Laços de Amor n.º 13

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EDIÇÃO Nº 13 BIMESTRAL | SCMG | Nov/Dez | 2011 Gratuito

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA

LAÇOS DE AMOR Uma família ao ser viço da comunidade

As mais belas representações de Natal


ÍNDICE EDITORIAL 82 ANOS DE HISTÓRIA A PALAVRA DOS UTENTES O QUE ACONTECEU

O S. Martinho foi vivido na Misericórdia de Gaia de uma forma especial

Joaquim Vaz foi reeleito Provedor da Misericórdia de Gaia

ENTREVISTA

Diretora do Lar Residencial Conde das Devezas fala das diferenças dos lares sociais e do Lar Residencial da Misericórdia de Gaia

PARCEIROS ESPAÇO SAÚDE NÚCLEO MUSEOLÓGICO HISTÓRIAS DE VIDA

Amélia Soares está há 21 anos a dar música aos utentes

ESPAÇO VOLUNTARIADO AGENDA SABIA QUE...

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EDITORIAL

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA

Quando se está a poucos dias do termo de um mandato, parece fazer sentido que se faça o balanço; tentarei elaborá-lo não através das habituais formas quantitativas e efusivamente descritivas porque essa tarefa está feita, bem feita e por quem deve fazê-lo. A preocupação de um editorialista, pomposo atributo que não possuo, parece ser a de referir linhas de conduta e, por isso, parece-me oportuno colar-me a ele embora sempre me interrogue se essa legitimidade cabe a um individuo ou a um grupo. Assim, com o atrevimento de quem escreve e deixa reproduzir os seus pensamentos, achei que humildemente podia colaborar nessa tarefa. Em qualquer momento se dirá que três anos, tempo de duração de cada mandato da nossa Santa Casa, é muito tempo, não o nego. Porém, quando esse tempo passa a correr, tanto é o entusiasmo e empenhamento e tantas são as áreas de

intervenção, acrescidas das dificuldades, pontuais umas e estruturais a maior parte delas, o tempo corre sem se dar por isso; dir-se-á que este mandato não pode ter durado tanto tempo porque "ainda agora começou"... e daí haver um grupo bem maioritário face ao atual elenco, que vai persistir seguramente com um enorme espirito de missão – e, para isso, está tão motivado como há 3 anos atrás - em assumir a responsabilidade que os seus ombros carregam e que se procurará transmitir de maneira bem sólida a quem entenda e possa continuar a tarefa dos fundadores, beneméritos e dadores e de muitos outros que ao longo de anos tanto se esforçaram por manter esta nossa Instituição (com letra grande, sim). E deixem-me enaltecer e destacar aqueles que nem sempre são recordados nesta missão, os nossos colaboradores, qualquer que seja o seu envolvimento da nossa organização. É para estes e para os nossos utentes, mais que todos, que importa fazer a leitura de fim de mandato que vos proponho. Fizemos tudo bem? Certamente que não, porque é sempre possível melhorar algumas abordagens, mas... haverá condições para que se faça mais? É verdade que praticamente utilizámos tudo o que era possível obter de entre as disponibilidades que o nosso grande parceiro, o Estado, permitiu. Mas, dir-se-á, se assim é, porque se não concretizaram alguns projetos que nos entusiasmaram tanto? Ah! Nem sempre o que foi prometido, este nosso ilustre parceiro cumpriu. As condições foram adversas? Também, mas não estavam preparadas as bases para se avançar mais (a gestão do património só recentemente começou a desbravar caminhos com vista à sua rentabilização, peça maior em toda a sustentabilida-

de do nosso futuro de muitos anos): Houve dificuldades inesperadas? Talvez - vou evitar a expressão desalentada que anda na boca de toda a gente... O que não nos permitiu alavancar, de forma segura e não aventureira, as melhores condições para fazermos mais; a partir de uma determinada altura, gorado o momento de arranque de alguns projetos que nortearam a Mesa Administrativa da nossa Instituição, arregaçaram-se as mangas para a criação ou solidificação de processos (elaboração do livro branco do património, aumentar em muito o índice de informatização e utilização de mais e melhores ferramentas na gestão das unidades, para apenas citar dois casos que irão ter repercussões muito importantes no futuro próximo). Mas, muito mais importante do que os contratos com o Estado foi a generosidades de alguns utentes que apoiaram de forma extraordinária a nossa missão que sem esse apoio, mais difícil tornaria o nosso encargo. Para esses (curiosamente, direi, para essas...) vai o meu realce deste balanço e o reiterado e nunca excessivo obrigado. Mas se houve algo que claramente foi rendimento reivindicado pela Mesa Administrativa que agora termina o seu mandato, foi também a capacidade que houve de envolver a generalidade dos quadros e até dos utentes - que também são sensíveis ao movimento relançado pelo atual Provedor e pela sua equipa, como realço no paragrafo anterior - para aquilo que foi e continuará a ser a mais nobre dos nossos desígnios: fazer misericórdia e envolver todos, no respeito dos princípios, também caritativos, que ela implica.

Artur Leite

(Vice-Provedor da Misericórdia de Gaia)

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ANOS DE HISTÓRIA

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Na reunião conjunta da Mesa Administrativa e do Definitório, realizada em 14 de dezembro de 1953, foi presente um ofício da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, do seguinte teor: “Excelentíssimo Senhor Provedor da Misericórdia de Vila Nova de Gaia – Como é do conhecimento de Vossa Excelência, vai ser muito em breve construído nesta Vila o Dispensário Anti-Tuberculoso, há muito pedido como das obras assistenciais de maior interesse. Sucede, porém, que o terreno que melhores condições para tal fim oferece é o terreno indicado na planta topográfica junta, o qual é propriedade dessa Digníssima Misericórdia. Pretende o Instituto de Assistência Nacional aos Tuberculosos que se interceda junto de Vossa Excelência para que possa vir a ser-lhe cedido o terreno indicado. Devo acrescentar que, de acordo com as várias trocas de impressões havidas desde há muito, estará esta Câmara disposta a oferecer a essa Misericórdia um subsídio que, de certa forma, ajude a compensar os prejuízos da alienação a que houver lugar. Aceite Vossa Excelência os meus melhores cumprimentos. O Presidente da Câmara. Fernando Jorge de Azevedo Moreira.” O Senhor Vice-Provedor em exercício apresentou à consideração da Mesa e do Definitório a seguinte proposta: “A Misericórdia de Gaia cede gratuitamente ao Instituto Nacional de Assistência aos Tuberculosos um terreno situado na Rua Conselheiro Veloso da Cruz, freguesia de Santa Marinha, Concelho de Vila Nova de Gaia, com a frente principal para esta rua e laterais para as Ruas Almeida Costa e Rua Particular (às Árvores), medindo a área total de mil e cinquenta metros quadrados e demarcada pelos serviços competentes na planta topográfica anexa ao ofício da Câmara Municipal deste Concelho e arquivada nesta Instituição. Este terreno destina-se à construção do Dispensário Anti-Tuberculoso de Gaia do Instituto da Assistência Nacional aos Tuberculosos e esta cedência é feita

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA

nas seguintes condições: primeira - A Misericórdia de Gaia reserva para si todos os materiais provenientes das demolições que julgar convenientes e todas as árvores a abater; segunda – O instituto da Assistência Nacional aos Tuberculosos obriga-se a construir um muro de vedação entre o terreno cedido e o restante, propriedade da Misericórdia, com as características dos muros existentes….” Esta proposta foi aprovada por unanimidade e foi presente a uma Assembleia Geral Extraordinária, realizada em 30 de dezembro de 1953, onde foi também aprovada. Assim, e depois de obtida a autorização do Senhor Ministro do Interior, foi realizada a respetiva escritura de cedência. Importa referir que da ata da reunião conjunta da Mesa e do Definitório de 14 de dezembro de 1953 consta que, considerando que esta cedência de terreno implica uma redução na área da totalidade da propriedade arrendada a Alcino Francisco Dias, foi deliberado que a renda anual paga pelo arrendatário seja deduzida de cinquenta escudos mensais e que se proceda à mudança, por conta da Instituição, da eira e arrecadação localizadas no terreno cedido. No ano seguinte, a Mesa Administrativa teve que gerir uma questão delicada com os Médicos que prestavam serviço na Misericórdia. Na verdade, consta da reunião da Mesa de 25 de março de 1954 que alguns Médicos enviaram cartas a informar que deixavam de prestar serviço, dado que, o seu pedido para serem nomeados médicos para os respetivos cargos que desempenhavam gratuitamente, não tinha sido atendido pela Mesa Administrativa. No próximo número, procuraremos falar detalhadamente sobre este assunto. Luís Marques Gomes

(Assessor da Provedoria da Misericórdia de Gaia)


A PALAVRA DOS UTENTES

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA

Quadras de Natal

Tempo do Advento

Outono estação de inverno. O Advento está chegando. Nasceu o Deus Menino Por quem eu estou esperando.

Olhando esta quadra lúdica Em que se come o bacalhau e a aletria, Devemos adorar a Jesus E à Virgem Santa Maria.

O Nascimento de Jesus É o que me trás tanta alegria: Meditando nos pastores, Pensando em José, Jesus e Maria.

Lembrando os Reis Magos Que vieram adorar Jesus, Arrependemo-nos dos nossos pecados Que o pregavam na Cruz.

Meditando nesta quadra Que se deu a dois mil anos, O nascimento do menino Jesus Enroladinho em panos.

Matias Gonçalves (Utente do Lar José Tavares Bastos)

Como se aproximava o Natal, cá no nosso lar tivemos que nos preparar neste tempo do Advento. Juntámo-nos para falar do nascimento de Jesus, onde cada um disse o que pensava e, daí, construímos uma oração em conjunto. Ficámos a saber que o Advento é para reflexão do que o salvador ensinou. Haver muito perdão, compreensão, tolerância, vermos quem está ao nosso lado como irmão e ajudá-lo. Não existir ódio nem ressentimento. Perdoarmo-nos sempre como Jesus disse e sermos perdoados quando errarmos. Jesus diz também para sermos alegres e amarmo-nos uns aos outros como Ele nos amou... Adriana Pereirinha (Utente do Lar José Tavares Bastos)

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O QUE ACONTECEU...

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA

… NO CENTRO DE ACOLHIMENTO TEMPORÁRIO N.ª SRA. DA MISERICÓRDIA

Crianças do CAT anteciparam as Janeiras Durante o mês de dezembro, as crianças do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sra. da Misericórdia participaram em várias iniciativas, proporcionadas pela Misericórdia de Gaia e pela comunidade.

Em época de Natal pede-se uma ida ao circo, portanto, as crianças do Cen-

tro de Acolhimento Temporário N.ª Sra. da Misericórdia (CAT) participaram num circo organizado pela Fundação Vítor Baía, tendo-se deliciado com os palhaços, leões e póneis. Mas as atividades não ficaram por aqui. Os meninos foram ao cinema assistir ao filme “Arthur Christmas”, no âmbito da festa de Natal dos filhos dos Colaboradores da instituição, e foram ainda convidados pela Barbot para assistirem ao filme “Happy Feet 2”. Também a empresa TELEF, que gere o teleférico localizado no cais de Gaia, ofereceu uma viagem às crianças, que adoraram. No Natal de 2011

não faltaram muitas prendinhas para os meninos, como também não faltou muita ajuda da comunidade gaiense. O CAT recebeu vários produtos de higiene e conforto do Wall Street Institute, dos Colaboradores da Santa Casa e do Banco Santander Totta. Os meninos receberam ainda roupa oferecida por vários anónimos e da Academia do Bacalhau do Porto.Antes que as aulas começassem, as crianças mais velhinhas do CAT fizeram uma ronda pelos equipamentos e unidades da instituição a cantarem as Janeiras, no passado dia 29 de dezembro.

