Envelopamento autorizado. Pode ser aberto pelo ECT
2015 20 a 22 de Outubro | Expominas | BH | MG
Ferramenta Estratégica para vencer os desafios atuais de nossa economia. Vários fornecedores já confirmaram presença. Os supermercadistas, panificadores, distribuidores e atacadistas aguardam mais confirmações. Fornecedor, participe. Faça parte desta grande vitrine!
Informações: 31 - 2122.0526 | paulo@amis.org.br | www.superminas.org.br PATROCÍNIO OFICIAL DIAMANTE:
PATROCÍNIO JANTAR VIP:
PATROCÍNIO:
PATROCÍNIO:
APOIO:
DIVULGAÇÃO:
REVISTA
PATROCÍNIO SALA VIP:
PATROCÍNIO SETORIAL:
REALIZAÇÃO:
PATROCÍNIO PRÊMIO NEGÓCIOS E RELACIONAMENTO:
PATROCÍNIO PALESTRAS:
Editorial A revista Força do Campo é uma publicação bimestral da MídiaMix Comunicação. www.revistaforcadocampo.com.br
facebook.com/revistaforcadocampo @forcadocampo @forcadocampo Diretor José Henrique Chaves Editora / Jornalista Responsável Maria Helena Dias (MTb 4115) Redação - (31) 3504-1139 redacao@revistaforcadocampo.com.br Projeto Gráfico, Diagramação e Web Juliana Neumann Marketing atendimento@revistaforcadocampo.com.br
O país vive uma crise econômica que tem provocado retração em praticamente todos os setores da economia. No entanto, o agronegócio segue firme, tirando algumas ‘pedras’ do caminho para manter a linha ascendente de crescimento ano após ano. É esse o setor que tem segurado com força a economia do estado. Mesmo estremecido com o anúncio do ajuste fiscal do governo federal, que tornou o cenário econômico interno ainda mais conturbado, o agronegócio registra variação positiva no PIB mineiro e nacional. Enquanto o PIB nacional deve fechar 2015 no vermelho, com queda de 1,49%, segundo o governo, e de 2,44%, segundo o mercado, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) estima que o agronegócio terá faturamento 0,89% maior este ano, chegando a R$ 163,56 bilhões.
Comercial (31) 3396-9145 comercial@revistaforcadocampo.com.br
Projeto Editorial e Conteúdo MHD Comunicação Tiragem: 10.000 exemplares Capa: Sérgio Amzalak Circulação Minas Gerais, Distrito Federal e principais capitais do país Impressão: Rona Editora A revista Força do Campo não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios e artigos assinados.
Publicação:
www.midiamixcomunicacao.com.br atendimento@midiamixcomunicacao.com.br 31 3396-9145 Rua Sete, 72 - São Sebastião Contagem/MG - Cep: 32150-060
Para nós os números do único setor que tem mostrado crescimento no país são motivos de comemoração. Força do Campo chegou ao mercado no momento em que a crise econômica e a estagnação de alguns segmentos se alastravam. Mesmo assim, os projetos continuaram, a equipe foi ampliada e a marca passou a ser vista em estandes de Força do Campo em grandes eventos, como na Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador, no Parque de Exposições da Gameleira, em Belo Horizonte. Sabemos que muito ainda vamos trilhar até o final deste ano, mas já gostaríamos de ratificar a nossa vontade de nos fazer ainda maiores em 2016. Novos projetos, novos eventos e grandes parcerias já fechadas para que possamos seguir sempre de cabeça erguida, levando a todos os segmentos da cadeia produtiva do agronegócio muita informação, novidades e notícias exclusivas sobre o setor considerado a força motriz para girar a economia do estado, do Brasil e do mundo. Um abraço!
José Henrique Chaves
Colaboradores Nacional Arnaldo de Sousa é jornalista e palestrante de agronegócios, analista dos mercados de bolsas agrícolas e assessor de imprensa de empresas do agronegócio (CEO da InfoAgroBrasil).
De salto ou de bota Sarah Pardini é empresária, palestrante e consultora em autoestima e motivação.
Gastronomia Flávia Fabíola é chef de cozinha e atua nas áreas de personal chef e confeitaria.
Cooperativismo Geraldo Magela da Silva é administrador, mestre em Estratégia, Inovação e Competitividade, consultor e professor de MBA de Gestão de Cooperativas e Gestão de Negócios.
Bem viver Gabriela Araújo Caixeta é psicóloga clínica, mestre pela Faculdade de Medicina da UFMG (Programa Saúde da Mulher); Pós-graduada em Arteterapia; pós-graduada em Psicomotricidade (Zaragoza, España); fundadora do Instituto Inspirar - Soluções Originais para Saúde, Educação e Arte. Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
7
Sumário 10 11 14 16
Cartas Programe-se Curtas Nacional
Arnaldo de Sousa
18
Entrevista
20
De salto ou de bota
22 24
30 32
Magdi Abdel Raouf Shaat, presidente da ABCCMM
Sarah Pardini
Painel do setor
PIB do agronegócio
Importação exportação 24 26
MG amplia sua participação EUA recebe embriões do Brasil
Agricultura familiar
Acesso facilitado ao crédito
Capa Cafés especiais são mais desejados
42
Cooperativismo
46
Atualidades
52
Produto da vez
58
Capacitação
60
Turismo
62
Gastronomia
64
Campo motor
66
Geraldo Magela da Silva
O cavalo como terapeuta
Quiabo: pouca oferta e altos preços
Novidade em MBA
Fazenda vira museu rural
Flávia Fabíola
Transporte seguro de animais
Evento
66
Superminas 2015
68
Expocafé 2015
70
Nacional Mangalarga Marchador
73
Superleite 2015
76
Galeria
76
Medalha Mérito Rural
77
Semana do Fazendeiro
78
Leilão Resgate das Origens
80 82
Bem viver Gabriela Caixeta
Causos do campo Burunga
Cartas Gostaria de parabenizar a MídiaMix, a MHD Comunicação e ao Jornal Hoje em Dia pela publicação do caderno Força do Campo. Cada edição é um show de competência jornalística, informação na medida certa e fonte de um aprendizado muito grande nesse segmento que se consolida muito rapidamente. Tudo de bom a toda a equipe e que continuem com toda esta expertise para as próximas edições. José Luiz da Silva (Publicitário) Quero abraçar a todos da equipe da Revista Força do Campo. Mídiamix, nota 10! Vocês têm feito um trabalho invejável. Não apenas no trato visual, com essas fotos premiáveis e o layout dinâmico e superatrativo, mais belos a cada edição. A definição das pautas tem sido fundamental para o conteúdo rico e denso. Nos meus 28 anos de jornalismo, é a melhor e mais bela revista segmentada que já conheci. Meus parabéns! Sérgio Gazel (assessor de Relações Institucionais e Parlamentares do Sindifisco-MG e assessor da Comissão de Articulação e Acesso ao Conselho Nacional de Justiça da OAB-MG) Gostaria de parabenizar a Revista Força do Campo pela objetividade e diversidade das matérias apresentadas, com leitura fácil e agradável. As matérias, da maneira que são colocadas, informam não somente ao agronegócio, mas também ao público em geral. Wagner França Neto (administrador na Encop Engenharia) Mande você também suas considerações sobre Força do Campo: atendimento@revistaforcadocampo.com.br
10
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
Programe-se
07 12
Exphomig 2015 Barbacena - MG Informações: www.exphomig.com.br
15 18
Torneio Leiteiro Córrego Novo - MG Informações: www.corregonovo.mg.gov.br ou corregonovo@corregonovo.mg.gov.br
dias
15 20
41ª Expopec Ituiutaba - MG Informações: www.ituiutaba.mg.gov.br ou turismoituiutaba@netsite.com.br
16 20
41ª Expovales Teófilo Otoni - MG Informações: www.totalacesso.com
dias
a
a
dias
dias
a
a
a
a
Ascom Ituiutaba
03 07
XXII Festival da Cachaça Novo Cruzeiro - MG Informações: secretariaadmnc@gmail.com
dias
03 06
9º Torneio Leiteiro de São João da Serra Santos Dumont - MG Informações: www.santosdumont.mg.gov.br ou gabineteprefeito@santosdumont.mg.gov.br
dias
Setembro
Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
11
Programe-se
dias
dias
setembro Semana Internacional do Café Belo Horizonte - MG Informações: www.semanainternacionaldocafe.com.br
24 26 a
Circuito Expocorte Uberaba - MG Informações: www.circuitoexpocorte.com.br
24 25 e
02 04 a
dias
dia
dias
OUTUBRO
10
19 23
12
a
Curso de Doma Racional Itatiaiuçu - MG Informações: (31) 8980.3614 ou 9995.6543
8º Concurso de Qualidade dos Cafés Poços de Caldas - MG Informações: www.pocosdecaldas.mg.gov.br ou sedet@pocosdecaldas.mg.gov.br
Curso para CFO e CFOC Belo Horizonte - MG Informações: www.ima.mg.gov.br ou (31) 3915.8719
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
20 22
Superminas 2015 Belo Horizonte - MG Informações: www.superminas.org.br
21 25
2º Festival das Rosas e Flores Barbacena - MG Informações: www.agir.barbacena.mg.gov.br ou edsonbrandao@edsonbrandao.com.br
dias
dias
OUTUBRO a
a
dias
NOVEMBRO
19 21 a
1º Congresso Internacional da Raça Girolando / 2º Congresso Brasileiro da Raça Girolando Belo Horizonte - MG Informações: www.congressogirolando.com.br
dezembro dias
17 20 a
Festa Nacional do Leite Porteirinha - MG Informações: www.festadoleite.com ou contato@festadoleite.com Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
13
Curtas GTA Eletrônica
Votações no Congresso
Divulgação
O mês de setembro começou com importantes conquistas no Congresso Nacional. Por unanimidade, foi aprovado no Senado a Proposta de Emenda Constitucional 71/2011, de autoria do senador Paulo Bauer (PSDB/SC), que prevê a indenização da terra nua aos donos de áreas demarcadas como reservas indígenas. A proposta também prevê o pagamento das benfeitorias efetuadas sobre o terreno. A proposta será agora votada na Câmara dos Deputados. Já o Projeto de Lei 6999/13, que aumenta a pena para furto de gado, seja para consumo próprio ou comercialização, foi aprovado na Câmara dos Deputados e seguirá agora para o Senado. O agravante não está previsto no Código Penal (Decreto-lei 2.848/40).
Os veterinários habilitados já estão emitindo as Guias de Trânsito Animal (GTA’s) para o transporte de aves e suínos em Minas no modelo eletrônico, que entrou em vigor no dia 14 de setembro. O documento está sendo disponibilizado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) por meio do software do Sistema de Defesa Agropecuária (Sidagro). A e-GTA está integrada à Base de Dados Única do Ministério da Agricultura (Mapa) e traz como vantagens a rapidez na rastreabilidade do trânsito de aves e suínos no estado. A guia eletrônica para bovinos, caprinos e ovinos já é emitida pelo IMA desde 2012.
14
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
PIB 2º trimestre A Fundação João Pinheiro (FJP) divulgou os novos resultados comentados do PIB de Minas Gerais para o segundo trimestre de 2015 (de abril a junho). A agropecuária do estado teve um crescimento de 3,4% em relação ao trimestre anterior, sendo que outras atividades ficaram nos mesmos patamares ou tiveram redução. Entre abril e junho, mesmo com a permanência do cenário desfavorável nas economias mineira e brasileira, a retração do nível de atividade econômica no estado foi mais amena que na economia nacional: o PIB geral de Minas recuou 1,5% no 2° trimestre em relação ao trimestre anterior e, no mesmo período, o PIB brasileiro retraiu 1,9% (série dessazonalizada).
Cursos na CeasaMinas A CeasaMinas abriu inscrições para novas turmas da Escola Ceasa Cidadã (EJA) e do Telecentro (Informática Básica), no entreposto de Contagem. O cadastramento pode ser feito na própria escola, localizada no Pavilhão 3, atrás do Apoio Mineiro, no período da tarde. Os cursos são gratuitos. No Telecentro, podem se inscrever pessoas a partir de 12 anos de idade. Basta apresentar documento de identidade, CPF e comprovante de endereço. No caso da Escola Cidadã, além desses documentos, é preciso apresentar também o histórico escolar. Informações: (31) 3399.3451 ou (31) 3399.3447, das 13h às 17h.
