equina 66 maio jun 2016

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Indexação Qualis

ANO 11 - Nº 65 - MAIO / JUNHO 2016

• Desmite do ligamento suspensor do boleto tratado com plasma rico em plaquetas em cavalo de três tambores

A Revista do Médico Veterinário • www.revistavetequina.com.br

• Alterações clínicas em equinos de tração de Pelotas/RS no período de 2014 a 2015 • Ruptura de vasos sanguíneos do mesentério em um equino PuroSangue Inglês durante exercícios: relato de caso

• Injetando a articulação com segurança e eficiência • Laparotomia paramediana direita com cecostomia em equino com eventração: relato de caso • Eficácia anti-helmíntica da moxidectina associada a praziquantel em equinos

APOIO:


SUMÁRIO

ANO 11 - Nº 65 - MAIO / JUNHO 2016

• Desmite do ligamento suspensor do boleto tratado com plasma rico em plaquetas em cavalo de três tambores (Página 4) • Ruptura de vasos sanguíneos do mesentério em um equino Puro-Sangue Inglês durante exercícios: relato de caso (Página 8) • Laparotomia paramediana direita com cecostomia em equino com eventração: relato de caso (Página 14) • Eficácia anti-helmíntica da moxidectina associada a praziquantel em equinos (Página 18) FOTO CAPA: Arquivo pessoal do Prof. Dr. Jairo Jaramillo Cardenas FOTO DESTAQUE: Arquivo pessoal (2015)

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• Alterações clínicas em equinos de tração de Pelotas/RS no período de 2014 a 2015 (Página 24)

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• Agronegócio: Entenda o que é o PIB da Equinocultura (Página 30) • Odontologia Equina: Manejo da retenção dos dentes decíduos (página 32)

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• Ortopedia Equina: Injetando a articulação femoropatelar com segurança e eficiência (Página 36) www.passoapasso.org.br

• Gestão Empresarial: Você é um prestador de serviço? (Página 40)

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NORMAS PARA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS NA REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA EQUINA 1. REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA EQUINA (ISSN 1809-2063) - publica artigos Científicos, Revisões Bibliográficas, Relatos de Casos e/ou Procedimentos e Comunicações Curtas, referentes à área de Equinocultura e Medicina de Equídeos, que deverão ser destinados com exclusividade. 2. Os artigos Científicos, Revisões, Relatos e Comunicações curtas devem ser encaminhados via eletrônica para o e-mail: (revista.equina@gmail.com) e editados em idioma Português. Todas as linhas deverão ser numeradas e paginadas no lado inferior direito. O trabalho deverá ser digitado em tamanho A4 (21,0 x 29,0 cm) com, no máximo, 25 linhas por página em espaço duplo, com margens superior, inferior, esquerda e direita em 2,5 cm, fonte Times New Roman, corpo 12. O máximo de páginas será 15 para artigo científico, 25 para revisão bibliográfica, 15 para relatos de caso e 10 para comunicações curtas, não incluindo tabelas, gráficos e figuras. Figuras, gráficos e tabelas devem ser disponibilizados ao final do texto, sendo que não poderão ultrapassar as margens e nem estar com apresentação paisagem. 3. O artigo Científico deverá conter os seguintes tópicos: Título, Resumo e Unitermos (em Português, Inglês e Espanhol); Introdução; Material e Métodos; Resultados e Discussão; Conclusão e Referências. Agradecimento e Apresentação; Fontes de Aquisição; Informe Verbal; Comitê de Ética e Biossegurança devem aparecer antes das Referências. Pesquisa envolvendo seres humanos e animais obrigatoriamente devem apresentar parecer de aprovação de um comitê de ética institucional já na submissão (Modelo .doc, .pdf). 4. A Revisão Bibliográfica deverá conter os seguintes tópicos: Título, Resumo e Unitermos (em Português, Inglês e Espanhol); Introdução; Desenvolvimento (pode ser dividido em sub-títulos conforme necessidade e avaliação editorial); Conclusão ou Considerações Finais; e Referências. Agradecimento e Apresentação; Fontes de Aquisição e Informe Verbal devem aparecer antes das Referências. 5. O Relato de Caso e/ou Procedimento deverá conter os seguintes tópicos: Título, Resumo e Unitermos (em Português, Inglês e Espanhol); Introdução; Relato de Caso ou Relato de Procedimento; Discussão (que pode ser unida a conclusão); Conclusão e Referências. Agradecimento e Apresentação; Fontes de Aquisição e Informe Verbal devem aparecer antes das Referências.

6. A comunicação curta deverá conter os seguintes tópicos: Título, Resumo e Unitermos (em Português, Inglês e Espanhol); Texto (sem subdivisão, porém com introdução; metodologia; resultados e discussão e conclusão; podendo conter tabelas ou figuras); Referências. Agradecimento e Apresentação; Fontes de Aquisição e Informe Verbal; Comitê de Ética e Biossegurança devem aparecer antes das referências. Pesquisa envolvendo seres humanos e animais obrigatoriamente devem apresentar parecer de aprovação de um comitê de ética institucional já na submissão. (Modelo .doc, .pdf). 7. As citações dos autores, no texto, deverão ser feitas no sistema numérico e sobrescritos, como descrito no item 6.2. da ABNR 10520, conforme exemplo: “As doenças da úvea são as enfermidades mais diagnosticadas nessa espécie, com prevalência de até 50%15”. “Segundo Reichmann et al.15 (2008), as doenças da úvea são as enfermidades mais diagnosticadas nessa espécie, com prevalência de até 50%”. No texto pode citar-se até 2 autores, se mais, utilizar “et al.” Exemplo: Thomassian e Alves (2010). Neste sistema, a indicação da fonte é feita por uma numeração única e consecutiva, em algarismos arábicos, remetendo à lista de referências ao final do artigo, na mesma ordem em que aparecem no texto. Não se inicia a numeração das citações a cada página. As citações de diversos documentos de um mesmo autor, publicados num mesmo ano, são distinguidas pelo acréscimo de letras minúsculas, em ordem alfabética, após a data e sem espacejamento, conforme a lista de Referências. Exemplo: De acordo com Silva11 (2011a). 8. As Referências deverão ser efetuadas no estilo ABNT (NBR 6023/ 2002) conforme normas próprias da revista. 8.1. Citação de livro: AUER, J.A.; STICK, J.A. Equine Surgery. Philadelphia: W.B. Saunders,1999, 2.ed., 937p. TOKARNIA, C.H. et al. (Mais de dois autores) Plantas tóxicas da Amazônia a bovinos e outros herbívoros. Manaus: INPA, 1979, 95p. 8.2. Capítulo de livro com autoria: GORBAMAN, A. A comparative pathology of thyroid. In: HAZARD, J.B.; SMITH, D.E. The thyroid. Baltimore: Williams & Wilkins, 1964, cap.2, p.32-48. 8.3. Capítulo de livro sem autoria: COCHRAN, W.C. The estimation of sample size. In: ______. Sampling techniques. 3.ed., New York: John Willey, 1977, cap.4, p.72-90. 8.4. Artigo completo: PHILLIPS, A.W.; COURTENAY, J.S.; RUSTON,

