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Editorial A revista Força do Campo é uma publicação bimestral da MídiaMix Comunicação. www.revistaforcadocampo.com.br
facebook.com/revistaforcadocampo @forcadocampo @forcadocampo Diretor José Henrique Chaves Editora / Jornalista Responsável Maria Helena Dias (MTb 4115) Redação - (31) 3504-1139 redacao@revistaforcadocampo.com.br
Diagramação Mayra Barros Marketing atendimento@revistaforcadocampo.com.br
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Projeto Editorial e Conteúdo MHD Comunicação Tiragem: 10.000 exemplares Capa: Sérgio Amzalak Circulação Minas Gerais, Distrito Federal e principais capitais do país Impressão: Rona Editora A revista Força do Campo não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios e artigos assinados.
Não há como deixar de dizer que 2015 foi um ano difícil. Além da crise econômica, a instabilidade política é outro fator de preocupação e de incerteza quanto aos rumos do nosso Brasil. Apesar do cenário atual, o agronegócio mantém-se como um dos principais pilares de sustentação da economia do país, representando 23% do PIB e 42% das exportações, bem como gerando um superávit de US$ 80 bilhões, abastecendo mais de 200 milhões de brasileiros. Sem falar na geração de emprego e renda para 1/3 da população. É tendo esses números como âncora que a revista Força do Campo segue firme em seu propósito, consolidando-se cada vez mais como o principal veículo de comunicação do agronegócio no estado. Sabemos que 2016 ainda será um ano de ajustes, mas as expectativas não nos intimidam. Os projetos de Força do Campo são grandiosos, e vêm cumprindo à risca cada etapa do planejamento, sem recuo. Isso graças aos nossos parceiros e ao excelente time de profissionais, conosco desde a primeira edição da revista. A esses, o meu muito obrigado, na certeza de que estaremos juntos no próximo ano. É com a força de quem acredita num segmento vigoroso e promissor, de quem sabe que com trabalho e persistência o sucesso é garantido, que desejo a você, em nome de todo o time Força do Campo, um Natal de paz e harmonia, e um 2016 de prosperidade.
Feliz Natal! Feliz Ano Novo!
Um abraço!
Publicação:
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José Henrique Chaves
Colaboradores Nacional Arnaldo de Sousa é jornalista e palestrante de agronegócios, analista dos mercados de bolsas agrícolas e assessor de imprensa de empresas do agronegócio (CEO da InfoAgroBrasil).
De salto ou de bota Sarah Pardini é empresária, palestrante e consultora em autoestima e motivação.
Gastronomia Flávia Fabíola é chef de cozinha e atua nas áreas de personal chef e confeitaria.
Cooperativismo Geraldo Magela da Silva é administrador, mestre em Estratégia, Inovação e Competitividade, consultor e professor de MBA de Gestão de Cooperativas e Gestão de Negócios.
Bem viver Gabriela Araújo Caixeta é psicóloga clínica, mestre pela Faculdade de Medicina da UFMG (Programa Saúde da Mulher); Pós-graduada em Arteterapia; pós-graduada em Psicomotricidade (Zaragoza, España); fundadora do Instituto Inspirar - Soluções Originais para Saúde, Educação e Arte. Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Sumário
18 24
Programe-se Curtas Nacional
Arnaldo de Sousa
De salto ou de bota
Sarah Pardini
Painel do setor
18 20
Safra mineira de grãos Performance do setor de panificação
Importação exportação 24 26
Divisas para Minas Relatório da OIC
28
CeasaMinas
32
Entrevista
34
Capa
Leandro de Carvalho Paiva, superintendente técnico da ABCG
Qualidade do leite e genética girolando
Raízes Rurais
16
Cartas
Sérgio Amzalak
10 11 12 14
Cooperativismo
44
Atualidades
Geraldo Magela da Silva
Lama em Mariana Combate ao desperdício
56
Produto da vez
60
Tecnologia
Mais rentabilidade com morangos
Cerveja e vinho de Minas
64
Turismo
66
Gastronomia
68 70
Prefeitura de São Lourenço
44 52
pixabay.com
42
São Lourenço
Flávia Fabíola
74
Campo motor Caminhão híbrido é mais econômico
Evento 70 Superminas 2015 72 Seminario na CeasaMinas
80 82
Galeria 74 76 77 78
Cavalgada feminina Expoinel 2015 SIC 2015 Gir leiteiro em Paraopeba
Bem viver Gabriela Caixeta
Causos do campo Burunga
Cartas Jadir Bison
Parabéns pela revista! Eu moro em Brasília, mas fui criada em Minas, e o campo, essa vida rural, me faz muita falta. Conheci a revista e gostei muito das matérias e do formato. Ao mesmo tempo em que fala sobre temas importantes do agronegócio, fala sobre a vida rural. Além de ficar ‘antenada’ sobre as coisas que acontecem, me senti de certa forma mais perto do campo. Parabéns à revista Força do Campo pelas matérias excelentes! Aline Moreira (Brasília) Gostaria de parabenizar à equipe da revista Força do Campo pela excelente publicação. Sentia falta de uma revista assim no mercado mineiro. As reportagens são de grande importância e de fácil leitura e entendimento. Uma revista bonita e de conteúdo agradável. Fiquei conhecendo durante um almoço no Porcão BH, onde vi que é distribuída. Não quero mais perder nenhuma publicação. Vou acompanhar a partir de agora. Valéria Ferreira Costa (Belo Horizonte) A revista é muito boa, dessas que a gente pega e não quer mais largar. Fui visitar um amigo e estava em cima da mesa do escritório dele. Como ele já tinha lido, pedi pra levar, pois me interessei, principalmente, porque traduz o potencial do agronegócio em Minas. Parabéns a todos os responsáveis pela produção! Joelson Rodrigues de Oliveira (Belo Horizonte) Mande você também suas considerações sobre Força do Campo: atendimento@revistaforcadocampo.com.br
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FORÇA DO CAMPO Novembro/Dezembro 2015
Programe-se
dia
dia
02
Seminário de Agronegócios Recursos de Comunicação e Análise Macroeconômica do Setor Uberlândia - MG Informações: ana.pereira@amchambrasil.com.br ou (34) 2101.4100
07
Leilão Noite Girolando Parque da Gameleira - Belo Horizonte - MG Informações: (31) 986630487 ou 986027499
12
5º Leilão Gir Leiteiro e Girolando EGB Fazenda Pedra Preta - Cordisburgo - MG Informações: (31) 99121.8092 ou 99619.3333
Raizes Rurais
dia
DEZEMBRO
dias dias
JANEIRO
21 23 a
Curso de Madrinhagem Bambuí - MG Informações: anaclaudiamadrinheira1@gmail.com ou (37) 99862.5030
dia
dias
FEVEREIRO Feira BioFach 2016 Nuremberg – Alemanha Informações: www.biofach.de
10 13 a
29
Fórum de Discussão para Jurados Uberaba - MG Informações: (34)3319.3930 ou abczsaj@abcz.org.br Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Curtas Pragas na agricultura A adoção de procedimentos uniformes e harmônicos, entre Minas e estados vizinhos, como a Bahia, para o controle de algumas das pragas que atingem as lavouras, foi uma das proposições do documento elaborado ao final do I Workshop Mineiro sobre Defesa Sanitária Vegetal, realizado em Janaúba. Uma das ações poderá ser o controle a ser realizado durante, por exemplo, o vazio sanitário da soja, que ocorre simultaneamente entre julho e setembro nos dois estados e, durante o qual, fica proibido o plantio do grão, com o objetivo de prevenir e controlar a ferrugem asiática da soja, doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi.
Minas na Alemanha Oito empreendimentos da agricultura familiar foram selecionados para participar do Estande Brasil – Agricultura Familiar, na Feira BioFach 2016, que será realizada de 10 a 13 de fevereiro, na cidade de Nuremberg, na Alemanha. São 6.530 famílias representadas e beneficiadas diretamente com esta ação. Esse número pode chegar a mais de 10 mil quando considerados também os beneficiados indiretos. Esta é a 12ª vez que o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) leva a agricultura familiar ao pavilhão do Brasil, que terá 115m². Minas Gerais participará por meio da Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo e Região (Coopfam), de Poço Fundo (MG), com o café. A BioFach Alemanha é a maior feira internacional de negócios do setor orgânico e recebe cerca de 30 mil visitantes a cada edição. 12
FORÇA DO CAMPO Novembro/Dezembro 2015
Sérgio Amzalak
Crescimento de 80% O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, destacou, em Porto Alegre, a importância estratégica do agronegócio. “Buscamos manter a lógica de aliar competência com produtividade”, observou Carvalho, lembrando que o agronegócio brasileiro responde atualmente por 24% do PIB nacional, por 40% das exportações e por 30% dos empregos do país. Ele mirou no futuro e projetou mais crescimento em função da mudança do padrão de consumo e crescimento da população interna e mundial. “A produção de alimentos deve crescer 80% nos próximos anos. E o Brasil será o maior protagonismo global”, disse. Essa liderança deve acontecer em paralelo com a expansão da oferta com sustentabilidade e integração das cadeias e também com a aposta em uma estrutura logística competitiva e sistêmica que inclua todos os modais de transporte.
Café em 2016/17 A safra de café do Brasil em 2016/17 deverá subir e alcançar de 60 milhões a 62 milhões de sacas, de acordo com dados da trading cingapuriana Olam International. Apesar de uma safra maior, o mercado global ainda estaria em déficit, pelo terceiro ano consecutivo, graças a um aumento no consumo, o que significa que os atuais preços do café estão “extremamente subvalorizados”. A Olam estima um déficit de 4,8 milhões de sacas para 2015/16, comparado com um déficit de 5 milhões de sacas em 2014/15. A colheita para 2015/16 já aconteceu no Brasil e já começou em vários países da América Central. Para este ano, haverá déficit de 3,7 milhões de sacas de café arábica e 1,1 milhão de robusta. A produção total de 2015/16 será de 145,9 milhões de sacas, enquanto o consumo será de 150,6 milhões. Para a Olam, nos próximos 10 anos, a produção global precisará aumentar em 40 milhões de sacas para atender à demanda. Sérgio Amzalak
Sérgio Amzalak
MG é maioria no Illycaffè Dos 40 finalistas que disputarão o 25º Prêmio Ernesto Illy de Qualidade do Café para Espresso - a maior e mais tradicional premiação da cafeicultura nacional - 38 são de Minas Gerais, sendo os outros dois de São Paulo. Os produtores se destacaram entre mais de 400 inscritos. Para a escolha dos vencedores, a equipe italiana já cestá no Brasil. Em 7 de abril de 2016, serão conhecidos os três primeiros campeões nacionais, além dos vencedores das categorias regionais que se inscreveram: Cerrado Mineiro, Sul de Minas, Chapada de Minas, Matas de Minas, Norte/Nordeste, Rio de Janeiro, São Paulo, Sul e Centro-Oeste. A Illycaffè distribuirá mais de R$ 220 mil aos melhores colocados nas duas premiações, além de diplomas, troféu para o campeão nacional e premiações para o Fornecedor do Ano Sustentável e o Classificador do Ano. A relação dos finalistas está em www.clubeilly. com.br/blog/?p=6747. Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Nacional Arnaldo de Sousa afsousa@uol.com.br
O coaching nas empresas do agronegócio O executivo fictício de uma empresa de agronegócio, José Alfredo, anda meio cabisbaixo. Hoje, com 35 anos, sua carreira não decolou como planejado há dez anos. Anda sem tempo para sua família e para o lazer, e ganhou uns quilinhos a mais. Olha para os lados e vê que seus colegas estão sendo promovidos e ele não. Sente que está marcando passo. Nunca tem dinheiro para nada. Lembra-se que no ano novo do ano anterior já havia decidido que iria se transformar e que sua vida daria uma guinada de 180 graus. Mas a rotina e os compromissos diários o absorveram. Ele lê as notícias e só enxerga tragédia. Diz que a economia vai mal e que as perspectivas estão se fechando. Deseja mudar de emprego, mas acredita que a concorrência dificulta seu acesso ao mercado porque se sente despreparado em relação aos outros. Uma vida praticamente andando igual caranguejo. De lado! De repente, alguém lhe dá um conselho para fazer coaching. Quando uma pessoa sente que sua vida está “presa” e que precisa fazer algo, procurar a ajuda de um coach profissional pode ser de grande valor. Coaching, em qualquer área, inclusive no agronegócio, é a arte de ajudar a extrair o que cada um tem de melhor, ou aumentar suas potencialidades, para que ela mesma desenvolva ações diárias a fim de atingir os 14
FORÇA DO CAMPO Novembro/Dezembro 2015
resultados desejados e planejados. Desde o século passado, a partir dos anos 1970, a atividade de coaching vem ajudando muitas pessoas ao redor do mundo a buscar dentro si as experiências que foram sendo ignoradas com o passar do tempo, levando-as a perder a autoestima e autoconfiança. Para que você procure um coach, seja para melhorar pontos turbulentos da sua vida pessoal, seja para alavancar sua carreira, são necessárias algumas premissas: 1) Sentir o desejo ardente de alterar o seu estado atual para um estado desejado; 2) Procurar profissionais sérios que utilizam técnicas validadas e que mantenham a isenção no processo, deixando que você mesmo encontre seus caminhos; 3) Comprometer-se fielmente com as tarefas criadas por você mesmo e comprometidas com o coach. Porque coaching sem tarefas e ação é apenas um bate-papo. Um alerta: se numa sessão de coaching, um coach falar o que você TEM DE FAZER, não diga nada, simplesmente termine a sessão, levante-se e nunca mais volte, pois dessa forma, ao dar sugestões, ele não estará utilizando as verdadeiras técnicas eficazes do coaching. Um ótimo coach ajudará você a buscar, por meio de técnicas e vivências, o
Sérgio Amzalak
que está registrado em sua mente e mostrará que VOCÊ mesmo possui os recursos para sua transformação. Após passar por cinco ou dez sessões de coaching, você vai deixar para trás vários pensamentos limitantes que acreditava serem verdades e que apenas te impediam de crescer, desenvolver-se, aprimorar-se, enfim, seguir DONO ou no CONTROLE de sua vida. Caso uma pessoa esteja “presa” e não consiga lidar ou se “libertar” de questões do passado, incluindo problemas emocionais intensos, talvez seja mais adequado a ela procurar a ajuda de um terapeuta ou psicólogo. O grande elogio que um profissional de coaching gosta de ouvir é saber que o seu
coachee (cliente) saiu do ponto A (estado atual) para o ponto B (estado desejado) com muito mais confiança em si mesmo, mais alegria para a vida, mais vitalidade em suas empreitadas, enfim, com mais sonhos e ações que o impulsionem para frente. Esse é o trabalho do coach, transformar pessoas... Ah! Você sabe o que aconteceu com o José Alfredo do início de nossa conversa? Depois de um programa de coaching, largou o antigo emprego, assumiu a diretoria de marketing de outra empresa do agronegócio, pratica esportes, comprou casa nova, está de bem com a família, ganha mais dinheiro e é uma pessoa feliz e com muitas perspectivas em sua vida. Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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De salto ou de bota
Sarah Pardini sarah@sarahpardini.com.br
Arquivo pessoal
Do grão à xícara De Areado, uma pequena cidade nas montanhas cafeeiras do sul de Minas, onde vive atualmente, a farmacêutica Marisa Contreras é uma apaixonada por café e pelas pessoas que trabalham para produzir cada grão. Ela faz parte da Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA), da qual é presidente de Marketing no Brasil, promovendo os interesses de todas as mulheres da cadeia produtiva do café. Tem a bonita missão de aumentar o poder feminino na comunidade internacional, para que tenham vidas significativas e sustentáveis. Também produtora na Fazenda Capoeira Coffee, Marisa, que mudou sua vida em função do café, passou a levar ao campo valores femininos, capricho e carinho. Na fazenda, criou a Rota do Turismo Rural e o Café da Roça, uma cafeteria onde, além do café, há doces, geleias, licores... Tudo feito pelas mulheres da comunidade, um projeto social que vem melhorando significativamente a vida delas, oferecendo melhores condições com o aumento da renda.
