Revista SIM! #102

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A CASACOR® em PERNAMBUCO

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GLAMOUR

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ARQUITETURA | DECORAÇÃO | DESIGN | ARTE

ANO XVI | Nº 102

WWW.REVISTASIM.COM.BR

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+FOTOGRAFIA +ARTE +LÍRICA +PROJETO +DESIGN +PAISAGISMO +DECOR SIM!_102_CAPA.indd 1

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SIM!

#102 Diretor Executivo Márcio Sena

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Editora Patrícia Marinho (patriciamarinho@miraimidia.com)

LUCAS OLIVEIRA

Coordenação Gráfica Felipe Mendonça (felipebezerra@miraimidia.com) Conselho Editorial Alexandre Mesquita Amélia Córdula Diomári Diniz Raul Córdula

É FESTA NA CASA COR® PERNAMBUCO | Os 10 ambientes selecionados por Ana Sybelle Beltrão 62 PARAÍBA | Os 10 ambientes selecionados por Fernanda Durães 98

Redação / Design / Fotografia Erika Valença | Lorena Moura Mariana Clarissa | Priscilla Fernandes Carol Kirschner | Emanuel Neves Manu Braga Lucas Oliveira

SÃO PAULO | A seleção da arquiteta Ana Paula Cascão 132

ZOOM FOTOGRAFIA & ARTE

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DESIGN MULA PRETA

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PROJETO BARBEARIA TRÖIS

DIVULGAÇÃO

ARQUITETURA EDF. OCEANIA

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Contato Fabiano Cordeiro (81) 9.9501.2171 | 9.9466.2520 (fabianocordeiro@miraimidia.com)

Redação | Comercial R. Rio Real, 49 - Ipsep - Recife - PE CEP 51.190-420 redacao@revistasim.com.br Fone / Fax: (81) 3039.2220 Os textos e artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista.

LUCAS OLIVEIRA

LUCAS OLIVEIRA

DESIGN KATIA COSTA PINTO

Joelma Santos (81) 3039.2220 (comercial@revistasim.com.br)

SIM! é uma publicação da MIRAI ASSESSORIA EM COMUNICAÇÃO LTDA LUCAS OLIVEIRA

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MOMENTO SIM! EU DIGO SIM! JARDINEIRA JARDINS É TUDO! VAMOS LER! COM A PALAVRA CRÔNICAS DO OLHAR MOSTRA GERAL FAZER O BEM

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Operações Comerciais Eliane Guerra (81) 9.9282.7979 | 9.9536.7969 (elianeguerra@revistasim.com.br)

DIVULGAÇÃO

EDUARDO CAMARA & ARACI QUEIROZ

DESIGN SERGIO RODRIGUES

Um giro pelos eventos

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Ressignificação

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Goivo

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Paredão verde

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Uma nova pele

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A lírica de Carlos Augusto Lira

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Direito autoral

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Arte nos edifícios

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Artefacto PB

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Ruas literárias

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Décor solidário | + Vida

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CAPA

Foto de Lucas Oliveira. Os traços do arquiteto Carlos Fernando Pontual no detalhe do painel recortado para o pavilhão externo na CASA COR® PE.

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CASA COR PARAÍBA ®

MOMENTO SIM!

A estreia da exibição no Estado foi marcada por muita elegância FOTOS: LUCAS OLIVEIRA + Cobertura completa no Facebook:

Fernanda Durães, César Revoredo e Patrícia Marinho

Julianne da Costa Lacerda, Zizi Lacerda e Annelise Lacerda

Márcio Catão

Nádia Pedrosa e Lívia Rocha

Bethania Tejo

Revista SIM

Aucélio Monteiro Filho, Maria do Socorro Fernandes, Yuri Fernandes, Daniella Figueiredo, Ana Cristina Batista e Derlon

Rayssa Lira

Dauanne Arruda e Sarah Cavalcanti

Milena Nóbrega

Deyse Porto e Danielle Mindêlo

Aldemar Maciel, Rodolfo Cruz e Odair Tavares

Anabel Alvarez

Lana Débora

Katiana Guimarães

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Germana Terceiro Neto e Milena Régis

Georgia Suassuna e Raquel Claudino

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CASA COR PERNAMBUCO ®

Com todo glamour a que tem direito, a Mostra deu uma virada e comemorou em grande estilo FOTOS: LUCAS OLIVEIRA + Cobertura completa no Facebook:

Carla Cavalcanti e Isabela Coutinho

André Wanderley e Patrícia Marinho

GLEYSON RAMOS

Lívia Pedreira e Márcio Sena

Revista SIM

Lilian Santos e Zezinho Santos

Pedro Ariel e Ana Moura

Pragana, Mônica Paes e Ronaldo Ferreira

Luciana Pimentel, Beth Araruna e Taciana Feitosa

Mônica Maciel, José Paulo e Roberta Borsoi

Letícia Souza Leão, Roberta Brennand de Souza e Mariana Moura

Luiza Nogueira e Raul Henry

Paulo Amaral e Claudia Freyre

Carlos Augusto Lira e o ministro da cultura Marcelo Calero

Lucia e Mario Santos com Eliane Guerra

Edite Araújo

Dóris David, Daniela Paes Barreto, Soraya Carneiro Leão e Bruna Lobo

Tico Melo e Diogo Viana

Alexandre Mesquita, Evêncio Vasconcelos e Michel Colaço

Ju Nejaim

Marcelo Souza, Nethe Lima, Lele Carvalho e André Valença

Ana Cristina Cunha, Isabel Farias e Cristina Mello

Roberta e Mirela Jurema, Juliana da Mata e Tânia Jurema

GLEYSON RAMOS

EXECUTIVA COMUNICAÇÃO

GLEYSON RAMOS

Marcia Nejaim e Suzana Azevedo

GLEYSON RAMOS

Ana Paula Cascão

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MOMENTO SIM!

SIM! PARA O NOVO A edição 101 foi recebida com festa na Mostra DeAaZ Decor, no Shopping Paço Alfândega. O evento, organizado pela jornalista Ana Cláudia Thorpe, reuniu arquitetos, artistas e designers em meio a 21 ambientes montados para expôr as mais variadas tendências da decoração. Contexto perfeito para a revista, que exalta a arquitetura de Fernando de Noronha, circular entre as ideias da nova forma de morar. “O resultado foi incrível, porque conseguimos trazer para perto do público soluções para se viver em ambientes pequenos, que é a nossa realidade de hoje. E, nessa missão, também ficamos felizes com a parceria da SIM!, que divulgou cada detalhe”, comentou Ana Cláudia. FOTOS: LUCAS OLIVEIRA | FOTO DE PAULO NIEMEYER: EUDES SANTANA

+ Cobertura completa no Facebook: Revista SIM

Felipe Bezerra e Ana Cláudia Thorpe

Alexandre Mesquita, Eliane Guerra e Maria do Loreto Wanderley

Silvio Meira no espaço em que foi homenageado

Paulo Sérgio Niemeyer na Chaise Rio

Brunete Fraccaroli em entrevista à SIM! TV

Luis Dubeux, Maria Dulce, Patrícia e Romero Duarte

Alexana Vilar, Andréa Danzi e Elza Freire

Karen Mutchnik e Gabriela Matos

Elza Mendonça e seus filhos

Claudia Aires e Mariana Novaes

Marta Souza Leão e Roselie Alecrim

Nara Lins e Rodrigo Duarte

Renata Berenguer e Fred Mota

Conceição Ledo

Fernanda Durães

O artista Léo Arem

Maury Santana

Acácio Costa

Cecília Duarte

Sandra Brandão

Roberta Borsoi

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A Refinare preparou uma reunião especial para apresentar as novidades no setor de revestimentos da Roca. Lindaci Nascimento, gerente da marca, fez uma Antecipação de Tendências 2017/2018, para arquitetos convidados, além de anunciar que a loja foi escolhida como parceira do programa RocaPar. Fátima Coimbra e Girlene Lima

Márcia Bandeira, Joanna Santos e Tânia Santos

Kiriak Inojosa, Ivete e Luiz Carlos Farias

Mirela Jurema, Lindaci Nascimento e Tânia Jurema

Guilherme Eustachio, Fabiana Branquinho e Daniela Lins

Gisele Carvalho e Roberta Pessoa

+ FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

Patrícia Marinho, Tony Pedrosa e Claudia Peixe

Carola Queiroz e Cynthia Costa

Taciana Feitosa

Facebook: Revista SIM

Emile Dantas, Gabriela Santa Cruz, Amanda Rego e Rita Lubambo

Recife ganhou uma loja especializada em camas, colchões e enxovais de alto luxo. O abre da Tudo Para Dormir Bem aproximou os arquitetos e decoradores do que há de mais especializado no mercado. No empreendimento de cerca de 300 m², o cliente vai poder encontrar travesseiros de penas de ganso, o colchão da marca StanFord, preferência da Rainha da Inglaterra, e enxovais com acabamento feito à mão.

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Vaneza Didone e Joana Estanislau

Rafael e Jairo Pimenta

Romildo Carvalho e Sandra Millicent

Socorro Pimenta e Marilene Maranhão

FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

Facebook: Revista SIM

Patrícia Xavier e Nairanna Carvalho

Michele Gil Rodrigues e Vinicius Sombra

A Casa Ofício comemorou a premiação dos escritórios pernambucanos vencedores do concurso nacional de fotografia “Eu Represento”, que foi realizado pela Flexform. No total foram sete categorias e Pernambuco venceu em três, nas de Melhor Showroom (projeto do escritório A+ DMV Arquitetos), Instalação Operativa (assinado por Guilherme Eustáchio) e Instalação de Espera (do escritório Russo Ventura Arquitetura). O evento reuniu cerca de oitenta arquitetos, que foram parabenizar os vencedores e confraternizar. FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

+ Facebook: Revista SIM

Fernanda Ventura e Marcella Arruda

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Carolina Valois, Fernando Alencar, Cristiana Mesquita e Luciana Dantas

Guilherme Eustáchio e Daniela Lins

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MOMENTO SIM! A Todeschini inaugurou nova loja em Recife sob o comando de Edmilson e Rozani Valino. O coquetel contou com a presença do presidente da marca, João Farina Neto, e o diretor comercial Nereu Conzatti. FOTOS: JOÃO PEDRO

+ Facebook: Revista SIM

Ana Cristina Nakano está à frente da Artefacto em João Pessoa, que abriu as portas com sua tradicional mostra, reunindo os arquitetos e designers paraibanos.

Rozani e Edmilson Valino

João Farina Neto,

Geraldo Machado, Nereu Conzatti e Renato Cunha Lima

Ana Cristina Nakano e Márcio Sena

Flávia K

Ana Sybelle Beltrão

Leonardo Maia e Bethania Tejo

Melissa Ferreira Alvez e Fabiano Cordeiro

Ricardo Castro, Lana Débora e César Revoredo

Karen Pedrosa e Giovanna Queiroz

Patrícia Sacic, Florisa Meira e Márcia Perrrusi

FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

+ Facebook: Revista SIM

Em noite de festa, a Marel apresentou aos arquitetos pernambucanos a parceria com o Corian, da Du Pont, juntamente com as tendências para 2017 e o novo site da Marel Corporativo, o qual conta com novidades em acabamentos e modulações pensadas para hotelaria, hospitais e grandes empreendimentos. FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

+ Facebook: Revista SIM

E foi dada a largada para o Comida, Diversão & Arte. A primeira aula aconteceu na Saccaro Recife, com o chef Hugo Prouvot, e foi um sucesso!

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FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

Facebook: Revista SIM

Ana Beatriz Sobral, Laise Queiroz e Jandson Miranda

Denise Gouveia, Hugo Prouvot e Ana Paula Cascão

A turma divertida na aula do chef Hugo Prouvot

Patrícia Marinho e Marta Souza Leão

Renata Valois

A arquiteta e paisagista Marta Souza Leão encantou a todos com sua exposição “Arte, o Quinto Elemento” no Museu do Estado de PE — resultado de três anos de trabalho com o barro em harmonia com a madeira demolida, o ferro e a cerâmica. 10

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FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

Facebook: Revista SIM

Ferreira e Flora de Lima

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MOMENTO SIM! A Domodi, ganha novo endereço com um projeto arrojado, um complexo que se estende a A Maison e Studium Maison. A arquitetura foi assinada por Luís Dubeux e João Vasconcelos. Mary e Doriva Medeiros prepararam uma super festa para celebrar o novo empreendimento.

Luis Dubeux, Mary Mansur, Doriva Medeiros e João Vasconcelos

Klebber Toledo, Mary Mansur e Felipe Titto

Luciana Dias e Mariana Carvalho

Tereza Oliveira e Ana Rosa Pedrosa

Valéria Oliveira e Érika Novaes

Ana Carolina Pitanga e Jana Caminha

Victor e Robson Vila Nova junto com o pequeno Arthur

Amanda Baudmeuck, Mariana Caraciolo e Dirlene Dall Geor

Ana Cristina Mendonça e Adriana Diniz

Analice e Humberto Zirpoli e Ana Cristina Moura

George Barbosa, Armando Garrido, Thina Cunha e André Valença

Alexandre Mesquita e Armando Pellegrino

Fabiana Teixeira, Vinicius Valença e Dominika Patrná

Mario Bao, Esther Schattan e Josemar da Costa Jr.

Renata e Rafael Figlioulo e Ricardo Moura

Yeda Bezerra de Mello, Anastácio Borges, José Afonso Júnior e Barbara Gollner

Gustavo Bettini, Luciana Carvalho e Fernando Neves

Fernando Neves e Amélia Córdula

Roberta Guimarães e Ana Araújo

Fernanda Freire e Paulinho Filizola

FOTOS: GLEYSON RAMOS

+ Facebook: Revista SIM O lançamento da terceira edição do Livro Pernambucano de Arquitetura & Decoração, obra realizada pelo Núcleo PE, trouxe uma homenagem às cidades de Olinda e Recife. Os arquitetos participantes indicaram um monumento, praça, ponte ou construção que na opinião deles deveria ser eternizado. FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

+ Facebook: Revista SIM

A II Exposição Ornare, Pintare e Esculpire marcou os 3 anos da Ornare em Recife. Uma noite com as obras de André Valença, Armando Garrido, George Barbosa e Thina Cunha. FOTOS: GLEYSON RAMOS

+ Facebook: Revista SIM

Madalena Albuquerque e Márcio Sena

Muito animado o lançamento da Coleção ADI de Fotografia no Maison do Bonfim. O projeto contempla mais de 50 obras de fotógrafos renomados à venda em pontos itinerantes, aproximando o público do colecionismo. FOTOS: HÉLIA SCHEPPA

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Os fotógrafos Yeda Bezerra de Mello, Fred Jordão, Ana Araújo, Mateus Sá, Roberta Guimarães, Hesídio Góes, Hélia Schepa, Gustavo Bettini e Ivan Alecrim

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#EUDIGOSIM

Está em nossas mãos o poder de mudar o mundo. Tudo começa em nosso “eu”. A partir dos nossos pensamentos, somos capazes de ressignificar tudo o que vivemos. O filósofo Lou Marinoff afirma que é possível “usar a mudança para descobrir o que não muda e usar o que não muda para aceitar a mudança”. Parece complexo, mas é muito simples, um exercício diário. Está no projeto arquitetônico que interage com o entorno, o paisagismo transmitindo novas sensações, a forma de expressão entre uma arte e o contemplador, de um ambiente ao passar por um designer de interiores, a fotografia e o instante capturado... Tudo toma novo significado a cada olhar.

“Quando se vê um arvoredo, o importante não são as árvores, mas os espaços entre elas” (Oscar Niemeyer) Existe ali uma história que é reescrita através de quem escreve e de quem lê. É como a arquitetura que se relaciona com o meio, com a paisagem até chegar no indivíduo que se apropria da obra. E do indivíduo ao coletivo.

LUCAS OLIVEIRA

Eis que temos a grande chance de ressignificar a nossa vida e expandir de forma a transformar o coletivo. Pense nisso!

ILUSTRAÇÃO: CARLOS VAREJÃO

Ressignificação — Wikipédia É o método utilizado em neurolinguística para fazer com que pessoas possam atribuir novo significado a acontecimentos através da mudança de sua visão de mundo. 14

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JARDINEIRA

Ana Patrícia de Paula (Tita de Paula) Jornalista, designer floral, jardinista e paisagista Dona Jardineira: (81) 99152.1237 Instagram e Facebook: dona jardineira donajardineira@gmail.com www.donajardineira.com.br VICTOR MUZZI

GOIVO O

PEREDNIANKINA / SHUTTERSTOCK.COM

O nome pode até ser esquisito e pouco conhecido, mas quando se vê um goivo (Matthiola incana), logo a esquisitice dá lugar ao fascínio com tanta graciosidade. Suas flores pequeninas florescem em plena primavera, e tanto podem ser simples como dobradas. São delicadas, perfumadas e bem bonitas, um trunfo para decorar ambientes ou dar um toque especial em arranjos florais. Nativa da região mediterrânea, essa herbácia bienal, que pode cheg gar a 50 cm de altura, transforma qualquer vaso ou jardim com sua fformosura e seu colorido (existe em tons rosados, branco, vermelho, vvioleta, além de diversas tonalidades intermediárias) e sua inflorescênc cia espigada. Com particularidades que facilitam seu plantio, como o rápido crescimento, em comparação a outras espécies floríferas, e a a alta durabilidade no pós-colheita, vem ganhando espaço e destaque no movimentado mercado das flores de corte. O interessante é que as flores do goivo, assim como outras espécies a exemplo da capuchinha, são ricas em nutrientes e podem ser utilizad das na culinária — alternativa ainda pouco comum na alimentação do brasileiro. No prato, além de dar um toque todo especial, agrada aos paladares mais apurados, por misturar, ao mesmo tempo, um sabor levemente doce e o picante. Mas é super importante que a planta que ffor destinada à mesa deve estar livre de agrotóxicos ou de tratamento q químico. Muitos relatam também que suas sementes são afrodisíacas, d diuréticas, expectorantes e estimulantes.

ANJO KAN / SHUTTERSTOCK.COM

CURIOSIDADES • A adubação deve ser feita mensalmente após o transplante da planta. • Apesar de bienal, deve ser tratado como anual, pois costuma perder o bom aspecto com o tempo.

O plantio do goivo, que se dá por semente, não exige muitos cuidados g graças a sua rusticidade. Basta escolher um local com sol pleno ou meia-sombra. Resistente a baixas temperaturas, gosta mais de climas a amenos, mas nada que o uso de estufas não permita o bom desenvvolvimento em outras condições climáticas, possibilitando que seja c cultivado em todo o país. A dica do melhor solo para essa planta é o do tipo arenoso, ou seja, bem drenado. Isso porque a espécie não suporta o excesso de água, q que favorece o apodrecimento de raízes e caules provocado por fung gos e bactérias. Apesar de não tolerar o excesso de água, não resiste à falta de irrigação, então, aguá-la diariamente, mesmo que em pouca q quantidade, faz parte do cuidado dessa espécie.

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VICTOR MUZZI

JARDINS

Marcelo Kozmhinsky é engenheiro agrônomo, paisagista e educador (81) 9.9146.7721 marcelo@mkzpaisagismo.com.br www.mkzpaisagismo.com.br

PAREDÃO VERDE Os jardins verdes ganham espaço nas paredes das cidades

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A importância do paisagismo nos centros urbanos é fundamental para a gestão ambiental. Através da arborização urbana, dos jardins verticais, dos jardins filtrantes, das calçadas e dos telhados verdes, pode-se melhorar a qualidade ambiental e estética da cidade. O paisagismo contribui para a redução do calor, elevação da umidade relativa do ar, diminuição da erosão, drenagem da água das chuvas, preservação ambiental e também para atração da avifauna.

