrentar o mundo. — Eu vou dar-lhe um mapa. — disse Rodney. — Eu sei que eu tenho um no escritório em algum lugar. Eu vou circular todos os lugares que você precisa ficar longe, bairros ruins. Está claro? Pela primeira vez desde que ele tinha sido despejado nas ruas, Isaac sorriu. Rodney estava agindo sobre ele como — o sorriso de Isaac desapareceu. Como uma mãe. Pensou que Rodney estava agindo como uma mãe galinha. Mas nem mesmo a própria mãe de Isaac o havia protegido. Ela ficou tão escandalizada, tão irritada quando descobriu que Isaac foi beijado por um
homem. Se qualquer coisa, ela piorou em suas punições. As mãos de Isaac doeram de esfregar tantas roupas, das tarefas infinitas que ela tinha empilhado em cima dele para se arrepender. As ruas poderiam ser um lugar terrível, mas Isaac iria levá-las a viver em casa todo o dia. Ele sentiu uma pontada de culpa por deixar Robby lá, mas foi melhor assim. Robby não tinha feito nada de errado, e seus pais não levaram as coisas para cima dele. Rodney saiu do escritório, mapa na mão. — Tudo bem, qualquer coisa que eu circulei em vermelho deve ser evitada a todo custo. O azul significa que é seguro, durante o dia pelo menos. E o verde significa que você entrou em território esnobe. Essas pessoas vão tratá-lo como lixo e jurar que você está tentando roubá-las. Então eu evitaria ir lá também. — Então, fico no azul. — afirmou Isaac. — Você pega rápido. — disse Rodney com um sorriso. — Vai estar quente o suficiente para que você possa explorar sem um casaco, mas eu estaria de volta aqui antes do sol se por. As noites estão virando um inferno de muito frias. Isaac pegou o mapa e leu sobre ele. O azul era uma área muito pequena. Rodney tinha circulado o centro comunitário em azul algumas vezes, tornando-o destacado. O cara não queria que Isaac se perdesse. — Agora vá e confira Junction City. Mas caramba, não confie em ninguém. E isso significa que, se alguém lhe oferecer comida ou dinheiro, eles têm um motivo, e um muito mau. Não faça isso. Vou trazer algum jantar extra de hoje à noite para você. Isaac colocou o mapa no bolso e acenou com a cabeça. — Entendi. Não aceitar nada de estranhos. Eu achava que toda criança aprendia isso quando fazem cinco anos. Rodney riu.
— Mas você é tão verde, e os homens na rua podem ser tão persuasivos. Não dê ouvidos a eles, e pelo amor de Deus, não vá a qualquer lugar com eles. Respirando fundo, Isaac saiu para o dia cheio de sol para explorar o mundo ao seu redor.
T-Rex tinha percorrido as ruas por metade da noite e não tinha encontrado Isaac. Ele estava ficando louco. Se ele pudesse encontrar Isaac, TRex teria a maldita certeza de que seu companheiro não passaria outra noite nas ruas. A ideia de Isaac estar lá agora o fez querer atravessar o punho através da parede. Ou, mais precisamente, ele queria dar um soco na garganta de Jacob Newton. Ele sentou-se em seu escritório olhando pensativamente para a pilha de documentos em frente a ele, mas T-Rex não se sentia com animo para trabalhar. Fazia quatro dias desde que Robby veio até ele, e T-Rex não estava mais perto de encontrar onde Isaac estava. Não foi por falta de tentativas de sua parte. Todas as noites, ele partia, rodando por Junction City, mas veio de mãos vazias. Pegando as chaves, T-Rex pós a cabeça para fora quando Shott entrou no escritório. — Eu vou com você. — E então Stripper e Mason entraram também, dizendo a mesma coisa. — Vai ser melhor ter mais do que uma pessoa para procurar. — Stripper afirmou. — Podemos cobrir mais terreno. — Obrigado. — disse T-Rex.
— Você deveria ter nos contado o que estava acontecendo, em primeiro lugar. — Stripper o repreendeu. — Nós somos uma família. Nós não ficamos sozinhos. — Stripper cortou um olhar para Shott. — Algumas pessoas não deveriam ter mantido o que estava acontecendo em segredo. Shott encolheu os ombros, mas não parecia arrependido. T-Rex tinha pedido ao homem para não dizer nada, e Shott não tinha dito nada. — Você já esteve lá para nós. — Stripper apontou. — Então pare de agir como um exército de um homem só e deixe-nos ajudá-lo. — Eu não sei sobre a família. — Mason disse da porta, perto de Shott e Stripper. — Mas eu gostaria de ajudar. — Então vamos sair. — T-Rex estava perdendo tempo. Quanto mais tempo Isaac ficava lá fora, pior suas chances eram. Junction City não era um lugar para alguém como Isaac. O homem seria comido vivo pelas ruas. Esse pensamento tinha pesado na mente de T-Rex ao longo dos últimos quatro dias. Eles levaram dois veículos separados, e T-Rex tinha enviado a Stripper e Mason uma imagem de Isaac de seu telefone celular. Foi a que tinha tirado na lanchonete de Isaac rindo. T-Rex tinha olhado para essa imagem, pelo menos, mil vezes desde que a tirou. O homem de cabelo escuro e olhos âmbar chamavam uma parte do T-Rex que ele nunca soube que existia. Ele queria proteger Isaac do mundo. Ele estava indo para encontrar Isaac hoje à noite, ou T-Rex iria rasgar esta cidade inteira. Isaac ia voltar para casa com ele. Não haveria um debate sobre o assunto. O homem era seu. Já haviam discutido o suficiente. Eles passaram sobre os trilhos de trem, em seguida, os dois veículos se separaram, T-Rex e Shott indo para o sul, Stripper e Mason em direção ao oeste. Ele dirigia lentamente, verificando cada beco, cada recanto, e olhava para todas as pessoas andando na rua. — Ele é meu companheiro. — T-Rex confessou a Shott no interior escuro do caminhão. — Eu conversei sobre isso com Sparrow. Isaac disse que
eu cheirava a couro e cedro. Eu também sinto que vou ficar louco se eu não encontrá-lo. — Nós vamos encontrá-lo. — disse Shott. — Nós não vamos sair até que o façamos. — Havia seriedade na voz do homem, e T-Rex apreciou isso. Ele sempre esteve no controle, aquele que seguia todas as regras. Ele era o mais velho na unidade e o mais maduro, mas no momento, ele sentiu como se estivesse desmoronando. A ideia de criar uma família com Isaac se estabeleceu em torno de TRex como um cobertor quente. Ele olhou para o futuro, para criar os filhos na fazenda. Sim, ele queria mais do que uma criança. Tanto ele quanto Isaac tinham crescido em uma família grande, e T-Rex queria uma de sua autoria. Ele não podia pensar em ninguém com quem quisesse começar uma família além de Isaac. Eles percorreram as ruas durante horas, e T-Rex sentiu como se ele nunca fosse encontrar Isaac. Como poderia um homem simplesmente desaparecer assim? Junction City não era grande. Embora Bear County fosse menor, não era como se este lugar fosse uma metrópole. Ele deveria ser capaz de encontrar um homem solitário. Ele virou na próxima rua, encontrando-se debaixo de uma ponte. As luzes da rua estavam fora, tornando mais difícil para ele ver. Ele e Shott verificaram os rostos dos moradores de rua que estavam espalhados, alguns em tendas rasgadas, alguns amontoados perto de uma lata de lixo em chamas. O coração de T-Rex caiu para os menos afortunados. Ele não podia acreditar no número de pessoas desabrigadas na cidade. Almas perdidas. Ele tinha visto rostos como este em outros países, quando estava no serviço e em algumas atribuições para o seu negócio. Parecia que apenas o cenário mudava. Os rostos ainda pareciam desolados, sem esperança. O pior era quando ele via as crianças nas ruas, sem ter para
onde ir. T-Rex sabia que não poderia salvar todos, mas isso não impedia seu coração de ir até eles. T-Rex decidiu sair e procurar a pé. Havia muitos ali para realizar uma varredura rápida de rostos. Ele estacionou seu caminhão e caminhou entre os vagabundos. Shott estava do outro lado da rua, fazendo o mesmo. T-Rex tentou parecer menos intimidante, especialmente quando se deparou com as mulheres amontoados em abrigos improvisados de papelão ou jornais velhos rasgados. Era como um país do Terceiro Mundo bem ali debaixo desta ponte, a sua própria comunidade de pessoas deslocadas. Ele se perguntou o que a cidade estava fazendo para ajudar essas pessoas. O número era surpreendente. Tinha que haver pelo menos duas dúzias de homens e mulheres que chamavam este espaço de casa. T-Rex ia perguntar a Sparrow sobre os sem-teto em Bear County. Isso o incomodava até os ossos. Era uma verificação da realidade de quão boa a sua vida realmente era. Ele parou quando viu uma mulher encolhida perto de uma pessoa menor. A principio T-Rex pensou que era uma criança. A pessoa estava enrolada, balançando ligeiramente debaixo de um cobertor sujo. Foi o cabelo que chamou a atenção de T-Rex. Ele se aproximou e deu à mulher um sorriso não ameaçador. — Estou à procura de um amigo. — disse ele. Ele teria dito amante, mas isso não era preciso. Além disso, ele queria parecer o mais amigável possível. — Seu nome é Isaac. O pacote ao lado dela se moveu, e, em seguida, os olhos âmbar-ouro espiaram para ele. O coração de T-Rex apertou quando viu os hematomas no rosto do homem e o olhar aterrorizado em seus olhos. — Isaac? O homem começou a tremer ainda mais forte e lágrimas se formaram em seus olhos, pegando em seus cílios grossos. — T-Rex?
A voz de Isaac era quase inaudível. O homem sentou-se, olhando para T-Rex, como se estivesse olhando para um fantasma. A mandíbula de TRex flexionou quando viu o quão sujo Isaac estava e as marcas amareladas que estragaram o rosto do homem. — Eu perdi o mapa. — afirmou Isaac, e em seguida, as lágrimas começaram a cair. — Eu tentei tão duro encontrar o abrigo, mas eu não conseguia me lembrar onde ficava. Sem pensar, T-Rex se abaixou e puxou Isaac da alcova em que ele estava instalado. A mulher estava de pé, com os punhos fechados. — Você, o deixa em paz! T-Rex enfiou a mão no bolso e tirou uma nota de vinte. Ele o entregou para a mulher. — Isaac é meu amigo, e eu vou levá-lo para casa. Ele estará seguro. Ela olhou de T-Rex para Isaac, que ainda estava encolhido sob o cobertor sujo. — É verdade? Isaac acenou com a cabeça. — Eu o conheço. T-Rex gritou por cima do ombro. — Shott, me passa os cobertores do caminhão. Quando Shott trouxe para ele, T-Rex tirou o que cercava Isaac e entregou-o de volta para a mulher. Ele também lhe deu mais alguns cobertores. Ele salvou um para embrulhar em torno de Isaac antes de agradecer a senhora por cuidar de Isaac e, em seguida, levou seu companheiro para o caminhão. — Eu perdi o mapa. — Isaac repetiu enquanto se enrolava nos braços do T-Rex. — Eu não podia encontrar o lugar.
T-Rex deu a Shott as chaves e, em seguida, deslizou para o lado do passageiro, mantendo Isaac perto dele. — Você não precisa mais do mapa. Vou levá-la para casa. — Eu não posso. — Isaac tentou sentar-se, o pânico se espalhando através de seus olhos. — Eu não posso voltar para Bear County. T-Rex passou a mão pelas costas de Isaac. — Seu pai não vai entrar em qualquer lugar perto de você. Eu prometo. — Eu não posso te envolver nisso. — disse Isaac, enquanto ele continuava a lutar. — Eu corro um negócio de guarda-costas, Isaac. Eu posso lidar com um shifter urso. Os olhos de Isaac se ampliaram ainda mais. — Você nunca me disse isso. — O assunto nunca surgiu. — disse T-Rex. — Eu protejo as pessoas para viver e moro com shifters ursos. Você estará seguro. — Você sabia que eu era um shifter urso? — Perguntou Isaac. T-Rex se inclinou mais perto, sem se importar que Isaac tivesse o cheiro das ruas. Ele finalmente tinha o homem em seus braços, e ele planejava nunca deixar Isaac ir. — Eu também sei que você é meu companheiro, e nada menos que o fim do mundo vai me impedir de te proteger.
Isaac estava sob o jato de água quente, lavando os quatro dias de sujeira. Nunca tinha desfrutado tanto de uma ducha. Ele lavou o cabelo duas
vezes e seu corpo três vezes antes de se sentir inteiro novamente. Ele inclinou a cabeça para cima, deixando o spray bater sobre o rosto e pelo pescoço. Isaac manteve-se no chuveiro até que seu corpo ficou pesado e lento por ser exposto ao calor intenso por tanto tempo. Depois de enxaguar o cabelo uma última vez, ele relutantemente desligou a água e saiu. Isaac virou-se para examinar o seu reflexo no espelho. Ele parecia como a morte requentada. Fatigado. Preocupado. Assustado. Debilitado. Havia um milhão de descrições que rodopiavam em sua mente para definir como ele se sentia e parecia. Ele fechou os olhos e balançou um pouco até que agarrou a borda do balcão para se firmar. Ele estava finalmente seguro, mesmo que não tivesse ideia de como T-Rex sabia que eles eram companheiros. Nem mesmo Isaac sabia disso. Sua mãe nunca lhe ensinou sobre companheiros, e tudo o que ele sabia era que T-Rex cheirava maravilhoso. Mas ele estava em um lugar onde ninguém poderia encontrá-lo. Onde até mesmo Jacob Newton não saberia de Isaac. Um alívio. Por agora. Mas ele sabia que não podia se esconder ali para sempre. Mais cedo ou mais tarde, seu pai iria descobrir que ele estava de volta a Bear County, e Isaac não estava certo sobre o que o homem faria em seguida. — Você está bem aí? — T-Rex perguntou através da porta do banheiro. Isaac envolveu a toalha macia em torno de sua cintura e, em seguida, abriu a porta para ver T-Rex ali de pé, elevando-se sobre ele. Havia roupas agarradas nas mãos do homem. — Eu peguei emprestadas essas de Gabe. Ele é o menor na casa. Amanhã vamos buscar algumas roupas que se encaixam.
Isaac pegou as roupas oferecidas e, em seguida, fechou a porta do banheiro e se vestiu. Uma vez que estava de pijama, ele entrou no quarto. Ele estava nervoso sobre a hora de dormir. Ele nunca tinha dormido com um homem antes. Será que T-Rex iria querer fazer sexo? O pensamento o animava e aterrorizava na mesma medida. — Você precisa descansar. — T-Rex o guiou para a cama. O homem usava apenas roupa intima boxer, e Isaac teve sua primeira visão de como o homem ficava sem roupa. T-Rex era poderosamente construído, bem proporcionado, e seu corpo parecia se estender por milhas. Isaac se sentia como um camarão ao lado do homem. Ele olhou sobre a pele dourada e se perguntou o que seria a sensação de passar as mãos sobre a forma cinzelada do homem. Depois de empurrar os cobertores de lado, T-Rex se arrastou para a cama e, em seguida, deu um tapinha no espaço vazio ao lado dele. — Vamos dormir um pouco, e nós revolveremos as coisas amanhã. Isaac hesitou e depois se arrastou para a cama, curvando em volta do corpo quente de T-Rex. Naquele exato momento, Isaac nunca se sentiu tão seguro e protegido. T-Rex puxou as cobertas sobre eles e, em seguida, enrolou seus braços ao redor Isaac, encasulando-o. — Diga-me que alguém se preocupou com você nas ruas. — T-Rex sussurrou para ele. — Diga-me que você esteve tão seguro como você poderia estar. — Eu estava apavorado. — Isaac admitiu. — A primeira noite eu dormi atrás de uma lixeira. Depois disso, eu encontrei um abrigo, mas não consegui encontrar o meu caminho de volta depois que eu saí. E então Mildred fez amizade comigo. Ela era a mulher com quem falou hoje à noite. Ela me levou para debaixo da ponte e cuidou de mim. — Mas será que alguém o incomodou? — Perguntou T-Rex. Isaac balançou a cabeça.