SANTOS DOS NOSSOS MESES 6

S. Martinho¹ 11 de novembro Martinho nasceu na Panónia em 316 e era filho de um tribuno militar romano. Aos 15 anos entrou para a armada romana, servindo numa unidade cerimonial, como guarda pessoal do imperador. Martinho foi um dos primeiros a ser atraído pelo cristianismo. A célebre lenda da manta de S. Martinho ocorreu em Gália, termo para designar quer o moderno território francês, como a antiga região povoada pelos gauleses, quando o seu regimento foi enviado para esta cidade. Segundo a lenda, num dia de inverno, Martinho estava a entrar na cidade no seu cavalo quando se deparou com um mendigo quase sem roupa. Como ninguém oferecia ajuda ao mendigo, Martinho rasgou a sua capa ao meio e ofereceu a outra parte da capa ao mendigo para se proteger do frio. Os seus colegas do regimento riram-se deste ato do jovem. Nessa mesma noite, Martinho teve uma visão do rosto de Cristo, que vestia a parte da manta dada ao mendigo. O jovem ficou convencido que acabara de ajudar Jesus Cristo. A lenda diz ainda que no dia seguinte, Martinho teve uma nova visão e ouviu uma voz, dizendo: “Cada vez que fizeres o bem ao mais pequeno (no sentido social de mais desprotegido) dos teus irmãos é a mim que o fazes”. Depois de ter sido militar romano, Martinho seguiu uma carreira eclesiástica, convertendo muitos ao cristianismo. Fundou o Convento Ligugé e, mais tarde, foi eleito bispo de Tours. A doença colocou fim à sua vida numa última visita a Roma. ¹ LEITE, José, COELHO, António José, Santos de Todos os Dias, Novembro, 4º edição, Matosinhos, QN – Edição e Conteúdos, S.A., 2005, pp. 144-147, ISBN: 989-554-242-9

Sagrada Família de Jesus, Maria e José² 30 de dezembro Da alocução de Paulo VI, Papa em Nazaré, 5 de janeiro de 1964:

O exemplo de Nazaré “Nazaré é a escola em que se começa a compreender a vida de Jesus, é a escola em que se inicia o conhecimento do Evangelho. Aqui se aprende a observar, a escutar, a meditar e a penetrar o significado tão profundo e misterioso desta manifestação do Filho de Deus, tão simples, tão humilde e tão bela. Talvez se aprenda também, quase sem dar por isso, a imitá-la. Quanto desejaríamos voltar a ser crianças e acudir a esta humilde e sublime escola de Nazaré! Quanto desejaríamos começar de novo, junto de Maria, a adquirir a verdadeira ciência da vida e a superior sabedoria das verdades divinas! A Sagrada Família, imagem modelo de toda a família humana, ajude cada um a caminhar no espírito de Nazaré; ajude cada núcleo familiar a aprofundar a própria missão civil e eclesial, mediante a escuta da Palavra de Deus, a oração e a partilha fraterna da vida! Maria, Mãe do amor formoso, e José, Guarda e Redentor, nos acompanhem a todos com a sua incessante proteção”. ² LEITE, José, COELHO, António José, Santos de Todos os Dias, Dezembro, 4º edição, Matosinhos, QN – Edição e Conteúdos, S.A., 2005, pp. 144-147, ISBN: 989-554-242-9


… NA CRECHE E JARDIM DE INFÂNCIA D. EMÍLIA DE JESUS COSTA

CAMPANHA DE SOLIDARIEDADE “Marca o teu Natal com um presente para alguém especial” foi o tema da campanha de solidariedade, lançado pela Misericórdia de Gaia aos encarregados de educação das crianças da Creche e Jardim de Infância para ajudar 10 famílias carenciadas.

Os pais dos meninos da Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa (CJI) entregaram-se à campanha de solidariedade “Marca o teu Natal com um presente para alguém especial” de uma forma muito significativa, contribuindo com vários cabazes de alimentação. Os muitos “miminhos” angariados foram entregues a 10 bebés das freguesias de Mafamude e de Santa Marinha, que nasceram em 2011 e que são apoiados em papas, leite e medicamentos pelo Departamento de Intervenção Comunitária da Misericórdia de Gaia (DIC). A campanha contemplou 10 famílias, abrangendo 43 pessoas, das quais 21 adultos e 22 menores.

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… NO LAR RESIDENCIAL CONDE DAS DEVEZAS

HOMENAGEM A ALDA SOUSA

Nova benfeitora da

Misericórdia de Gaia

Alda da Conceição Oliveira Sousa é a mais recente benfeitora da Misericórdia de Gaia. Alda Sousa fez uma doação à Irmandade para que continue a fazer o bem aos mais pobres e a prosseguir com as obras que estão em curso. No passado dia 14 de dezembro, a Misericórdia de Gaia homenageou a benfeitora e atribuiu-lhe o Diploma de Irmã Benemérita. Alda da Conceição Oliveira Sousa vive no Lar Residencial Conde das Devezas e é a mais recente benfeitora da Misericórdia de Gaia. A Residente fez uma doação à Irmandade para que continue a sua ação social e para que consiga concluir as obras que estão em curso. O valor doado pela benfeitora foi a ajuda que a Misericórdia precisava para suportar os grandes encargos financeiros que despendeu com a obra de ampliação da Creche D. Emília de Jesus Costa e com a construção de um parque infantil para as crianças.


O QUE ACONTECEU...

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Na cerimónia de homenagem à Residente, o Provedor da Misericórdia de Gaia anunciou que na última Assembleia Geral Extraordinária da Irmandade foi aprovado por unanimidade a atribuição do Diploma de Irmã Benemérita a Alda Sousa. “Para além do Diploma, queremos que o seu nome fique perpetuado neste novo espaço onde muitas crianças serão acolhidas”, acrescentou na altura do descerramento da placa com o nome da Residente. As crianças que assistiram a este ato entregaram a Alda Sousa uma fotografia dos meninos que frequentam a nova parte da Creche. A cerimónia, na qual estiveram também presentes os Residentes do Lar Residencial Conde das Devezas e os Utentes do Lar António Almeida Costa, terminou com uma visita ao novo parque infantil da Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa, que será inaugurado em breve. Alda da Conceição Oliveira Sousa entrou para o Lar Residencial Conde das Devezas em janeiro de 1997, na companhia do marido, Porfírio Castro Lopes, e foi admitida como irmã da Misericórdia de Gaia em 13 de janeiro de 1999.

A doação serviu para suportar os custos com o novo parque infantil

Alda Sousa do Lar Residencial Conde das Devezas

… NO LAR ANTÓNIO ALMEIDA COSTA

Lar António Almeida Costa aposta na intergeracionalidade

A intergeracionalidade é uma constante no Lar António Almeida Costa. Os Utentes recebem com frequência a visita de muitas crianças e jovens, desfrutando de momentos de convívio e partilhando experiências de ambas as gerações. A festa de comemoração dos aniversários dos Utentes e Colaboradores do Lar António Almeida Costa (LAC) do mês de novembro, no dia 30, contou com a presença das crianças do

infantário Toca do Menino. Durante a tarde, os Utentes apresentaram um poema e uma dança aos convidados que retribuíram com agradáveis canções de Natal. A felicidade no rosto dos Utentes foi uma constante até ao final do encontro que terminou com os “Parabéns a Você”. Os Utentes do LAC receberam ainda a visita dos alunos do 8.º ano do Colégio da Bonança. Os jovens presentearam os idosos com uma encenação de Natal e com um delicioso chocolate.

Viagem de Teleférico Quem não gosta de estar na sua casa a comer pipocas enquanto assiste a um filme? Foi isso mesmo que os Utentes do LAC fizeram na sua “casa”: beberam sumo de laranja, feito pelos próprios, e comeram pipocas enquanto se divertiam com o filme Mamamia.

Os Utentes da Misericórdia de Gaia foram dar um passeio de teleférico do cais de Gaia até à Serra do Pilar, no passado dia 25

de novembro, oferecido pela empresa TELEF. Segundo a Animadora Sociocultural do lar “os idosos estavam encantados com a paisagem aérea e recordaram vivencias passadas”. Os Utentes ficaram fascinados com a vista sobre a paisagem e comentaram o forte desenvolvimento de Vila Nova de Gaia. Durante a tarde foi notável o companheirismo e a boa disposição dos idosos.


… NO LAR SALVADOR BRANDÃO

Emoções positivas para tolerar a dor

A dinâmica no Lar Salvador Brandão não para. No passado dia 23 de novembro o lar recebeu o professor Jacinto Jardim para dar uma palestra aos Utentes sobre “Emoções positivas para tolerar a dor”. O palestrante tentou sensibilizar os Utentes para a importância de manterem atitudes positivas e sentimentos ale-

gres como “segredo” para tolerar todo o tipo de dor psicológica que a idade possa apresentar. O encontro revelou-se de grande interesse para os participantes que não hesitaram em dar opiniões e contarem episódios das suas vidas. Jacinto Jardim pautou ainda a sua passagem pelo LSB, ensinando aos Utentes a música “Creio na alegria de viver”. No dia 30 de novembro foi a saúde que esteve em destaque no LSB. O palestrante convidado foi o enfermeiro do lar Francisco Cardoso que falou aos Utentes sobre saúde no geral e, em particular, sobre a Diabetes, a importância de caminhar, entre outros temas. Os Utentes assistiram a um vídeo sobre a prevenção de quedas, que captou bastante a sua atenção. Os idosos tiveram ainda oportunidade de colocarem várias questões. Todos os meses o Lar Salvador Brandão realiza palestras, cujos temas são relacionados com a terceira idade e que têm como objetivo fazer com que os Utentes vivam cada vez melhor em comunidade no lar.

Crianças visitaram Utentes Um grupo de crianças do infantário Açafate visitou os Utentes do LSB, no passado dia 8 de novembro. O encontro intergeracional traduziu-se em vários momentos de partilha entre idosos e crianças. A manhã foi bastante animada com as apresentações pessoais, canções de bons dias, danças tradicionais apresentadas pelos meninos e o hino da terceira idade. "Isto para nós é uma alegria... as crianças só nos trazem saúde", referiu o Utente Aníbal Valdemar. Para a Utente Prazeres Moura este foi mais um momento de muita alegria no LSB: "Eu adoro estes encontros com as crianças, é a alegria que entra na nossa casa".

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O QUE ACONTECEU... … NO LAR JOSÉ TAVARES BASTOS

Centenária

Orfeão da Madalena

no Lar José Tavares Bastos Os últimos dois meses de 2011 foram de grandes acontecimentos no Lar José Tavares Bastos. O Lar festejou o centenário da Utente Maria Silva, os Utentes dedicaram-se à decoração natalícia do José Tavares Bastos e receberam o Orfeão da Madalena para um momento de muita música, representação e convívio.