Dentre os diversos instrumentos do paisagismo capazes de interferir no meio ambiente urbano, o jardim vertical é utilizado no revestimento de muros e paredes, internos ou externos, com vegetação diversificada, modificando a qualidade da temperatura e da umidade, além do sequestro de carbono, como também alterando a paisagem e, assim, melhorando a qualidade de vida dos seres humanos.

O crescimento desse jardim nos projetos arquitetônicos e paisagísticos pode ser justificado pelo potencial decorativo e ornamental, como também por ser uma ótima alternativa para aproximar o convívio entre o homem e a natureza em lugares carentes de vegetação, além de necessitarem de pouco espaço para sua instalação. Um ótimo exemplo de jardim vertical utilizado com esse objetivo é a iniciativa do Movimento 90˚, que está implantando esse tipo de jardim nos edifícios

PROJETO DE PATRICK BLANC FACHADA MUSÉE DU QUAI BRANLY, PARIS

FOTOS: VVOE, VENIAMIN KRASKOV / SHUTTERSTOCK.COM

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FELIPE GABRIEL

próximos ao Minhocão de São Paulo, em empenas cegas (paredes nuas em fachadas e edifícios, sem janelas). No estudo para projetar uma parede verde, o profissional precisa ter consciência da importância da utilização de vegetação nativa, do uso racional de água, do descarte de resíduos de acordo com a legislação e do aproveitamento consciente dos recursos naturais nos projetos. É preciso pensar na estrutura mais adequada em função da vegetação, da parede, do peso, do valor, da durabilidade, da estética, entre outros fatores. Existem diversas tecnologias voltadas ao setor, como a irrigação computadorizada e materiais leves para acomodar substrato para plantio de vegetação. Pesquisas estão sendo desenvolvidas sobre a utilização de vegetação como indicador de poluição do ar e da água e que captam em suas raízes os poluentes, ou ainda aquelas que retiram impurezas do ar através das folhas. O botânico francês Patrick Blanc é considerado o pai dos jardins verticais modernos.

Possui projetos em todos os continentes, em grandes fachadas de construções que formam imensos tapetes verdes. Ele percebeu que o que as plantas mais necessitam é de água, luz e nutrientes. Baseado nessa constatação, criou uma estrutura instalada nas paredes e coberta com um feltro especial, onde as plantas são fixadas. Esse feltro é irrigado regularmente com fertilizantes. As espécies são escolhidas cuidadosamente, de acordo com o as condições climáticas do local, que podem ser tanto para um ambiente interno como externo. No Recife, os primeiros jardins verticais dessa última década foram desenvolvidos sobre placas de fibra de coco fixadas em estruturas aramadas, seguidos pelos vasos de cerâmica, compondo desenhos simétricos com vegetações que cobriam todo o espaço, ou ainda com o uso de estruturas de madeira que revestiam as paredes e acolhiam essas cerâmicas. Em seguida, vieram as grandes estruturas em aço galvanizado em fachadas com tela aramada, onde os vasos eram fixados e irrigados por gotejamento.

O MOVIMENTO 90º ESTÁ IMPLANTANDO JARDINS VERTICAIS NOS EDIFÍCIOS PRÓXIMOS AO MINHOCÃO DE SÃO PAULO

Uma ótima alternativa para aproximar o convívio entre o homem e a natureza em lugares carentes de vegetação

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DIVULGAÇÃO

A ESQUERDA | PROJETO ARQUITETÔNICO DE HUMBERTO ZÍRPOLI PARA A LOJA GREENMIX USANDO A ESTRUTURA EM CERÂMICA DA GREENWALL CERAMIC ABAIXO | PROJETO DE MARCELO KOZMHINSKY PARA A ULTRAMEGA USANDO A ESTRUTURA MAMUTE DA ECOTELHADO

Para se ter maior sucesso nos projetos dos jardins verticais, são essenciais alguns cuidados: • estudo aprofundado para definição da vegetação • qualidade do substrato • fertilização por sistema de irrigação, por adubação foliar, ou substrato enriquecido • manutenção permanente • visitar o local e observar as condições naturais, como posição do sol, vento e maresia, antes da criação do projeto • estudar outros condicionantes como a resistência das plantas a pragas e doenças, a visitação de beija flor, criação de horta/ temperos, etc. • observar presença de pragas ou doenças para providenciar tratamento adequado

A estrutura em cerâmica da GreenWall Ceramic foi uma revolução estética, com sistemas de irrigação e drenagem acoplados, além da capacidade para receber diversas vegetações de forma mais prática, harmônica e funcional. Mais recentemente, em 2015, chegaram dois novos modelos de estrutura para jardim vertical da empresa Ecotelhado: Canguru e Mamute. O modelo Mamute é ideal para vegetações com sistema radicular mais profundo e plantas de maior porte, enquanto o Canguru é mais adequado para as de menor porte. São estruturas muito práticas e rápidas de instalar com cremalheiras parafusadas na parede e jardineiras encaixadas podendo ser removidas para manutenção e que em ambientes internos como uma varanda, não requerem obra, como retirada de cerâmica. Pode-se também usar sistema de irrigação com timer.

O apoio do paisagista é essencial na especificação das plantas a serem utilizadas e na sua distribuição na parede para que se possa ter um resultado mais eficiente e harmônico. Muitas das espécies utilizadas pertencem às famílias das Araceae, Davalliaceae, Polypodiaceae, Acanthaceae, Apocynaceae, Asparageaceae, Commelineaceae, Ruscaceae, Plantaginaceae, entre tantas outras. A relevância em ampliar o uso de jardins em fachadas externas está na possibilidade de trazer mais verde para o meio urbano e ainda reduzir a poluição visual das cidades. O efeito que essas paredes podem provocar para os cidadãos, vai além da oxigenação, colaborando para a redução do stress urbano. Que tal inserir a ideia do uso dessa tecnologia em novos projetos? A cidade, os habitantes e a avifauna agradecem.

Green Wall | www.ecogreen.com.br Ecotelhado | www.ecotelhado.com Movimento 900 | www.movimento90.com

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É TUDO! Alexandre Mesquita Arquiteto, especialista em design de interiores e professor universitário Mesquita & Belém – Arquitetura e Design (81) 3039.3031 www.alexandremesquita.com.br alexandre@alexandremesquita.com.br

UMA NOVA PELE LUCAS OLIVEIRA

Os revestimentos e seu poder de renovação dos ambientes

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Com a rotina agitada das cidades urbanas, muitas pessoas acabam optando por inserirem em seus lares o conforto e a tranquilidade da praia ou do campo, e, para isso funcionar, muitos itens têm que estar integrados. O revestimento é um ponto crucial nesse processo — é como a segunda pele da casa — e envolve texturas, padrões e cores diversas, que podem interagir com o gosto de cada pessoa.

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Hoje, cada vez mais há feiras especializadas por todo o mundo que propõem não ser só uma questão de pisos e paredes, o revestimento é um elemento artístico que exprime sensações.

O leque de opções oferecidos pelas lojas é enorme. São linhas de elementos vazados, geométricos, assimétricos, brilhosos, foscos e outros tipos inumeráveis. Com todas essas ofertas, a escolha se torna mais difícil. O look da casa exige técnica e perícia no assunto. É preciso ter a orientação certa na escolha dos produtos, por isso, a presença do profissional da arquitetura é essencial. Um fato que muitas pessoas esquecem é que a parede da sua casa é uma história e cabe saber criá-la da maneira que mais tiver identidade consigo. Vale a pena também misturar. Hoje, o não combinar é o caminho, e assim promove um ambiente moderno e único, com personalidade. Um verdadeiro show!

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A brincadeira com essas peças é que você pode misturá-las da forma que achar melhor. Elas ficam bem em um terraço gourmet, na cozinha e no deck. O degradê aqui é o diferencial e ainda acrescenta um ar mais praiano à sua residência, estando ela na praia ou não. FOTOS MAIORES COM O PRODUTO CHEZ MOI NO DETALHE, TRAVERTINO CREMA

Portobello | www.portobello.com.br

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Alguns modelos sozinhos já conferem ao ambiente uma luxuosidade própria e podem deixar um hall de entrada, varanda ou até mesmo uma cozinha ainda mais glamurosa. Outros, com a ajuda da tecnologia, permitem levar a um quarto um aspecto diferenciado. FOTO MAIOR, ALABASTRI BAMBU, DA FLORIN NOS DETALHES, REVESTIMENTO IKAT, DA OCA BRASIL E BELLUNA DA ROCA

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Refinare | www.refinare.com.br

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Pisos e papéis de parede podem conviver em perfeita harmonia. Eles compõem um ambiente moderno sem perder o ar retrô que o papel de parede proporciona. FOTO MAIOR, PISO TARKETT AMBIENTA. DETALHES, PISO TARKETT E PAPEL DE PAREDE LIVIUM

Habitare | www.habitarepe.com.br

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Com tons neutros, muitos desses revestimentos agregam ao ambiente um estilo único, acrescentando charme e elegância. NAS FOTOS, AS LINHAS LINEN, BAY E VINTAGE BRANCO

Pamesa | www.pamesa.com.br

Dica Final! O diferencial é que todos podem conviver em harmonia entre si, e a mistura é o que engrandece a obra completa. DIVULGAÇÃO

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VAMOS LER!

UM OLHAR PARA A ARTE POPULAR Obra retrata a vida do arquiteto Carlos Augusto Lira e seu amor pela arte FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

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Carlos Augusto Lira abre as portas da sua casa e convida o visitante para fazer uma viagem no seu universo através de sua coleção de arte popular. São milhares de peças que fazem parte de um acervo que teve início há mais de 40 anos. A publicação ‘A lírica de Carlos Augusto Lira’ é a passagem para uma viagem feita através do diálogo entre o erudito e o popular, rumo à cultura e amor à arte. Logo ao abrir o livro, o olho do arquiteto. “O que tenho de mais importante é meu olho. O que foi me dado de melhor pela vida foi isso. Vou a um lugar qualquer e, de longe, vejo coisas que ninguém vê. Tenho um olhar extremamente apurado. Janete Costa e Borsoi notaram essa disposição e acreditaram nesse potencial. Foi quando pude aprender e ter esse dom profissionalizado.

Ela tinha muita confiança em mim, tanto que, muitas vezes, eu ia antes aos espaços, pinçar obras pra depois ela aprovar. Tudo isso foi aprendizado e aperfeiçoamento”, lembra Carlos Augusto. O livro é uma narrativa deliciosamente simples que leva o leitor ao mais íntimo da coleção e da vida do arquiteto. “Já existem alguns álbuns com as peças da coleção espalhados pela minha casa. Quando veio a ideia do livro, decidi que não queria um livro catálogo, aquele livro bonito, mas cansativo, que você, na décima folha, já não quer ir adiante. Então imaginei algo mais dinâmico que estimulasse a leitura e o conhecimento pelas peças. Para isso, contei com a parceria de Gisela Abad e Ciema Silva de Melo para que a publicação fosse algo que retratasse minha vida e também meu universo”, explicou Lira.

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O que tenho de mais importante é meu olho. O que foi me dado de melhor pela vida foi isso. Vou a um lugar qualquer e, de longe, vejo coisas que ninguém vê Carlos Augusto Ciema Silva e Mello, além de apurar e escrever, foi responsável pela curadoria. “O trabalho durou muito tempo. Colamos nele, gravamos tudo que ele falava. Procuramos uma linha a seguir, mas foi um trabalho muito difícil, pois toda curadoria é uma exclusão. Curar é excluir. Foi um processo muito sofrido porque a gente não conseguiria colocar tudo num livro e aí chegou uma hora que eu deixei fluir. A obra é muito mais que esse volume. Por exemplo, tem uma coleção de roupas de mandarim que é uma coisa muito inusitada, mas isso é ele. A coleção também se distingue pelos atalhos, pelos improváveis. Logo, se tirarmos isso, ela deixa de ser a coleção Lira que é, então eu decidi que não iríamos dissimular nada e preservaríamos o aspecto lúdico, seus desvios e as suas imensas surpresas. Coisas que ninguém tem, só ele. O livro tem essa originalidade que vem da pessoa dele, de como ele trata suas peças (como pessoas) e desse amor pela arte popular”, finaliza Ciema.

FICHA TÉCNICA Concepção e curadoria: Ciema Silva de Mello Textos: Ciema Silva de Mello e Ana Maria Costa Albuquerque de Melo Fotos: Dudu Schnaider Tratamento de imagens: SuperImagem Projeto gráfico: 2abadDesign

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VAMOS LER!

LIRAMARTES O livro foi lançando juntamente com a abertura da Galeria RioMar, dentro do Shopping RioMar Recife, um marco para a valorização da arte popular. Carlos Augusto Lira pontua ainda que a exposição chega atrelada ao diferencial de estar em um ambiente que atrai uma grande quantidade de pessoas. “Teremos um grande volume de visitantes que irá ajudar na valorização da arte e do trabalho dos mestres”. Liramartes, como é chamada a mostra, apresenta a harmonia entre as obras de artistas como Vitalino, Galdino, Nuca, Manuel Eudócio, Maria Amélia, Ana das Carrancas, entre outros, com trabalhos de mestes eruditos, como Salvador Dalí e Pablo Picasso, colocando as peças próximas a fim de que o visitante possa compreender a aproximação entre os dois estilos. São 300 peças de uma coleção que já ultrapassa a marca de quatro mil itens, em um diálogo entre a arte popular e a erudita. “Queremos que as pessoas entrem e se sintam acolhidas, que elas percebam que arte é para todos. A ideia é que os visitantes apreciem o lugar como um espaço de convívio onde poderão entrar para ouvir um trilha sonora em versões de todos os ritmos brasileiros, ao mesmo tempo que conhecem peças magníficas”, explica a antropóloga Ciema de Mello, responsável pelo conceito expositório da Liramartes.

PREPARAMOS UM VÍDEO ESPECIAL SOBRE ESTE LANÇAMENTO ESTÁ LÁ NO SITE WWW.REVISTASIM.COM.BR E NO FACEBOOK: REVISTA SIM

Galeria RioMar | Exposição Liramartes Piso L2 do Shopping RioMar Recife A partir do dia 16 de agosto De segunda a sábado, das 9h às 22h Domingos e feriados, do meio-dia às 21h

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COM A PALAVRA...

DIREITO AUTORAL Resolução aponta critérios sobre plágio na profissão de arquiteto

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Inovação e criatividade são palavras primordiais quando o assunto em questão é desenvolvimento e aperfeiçoamento de projetos. Quando aliados ao esforço de investigação, prontidão e planejamento, resulta em invenções essenciais para o crescimento de uma atividade. No mundo dos negócios e com a disseminação de informação cada vez mais ágil, a necessidade de proteger ideias tem se tornado necessária, e, no universo na arquitetura, isso não é diferente. O arquiteto Antônio Francisco de Oliveira destaca que os casos mais frequentes de violação da propriedade intelectual são os de alteração em trabalho de autoria de arquiteto, sem o consentimento deste, e a ausência de identificação do autor em peças publicitárias e em placas de projeto ou obra. “Também são comuns casos de repetição indevida de projeto e de plágio de trabalho intelectual”, completa. O advogado e autor do livro Arquitetura e Engenharia com Direitos Autorais, Leandro Flôres, pontua ainda outro fato: “Quando o proprietário da obra constrói com base em anteprojeto sequer contratado formalmente, pois ainda é de praxe a apresentação de croqui ou anteprojeto junto com a proposta dos serviços. Ou seja, o profissional acaba por entregar sua criação intelectual antes da efetiva contratação e, muitas vezes, o cliente executa a construção baseada naquele projeto, mas com outro profissional”, pontua.

de Registro de Responsabilidade Técnica (RRT), este obrigatório, que tem por objetivo atestar que aquela atividade está sendo realizada sob a responsabilidade técnica de um profissional habilitado”, acrescenta Antônio, que, junto a Flôres, fez parte da comissão de elaboração da Norma. Dentro dos critérios que determinam a violação, a resolução pontua que o direto autoral pode ser caracterizado como moral, relativo à autoria da obra que, neste caso, torna-se inalienável e perpétuo; e patrimonial, que permite a disposição e utilização do projeto tornando-o transmissível e prescritível. E aqui, cabe uma ressalva: as alterações só poderão ser feitas após autorização do autor ou coautores originais por meio de contrato escrito. “No silêncio contratual, presume-me que os direitos patrimoniais permaneceram com o criador do projeto, exceto uma modalidade que seja indispensável ao cumprimento da finalidade do contrato, geralmente considerada a possibilidade do contratante construir uma única obra a partir do projeto contratado. Desta forma, o arquiteto autor poderia negociar com outra pessoa os direitos patrimoniais que permaneceram consigo”, explica Flôres.

Para o advogado Humberto Cavalcanti, a resolução se ausenta de termos importantes para a caracterização de crimes autorais, como a contrafação e a usurpação. Ele frisa que há no texto apenas a relação de questões com o plágio, como a Para preservar projetos utilização apenas de parte e demais trabalhos técda obra. “Não existe a tipinicos, o Conselho de ficação de violações como Arquitetura e Urbaniscontrafação, que é quando mo do Brasil (CAU/BR) se copia integralmente o formulou a resolução projeto, e usurpação, quan67, que estabelece nordo, além de copiar totalmenmas e condições para te, a pessoa diz que a obra o registro de obras inteé de sua autoria. A definição lectuais, processo que disso é muito importante deve ser feito através do para que exista maior fundaLeandro Flôres Registro de Direito Aumentação na hora de julgar toral (RDA). No entanto, mesmo sendo uma os casos”, afirma. protocolação facultativa, a falta dele não impede a existência do direito do autor sobre Flôres explica que como ainda não há no atividade de sua autoria. “Por outro lado, e à Brasil uma nomenclatura padronizada para parte do direito autoral, todo e qualquer ser- os tipos de violações dos direitos autorais, viço realizado por arquiteto deve ser objeto o ideal é se referir de forma genérica, apenas

No silêncio contratual, presume-me que os direitos patrimoniais permaneceram com o criador do projeto

A norma é necessária por ser uma regulamentação dos tópicos que levantam o que os arquitetos precisam fazer Humerto Cavalcanti como violação a direitos autorais. “Pode-se notar que na doutrina, na jurisprudência e até mesmo na legislação, tem-se utilizado as palavras usurpação, contrafação e pirataria com significados diferentes. A Lei 9.610/98 somente define contrafação como ‘reprodução não autorizada’. Portanto, enquanto não permitirem uma conceituação precisa das modalidades de violação dos direitos de autor, é preferível evitar o uso daqueles três termos”. Elaborada em consonância com outras normas sobre direitos autorais, como a Constituição Federal de 1988, a Lei 9.610/98, a Lei 12.378/10, a Convenção de Berna, atualmente em vigor no Brasil pelo Decreto 75.699/75, e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, Humberto Cavalcanti acredita que a resolução não está adequada à fluidez de como as coisas hoje são transcorridas na profissão. “Imagine que um arquiteto contratado para fazer um projeto de ambientação ou intervenção precisa pedir autorização ao autor da obra e não o encontra, cabendo ao CAU autorizar essa questão. Isso não vai eximir do criador futuramente pedir uma indenização, mesmo que a reforma não tenha fugido da concepção original do processo. Ao meu ver, isso será uma discussão muito grande dentro do Conselho, pois não há critérios para definir se isso é violação ou não”, explica. A resolução é considerada por muitos uma peça importante no exercício da arquitetura e urbanismo, fornecendo, além de autonomia aos profissionais, diretrizes e esclarecimentos sobre o direito e o dever de proteger suas criações. “A norma é necessária por ser uma regulamentação dos tópicos que levantam o que os arquitetos precisam fazer e do que já existe em lei”, afirma Cavalcanti.