R.D.H. et al. Plasmapheresis of horses by extracorporal circulation of blood. Research Veterinary Science, v.16, n.1, p.35-39, 1974. 8.5. Resumos: FONSECA, F.A.; GODOY, R.F.; XIMENES, F.H.B. et al. Pleuropneumonia em equino por passagem de sonda nasogástrica por via errática. Anais XI Conf. Anual Abraveq, Revista Brasileira de Medicina Equina, Supl., v.29, p.243-44, 2010. 8.6. Tese, dissertação: ESCODRO, P.B. Avaliação da eficácia e segurança clínica de uma formulação neurolítica injetável para uso perineural em equinos. 2011. 147f. Tese (doutorado) - Instituto de Química e Biotecnologia. Universidade Federal de Alagoas. ALVES, A.L.G. Avaliação clínica, ultrassonográfica, macroscópica e histológica do ligamento acessório do músculo flexor digital profundo (ligamento carpiano inferior) pós-desmotomia experimental em equinos. 1994. 86 f. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Universidade Estadual Paulista. 8.7. Boletim: ROGIK, F.A. Indústria da lactose. São Paulo: Departamento de Produção Animal, 1942. 20p. (Boletim Técnico, 20). 8.8. Informação verbal: Identificada no próprio texto logo após a informação, através da expressão entre parênteses. Exemplo: ...são achados descritos por Vieira (1991 - Informe verbal). Ao final do texto, antes das Referências Bibliográficas, citar o endereço completo do autor (incluir e-mail), e/ou local, evento, data e tipo de apresentação na qual foi emitida a informação. 8.9. Documentos eletrônicos: MATERA, J.M. Afecções cirúrgicas da coluna vertebral: análise sobre as possibilidades do tratamento cirúrgico. São Paulo: Departamento de Cirurgia, FMVZ-USP, 1997, 1 CD. GRIFON, D.M. Artroscopic diagnosis of elbow displasia. In: WORLD SMALL ANIMAL VETERINARY CONGRESS, 31., 2006, Prague, Czech Republic. Proceedings… Prague: WSAVA, 2006, p.630-636. Acessado em 12 fev. 2007. Online. Disponível em: http://www.ivis.org/ proceedings/wsava/2006/lecture22/Griffon1.pdf?LA=1. 9. Os conceitos e afirmações contidos nos artigos serão de inteira responsabilidade do(s) autor(es). 10. Os artigos serão publicados em ordem de aprovação. 11. Os artigos não aprovados serão arquivados havendo, no entanto, o encaminhamento de uma justificativa pelo indeferimento. 12. Em caso de dúvida, consultar os volumes já publicados antes de dirigir-se à Comissão Editorial.

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EDITORIAL

Carência de Pesquisa Pesquisa-se muito pouco na equinocultura brasileira. Ao escrever essa frase foi assumido um elevado risco de muitos leitores saltarem para as páginas seguintes da Revista, abandonando a leitura deste editorial. É compreensível, pois os interessados na medicina veterinária equina sabem que há muita, em quantidade e qualidade, pesquisa na área, de casos clínicos à reprodução, passando por áreas da medicina esportiva e tantas outras. Mais do que isso, muitos leitores são pesquisadores reconhecidos tanto no Brasil quanto no exterior. Mas a frase vai além desse aspecto. Falta pesquisa em áreas da equinocultura que complementariam as atuais pesquisas e, mais que isso, ajudariam na ampliação do mercado, na justificativa para captação de recursos junto aos órgãos de fomento e em tantas outras áreas em que a equinocultura não goza do mesmo reconhecimento dos profissionais citados no parágrafo anterior. Pesquisas sobre bem-estar animal nas muitas atividades esportivas contribuiriam para encontrar solução à crescentes questionamentos que podem vir a inviabilizar a realização de provas, reduzindo importante parcela do mercado. Pesquisas envolvendo a terapia assistida por equinos auxiliaria a tornar essa prática mais científica (ainda há pouca aplicação de métodos científicos nos relevantes trabalhos dessa atividade), permitindo maior indicação de praticantes pelos médicos e maior aceitação de cobertura de planos de saúde. Esse reconhecimento científico sem dúvida alavancaria o número de terapias, de utilização de animais e, consequentemente, de atendimentos médico veterinários O crescimento da equinocultura proporcionado por mais pesquisa em áreas pouco exploradas, como as exemplificadas, irá gerar mais oportunidades aos profissionais de todas áreas ligadas ao cavalo. É o momento de expandir a fronteira do conhecimento, de aplicar metodologias científicas além das áreas onde já nos acostumamos a ver excelência nos estudos. Roberto Arruda de Souza Lima Professor da ESALQ/USP raslima@usp.br www.arruda.pro.br

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do ligamento suspensor do boleto tratado com plasma rico em plaquetas em cavalo de três tambores IMAGEM: ARQUIVO PESSOAL (2015)

“Desmitis of the suspensory ligament of the fetlock treated with platelet-rich plasma in a barrel racing horse” “Desmitis el ligamento suspensorio del menudillo tratado con plasma rico en plaquetas en caballo del tres tambores”

Betsabéia Heloisa Gentilha Milani* (betinhamilani@gmail.com) Residente em Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais pelo Centro Univ. de Rio Preto / UNIRP São José do Rio Preto, SP Felipe de Oliveira Fraga Residente em Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais pelo Centro Univ. de Rio Preto / UNIRP São José do Rio Preto, SP Tarima Baratta Colla Residente em Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais pelo Centro Univ. de Rio Preto / UNIRP São José do Rio Preto, SP Igor Augusto Andreta Paiola Docente de Clínica Médica de Grandes Animais do Centro Univ. de Rio Preto / UNIRP - São José do Rio Preto, Mestrando pelo programa de Biociência Animal pela FMVZ/USP Campus Pirassununga, SP Guilherme Gonçalves Fabretti Santos Docente de Clínica Médica de Grandes Animais do Centro Univ. de Rio Preto / UNIRP São José do Rio Preto, Doutorando pelo programa de Ciência Animal com ênfase em Fisiopatologia Médica e Cirúrgica pela FMVA/ UNESP Campus Araçatuba, SP Bruno Fornitano Cholfe Docente da Clínica Cirúrgica de Grandes Animais do Centro Univ. de Rio Preto / UNIRP - São José do Rio Preto, Doutor em Biotecnologia Animal pela FMVZ/ UNESP Campus Botucatu, SP * Autora para correspondência