— As pessoas sob a ponte foram gentis. Eles são como uma espécie de família, cuidando entre si. Alguns punks vieram na segunda noite, tentando causar problemas. Mas eles foram expulsos. Isaac fechou sua mente para os últimos quatro dias. Ele não queria pensar nisso. Ele não queria pensar sobre seu pai mandando-o para longe. A traição doía tão mal. Isaac não achou que ele voltaria a se sentir seguro novamente, ou se sentir quente novamente. Mas enquanto estava deitado ao lado de T-Rex, o frio estava finalmente saindo de seus ossos. — Robby veio na noite que isso aconteceu. — disse o T-Rex. — Ele disse-me para lhe dizer que ele sempre soube que vocês dois foram cortados do mesmo pano. — T-Rex abraçou Isaac mais apertado. — Eu estive procurando por você desde aquela noite. Eu pensei que nunca iria encontrá-lo. A garganta de Isaac se apertou. Robby sabia? Por que ele não tinha dito nada a Isaac? Teria sido bom ter alguém para conversar sobre como se sentia por dentro. Agora mais do que nunca ele sentia falta de seu irmão mais novo. — Se o meu pai descobre sobre Robby... — Seu irmão parece muito inteligente. — T-Rex respondeu. — Tenho certeza que ele sabe que não deve dizer nada a seu pai sobre ser gay. — Eu tenho ouvido a minha vida inteira que isso é um pecado. — Isaac confessou. — Que é errado se deitar com outro homem. A mão de T-Rex deslizou no braço de Isaac. O movimento causou arrepios pelo corpo de Isaac. — Diga-me como é errado amar alguém? Como pode ser um pecado dar a alguém o seu coração? Sexo não importa, só o modo de tratar essa pessoa. — Eu não sei. — admitiu Isaac. — Meus pais adoram um ao outro. — disse T-Rex. — Mas eu já vi relacionamentos voláteis entre um homem e uma mulher. Eu vi o mesmo entre casais homossexuais. Eu também vi como dois homens podem se amar tanto
que eles dariam suas vidas um pelo outro. Eu vivo com homens que acasalaram com um homem. E para ser honesto, eu estou com inveja do quanto eles se amam. — Como você sabia que nós éramos companheiros? — Perguntou Isaac. — Poderíamos ter uma forte atração um em direção ao outro. — Meu perfume. — T-Rex respondeu. — A forma como eu cheiro para você e o quão louco eu estava ficando sem você em meus braços. Um amigo meu, me disse o que estava acontecendo. Mas eu vivo com shifters urso por tanto tempo que só percebi isso. — Você tem certeza? A mão de T-Rex deslizou no braço de Isaac e depois enrolou em sua cintura. — Só há uma maneira de descobrir. — Como? — Perguntou Isaac. Ele odiava ser ignorante e que este ser humano sabia mais sobre o acasalamento do que ele sabia. Isso só lhe mostrava como realmente alheio ele era. Seus pais o haviam mantido no escuro sobre um monte de coisas. E pela primeira vez em sua vida, ele se ressentia deles por isso. T-Rex virou Isaac até que eles estavam olhando um para o outro. Isaac nunca tinha se sentido tão marcado pelos intensos olhos do homem. O azul brilhava como diamantes e fez a respiração de Isaac travar em sua garganta. Como alguém tão bonito poderia estar interessado nele? — Você ficar grávido de um filho meu. — T-Rex respondeu. — Eu não entendo como você não sabe disso. Isaac ficou chocado com o que o homem tinha acabado de dizer. Grávido? Ele devorou todos os livros em que pode colocar as mãos e ouviu Simon falar sobre sexo. Isaac se considerava inteligente, tinha aprendido muito ao longo de sua vida, mas havia algumas coisas que não eram ensinadas
em
um
livro.
Havia
algumas
coisas
que
não
eram
ditas
abertamente. Acasalamento de shifter Urso era um deles. T-Rex era mundano, sofisticado, um homem de verdade, enquanto Isaac lutou no escuro para encontrar o caminho. Grávido. Isaac não sabia o que dizer ou fazer. T-Rex deu um beijo na testa de Isaac. — Não importa. Você está aqui agora. Durma um pouco. Isaac fechou os olhos e contou com a sensação de estar envolto protetoramente nos braços do T-Rex. Ele se preocuparia com o seu futuro amanhã. Haveria tempo de sobra para surtar sobre sua situação, uma vez que ele tivesse um pouco de descanso.
Capítulo sete Isaac estava ali na cama, olhando ao redor do quarto escuro. T-Rex tinha se levantado e ido ao banheiro, e Isaac olhou para o relógio para ver que eram quase quatro da manhã. Ele tinha conseguido dormir um pouco, mas havia passado a maior parte da noite acordado. Isaac tinha medo de acordar e se encontrar enrolado ao lado de Mildred. Mas ele não estava. Estava seguro e na cama de T-Rex. A porta do banheiro foi aberta, e mesmo T-Rex sendo humano, o homem se movia com uma graça predatória. Ele observou que o cara atravessou a sala em direção à cama. Silencioso. Isaac fechou os olhos e fingiu estar dormindo quando sentiu a cama afundar do outro lado, mas T-Rex deveria saber que estava acordado. — Tão pequeno e tão bonito. — T-Rex abaixou, e seus lábios roçaram a orelha de Isaac. — Você acredita que você pertence a mim, Isaac?
Uma mão agarrou o quadril de Isaac e o empurrou contra o aço duro do pênis de T-Rex sob seus boxers. Sua outra mão segurou a cabeça de Isaac e o fez virar. — Você acredita? — O lábio do homem roçou os de Isaac. Isaac prendeu a respiração. Ele sentiu-se preso em uma teia de sedução e prazer iminente que o fazia se sentir bem, mas Isaac não tinha ideia do que fazer. —Sim. — Respondeu. — Eu sinto um vínculo crescente entre nós. Os lábios de T-Rex pressionaram contra os de Isaac, separando-os para ter um gosto como se fosse ambrosia para a sua excitação e como se TRex estivesse morrendo por isso. A língua do homem acariciou os lábios de Isaac e deslizou para dentro, acariciou sua língua, lábios, provando. Um zumbido de prazer percorreu Isaac quando sentiu as mãos de T-Rex se movendo lentamente por suas costas. Isaac queria tocar. Ele colocou as mãos no peito do T-Rex, carne musculosa, dura, invencível, quando T-Rex o puxou para mais perto e Isaac se pressionou com mais força contra o homem. A prova dura da ereção de T-Rex cutucou contra o estômago de Isaac. Ele se apertou contra ela e isso lembrou a Isaac que estava sozinho, com um homem, e nu. Necessidade sexual, excitação, e uma onda de emoções que não faziam sentido preencheram Isaac. Sua carne ficou aquecida, queimando. Onde quer que T-Rex tocava, onde o calor do seu corpo acariciava Isaac, desencadeava uma corrida de prazer através de Isaac que o deixou tonto. Um gemido sussurrado saiu dos lábios de Isaac quando colocou as mãos nos cabelos de T-Rex, agarrando os fios, sentindo a maciez dele. Tão pouco em sua vida era familiar agora. Isaac precisava de uma âncora. Ele precisava sentir-se amado e desejado. O beijo de T-Rex era mágico. Não havia outra palavra para isso.
— Tanner. — Isaac sussurrou o nome do homem, quando os lábios de T-Rex deslizaram pela bochecha de Isaac, pela curva de sua mandíbula e para o pescoço. As terminações nervosas formigavam quando uma onda de pura sensação, branco-quente e intensa, lavou o corpo de Isaac. T-Rex gemeu. — Eu amo quando você diz o meu nome. As pontas dos dedos calosos se moviam sobre Isaac o acariciando. Isaac lutou por um senso de equilíbrio quando T-Rex deslizou suas calças de pijama fora, jogando-as de lado antes de puxar a cueca. Quando se acomodou em seu lugar, a almofada do polegar de T-Rex passou sobre a cabeça do pênis de Isaac. A sensação era requintada. Quando Isaac arqueou contra T-Rex, suas pernas se abriram e uma coxa dura foi pressionada entre as dele, levantando-o, forçando Isaac a montar os contornos da perna de T-Rex enquanto moía suas bolas contra o homem. O corpo de Isaac doía como se o sexo fosse mais do que uma necessidade. Ansiava como se fosse imperativo para seu próprio ser. Uma cascata de sensações aquecidas inundou o seu corpo, deixando o seu pau duro enquanto lutava para respirar. A boca de T-Rex encontrou o mamilo de Isaac, e o toque da língua do homem fizeram as pálpebras de Isaac vibrar, a sensação disparou direto para o seu pênis e depois, como um selvagem, um grito estrangulado deixou os lábios de Isaac. — Goze para mim, bebê. — A voz de T-Rex estava áspera e rouca. Isaac engasgou em busca de ar quando T-Rex levou os lábios de Isaac em um beijo, a língua do homem lambendo ao longo de sua boca enquanto os dedos de T-Rex deslizaram pela bunda de Isaac, agarrando-o e o
puxando para mais perto. Tiros de prazer rasgaram através de Isaac, suas pernas se apertaram e ele montou a poderosa coxa do homem. — Eu sonhei com isso. — T-Rex rosnou contra os lábios de Isaac quando o homem deu a Isaac um momento para respirar. — Eu quero enterrar meu pau dentro de você. Eu quero sentir você tremendo em meus braços, gritando o meu nome. Calor inundou o rosto de Isaac com as palavras explícitas. Ele queria que T-Rex o tomasse, para aliviar o nó de fome apertando dentro dele. Seus quadris se arquearam para mais perto, a fricção quase o quebrando. T-Rex riu, uma lufada de fome masculina em diversão, enquanto seus dedos esfregavam sobre a bunda de Isaac. — Você quer isso também, não é? Um arrepio atravessou Isaac. Ele queria sentir T-Rex dentro dele tão mal. Era tudo o que podia pensar, tudo o que queria. — Faça amor comigo, por favor. Ele não se importava mais se estar com T-Rex era um pecado. Não importava. Nada importava ao sentir as mãos de T-Rex, seu beijo, seu toque. Isaac queimava por ele. Ele girou o corpo para mais perto, sentindo seus caninos se alongando. T-Rex levantou a cabeça e olhou para Isaac como se ele fosse a mais bela criatura sobre a terra. — Eu quero que você me morda. Quero sentir seus dentes afundando em mim quando eu te foder. T-Rex rolou, colocando Isaac sob seu corpo poderoso. As mãos do homem estavam em toda parte, acariciando, tocando, aprendendo sobre cada centímetro do seu corpo. Isaac gritou sem fôlego quando T-Rex engoliu seu pau. Espirais de sensação o atravessaram, fazendo seu corpo tremer enquanto seus dedos agarraram os cabelos de T-Rex.
Isaac se retorceu, cavalgando as ondas de prazer. Ele abriu as pernas mais afastadas, espantado que um homem do calibre de T-Rex consideraria mesmo chupar o pau de outro homem. O homem o devorou enquanto Isaac balançava a cabeça para trás e para frente. E então um dedo molhado deslizou para dentro de Isaac. Um prazer de dor ardente se centrou no âmago de Isaac, convulsionando através de seu corpo enquanto ele oscilava perto da borda. A pressão foi crescendo dentro dele, quando T-Rex inseriu outro dedo. A língua de T-Rex era como um chicote de pura sensação, lambendo, acariciando, fazendo com que o corpo de Isaac se arqueasse enquanto lutava para chegar mais perto da incrível agonia de prazer. Ele nunca soube que o sexo poderia ser tão bom. Ansiava profundamente por isso e sabia que uma vez não seria o suficiente. Um grunhido duro rasgou dos lábios de T-Rex. Seus dedos mergulharam mais profundamente na bunda de Isaac, tesourando, esticando-o. O homem acariciou o canal apertado de Isaac com estocadas fortes. E então o corpo de Isaac foi abalado pelas sensações de seu clímax. Seu corpo estremeceu enquanto T-Rex bebia cada gota. O homem o devorou antes de recuar e, em seguida, dirigiu seu pênis profundamente dentro do corpo de Isaac. Isaac gritou. Seus dedos cavaram na carne de T-Rex quando o seu prazer virou-se para a dor. — Respire bebê. — Disse T-Rex enquanto acomodava o seu corpo sobre Isaac. — Você tem que relaxar. Isaac sentiu algo escorregadio em suas costas e, em seguida, virou a cabeça para ver uma garrafa de lubrificante na cama. Ele tinha ficado tão perdido que não percebeu o que T-Rex tinha feito. Mas ele lutou para acomodar o enorme pau do homem, ofegando, cerrando os dentes.
— Você pode me levar. — T-Rex sussurrou enquanto seus lábios desciam no pescoço de Isaac. O homem começou a mover os quadris, e o mundo de Isaac começou a novamente desmoronar. Sensações estavam amarrando as suas entranhas. T-Rex levantou a cabeça, e sua expressão estava apertada com a fome, com o prazer sensual, quando o homem olhou nos olhos de Isaac. Isaac se perdeu no olhar. — Seu corpo é como puro êxtase. — A voz de T-Rex era grossa e rouca de prazer completo arrancada de seu peito. Isaac envolveu as pernas ao redor da cintura de T-Rex e levantou a bunda mais alto. T-Rex deu um rosnado baixo quando suas investidas se tornaram mais exigentes. Pulsos de prazer dispararam em uma corrida alucinante pelo corpo de Isaac, apertando suas bolas e rasgando através de suas terminações nervosas enquanto lutava para gozar. Ele já tinha tido um orgasmo, e sabia que outro iria derrubá-lo. Ele não queria que isso acabasse. — Olha. — Os olhos de T-Rex baixaram, e o olhar de Isaac o seguiu. Sua respiração saiu em um suspiro enquanto observava o pau de T-Rex deslizando dentro e fora dele. — Tão lindo. — Disse T-Rex. — Isso não pode ser errado. Isaac ficou submerso em sensações que tomaram conta dele com a força de um maremoto. Sua mão deslizou para baixo do ombro de T-Rex e ao redor dos bíceps inchados do homem. Ele se vangloriou em poder tocar T-Rex. Seu companheiro. O homem estava certo. Algo tão belo não poderia estar errado. Calor aumentou dentro dele, se construiu em torno dele. Isaac sabia que não seria capaz de segurar. As estocadas de T-Rex se aprofundaram, e um calor branco-quente de prazer o cegou explodindo dentro de Isaac com uma força que o fez arquear duro contra o seu companheiro.
— Filho da puta. — T-Rex gritou antes que os dentes do homem estivessem presos no ombro de Isaac. A mordida foi forte, fazendo Isaac gritar. Ele sentiu o cheiro de sangue no ar e sabia que T-Rex tinha rompido a pele. O homem era como uma besta desencadeada quando bateu na bunda de Isaac. Isaac se esqueceu nas demandas de T-Rex. Ele se esqueceu de morder o seu companheiro, esqueceu tudo, exceto das sensações que estouraram por meio dele. T-Rex levantou a cabeça, e Isaac viu o suor escorrendo pelo rosto do homem quando enterrou seu pau dentro de Isaac ao máximo. Isaac desabou sobre a cama, com as pernas caindo dos lados de T-Rex. Ele estava exausto. — Eu nunca fiz isso antes. — T-Rex disse enquanto beijava o ombro de Isaac. — Eu nunca mordi ninguém na minha vida. Retirando o seu pênis, T-Rex se esticou e, em seguida, acariciou com a mão pelo lado de Isaac. — Eu machuquei você? Isaac não podia parar o sorriso de satisfação. Ele rolou e depois se enrolou no lado do seu companheiro. — Você me fez sentir um monte de coisas, mas a dor não foi um deles. Ok, não era inteiramente verdade. Mas Isaac não ia estragar o momento. Mergulhando a cabeça, T-Rex deu um beijo em cada uma das pálpebras de Isaac. — Tente dormir um pouco mais. Temos um dia inteiro pela frente. Isaac não teve nenhum problema após o pedido do homem. Ele estava muito cansado e pronto para dormir durante o resto da noite. Ele fechou os olhos e sorriu para si mesmo enquanto sentia o calor do corpo de TRex em torno dele.