Antônio Francisco de Oliveira | chico.deoliveira@hotmail.com Humberto Persivo | hpersivo@hotmail.com Leandro Flôres | leandrovnflores@gmail.com

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UM TOQUE ÚNICO NA CASA COR PERNAMBUCO ®

Esse é o objetivo da Pleno Revestimentos. E é por isso que, desde 2006, a empresa passou a ser referência de exclusividade e sofisticação em revestimentos de alto padrão. A empresa está presente em vários ambientes da CASA COR® PE 2016. Os revestimentos e eletros de última geração, utilizados pelos arquitetos, deram um toque especial a cada ambiente trazendo singularidade, elegância e qualidade. E, com grande satisfação, apresentamos alguns detalhes desses espaços.

Casa da Mangueira da CASA COR PE 2016 ®

ROGÉRIO MARANHÃO

Suzana Azevedo e Marcia Nejaim | Nejaim Azevedo Arquitetos Associados

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Na Pleno encontramos os melhores e mais variados produtos do mercado. Materiais que além de proporcionar mais sofisticação e requinte aos nossos projetos, possuem garantia de procedência. Estamos muito satisfeitos em trabalhar com uma empresa que prima pelo compromisso com nossos clientes, qualidade de produto e bom atendimento.

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Cozinha com Sala de Almoço da CASA COR PE 2016 ®

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Bruna Lobo, Danielle Paes Barreto e Soraya Carneiro Leão | ArqMULTI

A Pleno Revestimentos possui produtos de qualidade e design que garantem traquilidade ao arquiteto na hora de especificar seus materiais. Por essa razão escolhemos os eletros da Elettromec, para utilizar na nossa Cozinha com Sala de almoço na CASA COR® PE, que tem como fator determinante a funcionalidade, beleza e tecnologia em seus equipamentos.

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Loft do Hóspede da CASA COR PE 2016 ®

Humberto Zirpoli e Analice Zirpoli | Humberto e Analice Zirpoli ARQ

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Escolhemos a Pleno porque lá reunimos materiais nobres e atemporais como os diversos tipos de már-

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more, a exemplo do Calacata Oro, que usamos com iluminação interna no nosso ambiente, e elementos modernos e arrojados como o Silestone, também usado nas nossas bancadas.

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Sala de TV da CASA COR PE 2016 ®

A Pleno possui produtos que garantem toda a sofisticação necessária para os nossos projetos, pedras nobres e atemporais que se eternizam nas nossas obras. Por isso a escolhemos para o nosso ambiente da CASA COR® PE 2016.

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Fernanda Ventura e Mariana Russo | RussoVentura Arquitetura

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Louçaria da CASA COR PE 2016 ®

Camila Horta e Eduarda Jungmann | WE Arquitetura DIVULGAÇÃO

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Com o conceito de um espaço multifuncional, nós da WE Arquitetura criamos um ambiente que, além de armazém de louças, fosse também apoio de copa, com destaque para uma cuba. A elegância veio com o mármore pigues, da Pleno Revestimentos, que, esculpido na cuba e através dos painéis no teto, harmonizam com a concepção das linhas retas do ambiente. Escolhemos a Pleno Revestimentos pela variedade e excelência dos produtos, nos garantindo um belíssimo resultado final.

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Espaço Gourmet da CASA COR PE 2016 ®

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Thiago Valença, Renata Paraíso e Manoela Pires | Poligonus Arquitetura

Conhecida como referência em mármores e acabamentos, a Pleno trouxe para o mercado do Recife uma grande gama de materiais importados, nos dando mais flexibilidade na hora de criar nossos projetos. Nós da Poligonus Arquitetura utilizamos e indicamos a Pleno Revestimentos, não só para balcões e pisos, mas também em toda parte de eletros da Elettromec, que utilizamos no nosso Espaço Gourmet da CASA COR® PE 2016. O nosso espaço tem como foco principal um lugar para confraternizar, tomar uns drinks e e despojado. Seguindo essa linha, escolhemos os eletros da Elettromec, da Pleno Revestimentos, que trazem modernidade e eficiência para o espa-

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receber a turma para curtir uma música agradável em um lugar confortável

ço. Utilizamos o cooktop vitrocele, a coifa Nautilus Ilha e o forno maxi multifuncional. Em nossa área de preparo dos alimentos e no quesito bebidinhas, a dupla Adega e Frigobar, fazendo as vezes de cervejeira, trazendo a pegada mais gourmet ao ambiente.

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Empório da CASA COR PE 2016 ®

Alexandre Mesquita e Neto Belém | Mesquita & Belém Arquitetura

A proposta de ter um empório na CASA COR® PE 2016 surgiu de parcerias das áreas de construção, tecnologia e gastrono-

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mia, aliadas à Pleno Revestimentos e à Elettromec. Os equipamentos Elettromec se destacam não só pela robustez e pelo

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design, a qualidade e durabilidade refletem na satisfação de nossos clientes.

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Escritório da Dona da Casa da CASA COR PE 2016 ®

Paulo Azul, Lucianna Pimentel e Taciana Feitosa

Pela condição de ter exclusividade, atendimento diferenciado e satisfação dos nossos clientes dentro da nossa programação. É por isso que eu sou Pleno. O maior objetivo desta caixa em mármore Prime Pigues fornecida pela Pleno Revestimentos, primeiro é a quantidade de emendas como um desafio da engenharia, pois se trata de uma proposta solta nas laterais e na parte superior. Também foi essencial para colocar em evidência todas as preciosidades do ambiente, como os traços do design brasileiro, a escrivaninha assinada por Ronald Sasson, a arte de Reynaldo Fonseca e as joias assinadas por Beth Araruna, homenageada do espaço.

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GLAYSON RAMOS

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Garagem Renault CASA COR PE 2016 ®

Diogo Viana | DV Arquitetura

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O uso de pedras naturais, que sempre chamo de pedras especiais, hoje em dia torna-se uma das atrações principais do projeto. A Pleno tem uma seleção, uma curadoria imperdível destes produtos, e seus complementos como louças e metais. Projeto de sucesso!

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Cafeteria Santa Clara da CASA COR PE 2016 ®

Eric Dayan e Nadjânia Gomes | Nd Studio Arquitetura & Design

É sempre gratificante verificarmos como os produtos Elettromec fornecidos pela Pleno casam à perfeição em nossos projetos, com discrição, personalidade estética apurada e funcionalidade operacional incontestes, elevando o padrão do ambiente com o merecido cuidado de suas formas.

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CRÔNICAS DO OLHAR

Raul Córdula é artista, professor e cronista de arte (81) 3439.9631 | rcordula@hotmail.com

ARTE NOS EDIFÍCIOS FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

ZZI VICTOR MU

LULA CARDOSO AYRES Cinema São Luiz Boa Vista

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Grande parte das pessoas que residem no Recife não sabe que as esculturas, murais e outras categorias de obras de arte instaladas nas fachadas, jardins ou halls dos edifícios, particulares ou públicos, estão ali por obrigatoriedade de uma lei municipal de 1961 criada por sugestão do escultor Abelardo da Hora, quando dirigia a Diretoria de Parques e Jardins da prefeitura de Miguel Arraes. Esta Lei, número 117, criou um nicho de mercado para os artistas que trabalham com material de alta resistência e assim nos proporcionou um excepcional acervo público de grandes nomes, pois ela exige que a obra instalada seja visível para o público passante. Se procurarmos com atenção, veremos criações de importantes artistas, como o próprio Abelardo, e seus pares Francisco Brennand, Lula Cardoso Ayres, Corbiniano Lins, José Cláudio, Armando Lacerda, Anchises Azevedo, Aloísio Magalhães, Petrônio Cunha, Marianne Peretti, Alex Mont’Elberto, Edgar Ulisses, Roberto Cavalcanti, Jobson Figueiredo, Cavani Rosas, João Câmara, Ferreira, José Paulo, Cristina Machado, Demétrio Albuquerque, Augusto Ferrer, e muitos outros. Um acervo de causar inveja a qualquer cidade brasileira.

Olhando do ponto de vista dos artistas autores das obras de arte instaladas a partir dessa Lei, considerando que há mais de cinco décadas esta ação é movimentada em cada edifício que se constrói na cidade, isto se trata de uma reserva de mercado que somente traz benefícios à vertente de objetos de arte. Porém, vendo-se da perspectiva museológica, isto é, da qualidade da obra, especificações, conservação, restauração, colocação e apresentação ao público, a Lei necessita de muitos detalhes para seu perfeito cumprimento, especialmente se observarmos seu principal intuito, o de oferecer à cidade um museu de arte a céu aberto — coisa que, por sinal, é uma visão atualíssima da museologia no mundo inteiro, que nosso saudoso Abelardo da Hora intuitivamente compreendeu antes dos museólogos. É importante informar que qualquer edifício construído somente receberá o Habite-se a partir da implantação da obra como está no seu Artigo 3º: “Ao requerer a licença de construção para os edifícios que terá que anexar ao requerimento, o projeto da obra de arte deverá ser assinado pelo artista e pelo arquiteto autor do projeto do edifício.”

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FRANCISCO BRENNAND | Edifício Ana Regina | Boa Vista

A participação do arquiteto na seleção da obra é fundamental, sendo ele o “autor” do edifício, pois arquitetura pode e deve ser tratada como arte não só do ponto de vista da engenharia, mas da plasticidade e da visualidade. No Artigo primeiro da Lei, que teve sua redação modificada em 1984, isto está escrito: “Todo edifício com área superior a 2.000m2 que vier a ser construído no município do Recife deverá conter, externamente ou no hall do edifício em lugar de destaque e de fácil visibilidade, obra de arte – Escultura, Pintura ou Relevo Escultórico – de autor de comprovada habilitação profissional nos termos da presente Lei 14.239 e compatível com o projeto arquitetônico, devendo neste sentido receber a chancela do arquiteto autor do mesmo.” É importante citar que a Lei atinge também, como determina o parágrafo único deste Art. 1º, “Os efeitos deste artigo também incidem sobre edifícios de grande concentração pública e com área superior a mil metros quadrados, como casas de espetáculos, hospitais, casas de saúde, estabelecimentos de ensino público e particular, estabelecimentos de crédito, hotéis, clubes esportivos, sociais ou recreativos, templos ou edifícios públicos”. Isto tudo resultará, se o nível de qualidade que a um programa de incorporação de arte à cidade exige, de um controle de qualidade que deve nascer da qualificação do artista. Não apenas da qualificação técnica que uma obra de arte pública deve ter, mas do currículo do autor e da adequação da obra ao edifício. A gestão, por assim dizer, desta Lei precisa da visão curatorial.

A participação do arquiteto na seleção da obra é fundamental, sendo ele o ‘autor’ do edifício, pois arquitetura pode e deve ser tratada como arte não só do ponto de vista da engenharia, mas da plasticidade e da visualidade

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CRÔNICAS DO OLHAR Consideramos então que para a aplicação desta Lei, para a consecução da ideia de um museu a céu aberto, para a incorporação dos resultados deste trabalho ao patrimônio de arte pública da cidade, que já continha elementos de excelência antes dela, é importantíssimo que os projetos, e/ou maquetes, das obras adquiridas e aplicadas nos prédios sejam resultado de convite a determinados grupos de artistas, sugeridos pelo arquiteto autor do edifício, e por uma rigorosa seleção feita por uma comissão que teria o referido arquiteto como membro, pois é sua competência a especificação do material a ser utilizado na obra, sua localização visando ao conjunto estético, as dimensões da obra de arte, escultura ou mural, e finalmente a questão do estilo ou da tendência artística que se harmonize com o perfil do edifício. Infelizmente, hoje a decisão sobre a obra é prerrogativa da empreiteira e se dá pelo preço. É claro que algumas empresas adequam a qualidade da construção à obra que lhe vai integrar, mas grande parte do que é construído é “adornado” por obras medíocres, às vezes ridículas. É urgente, e fundamental, um foro que possa discutir esta sofisticada característica urbana e mais uma vez adequar a Lei da arte nos edifícios à qualidade da produção artística em nosso Estado.

ZÉ PAULO | Edifício Gorbea | Boa Viagem

WANDENKOLK TINOCO Torre Acácio Gil Borsoi | Boa Viagem

OS VIOLEIROS | Abelardo da Hora | Parque Treze de Maio | Boa Vista 48

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DESIGN | SÉRGIO RODRIGUES FOTO: EDUARDO CAMARA & ARACI QUEIROZ

O móvel não é só a figura, a peça. Não é só o material de que esta peça é composta, mas sim alguma coisa dentro dela. É o espírito da peça. É o espírito brasileiro. É o móvel brasileiro Sérgio Rodrigues

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Uma criação modernista que aposta nas raízes e na identidade brasileira. Mesmo não ligada a conceitos, essa era a principal definição do estilo de móveis desenhados pelo arquiteto e designer Sérgio Rodrigues, uma das principais figuras a lançar o design do País aos quatros cantos do mundo. A exaltação da cultura do Brasil e a indígena vinha representada não só nos desenhos, mas também no uso de materiais tradicionalmente locais, como a madeira e o couro. Contemporâneo de Oscar Niemeyer, teve seus móveis utilizados na construção de Brasília. Sua peça mais conhecida é a Poltrona Mole, que inspira por seu uso revolucionário de encaixes de madeira e estofado. Mesmo com seu falecimento, em 2014, o trabalho e o legado de Sérgio não tiveram fim. Vários profissionais seguem suas premissas de criação, como o também arquiteto e designer Fernando Mendes, que trabalhou por sete anos no estúdio de Sérgio Rodrigues, e, como licenciador de cerca de cinquenta peças dele, relançou móveis antigos e deu vida a peças inéditas do profissional em mostra que aconteceu na programação do Design Weekend, em São Paulo. Na ocasião, Fernando também apresentou cinco objetos autorais, todos inéditos. “A obra de Sérgio desperta muito interesse, as pessoas anseiam por peças novas dele, mesmo que sejam novidades antigas. Trazer para o público móveis que foram produzidos há cinquenta anos é afirmar a atemporalidade de sua obra repleta de objetos clássicos”, destaca Fernando.

INÉDITA POLTRONA RENATA Desenhada para um pequeno cinema de um pavilhão de entretenimento, localizado na fazenda do Cachoeirão, no sul de Minas Gerais, a poltrona Renata nunca foi apresentada ao mercado. Dela, foram fabricadas somente 14 peças para a cliente e mais uma para o acervo de Sergio, cuja estrutura estava inacabada no depósito do seu estúdio. As fotografias de época encontradas no Instituto Sergio Rodrigues possibilitaram o resgate do projeto

Ao todo foram apresentados cinco projetos, incluindo croquis originais de alguns. A poltrona Vivi e a escrivaninha Lacerda são reedições que estiveram no mercado há cerca de 50 anos. Já a mesa Coringa Baixa e a cadeira Gaia foram resgatadas a partir de desenhos à mão livre de Sérgio; não havia o projeto totalmente detalhado nem o protótipo realizado, o que levou o Atelier Fernando Mendes a finalizar os traços das peças e fazê-las sair da prancheta. Por fim, a poltrona Renata, desenhada para um projeto específico e apresentada ao setor pela primeira vez. Nesse último caso, havia apenas um protótipo inacabado que foi completado a partir do auxílio do acervo fotográfico. Todas as peças são de madeira e os estofamentos, de couro. “Foram mais de três anos de busca por dados e inúmeros desenhos que fui acumulando nos meus caderninhos. Uma hora as ideias têm que evoluir para a realidade”, completa. Para Fernando, editar esses lançamentos é uma pequena viagem que percorre cerca de 40 anos de criações de Sérgio Rodrigues, observando os elementos essenciais que sempre estiveram presentes em sua obra, como formas lúdicas e o conforto de seus móveis. “Ele conseguiu juntar um pouco da nossa história e traços do modernismo fazendo um mobiliário que tinha raízes brasileiras e ao mesmo tempo era contemporâneo. Com os anos ele foi se aprimorando e inventou o móvel com cara de Sérgio Rodrigues”, aponta.

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NO SITE DA SIM! TEM MATÉRIA COMPLETA SOBRE AS PEÇAS EDITADAS PELO DESIGNER FERNANDO MENDES

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DESIGN | MULA PRETA

DO NORDESTE PARA O MUNDO FOTOS: DIVULGAÇÃO TEXTO: LORENA MOURA

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Para se tornar uma empresa à frente do seu tempo, é necessário ter criatividade para se destacar dos demais, particularidade essa que faz parte da Mula Preta Design. O estúdio foi fundado em 2012, em Natal/ RN, pelo arquiteto Felipe Bezerra e pelo designer André Gurgel. O diferente e chamativo nome da empresa foi inspirado na música do Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Para os sócios, que são fãs do artista, a ideia é causar um contraponto entre o lúdico e o sofisticado, além de homenagear a cultura nordestina. O maior objetivo da Mula Preta é transmitir a irreverência e espontaneidade regional. “Fugir do óbvio é o nosso propósito. O uso de materiais inovadores, design criativo e a essência da nossa cultura nos inspira de maneira constante. Estamos desenvolvendo produtos arrojados, com um tom de sofisticação. Nosso diferencial está em como transformamos essas inspirações em produtos. Muitas vezes as coisas acontecem de maneira natural e em alguns minutos o conceito está quase todo formado, em outras ocasiões, começamos de formas que achamos interessantes e ao longo do tempo evoluímos a ideia ao aplicarmos tecnologias para industrializar. Seria difícil destacar a principal fonte de inspiração na hora de criar, ela vai desde uma bola de basquete a uma fruta tropical”, detalha André Gurgel. Com apenas quatro anos no mercado e com um trabalho bastante expressivo, a empresa já tem muito o que comemorar, afinal, são dezessete prêmios conquistados nos eventos mais importantes do mercado, como o A´Design Awards Milan — Platinum, em 2012. O empreendimento brasileiro que ganhou o mundo, hoje participa das feiras mais importantes do setor. “É um pouco difícil para colocarmos isso em palavras, mas gostamos de acreditar que, antes de mais nada, tentamos criar algo original. Essa característica, aliada a estudos e pesquisas constantes, acabam sendo aclamada pelos renomados designers que chancelam os prêmios, e naturalmente somos agraciados. O nome do nosso estúdio já traz uma carga de autenticidade e de regionalismo, que é um traço cada vez mais importante e defendido pelos grandes ditadores de tendências”, explica Felipe Bezerra . Entre as inúmeras peças já produzidas ganham, destaque a “Duna” e a “Basquete”, as quais são os xodós dos sócios. Os produtos cheios de atitude revelam a forma que a Mula Preta Design enxerga o fazer design. Os móveis criados são em sua maioria desenvolvidos para produção industrial. “A Duna, por exemplo, transmite uma ideia de escultura e de certa forma requer um trabalho manual muito forte; no entanto, o modelo paramétrico tridimensional que desenvolvemos permite que ela seja toda usinada em máquinas CNC modernas, e a montagem muito simples”, relata André. A média de tempo de confecção pode ser de até seis meses, dependo do material utilizado, do aspecto da industrialização que vai ser aplicado e se o produto conseguiu atingir a estética, ergonomia e funcionalidade que foram previstas durante o desenvolvimento do projeto.