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FORÇA DO CAMPO Novembro/Dezembro 2015
Amós Rodrigues
“Um retrato” nos palcos A ‘princesa’ Mayara Fernandes, de 13 anos, é mineira, de Belo Horizonte. Seu talento musical, que despertou aos oito anos de idade, vem ganhando destaque pela voz marcante, o timbre afinadíssimo e a presença de palco. Em 2012, ela gravou seu primeiro CD independente, intitulado ‘Coração de Menina’, com sua composição ‘Bolhas de Sabão’ e outras assinadas por Marcus Viana, Maurício Santini e Marília Abduani. Em 2012, foi classificada para as finais do Festival Nacional da Canção (Fenac), onde ganhou prêmio de música mais comunicativa da etapa Guapé-MG. Em 2015, está lançando um EP independente com 5 músicas, com a composição própria chamada ‘Um retrato’, que dá nome ao CD, além de músicas com participações especiais de Mc Koringa e César Menotti e Fabiano.
Arte em tela
Letícia Leal
Raquel Fernandes é veterinária, daquelas que desde criança sabia o que iria ‘ser quando crescer’. A paixão por cavalos, cultivada na fazenda do avô paterno, em Corinto-MG, levou-a a se dedicar aos equinos. Após 8 anos trabalhando no campo, encontrou a arte. Foi se firmando em um mercado ainda restrito, chamando a atenção pela perfeição dos retratos e o cuidado com os detalhes que tornam cada animal único para seu dono. Raquel diz que seu diferencial é retratar bem os cavalos. “É um animal difícil de colocar na tela, pois é fácil que fique fora de proporção ou estranho. Além de fazer bem um cavalo, eu faço ‘o cavalo daquela pessoa’. Quem vê meus quadros sabe qual cavalo é - nome, raça - sem eu falar nada”. Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Painel do setor SAFRA MINEIRA DE GRÃOS TEM RECORDE HISTÓRICO Colheita 2015/16 terá volume de 12,86 milhões de toneladas Minas Gerais deve colher 12,86 milhões de toneladas de grãos na safra 2015/2016. O volume é recorde no estado e supera o maior volume registrado em 2013, quando a safra alcançou 12,1 milhões de toneladas. Em relação à safra 2014/2015 (11,8 milhões de toneladas), o crescimento registrado é de 8,7%. Os dados fazem parte do Primeiro Levantamento de Safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo o secretário de Agricultura, João Cruz Reis Filho, os números sinalizam resultados animadores, mesmo levando-se em consideração que esses dados são iniciais e podem ser alterados para cima ou para baixo no decorrer da safra, em função das condições climáticas. “Mesmo sendo uma previsão inicial, o levantamento mostra a visão empreendedora dos produtores mineiros, que acreditam e investem na produção, garantindo a oferta de alimentos em quantidade para Sérgio Amzalak
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FORÇA DO CAMPO Novembro/Dezembro 2015
atender à demanda dos mercados externo e interno”, analisa. A soja será a grande responsável pela safra recorde mineira, registrando crescimento de 18,1% na produção e totalizando volume de 4,1 milhões de toneladas. Outros produtos que também registrarão crescimento na próxima safra são: milho (+6,5%), trigo (+20,3%), amendoim (+3,3%), feijão (+4,5%) e girassol (+3,4%).
Safra 2015/16 Soja 4,1 milhões (+18,1%) Milho 7,3 milhões (+6,5%) Trigo 246 mil toneladas (+20,3%) Feijão 540 mil toneladas (+4,5%) Amendoim 9,3 mil toneladas (+3,3%) Girassol 21,2 mil toneladas (+3,4%)
Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Painel do setor PERFORMANCE DO SETOR DE PANIFICAÇÃO E CONFEITARIA Faturamento em 2014 ficou em R$ 82,5 bilhões Levantamento do Instituto Tecnológico de Panificação e Confeitaria (ITPC) em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), por meio de pesquisa em mais de 1.200 empresas de todo o país, abrangendo representantes do setor de todos os portes, revelou o desempenho do setor de panificação em 2014. O índice de crescimento das empresas de Panificação e Confeitaria em 2014 foi de 8,02% com o faturamento atingindo R$ 82,5 bilhões. Foi o segundo ano consecutivo em que o setor apresentou uma elevação inferior a 10%, a menor taxa dos últimos oito anos. Os dados revelam ainda que a desaceleração vem acontecendo desde 2010.
No último ano, os principais fatores para a redução no ritmo de crescimento do setor foram o aumento nos custos que subiram em média 11,5%. Os preços dos produtos adquiridos pelas empresas de 20
FORÇA DO CAMPO Novembro/Dezembro 2015
panificação no atacado tiveram um reajuste médio de 8,71%, a alta do salário médio do setor foi de 18,2%, o custo com embalagens aumentou em 13,3% e a energia elétrica, 14,8%. O impacto das tarifas para as empresas de todos os setores foi repassado para o consumidor. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o acumulado de doze meses do ano de 2014 em 6,41%. O reajuste de preço praticado nas empresas de food service em 2014 ficou entre 9% e 13%, com média de 11,5% para as empresas de panificação. Nos supermercados, o aumento foi de 7,1% Isso significa uma média de 32% acima do reajuste médio dos produtos adquiridos pelas empresas de panificação.
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Grandes custos Total de custos operacionais das padarias e confeitarias, excetuando-se os custos variáveis, como farinha de trigo, por exemplo: • • • • • •
Tíquete médio, fluxo de clientes e número de funcionários
Gastos com pessoal: 42% Energia: 11% Impostos: 15% Embalagens: 7% Outros: 25% Total: 100%
Entre 2010 e 2014, o faturamento das empresas de panificação e confeitaria cresceu 46,5%. Por outro lado, os custos aumentaram 48,5% no mesmo período. O setor passa ainda por um momento de formalização de várias empresas e isso trouxe maior impacto dos impostos sobre o faturamento. O gasto com pessoal também subiu de 2010 a 2014, 50,2%. Os gastos com energia aumentaram 18,5% e 16,3% com embalagens, nesse intervalo. De 2012 a 2014, o custo total aumentou 19,5% no setor.
O número de empresas que compõem o setor se manteve estável e continua sendo 63,2 mil. Elas receberam cerca de 41,5 milhões de clientes diários no último ano, redução de 3,48% em comparação com 2013. Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Painel do setor Volume de faturamento por departamento As vendas de produção própria representam 55% do volume de faturamento, ou R$ 45,37 bilhões.
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FORÇA DO CAMPO Novembro/Dezembro 2015
Empregos gerados O setor representa cerca de 850 mil empregos diretos e 1,85 milhão de forma indireta. Em comparação com 2013, houve um aumento de 5,7% no número de postos de trabalhos gerados ano passado. Contudo, os percentuais registrados indicam menor produtividade nas empresas com queda de 5,4% por funcionário. De acordo com o levantamento, o faturamento por funcionário aumentou apenas 2,5%. O salário médio cresceu 44,2%, em média, entre 2010 e 2014. Segundo pesquisa realizada pelo Dataconsumer, 52% dos clientes que frequentam padarias têm um grau de exigência muito elevado sobre os produtos panificados. Isso torna a operação das empresas de panificação e confeitaria um desafio maior, já que precisam cotidianamente suprir a alta expectativa de seus frequentadores, e isso também influi no desempenho dos profissionais.
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*promoçãoválidaparaosprodutosdesteanúncio
Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Importação
exportação
DIVISAS PARA MINAS 61% da produção de café em Minas vão para fora do estado No acumulado dos primeiros nove meses de 2015, 14,4 milhões de sacas foram para o mercado internacional. O agronegócio contribuiu com 33% da pauta mineira de exportações, no acumulado de janeiro a setembro deste ano, totalizando US$ 5,5 bilhões. As importações do setor atingiram US$ 320,7 milhões, com queda de 16,5% em relação às compras realizadas no mesmo período do ano anterior. O saldo da balança comercial do agronegócio registrou US$ 5,2 bilhões. A informação é da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) com base em dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). De acordo com o levantamento, o grupo “Café e derivados” manteve a posição de liderança do ranking do estado entre os principais produtos vendidos para o exterior. As exportações deste segmento, principalmente de café verde, atingiram US$ 2,7 bilhões, o que corresponde a 48,9% da receita do agronegócio estadual. Apenas de café verde foram exportadas, no período de janeiro a setembro, 14,4 milhões de sacas, que representam 61% da produção mineira (23,6 milhões de sacas). A segunda posição entre os grupos exportadores ficou com o “Complexo soja”. De janeiro a setembro, as vendas externas desse grupo somaram US$ 833,6 milhões, registrando crescimento de 2,9% no valor. O grupo “Carnes” ocupou a terceira 24
FORÇA DO CAMPO Novembro/Dezembro 2015
Sérgio Amzalak
| Entre janeiro e setembro, foram exportadas 14,4 milhões de sacas de café verde
posição com US$ 590,8 milhões e o “Complexo sucroalcooleiro” manteve a quarta posição com uma receita de US$529,7 milhões e volume exportado de 733 mil toneladas. O grupo de Pescados tem pouca participação na pauta exportadora do agronegócio mineiro, mas vem apresentando crescimento consistente nas vendas de 2015 em relação a 2014. No acumulado, a venda de pescados, principalmente de “Peixes ornamentais vivos”, totalizou US$ 22,6 mil. Esses números representam acréscimo de 246% no valor. Segundo o superintendente de Política e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez, ainda não foi sentido o impacto positivo nas exportações dos produtos do agronegócio em função da valorização do dólar. “Vários países também sofreram
desvalorização de suas moedas, e isso vem afetando a competitividade dos nossos produtos no mercado externo. Soma-se a isso, a retração da economia da China, país que é o nosso principal parceiro comercial”, explica.
Principais mercados A Alemanha continua sendo o principal destino das exportações do café, totalizando US$ 575,8 milhões, seguido de Estados Unidos (US$ 527,6 milhões), Itália (US$ 285 milhões) e Japão e Bélgica (US$ 232,3 milhões). Já o mercado oriental destaca-se como o principal destino do grupo “Peixes ornamentais vivos”. Os principais países importadores são: Japão
(US$ 13,9 mil), China (US$ 5,2 mil) e Taiwan (US$ 2,2 mil). Levando-se em conta toda a pauta de exportações do agronegócio, a China foi o principal destino dos produtos mineiros nos nove primeiros meses de 2015, gerando uma receita de US$ 802,6 milhões, representando 15% de toda a cesta do setor. O “Complexo soja” foi o principal grupo de produtos exportados para esse país, com US$ 569,7 milhões, que representam 68,4% de toda a receita adquirida desse segmento e 69,4% das divisas geradas pelas importações chinesas. Sob a perspectiva do ranking estadual de exportadores do agronegócio, Minas Gerais permanece na quinta posição, sendo responsável por 8,2% das exportações do setor em âmbito nacional.
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Importação
exportação
Relatório da OIC aponta queda nas exportações de café Houve diminuição de 2,2 mi de sacas sobre o volume estimado A Organização Internacional do Café (OIC) divulgou a edição de setembro do relatório sobre o mercado de café em nível mundial. Segundo o documento, em agosto de 2015 as exportações contabilizadas pela organização totalizaram 9,1 milhões de sacas, 2,6% menos que em agosto de 2014. Nos 11 primeiros meses do ano cafeeiro de 2014/15 (outubro a agosto), o volume exportado também caiu, de 104,8 milhões de sacas no mesmo período do ano cafeeiro anterior para 102,0 milhões, diminuindo 2,3% no caso dos arábica e 3,5% no caso dos robusta. O Relatório da OIC também analisa dados da terceira estimativa da safra brasileira de café 2015/16, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo o documento, houve redução de 2,2 milhões de sacas em relação ao volume estimado anteriormente, que agora é de 42,1 milhões, em uma área de 1,93 milhão de hectares. Assim, as quedas de produção, respectivamente, foram de 32,9 para 31,3 milhões de sacas (arábica) e de 11,3 para 10,9 milhões (robusta). Em relação à cotação do café, segundo o relatório, depois de uma pequena recuperação em agosto, os preços do café continuaram em declínio em setembro, pois a média mensal do indicativo composto da OIC caiu 6,7%, a maior queda mensal desde março. O valor médio mensal, de 113,14 centavos de dólar dos EUA por libra-peso, foi o mais baixo desde janeiro de 2014. Mesmo 26
FORÇA DO CAMPO Novembro/Dezembro 2015
Sérgio Amzalak
| Em agosto de 2015, as exportações totalizaram 2,6% menos que em agosto de 2014
assim, houve pequena recuperação dos preços diários no fim do mês de setembro. Quanto à produção de café, o documento da OIC chama a atenção para que, no início do ano cafeeiro de 2015/16, os produtores e demais agentes do agronegócio café acompanhem a evolução dos dados meteorológicos com particular atenção na estiagem em curso na América Central e no impacto potencial do El Niño nas principais regiões produtoras de café.
Sérgio Amzalak
O Relatório da OIC, que está disponível no portal da organização e também no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, traz, entre outras informações importantes do setor cafeeiro, dados sobre a produção, exportação, estoques, consumo e preços indicativos diários em nível mundial.
Sustentabilidade O Bureau de Inteligência Competitiva do Café divulgou em outubro o Relatório Internacional de Tendências do Café (vol.4 nº7). Segundo o Relatório do Bureau, a cafeicultura do Brasil é destaque não só na produção, mas também, e cada vez mais, no quesito sustentabilidade. O documento ressalta que a sustentabilidade é cada vez mais expressiva nas lavouras e atende às demandas dos grandes compradores internacionais. Dados de produção de cafés certificados mostram que o país está bem posicionado nesse nicho de mercado. Em contrapartida, os concorrentes do Brasil, por sua vez, também buscam a sustentabilidade, elemento determinante para a competitividade da produção.
