Laços de Amor n.º 18

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EDIÇÃO N.º 18 TRIMESTRAL | SCMG | Jan/Fev/Mar | 2013 Gratuito

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA

LAÇOS DE AMOR Uma família ao ser viço da comunidade

1000 árvores, 1000 vidas


ÍNDICE EDITORIAL 84 ANOS DE HISTÓRIA A PALAVRA DOS UTENTES O QUE ACONTECEU

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Reencontro em dia de Carnaval

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Uniformização do sistema de saúde

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ENTREVISTA

Luís Marques Gomes fala da sua carreira na Misericórdia

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ESPAÇO SAÚDE HISTÓRIAS DE VIDA

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Manuel Ferreira recuperou a saúde na Misericórdia de Gaia

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NÚCLEO MUSEOLÓGICO ESPAÇO VOLUNTARIADO AGENDA SABIA QUE...

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EDITORIAL

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA

“O sonho comanda a vida” Prezados Irmãos e Amigos. Entramos no ano de 2013, o segundo ano deste mandato da Mesa Administrativa, e é com muita alegria que retomo o contacto com todos os Irmãos para vos desejar um bom ano com saúde, trabalho, esperança e paz, e aproveito para falar do imenso trabalho que nos espera. Já dizia o poeta que “O sonho comanda a vida”. Isso acontece comigo, porque continuo a sonhar e a acreditar neste “Projeto Social” que iniciou em 1929 e que, em 2009, jurei continuar, ao receber o voto de confiança dos Irmãos. Este projeto, além de ser exequível, era absolutamente necessário e importante para a nossa Irmandade. Os Irmãos reafirmaram a mesma confiança em 2011, legitimando-me para mais um mandato, no sentido de continuar ao leme da Instituição e continuar o projeto iniciado, sem desvios, uma vez que se chegou à conclusão de que seria impensável que a implementação e a estratégia pensada pelo Irmão Provedor, e definida pela Mesa Administrativa, fosse executada num só mandato. A verdade é que diversos fatores obrigaram-me a ajustar a estratégia e a reorientar a gestão em cada momento, sob pena de se perder o rumo traçado, colocando em causa o projeto iniciado e, por conseguinte, a sustentabilidade da Instituição. A coesão social tem, necessariamente, de passar pela prática da justiça, que conduz à paz. Esta só será atingida pela busca da verdade, mas apenas e só a verdade revelada por Deus, porque é essa que assenta no fundamento do Evangelho. Não podemos negá-la dada a nossa matriz cristã que, como todos sabemos, é nela que está a razão do nosso Compromisso. No Relatório de Atividades e Contas de 2012, presente aos Irmãos na Assembleia Geral Ordinária de 25 de março, tive o cuidado de salientar o trabalho da Mesa Administrativa que no primeiro ano do seu mandato desenvolveu, procurando sempre fazer o melhor para a Instituição. Temos pela frente o ano de 2013 com uma reforma administrativa que exige muita paciência e sentido de responsabilidade para se atingirem os objetivos propostos,

3 bem como a conclusão de algumas obras que estão em curso, como a do Arquivo Geral para tratamento documental, e as novas instalações do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia, no complexo social António Almeida da Costa. Obras fundamentais para o aproveitamento de sinergias no sentido de minimizar os resultados negativos de algumas valências desta Santa Casa. No entanto, estou seguro de que a nossa determinação nos levará a chegar a bom porto. Nesse sentido, não podemos perder a linha de rumo, aprovada pela Mesa Administrativa, como o órgão executivo, cujo único objetivo é preparar a nossa Instituição para enfrentar o futuro com esperança, sem esquecer a segurança de todas as pessoas que dela fazem parte. Lutamos para garantir o trabalho aos profissionais desta Santa Casa, e o Bem Comum de todos os que acolhemos, prestando os cuidados que precisam. Todos eles são a razão da nossa existência como Instituição de apoio social direcionada para os mais frágeis, desprotegidos e desamparados da nossa sociedade. Joaquim de Lima Moreira Vaz

(Provedor da Misericórdia de Gaia)


84 ANOS DE HISTÓRIA

A elaboração dos projetos de arquitetura e de especialidades do novo Hospital, a cargo do Sr. Arq.º António Pereira das Neves, bem como a sua aprovação pela Comissão das Construções Hospitalares, foi demorada e complexa.

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Na verdade, e tal como consta da respetiva ata, só na reunião da Mesa Administrativa de 29 de outubro de 1959, é que foi presente um ofício daquela Comissão, que remetia, depois de aprovado, o projeto das obras de construção civil e instalação elétrica do novo Hospital Sub-Regional de Vila Nova de Gaia, cuja base de licitação era de Pte. 6.834.000$00, ficando a parte restante para ser objeto de concurso a efetuar posteriormente. Mais informava aquela Comissão que o conjunto de todos estes trabalhos e pagamento do projeto totalizavam cerca de Pte. 8.274.000$00, valor a partir do qual o Senhor Ministro das Obras Públicas autorizou a comparticipação de Pte. 4.000.000$00, com o seguinte escalonamento: 1959 – 10 contos; 1960 – 50 contos; 1961, 1962 e 1963 – mil contos em cada ano; 1964 – 940 contos. Depois de realizado o competente concurso público, e devidamente autorizada pela Comissão de Construções Hospitalares, a Misericórdia adjudicou as obras à empresa concorrente que apresentou a proposta mais favorável – Construções Especiais, Lda. -, pela importância de Pte. 6.643.000$00, tendo as obras sido iniciadas em 8 de fevereiro de 1960. Todavia, o empenho e afinco com que o Provedor, Senhor Comendador Manuel Moreira de Barros, e os restantes membros da Mesa Administrativa trabalhavam nesse projeto, estendia-se também a outras causas, como foi o caso da construção de casas para pobres, conforme se pode aferir pelo seguinte excerto da ata da reunião da Mesa Administrativa de 21 de junho de 1956: “Construção de Casas para Pobres. O Senhor Provedor diz que o motivo principal que o havia levado a solicitar esta reunião se baseava na construção de casas para pobres na Praia da Aguda, assunto já várias vezes tratado pela Mesa e junto de diversas autoridades com a finalidade de se conseguir alojar algumas famílias de pescadores que, naquela Praia, utilizam para sua habitação alguns barracos construídos de madeira e bocados de chapa e outros, utilizando velhas embarcações, o que apresenta um aspecto deplorável e socialmente condenável. Que, como era do conhecimento de todos, as demarches já

