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DNA 12 ESCRITÓRIOS FALAM COMO A ARQUITETURA SE DEFINE MUITO ALÉM DO ESTUDO DE VOLUMES E FORMAS
O PAISAGISMO ROMÂNTICO DE RAUL CÂNOVAS + DESIGN + PAISAGISMO + INTERIORES + COMIDA, DIVERSÃO E ARTE CORES + HORTAS + ARQUITETURA ESCOLAR + ALEGRIA...
ANÚNCIO PAMESA
SIM!
#103 Diretor Executivo Márcio Sena
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Editor Felipe Mendonça (felipebezerra@miraimidia.com)
JOÃO PEDRO
LUCAS OLIVEIRA
Conselho Editorial Alexandre Mesquita Amélia Córdula Diomári Diniz Patrícia Marinho Raul Córdula
DNA DA ARQUITETURA
Conversamos com 12 escritórios para definir o conceito de identidade na profissão
PAISAGISMO RAUL CÂNOVAS
ZOOM KILIAN GLASNER
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Redação / Design / Fotografia Lorena Moura Mariana Clarissa Carol Kirschner Emanuel Neves Manu Braga Lucas Oliveira Operações Comerciais Eliane Guerra (81) 9.9282.7979 | 9.9536.7969 (elianeguerra@revistasim.com.br)
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LUCAS OLIVEIRA
LUCAS OLIVEIRA
Fabiano Cordeiro (81) 9.9501.2171 | 9.9466.2520 (fabianocordeiro@miraimidia.com)
DESIGN ESTAMPARIA
PROJETO ARQUITETURA ESCOLAR
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MATEUS SÁ
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FAZER O BEM DOUTORES DA ALEGRIA
Os textos e artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista.
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LANA PINHO
LUCAS OLIVEIRA
DELÍCIAS COMIDA, DIVERSÃO E ARTE
SIM! é uma publicação da MIRAI ASSESSORIA EM COMUNICAÇÃO LTDA Redação | Comercial Rua Bruno Veloso, 603, sala 101 Boa Viagem - Recife - PE CEP 51.021-280 redacao@revistasim.com.br Fone / Fax: (81) 3048.0090
DIVULGAÇÃO
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Joelma Santos (81) 3039.2220 (mirai@miraimidia.com)
MOMENTO SIM! EU DIGO SIM! VAMOS LER! SIGA-ME JARDINS JARDINEIRA CRÔNICAS DO OLHAR É TUDO!
Um giro pelos eventos
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Arquitetura é música!
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Lançamentos
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Dicas de Dani Paes Barreto
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Hortas urbanas
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Angélica
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O grafite como arte urbana
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Tendência das cores
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CAPA
Ilustração criada por Carlos Varejão
MOMENTO SIM!
É FESTA! A Revista SIM! 102 trouxe em suas páginas uma cobertura tripla sobre CASA COR® em Pernambuco, na Paraíba e em São Paulo. Em um evento cheio de glamour, na Mostra pernambucana participaram nomes importantes da arquitetura local, além de designers e artistas plásticos que foram conferir as novidades do setor publicadas pela SIM!. FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
Felipe Bezerra, Patrícia Marinho, Eliane Guerra, Carla Cavalcanti, Diogo Viana, Isabela Coutinho e Márcio Sena
Luiz Carlos Pereira, Eliane Guerra e Ivete Farias
Adriana Porto, Kátia Costa Pinto e Roberto Lúcio
Rafael Tenório e Patrícia Duarte
André Wanderley, Márcia Chamixaes e Carlos Augusto Lira
Stéphanie Dijick e Isabele Teixeira
Taciana Feitosa, Clarissa Prado, Luciana Ramos e Fátima Prado
Alexandre Mesquita, Raul Córdula, Roberto Salomão, Marcelo Kozmhinsky, Amélia Córdula, Patrícia Marinho e Fernanda Durães
Eduardo e Anunciada Fazio
Cláudio Campello
Luiza Nogueira e Denise Gouveia
Nethe Lima, Márcio Sena e Marcelo Sousa
André Carício e Kátia Peixoto
Ângela Agra e Simone Lima
Ana Moura
Rosalia Zirpoli e Hilda Bekenfeld
Márcia Nejaim
Luis Dubeux e Ju Nejaim
Mariana Russo e Verônica Pimentel
Turíbio Santos, Isabela Coutinho, Adolpho Leimig e Nathalie Mendonça
Maria Eduarda Pedrosa, Romero Ribeiro e Diogo Viana
Fernanda Durães, Patrícia Marinho e Ana Paula Cascão
FOTOARTE Dando continuidade à matéria “Fotografia e Arte... É arte?” veiculada na edição 102, a Revista SIM! e a Arte Plural Galeria se uniram para exibir o curta-metragem FOTOARTE, produção da SIM!. O evento contou com um debate sobre fotografia e arte que reuniu nomes como Fernando Neves, Maria do Carmo Nino, Roberto Lúcio, Yêda Bezerra de Mello e Eduardo Queiroga. Em paralelo houve o encerramento da exposição “O corpo e suas escrituras”, de Roberto Lúcio, que trouxe a bailarina Anne Costa com uma apresentação de dança contemporânea. Fernando Neves, Patrícia Marinho, Maria do Carmo Nino, Roberto Lúcio, Yêda Bezerra de Mello e Eduardo Queiroga
FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
Mariana Clarissa e Juliana Paes Barreto
Eliane Guerra e Ângela Agra
Exibição do curta atraiu vários entusiastas da arte e da fotografia
Bailarina Anne Costa
MOMENTO SIM!
A Domodi reuniu vários profissionais de arquitetura que foram conferir o workshop Mosaico Criativo, por Wilson Luiz, que revelou detalhes sobre o processo de fabricação do mosaico.
Wilson Luiz ministra seu workshop
Alexandre Mesquita abriu o evento com uma palestra
André Dantas
Arquitetos criando seus mosaicos
Fred Mota
FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
O Núcleo de Decoração de Pernambuco (Núcleo/PE) reuniu arquitetos locais para um encontro que envolveu palestras, anúncios de novidades e a divulgação da campanha 2017. No auditório do JCPM Trade Center, em Boa Viagem, Fernanda Bérgamo ministrou o bate-papo “Como a arquitetura pode moldar a comunicação” e Ronaldo Ferreira apresentou o cartão +Kaza Com, ferramenta que possibilita que o consumidor final receba benefícios através de pontos de fidelização. Após o seminário, os profissionais se confraternizaram com um almoço.
Edite Araújo e Ana Pitanga
Patrícia Duarte e Dani Paes Barreto
Giuliana Zirpoli e Elza Medonça
Sumaya Duarte e George Casé
Fábio Morim e Juliana da Mata
Taciana Carulla
Madá Albuquerque e Newman Belo com sua pequena Maria Rita e Sandro Curra
Mônica Paes e Roberto Curra
Katya Veras, Marcela Salazar e Giselly Agra
Beth Curra e Silvana Gondim
Bruna Lobo, Kleber Carvalho, Sandro Curra, Beth Curra, Renata Berenguer e Fred Mota
FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
+ Facebook: Revista SIM
Sandro e Beth Curra receberam um time de peso durante o lançamento da nova coleção Mystique da Uniflex, em Boa Viagem. Os arquitetos pernambucanos marcaram presença no evento, que apresentou as novas tecnologias e possibilidades de persianas e cortinas da marca. FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
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MOMENTO SIM! Para comemorar três decadas de atuação no mercado de decoração do Estado, a Casa Pronta promoveu em outubro a festa “Trinta anos entrelaçados”. O momento reuniu arquitetos, parceiros e amigos, os quais puderam conferir a mostra de fotos das 135 vitrines do espaço, que foram assinadas por profissionais locais e ambientadas com móveis da unidade ao longo de sua existência. A festa também foi marcada pelo lançamento da exposição de peças de José Zanine Caldas – falecido em 2001.
Doris Souza e Cristina Alho
André Wanderley, Humberto e Analice Zirpoli
Lourival Costa, Fanny Cavalcanti e Romero Duarte
FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
+ Facebook: Revista SIM
Everton Vieira, Wellington Theotonio e Eliana Sandes
Márcia Nejaim
Jaidete Ferreira e Cleomenes Oliveira
Alagoas deu um start diferenciado para a edição da CASA COR® 2017. O CASA COR Talks-AL reuniu mais de 300 arquitetos em dois dias de palestras com profissionais renomados do Brasil. FOTOS: MILLAFOTOS
O Comida, Diversão e Arte, projeto criado por lojistas pernambucanos para reunir de forma descontraída os arquitetos em torno da gastronomia, foi um sucesso. Através de um fogão e do preparo de pratos deliciosos, eles disputaram entre si, ponto a ponto, a divertida competição. A primeira edição do projeto teve sua final em fevereiro, e Alexandre Mesquita e Fred Mota disputaram uma viagem para a Itália como prêmio.
Alessandro Silva, Rodrigo Ambrosio e Pedro Ariel
Caetano Ximenes e Jair Valera
Lívia Pedreira e Roberto Migotto
Neto Belém, Roberta Branco e Wilson Luiz
Lélia Lopes e Leandro Ricardo
Denise Glasner e Gabriela Lins
FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
Livro de receitas por arquitetos foi lançado durante a noite
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Fred Mota recebe o prêmio por vencer a 1a edição da competição
Idealizadores e parceiros: Elizabeth Wicks, Márcia Marinho, Denise Gouveia, Adolpho Leimig, Alexandre Mesquita, Tânia Jurema, Fred Mota, Rapha Vasconcellos e Patrícia Marinho
#EUDIGOSIM
Inicialmente, ao pensar em uma pauta que trouxesse para a discussão o DNA da arquitetura, nos confrontamos com elementos constitutivos como volume, iluminação, ventilação, circulação, contraste.... Mas, diante de depoimentos como os de Wandenkolk, Carlos Fernando Pontual, Jerônimo da Cunha Lima, entre tantos outros que nos trouxeram contribuições para a matéria, o que desatou em mim foi algo mais emotivo. Algo que, de alguma maneira, estava escondido em minhas percepções sobre cidade, construções e espaços e que aflorou de forma poética e, pela primeira vez, percebi a cidade e os prédios como uma partitura. Arquitetura é música! Mais que isso, somos parte desta composição. Estamos inseridos na melodia e no ritmo.
“O jogo sucessivo das formas no espaço, de suas proporções e suas dimensões cria ritmos, tal como faz a música na duração. E a arquitetura é música espacial”, relata André Wogenscky, arquiteto e principal colaborador de Le Corbusier durante 20 anos, em seu livro Mãos de Le Corbusier. Assim como a música é capaz de nos envolver, a arquitetura também deve ter o poder de nos abraçar e de nos confortar com todas as suas nuances. Neste contexto, o arquiteto é parte indispensável da trilha sonora de nossas cidades, mas não único responsável! A construção da cidade pelos agentes governantes e o entendimento dos indivíduos acerca do tipo de “música” em que desejam estar imersos são fundamentais para que possamos, com a arquitetura, ter uma trilha musical mais harmônica para reger nossas vidas.
MARIANA CLARISSA
SIM! para a música!
Ilustração da série Archmusic, do ilustrador e arquiteto italiano Federico Babina.
Veja outras imagens da série e mais do trabalho dele em http://federicobabina.com/
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DIVULGAÇÃO
VAMOS LER!
Mais perto do céu LUCAS OLIVEIRA
Publicação busca derrubar mitos, esclarecer a população e incentivar a utilização dos telhados verdes pelo País
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Da melhoria das condições termoacústicas a fatores psicológicos que interferem no bem-estar das pessoas, a aplicação de telhados verdes gera benefícios que ultrapassam a estética. Entre outras vantagens, a diminuição do efeito das ilhas de calor nas grandes cidades e o aumento da retenção da água das chuvas. No entanto, a iniciativa ainda é tímida no Brasil, por estar cercada de mitos e questionamentos. Diante desse cenário, o paisagista Marcelo Kozmhinsky desenvolveu, junto a ecóloga Sara Pinheiro e a professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Soraya Giovanetti, o livro “Telhados Verdes: uma iniciativa sustentável”. A proposta é desmistificar as dificuldades que muitos acreditam ter em relação à aplicação do telhado verde. Toda a produção da obra durou um ano. “A ideia é que as pessoas em geral possam entender um pouco mais sobre o que é o telhado verde e pôr fim à insegurança que muitos têm sobre eles. A proposta é afirmar que esta é uma prática importante para melhorar na cidade e no empreendimento a temperatura, amenizar a poluição visual e atmosférica, reduzir as ilhas de calor, ter mais um espaço para a fauna e flora, entre outros pontos”, destaca Kozmhinsky.
A obra é fruto da disciplina de Gestão Ambiental, do mestrado em Engenharia Ambiental da, e o foco do trabalho é no telhado verde do prédio Information Technology Business Center (ITBC), no bairro do Recife, projeto assinado pelo paisagista, em que são levantados dados em relação à qualidade ambiental conquistada após a aplicação, ressaltando itens como umidade do ar, evapotranspiração e temperatura. “A ideia é pensar neste modelo e replicar nas edificações que não previam telhados verdes, pois as novas, por conta da Lei (legislação municipal de número 18.112),
já irão pedir; no entanto, as antigas não. A proposta é comprovar que é possível ter projetos desse tipo”, explica, pontuando que um prédio com telhado verde pode oferecer um conforto térmico de quatro a seis graus em relação ao seu entorno. O livro, que foi lançado na loja Florense de Recife, está disponível nas livrarias Imperatriz pelo preço de R$ 30. De acordo com Kozmhinsky, a ideia é levar o material para as bibliotecas públicas e universitárias espalhadas pelo País. www.mkzpaisagismo.com.br
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Uma década de Trocando em Miúdos
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Livro conta a história da marca criada por duas amigas que, mesmo após dez anos, ainda continua ditando moda com seus acessórios
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Em 2006, duas amigas, Amanda Braga e Juliane Miranda, resolveram apostar em um sonho, o de desenvolver acessórios diferenciados, cheios de estilo e personalidade. E foi assim que surgiu a Trocando em Miúdos, uma empresa que virou referência no trabalho autoral em Pernambuco. De tantas histórias reunidas nesses últimos dez anos, as duas designers, por influência de amigos, resolveram montar um livro, o “Colecionando o Tempo”. A obra é uma reunião de fatos, dados e memórias que apresentam ao leitor a trajetória da empresa. Por lá, temas como empreendedorismo, economia criativa e inovação do design de moda no Estado são os motes principais. Com prefácio assinado por Karina Zapata e apresentação de Juliana Jay Emerenciano, o trabalho, que demorou um ano para ser elaborado, tem 183 páginas e leva a assinatura da jornalista Luciana Veras. “Reconstruir no papel a ascensão da marca foi como mergulhar numa espécie de arqueologia jornalística, que, em consonância com a história lapidada por Amanda e Juliane, também se constituiria uma jornada de coragem e criação”, explica Luciana. A obra é dividida em quatro capítulos e anexos especiais, como um glossário afetivo e um editorial de moda feito em Berlim. “Não bastava apenas expor os acessórios para a venda, queríamos transportar cada pessoa que ali estaria para ver o nosso trabalho ao mesmo universo criativo no qual tínhamos emergido para criar aquela coleção. Nosso principal desafio foi reunir toda essa história que construímos ao longo desses dez anos em um livro. De um sonho despretensioso, de uma ideia caseira que se tornou uma empresa, um negócio”, conta Amanda Braga. “Hoje, o vejo como um diário de uma década de dedicação, amor, ousadia e perseverança”, complementa Juliane Miranda. A publicação está disponível para venda na loja online e em outros pontos fixos da empresa. Outra novidade é a chegada da primeira loja da marca em Boa Viagem, Zona Sul do Recife.
