18.06 – 24.07.2016
A fotografia é uma forma de ficção. É, ao mesmo tempo, um registro da realidade e um autorretrato, porque só o fotógrafo vê aquilo daquela maneira. Gérard Castello-Lopes Na quinta edição do Maio Fotografia no MIS, o fotógrafo é nosso foco. Estamos, portanto, falando do olhar único do fotógrafo, sensível ao entorno e atento aos instantes inusitados e fugazes, previstos ou imprevistos. Desse olhar que está por trás das câmeras e que mira os personagens ou cenas que ficam diante delas e, claro, que se volta a você, público, cujo olhar vê, interpreta, rememora e cria infinitos significados para cada fotografia existente. O fotógrafo pode, por meio de sua fotografia, ironizar os costumes da sociedade contemporânea, retratar uma Amazônia que agoniza e resiste diante do “progresso”, mostrar o cotidiano e as práticas culturais do vale do Ribeira ou propor uma contemplação do mistério das cenas iluminadas pela lua cheia. Seriam fotografias artísticas, documentais, históricas, antropológicas, jornalísticas, ensaísticas? Muitas vezes, para entender, achamos que precisamos classificar, como fez Aristóteles lá nos idos da filosofia. Mas Henri Cartier-Bresson já falou que “fotografar é colocar na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração”. Propomos, então, na nova edição deste programa que abre todas as portas do MIS para essa mídia que está aqui, ali e acolá, uma leitura aberta, que carrega potencialmente todas as leituras possíveis. Uma mescla das fronteiras do real e do ficcional. Um universo contemporâneo que fala de muitos modos sobre muitas coisas. Martin Parr, Jorge Bodanzky, André Conti e um grupo de fotógrafos do MIS que formou a primeira coleção do Museu apresentam seus olhares ao seu olhar. Nesta publicação, você pode percorrer as quatro exposições que compõem o Maio Fotografia no MIS 2016, por meio de uma seleção especial de fotografias que integraram as mostras, além de fotos dos espaços expositivos e todos os textos curatoriais e críticos. Desfrutem. André Sturm Diretor Executivo e Curador Geral do MIS
MARTIN PARR
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JORGE BODANZKY
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ACERVO MIS
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NOVA FOTOGRAFIA 2016
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PARRTIFICIAL
NO MEIO DO RIO, ENTRE AS ÁRVORES A AMAZÔNIA DE JORGE BODANZKY
PRIMEIRAS MIS SÕES
ANDRÉ CONTI VERTENTES: ESPAÇO DE DENTRO
MARTIN PARR PARRTIFICIAL
Curadoria Iatã Cannabrava
O fator fundamental que estou constantemente explorando é a diferença entre a mitologia do lugar e a realidade do mesmo […] faço fotografia séria disfarçada de entretenimento. É parte do meu mantra. É assim que o britânico Martin Parr, um dos fotógrafos contemporâneos mais influentes do mundo desde o final dos anos 1990, certa vez definiu a fotografia que faz. Como uma espécie de contador Geiger, sua obra parece conseguir detectar os traços de radiação da artificialidade do mundo atual, e fica evidente em PARRTIFICIAL, primeira retrospectiva do fotógrafo no Brasil, que, mais que qualquer outro fotógrafo, Parr leva extremamente a sério o humor – derivado da tradicional ironia britânica e única salvação para a atrofia moral do dia a dia, segundo ele mesmo – para construir um discurso mordaz e provocador. Membro da mítica agência e cooperativa Magnum Photos desde 1994, não é nenhum exagero afirmar que estamos diante de um dos maiores críticos da sociedade contemporânea, que apresenta ao espectador, através de suas fotografias, um mundo de consumismo delirante e fútil, banal e quase sem sentido – ou seja, nosso mundo real. Além da obra de Parr, a exposição também apresenta um importante aspecto da vida do fotógrafo: a paixão pelos Fotolivros. Martin Parr é um personagem que parece incansável: curador, editor, pesquisador, gestor cultural e professor, mas, além de tudo isso, é um sério colecionador e o mais ardoroso defensor dos Fotolivros de que se tem conhecimento, tendo sido, na última década, um dos grandes responsáveis pelo renovado interesse no formato, tanto por parte dos fotógrafos quanto por parte do público. A partir de agora, você passeará por um recorte da obra de Martin Parr dividido em distritos: SELF-PARRTRAIT, BOOKSHOP, WE LOVE BRITAIN, BORED COUPLES, PARR’S LABYRINTH, LIFE’S A BEACH e MARTIN SQUARE. Se, nesse passeio, alguma coisa parecer um tanto inverossímil ou artificial para você, talvez um olhar mais atento ao seu redor – e ao que você faz, ao que você veste, ao que você come – possa lhe revelar que a absurdez do mundo está tão entranhada em nosso cotidiano que deixamos de nos dar conta de que somos parte dela. Iatã Cannabrava
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Martin Parr é um dos fotógrafos documentais mais famosos de sua geração. Com mais de noventa livros de sua própria autoria publicados, e outros trinta editados por ele, já estabeleceu seu legado fotográfico. Parr também trabalha como curador e editor. Já foi o curador de dois festivais de fotografia – Arles (França), em 2004; e a Bienal de Brighton (Inglaterra), em 2010. Mais recentemente, foi curador da exposição Strange and Familiar [Estranho e familiar], no Centro Barbican, em Londres. É integrante da agência Magnum Photos desde 1994 e, atualmente, ocupa a posição de presidente da associação. Em 2013, foi nomeado professor visitante de fotografia da Universidade de Ulster (Irlanda do Norte). Seu trabalho integra coleções de muitos dos museus mais importantes – da galeria Tate (Londres) ao Centro Pompidou (Paris), passando pelo MoMA (Nova York).