Alta de 4,5%
Divulgação
A receita cambial com as exportações de café do Brasil registrou, em sete meses, (janeiro/2015 a julho/2015) um incremento de 4,5% em relação ao período anterior, fechando em US$ 3,623 bilhões. Já o volume ficou praticamente estável, registrando uma redução de 0,5% na mesma base comparativa. Foram exportadas, no total, 20.518.496 sacas (verde, torrado & moído e solúvel), com destaque para as exportações de conillon, que apresentaram um aumento de 66% no período. As informações são do Balanço das Exportações divulgado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé). O mês de julho apresentou uma receita de US$ 455,124 milhões, valor 19,7% menor que o registrado em 2014. Em termos de volume, o total exportado foi de 2.792.692 sacas, 8,0% mais baixo que no ano passado. Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
15
Nacional Arnaldo de Sousa afsousa@uol.com.br
Agropecuarista ao pé da letra Há mais de 10 anos tenho participado de reuniões, debates e apresentações de sistemas de produção integrados. Tais sistemas geram renda em diferentes fases para o produtor rural e, de quebra, ajudam a preservar o meio ambiente, além de melhorar as condições do solo. Atualmente, o Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) vem sendo apresentado como a grande novidade do mercado no agronegócio brasileiro. O Brasil possui cerca de 2,5 milhões de hectares com ILPF e espera-se que, em cinco anos, tenhamos o equivalente a 10 milhões de hectares. Essa corrida se deve ao financiamento aberto pelo governo através do Plano ABC, Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) realizou, entre julho de
16
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
2014 e fevereiro deste ano, 5,3 mil contratos com a liberação de R$ 2,5 bilhões em crédito. De julho de 2010 até junho do ano passado, o programa financiou 27 mil contratos no valor de R$ 7,5 bilhões. Somando esses dados, o total financiado pelo Plano ABC foi de aproximadamente 32 mil contratos no valor de R$ 10 bilhões. O ILPF está tão importante que foi o tema principal, e posto em debate, no XIV Congresso Brasileiro de Agronegócios, realizado no início de agosto em São Paulo: “Sustentar é Integrar”. O sistema de produção integrada promove a recuperação de áreas de pastagens degradadas agregando, na mesma propriedade, diferentes sistemas produtivos, como os de grãos, fibras, carne, leite e agroenergia. Busca melhorar a fertilidade do solo com a aplicação de técnicas e sistemas de plantio adequados para a otimização e a intensificação de seu uso. Toda essa produção acaba levando o produtor a ser agropecuarista
ao pé da letra. Essa integração possui a capacidade de mitigar até 1,5 toneladas de CO2 (gás carbônico) por hectare/ano. Hoje, o Brasil possui 151,2 milhões de hectares de pastagens, 83,8 milhões de hectares de agricultura, sendo que, desse total, 58,5 milhões de hectares são grãos e 7,7 milhões de hectares plantados com floresta. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o Paraná possui em torno de 1,5 milhão de hectares plantados com floresta, 3,2 milhões de hectares de pastagem na região Noroeste, maior polo de produção de
gado de corte, e 5,84 milhões de hectares com grãos contabilizados na safra verão 2014/15. Se tudo isso fosse integrado, seria fantástico. A integração visa unir a produção com produtividade potencializada. Nas bordas da área plantada com soja, colocam-se árvores, depois o gado come a palhada ou é criado próximo da produção. A ideia é que a produção integrada se sustente por 10 anos. A questão que fica é a seguinte: se o governo cortar o financiamento para o ILPF, o que ocorrerá com esse modo integrado de culturas? Manter-se-á da renda advinda dele? Pelo menos a tendência é de que agricultores se tornem silvicultores e pecuaristas e vice-versa.
Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
17
Entrevista
Mangalarga Marchador: um negócio de R$ 7,5 bi Divulgação ABCCMM
Maria Helena Dias A última pesquisa da Comissão Nacional do Cavalo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) aponta que o Complexo do Agronegócio Cavalo gera faturamento anual de R$ 7,5 bilhões, registrando 642,5 mil empregos diretos e 2,6 milhões de empregos indiretos. A Lei nº 12.975/2014 sancionada pela presidente Dilma Rousseff declarou o mangalarga marchador como a raça nacional de cavalos do Brasil. Com origem em Minas Gerais, o marchador conquistou o país e conta hoje com quase 11 mil criadores distribuídos por todas as regiões. A Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM) tem 480 mil animais registrados. Para saber mais sobre a raça, Força do Campo conversou com o presidente da associação, Magdi Abdel Raouf Shaat, proprietário do Haras El Far, em Lavras (MG).
18
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
| “A raça mangalarga marchador possui características muito atraentes, que a tornam um investimento lucrativo”, diz Magdi Shaat.
Sérgio Amzalak
Como se situa hoje o agronegócio cavalo no Brasil? E em Minas Gerais? O Brasil possui o maior rebanho de equinos na América Latina e é o terceiro mundial, de acordo com o Ministério da Agricultura. Somados aos muares e asininos são 8 milhões de cabeças. O maior rebanho estadual encontra-se em Minas Gerais, cerca de 860 mil cabeças, dados de 2006. Os leilões são um grande negócio? Em 2014, as vendas de animais em leilões presenciais, virtuais, online e entre fazendas foram superiores a R$ 354 milhões, sendo R$ 62,4 milhões arrecadados apenas com os mais de três mil animais vendidos nos leilões da ABCCMM. Percebo hoje que a liquidez continua do mesmo jeito, talvez, a referência de valor tenha mudado um pouco, mas com uma média de sete leilões por semana. Este ano, as inscrições da Nacional ficaram no mesmo número do ano passado. Estou apostando que vamos continuar caminhando bem. É um mercado em crescimento? Só não conseguimos crescer mundo afora porque temos restrições sanitárias no Brasil. Uma doença chamada Mormo se espalhou pelo país e acabou fechando as portas dos
“Você já viu mulher deixar de comprar um vestido por causa de crise? Com o cavalo é a mesma coisa” mercados europeu e americano. Ela estava restrita ao Nordeste, mas espalhou-se por São Paulo, Rio e Minas. Os governos estadual e federal não estão sabendo controlar essa situação, já que precisam de recursos financeiros. Grande parte das pessoas acredita que cavalo é criação de rico, mas não é. Geramos mais empregos do que a indústria automobilística. Qual o conselho para quem quer começar a investir na raça? Tecnicamente, para iniciar uma criação é necessário ter uma propriedade com solo de qualidade, terra adubada e corrigida para produzir forrageiras de qualidade. Aconselhável só depois iniciar a aquisição dos primeiros exemplares. Também é fundamental maiores conhecimentos sobre a raça. Se a pessoa não tem raízes rurais, não sabe nada de cavalos, a ABCCMM disponibiliza cursos para novos criadores por meio do projeto “Mangalarga Marchador para Todos”. Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
19
De salto ou de bota
Sarah Pardini sarah@sarahpardini.com.br Francielle Santusi Cruz
Comitiva do bem
O agronegócio inova sempre com o encanto e a presença marcante do universo feminino. As cowgirls Muniquy, Jordana, Vittória, Xênia, Vanessa, Maraiza, Paula, Dalila, Brunna, Larissa, Aliny e Michelle, apaixonadas pelo sertanejo e honrando a tradição da rusticidade, uniram a essência e a criatividade nata do feminino e lançaram a Comitiva 20
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
‘Bruta Flor’, em Vazante (MG). Com foco na reciprocidade, companheirismo e interação, essas belas mulheres, de genialidade, bravia, destemidas e amantes do meio country, estão juntas para realizar, entre outros, eventos beneficentes, que tenham sempre como resultado o resgate e a união para um bem maior.
Luciana Moura
Brincadeira com cavalos A charmosa estudante de medicina veterinária Maria Carolina Lara Siqueira ama animais, mas especialmente os cavalos. A adolescente passa os finais de semana com sua família em Piracema (MG). Carol adora brincar com seus cavalos na Fazenda Santa Fé e no Haras Serra Gurita, onde a família cria animais da raça mangalarga marchador e gado das raças nelore e guzerá. Sua paixão é pela veterinária e pelo agronegócio, ficando atenta a tudo que acontece no meio rural. Daniel Boy
Nos palcos do agronegócio A bela sertaneja Cíntia Fonseca nasceu em Itaúna. Autodidata, aprendeu a tocar violão aos 13 anos e, aos 15, já se apresentava nos barzinhos de sua cidade. Aos 17 anos fez parte da bateria itaunense de samba Timbagole, onde, além de se apresentar como cantora, teve a oportunidade de aprender a tocar diversos instrumentos percussivos. Aos 19 anos foi morar em Brasília e, por um ano, fez shows nos shoppings da cidade. Apaixonada por sertanejo, sempre gostou de ouvir desde as músicas de raiz até o som universitário, fazendo um repertório bem diversificado. Após 10 anos de bar, Cíntia lança sua banda e está produzindo seu primeiro CD com músicas autorais, encantando os palcos nos eventos do agronegócio. Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
21
Painel do setor PIB do agronegócio mineiro estimado em R$ 163 bi Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) nacional deve fechar 2015 no vermelho - queda de 1,49%, segundo o governo, e de 2,44%, segundo o mercado -, o agronegócio continua salvando a economia e registrando crescimento ano após ano. Em Minas Gerais, estado de forte vocação agropecuária, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) estima que o setor terá faturamento 0,89% maior este ano, chegando a R$ 163,56 bilhões. O Relatório do PIB do agronegócio mineiro foi estimado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com o apoio financeiro Faemg, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Regional Minas Gerais (Senar Minas) e da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa). No último levantamento, referente a junho, foi constatado ligeiro recuo de 0,10%, mas no acumulado dos primeiros seis meses do ano, a estimativa de que o setor fechará 2015 com faturamento 0,89% maior é motivo de comemoração. Especialmente em um ano marcado pela crise econômica, aumento dos custos de produção e adversidades climáticas: “O bom desempenho do agronegócio mineiro é resultado, sobretudo, da diversificação da nossa produção. Assim, mesmo quando alguns produtos têm problemas, outros estão em bom momento e seguram os resultados positivos e a renda do produtor rural”, explica 22
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
a coordenadora da Assessoria Técnica da Faemg, Aline Veloso. O cálculo do PIB é simples: são considerados os volumes totais produzidos pela agropecuária no estado e os preços atuais recebidos por cada item. O resultado é a estimativa de que o setor terá, até o final do ano, faturamento total de R$ 163,492 bilhões. Desse valor, R$ 74,867 bilhões (46,47%) devem ser resultantes do ramo da agricultura e R$ 88,625 bilhões (53,53%), do pecuário. Nas atividades “dentro da porteira”, o aumento na cotação média dos produtos (1,90%) compensou ligeira queda em volume da produção (0,08%). Entre os produtos acompanhados em Minas Gerais, tiveram aumento de faturamento no acompanhamento até junho: café (11,29%), batata (15,61%), laranja (6,83%), banana (10,84%), feijão (16,60%). Por outro lado, recuaram em faturamento: soja (5,18%); milho (5,48%); cana-de-açúcar (12,37%); carvão vegetal (24,48%); mandioca (43,34%); tomate (9,87%); algodão (17,88%) e arroz (37,07%).
Insumos O segmento de insumos registrou crescimento em junho, após consecutivos meses de queda. As vendas de fertilizantes e corretivos apresentaram retração acumulada
pixabay.com
Sérgio Amzalak
de 7,28% a.a. em volume, na comparação com 2014, mas a elevação de 11,7% dos preços reais sustentou o resultado positivo acumulado. A redução nas vendas de fertilizantes em Minas Gerais e a elevação dos valores reais é efeito, em grande medida, da valorização do dólar com relação ao Real, dada a dependência do setor de matériasprimas importadas, segundo a Associação
Nacional para Difusão de Adubos (Anda). Para Aline Veloso, a queda nas vendas de fertilizantes e demais insumos é uma constatação ruim: “Esta retração sinaliza a redução de investimentos dos produtores mineiros em tratos culturais para a próxima safra, o que poderá, inclusive, impactar negativamente o volume de produção no estado em alguns meses”.
Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
23
Importação
exportação
Crescimento das exportações em MG é de 12,3% Receita do agronegócio atinge US$ 686,6 milhões A receita das exportações mineiras do agronegócio, em julho, somou US$ 686,6 milhões, valor 12,3% superior à média mensal registrada no primeiro semestre, que foi de US$ 611,3 milhões. Os dados foram analisados pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) com base em informações do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A participação do agronegócio na pauta das exportações mineiras, em julho, foi de 33,3% do total das exportações estaduais, que corresponderam a US$ 2 bilhões. Segundo o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, João Cruz Reis Filho, os números consolidam a importância do agronegócio na composição da balança comercial do estado. “Analisando a média histórica, há dez anos o agronegócio respondia por 25,6% do total das exportações. Esse crescimento mostra a capacidade do setor em responder positivamente em momentos de dificuldades”, afirma. Em julho, dos 27 grupos que compõem a relação dos produtos exportados pelo agronegócio, 18 aumentaram a receita. O crescimento do faturamento do mês passado em relação a junho foi de aproximadamente 5,7%. Os principais produtos comercializados 24
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
no mercado externo foram café, com 38,1% das exportações; soja (19,7%); complexo sucroalcooleiro (12,4%); carnes (11,6%); produtos florestais (9,8%); lácteos (3,2%) e couro e peleteria (1,6%). A soma desses produtos representa 96,5% da pauta de exportações do setor.
Produtos lácteos Desde 2014, os produtos lácteos vêm aumentando sua participação nas exportações mineiras. Em julho, eles ocuparam o sexto lugar entre os principais grupos exportados Sérgio Amzalak
| O café foi o produto com maior volume nas exportações: 38,1%
– posição que, anteriormente, era ocupada pelos produtos de couro e peleteria. Os produtos lácteos apresentaram receita de US$ 138 milhões no ano passado, sendo que o leite em pó respondeu por 87% dessas exportações. Neste ano, os dados consolidados até final de julho mostram que a receita do segmento totalizou US$ 85,5 milhões, que representam 62% do alcançado em todo o ano anterior. Esse crescimento se deve, especialmente, ao aumento das exportações
do leite em pó para a Venezuela. “Minas é a principal bacia leiteira do país e apresenta um potencial expressivo para suprir a demanda do mercado externo”, diz o secretário João Cruz. “Atualmente, o estado responde por 60% das exportações brasileiras de produtos lácteos. A possibilidade de negócios com novos mercados, a exemplo da Rússia, que sinalizou a aquisição do produto brasileiro, permite ao setor vislumbrar a ampliação nas exportações para este produto, que é uma tradição mineira.”
Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
25
Importação
exportação
EUA RECEBERÁ EMBRIÕES Mangalarga marchador abre as portas para o mercado exterior Maria Helena Dias Numa negociação privada, o Brasil se prepara para enviar aos Estados Unidos o primeiro lote piloto de embriões congelados da raça de cavalos mangalarga marchachor. Vencendo a burocracia, o americano Rick Shatz, que é presidente da Marchador Association of America (USMMA), conseguiu o que faltava: a documentação de liberação para a entrada dos embriões em seu país. O trabalho será feito pelo Centro Reprodutivo Equestre Criohorse, localizado na cidade de São José do Goiabal (MG), a 180 km de Belo Horizonte. Shatz, que deu início ao processo de compra dos embriões há cerca de um ano, esteve presente na 34ª Exposição Nacional do Mangalarga Marchador, no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte. O Criohorse, que no ano passado foi habilitado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a exportação dos embriões de equinos aos Estados Unidos e União Europeia, aguarda agora a estação de monta, que começou em setembro e vai até março, para início dos trabalhos. “A expectativa é que possamos enviar os 50 primeiros embriões para fora do país entre março e julho do ano que vem, ou até antes disso”, informou o veterinário do Criohorse, Renan Reis de Oliveira. Primeiro centro de reprodução equestre credenciado pelo Mapa em Minas Gerais, o Criohorse, que ocupa uma área 26
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
Sérgio Amzalak
| Rick Shatz conseguiu a liberação para a entrada dos primeiros embriões brasileiros nos EUA
de 520 hectares, já está preparado para dar início à exportação de sêmen e embriões congelados. De acordo com Renan Oliveira, esse é o começo para que possa ser ampliada a presença do mangalarga marchador no exterior, já que são muitas as restrições sanitárias para a exportação de animais vivos. Ele fez questão de ressaltar que esse lote piloto de embriões congelados só será enviado aos Estados Unidos graças ao próprio comprador, no caso Rick Shatz, que conseguiu
Sérgio Amzalak
essa liberação. “É um documento específico. Não é uma liberação pelo governo norteamericano para todas as transações. Mas não deixa de ser uma conquista”.
Projeto Comprador Renan Oliveira considera poucos os avanços em relação ao tema. Ele conta que a compra desses embriões a serem exportados foi feita no ano passado, logo que o centro reprodutivo conseguiu a homologação junto ao governo, mas que faltava a legislação, o que impediu a conclusão do negócio naquela época. Com intermediação da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), há mais de um ano, Rick Schatz, o criador do Haras Três Corações, Ronaldo Tavares; e o proprietário do Criohorse, Márcio Moraes, assinaram um contrato para a exportação de embriões congelados de cavalos. Foi por meio do Projeto Comprador do Brazilian Saddle Horse, parceria entre ABCCMM e a Apex-Brasil, que Rick Shatz, acompanhado de outros criadores estrangeiros, visitou o Criohorse, em julho de 2014. O Brazilian Saddle Horse foi criado para promover o ‘Cavalo de Sela Brasileiro no Exterior’, tendo como objetivo consolidar a imagem do Brasil como o país de origem do melhor cavalo de sela do mundo. O projeto busca estabelecer parcerias nos mercados, articulando a geração de novos negócios, agregando valor aos cavalos brasileiros por meio da tecnologia avançada na produção de material genético, intercâmbio de conhecimento e produtos
| Proprietário do Haras Três Corações, Ronaldo Tavares prefere apostar em negócios no Brasil
complementares. Seu foco principal são os mercados europeu e americano.
Grande aposta no mercado interno O proprietário do Haras Três Corações (Ponte Nova), Ronaldo Tavares, reconhece o crescente interesse pela raça fora do país, mas acredita que este não é o momento de se investir na busca de clientes para a comercialização de embriões de cavalos no exterior. “Esse mercado externo ainda está em desenvolvimento. Há muita demanda no Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
27
Importação
exportação Sérgio Amzalak
mercado interno”. Ronaldo Tavares, que tem 300 animais distribuídos em 300 hectares e é criador de mangalarga marchador há 27 anos, reclama da burocracia e dificuldades para a exportação, tanto de embriões quanto de animais vivos, devido às barreiras sanitárias e os altos custos. Sobre as barreiras sanitárias, há de se ressaltar os cuidados com o contágio por mormo e carrapato. “Não tenho a intenção de entrar agora com embriões no exterior. Há muito mais liquidez no mercado interno. No entanto, estamos abertos a negociações, já que é um mercado que promete, mas não estou viajando ou investindo na busca por clientes”, conta.
| O envio de embriões para fora do país contribui para melhorar a qualidade da tropa no exterior
Não tenho a intenção de entrar agora com embriões no exterior. Há muito mais liquidez no mercado interno Ronaldo Tavares – Proprietário do Haras Três Corações Ele ressalta a parceria do Haras Três Corações com um casal norte-americano que comprou 50% dos direitos da potra Cachaça. “Eles visitaram o haras, há um ano, e gostaram da potra. Tornaram-se sócios, mas o animal continua no meu haras”. Os embriões da potra serão divididos entre os sócios, podendo a metade deles ser congelada e levada para os Estados Unidos. No Haras Três Corações são produzidos 60 embriões por ano. Desses, apenas 20% 28
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
| Os trabalhos no laboratório só terão início após a estação de monta, que termina em março
são comercializados. “Nossos negócios estão mais concentrados em leilões, que realizamos uma vez por ano e vendas diretas”, revela. A falta de cultura em outros países sobre o valor da raça é um dos dificultadores apontados por Ronaldo Tavares para a ampliação de uma tropa de qualidade no exterior. “É uma cultura nova. Nem nos Estados Unidos e na Europa existem concursos de campeões de marcha, como os que fazemos aqui. Eles prezam o cavalo pela comodidade, como um bom animal de passeio. Falta valor agregado”, diz. Ronaldo Tavares ressalta a importância do trabalho feito pela ABCCMM no fomento a novos negócios com estrangeiros, mas acredita que é preciso difundir mais a cultura da raça no exterior.
Raça puramente brasileira A presidente Dilma Rousseff declarou o mangalarga marchador como a raça nacional de cavalos do Brasil. Com origem em Minas Gerais, os predecessores do mangalarga marchador foram introduzidos no país pelos portugueses nos primeiros anos do século 19. Os garanhões eram dados aos integrantes da corte real e da nobreza. A partir do cruzamento com éguas comuns, novos animais foram sendo criados e adaptados às condições brasileiras. A raça tem como função principal a marcha distinta, andamento que transporta o cavaleiro de maneira cômoda, sem os impactos do trote. Durante a marcha, o animal descreve no ar um semicírculo com os membros anteriores e usa os posteriores como uma alavanca para ter impulso.
A ABCCMM conta com 10.400 associados distribuídos por todas as regiões. Com sede em Belo Horizonte, a associação foi criada em 1949 e ostenta o título de maior entidade de criadores de equinos da mesma raça da América Latina, com 480 mil animais registrados. No exterior, existem núcleos oficiais do mangalarga marchador nos Estados Unidos, Alemanha, Itália e Argentina.
Características do mangalarga marchador Temperamento ativo e dócil, o que permite que seja montado por pessoas de qualquer faixa etária e nível de equitação; Leve, mas não deixa de ser forte e musculoso; Resistente, com grande capacidade para percorrer longas distâncias e enfrentar desafios naturais; Inteligente, o que torna seu adestramento fácil e rápido em relação a outras raças de sela; Rusticidade, que confere a opção de ser criado somente em regime de pasto, diminuindo seu custo de produção e manutenção, facilitando seu manejo; Facilidade de adaptação a quaisquer terrenos e climas como o tropical, temperado ou frio.
Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
29
Agricultura familiar R$ 2,8 bilhões em crédito rural MG está entre os três estados que mais acessaram os recursos na safra 2014-2015 A agricultura familiar movimentou cerca R$ 2,8 bilhões em crédito rural na safra 2014-2015, um crescimento de 9% em relação ao período de 2013-2014. O montante atendeu a cerca de 209 mil famílias de agricultores e agricultoras, colocando Minas Gerais entre os três estados que lideram o acesso aos recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). De julho de 2014 até junho deste ano, o programa girou cerca de R$ 23,9 bilhões no país. O Pronaf busca estimular a geração de renda e melhoria na produção, por meio do financiamento de atividades e serviços rurais. Do total de cerca de R$ 2,8 bilhões, R$ 1,6 bilhão foi para investimentos (obras de infraestrutura, compra de equipamentos, entre outros) e cerca de R$ 1,2 bilhão para custeio, como, por exemplo, aquisição de sementes. Na região Sudeste, Minas Gerais responde por quase 60% do volume de crédito rural e por mais de 70% do número
de famílias beneficiadas. Os dados são do Banco Central (BC) e referem-se aos contratos firmados entre 1º de julho de 2014 a 31 de junho deste ano. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a projeção para a safra 2015/2016 em Minas Gerais é de que o Pronaf alcance R$ 4,4 bilhões em 215 mil contratos. O secretário de Estado de Desenvolvimento Agrário, Glenio Martins, destaca que o Pronaf é um instrumento muito importante para a expansão das atividades agrícolas no campo, oferecendo condições de prazo, juros e carência bem mais vantajosas em relação ao mercado. Eles ressalta que a secretaria está credenciada pelo MDA para emissão da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), nos grupos A e A/C, destinados somente aos assentados da reforma agrária e beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF). A Emater-MG também é responsável
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Safra 2014/2015
Estado
Valor do crédito
Nº de contratos
Rio Grande do Sul
R$ 5,6 Bilhões
Rio Grande do Sul
269.615
Paraná
R$ 3,5 bilhões
Bahia
247.003
Minas Gerais
R$ 2,8 bilhões
Minas Gerais
209.433
Fonte: Banco Central
30
Estado
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
Divulgação Seda
pela elaboração dos projetos de crédito rural do estado e atende, além dos grupos A e A/C, aos produtores enquadrados em outros segmentos do programa. A empresa também oferece assistência técnica aos agricultores para que eles apliquem de maneira correta os recursos e obtenham resultados positivos. “Sem a DAP não há como o trabalhador ou trabalhadora rural acessar o crédito do Pronaf. Portanto, o trabalho do Governo de Minas Gerais, em parceria com os movimentos sindicais, vem garantindo o fortalecimento da agricultura familiar no estado”, completou o secretário. | Agricultores familiares em Capim Branco
Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
31
Capa
ESPECIAIS E Cresce a participação de cafés de qualidade no mercado mundial Maria Helena Dias A procura por cafés especiais vem ocupando um espaço cada vez maior entre os consumidores, por essa bebida oferecer mais aroma e sabor. Esse mercado vem crescendo, ano a ano, em todo o mundo, com abertura de novas cafeterias, principalmente, na Europa e Estados Unidos, apresentando tendência a aumentar ainda mais na próxima década. Acompanhando a demanda de um consumidor mais exigente, os produtores investem para garantir mais valor agregado ao produto, uma vez que os cafés tradicionais, comercializados como commodity, continuam em queda. A produção de cafés especiais no Brasil cresce entre 10% a 15% a cada ano. Em 2015, das cerca de 50 milhões de sacas – o estado de Minas Gerais responde por 50% desse volume -, 8% serão de cafés especiais, ou seja, 4 milhões de sacas. De acordo com a Brazil Specialty Coffee Association (BSCA) - que não possui estimativas da produção
32
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
regional de cafés especiais -, da produção atual, cerca de 3 milhões de sacas serão exportadas para os Estados Unidos, Japão e Europa. O restante, 1 milhão de sacas, será para consumo no país. O valor de venda atual para alguns cafés diferenciados tem um sobrepreço que varia entre 30% e 40% a mais em relação ao café cultivado de modo convencional. Em alguns casos, pode ultrapassar a barreira dos 100%. Para diferenciação dos cafés especiais, deve-se ter como base atributos físicos e sensoriais, como a qualidade da bebida, que precisa ser superior ao padrão. De acordo com a BSCA, deve haver atualmente cerca de 100 produtores de cafés investindo em grãos de melhor qualidade. A diretora executiva da associação, Vanúsia Nogueira, acredita que “os médios produtores, juntamente com os pequenos, estão liderando este movimento de reforço do nicho no país”. Pelas estimativas, os pequenos produtores – de 50 a 1 mil sacas/ano – estão localizados nas regiões sul e da mata mineira; Piatã, na
cafe DESEJADOS Leonardo Rodrigues
Os valores de negócios fechados e a concretizar demonstram que os europeus sempre primaram pela qualidade da bebida e sabem que o Brasil, a nação do café, possui o que desejam para suprir essa busca pela excelência
Vanúsia Nogueira - Diretora executiva da Brazil Specialty Coffee Association (BSCA) Bahia; e nas montanhas do Espírito Santo. Os médios produtores - de 3 mil a 50 mil sacas/ ano – onde estão os maiores produtores de cafés especiais – estão na região de Mogiana, no interior de São Paulo; e no Cerrado de Minas Gerais. Já os grandes - 80 mil a 100 mil sacas/ano – estão localizados em Minas Gerais e investem até 60% da produção para garantir cafés de maior qualidade.
| A BSCA, que tem Vanúsia Nogueira como diretora, busca posicionar o Brasil como fornecedor de cafés de alta qualidade
Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
33
Sérgio Amzalak
Capa Na Europa O segmento de cafés especiais representa, hoje, cerca de 12% do mercado internacional da bebida. Prova do crescimento desse mercado foram os negócios recentes realizados lá fora. Sob a bandeira do novo posicionamento de branding “Brazil. The Coffee Nation”, a BSCA e a Apex-Brasil conduziram as ações da delegação brasileira na SCAE World of Coffee 2015, na Suécia, considerada a principal feira do setor na Europa. No evento, o setor de cafés especiais brasileiro realizou, aproximadamente, US$ 10,7 milhões em negócios e há a expectativa de que outros US$ 31,5 milhões sejam concretizados por meio dos contatos realizados.