Isaac rapidamente percebeu que o shopping não era a sua coisa. Ele ficou no meio da loja sentindo uma dormência mental quando trouxe a mão trêmula à testa e esfregou para frente e para trás. Sua mãe sempre fez suas roupas. Ele nem sequer sabia o seu tamanho. — Não deixe isso oprimi-lo. — Disse Gabe. T-Rex pensou que seria uma boa ideia trazer Gabe junto. T-Rex tinha afirmado que ele não era bom fazendo compras. Nem era Isaac. — Eu não sei por onde começar. — Disse Isaac. Sentia-se como um bobalhão por não saber como fazer compras de roupas. — O que você gosta de vestir? — Gabe perguntou enquanto procurava em um rack de camisas. Isaac não tinha nenhuma pista. Ele nunca teve que fazer essa escolha antes. Ele coçou a cabeça e então pensou sobre Simon. — Que tal gótico? Gabe balançou a cabeça. — Você não tem esse olhar. Deixe-me ver o que eu posso encontrar para você. Isaac seguiu Gabe como um cachorrinho perdido. T-Rex estava na seção de caça, olhando para as armas. Isaac estava meio tentado a juntar-se ao seu companheiro, mas T-Rex tinha sido inflexível sobre Isaac comprar algumas roupas. Gabe caminhou ao redor da loja, como se tivesse comprado um milhão de vezes. Pegou camisas para fora de racks e jeans de cabides. Isaac
pegou uma camisa com cores fortes, e Gabe balançou a cabeça. Isaac estava começando a perceber que não tinha nenhum senso de moda. No
momento
em
que
Gabe
terminou,
seus
braços
estavam
carregados. Ele colocou as coisas em cima do balcão e, em seguida, disse ao vendedor: — Nós ainda estamos comprando. Ainda estamos comprando? Quanto mais Isaac precisava? Já parecia que Isaac tinha uma roupa diferente para cada dia do mês. Gabe os levou para outra seção da loja. Isaac só ficou lá enquanto o homem comprava roupas íntimas, meias, camisetas e pijamas. Gabe ainda tirou algumas vestes fora do rack. Em seguida, eles foram para o departamento de sapatos, e Isaac acabou com um par de tênis, dois pares de sapatos, e algumas botas. — Não acho que eu preciso de tudo isso. — Disse Isaac. — Algumas roupas, algumas roupas íntimas, e um par de sapatos vai funcionar muito bem. Gabe olhou para onde T-Rex estava examinando alguns escopos de armas antes de dizer: — Quando um homem se oferece para lhe comprar roupas, você não pega apenas algumas roupas. Isaac sabia que Gabe tinha dinheiro. T-Rex tinha preenchido Isaac com um monte de informações sobre os homens. Nada muito pessoal, mas o suficiente para que Isaac se sentisse mais confortável em torno de todos. Gabe nasceu para fazer compras. O homem provavelmente comprava calças jeans de quinhentos dólares. Isaac era um homem simples. Ele não precisava de nada extravagante. — Eu não estou tentando quebrar a conta bancária do T-Rex. —Disse Isaac. O homem já tinha dado a Isaac o suficiente. Ele era grato pelo teto sobre sua cabeça. Isaac não queria que o seu companheiro pensasse que ele era frívolo. Uma gargalhada deixou os lábios de Gabe.
— Eu não acho que você precisa se preocupar com isso. Isaac não tinha ideia do que isso significava. Ele estava louco para sair da loja. Ele não estava confortável gastando o dinheiro de T-Rex. Gabe suspirou. — Tudo bem, mas vamos fazer isso de qualquer maneira. T-Rex finalmente se juntou a eles, e Isaac aproximou-se da porta. Ele não podia suportar ver o total. Gabe tinha comprado praticamente a loja inteira. Quando Isaac olhou para fora da janela grande, ele avistou Simon. Ele saiu correndo da loja e agarrou o braço do seu amigo. Simon virou, e seus olhos se arregalaram. — Isaac! — O homem o abraçou. — Porra, é bom ver você. Isaac se sentia da mesma maneira. — Eu vou ficar no Rancho Grande Urso agora. Venha me ver. — Ele não tinha certeza se T-Rex teria um problema com Isaac convidando alguém, mas ele queria conversar com seu amigo. Simon poderia ser áspero ás vezes, mas ele tinha certeza de que T-Rex não se importaria se Simon fosse lhe visitar. Simon piscou para ele. — Eu vejo que você perdeu o olhar Walton. Isaac estava vestindo uma das roupas de Gabe. Estava um pouco grande, mas suas roupas velhas tiveram que ser jogados fora. Ele estava vestido com uma calça jeans e uma camiseta simples. — Fica bem em você. — Comentou Simon. — Tudo o que você tem a fazer é deixar o cabelo crescer um pouco e você vai parecer como um verdadeiro rebelde. Só então T-Rex e Gabe saíram da loja com as mãos cheias de sacolas. Eles as colocaram no SUV antes de T-Rex se juntar a Isaac. Simon estreitou os olhos para T-Rex. — Você deveria me chamar quando o encontrasse.
— Eu apenas o encontrei na noite passada. — T-Rex respondeu. — Você ainda poderia ter ligado. — Simon retrucou. Isaac gemeu. Se estes dois não se davam bem, então não havia esperança de Simon o visitar. Ele não queria o seu companheiro e o seu amigo na garganta um do outro. Isaac se colocou entre os dois e levou Simon mais longe. — Seja legal. — Você está bem? — Simon sussurrou. — Isso que o seu pai fez é muito fodido. Eu juro que eu quero ir lá e chutar a cara dele com o meu punho. Isaac riu. — Isso não faz muito sentido. Simon soltou um longo suspiro. — Contanto que você esteja bem. — Eu estou bem. — Disse Isaac. — Por que você não vem para o jantar? — Tenho planos. — Disse Simon. — Vou aceitar sua oferta em outro momento. Eles se despediram, e então Isaac deslizou para frente do SUV. Enquanto T-Rex dirigia para a cidade, os nervos de Isaac estavam enrolados. Ele estava com medo de que seria encontrado pelo seu pai. Seu companheiro lhe tinha garantido que estava seguro, mas Isaac não queria enfrentar o seu pai. Ele não tinha certeza do que o homem faria, mas ele também não queria ver a decepção nos olhos de seu pai. Sua vida tinha mudado tão drasticamente ao longo das duas últimas semanas. Tudo por causa de um loquaz beijo no dedo do pé. Não, tudo por causa do fanatismo tacanho de seu pai. Isaac sabia que ele nunca iria ver seus irmãos mais velhos novamente. Nenhum deles iria querer ter alguma coisa a ver com ele. Mas o que mais feria era o fato de que seus pais poderiam esquecê-lo tão facilmente. T-Rex se aproximou e deslizou sua mão na Isaac.
— Sem rostos tristes. Isaac mordeu o lábio inferior quando assentiu. Ele deu a seu companheiro um sorriso indiferente antes de olhar para fora da janela. Seu coração quase bateu para fora de seu peito quando viu seu pai na frente da loja de ração. O homem ainda parecia o mesmo. Ele estava guardando algumas coisas na parte de trás do caminhão, e Isaac sentiu como se devesse deslizar para baixo em seu assento. — Você está seguro. — T-Rex disse quando apertou a mão de Isaac. — Ele não vai te machucar. Isaac desejou que pudesse acreditar nisso. Mas quando o seu próprio pai tinha se transformado em um monstro diante de seus olhos, a dor do abuso veio à tona. Enquanto eles passavam, Isaac arriscou um olhar. Seu sangue se transformou em gelo quando os olhos do seu pai se bloquearam com os seus. Isaac estava errado. Não era a decepção que tintilava nos os olhos do pai. Era ódio.
Ok, ele poderia fazer isso. Era uma vida nova, e ele estava indo para abraçá-la. Um monte de gente começava tudo de novo. Isaac poderia fazer o mesmo. Ele virou-se de lado no espelho de corpo inteiro examinando o seu reflexo. Ele nunca olhou para si mesmo totalmente nu antes. Deus, ele realmente tinha uma compleição física pequena. Ele deu um tapinha no bumbum, perguntando se ficaria maior quando ficasse grávido. Ele esperava que sim. Infelizmente, ele não tinha muito lá neste momento.
Obrigado destino por ter sido muito bem dotado no departamento de pau, ou ele teria sido condenado à vida de solteirão que Simon tanto falava. Talvez se comesse um pouco mais, ganharia algum peso em todos os lugares certos. Isaac moveu os olhos para a cama, onde todas as suas roupas novas estavam. Ele mordeu o lábio quando sorriu e decidiu que gostou da ideia ter um novo visual. Por que diabos não? Se ele estava indo para começar uma nova vida, ele precisava ter uma nova identidade. Ele não era mais o filho de Jacob Newton. Ele era Isaac Newton, um homem livre, um Cristóvão Colombo pronto para explorar coisas novas e... — Maldição. — T-Rex rosnou a palavra enquanto caminhava e fechou a porta. — Isso é o que eu gosto de ver quando entro no meu quarto. Um homem lindo nu esperando por mim. Isaac instintivamente sentiu a necessidade de cobrir sua nudez. Embora fosse um shifter urso, ele e seus irmãos tinham sido muito modestos em casa. Suas mãos deslizaram para frente para cobrir sua virilha. — Uh-uh. — Disse o T-Rex. — Vire para mim, querido. — Virar? O homem girou o dedo como se mexendo alguma coisa. — Eu quero ver você todinho. — Os olhos azuis de T-Rex pareciam derrete-lo quando se sentou na cama e se reclinou para trás. — Eu estava indo experimentar minhas roupas. — Isaac olhou para as roupas sobre a cama quando sentiu todo o seu corpo quente de constrangimento. — Ok, mas você tem que vestir-se muito lentamente e, em seguida, se despir da mesma maneira. — Os olhos de T-Rex estavam em chamas. Se o homem ficasse mais ligado, Isaac iria derreter no chão. Ele só estava pensando que esta era sua nova vida, por isso estava indo para abraçá-la, não importa quão nervoso estava.
Endireitando sua coluna, Isaac caminhou até a cama, obrigando-se a afastar suas mãos. Se estaria passando o resto de sua vida com T-Rex, ele precisava jogar a modéstia pela janela. Além disso, o homem tinha visto cada parte dele já. O homem tinha feito amor com ele. Isso não deveria ser um grande negócio. Ele pegou sua cueca, e T-Rex agarrou o seu pulso. — Fique de costas enquanto você as coloca. Isaac deu ao seu companheiro o que ele esperava que fosse um sorriso sedutor, antes de assentir. T-Rex o soltou, e Isaac pegou a cueca antes de se mover para longe da cama. Ele se dobrou na cintura para puxá-las quando ouviu um gemido baixo. Olhando por cima do ombro, ele viu o seu companheiro abaixando lentamente o zíper. O cara estava excitado só de ver Isaac colocar sua roupa íntima? Mordendo o lábio inferior, Isaac mexeu um pouco mais do que o normal, girando os quadris lentamente e sedutoramente enquanto puxava o material até as pernas. — Droga. — T-Rex disse com um gemido baixo. Isaac tinha os boxers até a metade das pernas antes de sentir mãos nos seus quadris. — Eu quero que você se mova assim quando eu estiver enterrado profundamente dentro de você. A respiração de Isaac ficou presa na garganta quando T-Rex o levantou do chão e o colocou na cama. Sua cabeça caiu para trás e arqueou os quadris para frente quando T-Rex levou Isaac em sua boca. Tanto para provar suas roupas. Mas esta alternativa era muito melhor. Ele teria que se lembrar de ficar nu em seu quarto com mais frequência, especialmente se T-Rex reagia desta forma a sua nudez. Uma ousadia que nunca teve antes veio à tona, e Isaac não queria nada mais do que agradar o homem, para mostrar a T-Rex que ele queria isso, tanto quanto o seu companheiro.
Sua educação tentou impedi-lo de querer essas coisas más, mas Isaac empurrou esses pensamentos de lado e se contorceu sob T-Rex, desfrutando de tudo o que o homem estava fazendo com ele. Seu companheiro estava certo. O amor não pode estar errado, não importa o gênero. T-Rex puxou para trás, deixando o pau de Isaac deslizar de sua boca. Seus olhos estavam brilhantes quando se levantou e começou a se despir. Isaac só podia ficar ali e assistir. O homem era tão alto, tão magro e tão extremamente lindo. — Eu vou fazer você ronronar, gatinho. — T-Rex prometeu quando jogou a calça jeans de lado. Seu companheiro agarrou a mão de Isaac e puxou-o da cama. Ele não tinha ideia de onde o homem o estava levando. T-Rex abriu as portas francesas em seu quarto, e a luz do sol se derramou para dentro. Isaac deu um passo atrás, se perguntando se o homem tinha perdido a cabeça. Não havia nenhuma maneira que ele ia lá fora. Não neste acaso. Isaac pode estar virando a página para começar um novo capítulo em sua vida, mas ter relações sexuais fora, onde todos pudessem vê-los estava fora de questão. De onde estava, podia ver os homens longe. Eles não teriam nenhum problema para enxergar a sua bunda pálida. — O que você está fazendo? — Isaac perguntou quando tentou puxar a mão livre. Não havia nenhuma maneira que ele estava saindo. — Deixe-me mostrar-lhe. — T-Rex sentou-se no tapete e depois se inclinou para trás, espalhando suas pernas. — Eu quero que você me monte. Isaac encarou o pau saliente do homem e engoliu em seco. T-Rex já o colocou lá, e Isaac não deveria estar tão preocupado. Mas agora que estava tendo um bom olhar do comprimento e espessura, Isaac se perguntou como já isso já coube dentro dele. T-Rex riu. — Não seja tímido. Vamos lá, suba a bordo. Antes de tomar um assento no T-Rex Express, Isaac agarrou o lubrificante do criado-mudo. Ele levou um momento para olhar para o homem
espalhado diante dele, e seu coração ficou preso em sua garganta. Seria possível se apaixonar por alguém tão logo após conhecê-lo? Não tinha passado muito tempo desde que Isaac tinha posto os olhos no homem do lado de fora da estação do xerife, mas parecia uma eternidade. — Algo errado? — Perguntou T-Rex. — Se você não está confortável fazendo sexo neste caminho... — Não. — Disse Isaac rapidamente. — Eu só estava me perguntando quanto tempo eu preciso esperar antes de estar autorizado a me apaixonar por você. Os olhos azuis de T-Rex ficaram amorosos antes dele estender a mão para Isaac. Isaac voltou para o seu companheiro e tomou sua mão, deixando T-Rex guiá-lo até que e estava montando o colo do homem. T-Rex endireitouse e passou os dedos pelo rosto de Isaac. — Você me ama? Isaac deu de ombros. — Eu não tenho certeza. O que se sente quando se está apaixonado? Mergulhando a cabeça, T-Rex beijou Isaac suavemente nos lábios. — Diga-me como você se sente quando está ao meu redor e como se sente quando estou longe de você. — Torcido por dentro. — Disse Isaac. — Sempre que você não está perto não consigo ver nada, meu intestino fica torcido em mil nós. Mas quando vejo você, quando você está perto, meu coração se sente como se fosse estourar, e minha garganta fica seca. Eu faria qualquer coisa por você, Tanner. Qualquer coisa. E essa era a pura verdade. Ele nem sequer queria pensar em não ter T-Rex em sua vida. Doía muito. — Então você, meu precioso companheiro, está apaixonado. — E você? — Perguntou Isaac, com medo de que fosse o único que sentia as emoções caóticas.
