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Defensor é afastado em ação contra ‘Gravatas’ do PCC
from Midiamax Diário | 2 de março de 2023 | Sem isenções, litro da gasolina já é vendido a R$ 5,39 na Cap
Renata PoRtela
Nesta quarta-feira (1.º), foi deflagrada nova fase da Operação Courrier, a Maître. Foram cumpridos 4 mandados de busca e apreensão e aplicadas medidas cautelares diversas de prisão. Um defensor público foi suspenso das funções.
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Conforme o Gaeco, as cautelares foram de proibição de contato por qualquer meio com investigados da “Courrier” e proibição de acesso a órgãos públicos e seus sistemas –sobretudo à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Judiciário, salvo quando intimado.
São apurados crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva e violação de sigilo funcional qualificada, atribuídos a advogado apontado como “gravata” do PCC, já preso.
Também são alvos o defensor público e o ex-assessor, também advogado. As diligências foram acompanhadas pela Defensoria, Corregedoria-Geral da Defensoria Pública e pela Comissão de Defesa e Assistências das Prerrogativas dos Advogados.
O nome da ação faz alusão à forma pela qual integrantes da associação referiam-se ao defensor (“Mestre”). “Maître”, em francês, é o tratamento conferido aos operadores do Direito.
Ação do Gaeco focou filho de defensor público estadual e o apoio dado por servidores do órgão
Peça-chave das investigações da Força-Tarefa da Polícia Civil e do Gaeco sobre a Sintonia dos Gravatas do PCC, o advogado Bruno Ghizzi tinha fontes para conseguir dados sigilosos.
Com servidores da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul e até funcionária de empresa de telefonia, ele obtinha informações privilegiadas que beneficiavam ações em que atuava.
Assessor jurídico na Defensoria, citado em relatório do Gaeco, opinava a respeito de valores cobrados pelo escritório do advogado e elaborava documentos e procurações.
Ele também fazia consultas a cadastros públicos, como o CADSUS, sistema interno do local onde trabalha. O servidor não era concursado e, segundo a Defensoria Pública, foi desligado logo após a Operação Courrier. A exoneração foi publicada oficialmente no dia 30 de março de 2022.
Empresa de telefonia
Conforme o Gaeco, Bruno também conseguia informações sigilosas de empresas de telefonia celular através de uma funcionária do setor administrativo, que conforme consultado em página pessoal, atua há mais de 10 anos no mesmo local.
Através dela, o filho do defensor público conseguia nú - meros de telefone e cadastros de pessoas físicas.
Outro servidor da Defensoria apontado no relatório fazia consultas ao banco de dados do Detran para o investigado. É dito que o advogado, com “auxílio de terceiros, sistematicamente violaria o sigilo de dados de pessoas diversas, no Estado de Mato Grosso do Sul, para atender interesses pessoais”.
Policial penal
O Jornal Midiamax também já noticiou que um policial penal auxiliava Bruno Ghizzi. Em uma das ações, o servidor público teria agido em favor do advogado e do cliente, que es-
Courrier
A Courrier (“correspondência”) cumpriu 38 mandados judiciais. Conforme o Gaeco, a operação mira o núcleo Sintonia dos Gravatas, célula em que advogados usam de suas funções para transmitir recados a faccionados presos –daí o nome da operação.
Ainda de acordo com o Ga- tava preso. O policial penal teria articulado, em exame criminológico –de progressão de regime– a obtenção de parecer favorável para livramento con- eco, o grupo criminoso estaria articulando atentados contra a vida de agentes públicos, entre eles promotor do Gaeco e um juiz de Campo Grande.
Garras, Batalhão de Choque, Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e Gisp (Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário) também atuaram na operação. (RP) dicional do preso.
Assim que conseguiu sair, o preso foi jantar e tomar um chopp com o policial penal e o advogado. (RP)