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RESUMO: As lesões no ligamento suspensor muitas vezes são negligenciadas. Os sinais clínicos são queda de desempenho, claudicação e aumento de volume local. O plasma rico em plaquetas é utilizado como terapia de regeneração potente, devido aos seus fatores de crescimento. Este relato apresenta o caso de um equino, macho, diagnosticado com lesão no ligamento suspensor do boleto com auxilio de exames complementares como radiografia e ultrassonografia. O tratamento foi feito com plasma rico em plaqueta intralesional e repouso em baia por dois meses. O animal foi acompanhado em retornos frequentes, ultrassonografia e mensuração do diâmetro e extensão da lesão. Após seis meses de recuperação, o ligamento suspensor foi restaurado por completo e o animal retornou a atividade física, treinos e competições. Unitermos: ligamento, terapia-celular, equino ABSTRACT: Suspensory ligament lesions are often neglected. The clinical signs are decreased performance, claudication, and localized increases in volume. Platelet-rich plasma is a powerful regeneration therapy owing to its high growth factor content. This report presentes the case of a male horse diagnosed with an injury to the suspensory ligament of the fetlock using complementary exams such as radiography and ultrasonography. The animal was treated with intralesional platelet-rich plasma and stall rest for two months, and followed up on frequent return visits, using ultrasonography and measurement of injury diameter and extension. After a six-month recovery period, the suspensory ligament was fully recovered, and the animal returned to physical activity, training, and competition. Keywords: ligament, cellular therapy, horse RESUMEN: Las lesiones ligamento suspensorio menudo se descuidan. Los signos clínicos sonlapérdida de rendimiento, cojera y aumento de volumen local. El plasma rico en plaquetas se utilizada como terapia de regeneración potente devido a sus factores de crecimiento. Este informe se presenta el caso de un caballo, de sexo masculino, con diagnóstico de lesión del ligamento suspensorio con la ayuda de exámenes complementários tales como radiografía y ultrasonido. El tratamiento se realiza con intralesional plasma rico en plaquetas y descanso a bahía durante dos meses. El animal fue acompañado con retornos frecuentes, ultrasonografía y la medición del diâmetro y extensión de la lesión. Después de seis meses de recuperación, el ligamento suspensoriofue completamente restaurado y el animal volvió a la actividad física, el entrenamiento y lacompetición. Palabras clave: ligamento, terapia celular, caballo

Introdução O ligamento suspensor do boleto (LSB) está localizado no sulco da região metacarpo-falângica, com semelhança na estrutura no membro torácico e pélvico dos equinos. Dividido em três regiões com ramos laterais e mediais. Tem como função impedir a hiperflexão da articulação e de sustentá-la7. A lesão do LSB ocorre por sobrecarga e esti-

ramento ou laceração e traumatismo10. Normalmente as lesões ocorrem nos membros torácicos dos equinos em situações onde ocorre hiperextensão da articulação metacarpo-falângica, e a lesão pode ocorrer na parte proximal ou distal do ligamento. O reparo tecidual é lento devido a pouca irrigação tecidual. E a ocorrência de lesão em cavalos de três tambores no membro torácico direito é alta porém o membro torácico esquerdo tem


Depois da segunda centrifugação foi descartado o plasma pobre. O PRP foi reservado em um tubo de plástico sem anticoagulante e foi adicionado com uma solução de cloreto de cálcio a 0,0125 mol para ativação. A quantidade obtida aproximadamente foi de 6 mL, porém não se sabe a quantidade correta a ser utilizada intralesional1. Anteriormente à aplicação do PRP, foi feito tricotomia e antissepsia do local com clorexidine alcoólico 0,5% e clorexidine degermante 2%. A aplicação do PRP intralesional no ligamento suspensor do boleto foi guiada por ultrassonografia (Figura 2). Após três dias de aplicação do PRP no ligamento suspensor do boleto visibilizou no exame ultrassonográfico em plano transversal diminuição da área hipoecoica (Figura 3).

IMAGEM: ARQUIVO PESSOAL (2015)

Relato de Caso e Discussão Este relato apresenta o caso de um equino, atendido no Hospital Veterinário Dr. Halim Atique - UNIRP em São José do Rio Preto - São Paulo, da raça Quarto de Milha, nove anos de idade, em abril de 2015, a queixa principal foi a claudicação no membro torácico direito (MTD). O proprietário relata que quatro dias antes do atendimento, levou o animal em prova de três tambores e após o término da prova demonstrou dor no MTD. Durante exame físico, o animal estava alerta, com bom estado nutricional. Frequência respiratória e cardíaca, mucosa oral, tempo de preenchimento capilar, temperatura retal e movimentos intestinais encontravam-se dentro das normalidades para a espécie. No exame de claudicação, a etiologia da claudicação era inflamatória, com gradação de claudicação grau II, apresentação súbita e evolução aguda, manifestação contínua9,11. Na inspeção do membro do animal, foi possível notar leve aumento de volume, região metacárpica com maior assimetria medial e na palpação a superfície estava quente e sensibilidade aumentada. Na palpação do local foi confirmado o inchaço e dor9. Ao passo e trote o animal apresentou dificuldade para iniciar o movimento e sincronizou o apoio do membro comprometido com a cabeça e deslocou seu corpo para o lado contralateral. O teste de flexão nas articulações interfalângicas e metacarpo-falângica do MTD foi positivo. Na radiografia do MTD não houve ne-

nhuma alteração significante quanto à lesão de tecido mole ou óssea9. Ao exame ultrassonográfico com probe de baixa frequência 5.0 MHz em corte longitudinal da região de inserção do LSBfoi possível notar uma área anecoica de aproximadamente 2, 08 cm de comprimento na região distal do ligamento indicando a desmite do LSB (Figura 1). Foi instituído o tratamento de terapia celular com PRP. O protocolo para a obtenção do PRP autólogo foi à punção da veia jugular externa, onde foi colhido aproximadamente 90 mL de sangue em 20 tubos a vácuo de plásticos com anticoagulante citrato de sódio 3,8%. As amostras foram homogeneizadas e centrifugadas a 1200g em 3276 rpm por 15 minutos e passaram por descanso de 30 minutos e foram novamente centrifugadas.

Figura 1: Ultrassonografia do ligamento suspensor do boleto com lesão

Figura 2: Aplicação intralesional do plasma rico em plaquetas em desmite do ligamento suspensor do boleto

IMAGEM: ARQUIVO PESSOAL (2015)

maiores alterações radiográficas8, e pode até ocorrer nova lesão no local em resposta a força mecânica emitida8. A correlação entre a extensão da lesão e o grau de claudicação é muito fraca e por vezes a queda de performance é o único sinal clínico10. Novos tratamentos para a artrite, tendinite e desmite estão centrados sobre o uso de produtos biológicos3. As lesões do LSB requerem longos períodos de recuperação e prognóstico reservado em relação ao retorno da atividade atlética6. O plasma rico em plaquetas (PRP) é apresentado como uma opção terapêutica6. O PRP regenera tecidos músculo-esqueléticos com o derivado das plaquetas, o fator de crescimento e proteínas3. Os fatores de crescimentos sinalizam proteínas e ajusta o metabolismo celular, auxiliando na cicatrização de tecidos, proliferação de células, neovascularização e ganho de síntese de matriz extracelular2,3.