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MÊxico, 2003 Mexico, 2003 Š Martin Parr / Magnum Photos / Galeria Lume
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Banquete de posse do prefeito de Todmorden, Todmorden, West Yorkshire, Inglaterra, 1977 Mayor of Todmorden’s inaugural banquet, Todmorden, West Yorkshire, England, 1977 Š Martin Parr / Magnum Photos / Galeria Lume
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New Brighton, Inglaterra, 1983-85 New Brighton, England, 1983–85 Š Martin Parr / Magnum Photos / Galeria Lume
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A torre inclinada de Pisa, Pisa, Itålia, 1990 The Leaning Tower of Pisa, Pisa, Italy, 1990 Š Martin Parr / Magnum Photos / Galeria Lume
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Louvre, Paris, França, 2012 Louvre, Paris, France, 2012 © Martin Parr / Magnum Photos / Galeria Lume
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Bandeiras britânicas em feira, Sedlescombe, Inglaterra, 1995-1999 British flags at a fair, Sedlescombe, England, 1995–1999 © Martin Parr / Magnum Photos / Galeria Lume
Miami, Flórida, EUA, 1998 Miami, Florida, USA, 1998 © Martin Parr / Magnum Photos / Galeria Lume
MARTIN SQUARE.
MARTIN SQUARE.
JORGE BODANZKY NO MEIO DO RIO, ENTRE AS ÁRVORES A AMAZÔNIA DE JORGE BODANZKY
Curadoria André Sturm e Thyago Nogueira
Figura de proa do cinema nacional, Jorge Bodanzky aproximou-se da Amazônia pela primeira vez em 1968. Trabalhava como repórter fotográfico da revista Realidade, publicação mensal, lançada dois anos antes, que unia craques do jornalismo em torno de pautas ousadas até para os padrões atuais. A reportagem sobre a circulação de dinheiro falso ao longo da rodovia Belém-Brasília não chegou a ser publicada, mas a viagem rendeu belas fotos e o esboço de um filme. Nascia Iracema, uma transa amazônica (1974), seu longa-metragem mais conhecido e uma espécie de declaração de princípios daquilo que Bodanzky desenvolveria dali em diante. Navegando com originalidade entre o documentário e a ficção, e contando com a participação de atores profissionais e pessoas comuns, o cineasta acompanha a rotina de um caminhoneiro e de uma prostituta ao mesmo tempo em que constrói uma crítica contundente ao modelo de desenvolvimento promovido no país. Ao longo dos quarenta anos seguintes, Bodanzky apontou suas câmeras para a Amazônia inúmeras vezes, dando forma a uma produção que tem como tônica o drama humano, o interesse pelos conflitos econômicos e sociais, a naturalidade formal, que aproxima o espectador do objeto enfocado, e um talento ímpar para extrair, do microcosmo cotidiano, uma reflexão política profunda. A exposição No meio do rio, entre as árvores reúne vários momentos da produção fotográfica e cinematográfica de Bodanzky desenvolvida em torno da Amazônia, do final dos anos 1960 até hoje. Munido de um espírito aventureiro e de uma câmera que narra ao mesmo tempo em que descobre, Bodanzky nos apresenta a figuras delirantes, como o senador Evandro Carreira, de O terceiro milênio; a mentes iluminadas, como o antropólogo Claude Lévi-Strauss, em A propósito de Tristes Trópicos; a projetos faraônicos e controversos, como o do rio Jari; e até mesmo a índios de primeiro contato, como os que flecham o avião em um dos raros super-8, ou aos rostos anônimos e curiosos que fotografou pelo caminho. Vistos em conjunto, esses longas e médias-metragens, vídeos, super-8 e fotografias compõem um prisma multifacetado que reflete os encantos e os conflitos dessa região do país − conflitos esses que, em sua maioria, permanecem tristemente atuais. Thyago Nogueira
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Jorge Bodanzky (1942) nasceu em São Paulo. Na juventude, frequentou o curso de introdução ao documentário ministrado no Teatro de Arena por professores como Paulo Emílio Salles Gomes, Jean-Claude Bernardet, Maurice Capovilla e Roberto Santos. Durante o curso, assistiu a Aruanda (1960), filme do paraibano Linduarte Noronha, que considera o “marco zero de minha decisão de fazer cinema”. Mudou-se para Brasília em 1963 e ingressou no curso de arquitetura da UnB. Lá, iniciou-se na fotografia, incentivado pelos professores Amelia Toledo e Athos Bulcão. Com o fotógrafo Luís Humberto, montou o primeiro laboratório fotográfico da Universidade, mas foi obrigado a deixar Brasília em 1965 pelo golpe militar. De volta a São Paulo, trabalhou na revista Manchete e no Jornal da Tarde, antes de deixar o país para estudar cinema na Escola Superior de Design de Ulm, na Alemanha, com o diretor Alexander Kluge. Regressou ao Brasil em 1967 para fotografar O profeta da fome, filme de Maurice Capovilla. Nos anos seguintes, trabalhou como fotógrafo das revistas Iris e Realidade, como câmera para TVs estrangeiras e em filmes de Carlos Reichenbach, José Agripino de Paula, Antunes Filho, João Batista de Andrade e Hector Babenco. Em 1968, expôs fotografias na Galeria Astreia, ao lado de Fernando Lemos, George Torok e José Xavier, e fez sua primeira viagem à Amazônia. Estreou como diretor de cinema em 1974, com Iracema, uma transa amazônica. A repercussão internacional do filme, proibido no Brasil até 1980, inclinaria a balança em direção à carreira de cineasta. Deu aulas de iluminação e câmera na Escola de Comunicações e Artes, da USP, na Unicamp e na Fundação Armando Alvares Penteado, em São Paulo, nos anos 1970, época em que abraçou o super-8. Bodanzky dirigiu também Caminhos de Valderez (1974), Gitirana (1975), Os Mucker (1979), Pandemonium (2010), No meio do rio, entre as árvores (2010), entre outros. Atualmente, trabalha em uma série documental sobre a rodovia Transamazônica. Seu acervo de fotografias e filmes em super-8 integra a coleção do Instituto Moreira Salles.