O Bureau destaca que o Brasil, além de ser o maior produtor de café em nível mundial, é também o maior fornecedor de cafés certificados do mundo, tendo inúmeros cafeicultores empenhados em adequar suas propriedades às diferentes normas e códigos de conduta vigentes ao adotar boas práticas agrícolas e de gestão. O relatório mostra que, independentemente do selo ou programa de certificação adotado, a região do Cerrado Mineiro, em volume, é a maior fornecedora de cafés certificados no país. São muitos os programas de certificação e/ou verificação de cafés sustentáveis no Brasil, dos quais se destacam: UTZ Certified, Rainforest Alliance Certified e Fair Trade. Como outro fato importante a destacar, o Relatório Internacional de Tendências do Café analisa também a participação no mercado de grandes empresas, torrefadoras e cafeterias em diversos países como Costa Rica, Brasil, Angola, Etiópia, China, Vietnam, Reino Unido, EUA, e outros, e aponta que as cafeterias especializadas alcançaram US$ 19,1 bilhões de receita no ano de 2014, estabelecendo um comparativo com os anos de 2000 e 2009, quando arrecadaram, respectivamente, receita de US$ 8,5 bilhões e US$ 16,6 bilhões. Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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CeasaMinas Ceia de natal pode ser menos colorida este ano Cai a venda de frutas da época na CeasaMinas Lídia Salazar Em tempos de crise, a ceia de Natal pode ser menos farta se comparada aos anos anteriores. A mesa cheia, característica da tradição natalina, com peru, sobremesas, frutas e panetones deve sentir o peso da recessão econômica. Algumas famílias terão de se contentar com um jantar limitado, sem muita variedade. Os distribuidores das frutas mais procuradas nessa época também agem com cautela, já que a expectativa é de que o consumidor reduza os gastos neste fim de ano. De acordo com uma pesquisa nacional realizada pela Boa Vista SCPC, o consumidor vai gastar menos no Natal. Dentre as estatísticas coletadas, uma delas foi a de que 52% dos brasileiros terão uma ceia menos farta em 2015, em comparação a 32% no ano passado. Apenas 34% preveem que a fartura será igual a 2014 e 14% consideram que será mais abundante. Segundo os resultados da pesquisa, 62% dos consumidores deverão gastar até R$ 50 por pessoa nas festas de fim de ano; 31% gastarão até R$ 30 e 31% preveem gastos entre R$ 31 e R$ 50. Os gastos totais incluindo presentes, ceia, ano novo e despesas gerais deverão somar até R$ 500 para 66% dos entrevistados. Dados como esses preocupam quem sempre teve o melhor faturamento no fim do ano. É o caso do distribuidor Reginaldo Ribeiro, 28
FORÇA DO CAMPO Novembro/Dezembro 2015
Sérgio Amzalak
| Reginaldo Ribeiro disse que este ano as frutas supérfluas estão sendo substituídas pelas tradicionais, como bananas e laranjas
da Irmãos Pereira, que comercializa frutas natalinas há 17 anos. O empresário importa frutas de diversos países, comprando também de alguns estados no Brasil tipos como uva, pêssego, ameixa, nectarina, damasco, romã, lichia, entre outras. Para atender à demanda, ele tem uma parceria em São Paulo que faz os trâmites de importação com todas as documentações e burocracias. A Irmãos Pereira fica nas Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas), em Contagem. Das frutas mais vendidas, os vários tipos de uvas são os campeões. Em seguida vem o pêssego e depois a lichia. São cerca de 16 mil toneladas de frutas comercializadas mensalmente para supermercados da capital e do interior de Minas. O faturamento de Reginaldo Ribeiro gira em torno de R$ 4 milhões/mês e, em
dezembro, o valor dobra, passando para R$ 8 milhões. “Este ano, no entanto, estamos agindo com cautela. Temos muitos clientes do interior que estão sentindo dolorosamente a crise econômica. Pessoas que compravam conosco há anos, que sempre foram excelentes pagadores, estão fechando as portas. Outros não estão conseguindo pagar e continuam tentando, mas acabam acumulando dívidas”, lamenta. O empresário acredita que em 2015 não será computado crescimento como nos outros anos, quando as vendas sempre
“Já constatamos uma queda de 30% nas vendas este ano. Trabalhamos com frutas supérfluas” Reginaldo Ribeiro – Irmãos Pereira
cresciam em 20%. “Já constatamos uma queda de 30% nas vendas. Trabalhamos com frutas supérfluas. A ameixa, por exemplo, não é um alimento de extrema necessidade. Muitas famílias estão trocando esse tipo de produto por arroz e feijão. As frutas que continuam sendo consumidas são banana, laranja, as mais comuns”, explica.
Tempo de reestruturar Apesar do momento difícil, Reginaldo Ribeiro relata que foi um ano de mudanças na empresa, e que isso pode trazer bons resultados no futuro. “Tivemos que reaprender a trabalhar, avaliar o negócio internamente, reinventar as tarefas que eram feitas todos os dias da mesma forma, para que elas fossem mais eficientes e econômicas. Quem não fez isso não conseguiu, fechou as portas ou mudou de ramo”, afirma.
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CeasaMinas Sérgio Amzalak
| As uvas e os pêssegos estão entre as frutas mais comercializadas nesta época do ano por Gilmar Mendes
O distribuidor prevê ainda que janeiro e fevereiro de 2016 serão meses complicados para quem está contando com as vendas de dezembro. “Muitos estão esperando que o negócio melhore agora, no fim do ano, mas, se isso não acontecer, não sei se vão conseguir manter a operação”, opina.
ano. As uvas, cerejas, pêssegos, ameixas e nectarinas são os principais produtos que o empresário vende em dezembro, importados do Chile, Argentina, Estados Unidos e alguns estados do Brasil, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e interior de São Paulo. “A maioria dessas frutas precisam de temperaturas baixas e, por isso, muitas delas não são encontradas em Minas Gerais”, explica. Segundo o empresário, a loja vende a quantidade de frutas que ocupam 12 caminhões no fim do ano, sendo que cada um tem em média capacidade para 14 toneladas. A uva rosada é a principal mercadoria comercializada, quando a venda total é 40% maior do que nos outros meses. Gilmar Mendes espera manter esse aumento sazonal para seguir firme em 2016. Divulgação Epamig-MG
Otimismo Gilmar Mendes é também distribuidor na CeasaMinas, em Contagem. Há 13 anos, trabalha com frutas diferenciadas e preserva a comercialização de produtos de extrema qualidade na loja Global Frutas. Mesmo com o cenário econômico desfavorável, ele acredita que terá um bom faturamento no fim do 30
FORÇA DO CAMPO Novembro/Dezembro 2015
| Emerson Gonçalves, pesquisador da Epamig
Sérgio Amzalak
Clima em MG exige importação das frutas O pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Emerson Dias Gonçalves, trabalha com frutas de clima temperado, que são consumidas no Natal. Dentre elas, destacam-se as uvas de mesa e viníferas, maçãs, pêssegos, ameixas, nectarinas, caqui, morango, amora, framboesa, mirtilo, figo, pêra e marmelo. “Mesmo com uma área plantada inferior em relação às frutas de clima tropical e subtropical, as de clima temperado têm uma importância socioeconômica destacada em diversas regiões do Brasil, principalmente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e o Vale do São Francisco, seja como cultivo in natura, agroindústria ou agroturismo”, afirma. Essas frutas são classificadas como espécies que precisam de frio para a sua produção. “Algumas variedades necessitam de aproximadamente 600 horas em temperatura abaixo de 7,2ºC, o que não encontramos na região Sudeste, só na região Sul. Por isso, a maioria das frutas de clima temperado no Brasil tem sua produção concentrada no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, que são estados que apresentam temperaturas baixas”, esclarece Emerson Gonçalves. Segundo o pesquisador, as frutas de clima temperado representam apenas 1,8% do total produzido em Minas Gerais. “Umas das frutas queridinhas dessa época do ano, a cereja, é a mais complicada de ser
encontrada. Ela exige muito frio para sua produção, entre 1.200 a 1.400 horas de frio abaixo de 7,2ºC”, revela. Por esse motivo, os distribuidores importam de outros países para atender à demanda em temperatura nos estados brasileiros.
Ameixa tem a maior alta Outra pesquisa recente, divulgada pelo site Mercado Mineiro, apurou 75 produtos consumidos na ceia de Natal. No geral, foi constatado que eles estão até 54% mais caros na comparação com o mesmo período do ano passado. O alimento que registrou a maior alta foi a ameixa, a importada e a seca com caroço. Além da inflação mais alta, o valor elevado do dólar contribuiu para o aumento desses preços, já que muitos produtos da ceia são importados. Para complicar ainda mais o fim de ano do consumidor, a variação chega a 270% entre uma região e outra na capital mineira. Além disso, de acordo com o pesquisador da Epamig, as frutas estão mais caras também devido ao aumento de outros insumos que o produtor necessita para o seu cultivo, por exemplo, o combustível. A orientação dos pesquisadores é de que a população pesquise bastante antes de comprar. O diretor executivo do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, aconselha os consumidores a esperarem chegar mais próximo do fim do ano para encher o carrinho de compras, porque até lá os preços podem abaixar. Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Entrevista
LEANDRO DE CARVALHO PAIVA Divulgação ABCG
Maria Helena Dias Animais geneticamente superiores da raça girolando têm apresentado aumento significativo da produção de leite. Estudo feito pela Embrapa Gado de Leite e Associação Brasileira dos Criadores de Girolando (ABCG) mostra que a produção de leite das fêmeas quase dobrou em 13 anos, um aumento de 45,9%. Em 2000, a produção era de 3.700 kg em até 305 dias no ano. Em 2013 passou a ser de 5.398 kg no mesmo período, considerando as três primeiras lactações. Como reflexo dessa evolução genética, as vendas de sêmen de touros da raça tiveram aumento de mais de 150% entre 2009 e 2013, como explica o superintendente técnico da ABCG, Leandro de Carvalho Paiva. Divulgação Raízes Rurais
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FORÇA DO CAMPO Novembro/Dezembro 2015
| Superintendente técnico da ABCG, Leandro de Carvalho Paiva
“O desempenho produtivo e reprodutivo das vacas depende também de fatores não genéticos, como manejo adequado e nutrição balanceada” Como é o mercado de leite da raça girolando? Ogadogirolandocorrespondeaaproximadamente 50%dorebanhobovinoleiteironoBrasil,responsável por cerca de 80% do leite produzido no país. Em qualquerregiãooubacialeiteiradoBrasilécomum encontrarrebanhosdegirolando,principalmentenas regiõesSudeste,Centro-oeste,NorteeNordeste.É o gado que tem maior liquidez em leilões de raças leiteiras,sendoaraçaquemaisvendeanimaisnopaís nestetipodeevento.Masomodelodevendadireta tambémémuitocomumeestácrescendocadavez mais, a chamada ‘venda de curral’. Como é o Programa de Melhoramento Genético de Girolando (PMGG)? São avaliadas anualmente 95 mil lactações de vacasgirolandopeloPMGG.Essaslactaçõesfazem parte do banco de dados da associação e todos os anos são gerados os valores genéticos das vacas e disponibilizados aos criadores, para que utilizem em seus rebanhos como critério de seleção. Já os touros são avaliados pelo PMGG por meio do teste deprogênie.Atualmente,temos77tourosgirolando provados,sendo42positivosparaproduçãodeleite. Temosaindacercade150tourosemfasedeteste,que foramcriteriosamenteselecionadospeloprograma. O investimento para se ter animais geneticamente superiores é alto? Qualquerprodutorpodeimplantarumprograma de seleção em seu rebanho com os animais que se encontramnoplantel.Eleprecisaapenasdeterminar asaçõesaseremfeitaseteracompanhamentotécnico dequalidade.Oinvestimentonãoéalto,eoretornoé bemsatisfatórioecontínuo,masoprodutornãopode achar que é algo imediato.
Quais os avanços em relação à biotecnologia reprodutiva na produção in vitro de embriões da raça? Dentre as raças leiteiras no país, a que mais é submetidaàstecnologiasreprodutivaséagirolando, principalmente na FIV. Sem dúvida essas técnicas ajudam na multiplicação genética da raça. Mas é preciso que os critérios de seleção das doadoras e dos reprodutores sejam bem definidos para que os produtos nascidos sejam de muita qualidade. Hoje é possível encontrar animais oriundos de FIV de boa qualidade com preços bem acessíveis. As técnicasevoluíramcomopassardosanoseoscustos reduziram. A evolução genética tem impactado no aumento das vendas de sêmen da raça? Há poucos anos eram vendidas no mercado de sêmenbrasileiropoucomaisde80mildosesporano. Atualmente,essasvendaschegama774mildoses comercializadas, sendo girolando a raça que mais produziusêmencomercialnoBrasilem2014.Sem dúvidaalguma,aevoluçãogenéticatemimpactado positivamenteparaaevoluçãodomercadodesêmen de touros girolando. Como estão as pesquisas de seleção genômica de girolando? Nenhuma raça nacional possui ainda um produto validado para a seleção genômica. No entanto, as pesquisas se encontram em fase final e em breve teremos condições de disponibilizar ao mercado. É notória a importância da seleção genômica para o melhoramento genético das raças importadas utilizadasnoBrasil.Issoajudouaaceleraroprocesso deseleçãoeencurtouadistânciaentreasgerações. Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Raízes Rurais
Capa
QUALIDADE DO LEITE E Altos custos de produção e pesquisas desafiam a raça Maria Helena Dias No ano de 2015, quando completou 26 anos de existência, a raça girolando confirmou que, definitivamente, já tem o seu espaço no Brasil, com Minas Gerais garantindo 50% dos animais, o maior rebanho girolando do país. Considerada a que mais produz leite no Brasil, a raça é a responsável por quase ¾ dos 35 bilhões de litros produzidos anualmente. E por produzir muito leite, com adaptabilidade, qualidade e rentabilidade, a girolando tem conquistado cada vez mais criadores e produtores de leite de vários países e regiões tropicais e subtropicais da América Latina, África e Sudeste Asiático. Apesar do crescimento da raça, o que indica um cenário positivo, o Brasil vive um momento de crise, e que também tem afetado os negócios com girolando, principalmente com relação à elevação nos custos de produção. Assim como os problemas vividos 34
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por toda a bovinocultura, como os associados à interação entre as características produtivas e reprodutivas e ao seu impacto nos programas de melhoramento genético - e que têm desafiado os pecuaristas na busca por ganhos em produtividade -, os criadores de girolando também precisam encontrar soluções para lidar com as dificuldades operacionais, o alto custo do controle leiteiro e os poucos estudos desenvolvidos para a obtenção das estimativas de tendências genéticas no desempenho produtivo e reprodutivo ao longo das gerações. Esses foram alguns dos assuntos que trouxeram para a capital mineira o 1º Congresso Internacional da Raça Girolando/2º Congresso Brasileiro da Raça Girolando, que, durante três dias, reuniu, no Ouro Minas Palace Hotel, mais de 500 congressistas e delegações de 12 países. A importância do encontro foi registrada no primeiro dia do evento que,
GENÉTICA GIROLANDO na abertura, contou com as presenças do vice-governador de Minas Gerais, Antônio Eustáquio Andrade Ferreira; dos secretários de Agricultura, João Cruz Reis Filho; de Fazenda, José Afonso Bicalho; e Desenvolvimento Econômico, Altamir Rôso; do presidente da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Fabiano Tolentino; do presidente da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, entre outros, além do presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando (ABCG), Jônadan Ma.