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Maria Silva completou um século de vida no Lar José Tavares Bastos (LJTB) no passado dia 29 de dezembro. A comemoração do aniversário da Utente foi feita de uma forma singela com a presença dos familiares. O momento foi de muita curiosidade para os demais Utentes do lar. Maria Silva entrou para o Lar José Tavares Bastos no dia 3 de julho de 2008. A criatividade e a motricidade estiveram ao rubro nos últimos dois meses do ano no LJTB. Os Utentes dedicaram-se ao artesanato e à decoração do lar para receberem as famílias e as visitas na época do Natal. Nesse sentido, os Utentes construíram um presépio em cera, velas coloridas, bem como outros objetos.

Por amável disponibilidade manifestada pela presidência do Orfeão da Madalena, realizou-se na tarde do passado dia 26 de dezembro uma festa de Natal, no LJTB, com a colaboração do Coro Infanto-Juvenil daquela associação cultural, sob a direção da maestrina Lígia Castro, a que se seguiu uma peça de teatro, que contou com a colaboração do Teatro Infantil do mesmo Orfeão. Ao longo da tarde, ficou bem patente a alegria e atenção com que os Utentes do LJTB, o Sr. Provedor e o Sr. Presidente da Junta da Freguesia da Madalena - que nos honraram com as suas presenças -, apreciaram o repertório apresentado pelo Orfeão da Madalena que, desta forma, se quis associar à Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia, na época celebrativa do Natal, divulgando uma parte das artes recreativas e culturais que muito bem tem sabido cultivar e transmitir ao longo de sucessivas gerações, e a nós nados e criados nesta terra, reavivaram saudades e recordações de tempos idos. Na pessoa da presidente daquela associação cultural, e nossa Irmã, Sra. D. Ana Maria Pinto de Sousa, aqui tributo o nosso reconhecido agradecimento. Sílvio Ribeiro

(Mesário do Lar José Tavares Bastos)

S. MARTINHO

A partilha e a solidariedade de S. Martinho na Misericórdia de Gaia

O S. Martinho foi vivido de uma forma muito especial pelos Utentes e Residentes da Misericórdia de Gaia. Para além das tradicionais castanhas, jeropiga e da evocação da lenda de S. Martinho, a data serviu de mote para uma tarde bastante animada pelos diversos equipamentos sociais e unidades de exploração da Irmandade. O Lar António Almeida Costa aproveitou o momento de festividade para convidar o Grupo de Reformados do Cedro a atuar para os Utentes. “Desejamos muita saúde e muitas felicidades para todos vós e esperamos para


o ano estarmos cá novamente”, disse aos Utentes o representante do Grupo. O lanche teve, como manda a tradição, castanhas, preparadas pelos Utentes. Já o Lar Residencial Conde das Devezas marcou a data com um lanche/ ajantarado, cuja “ementa” servida consistiu no Grupo de Cantares os “Rebuçadinhos”. Os Residentes não hesitaram em afinarem as vozes, acompanhando o Grupo nas canções que já conheciam. Para a Diretora do Lar Residencial, Dália Esteves, este momento musical e de festa no lar foi de partilha e de solidariedade, “tal como S. Martinho mostrou solidariedade ao partilhar a sua capa com um mendigo”. O Lar José Tavares Bastos dedicou também aos seus Utentes uma tarde de Magusto animada com um programa musical bastante variado que foi protagonizado pelo fadista Jorge César, por uma Voluntária do lar e pelo seu marido. “Eles cantaram desde Amália a Carlos Paião e os Utentes adoraram”, frisou a Diretora do Lar José Tavares Bastos, Fernanda Morgado. As crianças da Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa realizaram trabalhos dedicados ao Dia de S. Martinho. Fizeram o tradicional magusto e um teatro, no qual foi dramatizada “A lenda de S. Martinho” pela sala dos quatro anos. O avô de um menino da sala dos cinco anos esteve presente neste dia na CJI para cantar e tocar canções alusivas ao Dia de S. Martinho, alegrando e divertindo todas as crianças, educadores e auxiliares. O Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sra. da Misericórdia comemorou o S. Martinho com muitas castanhas, brincadeiras e canções apropriadas à época. A festa e as atividades tiveram a preciosa colaboração das Voluntárias. Se por um lado a Misericórdia de Gaia mantém as tradições, estas servem sempre de mote para exaltar a vida, o dinamismo e as particularidades de cada profissional e Utente da Instituição.

NOVO TRIÉNIO 2012/2014

Joaquim Vaz reeleito Provedor da Misericórdia de Gaia

Joaquim Vaz foi reeleito Provedor da Misericórdia de Gaia para o triénio 2012/2014. O ato eleitoral do passado dia 19 de novembro contou com a forte participação dos irmãos. Apesar de ter havido uma lista única candidata aos Corpos Gerentes da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia para o triénio de 2012/2014, os irmãos da instituição mostraram a sua vontade de uma forma bastante expressiva, correndo às urnas. Votaram na lista A 237 irmãos, dos cerca de 900 que estavam em pleno gozo dos seus direitos. “A nossa Irmandade sai reforçada deste ato eleitoral, porque, para lista única, foi a maior votação de sempre, o que quer dizer que a Misericórdia de Gaia está de boa saúde”, palavras de Joaquim Vaz, reeleito Provedor da Misericórdia de Gaia. Joaquim Vaz frisou que a “coesão social e a paz institucional são fundamentais para a estabilidade da instituição” e garantiu que está rodeado de “pessoas credíveis e bem preparadas”. A composição da Mesa Administrativa e da Assembleia Geral da Irmandade para o novo triénio sofreram algumas alterações relativamente ao triénio anterior, mantendo-se os mesmos elementos do órgão social Definitório. Das alterações ocorridas destacam-se a entrada de três novos Mesários para a nova Mesa Administrativa que são Delfim Sousa, Jorge Soares e José Pereira.

A composição dos Corpos Gerentes da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia para o triénio 2012/2014 é a seguinte: MESA DA ASSEMBLEIA GERAL Presidente Efetivo: Joaquim Manuel Veloso Poças Martins, Prof. Eng.º Presidente Suplente: Armando Sousa Nogueira, Prof. Dr. 1º. Secretário: António Santos Silva Grangeia, Eng.º 2º. Secretário: Engrácia Maria da Costa Tavares, Dra. Secretário Suplente: Ângelo Gomes Sá Secretário Suplente: Francisco Manuel Martins Almeida Campos MESA ADMINISTRATIVA Efetivos Provedor: Joaquim de Lima Moreira Vaz Mesário: Artur Almeida Leite Mesário: Delfim Manuel Magalhães Sousa, Dr. Mesário: Joaquim José Magalhães R. Ferraz Brandão, Eng. Mesário: Jorge Manuel da Silva Soares Mesário: José Fernando Dias Pereira Mesário: Pedro Altino Nobre Moreira da Silva, Dr. Mesário: Sílvio Pinto da Silva Ribeiro Mesário: Valentim Manuel da Silva Machado Suplentes Mesária: Ana Pinto Ramos, Dra. Mesário: Manuel António Vilaça Costa Mesário: António Lacerda Vieira. Arqt.º DEFINITÓRIO Efetivos Presidente: António José Ramalho Monteiro, Dr. Américo Ferreira Camarinha Paulo Alexandre Fernandes Pardal, Dr. Suplentes Fernando Manuel Lopes Ribeiro, Dr. Artur Celso Sá Carvalho Pacheco, Dr. Álvaro Manuel Areias Carvalho

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Última reunião da Mesa Administrativa do triénio 2009/2011

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A última reunião da Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia do triénio 2009/2011 realizou-se no passado dia 27 de dezembro de 2011. Na última reunião, os elementos da Mesa deliberaram sobre os assuntos da gestão corrente da Irmandade, bem como aproveitaram o momento para se despedirem das Mesárias Maria Augusta Ferraz, Inácia Leão e do Mesário Francisco Campos que no novo triénio 2012/2014 passará a fazer parte da Mesa da Assembleia Geral da Misericórdia de Gaia. Os Mesários Maria Augusta Ferraz, Sílvio Ribeiro e Joaquim Ferraz Brandão fizeram a Laços de Amor um balanço do que viveram no último triénio na Misericórdia de Gaia.

Maria Augusta Ferraz

Joaquim Ferraz Brandão

Mesária do Lar António Almeida Costa

Mesário do Setor de Obras e Exploração da Misericórdia de Gaia

“Descrever a minha passagem pela Santa Casa da Misericórdias de Vila Nova de Gaia, mais propriamente pelo Lar António Almeida Costa (LAC), é relembrar um passado que leva ao ano de 1989. Em virtude de na minha paróquia de Coimbrões visitar doentes e idosos e alguns destes terem de ser internados no LAC, a minha missão continuava, visitando-os até ao final das suas vidas. Fui dando conta de que devia partilhar com todos os Utentes que ali habitavam a mesma atenção e carinho. Dentro de mim algo brotou, a que eu chamo “ESPÍRITO SANTO”, levando-me a organizar um grupo de oito pessoas, sete senhoras e um homem, e a dirigir-me ao Senhor Provedor da Santa Casa de então, oferecendo o nosso serviço para a criação de um possível voluntariado. Foi aceite por toda a Mesa Administrativa. E o voluntariado foi devidamente oficializado pela instituição nesse mesmo ano. A partir daqui, uma nova etapa se iniciou ao serviço de quem tanto necessitava de AMOR e ATENÇÃO: os Utentes do nosso lar. Depois de 20 anos de “partilha” e “encontro” com os Utentes, funcionários e voluntários deste lar, e de ter sido amiga de todas as respostas sociais, surgiu o convite para Mesária da Santa Casa da Misericórdia. Como irmã senti-me chamada ao serviço e relembrei uma frase: “Todo o irmão é responsável na obra e na estratégia da instituição e o compromisso leva-o a cumprir o que lhe for solicitado”. Aceitei com alegria, fé, esperança e com garra. Ponderei maduramente nos sacrifícios e alterações de vida que teria de enfrentar. O tempo passado foi duro, mas altamente positivo: houve conquistas, transformações, realizações a vários níveis, como é do conhecimento geral. Foi tempo de paz e concórdia. Só pude dar o que tinha para dar: experiência de vida de amor e doação e os conhecimentos adquiridos numa longa prática de trabalho sério e responsável, digno e honesto que me permitiram servir os interesses dos mais carenciados, numa proximidade consciente com o Senhor Provedor e a Mesa Administrativa. Experiência inigualável e inesquecível. Procurei seguir a missão do Mestre e deixar-me guiar pelo Espírito Santo, continuamente, ao encontro das pessoas, sem qualquer distinção, servindo com rigor e amor os altos projetos da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia.”