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Fantini1(2014) relata que após sete dias de aplicação intralesional em animais com lesão pré-existente obtiveram redução de área de lesão. Após dois meses de descanso e o animal em baia, foi instituída fisioterapia no animal para posteriormente retornar à atividade física (Figura 4). Segundo Lapa4 (2009), depois dos dois meses de repouso deve ser instituído um plano de exercício controlado e progressivo, durante três a seis meses. O plano de exercício não deve ser inferior a este período, pois existe chance de recidiva. Com seis meses após a aplicação intra-

lesional do PRP no LSB o animal recebeu alta da fisioterapia e retornou aos treinos e em competições.

tores de crescimento, favorece a reestrutura do ligamento e a neovascularização. O resultado deste equino após o tratamento intralesional com plasma rico em plaquetas foi positivo, pois diminui o tempo de reparo tecidual e recuperação, diminuiu o tempo de retorno aos treinos e competições, e aumentou o desempenho após uma grave lesão de ligamento. ®

Conclusão A lesão do ligamento suspensor do boleto é comum em equinos que participam de modalidades onde ocorre a hiperextensão da articulação metacarpo-falângica sendo que os sinais clínicos devem ser diferenciados de outras claudicações. O tratamento com plasma rico em plaquetas ganha cada dia mais espaço na medicina equina. Além de se tratar de um produto autólogo com fonte de proteínas e fa-

Referências 1. FANTINI, P. Plasma rico em plaquetas: padronização em equídeos, criopreservação e efeito terapêutico na desmite do ligamento supraespinhoso de equinos. 2014. 87p. Tese (Doutorado) - Escola de Veterinária. Universidade Federal de Minas Gerais. Disponível em:<http://hdl.handle.net/1843/SMOC9QHFNM>. 2. FONSECA, F.A.; OLIVEIRA, F.T.O.; RAJÃO, M.D.; DUMONT, C.B.S.; SANTOS-LEONARDO, A.; LIMA, E.M.M.; GODOY, R.F. Does time matter for platelet-rich plasma treatment for equine tendinitis? Proceedings of the European College of Veterinary Surgeons Annual Scientific Meeting, Copenhagen, Denmark, 2014.

IMAGEM: ARQUIVO PESSOAL (2015)

3. FORTIER, L. Medical therapies for tendonitis. Proceedings of the 11th International Congress of the World Equine Veterinary Association. September 2009.

Figura 3: Diminuição da área hipoecoica após três dias de aplicação intralesional do plasma rico em plaquetas

4. LAPA, D.A.P. Diagnóstico e tratamento das principais lesões tendinosas e ligamentosas dos equinos, 2009, 113p. Dissertação (Mestrado)- Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Técnica De Lisboa. 5. MENARIM, B.C. Caracterização de alterações radiográficas na articulação metacarpofalângia de cavalos de três tambores, 2009, 87 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/88997>. 6. MICHELOTTO JÚNIOR, P.V.; ARAÚJO, L.M.; PANZA, A.; RAMOS, C.M.G. Platelet-rich plasma (prp) in suspensory ligament lesions – use in three thoroughbred racehorses. Proceedings of the 11th International Congress of World Equine Veterinary Association - Guarujá, SP, Brazil, 2009. 7. SCHRAMME, M. The Suspensory Apparatus. Proceedings of the 48th British Equine Veterinary Association Congress - Birmingham, United Kingdom, Sep 2009.

IMAGEM: ARQUIVO PESSOAL (2015)

8. SHIKH- ALSOOK, M.K.; GABRIEL, A.; SALOUCI, M.; PIRET, J.; ALZAMEL, N.; MOULA, N. Characterization of collagen fibrils after equine suspensory ligament injury/ : An ultrastructural and biochemical approach. The Veterinary Journal. v.204, n.1, p.117-122, 2015. Disponível em: <http://dx.doi.org/ 10.1016/j.tvjl.2015.02.011>.

Figura 4: Avaliação ultrassonográfica após três meses da aplicação intralesional do plasma rico em plaquetas

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9. STASHAK, T.S. Claudicação em Equinos, Segundo Adams. 5.ed., São Paulo/SP. Editora Roca, 2006. 10. TOMÁS, J.M. Relevância da imagem ecográfica no diagnóstico de lesão no ligamento suspensor do boleto em equinos, 2012, 87p. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Técnica de Lisboa. 11. THOMASSIAN, A. Enfermidades dos Cavalos. 4.ed., São Paulo/SP, Editora Varela, 2005.


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Ruptura de vasos sanguíneos do

em um equino Puro-Sangue Inglês durante exercícios: relato de caso “Rupture of blood vessels of the mesentery in a Thoroughbred during exercise: case report” “Rotura de vasos sanguíneos del mesenterio en un equino Pura Sangre Inglés durante el ejercicio: reporte de un caso”

Joyce Bueno Florencio* (joyceflorencio@hotmail.com) M.V., Residente do Depto. de Assistência Veterinária (DAV) do Jockey Club de São Paulo Danilo Maciel Duarte (daniloduarte.vet@gmail.com) M.V., Chefe do Programa de Residência Veterinária do Depto. de Assistência Veterinária (DAV) do Jockey Club de São Paulo e Prof. de Farmacologia, Clínica Médica e Cirúrgica de grandes Animais da Faculdade Max Planck Henrique Dias Jorge (hdjvet@me.com) M.V., Responsável pelo Setor de Patologia do Depto. de Assistência Veterinária (DAV) do Jockey Club de São Paulo Rodrigo Romero Corrêa (romero@usp.br) Prof. Dr. Depto. de Cirurgia da FMVZ- USP Luis Renato Oseliero (luisrevet@hotmail.com) M.V., Chefe da Clínica Cirúrgica do Depto. de Assistência Veterinária (DAV) do Jockey Club de São Paulo Paula Zagato Urbani Calvo (paulinha_zagato@hotmail.com) M.V., Anestesiologista do Depto. de Assistência Veterinária (DAV) do Jockey Club de São Paulo e do HOVET/ Uniban- Anhanguera *Autora para correspondência