Importância A força da raça girolando em Minas Gerais foi destaque no discurso do vicegovernador Antônio Andrade. Segundo ele, o congresso celebrou não só a raça girolando, mas todo o agronegócio, que representa 45%
do Produto Interno Bruto mineiro. “A raça girolando contribui para os ótimos números do nosso agronegócio”. O momento de crise do país também foi lembrado por Antônio Andrade. “Estamos passando por um momento difícil, mas aqueles municípios que têm o agronegócio como base econômica têm superado as dificuldades com a ajuda da terra. Este é um setor importante que merece todo o apoio do governo”, disse ele. O secretário de Agricultura, João Cruz Reis Filho, disse que a girolando é indispensável para a pecuária não só de Minas Gerais, mas de todo o Brasil. “Com o processo de internacionalização, vamos levar para o mundo o que nós temos de melhor na pecuária, trazendo um futuro ainda mais positivo para a área”. José Afonso Bicalho, secretário de Fazenda, aproveitou o momento para convidar a todos para a Megaleite, uma importante feira da pecuária leiteira nacional. Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Capa Thadeu Chiari
“Estamos passando por um momento difícil, mas aqueles municípios que têm o agronegócio como base econômica têm superado as dificuldades com a ajuda da terra” Antônio Andrade - Vice-governador de
Minas Gerais
“A Megaleite será realizada em Belo Horizonte no próximo ano, comemorando os 20 anos da homologação da raça girolando no Brasil”. O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, Jônadan Ma, falou sobre a força da marca girolando no país e a relevância de Minas Gerais no setor. “A raça está consolidada nacionalmente e, por essa razão, nosso país é um dos maiores produtores de leite do mundo, com mais de 37 bilhões de litros anuais. Boa parte dessa produção é devida à contribuição da raça. Em relação a Minas Gerais, somos o maior produtor de leite do país, graças ao trabalho das lideranças e dos produtores do setor agropecuário”, disse. 36
FORÇA DO CAMPO Novembro/Dezembro 2015
Produção de leite O trabalho conjunto de pesquisadores e produtores rurais está possibilitando um aumento expressivo da capacidade produtiva de vacas da raça girolando. A produção de leite das fêmeas quase dobrou em 13 anos, um aumento de 45,9%, segundo dados da Embrapa Gado de Leite. Para o produtor, esses números representam maior retorno econômico do negócio. Os criadores que investem em animais geneticamente superiores conseguem aumentar a produção e a qualidade do leite produzido, sem precisar elevar a área de pastagem e nem os gastos com sanidade. Esse ganho em produtividade é reflexo direto das pesquisas na área de melhoramento animal realizadas por entidades como a Embrapa Gado de Leite em parceria com a ABCG. Todas as avaliações genéticas dos touros e vacas que participam do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando
(PMGG) são processadas pela Embrapa Gado de Leite, que desenvolve o sequenciamento do genoma da raça para implantação da seleção genômica. “O conhecimento das informações sobre o genótipo de animais tem grande importância estratégica e elevado valor econômico, pois permite identificar os animais de maior potencial de produção de leite, gordura e de proteína, além de possibilitar a identificação de portadores de alelos para doenças hereditárias. De posse dessas informações, o produtor pode orientar os acasalamentos, a escolha de sêmen e, assim, aplicar a seleção assistida por marcadores moleculares para o melhoramento genético da raça”, garantiu Marcos Vinícius Gualberto Barbosa da Silva, pesquisador da Embrapa Gado de Leite e coordenador geral do PMGG, durante palestra no segundo dia do congresso. O pesquisador, que coordena as pesquisas sobre seleção genômica de diversas raças leiteiras do Brasil e sobre sequenciamento do genoma de raças zebuínas e de girolando, apresentou o atual estágio da seleção genômica no país. Ele também falou sobre o desempenho produtivo e reprodutivo da raça, os ganhos genéticos do rebanho e o uso da genômica para a escolha dos tourinhos candidatos para a prova de Pré-Seleção do Teste de Progênie da raça.
“Sabemos que 2016 chegará com os custos pressionando a produção de leite”. Lúcio Machado – Fazenda SS Riacho
Arquivo pessoal
| Lúcio Machado projeta crescimento nos negócios de 10% ao ano até 2020
MG é exemplo para Criadores As fazendas SS Riacho e Shangrillá, em Minas Gerais, serviram como referência para os congressistas, consideradas casos de sucesso, recebendo a visita dos participantes do evento. “Sabemos que 2016 chegará com os custos pressionando a produção de leite. Então, as altas produtividades dos animais são a alternativa do produtor frente à essa realidade”. A afirmação é de Lúcio Machado, proprietário da Fazenda SS Riacho, na cidade de Matozinhos, que está projetando crescimento de 10% ao ano até 2020. Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Capa A propriedade de Lúcio Machado tem 480 hectares, onde explora a agricultura irrigada integrada à pecuária. O que chama a atenção na SS Riacho é a qualidade e a homogeneidade das fêmeas girolando 3/4. Atualmente, a fazenda produz 200 fêmeas girolando 3/4 para venda, e, apesar de o negócio principal não ser a produção de leite, a propriedade conta com 80 vacas F1 em lactação, que produzem em média 1.500 litros/dia. “O nosso principal produto são as novilhas 3/4 Riacho, multiplicadas a partir da seleção de doadoras de embriões 1/2”, conta o produtor. Ele revelou, ainda, que a produção atual de 200 fêmeas/ano é toda comercializada no Leilão Anual da Fazenda do Riacho, que acontece sempre no último sábado de maio, sendo que em 2016 a oitava edição será dia 28 daquele mês. Os negócios são realizados principalmente com clientes de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro Goiás, Mato Grosso, Bahia e Pernambuco. Sérgio Amzalak
Animais de Elite Presente no congresso internacional, outro produtor que está apostando em bons negócios no ano que vem é Adauto Feitosa, que, em Sete Lagoas, mantém a Fazenda Shangrillá, uma importante produtora de genética da raça girolando. “Estamos focados em 2016, na ampliação do aumento da produção de leite, como também na genética, buscando novas doadoras de alta lactação, qualidade genética e tipo funcional para aumentar e renovar nosso banco de doadoras”, revelou. Em 300 ha, Adauto Feitosa desenvolve o trabalho de seleção de animais de elite que participam de várias exposições. A grande maioria do rebanho é de produtos oriundos de Fecundação in Vitro (FIV), filhas de doadoras holandesas de alto valor genético. Para realizar esse trabalho, a Fazenda Shangrillá conta com a parceria da Fazenda Miraí, localizada em Jaboticatubas. “Fazemos permuta de material de alto padrão genético, para disponibilizar ao mercado animais girolando de alta qualidade”, explicou. De acordo com o produtor, as oportunidades surgem quando são procuradas com eficiência. “O mercado é comprador de alimentos, fator indispensável Raízes Rurais
| Adauto Feitosa, Dora Campelo e Raimundo Campolina: o foco na Fazenda Shangrillá é ampliar a produção de leite e melhorar a genética
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a todas as pessoas. Portanto, ter-se no parceiro a confiança recíproca é multiplicar as possibilidades e o acesso a patamares cada vez mais altos e de sucesso sustentável. A Shangrillá e a Miraí sentem-se recompensadas pela estratégia implantada”, garantiu.
Brasil exportará tecnologia A ampliação do mercado externo da raça girolando apresenta boas expectativas a partir de 2016. A ABCG assinou durante o congresso, em Belo Horizonte, um Termo de Cooperação Técnico-Científica com sete países da América Latina, o que oficializou a parceria. Os termos foram assinados com as associações de criadores da República Dominicana, Equador, Honduras, Colômbia, Venezuela, Honduras, El Salvador e Costa Rica. O acordo prevê a transferência de tecnologia na área de melhoramento genético e de registro genealógico. A expectativa é de que a exportação de genética e de tecnologia para a República Dominicana, por exemplo, permita ao país elevar a produção de leite para suprir o consumo interno. “Os produtores estão muito carentes de orientação sobre melhoramento genético e a raça girolando é a melhor opção
para a República Dominicana, que produz 670 milhões de litros de leite por ano e precisa importar 50% de sua demanda interna”, disse Jônadan Ma.
Casos de Sucesso Com um rebanho de mais de 1.800 animais em lactação, que produzem em torno de 31 mil litros/dia, a Cia de Alimentos do Nordeste (Cialne), em Fortaleza (CE), é uma das maiores produtoras de leite do país. A empresa quer, em cinco anos, aumentar em mais de 100% a produção. A propriedade investe em melhoramento genético, utilizando inseminação artificial com sêmen sexado, bem como a biotecnia de embriões e FIV. A empresa também tem tomado os cuidados adequados na produção de leite, sem bezerros ao pé e sem fazer uso da ocitocina, e está passando para o sistema de produção a pasto. “Começamos com 12 ha de área irrigada e atualmente estamos com 198 ha. A margem líquida no sistema de pastejo é melhor do que a margem líquida no confinamento, por litro de leite produzido, uma vez que os custos de produção são menores também”, destacou Péricles Montezuma, médico veterinário responsável pela parte de pecuária da empresa e que apresentou um dos casos de sucesso do congresso.
“O girolando adapta-se bem aos diversos sistemas de produção e de condições de clima” Péricles Monezuma – Médico veterinário Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Capa Arquivo pessoal
| Péricles Montezuma, da Cialne, quer dobrar a produção de leite em cinco anos Divulgação
| A meta de José Renato Chiari, da Fazenda São Caetano (GO), é aumentar o número de vacas em lactação de 500 para 700 animais
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Já o médico veterinário e produtor José Renato Chiari, da Fazenda São Caetano, em Morrinhos (GO), apresentou aos participantes os sistemas confinado e a pasto para produção diária de 12 mil litros de leite. Sua meta é aumentar o número de vacas em lactação, passando de 500 para 700 animais. Segundo ele, houve um crescimento rápido nos últimos cinco anos, principalmente com a produção a pasto irrigado. “A raça girolando é de importância fundamental na pecuária leiteira porque a força e vigor desses animais ajudam a enfrentar, sem perda de produtividade, o desafio de produzir leite em uma região quente e úmida. É importante salientar que os diferentes graus de sangue que hoje temos na formação da raça girolando contribuem para uma versatilidade incrível, com muita adaptação em nosso Brasil tropical”, afirmou. A equipe da fazenda tem trabalhado intensamente na seleção de doadoras superiores, que estão sendo multiplicadas por meio da FIV.
Sérgio Amzalak
Produção nos Trópicos O Brasil como quinto produtor mundial de leite apresentou crescimento na produção de 2,7% em 2014, atingindo 35,2 bilhões de litros. A cadeia produtiva do leite de Minas Gerais tem o segundo maior rebanho bovino brasileiro, sendo de 23,7 milhões de cabeças. Grande parte deste rebanho é de origem zebuína e cerca de 70% da produção leiteira nacional provém de sistemas de produção que utilizam vacas mestiças holandês-zebu, predominando as raças holandesa, pelo lado europeu, e gir, como zebuína.
Com essas informações, o presidente da Epamig, Rui Verneque, lançou, no primeiro dia do congresso, a revista Informe Agropecuário com tema “Gir Leiteiro e Girolando: solução para produção de leite nos trópicos”. A publicação, com 12 artigos técnicos, traz informações sobre o potencial das raças gir leiteiro e girolando para produção de leite em condições tropicais e apresenta tecnologias para aumento da produtividade e lucratividade do pecuarista. Informações: informeagropecuario.com.br.
Mais sobre girolando Girolando é uma das raças leiteiras desenvolvidas no Brasil pelo cruzamento das raças gir leiteiro e holandesa. Os cruzamentos começaram na década de 1940 com o objetivo de produzir animais que aliassem a alta capacidade de produção de leite da raça holandesa e a rusticidade da raça gir. Em 1989, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e as associações representativas traçaram as normas para a formação do girolando – gado leiteiro tropical (5/8 holandês + 3/8 gir) transformando-o em prioridade nos programas de produção leiteira nacionais.
A produção de sêmen de animais da raça no Brasil chegou à marca de 774.979 doses produzidas em 2014, com aumento de 106,04% em relação a 2013 (Asbia, 2015). A produção de leite das fêmeas quase dobrou em 13 anos. Segundo dados da Embrapa Gado de Leite, o aumento foi de 45,9%. Em 2000, a produção era de 3.700 kg em até 305 dias no ano. Em 2013 passou a ser de 5.398 kg no mesmo período, considerando as três primeiras lactações. Outros avanços de desempenho foram registrados no aumento de dias do período de lactação, saltando de 240 dias em 1989 para 283 em 2013. Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Cooperativismo Geraldo Magela da Silva geraldomsilva@ig.com.br
O SUSTENTÁCULO DO AGRONEGÓCIO EM TEMPOS DE CRISE Considerando a conjuntura atual do nosso país não podemos deixar de ressaltar que o agronegócio é fundamental para minimizar, neste momento, os efeitos da crise econômica que nos afeta. Minas Gerais deverá colher na safra 2015/16 um volume recorde de grãos, conforme o “Segundo Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos”, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e será responsável por uma produção entre 12 milhões de toneladas a 12,59 milhões de toneladas, o que representará incremento mínimo de 2% e máximo de 6,5%, quando comparado com o ano-safra anterior. O maior destaque será a soja, cuja produção pode crescer até 25,9%. Segundo os números divulgados pelos órgãos dos governos federal e estadual e entidades do setor, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio de Minas Gerais apresenta um resultado positivo acumulado no ano, com o PIB crescendo 0,65%, frente ao ano anterior, dados apurados até o último mês de agosto. Com esse resultado, a renda do setor no estado, estimada para o ano, é de R$ 164,152 bilhões. Do valor total, a estimativa é que R$ 88,31 bilhões ou 53,8% sejam oriundos da atividade pecuária e o restante, R$ 75,834 bilhões (46,2%), da agricultura.