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www.trocandoemmiudos.com 19
SIGA-ME! Convidamos a arquiteta Dani Paes Barreto da @arqMULTI para selecionar seis perfis no Instagram que trazem soluções, inspirações e peças de design inovadoras. É seguir e se inspirar!
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1. O perfil @interiordesignideas mostra várias ideias para você usar na sua casa. Independente do seu estilo, sempre encontrará excelentes soluções de planta e como usar os revestimentos e mobiliário. 2. No @design.only, as construções públicas, comerciais e também residências que encontramos nesta página são maravilhosas! O design se evidencia nos materiais utilizados que se transformam em verdadeiras obras de arte.
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3. Se você quiser ver design arrojado e funcional, seja de mobiliário, utensílios domésticos ou pessoais, siga o @_design_inspiration.
5. @jaderalmeida é um designer brasileiro com um trabalho contemporâneo e confortável, que utiliza materiais marcantes como a madeira, o mármore, os metais e o couro.
4. Já o @adesignersmind não fala apenas de design, mas de estilo de vida! Mostra como tirar partido da arquitetura.
6. Conhecido mundialmente, @starck (Philippe Starck) é um designer francês que se destaca por sua obra multidisciplinar, que vai do design de interiores aos bens de consumo de massa, como motos, celulares e utensílios de casa.
PAISAGISMO
O ROMÂNTICO Há cerca de 57 anos trabalhando com a arte do paisagismo, Raul vem de uma família que carrega no sangue o amor pelo verde
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RAUL
CÂNOVAS
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TEXTO: LORENA MOURA
“Minha relação com o Brasil foi de carma. Vim pela primeira vez com 17 anos, porque queria encontrar a terra dos papagaios, e logo fiquei fascinado com o que vi. Depois voltei outras vezes e, sempre que ia para Buenos Aires, retornava pior. Foi quando, em 69, em plena ditadura, resolvi ficar definitivamente. Eu não procurava por dinheiro e sucesso, apenas buscava o encantador, um lugar com uma sintonia ímpar para viver”, explica o paisagista, professor, escritor, palestrante e argentino por nascimento Raul Cânovas, que veio ao Brasil em definitivo depois do convite de Roberto Burle Marx para trabalhar no Rio de Janeiro. Há cerca de 57 anos trabalhando com a arte do paisagismo, Raul vem de uma família que carrega no sangue o amor pelo verde. Seu pai foi um dos grandes incentivadores e professores, e foi aos 13 anos que Raul fez o seu primeiro jardim. “Eu já acompanhava meu pai em seu trabalho, mas houve um dia que ele disse que eu tinha que começar a trabalhar seriamente. Foi quando surgiu um cliente que precisava fazer uma jardineira e plantar uma árvore na calçada. Eu tinha que determinar quais seriam os tipos da vegetação e justificar o porquê... Aí eu tremi, lembro que fiquei pesquisando e descobri as acácias, que têm várias espécies, e encontrei um tipo que se encaixou. Apresentei ao meu pai a ideia e esse foi o início. Depois disso, não parei mais”, conta Cânovas.
Escutei de um paisagista chinês que se você consegue fazer um jardim que atraia um caminhante e o faça parar e observar, você terá feito uma boa obra; se essa pessoa entrar no jardim, você terá feito uma grande obra; porém, se ela não quiser mais sair, você terá feito a maior de todas as obras
Uma das grandes preocupações de Raul é a importância que o paisagismo tem para a construção do bem-estar da sociedade. “O paisagista, quando preocupado com o bem social, vai procurar algo que traga solução para o impacto urbano, porque podemos reconduzir a sociedade para o paraíso perdido, pois em toda a nossa cultura histórica, um jardim aparece como ponto de partida. As pessoas têm que saber que a felicidade não está nos bens materiais. Uma das coisas que notamos é que todos tentam retornar ao campo, comer uma boa refeição do interior, ou seja, inconscientemente estamos reconhecendo que o mundo fora dos grandes centros urbanos nos deixa mais felizes”, explica.
Outro ponto que se destaca no seu modo de trabalho é como ele encara a simplicidade inerente a sua profissão. “Passei um dia na casa de campo do maior paisagista do mundo, atualmente o francês Jean Clement, e ele sintetiza muito essa simplicidade. Ele tem 73 anos e na sua casa não há um grande jardim, porque ele diz que não pode concorrer com os pássaros. Ele também não tem celular ou computador, mas tem qualidade de vida. Quando você encontrar profissionais que ainda ostentam dinheiro com relógios e carrões, é porque são emergentes e ainda precisam se afirmar”, diz Raul com convicção. LUCAS OLIVEIRA
PAISAGISMO FOTOS: DIVULGAÇÃO
CASA DE RAUL CÂNOVAS “NÃO É DE LONGE O MAIS ESPETACULAR, MAS EU FIZ COM MUITO CARINHO E O CLIENTE ERA EU. FOI SIMPLES PORQUE ME CONHEÇO BEM”
Cânovas contabiliza mais de 3000 projetos em seu currículo, porém o mais importante, empolgante e especial foi o planejamento da sua casa. “Não é de longe o mais espetacular, mas eu fiz com muito carinho e o cliente era eu. Foi simples porque me conheço bem. Tenho muitos projetos, no entanto os mais importantes são os que eu consigo levar para o usuário um algo a mais. E nunca é uma residência familiar, são hospitais psiquiátricos e áreas industriais. A ideia de fazer com que as pessoas na hora do almoço possam sair desses ambientes e ficar por uma hora em um jardim aconchegante, limpo e com flores é incrível. Assim, elas podem descansar e voltar para o trabalho bem animadas e reabastecidas”, diz Raul, que complementa: “Já dei consultoria sobre como inserir o paisagismo em um terreiro de umbanda, trazendo um pouco da vegetação africana para deixar o lugar mais aconchegante, harmonioso e gostoso. O fato de levar a felicidade para as pessoas me deixa mais feliz”.
Para se fazer um jardim, o paisagista sempre ressalta que é preciso primeiramente saber por que o cliente necessita dele e para quê. É essa a sua visão, a de que a construção tem que ter um sentido, não se tratando apenas do fazer por fazer. E isso se aplica também aos jardins sensoriais, que proporcionam ao ser humano exercitar quatro dos sentidos do corpo humano: o tato, a partir das texturas das plantas; a audição, mediante os sons da água; o olfato, com os aromas, e a visão, por meio da explosão de cores que compõem a vegetação nesse espaço. “Escutei de um paisagista chinês que se você consegue fazer um jardim que atraia um caminhante e o faça parar e observar, você terá feito uma boa obra; se essa pessoa entrar no jardim, você terá feito uma grande obra; porém, se ela não quiser mais sair, você terá feito a maior de todas as obras. Os jardins nos fazem bem e provocam a sensação de felicidade”, diz com alegria Raul Cânovas.
www.jardimcor.com
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JARDINS
Marcelo Kozmhinsky é engenheiro agrônomo, paisagista e educador (81) 9.9146.7721 marcelo@mkzpaisagismo.com.br www.mkzpaisagismo.com.br
HORTAS URBANAS
As hortas urbanas são espaços públicos ou privados onde é possível produzir alimentos saudáveis e sem agrotóxicos e que estão se difundindo por trazer de volta o conceito de vizinhança, instigando a aproximação entre os seres humanos e o meio ambiente e entre os indivíduos de uma mesma comunidade.
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FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
As primeiras hortas urbanas surgiram na segunda metade do século XIX, nos países situados no norte da Europa, em consequência da industrialização e urbanização nos centros populacionais, que desencadearam a redução dos espaços verdes. Atualmente, essa atividade tem despertado o interesse de pessoas, empresas e instituições em transformar espaços vazios e terrenos desocupados em locais para plantio de alimentos, que visam melhorar a qualidade de vida da população envolvida, favorecendo o meio ambiente e a relação da comunidade com o bairro e o entorno mediante o cultivo ecológico de alimentos e ervas medicinais em hortas, jardins, canteiros suspensos e outras possibilidades, conforme o local. A partir do manejo ecológico do solo, que proporciona fertilidade natural, o plantio orgânico melhora os hábitos alimentares, além de propiciar benefícios psicológicos ao aliviar as tensões do dia a dia. A horta constitui ainda um instrumento pedagógico, para atividades de educação ambiental e de ações terapêuticas. A organização de pessoas interessadas em trabalhar com horta urbana promove o espírito colaboracionista por meio do entendimento e da apropriação das responsabilidades, sejam individuais ou coletivas, e ainda de acordo com as aptidões de cada cidadão envolvido nesse processo.
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No Brasil existem exemplos de movimentos que desencadearam ações públicas ou privadas as quais resultaram em sucessos na produção de alimentos através de hortas urbanas, como o projeto Hortas Cariocas, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente na cidade do Rio de Janeiro. Voltado para comunidades e escolas, gera empregos diretos entre os moradores e pessoas ligadas a esses setores, que, em sistema de parceria, cuidam da plantação. No início de 2013, a prefeitura de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, implantou o Projeto Germinar, com o objetivo de criar hortas comunitárias para utilizar espaços vazios e melhorar a qualidade de vida da população. Para a prefeitura, o custo para implantar e manter as hortas é muito baixo, avaliando o reflexo social que promovem os benefícios, além de desenvolver uma boa relação entre vizinhos. Na cidade de São Paulo, na cobertura do shopping Eldorado, funciona uma horta de aproximadamente 1.000 m². A proposta inicial era reduzir o volume de lixo enviado aos aterros sanitários e, para isso, foi implementado o sistema de compostagem com os resíduos orgânicos da praça de alimentação. Em sequência sobre o destino do composto orgânico produzido, foi decidido introduzir uma horta orgânica na cobertura. A produção da plantação é distribuída entre os funcionários e o problema das 15 toneladas mensais de lixo orgânico se transformou num belo projeto cidadão
O Bar Central foi um dos pioneiros a iniciar a produção de frutas e temperos no telhado verde do estabelecimento, próximo ao parque Treze de Maio. Lá existe cultivo de maracujá, pitanga, acerola, jabuticaba, limão, manjericão, alecrim e cebolinha, que são utilizados no preparo de parte dos alimentos oferecidos aos clientes. O visual é apreciado pelos vizinhos da edificação, que fica defronte ao restaurante, os quais observam a natureza através das plantas e dos pássaros que frequentam esse espaço para se alimentar dos frutos do pomar.
A ONG Comunidade dos Pequenos Profetas (CPP) atende crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e pessoal há mais de 20 anos no centro do Recife, no combate à pobreza e à fome. A sede está localizada no bairro de São José e, sobre o telhado, com aproximadamente 400 m² existe um projeto que cultiva diversos vegetais da horta urbana. Repolho roxo, tomate-cereja, pimentão amarelo, alface, batata doce e couve estão entre as espécies semeadas. Nessa proposta, as crianças e os adolescentes aprendem a plantar e cultivar alimentos saudáveis, como também a saboreá-los. É ensinada a técnica da horta vertical com garrafas PET que permitem que as famílias das crianças assistidas possam produzir também em casa alimentos saudáveis, reduzindo os gastos com esses itens os quais comprometem parte do orçamento familiar.
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JARDINS
O QUE SABER DEFINIÇÃO DO LOCAL Exposição ao sol (ao menos 4 a 6 horas diárias) Espaço com boa ventilação; Fornecimento de água para irrigação; Evitar áreas sujeitas a alagamentos e encharcamentos; Evitar ambientes com outras vegetações em função da competição por nutrientes do solo e sombreamento.
SOLO Qualidade do solo, substrato local ou comprado; Adição de nutrientes através de adubos orgânicos; Sementes e mudas de boa procedência e dentro da validade.
FERRAMENTAS Uso de ferramentas esterilizadas para evitar contaminação das plantas e/ou do solo: enxadas, pás (curta e reta), rastelo, carrinho de mão, enxadão, sacho, conjunto de ferramentas para jardinagem, etc.;
No Centro de Diagnóstico Boris Berenstein do Derby, existe uma horta urbana com fruteiras em jarros como jambo, jabuticaba, limão, sapoti e laranja e plantio de alface de várias espécies, rúcula, tomate-cereja, coentro, ervilha, quiabo, tomilho, manjericão, orégano, batata doce. A iniciativa dos proprietários reflete a preocupação com o bem estar pessoal e coletivo, modificando o ambiente externo e trazendo conforto visual para os moradores das edificações que se situam no entorno da sede, assim como dar mais qualidade à alimentação oferecida na alimentação oferecida pela empresa aos funcionários, com produtos colhidos na horta nas sextas-feiras na hora do almoço. Ações como estas ajudam a transformar a paisagem urbana e reduzem os efeitos do desenfreado desenvolvimento das cidades (como diminuição de áreas verdes e poluição ambiental), aumentam o sequestro de CO², reduzem a temperatura ambiental e a sensação térmica e diminuem o desgaste psicológico da população por meio do aumento de áreas verdes no perímetro urbano. Gostou da ideia? Que tal começar cultivando em casa ou no condomínio, naquele espaço ocioso que ninguém utiliza? Consulte um paisagista, ele pode te ajudar!
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Uso de objetos de boa qualidade que auxiliam nos cuidados da horta, como mangueira, regador, pulverizador, vasos, caixotes, sementeira, luvas, etc.
COMPOSTAGEM Em muitas hortas urbanas é comum o uso da compostagem, que é a prática ou processo que decompõe e estabiliza a matéria orgânica (resíduo orgânico) em adubo (composto orgânico). Os benefícios dessa prática estão relacionados à produção do próprio composto para uso na horta e jardins, à melhoria da qualidade física e química do solo e à diminuição da quantidade de resíduo sólido destinado aos aterros sanitários ou lixões.