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efectuadas pela Mesa Administrativa, tinham concluído com a cedência pela Excelentíssima Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia de três glebas de terreno municipal situadas naquela Praia, e ainda pela oferta da mesma Câmara de contribuir com a quantia de seis mil escudos por cada casa para pobres, que viesse a ser construída, naquele ou noutro lugar. Que Sua Excelência o Senhor Ministro das Obras Públicas havia acarinhado a ideia e tinha prometido igualmente um auxílio de cinco mil escudos por casa. Nesta conformidade a Misericórdia tinha por assim dizer mais caminho andado para a resolução do problema habitacional dos pobres pescadoras da Praia da Aguda na situação já referida. Porém, o Senhor Provedor diz ter sido abordado pelo Excelentíssimo Senhor Comandante João Pais Baptista de Carvalho, digno Chefe do Departamento Marítimo dos Portos do Douro e Leixões, que lhe apresentou uma pretensão da Junta Central da Casa dos Pescadores que consiste em construir na Praia da Aguda uma casa escola se possível, nos terrenos já cedidos pela Excelentíssima Câmara a esta Misericórdia. Que havia exposto àquele Senhor as intenções da Misericórdia e as demarches já efectuadas para se resolver o problema habitacional daquelas famílias e que a esta Misericórdia o que interessava era resolver o assunto pelo que, se a casa dos pescadores lhes interessasse fazer a casa escola e assumir o compromisso da construção das casas, cujo encargo a Misericórdia havia chamado a si, haveria por certo possibilidade de se chegar a uma plataforma que a todos conviesse. Assim, punha o assunto aos seus ilustres colegas para que os mesmos se pronunciassem sobre ele. Depois de várias trocas de impressões, a Mesa Administrativa deliberou apresentar ao Excelentíssimo Senhor Comandante João Pais a seguinte proposta que considera absolutamente aceitável: a) A Misericórdia de Gaia poria à Excelentíssima Câmara o assunto e proporia que as deliberações já tomadas pela mesma quanto à cedência dos terrenos e aos subsídios a conceder por casa fossem transferidos em benefício da Junta Central da Casa dos Pescadores; b) A Junta Central da Casa dos Pescadores construirá não só a casa escola que pretende como ainda as habitações necessárias para albergar, a preço módico, aqueles infelizes, para os quais a Misericórdia estava empenhada em resolver a sua situação habitacional.”


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ANOS DE HISTÓRIA

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A Junta Central da Casa dos Pescadores respondeu que concordava com a construção do Bairro dos Pescadores da Aguda no terreno cedido pela Misericórdia e com a comparticipação da Câmara de Gaia de seis mil escudos por cada casa, e solicitou que a Misericórdia remetesse uma lista com a constituição de cada uma das famílias que se destinarão ao bairro, para assim poderem fixar o número de casas de cada tipo a construir ou ainda averiguar se será mais vantajoso construir outros tipos de casas. Dado que todas as entidades deram o seu acordo, a Misericórdia transferiu este projeto para a Junta Central da Casa dos Pescadores. Ao mesmo tempo, a Mesa Administrativa tomava iniciativas, visando a revalorização do património da Misericórdia: na reunião de 31 de janeiro de 1957 foi deliberado solicitar a opinião da Direção Geral da Assistência sobre a possível revalorização do prédio sito no ângulo da Rua

de Entreparedes e Praça da Batalha, “pois que estando o referido prédio muito antiquado e mal dividido, mas situado magnificamente, poderia obter-se com uma grande obra, um rendimento mensal, igual ao que presentemente vem sendo usufruído anualmente, para o que se contaria com a alienação de papéis de crédito.” Entretanto, a Mesa Administrativa colocou este projeto à consideração do Definitório na reunião conjunta realizada em 8 de março de 1958, e que obteve despacho favorável do Senhor Secretário de Estado da Assistência Social, emitido em 2 desse mês. O projeto, elaborado pelo Sr. Arq.º António Neves mereceu a concordância da Mesa Administrativa na sua reunião de 23 de fevereiro de 1960, que deliberou submetê-lo à aprovação da Câmara Municipal do Porto. Luís Marques Gomes

(Irmão conselheiro da Misericórdia de Gaia)

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SANTOS DOS NOSSOS MESES

São Sebastião janeiro

São Brás 3 de fevereiro

Santa Francisca Romana

São Sebastião é invocado em Portugal contra a peste e as epidemias. Pouco se sabe da sua vida, exceto o seu martírio em Roma. Foi educado pelos valores religiosos e tornou-se militar, auxiliando nas perseguições religiosas aos confessores e mártires. Lutou para que os fieis não perdessem a sua fé e converteu muita gente ao Cristianismo, inclusive o governador de Roma. Quando o imperador descobriu a sua missão condenou-o ao martírio por duas vezes até morrer. O ano da sua morte não está confirmado, mas prevê-se que seja perto do ano 300.

São Brás nasceu em Sebaste, no século III e especializou-se em medicina. Já médico trocou a medicina para se entregar em pleno à vida cristã em oração e penitência. A comunidade cristã de Sabaste aclamou-o pastor e São Brás só saía da gruta do Monte Argeu, onde se isolava, para cumprir a sua missão como pastor. São Brás é lembrado também pelos milagres que realizou e é padroeiro contra as doenças da garganta e dos animais ferozes. São Brás morreu degolado.

Santa Francisca Romana nasceu em 1384 e morreu em 1440, tendo sido canonizada por Paulo V em 29 de maio de 1608. Santa Francisca era religiosa, mas por desejo do seu pai casou e teve três filhos. Apesar de devido à guerra, ter o marido ferido, o filho cativo e o seu palácio saqueado, Santa Francisca não perdeu a vontade de ajudar os outros, sobretudo, os pobres e os doentes. Outras mulheres seguiram-na e criaram a Confraria de Oblatas Beneditinas.

LEITE, José, COELHO, António José, Santos de Todos os Dias, Dezembro, 4º edição, Matosinhos, QN – Edição e Conteúdos, S.A., 2005, pp.21-22, ISBN: 989-554-242-9

LEITE, José, COELHO, António José, Santos de Todos os Dias, Dezembro, 4º edição, Matosinhos, QN – Edição e Conteúdos, S.A., 2005, pp. 42-44, ISBN: 989-554-242-9

LEITE, José, COELHO, António José, Santos de Todos os Dias, Dezembro, 4º edição, Matosinhos, QN – Edição e Conteúdos, S.A., 2005, pp. 85-90, ISBN: 989-554-242-9

março


A PALAVRA DOS UTENTES

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Pela Pátria Ouve, meu Filho: cheio de carinho, Ama as Árvores, ama. E, se puderes, (E poderás: tu podes quanto queres!) Vai-as plantando à beira do caminho. Hoje uma, outra amanhã, devagarinho. Serão em fruto e em flor, quando cresceres. Façam os outros como tu fizeres: Aves de abril que vão compondo o ninho. Torne fecunda e bela cada qual, A terra em que nascer: e Portugal Será fecundo e belo, e o mundo inteiro.