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Considerando que o cooperativismo atua com enorme expressividade, principalmente em duas das nossas mais importantes cadeias produtivas do agronegócio mineiro (café e leite), podemos afirmar, neste contexto, que as cooperativas vêm sendo fundamentais para a geração deste resultado. A renda gerada no campo abastece os mercados locais, contribuindo para financiar o desenvolvimento das pequenas e médias cidades, gerando empregos e oportunidades de negócios. Portanto, contribuindo para mitigar os efeitos do desemprego e da queda de atividade econômica nas regiões metropolitanas. pixabay.com
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Diante da realidade atual, podemos também afirmar que as cooperativas de crédito vêm contribuindo para a redução do custo financeiro da produção e para democratização do acesso dos pequenos produtores aos mecanismos de crédito e financiamento. Assim, o cooperativismo de crédito também contribui para mitigar os efeitos nefastos da crise econômica que encareceu os custos de produção. Esse ramo do cooperativismo, principalmente nas pequenas e médias cidades mineiras, experimenta um vigoroso crescimento neste ano de 2015. Porém, sustentado em zelo, ética, responsabilidade, profissionalismo e, sobretudo, no estabelecimento de uma relação humana consciente de sua responsabilidade social e econômica para as comunidades. O que acontece em Minas também acontece em outras regiões do país e o cooperativismo vai sendo reconhecido, e
assume, muitas vezes, posição de liderança nas ações em prol do agronegócio brasileiro. Tanto é verdade que, a convite da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, coordenou, em novembro, uma reunião cujo objetivo foi avaliar as demandas prioritárias encaminhadas à pasta por meio das câmaras Setoriais e Temáticas e, ainda, realizar o monitoramento em relação à eficácia do atendimento de seus pleitos, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A reunião ocorreu na sede do Ministério, em Brasília, e contou com a participação dos presidentes de cada um dos colegiados. As cooperativas ajudam a construir sociedades mais equilibradas, nivelando oportunidades e estimulando um empreendedorismo competitivo, porém, humano.
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Atualidades MEIO RURAL AVALIA OS PREJUÍZOS Lama de rejeitos impede produções Maria Helena Dias Os prejuízos econômicos, sociais e ambientais provocados pelo mar de lama de rejeitos de minério da Samarco, oriundo do rompimento das barragens do Fundão e Santarém, no início de novembro, ainda estão longe de serem contabilizados. Várias entidades como Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg), Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas (Epamig) e Empresa de Assistência Técnica e Expansão Rural (Emater-MG) estão buscando informações mais consistentes sobre o tamanho dos prejuízos ao meio rural, mas as dificuldades de acesso à região têm impedido um balanço mais preciso. A Faemg está entrando em contanto com os sindicatos rurais das cidades atingidas pela tragédia para tentar traçar o panorama dos prejuízos. “Como a região tem a característica de concentrar produtores de pequeno porte, a recuperação das atividades será mais difícil”, avalia Aline Veloso, coordenadora da Assessoria Técnica da Faemg. O primeiro relatório da Emater informou que as comunidades diretamente atingidas em Mariana foram Bento Rodrigues, Paracatu e Campinas, regiões de Águas Claras e Cláudio Manoel e toda a extensão das margens do Rio Gualaxo do Norte. Nessas regiões, cerca de 150 propriedades foram prejudicadas. 44
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Sérgio Amzalak
| Apolo Heringer disse que o Rio Doce ficará marcado para sempre e que a lama acumulada no fundo do rio não sairá fácil
“Quando os interesses são apenas pelos indicadores financeiros, está se subvertendo a ordem da vida. Há valores que não são financeiros e o governo não tem coragem para enfrentar”. Apolo Heringer Lisboa - Ambientalista
Márcio Mol
| A lama de rejeitos atingiu 70 propriedades em Barra Longa
“A lama que atingiu várias propriedades contem diversos tipos de metais e ficará incorporada ao solo e fundo dos rios por anos. A cadeia alimentar está sendo contaminada e a fauna muito afetada, sobretudo das comunidades aquáticas”. A afirmação é de Apolo Heringer Lisboa, médico sanitarista e ambientalista conhecido pelo Projeto Manuelzão de despoluição do Rio das Velhas, ao manifestar o seu sentimento pela tragédia de Mariana. Segundo ele, a população que vive às margens dos rios terá inúmeras dificuldades. “Essa lama e sua poeira podem penetrar nas correntes sanguíneas dos animais e na seiva das plantas por diversos meios: pele, respiração, sistema digestório, alimentos... A calha principal do Rio Doce ficará marcada para sempre e a lama acumulada no fundo do rio não sairá fácil, e continuará seguindo lentamente para o mar”.
Apolo Heringer, escolhido Personalidade Ambiental de 2013 no Brasil, pela comissão que concede o Prêmio Hugo Werneck de Sustentabilidade e Amor à Natureza, promovido pela AES Corporation, garante que o cenário atual é desolador. “Nós somente mudaremos esta situação se compreendermos que o sistema econômico precisa respeitar a sustentabilidade ambiental dos seus ecossistemas, seus rios e a biodiversidade. Precisamos ecologizar a economia”. O ambientalista lembra que antes de o ser humano habitar a Terra, a energia solar, a fotossíntese, a água e o carbono já produziam os alimentos para todos os seres vivos sem produzir lixo ou esgoto, e melhorando o solo. “Temos de progredir, não praticar esta regressão de um sistema econômico estúpido e promotor da miséria e da poluição em escala mundial”, afirmou. Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Atualidades
Rio Doce A bacia hidrográfica do Rio Doce apresenta uma significativa extensão territorial de 83,4 mil km2, dos quais 86% pertencem a Minas Gerais e o restante ao Espírito Santo. O Rio Doce abrange, total ou parcialmente, as áreas de 228 municípios, sendo 202 em Minas Gerais e 26 no Espírito Santo, atendendo a uma população de 3,1 milhões de habitantes. Com uma extensão de 853 km, o Rio Doce é formado pelos rios Piranga e Carmo, cujas nascentes estão situadas nas encostas das serras da Mantiqueira e Espinhaço, onde
as altitudes atingem cerca de 1.200 metros. Seus principais afluentes são: pela margem esquerda, os rios Piracicaba, Santo Antônio e Suaçuí Grande, em Minas Gerais; e Pancas e São José, no Espírito Santo; e pela margem direita, os rios Casca, Matipó, Caratinga, Cuieté e Manhuaçu, em Minas Gerais; e Guandu, no Espírito Santo. “É esse o leito do rio que a tragédia da barragem de rejeitos encheu de lama, inundando, destruindo e matando pessoas, animais, peixes, e deixando mais mortes
Márcio Mol
| Com a lama, a cadeia alimentar e a fauna foram severamente prejudicadas
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ainda nas consequências que virão. Comoção e repercussão mundial, revolta em todo o Brasil, sobretudo em Minas Gerais, mostram o que a ganância e desgoverno podem gerar de nocivo ao Brasil”, disse Apolo Heringer Lisboa. No entanto, para o ambientalista, enquanto a tragédia que ocorreu em Mariana gera comoção geral, “os lançamentos de esgotos domésticos, industriais e dos negócios agroanimais nos rios, o desmatamento impiedoso da Mata Atlântica para as
monoculturas do capim e do gado, da cana de açúcar e do café, o carvão da mata frondosa que alimentou a Belgo Mineira, as queimadas anuais nas fazendas, tudo isso em décadas e séculos seguidos, gerando erosão e assoreamento, não provocam a mesma mobilização na maioria da população e da grande mídia comercial. A sociedade foi se acostumando, embora seus resultados sejam igualmente trágicos ou seguramente até maiores que essas enormes tragédias isoladas”.
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Atualidades SENSORES REMOTOS APURAM ESTRAGOS O prejuízo é de mais de 20 mil litros de leite/dia Uma equipe multidisciplinar da Emater está atuando em Mariana para produzir informações mais precisas dos efeitos da tragédia para meio rural. Foi montada ainda uma equipe que conta com técnicos da Emater, das prefeituras municipais, Embrapa e de outras empresas para a realização de visitas às propriedades de Mariana, Barra Longa, Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado. Além das visitas às propriedades, serão utilizadas tecnologias de sensoriamento remoto com imagens de satélite e aéreas disponíveis, com objetivo de agilizar a quantificação dos danos causados. A Emater apurou que as inundações provocadas pela lama de rejeitos atingiram toda a extensão da microbacia do córrego Santarém, onde está localizada a barragem, bem como o Rio Gualaxo do Norte, em Mariana, e a partir da sua confluência com o Rio do Carmo, em Barra Longa, e toda a extensão do Rio Doce, que se forma pela confluência dos rios do Carmo e Piranga, na cidade de Rio Doce, até sua foz em Linhares, na localidade de Regência, no Espírito Santo. De acordo com a empresa, os danos não podem ser mensurados com precisão porque ainda não se conhece a composição exata do material depositado, o que impede uma análise da possibilidade de algum tipo de 48
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contaminação. Explica que outro motivo é o fato de que ainda não foram apresentadas as providências que serão tomadas em relação ao destino desse material e as eventuais soluções técnicas que serão aplicadas. E ainda, que diversas localidades estão sem possibilidade de acesso por terra, em função da queda de pontes e excesso de lama nas estradas, impedindo a visita das equipes com objetivo de se realizar o levantamento das perdas. Os municípios de Mariana, Barra Longa e Rio Doce foram os mais prejudicados com ocorrência de perdas diretas nas propriedades afetadas. A barragem de Cadonga, localizada na divisa dos municípios de Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado, reteve grande parte do material suspenso. A partir desse ponto, ocorreu aumento do nível do Rio Doce e a contaminação da água pela lama, aumentando sua turbidez em níveis muito superiores aos recomendados. Pelo motivo da calha do Rio Doce possuir maior extensão e o nível atual do rio estar muito baixo do normal por causa das baixas precipitações, não há registro, até o momento, de inundações e perdas diretas nas propriedades até a divisa com o Espirito Santo. A partir da cidade Rio Doce e nos demais municípios ocorreram prejuízos ambientais severos, mas ainda a serem medidos.
Perda Em Bento Rodrigues, comunidade mais afetada de Mariana, houve perdas severas na agropecuária, além da destruição completa de quase todo o subdistrito, com vítimas
As produções perdidas de leite são estimadas em 11 mil litros/dia em Mariana, 6 mil litros/dia em Barra Longa e 4 mil litros/dia em Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado.
fatais. A produção de geleia biquinho de uma associação de produtores foi interrompida, apesar da unidade de processamento não ter sido atingida. A produção da matéria prima foi perdida e a fabricação paralisada. Em Barra Longa, foram atingidas aproximadamente 70 propriedades nas comunidades de Barreto, Mandioca, Gesteira, Corvinas, Vista Alegre, Capela Velha, Floresta, São Gonçalo, Jurumirim, Onça, Ocidente, Tanque e Apaga Fogo. Dentre as perdas ocorridas no percurso dos rios Gualaxo do Norte, Carmo e Doce até a barragem da usina hidrelétrica de Candonga, a destruição foi de cerca de 10 pontes com vários quilômetros de estradas sem condição de acesso.
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Márcio Mol
Atualidades
| Foram perdidas lavouras, hortaliças, plantações frutíferas, pastagens, capineiras e matas ciliares
Houve mortes de bovinos e equinos com predominância de bovinos (70%), aves, suínos e animais domésticos, bem como destruição e/ou comprometimento de infraestruturas de currais, galinheiros, pequenas pocilgas, cercas, paiois, residências e depósitos. Foram também perdidas máquinas e equipamentos, tais como: ensiladeira, ordenhadeiras, veículos, tratores, tubulações, motores e bombas, postes de energia elétrica, tanques de resfriamento de leite e balanças, bem como destruídas lavouras anuais, hortaliças, frutíferas, eucalipto, pastagens, capineiras, além de matas ciliares em grandes extensões. Em consequência disso, houve paralisação da produção de leite nas propriedades diretamente afetadas e comprometimento da entrega do produto em toda a região. As produções perdidas são estimadas em 11 mil litros/dia em Mariana, 6 mil litros/dia em Barra Longa e 4 mil litros/dia em Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado. 50
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O relatório da Emater revelou ainda que algumas propriedades encontram-se com o fornecimento de energia interrompido e o abastecimento de água comprometido em função da impossibilidade de captações de água e nascentes.
Ações Emergenciais A Secretaria de Agricultura de MG está implementando ações emergenciais para socorrer os produtores rurais atingidos pelo rompimento das barragens. Os produtores com operações de crédito com o Banco do Brasil, de custeio ou investimento, terão seus compromissos de pagamento prorrogados. Isso segue o mesmo padrão adotado pelo BB no início deste semestre com os produtores vitimados pela seca. Equipamentos da Ruralminas máquinas diversas, tratores e caminhões -, alocados em áreas próximas das atingidas, foram colocados à disposição das prefeituras, inclusive com operadores.
Já os equipamentos da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) doados a municípios mineiros, vizinhos de Mariana, também podem ser usados. A utilização excepcional foi autorizada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) por meio da Portaria nº 384. Cada um dos 86 municípios listados na portaria recebeu do governo federal uma retroescavadeira, uma motoniveladora e um caminhão-caçamba. As máquinas podem ajudar nas ações de socorro, assistência às vítimas e reestabelecimento de serviços
sociais. O uso ficará condicionado a cada prefeitura. “Ao dotar a quase totalidade dos municípios com máquinas e equipamentos, criou-se uma verdadeira rede de apoio logístico no interior do nosso país. Ao todo, são 258 máquinas nas proximidades do município de Mariana, que podem auxiliar na retirada de lama e dejetos. Ou seja, o PAC intensifica ações interfederativas e acaba por contribuir com o fortalecimento do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil”, explica o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias.
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Atualidades COMBATE AO DESPERDÍCIO NA CEASAMINAS Segurança alimentar terá mais apoio com o VitaVida A transferência do programa VitaVida, de combate ao desperdício de alimentos para a CeasaMinas, deverá ampliar o alcance das ações do entreposto na área de segurança alimentar. Essa é a avaliação do presidente da CeasaMinas, Gustavo Fonseca, que assinou o Termo de Doação com a presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) e coordenadora do programa, Carolina Oliveira. Com a doação, a CeasaMinas assumirá a continuidade das ações promovidas pelo VitaVida, na desidratação e produção de mistura alimentar, incluindo coleta dos produtos, produção, logística e distribuição de forma gratuita, para a população carente.
Os alimentos utilizados pelo programa são doados por produtores e comerciantes no entreposto de Contagem, após perderem o valor comercial. O programa tem se destacado na desidratação de alimentos, que passam a ser aproveitados em massas, purês e pastas, por exemplo. A doação do Servas à CeasaMinas inclui a transferência dos bens utilizados no processamento dos alimentos e em outras finalidades, tais como descascadores, câmara fria, lavadora de alta pressão, fogão industrial, computadores e móveis diversos. A sede do programa está localizada no entreposto da CeasaMinas Contagem.
Divulgação CeasaMinas
O VitaVida vai fortalecer as ações do Prodal Banco de Alimentos, programa da CeasaMinas, criado em 2002.