"Ao fim de três anos de Mesa Administrativa, convirá realçar que foi para mim enriquecedor conviver de 15 em 15 dias com um grupo de pessoas boas, bem intencionadas, leais, esforçadas, colaborantes, de nível, superiormente orientadas pelo Exmo. Senhor Provedor. Fez-se o melhor, mas é preciso fazer mais - a perfeição e a eficácia são pontos de fé, para os quais nunca podemos descansar, temos obrigação de ultrapassarmo-nos a nós próprios, com o auxílio precioso e incontornável de Nossa Senhora." Sílvio Ribeiro (Mesário do Lar José Tavares Bastos)

“O voluntariado é porventura uma das formas mais nobres de participar, graciosamente, no exercício da cidadania, tornando-nos mais próximos do próximo.Numa época em que a crise de valores assume uma ordem de grandeza preocupante; o tecido familiar experimenta roturas de toda a ordem; as relações laborais degradam-se de forma galopante, tornando-se progressivamente mais instáveis e degradadas, gerando conflitos e perturbações que minam e corroem os alicerces da vida social, profissional e familiar… o Voluntariado não cairá no desemprego! Quando a sociedade valoriza o ter, em detrimento do ser, encontra-se o terreno fértil para germinar e florescer uma inversão de valores, de tal modo profunda, capaz de reduzir o ser humano à condição de descartável… Estas e muitas outras situações, que compõem o nosso quotidiano, impelem-nos, como cristãos, a darmos o nosso modesto contributo para travar, inverter ou minimizar os efeitos perniciosos e nefastos desta forma de organizar a sociedade, por maioria de razão junto da sua parte mais oculta, particularmente dos sem voz nem vez… Por tudo isto, e pelo muito mais que fica por mencionar, a oportunidade de participar na obra que a Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia - em boa hora iniciada há mais de oito décadas -, apesar da grande responsabilidade que isso implica, constitui uma oportunidade soberana de intervenção na vida coletiva, fazendo hoje acontecer ao nosso lado uma parte do Evangelho que assumimos como nosso.”


DIA INTERNACIONAL DA TOLERÂNCIA

A diferença, a idade… a tolerância Cerca de 50 Utentes da Misericórdia de Gaia foram convidados pela Escola E. B. 1/JI das Matas a participarem nas comemorações do Dia da Tolerância, no dia 16 de novembro. O evento que juntou crianças, idosos e pessoas com necessidades especiais contou com a atuação da Banda da PSP. A escola estava decorada a preceito com vários cartazes ilustrativos do tema que uniu na tarde do Dia Internacional da Tolerância crianças, idosos e pessoas com necessidades especiais. As crianças estavam um pouco ansiosas com as suas interpretações. Os Utentes da Misericórdia de Gaia estavam curiosos com o espetáculo que iriam assistir e, claro, não perderam a oportunidade de conviverem com os mais novos, interagindo e brincando com eles. As pessoas com necessidades especiais tiveram neste dia mais uma oportunidade de se inserirem na comunidade e de assistirem ao espetáculo musical, protagonizado pela Banda da PSP. CCD MISERICÓRDIA DO PORTO VS MISERICÓRDIA DE GAIA

Misericórdias do Porto e de Gaia voltaram a encontrar-se em campo

Numa primeira parte, os golos da equipa da Casa de Cultura e Desporto (CCD) da Misericórdia do Porto não tardaram em aparecer, mas a equipa da Misericórdia de Gaia conseguiu recuperar rapidamente. No entanto, os quatro golos da Irmandade de Gaia não foram suficientes para vencer no Porto, uma vez que a CCD da Misericórdia do Porto ganhou por 5-4. Apesar do resultado, João Paulo, Luís Pedro, José Castro, Rui Ferreira, Francisco Cardoso, Bruno Santos, Víctor Loureiro, José Silva, José Lopes e Gonçalo Freitas foram o orgulho da Misericórdia de Gaia neste encontro. Depois da competição, a tarde terminou com um momento de convívio entre os dirigentes e os colaboradores/jogadores de ambas as Irmandades na Misericórdia do Porto com a entrega dos troféus aos representantes de cada equipa. O Provedor da Misericórdia de Gaia, Joaquim Vaz, referiu que ambas as Irmandades vão continuar a encontrarem-se e a trabalharem no futuro, uma vez que se vai realizar o X Congresso Internacional das Misericórdias. O Provedor da Misericórdia do Porto salientou que mais importante do que as vitórias são os momentos de convívio entre as Instituições. No futuro prevê-se a participação de outras Misericórdias do distrito do Porto em torneios quadrangulares de Futsal.

As crianças de cada ano realizaram pequenas interpretações sobre o tema em questão, incluindo a leitura de alguns pensamentos sobre a pessoa idosa e uma “entrevista” relacionada com a tolerância. Os mais pequeninos deliciaram os mais crescidos com uma dança infantil. As atuações das crianças terminaram com uma canção sobre amizade que emocionou muito os Utentes da Misericórdia de Gaia. A festa continuou com a atuação da Banda de Música da PSP que tocou vários temas conhecidos de todos, cujo resultado foi a diversão total entre crianças, idosos e deficientes. Para além dos Utentes da Misericórdia de Gaia, estiveram ainda presentes nesta comemoração os Utentes da Cercigaia e de outras associações, bem como também marcaram presença representantes da direção da Escola Teixeira Lopes e da junta de freguesia de Santa Marinha.

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Breves Salão nobre remodelado

O salão nobre do edifício dos serviços centrais da Misericórdia de Gaia foi remodelado. O setor de obras da instituição recuperou os tetos que são trabalhados a gesso, procedeu à remoção do papel de parede, emassamento e pintura das parede, bem como houve ainda tratamento da parte de carpintaria e remodelação de toda a instalação elétrica do salão. A obra demorou cerca de um mês.

Reunião de Quadros

O Provedor e a Mesa Administrativa da Misericórdia de Gaia reuniu com os profissionais dos quadros superiores da instituição, no passado dia 25 de novembro, para o encontro de apresentação do orçamento da instituição para o ano de 2012. Os profissionais da Misericórdia de Gaia puderam tirar dúvidas e partilhar sugestões com o Provedor e a Mesa Administrativa.

Novas instalações para o grupo de Voluntárias da Creche e Jardim de Infância

Entre novembro e dezembro, o grupo de voluntariado da Creche e Jardim de Infância da Misericórdia de Gaia efetuou a mudança gradual para o seu novo espaço de trabalho, agora localizado numa das salas do extinto local de Atividades de Tempos Livres (ATL), passando assim a dispor de melhores e mais dignificantes condições de trabalho e de atendimento das pessoas que a ele recorrem.

ESPECIAL

Natal com animação e solidariedade 14

Os equipamentos sociais e as unidades de exploração da Misericórdia de Gaia festejaram a época natalícia com animação e solidariedade. Ceia de Natal

Dezembro arrancou com os equipamentos e as unidades da instituição decorados a Natal pelos Utentes e Colaboradores. Todos aqueles que fazem parte desta grande família que é a Misericórdia de Gaia ao serviço da comunidade têm vivido e saboreado o Natal em cada momento, em cada festa, em cada palavra. Mas Natal na Misericórdia significa também aquele espírito de solidariedade que a Irmandade coloca em prática durante 365 dias ao ano. Laços de Amor tem o prazer de apresentar os momentos de Natal vividos nos equipamentos e unidades da Misericórdia de Gaia, dos quais se destacam as mais belas representações de Natal. uma surpresa que a sorte ditou ser para a Diretora do Lar António Almeida Costa, Helena Ferreira. Neste encontro, os Dirigentes e Colaboradores da instituição voltaram a dar o exemplo ao aceitarem o apelo de levarem bens de higiene e conforto para as crianças em risco do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sra. da Misericórdia.

Natal no Lar José Tavares Bastos

A Ceia de Natal da Misericórdia de Gaia contou com uma participação de todos os que fazem parte da instituição que superou largamente o ano anterior. Os convidados foram recebidos no passado dia 16 de dezembro, na sala de jantar do Lar Salvador Brandão, por um mimo que fez várias brincadeiras e interagiu com os presentes. A noite teve ainda várias surpresas como a aparição da Rainha D. Leonor e do Frei Miguel Contreiras, interpretados pelo Provedor da Misericórdia de Gaia, Joaquim Vaz, e pela Mesária Maria Augusta. A noite continuou com várias surpresas, nomeadamente com as Colaboradoras do Lar José Tavares Bastos, da Madalena, a coreografarem a música “Dá-me um abraço”, e o sorteio de

A Festa de Natal no Lar José Tavares Bastos, no passado dia 16 de dezembro, abriu com uma atuação musical dos Utentes, que cantaram os temas “Alegria de Viver” e “Nas palhinhas deitado”. Este último tema foi coreografado com um desfile da Sagrada Família, interpretado pelas Colaboradoras do lar. O momento de festa juntou os Utentes e os seus familiares numa agradável convivência natalícia.


Natal na Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa Natal no Lar António Almeida Costa

No passado dia 16 de dezembro, as crianças da Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa esperaram o Pai Natal. Mas, ao que parece, este teve um acidente e foi o Presidente da Junta de Freguesia de Santa Marinha que teve de entregar as prendas aos meninos. Quem também apareceu foi um grande boneco de neve, tendo sido a alegria dos mais pequenos e dos mais crescidos. A boa disposição e brincadeira chegaram também aos encarregados de educação que aproveitaram para tirar fotografias aos filhos com o boneco de neve e para participarem num jogo de Natal.

Cinema no Gaiashopping À semelhança do ano anterior, os filhos e os Colaboradores da Misericórdia de Gaia puderam assistir a uma sessão de cinema no Gaiashopping, no dia 17 de dezembro, deliciando-se com uma linda história de Natal.

Natal no Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sra. da Misericórdia

Alguns já são “profissionais”, outros “iniciados”, mas todas as crianças do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sra. da Misericórdia (CAT), no passado dia 19 de dezembro, brilharam na representação de Natal no auditório dos Bombeiros Voluntários da Aguda. O tema da representação deste ano foi “Os povos do mundo a adorar o nascimento de Jesus Menino”, por estar relacionado com o plano de atividades pedagógicas do CAT para o ano de 2012. As vestes, as músicas, as falas e até mesmo aquelas expressões que não estavam programadas encantaram os elementos da Mesa Administrativa, os Utentes e os familiares que estiveram presentes. Como não poderia deixar de ser, o Pai Natal trouxe muitas prendinhas para os meninos do CAT, fruto da solidariedade de várias entidades e anónimos.

O Lar António Almeida Costa preparou uma festa de Natal a cem por cento com a prata da casa. O almoço convívio, que juntou alguns elementos dos Corpos Gerentes da instituição, abriu com uma representação natalícia, interpretada pelos Utentes, repleta de mensagens de amizade e de confraternização. Mais tarde, foi a vez dos Colaboradores encenarem um “Feliz Natal” bastante animado e com muito ritmo. O momento foi ainda de sentida homenagem à Mesária do lar, Maria Augusta, que cessará as suas funções no dia 31 de dezembro de 2011. Durante a manhã, o dia da festa de Natal do lar teve a participação do Grupo de Cantares do Lar António Almeida Costa e das crianças do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sra. da Misericórdia.

Natal no Lar Residencial Conde das Devezas O Lar Residencial Conde das Devezas preparou para os seus Residentes e convidados, no passado dia 20 de dezembro, uma representação do musical “O Nazareno”, interpretado por 24 Colaboradores. Esta apresentação revestiu-se de tal delicadeza e emoção que não deixou ninguém indiferente. A “rainha D. Leonor e o Frei Miguel Contreiras” apareceram também no Residencial para surpresa de todos os presentes. A festa de Natal terminou com canções natalícias da responsabilidade do professor Mesquita e do Grupo de Cantares do Lar Residencial Conde das Devezas.