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Jorge Bodanzky nas filmagens de Iracema, uma transa amazĂ´nica, 1974 Jorge Bodanzky on the set of Iracema, uma transa amazĂ´nica [Iracema, an amazonian affair], 1974 Acervo Instituto Moreira Salles
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PREPARAÇÃO PARA A FILMAGEM DE Iracema, uma transa amazônica, 1974 PREPARING FOR SHOOTING Iracema, uma transa amazônica [Iracema, an Amazonian affair], 1974 © Jorge Bodanzky / Acervo Instituto Moreira Salles
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PICO DA NEBLINA, 1986 © JORGE BODANZKY / ACERVO INSTITUTO MOREIRA SALLES
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Fotos tiradas durante reportagem para a revista Realidade em Belém, Pará, 1968 Photos taken during coverage for Realidade magazine in Belém, Pará State, 1968 © Jorge Bodanzky / Acervo Instituto Moreira Salles
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Os Zuruahã [The Zuruahã], 2005 © Jorge Bodanzky / Acervo Instituto Moreira Salles
ACERVO MIS
PRIMEIRAS MIS SÕES Curadoria André Sturm e Patricia Lira
O MIS iniciou suas atividades no começo da década de 1970, tendo como um de seus objetivos registrar em imagem e som aspectos da vida cultural e social daquele momento. Dentro dessa perspectiva, o primeiro projeto de pesquisa a ser realizado, com um viés assumidamente antropológico, buscou documentar o cotidiano e as práticas culturais do vale do Ribeira. Região localizada ao sul do estado de São Paulo, e que se estende por mais de 17 mil km², ocupando uma área com 31 municípios junto à bacia hidrográfica do rio Ribeira de Iguape, o vale do Ribeira é uma das áreas de ocupação mais antiga de todo o território brasileiro, sendo que os relatos sobre as primeiras povoações se referem ao ano de 1502. No que diz respeito à economia e ao urbanismo, a região teve, em Iguape, seu principal polo, graças a um ciclo de mineração ocorrido no século 17, e às atividades agroexportadoras realizadas através de dois portos localizados na cidade, durante o século 19 e início do 20, e que transformaram Iguape em uma das mais ricas cidades do sul do país. Porém, após esses períodos de apogeu, a região ficou fadada a um relativo isolamento em relação ao restante do estado, isolamento esse que, apesar de suas consequências econômicas, propiciou características singulares, principalmente no que diz respeito à cultura local. O baixo crescimento econômico levou o Governo do Estado de São Paulo, pela Superintendência de Desenvolvimento do Litoral Paulista (Sudelpa), a executar um projeto desenvolvimentista para o litoral de São Paulo, incluindo o vale do Ribeira, que se iniciou em meados dos anos 1970. Como se acreditava que as ações da Sudelpa trariam um grande impacto no modo de vida das populações, entre 1972 e 1973, pesquisadores, jovens fotógrafos e cineastas contratados pelo MIS fizeram diversas viagens ao vale do Ribeira para registrar a realidade sociocultural da região, antes da implantação do projeto governamental. A pesquisa do MIS dividiu-se em dois momentos: em 1972, foi produzido o estudo fotográfico Vale do Ribeira – Panorama 72; e, em 1973, o Levantamento do folclore da região do vale do Ribeira, quando foram realizados registros em áudio, filme e fotografia. O objetivo inicial foi realizar um amplo registro fotográfico da região – um Panorama. Nessa etapa, foram visitados diversos municípios e distritos, e documentadas atividades como comércio, indústria e mineração, além das paisagens urbanas e rurais, e a relação do homem com o rio e o mar.
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Após o primeiro contato, a equipe do MIS voltou ao vale do Ribeira com um foco específico: documentar as manifestações culturais e artísticas. Música, dança, artesanato e festividades religiosas foram fotografados e gravados; conversas informais, sons captados nas ruas, os saberes e fazeres dos moradores das diversas cidades do vale foram registrados, bem como os atos cotidianos do entrelaçar a palha, do moldar o barro, do tocar a viola e do bate-papo no bar. A exposição PRIMEIRAS MISSÕES segue justamente o percurso traçado pela antiga equipe do MIS, e traz ao público dois retratos: o primeiro projeto desenvolvido pelo MIS, que pautou durante algum tempo a formação do acervo do Museu, e a realidade do vale do Ribeira do início dos anos 1970. André Sturm e Patricia Lira
Equipe Vale do Ribeira – Panorama 72: Denise Abrantes Banho, Eduardo Pagotto, Gabriel Bonduki, João Sócrates de Oliveira, Marcos Maia, Plácido de Campos Jr., Roberto Sabey, Roman Stulbach e Silvia Regina Bahiense. Equipe Levantamento do folclore da região do vale do Ribeira, 1973: Aloysio Raulino, Eduardo Alberto Escalante, João Sócrates de Oliveira, Luna Alkalay, Mário Masetti, Plácido de Campos Jr. e Walter Luis Rogério.
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Vista noturna Nightly view Eldorado, 1973 Aloysio Raulino
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Avenida Prefeito Jonas Banks Leite Prefeito Jonas Banks Leite Avenue Registro, 1973 Plรกcido de Campos Jr.
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Ana Pereira, artesã Ana Pereira, artisan Bairro de Jairé − Iguape, 1973 Jairé District − Iguape, 1973 Plácido de Campos Jr.
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Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, procissão Our Lady of the Navigators’ feast, procession Cananeia, 1973 Aloysio Raulino
Atracadouro Docks Cananeia, 1972 Denise Abrantes Banho
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NOVA FOTOGRAFIA 2016 ANDRÉ CONTI VERTENTES: ESPAÇO DE DENTRO Sentidos de um agora É hora de deixarmos de nos preocupar em impor compromissos à fotografia […] e entendermos, finalmente, que sua verdadeira importância está na possibilidade de ser usada como um meio para compreendermos a vida. Luis Humberto, fotógrafo, em artigo na revista Iris (1981).