T-Rex colocou as duas mãos no rosto de Isaac e deu-lhe um sorriso caloroso. — Eu acho que me apaixonei por você desde o primeiro momento em que coloquei os olhos em você.
Capítulo oito No dia seguinte T-Rex recebeu uma ligação do seu irmão mais velho. Não tinha contado a ninguém que era relacionado ao vice-presidente do Anjos Azuis. Ambos concordaram que era melhor assim. O único motivo que deixou T-Rex preocupado com relação á ameaça do Anjos Azuis há um ano era porque nem o presidente sabia que T-Rex e Marcus eram relacionados. Mas a situação pôde ser resolvida sem mais problemas por causa da tentativa do pai de Cameron de mata-lo. —Preciso encontrar com você. — Marcus disse. Marcus ficou em silencio por um longo tempo antes de falar. —Você pode me encontrar? Família era tudo para T-Rex. Ele faria qualquer coisa por qualquer um deles. —Quando e onde? —Encontre-me no velho riacho onde jogávamos. — Marcus disse. — Amanhã de manhã. —Estarei lá. — Ele se perguntou qual o motivo da reunião secreta. Sabia que Marcus não ligaria se não fosse importante. Só ficavam juntos em encontros familiares. Fora isso, eles praticamente mantinham distância um do outro. Por razões obvias, é claro. Pensou sobre o telefonema durante todo o dia, até a hora de arrumar as coisas e ir para cama. T-Rex virou na cama toda a noite, até o nascer do
sol. Levantou-se, tomou banho e depois se vestiu. Estava levando sua moto, claro. —Quanto tempo vai ficar fora?— Isaac perguntou perto da porta do banheiro. —Não muito tempo. — Disse. Estava tentando muito não pensar o pior. Marcus tinha soado muito serio ao telefone. Confiou a Isaac a informação de que ele e Marcus eram irmãos, e o porquê manteve segredo. Isaac concordou em não falar nada, mas podia ver a preocupação no rosto dele. Se afastando da porta do banheiro, Isaac passou os braços em torno de T-Rex. —Preciso que me diga que tudo vai ficar bem. O tom de voz de Isaac era estranho e preocupou T-Rex. —Vou ficar bem. Prometo. Só vou encontrar meu irmão. —Eu sei. — Isaac esfregou a bochecha no peito de T-Rex. —Mas ele é um motociclista fora da lei. Não estou dizendo que ele seja ruim. Só... — Balançou a cabeça. —Eu já perdi tanto, não quero te perder. Esse chamado de repente. Quem sabe do que se trata. Mas... —Hey. — T-Rex segurou o rosto de Isaac. —Vou ficar bem. Logo estarei de volta. Isaac sorriu inseguro. —Sei que sim. T-Rex abraçou Isaac e acenou com a cabeça. —Não vou demorar. Basta ficar no rancho, Ok? —Eu vou. — Prometeu. Lentamente T-rex beijou seu companheiro, tentando demonstrar todo o amor que sentia por ele. Deu um passou para trás e com os dedos alisou a bochecha de Isaac. —Te amo. —Também te amo.
T-Rex pegou o alforje e saiu. Levaria algumas horas para chegar ao ponto de encontro. Quando saiu, notou as nuvens espessas no céu, mas a previsão do tempo não informou sobre qualquer chuva. Para o caso de chover T-rex usava couro. Saiu de Bear County e montou até Junction City, sua moto rugindo na estrada, pulsando em velocidade por causa das alterações que tinha feito nela. Finalmente decidiu parar de tentar adivinhar o que seu irmão queria com ele e decidiu aproveitar o passeio. Usava um capacete que cobria metade do rosto para se proteger do vento. Passaram-se cerca de duas horas de viajem. Quando chegou ao cume creek, o céu ainda estava nublado, mas sem sinal de chuva ainda. Chegou a o topo da serra para encontrar seu irmão já o esperando. —Você veio. — Marcus disse enquanto jogava pedras no lago. T-Rex abraçou seu irmão antes de dar um passo para trás. —O que está acontecendo? Marcus continuou a olhar para frente, com uma expressão pensativa. —Cerca de um ano atrás comecei a ter sangramento pelo nariz. Papa Bear finalmente me convenceu a ir ao médico. T-Rex se encostou numa árvore ali perto, ouvindo, enquanto olhava para o sol brilhando na água. Podia ver ele e Marcus se balançando numa corda sobre a água. As lembranças da infância o fizeram sorrir. Sentia como se isso tivesse acontecido em outra vida, e por vezes sentia falta desses momentos. —E?— Ele perguntou. —O que o médico disse. Suspirando, Marcus arrancou algumas pedras do chão e jogou na água. Ele o ignorou até que as pedras afundaram no lago. —Nada de bom.
O coração de T-Rex começou a bater mais forte, mas deu tempo a seu irmão para reunir os pensamentos. Embora a espera estivesse matando-o. Queria gritar com Marcus para falar, mas permaneceu em silencio. —Você se lembra do verão que passamos aqui fazendo planos para viajar através do país? T-Rex concordou, na época tinha dez anos, Marcus dezesseis. Passaram o verão inteiro mapeando para onde iriam, e como iam ganhar dinheiro. Apesar de haver uma diferença de seis anos entre eles, Marcus nunca o olhou como o irmão caçula traquina. Tinham sido os melhores amigos. —Você pensou que poderia trabalhar em plataformas de petróleo. Marcus deu um pequeno sorriso. —E você pensou que podia ganhar dinheiro como pistoleiro. —Tinha dez anos. — T-Rex apontou com uma risada. —Mas me juntei ao Anjos Azuis, e viajei como sempre quis, e você entrou para o serviço militar.— Marcus pigarreou. —Já te disse como tenho orgulho de você? Marcus não tinha, mas sabia como seu irmão se sentia sobre ele. Estava em seus olhos cada vez que conversavam. —Pertencer ao grupo de motociclistas mais temido desse lado do Mississipi não é um feito pequeno. — T-Rex respondeu. —E ser o vicepresidente, menos ainda. Marcus balançou a cabeça. —Fiz coisas que não me orgulho. Alguns dias nem sequer reconheço quem eu era. —O mesmo aqui. — T-Rex disse. —Nós crescemos e seguimos caminhos diferentes, mas estou feliz por termos continuado amigos. Ambos ficaram em silencio, T-Rex pensou no passado, na infância, seus dias no serviço. E sua vida agora como um empresário. —Encontrei alguém.
Marcus virou-se e lhe deu um sorriso largo. —Já era tempo. Pensei que nunca iria sossegar. Ele deve ter boa aparência para chamar sua atenção. Isaac era o oposto dos homens que geralmente namorava. Mas seu coração antes nunca esteve tão feliz, e nunca tinha sorrido tanto na vida do que quando estava perto de Isaac. Marcus se moveu um pouco mais para longe, andou um pouco antes de se virar para T-Rex, perdendo o brilho nos olhos. —Tenho um tumor cerebral, e é inoperável. T-Rex piscou, e olhou para o chão tentando processar a informação que Marcus tinha lhe dado. Tumor cerebral? Não pode ser. Esse era Marcus. O homem era duro como pregos e difícil de derrubar. —Quanto tempo?— Mal podia forçar as palavras a saírem do seu lábio. —Poucas semanas. — Marcus respondeu. O homem deu uma risada bem humorada. —Acho que finalmente estou recebendo a recompensa da vida por ter me juntado ao clube. T-Rex se virou passando a mão sobre a cabeça entrelaçando os dedos sobre ela. Olhou para o céu, fazendo o melhor que podia para não chorar enquanto sua garganta ficou apertada, um nó se formou nela. Esse era Marcus. O homem que lhe ensinou a lutar. Como viver, amar, e tudo sobre meninas. E quando havia percebido que era gay, ele lhe ensinou tudo sobre meninos. Marcus não se importava com o fato que era gay. Nunca se importou. Ninguém nunca poderia pedir um irmão melhor que ele. Não importa o que ele fez. Eles eram irmãos. Fim da historia. Sempre seguiu todas as regras. Mas ultimamente a vida de T-Rex parecia estar desmoronando. Nada fazia sentido. Nem mesmo o motivo do pai de Isaac espanca-lo e despeja-lo em outra cidade. Nem seu irmão morrer. Sentia como se sua vida estivesse fora de controle.
—Quer que diga a mamãe e a papai?— T-Rex perguntou sem se virar. —Eles precisam saber. —Não. — Marcus disse. —Papa Bear vai lidar com isso. Ele vai vir vêlo quando... você sabe. Finalmente disse a ele que era relacionado a você. Ele aceitou bem. T-Rex fechou os olhos. —Então, o que quer que eu faça? —Que
fique
alguns
dias
comigo,
como
irmão.
Lembrar
de
antigamente quando tínhamos uma vida despreocupada, antes do clube, antes de você se tornar um canalha fodão das forças armadas. T-Rex
estava
gritando
dentro
da
cabeça.
Isso
não
estava
acontecendo. Estava com muita raiva porque Marcus ia ser tirado dele. Tinha que deixar o passado de lado, e dar ao seu irmão mais velho o que ele estava pedindo. Mas não era fácil. Deus, não era fácil. Lutou contra as lágrimas que estavam teimando em encher seus olhos. —Venha comigo. — Marcus disse. —Quero sentir o vento no meu rosto e no meu cabelo com meu irmãozinho do meu lado. T-Rex concordou. —Posso fazer isso. Se virou, puxou seu irmão para um abraço, e beijou seus cabelos. Algumas lágrimas conseguiram cair enquanto segurava o homem com força. Não queria deixar o cara ir. Em sua mente, enquanto segurasse Marcus, nada de mal poderia acontecer com ele. —Com você sempre. — Sussurrou.
Fazia cinco dias desde que T-Rex havia saído para encontrar seu irmão. Isaac sentia muita falta dele, mas seu companheiro tinha ligado todos os dias, até mesmo duas vezes ao dia algumas vezes.
Mas não era o mesmo que tê-lo ali com ele. Todas as manhãs, desde que ele havia viajado, ficou doente. Gabe lhe disse que era bem provável que estivesse grávido. T-Rex tinha lhe dito que poderia acontecer, porém ainda ficou chocado ao ouvir a noticia. Ainda não tinha dado a noticia a T-Rex. Queria esperar até que seu companheiro estivesse em casa. E não sabia quando seria isso. T-Rex não lhe contou o motivo de Marcus tê-lo chamado, só que iria demorar um pouco para que retornasse para casa. Jogando as cobertas de lado, Isaac se levantou. Uma onda de náusea tomou conta dele. Sentou-se na cama, enquanto esperava que ela aliviasse. Esperava não ter náusea durante toda a gravidez. Ficar doente todas as manhãs era uma droga. Embora odiasse ficar doente todas as manhãs, estava começando a se ajustar a ideia de ter um filho. Nas ultimas noites, deitou-se na cama se perguntando se era menino ou menina. Como seria o bebê? Será que iria parecer com ele, pequeno, com olhos âmbar? E sobre os nomes? Sua mente estava cheia de tantas possibilidades que era quase impossível pegar no sono a noite. Sabia que T-Rex queria filhos e que ele ficaria muito feliz quando soubesse da noticia. Isaac se levantou e começou a andar pelo quarto quando uma dor aguda atravessou seu estômago. Doía tanto que ele caiu de quatro. Ficou ali por um momento, enrolado numa bola, enquanto esperava a dor aliviar. Mas isso não aconteceu. Ela ficou mais forte.
Começou a suar
enquanto serrava os dentes, tremendo. Era como se estivesse sendo virado do avesso. Os tremores percorriam seu corpo quando abriu a boca e tentou gritou. Tentou virar, e engatinhar até a cabeceira da cama, onde estava o telefone sem fio. Mas não podia nem se levantar. Cada vez que tentava, a dor o levava de volta ao chão.
Deus, o que estava errado? Porque sentia como se mil facas estivessem sendo torcidas em seu intestino? A dor era muito forte e o fazia se contorcer no chão. Se virou até que estivesse olhando para o teto, em seguida, arqueou as costas enquanto gritava. A porta do quarto se abriu, Shott estava lá em pé, com os olhos arregalados. Isaac estirou a mão para o homem quando seu corpo começou a tremer. Suor o cobria. —Isso... dói. Shott o pegou no colo e correu com ele escada a baixo. —Vou leva-lo a o médico. —O que está acontecendo?— Sam perguntou quando passaram por ele na sala de estar. —Não sei. — Shott disse enquanto corria para porta da frente. Isaac foi colocado no banco do SUV antes de Shott entrar no carro e sair cantando pneu da garagem. Ele se enrolou numa bola, suando e tremendo. Cerrou os dentes, e ficou com a visão turva quando uma dor forte percorreu seu corpo. Pareceu uma eternidade antes de finalmente Shott parar o carro. A porta foi aberta, em seguida, estava sendo levado para dentro da clinica. —Preciso de ajuda!— Shott gritou. Isaac foi levado para a parte de trás da clinica, em seguida, um homem de jaleco branco começou a fazer um monte de perguntas. —Onde é a dor?— Ele perguntou. —Na minha barriga. — Isaac respondeu. —Você está grávido? —Acho que sim.
Então as perguntas continuaram enquanto o homem o examinava. Uma maquina portátil foi trazida, e o médico começou a examinar sua barriga com uma varinha estranha e um gel gelado. Tudo estava se movendo rapidamente, mas era como se tivessem em câmera lenta. Shott estava passeando pelo quarto enquanto esperava que descobrissem o que estava errado com Isaac. O médico levantou as grades de metal de ambos os lados da cama, em seguida, gritou para mulher que entrou na sala. —Prepare o centro cirúrgico. —Espere, porquê? — Shott perguntou. —O que há de errado com ele? —Com quem ele está acasalado?— O médico perguntou. —T-Rex. — Shott respondeu. O rosto do médico era sombrio, e seus olhos foram de Shott para Isaac. —É melhor chama-lo. Traga-o aqui.
T-Rex passeou pelos corredores estéreis do hospital esperando os médicos terminassem de examinar seu irmão. Marcus acordou essa manhã com uma enxaqueca horrível e hemorragia nasal. Sua viajem não tinha saído como planejado. Nos últimos dois dias, descansaram num motel, pois Marcus não estava se sentindo muito bem. T-Rex tinha insistido para leva-lo a um hospital, mas seu irmão o convenceu de que tudo que precisava era de descanso.