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Divulgação Servas
| Gustavo Fonseca (CeasaMinas) com Carolina Oliveira (Servas) e o deputado federal Newton Cardoso Júnior na assinatura do Termo de Doação
Atualmente o programa está inativo. Segundo o presidente Gustavo Fonseca, em breve serão reiniciados os trabalhos do VitaVida. A ideia é fortalecer as ações do Prodal Banco de Alimentos, programa da CeasaMinas que, desde 2002, seleciona e distribui frutas e hortaliças não comercializáveis, mas próprias para consumo humano, doadas por produtores e comerciantes.
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MILHÕES de quilos de produtos já foram doados pelo Prodal
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Atualidades
Prodal Diferentemente do VitaVida, as doações do Prodal Banco de Alimentos são, em sua maioria, de produtos não processados, embora o programa produza polpa e minimamente processados (picados embalados a vácuo). Desde 2002, o Banco de Alimentos já doou mais de 13 milhões de quilos de produtos para entidades filantrópicas cadastradas. O programa conta com cerca de 160 instituições filantrópicas beneficentes cadastradas, abrangendo 30 mil pessoas ao todo, distribuídas em aproximadamente 30 municípios. Entre os benefícios para os lojistas doadores está, além da responsabilidade social, a melhoria do gerenciamento do estoque, com redução dos gastos com armazenagem e transporte dos produtos. Os doadores ainda têm a garantia de que os alimentos chegarão ao público adequado. O evento de assinatura do termo de doação do VitaVida também contou com a presença do deputado federal Newton Cardoso Junior (PMDB/MG), que lembrou a época em que o programa ganhou grande impulso, quando presidido por sua mãe, Maria Lúcia Cardoso, então à frente do Servas. O parlamentar também manifestou sua disposição em participar efetivamente da consolidação do programa e se comprometeu a envidar esforços na busca de parcerias, bem como na obtenção de verbas governamentais.
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Divulgação CeasaMinas
| Os produtos descartados para comercialização têm ainda grande valor nutricional
30 MIL
pessoas beneficiadas pelo programa
Mix
A exemplo do Prodal, o VitaVida tem na redução do desperdício de alimentos e no fortalecimento da segurança alimentar os grandes objetivos. O descarte de alimentos ainda bons para consumo e, de outro lado, a insegurança alimentar da população são apontados pela Organização das Nações Unidas (ONU) como dois dos maiores problemas mundiais, principalmente se forem considerados os impactos das mudanças climáticas e do aumento populacional. O composto alimentar produzido pelo VitaVida e fornecido às instituições
filantrópicas de Minas Gerais é obtido por meio de um processo de desidratação de excedentes de legumes, cereais e frutas que seriam, naturalmente, descartados, mas que têm grande valor nutricional. Os compostos podem ser de mandioca, batata, cenoura e banana ou um mix com a combinação desses alimentos. Os produtos podem ser utilizados em massas, sopas, pães, bolos e purês e representam a melhora da qualidade nutricional das preparações. O VitaVida chegou a contar com 600 instituições em cerca de 250 municípios de Minas Gerais, aptas a receber o mix alimentar.
Divulgação CeasaMinas
| Os produtos feitos pelo VitaVida podem ser utilizados em massas, sopas, pães, bolos e purês Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Produto da vez MAIS RENTABILIDADE COM MORANGOS Mudança de sistema valoriza produtos entre 20% e 40% Lídia Salazar Buscando aliar maior rentabilidade e melhor qualidade de vida, produtores de morango estão migrando para sistemas de cultivo nada tradicionais. A produção convencional tem perdido morangueiros para os sistemas orgânico e semi-hidropônico, que agregam mais valor à fruta pelo não uso ou diminuição de agrotóxico. Há seis anos, Rosângela Pereira Silva é produtora de morangos nas variedades Camarosa, Albion e Oso Grande, no município de Estiva, no sul de Minas. Ela possui 100 mil pés plantados, o que demanda colheita diária. “A quantidade colhida varia de acordo com o tempo e outros fatores de produção, mas eu consigo produzir o ano todo”, afirma. Ela direciona sua venda, em Belo Horizonte, para lojas de produtos orgânicos, e, em São Paulo, para uma rede tradicional de mercados. Com o manejo 100% orgânico, uso de ervas, compostagem própria e certificação, seu custo é um pouco maior, porém a rentabilidade compensa. “Meu morango é inspecionado pela IBD Certificações, que comprova a qualidade das frutas. Isso eleva meus custos, mas me dá a garantia de um preço de venda melhor”, conta. Rosângela Silva, que antes trabalhava no sistema convencional, não se arrepende da mudança. “Só existe vantagens em trabalhar de forma orgânica. Além de o valor de venda 56
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ser maior, sendo as nossas mudas próprias, não tenho dificuldade nenhuma porque temos o controle desde o plantio. Hoje, nem penso em voltar para o sistema antigo. Minha qualidade de vida melhorou muito, tanto como consumidora, quanto produtora”. Apesar de todas as vantagens e do aumento do número de adeptos, os agricultores que trabalham com o sistema orgânico em Minas Gerais ainda são em número pequeno, representando apenas 5% do total de morangueiros.
“Só existem vantagens em trabalhar de forma orgânica” Rosângela Silva - Produtora em Estiva (MG) Emater Estiva
Divulgação Emater - MG
| O morango em estufa tem mais valor no mercado, que receberá de Minas quase 73 toneladas na safra 2015
Semi-hidropônico O outro sistema que os produtores estão começando a utilizar é o semihidropônico, modalidade desenvolvida em estufa. A fruta fica suspensa, sem contato com o solo, o que diminui o custo de produção, pois não precisa serem feitos investimentos para combater pragas e doenças, com uso em menor quantidade de agrotóxico, tornando o morango uma fruta com um padrão mais elevado. Ao contrário do semi-hidropônico, no sistema convencional se perde muita muda por causa do calor. No novo processo, nos meses mais quentes, se produz menos, mas a produção não para e a muda pode ser cultivada por dois ou três anos. Rodrigo Pereira é produtor da variedade Albion, em Cambuí, no sul de Minas. Há 10 anos, ele trabalha com a cultura, mas somente há seis meses mudou o manejo para o semi-hidropônico. “A mudança só trouxe benefícios. Hoje, trabalhamos em pé, sem precisar ficar agachados no chão, e isso me dá mais tranquilidade por saber que não terei graves problemas de coluna no futuro. O fato também de o sistema colocar as mudas
elevadas, sem contato com o solo, diminui bastante as pragas e doenças, de forma que usamos três vezes menos agrotóxicos. Assim, o morango fica com uma qualidade melhor e se torna mais rentável”, afirma Rodrigo Pereira. Renata Pereira
| Rodrigo Pereira espera colher 10 mil quilos de morango Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Produto da vez O produtor lembra que o investimento inicial é maior, mas a durabilidade do processo também. Segundo ele, numa propriedade de mil metros quadrados, onde o custo é de R$ 10 mil a R$ 12 mil para o cultivo tradicional, no sistema semi-hidropônico o investimento é em torno de R$ 60 mil. “Ainda assim, o primeiro investimento dura cerca de um ano, já o segundo, de três a quatros anos”, pontua. A produtividade também aumenta. No sistema convencional, 10 mil pés de morangos rendem seis mil quilos colhidos. No semi-hidropônico, a expectativa de Rodrigo Pereira é que o rendimento seja de 10 mil quilos para a mesma quantidade de pés. “Foi uma excelente mudança. A qualidade de vida aumentou muito, o manejo é bem melhor e o trabalho está otimizado. Uma pessoa que cuidaria de 10 mil pés, cuida hoje de 20 mil pés”, comemora. Consultado sobre o sistema, o coordenador estadual de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio, explicou que, por todo o investimento e qualidade que a fruta ganha, o preço do morango produzido na estufa é mais alto que o convencional em aproximadamente 20%. Na produção orgânica, a fruta chega a ter valor 40% acima dos morangos comuns.
“É um cultivo de alto custo, não tem gente entrando nem saindo.” Deny Sanábio - Coordenador de Fruticultura da Emater - MG 58
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Divulgação
| Segundo Deny Sanábio, o Brasil não tem mudas, tendo de importar do Chile e Argentina
MG é o maior produtor do país Minas Gerais tem 1.790 hectares de plantação de morango, sendo a maior produção do país, com 41 toneladas por hectare. A produção esperada para a safra 2015 é de 72.716 toneladas. O estado foi o primeiro a produzir a fruta, seguido do Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. O Paraná é o segundo maior produtor, com 18 mil toneladas. A produção de morangos se concentra no sul de Minas, principalmente na região de Pouso Alegre. Os municípios que mais produzem são: Espírito Santo do Dourado, com 270 hectares; Estiva, com 234 hectares; Bom Repouso, 200 hectares; Senador Amaral, 200 hectares, e Pouso Alegre, com 144
Divulgação UFV
| As pragas nos morangueiros podem ser combatidas com inimigos naturais
hectares. A região de Barbacena também tem uma boa produção da fruta. De acordo com o coordenador da Emater-MG, Deny Sanábio, o número de produtores no estado tem se mantido. “Na regional de Pouso Alegre, por exemplo, continuam os mesmos agricultores familiares trabalhando com a cultura. Eles são 3.071 produtores de morango. É um cultivo de alto custo, não tem gente entrando nem saindo”. As dificuldades dos produtores, principalmente dos que trabalham com o cultivo convencional, segundo ele, são as pragas e doenças, especialmente as fúngicas. Outro problema é a importação das mudas. “Hoje, o produtor quer comprar a muda pronta e nós não as temos aqui no Brasil. Importamos do Chile e Argentina, e isso acaba aumentando o custo inicial da produção do morango”, explica. Normalmente, o pico de colheita da cultura é junho, julho e agosto, podendo ir até setembro. Quem trabalha com o sistema convencional consegue prolongar o tempo fazendo um túnel, numa altura de um metro do chão, para amenizar o calor. Uma saída que os produtores têm encontrado também para evitar a perda da fruta que não foi comercializada é congelar o morango individualmente ou em bloco. “Eles cortam as folhas verdes e congelam a fruta. Isso tem sido uma excelente alternativa para aumentar a rentabilidade e evitar o desperdício”, aponta Deny Sanábio.
Biofábrica de inimigos naturais Está surgindo mais um aliado à produção de morangos sem o uso de agrotóxicos. Pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV) criaram uma Biofábrica de Inimigos Naturais, a Econtrole, que, mesmo estando na incubadora de empresas da escola, é uma forte alternativa agroecológica de combate às principais pragas de morangos. O controle biológico de pragas utiliza inimigos naturais, que podem ser predadores ou parasitas, para combater as pragas que causam danos ao cultivo de qualquer cultura agrícola. Os pesquisadores elegeram, para início dos trabalhos, o cultivo de morangos atacados por dois tipos de ácaros: o rajado (Tetranychus urticae) e o enfezamento (Phytonemus pallidus). Eles testaram a metodologia em uma propriedade no município de Ervália, próximo a Viçosa. “Acompanhamos uma safra de morangos comparando o controle químico com a introdução do ácaro predador Neoseiulus anonymus, um inimigo natural do ácaro praga. O controle biológico foi mais eficiente e bem mais econômico para o produtor”, afirmou João Alfredo Ferreira, da Econtrole.
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Tecnologia PRODUZIDOS EM MINAS Cerveja artesanal e vinho fabricados com técnicas modernas Lídia Salazar Os negócios no campo vêm passando por uma contínua revolução tecnológica com o surgimento de novas pesquisas, formas de trabalho e equipamentos, que otimizam cada vez mais as produções. Mesmo sabendo disso, foi uma grande surpresa chegar a Augusto de Lima, na região central de Minas Gerais, a cerca de 250 quilômetros de Belo Horizonte, município com população estimada de 5 mil habitantes, e encontrar equipamentos de última geração na produção de cerveja artesanal. É a microcervejaria Balkon, do empresário Antônio Marcos de Vasconcellos, que investiu mais de R$ 1 milhão em equipamentos para a produção de cerveja. Antônio Vasconcellos trabalhava com gado de corte quando resolveu largar tudo para produzir a bebida. “Tive algumas oportunidades de ir para fora do Brasil e lá conheci muitos sabores e cervejas artesanais com uma qualidade infinitamente maior que as tradicionais produzidas aqui. Quando voltei para Augusto de Lima, resolvi fazer a minha própria cerveja, semelhante às que havia conhecido e até a testar novos sabores e aromas”, conta. Sócio fundador da Balkon, ele comprou, então, um kit de produção caseira e começou fazendo 50 litros por mês, apenas para consumo próprio e da família. Com o tempo, 60
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os amigos e familiares foram apreciando e a demanda aumentou. O hobby tornou-se uma grande possibilidade de negócio. Sergio Amzalak
| Nilton Pedras e os sócios Bruno Vasconcellos e Antônio Vasconcellos
“Mudei todos os negócios e investimentos para comprar os equipamentos que precisava. Um ou dois produtores em Minas têm a mesma tecnologia que a minha. A produção é moderníssima. A panela de cozimento, filtragem, fervura, fermentadores, caldeira, banco de gelo, banco de água quente... Tudo é controlado eletronicamente. São os mesmo equipamentos utilizados em grandes indústrias de cerveja, só que o nosso
produto tem muito mais qualidade porque trabalhamos em pequena escala e buscamos produzir cervejas artesanais diferenciadas”, detalha.
Sérgio Amzalak
Qualidade Antônio Vasconcellos explica que, antes, os produtores tinham que cronometrar o tempo de cada fase no processo de elaboração da cerveja. Hoje, sua estrutura permite colocar a receita com os detalhamentos em cada etapa para que o próprio equipamento monitore. “Claro que existe um acompanhamento do mestre cervejeiro, que é fundamental para a qualidade, sabor, aroma e diferenciação da bebida, mas, processos burocráticos, a própria máquina faz”. A microcervejaria Balkon adota a lei de 1516 – lei da pureza alemã – para produzir a cerveja pura, usando apenas os ingredientes malte, lúpulo, água e levedura. Com o lema ‘Beba menos, mas beba melhor’, o retorno das vendas já tem superado as expectativas. Antônio Vasconcellos comercializa, atualmente, em barris que vão direto para o consumidor final e para bares dos municípios de Augusto de Lima, Corinto, Curvelo, Buenópolis, Santo Hipólito e no norte de Minas. São produzidos 6 mil litros por mês, vendidos em barris de 50, 30 e 20 litros, comercializados, respectivamente, por R$ 350, R$ 210 e R$ 140. Ele desenvolve o trabalho junto com o irmão e sócio Bruno Vasconcellos e o funcionário Nilton Pedras. Os equipamentos chegaram a cidade em julho deste ano e a previsão de retorno do investimento é em torno de três anos. Além disso, a expectativa
| A cerveja artesanal mineira é produzida com insumos de Santa Catarina, Bélgica e Alemanha
dos sócios é produzir vários tipos de cervejas. “Hoje, fazemos a Lite American Lager, por ser uma cerveja leve e refrescante, devido ao forte calor da nossa região. Ano que vem vamos iniciar a produção do tipo Ipa e Weissbier (cerveja de trigo), seguindo as padronizações mundiais”, afirma.