A Fotografia sempre acompanha, encoraja e descampa. Nesse caminho, documentar o que é visto, muitas vezes, se torna a busca pelo que passou ou ficou desapercebido na memória. As lembranças e vestígios tornam-se recorrências durante o fotografar. O MIS iniciou suas atividades no começo da década de 1970, tendo como um de seus Quem nunca se atiçou pela parede manchada? Pela cadeira largada num canto da sala? objetivos registrar em imagem e som aspectos da vida cultural e social daquele momento. Dentro dessa o primeiro projeto de pesquisa ser passou realizado, A Fotografia sempre fazperspectiva, pensar, raciocinar e vislumbrar. O tempo aque se com um viés assumidamente antropológico, buscou documentar o cotidiano e as converte em imagens atuais. Cenas ordinárias, habituais, do cotidiano. Porém, práticas culturais do valelivres do Ribeira. metafóricas, alegóricas, no percurso do imaginário. Não importa o que é visto. A busca se faz pelo que é experimentado. Muito mais que memórias, são sentidos de Região localizada sul do estado de São Paulo, e que se estende por mais de 17 mil um agora, de uma ao vivência. km², ocupando uma área com 31 municípios junto à bacia hidrográfica do rio Ribeira de A Fotografia embaralha, sobre a mesa, indica Iguape, o valetambém do Ribeira é uma dascomplica, áreas de problematiza. ocupação maisPosta antiga de todo o território e fica impregnada de os respostas. Mostra-se e pega povoações na mão do se fotógrafo, autor. brasileiro, sendo que relatos sobre as primeiras referem seu ao ano de Enreda-nos e conduz para àoutros mundos sensações.aPor entre tudoem isso, o ensaio 1502. No que diz respeito economia e aoeurbanismo, região teve, Iguape, seu Vertentes:polo, espaço de dentro – dode fotógrafo André Contino – desloca-se, atalhos e principal graças a um ciclo mineração ocorrido século 17, e faz às atividades cruza caminhos. realizadas através de dois portos localizados na cidade, durante o agroexportadoras século 19 e início do 20, e que transformaram Iguape em uma das mais ricas cidades Ao tentar inventariar um espaço territorial que o acompanha desde a infância do sul do país. Porém, após esses períodos de apogeu, a região ficou fadada a um (carregada de mistérios), Conti se arma com alguns aparatos: imagens noturnas relativo isolamento em relação ao restante do estado, isolamento esse que, apesar de com longas exposições e a lua cheia como companheira. O artista propõe um ensaio suas consequências econômicas, propiciou características singulares, principalmente que é puro chamamento para contemplarmos aquilo que poderia ser tomado como no que diz respeito à cultura local. experiência de sentidos. O baixo crescimento econômico levou o Governo do Estado de São Paulo, pela Alexandre Belém/Olhavê Superintendência de Desenvolvimento do Litoral Paulista (Sudelpa), a executar um
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André Conti, fotógrafo, vive e trabalha em São Paulo. Formado em hotelaria pela UCS em 1995, cursou fotografia no Senac-SP. Em sua pesquisa autoral, trabalha temas relacionados ao tempo, ao passado e à memória. Vem participando de grupos de estudos de arte e de fotografia desde 2000. Entre 1996 e 2003, trabalhou como assistente de fotografia e fotógrafo em agências e estúdios. A partir de 2004, passa a trabalhar como fotógrafo free-lancer, atuando nos mercados editorial e institucional. Participa de exposições coletivas desde 2001. Essa exposição foi uma das seis selecionadas pelo programa anual Nova Fotografia, que abre espaço permanente para mostras individuais de novos artistas, escolhidos por meio de convocatória
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Sem TĂtulo, 2015 Untitled, 2015
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May Photography at MIS 2016 General Curator André Sturm MARTIN PARR PARRTIFICIAL JORGE BODANZKY NO MEIO DO RIO, ENTRE AS ÁRVORES A AMAZÔNIA DE JORGE BODANZKY [IN THE MIDDLE OF THE RIVER, AMONG THE TREES – JORGE BODANZKY’S AMAZON] ACERVO MIS PRIMEIRAS MISSÕES [MIS COLLECTION PRIMARY MISSIONS] NOVA FOTOGRAFIA 2016 ANDRÉ CONTI VERTENTES: ESPAÇO DE DENTRO [NEW PHOTOGRAPHY 2016 SLOPES: INSIDE SPACES]
A photograph is a form of fiction. It is at once record of a reality and self-portrait, as the photographer is the only one who sees that in that way. Gérard Castello-Lopes On this fifth edition of Maio Fotografia no MIS [May Photography at MIS], photographers are our focus. We are, therefore, talking about the unique gaze of photographers, sensitive to their surroundings and to unforeseen, transient instants, both expected and unexpected. We are talking about the eyes behind the camera, focusing on characters or scenes that are before them and which, of course, turn to you, the viewer, whose gaze sees, interprets, remembers, and creates myriad meanings for each existing photograph. Photographers can, through their photos, show the irony in contemporary society’s customs, portray the Amazon that struggles and resists “progress,” depict daily life and cultural practices at the Ribeira Valley, or propose contemplation of the mystery in scenes illuminated by the full moon. Would these photos be artistic, documental, historical, anthropological, journalistic, essayistic? Often, to understand this, we believe we must classify as Aristotle did in the early days of philosophy. However, Henri Cartier-Bresson has said that “To photograph is to put on the same line of sight the head, the eye, and the heart.”