Seu intestino tinha lhe dito outra coisa. Não queria enfrentar a verdade, mas sabia que tinha que enfrenta-la. Marcus não tinha semanas de vida. O homem teria sorte se saísse desse hospital. Encostou-se a parede, em seguida, escorregou até que ficou de cócoras. Encostou a cabeça nos punhos tentando não pensar que perderia seu irmão. Sabia do desejo de Marcus, mas tinha chamado seus pais e papa Bear, no entanto. Marcus fez parte do Anjos Azuis por quinze anos. O presidente merecia estar ali. E não havia maneira de deixar seus pais fora disso. Tinham todo o direito de passar os momentos finais de Marcus com ele. Usou o telefone do motel, pois a recepção para celular na cidade era uma merda. Tinha pensando em ligar para Isaac nessa manhã, mas foi nesse momento que Marcus acordou gritando que sua cabeça estava doendo. Passou a mão pelo cabelo, sentindo a pressão do seu peito aumentar. Até agora, tinha conseguido se controlar, e ser a rocha que seu irmão precisava. Mas sabia que não ia ser capaz de se segurar por mais tempo. —Tanner? Ele olhou para cima quando ouviu a voz de sua mãe. Ela estava vindo pelo corredor, seu pai atrás dela. T-Rex se levantou e deixou sua mãe abraçalo. Ela era pequena, o topo da sua cabeça mal atingia seu peitoral, mas fodase se não se sentia melhor por ser abraçado por ela. Era o que ele precisava. —Filho. — Seu pai disse. —Não entendo o que está acontecendo. O que houve com Marcus? T-Rex tinha sido enigmático no telefone. Não quis dar a má noticia por ele e apenas pediu que seus pais dirigissem até ali o mais rápido possível. Começou a dizer-lhe quando os médicos saíram do quarto. Só então, papa Bear veio pelo corredor, se juntando a eles. O médico explicou tudo a os seus pais. Sua garganta apertou quando sua mãe começou a chorar. Os olhos de seu pai brilhavam com lágrimas não derramadas enquanto apoiava sua mãe.
—O tumor cresceu. — O médico disse com simpatia nos olhos. —Nós o sedamos. Podem vê-lo agora. —Quanto tempo?— Papa Bear perguntou. —Quanto tempo ele tem? T-Rex já sabia a resposta antes do médico responder. —Poucas horas, talvez. A mãe de T-Rex correu para o quarto, enquanto ele, seu pai e papa Bear ficavam parados no corredor. Nenhum deles disse uma palavra enquanto o médico ofereceu palavras de conforto antes de ir embora. Seu pai entrou no quarto, deixando T-Rex e o presidente do clube para trás. —Ele é um bom homem. — Papa Bear disse. —Meu melhor amigo. T-Rex se virou olhando através do vidro da porta. Sua mãe estava inclinada sobre a cama, alisando os cabelos de Marcus enquanto falava, lágrimas caiam dos seus olhos. —Não diga nada sobre o que Marcus já fez por você. — T-Rex disse. —Nunca planejei dizer. — O cara respondeu. —Pode ser que suas mãos tenham ficado sujas de vez em quando. Mas... T-Rex levantou a mão. —Pare. Não me importo. Ele é meu irmão. Isso é tudo que me interessa. Te chamei por respeito a amizade que tinham. Nada mais. Não queria ouvir nada sobre a vida de Marcus no clube de motoqueiros. Sabia muito bem que o Anjos Azuis era o clube mais temido desse lado do país e que não ganharam essa reputação por vender cookies. Não queria que suas memórias de Marcus tivessem alguma macula. —Entendido. — O homem musculoso estendeu a mão, seu braço adornado com pulseiras de couro e tatuagens. —Me chamo Travis Wolf. —Wolf?— T-Rex estudou o homem. Ele e Marcus tinham conversado muito nesses últimos dias, e seu irmão confessou que o presidente era um
shifter urso. T-Rex também disse a Marcus que Isaac era um shifter urso e que estava ansioso para começarem uma família. Até tinha mostrado a seu irmão fotos do seu companheiro. Marcus lhe disse o quão bonito seu companheiro era e que gostaria de poder estar lá na hora que seu sobrinho ou sobrinha nascesse. Essa declaração o tinha rasgado em pedaços. Teve que se desculpar e ir ao banheiro para tentar recompor-se. —Meio estranho esse sobrenome para um urso. Travis sorriu. —Vejo que Marcus lhe disse. T-Rex concordou. —Pegaram muito no meu pé quando criança por causa desse fato irônico. — Travis disse. —Mas amo quem eu sou e a vida que vivo. Marcus nunca falou muito sobre sua família. Mas quando disse que iriamos para Bear County percebi que tinha algo. Ele parecia bem preocupado. E vocês dois são bem parecidos. T-Rex sorriu com o elogio. —Devemos ser. Travis olhou para porta. —Vou esperar seus pais saírem família é tudo e Marcus merece estar com eles agora. Suspirando, T-Rex balançou a cabeça. —Você é tão família de Marcus como nós. Afinal passou os últimos quinze anos da vida dele ao seu lado. Algo passou através dos olhos verdes escuro de Marcus. —Sabe, você poderia ter me deixado no escuro. Não tinha obrigação de me avisar. — O homem limpou a garganta. —Aprecio o seu gesto. —Nem sempre família é sangue. —
T-Rex pensou em seus amigos
que estavam em casa e em como os considerava como irmãos. — As vezes família são as pessoas que nos rodeiam, os homens que estão a nossa volta. —Amém. — Travis disse quando os dois entraram no quarto.
Capítulo nove Shott estava do lado de fora da sala de recuperação com Gallagher. Tinha mandado uma mensagem para T-Rex depois do meio dia, após Isaac ter perdido o bebê. Até agora ele não tinha respondido. —Prefiro falar com Tanner sobre isso. — Gallagher disse. —Sabe que vou descobrir de qualquer jeito. — Shott respondeu. —A única razão que vou te dar informações sobre o quadro clinico de Isaac é porque ele me deu permissão. — Gallagher disse. A expressão dele era séria, ele contraiu os lábios. —Aquele homem sofreu ferimentos graves, antes de engravidar. É mesmo um milagre que tenha concebido. Shott falou com Isaac após a cirurgia. E Isaac confessou que antes de T-Rex chegar a sua casa, Jacob tinha-o jogado no chão e pisado em seu abdome. Shott teve que se controlar para não ir e desmembrar o homem lento e dolorosamente. —Pode ser que ele nunca possa levar uma gestação até o final. — Gallagher disse. —Seu urso deveria ter sido capaz de curar as lesões, mas como Isaac teve que ficar muito tempo em forma humana, o dano pode ser permanente. Shott agradeceu a Gallagher, e depois entrou no quarto para encontras Isaac deitado de costas, olhando para o teto. Ele não disse uma palavra, mas podia ver as manchas molhadas no travesseiro. —Ele vai vir. — Shott disse. —T-Rex chegará logo.
T-Rex conseguiu ficar mais um tempo com Marcus depois que ele desse o ultimo suspiro. Olhou para o relógio e viu que era meio dia. Não podia fazer isso. Não queria estar ali quando tudo fosse resolvido. —Estou saindo. — Disse baixinho para seus pais. Sua mãe o abraçou e seu pai acenou com a cabeça antes que saísse do hospital. Precisava de ar. T-Rex saiu do hospital, subiu na moto, e decolou. O que mais precisava era de Isaac. Iria direto do hospital para casa. Ao longo do passeio, pensou em seu irmão, em como ele o guiou enquanto cresciam. Como ele sempre esteve guardando suas costas. Quando completou dezoito anos, seu irmão trouxe para que comemorassem seu aniversario uma garrafa de thunderbird e uma caixa de Budweiser. Tinham construído juntos seu primeiro kart, e quando tinha quebrado a perna fazendo algo estupido, Marcus tinha ficado com ele no quarto enquanto estava com a perna enfaixada. Não conseguia pensar numa memoria da infância, onde seu irmão não estivesse nela. Ouviu um barulho de motocicleta e olhou para trás para ver Travis o seguindo. T-Rex estacionou antes da entrada de Bear County. Travis parou atrás dele e tirou o capacete. Antes que pudesse perguntar o que ele queria, Travis lhe deu um rápido abraço. —Sinto muito por sua perda. —Sua também. — T-Rex lembrou a Travis. —Mas porque está me seguindo?— Sabia que tinha saído sem falar com o cara, mas não era motivo para ele segui-lo. Travis enfiou a mão no bolso e tirou um pedaço de papel. —Você saiu tão rápido que não tive a chance de te dar isso. T-rex pegou o papel e olhou para ele. —Não estou entendendo.. —O nome dela é Maria. Vá vê-la.
—Por quê?— T-Rex perguntou. —Vá vê-la, por Marcus, não espere muito tempo. — Travis bateu no ombro de T-Rex antes de caminhar de volta para sua moto. —Não seja um estranho.— Travis gritou antes de montar e se afastar, na direção oposta. Empurrando o papel no bolso franziu atesta quando sentiu seu telefone vibrar. Tirou-o do bolso para ver que tinha vinte chamadas perdidas e uma única mensagem de texto. Deslizando o dedo sobre a face do telefone, leu a mensagem, e seu coração já despedaçado parou de bater. Isaac em cirurgia. Venha para clinica o mais rápido possível. Colocou o telefone no bolso, amarrou o capacete, e montou na moto pilotando em direção da clinica. Teve que colocar o telefone no vibrador quando estava no hospital. Não é como se tivesse sinal para celular naquela pequena cidade de qualquer maneira. Tinha ficado tão ocupado cuidando de Marcus que não se preocupou em verificar o telefone. Pilotou o mais rápido que pôde na direção da clinica. Quase derrubou a moto quando entrou no estacionamento. Jogou o capacete de lado e correu para dentro. —Onde Isaac está?— Perguntou. —Onde está meu companheiro? A recepcionista o levou para parte de trás e seu pulso estava tão acelerado que doía. Sua mente já tinha criado mais de mil cenários para o motivo de Isaac ter precisado de cirurgia. Jacob encontrou Isaac e o machucou? Será que ele teve algum tipo de acidente? As perguntas se multiplicavam até que viu Gallagher vindo em sua direção. —Onde está meu companheiro?— T-Rex rosnou. —Precisamos conversar primeiro. — Gallagher disse. —Não, eu quero...
Gallagher o interrompeu. —Você precisa me ouvir. — Ele o levou para o escritório que ficava num canto. T-Rex não se preocupou em sentar. Estava muito tenso para isso. Ficou lá parado enquanto ouvia Gallagher lhe dizer que Isaac tinha cicatrizes internas por causa do que Jacob tinha feito. Não sabia disso. Isaac não tinha lhe dito que seu pai o tinha pisado no chão. Mas sabia que isso não era tudo o que Gallagher tinha para dizer. Preparou-se para ouvir o resto. —O tecido cicatricial não permitiu que o feto crescesse. O saco amniótico não tinha espaço para crescer e... A voz de Gallagher desapareceu quando começou entender o que ele estava tentando dizer. Sentiu que estava ficando doente. Segurou no encosto de uma cadeira para se firmar quando a sala começou a girar. —Ele perdeu o filhote. — Gallagher concluiu. —Não tenho certeza se um dia ele vai poder levar uma gravidez até o fim. O dano é muito grande. Tentei discutir com Isaac sobre controle de natalidade para que isso não aconteça de novo, mas ele não está falando com ninguém. Não disse uma palavra desde que saiu de cirurgia. T-Rex se virou e saiu do escritório. —Onde ele está? Pela segunda vez hoje estava lutando para não perder o controle. Fechou as mãos em punhos e respirou fundo tentando imaginar o que Isaac estava sentindo nesse momento. Ele tinha acabado de sofrer uma perda devastadora e T-rex não estava lá para apoia-lo. A culpa o estava comendo por dentro. —Quarto oito. — Gallagher disse. T-Rex caminhou pelo corredor meio entorpecido quando chegou ao quarto do homem. Colocou a mão na maçaneta e fez o melhor para se
recompor antes de entrar. Isaac precisava dele. Não poderia desmoronar agora. Depois de algumas respirações, abriu a porta. Isaac estava deitado de lado, Ele passou a mão pela cabeça do homem. Ele parecia tão pequeno e frágil deitado lá. Era como se estivesse andando sobre areia movediça quando fez seu caminho ao redor da cama. Os olhos de Isaac estavam fechados, mas podia ver as lágrimas agarradas em seus cílios. Caindo de joelhos ao lado da cama, passou a mão pelos cabelos do seu companheiro novamente. T-Rex não sabia o que dizer. Seu sonho de ter uma grande família foi destruído por um homem que não conseguia aceitar seu filho do jeito que era. Isaac abriu os olhos, olhou para T-Rex, como se estivesse sonhando. Seu companheiro respirou fundo antes de começar a chorar. Sentou-se na cama e puxou Isaac para seus braços. Balançou seu companheiro para trás e para frente acalentando-o. Não conseguia falar nada. Mesmo que conseguisse, não sabia o que dizer. Isaac se agarrou a ele como se fosse uma tabua de salvação. Esse era um dos sentimentos que T-Rex sentia em relação ao seu companheiro. Embora tivesse família e amigos, encontrou o consolo que precisava nos braços de Isaac. —Sinto muito, por não estar aqui quando aconteceu. — Finalmente TRex disse. Isaac não respondeu. Seu companheiro se aconchegou mais em seus braços como se estivesse tentando entrar dentro dele. Segurou-o por horas, consolando-o, antes de finalmente ele pegar no sono exausto. T-Rex acomodou seu companheiro na cama, em seguida, cobriu-o com o lençol antes de sair do quarto. Saiu da clinica e foi para parte de trás. Apoiando-se contra o prédio, deslizou sua bunda até o chão. Cobriu o rosto com as mãos, e finalmente permitiu-se chorar.
Fazia três semanas desde a sua cirurgia, Isaac passou horas sentado na cama, pensando nas crianças que nunca teria. T-Rex não saiu do seu lado desde que recebeu alta da clinica. Porém sentia como se uma parte dele estivesse faltando. T-Rex saiu do banheiro, em seguida, se inclinou contra o batente da porta. —Tenho algo que preciso cuidar. Isaac apenas acenou com a cabeça. Não conseguia encontrar forças para perguntar para onde T-Rex ia e nem quando iria retornar. Sabia que com o tempo começaria a curar, mas nesse momento se sentia sem vida. —Quero que você venha comigo. — T-Rex disse. —Depois que resolver meu negócio, estava pensando em tirarmos férias. Só você e eu. Para onde você quiser ir. Isaac deu a T-Rex um sorriso que não sentia. —Parece bom. Atravessando a sala T-Rex puxou Isaac para seus braços. —Vamos passar por isso. Prometo. —Eu sei. — Isaac inclinou a cabeça para trás e T-Rex lhe deu um beijo suave. —Vamos para um passeio. — Saíram do quarto e, em seguida desceram as escadas. Isaac tinha passado a maior parte das ultimas três semanas escondido no quarto. Mal comendo e dormindo. Esperava que tirar férias com seu companheiro ajudasse. Subiu no SUV e T-Rex deu a volta e ligou o motor.
Saíram de Bear County, e depois de uma hora Isaac perguntou. — Para onde estamos indo? —Nevada.— T-Rex respondeu, e depois contou o que tinha ocorrido enquanto esteve com Marcus. No momento que seu companheiro terminou, Isaac estava chorando. —Porque não me contou?— Perguntou. —Você já tinha bastante no seu prato. — T-Rex respondeu. —Mesmo assim. — Isaac pegou a mão de T-Rex. —Sinto muito. T-Rex balançou a cabeça, concentrando-se na estrada. Isaac pôde perceber que o homem não queria falar sobre isso. Sabia como T-Rex se sentia. Ele mesmo não queria falar sobre a perda do bebê. E ainda na metade do tempo estava vivendo em um mundo paralelo. Mas se falasse sobre a perda, começaria a chorar, e já tinha chorado o suficiente para durar duas vidas. —Travis me deu um endereço e pediu-me para ir lá. — T-Rex se aproximou e o beijou na testa. —Então, temos um pouco de estrada pela frente. —E sobre o funeral?— Isaac perguntou. Desde que tinha chegado TRex mal saiu do seu lado o que significa que tinha perdido o funeral do seu irmão. Culpa tentou penetrar na mente de Isaac, mas empurrou-a de lado. —Meus pais o cremaram. Minha mãe colocou um pouco das cinzas de Marcus num colar para mim. — T-Rex pigarreou. —Ela disse que assim eu teria sempre uma parte dele comigo. Isaac ficou em silencio enquanto observava a paisagem ao redor. Porque sua família não poderia ser tão amorosa e atenciosa? Nunca tinha odiado ninguém na vida, mas nesse momento odiava seu pai. O homem lhe roubou o direito de ter filhos. Quase tinha morrido ao tentar conceber uma criança.