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Fortes e unidos, trabalhai assim… - A Pátria não é mais do que um jardim Onde nós todos temos um canteiro. António Correia de Oliveira

Obs.1: Poema lido pelas utentes Adriana Pereirinha e Palmira Ventura no evento do Dia da Árvore e da Floresta. Obs.2: Fotografia do trabalho realizado pelos utentes do equipamento social José Tavares Bastos para o Dia Mundial da Árvore e da Floresta.

O que são as crises? As crises são sempre difíceis: Trazem situações desagradáveis, mas também crescimento. A crise numa criança, adolescente ou jovem é considerada crise de crescimento. Os pais têm que acompanhar estes fenómenos com cuidado e respeito. Todos sabemos que os mais novos podem sofrer problemas graves, como depressões, perturbações, agressividade, insegurança, insucesso escolar ou até mesmo com os próprios problemas dos pais… Já, na minha opinião, as crises sociais consistem no descontentamento generalizado dos cidadãos, que cumprem os seus deveres e que, muitas vezes, não veem os seus direitos a serem-lhes atribuídos. Esta situação pode provocar manifestações justas e democráticas. Assim, como os governos não podem, nem devem impedir tais

manifestações, os manifestantes também têm de respeitar as autoridades e perceber que são os cidadãos que têm que ajudar a resolver os problemas do país. A isto chama-se bom senso dos cidadãos. Outra coisa é o bom senso do governo. Não podemos esquecer que todos temos direito à educação, à alimentação, à saúde, ao trabalho, à habitação, ao descanso… São direitos fundamentais. Uns nascem em palhas doiradas, outros nascem na areia ou no chão. Por isso, é preciso olhar para os mais pobres. Eles também têm direito à vida e são pessoas humanas que estão no meio de nós. Já um dos últimos Papas dizia: “Onde não há justiça, não pode haver paz”. Clara Cavadas (Utente do equipamento social António Almeida da Costa)


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O QUE ACONTECEU...

… NO CENTRO DE ACOLHIMENTO TEMPORÁRIO N.ª SR.ª DA MISERICÓRDIA No Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia (CAT) faz-se magia com pouco, porque a dedicação e o empenho da equipa do centro é tudo para as crianças que, em situação de risco social, são acolhidas. “Neste cantinho de Gaia, vamos construindo o nosso dia a dia com delicadeza, com regras, com resmunguices, com descobertas, com bons e maus feitios, com boas maneiras e com outras manias”, refere a equipa.

Fez-se magia Novas entradas, novos projetos de vida e novas visitas marcaram os primeiros meses de 2013 no CAT.

Neste trimestre o CAT recebeu dois novos elementos e teve de dizer adeus a outras duas crianças que começaram agora novos projetos de vida: “Temos acolhido quem de novo vem, temos construído memória e saudade de quem para longe e melhor vai”. Mas magia e fantasia foi o que as crianças viveram também no Carnaval. A construção das suas máscaras, a ansiedade por vestirem as novas fantasias deste ano, a decoração do centro a rigor, mas, sobretudo, a visita de um grupo de alunos da Escola Inês de Castro, que proporcionou momentos de representação e um lanche diferente aos meninos foram alguns desses momentos mágicos. É com muito pouco que se conseguem grandes sorrisos, gargalhadas e o bem destas crianças.

Oferta CODE A empresa SDV - Sociedade de Distribuição de Vestuário S.A., detentora da marca CODE, ofereceu vários conjuntos de roupa a todas as crianças do CAT. A entrega foi realizada por alguns dos colaboradores dos serviços centrais da Misericórdia de Gaia que também levaram algumas surpresas…

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O QUE ACONTECEU... … NA CRECHE E JARDIM DE INFÂNCIA D. EMÍLIA DE JESUS COSTA

Generosidade

e respeito pelos mais velhos Generosidade e respeito pelos mais velhos pautou o primeiro trimestre das crianças da Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa.

Ao viverem a Páscoa as crianças da creche e jardim de infância exploraram a história da “Árvore Generosa”, trabalhando dessa forma os valores da generosidade e da partilha. Os meninos registaram em pequenas folhas atos de generosidade que assistiram em casa, junto dos seus familiares e amigos, que trouxeram para a escola para colocarem na “Árvore”. Com este gesto as crianças foram as porta-vozes de como generosidade pode gerar generosidade, tornando a sociedade muito melhor. A obra “Árvore Generosa” foi ainda representada pelas crianças no evento “1000 árvores, 1000 vidas” que aconteceu no dia 21 de março, Dia Mundial da Árvore e da Floresta.

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O respeito pelos mais velhos Sempre que possível a creche e jardim de infância promove o reencontro e o convívio entre as crianças e os mais velhos num clima saudável e de alegria para ambas as partes. Um desses primeiros encontros teve como mote o cantar das janeiras no dia 6 de janeiro. Os meninos começaram as cantorias na estrutura residencial Conde das Devezas, passando pelo equipamento social António Almeida da Costa. Mas os encontros intergeracionais não ficaram por aqui. As crianças comemoraram o Carnaval e o Dia do Pai com os utentes do equipamento António Almeida da Costa e foram convidadas para participarem na Festa da Primavera, organizada pelo equipamento Salvador Brandão.

Creche e Jardim de Infância

D. Emília de Jesus Costa

Inscrições abertas para 2013/2014 As inscrições podem ser efetuadas na Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa no horário das 9H00 às 18H00. Contactos: R. Almeida Costa, 151, 4400-013 Vila Nova de Gaia Tel. 223799110 - cji@scmg.pt


… NO ANTÓNIO ALMEIDA DA COSTA

Conversas abertas sobre amor O amor esteve em cima da mesa no encontro Conversas Abertas, realizado pelo equipamento social António Almeida da Costa, no dia 14 de fevereiro. O painel repleto de convidados de destaque para o equipamento social António Almeida da Costa (AC) abordou o tema do amor, nas suas diversas vertentes para uma plateia

atenta. O mesário do equipamento, Jorge Soares, abordou o tema de forma descontraída e divertida, realçando que se deve separar o Dia dos Namoradores do Dia do Amor: “Quando éramos novos namorávamos com uma rapariga e na semana a seguir com outra, então onde estava o amor?”, brincou. No entanto, Jorge Soares frisou a vertente do amor em

família. A diretora do equipamento, Helena Ferreira, moderou o encontro, afir-

mando a importância de haver amor num equipamento social e que o mesmo pode ser expresso quando se pergunta se alguém está bem ou quando se ajuda uma pessoa a aconchegar-se: “O amor é o que dou de mim ao outro”. A assessora da provedoria da Misericórdia de Gaia para o voluntariado,