Novas operações Em busca de um café de melhor qualidade e com maior rentabilidade, a holding Montesanto – 10 empresas e faturamento previsto de R$ 1,6 bilhão em 2015, crescimento de 40% em relação ao ano passado – decidiu consorciar a produção de cafés com o mogno africano. Para isso, o empresário e empreendedor Ricardo Tavares, que sempre investiu em café, atuando na produção, exportação, importação, transporte e armazenagem, criou a marca Mahogany Coffee, que identifica esse plantio diferenciado. “Produzimos um café arábica especial, sombreado pelo mogno africano, o que atenua as variações de temperatura sofridas pelo café em seu processo de maturação. 34
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
| Cafés diferenciados têm sobrepreço de 30% a 40% a mais em relação aos cafés convencionais
Isso resulta em um café mais adocicado e homogêneo em sua qualidade, e com ótimo sabor”, afirmou o presidente da holding, Ricardo Tavares. O grupo conta com o plantio de 3.200 ha de café, distribuídos entre as cidades mineiras de Pirapora, Angelândia, Ninheira (MG) e Luis Eduardo Magalhaes (BA). “Temos
Em outubro já estaremos operando na Suíça com a importação de cafés especiais, considerados aqueles acima de 80 pontos na tabela de classificação Ricardo Tavares - Presidente da holding Montesanto
Sérgio Amzalak
uma colheita prevista de 40 sacas de média anual por ha, totalizando 128 mil sacas/ ano. Desse volume, 3.500 sacas são de cafés sombreado com mogno, sendo que, desse total, 80% são destinados à exportação para Estados Unidos, Europa e Ásia”, revelou. Para Ricardo Tavares, os cafés especiais têm ganhado força, uma vez que o consumidor tem procurado mais por cafés diferenciados, sendo esses “o mercado que mais cresce no mundo”. A Atlântica Coffee é a maior empresa do grupo, com sede em Belo Horizonte, e com exportação e comercialização previstas de 1,5 milhões de sacas em 2015. Além das empresas da holding focadas em cafés especiais – Cafebrás (Patrocínio - MG) e Ally Brazilian Coffee Merchants (Miami - EUA), sendo que essa começará a operar a partir de outubro também na Suíça - o empresário deu início, em junho, a uma nova operação voltada para cafés comerciais: a InterBrasil Coffee. A empresa, com sede em Manhuaçu (MG), é focada nos cafés produzidos na Zona da Mata mineira e com exportação voltada para os mercados dos Estados Unidos, Europa e Oriente Médio.
23,3
milhões
de sacas será a safra de café de MG em 2015
| A colheita no prazo certo, a secagem, a umidade final e o armazenamento podem decidir a qualidade do café
O que é um café especial? Cafés Especiais são aqueles obtidos com grãos de qualidade superior, sem a presença de defeitos capitais, como o preto, o verde, o ardido e o preto-verde, com uma bebida limpa, sem qualquer fermentação indesejável, com bom aroma e sabor, deixando um retro gosto agradável na boca por um longo período. Para reconhecermos a qualidade de um café devemos bebê-lo puro, sem qualquer aditivo como açúcar, adoçante, creme, leite e outros ingredientes. “Para produzir um café especial, o cafeicultor precisa estar atento a muitos cuidados, desde a colheita, o preparo, o armazenamento, o beneficiamento e o transporte”, explica o engenheiro agrônomo e consultor científico da Illycaffè no Brasil, Aldir Alves Teixeira. Segundo ele, por outro Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
35
Capa Arquivo pessoal
| “O desconhecimento, ou mesmo a falta de cuidado, faz com que o cafeicultor ‘tropece’ em algumas das etapas fundamentais de preparo”, diz Aldir Teixeira
lado, as empresas de torrefação precisam preservar a qualidade, torrando e embalando adequadamente o produto até que ele chegue à xícara do consumidor. Aldir Teixeira explica que no preparo de um café Espresso – forma de preparo com extração mais rápida, alta pressão e temperatura – as características de sabor e
8%
é a produção de cafés especiais em relação à safra nacional 36
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
aroma da bebida são ressaltadas, oferecendo, ao mesmo tempo, menos cafeína. “Assim, se os grãos forem de boa qualidade, o espresso é excelente. Caso contrário, ele fica horrível.” Apesar dos cuidados exigidos do cafeicultor, esse segmento do mercado é extremamente recompensado, porque recebe remuneração em patamares superiores aos praticados para os cafés comuns. “O desconhecimento, ou mesmo a falta de cuidado, faz com que o cafeicultor ‘tropece’ em algumas das etapas fundamentais de preparo: na colheita, muitas vezes iniciada antes do prazo ideal; na secagem, um dos pontos mais críticos do processo de preparo, na umidade final e no armazenamento mal feito. Esses aspectos podem significar a diferença entre um café especial e um café commodity, com muitos defeitos, manchados, desmerecidos, sabores indesejáveis e preços inferiores”, ressaltou.
Principais categorias de cafés especiais Café de origem certificada - Relacionado às regiões de origem dos plantios; Café gourmet - Grãos de café arábica com peneira maior que 16 e de alta qualidade. É produto diferenciado, quase isento de defeitos; Café orgânico – Cultivado com fertilizantes orgânicos e o controle de pragas e doenças deve ser feito biologicamente; Café fair trade - É consumido em países desenvolvidos por consumidores preocupados com as condições socioambientais sob as quais o café é cultivado. Nesse caso, o consumidor paga mais pelo café produzido por pequenos agricultores ou sistemas de produção sombreados, onde a cultura é associada à floresta. É muito empregado na produção de cafés especiais, pois favorece a manutenção de espécies vegetais e animais nativos.
Qualidade e Tradição!
Desde 1980
Alimentos selecionados
Todos os dias temos dois produtos em promoção!
Moranga Japonesa (cabotiá) - Melância - Melão - Manga - Abacaxi Abacate - Laranjas - Mexerica - Cebola
Aceitamos Encomendas Pav. H, Box 17 e 18, Ceasa - Contagem/MG 3394-3777 Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO 37
Capa Montesanto colhe safra de ‘café com mogno’ Plantio consorciado é garantia de mais rentabilidade Sérgio Amzalak
“O agronegócio no Brasil vive um momento privilegiado”. A afirmação é de Ricardo Tavares, presidente da holding Montesanto, fundada há 15 anos. Todos os empreendimentos do grupo têm a dedicada atenção do empresário, mas, ultimamente, o que ele tem gostado de falar mesmo é sobre o plantio de café consorciado com mogno africano. O objetivo é disseminar no Brasil a cultura do ‘café com mogno’, que, segundo ele, garante excelente rentabilidade. A segunda safra de café arábica sombreado pelo mogno está sendo colhida. O momento econômico pelo qual passa o país é motivo de preocupação para a holding? Apesar de estarmos instalados no Brasil, nosso foco é a exportação. Então, não temos sentido este momento ruim da economia brasileira com a mesma intensidade que as empresas que operam apenas no Brasil. Por que investir em café consorciado com mogno? Em busca de um café de melhor qualidade, pude observar em minhas viagens pela América do Sul e América Central, que os 38
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
| Ricardo Tavares, presidente da holding Montesanto
MAIS DO QUE APRECIADORES, NOSSO CAFÉ ATRAI BONS NEGÓCIOS. Todo mundo sabe que o café é uma tradição em Minas Gerais. Talvez o que pouca gente saiba é que o nosso Estado é o maior produtor e exportador de café do Brasil. Entre janeiro e agosto deste ano, foram exportadas 12,5 milhões de sacas, gerando uma receita de US$ 2,4 bilhões, o que representa 48,4% do valor das exportações do agronegócio mineiro. Já são 1.600 propriedades certificadas no Estado e o café mineiro está presente em mais de 70 países. E, se depender do Governo de Minas Gerais, o setor vai crescer ainda mais. Juntos e para todos. Assim vamos construindo o futuro de Minas Gerais.
Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
39
Capa
melhores cafés produzidos estavam em pés plantados à sombra de árvores nativas. Como os principais negócios de nosso grupo são ligados ao café e ao plantio de mogno, tive a ideia de consorciar os dois, obtendo, assim, um ótimo resultado em termos de qualidade do grão. Já foram colhidas safras de café consorciado? Já estamos na segunda safra de um café que foi uma agradável surpresa desde a primeira colheita. Obtivemos um café adocicado, de pontuação acima de 80 pontos e que foi inclusive premiado. A primeira colheita foram de 1.500 sacas, em 2014. Este ano, esse número será bem maior. Qual a área plantada de mogno e quando será colhido? Temos mogno plantado em todas as nossas fazendas. Alguns plantios são consorciados com café, mas a maior quantidade de hectares plantados é a floresta de mogno somente. Temos hoje aproximadamente 1.000 hectares plantados e ainda não paramos de plantar. A colheita começará daqui a aproximadamente 7 anos. Já há demanda para o mogno? A demanda para o mogno africano sempre existiu no mercado internacional e atualmente o abastecimento do mercado é feito principalmente pela África e Austrália. Além de já termos este mercado consolidado no exterior, por meio da Associação brasileira dos Produtores de Mogno Africano khaya ivorensis (ABPMA), da qual sou presidente, estamos divulgando nacionalmente os plantios de mogno existentes no Brasil e a 40
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
“Todos os produtores só têm a ganhar plantando o café consorciado com o mogno” beleza desta madeira. Dentro de 5 a 7 anos, nossos associados já estarão colocando esta madeira no mercado. O investimento para a produção de café com mogno é alto? O investimento não é alto, principalmente se levarmos em consideração o retorno financeiro que será obtido. Primeiramente com a qualidade do café sombreado e depois com a madeira a ser colhida. Existe o preparo do solo para o plantio de mogno, cujo valor varia de R$ 4,00 a R$ 5,00 por uma muda de qualidade, mais o investimento normal que se faz para plantar o café. O plantio que temos usado são três fileiras de café e uma de mogno (15 por 5), igual a 133 árvores por ha. Qual a orientação para o produtor que queira seguir esse caminho? Todos os produtores só têm a ganhar plantando o café consorciado com mogno. O café custeia o plantio do mogno, sendo que o mesmo trato que se dá ao café serve também para o mogno, e o mogno valoriza a terra onde foi plantado. O produtor tem que se informar mais, sair de sua zona de conforto e buscar melhor renda agregando valor ao seu café. Todas as fazendas do Grupo Montesanto Tavares estão abertas à visitação, principalmente a Atlântica Agro, em Pirapora, onde temos mognos de várias idades, viveiro e campo experimental.