Antônio Vasconcellos trabalhava com gado de corte quando resolveu largar tudo para produzir cerveja artesanal. Para o produtor, o diferencial da cerveja Balkon é o puro malte, que garante um sabor inconfundível, refrescante e de qualidade à bebida. Os insumos usados na produção são comprados em Santa Catarina, Bélgica e Alemanha.
Tecnologia
Vinhos 100% mineiros Nem toda produção de qualidade precisa de insumos de fora do estado. É o que defende a coordenadora do Curso de Vinhos da Universidade CeasaMinas (Uniceasa), Sylvia Helena Resende Simão “Sempre falo com meus alunos da importância de valorizar o que temos no nosso estado. Conseguimos produtos de alta qualidade com insumos daqui. É muito importante que os produtores tenham essa formação acadêmica de valorizar o seu estado e região”, aconselha. E é no município de Andradas, localizado no sul de Minas, a 460 quilômetros de Belo Horizonte, que está uma das produções de vinhos que se destacam por garantir bebidas puramente mineiras. A Vinícola Campino fabrica vinhos feitos com 100% de uvas plantadas na própria lavoura: o Casa Geraldo Shiraz e o Alma Sauvignon. Ambos são produzidos com a tecnologia de poda invertida, que foi desenvolvida por uma pesquisa da Epamig.
Um dos segredos que garantem vinhos finos e de qualidade é a técnica conhecida como dupla poda 62
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Sérgio Amzalak
| A vinícola compra frutas fora do estado para produzir outras marcas
Conhecida também como dupla poda, essa técnica altera o ciclo natural da planta, desviando o período de maturação da uva para o inverno. O primeiro corte dos galhos da videira ocorre em setembro para formação de ramos e, o segundo, em janeiro ou fevereiro, para a produção. Isso é o que permite o surgimento de vinhos finos de qualidade no Sudeste e Centro-Oeste do país, tanto em Minas Gerais, como em Goiás e São Paulo. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, é feita uma poda só de produção, em agosto ou setembro. O vinho Casa Geraldo Shiraz, da Vinícola Campino, foi premiado com medalha de ouro no 10º Concurso Mundial de Bruxelas, em 2013. É uma bebida fina, de cor vermelho rubi brilhante, escuro e profundo. Possui
aromas com notas de amora, ameixa preta e especiarias. Na boca, é um vinho potente, mas equilibrado, de taninos firmes e de caráter levemente mineral. Seu amadurecimento foi apenas três meses em barricas de carvalho americano, deixando destacar ainda a lembrança de sua fruta. O vinho Alma Sauvignon Blanc é branco, elaborado exclusivamente a partir de uvas Sauvignon Blanc colhidas no inverno, sem passagem por madeira. Apresenta cor amarelocitrino de reflexos esverdeados e aromas de frutas brancas e cítricas mais frescas envoltos por típicas notas vegetais e Erwin Oliveira herbáceas, além de toques florais, minerais e defumados.
| Toda a produção dos vinhos é feita no estado
Os outros produtos da Vinícola Campino são feitos com parte das uvas vindas de Caxias do Sul (RGS). “Todos os produtores de uva de Minas Gerais não conseguem atender à demanda da produção de vinho. Por isso, nós buscamos esse complemento das uvas gaúchas”, explica Leonardo Gomes, gerente da loja Casa Geraldo, em Belo Horizonte. A Vinícola Campino foi fundada há mais de 30 anos. Na época, os vinhos produzidos eram mais simples, considerados vinhos de mesa e vendidos a granel. Com o tempo, a família Marcon, fundadora da vinícola, criou a Casa Geraldo, em 2001, com vinhos mais finos e rotulados. A vinícola e as vendas foram crescendo, a forma de produzir foi evoluindo, a demanda por outros produtos aumentou e os donos investiram cada vez mais no negócio, se especializando e modernizando sua estrutura. Hoje, a Casa Geraldo tem três lojas, duas em Andradas e uma em Belo Horizonte, e mais de 50 produtos entre vinhos, sucos, espumantes, licores e grappas. “Planejamos entrar no mercado de vinagre no próximo ano e nossa expectativa não poderia ser melhor”, revela Leonardo Gomes. Ele conta ainda que uma das lojas fica dentro da Vinícola Campino, que tem também um turismo enogastronômico e um restaurante. “Muitas pessoas vão para Andradas conhecer a produção, as parreiras, experimentar os tipos de uva, os vinhos nos tonéis, os espumantes. A Vinícola Campino e a Casa Geraldo são fascinantes, é um passeio e tanto”. Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Turismo São Lourenço harmoniza sabor, lugar e natureza Férias para famílias aventureiras e sossegadas Um município para quem gosta de aventuras e também quer sossego. São Lourenço está localizado às margens do Rio Verde, na parte mais baixa da Serra da Mantiqueira. O clima ameno, com temperatura média de 23 graus e tropical de altitude, faz da cidade um lugar ideal para passar as férias com a família. As belíssimas paisagens e a hospitalidade são grandes diferenciais. No pequeno município é possível contemplar a fauna, a flora e riquezas culturais da região. O turismo é a principal atividade econômica, entretanto há também um polo de serviços e comércio. É uma grande produtora de doces diet, exportando para vários estados brasileiros e países do mundo todo. Produz queijos de qualidade comprovada e de diversos sabores, cultiva e produz os melhores cafés especiais do Brasil e tem a culinária rica em diversidade. São Lourenço harmoniza sabor, lugar e natureza. Das aventuras encontradas na cidade, a mais atrativa é o passeio de balão, feito diariamente com duração de cerca de uma hora. É uma das melhores formas de conhecer as maravilhosas paisagens da região. Ainda para os aventureiros, São Lourenço oferece passeios de 4x4, rapel, cachoeirismo, acquaride, trekking, escalada, vôo livre, cavalgadas, bike, entre outros. Nessas atividades, é possível descobrir as belezas naturais da Serra da Mantiqueira e do Parque Nacional do Itatiaia. 64
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Outro destaque são os passeios de charretes, a cavalo ou de trem, que nos leva a uma viagem pelo tempo. Visitas a fazendas de café, sítios e espaços naturais, além das galerias de arte e cultura, que deixam ainda mais charmoso o clima de diversão. São Lourenço é internacionalmente conhecida como estância hidromineral. O Parque das Águas é símbolo vivo desse título, com suas matas e bosques com diferentes tipos de árvores e flores. Um belo espetáculo da natureza local acontece todos os fins da tarde. As garças chegam para se aninhar nas árvores, às margens do lago. Patos, gansos e aves de várias espécies e micos também habitam e dão vida ao cenário. A tranquilidade e a agitação presentes ao mesmo tempo no município envolvem diferentes idades: idosos, adultos e crianças. Pontos de relaxamento e reflexão estão por todos os cantos, carregados de conhecimento e história. Durante todo o ano são promovidas atividades e eventos diversos, garantindo o lazer e o entretenimento dos moradores e visitantes. Para quem vai passar as férias na cidade, será difícil escolher o que fazer, de tantas opções. Além dos eventos, São Lourenço ainda tem um belo cinema com sessões diárias e, nos fins de semana, choperias e danceterias, que realizam festas e bailes propiciando momentos de descontração para os mais animados.
Bruno Albergaria
| O passeio de balão, feito diariamente, tem duração de cerca de uma hora. É uma das melhores formas de conhecer as maravilhosas paisagens da região. Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Gastronomia Flávia Fabíola flaram@hotmail.com
Frango com ora-pro-nóbis Ingredientes
Modo de preparo
Um frango caipira inteiro Alho e sal a gosto 1 pimenta dedo de moça 1 cebola Colorau a gosto Cebolinha e salsinha a gosto Ora-pro-nóbis a gosto
Corte o frango pelas juntas. Em uma panela, refogue o frango com todos os temperos. Enquanto doura, vá pingando água para ir cozinhando. Lave o ora-pro-nóbis e pique grosseiramente. Coloque o ora-pro-nóbis na panela depois que o frango já estiver cozido. Acrescente cheiro verde. Sirva com angu de milho.
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CAMINHÃO HÍBRIDO É MAIS ECONÔMICO
Divulgação Scania
Campo motor
Movido a biodiesel ou eletricidade, o modelo tem baixo nível de ruído
O primeiro caminhão híbrido da Scania, apresentado mundialmente em outubro, deverá ter o primeiro exemplar circulando já no ano que vem. O veículo tem padrão Euro 6, um P320 que pode operar no modo elétrico ou com biocombustíveis. “Já oferecemos aos clientes tecnologia e soluções que os ajudam a enfrentar os desafios do transporte nas cidades. Agora somamos ao nosso portfólio o híbrido, que é capaz de alternar entre uma condução silenciosa e livre de emissões ou com emissões muito baixas de CO2, mesmo com grande capacidade de carga”, disse Magnus Höglund, responsável por Combustíveis Alternativos e Trens de Força na Scania Trucks. O novo veículo pode ser encomendado com cabines P ou G. O motor básico é o Scania de 9 litros com 5 cilindros em linha de 320 hp. Ele funciona 100% a biodiesel, 68
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como o HVO (óleo vegetal hidrotratado) ou FAME e atende aos requisitos do Euro 6. “Há muita reflexão por trás dessa configuração”, explicou Magnus Höglund. Segundo o executivo, os caminhões hibridizados serão cada vez mais comuns nos centros urbanos, seja na distribuição, na coleta de lixo ou em outros serviços. “A capacidade de aumentar o aproveitamento com a direção silenciosa e a redução do consumo de combustível são fatores que refletem diretamente na rentabilidade do cliente. Operar à noite, com as ruas vazias, pode significar maior produtividade e precisão das entregas, por exemplo”, acredita Magnus Höglund. Em regiões onde biocombustíveis estão disponíveis, pode-se obter reduções na emissão de CO2 de até 92% com o HVO, por exemplo. Ao mesmo tempo, o híbrido
| Além de silencioso, o novo caminhão da Scania pode operar no modo elétrico ou com biocombustíveis
pode atender às normas de poluição sonora locais ou nacionais, tais como a iniciativa European Quiet Truck/PIEK Light, que está sendo implantada em um número crescente de cidades e países, e estipula um nível de ruído máximo de 72dB(A) ao dirigir em áreas de silêncio obrigatório. “Atualmente, existem 28 megacidades no mundo com mais de 10 milhões de habitantes. Pesquisadores e tomadores de decisão em todo o mundo buscam equacionar o dilema de distribuir bens e remover o lixo com o mínimo de impacto sobre as pessoas e o meio ambiente. Sem dúvida, caminhões têm lugar nesse futuro”, aposta o executivo da Scania Trucks. A economia do novo caminhão híbrido da Scania chega a 18% em um cenário que é típico de condução se comparado ao motor a diesel convencional. O motor elétrico e a
ampla reserva de potência são inicialmente indicados para aqueles estágios críticos finais de uma determinada rota, por exemplo, ao dirigir em uma área urbana onde o silêncio é obrigatório ou em ambiente totalmente fechado, livre de emissões. O reaproveitamento da potência de frenagem desse modelo compõe dois terços da economia de combustível que a hibridização oferece nesse caso. Outras contribuições ocorrem com o desligamento do motor em baixas velocidades e o uso eficiente do sistema elétrico auxiliar. O caminhão pode ser conduzido somente em modo elétrico a uma velocidade de até 45km/h, com o motor a combustão desligado ou em ponto morto, com o objetivo de acionar os sistemas auxiliares, tais como o compressor do freio. Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Evento SUPERMINAS 2015 Feira movimenta R$ 1,4 bilhões em negócios A Associação Mineira de Supermercados (Amis) e o Sindicato e Associação Mineira da Indústria da Panificação (Amipão) comemoraram o resultado da Superminas 2015, realizada em outubro, no Expominas, em Belo Horizonte: 53 mil participantes. Entre 70% e 80% foram supermercadistas, diretores de padarias, funcionários desses segmentos, além de atacadistas e varejistas em geral que se interessaram pelo evento para realização de negócios e de treinamento. Empresários de todo o estado, com forte presença de panificadores e supermercadistas do interior, estiveram no Expominas. Os negócios durante o evento e a partir dele chegaram a R$ 1,4 bilhão projetados. Foram 41 palestras, fóruns, minicursos, visitas técnicas e workshops sempre com lotação praticamente esgotada, especialmente de diretores das empresas que não desperdiçaram a oportunidade de qualificação e orientação para a busca de crescimento. Inovação, tecnologia, processos e a valorização da informação foram temas frequentes nas apresentações. O evento contou com 430 empresas expositoras em 25 mil m2 de área de feira. Cerca de 330 lançamentos de produtos e serviços foram apresentados ao mercado durante o evento. A área internacional foi outro setor da Superminas que superou as expectativas de negócios. Em relação ao ano passado, houve um incremento de praticamente 40%. 70
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Divulgação Faemg
| Roberto Simões (Faemg) assinou termo de cooperação com Amis e Amipão
Divulgação
| Para Cátia Espósito, é hora de o consumidor ter mais contato com o produtor rural
Sérgio Amzalak
| Agricultores familiares da Cooperfan, Copabase, Coofeliz e Cooalpa Divulgação
| Presentes na Superminas, os Doces Sertanejos têm produção em Curvelo
Organização O pequeno produtor teve papéis importantes na Superminas 2015: aos visitantes, mostrar a qualidade e o frescor dos alimentos que podem sair do campo direto para as gôndolas, e aos empresários, supermercadistas e donos de padarias, que estão organizados, principalmente em cooperativas, e prontos para entregar toda a produção encomendada. Das mais diversas atividades, os produtores rurais ocuparam os estandes do Senar Minas e da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (Seda). Por meio do estande do Senar Minas (Sistema Faemg), oito produtores de derivados do leite de vaca e de cabra, cachaça, doces, mel, frutas vermelhas, defumados suínos e jabuticaba tiveram a oportunidade de apresentar seus produtos e ainda fazer bons negócios. Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Evento REDUÇÃO DE PERDAS NA CEASAMINAS O movimento do consumidor moderno, que preocupado com a saúde e o bem-estar passou a exigir alimentos de qualidade, sem agrotóxicos e produzidos de maneira sustentável, além da busca pelo fim do desperdício de alimentos, foi um dos motivos que reuniu, representantes do governo e entidades ligadas ao setor, no Edifício Minas Bolsa, na CeasaMinas, em Contagem. O seminário ‘Alimentos Hortigranjeiros de Qualidade – Do Campo à Mesa’ contou também com empresários e produtores rurais dispostos a discutir os desafios e tendências do mercado. O documento Perspectivas Agrícolas 2015-2024, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), estima que o Brasil será o principal fornecedor de alimentos do mundo nas próximas décadas.
Nesse contexto, o pequeno produtor terá um papel cada vez mais importante no mercado, sendo a agricultura familiar uma das principais ferramentas para a garantia do crescimento sustentável de produção de alimentos, já que as propriedades familiares representam mais de 80% das unidades de produção, segundo dados da FAO.
