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Moradores de ocupação têm prejuízos com temporal
from Midiamax Diário | 2 de março de 2023 | Sem isenções, litro da gasolina já é vendido a R$ 5,39 na Cap
Karina Campos
Thalya Godoy
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Os moradores da ocupação da Homex se arriscavam, nesta quarta-feira (1.º), em uma verdadeira “cama de gato” formada por fios de energia caídos pelas ruas e poças gigantes que cobriam quase metade das vias. O cenário é resultado das fortes chuvas que caíram na Capital na tarde de terça-feira (28)
Houve quem viu a casa ser destelhada, postes tombando em cima das residências e a comida estragar após horas sem luz. As ruas da ocupação irregular estão cheias de crateras tomadas por água e galhos que arrebentaram com a chuva.
Sem uso de equipamentos de segurança e conhecimento técnico para saber quais equipamentos estão energizados, os moradores se juntaram em grupos e se arriscam para retirar das ruas os fios de energia.
A Energisa esteve no local, mas moradores contaram que apenas os postes foram retirados.
Fábio Gonçalves, 46 anos, ouviu uma explosão quando o poste caiu. “A maioria dos moradores não conseguiu dormir sem luz e as casas destruídas”.
Outro morador relembra que apenas 10 minutos foram sufi- cientes para destruir o bairro. “Se não for a gente, ninguém vai fazer”, se queixa.
Outro lado
O Jornal Midiamax entrou questionou a prefeitura sobre a situação e aguardava resposta até a veiculação desta matéria.
A Energisa informou que foi identificado, de forma preliminar, que a causa da queda dos postes foi o excesso de ligações clandestinas. O terreno invadido é uma área privada em discussão judicial, o que impede sua regularização.
“Equipes da concessionária sem luz e as casas destruídas”. Outro morador relembra que apenas 10 minutos foram sufi- estão no local para fazer a retirada dos postes por questões de segurança. Clientes que estiverem regularizados, terão o fornecimento de energia restabelecido. A concessionária alerta que a ocupação no terreno irregular provoca sobrecarga na rede e danos nos equipamentos. As ligações clandestinas de energia oferecem riscos à população, podendo ocasionar acidentes com mortes, incêndios, choques elétricos e curto-circuito”. (KC e TG)
Além de estragos pela ocupação, moradores contabilizam danos da chuva em suas residências
Além dos problemas pelas ruas, os moradores apontam prejuízos nas residências. Uma mulher de 46 anos, que preferiu não se identificar, teve a casa totalmente destruída. O telhado da sala e do quarto foi arrancado e parte da estrutura parou em uma árvore.
Mesmo sem luz e com uma parte da casa sem telhado, ela dormiu na casa e ontem trabalha na retirada de entulhos.
O trabalhador em serviços gerais Wellington de Souza Xavier, 38, contou enquanto segurava um rolo de fios nos braços que perdeu toda a comida da geladeira após horas sem energia.
“Quem tem criança não tem como esperar. Estamos desde as 16h sem luz, sem assistência de ninguém. Não vimos prefeitura, só veio o Corpo de Bombeiros e uma viatura do Samu porque a fiação caiu em cima da casa. Eles vieram por prevenção, mas por sorte ninguém se machucou”.
Mudança adiada
José Antônio Gomes, 56, iria se mudar hoje para o local, mas adiou os planos após um pos- te cair sobre o muro da casa. “Fiquei sabendo da ventania e vim com a minha família ten- tar arrumar”.
Já Mileyde Aparecida da Silva Rosa, 45, tem um bebê de 7 meses e conta que o carro da família foi esmagado por um poste de energia que caiu sobre o veículo.
“Mesmo sendo antigo, era o que nos ajudava”, disse. Ela tentava arrumar o quintal cheio de fios de energia e contabiliza prejuízos no muro da casa, que também foi destruído.
“Eu moro aqui há 5 anos. O susto foi grande, mas graças a Deus caiu [poste de energia], mas não machucou ninguém. Eu até ia fazer compras ontem [terça-feira], mas teria perdido tudo”, afirmou. (KC e TG)