Natal no Lar Salvador Brandão As “Emoções de Natal” estiveram ao rubro no passado dia 21 de dezembro no Lar Salvador Brandão. Utentes e Colaboradores do lar apresentaram vários momentos musicais coreografados que transmitiram determinadas emoções aos presentes. As Colaboradoras abriram a festa com vestes de monges que rapidamente despiram, tornando-se Mães Natais bonitas e ágeis, transmitindo a emoção de que o Natal é dinamismo e aventura. De seguida, alguns Utentes vestidos de Pai Natal cantaram a música “O Velhinho”. Como quando se pensa em Natal, pensa-se em neve, o lar evocou também o espírito das crianças à volta do boneco de neve, interpretado por uma Utente e pelas crianças filhas dos Colaboradores do lar. “Somos a doçura da mesa” foi um outro momento em que os Utentes apresentaram-se como sendo as rabanadas, o pão de ló e a aletria… A música “Jingle Bell Rock”, com letra adaptada pela Colaboradora D. Amélia e coreografada pelos Utentes e Colaboradores, transmitiu a emoção da dança e da alegria que se vive na altura do Natal. A festa terminou ao ritmo da música “I gotta feeling” com a mensagem de Natal para os Utentes de viverem a vida com alegria e para aproveitarem a companhia dos amigos. Uma tarde repleta das mais fortes emoções.

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ENTREVISTA DÁLIA ESTEVES DEIXOU O LAR JOSÉ TAVARES BASTOS PARA EXERCER FUNÇÕES NO LAR RESIDENCIAL CONDE DAS DEVEZAS

"Sempre fiz o mesmo tipo de “doutrina e de cultura do bom trato” ao Utente ou ao Residente"

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Estamos a viver a época natalícia na Misericórdia de Gaia e, este ano, a festa de Natal do Lar Residencial Conde das Devezas (LRCD) contemplou uma encenação do musical “O Nazareno”. Quer contar-nos como correu? Sempre gostei muito da animação sociocultural, e acredito que essa vertente é uma mais-valia nas instituições. A animação sociocultural não é a animação que se vê só nos dias em que há festas, mas é constante, dinâmica e interativa. Quando vim para o Lar Residencial tive um pouco de receio, porque não era muito típico do lar envolver o pessoal na animação sociocultural aos idosos. As pessoas que me antecederam optavam pelo convite a determinado tipo de grupos e pessoas para virem fazer a animação. Mas como eu vim de uma unidade em que havia já trabalho com as próprias colaboradoras, no dia 4 de julho, que era o dia do aniversário do lar, decidi fazer uma pequena amostragem de algo feito pelas funcionárias do LRCD. Posso dizer que tive uma agradável surpresa, porque as pessoas que eu convidei na altura aderiram de imediato, mesmo tendo, inclusive, ensaios à noite. Curiosamente, apercebi-me que houve algum reparo no facto de serem algumas pessoas convidadas e outras não, o que revelou que as pessoas queriam entrar e que estavam dispostas a colaborar comigo. Depois, no Dia do Idoso fiz outra apresentação com as funcionárias e senti o mesmo: uma adesão fora do vulgar. Agora, na festa de Natal, consegui reunir 24 colaboradores para interpretarem a peça musical “O Nazareno” e voltei a ter uma adesão espetacular. Se eu precisasse de mais funcionários para os papéis, mais pessoas disponíveis eu teria. Deu-se o caso de, para além das 24 pessoas que entraram no espetáculo, as que não entraram terem estado presentes a assistir ao trabalho desenvolvido pelas colegas, mesmo estando de férias e de folga. Os Residentes também apareceram na sala de jantar como se fossem para um jantar de gala. Fiquei muito feliz. Podemos então dizer que o envolvimento das colaboradoras na animação sociocultural no LRCD foi uma das principais mudanças que introduziu no lar? Sim. E no dia a dia vou fazendo sempre pequenos apontamentos com espírito criativo para promover algo diferente do que era normal com o objetivo de entusiasmar os Residentes e o pessoal, por exemplo, no dia de S.

João, o serviço foi servido não com as habituais fardas do pessoal, mas sim com as vestes das marchas sanjoaninas; a ceia de Natal foi servida a rigor com roupas pretas e adereços que dava um ar de hotel… Na passagem de ano foi criada uma indumentária com vestidos pretos e pormenores brancos para as colaboradoras servirem a ceia o que deu um certo glamour a um ato que é normal. Eu acho que o LRCD tem um bom grupo de trabalho, havia era a necessidade de mimar o grupo de trabalho e ao mesmo tempo pedir responsabilidades relativamente a outros assuntos. Temos que mimar para lhes pedir as mais-valias que eles têm que dar. Com a sua entrada no Lar Residencial, entrou também uma nova gestão nesta unidade em termos de recursos humanos, serviço, apoio no dia a dia… Quando cheguei fiz algumas alterações. Pedi para fazer uma remodelação no refeitório e sala do pessoal, porque estavam com condições um pouco degradadas. Lembrei-me logo de começar a fazer ali alguma coisa, porque também foi uma forma de mostrar-lhes que estava preocupada com o bem-estar deles. Depois criei algumas situações de decoração do próprio lar: dei um pouco mais de cor e “calor” na entrada do lar, retirei as cortinas do meu gabinete que me tapavam a visão do corredor… Na sala de refeições dos Residentes, tento utilizar sempre uma mesa central para fazer uma decoração alusiva à época que se está a viver, por exemplo, de Natal, de Ano Novo ou de primavera,… porque é a sala de jantar o único sítio onde os Residente estão todos juntos. Quanto mais aprazível for a sala de refeições, maior é a probabilidade das pessoas permanecerem lá mais tempo para conviverem e confraternizarem, e também é onde consigo visualizar todos os Residentes, uma vez que no Lar Residencial funciona a tipologia de apartamentos. Sei que faz por almoçar em cada dia numa mesa diferente com os Residentes de forma a poder almoçar com todos… Desde que vim para o lar optei por almoçar em cada dia numa mesa com os próprios Residentes. Esse trabalho permite-me ter informações dos Residentes no sentido de saber quem são, como estão, como se sentem, o


que acham que se podia melhorar, o que valorizam, o que desvalorizam. Já no lar social, de vez em quando, almoçava nas mesas com os Utentes. Já se passou cerca de meio ano em que está à frente do Lar Residencial Conde das Devezas. Que balanço é que faz deste período? Antes de mais tenho que dizer que depois de se estar sete anos num lar social da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo e depois de se estar 23 anos num lar social da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia nada mais deve ser impeditivo na nossa profissão. A ginástica mental que se apanha nestes anos todos num trabalho típico de um lar social dá-nos um know how que jamais alguma coisa nos poderá fazer confusão. Penso que pouco mais se pode ver, porque nos lares sociais passamos por todas as situações imaginárias.

Tenho feito um corte lento com o lar em que trabalhei durante 23 anos. Vim para o LRCD no dia 16 de maio de 2012 e se dissesse que no dia 16 de maio estava cá de corpo e alma, não era verdadeira, porque os laços que criei durante 23 anos foram difíceis de serem cortados, e, provavelmente, nunca os cortarei. Não é da minha personalidade esquecer o que está para trás. Vou ter toda a vida presente as pessoas que por mim passaram, que trabalharam comigo, que me ajudaram, que participaram sempre nas minhas iniciativas, que deram vida àquilo que eu imaginei. Não posso esquecer o Lar José Tavares Bastos, tive com esta unidade uma relação de amor muito grande. Mas o tempo vai passando. Quando cheguei ao Lar Residencial sempre soube por onde deveria ir. Nunca me senti perdida aqui dentro, nem no primeiro dia em que vim trabalhar. Estou numa constante pesquisa daquilo que posso melhorar no LRCD no sentido de dar mais e melhor qualidade de vida aos Residentes e mais qualidade e satisfação no trabalho às colaboradoras. Todos os dias sinto a necessidade de pensar no que vou fazer para melhorar a qualidade do serviço do LRCD. As pessoas estimulam-me muito a continuar o meu trabalho nesta casa.

Claro que há ainda muita coisa para fazer. Há sempre coisas para se renovar, sistemas para se testar, apoios para se dar, trabalhos para se fazerem com o próprio pessoal para que não haja uma rotina instalada. É um desafio constante que eu gosto e que me faz vir trabalhar todos os dias com entusiasmo. É a primeira diretora efetiva, porque já existiram casos pontuais de substituições, a exercer funções num lar social e num lar residencial na Misericórdia de Gaia. O que me leva a perguntar se os públicos para quem trabalha (Utentes, Residentes e seus familiares) são diferentes e se, por isso, o tipo de gestão também tem de ser diferente?

Em traços gerais, o lar social e o lar residencial tocam as mesmas problemáticas: os cuidados em termos de higiene e saúde às pessoas mais necessitadas, cuidados a ter com o acompanhamento ou com uma postura mais próxima de determinado Utente/Residente por se entender ser conveniente naquele momento. A gestão dos recursos humanos tanto se faz num lar social, como num lar residencial. Na minha opinião, não existe uma grande diferença no que diz respeito à gestão do pessoal, porque quer os Utentes dos lares sociais, quer os Residentes do Lar Residencial merecem-nos a mesma consideração e a mesma forma de trato. Nas unidades em que trabalhei sempre exigi e gostei que os Utentes fossem tratados de uma determinada forma. Sempre fiz o mesmo tipo de “doutrina e de cultura do bom trato” ao Utente ou ao Residente. A relação do colaborador com o Utente/Residente tem de ser o mais educada possível, tendo sempre como objetivo final dar uma resposta completa no sentido de promover a qualidade de vida de quem está ao nosso cuidado. Esta foi

sempre a minha forma de estar num e noutro equipamento. A diferença é que culturalmente as pessoas que estão no Lar Residencial têm um nível cultural mais elevado, permitindo ter com elas um diálogo mais aprofundado e uma dinâmica intelectual que é mais fácil de ser compreendida. Depois existem os pequenos nadas, como a forma de servir à mesa, a forma de colocar os talheres com luvas, a mudança regular das toalhas para não deixar que uma nódoa apareça… Alguns pormenores que fazem diferença a este tipo de público. Sente-se bem no LRCD? Muito bem. Senti-me muito bem recebida pelos Residente e pelo pessoal desde o primeiro dia. Claro que as pessoas estavam com curiosidade em saber como é que eu era, o que vinha fazer e qual era a minha intenção. Mas eu acho que decorridos estes meses, as pessoas já sabem que eu vim por bem e para o bem quer dos Residentes, como do pessoal. Tenho uma necessidade muito grande de colaborar nas tarefas que são da responsabilidade das funcionárias. Gosto de pegar numa cadeira de rodas e levá-la ao apartamento, gosto de pegar numa colher e dar alimentação a alguém que necessite, gosto de dar afetos… Não me importo de partilhar estas pequenas tarefas com o pessoal, porque, por vezes, é preciso ajudar quando falta algum elemento. Estou disponível para colaborar naquilo que souber e puder fazer, não tenho problemas nenhuns com isso. O que foi que os Utentes e a equipa do Lar José Tavares Bastos lhe disseram quando se despediu? Quando me despedi, o que mais me sensibilizou foi alguns deles dizerem-me o seguinte: “Sempre achei que ia morrer com a senhora”. Essa foi a frase que mais me comoveu. A preparação para a fase terminal das pessoas é a morte e, mesmo nesse momento, as pessoas queriam que eu estivesse perto delas. Em relação ao pessoal, os laços que criei estão mais apagados como é óbvio, porque as pessoas estão nas suas vidas, mas, aqueles que são mais profundos ficaram, porque é manifestado nos contactos que vou tendo com as pessoas a quem eu marquei. A vida continua com cada um no seu espaço e lugar, mas com o mesmo intuito de contribuir para a Misericórdia de Gaia ser uma grande obra social.