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We propose, therefore, on the new edition of this program that opens all of MIS’s doors to this medium that is here, there, and everywhere, an open reading, potentially encompassing all possible readings. A mix of real and fictional boundaries. A contemporary universe that discusses many things in many different ways. Martin Parr, Jorge Bodanzky, André Conti, and a group of MIS photographers who shaped the Museum’s first collection present their views to your view. In this publication, you will be able to take a look at the four exhibitions that comprise Maio Fotografia no MIS 2016 through a unique selection of photographs that were part of each show, as well as pictures from the exhibition venue and all curatorial and critical essays. Enjoy. André Sturm Executive Director and General Curator, MIS
MARTIN PARR PARRTIFICIAL Curated by Iatã Cannabrava The fundamental thing I’m exploring constantly is the difference between the mythology of the place and the reality of it.… I make serious photographs disguised as entertainment. That’s part of my mantra. This is how British photographer Martin Parr, one of the world’s most influential contemporary photographers since the late 1990s, once defined the photography he produces. Just like some Geiger counter of sorts, his work seems to be able to detect traces of radiation of artificiality in today’s world, and it is evident in PARRTIFICIAL, the photographer’s first retrospective in Brazil, that, more than any other photographer, Parr takes humor very seriously—derived from traditional British irony and the sole salvation to every day’s moral atrophy, according to him—and constructs a sharp, provocative discourse. Member of the mythical Magnum Photos agency and coop since 1994, it is no overstatement to affirm that we are in the face of one of the greatest critics of contemporary society, who presents to viewers, through his photos, a world of frantic, futile, dull, and almost void of meaning consumerism— that is, our real world. Besides Parr’s work, this exhibition also presents a crucial aspect of the photographer’s life: his passion for Photobooks. Martin Parr is a character who looks like he’s untiring: curator, editor,
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researcher, cultural manager, and professor but, beyond all that, he is a serious collector and the most passionate advocate of Photobooks that we know, having been, over the past decade, one of the people who were responsible for arousing a new interest in this format, by both photographers and public. From now on, you will be immersed in a sample of Martin Parr’s work, divided into seven different districts: SELF-PARRTRAIT, BOOKSHOP, WE LOVE BRITAIN, BORED COUPLES, PARR’S LABYRINTH, LIFE’S A BEACH, and MARTIN SQUARE. If during this stroll anything seems quite unreal or artificial, maybe if you look around, paying a little more attention—to what you do, what you wear, what you eat—you can have the revelation that the world’s absurdity is so entangled in our day to day that we cease to realize we are part of it. Iatã Cannabrava
Martin Parr is one of the best-known documentary photographers of his generation. With over ninety books of his own published, and another thirty edited by him, his photographic legacy is already established. Parr also acts as a curator and editor. He has curated two photography festivals, Arles (France) in 2004 and Brighton Biennial (UK) in 2010. More recently, he curated the Barbican exhibition Strange and Familiar, in London. Parr has been a member of the Magnum Photos agency since 1994 and is currently the president. In 2013, he was appointed the visiting professor of photography at the University of Ulster (Northern Ireland). Parr’s work has been collected by many of the major museums, from the Tate (London) and the Pompidou (Paris), to the Museum of Modern Art in New York.
JORGE BODANZKY NO MEIO DO RIO, ENTRE AS ÁRVORES A AMAZÔNIA DE JORGE BODANZKY [IN THE MIDDLE OF THE RIVER, AMONG THE TREES – JORGE BODANZKY’S AMAZON] Curated by André Sturm and Thyago Nogueira An exponent of Brazilian cinema, Jorge Bodanzky got close to the Amazon for the first time in 1968. He was working as photo-reporter for Realidade magazine, a monthly publication launched two years previously, gathering journalism experts around bold stories, even for today’s standards. His article about fake money circulating through the Belém-Brasília highway was never published, but the journey yielded beautiful images and sketches for a film. Thus was born Iracema, uma transa amazônica [Iracema, an Amazonian affair, 1974], his most well-known feature and a declaration of sorts of the principles that Bodanzky would develop from then on. Navigating with originality between documentary and fiction, and having both professional actors and ordinary people in the cast, the filmmaker follows the daily life of a truck driver and a prostitute while at the same time presenting fierce criticism to the development model conducted in the country.
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Throughout the next forty years, Bodanzky pointed his cameras to the Amazon countless times, shaping a production body fueled by human drama, interest in economic and social conflicts, a formal simplicity that brings viewers close to the object of focus, and unique talent to extract from the everyday microcosm profound political reflections. The exhibition No meio do Rio, entre as árvores gathers many different moments of Bodanzky’s photographic and cinematographic production developed around the Amazon, from the late 1960s to this day. Armed with his adventurous spirit and a camera that narrates and discovers at the same time, Bodanzky introduces us to delirious characters such as Senator Evandro Carreira in O terceiro milênio [The third millennium]; to enlightened minds such as anthropologist Claude Lévi-Strauss in A propósito de Tristes Trópicos [Regarding Sad Tropics]; to pharaonic and controversial projects such as that of Jari River; and even to Native peoples on their very first contact, like those who threw arrows at the airplane on a rare Super-8, or to the anonymous, curious faces he portrayed along the way. Seeing as a set, those feature and middle-length films, videos, Super-8 movies, and photographs compose a multifaceted prism reflecting the charms and conflicts in that area of the country—conflicts that, for the most part, sadly, are still current. THYAGO NOGUEIRA
Jorge Bodanzky (1942) was born in São Paulo. In his youth, he attended an introduction-to-thedocumentary course at Teatro de Arena, taught by teachers such as Paulo Emílio Salles Gomes, Jean-Claude Bernardet, Maurice Capovilla, and Roberto Santos. During that course, he watched Aruanda (1960), a film by Linduarte Noronha, from Paraíba State, which he considers the “ground zero of my decision to make movies.” He moved to Brasília in 1963 and enrolled in the Architecture School at the Brasília University. That is where he started to work with photography, encouraged by professors Amelia Toledo and Athos Bulcão. With photographer Luís Humberto, he put together the university’s first photography lab but had to leave Brasília in 1965 due to the military coup. Back to São Paulo, he worked for Manchete magazine and Jornal da Tarde daily before he left the country to study cinema at the Ulm School of Design, Germany, under director Alexander Kluge. He came back to Brazil in 1967 to do the cinematography for The Prophet of Hunger, a movie by Maurice Capovilla. In the following years, he worked as a photographer for Iris and Realidade magazines, as a camera operator for foreign TV channels, and in movies by Carlos Reichenbach, José Agripino de Paula, Antunes Filho, João Batista de Andrade, and Hector Babenco. In 1968, he exhibited photographs at Astreia gallery alongside Fernando Lemos, George Torok, and José Xavier, and traveled to the Amazon for the first time. He debuted as a filmmaker in 1974, with Iracema, uma transa amazônica [Iracema, an Amazonian affair]. The feature’s international repercussion, banned in Brazil until 1980, would make the scales lean towards a filmmaking career. He taught light and camera at the School of Communications and Arts at the University of São Paulo (USP), at the University of Campinas (UNICAMP), and at the Armando Alvares Penteado Foundation in São Paulo, in the 1970s, when he adopted Super-8. Bodanzky also directed Caminhos de Valderez [Valderez’s paths, 1974], Gitirana (1975), Os Mucker (1979), Pandemonium (2010), and No meio do rio, entre as árvores [In the middle of the river, among the trees, 2010], among other titles. Currently, he is working on a
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documentary series about the Transamazônica Highway. His photographs and Super-8 films are part of the Instituto Moreira Salles collection.