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Nesta página: Poltronas Basquete e Duna Na página anterior: Mesas Pebolim, Ping X Pong, Baia Formosa e Falesias

Fugir do óbvio é o nosso propósito. O uso de materiais inovadores, design criativo e a essência da nossa cultura nos inspira de maneira constante Atualmente a Mula Preta está em uma parceria forte com a indústria mineira América e a gaúcha Tissot. Estão também em processo de industrialização em Portugal, e fecharam acordo com alguns produtos específicos para a Artefacto. As peças estão disponíveis nas principais lojas de design assinado do país e alguns produtos são de venda direta, que podem ser encontrados no atelier em Natal. Sobre os planos para o futuro, o sócio André Gurgel adianta: “Vamos continuar desenhando móveis que transmitam a nossa identidade e irreverência. Nada como o trabalho árduo e contínuo para trazer frutos. O nosso objetivo é expandir passo a passo, de maneira sólida e de certa forma quebrando barreiras e abrindo caminhos para designers da nossa região que não tinha uma referência direta. O plano é continuar seguindo em frente, acreditando no nosso trabalho”.

Mula Preta Design www.mulapretadesign.com contato@mulapretadesign.com (84) 4141.7518

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DESIGN | KATIA COSTA PINTO FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

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Katia Costa Pinto é arquiteta e designer, mas foi na arte de confeccionar colares que ela se encontrou e há oito anos vem ditando moda com suas peças diferenciadas. Os materiais utilizados são os mais variados possíveis, como couro, bucha para automóvel, elástico, metais, crochê, tecidos, pérolas, rendas, cadarços, madeiras e tudo mais que a sua aguçada criatividade permitir. O excesso dosado é o que define as peças criadas por Katia, a qual costuma dizer que suas criações adornam o corpo. O exagerado e o diferente fazem parte da sua criação, que tem como inspiração o uso de materiais sustentáveis, fazendo com que o reaproveitamento seja o mote principal do seu trabalho.

Amo a versatilidade, não tenho medo de ousar, sou inquieta, o normal me incomoda, prefiro o desafio

Ela descobriu que, ao misturar matérias-primas muitas vezes descartadas, poderia ter em mãos peças únicas e cheias de estilo. “Sempre trabalhei com arquitetura, inclusive a de interiores, e quando me separei do escritório, comecei a criar peças em aço inox. Eu tinha uma loja chamada ‘Palha de Aço’, e por lá iniciamos a venda de acessórios femininos, foi quando comecei a desenvolver colares. E foi assim que descobri minha paixão! Gosto da pesquisa do material e do ato de criar. Adoro misturar cores e matérias-primas. Sempre digo que a diversidade faz parte do meu estilo, além de que a arquitetura molda minha arte”, destaca Katia.

OUSADIA A designer lançou recentemente sua linha de brincos, carteiras de alcatifa e xales, este último é confeccionado a partir de retalhos e linhas, tudo feito de maneira artesanal. Nada de desenho, as peças surgem ao serem manipuladas e, para isso, conta com mais quatro pessoas na construção dos produtos. “Mesmo tendo essa ajuda, nenhuma peça sai sem meu toque final, meu olhar. É uma chance de propiciar um trabalho social, passando um pouco da minha técnica para outras pessoas”, conta.

Suas criações originais saem do lugar comum e ganham novas adeptas. “Hoje as pessoas chegam e dizem que já identificam uma peça minha, que reconhecem meu estilo. É um público que foge do convencional, pois o colar faz parte da roupa e é necessário experimentar, sentir o efeito em si mesmo. Amo a versatilidade, não tenho medo de ousar, sou inquieta, o normal me incomoda, prefiro o desafio”, diz a talentosa Katia.

Katia Costa Pinto | (81) 9.9966.7599 | 3038.0851

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CAPA | CASA COR®

FOTO: LUCAS OLIVEIRA | DETALHE CASA COR® PE | LIVING PRINCIPAL COM ESCADA | ROMERO DUARTE

A CASA EM FESTA

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O resgate do lar como espaço de convivência e celebração é o fio condutor da exibição da CASA COR® desse ano. Confiando no olhar feminino, convidamos as arquitetas Ana Sybelle, Fernanda Durães e Ana Paula Cascão para um giro nas Mostras de Pernambuco, Paraíba e São Paulo, entre as 19 franquias nacionais e 4 internacionais da marca. Elas aceitaram o desafio e elegeram os ambientes mais impecáveis sob seus olhares, levando em consideração importantes critérios de arquitetura e decor. Uma tarefa difícil, porém prazerosa para as profissionais experientes e apaixonadas pelo que fazem. São Paulo celebrando 30 anos de evento, Paraíba estreando e Pernambuco em retomada do glamour. Assim, esse especial da SIM! apresenta um casarão neocolonial em Recife, a Casa Borsoi em João Pessoa e o Jockey Club de São Paulo. As três Casas tem em comum o compromisso de entregar os imóveis restaurados. “Essa é uma contribuição da mostra para o nosso patrimônio histórico. Esses importantes espaços serão devolvidos às cidades e, dessa forma, marcaremos a nossa participação nele”, pontuou Lívia Pedreira, presidente da CASA COR®.

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Cobertura completa no site e nas redes sociais da SIM! www.revistasim.com.br | Revista SIM | revista_sim

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CASA COR PE ®

Beleza define a Mostra em casarão colonial no Recife

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FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

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Este ano tem um sabor diferente para a CASA COR® em Pernambuco. Sob muita expectativa e uma nova direção, todos esperavam pela volta do glamour na exibição pernambucana. Ele veio! Sim, o imponente casarão do século XIX abriu as portas para 43 ambientes em 900m2 e reafirmou a maturidade do profissional local. O resultado é uma linda mostra, em que o desafio de valorizar a arquitetura de época em plena harmonia com interiores contemporâneos e o uso da tecnologia foram abraçadas pelos arquitetos, designers e paisagistas. “Não há motivos para envelopar uma estrutura que só enriquece o nosso projeto”, afirma Romero Duarte, que assina o Living Principal. Pé-direito, pisos, vitrais, colunas e adornos originais foram preservados. O que se vê são espaços bem desenhados, circulação fluida, um banho de arte, tecnologia e muita criatividade.

JARDIM

VARANDA RUI BARBOSA

A exposição vai além do casarão, compreende um complexo de construções e uma vitrine de arte popular no seu jardim. Novas estruturas foram dadas a 15 espaços, considerando todas as exigências relacionadas ao tombamento do patrimônio. A tecnologia entra como grande aliada com materiais e processos construtivos, sem deixar de pensar na sustentabilidade. “O Bangalô Teahupoo é um projeto antigo, de 2004, que recebeu uma atualização tecnológica para construção modular metálica, com curvas e possibilidades de vãos muito mais largos que de um container”, revela Juliano Dubeux. Os espaços externos contam também com a funcionalidade. Muitos são locais de entretenimento e compras. Passear pela CASA COR® PE 2016 é um convite à elegância e originalidade. “Realizar esta edição foi um desafio que valeu a pena. Diante do resultado final, dos profissionais e parceiros que acreditaram nesse projeto, só temos que brindar à arquitetura pernambucana”, celebra a franqueada Isabela Coutinho.

EMPÓRIO

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É o diálogo entre passado e presente, tudo automatizado com sons e luzes, que trazem o que a modernidade oferece de conforto para nós Ana Paula Cascão

A Sala de Estar da Família é diferente de tudo que a arquiteta Ana Paula Cascão já fez. Apostando na história do casarão, ela restaurou o piso de parquet em taco de madeira e preservou o forro de estuque com suas cimalhas originais, fazendo com que o antigo conviva com o novo, em perfeita harmonia. “Procuramos inserir contemporaneidade com os móveis e os objetos mesclados, afinal, temos uma coleção dos séculos XVIII e XIX, da porcelana japonesa Imari composta por pratos e vasos. É o diálogo entre passado e presente, tudo automatizado com sons e luzes, que trazem o que a modernidade oferece de conforto para nós”, conta Ana Paula. Entre as preciosidades, estão as cadeiras e recamier Luís Felipe, consoles de jacarandá, além de um enorme tapete persa, mesas e sofás de design. A simetria é palco para trabalhar o movimento dos objetos e peças garimpadas. É assim com a estante rebatida nas laterais da porta para a varanda. Destaque também para a utilização de cores vivas e fortes. Toda a extensão das paredes é forrada por papel baseado no tom da coleção Imari. A estamparia, por sinal, é lançamento da Entreposto. Já a iluminação e em LED destaca as peças antigas, livros e fotos da própria casa impressos na tecnologia metacrilato.

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O Bangalô Teahupoo é uma ideia do arquiteto Juliano Dubeux, que iniciou o projeto em 2004, o qual toma forma na CASA COR® com a possibilidade da construção modular metálica. A lógica do projeto é inspirada nas construções navais com o sistema de longarinas transversais curvas, como as costelas de uma caixa torácica humana — costelas metálicas paralelas fechadas internamente com chapas de gesso acartonado e externamente com chapas cimentícias à prova d’água. Esses materiais permitem moldar as formas curvas, eliminando arestas entre o piso, a parede e o teto, rompidas apenas por portas e janelas que garantem a ventilação e luz natural. E esse é o conceito do desenho orgânico, um casulo, célula embrionária que protege a vida. Uma moradia ecoeficiente, facilmente implantada e posicionada conforme os pontos cardeais. Da dupla parede, por conta das chapas, resulta o “vazio” que permite uma obra limpa, pois libera toda a passagem dos eletrodutos com pontos vazados que trazem as instalações. Um pensamento alinhado ao abastecimento energético que é autossustentável, desde a fotovoltaica, passando pelo reaproveitamento das águas de chuva até o tratamento das águas servidas pela copa e cozinha. “A energia é armazenada em um banco de baterias, e, para uma casa como esta, de 40m2, vinte placas fotovoltaicas são mais que suficientes — Considerando o uso de LED, pelo baixo consumo, e apenas um ar condicionado de 7.500 BTUs na suíte”, revela o arquiteto. Seguindo a utilização dos jardins para além do conceito estético, nas paredes laterais externas, Ana Lúcia Nunes implantou um jardim vertical comestível com sistema de ripas de madeiras com mini jardineiras feitas em canos de PVC e papilares os quais gotejam a água necessária. É uma estrutura que pode ser adaptada à necessidade do local onde o bangalô estiver. “Propõe uma aproximação com a natureza, um resgate à sensibilidade que acompanha um movimento mundial”, finaliza Juliano Dubeux. Na Mostra, o escritório PMZ Arquitetura deu vida ao interior do bangalô com elementos naturais e, para aquecer, no piso e nas paredes, o escolhido foi o Revolution em fibra sintética: já nos sofás, nas poltronas e na cama usaram-se linho, camurça e couro natural. O destaque ficou com a estante divisória que gera luz e ventilação entre o quarto e a sala. Fotografias e peças de Náiade Lins dão personalidade ao espaço. 66

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TOP 10 PERNAMBUCO

ANA SYBELLE BELTRÃO FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

Na retomada da CASA COR® PE, convidamos a arquiteta paraibana Ana Sybelle para conferir com a SIM! os encantos do casarão colonial. Sybelle acabta de assinar o café da Mostra em João Pessoa, o que vem a somar à sua expertise em eventos de decoração e à experiência de 17 anos em arquitetura e interiores. Para ela, a postura de preservação da casa foi uma decisão das mais acertadas pelos pernambucanos. “Me chamou atenção a premissa projetual de conservação da arquitetura original. Na hora que se consegue reunir presente e passado, se alcança o ponto alto do resultado arquitetônico. Eu pude ver automação, tecnologia de ponta e materiais sofisticados tendo uma leitura super interessante com a preservação da estrutura da casa”, revela. Na hora de eleger os ambientes que mais a emocionaram, foi levada em conta a composição como um todo, pois forma e função são um binômio que precisa estar alinhado às questões estéticas e sensoriais. “Pude observar um cuidado dos profissionais ao trazerem peças do seu acervo pessoal, obras de arte e objetos de família. Enfim, uma memória afetiva e sensorial que revela a identidade, o DNA do prórpio arquiteto no espaço. Preciosidades que imprimem uma atmosfera fantástica à Mostra”, conta-nos Ana. ANA SYBELLE BELTRÃO ARQUITETURA www.anasybellebeltrao.com.br (83) 3243.8185

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LIVING GARDEN 1 ANDRÉ CARÍCIO

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Eu vejo a arquitetura dele bem clara. O respeito pelo desenho original da casa com uma intervenção contemporânea. O fechamento da varanda com os vidros não envelopou e criou uma riqueza muito interessante com a relação do interior com o exterior, trabalhada por uma luz linear e bem contextualizada O Living Garden tem vista para o jardim e é uma grande intervenção feita em uma caixa de vidro, que preservou as colunas originais e o teto do lugar. Fazendo uso de cores neutras como branco, bege e cinza, o arquiteto ressaltou as peças de designers nacionais e internacionais e a decoração com seus elementos minimalistas. A iluminação pontual valoriza a arquitetura e o design das peças. As colunas foram descascadas para mostrar ao público as intervenções pelos quais o ambiente passou ao longo dos anos. “O grande destaque é a preservação da arquitetura original, junto com a interferência moderna e atual, nessa caixa de vidro, aliadas às peças de vários designers, como Zanini e Sérgio Farrel, que dão ainda mais personalidade ao local”, afirma André Carício. ANDRÉ CARÍCIO | www.andrecaricio.com.br| (81) 3326.2242

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CASA DA MANGUEIRA 2 MÁRCIA NEJAIM | SUZANA AZEVEDO

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Refinado! Desenho preciso e detalhamento impecável. A implantação está belíssima. Integrada à natureza, a estrutura abraça a mangueira e fica quase como um mirante para o casarão. Uma proposta smart! Conforto, bem-estar, tudo disponível e prático. A arte de receber, o acolhimento pela gastronomia... As arquitetas optaram pela integração da edificação com a natureza, mais precisamente com a mangueira secular. E o verde é visto de todos os espaços da casa, que ainda reserva ao visitante uma vista privilegiada do jardim, devido aos painéis de vidro. As cores da sala e da cozinha são mais sóbrias. O verde acinzentado da parede é suavizado pelo bege do piso em mármore Travertino Romano e pelo branco do tapete em pele de nelore. Os móveis e objetos acompanham essa composição com o fendi no sofá em couro e nas cadeiras de jantar, junto ao verde das poltronas. Já o quarto e o banheiro têm tons suaves de verde Acqua e branco para criar uma atmosfera acolhedora e charmosa. O loft fez uso da construção modular — são dois módulos unidos por um corredor de passagem que abrigam o espaço social e o íntimo. Todos os ambientes são integrados, dinâmicos e modernos. No espaço social, um objetivo living se conecta com a cozinha clássica e romântica no estilo vintage. “Hoje todo mundo quer ter uma cozinha associada à sala. Os espaços passam a ser mais integrados e, para isso, temos que ter um acabamento mais primoroso e equipamentos de última geração. Essa integração cria uma área de convívio bastante interessante”, explica Marcia Nejaim. O móvel da cozinha foi desenhado pela dupla e executado pela Ornare com os equipamentos embutidos para tornar o ambiente amplo e funcional. No corredor que une os espaços, a cerâmica em 3D destaca um poema de Chicão. O papel de parede Cole and Son, foi um dos elementos que norteou a composição de cores do quarto do casal. Ele foi escolhido por ter tons suaves e aconchegantes, além de trazer a figura dos flamingos, pássaro tendência na decoração de interiores atual, e acompanha sem muitos contrastes o bege do piso e das paredes em Travertino Romano da Pleno Revestimentos”, explica Suzana Azevedo NEJAIM AZEVEDO ARQUITETOS ASSOCIADOS | www.nejaimazevedo.com.br | (81) 3071.6171

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LIVING PRINCIPAL 3 ROMERO DUARTE

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Ao entrar, eu já via a casa descortinada, a arquitetura em primeiro plano e uma contemporaneidade muito afinada, bem integrada. Tecnologia, automação, tudo que é preciso para se ter conforto, em harmonia com a memória afetiva, com a arte A ideia foi criar um espaço que pudesse estar inserido em qualquer lugar do mundo. “É nessa casa do século 19 que nosso projeto está empregado. Fizemos um passeio pela história do ambiente, agregando um mix de art déco, como a peça do Hélio Justo na escada, a qual já esteve, inclusive, na casa de Janete Costa. Colocamos também as poltronas de Sergio Farrel, que são novas, mas tem uma pegada de época”, descreve o arquiteto Romero Duarte. Na sala principal, referência aos anos 70, com a luminária de globos de Murano desenhada pelo escritório. O espaço de jantar encanta com a composição de 70 vidros franceses de art déco, coleção particular do arquiteto. Destaque ainda para a mesa especialmente desenhada para homenagear a arquiteta Maria do Loreto, grande mestra e inspiração de Romero Duarte. A iluminação faz uso de LEDs de 360˚ e de luminosidades pontuais para destacar as peças de arte. Painéis em madeira são caixas de som planas que através de bluetooth reproduzem o som para todo o ambiente. O Living Principal com Escada é a união do clássico aliado ao conforto à modernidade e tecnologia. ROMERO DUARTE | www.romeroduarte.com.br | (81) 3222.0971

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4 SALA TURÍBIO & ZEZINHO

TURÍBIO E ZEZINHO SANTOS

O DNA do próprio profissional de arquitetura. Eles descortinam a casa e descortinam a própria vida. Uma riqueza de arte e design cosmopolita, muito bem empregado ao sensorial da casa A proposta de unir e preservar a história e beleza clássica do casarão se alia à forma de morar dos dois arquitetos. “Nos conhecemos na CASA COR® 2000, há dezesseis anos, e fizemos 19 ambientes separados. Depois de nove anos sem participar desse evento, esta é a nossa primeira Casa juntos, então somos nós representados aqui. Preservamos muita coisa e trouxemos o nosso gosto para a Mostra. É o espaço mais pessoal que já fizemos. Muitas coisas aqui são nossas e as que não são, com certeza teríamos”, destaca Zezinho. O sofá revestido de samambaias reflete o gosto particular dos arquitetos, que sempre fazem uso do verde em seus projetos. A iluminação em meia-luz transmite tranquilidade e conforto. As paredes foram restauradas e o teto ganhou uma luxuosa composição de espelhos. A arte está por todos os lados, destaque para os quadros de Tomie Ohtake e Francisco Brennand. “Adoramos arte! Seja ela popular ou mais refinada, se gostamos, compramos e está sempre presente em nossa casa. Nada é proibido, desde que seja bem feito”, conta Turíbio. SANTOS & SANTOS www.santosesantosarquitetura.com.br| (81) 3081.5900