Maria Augusta Ferraz, contou a sua experiência de amor que tem dado e recebido ao longo dos 23 anos de voluntariado no equipamento Almeida da Costa, atividade para a qual contou também com a compreensão do amor da sua vida – o marido: “Fica muitas vezes sozinho para eu vir para aqui“. Maria Augusta Ferraz referiu ainda que todos têm um dom. O amor foi ainda revisitado sobre o ponto de vista mais técnico e científico pela neuropsicóloga Catarina Sousa que, para além de explicações mais científicas, apresentou ainda as histórias por detrás de alguns dos símbolos do amor. No final, Cata-

rina Sousa deixou o desafio: “Vamos fazer um esforço para nos respeitarmos e nos amarmos mais”. Também João Xavier, utente do AC,

deu o seu testemunho sobre o que entende por amor e como se pode vivê-lo sendo utente de um equipamento social. “Precisamos todos uns dos outros”, referiu na sua intervenção. O padre Silvério Rato, do Seminário

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do Cristo Rei, apresentou a vertente mais espiritual do amor: “O amor é um só e só tem uma fonte que é Deus”. Mas o amor entre casal não foi esquecido pelo lar que reservou aos casais um lugar especial para uma refeição também especial neste dia.

Mulheres de parabéns

O equipamento social António Almeida da Costa comemorou o Dia da Mulher, dia 8 de março, com a atuação do grupo musical Amizade e Som que animou o almoço desse dia. “Quero deixar um louvor a todas as mulheres deste equipamento que, muitas vezes, se esquecem dos seus problemas pessoais e com esforço se dedicam a quem mais precisa”, afirmou o mesário Jorge Soares ao evidenciar o poder e papel da mulher na sociedade atual.


O QUE ACONTECEU... … NO SALVADOR BRANDÃO

O amor não tem idade

O amor não tem idade foi a abordagem escolhida pelo equipamento social Salvador Brandão, em Gulpilhares, para comemorar o Dia do Amor, como lhe chamou.

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A diretora do equipamento social Salvador Brandão (SB) expôs aos presentes, entre utentes e outros convidados, os casos de amor entre casais que foram acontecendo no SB ao longo dos anos, e que gradualmente foram ganhando a aceitação e a simpatia de todos. O SB já foi palco de vários casamentos entre utentes que se conheceram no equipamento, mas existem muitas outras histórias, como contou a diretora Irene Fontoura: “Tivemos e ainda temos outras histórias de amor que não se concretizaram em casamento, mas que merecem todo o nosso respeito”. Os utentes da Misericórdia de Gaia são um bom exemplo de como não há idade para amar e as manifestações de carinho e de amor são frequentes nos equipamentos sociais

da Festa era av Prim

da instituição. Também os casais do equipamento social José Tavares Bastos, da Madalena, lembraram o Dia dos Namorados de uma forma muito doce e calorosa. Reencontrar o amor aos 89 e aos 82 anos Abílio Oliveira, de 89 anos, e Joaquina Miranda, de 82 anos, encontraram-se e reencontraram o amor há três anos no equipamento social Salvador Brandão. “Perguntei-lhe se queria casar comigo e ela disse-me que não”, recorda Abílio. Apesar de Joaquina Miranda não ter sido uma conquista fácil, a persistência de Abílio e os conselhos da diretora do equipamento ajudaram: “A senhora diretora disse-me

para eu dar-lhe muitos beijinhos e abraços que a Joaquina iria gostar”. E foi assim que Abílio obteve o “sim” de Joaquina. O casamento foi celebrado na capela do lar, com a presença de muita gente: “Foi um casamento muito lindo”, recorda a utente. Joaquina afirma que agora é muito feliz, uma vez que a sua vida conjugal com o primeiro marido foi “um inferno”. “Os meus filhos aceitaram muito bem o meu casamento com o Abílio, porque sabem que ele é muito meu amigo e que estou feliz”, reitera. Esta é uma das muitas histórias de amor, algumas que terminaram em casamento, outras só em namoro, que acontecem no equipamento Salvador Brandão.

Flores, cor e alegria pautaram a Festa da Primavera, no dia 20 de março, entre utentes e crianças da Misericórdia de Gaia. Os momentos de felicidade foram constantes e quem esteve presente não poupou elogios à organização. As imagens falam por si…

D i a d o P a i Muitos pais do equipamento Salvador Brandão tiveram no Dia do Pai, 19 de março, uma surpresa muito especial: a visita dos seus filhos. A equipa do SB proporcionou todas as condições para uma tarde bem passada, em família.


… NO JOSÉ TAVARES BASTOS

Viver bem como idoso Na comemoração do Dia do Doente, os utentes do equipamento social José Tavares Bastos, na Madalena, tiveram a oportunidade de saberem mais sobre a fase de vida por que estão a passar no momento, bem como adquiriram algumas dicas de como viver uma velhice com mais qualidade. As informações foram proferidas pela enfermeira Marlene Almeida que tentou desfazer mitos e alertar os utentes para alguns problemas físicos, psicológicos e emocionais. “Segundo várias pesquisas, 70% das pessoas com mais de 65 anos têm dor. E muitas dessas pessoas suportam a dor e o mal-estar, sem pedir ajuda”, referiu. Marlene Almeida deixou algumas dicas como o dormir bem, o ter uma alimentação saudável, o não se automedicar, a vontade de querer sempre aprender mais e, sobretudo, afastar a ideia: “Já não tenho idade para fazer isso”. Viver a sorrir e fazer o que dá realmente mais prazer nesta fase é a receita para uma vida ativa e com qualidade. No encontro marcaram ainda presença o mesário do equipamento, Sílvio Ribeiro, e a diretora Fernanda Morgado.

Ateliês No aconchego de uma lareira que aquece o corpo e, sobretudo, a alma, os utentes realizaram neste primeiro trimestre vários ateliês de pintura, em que puderam expressar, através da cor as suas emoções. Para além do trabalho de motricidade e criatividade, este tipo de atividade favorece bastante a parte social, uma vez que os utentes conversam sobre vários temas e partilham conhecimentos. Os utentes praticaram ainda algum exercício físico adaptado às suas capacidades.

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D i a d o P a i O Dia de S. José foi lembrado com oração e música. A Cruzada de Bem Fazer da Paz proporcionou aos utentes do JTB um espetáculo de fado e o equipamento social umas papas de sarrabulho para o lanche. Um lanche diferente para um dia também diferente e de comemoração.