JARDINEIRA
Ana Patrícia de Paula (Tita de Paula) Jornalista, designer floral, paisagista e jardineira Dona Jardineira: (81) 9.9152.1237 Instagram e Facebook: dona jardineira www.donajardineira.com.br LUCAS OLIVEIRA
ANGÉLICA
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É só eu fechar os olhos e sentir o cheirinho dessa flor delicada para minha memória olfativa me levar à infância. De uma maneira mais que afetiva, lembro da minha avó materna chegando da feira de rua, toda semana, bem cedinho, trazendo flores enroladas num jornal velho. Muitas vezes era minha a função de desempacotá-las e colocá-las no vaso que ficava sempre em destaque na sala. No meio de tantas outras, uma flor chamava a atenção por ser tão bonita, alva, delicada e, principalmente, por causa do seu perfume deliciosamente adocicado: a angélica (Polianthes tuberosa). Mais antiga do que muita gente imagina, essa flor, autenticamente mexicana, é cultivada há mais de quatro séculos. Suas pequenas flores brancas, ou levemente rosadas, podem chegar a mais de 30 cm em uma única inflorescência. Cerosas e muito, muito cheirosas – seu perfume fica ainda mais poderoso à noite, então, para os menos chegados a aromas fortes, a angélica pode se tornar incômoda –, fazem sucesso nas floriculturas, tendo como uma das vantagens a durabilidade após o corte, e são as queridinhas da indústria de perfumaria, que extraem o seu óleo essencial. Herbácea bulbosa e com um ciclo de vida longo, pode ter mais de 80 cm de altura, e floresce no verão e no outono. Após esse período, no inverno, os bulbos devem ser arrancados para um período de repouso e plantados novamente no início da primavera. A natureza é mesmo perfeita, não? Também conhecida como Haste-de-São-José ou Angélica-de-bastão, é da família das Agavaceae, as mesmas das agaves, mas, ao contrário destas, suas folhas são estreitas e flexíveis, que mais se assemelham a capim. Venerada em várias culturas, como no México, na Índia e no Havaí, a angélica faz parte das tradições e é uma das flores de maior destaque em casamentos e outros importantes rituais, seja como adorno dos noivos e/ou na decoração floral, justamente por se acreditar que ela simboliza a harmonia, a pureza e cura. Imagine essa beleza nos jardins? Alguns cuidados são essenciais para o seu cultivo, como luz direta do sol, por pelo menos 4 horas, um solo bem drenado e enriquecido com matéria orgânica, e regas frequentes desde sua brotação, mas sem excesso. A multiplicação dessa espécie se dá pela divisão dos bulbos.
HJOCHEN / SHUTTERSTOCK.COM
CURIOSIDADES
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Estudiosos da técnica e corrente de pensamento Feng Shui consideram a angélica uma flor com vários significados: . conexão angelical . harmonia . união . paz. É indicada para o campo dos relacionamentos.
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A arte é um espelho de mim e reflito tudo que estou sentindo nela: meus sentimentos e meu estado de espírito. Meus quadros são parte de mim
KILIAN GLASNER TEXTO: MARIANA CLARISSA
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Da fusão entre a arte plástica e a fotografia. Da união entre a natureza e a pintura. É na poesia do encontro desses elementos que nascem as obras do artista plástico pernambucano Kilian Glasner, que a cada desenho refletido em um quadro mostra ao público a relação intensa entre o universo e a humanidade. Respirando arte desde a infância, sob influência do pai e do avô, os quais pintavam e participavam dos circuitos artísticos, descobriu no segmento uma afinidade intensa, prática que define como a tradução de uma essência íntima e particular, um processo puro e cheio de sentimentos. “Arte é uma forma de expressão, acima de tudo, para mim, é uma necessidade de me expressar. Escolhi o desenho e a pintura porque preciso desse suporte para estar em equilíbrio comigo, para entender o que está acontecendo na minha vida. É minha terapia. Às vezes, quando estou angustiado, venho trabalhar e isso me cura. A arte é um espelho de mim e reflito tudo que estou sentindo nela: meus sentimentos e meu estado de espírito. Meus quadros são parte de mim”, afirma Kilian.
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Formado pela Escola Nacional de Belas Artes de Paris, Kilian realizou exposições no Brasil e no exterior em instituições como a Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Instituto Itaú Cultural e Caixa Cultural, em São Paulo, Fundação Santander, em Pernambuco, The World Bank, nos Estados Unidos, Instituto Figueiredo Ferraz, em Ribeirão Preto, Villa Medici, em Roma, Beaux-Arts, em Paris, e Brazilian Embassy, em Londres. Foi selecionado pelo Programa Rumos, do Instituto Itaú Cultural em 2009, e indicado ao Prêmio Pipa em 2010. No Brasil, é representado pela Galeria Amparo 60, em Pernambuco, e Lume, em São Paulo. Dono de um currículo extenso, ele destaca que o ponto principal para o artista é ter disciplina. “Muito mais que ter grandes ideias, mas ter foco e responsabilidade com a produção do trabalho. É estar preparado para as oportunidades que surgirem, pois nem todas chegam com um tempo grande para a criação. O artista precisa estar sempre apontando as ferramentas, para quando surgir uma boa oportunidade não a perder”, destaca. Para montagem de exposições, Kilian pontua que as temáticas das telas são sempre definidas por ele e que, no processo de criação, não existe fórmula. “É algo bastante variável
e normalmente ocorre de maneira natural. Pode acontecer de forma muito simples em conversas com amigos, lendo um livro ou assistindo a um filme. Às vezes vem de uma imersão em alguma viagem que faço. Viajar, inclusive, ajuda muito, pois você encontra pontos de vista diferentes e vê coisas que vão lhe surpreender”, pontua. “O artista seleciona ideias. O filtro é gigante. Eu posso fazer qualquer coisa e tudo é possível quando se tem um painel em branco. Imagino meus quadros como se fossem um portal para um outro mundo, para uma outra dimensão. Meu trabalho fala muito sobre a ligação entre a gente e a paisagem, a relação com a vida. É algo bastante existencial. Por vezes, algumas pessoas me ligam dizendo que acordou, olhou para o meu quadro e passou a refletir sobre a vida. Quando escuto isso, sinto que meu objetivo foi alcançado”, afirma.
Exposições 2017 • 1º semestre - Recife/PE Mostra coletiva na Amparo 60 • Junho e julho - Nice/França Exposição que tem como foco a cultura de Pernambuco e de Cuba • Outubro Exposição de telas que permeiam pela temática da água
LUCAS OLIVEIRA
KILIAN OBSERVA O RESULTADO DE UMA DAS PEÇAS DE SUA NOVA SÉRIE, QUE PERMEIA PELA TEMÁTICA ÁGUA: QUADROS QUE BRINCAM COM O FUNDO DO MAR, PISCINAS, REFLEXOS E SUPERFÍCIES. FOTO: LUCAS OLIVEIRA
CRÔNICAS DO OLHAR |
Raul Córdula é artista, professor e cronista de arte | (81) 3439.9631 | rcordula@hotmail.com
GRAFITE e
VICTOR MUZZI
GRAFITEIROS OBRA DO ARTISTA BRITÂNICO BANKSY PRESSURE WASHING AWAY ART
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A necessidade de riscar simbolicamente uma superfície é comum aos homens. Vemos rabiscos por todos os lugares: nas paredes, nas carteiras escolares, em bilhetinhos e papeizinhos como contas de bar, adornando diários íntimos, em cadernos, banheiros públicos, corpos humanos através de tatuagens e escaras, e assim por diante. A base da escrita está na compulsão de riscar a formação dos símbolos que compõem quaisquer alfabetos ou sistemas gráficos que formam palavras. Temos que observar que as formas de representação de palavras e conceitos como os alfabetos e ideogramas, se baseiam em visões da realidade. Desde o período paleolítico que o homem aprendeu a dominar seu gesto – desenho é o registro do gesto – para grafar ou desenhar figurações fundamentais do seu “reino” na-
tural – animais, fonte de subsistência – nas paredes de suas cavernas: eis o desenho como representação. Essas imagens pré-históricas desenhadas nas rochas são chamadas de “arte rupestre”, isto é, arte sobre rochas – do latim rupes, is = rocha. Quando falamos em “grafite”, nos referimos às pinturas que hoje vemos nos muros e paredes de todas as cidades, assunto principal destas anotações. Chamamos rupestres porque são pinturas sobre construções de paredes de tijolos e argamassa, que são, por assim dizer, pedras artificiais. Daí se pode dizer que o grafite é uma manifestação da arte urbana e também rupestre, levando-se em conta o seu suporte. Para situar o “grafite” como expressão artística, temos que pensá-lo como “arte urbana”, arte de rua – “street art” – ou ainda “arte pública”, arte da via pública por onde as pessoas passam constantemente. Para o artista do “grafite”, o grafiteiro, o que mais importa é a compulsão por pintar, desenhar, “grafitar” com estêncil, spray, tinta, carvão, piche ou qualquer outro material expressivo, nas paredes da cidade. A partir da visão urbanística, podemos considerar que o Brasil está na periferia do mundo. Se levarmos em conta uma estética da periferia, veremos que ela ocupa um espaço fundamental no complexo cultural brasileiro. O frevo, o maracatu, os carnavais e seu contexto socioeconômico, entre outras coisas, revelam o talento artístico do cinturão de pobreza que cinge o Recife, por exemplo. E temos o “hip hop”, o “mangue beat”, a música do Alto José Zé do Pinho e da Bomba do Hemetério, o novo cinema pernambucano de Cláudio Assis, Kleber Mendonça, Wilson Freire, Marcelo Pedroso, Marcelo Lordello, Gabriel Mascaro, Tião e Nara Normande, os artistas naïfes, especialmente os de Olinda, e os espaços ocupados pelos grafiteiros e pichadores de Recife e Olinda. É interessante notar que nessa “estética” não se diferem arte ingênua, folclórica, moderna ou contemporânea. É importante lembrar que o grafite não se enquadra, como muitos pensam, no contexto da arte contemporânea, pois ele está ligado às características da arte tradicional, herdeiro da pintura moderna. Por outro lado, vê-se o grafite também como herdeiro da charge, dos comics e quadrinhos, da caricatura, da publicidade e do design de alfabetos mostrados nos lettering.
No mundo inteiro existem notáveis artistas do grafite. Os grandes nomes em escala mundial são o americano Keith Haring, o franco-americano Basquiat e o inglês Bansky – que construíram obras de interesse global. Mas eles não estão sós, ombreiam-se a eles os americanos Scott Williams e John Fekner, os franceses Jef Aerosol, que em 2015 expôs em São Paulo, Jérôme Mesnager, Skki, Mod, Miss.Tic, Ash, Ernest Pignon-Ernest, o inglês Aerofish, o espanhol Maya e o alemão Thomas Müller. Pode-se encontrar a arte dos grafiteiros em importantes galerias do mercado internacional de arte, como o “Difusor”, em Barcelona, o “Negative Space” e o “Vinyl Killer”, em São Francisco. Nacionalmente são reconhecidos Alex Valauri, OsGêmeos, Matuck, Zezão. No Rio de Janeiro o grande poeta popular e visual Gentileza, na Bahia Bel Borba, na Paraíba Shico, de Fortaleza o grupo Acidum, que se movimenta por várias cidades brasileiras, inclusive em Recife e Olinda. Atuando em Recife e Olinda se veem coletivos como Flores do Brasil, que tem à frente Gabi Okpijah, ligada a outros movimentos hip hop, o AEO e o Ateliê Coletivo Cabra Fulô e a Casa do Cachorro Preto, que é um núcleo de arte o qual comporta grafiteiros, desenhistas e designers de histórias em quadrinhos e músicos sintonizados com a atualidade e características daqui. No Recife pode-se dizer que o grafite ganha prestígio popular e oficial, ao contrário do barbarismo institucionalizado na cidade de São Paulo, onde a Prefeitura apagou inúmeros grafites, obras que pertenciam ao povo e à cidade. Aqui, o arquiteto Carlos Augusto Lira, ao projetar a decoração da cidade para o Carnaval deste ano, convidou seis dos melhores entre os grafiteiros para criarem as obras de onde saíram as figuras que decoraram o município. Os artistas foram Karina Agra, Bozó Bacamarte, Galo de Souza, Manoel Quitério, Jota ZerOff e o coletivo Vacilante. Trata-se de um atitude de respeito. Em Recife e Olinda o time é mesmo forte. Além dos já citados, temos artistas como Arbos, Derlon Almeida, Grilo, Ernesto, Johny C, Azul, Skaz, Juber, Sange e Nando Zevê. Paulo do Amparo, Glauber, Bizunga, Raoni Assis, Antônio Paes, Caju e certamente muitos outros mais que estão aí ou que ainda vão chegar.
REPRODUÇÃO
Para situar o ‘grafite’ como expressão artística, temos que pensá-lo como “arte urbana”, arte de rua – “street art” – ou ainda “arte pública”, arte da via pública por onde as pessoas passam constantemente 35
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ESTAMPA Como traje do corpo e da alma, a estamparia revela gostos e imprime um estado de espÃrito
TEXTO: MARIANA CLARISSA FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
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Repleta de cores, formas, texturas e referências culturais, seja remetendo a influências regionais ou internacionais, a estampa se tornou uma das principais engrenagens do mercado da moda por criar e expor a personalidade da peça e do usuário. No design e na arquitetura de interiores, estampar também não é novidade e, cada vez mais, os tecidos utilizados para dar vida a móveis ou vestir ambientes têm se tornado tendência quando o assunto é garantir originalidade e singularidade ao espaço. Antes mesmo da invenção do tecido, o ser humano já apostava em corantes naturais, como o barro, para fazer pinturas na própria pele, e no couro. Para muitos designers e arquitetos, as estampas têm o poder de renovação, tanto para o ambiente quanto para as pessoas. “Faz parte da personalidade de quem a usa e demonstra seu conceito de viver. É a história que ela conta, dos significados que nela contém. É pura expressão. Partindo do princípio de que só usamos aquilo com o qual nos identificamos, quando vestimos estampas no corpo, mostramos nossa cara, exprimimos o que elegemos como forma de ser”, afirma a arquiteta e designer Bete Paes. Ligada amplamente à moda e à decoração, já que muito do que vai para as passarelas e vitrines gera tendência no comportamento das pessoas e é refletido dentro dos ambientes de convívio, a estamparia tornou-se um traje para o corpo, a alma e a casa. “A estampa tem um papel importante no projeto de decoração e na moda porque agrega valor aos produtos, deixando as peças mais atraentes e originais. A estampa transmite estilo e personalidade. Imagina um mundo todo liso?”, destaca Patrícia Oliveira, nome à frente da marca Framboart. “Nessa dinâmica em que vivemos, com a tecnologia trazendo conteúdo a todo momento, passamos a ter a necessidade de mudar e refletir cada vez mais sobre nossos gostos. E isso tem muito a ver com o conforto que queremos e do qual precisamos. A estampa se comporta como um meio para expressar o sentimento daquele momento, espelhando um possível retrato de sua personalidade”, destaca a arquiteta Dió Diniz.