ACERVO MIS
PRIMEIRAS MISSÕES [MIS COLLECTION PRIMARY MISSIONS] Curated by André Sturm and Patricia Lira MIS started its activities in the early 1970s, having as one of its aims to keep sound and image records of aspects of cultural and social life at the time. Within this perspective, the first research project to be accomplished, with a firm anthropologic take, sought to document everyday life and cultural practices in the Ribeira de Iguape River Valley. A site located in southern São Paulo State covering over sixty-five hundred square miles, occupying an area comprising thirty-one municipalities next to the hydrographic basin of the Ribeira de Iguape River, the Ribeira Valley is among the regions that were first settled in the whole of the Brazilian territory, with the earliest reports of settling dating back to 1502. Regarding the region’s economy and urbanism, the town of Iguape is its main center, thanks to a mining cycle occurring in the 17th century and to agricultural-export activities conducted through two ports located in the city during the 19th and the early 20th centuries, which turned Iguape into one of the wealthiest cities in the country’s south. However, after these apogee periods, the region suffered relative isolation in regards to the rest of the state, an isolation that, despite its economic consequences, led to unique characteristics, particularly regarding local culture. Slow economic growth prompted the São Paulo State Administration, through the Superintendência de Desenvolvimento do Litoral Paulista (SUDELPA – Superintendence of Development of the São Paulo State Coastal Area), to put into action a development project for the São Paulo State coastal area, including the Ribeira Valley, a project that started in the mid-1970s. As it was believed that the Sudelpa actions would significantly influence the populations’ way of life, between 1972 and 1973, researchers, young photographers, and filmmakers commissioned by MIS repeatedly traveled to the Ribeira Valley to record the sociocultural reality in the area before the government project was put in effect. MIS’s research was divided into two different moments: in 1972, the Vale do Ribeira – Panorama 72 [Ribeira Valley – ’72 panorama] study was produced; and then, in 1973, there was the Levantamento do folclore da região do vale do Ribeira [Folklore survey of the Ribeira Valley region], when audio, film, and photo records were made. The primary aim was to prepare an extensive photographic record of the area—a Panorama. In that stage, many diverse municipalities and districts were visited to document activities such as trade, industry, and mining, in addition to city and rural landscapes, as well as the relation of man to the river and the ocean. After initial contact, the MIS team went back to the Ribeira Valley with a particular focus: to document
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cultural and artistic manifestations. Music, dance, craft, and religious feasts were photographed and recorded; informal conversations, sounds collected on the streets, knowledge and practices of the dwellers of the many towns in the valley were recorded, as well as everyday activities such as weaving straw, molding clay, playing the guitar, and chatting on bars. The PRIMEIRAS MISSÕES exhibition follows the path outlined by that first team at MIS, bringing to public two different portraits: MIS’s very first project, which, for a period, determined the Museum’s collection choices, and the reality at the Ribeira Valley in the early 1970s. André Sturm and Patricia Lira
Vale do Ribeira – Panorama 72 team: Denise Abrantes Banho, Eduardo Pagotto, Gabriel Bonduki, João Sócrates de Oliveira, Marcos Maia, Plácido de Campos Jr., Roberto Sabey, Roman Stulbach, and Silvia Regina Bahiense. Levantamento do folclore da região do vale do Ribeira team, 1973: Aloysio Raulino, Eduardo Alberto Escalante, João Sócrates de Oliveira, Luna Alkalay, Mário Masetti, Plácido de Campos Jr., and Walter Luis Rogério.
NOVA FOTOGRAFIA 2016 ANDRÉ CONTI VERTENTES: ESPAÇO DE DENTRO [NEW PHOTOGRAPHY 2016 SLOPES: INSIDE SPACES]
Meanings of a Now It is time we stop worrying about imposing commitments to photography … and understand, finally, that its real meaning is in its possibility of being used as means to understand life. Luis Humberto, photographer, on an article in Iris magazine (1981). Photography always accompanies, encourages, and runs along. In that path, to document what one sees often becomes a search for what now is past or has become unperceived in our memory. Recollections and traces become recurrences in the process of photographing. Who has never been stirred by a tainted wall? By a chair left on a corner of a room? Photography always makes us think, reason, and conjecture. The time that has passed is converted into current images. Mundane, routine, everyday scenes. However metaphorical, allegoric, free
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roaming in the path of one’s imagination. What is seen does not matter. The search takes place through that which is experienced. Much more than memories, they are sensations of a now, of an experience. Photography also shuffles, complicates, brings out problems. When put on a table, it indicates and infuses itself with answers. It shows itself and takes the photographer, its author, by the hand. It involves us and leads us to different worlds and sensations. Amid all that, photographer André Conti’s essay Vertentes: espaço de dentro [Slopes: inside spaces] dislocates itself, creates shortcuts, and crosses paths. By trying to take inventory of a territorial space that has been close to him since childhood (dense with mystery), Conti arms himself with a few devices: nightly images with slow exposition and the full moon as a partner. He proposes an essay that is a clear call for us to contemplate that which could be taken as an experience of the senses. Alexandre Belém/Olhavê
Photographer André Conti lives and works in São Paulo. Having graduated in hospitality by UCS in 1995, he also studied photography at Senac-SP. In his authorial research, Conti works with themes related to time, to the past, and to memory. Since 2000, he has been taking part in study groups of art and photography. Between 1996 and 2003, Conti worked as assistant photographer and photographer at agencies and studios. From 2004 onwards, he started to work as freelancer photographer for publications and companies. He has been taking part in collective shows since 2001. This exhibition was one among six selected by the annual program Nova Fotografia, which opens permanent space for solo shows by new artists selected through bids.