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PARCEIROS

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA

AVELINO LOPES É UM DOS ADMINISTRADORES DA SOCIEDADE TÉCNICA DE EQUIPAMENTOS

“Só ganhamos em assistir bem o cliente”

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A Misericórdia de Gaia prima pelo rigor e qualidade dos serviços que presta aos seus utentes, nomeadamente, os serviços de cozinha em que prepara centenas de refeições mensalmente, e de lavandaria, cuidando de toneladas de roupa por mês. Para isso, conta com o apoio da Soteque, líder de mercado na área de cozinhas, lavandaria, refrigeração e ventilação. A SOTEQUE – Sociedade Técnica de Equipamentos para Colectividades, Lda é já sexagenária e conquistou anos gloriosos entre 1998 e 2004. Alguns problemas de administração provocaram instabilidade na empresa que conseguiu reestruturar-se e caminhar para a excelência com a nova administração que começou funções em 2007. É a olhar para o futuro que a nova administração da Soteque, composta por Avelino Lopes e António Pacheco, se concentra para melhorar cada vez mais os serviços que oferece com as melhores marcas, aos melhores preços e com o melhor apoio técnico. Quais são as áreas de negócio da Soteque? Atuamos na área de cozinha e lavandaria industrial, da refrigeração, ventilação e ar condicionado. A refrigeração é tudo o que reporta a frigoríficos e câmaras frigoríficas. Montamos sistemas de ventilação adequados a determinados locais. E o que distingue a Soteque dos concorrentes? O que nos diferencia é a qualidade das marcas que representamos, a assistência técnica e a formação que prestamos às empresas. Enquanto algumas empresas têm só a preocupação de faturar, a Soteque tem também a preocupação da assistência técnica. Depois do cliente ser apoiado tecnicamente muito dificilmente deixará de procurar a Soteque.

Todos os nossos técnicos são credenciados nas áreas da especialidade – gás, eletricidade e frio. A Soteque ainda tem outra vantagem que é quando um técnico vai reparar um equipamento dá apoio técnico a todas as máquinas que o cliente tenha, mesmo que não tenham sido fornecidas pela Soteque. Sabemos que o problema dos nossos concorrentes é não terem técnicos especializados para determinadas assistências e, por isso, apostamos nesse campo. Não quer dizer que também não possamos falhar, mas quando falhamos, assumimos o erro e o cliente não tem qualquer custo. Para além da mão de obra especializada, a Soteque ainda dá formação no local? Exatamente. O cliente não está devidamente informado


de como os equipamentos devem funcionar e colocam operadores a trabalharem com equipamento que não conhecem. Procuramos ajudar as pessoas a trabalharem o melhor possível com o equipamento. O mau uso do equipamento ou de limpeza do mesmo dá origem a uma série de problemas, como danos no equipamento, custos que podem não ser contemplados pelas garantias… Dá-nos prazer ver os clientes ficarem mais tranquilos quando lhes damos formação. Quando instalamos o equipamento chamamos duas a três pessoas para explicarmos como funciona, permitindo que mais do que um operador oiça a informação e possa tirar dúvidas. Muitos operadores desconhecem todas as potencialidades que as máquinas têm, porque não lhes é explicado. Outro fator importante que privilegiamos é o bom relacionamento com o pessoal operador. A assistência técnica é permanente? Sim. Atualmente temos oito técnicos diários na rua. Os bons técnicos têm de ter anos de experiência e acompanhar a evolução dos equipamentos. Prestam inclusive assistência ao fim de semana… Evitamos, porque os custos são maiores, mas não debitamos mais por isso ao cliente. Fazemo-lo por apoio ao cliente. Há situações em que o cliente não pode esperar, como, por exemplo, quando existe uma fuga de gás, porque é perigoso, ou nas situações de frio, porque estraga os produtos. Sabemos as dificuldades que o cliente pode ter na falta de apoio técnico imediato. Um problema deste género em algumas áreas, nomeadamente em lares, pode ser muito complicado. Para se evitar essas situações pode-se recorrer à manutenção preventiva? A manutenção preventiva é fundamental para se evitar certos custos e é importante em grandes unidades de cozinhas e lavandarias. Este tipo de manutenção consiste numa análise e controlo do equipamento. A manutenção curativa é de acordo com as avarias que existem. Já fizemos manutenções curativas numa noite de Natal e numa noite de passagem de ano. Normalmente, o cliente chama-nos para repararmos determinada máquina, mas depois de o técnico estar no local, faz uma pequena revisão aos demais equipamentos. A Soteque pode orgulhar-se de trabalhar com cerca de 22 marcas de referência europeia… Temos o prazer dos nossos clientes saberem a qualidade dos nossos equipamentos e das marcas que representamos, como o caso da Electrolux que é uma marca muito conceituada a nível europeu e somos só nós que a representamos a nível do equipamento de lavandaria. Em cozinha trabalhamos com marcas muito boas como a Fagor, a ERRE2… Procuramos as marcas que nos dão mais garantias em termos de funcionalidade e durabilidade. Quem são os vossos clientes? Os nossos principais clientes são Misericórdias, IPSS´s, organismos públicos. Podemos dizer que a carteira de clientes da Soteque é invejável. A Soteque procura empresas que lhe dê confiança, porque hoje em dia a segurança de uma empresa é também uma segurança para o cliente. Uma das grandes preocupações dos clientes é como obterem apoio técnico dos equipamentos que foram fornecidos por empresas que faliram. Mas mesmo nesse caso a Soteque apoia.

Máquinas de lavagem de roupa com alta centrifugação – onde a roupa é lavada (com detergente e amaciador) e onde estão disponíveis vários programas, para os diversos tipos de roupa.

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Central de pagamento – onde é inserido o valor do serviço pretendido (por moedas, notas ou cartão de cliente) e faz-se a escolha do respetivo equipamento.

Fogão Industrial

Forno Convector

Marmita


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Têm clientes de vários pontos do país? Sim, de norte a sul do país, desde hotéis em Lisboa a colégios no Algarve. E nas ilhas? Despachamos peças para as ilhas, porque as marcas que representamos são de prestígio a nível europeu. Temos muitos clientes que contactam com as marcas que importamos e que os reencaminham para nós. A Soteque tem ganho concursos públicos? Temos. Para dar um exemplo, em média montamos cerca de 12 a 15 centros escolares por ano. Há casos em que os concorrentes da Soteque também são clientes… A Soteque importa, faz todo o serviço técnico e comercial, como também comercializa para revenda. Temos concorrentes que quando estão aflitos vêm pedir-nos ajuda. Sendo nós importadores diretos temos o preço possível para revenda que fica ligeiramente abaixo do preço para o cliente. Um concorrente nosso que ganha um negócio também pode ser nosso cliente. Por isso, devemos considerar os nossos concorrentes como parceiros. Que conselhos dá aos clientes que queiram abrir uma nova cozinha, lavandaria ou queiram reestruturar os equipamentos existentes? Quando as instituições não têm capacidade financeira para uma remodelação total, aconselhamos a marcarem uma reunião para fazermos um levantamento e análise do equipamento existente. Posteriormente, efetuamos o projeto de implementação de acordo com o aproveitamento dos equipamentos e com a indicação do novo equipamento a ser adquirido. O cliente poderá ter uma remodelação para os próximos anos com um custo reduzido, que foi o que aconteceu com a nova lavandaria da Mi-

sericórdia de Gaia. Um investimento total fica muito caro. Para a Soteque é importante apostar nas marcas de qualidade… Ao prestarmos apoio técnico a todos os equipamentos do cliente temos uma noção da mais-valia das marcas e aconselhamos, independentemente do custo, a marca adequada para determinada situação. Muitas vezes, sugerimos, por exemplo, uma marca que é mais cara 20%, porque a longo prazo dará mais garantias. Há marcas baratas que mesmo dentro da garantia já dão problemas. Por vezes, compensa fazer um esforço inicial maior. Por outro lado, procuramos marcas em que tenhamos garantia de aquisição de peças. Há modelos com cerca de 10 anos para os quais não existem peças de origem. O que se faz nesses casos? A Soteque tem um stock de peças na ordem dos 150 mil euros. Quando um cliente está numa aflição, a Soteque, normalmente, consegue resolver. Depois do equipamento ser vendido, quais são os segredos que revelam aos operadores para não haver problemas? Quando uma máquina avaria o técnico tem de saber qual a razão. Não basta somente substituir a peça, porque, em muitos casos, uma peça avaria por algum problema na máquina. Tentamos elucidar os responsáveis que nos pedem a peça para a máquina e fazemos o diagnóstico com

frequência ao telefone para verificarmos se aquela peça é a mais indicada ou se é necessário deslocarmo-nos ao local. Na maioria dos casos, nem é preciso substituir nenhuma peça, basta aconselhar da melhor forma. É quase uma assistência técnica por telefone. A crise já chegou à Soteque? Para os dias de hoje, trabalho não nos falta, e mesmo neste momento de crise temos admitido pessoal. Posso dizer que em 2007 esta empresa fazia cerca de 400 reparações e no ano passado fez mais de 1200… Só ganhamos em assistir bem o cliente. Uma das mais-valias da Soteque é a competitividade dos preços… A Soteque respeita tanto um fornecedor, como um cliente. A Soteque é cumpridora quer com os clientes, como com os fornecedores. Ao cumprirmos com os prazos e pagamentos com os fabricantes é o nosso cliente que fica a ganhar, porque eu vou assistir o cliente com base no preço de compra. A Soteque tem equipamento 40% mais barato do que a concorrência, porque importamos diretamente. Procuramos os melhores contratos com as melhores marcas e renegociá-los de modo a que a nossa presença no mercado nos privilegie em termos de custo. Depois de termos tudo isso basta saber trabalhar. Mas para se trabalhar nesta área é preciso muito empenho e muito gosto naquilo que se faz.


