Cartilha dia da mulher

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Oito de março  |  Oito Poemas

Dia internacional da Mulher 2012


Potygirl

Tecelãs

Na boca do meu canto há uma pedra só navios de pequeno calado podem gorjear em suas costas tateio de olhos fechados os contornos das letras que o sol ilumina quero por direito de herança a voz que me cabe emplumada de estrelas Diva Cunha (Resina, 2009)

Mulheres tecem o tempo no ir e vir outras não atinam para a matéria que edifica destinos Algumas carregam mundos no ventre de amor os nutrem com carinhosa energia cosem futuros em segundos De leves, umas quase voam voam e detestam esquemas desembaraçam problemas da vida as dores coam Misteriosas umas vão dormir aconchego hoje e quem sabe acordar ontem em atemporal solidão Rizolete Fernandes (Canções de Abril, 2010)

8 de março | Dia Internacional da Mulher

8 de março | Dia Internacional da Mulher


Sem levitar

Transmutação

Êxtases de Teresa E não gozo sem mar

minha formiga aquece areias ao caminho da roseira

Tudo em um Único gole querendo morrer ou Verter-me nos lençóis de algodão estampado. Adélia Danielli (Por Cada Uma, 2011)

quando o rastro é de manhã deita sobre a rosa e de si mesma esquece cantares de cigarra lhe formigam por dentro uma flor no lugar do coração.

8 de março | Dia Internacional da Mulher

8 de março | Dia Internacional da Mulher

Iara Carvalho (Por Cada Uma, 2011)


Sou dona de uma tristeza afiada Corto-me com os cacos que não acontecem Fazendo dos pedaços, palavras Letícia Torres (Por Cada Uma, 2011)

Por não me bastar, Lanço âncoras em fundo de pedra. Sou toda aspereza Quando a retina se desloca procurando os faróis.

ordinária não quero esmeraldas nem diamantes meu fetiche é ser bruta Marina Rabelo (Por Cada Uma, 2011)

Isabella Maia (Por Cada Uma, 2011)

8 de março | Dia Internacional da Mulher

8 de março | Dia Internacional da Mulher


a loucura canta para que eu adormeça ela é de argila, solitária, não blasfema não reclama adora ameixa, pimentão vermelho graviola, pitanga disse-me que a liberdade é fúria e a inocência é alimento purísssimo é o que nos sustenta lá, onde a grande onda derrama-se inicia-se a primeira dança Marize Castro (Habitar Teu Nome, 2011)

Homenagem ao Dia Internacional da Mulher e às autoras potiguares.


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