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O design do mobiliário favoreceu a apresentação do produto de forma muito elegante, quase some e a arte fica em primeiro plano. Uma arquitetura a serviço, que valoriza o artesanato e a arte popular “Nós apostamos numa solução que trabalhasse o design e que fugisse dos tradicionais cubos e nichos. O desafio foi grande, porque tínhamos muito vidro e peças de tamanhos variados”, contou Luciana. A madeira com o aço preto fazem um contraponto com as peças rústicas presentes no espaço. A iluminação natural através das paredes de vidro permite o uso de uma luz mais pontual nas obras. Os tubos de ferro ritmados que suspendem as prateleiras, juntamente com a mesa em chapa metálica articulada ao banco e outra bancada, imprimem leveza ao ambiente. A circulação foi pensada de forma meticulosa. “O móvel central foi feito de modo a estabelecer um circuito de visitação e foi uma solução especial. Baixo, ele serve como expositor e banco ao mesmo tempo”, revela Adriana. PORTO NEVES ARQUITETURA portonevesarquitetura@gmail.com | (81) 3224.6935

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6 LOFT DO RAPAZ SUMAYA DUARTE | GEORGE CASÉ

Mostra a identidade do homenageado e favorece as atividades que vão além do quarto. O espaço é bem otimizado, de uma forma bem interessante. A caixa minimalista para o banheiro demonstra um desenho muito preciso O loft é uma homenagem ao DJ, empresário e advogado José Pinteiro, e tem apenas 29 m2. “Conseguimos unir o existente, o antigo, o moderno e a nova forma de morar, trazendo tecnologia e deixando a identidade do homenageado presente em cada metro quadrado”, diz Sumaya. O espaço é totalmente integrado. A pequena sala para o trabalho dá espaço para uma refeição rápida na copa, que converge com o armário de roupas e a despensa. O ambiente não tem barreiras, é multiuso. O banheiro, que está em uma caixa de Dekton, chama a atenção por sua forma limpa e elegante. Tudo voltado para o moderno respeitando o antigo. “O estilo é mais industrial, contemporâneo e refinado, com tons sóbrios num ar elegante. A iluminação condiz com a atmosfera da noite, luz baixa para proporcionar momentos mais íntimos e de descanso. Fizemos uso de três tendências, o azul em todas suas variáveis, o papel de parede tropical e max floral e a inserção da arquitetura industrial com o tijolo aparente, que aqui é um revestimento com intervenção do artista plástico Wesley Lemos”, conta Casé. GEORGE CASÉ | SUMAYA DUARTE www.facebook.com/duartecase | (81) 3466.0017

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7 GARAGEM RENAULT DIOGO VIANA

Tem uma arquitetura autoral e eu vejo uma identidade do arquiteto. Um espaço multifacetado com uma pegada industrial style, mais solto, mais jovem, bem inusitado para uma garagem O conceito underground chique com traço tropical, fazendo uso de acabamentos com muita tecnologia, metal e aço cortén domina os 30m2 da garagem. Destaque para a estamparia da linha Flamingo Cubana assinada pelo designer Matthew Williamson. “Eu pesquisei um estilista que transmitisse essa pegada tropical, fiz o back do fundo do ambiente com essa estampa e apliquei na namoradeira o mesmo tecido”, conta Diogo Viana. A estante iluminada em LED abriga a coleção de cervejas artesanais, com 100 rótulos e objetos garimpados pelo arquiteto. A iluminação tem um peso cênico com os spots de sobrepor e a arandela com cúpula na estamparia dos flamingos. As peças são da Allumé. Placas de aço cortadas com desenho exclusivo formam o forro do teto. O piso de microcimento óxido dá o efeito de ferrugem perfeito para o móvel container-bar com tampo de pedra natural Onix Verde. DIOGO VIANA ARQUITETOS | www.dvarquitetos.com.br | (81) 3325.3253

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LOFT DO HÓSPEDE 8 ANALICE E HUMBERTO ZÍRPOLI

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A composição de chegada já é bem convidativa, mas o que eu achei interessante foi o desenho minimalista e elegante e principalmente a solução do grande “painel-estante” lateral, que otimiza todas as funções e faz o guarda-roupa desaparecer

Para receber bem um hóspede ou até mesmo dois, o Loft com 78m2 possui sala de estar, apoio para jantar, espaço gourmet, quarto e WC, todos integrados. O ambiente requintado e luxuoso apresenta o contraste dos materiais com a utilização da tijoleira em concreto e a chapa de aço perfurada em forma de painel. O verde é valorizado no estar de entrada com pufes rústicos de palha em harmonia com a árvore da casa. No seu interior, o piso cimentício e o enorme painel em madeira manchetada ganham sofisticação com os detalhes em barras de cobre. Destaque para o uso do dourado, bege e marrom, cores mais neutras e frias aquecidas pelo tom verde-bandeira do sofá. Ao fundo do ambiente, um jardim vertical junto à placa imponente de mármore Calcata Oro, que chama a atenção dos visitantes. “Com linhas retas e limpas, construímos nosso espaço. Nosso projeto foca no contraste de materiais e na integração dos ambientes, o que proporciona um acolhimento maior para esse hóspede temporário”, explica Analice. HUMBERTO ZIRPOLI ARQUITETURA www.humbertozirpoli.com.br | (81) 3465.9040

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Mudou o conceito do uso do banheiro, tirou a frieza com a multiplicidade de funções e a escolha dos revestimentos. Foi muito feliz na ideia de pontuar com tons de cinza as intervenções e deixar em branco o que é original do casarão Para unir conforto, funcionalidade e intimidade, o arquiteto Claudio Campello apostou no consumo responsável dos materiais, preservando os elementos de qualidade e acrescentando outros novos, contribuindo para a característica duradoura do espaço, que une duas intimidades distintas. As tonalidades são neutras, ganhando destaque o branco, por meio das louças inglesas, do piso do box e banheira, do forro em gelosia e dos alizares decorados. O papel de parede cinza e branco com trama geométrica se alia ao mármore Carrara, passando a ideia de transição entre passado e presente. “Procurei manter o que tinha de original, como a louça inglesa e a moldura da parede na cor branca, e as minhas intervenções estão na cor cinza, como a cuba. Mesclei essas duas cores, a madeira que passa uma sensação de aconchego e o verde com o uso de vegetações próprias para o banheiro”, conta Campello. CLAUDIO CAMPELLO ARQUITETURA campelloarquitetura@gmail.com | (81) 3269.5645

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10 ESTAR ÍNTIMO

LUIS DUBEUX | JOÃO VASCONCELOS

A bay window é a protagonista do espaço e eles souberam tirar um bom proveito disso, tratando como um home office de ares contemporâneos. Essa ideia de ambiente de colecionador fluiu bem com o casarão e o uso da fotografia com a imagem de um espaço clássico demonstra essa harmonia Com conforto e aconchego, os arquitetos construíram um espaço que prima pelo refinamento e a funcionalidade. A preservação das características do casarão pode ser vista nas janelas, no piso e no estuque do teto. Por lá eles criaram uma espécie de casca, em que um painel resguarda a parede original. A automação é um destaque, desde a iluminação, que possui quatro cenários, passando pela escolha da música, até o controle da temperatura e a regulagem da abertura das cortinas, tudo isso a partir de um tablet. A dupla assina a estante em laca, que reúne a ideia de colecionador com fotografias, livros, esculturas, quadros e vidros de época. “Optamos por um ambiente mais claro, o qual preservasse a história do casarão, ressaltasse conforto, aconchego e refinamento, reunindo elementos contemporâneos a outros mais antigos e onde o estar íntimo realmente pudesse ser sentido e aparecesse”, revela Luis Dubeux. 94

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DUBEUX + VASCONCELOS www.dubeuxvasconcelos.com.br | (81) 3424.3425

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LYSSANDRO SILVEIRA

JARDIM FLAMBOYANT

CASA COR PB ®

Mostra estreia com o modernismo da Casa Borsoi TEXTO: VALDÍVIA COSTA FOTO DO ABRE: LUCAS OLIVEIRA

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A Residência Cassiano Ribeiro Coutinho abre as portas e abriga a primeira CASA COR® Paraíba, uma joia da arquitetura modernista da década de 50, com assinatura de Acácio Gil Borsoi e paisagismo de Burle Marx, na principal avenida da capital paraibana, a Epitácio Pessoa. A casa, que pertence a Aldenor Mendes, foi tombada em 2010 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep) e recebeu cuidadoso incremento com ajustes reversíveis para dar espaço aos 39 ambientes da Mostra. A CASA COR® PB está com cerca de 90 profissionais da arquitetura, do design e da decoração assinando projetos entre as áreas interna e externa. “Trabalhamos o conceito da sustentabilidade e orientamos para a preservação total da arquitetura. Todos foram estimulados a utilizar materiais com menos impacto. A preocupação com as plantas, com o ambiente de forma geral, foi a marca dessa edição”, comenta César Revoredo, que é franqueado da marca ao lado de Ricardo Castro.

RESTAURANTE ALBERTO MEDEIROS

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LYSSANDRO SILVEIRA LYSSANDRO SILVEIRA

ESPAÇO HOMEM

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Inspirados pela elegância da casa, os ambientes revelam sofisticação e design, além da forte integração com os jardins de Burle Marx. Containers e construções vazadas estão nos 8 mil m² de área ocupada pela Mostra. Marcada pelo ecletismo e pelo desenho do mobiliário, é também uma grande oportunidade para conhecer a arte dos paraibanos Miguel dos Santos e José Rufino. Dentro e fora, a iluminação tem grande destaque cênico e a automação é garantida. Ambientes como o café, o beerlounge, a confeitaria e o restaurante prometem entretenimento ao visitante. “Considero a grande oportunidade que todos temos em participar de um evento como a CASA COR® PB. Digo nós, profissionais de arquitetura. Um lugar onde podemos mostrar nossa produção cotidiana. O encontro, com a troca de conhecimento entre todos, o mercado expõe seus melhores produtos e o público pode experimentar como é viver em todos. Os olhares promovidos por quem expõe revelam seus sentimentos de projetar. É um grande prazer estar presente neste evento!”, conta o arquiteto Renato Teles.

Trabalhamos o conceito da sustentabilidade e orientamos para a preservação total da arquitetura. Todos foram estimulados a utilizar materiais com menos impacto. A preocupação com as plantas, com o ambiente de forma geral, foi a marca dessa edição César Revoredo

PATRIMÔNIO — O maior cuidado com a chamada “Casa de Borsoi”, segundo a coordenadora de arquitetura da Coordenadoria de Arquitetura e Ecologia do Iphaep (CAE), Gabriela Pontes Monteiro, foi para manter o projeto original o mais intacto possível. “O piso e a arquitetura foram preservados. Não permitimos sequer a colocação de pregos nas paredes. É a primeira casa em estilo modernista, da década de 1950, tombada na Paraíba”, afirma. O trabalho principal acontecerá no pós-evento, pois a casa será entregue restaurada. Resgatará ao máximo a volumetria original, a espacialidade dos ambientes internos, seus brises, cobogós e revestimentos autênticos, elementos característicos do modernismo. “Atualmente, o Iphaep tombou 15 centros históricos no Estado. Estamos trabalhando a reeducação das pessoas para o patrimônio histórico em toda a Paraíba, e a CASA COR® nos proporciona uma visibilidade que só tem a contribuir para esse processo”, conclui Gabriela.

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TOP 10

FERNANDA DURÃES FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

PARAÍBA

A primeira mostra na Paraíba tem seus encantos e, para desvendá-los, a arquiteta pernambucana Fernanda Durães se juntou ao time da SIM! com toda a sua experiência em eventos de decoração e de quem atua com arquitetura e interiores há três décadas. Visitar a CASA COR® PB para ela foi uma troca de conhecimentos. “A gente percebe que a visão do paraibano, apesar de estar próximo de nós geograficamente, é diferente. O olhar dos arquitetos e dos profissionais envolvidos é outro. Essa troca de experiências enriquece, tanto a mim, como profissional, quanto ao leigo, que vem buscar na Mostra ideias inovadoras”, revela. A casa assinada por Borsoi já é de uma experiência singular. “Porque é um projeto de 1950 que ainda está super atual. Isso me encheu os olhos, o conhecimento sobre os materiais e elementos que ele utilizou também. Alguns ambientes conseguiram integrar, e, no contexto de ambientação, preservaram a arquitetura. Gostei bastante e me senti privilegiada”, diz. Esse, por sinal, foi um dos pontos decisivos na escolha dos dez ambientes que mais alcaçaram expressão ao seu olhar. “É possível observar que a Casa está repleta de histórias, cenários nos quais o design tem um papel marcante”, nos conta Fernanda. FERNANDA DURÃES www.fernandaduraes.com.br (81) 3423.3182 | 9.8748.7666 | 9.9963.7666

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LIVING BORSOI 1 RENATO TELES

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Pelos brises de madeira e pela parede com revestimento em chanfra de diversos mármores, hoje não mais fabricada, o ambiente é uma obra de arte. Escolhi a sala como uma das mais bem harmonizadas. Toda essa composição enriqueceu muito o local “Quando eu entrei na CASA COR® PB, o ambiente do arquiteto de Natal Renato Teles me impactou profundamente. Ele foi muito feliz em utilizar os brises contornando uma curva no canto da sala. São linhas verticais em peroba rosa que harmonizam o local”, comentou Fernanda Durães. Ao projetar o Living, a intenção de Renato era de homenagear Borsoi e Janete Costa. “Tive a honra de conviver com eles e aprendi muito. Essa casa é um marco para a nossa arquitetura e merece ser valorizada. Os painéis originais de brises e mármores italinos foram destacados. A mesa de santos é uma referência ao olhar de Janete e o quadro de Burle Marx o faz presente no ambiente”, revela o arquiteto. A escultura de Demétrio Coelho, em aço corten marrom escuro, reveste o ambiente de classe, entre os sofás branco e preto. A peça tem tudo a ver com os brises, por trás, com a madeira mais clara. Ao fundo da sala, duas fotografias do artista paraibano Guilherme Onorato, dos jardins da casa da Lina Bo Bardi, foram expostas em super molduras, que ficam sobre a leveza de um rock de vidro. Na frente do painel de mármore, uma escultura feminina de bronze, de Alfredo Ceschiatti, descansa sobre o móvel. RENATO TELES | arqrenatoteles@hotmail.com | (84) 2010.7038

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CAPA C CA APA PA

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MOVIE LIVING 2 LANA DÉBORA

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A laje foi preservada visualmente e Lana deu um destaque a esse desenho, com um revestimento de bene placa com textura de pedra rachão azulada, um luxo! Essa composição em bene placa contorna todo o declive do teto e cai nas laterais da parede. Um grande painel recebe dá estrutura para as pranchas, móveis desenhados e uma tv com uma grande moldura branca imprimindo um ar de arte. Do outro lado, composição em tiras de madeira verticais contrapõe aos nichos que formam uma estante gradual, remetendo a uma escada. A fotografia é destaque com um triplo de grandes proporções de Deise Rathge. Entre as preciosidades da sala, um Burle Marx. LANA DÉBORA | www.lanadebora.com.br | (83) 3337.3803

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LIVING GARDEN 3 SANDRA MOURA | LEILA AZZOUZ

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O que mais me encantou foi o proveito que elas tiraram do pé-direito duplo do ambiente. Nos dá a sensação de grandeza, de profundidade, valorizados pelas paredes nuas e mantendo só um grafismo. Esse desenho ficou muito interessante, remete ao de uma colmeia, de natureza dentro de casa Essa composição brincou com a volumetria, num efeito de luz e sombras, de cheios e vazios. O mobiliário leve permite uma circulação livre e faz com que o painel e as obras de arte pontuem todo o sentimento que as arquitetas intencionaram. “A mesa de centro é, na verdade, uma tora de árvore centenária esculpida. Nela, a obra Caminhos, de Marlene Almeida, aponta para as grandes fotografias de Lucas Moura, um caminho para liberdade”, conta Sandra Moura. Em contraponto, a escultura de José Rufino, uma árvore queimada com as pontas dos galhos em ouro, representando a ganância humana com as queimadas, nos convida para a reflexão à sustentabilidade.

SANDRA MOURA | www.sandramoura.com.br | (83) 3221.7032 LEILA AZZOUZ | www.leilaazzouz.com | (83) 3031.5301

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4 FIT KITCHEN

DAUANNE ARRUDA | SARAH CAVALCANTE O painel de cobogós azulados ressalta a mesa de madeira com pernas em ferro, e o desenho do mobiliário é assinado pelas arquitetas. “Procuramos trazer a afetividade da cozinha da vovó mesclando a madeira com o verde, mas não abrimos mão da tecnologia e balanceamos com o uso do vidro, das ferragens e dos leds”, revela Dauanne. A cozinha, com um fogão high tech e todos os outros eletroeletrônicos de última geração, é mista e conta com um oitão. Uma porta de ferro desenhada abre-se para um lavabo com piso e pedras e uma horta de parede.

O desafio de projetar ressaltando a arquitetura da casa. Aqui se valorizou o elemento vazado original em harmonia com o sentimento de família, através dos móveis e das cores, um aconchego

DAUANNE ARRUDA | dauannearruda@gmail.com | (83) 9.9117.2722 SARAH CAVALCANTE | arquitetasarah7@gmail.com | (83) 9.8721.6162

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CAPA

5 LIVING GOURMET ANABEL ALVAREZ

Múltiplo bem resolvido, porque cada ambiente tem luz própria, mas as tonalidades da decoração unem todo o espaço. É um ótimo local para os encontros na cozinha, muito bom para aproximar Um ambiente triplo, bem organizado, dividido e integrado ao mesmo tempo. A bancada lateral abriga a base da cozinha e seus eletrodomésticos, logo depois de uma parede-adega em madeira. Exibe um toque de sustentabilidade com uma horta hidropônica ao lado da pia. Uma grande mesa redonda sob um lustre bronze demarca os encontros gastronômicos. O espaço convida ainda a momentos de leitura e descanso. “Além das poltronas reclináveis, desenhei um ‘ninho’, local de aconchego, com as linhas de madeira em curvas que vão do teto até formar o assento, tanto para sentar quanto para deitar”, diz Anabel. A madeira também reveste os pilares da construção, valorizando a arquitetura da casa. Telas de Marlene Almeida e fotografias de Guilherme Onorato trazem arte ao ambiente. ANABEL ALVAREZ | www.anabelalvarez.com.br | (83) 3077.8899

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6 ADEGA

KATIANA GUIMARÃES

A inspiração nos parreirais da Itália traduzida em design pontuou todo o ar conceitual do ambiente, assim como a pedra no piso que sobe em uma das paredes, em tons mais fechados, justamente para causar uma estética de adega de subsolo Ao entrar na Adega, o visitante tem a sensação de estar embaixo de um parreiral. A arquiteta criou a estética dos pés de uva apoiados em grades, dispostos horizontalmente, sustentados por varas. Ela utilizou tiras de madeira no teto, que se entrecruzam e caem nas laterais. Duas poltronas vermelhas, num tom mais aberto, equilibram e não deixam o ambiente pesado. Na parede de pedra, uma fotografia de Guilherme Onorato e as luminárias de Jader Almeida dão um ar intimista. “A referência da cultura do vinho está em tudo, desde o design italiano nos móveis até num toque de vermelho das cadeiras”, conta Katiana. KATIANA GUIMARÃES | www.katianaguimaraes.com.br | (83) 3042.1607

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7 QUARTO DA FILHA TAINÁ ANDRADE | CARMEN RAQUEL PRISCILA MATOS | MARIA RAQUEL

É um ambiente clássico, onde os acabamentos deram toda beleza e suavidade ao lugar. O painel de Dekton e as paredes de madeira fizeram uma combinação harmoniosa e aqueceram bem o quarto Logo que se entra no ambiente, recebe-se o aviso que o quarto é de uma moça intelectual, a qual está antenada com o mundo da cultura e da arte e por isso está repleto de objetos afetivos e de design. Os tons entre rosa e terrosos remetem a tranquilidade. A simetria dos nichos é quebrada pela arrumação dos objetos, uma sutileza que traz movimento ao quarto. O desenho da cama merece destaque e a cabeceira curva envolve e protege do frio do painel de Dekton. O toque final fica com as imagens emolduradas de Taís Gomes.