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A tendência atual é criar um mix de estampas, gerando um diálogo entre cores ou a geometria do tecido. É um movimento mundial que chega para estimular e atrair mais os outros estilos de pessoas Renata Jatobá
No entanto, ainda há restrição de uma parcela de pessoas que, por cultura, receio ou facilidade, apostam no uso do branco e outras opções de cores neutras, principalmente quando o assunto é levado para o universo da decoração. Para a designer Renata Jatobá, um dos nomes à frente da marca Wunderbar, isso vem tornando as cidades cada vez mais monocromáticas, mesmo quando as características da região pedem tonalidades mais vivas. “Eu vejo muita falta de identidade e isso é uma coisa que sempre me chocou, pela ausência de personalidade e de referências que existem nos lugares. Numa casa, por exemplo, se não tiver um porta-retrato na sala para remeter o lugar ao morador, qualquer um poderia morar ali, já que tudo é branco, bege, marrom e suas variações”, destaca. “Em geral, sinto que há interesse em consumir estampa, apesar de ainda haver um pouco de receio de ser over”, completa a designer Joana Lira. Mesmo com a falta de empatia de alguns, quem busca pelo item tem permitido que ele se torne cada vez mais protagonista nas decisões do que vestir ou ambientar, com mais lojas oferecendo um leque gigante de variedades que abraçam todos os estilos e perfis. “As pessoas estão deixando de aplicar a estampa como detalhe ou de combiná-la com uma peça lisa. A tendência atual é criar um mix de estampas, gerando um diálogo entre cores ou a geometria do tecido. É um movimento mundial que chega para estimular e atrair mais os outros estilos de pessoas”, afirma Renata Jatobá. “E cada pessoa vai encontrar sua estampa. Não é que a mesma vai se dar com todo mundo, mas cada um consegue se identificar com uma. Gostamos muito de cor, por exemplo, mas entendemos que existe um público que não gosta. Então, damos o nosso toque na forma da estampa e apostamos numa cor mais neutra”, explica Camila Jatobá, sócia da Wunderbar.
DESIGN Para Dió, o item gera também praticidade e economia. Segundo ela, para as pessoas que, por uma inquietude e por gostar do novo, mudam com frequência ao aderir ao uso da estampa para transformar um móvel ou um lugar, trocar apenas modelo do tecido é o melhor caminho. “É muito mais barato e prático mudar o tecido do que comprar outro móvel. Apostando na estampa e aplicando-a de forma correta, você consegue criar um novo ambiente e contar uma nova história”, pontua. Quando o assunto é remeter a raízes e narrar uma memória, a estamparia também entra nesse mérito. Um dos claros exemplos disso é a designer Bete Paes, que traz para o seu processo criativo as tradições populares, unindo a identidade de uma cultura ou movimento cultural às referências mundiais. “Meu processo criativo é dinâmico. Tudo que vejo e sinto traduzo em desenhos e cores. Não sigo tendências, as minhas referências podem vir de qualquer lugar que faça parte da minha vivência: aqui, no (Vale do) Catimbau, em Lisboa ou Casa Amarela. Está em tudo que me toca. Não tenho estilo, mas busco uma identidade. O principal é que a matriz será sempre manual com papel, pincel e nanquim. É desse lugar que sai tudo”, explica.
Apostando na estampa e aplicando-a de forma correta, você consegue criar um novo ambiente e contar uma nova história Dió Diniz
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Servindo-se da serigrafia e do bordado como suporte, Bete faz uso de materiais descartáveis e da experiência produtiva de comunidades artesãs para produzir suas peças. Com o trabalho que faz, ela atrai aqueles que buscam no tecido uma forma de aproximação a uma referência histórica e cultural. “Meu público é o que quer sair das tendências, da massificação dos ‘gostos’. Estão à procura de coisas diferentes que lhes toquem de alguma brasilidade”, afirma. Seguindo a mesma ideia de Bete, a designer Joana Lira traz, em muitas de suas estampas, grafismos que remetem, principalmente, à cultura indígena e africana, agregando sempre ao conceito do trabalho uma simbologia. Com um processo criativo livre, ela destaca que não segue tendências. “Gosto de pesquisar referências e me inspirar por qualquer mote. Parto sempre de parâmetros particulares e uso um pouco de intuição para fazer esta baliza com o público que vai receber a criação. Mas atingir o que as pessoas querem e consomem é mais consequência do que causa. O maior compromisso do meu trabalho é tentar transformar de alguma forma a vida das pessoas”, destaca.
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FOTOS: MAYRA AZZI
Wunderbar wunderbar.recife@gmail.com
Bete Paes betepaes@betepaes.com.br
Framboart | Patrícia Oliveira framboartestamparia@gmail.com
Dió Diniz arqdiodiniz@yahoo.com.br
Joana Lira joanalira@joanalira.com.br
Agradecimentos ao Novo Projeto pela colaboração e produção das fotos.
É TUDO!
Alexandre Mesquita Arquiteto, especialista em design de interiores e professor universitário Alexandre Mesquita e Neto Belém – Design de interior: (81) 3039.3031 www.alexandremesquita.com.br alexandre@alexandremesquita.com.br
É TUDO COR! L
FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
Longe de ser novidade, a cor é um dos elementos base da arquitetura. Mesmo assim, o fato é que seu potencial ainda não é completamente explorado em projetos de interiores ou mesmo construtivos. Se analisarmos que passamos em média 87% de nossa vida em ambientes fechados, vivenciar esses locais apenas em tons neutros pode ser entediante — ainda mais com a tecnologia que nos traz cada vez mais possibilidades de uso de cores nos mais variados revestimentos e materiais. E não é preciso ousar. Basta planejar e combinar. Afinal, a cor é aliada fundamental na composição de espaços com personalidade e que carregam a identidade das pessoas as quais habitam uma casa ou de marcas em espaços corporativos e comerciais.
Aqui no escritório Mesquita e Belém, o papel de parede Bird of Paradise, da Select Paper, fornecido pela Bianco Home, trouxe uma brisa suave de frescor na mudança de ares do ambiente. Aliado aos tons dourados, verdes e laranja dos objetos da Camicado, a mudança ficou completa e os próprios móveis do ambiente ganharam nova vida.
Mesquita & Belém Arquitetura (81) 3039.3031 www.alexandremesquita.com.br 46
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Mesmo criado para uma loja cheia de peças de moda carregadas de cores, o escritório Esquina Arquitetura não se intimidou e fez uso, com muita propriedade, da cor para definir a identidade da Rosa Amarela em Boa Viagem, Zona Sul do Recife — espaço que comercializa as peças da Calma Monga, Trocando em Miúdos e Duas Design. Com o uso predominante de tons claros nas paredes, araras e demais superfícies, os arquitetos utilizaram o amarelo no revestimento de alguns móveis e estampas no revestimento de bancos e poltronas para fazer o link com a outra loja do grupo, que funciona na Zona Norte. Esquina Arquitetura | (81) 3125.4902 contato@esquinaarquitetura.com
Prestes a comemorar seu primeiro ano de escritório, os arquitetos Malvin e Alysson homenagearam a atriz Geninha da Rosa Borges com um espaço produzido na loja Trendd. Com um tom apoiado na tradição neoclássica, a dupla fez uso do rosa em alusão às cores do Teatro de Santa Isabel, onde a atriz tanto se apresentou em sua carreira. Albuquerque + Malvim Arquitetura (81) 9.9608.4095 contato@albuquerquemalvim.com www.albuquerquemalvim.com
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CAPA | O DNA DA ARQUITETURA
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TEXTOS: LORENA MOURA | MARIANA CLARISSA
Todo ser vivo possui um DNA, uma identificação genética que é capaz de armazenar características próprias de cada indivíduo, dando a ele uma identidade única. Se olharmos ao nosso redor, poderemos associar o termo DNA para diversos outros pontos, como a de uma profissão em particular. No caso da arquitetura, seriam pontos intrínsecos e indissociáveis que dão o tom a formas, traços, pontos, linhas, retas e volumes os quais criam vida e se transformam em construções que marcam época e definem estilos que deixam sua marca para a humanidade, como no caso das pirâmides do Egito, as quais foram construídas há milhares de anos, e que são consideradas por muitos uma das primeiras referências do que mais tarde ganharia nome e se transformaria em arquitetura.
DEFININDO ARQUITE TURA Voltando para os dias mais atuais, a arquitetura se modificou com o passar do tempo, ganhando novas formas, pensadores, estruturas e um alicerce diferente de tudo que se tinha ideia, a tecnologia. Com ela, o mundo adquiriu uma nova forma e os arquitetos, uma nova maneira de projetar. “A construção sempre esteve ligada à tecnologia e o arquiteto sempre se valeu dela para alcançar novas soluções, técnicas e materiais. Atualmente, relacionamos essas inovações muito à automação e isso pode, sim, ser considerado diferencial por gerar praticidade e diversas possibilidades ao usuário”, afirma o arquiteto Jerônimo da Cunha Lima.
Para os grandes mestres, fazer arquitetura é criar espaços para as diversas manifestações do homem. É relacionar as necessidades e os anseios do indivíduo e uni-los a uma conjuntura mais ampla: pensar nas edificações como elementos da coletividade. “A ideia se estende ao simples ato de abrigar e de cumprir apenas as necessidades fisiológicas. As construções passam a ser arquitetura quando forem fruto de um motivo e uma condição. Quando tiverem a intenção de oferecer conforto, dar prazer, causar emoção, gerar beleza. É algo bem primário. É a expressão da personalidade e do desejo”, ressalta Carlos Fernando Pontual.
Mas após todos esses exemplos, o que viria a ser o DNA da arquitetura? “DNA é a construção de uma estrutura. Na arquitetura, seria a qualidade do espaço. Porém, a qualidade do espaço implica um condicionamento que geralmente está ligado à cultura de onde estaria inserida essa arquitetura. Nessa analogia, o DNA é muito relativo. Se for relacionado à qualidade do espaço, uma casa brasileira deve ser diferente de uma chinesa. Outro ponto é o caráter da obra, porque o espaço está ligado à cultura, mas muito mais ao que se destina o seu uso. Por exemplo, é importante que os espaços condigam com a função que vão exercer. O espaço nada mais é do que um volume atmosférico. Na paisagem urbana esse continente é o retrato para a boa arquitetura que tem bom DNA. Ele deve ser correspondente ao espaço interno e faz parte de um painel, de uma malha urbana”, explica o mestre Wandenkolk Tinoco. Nas próximas páginas você irá conferir as respostas que ouvimos de muitos arquitetos para esse questionamento e que nos ajudaram a tentar esclarecer ou solucionar essa fórmula nada exata.
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CAPA | O DNA DA ARQUITETURA
WANDENKOLK
TINOCO
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CA LU A IR
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Uma das referências da arquitetura pernambucana, Wandenkolk Tinoco defende a ideia de que a arquitetura deve ser cenográfica para criar um impacto, mas sem ser cenário. Para ele, o profissional da arquitetura é importante na sociedade moderna porque é o organizador do espaço urbano, interno, de transição e de expressão. “A arquitetura é a arte da síntese. Você tem que pegar todos os elementos e sintetizar em uma única coisa, ora formalmente, ora funcionalmente, agregando todos os seus equipamentos e adereços. Para mim, a arquitetura tem que ter epiderme, porque o bom é belo, assim como o funcional. A arquitetura fala nas entrelinhas”.
O arquiteto tem que fazer com que o homem não só habite o apartamento, ele tem que viver no espaço. A pessoa tem que chegar em casa e se sentir abraçada pela boa arquitetura
O mestre acredita ser muito difícil definir o DNA da arquitetura. “Se você tem uma linha de produto que se repete, ela é mais fácil de se ter um DNA. Você escolhe um elemento e ele passa a ser um dado comum em todo o conjunto. Vivemos num país tropical, onde é preciso se proteger do sol, e aí se cria a arquitetura tropical. Então, o que seria o DNA físico da arquitetura tropical? Poderiam ser os beirais, porque eles conseguem proteger as fachadas e proporcionam mais sombra”, explica Wandenkolk. Wandenkolk defende ainda a arquitetura que tenha como propósito levar utilidade ao homem, fazendo com que ele interaja com esse ambiente e crie um vínculo. “Eu me lembro que, na década de 70, pelejei muito para criar essa questão de jardins nos prédios e fiz com o Villa Mariana e outros. Acredito que se tem que vender qualidade e não só espaço e alvenaria e, sim, qualidade de vida. O arquiteto tem que fazer com que o homem não só habite o apartamento, ele tem que viver no espaço. A pessoa tem que chegar em casa e se sentir abraçada pela boa arquitetura”.
JOÃO PEDRO
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FOTOS: JOÃO PEDRO
O VILLA DA PRAIA É A CRIAÇÃO PREFERIDA DO MESTRE WANDENKOLK
Muitos dos seus colegas de profissão, inclusive, enxergam no Villa Mariana um marco na arquitetura, mas se engana quem pensa que a edificação é a sua obra preferida. “As pessoas gostam muito do Villa Mariana, mas o que mais gosto é o Villa da Praia, em Piedade. Ele é a obra mais expressiva da minha inquietação como profissional. Encontrei nele essa arquitetura dinâmica, na qual busco tirar partido das saliências e reentrâncias e às vezes das coisas tortas, que acredito que, quando bem torcidas, ficam muito bonitas”, diz sorrindo. A humildade continua quando ele fala sobre as obras que não são suas, mas pelas quais tem uma grande admiração. “Um bom projeto é o que me emociona. O bom arquiteto é o que consegue emocionar muito. Para mim, um arquiteto aqui em Recife que teve uma produção magnífica foi Acácio Gil Borsoi, assim como Jerônimo da Cunha Lima, cujas obras sempre me emocionam. Gosto bastante do trabalho de Carlos Fernando Pontual e de João Domingos, os quais tem muito talento. Esses apresentam uma arquitetura mais próxima da minha, são mais humanas. Eles não procuram a originalidade na complicação. E, de acordo com um pensador, a originalidade só se perdoa quando é involuntária. Porque, segundo ele, quando se procura ser original, deixou de sê-lo. Eu não vivo querendo ser original, e quando consigo foi por acaso. Nunca fiz um prédio para ganhar concurso, nunca foi minha preocupação”
Wandenkolk Tinoco (81) 3453.8693 | 9.7114.3772
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CAPA | O DNA DA ARQUITETURA
CARLOS FERNANDO
EDUARDO KENJI
PONTUAL
É a extensão da personalidade e do desejo
Consciência coletiva. Esse é um dos principais pontos em que, para o arquiteto Carlos Fernando Pontual, a arquitetura deve se sustentar. “Afinal, o edifício pertence à cidade e é ele que vai compor a paisagem da região”, afirma. Para Carlos, a prática precisa estar em extremo e profundo diálogo com o entorno para que possa representar as diversas expressões do homem. “A arquitetura por si só é uma forma de manifestação cultural. Ela representa uma era, um movimento, um estilo. Precisa causar conforto intelectual”, destaca. Para o arquiteto, pensar em arquitetura é linkar a criação de espaços que atendam a todas as manifestações e que ofereça qualidade plástica para satisfazer a estética. No entanto, ele pontua sobre a necessidade de somar tudo isso a responsabilidade social e ao aspecto cultural. “É preciso ter a percepção de que as pessoas não querem viver isoladas, elas não querem apenas um abrigo. Tem a satisfação emocional em torno de tudo isso e que tem que ser levada em considera-
ção, pois é isso que faz com que as pessoas continuem e usufruam do lugar”, afirma. Unindo todos esses conceitos, Carlos Fernando frisa que arquitetura também é intenção. Responsável pelo projeto do Centro Empresarial Queiroz Galvão, um complexo de cinco torres no bairro de Boa Viagem, ele destaca que a construção dos edifícios causa conforto tanto para quem irá usar quanto para aqueles que deslocam-se pelo entorno. “A verdadeira arquitetura não despreza as condições, ela atende as necessidades comuns. Cobrindo essa grande praça e retirando os muros para que a calçada se estenda até a porta do prédio, permite que haja um espaço urbano arquitetônico. Estou criando aqui uma condição para qualquer pessoa participar dos empreendimentos, estou permitindo que um carro pare sem atrapalhar o trânsito de carros e pedestres ou até que alguém se proteja do sol. Um ambiente aberto, com visão para a cidade, agregam valor seja na aceitação do público quando nas vendas”, afirma.
