EDIÇÃO Nº 10 BIMESTRAL || SCMG | Mai/Jun | 2011 Gratuito
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA
LAÇOS DE AMOR Uma família ao ser viço da comunidade
Misericórdia de Gaia comemorou 82 anos de vida
ÍNDICE EDITORIAL 82 ANOS DE HISTÓRIA A PALAVRA DOS UTENTES O QUE ACONTECEU
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Festa de S. João juntou os lares sociais no Lar Salvador Brandão
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Marina Mota levou Utentes e Residentes ao Rivoli
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Procissão em honra de N.ª Sr.ª da Misericórdia percorreu ruas de Gaia
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Novo serviço de Podologia na Farmácia da Misericórdia de Gaia
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NÚCLEO MUSEOLÓGICO ESPAÇO SAÚDE HISTÓRIAS DE VIDA ESPAÇO VOLUNTARIADO AGENDA SABIA QUE...
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EDITORIAL
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA
Parabéns a Vocês
Na sociedade actual, em que a informação circula a uma velocidade vertiginosa, nem sempre é simples conseguirmos comunicar: quem somos, o que fazemos, como fazemos e o que pretendemos vir a fazer. Uma estratégia de comunicação é, por isso, imprescindível para conseguirmos interna e externamente consolidar a nossa identidade e difundir eficazmente os nossos valores. O Sr. Provedor Joaquim Vaz e a sua Mesa Administrativa, conscientes desta evidência, desde o primeiro momento envidaram todos os esforços para incrementarem um plano que para além de contemplar uma estratégia de comunicação, incluísse também uma “revolução” na gestão dos sistemas de informação.
Não pretendendo descrever com muito pormenor, não posso deixar de destacar algumas implementações: Alteração do domínio para www.scmg.pt com criação de um portal que proporciona um acesso actualizado às últimas acções e informações sobre a nossa Instituição. Utilização do email como meio preferencial de comunicação. Criação de uma página no facebook com actualização diária. Envio de press release para todos os órgãos de comunicação social, destacando todas as acções que desenvolvemos. Integrado nesta estratégia de comunicação, o Sr. Provedor Joaquim Vaz lançou-me há cerca de um ano o desafio de transformar o boletim existente numa revista que possibilitasse comunicar mais eficientemente com os nossos irmãos, funcionários, utentes, amigos e comunidade. Nasceu assim a revista “Laços de Amor” com publicação bimestral e uma tiragem actual de 1000 exemplares. Foi sem dúvida para mim um desafio, mas com o apoio do grupo que editava o boletim e ainda com o apoio da então estagiária Dr.ª Marisa Pinho, conseguimos criar uma revista que se transformou numa publicação de que, pessoalmente me orgulho de di-
rigir e que, estou certo, comunica de modo eficaz o imenso trabalho que a nossa Instituição desenvolve em favor dos mais desfavorecidos. Neste primeiro ano, foi superior a 70 o número de eventos que, tendo sido promovidos pela Misericórdia ou em que esta participou, tiveram cobertura pelo departamento de comunicação. É com muito agrado que sentimos que esta Instituição com 82 anos de idade, mostra actualmente uma enorme vitalidade patente nas muitas actividades que leva a curso. Como bem sabemos, o sorriso sincero acontece quando interiormente nos sentimos bem. Assim, também na nossa Instituição, estas expressões de alegria acontecem como reflexo de um bem-estar que não pode ser contido, que deve ser vivido, comunicado e divulgado. Termino com um agradecimento, cantando parabéns a todos os nossos utentes, crianças, técnicos, funcionários que com as suas imagens e textos contribuem de forma decisiva para juntos dizermos: A Misericórdia de Gaia é mais que um local de acolhimento, de formação, de trabalho, é a nossa casa. Bem hajam Pedro Nobre (Mesário da Farmácia e da Comunicação)
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A MISERICÓRDIA DE GAIA...
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA
Em face da decisão tomada pela Mesa Administrativa na sua reunião de 17 de Junho de 1940, de encerrar as enfermarias do seu Hospital, os doentes do Concelho de Vila Nova de Gaia passaram a recorrer ao Hospital Geral de Santo António, do Porto, mas com regras devidamente acordadas entre a Direcção Administrativa do Hospital e esta Misericórdia. 4
Na verdade, e tal como consta da acta da reunião da Mesa Administrativa de 30 de Setembro de 1940, a partir do mês de Outubro, aquele Hospital só passou a atender os doentes do Concelho de Vila Nova de Gaia que fossem munidos de um atestado de indigência ou de pobreza, emitido pela sua Junta de Freguesia e uma guia passada por esta Misericórdia, indicando que tais doentes não podiam ser servidos no seu Hospital. Para que este sistema pudesse funcionar e evitasse que os doentes fossem sujeitos a demoras, a Misericórdia de Gaia oficiou às Juntas de Freguesia e contactou os Párocos a dar conta destas novas regras. É que – é preciso não esquecê-lo – todos os serviços eram gratuitos para esses doentes, desde as consultas externas aos internamentos e até ao fornecimento de medicamentos. As referidas enfermarias mantiveram-se encerradas ao longo dos anos, apesar das inúmeras diligências realizadas pelas várias Mesas Administrativas e de alguma pressão feita, aqui e ali, pelos Poderes Públicos. Na reunião da Mesa Administrativa de 18 de Maio de 1942, o Senhor Vice – Provedor, Dr. Basílio de Macedo
ANOS DE HISTÓRIA “deu conta de que no passado dia 30 de Abril foi inesperadamente visitada esta Misericórdia pelo Excelentíssimo Senhor Sub-Secretário de Estado de Assistência Social, Doutor Diniz da Fonseca, que se fazia acompanhar por vários membros da sua comitiva entre os quais o Senhor Director Geral da Assistência, Doutor Braga Paixão, e pelos Senhores Engenheiro Abel Faria e Doutor Carlos Vale, respectivamente, Presidente e Vice-Presidente do Município deste Concelho, relatando o mesmo Senhor tudo o que foi passado no decurso de tal visita. Que tendo o Excelentíssimo Sub-Secretário de Estado em referência estranhado vir encontrar encerradas as enfermarias e a Creche Almeida da Costa, bem como haver mostrado desejo de conhecer as causas que tal motivaram e as possibilidades desta Misericórdia, havia, na ausência do Senhor Provedor, organizado um “dossier” de toda a documentação que nestes últimos anos tem sido endereçada aos Poderes Superiores solicitando auxílio ou cooperação para a obra de assistência desta Instituição, documentação essa que presentemente já deve estar na posse daquele Excelentíssimo Senhor, por intermédio do Senhor Doutor Braga Paixão que gentilmente se ofereceu para tal missão”. Esta diligência não surtiu qualquer efeito, nem outras efectuadas junto do Município, dado que não foi concedido qualquer subsídio específico para o efeito e a Misericórdia, preocupada em conseguir os meios necessários para manter a actividade assistencial que desenvolvia nas consultas externas e nos gabinetes de enfermagem e no fornecimento de medicamentos, não tinha condições para reabrir as enfermarias, o que fez com que elas se mantivessem encerradas ao longo dos anos que se seguiram. O mesmo não aconteceu com a Creche do Asilo, Creche e Hospital D. Emília de Jesus Costa e António Almeida Costa. Da acta da reunião da Mesa Administrativa de 8 de Novembro de 1943, consta o seguinte: “O Senhor Vice – Provedor referindo-se às causas que forçaram a Mesa a encerrar temporariamente a Secção “Creche” do Asilo – Creche Almeida Costa, diz que tendo-se encontrado uma relativa melhoria na situação financeira da Instituição Almeida Costa, após a alteração dos seus Estatutos aprovada superiormente por Alvará de sete de Julho do ano corrente, era de parecer de que a referida secção deveria ser reaberta no começo do próximo ano, pelo que chamava a atenção da Mesa para este caso. Discutido largamente o assunto, foram tomadas as seguintes deliberações: a) que a Secção ”Creche” da Instituição Almeida da Costa reabra os seus serviços no dois de Janeiro do próximo ano; b) que até nova deliberação da Mesa a sua lotação seja de vinte crianças; “