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RESUMO: Em equinos Puro-Sangue Inglês de corrida, a morte súbita está relacionada à realização de atividade física ou até uma hora após seu término, sendo as principais causas as lesões pulmonares e cardíacas, hemorragias pulmonares, hemorragias idiopáticas dos grandes vasos e lesões musculoesqueléticas. O presente trabalho relatou o caso de um equino, macho, cinco anos, da raça Puro-Sangue Inglês, utilizado para corrida, com histórico de morte súbita durante o exercício. O animal foi encaminhado ao setor de patologia do Departamento de Assistência Veterinária (DAV) do Jockey Club de São Paulo. Após necropsia constatou-se a ruptura de vasos sanguíneos da raiz do mesentério (tronco jejunal), ocasionando hemorragia intra-abdominal e choque hipovolêmico. Embora as hemorragias idiopáticas dos grandes vasos sejam descritas como uma das causas de morte súbita em equinos de corrida, a ruptura de vasos mesentéricos foi pouco encontrada na literatura veterinária. Está afecção pode acometer animais mais jovens mesmo sendo comumente descritos em animais mais velhos. Unitermos: Morte súbita, choque hipovolêmico e equino atleta ABSTRACT: English Thoroughbred racing horses sudden death is related to death during physical exercise or even one hour after its completion, the main causes in are pulmonary and cardiac lesions, pulmonary hemorrhage, idiopathic bleeding of large vessels and musculoskeletal disorders. This study reported a horse, male, five years old, Thoroughbred English racing breed, with a track record of sudden death during exercise. The animal was sent to the pathology sector of the Department of Veterinary Service (DAV) of the Jockey Club of São Paulo. After autopsy, it was found the presence of a rupture of blood vessels from the mesentery Root (jejunal trunk) resulting in an intra-abdominal hemorrhage and shock hypovolemic. Although the bleeding of idiopathic large vessel are described as a cause of sudden death in race horses, tear mesenteric vessels were rarely found in the veterinary literature. This condition can occur in younger animals it is commonly described in older animals. Keywords: Sudden death, hypovolemic shock and equine athlete RESUMEN: En caballos de carreras Pura Sangre Inglés la muerte súbita se relaciona con la muerte durante el ejercicio físico o incluso una hora después de su finalización, las principales causas de son lesiones pulmonares y cardíacas, hemorragia pulmonar, hemorragia idiopática de los grandes vasos y las lesiones musculares -esqueléticas. Este estudio informó un caballo, varón, de cinco años, de la raza pura sangre Inglés de carreras con antecedentes de muerte súbita durante el ejercicio. El animal fue enviado al departamento de patología del Departamento de Servicios Veterinarios (DAV) del Jockey Club de São Paulo, después de la autopsia se encontró la presencia de una rotura de vasos sanguíneos en la Raíz mesenterio (tronco yeyunal) resultante hemorragia intra-abdominal y shock hipovolémico. Aunque el sangrado de vasos grandes idiopática se describen como causa de muerte súbita en los caballos de carreras, vasos mesentéricos lagrimales se encuentran raramente en la literatura veterinaria. Esta condición puede ocurrir en animales jóvenes que se describe comúnmente en animales de mayor edad. Palabras clave: Muerte súbita, shock hipovolemico y atleta equino

Introdução A morte súbita durante o exercício é definida como colapso agudo, em um equino aparentemente saudável, que ocorre durante a realização de atividade física ou até uma hora após seu término. A morte é provocada por algum transtorno no funcionamento normal do sistema cardiovascular9,7,8. As causas mais frequentes nos equinos Puro Sangue Inglês de corrida são lesões pulmonares e cardíacas, hemorragias pulmonares, hemorragias idiopáticas dos grandes vasos e lesões musculoesqueléticas14.

De acordo com a Society of Cardiovascular Surgery e o Capítulo Norte Americano da International Cardiovascular Society, a definição de aneurisma é uma dilatação maior do que 50% do diâmetro esperado de um vaso em determinada localização. Quando as três camadas arteriais são acometidas pela dilatação, o aneurisma é classificado como verdadeiro. Porém a classificação do falso aneurisma relaciona-se com a ruptura ou secção parcial da parede e delimitação do “hematoma pulsátil” pelos tecidos periarteriais, onde o trauma é a causa mais frequente


interna secundária a aneurisma por micose da bolsa gutural13,18. A ruptura de vasos mesentéricos já foi descrita em humanos19,11,2,17, gado5,18 e em equinos18,16,7. Ruptura de grandes vasos tende a ocorrer mais frequentemente, mas não exclusivamente, em equinos de alto desempenho que praticam diversas modalidades, mais velhos. A ruptura de uma artéria é geralmente um evento catastrófico e súbito, não há tratamento para essa condição e o diagnóstico geralmente é feito post mortem22. Relato de Caso Um equino, macho, castanho, 5 anos, PSI de corrida, foi encaminhado ao setor de patologia do Departamento de Assistência Veterinária (DAV) do Jockey Club de São Paulo após morte súbita ao final do percurso de corrida de fundo (2400 metros) no Hipódromo Cidade Jardim, São Paulo. Durante a necropsia, constatou-se a ruptura de vasos sanguíneos da raiz do mesentério (tronco jejunal) (figuras 1, 2, 3 e 4),

FONTE: DAV, JOCKEY CLUB DE SÃO PAULO, 2015

para controle da hemorragia17,12. Em quase metade dos casos de equinos submetidos à necropsia em que houve uma grande quantidade de sangue livre no abdômen, o exato local do vaso sanguíneo rompido não foi encontrado. Curiosamente, a ruptura da aorta (aneurisma) é muitas vezes a suspeita de causa de morte súbita durante ou imediatamente após a corrida16. Lesão traumática ou ruptura espontânea de grandes vasos sanguíneos são razões comuns para hemorragia aguda. Quando a perda é de 35% ou mais do volume total de sangue leva a sinais clínicos de choque hemorrágico grave. As causas mais comuns de choque hipovolêmico em equinos incluem hematoma etmoidal, hemorragia pulmonar induzida por exercício, hematoma esplênico, ruptura de fígado com hiperlipidemia, ruptura de artéria mesentérica secundária a migração larval por estrongilídeos, aneurisma venoso congênito (raro), hemorragia iatrogênica pós-orquiectomia, ruptura de artéria uterina pós-parto ou ilíaca após fratura do cinturão pélvico e erosão da carótida

Figura 1 e 2: Segmento médio jejunal. Notam-se serosas recobertas por sangue, além de hematoma que acompanha o trajeto vascular no tronco mesentérico