PLANTA BAIXA DO PAVIMENTO TÉRREO DO CENTRO EMPRESARIAL QUEIROZ GALVÃO
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O CENTRO EMPRESARIAL QUEIROZ GALVÃO PROJETADO POR CARLOS FERNANDO PONTUAL
Pontual Arquitetos (81) 3224.6189 55
CAPA | O DNA DA ARQUITETURA
JERÔNIMO
DA CUNHA LIMA LUCAS OLIVEIRA
Para o arquiteto Jerônimo da Cunha Lima, é na beleza que vive o DNA da arquitetura. Ele pontua que manter uma construção erguida por meio das técnicas e conhecimento de área, que ofereça conforto e qualidade de vida, é algo obrigatório. Mas, para ele, só é arquitetura quando você consegue identificar a beleza e causar através dela uma emoção. “É obrigação que a porta abra, mas nada garante que ela seja bonita. Mas quando for, gera impacto, um êxtase que estabelece uma ligação. Quando você equacionar todos os elementos que são necessários para dar funcionalidade e conseguir a visita da beleza, que é algo que não se domina e é casual, você está fazendo arquitetura”, pontua. Seguindo esse parâmetro, uma obra de referência estaria inteiramente relacionada a algo que tenha significado. Uma obra que tenha força e energia também pode se tornar um ícone. Por ser arte, a prática estabelece símbolos que têm ligação com um estilo, uma comunidade ou uma época, fator que a torna parte de uma história e vira uma forma de comunicação. “Para isso, essa construção tem que ser verdadeira. Arquitetura é para ser construída, não para ficar no papel. Ela precisa se valer de elementos indispensáveis, como reparar terrenos, criar uma estrutura de sustentação, depois acrescentar os espaços e instalações, e então trabalhar com proporção, que é a palavra-chave na busca da harmonia entre a técnica e a beleza”, afirma Jerônimo.
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Quando você equacionar todos os elementos que são necessários para dar funcionalidade e conseguir a visita da beleza, que é algo que não se domina e é casual, você está fazendo arquitetura
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FOTOS: DIVULGAÇAO
O EVOLUTION, EM BOA VIAGEM, PROJETADO POR JERÔNIMO DA CUNHA LIMA, DESTACA A IMPORTÂNCIA DE SE GERAR PRATICIDADE PARA AS PESSOAS
O contato com o exterior e a natureza também são pontos imprescindíveis para trazer conforto e prazer ao ambiente. “É preciso prestar atenção ao entorno para relacionar a obra ao local e pensar em possíveis soluções, e à natureza, para ter condições de proporcionar principalmente iluminação, ventilação e beleza natural. Esse é um grupo de elementos que entram naquela questão da obrigatoriedade de um projeto”. Além disso, ele destaca a importância de gerar praticidade oferecendo empreendimentos de vários serviços e utilidades interligados. A ideia é proporcionar uma rede de conveniência através de empreendimentos de uso misto para que a população consiga resolver tudo a pé. O Evolution, em Boa Viagem, projeto assinado por Jerônimo traz esse conceito na prática. “É moderno do ponto de vista de que tem uma condição de vida mais urbana. É um conjunto de cinco prédios ao lado do shopping que dispõe de apartamentos grandes e pequenos -o que permite que exista mais de uma camada de poder aquisitivo-, parque aquático, área verde e um pequeno comércio no pavimento térreo. Isso permite que o carro não seja tão utilizado”, aponta.
JCL Arquitetos (81) 3429.3478
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CAPA | O DNA DA ARQUITETURA
MARCO ANTÔNIO
LUCAS OLIVEIRA
BORSOI
Se pensarmos em todo o processo de surgimento e transformação das cidades, em que elementos você pensaria? Para o arquiteto italiano Aldo Rossi, esse desenvolvimento tem total relação com as construções, já que, de acordo com ele, os primeiros homens a habitar este planeta iniciaram a arquitetura ao mesmo tempo que os primeiros esboços das cidades. Para ele, “a arquitetura é, assim, inseparável da formação da civilização e é um fato permanente, universal e necessário”, como pontua em seu livro “A Arquitetura da Cidade”, destacando-a ainda “como uma criação inseparável da vida civil e da sociedade em que se manifesta”, que, por natureza é coletiva.
Você lê a sociedade através da cidade. Se ela é totalmente segregada entre ricos e pobres, é porque esse é o retrato dela
Compartilhando dos mesmos pensamentos de Rossi, a quem trata como mestre, junto a seu pai Acácio Gil Borsoi, o arquiteto Marco Antônio Borsoi defende a prática como componente transformador, seja ele urbano, social, ambiental ou econômico. “Essa transformação de que falo leva em conta o ser humano e suas necessidades, a técnica construtiva para permitir a rigidez e a beleza da forma, quando permite ter um significado. Se tudo isso está em harmonia, volta a ideia do que merece ser mantido e preservado”, pontua. “Você lê a sociedade através da cidade. Se ela é totalmente segregada entre ricos e pobres, é porque esse é o retrato dela”, completa. Para Borsoi, é certo que existe um esgotamento nos modelos nos quais prevalece uma arquitetura repetitiva, sem criatividade e beleza, construída sob técnicas ultrapassadas e que geram um conforto relativo e muito questionado. “No entanto, não acredito no discurso de que o mercado imobiliário e os arquitetos que trabalham para ele são vilões e os destruidores. Isso separa a arquitetura da sociedade. O único processo construtivo 58
que existe no nosso mercado é o imobiliário. Produzimos edifício porque existe uma demanda que quer habitação e quer construir. Se eu faço esse discurso, eu impeço que os arquitetos melhorem esse mercado. Sempre vai haver avanços e recuos, amor e ódio, querer fazer o melhor e se deparar com a necessidade de reduzir custos. A ideia é buscar soluções dentro da arquitetura para conseguir o equilíbrio”, explica. Como parte atuante desse sistema construtivo, ele demonstra com o edifício Joel Queiroz, localizado no bairro de Boa Viagem, em Recife/PE, a possibilidade de erguer um prédio que dialoga com o entorno e que prima pela arquitetura. No corpo do edifício, os diagramas analíticos evidenciam a definição das proporções do empreendimento, destacando o traçado regulador e as malhas horizontais e verticais. “Identificam-se os alinhamentos de aberturas, peitoris e superfícies fechadas, a volumetria e a gama dos materiais e das cores, os claros e os escuros, a parte e o todo. Da imagem resultante aparecem os princípios da composição plástica, a materialidade e as texturas; as faixas de granitos pretos e cinza-esverdeados, as pastilhas porcelânicas em grafite e branco, os caixilhos claros e os vidros verdes”, esclarece. Nos dormitórios foram adotadas janelas individuais de folhas e vidros duplos, fator que causou redução térmica e acústica de menos 40 decibéis no interior. Na lateral, três aletas dão ritmo e em contraponto conferem um desenho próprio, o do objeto pensado para ser visto nesse lugar. “A clássica identidade das janelas é retomada através de esquadrias brancas e individualizadoras das funções, atualmente um tanto esquecidas pela generalização dos “curtain wall” e das janelas corridas. Para os usuários do parque Dona Lindu, do lado do edifício, reforça a comunicação interpessoal e torna visível a lateral do edifício”, afirma.
Marco Antônio Borsoi (81) 3048.7780
FOTOS: FRED JORDÃO / DIVULGAÇÃO
MARCO ANTÔNIO BORSOI DESENHOU O EDIFÍCIO JOEL QUEIROZ, QUE DIALOGA COM O ENTORNO E PRIMA PELA BOA ARQUITETURA
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CAPA | O DNA DA ARQUITETURA
ALOÍSIO E ANA ARQUITETOS
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Arquitetura é o dom de criar Ana Figueiredo
O escritório Aloísio e Ana Figueiredo existe desde 1988, quando o casal de arquitetos resolveu se unir também na profissão. Para Ana, o conceito de arquitetura é criar um espaço com função. “Eu ouvi falar de arquitetura aos sete anos, quando meu pai chamou Acácio Gil Borsoi para reformar a casa da gente. Eu queria fazer medicina, mas fui gostando do assunto, e, durante todo o processo da obra, comecei a pensar soluções para a estrutura e passei a ver os benefícios da arquitetura, o de levar soluções para os ambientes. Com 14 anos comecei a namorar Aloísio, que ia fazer arquitetura, então, para mim, tudo girava em torno desse assunto. Quando fundamos o escritório, nosso conceito sempre foi criar espaços funcionais que satisfizessem os clientes. Tudo feito de forma natural”, conta Ana Figueiredo. Para ela, o ato de pegar um papel em branco, lápis e começar a desenhar é importantíssimo e faz a diferença na qualidade profissional. “Zildo Caldas dizia que é 90% de transpiração e 10% de inspiração. Você tem que gostar do que faz. Os novos profissionais estão desenvolvendo muita coisa boa, mas existem outros que não preservam uma identidade local. Sabemos que muitas vezes o cliente opta por essa descaracterização, mas o arquiteto tem sempre que tentar trazer elementos que caracterizem a região em que você more, que tenha essa identidade. Você olha uma casa e não sabe de onde ela é, isso faz com que se perca um pouco a identidade, acaba refletindo a globalização. Meus professores me levavam a ver considerações importantíssimas, nós tínhamos referências. Hoje em dia com tudo no computador, facilita bastante, mas faz com que o arquiteto pare menos para pensar e bolar cada detalhe. Claro que na realidade do mercado imobiliário também estão envolvidas as crises. Não é que se faça hoje um produto ruim, mas é muito menos elaborado do que antes. Para mim, DNA é muito mais de sentimento, emoção, é uma arquitetura em construção e que vai além das formas e, assim, a identidade vai sendo lapidada”.
Aloisio e Ana Arquitetos (81) 3327.8415
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PROJETO A arquitetura e o DNA de Aloísio e Ana Arquitetos é marcada por diversas características, como um jogo entre cheio e vazio, proporção das faixas marcadas, cores neutras, unidade e uma ênfase no coroamento, tudo isso aliado a muita harmonia, proporção e septos, em que tudo se interliga. Um exemplo disso é o projeto da Santé Club, uma academia na Zona Sul do Recife, onde o escritório criou um espaço multifuncional. A fachada foi toda projetada em vidro e, no uso da estrutura metálica, destacam-se ainda os recuos dos pavimentos superiores e varandas que promovem um jogo de volumes dinâmico. Na parte interior, o pé-direito triplo no centro da construção.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
NO PROJETO DA ACADEMIA SANTÉ, DESTAQUE PARA A FACHADA DE VIDRO E O COROAMENTO DA ESTRUTURA
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CAPA | O DNA DA ARQUITETURA
JULIANO DUBEUX
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Existem formas de emocionar as pessoas, seja pela estranheza ou pela beleza, mas a boa arquitetura impacta
Dentre a lista de elementos sensoriais, a cor está entre as primeiras colocadas. Muito mais que item decorativo, seu uso na arquitetura não é uma novidade. No entanto, em algumas cidades, a utilização de tonalidades mais vivas é quase que inexistente. Para o arquiteto Juliano Dubeux, em tempos de recuo nas verbas de obras, principalmente quando se fala em construções públicas, apostar no colorido é sinônimo de referência e estímulos emotivos. E mais, o uso de uma paleta vibrante na arquitetura gera, ainda, originalidade. “Existem formas de emocionar as pessoas, seja pela estranheza ou pela beleza, mas a boa arquitetura impacta. Por mais discreta que possa ser, ela pode chamar a atenção pela maneira que alcançou uma simplicidade desconcertante, ou mesmo um prédio colorido que lhe atraia pelas sensações. Não é só fazer as coisas caberem e funcionarem, é causar surpresa”, destaca. “A repetição de um tipo de construção gera uma mediocridade enorme. Entendo que algumas obras precisam ser barateadas por um arrocho financeiro, mas por que não pensar em algo que impacta sem gerar um custo expressivo? A cor é umas
das coisas mais baratas e mais transformadoras possíveis. Tanto faz se vai ser roxo, amarelo ou verde. Se você tem harmonia e coragem, pode transformar uma obra impactante”, completa o arquiteto. PROJETO Assegurando a importância da cor, Juliano fez uso da solução no processo de restauro e reforma do novo prédio do Porto Digital. Localizado entre as ruas do Apolo e do Observatório, no bairro do Recife, o imóvel, erguido na primeira metade do século 19, abriga agora um auditório com capacidade de até 100 pessoas, galeria de artes digitais, incubadora de startups com 85 pontos de coworking, design center e uma sala de formação. Além disso, foi construído um anexo, que dispõe de uma sala coletiva e de reunião. “A fachada é clássica e passou, junto com as esquadrias, gradis e cobertas, por um processo de restauro. A composição de cores foi muito tradicional nessa parte, mas o prédio internamente ficou muito surpreendente, pois a manipulação cromática fez com que a gente compensasse os materiais, e a iluminação sofisticada que estava prevista precisou ser reduzida para encaixar no orçamento”, afirma.
FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
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CAPA | O DNA DA ARQUITETURA
FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
ASSEGURANDO A IMPORTÂCIA DA COR, JULIANO DUBEUX FEZ USO DA SOLUÇÃO NO PROCESSO DE RESTAURO E REFORMA DO NOVO PRÉDIO DO PORTO DIGITAL
Juliano Dubeux Arquitetos Associados (81) 3424.3796
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CAPA | O DNA DA ARQUITETURA
METRO
LUCAS OLIVEIRA
ARQUITETURA
Nos últimos anos, percebemos as pessoas mais abertas a projetos que permitam que a cidade entre em certos espaços, e interessadas em tornar o ambiente um lugar compartilhado com a sociedade ou de uso misto, por exemplo João Domingos Azevedo
Linguagem contemporânea atrelada à criatividade e ao desejo de se comunicar. Essas são algumas das principais preocupações e proposta inicial dos projetos arquitetônicos assinados pela Metro Arquitetura, escritório pernambucano que tem os arquitetos João Domingos Azevedo e Rafael Souto Maior de Brito à frente do negócio. Os sócios buscam levar para os empreendimentos soluções que primam pela inovação, qualidade e valorização da identidade local, além de defender a importância da criação de negócios mais conceituais e de agregar valores tanto ao usuário quanto ao contexto urbano. “Para nós, o DNA da boa arquitetura está na produção de espaços que contemplem e equilibrem as necessidades funcionais, o rigor da técnica construtiva e a beleza e harmonia estética que preenchem e provocam a alma daqueles que dela se utilizam ou contemplam. Nosso DNA, mais especificamente, busca levar ao limite esses aspectos, mas sempre em equilíbrio, propondo organizações funcionais adequadas a cada perfil de projeto, testando, levando a técnica e materiais a novos limites, e experimentando novas formas e estéticas que ofereçam experiências singulares aos usuários os quais interagem com nossos projetos”, destacam. De acordo com os profissionais, implantar uma arquitetura de intenção que busque qualidade, conceitos e valores é complicado em alguns segmentos da área. Eles explicam que as dificuldades vão desde a restrição de materiais e orçamentos pequenos (sem vírgula) a posições mais conservadoras. “No entanto, nos últimos anos, percebemos as pessoas mais abertas a projetos que permitam que a cidade entre em certos espaços, e interessadas em tornar o ambiente um lugar compartilhado com a sociedade ou de uso misto, por exemplo”, pontua João.
NO INSTITUTO JUMP, A DUPLA APOSTOU EM UM FORMATO SEM QUINA E FACHADA TODA REVESTIDA COM AÇO CORTEN
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Para o Instituto Jump, a dupla apostou em um formato sem quina e fachada toda revestida com aço corten, sistema que possui placas independentes fixadas por parafusos. “Na parte de fora, mantivemos a ferrugem. A parte de dentro foi pintada toda de laranja. A fachada se tornou uma das mais convidativas, por ser de uma geometria diferente, que gera curiosidade não só de saber o que funciona ali dentro, mas de ver como o espaço é interiormente”, explica Rafael.
No projeto de reforma, cabia ainda a construção de um novo anexo. Para essa parte, o escritório preferiu manter um estilo mais empresarial, já que na estrutura funcionariam as atividades criativas e de negócio da Jump. No entanto, os sócios não deixaram de apostar em cores quentes, como laranja, amarelo e vermelho, revestimentos em madeira, iluminação de qualidade, mobiliário diferenciado e elementos que causassem interação entre os ambientes. DIVULGAÇÃO
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CAPA | O DNA DA ARQUITETURA DIVULGAÇÃO
A INTERAÇÃO ENTRE OS AMBIENTES GANHOU DESTAQUE NO PROJETO
A PLANTA COM OS DETALHES DA ESTRUTURA
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OS SÓCIOS APOSTARAM EM CORES QUENTES, COMO LARANJA, AMARELO E VERMELHO
Metro Arquitetura (81) 3426.5655
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CAPA | O DNA DA ARQUITETURA
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
Para projetar, é preciso sair do lugar-comum e de um padrão para passar a trazer novas opções que gerem conforto e prazer
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Para o arquiteto Thiago Monteiro, pensar em arquitetura é considerar a cidade através de suas possibilidades e oportunidades. É contribuir para o desenvolvimento da região. É ser generoso com seu entorno, pensar no coletivo e oferecer algo que seja bom para todos. Ele defende que o papel do profissional é gerar experiências a cada novo empreendimento. “Não é simplesmente querer fazer um prédio e fazer do jeito que quer. As construções têm que ser um elemento requalificador daquela região. O nosso papel não é fazer um prédio lindo e dotado de tecnologia de ponta. É fazer edifícios que participem do processo de estruturação da cidade. Esse é o nosso legado”, pontua. Diante de uma visão romântica, cujo ideal é provocar sensações e inquietações nas pessoas, Thiago destaca a necessidade de uma reinvenção, principalmente quando se fala no atual mercado construtivo que, de acordo com ele, passou a erguer prédios similares a fim de assegurar o controle nos gastos. “Para projetar, é preciso sair do lugar-comum e de um padrão para passar a trazer novas opções que gerem conforto e prazer. Conectar as pessoas ao edifício,
apropriar-se dos espaços pensando na cultura e necessidades do local. Um bom projeto consegue gerar valor e melhorar a cidade do ponto de vista social, econômico e ambiental. Se pensarmos nas novas possibilidades de construção e na tecnologia, as quais apresentam opções que geram redução nos custos, é possível, sim, trazer todas essas características e viabilizar a economia na obra”, afirma PROJETO À frente da construtora Haut, ele lança a proposta de um hotel boutique que pretende ser espaço de utilização tanto para os hóspedes quanto para a cidade. O projeto deixa de lado o conceito de hotelaria dormitório para se tornar um local dinâmico com atividades e serviços. “É um hotel que estará sempre movimentado, e onde o lobby terá um espaço de coworking integrado a um café que será aberto para a cidade. Terá um spa, restaurante e uma cobertura que poderão ser utilizados pelo morador. É um hotel que a cidade usa. Uma carga de experiências diferenciadas”, explica. A construção do Neue Hotel acontecerá em Recife, João Pessoa, São Paulo e Floripa. THIAGO LANÇA A PROPOSTA DE UM HOTEL BOUTIQUE
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CAPA | O DNA DA ARQUITETURA
FOTOS: DIVULGAÇÃO
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O LOCAL AINDA TERÁ UM SPA, RESTAURANTE E UMA COBERTURA QUE PODERÃO SER UTILIZADOS PELO MORADOR.
HAUT Incorporadora Design (81) 3031.6875
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CAPA | O DNA DA ARQUITETURA
RANGEL MOREIRA ARQUITETURA
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Nossa influência na cidade, enquanto arquitetos, é muito forte. Você faz uma obra e ela não é descartada daqui a dois anos, ela fica e pode ficar a vida toda Sylvia Scherb
Rangel Moreira Arquitetura (81)3221.7745
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Para Luiz Rangel Moreira, sócio-fundador do escritório, essa identidade muitas vezes pode se perder um pouco, por inúmeros fatores. “Um exemplo disso é a imposição do mercado imobiliário. Ao mesmo tempo que você tenta fugir dessa imposição para colocar alguma coisa que tenha a ver com a sua arquitetura, mostrando para o comprador que isso é um valor, um diferencial, também despertamos para outras questões, não só sobre a identidade em si, mas essa preocupação com a cidade, essa integração de arquitetura e como vai refletir no futuro da cidade. A arquitetura que fazemos tem um diferencial, mas ela, em determinados setores da arquitetura, pode também ser contida por causa da solicitação do cliente. Talvez hoje, para quem está começando, a imposição de alguns clientes acabe sendo maior e talvez isso o leve para uma zona comum. Mas tem muita gente nova e boa surgindo. O importante é construir com o cliente uma unidade, baseada no que ele quer e no que o arquiteto gostaria de fazer e, principalmente, do que a cidade precisa”, reflete Luiz Rangel Moreira. A preocupação do escritório em relação à contribuição do arquiteto para a cidade e de como os trabalhos desenvolvidos poderão colaborar para um crescimento ordenado e sustentável, fazendo com que a qualidade habitacional melhore é alta. “Nossa influência na cidade enquanto arquitetos é muito forte. Você faz uma obra e ela não é descartada daqui a dois anos, ela fica e pode ficar a vida toda. Então eu acho que essa preocupação com o espaço urbano, com o exterior, com o homem que está caminhando na calçada, com a relação dele e o prédio, com a rua é uma responsabilidade muito grande e temos que ter muito cuidado ao pensar nisso. Temos esse compromisso, não só com a estética do prédio, mas principalmente a relação entre prédio, o homem e a cidade. Tentamos mostrar para o cliente que isso é positivo, que não está havendo perdas e, sim, ganhos”, enfatiza a sócia Sylvia Scherb. Um ponto crucial para todo profissional é a sua formação, e esse é um pontos de maior importância para o sócios, o futuro do ensino para a arquitetura e a quantidade de novos profissionais que chegam todos os anos ao mercado. “Precisamos rever a qualidade dos cursos de arquitetura, porque hoje se
inserem no mercado profissionais com todo tipo de nivelamento e, analisando como um todo, em número geral, não vejo como um futuro promissor. A qualificação desses profissionais está aquém do que é necessário. O arquiteto não pode ser uma pessoa que faça um desenho esteticamente bonito e bem resolvido, a questão não é essa, ele é um profissional que precisa ter conhecimento técnico para, em certas horas, conseguir se impor em algumas circunstâncias. Arquitetura não é só o projeto, é a obra construída. E essa falta de conhecimento vai impossibilitar o desenvolvimento do DNA da arquitetura”, enfatiza Luiz. Para os arquitetos à frente do escritório, as referências profissionais também contam pontos para esse desenvolvimento. “Na nossa época, tínhamos grandes mestres, e, quando olhamos para o passado, vemos com quem aprendemos. Nomes como Carlos Fernando Pontual, Acácio Gil Borsoi, Wandenkolk, Jerônimo da Cunha Lima, Fernando Guerra, foram esses nossos professores. Além de termos convivido com esses arquitetos, nós vivíamos muito em obras, e a formação lá é outra coisa. Vivenciar e saber os passos de como são feitos os processos faz parte do aprendizado. Mas também não podemos parar no tempo, temos sempre que nos atualizar e estudar. Dominar as novas ferramentas também é importante para que você consiga manter ou atualizar o seu DNA”, finaliza um dos sócios, o arquiteto Albérico Paes Barreto. PROJETO O edifício residencial Brunello di Montalcino, na Zona Norte do Recife, exibe muitos elementos que o vinculam às tradições da arquitetura moderna pernambucana e ao estilo próprio da Rangel Moreira Arquitetura. Um dos pontos centrais neste projeto é a valorização da varanda, que, aliada aos sinuosos beirais e jardineiras, proporcionam ainda personalidade e elegância à edificação. A fachada possui uma conformação sinuosa e diferente nos pavimentos, que gera uma recomposição, uma dinamicidade no volume e perspectivas variadas. Na esquina, a fachada principal, revestida em porcelanato de tom bege e pastilhas escuras. O pilar estrutural serve de apoio para o avanço do coroamento, tornando-se primordial para o sombreamento da área social e o arremate vertical da composição.
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A FACHADA POSSUI UMA CONFORMAÇÃO SINUOSA E DIFERENTE NOS PAVIMENTOS, O QUE GERA UMA DINAMICIDADE NO VOLUME E PERSPECTIVAS VARIADAS
CAPA | O DNA DA ARQUITETURA
LOURIVAL
JOÃO PEDRO
COSTA
A arquitetura é uma ciência, uma técnica que você aprende
“A arquitetura é uma ciência, uma técnica que você aprende. É prática. Você não vai se tornar um arquiteto porque tem um diploma, vai precisar praticar. É disso que vai surgir esse DNA. Você não está inventando a roda, ela já foi inventada, mas você necessita da prática para resolver os problemas e entender a profissão”, afirma o arquiteto Lourival Costa. Para ele, um dos grandes problemas da geração de hoje é não existir uma boa formação, que não prepara o arquiteto para o dia a dia da profissão. “Se uma cadeira custa 38 mil, eu vou ter que explicar para o cliente por que comprá-la, qual o conceito utilizado, o que foi pensado. Mas atualmente o arquiteto se preocupa preocupado com isso? Não. Hoje se vende com belas perspectivas e muitas vezes isso soa meio falso e irreal, porque a realidade é diferente do mundo virtual. O arquiteto tem que explicar mais o projeto, a didática, o motivo das escolhas de cores, o que elas vão provocar. O cliente precisa ser alertado. Falta mais formação e conhecimento por parte dos profissionais”. O arquiteto explica a diferença que para ele se nota na arquitetura de antes e na dos dias atuais. “Antigamente você abria uma revista e sabia de quem e de onde era o projeto. Recife hoje está fazendo a mesma coisa que São Paulo e Rio de Janeiro. Essa identidade se perde porque atualmente há uma passividade do arquiteto muito grande, agora ele atua. Hoje em dia, ele pergunta ao cliente como ele quer sua cozinha, sendo que o profissional é quem deveria oferecer as soluções e opções. Existe uma geração que aceita isso, mas não a minha”, afirma Lourival Costa. PROJETO O projeto para uma casa no litoral sul de Pernambuco, elaborado por Lourival Costa, foi pensado para atender um casal jovem com três filhas, os quais gostam de receber. Por lá foi explorado o uso de materiais de revestimentos de base clara/neutra que remetem à natureza, como a pedra e a madeira, além da utilização de cores amenas, com toques principalmente de tons azulados com referência ao mar. Esse aspecto foi também reforçado pelo uso de papéis de parede que fazem alusão aos artefatos náuticos.
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NO PROJETO FOI EXPLORADO O USO DE MATERIAIS DE REVESTIMENTOS COM BASE CLARA/NEUTRA QUE REMETEM À NATUREZA
FOTOS: JOÃO PEDRO
O MIX DE ELEMENTOS UTILIZADOS NO PROJETO CONVERSAM ENTRE SI E PROPORCIONAM UMA HARMONIA
Lourival Costa (81) 9.9996.5688
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CAPA | O DNA DA ARQUITETURA
ML&N
ARQUITETURA E DESIGN
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“A construção do DNA é involuntária, vem da formação. O que você aprende fica entranhado e é aí que se repete a linguagem. Quando se está criando, não se está pensando em nada de gerar uma marca ou referência, apenas na maneira de compor e na funcionalidade, ou seja, você não está preocupado com DNA, e, sim, em resolver um problema, pensar em soluções. Quando meu pai (Heitor Maia Neto) se reunia com os amigos também arquitetos, como Wandenkolk, eles se sentavam para conversar sobre os pontos normais da arquitetura e as soluções encontradas para alguns problemas, eles não estavam esperando deixar um marco. O tempo é que vai julgar se aquela arquitetura é boa, porque o arquiteto passa, mas a arquitetura fica. Se for preservada, ela permanece”, destaca Tota Maia, da ML&N Arquitetura e Design.
O tempo é que vai julgar se aquela arquitetura é boa, porque o arquiteto passa, mas a arquitetura fica. Se for preservada, ela permanece Tota Maia
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Esse pensamento de continuidade ecoa pelos canteiros de obras, fazendo com que a essência da arquitetura se dissemine para os que estão chegando. Para Otto Neuenschwander, a arquitetura é o reflexo da sociedade. “Tivemos a sorte de, nos anos 30, chegar ao Recife Luiz Nunes, Acácio Gil Borsoi, Mário Russo, Delfim Amorim, os quais fizeram parte da primeira geração da arquitetura pernambucana. Desenvolveram uma linguagem diferente da do Rio de Janeiro, que é diferente da de São Paulo. E a partir de 50, essa forma nordestina se disseminou e gerou o DNA pernambucano, que é muito forte”.