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CRÉDITOS CREDITS
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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
MUSEU DA IMAGEM E DO SOM
Governador do Estado de São Paulo São Paulo Governor of the State
Diretor Executivo e Curador Geral
Geraldo Alckmin
André Sturm
Secretário de Estado da Cultura Head of São Paulo State Secretary of Culture
Marcelo Mattos Araujo Coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico Coordinator of the Museum Heritage Conservation
Executive Director and General Curator
Diretor Administrativo-Financeiro Administration-Finance Director
Jacques Kann Assessora da Diretoria Executiva Executive Director’s Adviser
Solange Moscato
Division
Renata Vieira da Motta
Assistente Assistant
Mônica Domiciano
PAÇO DAS ARTES ORGANIZAÇÃO SOCIAL DE CULTURA
Assistentes da Diretoria Executiva
Conselho de Administração
Secretária da Diretoria Executiva
Administration Board
Executive Director’s Secretary
Executive Director’s Assistants
Mayara de Paula, Thássia Moro
Mayara Mastelari Presidente Chairman
Antônio Hermann
Secretária da Diretoria Administrativo-Financeira Administration-Finance Director’s Secretary
Kerla Tamiris Vice-Presidente Vice Chairman
James Sinclair
CEMIS (Centro de Memória e Informação) Memory and Information Center
Conselheiros Board Members
Cecília Ribeiro, Marcello Hallake, Max Perlingeiro, Nilton Guedes, Renata Letícia
Supervisora Supervisor
Patricia Lira Equipe Team
Ana Paula Ferreira, Bárbara de Jesus Casemiro, Christina Ravanelli, Cristina Araújo, Fabiana da Silva Ribeiro, Gildo Rocha, Jeferson Oliveira Magalhães, Jorge D’Angelo de Barros Camargo, Márcia Aparecida de Mattos, Maria Augusta Bortolasi Aranha, Natália Fabrício de Lima, Renata Tsuchiya, Rodrigo Antônio da Silva, Rogéria Cristina Soares Esteves, Rosangela Cinthia Souza Silva
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Núcleo de Comunicação Communication Department
Núcleo de Programação Program Department
Clarissa Janini, Cristiane B. Futagawa
Anne Checoli, Carla Scheidecker Pires,
[Sushi], Marina de Castro Alves, Natália da
Cristiane F. de Almeida, Gabrielle Araújo,
Silva Martins, Natália de Morais Ravagnani,
Marcelo Ramalho, Renan Daniel,
Pedro Sampaio, Renata Forato
Renata Letícia
Núcleo Educativo Educational Department
Núcleo Pontos MIS Pontos MIS Department
Coordenador Coordinator
Supervisora Supervisor
Guilherme Pacheco
Patricia Oliveira
Equipe Team
Equipe Team
Carolina Pelizzuda, Jessica Brito da Silva,
Priscila Cunha de Oliveira Santos, Silmara
Lais Garcia Rocha, Liana das Neves Teixeira,
Marques da Silva, Toni Hermann
Vanessa Ferreira da Silva,Yule Liberati Barbosa
Núcleo Audiovisual Audiovisual Center
André Pacano, Bruno Café Sforcin, Diego Núcleo LABMIS LABMIS Department
Valverde, Eric Jeferson de Oliveira Campos,
Carolina Vanso França, Cristiane Amaral,
João Rabello, Letícia Godoy, Wilson Guedes
Cristina Neves
de Araújo
Núcleo de Montagem, Manutenção e Compras
Núcleo de Orientação de Público e Receptivo
Exhibit Installation, Maintenance, and Purchase Department
Coordenador de Manutenção e Compras
Public Guidance and Reception Staff Department
Coordenação de Operações Operations Coordinator
Maintenance and Purchase Coordinator
Fabiana Pinotti
João Ricardo Canhadas Costa
Supervisores Supervisors
Coordenadora de Montagem
Ayaça Castro, Daniele Dantas, Lucas Ribeiro
Exhibit Installation Coordinator
Maria Gonçalves Equipe Compras Purchase Team
Cristina Oliveira Silva, Malani Santos da Silva, Robson Luiz de Jesus Ribeiro Queiroz Equipe Manutenção e Montagem Maintenance and Exhibit Installation Team
Aldo Pinto Rosado Filho, Alexandre Oliveira Rodrigues, Anderson dos Santos Moraes da Silva, Ismael Pereira dos Santos, Moises dos Santos Silva, Renan Leonardo de Jesus, Salvador Febronio da Silva Filho
Orientação de Público Public Guidance
Adriana Veríssimo, Bianka Garcia, Cidy Dionísio, Dafna Pondé, Debora Paneque, Fabíola Cavalcanti, Georgia Ramos, Ícaro San Carlo, Larissa Zampaulo, Lia Lima, Lisa Costa, Maria Sousa, Mauro Matsushita, Renan Carvalho, Victor Lucas
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Administração Administration
MAIO FOTOGRAFIA NO MIS 2016
Gerente Manager
MAY PHOTOGRAPHY AT MIS 2016
Anderson Brito Equipe Team
Curadoria Geral General Curator
Denise Livino C. Borges, Fernanda Caroline
André Sturm
da Silva, Karoline Domingues Bueno, Marcelo Araújo Santana, Wesley
Produção MIS MIS Production