FONTE: DAV, JOCKEY CLUB DE SÃO PAULO, 2015

em humanos. Os aneurismas podem ainda ser classificados de acordo com o seu formato (sacular, fusiforme e dissecante) e sua localização (aorta torácica, aorta abdominal, viscerais e periféricos)15. A maioria dos equinos com aneurisma vão a óbito antes mesmo do diagnóstico da doença. O principal tipo visto em equinos é o aneurisma da aorta. Quando uma alta pressão é colocada sobre a parede vascular que é relativamente fina, como durante um período de altíssima frequência cardíaca, esta área pode se romper, levando à hemorragia. Isto pode ser visto em equinos atletas, já que os seus batimentos cardíacos e pressão arterial são extremamente elevados durante exercício22,1. Os sinais clínicos apresentados em animais com ruptura aórtica ou de grandes vasos são taquicardia, fraqueza, palidez e morte súbita, geralmente durante o exercício. Muitas vezes os equinos estão extremamente incomodados e apresentam sudorese intensa. A morte ocorre de forma aguda ou logo após a ruptura do vaso devido à arritmia ventricular ou choque hipovolêmico22,1. O choque é a progressão de uma cascata de eventos que começa quando células ou tecidos são privados de uma fonte de energia adequada (oxigênio)3. O choque hipovolêmico é caracterizado por baixo volume intravascular relativo à sua capacitância, sendo classificado como hipovolemia relativa ou absoluta. O volume contido no compartimento intravascular é inadequado para a perfusão tecidual17. É resultado de um déficit de volume, seja por causa de perda de sangue, resultante da profunda hemorragia, diarreia, sudorese excessiva ou desidratação grave3,10. Há diminuição do débito cardíaco em virtude da diminuição da précarga e da pressão arterial média. Como mecanismos compensatórios ocorrem aumentos da contratilidade, resistência vascular sistêmica e frequência cardíaca10. Geralmente o choque hipovolêmico ocorre como resultado de hemorragia profusa a partir de um vaso sanguíneo rompido espontaneamente, ou a partir da laceração de grandes vasos sanguíneos. Infelizmente, devido ao sangramento interno, os cavalos não demonstram a existência de um problema grave até que a pressão diminua a um limiar mínimo ao ponto de entrar em colapso, tornando difícil um tratamento imediato com transfusão sanguínea ou fluidoterapia por via intravenosa. Em humanos, o tratamento instituído é o cirúrgico, através de laparotomia exploratória e ligadura do vaso

Figura 3 e 4: Intestino Delgado. Nota-se área de ruptura de vasos sanguíneos da raiz do mesentério

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ocasionando hemorragia intra-abdominal e queda do volume de sangue circulante (choque hipovolêmico). A abertura da cavidade abdominal revelou grande quantidade de sangue livre intra-abdominal (figuras 5 e 6). Notou-se ainda, as alças intestinais apresentaram-se pálidas (figura 7).

FONTE: DAV, JOCKEY CLUB DE SÃO PAULO, 2015

Discussão

Figura 7: Cólon Menor. Notam-se as alças intestinais pálidas e sangue livre na cavidade abdominal

FONTE: DAV, JOCKEY CLUB DE SÃO PAULO, 2015

Figuras 5 e 6: Cavidade abdominal. Nota-se presença de grande quantidade de sangue livre no abdômen

Embora as hemorragias idiopáticas dos grandes vasos sejam descritas como uma das causas de morte súbita em equinos de corrida, a ruptura de vasos mesentéricos foi pouco encontrada na literatura veterinária compilada. Sendo que as encontradas foram as rupturas nos vasos mesentéricos cranianos6,7, o que não vem de acordo com o presente trabalho, visto que a ruptura foi na raiz mesentérica. Os achados clínicos corroboram com o encontrado na literatura, que cita palidez das membranas mucosas e morte súbita durante o exercício, de forma aguda ou após a ruptura de grandes vasos devido ao choque hipovolêmico22,1. Apesar de o presente relato esta enfermidade ter sido vista em um equino jovem, a maioria da literatura consultada as rupturas relatadas ocorreram em equinos mais velhos22. Já o diagnóstico realizado durante a necropsia vem de comum acordo com o descrito pela literatura, que cita o exame post mortem como sendo o principal diagnóstico para essa afecção em equinos19. Conclusão As mortes súbitas são eventos catastróficos de grande importância que geram inúmeras perdas econômicas dentro do turfe. Embora raramente relatada, a ruptura de vasos mesentéricos é considerada uma das possíveis causas de morte súbita em equinos, sendo uma das únicas formas de diagnóstico realizada na necropsia. Esta afecção pode acometer animais mais jovens mesmo sendo comumente descritos em animais mais velhos. ®

FONTE: DAV, JOCKEY CLUB DE SÃO PAULO, 2015

Referências

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paramediana direita com cecostomia em equino com eventração: relato de caso “Right paramedian laparotomy with cecostomy in equine eventration: report of case” “Laparotomía paramediana derecha con el caballo colostomía con eventración: reporte de un caso” Rodrigo Madruga da Silva* (madruga_vet@hotmail.com) Residente em clinica médica e cirúrgica de grandes animais da Univ. Federal de Mato Grosso do Sul Éliti Valero FiorinI (elitifiorin@hotmail.com) I Aluna de graduação em Medicina Veterinária da Univ. Federal de Mato Grosso do Sul Karen Fernanda da Silva (kahfernanda@hotmail.com) Residente em anestesiologia e emergência da Univ. Federal de Mato Grosso do Sul Valdemir Alves de Oliveira (valdemir.oliveira@ufms.br) Prof. do curso de Medicina Veterinária da Univ. Federal de Mato Grosso do Sul. * Autor para correspondência

RESUMO: A eventração é a ruptura da parede abdominal com saída de vísceras, ficando contida apenas pela pele. O trauma é a etiologia mais frequente na maioria dos casos e pode ocasionar estrangulação das porções acometidas. Após a lesão ocorre deposição de fibrina e construção de aglutinações fibrinosas, que serão degradadas em poucos dias ou transformadas em aderências fibrosas permanentes. O tratamento é cirúrgico e consiste na redução do conteúdo eventrado e reconstituição da parede abdominal. O propósito deste trabalho é reportar um caso de eventração equina com aderência de ceco, atendido no setor de Clínica Médica e Terapêutica de Equídeos da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FAMEZ), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O animal foi submetido à laparotomia paramediana direita com cecostomia e redução da eventração. O equino recebeu alta após 30 dias da intervenção com a ferida cirúrgica cicatrizada e sem evidências de complicações pós-operatórias. Unitermos: cecostomia, equino, eventração, laparotomia ABSTRACT: The eventration is the rupture of the abdominal wall with output viscera, being restrained only by the skin. Trauma is the most frequent cause in most cases and may lead to strangulation of affected portions. After the injury, the fibrin deposition and clumps fibrinous construction may be degraded in few days or transformed into permanent fibrous adhesion. The treatment is surgical and consists to reduce the gut content and reconstitute abdominal wall. The purpose of this study is to report an equine eventration with cecal adhesion, attended at Large Animal Medical and Surgical Clinic, Department of Veterinary Medicine and Zootechny College (FAMEZ), Federal University of Mato Grosso do Sul (UFMS). The animal under went laparotomy with right paramedian cecostomy and reducing herniation. The horse was discharged after 30 days of intervention with the healed wound and no evidence of post-operative complications. Keywords: cecostomy, equine, eventration, laparotomy RESUMEN: A eventración es la ruptura de la pared abdominal con salida de las viseras, quedando sostenida apenas por lapiel. El trauma es la etologia mas frecuente en la mayoria de los casos que puede ocasionar estrangulacion de las porciones acometidas despues de la lesion ocurre deposição de fibrina y construccion de glutinaco es fibrinosas que seran degradads en pocos dias o transformadas en aderência fibrosas permanente. El tratamento es cirúrgico que consiste en la reduccion del contenido eventrada y la regeneracion de la pared abdominal. El proposito de este trabajo es reportar un caso de eventración equina com aderência de ceco atendido en el sector de clinica medica y terapêutica de equideos de la Facultad de Medicina Veterinária y Zootecnia (FAMEZ), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). El animal fue sometido a laparotomia paramediana derecha con cecostomia y reduccion de la eventración. El equino tuvo de alta a los 30 dias de intervencion con la herida cirúrgica cicatrisada y sin evidencia de complicacion pos-operatória. Palabras claves: colostomía, equino, eventración, laparotomía