A ML&N ARQUITETURA E DESIGN PROJETOU EM RECIFE O PRIMEIRO CENTRO DE TREINAMENTO DA HONDA DO BRASIL FORA DE SÃO PAULO
Outro exemplo são as expressões arquitetônicas espalhadas por todo o mundo, que, com a revolução na comunicação, possibilitaram o acesso a essas informações, as quais acabam revelando pensamentos, ideias e anseios de diferentes épocas que estão sempre interligadas. “Sempre vai existir essa continuidade. Um exemplo é a obra de Antoni Gaudí. Quando você vê de fora, acha uma coisa diferente de tudo que você já viu. No entanto, quando se visita Barcelona, muitas vezes ao lado de uma obra dele, existe uma outra bastante parecida que pode se
confundir com a de Gaudí, mas na realidade é de um contemporâneo seu. A partir daí se percebe que nem tudo é tão diferente como parece. Essa é a linha principal em termo de arquitetura, a de que sempre existirá continuidade. A minha geração, assim como a de Tota, certamente vai ser influenciada por nossos professores, pelos lugares onde estagiamos. E acaba que essa identidade nada mais é do que um desenvolvimento orgânico, natural. Não é só na arquitetura, mas em várias outras atividades, é o ciclo de passar do professor para o aluno”, afirma Otto.
Coube à ML&N Arquitetura e Design projetar em Recife o primeiro centro de treinamento da Honda do Brasil fora do parque industrial em Sumaré/SP. Os arquitetos procuraram, a partir dos volumes, passar a imagem de tecnologia e vanguarda associada à marca. Foram desenvolvidas também salas de aulas e oficinas, um salão de eventos e auditório. Nas áreas externas, pistas de testes de automóveis e uma pista de motocross. ML&N Arquitetura e Design (81) 3226.0373
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CAPA | O DNA DA ARQUITETURA
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ARQUITETURA
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Nossa identidade é observada nas soluções e formas utilizadas para cada projeto, pois cada cliente é um desafio novo Rodrigo Gurgel
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“Ser arquiteto é ter a oportunidade de realizar sonhos e objetivos dos clientes, ao contribuir para a estética e a paisagem urbana de uma cidade, tornando ambientes funcionais, criando pontos de encontros e transformando lugares comerciais em geradores de lucros”, define o arquiteto Rodrigo Gurgel, que, desde 2009, junto com Rita Pinheiro, apostaram em unir suas ideias em um único escritório, a Duo Arquitetura, em Natal/RN, que hoje desenvolve diversos projetos. A dupla é fã de Will Alsop, Zaha Hadid e Oscar Niemeyer, mestres que norteiam suas criações. Rodrigo defende que eles não têm um elemento arquitetônico que marque o estilo do escritório. “Nossa identidade é observada nas soluções e formas utilizadas para cada projeto, pois cada cliente é um desafio novo. Para criar, devemos ter a mente livre de vícios (não repetir sempre as mesmas coisas), estar em um momento relaxante. Os melhores projetos são feitos quando o arquiteto trabalha sem nenhuma pressão externa. Desenvolver um projeto arquitetônico é como compor uma música. Para se iniciar um projeto, devemos antes de tudo absorver todas as necessidades dos clientes”. Para o arquiteto, nem todos possuem um DNA na arquitetura. “Nos dias de hoje, em que a mídia digital tem um grande papel na sociedade, muitos apenas copiam projetos. A arquitetura brasileira vem crescendo muito. Temos muitos exemplos de edificações extremamente inspiradoras, porém, sempre são obras particulares. O Brasil precisa melhorar no quesito projetos arquitetônicos de referência de uso público, necessitamos de mais exemplares de praças, teatros, bibliotecas, entre outros”. Para ele, o DNA da arquitetura é ter modelos de projetos que sejam facilmente reconhecidos pelos seus traços, linhas, elementos, soluções arquitetônicas, estilo e personalidade do edifício, gerando uma identificação imediata de quem é arquiteto responsável.
PROJETO O Hamachi Oriental y Peruano é um restaurante que fica em Ponta Negra/ RN. O projeto apostou na sofisticação aliada à contemporaneidade. A estrutura possui dois ambientes distintos, sendo um lounge externo voltado para a rua com pé-direito alto e uma estrutura de madeira com uma iluminação diferenciada. O coroamento com o jardim vertical proporcionou um background para o lounge. Já na parte interna, o salão principal é integrado ao sushi bar e o principal elemento do salão são as ondas criadas a partir do logotipo do empreendimento, fazendo referência também aos pratos criados no restaurante.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
NA PARTE INTERNA, O SALÃO PRINCIPAL É INTEGRADO AO SUSHI BAR
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CAPA | O DNA DA ARQUITETURA
FOTOS: DIVULGAÇÃO
O PROJETO DO RESTAURANTE APOSTOU NA SOFISTICAÇÃO ALIADA Á CONTEMPORANEIDADE
Para se iniciar um projeto, devemos antes de tudo absorver todas as necessidades dos clientes Rodrigo Gurgel Duo Arquitetura (84) 3222.4368
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PROJETO
Arquitetura para O o saber TEXTO: MARIANA CLARISSA
O estímulo à aprendizagem não faz parte apenas de projetos pedagógicos que instiguem a reflexão e o senso crítico. O motor para uma educação escolar de qualidade parte também da interação dos alunos com o meio em que se inserem. Diante desse cenário, a arquitetura se comporta como elemento garantidor de uma nova concepção de ensino: a escola precisa ser incitante para estudantes, funcionários, pais e responsáveis, assim como para a comunidade local. De acordo com o arquiteto e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Ênio Eskinazi, o projeto de uma ‘escola do futuro’ deve ser pensado como espaço único onde toda a estrutura física dos modelos atuais e os programas pedagógicos curriculares sejam desconstruídos para dar lugar a uma grande área ao ar livre na qual atividades de lazer e cultura se associem à educação.
A ideia é fazer das salas ambientes abertos e separados por estruturas transparentes em que todo o processo de ensino parta da discussão e reflexão sobre assuntos atuais. “Seria um grande ciclo de aprendizado. Em um momento, os alunos teriam as práticas de lazer, depois entrariam para as salas e teriam algumas horas com monitores que repassariam o conhecimento. Ao final, par-
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Um edifício bem estruturado que ofereça, entre outros pontos, conforto, incentivo à criatividade e diálogo aberto com o contexto urbano e suas necessidades interfere positivamente no crescimento educacional e comportamental dos estudantes.
PERSPECTIVA DO PROJETO DO ARQUITETO ENÉAS SILVA DE UMA ESCOLA PARQUE NO RIO DE JANEIRO (1934)
PERSPECTIVA GERAL DO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DA PARAÍBA
PLANTA DA ESCOLA TIPO PLATOON DE 25 SALAS, PROJETO DE ENÉAS SILVA.
ticipariam de oficinas e atividades artísticas, como teatro e rodas de leitura, por exemplo”, explica. “Esses espaços seriam construtores de valores éticos e morais, dariam mais liberdade para que os alunos se expressassem e aprendessem com a vivência, e mais: desenvolveriam a consciência ambiental e social”, completa. O conceito ao qual Ênio se refere já existe há mais de 70 anos, quando dois grupos tentaram introduzir um processo de modernização tanto na pedagogia, com o movimento Escola Nova, quanto na arquitetura brasileira, com o Movimento Moderno. Unidos, profissionais de áreas construtivas e pedagógicas tinham como objetivo a renovação da educação, na qual haveria comunicação entre a sociologia e psicologia, a valorização da autoformação e da atividade espontânea da criança, além de tornar as escolas um ambiente de interação com a sociedade, transformando-a em uma unidade socializada, que harmonizaria os interesses individuais e coletivos. Vários pedagogos da época, como Anísio Teixeira, recomendavam a arquitetura moderna para a construção de novas escolas públicas, já que o modelo possibilitaria obras
mais rápidas, eficientes, racionais e funcionais. “As inovações tecnológicas prezadas pela arquitetura moderna, como o uso do concreto armado, ferro e vidro, levaram às escolas espaços mais abertos, iluminados e ventilados por grandes janelas horizontais”, explica a arquiteta Marina Goldfarb, autora do artigo ‘Escolas modernas para uma nova pedagogia - O movimento Escola Nova e a modernização da arquitetura escolar paraibana (Década de 1930)’. Resultado da dissertação de mestrado de Marina, o texto traz conceitos como o de Escolas Nucleares — sistema que oferecia aulas em salas fechadas seguindo um cronograma de disciplinas normalmente já estudadas —, e o de Parques Escolares — modelo que priorizava atividades de lazer, cultura, educação social e saúde, o qual deveria se unir à proposta inicial e oferecer um equipamento de ensino integral. No entanto, Anísio Teixeira não parou nessas duas concepções. Ele propôs ainda a noção de escolas Platoon, estrutura que uniria em uma única edificação salas de aula comuns e especiais, similares às do Parque Escolar, mas que não seriam fixas: as turmas circulariam em ‘pelotões’ — daí o nome Platoon- pela escola.
Segundo Ênio Eskinazi, hoje os projetos ficam no meio termo do que é o formato físico executado atualmente e o que é sugerido pelo movimento. “São edifícios que possuem salas fechadas com acesso a corredores, mas que, em contraponto, permitem que os locais de convívio, geralmente localizados no térreo, sejam abertos e ligados a um grande parque verde onde a população pode compartilhar o espaço junto aos estudantes e funcionários. Um exemplo claro disso é a UFPE (Universidade Federal de Pernambuco)”, afirma. Para muitos, a aposta na arquitetura moderna e na renovação da educação, principalmente quando o assunto aponta para o sistema público, possibilitaria mais que edifícios confortáveis e amplos. A proposta fortaleceria um formato mais eficaz no sentido educativo da palavra, em que estudantes e profissionais envolvidos, assim como toda a comunidade em torno, teriam disponíveis espaços que desenvolveriam verdadeiros cidadãos pensantes e atuantes. “Neste ponto, o arquiteto não deve pensar sozinho. Para uma boa escola, é necessário um espaço adequado e, em sintonia, entram a pedagogia e as políticas públicas”, ressalta Marina Goldfarb. 93
PROJETO
ESCOLA NOVO MANGUE
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LOCAL Às margens do braço morto do Rio Capibaribe no Bairro do Coque, Recife/PE
Projeto de 2002 e selecionada para a Bienal de Arquitetura de Veneza em 2016, a obra foi uma iniciativa da ONG Centro de Cidadania Umbu-Ganzá, que captou, juntamente com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), recursos da Rede de TV e Rádio de Luxemburgo.
Quando abrimos a escola para o rio, ele passou a ser parte do grupo e do currículo escolar dos alunos
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Lula Marcondes
ESCRITÓRIO O NORTE Bruno Lima, Francisco Rocha e Lula Marcondes www.onorte.arq.br
Três premissas básicas nortearam a concepção da proposta feita pelos arquitetos d’O Norte: dar protagonismo ao Rio Capibaribe, desenvolver um equipamento de qualidade com alta performance ambiental dentro das grandes restrições orçamentárias impostas pelo concurso e criar um produto arquitetônico resistente ao vandalismo. Foi implantado um pátio em formato de L que gerou um jardim interno para cada sala, o que permite troca de iluminação e ar natural, além de uma nova perspectiva no trabalho educativo. “Quando abrimos a escola para o rio, ele passou a ser parte do grupo e do currículo escolar dos alunos. De dentro, ninguém teria a sensação de confinamento, mas, sim, condições de interagir com o meio ambiente, que agora se tornou o foco deles. Houve o empoderamento do mangue, que é algo tão presente na nossa cidade”, destaca o arquiteto Lula Marcondes.
FRANCISCO ROCHA MATEUS SÁ
Diante de um orçamento limitado, foram introduzidas soluções como o uso de grandes beirais para garantir sombreamento dos espaços de estar e circulação, e materiais de construção à base de argila, como tijolos e telhas, que levariam melhor conforto térmico ao edifício. Para minimizar o uso de luz artificial, foi incluído um janelão aberto para o céu dentro das salas de aula, que também tinham paredes com a montagem rotacionada de trechos dos tijolos que formam uma renda de alvenaria permitindo também o pouco uso de ar condicionado.
MATEUS SÁ
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PROJETO
ECOPRÉDIO FAZER CRESCER
PROJETO ARUITETÔNICO Pedro Selva e Suzana Gueiros (81) 3241.0888 PAISAGISMO Luciano Lacerda (81) 3031.9999 / (81) 9.9971.1933
Considerado o primeiro ecoprédio do setor educacional de Pernambuco, foi também o primeiro candidato a receber o Selo de Sustentabilidade Ambiental concedido pela Prefeitura do Recife. O Colégio Fazer Crescer concorre ao selo na categoria Diamante, com cinco áreas compreendidas pelo regulamento: água, energia, gases do efeito estufa, resíduos sólidos e áreas verdes (biodiversidade).
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CONSTRUÇÃO Construtora Tecla (81) 3213.0810
FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
Construído sob alguns dos princípios de uma arquitetura escolar ideal, o ecoprédio do Colégio Fazer Crescer (CFC) se tornou um grande laboratório educacional e social para alunos e funcionários da unidade de ensino. O edifício apostou nas técnicas de construção a seco, utilizando estruturas de aço e paredes de Drywall, que combinam aço galvanizado com chapas de gesso. “Adotando esse modelo, o conceito de construção muda totalmente e tudo tem que ser pensado antes. O planejamento precisa ser mais rígido para oferecer maior precisão à obra, menos riscos de erro e não gerar desperdícios. Para se ter uma ideia, tivemos apenas um container de entulhos, além de apenas 30 funcionários fixos. Em uma obra convencional, esses números dobrariam”, destaca o diretor da construtora Tecla, o engenheiro Rogério Castro.
PROJETO
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As aulas saem do campo da teoria e do espaço fechado de uma sala para se tornarem práticas
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Gláucia Lira
Em uma área de cerca de 3 mil m², o edifício dispõe de 14 salas, auditório, biblioteca, garagem, bicicletário, quadra poliesportiva, sala de ginástica artística, refeitório, cantina e pátio. Diante da proposta de ser um prédio sustentável, o projeto conta com uma estação de tratamento de águas de reúso, iluminação com lâmpadas de LED, geração de energia solar através de placas fotovoltaicas e telhado verde, com uma horta orgânica. De acordo com a diretora de marketing e novos projetos do CFC, Gláucia Lira, todos esses itens são usados para aprofundar o conhecimento dado em sala de aula. “As aulas saem do campo da teoria e de um espaço fechado de uma sala para se tornarem práticas”, afirma.