O QUE ACONTECEU... CARNAVAL

Reencontro em dia de Carnaval O Carnaval na Misericórdia de Gaia foi comemorado durante todo o dia pelas crianças e idosos com encontros e reencontros.

Entre confetis, música e muitos anos passados Fernanda Portela, utente do equipamento social António Almeida da Costa com 80 anos de idade, e Aníbal Valdemar, u t e n t e do equipamento social Salvador Brandão, e com 76 anos de idade, reencontraram-se, no equipamento José Tavares Bastos, na Madalena, e recordaram velhos tempos.

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Este ano, os utentes juntaram-se no equipamento José Tavares Bastos, e, na companhia de vários colaboradores, fizeram a festa com a presença de um amigo/dj convidado. Muitos dançaram e brincaram. Outros divertiram-se com o assistir à festa. Da parte da manhã o baile foi outro. As muitas princesas, fadas e heróis receberam na Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa visitas carnavalescas dos utentes do equipamento Antó-

nio Almeida da Costa (AC) que convidaram as crianças a desfilarem para mostrar as suas fantasias, e para um breve baile. As crianças do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia viveram o Carnaval de uma forma muito intensa com o deslumbre das fantasias, bem como com a visita de alunos e professoras da Escola EB2/3 Inês de Castro que representaram uma peça infantil para os mais pequeninos.

BREVES

Mais 200 refeições solidárias

Laços reforçados Em 2013 a Misericórdia de Gaia e o Instituto da Segurança Social renovaram o Protocolo de Colaboração no Âmbito da Convenção da Rede Solidária de Cantinas Sociais para o Programa de Emergência Alimentar. O novo protocolo visa o aumento da oferta de refeições diárias a pessoas carenciadas que passaram a ser 100, distribuídas pelo equipamento social António Almeida da Costa e 100 pelo equipamento social Salvador Brandão. Os destinatários, devidamente referenciados, levantam as refeições que são confecionadas nos equipamentos sociais para serem consumidas no exterior.

Utentes do equipamento António Almeida da Costa reforçam projeto intergeracional com Escola das Devesas.


O QUE ACONTECEU...

Uniformização do sistema de saúde A Misericórdia de Gaia arrancou este ano com a uniformização do sistema de saúde nos diferentes equipamentos sociais da instituição.

A Mesa Administrativa da Misericórdia de Gaia aprovou um novo modelo de gestão na área da saúde da instituição que começou a ser implementado no primeiro trimestre de 2013. Uma das primeiras reestruturações prende-se com o término da situação dos profissionais liberais de enfermagem, passando a existir enfermeiros a pertencerem aos quadros da instituição e, dessa forma, estando ao serviço com horário completo. Esta nova situação faz com que os equipamentos sociais da terceira idade tenham cobertura do serviço de enfermagem permanente das 8h00 às 20h00. O modelo já havia sido adotado desde 2010 no equipamento social Salvador Brandão, tendo revelado uma maior eficácia deste serviço e segurança para utentes e colaboradores. “No equipamento social Salvador Brandão foi implementado um modelo que está a dar bons frutos. Foi esse modelo que serviu para se encontrar um modelo uniforme para toda a instituição”, esclareceu o provedor Joaquim Vaz. “A nova equipa de enfermagem vai dispor de mais tempo para vos servir, para vos ouvir e poder prestar um melhor cuidado a todos os utentes”, referiu o mesário Pedro Nobre aos utentes na apresentação dos profissionais de enfermagem.

Pedro Lourenço e Hugo Silva Pedro Lourenço é o novo rosto do setor de enfermagem no equipamento social José Tavares Bastos. O mesário do equipamento, Sílvio Ribeiro, não tem dúvidas de que esta foi uma boa aposta: “Lutamos todos os dias para que os utentes se sintam bem e que as suas famílias tenham a garantia de que na Misericórdia de Gaia estão protegidos”. Pedro Lourenço garantiu aos utentes e colaboradores de que está totalmente disponível para os servir: “Sintam-se à vontade para recorrer a mim sempre que necessitem, nem que seja para uma conversa”. Na estrutura residencial Conde das Devezas e no equipamento António Almeida da Costa o novo elemento a integrar a equipa de enfermagem é Hugo Silva. O mesário do equipamento social António Almeida da Costa dirigiu palavras de incentivo ao novo enfermeiro e de consciencialização da realidade do equipamento: “Temos as pessoas a viverem aqui. É a casa delas. A missão do enfermeiro é de maior proximidade com os utentes, por isso, devem ser tratados sempre com o maior carinho, dedicação e paciência”. “Vou tentar dar o melhor de mim e estou aqui para também aprender convosco. O caminho começa agora e esperemos que comece da melhor maneira e no melhor sentido”, pontuou o profissional.

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O QUE ACONTECEU... ESPECIAL DIA MUNDIAL DA ÁRVORE E DA FLORESTA

1000 árvores, 1000 vidas

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A Misericórdia de Gaia marcou o Dia da Árvore e da Floresta, no passado dia 21 de março, com a plantação de 1000 novas árvores que simbolizam as 1000 vidas que acolhe e que são acolhidas na instituição. Utentes, entre crianças e idosos, colaboradores, dirigentes, parceiros, convidados e amigos já cumpriram parte da missão popular que diz que todo o homem deve “plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro”. A iniciativa, promovida pela Misericórdia de Gaia, “1000 árvores, 1000 vidas” assinalou o Dia Mundial da Árvore e da Floresta e contribuiu para a reflorestação, com a plantação de 1000 árvores, da mata da Quinta da Chamorra, que se situa no Complexo Social Salvador Brandão, em Gulpilhares, e da Quinta do Vale no equipamento social José Tavares Bastos, na Madalena. “Estas 1000 árvores simbolizam as cerca de 1000 vidas que fazem parte da realidade da instituição entre utentes (crianças e idosos) das diversas valências, colaboradores, famílias carenciadas da comunidade que são ajudadas pela Misericórdia de Gaia e parceiros”, referiu o provedor Joaquim Vaz.

A iniciativa contou com a presença do vice presidente do Conselho de Administração da Empresa Municipal Águas de Gaia e Parque Biológico, Nuno Oliveira, que no dia em que comemorou 30 anos na direção do Parque Biológico de Gaia esclareceu os presentes sobre o nascimento e a importância do Dia da Árvore e da Floresta. O município de Gaia esteve representado pela diretora do Departamento de Ação Social da Câmara de Gaia, Olívia Rito, que referiu que não é habitual ver uma instituição de solidariedade social preocupada com questões ambientais, felicitando a Misericórdia pelo trabalho empenhado em tudo o que se propõe fazer.