TAINÁ ANDRADE | (83) 9.9122.3345 PRISCILA MATOS | (83) 9.8825.9443

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CARMEN RAQUEL | (83) 9.9950.5050 MARIA RAQUEL | (83) 9.9983.2543

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8 QUARTO DO FILHO CAMILA SOARES | ANDREIA JULINDA DÉBORA JULINDA

É uma concepção confortável e contemporânea. Gostei dos tons escuros e do design das cadeiras. Os armários em estruturas de ferro, tomando toda a parede na frente da cama, são abertos, uma tendência que é sempre melhorada, como esta que possui gavetões

O ambiente foi montado com materiais como ferro, madeira e alguns grafismos. Um deles é de Giuliano Martinuzzo. Diversas telas formam um painel de bordas irregulares na cabeceira da cama. Na parede lateral, mais arte com a obra “composição de carinhas”, do grupo de grafiteiros DIA. O maior desafio foi unir tantos designers diferentes em um mesmo local, em sintonia como de Jader Almeida casando bem com as cadeiras do designer Pedro Franco, as quais remetem a uma espinha dorsal. CAMILA SOARES | (83) 9.9981.7156 ANDREIA JULINDA | (83) 9.9121.9048 DÉBORA JULINDA | (83) 3247.2971

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9 QUARTO DO BEBÊ

TERESA QUEIROGA | RAFAELLA QUEIROGA

É lindo este quarto! A seleção dos tons pastéis valoriza cada peça, como a harmonia entre a palhinha, o rosa e o bege. Tudo está equilibrado. O painel que vem da parede e continua com o tapete define e destaca o berço com muita suavidade Nos seus 20 m2, o projeto permite uma circulação generosa, bem agradável. A delicadeza está em todos os detalhes, no piso laminado madeirado, nichos e arremates em gesso e na cartela de cores. Os móveis talhados em madeira natural e detalhes em palhinha natural conferem elegância ao ambiente. Os desenhos em molduras metálicas douradas são de Flávio Tavares.

TERESA QUEIROGA | RAFAELLA QUEIROGA www.trqueiroga.com | (83) 3244.5002

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LIVING DO 10 COLECIONADOR BRUNA SÁ | ALAIN MOSZKOWICZ

As peças de valor, a poltrona do designer Sérgio Rodrigues e as muitas miudezas de antiquário foram todas muito bem colocadas. Temos a ideia do que é viver entre tão ricos contornos O espaço é uma homenagem ao artista Miguel dos Santos. “Mas a ideia é trazer o universo de Miguel e não fazer daqui uma galeria do seu trabalho”, conta Moszkowicz. Além de Sérgio Rodrigues e sua “cadeira mole”, há trabalhos de Leo Santana, Márcio Pontes, Mirabeau Menezes, George Barbosa e Jorge Fernando. Juntos, as peças garimpadas de antiquários comprovam a valorização da arte no ambiente. Os tons claros, as transparências e os vazados dão suporte para as preciosidades da coleção apresentada. BRUNA SÁ | www.brunasaarquitetura.com.br | (83) 3247.4240 ALAIN MOSZKOWICZ | alaindecorador@hotmail.com | (83) 9.9982.3670

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CASA COR SP ®

ANA PAULA CASCÃO FOTOS: LUCAS OLIVEIRA | AMBIENTES – DIVULGAÇÃO

A CASACOR® completou 30 anos em um dos espaços mais charmosos e icônicos de São Paulo, o Jockey Club. O destaque foi para o antigo ambulatório projetado em 1954 pelo arquiteto francês Henri Sajous, o qual foi repaginado, tendo conservadas as belezas originais, com uma casa autossuficiente em energia, modular e 100% sustentável, inspirações na arte de projetar futuras moradias. A Revista SIM! convidou novamente a arquiteta Ana Paula Cascão e sua equipe para um giro pelos 74 ambientes da Mostra.

Fiquei encantada com os espaços que visitei, onde foi notável a preocupação em dar continuidade à gestão de sustentabilidade, apresentando uma obra limpa, sem desperdício e com aproveitamento de resíduos Com mais de duas décadas de atuação em arquitetura e interiores, além das mostras de decoração, Ana participa da exibição pernambucana há 17 anos consecutivos, e este ano assina a imponente Sala de Estar da Família. O seu estilo apurado e elegante nos traz uma seleção de nove ambientes, dos que mais se sobressaíram ao seu olhar.

ANA PAULA CASCÃO ARQUITETURA www.anapaulacascao.com.br (81) 3033.6900 | 9.9954.2459

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LIVING E JARDIM DE INVERNO DADO CASTELLO BRANCO

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No espaço de 120 m², ele pensou na arte de receber, onde os ambientes são marcados pelas referências às artes clássica e contemporânea. Dado transformou uma enorme caixa de vidro em um jardim de inverno integrado à paisagem do Jockey Club

ESTÚDIO JABUTICABA NILDO JOSÉ

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O destaque é o banco multifuncional de concreto, que percorre todo o espaço. A jabuticabeira se impõe flutuante, numa técnica japonesa chamada kokedama, que não usa vaso, em que o torrão da planta é esculpido em forma de bola e coberto com musgo e arame, e três finos cabos de aço seguram da raiz até o teto 133

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LOFT DO CAMPO PAOLA RIBEIRO

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Um ambiente serrano muito interessante, onde a arquiteta fez uso de objetos campestres, com uma decoração rústica, sem fugir do estilo contemporâneo e sofisticado. A grande bancada de madeira com laca verde começa como apoio de cooktop, depois se torna pia até alcançar a outra ponta, destinada ao Home Office, com prateleiras dispostas bem acima, deixando tudo à mão na hora de cozinhar

TRIBUTO AOS 30 ROBERTO MIGOTTO | RICARDO MINELLI

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O living com ares de biblioteca presta homenagem ao designer francês Michel Frank, num show de texturas e cores sutis, além do mobiliário composto por peças de sua nova coleção, com linhas curvas 134

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HALL / BIBLIOTECA ROBERTO CIMINO | NELSON AMORIM

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Encantador! Inspirados em um mobiliário eclético e focados na arte modernista, com peças vintage dos anos 1950 e 1960, ressaltando a brasilidade, com artesanato indígena e papel de parede com estampa tropical 135

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GALERIA DA IMAGEM ANDRÉ CARÍCIO

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Uma alegria imensa ver a presença de arquitetos pernambucanos representando o Estado na Mostra em São Paulo. A Galeria transmitiu a cultura nordestina por meio de fotografias, pinturas e esculturas de artistas pernambucanos, em um ambiente elegante com móveis e objetos desenhados por Carício 136

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LOUNGE DE SAÍDA JOSÉ ROBERTO MOREIRA DO VALLE

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Por sua vez, o pernambucano José Roberto Moreira do Valle transformou seu Lounge em um espaço de festa, com uma tenda de tecido de inspiração árabe .

SALA DE MÚSICA

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MICHEL SAFATLE

A Sala de Música é uma das áreas mais chiques da Mostra. Com um espaço intimista, em formato de lounge, num ambiente super aconchegante que estimula a permanência e o convívio entre as pessoas, o arquiteto reflete a lembrança da avó tocando piano

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EXPERIÊNCIA ORNARE

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JOÃO ARMENTANO

O espaço levou o conceito de integração de ambientes amplos e modernos, numa atmosfera de conforto e funcionalidade em um apartamento de 200 m². A Ornare apresentou a coleção Wide Line, com a temática de se viver em um ambiente fluido e único, em que os revestimentos, armários, closets, banheiros e cozinha são interpretados como elementos que geram espaços interligados e harmônicos. Conceito defendido por meu escritório, onde apostamos em uma configuração que tem como objetivo a beleza, a harmonia, a funcionalidade e, principalmente, a identificação do projeto com o cliente, traduzindo sua personalidade

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FOTOGRAFIA

E ARTE... É ARTE ? TEXTO: MARIANA CLARISSA

“Quando você vê tudo o que é possível exprimir através da fotografia, descobre tudo o que não pode ficar por mais tempo no horizonte da representação pictural. Por que o artista continuaria a tratar de sujeitos que podem ser obtidos com tanta precisão pela objetiva de um aparelho fotográfico? Seria absurdo, não é? Ela chegou no momento certo para libertar a pintura de qualquer anedota, de qualquer literatura e até do sujeito”. Quando surgiu, em meados do século XIX, a fotografia conquistou quase que em paralelo a simpatia e as duras críticas de artistas que não reconheciam seu caráter estético, fato que causou grandes discussões acerca de seu reconhecimento como equipamento artístico. Valendo-se das ideias que iniciam esta matéria, pensadas pelo artista Pablo Picasso e presentes em um diálogo do pintor com o fotógrafo, escultor e cineasta George Brassaï, em 1939, a chegada da produção fotográfica instigou a mudança do contexto criativo existente no mundo da pintura e da escultura, e tornou a definição do que é arte ainda mais ampla. 142

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GUSTAVO BETTINI

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Ela é mais que apenas uma forma de documentação ou um retrato formal da realidade. É agora um registro do inusitado, da abstração Xico Chaves

AMÉLIA COUTO

O CONTEXTO Com as primeiras formas de atividade ligada ao estilo documental, a fotografia foi aceita e patenteada inicialmente dentro da Academia Francesa de Ciências. Era a ferramenta de representação da realidade, de reprodução da paisagem humana e geográfica, e isso realçou ainda mais o sintoma de dualidade entre a função de registro e sua personalidade expressiva. “Houve uma grande revolução nas artes visuais, pois as artes plásticas, que tinham o papel de retratar, perderam essa ‘responsabilidade’, afinal, os fotógrafos conseguiam fazer isso de uma forma mais real. Os pintores passaram a ser mais livres nos trabalhos, a ousar com novas possibilidades ganhando assim mais autonomia”, pontua o artista visual Dyógenes Chaves, que também é membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) e da Internacional (AICA). Atreladas à despretensão e à forte expressão de seus personagens e do momento capturado, algumas fotos documentais fo-

ram além do papel informativo. Garantiram o posto de arte diante da manifestação de uma realidade muitas vezes feroz e cruel, que, carregada de emoção, comoveu e instigou a reflexão da sociedade. O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado é um dos principais nomes. Seus cliques ganharam o mundo e conquistaram diversos prêmios com trabalhos como Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo, de 1993 a 1999, nos quais voltou sua atenção para o fenômeno global de desalojamento em massa de pessoas.

No entanto, o valor artístico da fotografia só foi enaltecido junto ao desenvolvimento da Arte Contemporânea, que, somada ao Dadaísmo e a Pop Art, levaram os artistas a apostarem em vários formatos de mídia, como a produção cinematográfica, as artes gráficas e a performance com o próprio corpo. “Essas formas de expressão passaram a ser fotografadas e não só o momento passou a se tornar arte, mas o próprio registro do instante também seria”, pontua a artista visual e fotógrafa Amélia Couto.

As novas modalidades promoveram mais que uma reorganização na essência do que é trazido como fotográfico, as mudanças da época transformaram ainda a relação do observador com a imagem e desafiaram antigas concepções. Com a arte contemporânea a fotografia consolidou o papel de linguagem artística e tornou o que ela é hoje. “Ela é mais que uma forma de documentação ou um retrato formal da realidade. É agora um registro do inusitado, da abstração”, afirma o diretor do Centro de Artes Visuais da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Xico Chaves. “E se ela cria esse espectro todo como linguagem artística, é porque é produzida pelo olhar humano que percebe determinada questão do mundo real e transforma em uma outra leitura. A arte permite exatamente essa diversidade de interpretação feita pelo ser humano, uma variável que tanto pode ser a intervenção na realidade quanto a própria realidade intervindo na sua consciência, formação e pensamento”, completa.

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A luz na fotografia equivale ao pincel nas artes plásticas, esses fotógrafos pintavam com a luz. Ninguém pode mencionar que suas fotos não são arte, pois eles são, sem dúvida, artistas Fernando Neves

BANZO | BETO FIGUEIROA

Junto ao movimento, o surgimento do Fotoclubismo, um tipo de associação que tinha objetivo de promover o desenvolvimento da fotografia, considerada umas das principais fontes de produção artística do ramo, também incitou o desejo de criar formulações e experimentações de linguagens fotográficas. Thomaz Farkas e Geraldo de Barros estavam entre os fotógrafos que apostaram na inovação da prática visual. Os trabalhos de Farkas destacam uma preocupação com pesquisas formais, exploração de planos e texturas, além da escolha de ângulos inusitados, como em Escada ao Sol, de 1946. “Geraldo de Barros trazia fotos que brincavam com superposição, fazia fusão de imagens e trabalhava muito bem o grafismo. Conseguia intervir nos negativos em um tempo em que não existia pós-produção ou Photoshop. A luz na fotografia equivale ao pincel nas artes plásticas, esses fotógrafos pintavam com a luz. Ninguém pode mencionar que suas fotos não são arte, pois eles são, sem dúvida, artistas”, ressalta o galerista Fernando Neves, da Arte Plural Galeria, espaço pernambucano inaugurado em 2005 com o desafio

de incentivar as múltiplas manifestações artísticas. Com a ferramenta, abrigou exposições de profissionais reconhecidos nacional e internacionalmente, como o italiano Francesco Zizola, Thomaz Farkas, Evandro Teixeira, Alexandre Sequeira, Edu Simões e Walter Firmo, além de pernambucanos que ganharam o mundo, entre eles Alexandre Severo, Ricardo Labastier, Fred Jordão, Eduardo Queiroga, Yêda Bezerra de Mello, Cláudia Jacobovitz e Roberta Guimarães. O papel das galerias de arte e dos museus, inclusive, foi importante para nutrir o propósito artístico presente no equipamento, assim como foi, e ainda é, uma das formas de validação do seu conteúdo artístico. “A fotografia ganhou um espaço museológico e, como objeto de arte, na medida em que ela foi sendo cada vez mais conhecida e difundida, teve um campo de atuação e presença cada vez maior surgindo assim mais que colecionadores e museus interessados. Hoje temos encontros para discussões e editais que estimulam o desenvolvimento dessa ferramenta e a destaca como obra de arte”, pontua Xico Chaves.

Além deles, jornais e revistas também têm um papel crucial tanto na produção de fotos artísticas, como na propagação da reflexão em torno do tema. São trabalhos que, geralmente, problematizam alguma questão, seja social, econômica ou política, que ganham uma releitura e entram para compor a cena artística. “Muita coisa foi feita nos anos 20 e 30 que tinham a intenção apenas de documentar, informar ou ser usada para publicidade. Mas, no decorrer do tempo, foram analisadas com outra interpretação e deram uma ressignificação àquela imagem, gerando evidência e conquistando o selo de arte”, assegura o fotógrafo e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) José Afonso Júnior. “O fotojornalismo e a fotopublicidade têm sua função e uso específicos, quando vira arte é muito da necessidade individual do artista ou coletiva, quando ela atinge a sensibilidade e a atenção do público”, complementa o fotógrafo Beto Figueiroa.

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O que determina o valor artístico é a intencionalidade do fotógrafo ou do artista plástico visual em utilizá-la como forma de expressão para canalizar algum processo, provocação ou experimento artístico José Afonso Júnior

LUGAR DAS INCERTEZAS | MATEUS SÁ

Para o fotógrafo Mateus Sá, o teor artístico na imagem é garantida por uma série de critérios que, juntos ou não, oportunizariam a validação de equipamento da arte. “É a opinião de um curador ou colecionador, um museu absorver aquela obra, a galeria passar a ter aquela pessoa como integrante do seu quadro, aos amigos que passam a tratar o trabalho como arte, a exposição na mídia. E um conjunto de coisas, mas às vezes, só uma delas já valida como arte”, explica. O artista visual Bel Borba destaca que a legitimação da imagem se faz ainda pelo contexto e a forma como o autor se apropria dela. “Eu aponto algo de qualidade artística quando o trabalho atinge uma terceira dimensão que te arrebata e que ela mesma adquira uma condição e uma linguagem diferenciada. Mas é preciso fazer a ressalva, pois acredito que nem toda fotografia pode ser considerada obra de arte. É uma mem-

brana muito tênue que separa a condição de uma imagem comum para uma obra de arte”, destaca. Para José Afonso Júnior, a imagem por si só não garante um estatuto artístico, porque ela atravessa várias práticas. Mas que, a depender do propósito, tudo pode se tornar arte. “Para mim, o que determina o valor artístico é a intencionalidade do fotógrafo ou do artista plástico visual em utilizá-la como forma de expressão para canalizar algum processo, provocação ou experimento artístico. Na verdade, não é o suporte ou conjunto de recursos que garantem ser arte ou não, mas, sim, a forma como você aborda aquela linguagem”, afirma. Há, ainda, um grande debate em torno do conceito e da prática da fotografia como equipamento pertencente ao campo das artes. Fotógrafos, especialistas e críticos no

assunto trazem pensamentos e conceitos diversos, porém, os discursos se unem em um único propósito: a provocação, seja ela emocional, social ou política, que a imagem vai gerar ao espectador. “É uma questão de conceito. Na essência, ela era um documento, mas as coisas foram caminhando numa velocidade tal que ela tomou outra dimensão. Ela se comporta como meio de criação. O olhar e a percepção do fotógrafo é que vão desenvolver a arte”, aponta o artista visual Roberto Lúcio. Já para o fotógrafo Pablo Pinheiro, “A fotografia é uma ferramenta gigante de possibilidades e muito potente quando a gente trata o assunto da alfabetização visual. Ela se torna uma maneira dinâmica de escrever as coisas visualmente e isso é muito interessante. Hoje, temos um cenário bem amplo, mas ainda há mais por vir. Não chegou no limite e o artista vai se apropriar de todas essas expressões e fazer arte”.

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PABLO PINHEIRO

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O curtir ou não as fotos nas redes sociais, por exemplo, já é um tipo de curadoria na qual você vai dar ‘like’ a algo que lhe tocou Felipe Gombossy

ROBERTO LÚCIO

COLECIONISMO Cada coleção é uma memória. A presença simbólica de um momento, uma ideologia, um sentimento, uma forma de expressão. O colecionismo de fotografias segue essa mesma linha de pensamento. Cultivar imagens é ressaltar a importância do instante e do personagem fotografado. É cultuar ainda a mensagem presente na subjetividade ou, em alguns casos, na objetividade da foto. “Está ligado ao sentimento em torno da fotografia. É o querer não só colocá-la na parede, mas tratá-la como uma obra de valor emocional”, pontua Fernando Neves, da Arte Plural.

Há quem afirme que o início desse processo se liga ao desenvolvimento da fotografia artística e sua entrada no ciclo de exposições de museus e galerias. Outros reiteram que a coleção de fotos parte ainda do seio familiar com a criação de álbuns fotográficos. “Acho que essa prática começa já na infância com a seleção de imagens da sua história, do seu

cotidiano ou coisas que você quer guardar e relembrar. O que é o álbum de fotos senão uma coleção?”, afirma Xico Chaves.