Entretanto, foi deliberado em reunião da Mesa Administrativa de 3 de Julho de 1944 alargar a lotação da Creche de vinte para quarenta crianças. Uns anos mais tarde, esta Instituição alargou também a lotação do Asilo/Lar. De acordo com a notícia publicada no Jornal “O Comércio do Porto” em 11 de Setembro de 1952, o “Asilo” inaugurou com a presença do Senhor Presidente da Câmara e outras Entidades, um novo dormitório, ampliando a sua capacidade de 16 para 22 as camas. Luís Marques Gomes
(Director-Geral da Misericórdia de Gaia)
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A PALAVRA DOS UTENTES Quadras de S. João
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Na noite de S. João, Numa noite bem escura, Saí com o meu amor, E fui fazer uma loucura. Uma noite de folia. Com o meu arco e balão Fizemos juras de amor E dei-lhe o meu coração. Com o nosso alho-porro No meio da multidão, Nós saltámos, bailámos E cantámos a S. João. Já chegava a madrugada. Continuava a brincadeira, Dei a mão ao meu amor E ainda saltei a fogueira. Ó meu S. João querido, Como tudo isto está torto, Livra-nos tu desta crise, Lembra-te que és cá do Porto. Adriana Pereirinha (Utente do Lar José Tavares Bastos)
São João Isabel e Zacarias Foram pais de S. João. Nunca precisaram eles Ter um filho folião. A pedido de Jesus, O baptizou S. João, Sem cidreira e manjerico, Só com água de Jordão. Ele pregou no deserto Sempre a grandes multidões. Não levava o seu carneiro, Nem os arcos, nem os balões. Deus era seu grande amigo, Amigo do coração. Pelos nossos queridos lares Que lhe peça o S. João. Adriana Pereirinha (Utente do Lar José Tavares Bastos)
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA
Recordações de Menina A nossa casa no Porto fazia parte de uma série de casas todas iguais, cujos quintais eram separados por muros baixinhos. Na casa do lado norte vivia um casal original, a D. Bininha e o Sr. Bastos que não tinham filhos. Tinham quatro animais de grande estimação: uma gaivota a quem tinham cortado as penas das asas para não voar e que se passeava pelo quintal com os seus amigos; um garnizé muito bonito que, segundo diziam, dormia na peniqueira do Sr. Bastos e que de madrugada o acordava com umas bicadinhas na careca; uma cadelinha a quem chamavam Mimi para arreliar a vizinha solteirona com quem estavam de relações cortadas e que era tratada por Mimi; e uma cabra chamada Branquinha. Com os meus 8 ou 9 anos fiz amizade com a bicharada. Mal me aproximava do muro e a chamava, vinha a correr. Aos bichos dava-lhes cascas de quei-
jo, bocadinhos de pão embebidos em leite e restos de peixe para a gaivota. A Mimi e a Branquinha tinham licença de entrar em casa e, por vezes, subiam para o primeiro andar. Punham-se à janela com as patitas apoiadas no peitoril para ver o que se passava na rua. Quem passava parava para ver o espectáculo e, então a pequenada delirava: “Olha uma cabra à janela”. Se eu estava no meu quarto e ouvia o barulho, abria a janela, olhava e lá via a Mimi e a Branquinha. E para aumentar a risota dizia: “Olá Branquinha”, e ela respondia-me: “Mééééé…”. Era o delírio para a pequenada. Hoje recordando, penso: “Que belo exemplo para os homens de hoje - quatro animais tão diferentes e a viverem em tão grande harmonia!” Maria Adélia (Residente do Lar Residencial Conde das Devezas)
Que lindo Jardim Rosas, flores e cravos dos mais belos e variados./ Antes de ser gerada, no coração dos meus pais, eu já crescia,/ Porque no seu coração era muito desejada./ Meus pais procederam ao alto conjugal./ Chegou o dia em que tudo aconteceu./ Apareceram os primeiros sinais./ Não houve alegria igual,/ Não sabiam que era eu./ Sabiam sim que o fruto era seu./ Durante nove meses andei escondida,/ Não sabiam se era rapaz ou rapariga./ Para os meus pais era indiferente./ Queriam ter muitos filhos./ Minha mãe dizia: “Aceito todos que o Senhor me quiser dar”./ Só lhe peço que me dê todos perfeitinhos./ E só um de cada parto./ Deus ouviu a sua prece./ E nasceram catorze./ Faleceu uma menina com treze anos./ Já éramos treze,/ Mas a casa ficou vazia./ Foi grande o desgosto,/ Porque ela era viva,/ Ela não estava doente/ E em poucas horas ela apagou-se./ De manhã, alguma indisposição./ Teve assistência médica./ E às catorze horas faleceu./ Tanto familiares como vizinhos/ Acorreram com tal espanto pela surpresa./ Depois a minha mãe ainda teve uma menina./ A minha mãe teve sete casais./ Durante muitos amos fomos treze./ Sete rapazes e seis raparigas./ Hoje somos doze, cinco raparigas e sete rapazes./ Meus pais não tinham apoios de nada, só o braço deles e a nossa ajuda./ Diziam que eu era o braço direito./ Minha mãe dizia muitas vezes: “tu és uma segunda mãe”./ Foram muitos sacrifícios, que os meus pais fizeram./ Já estão no céu há muitos anos./ Mas podem cantar vitória/ Pelos deveres cumpridos/ E um testemunho muito forte dado./ Clara Cavadas (Utente do Lar António Almeida Costa)
O QUE ACONTECEU...
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA
… NO CENTRO DE ACOLHIMENTO TEMPORÁRIO N.ª SR.ª DA MISERICÓRDIA
Fundação Vítor Baía proporcionou divertimentos no Dia da Criança
Numa altura em que mais do que nunca se fala em “crianças”, a Associação de Escolas do Torne e Prado mostrou que está atenta e sensível ao efectuar a angariação de bens de higiene e conforto junto das crianças e dos seus pais, que entregou ao CAT da Misericórdia de Gaia.
Em comemorações do Dia Mundial da Criança, os meninos do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia andaram de barco, divertiram-se no Parque da Lavandeira e ainda receberam ofertas da Associação das Escolas do Torne e do Prado. No seu dia, os meninos do Centro de Acolhimento Temporário (CAT) tiveram o convite da Fundação Vítor Baía, assim como outras crianças, para passarem o Dia Mundial da Criança no campo multiusos do Parque da Lavandeira. As crianças puderam participar em vários jogos colectivos, divertindo-se bastante. As crianças do CAT que já frequentam o pré-escolar e o 1º ciclo de escolaridade tiveram ainda a oportunidade de, neste dia, realizarem um passeio de barco pelas cinco pontes que ligam as cidades de Gaia e Porto, numa actividade organizada pela Escola da Aguda.
As crianças do Centro que frequentam o Jardim de Infância e o 1º ciclo da EB1 da Aguda participaram na festa de final de ano lectivo 2010/2011, no passado dia 21 de Junho, nos Bombeiros Voluntários da Aguda.
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O QUE ACONTECEU... … NA CRECHE E JARDIM DE INFÂNCIA D. EMÍLIA DE JESUS COSTA
Arte e Natureza no Dia Mundial da Criança A Misericórdia de Gaia festejou o Dia Mundial da Criança com arte e natureza. As crianças realizaram algumas pinturas e participaram na plantação de novas árvores. Uma conjugação perfeita, tendo sempre por base os valores da Misericórdia de Gaia. As crianças da Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa (CJI), da Misericórdia de Gaia, comemoraram o Dia Mundial da Criança com uma explosão de cores e desenhos que deram origem a autênticas “obras de arte”. Mas nem só de arte e de diversão se pautou o Dia Mundial da Criança. Os meninos mostraram que se preocupam com a preservação da natureza e, à semelhança do ano passado, participaram na plantação de novas árvores, cinco proteas e uma palmeira, no jardim do Complexo Social António Almeida Costa.
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O Provedor da Misericórdia de Gaia falou aos meninos da importância da preservação de certos valores e convidou-os a visitarem as árvores que foram plantadas no ano passado neste dia e os peixinhos, que, entretanto, já se multiplicaram.