SISTEMA FAEMG QUALIFICA O CAMPO E A VIDA
Ser uma potência do agronegócio é resultado de muito trabalho. É preciso estudo, tecnologia, modernas técnicas de plantio e criação, além de métodos de preservação ambiental. O SENAR MINAS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) oferece tudo isso para 200 mil pessoas por ano, através de cursos gratuitos de formação profissional rural e promoção social. Com tecnologia e qualificação, tudo melhora: a produção, a
A UNIÃO E A FORÇA DO CAMPO
renda das famílias e a qualidade dos alimentos que chegam até a sua mesa. sistemafaemg.org.br
Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
41
Cooperativismo Geraldo Magela da Silva geraldomsilva@ig.com.br
Cooperativismo comemora Dia Internacional Para a Aliança Cooperativa Internacional (ACI), o movimento cooperativista apresenta uma combinação única entre alcance global e conduta empresarial baseada em pessoas. Podemos desempenhar um importante papel na redução da pobreza. As cooperativas auxiliam na redução da desigualdade ao empoderar as pessoas e ao oferecer a elas uma forma digna e sustentável de ganhar a vida. Por isso, no dia 4 de julho, comemorou-se o 93º Dia Internacional do Cooperativismo, com o slogan: Escolha cooperativismo. Escolha equidade. A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), que comemora 45 anos de atuação em 2015, vem ampliando a voz do cooperativismo brasileiro e fazendo com que sejam concretizados os pleitos fundamentais para o crescimento sustentável do setor. No campo legislativo neste ano, o Congresso pixabay.com
42
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
Nacional recebeu 39 projetos de lei prioritários para o movimento, que integram a Agenda Institucional do Cooperativismo. Segundo o presidente Márcio Lopes de Freitas, o Sistema OCB, que atua há mais de quatro décadas representando cerca de 11,5 milhões de cooperados, precisa fazer com que o poder público compreenda melhor o funcionamento das cooperativas, consolidando ações efetivas para fortalecer o movimento. Em nossas Minas Gerais, o Sistema Ocemg, sob a liderança de Ronaldo Scucato, celebrou o Dia Internacional do Cooperativismo em alto estilo com uma solenidade singular, realizada na noite do dia 16 de julho, no Teatro Bradesco, no Minas Tênis Clube de Belo Horizonte. O evento reuniu cerca de 600 cooperativistas. Na ocasião, foram homenageadas as cooperativas
mineiras cinquentenárias de 2015 e entregue a Medalha Paulo de Souza Lima, considerada a maior comenda do segmento em Minas. Dentre as presenças ilustres, além de Ronaldo Scucato, destacamos o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João Cruz Reis Filho; o deputado federal Domingos Sávio; o vicepresidente da OCB, Esthério Colnago; o deputado estadual Antônio Carlos Arantes presidente da Frencoop Estadual; o secretário municipal adjunto de Desenvolvimento Econômico de Belo Horizonte, Júlio Onofre Mendes de Oliveira; o vereador Wendel Mesquita - presidente da Frencoop-BH; o presidente da Faemg, Roberto Simões, e o vice-presidente do Sistema Ocemg, Luiz Gonzaga Viana Lage. Atualmente, são cerca de 780 cooperativas em Minas Gerais, 1,4 milhão de cooperados e em torno de 40 mil pessoas trabalhando nas cooperativas. De acordo com o último levantamento realizado, 8,2% do PIB do estado é fruto do cooperativismo. As cooperativas cinquentenárias do ano, que receberam uma placa comemorativa
foram as seguintes: Cooperativa dos Produtores Rurais do Prata Ltda (Cooprata); Cooperativa Agropecuária de Pompéu Ltda (Coopel); Cooperativa Agropecuária de Conselheiro Lafaiete Ltda (Cooperlaf); Cooperativa Agropecuária da Grande Belo Horizonte (Coopag BH); Cooperativa Agropecuária Carmo do Paranaíba (Carpec); Cooperativa dos Produtores Rurais de Virginópolis Ltda (Cooprovi) e Cooperativa Agropecuária do Vale do Santo Antônio (Capsal). A Medalha do Mérito Cooperativista “Paulo de Souza Lima” foi entregue ao ex-presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop-MG) e deputado federal Domingos Sávio, que tem no seu vasto e qualitativo currículo o registro de sua atuação como produtor rural, cooperado, expresidente da cooperativa de Divinópolis e ainda de ex-conselheiro do Sistema Ocemg. Ao participar de solenidade tão importante pude também sentir como o slogan da ACI realmente foi muito oportuno, pois escolher cooperativismo é escolher equidade.
Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
43
44
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
45
Atualidades O cavalo como terapeuta Equoterapia é usada para tratamento a portadores de necessidades especiais Divulgação
Lídia Salazar Ainda desconhecida por muitos, a equoterapia ganhou evidência este ano no mês de julho em função da aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça e de 46
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, em caráter conclusivo, da proposta do Senado que regulamenta a prática como método de reabilitação da pessoa portadora de necessidades especiais. O tema ganhou ainda mais ênfase em Belo Horizonte, que sediou,
Divulgação
“O cavalo não pode se assustar com bolas, brinquedos, gritos ou barulhos diversos” Tarsila Guerra Mafra - Psicóloga durante a 34ª Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador, no Parque da Gameleira, o 1º Congresso Mineiro de Equoterapia. A equoterapia é um sistema terapêutico e educacional de reabilitação que utiliza o cavalo em abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação. Pelo texto aprovado pela CCJ, a prática deverá ser orientada por equipe multiprofissional, constituída por médico, médicoveterinário e uma equipe mínima de atendimento, composta por psicólogo, fisioterapeuta e um profissional de equitação. De acordo com especialistas, tanto o mangalarga marchador quanto o campolina, ou cavalo de qualquer outra raça, pode ser usado nesse tipo de trabalho. O que importa mesmo são algumas características básicas. O cavalo utilizado para a terapia deve ser dócil, calmo, gostar da proximidade do ser humano, ter facilidade de aprendizagem e concentração nas atividades realizadas.
| Pelo texto do Senado, a equoterapia ficará condicionada a parecer favorável em avaliação médica, psicológica e fisioterápica
| Os cavalos utilizados no tratamento terapêutico têm de ser calmos e tranquilos Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
47
Atualidades Cuidados especiais Na Hípica Corumi, localizada no bairro Estoril, em Belo Horizonte, o tratamento por paciente é feito uma vez por semana, com uma hora de duração, incluindo atividades de solo e montaria. Por se tratar de uma abordagem com caráter vivencial, lúdico e interdisciplinar dirigida a pessoas com síndromes genéticas, transtornos invasivos de desenvolvimento, sobrepeso; transtornos de ansiedade, aprendizagem, comportamento e humor, incluindo pessoas neurotípicas com questões existenciais de âmbito familiar, escolar e laboral, os animais que participam das sessões precisam de cuidados especiais. Sérgio Amzalak
| Mestre em Ecologia, Laiena Dib é habilitada em Equoterapia pela Associação Nacional de Equoterapia
48
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
De acordo com Laiena Dib, mestre em Ecologia e habilitada em Equoterapia pela Associação Nacional de Equoterapia, o cavalo deve possuir determinadas competências comportamentais e técnicas que o habilitem para o desempenho prazeroso da função. “O animal ideal demonstra afinidade pelo contato com outros seres vivos e procura ativamente se aproximar das pessoas. Deve ser curioso e gostar de aprender”. O cavalo educador, ou terapeuta, como pode ser dito, apresenta um nível intermediário de atividade, que fica entre o extremo fleumático, que é característica dos animais de tração, de clima frio, e o extremo sanguíneo, que é característica dos animais de velocidade, de clima quente. “Esse equilíbrio o torna suficientemente ativo para aderir ao que lhe é proposto, e suficientemente contido diante de situações desencadeadoras do reflexo de fuga e outros. Dadas as bases fisiológicas e hormonais do comportamento, evitam-se os cavalos inteiros, os garanhões, dando-se preferência às fêmeas e aos machos castrados”.
Peso, altura, morfologia externa, com destaque para aprumos, proporções e angulações, idade e estado de saúde se encontram entre as principais variáveis que se devem levar em conta quando da seleção do animal Laiena Dib - Equoterapeuta
Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
49
Atualidades
Campolina No Centro de Equoterapia Superar, localizado na região da Pampulha, dois cavalos da raça campolina atendem a uma demanda de 30 pacientes. Segundo Tarsila Guerra Mafra, psicóloga que atende no local, os cavalos precisam mostrar um comportamento tranquilo, para melhor aceitação dos pais ao método terapêutico. “Eles ficam receosos que seus filhos machuquem, tentam protegê-los Divulgação
| O especialista em equideocultura, Paulo Roberto Ribeiro, diz que os animais são expostos a diversas situações durante o treinamento
e só ganham confiança no animal quando veem a docilidade dele durante as sessões”, explica. O instrutor de equitação e especialista em equideocultura do Centro Superar, Paulo Roberto Ribeiro, diz que “os animais são muito bem preparados e o campolina, além de ter um bom temperamento, passa por um processo de doma específico, onde ele é dessensibilizado, perdendo, assim, bastante de suas cócegas. O animal é apresentado a todas as ferramentas e equipamentos de trabalho e exposto a diversas para que não apresente nenhuma reação inapropriada, como fuga, susto, escoiceamento, entre outros”. Como um membro da equipe, o equoterapeuta por excelência deve estar familiarizado ao espaço físico, aos trajetos, aos equipamentos, objetos variados utilizados no contexto de cada sessão, abordagens de aproximação, ato de montar, alterações posturais, ato de descer e às pessoas envolvidas no tratamento. “Os cuidados perpassam diversas fases. Eles iniciam-se na seleção do animal, têm sequência na doma e no treinamento, até a sua aposentadoria”, completa Laiena Dib.
Segurança a ser observada na prática da equoterapia: O comportamento e atitudes habituais do cavalo e às circunstâncias que podem vir a modificá-los, como uma bola arremessada ou um tecido esvoaçando próximo ao animal; O equipamento de montaria, como correias, presilhas, estribos, selas e manta;
50
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
A vestimenta do cavaleiro, principalmente nos itens que podem trazer desconforto ou riscos de outras naturezas; O local das sessões onde possam ocorrer ruídos anormais que venham assustar os animais. Fonte: www.equoterapia.org.br
*
* promoção válida para os produtos deste anúncio
Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
51
Produto da vez POUCA OFERTA E PREÇOS NAS ALTURAS Os bons lucros dos produtores de quiabo Lídia Salazar Na contramão da época de colheita, o inverno é a melhor estação para o produtor comercializar o quiabo, fruto que compõe pratos típicos da culinária mineira – refogado com frango ou carne –, mas também muito apreciado na Bahia e no Pará, feito com camarão, o chamado caruru. Nos meses do inverno, a procura aumenta e a oferta diminui, o que faz com que os preços sejam bem mais elevados do que no verão. Por crescer bem em temperaturas acima de 20°C, poucos produtores conseguem atender à demanda de consumo na época de frio. No mês de agosto, muitos produtores deram início à plantação do quiabo. No inverno, o preço de comercialização é em média de R$ 50 a caixa de 14 kg, mas há quem garante que já pagou R$ 80. A bandeja de 350 g a 400 g é vendida a R$ 2,50, nos
meses de maio, junho e julho. Por outro lado, quando o clima está mais quente, em janeiro, por exemplo, a produção de quiabo aumenta e os preços despencam. A caixa chega a custar entre R$ 10 e R$ 5, e a bandeja de 400 g, R$ 0,80.
Produtores Os produtores Maurite Pereira e seu filho Breule Nalon Pereira têm plantação de quiabo em Alpercata, município que fica a 330 km de Belo Horizonte. De acordo com Maurite Pereira, os meses mais fracos de vendas vão de dezembro a abril. Em compensação, quando chega o inverno, ele conta que a procura aumenta cerca de 50%. Para o produtor, apesar de o clima prejudicar o crescimento do quiabo, ele ainda considera que o grande desafio de trabalhar com o
Sérgio Amzalak
É trabalhoso, exige muita mão de obra e demora de 75 a 90 dias para finalizar toda a produção Maurite Pereira - Produtor em Alpercata 52
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
Sérgio Amzalak
Chega a ser um absurdo: o preço da caixa varia de R$ 35 a R$ 80, em apenas três dias de diferença Ricardo Rodrigues - proprietário do restaurante Maria das Tranças | Ricardo Rodrigues consome, no Maria das Tranças, 1,5 tonelada de quiabo/mês
fruto é a colheita. “É trabalhoso, exige muita mão de obra e demora de 75 a 90 dias para finalizar toda a produção”. Ricardo Rodrigues, proprietário do restaurante Maria das Tranças, é um dos maiores compradores de quiabo no CeasaMinas Contagem, e quem fornece a ele é Maurite Pereira. O consumo mensal nas duas unidades do restaurante - São Francisco e Savassi – é, em média, de 1,5 tonelada. “O restaurante compra quiabo há 65 anos, pois é o nosso prato principal. Mas há 30 anos compro quiabo da mesma família, que está na terceira geração de agricultores. As caixas chegam ao restaurante, normalmente, duas vezes por semana, na segunda e na quintafeira”. O empresário confirma que há muita variação de preço por causa do clima. “Chega a ser um absurdo: o preço da caixa varia de R$ 35 a R$ 80, em apenas três dias de diferença”, revela Ricardo Rodrigues. Outro fato curioso é sobre o consumo do produto: “No Maria das Tranças, quando nasce o dia, olhamos para o céu. Se o tempo estiver escuro, mais
friozinho, e principalmente indicando chuva, podemos nos preparar, pois o restaurante vai lotar. Nesse caso, sempre tem fila de espera na porta. O mineiro tem mesmo o hábito de comer o quiabo quando a temperatura está mais baixa”, conta ele. A estimativa feita na CeasaMinas durante o inverno apontou um aumento de 33% no preço do quiabo. Além disso, é ideal que o consumidor pesquise muito nessa época do ano, porque a variação de preços entre um estabelecimento e outro é grande. Frederico Ozanan de Paula sofre muito com o clima frio. Sua produção de quiabo em Barbacena é interrompida entre maio e agosto. Ele volta a plantar somente em setembro, quando a colheita resulta, em média, a 500 kg por mês. Já a situação de José Oliveira Alcântara Neto é diferente. Sua plantação é mais tranquila pelo clima do município onde está localizado, São João do Oriente, que é a região com o melhor desempenho na produção de quiabo em Minas. Sua média de colheita é de 800 a mil caixas por semana. “Cada caixa nossa tem 12 kg. No verão, ela custa R$ 20 e, no inverno, chega a R$ 50, quando faturamos mais”, afirma. Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
53
Produto da vez Divulgação
Compostagem Por causa de regiões assim de boa produção é que o engenheiro agrônomo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Gastão Goulart, explica que, mesmo com a baixa da produção no inverno, os produtores conseguem atender à demanda do estado. “Minas Gerais tem muitos municípios que não sofrem com temperaturas baixas e, por isso, mantém boa produção durante todo o ano. As cidades com melhor desempenho na safra do quiabo são Santana de Pirapama, São João do Oriente, Cordisburgo e Coração de Jesus”, revelou. No verão alguns produtores precisam descartar várias caixas do fruto porque não conseguem vender tudo a tempo. Gastão Goulart orienta que, nesses casos, os produtores devem adotar medidas de reaproveitamento para não evitar desperdício. “O quiabo é muito perecível. Por isso, outra opção de uso no verão seria na compostagem. Além de gerar mais renda, faz com que a matéria orgânica volte a ser usada de forma útil”, explica. Como o preço do quiabo é alto na época em que mais há procura pelo fruto, alguns
O quiabo é muito perecível. Por isso, outra opção de uso no verão seria na compostagem Gastão Goulart - Engenheiro agrônomo da Emater-MG 54
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
| O engenheiro agrônomo da Emater, Gastão Goulart, diz que no verão muitas colheitas são perdidas
produtores se interessam pela cultura para conseguir aumentar os lucros. Para esses, o engenheiro agrônomo destaca alguns pontos importantes para o plantio. “A primeira coisa a se observar é o clima do local onde será feita a plantação. Além disso, é preciso conhecer o mercado consumidor, saber qual tipo de quiabo as pessoas gostam e as características do fruto para poder ter uma comercialização bem-sucedida. O solo, de preferência, deve ser argiloso, rico em matéria orgânica. O ponto de colheita também é importante, bem como os cuidados que se deve ter com a mão de obra, pois é preciso proteger o corpo na hora da colheita”, detalha Gastão Goulart.