ESPECIAL

Este evento demonstrou a preocupação que a Santa Casa tem em preservar, cuidar e melhorar os legados deixados pelos beneméritos da Misericórdia de Gaia, como foram os casos da Quinta do Vale, na Madalena, por Celina Tavares Bastos, e da Quinta da Chamorra, em Gulpilhares, por Salvador Brandão. A iniciativa contou ainda com a intensa participação das utentes Adriana Pereirinha e Palmira Ventura na leitura de um poema sobre a árvore e na representação da história “Árvore Generosa” pelas crianças da Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa. Na terra não se pode viver sem florestas Nuno Oliveira explicou que o Dia da Árvore e da Floresta surgiu no século XVIII, nos EUA, com o objetivo de se promover a replantação de árvores, uma vez que a forte utilização de madeira levou à diminuição das florestas. O vice presidente das Águas de Gaia e Parque Biológico referiu que Portugal copiou a ideia americana no século XX e instituiu o Dia da Árvore e da Floresta no dia 21 de março por coincidir

com o início da primavera. No entanto, Nuno Oliveira reforçou que a plantação de árvores deve ser executada no inverno. O orador referiu ainda que se deve abater as florestas, porque é preciso madeira, no entanto, “deve-se abater para replantar e, se possível, replantar mais do que se abate”. Nuno Oliveira referiu ainda que “na terra não se pode viver sem florestas”. “Pode acabar tudo, mas enquanto houver solo agrícola, uma enxada e umas sementes não morremos à fome”, reiterou. Nuno Oliveira não poupou críticas a muitas comemorações do Dia da Árvore e da Floresta: “O que acontece muitas vezes é que se festeja este

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dia com plantação de árvores e uma grande festa e, no dia seguinte, já ninguém se lembra do que foi plantado. Mas eu sei que a equipa da Misericórdia de Gaia vai cuidar muito bem das árvores que hoje são plantadas”, terminou, lembrando que as árvores precisam de água.


O QUE ACONTECEU... ASSEMBLEIA GERAL

Relatório de Atividades e Contas de 2012 aprovado O Relatório de Atividades e Contas de 2012 foi apresentado e aprovado em Assembleia Geral, no dia 25 de março. O diretor geral evidenciou as principais atividades e resultados do exercício do ano anterior e esclareceu todas as questões que foram colocadas da parte da assembleia. O presidente da Mesa da Assembleia Geral, Joaquim Poças Martins, elogiou a estratégia e o esforço da atual Mesa Administrativa na gestão da Misericórdia de Gaia e aceitou o voto de confiança à Mesa sugerido pelo irmão Luís Marques Gomes. O provedor Joaquim Vaz evidenciou o trabalho dedicado e empenhado de todos os provedores que lideraram os destinos da Misericórdia de Gaia ao longo de mais de oito décadas e frisou que a Misericórdia existe para servir os pobres.

INTERVENÇÃO DO PROVEDOR NA ASSEMBLEIA GERAL Prezadas Irmãs e Irmãos,

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De acordo com a alínea e) do Artigo 45.º do Compromisso da Irmandade, a Mesa Administrativa vem apresentar aos Irmãos o Relatório de Atividades e as Contas de Gerência referentes ao exercício do ano de 2012, o primeiro do seu mandato. Poderemos afirmar que foi um ano atípico pelas situações vividas e que não eram previsíveis. Foi também marcado pela saída, em outubro, do Sr. Luís Marques Gomes, Assessor da Provedoria, que expressou, por carta dirigida ao Provedor, a sua vontade em se desvincular da sua função, vontade que foi respeitada. Assim, e desde então, o Dr. João Paulo Coelho vem assumindo em pleno a função que lhe foi confiada pela Mesa Administrativa, por proposta do Provedor, que o acompanha e apoia na sua missão. A reestruturação da organização continuou a ser feita com permanentes reajustamentos, na medida em que qualquer mudança leva o seu tempo, e a sociedade, em constante evolução, assim o exige. Devemos ter presente que esta Reforma Administrativa, iniciada em 2009, precisa de uns bons anos para ser eficaz e para produzir frutos, já que não é fácil mudar mentalidades e hábitos. No entanto, o caminho determinado pelo Provedor e aprovado pela Mesa Administrativa, visando o equilíbrio e a sustentabilidade da Instituição, tem de ser seguido para transmitir tranquilidade não só aos Irmãos, Órgãos Sociais, Utentes e seus familiares e aos Colaboradores, mas também às Entidades que nos tutelam e acompanham a nossa dinâmica e vigiam a ação social que desenvolvemos nas variadas respostas sociais, através de uma administração/gestão de transparência, rigor e verdade. Estes são valores que muito prezamos

e desejamos manter enquanto responsáveis pela Instituição, por vontade dos Irmãos, e que, podem estar cientes, serão realizados com o nosso trabalho empenhado e determinado por forma a transformar a nossa Misericórdia numa Instituição mais ativa, inovadora e moderna. Como vem sendo norma, queremos destacar algumas iniciativas mais marcantes neste ano de 2012: Dia da Irmandade Foi celebrado no dia 26 de junho, no Salão Nobre da nossa Sede, porque era o melhor local para a apresentação do Livro da Misericórdia, editado pela nossa Irmandade, o qual se deve ao nosso Irmão Fernando António da Silva Correia, que nos brindou com um excelente trabalho, e que mereceu elevados elogios de diversas personalidades.