ESPAÇO SAÚDE

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TEMPO DE NUTRIÇÃO

Interação alimentos e medicamentos

A eficácia do medicamento depende da quantidade que chega ao órgão ou aos tecidos e da velocidade em que ocorre. Na generalidade, um medicamento permanece no estômago quando vazio 10 a 30 minutos, e pode demorar uma a quatro horas quando em presença de alimentos. Pelo facto de os medicamentos ingeridos por via oral seguirem o mesmo trajeto dos alimentos, verifica-se, com frequência, interação ao nível da absorção, metabolização e eliminação dos mesmos. Os alimentos podem potenciar ou reduzir os efeitos terapêuticos dos medicamentos, influenciando a sua biodisponibilidade, isto é, a velocidade e quantidade de medicamento assimilado, com impacto no efeito terapêutico. Algumas combinações de alimentos e medicamentos podem produzir novos efeitos. O impacto da interação alimento/ medicamento depende de vários fatores, nomeadamente, a idade, a alimentação e determinadas doenças. Vários outros fatores relacionados direta ou indiretamente com a alimentação interferem com o processo de utilização dos medicamentos, por exemplo, a diminuição da acidez gástrica desencadeada por uma refeição interfere com a absorção dos medicamentos, consoante o seu grau de alcalinidade ou acidez. A motilidade do tubo digestivo é influenciada pela quantidade, valor calórico, temperatura e viscosidade dos alimentos, assim como pelo apetite, com impacto na absorção dos medicamentos. Fatores como a temperatura corporal, secreções gástricas e o funcionamento dos rins ou do fígado também influenciam a absorção e eliminação dos medicamentos. Os idosos são mais sensíveis à interação alimento/medicamento, porque têm, habitualmente, uma alimentação desequilibrada, consomem geralmente mais medicamentos e sofrem altera-

ções enzimáticas com efeitos redutores ao nível metabólico relacionadas com o processo de envelhecimento. Carlos Leite (Assessor para a Nutrição da Misericórdia de Gaia) INTERAÇÕES ALIMENTOS / MEDICAMENTOS Anti-inflamatórios

Tomados com alimentos

Diuréticos

Tomados com alimentos

Betabloqueadores (hipertensão)

Tomados com alimentos

Antipsicóticos (esquizofrenia)

Tomados com alimentos

Sedativos ou hipnóticos

Tomados com ou após a refeição

Inibidores de conversão da angiotensina (HTA)

Tomados 1 hora após a refeição

Glicósidos (arritmias cardíacas)

Tomados 1 a 2 horas após a refeição

Inibidores da bomba de protões (úlceras)

Tomados de estômago vazio

Medicamentos para a tuberculose

Tomados 1 hora antes ou 2 horas após a refeição

Medicamentos contra a malária

Tomados logo após refeição pobre em gorduras

Medicamentos contra infeções parasitárias

Não ingeridos com alimentos gordos

Anti-histamínicos, Anti-inflamatórios, Estatinas, Antidepressivos, Antipsicóticos, Ansiolíticos.

Não tomar álcool

Broncodilatadores, Antipsicoticos, Antibioticos

Não tomar com produtos que contenham cafeína

Ciprofloxacina, tetraciclinas e quinolonas

Não tomar com laticíneos

Inibidores da enzima conversão da angiotensina

Não tomar com alimentos ricos em potássio

Diuréticos

Não tomar com alimentos ricos em potássio

Bifosfanatos (osteoporose)

Tomar sempre em jejum

Medicamentos para a coagulação do sangue Não tomar com alimentos ricos em Vitamina K

Farmácia da Misericórdia de Gaia a cuidar de si... Serviços: - Uma vasta gama de produtos e serviços

- Administração de vacinas

- Controlo da tensão arterial

- Uma equipa de profissionais disponível para aconselhar na área da saúde

- Serviço de podologia

- Serviço de nutrição (em breve)

Segunda a sexta-feira das 9h00 às 20h30 e sábado das 9h30 às 13h00 R. Capitão Salgueiro Maia, 311/7; 4430-518 Vila Nova de Gaia Tel.: 227828971; Fax.: 227826246

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ESPAÇO SAÚDE

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O idoso acamado

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Como é do conhecimento de todos nós, os lares de 3ª Idade têm doentes acamados numa percentagem significativa. Todos sabemos que o envelhecimento é um fenómeno natural que dura toda a vida e se acompanha de alterações fisiológicas, psicológicas e comportamentais. Tal envelhecimento constitui um fenómeno social preocupante a partir da década de sessenta. O conhecimento dos problemas específicos do idoso, como indivíduo vulnerável que é, pode ajudar a que as pessoas se mantenham independentes e ativas tanto tempo quanto possível. A deterioração intelectual, a imobilidade, a incontinência, as reações iatrogénicas a medicamentos e a instabilidade frequente no idoso frágil e acamado justificam programas de assistência domiciliária e a identificação dos idosos de alto risco. Uma equipa de saúde (médico, enfermeiro e assistente social), reforçada por outros profissionais e instituições, deve assumir toda a atividade assistencial.

O aprofundamento atualizado do conhecimento sobre o idoso acamado tem como objetivos principais os seguintes: • Manter o idoso no local que ele próprio deseja; • Executar cuidados preventivos para evitar o aparecimento de complicações de processos crónicos; • Dar suporte à família do idoso; • Proporcionar assistência de boa qualidade, a fim de manter a qualidade de vida.

Há aspetos que surgem com mais frequência e gravidade no idoso acamado, a saber: • A doença crónica e a polimedicação; as complicações da sondagem vesical crónica; as úlceras de pressão; a pneumonia; a demência e alterações do comportamento; a mal nutrição e caquexia. E quais são as situações clínicas

mais frequentes que causam um alectuamento prolongado? • Sequelas de acidentes vasculares cerebrais; • Alterações do comportamento, sobretudo a demência; • Alterações poliarticulares crónicas degenerativas; • Doenças crónicas terminais incapacitantes como seja a insuficiência cardíaca, a artrite reumatoide, a DPCO grave e as neoplasias, entre outras. Para evitar um alectuamento permanente, devem ser tomadas várias medidas, destacando-se, entre elas, a atividade física e mental. Tal atividade é indispensável para: lutar contra a involução muscular, combater a rigidez das articulações, retardar a osteoporose, manter o aparelho respiratório e circulatório em boas condições de funcionamento e neutralizar a tendência para o sedentarismo. Domingos Queirós

(Médico do Lar José Tavares Bastos)


NÚCLEO MUSEOLÓGICO

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Não só para lembrar aquela que foi uma das primeiras atividades da Misericórdia –a Farmácia-, mas também para assinalar o local onde ela se desenvolveu desde 1 de janeiro de 1931 até outubro de 2002, podemos apreciar no Núcleo Museológico o seguinte: - Um móvel em madeira, em castanho, que no tempo do funcionamento da Farmácia estava, como todos os outros ali existentes nos primeiros anos, pintado em branco; - Uma caixa de moldes para hómulos (supositórios) e outros acessórios, usados para vários tratamentos; Vários Frascos em vidro castanho, e boiões diversos, para guarda de produtos para manipulados e para tratamentos. Mas também podemos ver dois excertos do gradeamento em ferro, trabalhado, que fazia a separação entre a zona de atendimento ao público e o espaço de trabalho da Farmácia, e que se encontram agora integrados nos móveis mais modernos que emprestaram alguma modernidade à Farmácia nos últimos anos e que agora dão apoio o Núcleo Museológico.

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POR ESTARMOS AO SERVIÇO DA SOCIEDADE, E PARA SERMOS REFERÊNCIA NOS CUIDADOS DE SAÚDE,

HUMANIZAR É O VERBO DAS NOSSAS AÇÕES.

A saúde é o bem mais precioso que o ser humano pode possuir. A recuperação e reabilitação de pessoas cujo estado de saúde se encontra fragilizado é uma missão que a Clínica Fisiátrica da Santa Casa da Misericórdia de Gaia, com a sua equipa de profissionais de saúde, cumpre com dedicação, grande empenho e satisfação. A Clínica da Santa Casa da Misericórdia de Gaia está incorporada no complexo do Lar Salvador Brandão, com amplos espaços verdes e um parque de estacionamento privativo. Beneficia ainda de fácil acesso pelas novas vias de circulação circundante.

Nova valência – Terapia da Fala ACORDOS ARS ADM ADMG CAIXA GERAL DEPÓSITO CAIXA DE PREVIDÊNCIA

MEDIS (ACIDENTES TRABALHO) MINISTÉRIO JUSTIÇA MONTEPIO GERAL PLANICARE PORTUGAL TELECOM

SAD/PSP SAMS SAMS QUADROS SEG. MULTICARE SEG. AÇOREANA

SEG. ALLIANZ SEG. AXA SEG. FIDELIDADE MUNDIAL GLOBAL SEG. IMPÉRIO BONANÇA

SEG. LUSITÂNIA MACIF SEG. SAGRES SEG. TRANQUILIDADE SEG. VITÓRIA


HISTÓRIAS DE VIDA

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AMÉLIA SOARES ESTÁ HÁ 21 ANOS A DAR MÚSICA AOS UTENTES

“Eles são uma mais-valia para mim e eu sou o mesmo para eles”

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Todos a conhecem por “D. Amélia” do Lar Salvador Brandão. Para a maioria das pessoas a “D. Amélia” e o seu acordeão são os responsáveis pela animação das diversas festas que acontecem quer no Lar Salvador Brandão, quer nos demais equipamentos e unidades da Misericórdia de Gaia, quando é convidada. Mas os Utentes do Lar Salvador Brandão sabem também que música à parte, a “D. Amélia” é ainda responsável por cuidar diariamente de muitos deles.

Amélia Soares tem 50 anos e é natural de Serzedo. Atualmente a sua vida divide-se entre a música e o cuidar de quem mais precisa. É auxiliar de ação direta no Lar Salvador Brandão (LSB) da Misericórdia de Gaia, mas é também a presidente da associação Sermonde Cultural, onde ensina cavaquinho e violão; faz parte do grupo “Rebuçadinhos de Sermonde” e participa ainda num grupo de cavaquinhos no Porto. Profissionalmente, Amélia Soares esteve sempre envolvida em atividades relacionadas quer com crianças, como com idosos. E mesmo nessas relações humanas da vida profissional, Amélia conseguiu interlaçar as notas musicais: “Gosto muito daquilo que faço. Tratar dos Utentes é importante, e a música, em paralelo àquilo que faço, enriquece muito mais o meu trabalho”. O dom da música surgiu-lhe muito cedo, quando tinha sete anos de idade e, a partir daí, nunca mais parou. Apesar de só estar, efetivamente, há três anos no LSB, Amélia Soares já está lá “infiltrada” há 21 anos: “A Dra. Irene convidava-me sempre para vir animar a festa dos cortejos, do S. João, do S. Martinho e de Natal”. Amélia trabalhou oito anos com crianças no Instituto Piaget, depois os destinos da vida comandaram-na, juntamente com o marido, a deslocar-se para Penafiel onde permaneceu durante três anos. Passado esse tempo voltou para Gaia e refez a vida profissional ao cuidar diariamente de três idosos. Numa altura em que estava desempregada surgiu a oportunidade de integrar-se profissionalmente na “família do LSB”: “Vim para a limpeza, mas o que gostava mesmo era ser auxiliar de ação direta, porque o que gosto é de cuidar dos Utentes. Como os Utentes já me conheciam de eu vir animar as festas aceitaram-me muito bem”.