Plantio em agosto A temperatura ideal de cultivo do quiabo varia entre 22°C e 25°C. Abaixo de
Sérgio Amzalak
18°C e acima de 35°C, verifica-se a queda de flores e de frutos novos. O quiabeiro é uma planta da família das malváceas. Pode ser cultivado em rotação com outras culturas para aproveitar os resíduos de adubos utilizados na plantação anterior. A época ideal para iniciar a produção é de setembro a janeiro nas regiões de clima frio, de agosto a março nas de clima ameno e o ano todo nas regiões de clima quente. A colheita deve ser iniciada com 60 a 80 dias após o plantio, podendo prolongar-se até 90 dias. O ponto ideal é quando os quiabos estão tenros, sem fibras, o que é facilmente verificado quebrando-se a ponta do fruto, que ocorre, geralmente, cinco ou seis dias após a abertura da flor.
| Breule Nalon Pereira diz que, no inverno, as vendas na CeasaMinas crescem 50%
Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
55
Produto da vez Divulgação
A colheita é feita manualmente, diariamente, em dias intercalados ou de dois em dois dias, dependendo da forma de comercialização. Deve ser feita na parte da manhã, quando as plantas estiverem ainda orvalhadas. A produtividade de uma lavoura bem conduzida varia entre 15 mil e 22 mil quilos por hectare. O quiabo colhido no ponto certo pode ser armazenado por sete a 10 dias, em local com temperatura entre 7ºC e 10°C e umidade relativa entre 85% e 90%. O quiabo é embalado, geralmente, em caixas com peso de 14 kg e classificado por tamanho. Pode ser extra, com frutos de oito a 10 cm de comprimento; especial, com frutos de 10 cm a 12 cm; e de primeira, com frutos com mais de 12 cm. A embalagem deve atender aos requisitos e às exigências contidos na Instrução Normativa Conjunta SARC, Anvisa e Inmetro.
| Uma lavoura bem conduzida pode produzir 15 mil a 22 mil quilos de quiabo/ha
PLANTAÇÃO E COLHEITA DO QUIABO Faça a rotação com milho, melancia, batata e feijão-vagem. Evitar algodão; O quiabo é muito sensível ao frio. A temperatura noturna deve ser maior que 15ºC; Antes da semeadura, colocar as sementes na água por 24 horas, para melhorar a geminação; A colheita deve ser feita no período da manhã, pois provoca menos irritação à pele, para quem tem alergia; Após 3 meses, poda-se a 20 cm do chão; Cuidado na aplicação de água, que em excesso pode matar a planta, mas na falta a planta não se desenvolve bem; Faz-se o desbaste do quiabo quando a planta atingir 15 a 20 cm de altura, deixando uma planta por cova; Tratos culturais com capinas e herbicidas registrados: trifuralin; Não aplicar defensivos 10 dias antes da comercialização.
56
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
Capacitação Brasil ganha 1° MBA agropecuário ‘dentro da porteira’ O curso é uma parceria da Faculdades Associadas de Uberaba e ABCZ A Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu) e a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) estão expandindo sua atuação. A partir de 2016, as entidades passarão a oferecer o MBA em ‘Especialização de Gestão e Economia do Agronegócio’, um programa educacional que objetiva formar o ‘Gestor Profissional da Agropecuária Brasileira’, oferecendo recursos de Inteligência de Mercado aplicada ao ‘dentro da porteira’. O coordenador do MBA e pesquisador, Thiago Bernardino de Carvalho, aponta para levantamentos em propriedades pecuárias que investem em genética. Segundo ele, o sucesso destas propriedades se deve à combinação de eficiência técnica com gestão profissional de todas as demais etapas do negócio. “Diferente dos segmentos de insumos e processamento, nas atividades ‘dentro da porteira’ ainda são poucos os que conhecem e aplicam ferramentas sofisticadas para a condução do negócio. Por isso, buscamos a qualificação das pessoas que realizam o planejamento e a gestão da pecuária e agricultura de nosso País”, afirma Thiago de Carvalho. 58
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
SOBRE O CURSO A Especialização de Gestão e Economia do Agronegócio busca proporcionar conhecimento, qualificação e orientação técnica para profissionais da área de Gestão do Agronegócio, fornecendo os fundamentos para o uso prático dos mais modernos instrumentos desenvolvidos para as análises dos cenários econômicos e dos processos de decisão. Divulgação Fazu
Divulgação Fazu
“O diferencial desse curso será o uso do “Learning by doing” (aprender fazendo), ou seja, o aluno ingressante irá desenvolver o trabalho de conclusão do curso ao longo de sua duração, com base nas disciplinas e no apoio constante dos professores e monitores”, explica o coordenador do MBA. A dinâmica e disciplinas do programa estão sendo formatadas por experientes nomes do mercado agropecuário em parceria com professores e pesquisadores da Universidade de São Paulo, Esalq e Cepea. O curso terá duração de 18 meses, com encontros presenciais em um final de semana por mês. O corpo docente reúne professores da Fazu e também convidados de outras
universidades. Todos os participantes deverão fazer o planejamento estratégico de negócios reais. Para tanto, o conjunto de disciplinas combina o entendimento macro e microeconômico do ambiente de negócios com ferramentas que aumentam a assertividade das decisões. Ao final do curso, deverá ser mantido o relacionamento entre os participantes e oferecidos indicadores que vão mensurar a evolução dos negócios ano a ano.
Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
59
Turismo Fazenda centenária vira museu rural A propriedade fica em Inhapim e recebe turistas e estudantes Carro de bois, arados, moinho, monjolos, carneiro hidráulico, engenho e alambique. Esses são alguns dos atrativos do Museu Rural Mamédio Francisco Militão, localizado numa propriedade rural centenária do município de Inhapim, no Vale do Rio Doce. Numa ação que conta com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), uma fazenda foi transformada em museu rural e passou a receber diversos turistas e alunos de escolas públicas e particulares da região. A história começou em 1920, quando uma família partiu em um carro de boi de Rio Pomba, na Zona da Mata, e se estabeleceu no município de Inhapim. As características dessa época foram preservadas e a propriedade se transformou em ponto turístico para proporcionar aos visitantes a vivência da agricultura familiar. Desde a inauguração em 2014, o museu já recebeu aproximadamente 600 visitantes. “Era uma ideia antiga, já que a propriedade tem um vasto acervo e apresenta objetos típicos da história da agricultura familiar. São estruturas centenárias que mostram as riquezas do campo. Temos passeios com carros de bois e diversos objetos típicos, como arados, moinho, monjolos, carneiro hidráulico, engenho, e alambique, 60
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
entre outros. Podemos dizer que é um museu vivo porque está tudo funcionando. Também é uma homenagem ao meu pai, que deu nome ao local, e iniciou toda essa história”, explica a agricultora familiar e idealizadora do projeto, Maria das Dores Militão Barroso.
FAZENDA O museu apresenta diversas atividades para os visitantes. A Emater-MG ajudou a estruturar e a organizar o local para receber turistas e excursões escolares. As visitas são guiadas e todos também podem fazer as refeições na própria fazenda. “Apoiamos o projeto desde a implantação. A ideia era transformar o local em um produto do turismo rural. Ajudamos a criar um roteiro de visitação, que aborda toda a parte de preservação ambiental e apresenta, por meio de objetos, o ciclo da cana-deaçúcar e a história da agricultura familiar. Os visitantes conhecem de perto como funciona uma propriedade rural”, destaca a coordenadora regional da Emater-MG, Ana Laura Chaves. As atividades da rotina do campo ficam disponíveis aos visitantes. O museu apresenta um universo desconhecido para muitas pessoas, principalmente dos centros urbanos. “Tem, por exemplo, um pilão que se move
Museu Rural Marmédio Militão
com um gerador de energia, que funcionam a com a ajuda da correnteza de um córrego. Também vale destacar a integração com a natureza”, ressalta a coordenadora.
| Carro de bois é um dos atrativos da propriedade rural centenária
PRODUÇÃO Com assistência técnica dos técnicos da Emater-MG, a propriedade também é utilizada para produção agrícola. Há plantação de arroz e feijão, em baixa escala, e produção de rapaduras e cachaça para comercialização. São produzidos 30 mil litros de cachaça por ano. O trabalho é realizado em parceria com associações de agricultores familiares da região. Mais informações do sobre como chegar e agendamento de visitas: (33) 91233901.
| A agricultora familiar Maria das Dores Militão Barroso é a idealizadora do projeto
| A propriedade, em Inhapim, foi transformada em ponto turístico para proporcionar aos visitantes a vivência da agricultura familiar Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
61
Gastronomia Flávia Fabíola flaram@hotmail.com
Bolo de fubá com goiabada Como neta de uma quitandeira, não poderia deixar de gostar muito de quitutes, e como uma boa mineira, não poderia deixar faltar na mesa um bom bolo. A marca principal de um mineiro é uma mesa cheia de gostosuras para se comer de joelhos. Um bom pedaço de bolo com uma xícara de café deixa uma grande sensação de quero mais.
Ingredientes:
Modo de preparo:
4 ovos 1 xícara de leite 1 xícara de óleo 2 xícaras de fubá 1 xícara de farinha de trigo 2 xícaras de açúcar 100 gramas de queijo meia cura 1 colher de sopa de fermento em pó 200 gramas de goiabada cremosa
Bata todos os ingredientes no liquidificador, separando a goiabada. Coloque em uma forma de sua preferência e distribua um pouco da goiabada por cima. Reserve o restante da goiabada para servir depois de assado. Coloque para assar em forno pré-aquecido a 200ºC.
62
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
63
Campo motor Segurança no transporte de animais vivos O transporte de animais vivos é uma rotina do setor agropecuário. Se antes a boiada cruzava os campos em longas jornadas, hoje ela é transportada no baú dos cargueiros com agilidade e segurança. Quem está nesta área sabe que não é um trabalho fácil. Para quem pretende assumir o volante e fazer fretes de carga viva, alguns itens são importantes. O embarque dos animais de médio/ grande porte deve ocorrer em rampas de Imagem meramente ilustrativa
64
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
acesso. Cabe ao estradeiro estacionar bem o bruto perto destas rampas, de forma a não deixar espaços entre o compartimento de carga e o embarcadouro. A responsabilidade dos animais que serão embarcados é do encarregado pelo mesmo. Cabe ao motorista monitorar o embarque e alertar caso um animal não esteja em condições de fazer a viagem (estado de saúde precário e/ou machucados). Da mesma
forma, o motorista deve orientar para que não se arraste os animais para o compartimento de carga, pois isso normalmente causa danos e sofrimento. Não fique muito próximo dos animais durante o carregamento. A presença de um estranho pode deixá-los agitados. A carreta precisa ter alguns preparos especiais, como chão antiderrapante e laterais e fundos completamente fechados. Isso minimiza o estresse da viagem. Depois do embarque, não inicie a viagem de imediato. Espere os animais se acostumarem com o ambiente primeiro. Quando partir, vá devagar nos primeiros 15 minutos, pare, verifique se todos os bichos
estão de pé. Em caso positivo, siga em frente. Planeje sua rota para evitar trechos com muitas variações de terreno. Quanto mais plano e com menos curvas, melhor. As viagens nunca devem ultrapassar o tempo de 12 horas. Mais do que isso, os animais devem ser desembarcados, oferecendo um local adequado para que descansem, além de alimento e água à vontade. Após o desembarque os animais devem receber água e alimento à vontade, que devem estar disponíveis por 12 horas. O período de descanso deve ser de pelo menos 18 horas, com os animais permanecendo sem alimento por 6 horas antes do reembarque. Fonte: www.volvonaestrada.com.br
Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
65
Evento BH reúne varejo alimentício de todo o País Realizada pela Amis e Amipão, Superminas espera negócios de R$ 1,3 bi Consolidado como o segundo maior e o mais completo evento do varejo alimentício nacional, o 29º Congresso e Feira Supermercadista e da Panificação (Superminas 2015) será nos dias 20 a 22 de outubro, no Expominas, em Belo Horizonte. O evento é realizado pela Associação Mineira de Supermercados (Amis) e o Sindicato e Associação Mineira da Indústria da Panificação (Amipão). O tema do evento, “Informação: ferramenta estratégica”, será debatido durante a programação de palestras, fóruns e consultorias nos três dias do congresso. Além da parte de treinamento, voltada para a qualificação profissional, a Superminas é composta pela feira, onde os participantes têm acesso às novidades e tendências em alimentos, máquinas, equipamentos e softwares usados no comércio varejista. A área de exposição terá 25 mil metros quadrados, que receberá em torno de 420 expositores nacionais e internacionais.
