O conceito e o processo de criação A ideia central ao construir essa tipografia experimental foi utilizar algo que provinha da natureza, mais especificamente do ecossistema da hortinha do meu pai. Várias possibilidades foram cogitadas: folhas de romanzeiro, folha de aceroleira (mas esta opção foi logo descartada visto que as folhas da árvore soltam uma espécie de pó que causa coceira ao entrar em contado com a pele), folhas secas diversas, gravetos... Até que ao observar as hortênsias, cheias de buquês rosados e azulados veio a inspiração. Para não causar dano ao pequeno arbusto fora escolhido um galho em processo de secagem, em que as flores já estavam perdendo
a coloração. E isto foi o “toque de mestre”, pois assim foi garantida uma gama de cores variadas entre as pequenas flores em diferentes processos de deterioração. Dito isto, um galho foi cortado e as flores destacadas com tesoura, cortando-se os caules bem rentes. Distribuídas sobre papel canson, elas foram embaralhadas (processo utilizados em cada umas das letras e número, pois não queria nenhuma formação repetida) e fotografadas, uma a uma, com paciência e delicadeza. Foi escolhido também um ângulo em que a luz do sol projetada sobre a varanda formasse uma sombra suave sobre as flores, dando a elas um aspecto mais natural.
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