Introdução Eventração é a ruptura traumática da parede abdominal com saída de vísceras, que permanecem contidas apenas pelo tecido celular subcutâneo e pele. Segundo Knottenbelt & Pascoe8 (1998), pode ser parcial ou totalmente redutível, de aparecimento brusco ou lento. Em geral, há tumefação na região da abertura anatômica e problemas decorrentes do encarceramento definitivo das vísceras abdominais podem ocorrer. A etiologia mais comum acaba sendo o trauma, porém podem ocorrer falhas em procedimentos cirúrgicos como laparotomias e desencadear essa afecção9,11. Auer & Stick1 (1999) consideram o tratamento cirúrgico, baseando-se em laparotomia e redução do conteúdo eventrado e reconstituição da parede abdo14 •

minal. A reestruturação da parede abdominal pode ser complexa, sobretudo quando há alterações anatômicas, aderências estruturais e tecidos finos e friáveis. A sutura peritoneal sofre com o peso das vísceras abdominais do equino, fator agravante durante a cicatrização, que pode favorecer recidivas. Nesses casos, Brandão3 et al. (2004) salienta a necessidade de reforçar a síntese cirúrgica. As aderências formam-se a partir da união por fibrina ou tecido fibroso de uma ou mais áreas da superfície peritoneal originalmente livres. Hau5 et al. (1979) defende que após o trauma, ocorre deposição de fibrina e construção de aglutinações fibrinosas, que serão degradadas em poucos dias ou transformadas em aderências fibrosas permanentes. Em relação a problemas clínicos, podem ser assintomáticas ou gerar


Relato de Caso Foi encaminhado ao setor de Clínica Médica e Terapêutica de Equinos da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FAMEZ), Univ. Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), um equino adulto de aproximadamente 15 anos, sem raça definida, macho, pelagem castanha, pesando 460 kg, pertencente ao esquadrão da Polícia Montada da Polícia Militar (PM) de Mato Grosso do Sul, utilizado para execução de rondas no município de Campo Grande. O animal foi atendido no dia 25 de maio de 2015, tendo como queixa principal aumento de volume na região ventro-lateral direita do abdome há aproximadamente seis meses. No exame físico o paciente apresentou nível de consciência alerta e sinais vitais dentro dos valores de referência para a espécie: frequência cardíaca 42 bpm, frequência respiratória 12 mpm, temperatura retal 37°C, pulso das artérias digitais regular, mucosas normocoradas, tempo de preenchimento capilar de dois segundos, hidratado, linfonodos inalterados, motilidade do

trato grastointestinal normal nos quatro quadrantes. No hemograma completo não validou-se nenhuma alteração importante. O aumento de volume mostrou-se flácido e facilmente redutível. Devido à consistência e presença de borborigmos, ficou evidenciado a existência de alças intestinais. Estabeleceu-se o diagnóstico de eventração e o equino foi encaminhado à cirurgia, realizada dois dias após a internação. O pré-operatório constou de jejum sólido de 24 horas e 12 horas de jejum hídrico. O acesso venoso foi estabelecido por canulação da veia jugular direita, com cateter 14G. Prosseguiu-se com administração de medicação pré-anestésica à base de cloridrato de xilazina 2%, dose de 0,8 mg/kg. Após 10 minutos foi administrado 2,2 mg/ kg de cetamina associada a 0,1 mg/kg de midazolam para indução, por via intravenosa. Sob efeito anestésico, o equino foi contido em decúbito dorsal, à campo. Para manutenção foi utilizado 50g de Éter Gliceril Guaiacol (EGG), 2000 mg de cetamina e 11 ml de midazolam (taxa de 0,12 mg/ kg/h), diluídos em um litro de ringer com lactato. A taxa de infusão do triple drip foi de 2 ml/kg/h. Seguiu-se ampla tricotomia e antissepsia da região da tumefação e subsequente

incisão de aproximadamente oito centímetros em elipse da pele e do tecido subcutâneo, no sentido longitudinal, abrangendo pele e tecido subcutâneo, através da qual se observou lacerações nos músculos oblíquos externo e interno e transverso do abdômen, sendo possível a visualização de aderência do músculo transverso e do peritôneo com o ceco. Houve necessidade de realizar-se cecostomia e debridamento para desfazer a aderência (Figura 1). Uma vez desfeita, iniciou-se a rafia do ceco com fio absorvível poligactina 910 (vicryl) n.1 com sutura contínua interrompida e em dois planos, o primeiro sero-mucosa, utilizou-se sutura do tipo Schmieden e no segundo, sero-muscular, sutura do tipo Cushing (Figura 2). Em seguida, procedeu-se a sutura concomitante do peritôneo, musculatura e fáscia muscular com categute cromado 2, sutura isolada do tipo Sultan. A síntese do tecido subcutâneo foi realizada com categute 1 com sutura contínua de Cushing e na pele foi utilizado fio inabsorvível de algodão 4, sutura isolada simples. Logo após o procedimento cirúrgico, o animal recebeu 10000 UI de soro antitetânico, pela via intramuscular. No pós-operatório foi instituída antibioticoterapia com penicilina benzatina

DEPTO. DE CLÍNICA E CIRURGIA DE GRANDES ANIMAIS DA UNIV. FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

cólicas, obstrução intestinal, isquemia e necrose. Segundo Holtz7 (1994) a isquemia é considerada o mais potente estímulo para a formação de aderências. O reforço dos tecidos que compõem a parede abdominal é uma necessidade constante na cirurgia humana e na veterinária. Diversos materiais tem sido empregado, como próteses na parede abdominal, no entanto, muitos deles tem induzido reações severas no hospedeiro, rejeições e infecções2,12. Atualmente uma grande diversidade de materiais pode ser utilizada para reforçar a rafia do peritônio no tratamento cirúrgico de eventração em equinos, sejam eles sintéticos ou biológicos. Quanto aos substitutos biológicos, de procedência animal, muita importância se tem dado ao pericárdio bovino, um biomaterial de fácil acesso, complacente e resistente. Além disso por ser de natureza orgânica, geralmente apresenta baixa antigenicidade15. Orlandini10 et al, (2014) utilizaram botões de poliéster de 12,7 mm de diâmetro, e tela de polipropileno de 15x15 cm para tratamento cirúrgico de eventração pós traumática em equinos e obtiveram sucesso na cicatrização e resolução do caso. Objetivou-se, neste trabalho, relatar um caso de eventração com aderência de ceco em um equino e a laparotomia paramediana direita com cecostomia que sucedeu como tratamento.