Finalistas 2010/2011
Os finalistas da Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa desfilaram, no passado dia 20 de Maio, pelas ruas de Gaia. De bengala e cartola azul escuro gritaram bem alto “SOMOS FINALISTAS”. No passado dia 17 de Junho foi o dia da grande festa. Os finalistas foram encartolados e receberam o Diploma e o Livro do final deste percurso pelo pré-escolar. No final desta cerimónia, as crianças tiveram ainda a surpresa, protagonizada pelos encarregados de educação que representaram a peça “O Julgamento da Poluição”, abordando a temática “Biodiversidade”, integrada no projecto anual da Instituição.
Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa
A Segurança
O Bem-Estar
Encontros intergeracionais
Sempre que é possível, a Misericórdia de Gaia organiza encontros intergeracionais, promovendo o contacto entre a meninice e a velhice. Durante o mês de Junho, os finalistas da CJI deslocaram-se ao Lar Salvador Brandão para verem alguns ateliês feitos pelos idosos que também se deslocaram à CJI para exibirem um teatro de fantoches sobre “Romeu e Julieta”.
Do seu filho...
… NO LAR RESIDENCIAL CONDE DAS DEVEZAS
Pela primeira vez o LRCD leva Residentes à praia
O Lar Residencial Conde das Devezas organiza a frequência da época balnear para os seus Residentes e comemorou mais um centenário.
Recitação do Terço No último dia do mês de Maio, todos os Residentes foram convidados a participarem na recitação do terço. Dada a forte adesão dos Residentes, o espaço acabou por ser pequeno para a realização desta actividade.
100
Primaveras
Dias depois de completar 100 anos (no dia 12 de Junho), a Residente Guilhermina Almeida Sousa faleceu (no dia 24 de Junho). No dia do seu centenário, a Directora do Lar, Dália Esteves, entregou em nome da Instituição e dos demais Residentes um ramo de flores à filha da centenária.
Com o sol a aparecer e as temperaturas a ficarem mais elevadas, compõe-se o cenário perfeito para idas à praia. Pela primeira vez, o Lar Residencial Conde das Devezas (LRCD) organiza a frequência da época balnear para os seus Residentes. A iniciativa tem tido uma forte adesão por parte dos Residentes que, instalados numa esplanada virada ao atlântico desfrutam de uma bela paisagem e têm mais uma oportunidade para relaxarem e conviverem. A época balnear para os Residentes termina em Julho.
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O QUE ACONTECEU... … NO LAR ANTÓNIO ALMEIDA COSTA
96.º Aniversário
O Lar António Almeida Costa comemorou 96 anos de vida, no passado dia 27 de Junho, num momento em que juntou elementos da Mesa Administrativa, Utentes e Colaboradores. Com o final do ano lectivo 2010/2011 realizou-se no mesmo Lar o último encontro intergeracional entre Utentes e os alunos da Escola das Devesas. Em dia de festa, a “família Misericórdia de Gaia”, composta pelo Provedor e elementos da Mesa Administrativa, Utentes e Colaboradores, juntou-se para cantar os parabéns ao Lar António Almeida Costa (LAC) pelo 96.º aniversário. No almoço de aniversário, e em tons de verde e branco, Utentes e Colaboradores prepararam para os convidados um momento recreativo sobre o tema da caridade e da esperança. No dia de aniversário, o Lar António Almeida Costa aproveitou ainda para homenagear N.ª Sr.ª da Misericórdia.
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Último encontro intergeracional O último encontro intergeracional entre os Utentes do LAC e os alunos do 3º ano da Escola das Devesas realizou-se no passado dia 21 de Junho, e teve ainda como objectivo a comemoração do S. João. Durante vários meses, Utentes e crianças encontraram-se, trocaram correspondência e, sobretudo, preocuparam-se uns com os outros. No encontro esteve presente a Mesária do LAC que ressalvou a importância da proximidade entre Utentes e crianças. A despedida aconteceu com muitos abraços, beijinhos e emoção.
Dia da Família Homenagem a N.ª Sr.ª da Misericórdia
No mês de Maio, o LAC prestou uma homenagem simples, mas sentida a N.ª Sr.ª da Misericórdia. O momento contou com intervenções dos Utentes Palmira Silva e Benjamim Carvalho, bem como com a participação do grupo de cantares do Lar Residencial.
Os Utentes do Lar António Almeida Costa receberam os seus familiares para comemorarem juntos o Dia da Família. Depois de um almoço em família, os Utentes prepararam uma apresentação cénica sobre “Um idoso num banco de jardim”. A “solidão”, a “indiferença”, o “virar da cara para o lado”, mas também a “atenção”, a “amizade”, a “companhia” foram os temas abordados na representação. No final, a sala de refeições do Lar António Almeida Costa ficou apertadinha com tantos abraços entre os Utentes e os seus familiares.
Passeio Em Junho, os Utentes do LAC deram vários passeios, destacando-se a ida ao Parque da Lavandeira, onde almoçaram, desfrutaram da natureza e ainda ensaiaram músicas de S. João.
… NO LAR SALVADOR BRANDÃO
S. João, S. João foi no Salvador Brandão
Dia da Família
Sardinhas, enfeites, marchas e muita música, assim foi o S. João dos Utentes da Misericórdia de Gaia.
Começou cedo o S. João, no passado dia 22 de Junho, no Lar Salvador Brandão (LSB) com a preparação de um almoço para os Utentes dos três lares sociais da Misericórdia de Gaia, e da decoração do Lar para uma grande festa. Depois da sardinhada e do caldo verde, os idosos vestiram-se a preceito em tons de vermelho e branco, desfilando em marchas sanjoaninas. O S. João continuou pela tarde fora bastante animado ao ritmo de várias músicas populares que os Utentes não se cansaram de dançar, pedindo uma e mais uma música ao grupo convidado. Apesar da idade avançada, entre os idosos da Misericórdia de Gaia prevalece agilidade, satisfação e boa disposição.
Passeio a Fátima No passado dia 10 de Maio, o LSB realizou a sua peregrinação anual a Fátima. Os Utentes participaram na eucaristia e visitaram o local, bem como entregaram a Nossa Senhora um terço que eles próprios construíram.
Mais de 50 famílias estiveram no Lar Salvador Brandão, no passado dia 15 de Maio, para comemorarem o Dia da Família. Os Utentes receberam os seus familiares para uma celebração eucarística e recitação do Terço, seguindo-se um almoço convívio. A tarde foi animada pelo Grupo de Cantares do Lar e pelo Grupo de dança e cantares de Sermonde.
FEIRINHA DE PETISCOS No passado dia 1 de Junho, o LSB organizou uma Feirinha de Petiscos que teve a forte adesão de todos os Utentes e Colaboradores do Complexo Social Salvador Brandão. Na Feirinha podiam-se encontrar petiscos como rojões, moelas, bolinhos de bacalhau, entre muitos outros. Também estiveram expostos trabalhos realizados pelos Utentes.
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O QUE ACONTECEU... … NO LAR JOSÉ TAVARES BASTOS
“Pedimos saúde e graças de Deus para o ano lá voltarmos” A peregrinação a Fátima é o passeio mais aguardado pelos Utentes da Misericórdia de Gaia.
Mais autónomos ou mais dependentes, a pé ou em cadeiras de rodas, foram muitos os Utentes que com esforço, mas também com muita vontade e fé rumaram a Fátima nos dias 26 e 27 de Maio. Apesar da chuva, Utentes, Colaboradores e Voluntários acompanharam a Procissão das Velas, na qual a Directora Dália Esteves recitou o 1º Mistério do terço. No dia seguinte, os Utentes assistiram à eucaristia na Igreja da Santíssima Trindade: “Pedimos saúde e graças de Deus para lá voltarmos”,referiu Matias Gonçalves, Utente do Lar José Tavares Bastos (LJTB). “Regressámos aos nossos lares com a nossa consciência leve e felizes pelo dever cumprido”, reiterou.
Mês de Maria 12
Durante o mês de Maria, os Utentes realizaram várias preces a Nossa Senhora e construíram vários terços. Estas actividades tiveram como objectivo a promoção da animação religiosa e os ateliês de trabalhos manuais.