Durante a viagem houve momentos de conversas e de silencio. Pararam duas vezes para comerem. Isaac começou a se perguntar o porquê de Travis ter sido tão enigmático. Quem era Maria? E porque T-Rex tinha que ir vê-la? Isaac acordou quando T-Rex parou o carro. —Será que chegamos? Sentou-se direito e olhou ao redor. Estavam parados em frente a uma casa que já tinha visto melhores dias. Um cachorro latiu por trás do muro. Não tinha certeza de qual era a raça, mas parecia ameaçador. Havia cadeiras azuis na varanda, um caminho de concreto e plantas penduradas numa linha na parte superior do telhado que se estendia pela casa. Isaac saiu e se juntou a T-Rex. Havia dois carros na garagem, e pelo jeito, também não funcionavam. Um deles estava com o capô aberto, mas ninguém estava trabalhando nele. Uma mulher de aparência espanhola por volta dos sessenta anos chamou o cão para dentro antes de sair. —Posso ajuda-los? —Você é Maria?— T-Rex perguntou. —Si, Senõr. — Ela respondeu. T-Rex se aproximou da cerca e Isaac o seguiu. —Travis me enviou. A pele escura sobre os olhos dela franziu. —Não conheço nenhum Travis. —Papa Bear.— T-Rex informou. —Ele me disse que... —Você é irmão de Marcus?— Ela perguntou. E Isaac pôde ver seus olhos iluminarem através do sol que estava se pondo. —Sim. — T-Rex respondeu. —Venha. — Ela disse acenando com a mão. —Venha para dentro. —O cão. — Isaac lembrou. Não estava com vontade de ser mordido. Esse cão parecia feroz e pronto para rasgar fora a garganta de alguém.
Embora seu urso pudesse derrotar o cão sem problema, preferia evitar qualquer confronto. —Oh, ele é inofensivo. —
Ela disse. —Sua aparência dura é para
assustar alguém que possa tentar me roubar. Mas ele é uma criatura delicada. Isaac não estava muito certo disso. Mas quando T-Rex destrancou o portão e entrou Isaac o seguiu. A grama era metade verde e metade marrom com um aspersor situado no meio. Seguiu T-Rex pelo caminho de concreto em direção da porta. Parou ao lado da porta enquanto olhava para a maior coleção de artigos religiosos que tinha visto. Tinha que haver pelo menos vinte velas acesas em torno da sala de estar. Maria não tinha medo que acontecesse um incêndio? —Chorei quando ouvi sobre Marcus. — Maria disse enquanto acenava para que se sentassem. —Não posso acreditar que ele se foi. —Nem eu. — T-Rex disse, e Isaac poderia ver que seu companheiro estava pronto para sair. Ele ficou lá se elevando sobre a pequena mulher. —Perguntei a Papa Bear o que faria agora que Marcus se foi. Ele disse que não meu preocupasse, pois a ajuda viria. — Ela colocou as mãos sobre os seios e sorriu para T-Rex. —Sou sua babá, gostaria de ficar com ele, mas estou muito velha para cuidar dele. T-Rex franziu o cenho. —Não tenho certeza se sei do que você está falando. Seus olhos castanhos escuros se arregalaram. —Você não sabe sobre MJ? T-Rex balançou a cabeça, mas Isaac podia ver o entendimento aparecendo nos olhos do homem. Isaac tinha entendido o que ela estava dizendo, porém ainda não compreendeu totalmente a situação. —MJ?— T-Rex perguntou. Ela deu um sorriso calmo. —Seu irmão tem um filho. Ele tem seis meses.
T-Rex tropeçou para trás. Isaac pulou do sofá com medo que seu companheiro desabasse sobre o armário. Mas ele se conteve. —Marcus nunca mencionou um filho. A mulher começou a falar em espanhol, e não soou nada como se Isaac quisesse entender o que ela estava dizendo. —Sí. — Maria disse. —A mãe dele entregou a guarda para Marcus quando ele nasceu. Ela disse que Marcus podia ficar com o bebê. Ela...— Maria bateu com a mão no queixo como se estivesse tentando encontrar as palavras certas. —Ela gosta muito da liberdade para se prender a um filho.— Os olhos dela se iluminaram. —Quer conhecer seu sobrinho? T-Rex balançou a cabeça, e Isaac viu a antecipação no rosto do homem. Quando Maria saiu da sala, ele olhou para Isaac. —Não tenho ideia do que diabos está acontecendo aqui. Isaac balançou a cabeça. —Sei que seu irmão teve um filho, e que a mãe não quer ter nada haver com ele. Foi tudo que consegui compreender. —O mesmo aqui. — T-Rex coçou o queixo. —Estou levando MJ para meus pais. —Não!— Maria disse entrando na sala com um menino de pele cor de oliva nos braços e cabelo preto. —Papeis de guarda de Marcus. Diz que se acontecesse alguma coisa com ele, Tanner viria e cuidaria de MJ. — Ela olhou para T-Rex. —Você disse que era seu irmão? —Sou. — T-Rex assentiu sem tirar os olhos do menino. —Ele disse que amava os pais, mas que eles são velhos demais para cuidar de um bebê. — Ela disse. —Ele disse que queria que seu amado irmão cuidasse do seu filho. — Lágrimas encheram seus olhos, e ela entregou a criança para T-Rex. —Desculpe-me, mas começo a chorar quando lembro que nunca mais vou ver Marcus. Ele era um bom homem e pai. Ele deu a MJ amor e proporcionou tudo de bom para ele. Esse menino era sua vida.
Isaac estava hipnotizado, enquanto observava T com seu sobrinho no colo. O homem era um pai natural, o que o lembrou do que nunca poderia proporcionar a seu companheiro. —Que papeis?— T-Rex perguntou colocando sua grande mão envolta do menino. —OH!— Maria saiu correndo da sala, em seguida, voltou com um envelope na mão. —É do tribunal dizendo que Marcus tem a custodia de MJ. Também tem um papel dizendo que se algo acontecer a Marcus você é o guardião do menino. Embalando MJ nos braços, T-Rex desdobrou os papeis e os leu. Isaac mordeu o lábio inferior, acenando para o menino que não parava de olhar para ele. —Parece que quando Marcus descobriu que estava morrendo colocou tudo em movimento. — T-Rex disse. —Ele ainda incluiu registro de nascimento e o histórico médico de MJ. — T-Rex olhou para Maria. —Sua mãe é latinoamericana? Ela assentiu com a cabeça. —Isso é problema? —Não. — T-rex disse imediatamente. —Mas quero saber para que possa ensina-lo a ter orgulho de sua herança. Maria sorriu largamente, lagrimas brotando em seus olhos. —Marcus disse que você era um homem bom, e agora posso descansar porque sei que MJ será cuidado. T-Rex olhou para Isaac incerto. —Sabe o que isso significa, certo? —Você ganhou mais um sobrinho. — Isaac afirmou. Já estava se acostumando com a ideia. —Nós. — T-Rex corrigiu Isaac. —Nós somos companheiros. Somos uma família. Não importa o que aconteça. Maria riu. —Oh companheiros. Sei. Quem é o urso? Isaac franziu a testa. —Uh, eu. Ele abriu os braços, quando ela lhe abraçou com força.
—Agora tenho certeza que MJ terá uma boa vida. Papa Bear também é um. E ele é muito amável e gentil. Isaac olhou para seu companheiro pedindo ajuda, Maria continuava a abraça-lo, mas tudo que T-Rex fez foi dar de ombros e sorrir. Ela finalmente soltou-o, e Isaac sentiu como se pudesse voltar a respirar. —Avisarei a Papa Bear. — Ela disse. —Que você veio pelo menino. —Posso segura-lo?— Isaac perguntou. T-Rex entregou MJ para ele, e Isaac imediatamente caiu no amor. Uma parte dele ainda doía por não poder dar um filho a seu companheiro, mas daria a MJ todo o amor que tinha guardado dentro de si. —Você fica bem com um bebê. — T-Rex disse, e Isaac foi capaz de identificar a tensão na voz do seu companheiro. Isaac sentou-se, e em seguida, olhou para seu companheiro. —Podemos adotar mais crianças. —Sim, podemos. — T-Rex concordou. —Há muitas crianças que precisam de um lar. Isaac começou a sentir de novo. T-Rex estava certo. Há muitas crianças lá fora esperando por alguém para ama-las. Não tinham que ser bebê. Gostava da ideia de ter crianças maiores. Brincou de cavalinho com MJ no seu joelho, e ele sorriu. Aquele som selou tudo para ele. Pode não ser a família que tinha planejado ter com seu companheiro, mas sabia que família era aqueles que o cercavam. Já considerava as pessoas de casa como seus parentes, e os tratava como tal. Amava T-Rex de todo o coração, e agora tinha MJ para compartilhar esse amor.
Capítulo dez Maria lhes entregou todos os pertences de MJ. Ela tinha até um assento de carro, dizendo que Marcus tinha comprado tudo o que lhes tinha dado. —Obrigado. — T-Rex disse a Maria quando a abraçou. — Obrigado por cuidar do pequeno Marcus. —Não há problema. — Disse ela, enquanto as lágrimas se reuniam em seus olhos. — Não quero chorar. Vou sentir tanta falta de Marcus. Buscando sua carteira, T-Rex entregou-lhe um cartão de visita. —Sempre que quiser ver como ele está ou passar para uma visita, é só chamar. Isso só pareceu fazê-la chorar ainda mais. T-Rex não estava acostumado a mulheres em lágrimas. Bateu levemente em suas costas e beijou-a na fronte, antes de dizer seu adeus. Isaac estava sentado no banco de trás, MJ preso em seu assento. T-Rex não estava certo sobre o que pensar. Suas emoções eram um passeio de montanha-russa já há algum tempo, desde que tinha visto Isaac fora da farmácia. Mas o último par de semanas cobrou seu pedágio sobre ele. Estava grato que seus pais estavam a apenas algumas horas de distância. Estava exausto. Deslizou atrás do volante e olhou para o banco traseiro. —Como você está? — Ele chegou de volta e segurou o rosto de Isaac, dando a seu companheiro um sorriso caloroso. Isaac disse que estava bem com isso, mas precisava ter certeza. Levar
MJ
era
uma
enorme
responsabilidade
e
um
grande
compromisso emocional. Já tinham sofrido uma perda e ambos ainda estavam sofrendo. Apesar de T-Rex estar devastado com o bebê, podia dizer que tinha marcado Isaac emocionalmente.
—Estou chegando lá. — Isaac admitiu. — Só preciso de tempo. Depois de roçar o polegar na bochecha de Isaac, T-Rex se virou e saiu. Felizmente, tinha prestado atenção quando Sofia e os outros nasceram. Mas não estava sozinho nessa. Não só tinha Isaac, mas também tinha seus pais e seus amigos em casa para ajudá-lo com seu sobrinho. Realmente parecia uma aldeia. MJ dormiu durante a maior parte do passeio. Numa parada, T-Rex teve de encostar e mostrar a Isaac como fazer uma mamadeira rápida. Estavam ambos sentados ali na beira da estrada, no carro, alimentando MJ e trocando a fralda. Parecia que Marcus tinha sido um crente firme em fraldas de pano. T-Rex não estava tão certo sobre isso. Envolveu a fralda suja num saco de freezer e uma sacola plástica. —Não sabia que um bebê poderia criar uma confusão tão fedida. — disse Isaac acenando com a mão na frente do seu nariz. — Não quero nem saber como vai cheirar quando começar a comer alimentos sólidos. T-Rex concordou. —Ele já cheira como um homem crescido. — Disse ele, enquanto abanava o ar para fora do SUV. — Por que não me lembro de nenhuma das outras crianças cheirando assim? MJ gritou rindo enquanto babava na frente de sua camisa. T-Rex não pode deixar de sorrir. Ainda não tinha realmente caído à ficha que tinha um filho para criar. Mesmo que MJ fosse seu sobrinho, finalmente compreendeu o sentimento de orgulho. Costumava sacudir a cabeça com a forma como Stripper engatinhava no chão e fazia papel de bobo. Os outros pais não eram diferentes. Apesar de T-Rex amar as crianças que viviam com ele, nunca tinha entendido totalmente. Entendia agora. Rastejaria sobre vidro afiado para manter o sorriso no rosto de MJ e se certificar de que seu sobrinho crescesse feliz e saudável.
—Ok, vamos. — Ele e Isaac limparam tudo antes de pegarem a estrada novamente. Nem 20 minutos depois, Isaac estava gritando para T-Rex encostar. —Acho que ele sujou a fralda de novo. — Disse Isaac quando abriu a janela lateral e colocou a cabeça para fora. O homem respirou fundo. — É a sua vez de trocá-lo. Era isso. T-Rex estava preste a encontrar algumas Huggies3. Não ia dirigir com fraldas sujas no SUV. Dirigiu até encontrar um posto de gasolina e rezou para terem fraldas. Isaac estava fora do SUV antes mesmo de T-Rex estacionar. —Vou buscá-las. —Claro. — Disse T Rex. — Deixe-me com a bomba nuclear. Isaac riu e T-Rex não tinha percebido o quanto sentia falta daquele som até que o ouviu. Seu coração se apertou e queria puxar seu companheiro em seus braços. Mas, foda-se, não com esse cheiro. Ele entregou a Isaac seu cartão de crédito e acenou para seu companheiro para se apressar. Depois de tirar MJ do carro, T-Rex levou a criança ao banheiro. Lenços umedecidos não estavam sendo suficiente. Empurrou a porta aberta e o colocou sobre o trocador de MJ. Isaac entrou e colocou as fraldas ao seu lado. —Você vai me ajudar. Isaac beliscou o nariz com os dedos. —Não nesta vida. —Pelo menos abra a torneira para que possa lavá-lo. — T-Rex retirou a calça plástica e deu um nó. Jogou-a no lixo. — Oh, meu Deus, está em toda parte. —Coloque-o na pia. — Isaac sugeriu. — Vamos tirar o resto lá.
3
Fraldas.
T-Rex mergulhou MJ na pequena pia. —Não é grande o suficiente. Os olhos de Isaac deslizaram lateralmente. Os olhos do T-Rex se arregalaram. —Não vamos o lavar na privada. Isaac deu de ombros. —É grande o suficiente. T-Rex gemeu. —Só me ajude a conseguir tirar esta fralda. Ele puxou MJ da pia e segurou a criança sobre a lata de lixo enquanto Isaac tirava os alfinetes de segurança. Ambos prenderam a respiração quando a fralda encharcada caiu. T-Rex preferia enfrentar inimigos hostis a trocar outra fralda como esta. —Leve-o para a pia! — Isaac saltou para cima e para baixo, tentando ficar seco. — Não posso tirar esse cheiro. Segurando firmemente MJ, T-Rex lavou a criança. Esfregou cada vinco e fenda, garantindo que ficasse limpo. —Dê-me sua camisa. —Não vou te dar a minha camisa! — Disse Isaac antes de bater no botão de metal do secador de mãos. — Só coloque seu traseiro aqui em baixo. —Não é muito quente? — Perguntou T-Rex. Isaac passou a mão para cima e para baixo, como se acariciando a cabeça de um cão. —Apenas o mantenha aqui, onde o ar é quente. Nunca em sua vida tinha T-Rex chegou perto de imaginar que estaria num banheiro de posto de gasolina, de joelhos, secando a bunda de um bebê nu, sob um secador de mão. Isaac rasgou o saco de fraldas e puxou uma para fora. Virou-a em sua mão e depois coçou a cabeça.