O QUE ACONTECEU... INTERVENÇÃO DO PROVEDOR NA ASSEMBLEIA GERAL A presença e intervenção de um convidado especial, o Exmo. Senhor Dr. António José Bagão Félix, ex - Ministro da Segurança Social e ex - Presidente da Assembleia Geral da União das Misericórdias Portuguesas, foi também uma excelente presença que a nossa Irmandade recebeu, neste seu 83.º aniversário. Este momento revelou-se ainda uma oportunidade para os Irmãos e convidados poderem rever o Salão Nobre, depois de algumas melhorias realizadas, sobretudo, na recuperação dos seus tetos. A entronização de novos Irmãos que foram admitidos desde julho de 2011 até junho de 2012 constituiu um importante momento, na medida em que revitaliza o Tombo dos Irmãos em ordem ao futuro, e que enriquece a nossa Irmandade, não só no plano humano, como no social. A gratidão para com os funcionários que completaram 25 e 50 anos de serviço e para aqueles que por limite de idade ou por sua livre iniciativa se reformaram continua a ser um marco neste dia para que a recordação da sua ligação à Instituição seja exaltada, como é de justiça. Por sua vez, o ingresso de novos voluntários no Serviço de Voluntariado (Corpo de Voluntários) da nossa Misericórdia constituiu também uma mais-valia, uma vez que o dom do acolhimento não pode ser esquecido no Dia da Irmandade, por ter um sabor especial. Comunicação e Imagem Vem sendo uma área importante que a Mesa Administrativa continua a acarinhar, quer interna, quer externamente, através da revista “Laços de Amor”. Esta publicação, que passou a ser trimestral, por uma questão de contenção de gastos, contribui fortemente para que tenhamos os nossos utentes ativos e as suas mentes ocupadas com a produção de trabalhos literários muito interessantes e, por essa via, com envelhecimento mais saudável. As redes sociais, nomeadamente, o Facebook, continuam a dar uma maior visibilidade à nossa Instituição, e os órgãos de comunicação - jornais regionais ou diários da cidade do Porto, rádio e televisão - procuram entrar em contacto connosco, pedindo-nos para participar em programas sobre vários temas. Temos consciência que a exposição da nossa Instituição nos responsabiliza e exige de todos - dirigentes e dirigidos - uma maior atenção à problemática social, por isso, devemos procurar dar as respostas sociais que a atual conjuntura socioeconómica reclama, pois essa é a missão das Instituições que atuam no terceiro setor - o da economia social. Festa da nossa Padroeira “Nossa Senhora da Misericórdia” Continuamos a dar o merecido brilho a esta Festa, que se celebra sempre no dia a ela consagrado - 31 de maio

- ou no sábado ou domingo mais próximo. Neste ano de 2012 coube à Comunidade Paroquial da Madalena receber o cortejo litúrgico que, numa manifestação pública de Fé, partiu do Lar José Tavares Bastos, com a imagem de Nossa Senhora, transportada em ombros pelas colaboradoras da unidade, até à Igreja Matriz, seguindo-se uma Celebração Eucarística de Ação de Graças, presidida pelo Reverendo Padre António da Silva Martins, mui digno Pároco daquela Paróquia e nosso Irmão. Formação Profissional A Mesa Administrativa prosseguiu a linha de ação traçada de otimização dos recursos humanos da Instituição, através de um significativo esforço na Formação Profissional. Este processo que teve o seu início em 2010 e que se prolonga até 2014 tem envolvido um grande número de colaboradores, em percentagem nunca antes alcançada, tendo representado para eles e para a Instituição uma mais-valia, por força dos conhecimentos e competências que todos adquiriram, não só a nível pessoal, como profissional. 1.ªs Jornadas Envelhecimento Ativo – Adultos Maiores: Um Recurso Vital para a Sociedade Como o ano de 2012 foi considerado pela Comunidade Europeia o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações, decidimos organizar um evento que foi bem acolhido e apoiado pela Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, pela Coordenadora Nacional do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e Solidariedade entre Gerações, Exm.ª Senhora Dr.ª Maria Joaquina Madeira, pelo Centro Distrital do Porto da Segurança Social e pelo Secretariado Distrital do Porto da União das Misericórdias. As Jornadas abordaram temas de grande interesse, contaram com a participação de ilustres Conferencistas e,

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O QUE ACONTECEU... INTERVENÇÃO DO PROVEDOR NA ASSEMBLEIA GERAL Recuperação do Património em geral e dos Equipamentos Sociais Iniciámos o processo da legalização e licenciamento dos equipamentos sociais, por força das disposições legais e em ordem à implementação de um Plano de Emergência de Segurança em cada um deles, com vista à segurança de pessoas e bens, bem como para defesa dos seus direitos e cumprimento das obrigações contraídas pela Instituição na celebração dos contratos. Centro de Acolhimento Temporário (CAT)

em paralelo, foram apresentados pelas Instituições e pelos seus Técnicos muitos trabalhos e exposições de elevada qualidade, contribuindo, assim, para abrilhantar esta realização. Dada a sua importância, este evento mereceu a visita do Senhor Secretário de Estado da Segurança Social, Dr. Marco António Costa, que nos brindou com uma intervenção de grande qualidade.

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X Congresso da Confederação Internacional das Misericórdias A realização do X Congresso Internacional das Misericórdias em setembro de 2012, nas cidades do Porto e de Vila Nova de Gaia, com as nossas Misericórdias como anfitriãs e em estreita colaboração com a Confederação Internacional das Misericórdias e a União das Misericórdias Portuguesas, sob o lema “Unidas para multiplicar – Promotoras de Modernidade e Inovação”, constituiu um momento de encontro Mundial das Misericórdias. Foi uma excelente e única oportunidade para a nossa Misericórdia se dar a conhecer, tendo o último ato do Congresso – apresentação da medalha – decorrido no nosso Salão Nobre, com a presença de representantes das Misericórdias de Portugal, da Itália, do Brasil, do Luxemburgo, de Paris, de Angola, de Macau entre outras. Inventariação dos Bens culturais e de valor patrimonial e artístico Deu-se continuidade a um trabalho iniciado em 1999 e que tendo sido interrompido, foi concluído em 2012. Assim, e pela primeira vez, a nossa Misericórdia tem um inventário devidamente organizado dos bens móveis de maior valor, nomeadamente, os de ouro e prata que, depois de identificados, referenciados e fotografados foram depositados num cofre alugado de uma instituição bancária com quem a Misericórdia mantém relações comerciais.

A nossa persistência em lutar por melhores instalações e pela adequada segurança e bem-estar das crianças que acolhemos no Centro de Acolhimento Temporário de Nossa Senhora da Misericórdia foi reconhecida por Sua Excelência o Senhor Ministro da Solidariedade e Segurança Social, que atribuiu à nossa Misericórdia um subsídio, através do Fundo do Socorro Social, para apoio das obras de adaptação das antigas instalações do ATL. Continuamos, no entanto, a precisar de mais madrinhas e padrinhos que, com a sua ajuda, permitam que aquelas crianças sejam amadas e acarinhadas e encontrem um projeto para as suas vidas. Por isso, não vamos desistir de apelar a todos os Irmãos e à Comunidade gaiense nesse sentido. Arquivo Documental Podemos afirmar com satisfação que o sonho de reunir todo o acervo documental num único espaço vai ser uma realidade muito em breve, e de forma a podermos garantir o seu tratamento para memória futura. Festas Natalícias Seria injusto não realçar o brilho muito especial que as Diretoras, com as suas Animadoras Socioculturais, deram à organização das Festas de Natal nos seus equipamentos, com motivos novos e com a participação de utentes, colaboradores e voluntários, o que demonstra o quanto é importante envolver toda a Comunidade na preparação da vivência do Natal, que celebra o maior acontecimento da história da Humanidade, o nascimento de Jesus, e cujo mistério continua a apaixonar todos os Homens. Contas auditadas Para tranquilidade da Mesa Administrativa, dos restantes Corpos Gerentes e dos Irmãos em geral, a nossa gestão e a contabilidade da Instituição vem sendo acompanhada por um Revisor Oficial de Contas (ROC) que auditou, a exemplo de outros anos, e acompanhou a nossa gestão