Grupo Coral animou Lar No passado dia 25 de Maio o LJTB recebeu o Grupo Coral da Cruzada de Bem-Fazer da Paz que animou a tarde no Lar, com músicas bastante conhecidas dos idosos. O Utente Matias Gonçalves surpreendeu todos ao cantar um fado, acompanhado por guitarristas.
Passeio à Orla Marítima Ainda em Maio, os Utentes do LJTB e do LSB fizeram um passeio à Orla Marítima de Esposende, passando pela Póvoa de Varzim e por Vila do Conde. Por fim, os Utentes visitaram a Igreja do Bom Jesus, em Matosinhos, e apreciaram a ornamentação das festas dos Santos Populares.
MISERICÓRDIA DE GAIA AO SERVIÇO DA COMUNIDADE
Marina Mota visitou Misericórdia de Gaia
Residentes e Utentes tiveram uma grande surpresa, no passado dia 20 de Maio, com a visita de Marina Mota. A actriz e cantora só teve a oportunidade de visitar o Lar Residencial Conde das Devezas e o Lar António Almeida Costa, mas convidou todos os Utentes da Misericórdia para o seu espectáculo no Rivoli “3 em Lua de Mel”.
Habituados a vê-la na televisão ou no teatro, os Residentes, Utentes e Colaboradores da Misericórdia de Gaia puderam tocar, conversar e cantar com Marina Mota. Recebida com Estados d´Alma como música de fundo, Marina Mota, com o seu olhar brilhante e o sorriso fácil estampado do rosto, levou boa disposição ao Lar Residencial Conde das Devezas e ao Lar António Almeida Costa. A actriz não passou despercebida por ninguém. “É mes-
mo a Marina?”, “Acompanhei sempre a sua carreira”, “Queremos ver a sua peça!” foram algumas das expressões que a actriz e cantora ouviu. No Lar Residencial Conde das Devezas, a artista foi surpreendida com a Residente Alice Jorge a tocar algumas músicas bem conhecidas de Marina Mota que, rapidamente, acompanhou com a sua voz. Marina Mota quis saber sobre a história e acção da Misericórdia de Gaia e falou sobre a sua carreira e projectos para o futuro. Além de grandes talentos como actriz e cantora, Marina Mota não fica indiferente às causas sociais e, questionada sobre a visita à Misericórdia de Gaia, a actriz foi peremptória: “Recebo muito mais do que dou”.
Marina Mota convidou todos os Residentes e Utentes da Misericórdia de Gaia a assistirem à revista “3 em Lua de Mel” no Rivoli, no passado dia 21 de Maio e, no final do espectáculo, fez ainda questão de tirar fotos e cumprimentar os Utentes.
Assistentes Sociais da SCMG no ISPGAYA
As Directoras do Lar Residencial Conde das Devezas e do Centro de Acolhimento Temporário foram oradoras convidadas do Seminário da Licenciatura de Serviço Social do ISPGAYA, no passado dia 15 de Junho. As Directoras falaram sobre a larga experiência como Assistentes Sociais na Misericórdia de Gaia.
“A Identidade Profissional do Assistente Social: Contributo dos diferentes contextos de intervenção” foi o tema central do Seminário de Identidade Profissional e Desafios Sociais Contemporâneos da Licenciatura de Serviço Social do ISPAGAYA, no qual as Directoras do Lar Residencial Conde das Devezas, Dália Esteves, e do Centro de Acolhimento Temporário, Carmen Sousa, foram oradoras convidadas. Dália Esteves falou dos seus largos anos de experiência como Assistente Social e Directora do Lar Social José Ta-
vares Bastos, reforçando o importante papel dos recursos humanos da instituição ao serviço dos Utentes. Carmen Sousa abordou a origem e objectivos do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia, bem como falou do seu papel de Assistente Social neste equipamento que acolhe crianças em risco. Ambas as Directoras foram bastante questionadas pelos alunos e convidados sobre a sua profissão e sobre a realidade da Misericórdia de Gaia.
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O QUE ACONTECEU... SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA
Assinatura de Protocolo com a Cercigaia A Misericórdia de Gaia assinou, no passado dia 9 de Maio, um protocolo com a Cercigaia. O BANCO DE MATERIAL PARA DEFICIENTES da Santa Casa vai disponibilizar cadeiras de rodas e outro material paramédico aos Utentes da Cercigaia. A Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia criou o BANCO DE MATERIAL PARA DEFICIENTES, composto por cadeiras de rodas e outro material paramédico, para apoiar as crianças deficientes e inadaptadas que são acolhidas pela Cercigaia. A Irmandade pretende ainda aumentar o equipamento deste Banco e proporcionar outras ajudas técnicas,
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cujo principal objectivo é satisfazer as necessidades das crianças deficientes que frequentam a Cercigaia. O presente protocolo é válido por um período de cinco anos, durante os quais a Cercigaia compromete-se a zelar pela gestão e manutenção do material que agora recebe. O BANCO DE MATERIAL PARA DEFICIENTES da Misericórdia de Gaia é com-
posto por equipamentos que foram doados à Instituição pela Fundação AGAPE, em Novembro de 2010. No âmbito das suas actividades de solidariedade social, a Misericórdia de Gaia tem estabelecido, ao longo dos seus 82 anos de existência, parcerias com várias instituições de apoio social do município.
Procissão Abençoada A chuva não impediu a realização da Procissão em honra de N.ª Sr.ª da Misericórdia, no passado dia 28 de Maio. Apesar da chuva, foram muitos os gaienses que acompanharam o Cortejo Litúrgico e que constataram como a Misericórdia de Gaia é activa e honra a sua padroeira. A chuva não impediu que o Provedor e a Mesa Administrativa da Misericórdia de Gaia reunissem vários Irmãos e Colaboradores da Instituição, bem como muitos gaienses que a pé, nas varandas das suas casas ou nos estabelecimentos comerciais também assistiram ao Cortejo Litúrgico em honra de N.ª Sr.ª da Misericórdia. Houve mesmo quem tivesse feito o trocadilho: “Procissão molhada, Procissão abençoada”. Na Procissão marcaram presença a Vereadora da Acção Social da Câmara de Gaia e os Presidentes das Juntas de Freguesia de Santa
Marinha e de Mafamude. A acompanhar o Cortejo estiveram o Grupo do Movimento da Mensagem de Fátima da Paróquia de Mafamude, os Escuteiros de Mafamude, os Bombeiros Voluntários de Coimbrões com a sua Fanfarra, os Mareantes do Rio Douro e a Academia Sénior de Gaia. A Procissão passou pelas principais artérias de Gaia e terminou na Igreja de Mafamude onde foi celebrada uma eucaristia de Acção de Graças pela Vida e Obra da Irmandade de Gaia. Esta foi mais uma das formas da Misericórdia honrar a sua padroeira e mostrar que é uma instituição do Município activa e atenta.
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Provedor na 1.º Conferência Anual da AME O Provedor da Misericórdia de Gaia foi um dos oradores convidados da 1º Conferência Anual da Associação Mutualista dos Engenheiros (AME), no passado dia 28 de Junho, sobre a temática “Soluções Solidárias de resposta à crise”. O Provedor Joaquim Vaz integrou o segundo painel desta Conferência sobre o assunto da “Importância do Mutualismo e das Misericórdias”. Joaquim Vaz falou sobre as soluções e alternativas que as Misericórdias podem oferecer à comunidade em plena época de crise. “Apesar das Misericórdias serem instituições com mais de 500 anos, continuam a ser promotoras da modernidade, dando resposta aos desafios actuais da sociedade”.
O QUE ACONTECEU... ESPECIAL DIA DA IRMANDADE
Irmã n.º 1 esteve presente no 82.º Aniversário da Misericórdia de Gaia
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No Dia da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia, no passado dia 26 de Junho, em que se comemorou o 82.º Aniversário da sua fundação, marcou presença Maria Teresa Macedo, Irmã n.º1 da Instituição. O evento fica ainda para a história com a entronização de novos Irmãos, a entrada de novos Voluntários e pela homenagem aos trabalhadores com 25 anos de serviço na Irmandade e aos Colaboradores recentemente reformados.