“As centrais de abastecimento deveriam valorizar a capacitação profissional e, consequentemente, dar foco à redução de perdas” Laerte Gestich – Grupo Benassi
Erwin Oliveira
| João Cruz Reis Filho: “Eu não tenho dúvidas que o setor que ajudará o país a sair da crise é o agrícola”
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Outra informação interessante é que o consumo de alimentos saudáveis no Brasil vem crescendo gradativamente. Um estudo da agência de pesquisa Euromonitor aponta que 28% dos brasileiros consideram o valor nutricional dos alimentos o critério mais importante na hora de consumir um produto, enquanto 22% dão preferência a alimentos naturais e sem conservantes.
“A adoção de novas tecnologias é essencial para garantir a qualidade de produtos hortigranjeiros” Marcos David Ferreira - Engenheiro agrônomo da Embrapa
Desperdício Todos esses dados foram lembrados pelo secretário de Agricultura de Minas, João Cruz Reis Filho, ao proferir a primeira palestra do seminário: “Políticas de abastecimento para assegurar alimentos hortigranjeiros de qualidade do campo à mesa”. Entre os números da FAO destacados por ele está a constatação de que um terço dos alimentos do mundo é desperdiçado, o que fez com que aproveitasse para chamar a atenção para esse grave problema, “principalmente nesse difícil momento da economia”, e enfatizou: “Não podemos compactuar com esse desperdício. Se a África tivesse a mesma postura de consumo das grandes potências, nossa produção alimentar seria insustentável”.
| Amarildo Kalil (Emater-MG), João Cruz Reis Filho (Seapa) e Márcio Botelho (IMA)
Para João Cruz, que aposta na superação da crise política para que o país deixe a instabilidade econômica, esse é um momento de oportunidades para o agronegócio. “O setor mais competitivo e dinâmico da economia brasileira em âmbitos nacional e internacional é o da agropecuária. A crise afeta, sobretudo, o consumo de produtos supérfluos, mas o de alimentos continua sendo a exigência básica da existência humana. Eu não tenho dúvidas que o setor que ajudará o país a sair da crise é o agrícola”, destacou. O secretário acredita que a competitividade, aliada à ciência e tecnologia aplicada aos avanços de pesquisa agropecuária e à presença de produtores qualificados, tende a promover um cenário favorável à produção alimentar. O seminário, que comemorou o Dia Mundial da Alimentação, foi uma iniciativa da Comissão Agenda Conjunta, que reúne representantes das Aphcemg, ACCeasa, CeasaMinas, Coophemg, Seapa, Emater-MG, IMA e Unifemm/Uniceasa. Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Galeria FORÇA DO CAMPO APOIA CAVALGADA Evento reuniu 1.200 pessoas em Betim A revista Força do Campo e a coluna De salto ou de bota, assinada por Sarah Pardini, apoiaram um grande evento aberto ao público, em Betim. A Cavalgada Feminina ‘Prepare a bota, o chapéu e o batom’ foi encerrada com shows de Adilson e Rogério, Cristiano Garcia, Grupo de Estudo Viola Caipira, Jhonny Freitas e Karen Duarte, numa festa que reuniu 1.200 pessoas. Cerca de 50 amazonas, que saíram da Fazenda Joaquim do Marco e foram até ao Bar Ronaldo, homenagearam o ‘Outubro rosa’, de prevenção contra o câncer de mama. Fotos Divulgação
| Rose Moto Show, Marilene Torres, Beto do depósito e Márcio Santana
| Lucas Cruz e Amanda Cruz Silva, da Pantanal Moda Country, João Marcos Diniz e o locutor Carlão Betim
| Equipe da Serra Negra Hospedagem de Cavalos presente na grande festa
| Marcos Fernandes, Geraldo Carlos, Vanusa Ventura e Isadora Ventura
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ENCONTRO EM MARTINHO CAMPOS Criadores de gir leiteiro realizaram, no município de Martinho Campos, a 1ª Cavalgada do Gir Leiteiro de Minas Gerais. Os responsáveis pelo encontro foram Orlando Giordani, da Fazenda Vitória, em Sete Lagoas, e Marco Paulo Quirino, da Fazenda Lagoa d’Água, no distrito de Ibitira. Foram dois dias de evento, que começou com uma grande confraternização na Fazenda Lagoa d’Água, de onde os cerca de 40 cavaleiros saíram, em direção a Fazenda Cerrado Velho, do criador Moisés Fernandes Campos, em Martinho Campos. Eles cavalgaram por cerca de 30 km. Fotos Divulgação
| Antes de sair, os cavaleiros oraram por proteção pelo caminho
| Moisés Campos, Orlando Giordani e Flávio
| Luiz L’abbate, Colete e Carlúcio em momento de homenagem ao saudoso Tião Carreiro
| Orlando Giordani, José Henrique Chaves, Lilico Rabelo e João
| José Henrique Chaves, Moisés Campos, Rodrigo Simões e Lineu Brandão Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Galeria EXPOINEL 2015 Fim do ano-calendário da raça nelore O Parque de Exposições Fernando Costa, em Uberaba, recebeu a 44ª Expoinel - Exposição Internacional da Raça Nelore -, que contou com leilões, julgamentos de pista e campo e torneio leiteiro. Foram inscritos cerca de 1.000 animais de 111 expositores. Os 11 leilões oficiais tiveram faturamento de R$ 16 milhões, com a oferta de 548 lotes de animais entre machos, fêmeas e prenhezes da raça nelore, com média por lote de R$ 29 mil. Além das etapas do Circuito Expocorte e 5ª Convenção Nacional das Associações de Nelore, a novidade foi a 11ª ExpoBrahman e 17ª ExpoGil.
Marta Juliana
| O melhor da genética do gir leiteiro foi representado nos julgamentos de pista Mauricio de Faria ABCZ
Carlos Lopes
| Daniel Teixeira Dias, Alexandre Coccapieller Ferreira e Lauro Fraga
| O touro Dilan da Canaã se destacou entre os 250 animais da ExpoBrahman
Marta Juliana
Marta Juliana
| Alexandre Ferreira (ACBB), Eustáquio Maia (Haras Repol) e Daniel Dias (Rancho Brahman PA)
| Pedro de Britto Novis, Luiz Cláudio Paranhos, Orestes Tibery Neto e Ângelo Tibery
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SEMANA INTERNACIONAL DO CAFÉ Com atividades que envolveram toda a cadeia produtiva do café, tanto do Brasil como exterior, a 3ª Semana Internacional do Café (SIC), realizada no Expominas, em Belo Horizonte, contou com 150 marcas expositoras, negócios de R$ 25 milhões e público de 13 mil pessoas. Dez cafés com pontuação 80+ foram selecionados e estão concorrendo ao título Coffee of theYear Brasil. Foram 60 palestrantes nacionais e internacionais e mais de 65 temas abordados. A SIC foi promovida pela Faemg, Sebrae, Café Editora e governo de Minas.
| Jerônimo Giacchetta colhe 1.200 sacas/ano de café em 30 hectares de montanhas no sul de Minas
| “Temos de juntar capital social para superar toda e qualquer dificuldade”, disse o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas
Fotos: Sérgio Amzalak
| Entre as autoridades presentes na SIC 2015 estava o vice-governador de Minas, Antônio Andrade
| O Consórcio Público para o Desenvolvimento do Café no sul e sudoeste de Minas foi lançado por Paulo Leme, da Ufla
| O diretor da Café Editora, Caio Fontes, comemorou os resultados Novembro/Dezembro 2015 FORÇA DO CAMPO
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Galeria GIR LEITEIRO EM PARAOPEBA José Afonso Bicalho – presidente da ABCGil e secretário de Fazenda de Minas – e o filho Adriano Bicalho realizaram um grande evento na Fazenda Palmeiras, em Paraopeba, às margens da BR 040, que contou com a inauguração de novas instalações, desfile das doadoras campeãs de torneios e shopping de prenhezes e animais. Foi um sucesso a média do shopping: prenhez gir leiteiro, R$ 22,1 mil; prenhez girolando, R$ 12,2 mil; bezerras gir leiteiro, R$ 25,8 mil; bezerras girolando F1, R$ 6,3 mil; e bezerras girolando 3/4, R$ 4,8 mil. Na ocasião, a família Bicalho homenageou funcionários, patrocinadores e os apoiadores do evento, já que a marca do Gir Leiteiro 2B, pertencente aos Bicalho, está comemorando 20 anos de seleção. Fotos: Sérgio Amzalak
| Criadores de várias localidades contemplaram a beleza e a qualidade dos animais ofertados
| Argéu Geo, José Afonso Bicalho e Rogério Araújo
| Fidel Campos Reis, Pedro Lourenço, Pedro Venâncio e Leonel Reis
| João Cruz Reis Filho e José Henrique Chaves no leilão, em Paraopeba
| Enir Barbosa, Onofre Ribeiro, Moisés Campos, Adauto Feitosa e Adriano Bicalho, organizador do evento
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Bem viver Gabriela Araújo Caixeta gabriela@inspirarfazbem.com.br
A SAÚDE DO PLANETA EM NOSSAS MÃOS A saúde de Minas está de luto, seca, intoxicada e em suspense. Defrontamos com uma tragédia destruidora em Mariana, e há a possibilidade de que outra ainda maior ocorra. Enquanto isso, do outro lado do mundo, Paris, adoecida, enterrava as vítimas diretas da ação terrorista. Sim, nosso planeta está doente. Mas será que a melhor solução é apenas culpar as mineradoras e os extremistas islâmicos? Será esta a melhor forma de encarar o problema? De acordo com a teoria dos sistemas - tão popularizada no filme “Ponto de mutação” -, o método reducionista não vai nos oferecer a melhor resposta para modificar a saúde do planeta. A visão integral de saúde nos lembra de que: “A vida é um imenso lago. Um imenso e interconectado lago. Estamos todos unidos em um imenso ecossistema. Você me afeta. E eu te afeto. Paris me toca, e eu toco a economia que afeta Paris”.
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A ondulação em uma borda do lago afeta o centro e a borda oposta. Sempre. A ressonância é inevitável. Se uma barragem de lama se rompe, cedo ou tarde a lama chega até nós. A seca também. Todos nós somos parte do lago. Todos nós somos responsáveis pelas tragédias. Não apenas as mineradoras ou os terroristas. É o nosso comportamento diário que contribui para a economia, a política e a cultura de injustiças e desequilíbrios sociais e ecológicos. O câncer da barragem de Mariana e do terrorismo de Paris são nossas doenças sociais. Quando insistimos em trocar de carro todo ano, em vez de investirmos em caminhadas saudáveis, obrigatoriamente aumentamos o consumo descontrolado de produtos derivados da extração de minerais. Quando não somos exigentes com a fiscalização ambiental, permitimos que elas ofereçam retornos insipientes. Sim, todos nós contribuímos para a lama de Minas. E para
a dor de Paris, que no Brasil, como diz uma amiga cantora francesa - Julie Monin - , em vez de terrorismo, chama-se marginalidade. Sim, nós, os europeus, os norte-americanos e asiáticos contribuímos para o radicalismo terrorista francês quando exageramos na hiperssexualização, no consumismo, e na discriminação social velada; ou quando deixamos de estimular uma mídia e uma cultura que fortaleçam a afetividade, o respeito e as relações humanas para além das formas. Nós criamos terroristas e marginais quando enfatizamos mais as diferenças sociais do que as semelhanças. E como podemos ajudar a gerar ondas saudáveis na saúde do planeta? “Como veem, vocês não podem olhar em separado os problemas globais tentando entendê-los e resolvê-los. Claro que podem consertar uma peça, mas ela vai quebrar de novo em um segundo, porque se ignorou o que se conecta a ela. (...) Vocês ainda procuram a peça certa para consertar primeiro. Não veem que todos os problemas são fragmentos de uma só crise, uma crise de percepção. (...) Precisamos de uma nova visão do mundo. O mundo muda mais rápido que a percepção das pessoas. (...) A ciência
moderna, a tecnologia e os negócios não fizeram o que Bacon sugeriu: torturar o nosso planeta? Não podemos mais nos esquivar. Não podemos correr o risco. (...) Lagos podem morrer, oceanos inteiros ficam poluídos, o solo, as florestas, as águas envenenados, mortos! (...)”. (Do filme Ponto de Mutação) Mariana impacta a fruta intoxicada ou não que vamos encontrar na feira de domingo em Belo Horizonte. Que tal ajudarmos a saúde de nosso planeta? Que tal nos tornarmos gotas inteligentes no lago? Como a iniciativa de Sebastião Salgado (um mineiro coincidentemente tão amado na França) que, em vez de apenas criticar, está lutando para que a legislação brasileira se modifique e para implementar seu projeto de recuperação ambiental das bacias de rios mineiros por meio do Instituto Terra. Têm gotas do lago que espalham inteligência pelas mídias sociais. Vou torcer para você ser uma delas e espalhar esta ideia na rede. Ela pode ser a base da ressonância de saúde do nosso lago-planeta, pois em tempos de seca, a gente reconhece o valor da união de gotas, a gente aprende a reconhecer o poder e a força da água.
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Causos do campo MULA NÃO ATOLA O mineirim caipira estava na beira da estrada com sua mula quando passou um carrão. O cara lá dentro pediu uma informação sobre a estrada e aproveitou pra curtir com a cara do capiau: - Cê tá vendo esse carro aqui? Tem 150 cavalos aqui debaixo dessa tampa do motor, disse tirando uma onda danada com o mineirim. Feito isso, seguiu em frente. O caipira montou na sua mula e pegou a estrada na mesma direção. Daí a pouco, numa curva, encontra o tal sujeito do carrão, mas com o carro atolado, afundado num córrego, com a água chegando até a porta. E o mineirinho: - Dano água pra manada, cumpadi?
VISITA DO CUMPADI O compadre decidiu ir visitar o amigo na roça. Ao chegar, se acomoda na sala enquanto o amigo pede para o rapazinho que flanava próximo: - Ô ‘diproma’, vai lá na cozinha e pede pra sua vó servi um café aqui pra visita. Papo vai, papo vem, o visitante não aguenta a curiosidade e pergunta: - Ô cumpadi, mas que nome é esse desse menino? ‘Diproma’? - É que eu mandei a mãe dele estudar na capitar, e ela voltou com ele! 82
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Burunga
SOBRE PORCO E A MÃE Preibói gosta mesmo é de folgar prá cima do minerin, mas só se lasca. O preibói com o carro cheio de meninas vê o minerin sentado na porteira, olhando seus porcos. Resolve impressionar as garotas tirando onda: - E aí, caipira, decorando o nome dos porcos? Qual é o nome desse pequeninho? - É Ocê. As meninas riram do rapaz, que reolveu apelar: - Então essa porcona gorda é a mãe d’Ocê. kkkkkkkkkkk - Não siô. A mãe d’Ocê nós cumemo ela na semana passada.
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