Figura 1: Cecostomia e debridamento para desfazer aderências

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DEPTO. DE CLÍNICA E CIRURGIA DE GRANDES ANIMAIS DA UNIV. FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

Figura 2: Sutura do ceco com fio absorvível poligactina 910 (vicryl) n.1 .....................................................................................................................................................................

(22000 UI/kg a cada 48 horas, cinco aplicações, intramuscular) e gentamicina (6,6 mg/kg a cada 24 horas, durante dez dias, intravenoso). A terapia anti-inflamatória instituída foi com anti-inflamatório não esteroidal durante oito dias, com meloxicam, dose de 0,6 mg/kg, via intravenosa. Diariamente foi empreendido tratamento à base de ducha para minimizar o edema, durante 20 minutos, até a alta do animal, além de cautelosa avaliação clínica. A higienização da ferida cirúrgica foi realizada diariamente com iodopovidona e pomada cicatrizante à base de penicilina. Durante a internação, o equino foi mantido estabulado em baia com cama de maravalha, recebendo água e feno de alfafa à vontade. No pós-operatório não foi observado deiscência de sutura, embora tenha exibido edema e seroma. Os pontos foram removidos 10 dias após o procedimento cirúrgico. Durante 30 dias de internação, o paciente não apresentou alterações significativas dos sinais vitais ou distúrbios do trato grastrointestinal. Após 15 e 30 dias foi realizado hemograma completo, não sendo salientado leucocitose ou indícios de infecção bacteriana. O equino recebeu alta após 30 dias da intervenção com a ferida cirúrgica cicatrizada e sem edema. Discussão Kumer e Stick9 (2012) verificaram que intestino grosso apresenta pontos de fixação por meio de ligamentos na qual lhe confere certa imobilidade, contrário ao intesti16 •

no delgado, que está seguro apenas pelo mensentério, conferindo maior mobilidade na cavidade, sendo o conteúdo encontrado na maior parte dos casos de eventração em equinos, discordando dos achados no caso em questão. Segundo Wilson14 et al (1995) a chance de complicações incisionais póslaparotomia em equinos com peso acima de 300 kg é cinco vezes maior. O equino submetido a cirurgia para correção da eventração apresentava 460 kg. Este fato, bem como o peso das vísceras a serem suportadas, poderia acarretar em rompimento da sutura, o que não foi observado durante o pós-operatório do caso. Em um estudo realizado por Hawkins6 et al, (1993) revisando 67 casos de peritonite, independente da causa, obtiveram baixo diagnóstico de sobrevivência. A mortalidade nos equinos com peritonite pós-operatória foi de 56%. A peritonite pode ocorrer em resposta a uma variedade de estímulos, tanto infeccioso (bactérias, vírus, fungos e parasitos) quanto não infeccioso (traumas, agentes químicos e neoplasias)4. Contestando esses dados, no caso acompanhado na FAMEZ, no pós-operatório o animal não apresentou sinais de peritonite ou leucocitose no hemograma completo. A conduta cirúrgica incluindo a antissepsia adequada e o pós-operatório com antibioticoterapia mostraram-se eficazes na total recuperação do animal. Durante 30 dias de internação, o paciente não apresentou alterações significativas dos sinais vitais ou distúrbios do trato

gastrointestinal, refutando, nesse caso, a consideração de Weiss13 et al. (1997) de que as indigestões favorecem a transferência de bactérias e toxinas do lúmen intestinal para a corrente sanguínea, contribuindo para manifestações de sinais sistêmicos, como choque séptico em equinos. Conclusão Conclui-se que a laparotomia paramediana é a manobra cirúrgica impreterível para solução de eventração equina, uma vez que pode-se deparar com situações inesperadas como aderências de diversas estruturas anatômicas. ® Referências 1. AUER, J.A.; STICK, J.A. Equine Surgery. Philadelphia: W.B. Saunders, 1999, 2.ed., 937p. 2. BELLÓN, J.M. Propuesta de una nuevaclasificación de próteses destinadas a lareparación de defectosherniarios em lapared abdominal. Cirúrgica Española, v.78, n.3, p.148-151, 2005. 3. BRANDÃO, C.M.A.; GUEDES, M.A.V.; SILVIA, M.F. et al. Plastia da valva mitral com a técnica do “Duplo Teflon”. Resultados de 10 anos. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, v.19, n.4, p.399-401, 2004. 4. HANSON, R.R. How I treat Horses with peritonitis. Comp. Contin. Educ. Pract. Vet., v.21, n.10, p. 965-973, 1999. 5. HAU, T.; PAYNE, D.; SIMMONS, R.L. Fibrinolytic activity of the peritoneum during experimental peritonitis. Surg Gynecol Obstet, v.148, p.415-418, 1979. 6. HAWKINS, J.F.; BOWMAN, K.F.; ROBERTS, M.C.; COWEN, P. Peritonitis in horses: 67 cases (1985-1990). J. Am. Vet. Med. Assoc., v.203, n.2, p.284-288, 1993. 7. HOLTZ, G. Prevention and managment of peritoneal adhesions. Fertil Steril. v.41, p.497-507, 1984. 8. KNOTTENBELT, D.C.; PASCOE, R.R. Afecções e Distúrbios do Cavalo. São Paulo: Editora Manole, 1998, 432p. 9. KUMMER, M.R. e STICK, J.A. Abdominal Hernias. In: AUER, J.A. e STICK, J.A. Equine Surgery, 4.ed., Saint Louis: Elsevier, 2012, p.506-515. 10. ORLANDINI, C.F.; STEINER, D.; BOSCARATO, A.G. et. al. Utilização de botões de poliéstere tela de polipropilenono tratamento cirúrgico de eventração pós-traumática em equino: relato de caso. Rev. Ciên. Vet. Saúde Públ., v.1, supl.1, p.80, 2014. 11. VAN DER VELDEN, M.A.; KLEIN, W.R. A modifiedtechnique for implantationofpolypropylenemesh for therepairofexternal abdominal hernias in horses: a reviewof 21 cases. Veterinary Quarterly, v.16, Suppl.2, p.108-110, 1994. 12. VULCANI, V.A.S. et al. Biomateriais para reparação cirúrgica da parede abdominal em animais domésticos - Revisão. Arquivo de Ciências Veterinárias e Zoologia, v.12, n.2, p.141-147, 2009. 13. WEISS, D.J.; EVANSON, O.A.; FAGLIARI, J.J. A preliminarystudyofmucosalbarrierfunction in experimental equinelaminitis. Vet. Pathol., v.34, p.480, 1997. 14. WILSON, D.A.; BAKER, G.J.; BOERO, M.J. Complications of celiotomy incisions in horses. Veterinary Surgery, v.24, n.6, p.506-514, 1995. 15. YAMATOGI, R.S.; RAHAL, S.C.; GRANJEIRO, J.M.; TAGA, R.; CESTARI, T.M.; LIMA, A.F.M. Histologia da associação de membranas biológicas de origem bovina implantadas no tecido subcutâneo de ratos. Ciência Rural, v.5, n.4, p.837-842, 2005.


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