O hasteamento de bandeiras no Complexo Social Salvador Brandão abriu o Dia da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia. No dia em que se comemorou o 82º Aniversário da Instituição, os convidados tiveram a oportunidade de assistir a um desfile de marchas sanjoaninas, protagonizadas pelos Utentes dos três lares sociais da Misericórdia de Gaia. No evento marcou presença Maria Teresa de Macedo, a Irmã n.º 1 da Misericórdia de Gaia, que ainda se lembra bem das visitas que fazia com o pai ao Lar Salvador Brandão, quando era criança. Apesar da Misericórdia de Gaia ser ainda muito jovem (82 anos de vida), o Provedor da Irmandade afirmou que a Instituição “marca a diferença”. “Podemos dizer sem receio que somos uma Instituição com pergaminhos firmados no
serviço social, logo credora do respeito da sociedade e dos poderes central e local”, reiterou. Para Joaquim Vaz, as Misericórdias são muito antigas, mas “continuam activas e actuantes, prestando relevantes serviços na área social”. Este ano, o interveniente convidado foi o Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, António Tavares, que abordou o tema “As Misericórdias em tempo de crise”, defendendo uma actuação conjunta entre o Estado e o sector social.
Grupo de Cavaquinhos do Rancho Regional de Gulpilhares
O Presidente da Assembleia Municipal da Câmara de Gaia, César Oliveira, referiu que é importante lembrar todas as Mesas Administrativas e Irmãos que tiveram em mãos os destinos da Instituição, e ressalvou o papel da actual Provedoria por estar atenta à comunidade. César Oliveira disse ainda que vai reunir esforços para que a Misericórdia de Gaia tenha todo o apoio do Município para continuar a cuidar dos idosos e desprotegidos. Na data, destacou-se a entronização de muitos novos Irmãos, entre os quais o Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Gaia/ Espinho, João Ferreira, e o Reitor da Universidade do Porto, Marques dos Santos. No aniversário, a Irmandade homenageou os Colaboradores com 25 anos ao serviço da Instituição, os que se reformaram recentemente, bem como recebeu os novos Voluntários. A cerimónia eucarística foi presidida pelo Bispo Auxiliar do Porto, D. Pio Alves, e estiveram ainda presentes a convite do Provedor e da Mesa Administrativa da Misericórdia de Gaia, a Provedora da Calheta da ilha da Madeira, o Presidente da Assembleia Municipal da Câmara de Gaia, a Vereadora da Acção Social da Câmara de Gaia, entre muitos outros.
Os novos Voluntários
O Reitor da Universidade do Porto, Marques dos Santos
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O Provedor da Misericórdia do Porto, António Tavares
O Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Gaia/Espinho, João Ferreira
O Presidente da Assembleia Municipal, César Oliveira
O QUE ACONTECEU... ENTREVISTA NOVO SERVIÇO DE PODOLOGIA NA FARMÁCIA DA MISERICÓRDIA DE GAIA
“Os pés são a base de sustentação do nosso corpo” O serviço de Podologia abriu na Farmácia da Misericórdia de Gaia no passado mês de Maio e já é um sucesso. Apesar da agenda sempre repleta de consultas, o podologista Nelson Carmo conseguiu uma vaga para falar a Laços de Amor sobre a importância da Podologia para o tratamento das doenças do pé, e deixar alguns conselhos. A sensação de alívio e bem-estar e os preços convidativos das consultas são a bandeira deste novo serviço da Farmácia da Misericórdia de Gaia.
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Hoje em dia fala-se muito em Podologia, mas, na verdade, a maioria das pessoas não sabe muito bem do que se trata, quer explicar-nos? A Podologia é a ciência que estuda, diagnostica e trata todas as alterações dos pés e repercussões no corpo humano. Os pés são a base de sustentação do nosso corpo e ficam sujeitos a uma enorme tensão e desgaste. Para dar um exemplo, os pés de uma pessoa com 70 anos fizeram um percurso equivalente a três vezes a volta ao mundo. O podologista é o profissional de saúde que tem como objectivo prevenir e tratar a causa da patologia. Quais são as principais patologias que a Podologia trata? A Podologia pode tratar diversas patologias, tais como a micose das unhas, micose na pele, que são patologias que apresentam fungos e cujas causas mais frequentes são os contágios em certos locais, como piscinas e balneários públicos. O tratamento da micose nas unhas (onicomicose) pode demorar entre 6 meses a 1 ano, dependendo do crescimento da unha. Outras patologias que surgem nos pés com frequência são: joanetes, dedos em garra, esporão do calcãneo, feridas / úlceras, entre outras. Uma outra situação é das unhas encravadas, certo? Sim, por isso deve-se cortar as unhas o mais recto possível, não usar um calçado muito apertado e evitar o calçado bicudo. Uma outra patologia é a calosidade,
em que a pele fica mais grossa. Esta situação surge quando se faz mais pressão num determinado local do pé. O pé de risco é a mesma coisa que pé diabético? Sim, os pés de risco são todos aqueles que apresentam alterações do foro neurológico, metabólico, sistémico e vascular. Como é que se sabe que se tem um pé diabético? Perguntando se a pessoa é diabética. Há dois tipos de pé diabético: o pé diabético neuropático e o pé diabético neuro-isquémico. O neuropático refere-se ao pé da pessoa que tem pulsação, mas não tem sensibilidade. Essa situação é bastante complicada, porque se o doente tiver uma pedra no sapato pode não se aperceber e pode provocar uma ferida. O pé neuro-isquémico é mais grave, porque não tem pulsação, nem irrigação sanguínea, e as feridas / úlceras podem tornar-se graves. Nesses casos é necessária a amputação. No entanto, de uns anos para cá, os podologistas e os enfermeiros têm feito um bom trabalho, porque fazem-se cada vez menos amputações. E pode ser hereditário? Sim, mas também pode aparecer em pessoas que não têm nenhum histórico na família. Nesses casos convém fazer um controlo do açúcar no sangue. Ainda relacionado com o pé diabético, como se pode tratar? É necessário analisar a sensibilidade do pé, saber reencaminhar para outro especialista se for o caso. De três em três
meses é fundamental que um diabético procure um podologista. Existem cremes específicos para o pé diabético. Deve-se ainda vigiar o interior do calçado para verificar se tem algum corpo estranho e inspeccionar entre os dedos se tem alguma greta, verificar se a unha está mais grossa, se está a encravar, para evitar que a situação se desenvolva. Uma outra área da Podologia é a Podogeriatria… A Podogeriatria presta especial atenção ao pé da população idosa. Podem aparecer eventuais agressões que não foram corrigidas, dando origem a dor e dificultando a mobilidade. Nestes casos é necessário o acompanhamento do idoso para prevenir a lesão. As patologias mais frequentes nos idosos são o engrossamento das
unhas, a micose das unhas, as calosidades, os joanetes. O serviço de Podologia abriu na farmácia da Misericórdia de Gaia, em Vilar de Andorinho, em Maio. Já há muita gente a necessitar deste tipo de consulta? Sim, temos tido sempre a agenda completa. Aparecem às consultas todo o tipo de pessoas, desde jovens à população mais idosa, desde os mais desfavorecidos até às pessoas com mais capacidades económicas, porque os preços são convidativos. Quando as pessoas chegam à consulta já sabem do problema que têm ou no rastreio é que detecta novas situações? Às vezes, a pessoa chega à consulta a pensar que tem uma micose na unha e eu vejo que tem também micose na pele. Aparecem novas patologias que as pessoas nem sabem que têm e é importante alertá-las, diagnosticar e tratar. A partir de que idade é que as pessoas deveriam olhar mais para os seus pés? Não há uma idade específica. Há pessoas jovens que já precisam desta especialidade. Todas as pessoas deveriam olhar mais para os seus pés. Nem que fosse uma vez por ano, deveriam fazer um rastreio para verificar se está tudo bem. O lema é prevenir. Sim e isso em Portugal ainda não está enraizado, só quando dói é que se procura um especialista. Que tipo de patologias do pé são mais frequentes nas crianças? As patologias mais comuns que surgem no pé da criança são: as alterações estruturais do pé (pé plano / chato). Neste caso é necessário existir um controlo biomecânico e usar uns suportes plantares (palmilhas) para tentar corrigir esta alteração. Podem surgir ainda alterações dermatológicas (verrugas, pé de atleta), e alterações nas unhas (unhas com micose e unhas encravadas). Há a noção de que as pessoas não levam muito a sério as doenças dos seus pés. Mas uma patologia deste género pode causar sérios problemas no dia-a-dia das pessoas… Sem dúvida. Há certas patologias que surgem e que dificultam os hábitos de vida das pessoas, que passam a ter mais dificuldade a caminhar, mau estar… Por exemplo, uma calosidade que esteja a doer muito conduz a que
o doente tenha a tendência de fazer mais pressão no outro pé, podendo-lhe provocar também lesões. E também pode levantar questões estéticas, como os joanetes, por exemplo… Sim. Surgem mais joanetes no género feminino, devido aos sapatos de tacão alto e bicudos. Há que salientar que o aparecimento do joanete não é só uma questão estética, porque se o joanete estiver muito prenunciado pode vir a deformar os outros dedos. Depois pode levar a outros problemas, como por exemplo, as feridas. O tratamento destas patologias consiste na intervenção directa dos podologistas, no seguimento dos seus conselhos e na utilização de produtos específicos… Sim, as pessoas devem aconselhar-se com um profissional da área para saber quais são os produtos farmacêuticos mais adequados. Os produtos de supermercado devem ser evitados. Que conselhos é que deixa às pessoas que sofrem de patologias relacionadas com o pé e, às que não tendo, aparentemente, qualquer problema, podem evitar o seu surgimento? As pessoas devem procurar um profissional da especialidade para saberem o que têm e tratar o seu problema. Todos aqueles que pensam que não têm qualquer patologia, devem vigiar o seu pé em casa e procurar um profissional, pelo menos, uma vez por ano. Tenho pacientes que me dizem que no ano passado a unha estava um pouco amarela e que, agora, já está muito grossa e, como na altura não procuraram um profissional especializado, a patologia expandiu-se. Há certos conselhos que são importantes, como limpar bem entre os dedos, cortar as unhas rectas, nunca se deve cortar muito os cantos das unhas para elas não encravarem, usar um sabão com ph neutro, nas calosidades não usar calicidas, aplicar um creme especifico na planta e no dorso do pé e consultar um podologista regularmente de forma a prevenir qualquer tipo de alteração patológica.