Há ainda os que apontam que a popularização e a overdose de fotografias por meio das redes sociais, por exemplo, têm impulsionado a sociedade a analisar e compreender melhor a imagem, que por anos foi tão incompreendida. “Hoje em dia, praticamente todo mundo fotografa e acho fantástico, pois as pessoas passaram a adquirir uma nova percepção e interpretação da foto. Isso enaltece os bons trabalhos, afinal, em meio ao excesso, há sempre uma imagem que lhe toca mais e que se destaca entre as demais”, pontua o fotógrafo Gustavo Bettini.

“Você passa a entender que ela também é uma peça importante no diálogo e exercita o olhar. No desejo de contemplá-la, você passa a consumir mais e a tratar a fotografia

como uma obra de arte. O curtir ou não as fotos nas redes sociais, por exemplo, já é um tipo de curadoria no qual você vai dar ‘like’ a algo que lhe tocou”, completa o fotógrafo Felipe Gombossy, sócio da Galerize, galeria virtual que disponibiliza obras de mais de 50 fotógrafos brasileiros.

Felipe afirma que o colecionismo inicia de um gosto pela fotografia em si, mas a prática da atividade ainda não é formal e estabelecida quando relacionada ao estilo de imagens que irão compor o álbum. “Geralmente, as pessoas começam juntando fotografias, para depois entender do que realmente gostam e só a partir daí passam a montar uma coleção de acordo com suas preferências e personalidade. Mas, vale a ressalva de que isso é a percepção de um mercado mais jovem, de pessoas de uma faixa etária de 30 a 40 anos, e não de um colecionador já estabelecido, pois este já tem uma curadoria definida”, pontua.

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No intuito de valorizar ainda mais a fotografia que, assim como a xilogravura e litogravura, é uma arte a qual pode ser facilmente reproduzida em série, o mercado criou uma estratégia que carimba na fotografia o selo de peça exclusiva ou mesmo a de item pertencente a uma remessa de poucas quantidades, tudo isso certificado por meio de um documento que atesta a autenticidade, as características de impressão da obra e sua numeração. “Na era digital, em que duplicar uma imagem é ter duas originais, muitos fotógrafos têm se preocupado em fazer tiragens de seus trabalhos. Ou seja, aquela foto terá uma série de 10 impressões e depois disso não poderá ser impressa novamente. Isso é uma forma de engrandecer a atividade, agregar valor ou estabelecer uma importância maior à peça e, consequentemente, à sua coleção”, explica Bettini. O colecionismo leva a fotografia a uma dimensão de notoriedade que permite à prática a condição de estar no mesmo patamar de discussão de outras modalidades de arte. Para José Afonso Júnior, a coleção é um recorte feito de acordo com um interesse, uma intenção e relevância pessoal ou de valor de uma obra. “Isso sublinha a importância da foto, assim como quando você fala de museus, galerias, encontros, prêmios, críticas ou o trabalho de revistas e jornais junto a fotografia. Essas ações são circuitos de autorização que validam um determinado conjunto de trabalho. De certa maneira, são elementos de residência que criam um campo de conhecimento e determinam a entrada no campo das artes”, ressalta.

DYÓGENES CHAVES

O que eleva a fotografia ao conceito de arte é a própria produção dos fotógrafos e sua valorização dentro das instituições de preservação e divulgação artística Fernanda Feitosa

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Hoje em dia praticamente todo mundo fotografa e acho fantástico, pois as pessoas passaram a adquirir uma nova percepção e interpretação da foto Gustavo Bettini

MARTIN-PARR | GALERIA LUME

POPULARIZAÇÃO Instagram, Facebook, Flickr, Pinterest, Tumblr. Neste exato momento, milhares de fotografias são produzidas e compartilhadas nessas e em centenas de outras redes sociais que trazem a imagem como personagem principal de suas milhões de publicações. O surgimento delas, somada à modernização dos equipamentos fotográficos e o desenvolvimento de aparelhos eletrônicos, como os celulares, por exemplo, vêm dando ainda mais força e notoriedade à foto como mecanismo de expressão e comunicação. Não é que todo mundo seja fotógrafo, mas, atualmente, a maioria das pessoas tem na palma das mãos a possibilidade do click.

O aumento do consumo de imagens tem causado a popularização da fotografia e incentivado a sociedade a olhá-la e admirá-la de maneira diferente, estimulando a identificação pessoal, aflorando sentimentos e interpretações, além do desejo de tê-las. Diante disso, o surgimento de galerias físicas e online voltadas para a comercialização de

fotos vem aumentado a cada ano e tornando o acesso à fotografia mais democrático. Muitos desses locais convertem a foto em uma obra acessível, tanto pela facilidade de encontrá-las como pelo custo. “Hoje, a fotografia está mais dentro do nosso dia a dia do que estava há dez anos. Mesmo com a câmera digital, a produção de fotos por amadores ainda não era grande e isso só mudou com a chegada do celular. As pessoas passaram a tirar fotos e tomar gosto pelo processo, a ter referência de estéticamemcomeçaram a avaliar o que gostam, a justificar, talvez não profundamente, o que é bonito e dizer o que é arte e o que não é”, pontua o fotógrafo Felipe Gombossy. A Galerize, galeria paulista da qual Felipe Gombossy é um dos sócios, por exemplo, comercializa todas as imagens pelo mesmo valor: R$ 189. “Não importa o autor. O que queremos é que quem fale alto é a fotografia e não o nome por trás dela. Não vendo foto a R$ 8 mil, pois não é o nosso perfil. Nosso

interesse é ter fotos criativas e expressivas, que digam algo e tenham propostas diferentes. Queremos que as pessoas se identifiquem com o tipo de imagem que vendemos, sem um lucro exorbitante. A ideia é muito mais que democratizar, a gente quer mostrar que a fotografia é sim arte, que é muito acessível e que pode funcionar para você muito mais que uma pintura ou escultura. Ela pode representar você e sua personalidade, e não fazer função de status”, explica.

A Urban Arts também entra neste mesmo estilo de venda: a variação de preço acontece de acordo com a escolha do acabamento e tamanho da moldura. A marca paulista criada em 2011 tem como carro-chefe as ilustrações, mas não deixa de lado a comercialização de obras fotográficas. “30% das nossas peças são fotografias e, por mais que muita gente venha em busca de ilustrações, é crescente o público que procura por fotos, principalmente as que retratam lugares, pois é uma forma de ter a imagem de um país ou cidade representando

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as lembranças de uma viagem ou até a vontade de viajar”, afirma Brisa Diniz, franqueada em Recife/PE. Encurtando o alcance das fotos e promovendo a prática do colecionismo, o Ateliê de Impressão (ADI), em Recife/PE, pôs em prática um projeto que reúne uma coleção de 50 fotografias de 30 fotógrafos brasileiros – sendo a maioria pernambucanos. As fotos, impressas em tamanho A3 e com tiragem limitada, assinadas pelos autores e montadas em passe-partout, são apresentadas ao público em um display que mescla o design de uma maleta ao de um móvel dos anos 50. “Além da que já lançamos, estão sendo produzidas mais três caixas, e vamos expor em lugares que valorizem a arte e o design, mas não criaremos barreiras. Vamos optar por espaços culturais, festivais, restaurantes e lojas de arquitetura, por exemplo”, afirma o fotógrafo Gustavo Bettini, que, junto ao galerista Fernando Neves, está à frente da ADI. As fotos custam entre R$ 400 e R$ 500 dentro dos padrões de impressão Fine Art.

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FERNANDO PIRES | GALERIZE

PREPARAMOS UM VÍDEO ESPECIAL SOBRE FOTOGRAFIA E ARTE ESTÁ LÁ NO SITE WWW.REVISTASIM.COM.BR E NO FACEBOOK: REVISTA SIM

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SP-ARTE Paralelo aos avanços tecnológicos da fotografia e sua consolidação como ferramenta de comunicação, a Feira Internacional de São Paulo (SP-Arte/Foto) comemora em 2016 a marca de 10 edições e se consagra como um dos principais eventos do circuito mundial do setor. Atrelada à proposta de abrir caminhos e incentivar a relação entre galerias e artistas, além de trazer à cena os principais nomes do modernismo brasileiro, o evento apresenta e estabelece as tendências do ramo, como também promove exposições, palestras e debates sobre temas que cercam a atividade.

Na montagem deste ano, que aconteceu em agosto, no JK Iguatemi, a feira cresceu e trouxe novas galerias como a Andrea Rehder, Biographica, Blau Projects, Luciana Caravello e Pinakotheke, que marcaram presença no evento junto à Casa Triângulo, FASS, Gávea, Luciana Brito, Millan e Vermelho. No catálogo, destaques do Brasil e do mundo, com representantes modernistas e contemporâneos: as galerias Babel, Lume e Portas Vilaseca, focadas na contemporaneidade, e a Fólio e Schoeler, voltadas aos fotolivros. “O Brasil tem uma produção fotográfica vasta e diversa em todas as regiões. A SP-Arte/Foto exemplifica bem isso ao reunir artistas e galeristas de todo país. Cada região, estado e cidade têm, contudo, um mercado compatível com a sua eco-

nomia. O importante é que todos os atores desse meio – fotógrafos, galeristas, curadores, produtores culturais – estejam atuantes e em diálogo, formando uma cadeia positiva”, afirma a organizadora e diretora do evento, Fernanda Feitosa. Durante os três dias de atuação, a feira também foi palco de lançamento de 12 livros de alguns dos principais nomes da fotografia contemporânea, entre eles Al Otro Lado, de Misha Vallejo, e Caixa Preta, de Celso Brandão, ambos da editora Madalena; O Real como Enigma, da Editora FASS, de Fernando Lemos; O Vazio é um Espelho, uma publicação independente de Carine Wallauer, e Quina, de Mariana Tassinari publicado pela editora Pingado. A SP-Arte/Foto dedica ainda um espaço especial aos fotógrafos que inauguraram uma escola centrada em compostos geométricos. Paralelas e diagonais, uma seleção iconográfica com trabalhos dos mais atuantes fotoclubistas de São Paulo – que formavam o movimento Escola Paulista, nascido no seio do Foto Cine Clube Bandeirante, na década de 1950 – reúne obras de José Yalenti, Gertrudes Altschul, Eduardo Salvatore, Marcel Giró, Mario Fiori, George Radó e Paulo Pires. Com curadoria de Isabel Amado e Iatã Cannabrava, a mostra compilou 30 imagens que compõem importantes coleções de fotografia pelo mundo, como do MoMA e da Tate Modern.

MARCELO TINOCO | ZIPPER-GALERIA

O importante é que todos os atores desse meio – fotógrafos, galeristas, curadores, produtores culturais – estejam atuantes e em diálogo, formando uma cadeia positiva Fernanda Feitosa

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JOS SPANIOL | DAN GALERIA

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As fotografias traz em muita leveza aos ambientes, são super contemporâneas e fáceis de encaixar em qualquer cômodo Davi Bastos LUCAS OLIVEIRA

INTERIORES Repleta de personalidade, a fotografia, quando usada em projetos de interiores, oferece mais que uma simples solução para preencher espaços. O uso de imagens na decoração revela as preferências e os anseios do morador. A ideia de trazer fotos emolduradas vem fugindo cada vez mais do tradicional retrato e caminha em direção ao uso de trabalhos assinados por fotógrafos de renome que revelam a expressão do instante.

A diretora da SP-Arte, Fernanda Feitosa, destaca que a fotografia sempre esteve presente na composição dos ambientes, seja como registro de uma lembrança familiar ou como coleção de arte – ligada especialmente à memória e ao testemunho. “O fato de estar na casa das pessoas mostra que a foto ocupa um espaço de intimidade. Mas o que eleva a fotografia ao conceito de arte é a própria produção dos fotógrafos e sua valorização dentro das instituições de preservação e divulgação artística, como museus e institutos culturais”, pontua.

Com a arquitetura consumindo e absorvendo a fotografia, o arquiteto passou a ser o curador e o determinante visual, como mesmo nomeia o fotógrafo Pablo Pinheiro. Para ele, a atividade tem trilhado novos caminhos e desbravado novas plataformas que só desenvolvem o olhar contemplativo em direção à imagem. “Existe um mercado próprio para esse tipo de trabalho e quem está produzindo entra em uma dinâmica específica. O grande desafio é entender e perceber a estrutura que é a narrativa visual fazendo parte da nossa vida, tanto em relação ao consumo como à produção. É uma reflexão que deveria ser feita dentro das escolas, por exemplo”, destaca.

O arquiteto André Carício pontua que a fotografia é vista como arte a partir do instante em que está relacionada a um momento e o sentimento de quem registra e de quem a vê, e que por isso o uso de imagens chegou ao universo da decoração de uma maneira

muito forte dentro de todos os tipos de projetos. “Não vejo como tendência, pois isso já existe há muito tempo. O que acontece é que hoje ela é vista com uma sensibilidade maior, podendo admirá-la de uma maneira mais artística”, afirma. Ele explica que a escolha deve ser feita em parceria com o cliente. “Podemos sugerir, mas ele precisa se identificar com a foto que conviverá todos os dias”. Apoiadas no chão, em prateleiras ou penduradas na parede. A maneira de dispor as fotografias e a escolha do ambiente onde serão postas é algo bastante versátil. Para uma maior durabilidade, a ideia é não colocá-las em locais úmidos. Na hora de decidir as molduras, a arquiteta Érica Salguero, indica as mais simples para não interferir na visualização da imagem – pretas, brancas, de madeira, acrílico e aço são curingas. “Caso não queira usar as imagens em molduras, é possível imprimir em adesivo”, ensina Érica.

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A arquiteta Valéria Cox apostou no uso da fotografia como uma forma de retratar a linha cronológica da construção do Parque Shopping, endereço da última edição da CASA COR® Alagoas. As mais de 40 imagens do processo de obra e da paisagem externa do centro de compras foram dispostas de maneira que criassem um grande painel fotográfico, que, de acordo com Valéria, atribuiu um valor artístico às fotos e estético ao ambiente. “Recebi do shopping mais de 5000 fotos, as quais eram registros da obra. A ideia era contar um pouco da história desse empreendimento. Não gostaria de fazer uma galeria para expor as fotos, pois era muito óbvio. Então, revolvi fazer um living praieiro e utilizar as fotos como um imenso painel”, explica. Valéria Cox | vcox.arq@gmail.com | (82) 3327.6499 155

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O olhar do jovem apaixonado por leitura, fotografia, arte, viagens e design foi o ponto de partida para a arquiteta Érica Salguero criar o ambiente de 20m². Projetado para quebrar as barreiras das salas de leitura convencionais, de cores claras e estilo clássica, Érica pôs em destaque a paixão pela fotografia, tornando-a presente por toda a sala através das imagens assinadas por Walter Firmo, André Andrade, Cristiano Mascaro e Vânia Toledo, as quais trazem o verde para dentro da sala, em harmonia com o vaso de folhagem Fórmio na lateral do sofá. A ideia é trazer elementos que tenham em sua essência as recordações de momentos inesquecíveis e memórias afetivas. “Com as fotografias, é muito mais fácil ter dentro de casa lembranças de lugares, de países ou cidades através de imagens que se tornam parte da composição do cômodo. É possível criar um maravilhoso arranjo que faz toda a diferença na decoração do ambiente”, afirma. Érika Salgueiro | www.erikasalgueiro.com.br | (11) 2093.8658 156

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Com a proposta de levar sofisticação ao ambiente, o arquiteto André Carício incluiu fotografias de um imenso rio as quais permitem ao morador a sensação de tranquilidade que merece a sala de estar de um flat na praia. Impressas em preto e branco, o modelo viabiliza que formas e texturas se destaquem mais, dando ao observador a possibilidade de realçar novas perspectivas e interpretações da imagem ilustrada. “As fotos, que são dos fotógrafos Gustavo Bettini e Fernando Neves, foram impressas em um tamanho especial, 2,20 metros de extensão cada uma. A ideia era que, juntas, elas se complementassem, entrassem no estilo praia, que é a essência do projeto, e formassem um grande painel”, afirma.

André Carício | www.andrecaricio.com.br | (81) 3326.2242 158

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VILMAR COSTA

Com o poder de agregar arte e beleza, as fotografias levam ainda mais charme e autenticidade aos locais. A arquiteta Larissa Vinagre aposta nesse modelo na construção dos seus ambientes, como é o caso desse projeto para uma empresa de tecnologia. “Utilizamos fotos do arquiteto e artista plástico Jonas Lourenço na recepção, no corredor e na sala da diretoria. As fotos também têm o tema da cidade de João Pessoa, e acredito que fizeram muita diferença na ambientação, trazendo cor e personalidade aos ambientes”, explica Larissa Vinagre.

Larissa Vinagre | www.larissavinagre.com | (83) 3324.4657 160

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CHRISTIAN CRAVO

Os tons de preto, cinza e branco do quarto ressaltam as expressões de arte nas paredes com fotografias em preto e branco de Christian Cravo. O arquiteto David Bastos conta que as obras inseridas no projeto foram adquiridas ao longo da vida do cliente, algumas em galerias e exposições, outras são presentes de amigos. “As fotografias trazem em muita leveza aos ambientes, são super contemporâneas e fáceis de encaixar em qualquer cômodo. Usá-las é uma forma de ter acesso à obra de arte por valores razoáveis, além de ser uma forma de retratar as manifestações da sociedade em seu tempo”, aponta.

David Bastos - DB Arquitetos | www.dbarquitetos.com | (71) 3038.0101 | (11) 3088.5500 162

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MOSTRA ARTEFACTO

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

Comemorando seus 40 anos, a Artefacto chega a João Pessoa e abre sua tradicional mostra no showroom da loja. O espaço foi planejado para pessoas que vivem em um mundo globalizado e que buscam matérias-primas naturais para adquirir um móvel. “Trabalhamos com design atual e novas técnicas de produção, mas que preservam o uso de fibras naturais, com produtos mais elegantes, delicados e confortáveis”, cita Weberton Barreto, dono da Artefacto João Pessoa.

ELEGÂNCIA ASSINADA

A mostra conta com três grandes profissionais da arquitetura da região: Ana Sybelle Beltrão, responsável pela vitrine, o Living Cosmopolitan; a dupla Leonardo Maia e Bethania Tejo, que planejaram o Loft do Executivo, e Patrícia Casadei, que assinou a área externa com o Gourmet Garden, além de obras dos artistas Christine Brandão, Fernanda Naman, Flavia K e Miguel dos Santos. “A marca tem todo um conceito, muito rico de peças, detalhes, acessórios e mobiliário para compor um projeto fantástico. A chegada da loja foi um presente para nós, arquitetos da Paraíba. Tenho certeza que ela veio para agregar ainda mais ao nosso espaço”, acredita Ana Sybelle. Gerenciada por Ana Cristina Nakano, espera-se que a loja seja referência na área de mobiliário e decoração, que vá além do estado da Paraíba. “Acreditamos que é um mercado muito promissor, pela proximidade com Rio Grande do Norte e Pernambuco”, comenta Ana Cristina.