—Vai ter que me mostrar como colocar essa coisa. T-Rex não podia resistir. —Não acho que estou pronto para esse tipo de fetiche. Isaac lhe deu um rosnado baixo. —Vou buscar a sua bolsa de fraldas. T-Rex colocou MJ em seus braços e orou firmemente que a criança não fizesse xixi nele. Tinha visto os outros homens trocarem fraldas e sabia que MJ precisava de talco. Teria que esperar até que Isaac trouxesse a bolsa. MJ começou a fungar e piscar. A criança começou a balbuciar e depois tentou cavar dentro da boca de T-Rex, que deixou. A porta do banheiro se abriu. —Isso significa que ele quer ser um dentista? — Isaac perguntou colocando a bolsa de fraldas no trocador e a vasculhando. Tirou o talco e separou. T-Rex moveu a cabeça até os dedos do MJ escaparem de sua boca. —As crianças são curiosas nesta idade. Vamos ter que ver o que coloca na boca... Ou na minha. Depois de colocar MJ para baixo, T-Rex pegou o talco e virou. Deu um aperto forte e tossiu quando o pó branco explodiu em sua direção. —Muito. — Isaac acenou com a mão na frente do rosto e começou a tossir. — Aqui, deixe-me fazer isso. T-Rex mostrou a seu companheiro como colocar uma fralda. Quando Isaac levantou MJ, a fralda se soltou. Isaac ergueu uma sobrancelha. —Vou precisar de mais prática. —Tem que se certificar que as fitas estão apertadas. Isaac tentou novamente. Desta vez, quando levantou MJ, a fralda ficou. —Bem, olhe para isso. — Disse Isaac a MJ. — Estou me tornando um mestre na troca de fraldas.
T-Rex ficou lá e viu Isaac com MJ. Passou a mão pelo cabelo de seu companheiro, antes de dizer: —Sabe o quanto te amo? —Nunca pensei que ia declarar seu amor para mim em um banheiro público. — Isaac riu. — Sim, eu sei. E também te amo. — Isaac colocou um par de pijamas no MJ. — Agora vamos sair daqui antes de eu ficar doente. Cheira mal aqui. T-Rex pegou as fraldas e sacola enquanto Isaac levava MJ para fora do banheiro. Um homem passou por eles e correu para o banheiro antes de TRex ouviu o grito cara. —Merda! Santo Deus! Isaac andou mais rápido. —Acho que precisamos sair daqui antes que o funcionário perceba que MJ deixou uma bomba lá dentro. T-Rex riu enquanto ajudava Isaac a prender MJ em seu assento. —É banheiro externo. Tenho certeza de que já viu coisas piores do que deixamos lá dentro. Isaac fez uma pausa enquanto as sobrancelhas franziam. —Que tipo de coisas? Inclinando-se para mais perto, T-Rex sussurrou no ouvido de Isaac. —Sexo. Isaac enrugou seu nariz. —As pessoas usam o banheiro público para sexo? T-Rex deu a seu companheiro um beijo rápido. —Querido, tem muito a aprender. —Prefiro não saber sobre sexo no banheiro. — Disse antes de subir para o banco traseiro. — Pelo menos não de um posto de gasolina. T-Rex entrou e saíram, desta vez sem MJ fedendo na SUV. Levou duas horas antes de, finalmente, virar na rua de seus pais. Tantas lembranças
vieram à tona e T-Rex sentiu o aperto familiar no seu peito. Podia ver ele e seus irmãos, correndo para cima e para baixo da rua em suas bicicletas quando crianças. Tinham jogado baseball no campo atrás da casa de seus pais e quando T-Rex era mais velho, tinha ajudado seu pai na garagem. —Você está sorrindo. — Disse Isaac quando se inclinou para frente. — Uma sensação boa em estar de volta aqui? —É agridoce. — T-Rex respondeu entrando na garagem. — Tantas lembranças de uma outra vida. A expressão de Isaac ficou triste quando se sentou de volta e T-Rex sentia pelo homem. Seu companheiro não tinha as boas lembranças que acarinhava. Não tinha crescido no subúrbio. O homem nunca poderia ir para casa. T-Rex saiu e abriu a porta de trás. Tirou Isaac e depois envolveu o homem em seus braços. —Mamãe vai te amar. Vai ver. Minha família é sua, Isaac. Lembre-se sempre disto. Isaac balançou a cabeça enquanto respirava fundo e enfiou a mão no banco de trás de MJ. A mãe de T-Rex veio e todo o seu rosto se iluminou. —Tanner! T-Rex foi para ela e lhe deu um abraço. —Estou contente de ver você, mas o que está fazendo aqui? Nem sequer ligou para dizer que estava vindo. Liberando sua mãe, acenou em direção ao seu companheiro. —Queria que conhecesse o amor da minha vida, Isaac Newton. Ela se afastou de T-Rex e se apresentou para Isaac. Abraçou Isaac com força, algo que sabia que ela faria. Sua mãe era assim desde sempre. Nunca a tinha visto irritada ou com raiva. Criou sete filhos e tinha uma coluna de aço. Mas quando vieram as meninas que seus irmãos tinham encontros ou as mulheres que se casaram, ela era um doce.
Isaac não foi exceção e T-Rex sabia que seu companheiro não seria. Sua mãe não se importou quando descobriu que T-Rex era gay. Nem ela, nem seu pai pestanejaram. —Você tem um bebê? — Ela se virou, com os olhos arregalados. — Deveria te esfolar vivo por não me dizer! T-Rex foi até a SUV limpando a garganta. Entregou a sua mãe os papéis que Marcus tinha deixado com seu filho. Franziu a testa e pegou-os, lendo-os. Lágrimas se reuniram em seus olhos antes que se virasse para MJ. —O filho de Marcus. — Ela sussurrou tomando a criança das mãos de Isaac. — Ele nunca disse... Não posso acreditar... — Ela engoliu em seco e segurou o bebê perto de seu peito. — Ele ainda está aqui com a gente. O pai de T-Rex veio e deu-lhe um abraço caloroso, antes de sua mãe dizer: —Ronald, este é o filho de Marcus. Seu pai pegou o garoto e olhou dentro dos olhos de MJ, e T-Rex podia ver o orgulho crescendo dentro de seu pai. —Que menino jovem e bonito. —Venha. — Disse sua mãe. — Vamos entrar onde posso dar a Isaac algo para comer. Ele é tão danado de magro. T-Rex inclinou-se para seu companheiro. —Vê? Ela gosta de alimentar a todos. Seu pai se virou e olhou para Isaac e depois T-Rex. —Não vai nos apresentar? T-Rex sorriu. —Pai, este é meu parceiro, Isaac. —Bem-vindo. — Seu pai disse que enrolando MJ em um braço e usando o outro para apertar a mão de Isaac. — Bem-vindo à família. T-Rex deslizou o braço em volta da cintura de Isaac quando os olhos de seu companheiro umedeceram. Isaac pigarreou e soltou a mão do homem.
—Obrigado, Sr. Rexford. O pai de T-Rex zombou. —Você é meu genro. Pode me chamar de Ronald. O sorriso de Isaac era brilhante o suficiente para rivalizar com o sol. —Ok, Ronald. T-Rex deslizou sua mão em Isaac e entraram.
Isaac nunca esteve com uma família tão aberta, amorosa e risonha em sua vida. Acabaram ficando por uma semana para que os pais de T-Rex pudessem passar um tempo com MJ. Odiava ver o fim da semana. T-Rex comprou roupas, uma vez que tanto Isaac quanto seu companheiro não estavam preparados para passar tanto tempo longe de casa. A mãe de seu companheiro havia mimado Isaac o tempo todo. Ronald tinha lhe tratado como um membro da família, perguntando a Isaac se gostava de esportes, se bebia e se gostava de pescar. Isaac sentiu-se estranho quando não respondeu a nenhuma das três perguntas. O homem não parecia desapontado. Jurou que tinham algo em comum. E tinham. Ambos gostavam de comer. Tinha que ter ganhado uns dez quilos ao longo da semana. T-Rex tinha razão. Gloria adorava cozinhar. Também conheceu alguns dos irmãos de seu companheiro, que haviam parado para dar uma olhada em Isaac e MJ. Os irmãos de seu companheiro eram típicos homens americanos. Eram altos, largos e, a maioria, casado e com crianças. Fizeram churrasco e assistiram futebol na televisão, enquanto Isaac ajudava Gloria na cozinha.
—Vou sentir sua falta. — Ela confessou na última noite. — Adoro ter você aqui. —Você tem uma bela família. — Isaac respondeu. — Obrigada por me aceitar. Ela acenou com a mão para ele. —Tanner é meu filho. Por que diabos iria virar as costas para ele só porque ama homens em vez de mulheres? Ensinei meus filhos que o amor é amor, não importa quem é a pessoa. — Ela sorriu para ele. — Além disso, se não aprovasse, teria perdido a sua maravilhosa companhia. —Gostaria que meus pais fossem como você. — Disse Isaac e depois mordeu seus lábios. Não tinha a intenção de dizer isso em voz alta. Já era ruim o suficiente que os homens no Rancho Grande Urso soubessem de sua vergonha. Não queria Gloria o olhando para de uma forma menos favorável. Era a mulher mais doce que conhecera e odiaria se ela achasse que não era bom o suficiente para o seu filho. Gloria continuou a misturar a salada de macarrão, como se não o tivesse ouvido, mas Isaac podia ver seus olhos azuis calorosos. Estava grato que não fossem gelados. —Nem todo mundo é perfeito e todos cometemos erros. Isaac agarrou a toalha de mão e acenou com a cabeça. —Mas você é bem-vindo para me chamar a qualquer momento e gostaria de visitar Bear County. —Você adoraria lá. — Disse Isaac. — Deveria ver o rancho. É lindo. — Ele se sentou lá e disse a ela tudo o que amava lá, incluindo as montanhas e o a cidade pitoresca. —Soa como um lugar que adoraria visitar. — Disse ela. — E estou feliz que MJ crescerá lá. —Não está chateada que Marcus pediu a T-Rex para criar o seu neto?
—T-Rex. — Ela riu. — Eu não ouvia esse apelido faz tempo. Mas não, não estou chateada. Já criei os meus e, se tivesse, criaria MJ. Mas você e Tanner são jovens e podem lidar com o rapaz. Além disso, você merece ter uma família unida e experimentar as alegrias que tive ao criar um filho... Ou sete. — Ela riu de novo. Isaac ficou em silêncio. Pela primeira vez desde que chegaram, pensou sobre o que o médico lhe tinha dito. Ele nunca seria capaz de criar sete filhos. Não poderia dar sequer um a T-Rex. —O que foi? — Perguntou Glória. — Você parece tão triste. —É só que... — Isaac não tinha certeza de como dizer a ela ou se, até mesmo, deveria. Ela deu a volta na mesa e lhe deu um abraço, antes de sussurrar: —Eu sei, querido. Tanner me disse sobre o que é e a tragédia que atravessou. Por favor, não fique bravo com ele. Arranquei a informação do meu filho. Isaac não estava louco. Como podia estar? A família de T-Rex era o oposto polar da família em que tinha crescido. —Obrigado, por ser tão amável. —Devo dizer, é estranho saber que estou abraçando um urso. — Disse ela. — Mas quando uma porta se fecha, outra se abre. Foi lhe dado MJ por uma razão. Não lamente o que perdeu, mas sorria para o que ganhou. Ela o beijou na bochecha. —Sei que deve ser devastador, mas Tanner o ama. Posso ver isso em seus olhos quando olha para você. Você é todo o mundo do homem. —Sentirei sua falta também. — Disse Isaac. —Use FaceTime4 comigo. Isaac franziu a testa.
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App para bate papo no celular.
—Fazer o que com você? — Não tinha certeza do que a mãe de T-Rex estava dizendo a ele. Ela pegou o telefone dela de cima da mesa. —Peça a Tanner para lhe mostrar como e depois podemos conversar, cara-a-cara. —Sério? — Disse Isaac. Nunca soube que as pessoas poderiam fazer isso. T-Rex tinha dito que o seu telefone podia fazer tudo, mas nunca imaginou que poderia fazer isso. — Ele vai ter que me mostrar. —Ótimo! — Ela colocou a tigela na geladeira. — Agora vamos incomodar nossos homens.
Capítulo onze Adorava visitar seus pais, mas não havia nada como chegar em casa. T-Rex rolou a janela para baixo e inalou o ar puro do campo, enquanto dirigia através de Bear County. A vida tinha lhe jogado algumas bolas curvas e difíceis, mas parecia que tudo, finalmente, estava se ajeitando. A maior parte. Seus dedos agarraram o volante um pouco mais apertado, enquanto pensava em trazer MJ para sua casa. Sabia que seus amigos iriam aceitar o rapaz, mas se sentia estranho por ser responsável por outra vida. —Esta tem sido uma longa viagem. — Disse Isaac do banco de trás bocejando. —Estaremos em casa logo. — T-Rex olhou em seu retrovisor para ver Isaac de olhos caídos. Não podia acreditar o quanto amava Isaac. Nunca pensou que iria encontrar o homem perfeito para passar o resto de sua vida. Certamente, não achava que seria um pai também. Mas quando olhou para os dois no banco de trás, sabia que sua vida estava completa.
Soltou um longo suspiro quando finalmente desviou para o Rancho Grande Urso. O dia estava em pleno andamento quando viu a fila de veículos estacionados ao lado. Podia ver a frente da casa e os currais onde Rowdy e os peões trabalhavam duro. Era bom estar em casa. Assim que estacionou, T-Rex tirou MJ de seu assento. Quando Isaac tentou pegar suas malas, T-Rex balançou a cabeça. —Deixe-as. Vamos pegar a coisas mais tarde. Isaac pegou o saco de fraldas e ambos se dirigiram para uma casa barulhenta. Era meio da manhã e as crianças estavam todas acordadas, deixando todos saberem do fato. O nível de ruído era alto. Mas era um barulho que T-Rex se acostumara e tinha aprendido a amar. Não tinha certeza de como ele e seus homens sobreviveram todos esses anos sem aqueles pezinhos sob eles. Legend estava sentado no meio do caos, permitindo a Sofia escovar o seu cabelo na altura dos ombros, enquanto lia um livro de Chris, que estava tentando fugir. Legend pegava o menino e o puxava de volta cada vez que Chris fugia, o que só o fazia guinchar em gargalhadas. Abriel e Moirai estavam em suas formas de urso, brigando, grunhindo e rosnando. —É bom ver que nada mudou. — Disse T-Rex quando fechou a porta da frente. Legend olhou por cima do ombro e fez uma careta quando seus olhos pousaram sobre a criança nos braços do T-Rex. Antes que Legend pudesse dizer qualquer coisa, Stripper saiu para o quarto. Ele parou, olhou para MJ, e então disse: —Por favor, não me diga que sequestrou um filhote para Isaac. T-Rex balançou a cabeça. —Você é um idiota.
MJ começou a mexer em seus braços, então T-Rex colocou seu sobrinho para baixo, no meio do caos. MJ metade rastejou, metade nadou em direção aos outros. Sofia estava de pé e correu na sua direção, impedindo os outros de ir a qualquer lugar perto de MJ. Ela sentou-se e começou a escovar o cabelo preto de MJ. —Acho que ela encontrou um bebê para ser mãe. — Legend riu. — Então, quem é ele? —O meu sobrinho. — Disse T-Rex enquanto Isaac desabava no sofá e se enrolava, fechando os olhos. Ele ficou lá e disse a Legend e Stripper o que tinha ocorrido quando foi até Maria. —Droga. — Stripper disse suavemente. — Um bebê. —Eu estava muito chocado. — T-Rex admitiu. — Marcus não mencionou ter um filho. Ainda não conseguia descobrir por que, mas nunca teria uma resposta. T-Rex estava apenas feliz que tivesse ido e não ignorado Travis. Mas tinha a sensação de que, se tivesse, Travis teria trazido MJ para ele. —Bonito o diabinho. — Disse Legend quando impediu Sofia de tentar colocar grampos no cabelo de MJ. T-Rex sorriu. MJ se encaixaria bem. Olhando para o sofá, T-Rex encontrou seu companheiro dormindo. Isaac tinha cuidado da criança quase toda a volta para casa. MJ tinha uma grande quantidade de energia. T-Rex e seu companheiro teriam as mãos cheias. —Vou levar Isaac para o andar de cima. — Disse ele a Legend. — Pode cuidar dele? —Claro, deixe comigo. — Legend acenou com a mão para T-Rex. — Cuide do seu companheiro.