da Silva Fontes
Anne Checoli, Cristiane F. de Almeida, Renata Letícia
Financeiro Finance Department Coordenador Coordinator
Acompanhamento Museológico
Luis Henrique Sartoratti
Museological Oversight
Equipe Team
Ana Paula Ferreira, Christina Ravanelli,
Fernanda Correa dos Santos, Jefferson
Maria Augusta Bortolasi, Rodrigo Antônio
Pereira dos Santos, Sheila Bertucci
da Silva
Departamento Pessoal Personnel Department
Audiovisual MIS MIS Audiovisual
Angélica Diniz, Bruna Passos Silva, Sonia
Bruno Café Sforcin, Diego Valverde, Eric
Maria Gabrieli, Taísa Silva Passos
Jeferson de Oliveira Campos, João Rabello, Letícia Godoy
INFORMÁTICA IT Coordenador Coordinator
Design Gráfico Graphic Design
Douglas Viesa
Lili Chiofolo Design
Equipe Team
Bruna Souza Silva, Leonardo Ribeiro,
Tradução de Textos Translation
Rodrigo Bilescky Rios
Ana Ban Preparação e Revisão de Textos Revision and Proofreading
Regina Stocklen Instalação da Comunicação Visual Visual Communication Setup
Sign Vision, FGE Comunicação Visual
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MARTIN PARR
JORGE BODANZKY
PARRTIFICIAL
NO MEIO DO RIO, ENTRE AS ÁRVORES A AMAZÔNIA DE JORGE BODANZKY
Curadoria Curatorship
Iatã Cannabrava Direção de Arte Art Director
Ekaterina Kholmogorova Assistente de Curadoria Assistant Curator
Marcela Jones
[IN THE MIDDLE OF THE RIVER, AMONG THE TREES – JORGE BODANZKY’S AMAZON] Curadoria Curatorship
André Sturm, Thyago Nogueira Assistentes de Curadoria Assistant Curators
Cristiane F. de Almeida (MIS), Valentina Tong (IMS)
Montagem do Espaço Expográfico Expographic Project Execution
Projeto Expográfico Exhibition Design
Liz Produções e Eventos
Claudia Afonso
Apoio Support
Digitalização, tratamento e impressão das fotografias (IMS) Digitization, Treatment, and Image Printing (IMS)
Coordenação Coordination
Joanna Americano Castilho Assistentes Assistants
Guilherme Guimarães, Thais Berlinsky Estagiária Intern
Carolina Filippo Edição Audiovisual Audio & Video Edition
João Rabello, Letícia Godoy Digitalização de Vídeos Video Digitization
Gildo Rocha, Jeferson Magalhães Correalização IN PARTNERSHIP WITH
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ACERVO MIS
NOVA FOTOGRAFIA 2016
PRIMEIRAS MISSÕES
ANDRÉ CONTI VERTENTES: ESPAÇO DE DENTRO
[MIS COLLECTION PRIMARY MISSIONS] Curadoria Curatorship
André Sturm, Patricia Lira
[NEW PHOTOGRAPHY 2016 SLOPES: INSIDE SPACES] Diretor Executivo e Curador Geral Executive Director and General Curator
André Sturm Curadoras Assistentes Assistant Curators
Anne Checoli, Cristiane F. de Almeida
Produção MIS MIS Production
Anne Checoli Assistente de Pesquisa Research Assistant
Renata Tsuchiya Digitalização de Áudios e Fotografias Audio & Photo Digitization
Gildo Rocha, Jeferson Magalhães
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FICHA EDITORIAL PUBLISHING CREDITS
PROGRAMA +MIS SÓCIOS APOIADORES +MIS PROGRAM
Coordenação Editorial Publishing Coordinator
SUPPORTING MEMBERS
Cristiane B. Futagawa [Sushi]
Cleide Maria Burato, Marcelo Parodi, Priscilla Benvenuti Parodi
Assistentes Editoriais Publishing Assistants
Natália da Silva Martins, Natália de Morais Ravagnani Projeto Gráfico Graphic Project
Lili Chiofolo Design Tradução Translation
Ana Ban Preparação e Revisão de Textos Revision and Proofreading
Regina Stocklen FOTOS PHOTOS
Letícia Godoy / MIS
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_____________________________________________________________________ Maio Fotografia no MIS 2016. André Sturm [curadoria] Cristiane B. Futagawa [coordenação editorial] São Paulo: Museu da Imagem e do Som, 2016. 92 p. Ilustrado.
Publicação editada por ocasião do Maio Fotografia no MIS 2016, realizado no Museu da Imagem e do Som, São Paulo, de 18 de junho a 24 de julho de 2016. Texto bilíngue: português/inglês. Vários autores
ISBN 978-85-63611-17-8
1. Arte – Século XXI – Exposições I. Parr, Martin. Bodanzky, Jorge. Acervo MIS. Conti, André. II. Sturm, André. III. Título
ÍNDICE PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO 1. Arte: Século XXI: Exposições 708
CDD 708 CDU 7.037 _____________________________________________________________________
Formato
Format
170 x 220 mm Capa
Cover
Offset 240 g/m2 Miolo
Pages
Offset 150 g/m2 Tiragem Print Run
1.000 Número de páginas
Pages Count
92 Impresso em junho de 2016 pela GRÁFICA AQUARELA Printed in June 2016 by GRÁFICA AQUARELA
Museu da Imagem e do Som - Av. Europa, 158, Jd. Europa - 01449-000 São Paulo SP T 55 11 2117 4777 - www.mis-sp.org.br