1 LOFT DO EXECUTIVO Bethania Tejo e Leonardo Maia Os arquitetos trouxeram para o ambiente, formado por dois escritórios, o que há de melhor na hotelaria, no design e na gastronomia — uma vez que o espaço foi projetado pensando num executivo que percorre o mundo com paixão por viajar. Para isso, foi captada a essência do que acontece de melhor nos grandes centros urbanos. Para inserir personalidade, os profissionais optaram por uma paleta cromática homogênea, pontuada apenas por algumas tonalidades metalizadas e nuances do chocolate até os tons terrosos bem claros para dar uniformidade ao espaço. Por se tratar de um loft para um executivo foi trabalhada uma atmosfera intimista, sensorial e ao mesmo tempo inspiradora, de forma a tornar o espaço acolhedor. 166

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2 VITRINE Ana Sybelle Beltrão Um ambiente atemporal, livre de modismos e acolhedor, características da identidade da Artefacto. A Vitrine foi projetada para um cliente que viaja pelo mundo e tem diversas experiências, mas que preserva a sua identidade cultural. O espaço foi planejado para receber o morador com todo conforto, e propicia que ele mantenha suas raízes, ao dispor de estruturas para armazenar seu acervo de artes, fotografias e pinturas. É um local totalmente despretensioso, que acolhe a família e os amigos, buscando atemporalidade e coerência com o contexto urbano.

3 GOURMET GARDEN Patrícia Casadei A proposta da arquiteta foi criar um ambiente de harmonia, intimidade e contemplação em meio a um jardim ao ar livre. O espaço da sala de estar é voltado para o convívio, acolhendo os visitantes. Para agregar frescor e sofisticação ao ambiente, a profissional adotou materiais naturais e água. Também foram utilizados espelhos e onix iluminado, proporcionando todo esse contexto convidativo, com um toque de sofisticação do mobiliário da Artefacto.

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PROJETO | DIOGO VIANA

FORÇA NO DESIGN FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

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BarbeariaTröis investe no conceito vintage com uma pegada mais moderna

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As barbearias tradicionais, especializadas em cabelos e barbas, com profissionais munidos de uma cadeira e uma navalha, ganharam espaço no século 18 e estão de volta, carregando ainda o glamour do passado, porém com toques de modernidade e uma cartela de serviços mais ampla. É assim com a Barbearia Tröis, em um espaço robusto e inovador, com projeto assinado pelo arquiteto Diogo Viana, que traz a proposta de ir além dos serviços estéticos, tornando-se, sobretudo, um espaço de convivência masculina. “Ela vem num formato mais maduro, com um estilo forte. Optamos por utilizar cadeiras novas, com alta tecnologia, e um lounge com design exclusivo e personalizado, que determina a característica do Tröis”, explica Diogo. Instalada em uma ampla casa de 360 m², com dois pisos, no bairro de Boa Viagem — Recife, a barbearia tem capacidade para dez atendimentos simultâneos, entre serviços de barba, corte de cabelo, manicure e pedicure, além de salas para química, massagem e Dia do Noivo, e funciona ainda como ponto de encontro e lazer. No térreo, lounge de entrada, com a área das cadeiras dos barbeiros e um pub bar; já no segundo piso, um ambiente para jogos e mais cadeiras. “O propósito maior do espaço era o atendimento do barbeiro, ficando em local maior, de melhor visibilidade e melhor fluxo. Como são dois pavimentos, o salão amplo facilitou a operação de barbearia em ambos, com cinco cadeiras em cada”, diz Viana, que projetou o lounge bar no térreo, e deixou o primeiro pavimento para entretenimento dos clientes, com mesa para sinuca, pinball, fliperama, videogame e televisores para transmissão de jogos. “A sala de jogos foi criada para ser descontraída, como o sótão de uma casa, bem masculina, sem muita sofisticação. Para isso, utilizamos móveis de paletes e pinos”, destaca o arquiteto. 171

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Optamos por utilizar cadeiras novas, com alta tecnologia, e um lounge com design exclusivo e personalizado, que determina a caracterĂ­stica do TrĂśis

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PROJETO | DIOGO VIANA

A marcenaria foi desenhada exclusivamente para o espaço, com alto grau de detalhamento e refinamento, para imprimir o conceito vintage, porém moderno. A base foi pensada em materiais naturais, como madeira e mármore, além do couro sintético, arrematada com o garimpo de exemplares feito em São Paulo. “Trouxemos peças da Trend Brechó, mas a ideia é que a casa vá se moldando com o tempo, acrescentando objetos, como as camisas de jogador de futebol, no primeiro piso”, destaca Viana. A cadeira de barbeiro antiga, foi restaurada para ser o destaque da decoração, junto com o revestimento exclusivo, como os tijolos broken brics, o papel de parede, da A3 Design, que imita madeira de demolição, a marcenaria feita em embuia folheada, além das luminárias douradas e em bronzes. “A iluminação tinha que ser mais dramática, mais cenográfica, porém precisava atender a operação para cabelos, por isso as chapas em LED em cima de cada atendimento. As outras partes são todas cenográficas, com efeito mais decorativo”, explica Diogo, que usou arandelas e chapas de LED da Allumé Iluminação, e peças decorativas, pendentes e plafons da La Lamp, estas com design exclusivo da década de 1950. PREPARAMOS UM VÍDEO ESPECIAL SOBRE ESTE PROJETO ESTÁ LÁ NO SITE WWW.REVISTASIM.COM.BR E NO FACEBOOK: REVISTA SIM

Diogo Viana Arquitetos www.dvarquitetos.com.br (81) 3325.3253 174

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ARQUITETURA | EM DISCUSSÃO

DNA URBANOEM XEQUE A história da cidade através de suas edificações corre perigo? FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

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A importância de preservar a memória que a arquitetura de um tempo pode imprimir no espaço urbano tornou-se assunto com mais notoriedade depois que o filme Aquarius foi produzido e exibido no cinema. Mas, uma questão vem à tona: o assunto aportou nas telonas pela sua importância ou o cinema serviu de veículo para levantar uma questão urbana de preservação? Na trama, Clara, interpretada por Sonia Braga, luta pelo direito de morar no prédio da sua vida e enfrenta todo o processo de especulação imobiliária imputada pelo capitalismo e crescimento desordenado em uma cidade. A realidade da personagem não é nada distante da de muitas pessoas que lutam, não apenas para permanecer em determinados espaços, mas também para as que se unem em proteção da memória da cidade como um todo.

Essa premissa do edifício com identidade, como indivíduo, como pessoa, praticamente como um ser próprio, surge a partir dessa memória coletiva, porque, enquanto memória individual, simplesmente não existe, está pulverizada no espaço Roberto Salomão

Para a jornalista Flávia de Gusmão, que é moradora do Edifício Oceania (onde foi filmado Aquarius), a relação que se cria com alguns lugares transpõe o essencial. "Aqui temos costume de tratar os prédios como pessoas e os chamamos pelo nome. Com a aceleração do crescimento, esses 'prédios-pessoas' estão morrendo, estão sendo destruídos não apenas como nomenclatura, mas como pessoas. Talvez leve um tempo para que eles se reafirmem novamente, ou talvez isso não aconteça nunca. O meu temor é que existam poucas edificações assim e que elas sejam substituídas por outras, ou apenas por outras quaisquer, perdendo o sentido da localização. No meu olhar leigo, o que surge é muito igual. Sabe como uma moda toma uma cidade com tal ímpeto que as pessoas começam a usar a mesma coisa ao mesmo tempo? Eu temo isso da arquitetura em que as pessoas comecem a seguir tendências que sejam de moda, que façam aqueles blocos e que não haja um complemento de identificação para a cidade", explica Flávia.

Assuntos dessa magnitude deveriam ser discutidos a partir de um senso comum. "Tudo isso está acima de conceitos arquitetônicos. Todo esse limiar de preocupação e conscientização do que deve ficar, permanecer ou não, o que deve desaparecer para surgir o novo, está muito além da arquitetura. Porque quando se fala em 'prédio-pessoa', não é só essa referência que temos como profissionais. Ali está toda a assinatura da concepção. Hoje, os prédios estão sem DNA, sem assinatura. Muitas vezes o DNA está na construtora, a impressão do arquiteto fica oculta, uma vez que todo o trabalho realizado gira em torno da conveniência do empreendedor. Claro que isso não é regra, mas maioria", fundamenta a arquiteta Dió Diniz. Para o arquiteto Roberto Salomão, essa 'estandartização' da arquitetura, com perda de personalidade é quase uma reprodução em série de indivíduos. "Eu acho que o senso comum deve trabalhar melhor essa relação da memória urbana e compreender como ela se transforma. Essa premissa do edifício com identidade, como indivíduo, como pessoa, praticamente como um ser próprio, surge a partir dessa memória coletiva, porque, enquanto memória individual, simplesmente não existe, está pulverizada no espaço. Mas, se você concentra aquele objetivo em uma geração, e esta começa a criar uma relação de afetividade com o lugar, nascem referenciais físicos que demarcam essa memória, que dão concretude a essa memória", explica ele, que é especialista em Conservação Urbana e Territorial. Uma vez que essa memória é criada, o conceito de preservação deve ser ampliado ao máximo e vinculado diretamente ao sustentável. "Sustentabilidade é conservar com dignidade, contando nossa história, somando ao longo da vida e não viver nessa era do descarte, do consumo compulsivo. Falo isso não como uma crítica e sim como um questionamento", finaliza Salomão.

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Aqui temos costume de tratar os prédios como pessoas e os chamamos pelo nome. Com a aceleração do crescimento, esses 'prédios-pessoas' estão morrendo, estão sendo destruídos não apenas como nomenclatura, mas como pessoas Flávia Gusmão

Tudo isso está acima de conceitos arquitetônicos. Todo esse limiar, preocupação e conscientização do que deve ficar, permanecer ou não, o que deve desaparecer para surgir o novo, está muito além da arquitetura. Porque quando se fala em 'prédio-pessoa', não é só essa referência que temos como profissionais. Ali está toda a assinatura da concepção Dió Diniz

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GERAL

TECNOLOGIA E LITERATURA DE MÃOS DADAS

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Mergulho na Literatura através dos espaços urbanos

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O projeto resgatará a beleza e a importância da literatura pernambucana, assim como contribuirá para a valorização do patrimônio arquitetônico e urbanístico da cidade

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É com o objetivo de criar uma relação mais próxima e diferente entre as pessoas com o espaço urbano que nasce o app ‘Ruas Literárias do Recife’. A plataforma, exclusiva para dispositivos móveis, tem como finalidade aproximar o Recife de seus habitantes e visitantes a partir da ótica de diferentes escritores, de diferentes épocas. Todo trabalho é feito por meio do mapeamento das ruas da cidade, possibilitando um roteiro literário e poético, no qual a população possa descobrir como as ruas e suas edificações foram descritas e representadas por escritores pernambucanos. Idealizado e produzido pelo cineasta Eric Laurence (Uma Passagem para Mário), o aplicativo pretende estabelecer um diálogo entre a produção literária e a urbe. “O grande objetivo do 'Ruas Literárias do Recife' é possibilitar à população apropriar-se de sua memória patrimonial – tanto em sua dimensão material quanto imaterial, fazendo emergir entre as ruas da cidade a sua poesia e prosa. O projeto resgatará a beleza e a importância da literatura pernambucana, assim como contribuirá para a valorização do patrimônio arquitetônico e urbanístico da cidade”, explica Laurence. Poesias, romances, crônicas, contos, é extensa a jornada que se pode empreender pelo Recife a partir de suas referências na literatura. A plataforma apresenta um itinerário rico e diversificado, com indicações poéticas, afetivas, culturais e históricas da cidade. Para tanto, foram elencados aproximadamente 150 pontos de localização no Recife (os pins do aplicativo), que remetem a trechos de escritos feitos por 82 autores, de diferentes épocas e estilos, desde o século 19 até os dias atuais. Dentre os autores estão Raimundo Carrero, Joaquim Cardozo, Clarice Lispector, João Cabral de Melo Neto, Antônio Maria, entre outros. O app é gratuito e está disponível para Android e iOS, nas versões mais modernas de smartsphones e tablets.

LUCAS OLIVEIRA

AVENIDA GUARARAPES O poeta Carlos Pena Filho, cuja imagem pode ser encontrada em escultura na Praça da Independência, bem perto daí, imortalizou esta avenida que é um dos símbolos do processo de modernização do Recife, além de conhecido ponto de encontro de intelectuais e boêmios no século 20. Aqui vão, então, os versos de “Chopp”, que pertence ao conjunto de poemas “Guia prático da cidade do Recife”:

“Na Avenida Guararapes, o Recife vai marchando. O bairro de Santo Antônio tanto se foi transformando que, agora, às cinco da tarde, mais se assemelha a um festim; nas mesas do Bar Savoy,

o refrão tem sido assim: São trinta copos de chopp, são trinta homens sentados, trezentos desejos presos, trinta mil sonhos frustrados.

(...)”

FILHO, Carlos Pena. Livro geral – Poemas. Recife: Ed. Póstuma, 1999.

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FAZER O BEM!

DÉCOR SOLIDÁRIO TEXTO: LORENA MOURA FOTOS: OSWALDO CASTRO

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Com a proposta de que a decoração tem o poder de despertar vibrações positivas, além de ser um grande motivador e gerador de mudanças na vida das pessoas, surgiu o Décor Solidário, em Minas Gerais, que há três anos vem fazendo a diferença na vida de muita gente. O projeto foi criado pela designer de ambientes e psicóloga Fabiana Visacro, que juntamente com a agência Mão Dupla Comunicação, resolveram criar um projeto social o que procurasse unir decoração e solidariedade. As intervenções já ocorreram em três lugares de Belo Horizonte/MG. Este ano contemplou uma instituição que abriga mulheres e seus filhos vítimas de violência doméstica. O projeto conta com arquitetos, decoradores, paisagistas e engenheiros, os quais trabalham de forma voluntária. “Primeiro traçamos um perfil do profissional que deve se identificar com causas solidárias. Ele é selecionado e direcionado à instituição, onde escolhe o ambiente a transformar. Com o projeto em mãos, ele entra em contato com seus fornecedores arrecadando recursos para realizá-lo. Tudo acontece de forma solidária, em conjunto e com muito amor para que as pessoas daquelas instituições possam desfrutar de um ambiente mais humano, bonito e funcional”, explica Fabiana Visacro. O conceito utilizado na reforma busca mudar o olhar das pessoas que estão no ambiente de acolhimento. “A instituição pode ser vista como um local que recebe mulheres e crianças vítimas de violência, mas também pode ser um espaço de reflexão, de parada, de um

recomeço. As mudanças feitas com muita cor, vida e beleza sugerem a visão desse segundo olhar para o lugar”, conta Fabiana. O engenheiro e designer Luciano Costa, que participa desde a primeira edição e hoje faz parte da equipe organizadora, diz ser muito importante envolver-se em ações como esta. “A minha vida mudou muito depois do Décor Solidário. Em todos os projetos aprendemos novas lições. Neste, ver a quantidade grande de famílias sofridas por maus tratos dentro de casa foi um baque para mim. Ações como essa demonstram que cada um de nós pode fazer a diferença na vida de uma pessoa, você pode ser um agente transformador da realidade”, relata. Sobre as escolhas dos lugares, tudo tem início a partir das solicitações de instituições pelo Facebook. Em seguida, há uma seleção e visitas são feitas ao local escolhido para averiguar a necessidade da ajuda. E para as instituições selecionadas, o motivo é de comemorar o presente. “Aqui trabalhamos com a perspectiva de construir, junto com as pessoas que acolhemos, novas formas de elas perceberem a si mesmas e o mundo onde estão inseridas. Sendo assim, uma casa revitalizada, harmônica e com espaços estruturados pode facilitar o trabalho desenvolvido pelas técnicas sociais e pelas educadoras sociais”, explica Carolina Mesquita de Oliveira, psicóloga do lar contemplado em 2016. Décor Solidário www.facebook.com/decorsolidario

Ações como essa demonstram que cada um de nós pode fazer a diferença na vida de uma pessoa, você pode ser um agente transformador da realidade 180

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Luciano Costa

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FAZER O BEM!

PREPARAMOS UM VÍDEO ESPECIAL SOBRE ESTES PROJETOS ESTÁ LÁ NO SITE WWW.REVISTASIM.COM.BR E NO FACEBOOK: REVISTA SIM

TEXTO: LORENA MOURA FOTOS: DIVULGAÇÃO

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MAIS VIDA

Há quatro anos o “Mais Vida” trabalha levando qualidade de vida a diversos segmentos da filantropia em Pernambuco. Esse é um dos projetos da ONG Novo Jeito, que, em parceria com muitos arquitetos e fornecedores, todos voluntários, vem transformando a realidade dos espaços atendidos. “O Novo Jeito é uma entidade que tem como objetivo fazer o bem, trazer o amor para a rotina das pessoas”, sintetiza o arquiteto à frente a iniciativa, Rodrigo Duarte. É o lema de que a união da arquitetura e decoração podem sim melhorar a vida das pessoas. Este ano eles atenderam quatro instituições que trabalham com crianças especiais. São elas: Novo Rumo | A Instituição trabalha com 280 crianças com Síndrome Down e autismo e é tida como referência em Pernambuco. Por lá são oferecidos diversos tipos de tratamentos, como terapia ocupacional, fisioterapia, fonoaudiologia e psicologia. Ao todo, cinco escritórios de arquitetura reorganizaram os consultórios. A área local foi melhor aproveitada, o que permitiu a criação de outros novos consultórios. AMAR - Aliança das Mães e Famílias Raras | Atende crianças com síndromes raras e ganhou uma repaginada geral em sua sede. O ambiente passou a ser multifuncional e agora conta com espaços mais confortáveis e acessíveis para as mães e filhos do grupo. A reforma gerou uma sala multiuso, uma para palestras e outra para reuniões, além de uma copa e um novo depósito.

Lar Rejane Marques | Participaram seis escritórios de arquitetura os quais tiveram como objetivo levar mais conforto para crianças com problemas neurológicos as quais foram abandonadas pelos pais e que hoje moram no Lar, tudo para que elas se sitam em casa. Por lá foram feitas reformas estruturais, como a troca do piso da lavanderia que tinha infiltrações. Já a sala de estar foi toda mobiliada, o parquinho ganhou um balanço e a calha foi refeita. Para que todos esses projetos reestruturadores pudessem ocorrer, foi necessária a participação de voluntários, que dispuseram parte do seu tempo e trabalho. E é sobre esse ato dignificante que a arquiteta Taciana Feitosa, voluntária há oito anos do IAV, comenta. “Quando nos dispomos a fazer algo pelo outro, sempre ganhamos mais do que damos. Não tenho palavras para descrever o sentimento de gratidão que tenho por ser voluntária do IAV. Se todo mundo pudesse dispor um pouco do seu tempo para ajudar alguém, poderíamos mudar muita coisa no mundo. Com esse trabalho aprendemos que nossos problemas não são nada em relação aos que algumas pessoas enfrentam diariamente. O importante é sorrir sempre”.

IAV - Instituto Arthur Vinicíus | Ajuda crianças portadoras da Mielomeningocele, uma deficiência congênita que afeta a espinha dorsal. Mediante 10 escritórios, o ambiente de 60m² teve o seu banheiro, consultório psicológico, escritório administrativo e terraço totalmente reestruturados. Esse último se transformou em uma loja para bazar que vai ajudar o IAV a arrecadar fundos. Ao todo são 100 crianças inscritas e 40 que vem sendo atendidas diariamente.

Quando nos dispomos a fazer algo pelo outro, sempre ganhamos mais do que damos Taciana Feitosa Novo Jeito - Mais Vida www.novojeito.com.br | www.facebook.com/novojeito AMAR - www.facebook.com/AmarAliancadeMaeseFamiliasRaras IAV - www.facebook.com/instituto.arthurvinicius Lar Rejane Marques - www.facebook.com/larrejanemarques Novo Rumo - www.facebook.com/associacaonovorumo 182

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ARQUITETURA | DECORAÇÃO | DESIGN | ARTE

ANO XVI | Nº 102

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