Pavilhões Para direcionar melhor os negócios, principal objetivo da feira, ela será dividia em dois pavilhões: o Azul e o Vermelho. Esses pavilhões serão subdivididos em “ilhas” e 66
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
“espaços”. O Pavilhão Azul será voltado às indústrias alimentícias, de bebidas e às do setor de máquinas e equipamentos para relacionamento, negócios e lançamentos de produtos. Nele, as novidades deste ano são os espaços Universidade do Varejo AMIS (Univa) e o de Flores e Plantas Ornamentais. Também estão confirmadas outras atrações, como a Ilha da Cachaça, Ilha de Vinho e Queijo e o Espaço de Frutas, Legumes e Verduras (FLV), bem como as áreas Construção e Reforma e Logística e Distribuição, novidades do ano passado que serão repetidas nesta edição. O Pavilhão Vermelho também terá novidades. São os espaços Alimentos Funcionais, Orgânicos e Naturais; Cervejas Artesanais; e o de Consultorias. Eles se juntam ao Espaço de Negócios Internacionais e aos estandes de prestadores de serviços, como empresas de tecnologia da informação, software, consultorias, ou seja, todos os serviços indispensáveis à operação de uma loja.
Potencial A Superminas recebe, em média, todos os anos, 55 mil visitantes em três dias. Destes,
cerca de 70% são empresários, executivos e gestores do segmento de supermercados e de padarias. Neste ano, a expectativa dos organizadores é que os números sejam superados. Um dos argumentos é que o estado é o segundo maior mercado supermercadista e de panificação no País. O potencial está ancorado nas cerca de 7 mil lojas supermercadistas em todo o estado, que faturam R$ 33,3 bilhões no ano passado. Já as padarias totalizam 14 mil lojas, com faturamento de R$ 8 bilhões em números também de 2014. De acordo com estimativas dos organizadores, os negócios realizados durante a Superminas e a partir dela devem superar R$ 1,3 bilhão. Rodada de negócios Durante a Superminas será realizada a Rodada Internacional de Negócios, que será coordenada pelo Sebrae-MG, com apoio da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e participação de compradores internacionais e fornecedores regionais com interesses comuns em determinados segmentos de produtos.
| A área de exposição terá 25 mil metros quadrados
| A expectativa é que 55 mil pessoas passem pelo Expominas nos três dias de evento
| A Superminas também terá treinamentos para qualificação profissional Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
67
Evento EXPOCAFÉ 2015 Pesquisa potencializa produção de cafés especiais A Expocafé 2015, a maior feira do agronegócio café, em máquinas e insumos, em Três Pontas, teve este ano saldo de negócios gerados e prospectados de R$ 230 milhões, número 15% maior que o do ano passado. Um dos destaques foi a apresentação de uma nova cultivar de excelente qualidade. Com grãos graúdos e alta produtividade, a cultivar de café Aranãs, lançada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), pode ser mais uma opção para a produção de cafés especiais. As pesquisas, que tiveram início há 30 anos, foram conduzidas pelo programa de melhoramento genético do café da Epamig, com o objetivo de potencializar materiais genéticos para a cafeicultura mineira. Outras cultivares de café já lançadas, como Araponga, Catiguá MG1 e Catiguá MG2, também produzem cafés de excelente qualidade sensorial, tanto para as condições do cerrado quanto para a região sul de Minas. De acordo com o pesquisador da Epamig, César Botelho, a avaliação das quatro primeiras safras, em área experimental no Vale do Jequitinhonha, apontou produtividade média de 56,48 sacas por hectare, com prova de bebida de 88 pontos na escala da BSCA, na última safra. Coordenador do Programa de Cafeicultura da Epamig, ele explica que a demanda por cafés especiais no mercado brasileiro e mundial vem crescendo em proporções maiores do que a por cafés comuns. “O componente genético é representativo 68
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
Samantha Mapa
| Aranãs apresenta grãos graúdos e alta produtividade com potencial para bebida de qualidade Erasmo Reis
| A produtividade média do café Aranãs é de 56,48 sacas/ha, com prova de bebida de 88 pontos na escala da BSCA, na última safra
Erasmo Reis Epamig
| Paulo Luis Rabello, prefeito de Três Pontas; Mario Henrique Caixa, secretário de Turismo de MG, e Rui Verneque, presidente da Epamig, na abertura da Expocafé 2015 Erasmo Reis Epamig
| Marcelo Malta explica que a qualidade da bebida também pode ser determinada pelo processamento do café
na definição do sabor e aroma do café. Por isso, o plantio de variedades especiais é um dos caminhos para a produção de um café diferenciado. A opção por café de qualidade começa no planejamento do plantio.” O cafeicultor Sérgio Meirelles, que também investe na produção de cafés de qualidades, iniciou, nos últimos anos, o cultivo de variedades de café com características importantes para a produção de bebidas diferenciadas. “Recentemente, iniciei a comercialização de cápsulas. Era um mercado restrito a duas marcas, mas hoje é possível terceirizar o encapsulamento do café. Já são cerca 60 empresas que prestam esse serviço”, afirma. Sérgio Meirelles conta que com uma saca de café superespecial comercializada entre R$ 700,00 e R$ 1 mil é possível produzir 10 mil cápsulas de café, com um faturamento de R$ 16 mil. Marcelo Malta, pesquisador da Epamig, explica que a qualidade do café é determinada também durante o processo de torração. “Outras etapas vão influenciar de maneira importante na qualidade do café obtido, como a época e o tipo de colheita, o método de preparo e a forma de secagem utilizada.” Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
69
Evento NACIONAL DO MANGALARGA MARCHADOR Foram 11 dias de muita movimentação no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte, que recebeu a 34ª Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador, considerada um dos maiores eventos equestres da América Latina. Promovida pela Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), foi a última exposição sob o comando do presidente da entidade Magdi Shaat. As eleições para a nova diretoria da ABCCMM serão em 11 de dezembro. A exposição de 2015 teve como tema central “Marchadores pela Vida” numa alusão ao novo projeto social da entidade, que visa arrecadar fundos a serem destinados a instituições que atendem a crianças portadoras de câncer e dependentes químicos. A ABCCMM, que atualmente conta com 11 mil associados, reuniu no parque 1.500 animais, que participaram de concursos de marcha, julgamentos de morfologia, provas funcionais e sociais oriundos de todas as regiões do país. Foram 940 expositores de 15 estados, além de Minas Gerais do Mangalarga Marchador recebeu a visita de 150 mil visitantes e movimentou R$ 11 milhões em negócios ocorridos nos leilões presenciais e on line, shoppings de animais e vendas diretas entre os criadores. 70
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
Sérgio Amzalak
| Na abertura, o presidente da ABCCMM, Magdi Shaat, ressaltou os 66 anos da associação e seu último ano de mandato Alexandre Penido
| Os presidentes da Faemg, Roberto Simões, e do Parque da Gameleira, Mendelssohn de Vascoloncelos, presentes na Gameleira
Sérgio Amzalak
MARCHA BATIDA CAMPEONATO DA RAÇA Grande Campeão Nacional da Raça Épico Capim Fino, de Maria Helena Pereira da Silva Cazzani, Haras MH, Vassouras (RJ)
| A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, regida pelo maestro César Timóteo, foi uma das atrações da abertura oficial
Competições As provas funcionais, realizadas na pista de areia do parque, tiveram a participação de 200 animais e foram bastante prestigiadas pelo público, recebendo inscrição de 413 conjuntos – cavalo e cavaleiro - para as seguintes modalidades: Seis Balizas, Cinco e Três Tambores, Maneabilidade, Apartação, Laço, Team Penning e a Prova de Maneabilidade do Caminhos do Marchador. Participaram das competições os criadores e seus familiares, usuários e profissionais ligados ao Mangalarga Marchador. As provas individuais Cinco e Três Tambores contaram com 116 inscrições. Quarenta duplas foram inscritas na Apartação de Curral. Já o Team Penning foi disputado por 21 trios. As competições individuais de Maneabilidade e Seis Balizas tiveram 120 participantes. Trinta e cinco competidores participaram da prova de Laço.
Reservado Grande Campeão Nacional da Raça Athos do Conforto, de Condomínio Athos do Conforto, Haras Conforto, Sorocaba (SP) Grande Campeã Nacional da Raça Adrenalina da Pão Grande, de Condomínio Adrenalina da Pão Grande, Haras MH e Haras Pão Grande, Vassouras (RJ) Reservada Grande Campeã Nacional da Raça Sussu Elfar, de Magdi Abdel Raouf Gabr Shaat, Fazenda Boa Vista, Lavras (MG)
CAMPEONATO DE MARCHA Campeão dos Campeões de Marcha Athos do Conforto, de Condomínio Athos do Conforto, Haras Conforto, Sorocaba (SP) Campeã das Campeãs de Marcha Sussu Elfar, de Magdi Abdel Raouf Gabr Shaat, Fazenda Boa Vista, Lavras (MG)
Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
71
Evento Roberto Pinheiro
CAMPEONATO JOVEM DA RAÇA Grande Campeão Nacional da Raça Lúcido da Figueira, de Antônio Santos Silva Filho, Haras Nova Figueira, Novo Hamburgo (RS) Grande Campeã Nacional da Raça Adrenalina da Morada Nova, de Cristiana Gutierrez, Haras Morada Nova, Inhaúma (MG)
MARCHA BATIDA MELHORES EXPOSITORES
| Épico Capim Fino, de Maria Helena Cazzani, do Haras MH, em Vassouras (RJ), levou o título de Grande Campeão Nacional da Raça Roberto Pinheiro
1º Lugar – Maria Helena Pereira Da Silva Cazzani, Haras MH, Vassouras (RJ) 2º Lugar – Sheila Neves de Oliveira, Haras JSI, Engenheiro Paulo de Frontin (RJ) 3º Lugar – Magdi Abdel Raouf Gabr Shaat, Fazenda Boa Vista, Lavras (MG)
| A Grande Campeã foi Adrenalina da Pão Grande, dos Haras MH e Pão Grande, Vassouras (RJ)
Alexandre Penido
| Autoridades presentes acompanharam os discursos que destacaram a importância do segmento para a economia brasileira
72
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
Superleite 2015 Evento técnico em Pompéu entra para o recorde mundial Maria Helena Dias A maior feira do agronegócio do Centro-Oeste mineiro, realizada em Pompéu, superou as expectativas e se consolidou como o maior evento da pecuária leiteira em Minas Gerais. Os números da 6ª edição da Superleite demonstram o sucesso do evento, que já é a maior exposição deste ano de gir leiteiro do país, superando a Expozebu e Megaleite. Foram muitas as premiações durante a Superleite, evento técnico da cadeia produtiva do leite. Entre as maiores atrações está Quelinha Everett FIV 2B, vaca adulta ½ sangue, que bateu o recorde mundial de produção de leite no Torneio Leiteiro Girolando. Ela terminou com uma média de produção de 95,277 quilos de leite e, no último dia do torneio, registrou pico de produção de 97,420 Kg. Na somatória das nove ordenhas, Quelinha produziu 285,830 Kg. A vaca, que pertence ao expositor José Afonso Bicalho (Fazenda Cachoeira 2B, em Ferros), superou a marca anterior estabelecida pela vaca Boate, na Megaleite deste ano, que havia produzido uma média de 95,203 Kg. Quelinha Everett FIV 2B é filha de Everett, touro que compôs a bateria de leite da CRI Genética. Presidente da Associação Brasileira de Gir Leiteiro (ABCGIL), José Afonso Bicalho participou da Superleite com 15 animais gir leiteiro e um girolando. Quelinha foi Reservada Campeã recentemente, em São Paulo. “Estou muito feliz pelo resultado da feira nessa
Letícia Enes SPRP
| O criador José Afonso Bicalho recebe a premiação por Quelinha, a Grande Campeã do Torneio Leiteiro
grande bacia leiteira de Pompéu, com um número grande de gir leiteiro e girolando, e com a quebra do recorde mundial, o que mostra a importância do evento para o estado. Pompéu está de parabéns! Essa é uma das melhores feiras de Minas Gerais”, disse José Afonso Bicalho.