T-Rex puxou Isaac em seus braços e levou o homem para cima. Isaac mal se mexeu. Entrou em seu quarto e fechou a porta com o pé, antes de colocá-lo na cama. T-Rex tirou os sapatos de Isaac e despiu seu companheiro. Antes que pudesse dobrar as cobertas em torno de Isaac, seu companheiro puxou seu braço. Abriu os olhos e olhou para T-Rex, e não tinha certeza do que fazer com aquele olhar. Estava escuro, quase faminto. Tentou não reagir, tentou não levar seu companheiro. Não tinham dormido juntos desde antes de T-Rex sair para ir encontrar seu irmão. Sentia falta de seu companheiro, mas não ia pressionar Isaac até que o homem estivesse pronto. —Sinto sua falta. — Disse Isaac. Ele puxou um pouco mais o braço de T-Rex. T-Rex deslizou na cama e puxou Isaac em seus braços. —Sinto sua falta, também. Sabia que seu companheiro estava falando sobre a intimidade entre eles, ou a falta dela por semanas. Mas não estava inteiramente certo do que seu companheiro queria. T-Rex colocaria o mundo aos pés de Isaac se ele pedisse. Amava Isaac, mais do que jamais amou alguém em sua vida, e a distância íntima entre eles o estava matando. E não era só sexo. Não eram tão próximos como T-Rex achava que deveriam ser. Embora Isaac estivesse saindo de sua depressão, ainda mantinha uma parede no lugar. T-Rex queria derrubar aquela parede. Queria seu rapaz Amish de volta. Segurou seu companheiro por mais tempo, Isaac puxou sua cabeça para trás e começou a beijá-lo com tanta paixão, tanta necessidade. Agarrou o cabelo de T-Rex, segurando com força enquanto jogava uma perna sobre a sua coxa. —Faça amor comigo. — Isaac sussurrou na boca de T-Rex. Saindo do aperto do homem, T-Rex puxou a camisa sobre a cabeça e deixou-a cair no chão. Empurrou os sapatos antes de mover-se da cama e tirar
o resto de suas roupas. Estava ereto, doendo e pronto para dar ao homem o que precisava. Quando se arrastou de volta para a cama, Isaac o surpreendeu por fugir para baixo até que estava acomodado entre as pernas de T-Rex. —Isaac, não tem que fazer... Ele assobiou e segurou a cabeça de Isaac firme enquanto observou o fogo, antes controlado, queimar mais brilhante dentro de Isaac, enquanto os lábios de seu companheiro se abriam sobre a cabeça espessa da ereção de TRex e o levava para o calor da sua boca. Cerrando os dentes, T-Rex mal conteve o gemido de êxtase enquanto o prazer no rosto de Isaac o deixava em transe. A língua acariciou ao redor da cabeça muito sensível, enquanto ele chupava faminto o pau de T-Rex. Os chupões eram um contraponto para a umidade quente em que T-Rex se aprofundava, o contraste do molhado com o interior de veludo de sua boca. Não conseguia conter o grunhido, o gemido rouco de prazer completo que escapou de seu peito. —Droga, Isaac. Sua boca é puro prazer. Era mais do que prazer. Não havia palavras que poderia encontrar para descrever as deliciosas sensações que correriam de seu pênis para suas bolas e sua espinha. Era como estar imerso na pura sensação, puro êxtase. Suas mãos eram gentis quando espalmou o rosto de Isaac, mas seus golpes não eram. Era uma contradição, a suavidade de seu toque contra a força com que fodia a boca de seu companheiro. Empurrou com força e depois desacelerou, deslizando suavemente sobre a língua do homem, esfregando a ponta sobre os lábios de Isaac antes de mergulhar de volta, para dentro da umidade da boca de Isaac. —Tão lindo. — Murmurou. Com sua língua, Isaac enrolou no pau de T-Rex antes de seus lábios se apertarem ao redor da carne endurecida. Os dedos malvados de Isaac
cavaram as bolas de T-Rex em uma das mãos, enquanto a outra mão acariciava o pesado comprimento. Era quase mais do que T-Rex podia suportar. Segurando a cabeça de Isaac no lugar, empurrou mais uma vez, mais fundo, para o fundo da garganta do homem, até que T-Rex estremeceu. Soltou um longo gemido e soltou Isaac, puxando seu pênis da sua boca. Isaac começou a se espreguiçar, mas T-Rex estava longe de estar pronto. Havia lhe sido negado o homem sensual por muito tempo e tinha muito para compensar. Arrastou-se de joelhos, antes de dobrar para o lado da cama e agarrar o lubrificante da gaveta. —Deite-se de barriga para baixo, bebê. Isaac virou-se e abriu as pernas, inclinando sua bunda ligeiramente para T-Rex. Ele passou as mãos sobre a carne cremosa, apertando, amassando e desfrutando dos toques simples. Seu pênis se contraiu quando Isaac começou a gemer. Não precisaria de muito tempo de recuperação, não quando seu companheiro estava entregue deste jeito. Molhou os dedos da mão direita e começou a trabalhar dois dentro do corpo de Isaac. Trabalhou no estiramento do traseiro do homem, enquanto usava a outra mão para acariciar seu pênis semi-ereto. Assim que estava totalmente ereto novamente, T-Rex lubrificou sua ereção e empurrou a cabeça de seu pênis para o calor ardente do canal apertado de seu companheiro. Teve que apertar os dentes para segurar o gozo já se construindo em suas bolas. Agarrando firmemente os quadris de Isaac, T-Rex retirou seu pênis para em seguida, num impulso feroz, enterrar a ereção dentro na entrada apertada. Seu companheiro ia roubar sua sanidade. Estava perdido num mundo de prazer sensual, onde nada importava, apenas o momento e seu companheiro. T-Rex estava ligado ao homem, mais
do que apenas fisicamente, mais do que apenas seu pênis enterrado dentro da mais doce bunda que já conheceu. Sua alma se prendia a de Isaac. Jogando a cabeça para trás, T-Rex cerrou os dentes e soltou a última gota de controle que tinha. Fodeu Isaac com golpes desesperados, sentiu seu gozo crescendo, aquecendo, ameaçando... Isaac explodiu embaixo dele. Um longo e baixo gemido encheu a sala quando moveu para Isaac novamente e novamente. O traseiro de seu companheiro segurou seu pênis com força, jogando T-Rex ao longo da borda. Ele gritou seu orgasmo antes de limpar o suor do rosto. T-Rex soltou Isaac antes de beijar seu companheiro em seu ombro. —Sono, bebê. Ele se levantou e foi ao banheiro, onde molhou um pano. Quando voltou para a cama, Isaac estava frio. T-Rex limpou seu companheiro antes de colocar os cobertores ao redor de Isaac. Ficou lá por um longo momento, olhando-o e de alguma forma sabia que iriam fazer tudo para dar certo.
—Ele é um garoto de boa aparência. — Disse Simon quando se agachou na frente do carrinho de MJ e fez algumas caretas. Isaac sorriu quando MJ riu. — Mas eu deveria chutar o seu traseiro, Isaac. É um pai por dois meses e só agora estou conhecendo o garoto? —Eu lhe disse que é bem-vindo para vir ao rancho a qualquer hora que quiser. — Isaac apontou. — Você é quem diz estar tão ocupado o tempo todo.
T-Rex saiu da farmácia e deslizou sua bolsa sob o carrinho. Vieram para a cidade para se encontrar com Bryson, Milo e sua filha, Willow, para almoçar no restaurante. Isaac não queria vir, mas T-Rex insistiu, dizendo que Isaac não podia se esconder no rancho para o resto de sua vida. Sim, ele podia. Seus olhos continuavam piscando em torno de seu pai, mas até agora não o tinha visto. Esperavam que não o visse. Isso seria bom por ele. —Ok, prometo que irei. — Disse Simon quando se endireitando. — Eventualmente. — Acrescentou com uma risada. — Mas pelo menos se livrou de do look Walton. Essas roupas ficam bem em você. Isaac estava vestindo uma calça jeans, um tênis e uma camiseta simples. Cresceu acostumado a usar as coisas que Gabe escolhia para ele. Gostava de seu novo visual. Usava o cabelo um pouco comprido e T-Rex parecia amar puxá-lo quando faziam amor. —Pronto? — T-Rex perguntou agarrando a alça para o carrinho. — Bom vê-lo, Simon. —O mesmo. — Disse Simon. Mas antes que qualquer um deles pudesse ir embora, o pai de Isaac parou no estacionamento na frente deles. A boca de Isaac secou enquanto seu coração começou a bater a mil batidas por segundo. O homem saiu e pegou algo no banco de trás. O cara não o tinha notado ainda. Talvez fosse o seu novo visual ou talvez fosse porque tinha um carrinho de criança com ele. Mas quando Jacob Newton se endireitou e pisou na calçada, seus olhos pousaram sobre Isaac e ampliaram ligeiramente. Isaac sentiu-se tremer quando os olhos de seu pai passaram de Isaac para T-Rex, Simon e depois pousaram em MJ. Ninguém disse uma palavra. T-Rex deslizou o braço em volta da cintura de Isaac e puxou-o um pouco mais perto. —Já viu seu neto? — Disse Simon, suas palavras cheias de sarcasmo.
Os olhos de Jacob caíram em Isaac e estavam cheios de ódio. —Não tenho nenhum neto porque não tenho filho chamado Isaac. Embora Isaac não tivesse visto seu pai em meses, essas palavras cortaram tão profundamente que quase se desintegrou. Não tinha certeza do que estava esperando seu pai dizer ou fazer. Teria sido tolo o suficiente para pensar que Jacob mudaria de ideia e aceitaria o caminho da vida de Isaac? Talvez. —Até lhe diria algumas palavras realmente escolhidas, mas não amaldiçoou na frente dos bebês. Então, estou enviando-as mentalmente para você. — Disse Simon andando para perto de Jacob. Isaac temia que seu amigo tivesse finalmente perdido a cabeça. Ninguém se levantava para Jacob Newton. Jacob rosnou quando se aproximou de Simon. O coração de Isaac estava em sua garganta quando ele se moveu para ficar entre os dois. Não havia jeito que permitiria a seu pai ferir Simon. Sabia do que seu pai era capaz e os efeitos duradouros de seus castigos sobre uma pessoa. Sua raiva passou por ele na destruição que Jacob lhe causou e na vida que havia roubado de Isaac. Tinha finalmente chegado a um acordo com o que tinha acontecido com ele na clínica, a criança que havia perdido. Isaac tinha até acostumado a ser pai e amava MJ com todo o seu coração. Mas foi a traição que Jacob lhe fez que levou Isaac a mostrar seus caninos. Jacob primeiro parecia atordoado demais para reagir à maneira ameaçadora de Isaac. Mas, então, levantou a mão, como se fosse atacar Isaac. —Não tenho mais com medo de você. — Disse Isaac, apesar de que fosse apenas uma meia-verdade. — Pode me bater quanto quiser, mas isso não vai mudar o fato de que vai ser sempre um amargo homem solitário e de mente fechada, e que vai perder a vida do meu filho.
—Acha que porque vive em seu mundo pode se levantar para mim? — Perguntou Jacob. — Suas bolas cresceram tanto? —Sem falar de testículos em frente ao bebê. — Simon retrucou. Suas bolas não tinham crescido tanto, mas Isaac se recusou a recuar, encolher-se diante do homem. Choramingar aos pés de Jacob Newton. Tinha uma linda família e grandes amigos agora. Isaac não estava mais sozinho, isolado na família Newton. Havia provado a liberdade e adorou. —Sim, posso. Isaac viu a mão descendente de seu pai e se preparou para o golpe. Mas ele nunca veio. T-Rex tinha agarrado o braço de Jacob e empurrou-o para o lado. —Toque o meu companheiro e vou transformá-lo num tapete de pele de merda. — Disse o homem, a voz tensa com a ameaça. Isaac piscou algumas vezes olhando para seu companheiro. O rosto de T-Rex estava contorcido em raiva, enquanto olhava Jacob fixamente. —Posso ser humano, mas vou limpar o chão com a sua bunda. —Tanto palavrão. — Disse Simon. Ele pegou o carrinho e caminhou em direção à porta da farmácia. — Vamos, MJ. Não podemos ter você por perto daqueles homens de boca suja. Se a situação não fosse tão grave, Isaac teria rido com a carranca no rosto de Simon e a desaprovação em seu tom. Jacob soltou seu braço do aperto de T-Rex e deixou suas garras livres. Isaac começou a entrar em pânico. Não podia permitir que seu companheiro se machucasse. Começou a saltar entre eles, quando T-Rex levantou o braço para trás e bateu com o punho no rosto de Jacob. O pai de Isaac tropeçou para trás, o pé escorregando no meio-fio e depois caiu de bunda no chão, ali mesmo, na rua. Ele olhou para T-Rex em estado de choque.
—Cresci com nada além de irmãos e servi as forças armadas. Testeme. — Disse T-Rex. — E se mudar, tenho a porra de um rifle no meu caminhão que vai cuidar de você. O coração de Isaac inchou e se partiu ao mesmo tempo. Afinal, seu pai se colocou nesta situação, mas ainda o amava. Mas não disse uma palavra e não tentou ajudá-lo a se levantar. —Vamos. — T-Rex agarrou sua mão. —Você está morto para mim! — Jacob gritou. Isaac puxou sua mão e caminhou para onde seu pai ainda estava sentado. —Finalmente tenho uma família que me ama por quem eu sou, mesmo que eu seja gay. Inferno, eles me amam por quem sou. Tenho uma nova mãe e um grande sogro que me trataram melhor em uma semana que estive lá, do que você ou a mãe me trataram toda a minha vida. Posso estar morto para você, mas estou vivendo, sendo amado e querido por meu companheiro e filho. Tenho uma família maravilhosa e grandes amigos. Não preciso de você na minha vida e meu filho não merece um idiota como avô. A mandíbula de Jacob apertou quando abaixou a cabeça. Isaac caminhou de volta para o seu companheiro, sentindo-se como se tivesse finalmente tomado o controle de sua vida. Não se esconderia de Jacob. Estava orgulhoso de quem era e do companheiro que tinha. —Você está bem? — Perguntou T-Rex. —Melhor do que já estive. — Isaac admitiu. Colocou o braço em volta da cintura de T-Rex enquanto seu companheiro pegava o carrinho de Simon e os dois se dirigiram para o seu almoço com Bryson e Milo. Isaac estava feliz que o destino interveio e havia quebrado seu caminhão no lado da estrada. Havia encontrado seu companheiro, o amor de sua vida e agora tinha a família perfeita.
Lembrou-se do que a mãe de T-Rex tinha lhe dito. Quando uma porta se fecha, outra se abre. E a porta para o resto de sua vida tinha se aberto, permitindo a Isaac passar e deixar seu passado para trás. Sorriu quando entraram no restaurante e viu seus amigos. Isaac sorriu para T-Rex. —Sabia que você era problema desde o início. T-Rex riu. —Mas entrou no meu caminhão de qualquer maneira. Agora posso ter você para o resto de nossas vidas. Eles se juntaram a Bryson e Milo, e Isaac olhou para fora da grande janela, lembrando da primeira vez que veio ali com T-Rex. Deu um suspiro de contentamento antes de sentar e ter à tarde com sua família e amigos, fechando a porta no primeiro dia de sua vida.
Fim...