Farmácia da Misericórdia de Gaia Novo Serviço de
PODOLOGIA Brevemente…
CONSULTAS DE NUTRICIONISMO Segunda a sexta-feira das 9h00 às 20h30 e Sábado das 9h30 às 13h00 R. Capitão Salgueiro Maia, 311/7; 4430-518 Vila Nova de Gaia Tel.: 227828971; Fax.: 227826246
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NÚCLEO MUSEOLÓGICO
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SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA
Desta vez vamos mostrar algumas peças que serviram a Farmácia da Misericórdia, desde a sua criação em 1931, até à sua transferência para a Rua Capitão Salgueiro Maia, 311, Urbanização Quinta do Monte Grande, em Vilar de Andorinho, ocorrida em Outubro de 2002. O móvel em castanho que mostramos é um dos móveis instalados em 1931, móveis que estavam todos pintados a branco. Quando decidimos criar este Núcleo Museológico, decidimos manter um desses móveis e, para isso, procedemos à sua recuperação e iluminação. No seu interior estão expostas várias peças de apoio, em especial aos manipulados, como é o caso de frascos, boiões e de uma caixa de moldes para hómulos (supositórios) e outros acessórios, nomeadamente, para clisteres. Temos também em exposição uma balança de precisão, que durante muitos anos apoiou a preparação dos manipulados na Farmácia. Finalmente, registamos a colocação, para memória futura, entre móveis mais modernos da Farmácia que ficaram a apoiar o Núcleo Museológico, de duas pequenas partes do gradeamento em ferro, que servia de balcão da Farmácia para o público e que se estendia entre as duas paredes laterais do estabelecimento. Luís Marques Gomes (Director-Geral da Misericórdia de Gaia)
ESPAÇO SAÚDE
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA
Relação Enfermeiro-Idoso: Valores e Crença A enfermagem, enquanto profissão e ciência, tem, ao longo da última década, desenvolvido inúmeros estudos que lhe permitem acompanhar a evolução social e incorporar os avanços científicos e tecnológicos em áreas afins. Uma das mudanças sociais, com grandes implicações na enfermagem, que tem vindo a ser estudada, é o atendimento (relação) com uma clientela específica, cada vez mais idosa. A compreensão do universo dos cuidados a idosos, tanto por quem os presta (enfermeiros), como por quem os recebe (idosos), constitui um campo de investigação, com implicações no exercício da profissão e na formação, que se insere num sistema de crenças e de valores. Os cuidados de enfermagem estão, inevitavelmente, envoltos por concepções, crenças e valores, existentes em quem os presta – enfermeiros – e em quem os recebe – por exemplo, os idosos. As crenças e valores, de cada parte, interagem e reflectem-se em atitudes e comportamentos. Na enfermagem reconhece-se que os comportamentos e atitudes são uma pedra angular da profissão, influenciados pelo território institucional e pelo sistema de hábitos e valores tecnológicos, económicos, sociais e, até, jurídicos que o meio institucional segrega e gere. Os idosos constituem um dos grupos populacionais que mais recorre aos cuidados de enfermagem. Os seus valores e crenças sobre os enfermeiros, os cuidados de saúde, as doenças, acabam por determinar as atitudes que terão em relação aos cuidados que lhe são prestados. Quando enfermeiros e idosos se encontram numa relação de cuidados estabelecem uma relação, em que os valores e as crenças de cada uma das partes se vai combinar nos valores e crenças que envolvem a relação que estabelecem. Da análise das categorias emergentes verifica-se que os envolvidos na relação (enfermeiros
Combater a diabetes com a colaboração de todos Portugal é um dos países da Europa com maior prevalência da Diabetes (12,3% de casos em idades compreendidas entre os 20 e 79 anos, de acordo com o Relatório Nacional da Diabetes). Esta realidade afecta não apenas os
e idosos) tendem a centrar a sua postura no outro. Assim, cada um acha que a “boa ou má” relação deriva da postura do outro, não colocando a sua postura em causa ou, talvez, assumindo que é a correcta. Os enfermeiros “parecem” ter uma visão pouco técnica do seu papel junto dos idosos, dando maior relevância à vertente humana (relacional). O enfermeiro dá mais importância à vertente relacional, contudo mais centrada no comportamento do outro (idoso ou família do idoso), do que no seu comportamento (apenas a categoria “o enfermeiro” sente que ajudou o idoso). Existe ainda uma complementaridade de objectivos e/ou expectativas fundamentais numa relação: o idoso quer ser ajudado e o enfermeiro quer ajudar. É de salientar a importância que a competência na relação de ajuda assume para idosos e adultos, em ambos os sexos, apesar de haver uma maior valorização por parte dos idosos. A indisponibilidade também é valorizada por idosos e adultos, por norma devido ao pouco tempo dispensado aos Utentes e pela demora, acabando por ter um impacto quer na prestação técnica de cuidados, quer na relação de ajuda. Toda esta problemática terá impacto em: alterar e optimizar padrões de actuação dos enfermeiros, no sentido de melhorar a prestação de cuidados ao indivíduo idoso, família e comunidade; nesta sequência poder-se-á esperar maior satisfação em relação aos cuidados de saúde, tanto por quem os presta (enfermeiros),como por quem os recebe (idosos). Estas implicações são relevantes, ainda, ao nível da formação em enfermagem, pois permitem perceber como os valores estão a influenciar o seu desempenho profissional. Francisco Cardoso (Enfermeiro do Lar Salvador Brandão)
indivíduos que padecem desta doença, mas também, a sociedade em geral, através de custos directos e indirectos. O estilo de vida actual, baseado no sedentarismo e más práticas alimentares, continua a contribuir para o incremento das doenças crónicas metabólicas, que pelas complicações e incapacidade que geram, contribuem para o agravamento da qualidade de vida das pessoas, assim como constituem uma fatia muito representativa dos custos com a saúde. Apesar dos programas desenvolvidos pelas entidades de saúde e pelo maior empenho dos profissionais de saúde em relação à abordagem desta problemática, o facto é que, existem dois factores de risco determinantes que não vão tornar a tarefa fácil daqui para o futuro: o envelhecimento e a obesidade. A alimentação é um dos aspectos mais importantes no controlo da diabetes.