A música no Lar Salvador Brandão “Primeiro sondei os idosos se gostavam de ser eles a animar a missa do Dia do Doente e eles adoraram a ideia. Como tenho alguns conhecimentos religiosos, escolhi umas músicas adequadas ao momento que eles conheciam e correu tudo muito bem”, afirma Amélia Soares, acrescentando que não cantam só o Malhão ou a Tirana, mas também “coisas sérias”. “No fim da missa agarraram-se à Diretora como um agradecimento por lhes ter dado aquela oportunidade. Uma coisa é vir um grupo coral de fora animar a missa, outra coisa é eles prepararem uma missa do início ao fim”, acrescenta. A colaboradora não se cansa de afirmar que os Utentes do LSB já têm um reportório preparado para ser apresentado sempre que sejam convidados para qualquer evento. “D. Amélia” que já animou a comemoração do Dia do Doente no Lar António Almeida Costa e o S. Martinho no Lar Residencial Conde das Devezas, bem como muitos outros eventos, diz que gostava que houvesse mais oportunidades para trabalhar musicalmente com os idosos dos outros lares e que pudesse haver uma grande festa para cada lar apresentar o trabalho desenvolvido. “Quando fizemos o trabalho O nosso Portugal, fomos representá-lo a vários locais e os idosos gostaram muito, sentiram-se valorizados. Foi um trabalho em conjunto com os Utentes de todos os lares”, recorda. “Não tenho muito para dar, mas o que posso dar é a partilha da felicidade, tranquilidade e alegria que a música me dá”, acrescenta.

Festa de emoções A “D. Amélia” responde prontamente que os Utentes do LSB aderem muito às atividades musicais do lar e que estão sempre à espera de uma novidade. “Temos idosos com dificuldade de mobilidade, mas o objetivo é incluí-los a todos”, completa. Relativamente à festa de Natal que o lar realizou, a colaboradora afirma que no início a reação dos Utentes não foi muito favorável, porque tratavam-se de músicas que não conheciam. Mas no final, os Utentes deram os parabéns e disseram que a festa foi muito bonita. “O mais complicado foi ensaiar com as funcionárias, uma vez que a nossa Di-

retora não compreendia o que estávamos a fazer e que demorava tanto tempo. O objetivo era fazer-lhe também uma surpresa. Para termos o resultado final que conseguimos foram necessários muitos ensaios." Amélia Soares por conhecer outras realidades da terceira idade afirma que “os Utentes da Misericórdia de Gaia são muito bem tratados”. “Nós temos alguns Utentes que têm feitios complicados, mas podemos fazer-lhes entender as coisas por outras palavras”, conta. “Uma vez, estava a dizer a uma Utente para deixar de ter aquele feitio complicado e dei-lhe um beijo. A Utente ficou a olhar muito admirada para mim e perguntou-me se eu não tinha nojo dela, eu disse-lhe que não e que voltava a dar-lhe outro beijo se fosse preciso”, revela e prossegue: “Já tenho dito que a nossa Diretora devia andar um mês sem nós sabermos a ver como é a nossa relação com os Utentes. Uma coisa é nós contarmos outra coisa é as pessoas presenciarem estas histórias da forma espontânea como acontecem”. Segundo Amélia Soares, a colaboradora aprende tudo com os Utentes “a melhorar, a aceitar, a conversar”. “Eles são uma mais-valia para mim e eu sou o mesmo para eles”, garante. “Trabalhar com estas pessoas é uma aprendizagem. Eu costumo dizer que cada idoso é uma biblioteca completa”, termina com o mesmo brilho no olhar e a mesma satisfação no rosto como quando termina uma atuação musical. Vamos dar as mãos “Vamos dar as mãos pela liberdade, Vamos dar as mãos pela amizade, Nós somos o mundo, Nós somos a vida, Somos teus irmãos Mostra-nos a saída, Ei vamos dar as mãos, Vamos construir Um mundo melhor, Ei vamos ser irmãos, Dar o nosso amor Por um mundo melhor.” Letra de Amélia Soares

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ESPAÇO VOLUNTARIADO

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Dando continuidade aos projetos de voluntariado desenvolvidos nos equipamentos sociais da Misericórdia de Gaia, este número de “Laços de Amor” vai debruçar-se sobre a atividade de voluntariado que é exercida no Centro de Acolhimento Temporário Nª Sra. da Misericórdia (CAT) e na Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa (CJI). O Centro de Acolhimento é um equipamento destinado a acolher temporariamente crianças dos zero aos seis anos de idade, pelo período de tempo necessário à definição do seu projeto de vida. O CAT está em funcionamento há 12 anos e acolhe 15 crianças. Atualmente, conta com um grupo de quatro voluntárias que prestam colaboração regular nas seguintes áreas:

- Apoio nas rotinas diárias das crianças - Acompanhamento das crianças em saídas e visitas ao exterior, às aulas de natação, e no período da frequência balnear - Apoio ao estudo e nas atividades lúdicas e recreativas. Para além destas atividades, a assistência médica às crianças do CAT é assegurada com caráter voluntário. Na Creche e Jardim de Infância, o serviço de voluntariado conta com a colaboração regular de seis voluntárias. A sua ação está direcionada para o apoio e acompanhamento às famílias das crianças provenientes de meios mais desfavorecidos, cujas situações são detetadas/sinalizadas pela equipa técnica da instituição. Fruto da diversificação dos pedidos de apoio pôr parte das famílias que

“Ser Voluntário é…” No dia 28 de novembro, três voluntárias da Misericórdia de Gaia participaram numa Ação de Formação promovida pela Liga dos Amigos do Centro de Saúde Soares dos Reis, em que a entidade formadora ONG – Leigos Para o Desenvolvimento explanou o tema “Ser Voluntário é …”. Na opinião da nossa voluntária Maria Helena Soares “as formações são uma experiência útil que permitem evoluir para as realidades do dia a dia cada vez mais exigentes“. Do relato efetuado pela nossa voluntária Maria João Lima, nota-se que as temáticas abordadas contribuíram para uma reflexão, aprofundamento e esclarecimento em torno de diversas questões com que os voluntários se confrontam no exercício da sua ação de voluntariado. Através da exemplificação de casos, “não ficaram dúvidas” sobre a distinção entre “solidariedade” e “voluntariado”. Para uma melhor com-

preensão do conceito e da prática do voluntariado, “cada participante enumerou as suas motivações”, “ficou patente a necessidade de se prestarem cuidados e assistência, a vários níveis, aos que mais precisam”, que “há pessoas disponíveis para todas as tarefas, desde as mais básicas, às de maior exigência em termos pessoais, (…), para escutar, com paciência e solicitude, quem precisa de ser ouvido, salvaguardando-se o necessário sigilo como pilar de confiança e interação”. A abordagem sobre a legislação também esteve patente nesta ação, focando aspetos como os “direitos e obrigações dos voluntários”, a importância dos voluntários terem um horário e de estarem identificados dentro e fora da instituição. Na abordagem ao voluntariado nos hospitais, o “saber abordar os doentes e o necessário conhecimento do seu estado de saúde”, a “comunicação pausada, o saber escutar e entender”, o “saber identificar

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recorrem a este grupo de voluntariado, a sua ação passou a integrar a concessão de roupas e calçado, principalmente para bebés, crianças e adolescentes. Concluída a abordagem dos projetos de voluntariado que a Misericórdia de Gaia tem em funcionamento nos lares de idosos e nos equipamentos da infância, deixamos como mensagem para o Novo Ano, a nossa abertura e recetividade à integração de novos voluntários que tenham tempo livre, a disponibilidade, a motivação e a sensibilidade necessárias para “pôr a render” os seus “talentos”, em prol de atividades úteis que favoreçam o bem-estar dos nossos utentes. Célia Rodrigues

(Coordenadora do Serviço de Voluntariado da Misericórdia de Gaia)

e sinalizar aos profissionais, eventuais alterações nos quadros clínicos dos doentes”, o “saber rececionar familiares e amigos nas situações que exijam uma sensibilidade especial”, foram alguns dos aspetos focados. Por fim, com a exemplificação de três situações - “idoso em meio familiar”, “idoso referenciado sem condições para estar sozinho”, “idoso requerendo cuidados hospitalares” – foi avaliado o modo de atuação mais adequado para cada uma, a partir das opiniões produzidas pelos participantes. Segundo o relato da nossa voluntária Maria de Fátima Gonçalves, foi um “dia gratificante, uma jornada de formação agradável e proveitosa, em que trocaram ideias, facetas vividas e limaram algumas arestas para, no futuro, exercerem um voluntariado mais forte e mais amplo”. Saíram desta ação de formação “com vontade de continuar e com uma maior e melhor disponibilidade”. Célia Rodrigues (Coordenadora do Serviço de Voluntariado da Misericórdia de Gaia)


AGENDA

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JANEIRO: - Cantar as Janeiras pelo grupo de cantares do Lar Salvador Brandão nos diversos departamentos da Misericórdia - Visita a presépios - Encontros Intergeracionais - Comemoração de aniversários - Projeto “Brincar com a Matemática” na Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa Dia 12 - Concerto de Ano Novo para todos os utentes dos lares, a realizar-se no Lar Salvador Brandão, com a atuação do grupo de música tradicional portuguesa do Clube Desportivo Candalense Dia 20 - Comemoração do Ano Novo, no Lar António Almeida Costa, com os utentes e seus familiares e com os colaboradores e seus filhos. Dia 27 – Baile animado com atuação de um grupo musical ao vivo no Lar Salvador Brandão

FEVEREIRO: - Encontros Intergeracionais - Comemoração de aniversários - Projeto “Brincar com as Artes” na Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa Dia 10 - Celebração da Missa do Doente nos lares da Misericórdia de Gaia Dia 14 – Comemoração do Dia dos Namorados no Lar Salvador Brandão Dia 17 - Festa de Carnaval com os utentes dos lares, a realizar-se no Lar António Almeida Costa Dia 28 - Início do Torneio de Jogos Inter-lares no Lar Salvador Brandão Dia 29 - Projeto “História Animada” no Lar Salvador Brandão

Dia 31 – Atuação do Grupo de Cantares do Lar Salvador Brandão no Lar António Almeida Costa

SABIA QUE... … a segunda creche a ser fundada na zona norte do país situou-se na Rua Visconde das Devesas? - o primeiro peditório público realizado em Vila Nova de Gaia, a favor da futura Misericórdia de Gaia, teve lugar em abril de 1929? - em 28 de abril de 1930 a Misericórdia foi contemplada com o primeiro legado de Esc. 5.000$00, da Senhora D. Cândida Soares Freitas Silvano?

FICHA TÉCNICA: PROPRIETÁRIO: Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia; DIRETOR E EDITOR: Dr. Pedro Nobre; COORDENADORA: Dr.ª Célia Rodrigues; REDATORA: Dr.ª Marisa Pinho; COLABORADORA: Manuela Pinto; DESIGN GRÁFICO: Thing Pink - Publicidade e Comunicação; TIRAGEM: 1000; PERIODICIDADE: Bimestral; SEDE DA REDAÇÃO: Rua Teixeira Lopes, n.º 33, 4400-320, Vila Nova de Gaia; PRODUÇÃO: Greca - Artes Gráficas, Rua do Tronco 984, armazém a - 4465-274 S. Mamede de Infesta NOTA: Publicação isenta de registo na ERC ao abrigo da Lei de Imprensa 2/99 de 13 de janeiro, artigo 9

Os artigos foram escritos com base no novo acordo ortográfico

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EQUIPAMENTOS SOCIAIS E UNIDADES DE EXPLORAÇÃO

www.scmg.pt geral@scmg.pt www.facebook.com/misericordiadegaia


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