Para viabilizar os 512 m2 de áreas verdes, o paisagista Luciano Lacerda, responsável pelo projeto verde do prédio, optou por plantas com baixa exigência hídrica. “São espécies nativas e exóticas que diminuem as ilhas de calor e melhoram a qualidade do ar, além de não precisarem de tanta água”, afirma. A eficiência energética ganhou força com o uso de iluminação e ventilação natural, aplicando, entre outras soluções, esquadrias de vidro, painéis isotérmicos e automação da energia. Além de todos os itens sustentáveis, o colégio trouxe para a parte frontal do edifício a Árvore da Vida, obra de 12 metros de altura da arquiteta e artista Marianne Peretti. “Essa peça tem uma simbologia muito similar ao que a unidade de ensino se propõe a oferecer, a de amadurecer e gerar frutos. Fizemos uso de uma obrigação: a lei diz que a partir de mil metros construídos é preciso ter uma obra de arte, e esse elo para trazer a peça em destaque na fachada e como símbolo da escola”, explica a arquiteta Suzana Gueiros. O prédio se tornou objeto de estudo dos nossos alunos, os quais vivenciam essa prática diariamente dentro e fora da sala de aula, e de estudantes da UPE (Universidade de Pernambuco), que passaram a desenvolver estudos para monitorar e avaliar os benefícios gerados pelas soluções construtivas aplicadas por nós”.
FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
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PROJETO
CRECHE CASA DA ESPERANÇA
ARQUITETOS Júlio Augusto Oliveira julioaugusto.c.o@gmail.com LOCAL Comunidade das Carolinas, Jaboatão do Guararapes, PE
Em fase de captação de parceiros, a obra vai proporcionar salas com ambiente externo, que serão chamados de Solarium, que vai possibilitar atividades externas em grupo gerando a interação das crianças com o jardim vertical, que poderá ser usado como equipamento de estudo e plantio. “Implantamos um telhado verde com captação de chuva onde a água será levada para um reservatório que irrigará o jardim e a horta, além de aproveitar para o uso da descarga”, pontua Júlio. “A ideia é que a população local tenha um espaço de qualidade que possibilitaria o desenvolvimento do aprendizado escolar somado a questões de consciência cidadã”, destaca.
PLANTA BAIXA TÉRREO
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Júlio Augusto
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Seguindo os mesmos parâmetros sustentáveis tomados pela escola Novo Mangue, o arquiteto Júlio Augusto Oliveira projeta a nova concepção de espaço da creche Casa da Esperança, instituição não governamental criada pela Paróquia Anglicana do Espírito Santo (PAES), localizada na comunidade das Carolinas, em Jaboatão do Guararapes. A proposta evidencia o uso de matérias reciclados, com todo o piso de placa cimentícia feita de cimento e entulhos de obra, além de pneu triturado, cinza de casca de arroz e celulose, além da participação da comunidade no uso da unidade de ensino.
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A ideia é que a população local tenha um espaço de qualidade que possibilitaria o desenvolvimento do aprendizado escolar somado a questões de consciência cidadã
DELÍCIAS
FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
LOJISTAS E IDEALIZADORES DO PROJETO
Q
TEXTO: LORENA MOURA
Comida,
Quem disse que lugar de arquiteto também não é na cozinha? Os profissionais, acostumados a reinventar cidades com a criação dos seus espaços através de formas e cálculos, ganharam, em setembro de 2016, um novo compromisso, o “Comida, Diversão e Arte”, um projeto criado por lojistas pernambucanos que, com muita descontração, levou os arquitetos a mostrarem ao público uma nova faceta. A partir de um fogão e do preparo de pratos deliciosos, eles disputaram entre si, ponto a ponto, a divertida competição. “Esse evento foi apenas o começo. Foi através dele que passamos a encontrar essas pessoas fora do horário do trabalho, e nele a descontração e o clima de relaxamento predominaram. Queríamos ampliar esse contato, sair do horário comercial. Foi tudo muito espontâneo, é como convidar para a sua casa e levar os amigos para a cozinha. Para mim, esse é o local onde elas ficam mais descontraídas. Essa diversão casou perfeitamente com o nome do projeto, que se tornou maior do que poderíamos imaginar. Uniu ainda mais os arquitetos e eles começaram a convidar outros e descobriram talentos que nem imaginavam ter. Estamos muito felizes! Objetivo alcançado, e acredito que depois dessa final, das nove etapas, não temos como parar mais”, conta o lojista e um dos idealizadores do projeto Adolpho Leimig.
diversão &
arte
A grande final foi realizada em fevereiro deste ano pelos arquitetos Alexandre Mesquita e Fred Mota, que disputaram um prêmio internacional: uma viagem para a Toscana, na Itália. O tema desta primeira edição foi: “Meu melhor prato é...”, e o nome do vencedor vocês conferem nas próximas páginas! FINALISTAS FRED MOTA E ALEXANDRE MESQUITA
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DELÍCIAS
FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
FRED MOTA
O vencedor do “Comida, Diversão e Arte” foi o arquiteto Fred Mota, que, com pratos bem sofisticados, conquistou o paladar do júri e do público. “O projeto foi maravilhoso. Essa proposta dos lojistas, de reunir vários arquitetos e poder mostrar um dom fora da arquitetura, foi bastante especial. Sempre adorei cozinhar, só não sigo receitas, abro a geladeira e vou vendo o que dá para fazer. E ao longo da competição fomos nos aprimorando. Peguei pratos mais elegantes, como o Magret de Pato, o qual é de difícil preparo. Foi uma experiência única, que contou com muita diversão, cumplicidade e harmonia entre todos os participantes. Agora vamos para a Toscana, na Itália, e depois para a feira de Milão curtir o prêmio.
MAGRET À SACCARO
(Magret de Pato com Arroz de queijo frito e Purê Silvestre )
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INGREDIENTES
MODO DE PREPARO
• 500 g de peito de pato • 300 g de queijo cremoso • 2 xícaras de arroz • 5 unidades grandes de batata-inglesa • 1 cenoura • tempero grego a gosto (páprica doce; ervas finas; orégano; manjerona; casca de limão) • 15 g de caldo de legumes concentrado • 1 cebola • 150 g de creme de leite • 1 xícara de suco de laranja • 1 xícara de açúcar • 4 colheres de sopa de leite em pó • 100 g de manteiga • 7 xícaras de água mineral • azeite de oliva • 4 dentes de alho • noz-moscada • pimenta do reino • sal
Limpe o peito de pato e corte o excesso de gordura, para que fique bem geométrico. Em um recipiente, comece a condimentar com o tempero grego, pimenta do reino e sal. Vire as peças, repita a operação e reserve por 1 hora. Coloque a água para aquecer em um bule. Corte os dentes de alho em lâminas bem finas, leve-os a uma panela grande e doure com azeite, sem deixar queimar. Adicione o arroz, sem lavar, e um pouco mais de azeite. Mexa sempre, fritando o arroz por dois ou três minutos. Em fogo médio, adicione a água aquecida, o caldo de legumes e o sal. Espere secar e, ainda quente, junte o queijo cremoso, misture e deixe esfriar um pouco. Utilize o medidor de xícara como forma, monte as porções do arroz frito e reserve. Lave as batatas com uma escovinha e cozinhe com a casca e cortadas ao meio na água com ervas finas e sal. Amasse-as e reserve. Guarde uma xícara da água da batata. Com um cortador, faça tiras com a cenoura, tipo macarrão, e cozinhe-as ao vapor, deixando-as al dente. Em outra panela, refogue a cebola na manteiga, acrescente o creme de leite, a água da batata e o leite em pó. Para finalizar, adicione as batatas amassadas, as
tiras de cenoura, noz-moscada, pimenta do reino e sal. Reserve um pouco da cenoura para decoração. Em um papeiro, coloque 2 xícaras de açúcar e um pouco de água, mexendo até o ponto de caramelo. Em seguida, adicione 1 xícara de suco de laranja e reduza até formar uma geleia. Reserve. (Para agilizar, você pode substituir o suco de laranja por geleia de laranja). Em uma frigideira grande, comece a assar os peitos de pato com o lado da gordura para baixo. Deixe dourar bem antes de virar. Em outra frigideira, frite as porções de arroz com um fio de azeite.
MONTAGEM DO PRATO Em um prato, disponha uma porção do purê de batata e espalhe-o com o fundo de uma colher de sopa, rápido e num único sentido. Coloque 4 fatias do magret em cima da cama de purê e depois o arroz frito ao lado. Finalize jogando a calda de laranja por cima do magret e do arroz. Acrescente um pouco da cenoura em cima do arroz e bom apetite!
FOTO DO PRATO
alexandre mesquita FOTOS: LUCAS OLIVEIRA
DELÍCIAS
O nosso colunista Alexandre Mesquita foi um dos competidores e chegou até a final. Com seu estilo descontraído, o arquiteto conquistou a todos com sua alegria e pratos deliciosos. Na primeira etapa do projeto, ele conquistou a pontuação máxima, o que garantiu uma vaga na final, quando apresentou ao público mais um prato do livro de receitas da sua mãe. Uma homenagem emocionante! “O projeto foi receber amigos, uma brincadeira. Costumo dizer que ninguém estava competindo, estávamos nos divertindo. Eu nunca cozinhei, mas minha mãe sim, e, para mim, acabou sendo uma grande homenagem. Durante a escolha dos pratos, eu pegava uma receita do livro dela e ia dando uma nova adaptação, fazendo alguns ajustes, dando uma interpretação mais sofisticada. Foi um verdadeiro show!”, contou Mesquita.
BOLINHO DE CARNE DE SOL COM ARROZ VERMELHO DE CARNE VERMELHA (porção para 06 pessoas)
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INGREDIENTES
MODO DE PREPARO
• ½ kg de carne de sol magra (alcatra) • ½ kg de leite de cabra • ½ kg de arroz vermelho orgânico • 6 cebolas em cubinhos • 4 dentes de alho macerado • 5 talos de salsão picado • 200 g de pimenta de cheiro sem semente picadinha • sal a gosto (rosa ou marinho) • óleo de coco • azeite de oliva • noz moscada ralada • gengibre em pó • 1 kg de macaxeira bem cozida • 500 g de umbu-cajá • 4 colheres de sopa de açúcar mascavo • pimenta branca moída • ½ kg de queijo coalho em cubinhos • farinha de rosca ou farinha de gengibre dourado • pimenta do reino • 3 ovos
Coloque a carne de sol cortada em tiras largas para cozinhar com sal na panela de pressão até ferver. Após o processo, deixe esfriar a carne e desfie separando-a. Separe a água que sobrou do cozimento da carne de sol na panela de pressão para cozinhar o arroz vermelho. Na noite anterior, reserve em um bowl o arroz vermelho no leite de cabra, tampe e leve à geladeira.
Para o arroz deixe esquentar o molho (água da carne de sol) com refogado com cebola e alho dourado, até dourar. Jogue os umbus cajá no liquidificador com água e coados com as 4 colheres de açúcar mascavo e vá reduzindo até engrossar. Jogue as pimentas brancas, regule o sal e vá reduzindo até o caldo encorpar.
Ponha a macaxeira bem cozida num liquidificador junto com a pimenta de cheiro, salsão, pimenta, gengibre em pó e noz moscada. Com a carne de sol cozida e desfiada, adicione um tempero de cebola refogada dourada em óleo de coco com alho.
MONTAGEM DO PRATO
Numa forma teflon colocar os bolinhos que receberam os ovos e foram misturados com a mão, ocados e colocados cubinhos de queijo coalho dentro, fechado e encoberto com farinha. Leve ao forno a 180 graus e espere dourar.
Forme o arroz vermelho como uma pétala e jogue o molho de umbu cajá por cima do bolinho e sirva.
Em um prato colorido (sugestão vermelho) monte o bolinho, a calda lateral do purê verde de ervas de macaxeira, com o talo de salsão por cima para decorar.
FOTO DO PRATO
FAZER O BEM!
A ARTE DE
FAZER RIR TEXTO: LORENA MOURA FOTOS: LANA PINHO / DIVULGAÇÃO
O Doutores da Alegria contabiliza mais de um milhão de intervenções artísticas em hospitais
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Dizem que quando um palhaço entra em cena, nasce um sorriso desmedido em qualquer ser humano. Alguns podem até ter medo ou receio, mas bastam alguns minutos para que a chegada de um palhaço se torne um momento de alegria e diversão. Agora já imaginou essa presença gerando bem-estar para crianças hospitalizadas? A chegada do nariz vermelho traz conforto, esperança, alegria e suavidade a filhos e pais que passam por momentos difíceis decorrentes de problemas de saúde. Foi com esse sentimento que nasceu há 26 anos o projeto Doutores da Alegria, uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que já contabiliza mais de um milhão de intervenções artísticas em hospitais. O projeto tem três unidades, em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, e a partir dele também foi criado o “Palhaços em Rede”, um grupo que reúne diversos profissionais desse ramo espalhados pelo país que realizam reuniões para trocar experiências e que visa promover a união entre eles.
Não se trata de negar a realidade, é um exercício de humanidade. É muito bom servir de espelho para as pessoas, fazer com que elas se vejam e possam rir delas mesmas Luciano Pontes, o Dr. Lui
O Doutores da Alegria é composto por atores profissionais que atuam nas alas infantis de hospitais públicos, como emergências, ambulatórios, enfermarias e UTIs. Durante a semana, em dois dias fixos, os palhaços visitam os hospitais e só vão embora quando brincam com a última criança. “A arte do palhaço nesses locais é de extrema importância, pois contribui para fortalecer o vínculo da criança com os familiares e médicos, deixando o ambiente mais confortável. Para mim, esse trabalho mudou minha vida. Fortaleceu meu entendimento sobre a arte e a forma de como posso contribuir para melhorar a vida das pessoas. É um sentimento de humanidade”, conta o coordenador artístico da unidade do Doutores da Alegria em Recife Arilson Lopes, também conhecido como “Dr. Ado”, que há 11 anos se tornou palhaço do grupo. Doutor em fazer rir há 13 anos, Luciano Pontes, o Dr Lui, que é um “médico” especializado em “Besteirologia”, acredita que pode fazer a diferença na vida dessas crianças e pais. “Não se trata de negar a realidade, é um exercício de humanidade. É muito bom servir de espelho para as pessoas, fazer com que elas se vejam e possam rir delas mesmas. Seguimos pelos corredores dos hospitais e por lá vamos encontrando também outras pessoas”. O palhaço conta também como começou a atuar neste projeto. “Sempre tive um sonho recorrente de uma criança que me levava para caminhar, apontando o caminho, e esse destino sempre acabava no circo. Era uma ligação que anos depois me levou a participar da seleção pública para o Doutores. Trabalhar com área social era algo que sempre me chamava a atenção, e hoje, a cada quarto visitado, vamos encontrando novidades, não sabemos o que vai acontecer, pode ser que a criança não queira nos ver, pode ser que ela nos prenda no banheiro, ou simplesmente queira brincar e cantar conosco. A alegria é algo construído, portanto, levamos esperança, um olhar diferente para a pessoa enfrentar a doença. Minha preocupação é divertir as pessoas”. Como não existe voluntariado no Doutores da Alegria, o projeto conta com a doação de pessoas e empresas. No site da organização, os interessados podem se tornar sócios da alegria, doando valores mensais, semestrais e até anuais. Empresas também podem se cadastrar para doar, tudo isso de acordo com leis de incentivo. Por lá também é possível doar pontos de milhagens, comprar produtos e se inscrever em cursos.
www.doutoresdaalegria.org.br 111