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ESPAÇO SAÚDE
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA
O papel da Nutrição no tratamento da doença é fundamental, tendo como principal objectivo o estabelecimento de um plano alimentar personalizado e ajustado às necessidades de cada um. Mas não basta apenas a intervenção nutro terapêutica, é preciso desmitificar alguns mitos, nomeadamente, a crença de que o diabético deve ingerir poucos alimentos ricos em hidratos de carbono, como por exemplo: pão, batatas, arroz e massas. O caminho para o controlo da diabetes não passa por reduzir drasticamente os alimentos ricos em hidratos de carbono, mas sim, ingeri-los na quantidade necessária, em paralelo com a medicação ajustada e um programa de exercício físico adaptado às capacidades das pessoas. As recomendações para as pessoas em geral, relativamente a este binómio - alimentação saudável vs actividade física regular - são determinantes para a prevenção do aparecimento de doenças crónicas em geral e da diabetes em particular, sendo no caso da doença já instalada,
a obrigatoriedade da implementação de hábitos de vida em relação a estes dois factores, fundamental, através da quantificação das porções alimentares correspondentes (h. carbono, proteínas e lipídicos) de forma a garantir à pessoa diabética uma desejável qualidade de vida saudável. O estabelecimento de um horário com número de refeições ajustadas e quantificadas conforme o período do dia; o equilíbrio alimentar e nutricional; a forma de confeccionar os alimentos; assim como a promoção de uma postura proactiva e informada do diabético na procura da resposta mais adequada às suas necessidades, quer do ponto de vista da alimentação, como farmacológico ou de actividade física, é um objectivo não só das entidades de saúde e dos profissionais de saúde, mas sobretudo da sociedade em geral. Carlos Leite (Assessor para a Nutrição da Misericórdia de Gaia)
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POR ESTARMOS AO SERVIÇO DA SOCIEDADE, E PARA SERMOS REFERÊNCIA NOS CUIDADOS DE SAÚDE,
HUMANIZAR É O VERBO DAS NOSSAS ACÇÕES.
A saúde é o bem mais precioso que o ser humano pode possuir. A recuperação e reabilitação de pessoas cujo estado de saúde se encontra fragilizado, é uma missão que a Clínica Fisiátrica da Santa Casa da Misericórdia de Gaia, com a sua equipa de profissionais de saúde, cumpre com dedicação, grande empenho e satisfação. A Clínica da Santa Casa da Misericórdia de Gaia, está incorporada no complexo do Lar Salvador Brandão, com amplos espaços verdes e um parque de estacionamento privativo. Beneficia ainda, de fácil acesso pelas novas vias de circulação circundante.
Nova valência – Terapia da Fala ACORDOS ARS ADM ADMG CAIXA GERAL DEPÓSITO CAIXA DE PREVIDÊNCIA
MEDIS (ACIDENTES TRABALHO) MINISTÉRIO JUSTIÇA MONTEPIO GERAL PLANICARE PORTUGAL TELECOM
SAD/PSP SAMS SAMS QUADROS SEG. MULTICARE SEG. AÇOREANA
SEG. ALLIANZ SEG. AXA SEG. FIDELIDADE MUNDIAL GLOBAL SEG. IMPÉRIO BONANÇA
SEG. LUSITÂNIA MACIF SEG. SAGRES SEG. TRANQUILIDADE SEG. VITÓRIA
ESPAÇO SAÚDE
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A DEPRESSÃO
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Todos os dias encontramos pessoas que se lamentam das dificuldades da vida, do aumento dos preços, dos medicamentos que sobem e das comparticipações que descem, do desemprego e da falta de trabalho para os que querem começar. Da insegurança que cresce, da justiça que demora, da educação que não avança, da saúde que escasseia, dos políticos que decepcionam. Da crise que não passa no país da revolução dos cravos, sem sangue e com esperança na mudança adiada. Para poucos foram oportunidades, para muitos decepção. Lamentando vontades ingénuas de todos sermos iguais ou quase, de acabar com a pobreza, a injustiça, a guerra. E descobrir a liberdade no fim do arco-íris. Assim, ficamos decepcionados, lamentando o engano. Um forte sentimento se apodera de nós, preenche as conversas, as notícias, contamina a convivência e a apreciação da realidade quotidiana. Isto é a tristeza. Faz parte do nosso dia-a-dia. Surge como reacção a acontecimentos que nos desagra-
dam, por vezes, inevitáveis, ou uma sina expressa nas lendas costumes e cantares. Inspira poemas, estrofes do fado, aconchega o pôr-do-sol e o luar, distrai-nos das nossas mais íntimas misérias. Trata-se com esperança, solidariedade, alegria. Acreditar e viver. A depressão é outra coisa. Marca profundamente. É ficar à espera cada dia com a certeza que nada mudará. Começar mal e acabar pior ou nem mesmo ter vontade de mudar. Sentir o fracasso, a derrota, a culpa é toda nossa, nada valerá a pena, não merecemos mais. Confundir os dias e as noites passadas a ruminar lamentos, revoltas, desenganos e a malvada culpa sempre a perseguir-nos. O sono não vem, a noite não passa. O amanhã traz maior dor, sentimentos de impotência, cansaço, só apetece desistir, parar, mesmo acabar. É penoso continuar, tudo sabe a nada, sempre igual ou pior. Talvez haja alguns com sorte, mas a nós não cabe, não nos conhece ou não a merecemos. Já nem a dúvida nos move nem importa. Dói o corpo
e a alma. Variável em grau e em duração, a depressão é uma doença que tende a cronificar e é causa de morte prematura. Tem custos sociais e individuais muito elevados e é um grave problema de saúde pública. Atinge ambos os sexos e todas as idades com manifestações físicas e psíquicas complexas e grande sofrimento. É possível tratar ou mesmo curar, vencidas as resistências do paciente, inerentes à própria doença, com abordagens psicológicas e farmacológicas. Atendendo ao risco de danos físicos cerebrais irreversíveis, o tratamento deve iniciar-se quanto mais cedo melhor. Os custos são rapidamente recuperados pela melhoria da qualidade de vida e das capacidades globais do indivíduo afectado. Pela redução dos riscos de contrair outras doenças infecciosas ou tumorais, devido comprometimento do sistema imunitário, e exposição a comportamentos de risco. Fernandes Costa (Médico Psiquiatra)
HISTÓRIAS DE VIDA
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IRMÃS LAGE ESTÃO NO LAR RESIDENCIAL HÁ 17 ANOS
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O que a natureza uniu, a vida nunca separou… A natureza juntou-as e a vida também. As irmãs Lage, gémeas, vivem no Lar Residencial Conde das Devezas desde 1994, e durante 89 anos nunca se separaram. Em décadas controversas da sociedade, as irmãs Lage foram pioneiras e impulsionadoras de muitos hábitos que outras mulheres seguiram.
O ar jovial e moderno de Filomena e Natália Lage Chaves, as irmãs gémeas que vivem no Lar Residencial Conde das Devezas, não denuncia os seus 89 anos de vida. “Lidamos muito com gente jovem”, justifica Natália Lage. As irmãs Lage, como são conhecidas na Misericórdia de Gaia, nasceram numa aldeia perto de Chaves, em Vila Real, e aos dez anos o pai colocou-as num colégio interno misto no Porto, onde já estudava uma outra irmã. Depois de concluírem o segundo ano antigo de escolaridade, voltaram para a aldeia para cuidarem do pai, da irmã mais nova e da casa: “A vida foi-nos traçada de acordo com a vontade dos outros, mas o nosso pai teve razão, porque estava só e tínhamos que cuidar dele”. No entanto, a vida de Filomena e Natália foi sempre dividida entre a aldeia e o Porto, onde tinham família. As Residentes lembram-se dos encontros de família, da casa cheia, da grafonola a tocar… mas também dos conselhos do pai e dos seus ímpetos revolucionários.