Negócios de R$ 25 mi
A Superleite, que levou 20 mil visitantes ao Parque de Exposições Paulo Maciel, em Pompéu, atingiu o volume comercial de R$ 25 milhões em negócios. Participaram 36 criadores de gir leiteiro, com 254 animais, e 21 criadores da raça girolando, com 124 animais. Marcaram presença expositores de todas as regiões de Minas Gerais, bem como de outros estados, com grande presença do Rio de Janeiro. Na programação, palestras e Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
73
Evento Luciana Enes SPRP
Letícia Enes SPRP
| Na solenidade de abertura, o presidente do SPRP, Antônio Carlos Barbosa Álvares, destacou a importância do evento
| A recordista Quelinha Everett FIV 2B sagrou-se a Grande Campeã do Torneio Leiteiro
encontros de conhecimento oferecidos ao produtor rural, disputas de raças leiteiras, leilões, mostra de novidades e tecnologia, além da feira de negócios. Organizada pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Pompéu (SPRP), o evento técnico reuniu 52 empresas expositoras, gerando 350 empregos diretos e indiretos durante os cinco dias de evento. O presidente do SPRP, Antônio Carlos Barbosa Álvares, agradeceu as parcerias e destacou a importância do evento, que reuniu, num só local, toda a cadeia produtiva do leite, os principais criadores das raças gir leiteiro e girolando, além de representantes das indústria de laticínios, insumos, laboratórios e equipamentos agrícolas. A Superleite 2015 contou com as presenças das principais autoridades do setor agropecuário. “Um evento como esse é um exemplo para as demais cidades de Minas Gerais. Além da exposição de animais de alta qualidade, palestras técnicas e leilões, é um ótimo momento de congraçamento dos produtores rurais que trabalham no dia a dia. Esse é um período do ano que eles podem se reunir, trocar ideias e informações, aprender
mais para voltar para as suas propriedades e continuar produzindo mais e melhor”, afirmou o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, João Cruz Reis Filho. O presidente da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, elogiou a iniciativa, dizendo que a Superleite é o tipo de evento que a federação sempre estimulou os sindicatos a realizarem. “É esse modelo de evento, que traz tecnologia, inovações e ajuda o produtor a melhorar seus processos de produção, sua rentabilidade, a gestão do seu negócio, que preconizamos. A gente precisa é de produtividade e competitividade porque o leite, sabemos, tem um mercado imperfeito, com problemas de formação de preço e tudo mais. Então, cada vez mais, precisamos ter custos mais baixos, ser competitivos, e isso só se consegue com tecnologia e adoção de práticas mais modernas, que é o que preconiza essa feira”. Roberto Simões disse ainda que, para esses casos, a Faemg é uma das apoiadoras “incondicionais”, com a missão de ajudar os produtores. Considerando a Superleite um dos
74
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
eventos mais importantes da cidade e de toda a região, o prefeito de Pompéu, Joaquim Campos Reis, disse que a feira é um importante evento técnico, não só para Minas Gerais, mas para o Brasil. “Nós, que fizemos parte da comitiva que buscou esse modelo de feira em Cássia, ficamos felizes em ver essa ação consolidada e trazendo bons frutos para esse setor, que tem crescido a cada ano. Mais uma vez, presenciamos esse sucesso”, disse ele.
Leilões
Letícia Enes
Luciana Enes SPRP
| Melhor Criador e Melhor Expositor de Girolando, José Ricardo Fiúza Horta recebeu o troféu das mãos do presidente do SPRP, Antônio Carlos Barbosa Álvares
Os resultados dos dois leilões de girolando e gir leiteiro foram avaliados como sendo de grande sucesso. O 4º Leilão Girolando Superleite teve média por vaca de R$ 9.790,00. A média por bezerra foi de R$ 4.570,00. Já o 4º Leilão Gir Leiteiro e Girolando Terras de Dona Joaquina alcançou a média por gir leiteiro de R$ 11.470,00 e por girolando de R$ 5.330,00.
| A Superleite reuniu as principais autoridades do setor agropecuário Letícia Enes
Divulgação ABCGIL
| O torneio leiteiro foi acompanhado por Antônio Carlos Álvares; o secretário de Agricultura, João Cruz Reis Filho, e pelo prefeito de Pompéu, Joaquim Campos Reis
| A vaca Anusha Fiv HRA (CA Sansão X Rumba TE - 4.455 kg), do criador Carlos Cruz (Fazenda Aroeira, em Felixlândia) é bicampeã em Pompéu Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
75
Galeria Medalha Mérito Rural Cerca de 600 pessoas compareceram à solenidade de entrega da maior comenda do agronegócio, a Medalha do Mérito Rural, uma homenagem da Faemg ao Dia do Produtor Rural Mineiro (07.07). Foram agraciadas 19 pessoas e instituições, que prestaram relevantes trabalhos ao meio rural. O evento foi no Centro Cultural Bradesco, no Minas Tênis Clube, em BH. A Grande Medalha foi entregue ao engenheiro agrônomo e doutor em Economia Rural, Eliseu Alves. Sérgio Amzalak
| O presidente da Itambé, Jacques Gontijo, e o diretor da empresa, Ricardo Cotta
| Gilman Viana Rodrigues (ex-presidente da Faemg) e Carlos Eduardo Ferreira (Instituto Mário Penna)
| Márcio Lacerda (prefeito de BH), João Edgar Paiva (homenageado) e Roberto Simões (presidente da Faemg)
| Eliseu Alves, um dos fundadores da Embrapa, recebeu a Grande Medalha e se emocionou ao discursar
| Além da Grande Medalha, a Medalha do Mérito premiou as categorias de Produtor Rural, Sindicato Rural, Técnico-Científica, Comunicação e Política.
76
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
Semana do Fazendeiro A tradicional 86ª Semana do Fazendeiro, promovida pela Universidade Federal de Viçosa (MG), teve como tema ‘Campo e cidade: diálogo para um futuro sustentável’, que buscou debater a relação entre a produção agrícola e o padrão de utilização de recursos nas cidades. Foram 3.150 inscritos, dentre eles os participantes dos cursos da 7ª Semana da Juventude Rural, da 3ª Semana da Mulher Rural e da 7ª Troca de Saberes. A maioria dos produtores que participaram do evento tem como atividades principais a cafeicultura e as pecuárias leiteira e de corte com propriedades com menos de 10 hectares. Fábio Durso
| No estande da Seapa, o secretário João Cruz Reis Filho recebeu os convidados
| Na Pró-Genética, foram expostos 56 animais de raças leiteiras e com alto potencial genético, que puderam ser vistoriados e adquiridos a preços acessíveis
| Foram 242 atividades, entre cursos, dias de campo e workshops, além de 60 clínicas tecnológicas
| O preparo e serviço de cafés especiais integrou o Circuito do Café, ensinando métodos de moagem, preparo e apresentação do café.
| A reitora da UFV, Nilda Soares (ao centro) recebeu diversas autoridades na solenidade de abertura Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
77
Galeria Leilão Resgate das Origens Moisés Fernandes Campos e família comemoraram o resultado do 7º Leilão Resgate das Origens - Marca F & Convidados -, realizado na Fazenda Cerrado Velho, em Martinho Campos (MG). Quem comandou o leilão, organizado pela Terra Leilões, foi Cláudio Gasperini. Foram arrematados oito animais da raça gir leiteiro, com preço médio de R$ 14.500,00; 11 vacas girolando ao valor médio de R$ 10.690,00; 31 bezerras girolando, com média de preço de R$ 6.430,00, e 6 cavalos da raça quarto de milha por valor médio de R$ 19.280,00.
| Entre familiares e convidados, o leilão reuniu cerca de 350 pessoas
| Esta é a quarta geração dos primos que se reúnem para dançar a catira
78
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
| Moisés Campos faz questão de sempre reunir a família e os amigos para a grande festa
Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
79
Bem viver Gabriela Araújo Caixeta gabriela@inspirarfazbem.com.br
SAÚDE NO AMAR Quem não sonha em ter ao seu lado um grande amor a te despertar, a te ser gentil e amigo e a te causar calafrios na pele, corpo e alma? Quem não sonha com um bom amar, ou com uma relação rica, verdadeira, prazerosa e duradoura? Mas você já refletiu sobre o que é que permite a qualidade do amar? Amar e relacionar são temas controversos e complexos. Se entrarmos pelo viés da psicanálise, veremos possibilidades múltiplas e relativas; pelo olhar da psicologia comportamental, encontraremos temas familiarmente aprendidos; na visão junguiana, serão esferas multifacetadas, arquetípicas e cíclicas; e nas estradas da literatura e da filosofia, iremos nos deparar com questões tão antigas quanto à própria humanidade. Aqui, opto pela simplicidade. Opto pela visão pessoal, que tem minhas lentes de trabalho clínico de uma década. Elegi cinco pares de ingredientes que considero imprescindíveis para a saúde no amar: 1º - Autoamor e responsabilidade - Em um nível mais real e profundo, apenas nós mesmos somos capazes de atender às nossas próprias expectativas. O outro é um outro! Para se relacionar com uma pessoa de maneira saudável, é preciso, primeiramente, saber se amar e cuidar de si mesmo com autonomia. Se você deseja um (a) bom (a) companheiro (a), torne-se uma boa companhia. Responsabilizese pelas suas emoções, necessidades, traumas, complexos, vontades, beleza, saúde, alegria, 80
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
independência e felicidade. Não as projete no outro. Descubra aonde sua família de origem parou de se desenvolver e vá além. Crie novas qualidades positivas em você e ao seu redor. Então, poderá trocar essas mesmas qualidades, um dia, com uma pessoa. 2º - Autoconhecimento e Clareza de seus valores e necessidades - Para estarmos bem com alguém é vital que tenhamos clareza sobre quem somos, o que precisamos, o que podemos oferecer (pontos positivos e negativos), o que desejamos, o que não desejamos, o que é essencial e o que é negociável. Da mesma forma que uma boa parceria de negócios, é importante escolher
bem a pessoa amada, alinhar as expectativas e aproveitar as diferenças. Uma pessoa calada pode ser ótima companheira de uma pessoa falante se ambas apresentam ideais em comum, maturidade e qualidade de presença na relação. Mas podem ser péssimos companheiros se não se equilibram interiormente e ficam à espera que o outro mude um dia. De maneira geral, semelhança de valores, complementariedade de traços de personalidade, níveis similares de maturidade emocional e afetividade, e uma boa compatibilidade sexual, geram ótimos prognósticos. 3º- O equilíbrio e a ação inteligente - Relações de longo prazo saudáveis pedem equilíbrio nas opiniões, emoções e formas de agir. Como na natureza, observe se você ou o parceiro (a)
se desgastam demais em alguns aspectos e desequilibram o ecossistema da relação em outros. Agir de forma inteligente é o oposto a automatismos, excessos ou impulsividades. E é sinônimo de autoanálise e observação, aliadas à ação. Saber dar, esperar, receber, agir, elogiar, respeitar, comunicar, perdoar e se equilibrar são ingredientes essenciais. Afinal, sustentabilidade e equilíbrio sempre andaram juntos. 4º - A comunicação e a negociação - Relacionar é interagir. Saber comunicar para outro aquilo que você precisa e pensa, com respeito e gentileza; e saber propor negociações em que os dois ganham, buscando atender às distintas necessidades de cada um, é uma habilidade de ouro para uma boa sociedade de longo prazo. 5º - O prazer: a sexualidade e a criatividade - Sem prazer, a tendência é desvalorizar a relação com o tempo. Sem uma sexualidade fluida ou uma rotina criativa e prazerosa, a relação pode virar mais amizade ou desgaste. A pessoa poderá te amar sempre, mas o cérebro não. Para o cérebro, a sedução trabalha a partir das fantasias e dos estímulos sensoriais percebidos pelos nossos cinco sentidos. E sentidos amam contrastes, variedade e novidades. Elas podem ser visuais, tácteis, olfativas, auditivas ou gustativas. Sim, mudar e caprichar na cobertura e no recheio pode dar novo sabor ao bolo e ampliar a qualidade da experiência. Ainda mais se for uma mudança integral. E esta receita-aberta-viva, rica em cinco pares de ingredientes, é para você refletir e recriar sua saúde de amar com mais sabedoria e sensibilidade de paladar! Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
81
Causos do campo
Burunga E no leito de morte... Mineirim no leito de morte decidiu ter uma conversa definitiva com a sua companheira de toda a vida sobre a fidelidade da mesma: - Muié, pode falá sem medo. Já vou morrê messs e prifiro sabê tudim direitim. Ocê arguma vez traiu eu? - O Zé, num fal dessas coisa que eu tenho vergonha sô. - Pode falá muié. - Quero não... - Fala muié, disimbucha. - Meió deixá pra lá, Zé. - Vai, conta... - Queto Zé, morre em paz. Depois de muita insistência, ela resolveu abrir o jogo: - Tá bão, Zé, vô contá, mas num responsabilizo. - Pó conta, muié. - Ói Zé, traí sim, mais só foi treis veiz. - Intão, conta sô. Treis veiz nessa vida toda até qui num foi muiicho! - A primera foi quando ocê foi demitido daqueli imprego qui ocê brigô cum chefe. - Ué, mas eu fui adimitido dinovo, logo dispôis sô. - Pois é, Zé. Eu fui lá cunversá cum ele, acabei ficano cum ele e ele ti contratô di vorta. 82
FORÇA DO CAMPO Setembro/Outubro 2015
- Ah, muié, ocê foi muito boa cumigo! Essa traição num dá nem pra levá a marr. Foi pela necessidade da nossa famía. Tá perdoada. E a segunda? - Lembra quando ocê foi preso pru modi daquele furdunço que ocê aprontô na venda? - Lembro muié, mas num fiquei neim meio dia na cadeia. - Pois é, Zé. Eu fui lá cunversá cum delegado e acabei ficano cum ele pra ele ti sortá. - Eh, muié, isso nem conta também, não. A causa foi justa. Imagina ficá preso lá um tempão... Ocê nem me traiu, foi pela nossa famía e pela minha liberdade, uai. E a úrtima? - Lembra quando ocê si candidatô pra vereadô? - Lembro, muié. Quase me elegeru. - Pois é. Fui eu qui consegui seus 1.752 voto.
Setembro/Outubro 2015 FORÇA DO CAMPO
83