À frente do seu tempo Numa época em que certos hábitos e actividades eram vedados às mulheres, Filomena e Natália podiam fazê-los: “Na nossa terra andávamos de patins e de bicicleta quando ninguém andava. Fazíamos equitação, quando nenhuma rapariga podia fazê-lo”. “Era o nosso pai que nos incentivava, mas com regras”, refere uma das irmãs. “Essa nossa infância traduz a nossa maneira de ser”, conclui a outra. Filomena foi a primeira mulher a ter carta de condução em Chaves: “Para treinar a condução fui para Guimarães, onde tinha uma família amiga. Naquela altura, na nossa terra, só tinham carro o padre, o médico e nós".
As irmãs lembram-se que em Guimarães vivia-se num “ambiente fechado, onde tudo parecia mal”. “Nós queríamos ir ao café e parecia mal uma mulher ir sozinha ao café”, explica Filomena. “Mas dizíamos que queríamos ir e quem quisesse que fosse connosco. Começámos a frequentar o café e depois outras mulheres também”, conclui Natália.
A religião Um outro tema em que as irmãs Lage geraram polémica foi a religião. “Num meio pequeno, em que toda a gente se conhece, verificámos que havia a contradição do dizer e do fazer. De maneira que afrontámos a sociedade ao deixarmos de ir à Igreja, mas não deixámos de ser religiosas”, confessa Filomena, reiterando que seguiram sempre a sua convicção e que foram sempre muito respeitadas. Um dos maiores desgostos da vida destas irmãs foi nunca terem tirado um curso, mas costumam dizer que têm “a cultura da vida”. Filomena e Natália viajaram muito. Nomeiam o Canadá como destino preferido pela organização e limpeza, e a Índia pela curiosidade da diferença social estar demasiado vincada. No entanto, o gosto das irmãs pelos passeios e pela cultura não se desvaneceu, antes aguçou-se, uma vez que as Residentes raramente perdem uma exposição ou um evento. No seu apartamento no Lar Residencial, Filomena e Natália guardam recordações dos sítios por onde passaram. As irmãs estão no Residencial há 17 anos, desde aquele Domingo, em que foram visitar o Lar, aconselhadas por amigos, e que deixaram logo o seu apartamento escolhido. “Adaptámo-nos muito bem no Lar, sentimo-nos felizes aqui. Esta é a nossa casa e nunca tivemos problemas com ninguém”, frisa Natália. No futuro, as irmãs querem continuar a fazer a vida que têm no momento, permanecendo atentas e informadas sobre o que se passa nos vários quadrantes da sociedade. Pretendem continuar a ter uma vida tranquila e garantem que estão sempre disponíveis para darem uma palavra amiga a quem precisar.
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ESPAÇO VOLUNTARIADO
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Testemunhos dos nossos Voluntários “Há momentos em que não é possível ficar insensível às injustiças e ausência de carinho que as famílias exercem sobre certos velhinhos”
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“Há longos anos que albergava o enorme desejo de ser Voluntária. No entanto, dada a limitação de tempo, só seria possível concretizá-lo quando me aposentasse. Assim, em Novembro de 2010, encerrei a minha página profissional e, de imediato, encetei diligências para iniciar o tão ambicionado voluntariado. Após contacto com a
Misericórdia de Gaia, pude começar a exercer voluntariado no lar da 3ª idade. Em cada dia que passa, tenho uma maior consciência da realidade que abraço e que os meus olhos abrangem. É uma experiência enriquecedora, porque, no dar, recebe-se, e é amando que se é amado. Há momentos em que não é possível ficar insensível às injustiças e ausência de carinho que as famílias exercem sobre certos velhinhos. Apercebemo-nos que alguns transportam uma história bem triste, para além de limitações e incapacidades físicas que os afectam. É nesses momentos que sentimos e reparamos o quanto eles estão angustiados e carentes, e que devemos disponibilizar o máximo de nós em ternura, calor humano e atenções. Sou por natureza uma pessoa muito sensível e apaixonada por tudo o que faço e, como tal, gosto e procuro ao máximo partilhar, mas sobretudo, participar e preencher certas lacunas. Neste momento, já me sinto muito envolvida com todos os que me rodeiam e onde eu estou, assiduamente, como Voluntária. É um sentimento de grande alegria e, principalmente, de satisfação interior, ao observar o carinho e contentamento que deles emana". Maria de Fátima Gonçalves (Voluntária no Lar António Almeida Costa)
“Sentir a gratidão nos olhos de uma criança é uma experiência que não se limita a ser gratificante” “Tendo sempre sentido a vontade de me envolver em acções de voluntariado, foi só em tempos recentes que me decidi a participar num projecto de solidariedade como Voluntária. E a satisfação foi grande ao descobrir no Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia um espaço onde o afecto é a norma, e no qual fui recebida como se da família fizesse parte – tanto pelas sempre prestáveis técnicas, como, principalmente, pela mão dos pequenos re-
sidentes. As expectativas, à partida elevadas, foram excedidas quando o primeiro sorriso me desarmou e confirmou, se tal ainda fosse necessário, o verso de Pessoa que nos diz que “o melhor do mundo são as crianças”. Sentir a gratidão nos olhos de uma criança é uma experiência que não se limita a ser gratificante: é uma lição de humildade que todos devemos tomar e que nos ensina que a dádiva é abdicar da recompensa de forma recompensadora. Um pouco de si pode ser muito para o outro.” Albertina Cruz
(Voluntária no Centro de Acolhimento)
“Sempre gostei de ajudar” “Sou Voluntário há 49 anos, mas integrei-me no voluntariado da Misericórdia de Gaia em Setembro do ano passado. Sempre gostei de ajudar, e dar aos mais desfavorecidos carinho, amor, afecto, dentro daquilo que Deus me tem dado, para eu poder ajudar os outros, principalmente, crianças e idosos”. Joaquim Ribeiro
(Voluntário no Lar António Almeida Costa)
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AGENDA
JULHO DIA 1 - Comemoração do 22º Aniversário do Serviço de Voluntariado na Misericórdia de Gaia - Festa de final de ano lectivo da Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa DIA 2 - I Jogo de Futsal Inter-Misericórdias: Misericórdia de Gaia Vs Misericórdia do Porto - III Jogo de Futsal Feminino da Misericórdia de Gaia DIA 4 - Comemoração do 19.º Aniversário do Lar Residencial Conde das Devezas - De 4 a 14 de Julho: Frequência da época balnear das crianças da Creche e Jardim de Infância e dos Utentes do Lar António Almeida Costa DIA 8 - Participação das crianças do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia na festa da Cercigaia AGOSTO - Frequência balnear das crianças do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia
SABIA QUE... … O Lar Salvador Brandão abriu as suas portas de Asilo com seis idosos: três homens e três mulheres? … A escultura da Caridade, presente na sede da Misericórdia de Gaia, foi criada pelo escultor gaiense Teixeira Lopes? … A Misericórdia de Gaia dispõe de um Livro Branco onde está inventariado todo o património imóvel da Instituição?
FICHA TÉCNICA: PROPRIETÁRIO: Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia; DIRECTOR E EDITOR: Dr. Pedro Nobre; COORDENADORA: Dr.ª Célia Rodrigues; REDACTORA: Dr.ª Marisa Pinho; COLABORADORA: Manuela Pinto; DESIGN GRÁFICO: Thing Pink - Publicidade e Comunicação; TIRAGEM: 1000; PERIODICIDADE: Bimestral; SEDE DA REDACÇÃO: Rua Teixeira Lopes, n.º 33, 4400-320, Vila Nova de Gaia; PRODUÇÃO: Sersilito, Empresa Gráfica Lda, Travessa Sá e Melo, 209 - Apartado 1208, 4471-909 Maia NOTA: Publicação isenta de registo na ERC ao abrigo da Lei de Imprensa 2/99 de 13 de Janeiro, artigo 9
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EQUIPAMENTOS SOCIAIS E UNIDADES DE EXPLORAÇÃO