INTERVENÇÃO DO PROVEDOR NA ASSEMBLEIA GERAL de 2012. Nesse sentido, emitiu o seu parecer anexo ao Relatório para ser apreciado pelos Irmãos. Sistema de Avaliação de Desempenho A Mesa Administrativa continua a pautar a sua ação pela transparência da sua administração e gestão, apostando no profissionalismo e na melhoria dos níveis de qualidade dos seus colaboradores, no desempenho das suas funções e tarefas e, por isso, investiu na implementação do sistema de avaliação, através de uma empresa externa. Só com a consciente disponibilidade de todos os colaboradores para adquirirem mais formação e competências se atingirá o patamar de qualificação da Instituição em ordem à certificação. Volto de novo a referir a minha esperança nesta Mesa Administrativa, composta por Irmãos mais jovens, que acreditam ser possível fazer mais e melhor Misericórdia, e que à medida que melhor conhecem a nossa Instituição, mais se comprometem com a Cultura de Misericórdia, e que serão no futuro a garantia da continuidade do bem-fazer em prol dos mais carenciados e frágeis do nosso Concelho, não só com a sua experiência de serviço no voluntariado social, mas também da prática das catorze Obras de Misericórdia. Posso, por isso, afirmar que foi mais um ano de intenso trabalho, na busca de soluções para os problemas que foram surgindo no dia a dia. Por razões alheias à nossa vontade, dois membros efetivos da Mesa apresentaram ao Presidente da Assembleia Geral pedidos de suspensão dos mandatos para que foram eleitos e, de acordo com o Compromisso em vigor, foram substituídos pelos Irmãos suplentes. Dessa forma, a Mesa Administrativa prosseguiu o rumo traçado, cumprindo o Plano de Atividades aprovado para o ano de 2012, com sentido de responsabilidade e de respeito pelos demais Órgãos Sociais. No documento apresentado sob o título Relatório de Atividades de 2012, os Irmãos dispõem de uma informação pormenorizada dos atos administrativos e de gestão, dignos de registo, ocorridos naquele ano, bem como dos dados estatísticos em números e em gráficos elucidativos de uma gestão transparente, e de todos os concursos lançados na plataforma de compras, cumprindo-se assim todos os requisitos legais, eliminando-se qualquer tipo de suspeita. O trabalho realizado pela Mesa deve-se a uma equipa de Irmãos, apoiados pelos Técnicos profissionais ao serviço da Instituição, que designamos de “Quadro Superior da Instituição”, dadas as suas funções de direção e gestão, e pela colaboração das Entidades Públicas e Privadas. É nosso dever agradecer o apoio, a confiança, a entreajuda das Entidades mais relevantes, destacando o Ministério do Trabalho e Solidariedade Social, o Centro

Distrital do Porto da Segurança Social, a Administração Regional de Saúde do Norte, a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, o Centro de Emprego de Vila Nova de Gaia, a União das Misericórdias Portuguesas, a CNIS – Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, o Rotary Clube de Vila Nova de Gaia, os Bombeiros Voluntários de Coimbrões, o Grupo dos Mareantes do Rio Douro, a Comunidade Paroquial Madalenense, o Ordinário Diocesano, bem como a outras Entidades, sejam os nossos fornecedores, sejam as Instituições Bancárias com as quais vimos mantendo relações comerciais e que, de alguma forma, nos ajudaram na prossecução dos nossos objetivos sociais. Aos Voluntários que estão integrados no Corpo de Voluntariado da Misericórdia, que vem sendo enriquecido com novos voluntários e que, de uma forma dedicada, se entregam ao serviço dos nossos utentes nas diversas unidades de exploração, seja nos Lares, seja na Creche e Centro de Acolhimento Temporário de Crianças em Risco Social, a nossa profunda gratidão. Aos Colaboradores da nossa Instituição queremos agradecer o seu trabalho empenhado e dedicada colaboração na execução das suas tarefas que lhe estão confiadas, prestando assim um serviço social que marca a diferença, engrandecendo a nossa Misericórdia, por isso, lhes manifestamos publicamente o testemunho do nosso apreço.

O Provedor, Joaquim de Lima Moreira Vaz

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O QUE ACONTECEU... BREVES

Partilha de Reis

O ano arrancou em festa na Misericórdia de Gaia com o encontro convívio Partilha de Reis. Órgãos Socias e colaboradores juntaram-se no dia 6 de janeiro, no Complexo Social Salvador Brandão para uma noite de folia e animação.

Caminhada na orla costeira de Gaia O Grupo de Colaboradores da Misericórdia de Gaia arrancou com a sua primeira atividade de 2013 no passado dia 16 de março. Apesar do tempo ameaçar chover, S. Pedro deu uma ajudinha e os colaboradores da instituição marcaram o passo numa agradável caminhada pela orla costeira de Gaia. A diversão não faltou durante todo o passeio e as sugestões sobre a próxima iniciativa também não. Estão já previstas para o ano de 2013 as seguintes atividades: passeio de bicicleta, aula de zumba do Pavilhão Joaquim de Oliveira Lopes e uma sessão de paintball.

Torneio Interlares 20

O torneio Interlares 2013 arrancou no passado dia 19 de fevereiro. Este ano estão a participar 145 pessoas de várias instituições de terceira idade de Vila Nova de Gaia. As instituições a concurso são Centro Social Paroquial S. Pedro Pedroso, Lar Santa Isabel, Associação Solidariedade Humanitária de Canelas, Centro Social S. Pedro Vilar Paraíso, Centro Social S. Félix da Marinha, Centro Social S. Miguel de Arcozelo, Centro Social Paroquial Oliveira Douro, equipamento social António Almeida da Costa e equipamento social José Tavares Bastos.

Obras do CAT já estão em curso

Mais um centenário

A Misericórdia de Gaia assinou com a Sociedade de Construções Teodoro Valente, Lda. o contrato de adjudicação da obra referente às novas instalações do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia para o Complexo Social António Almeida da Costa. As obras já estão a decorrer e as crianças em situação de risco social devem ocupar as novas instalações no próximo mês de junho.

Maria Pereira Lucas completou cem anos de vida no passado dia 22 de março. A utente do equipamento social Salvador Brandão desde 2009 festejou a data junto da família, amigos e direção da Misericórdia de Gaia.


ENTREVISTA

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA

LUÍS MARQUES GOMES: VIDA DE DEDICAÇÃO E DE EXCLUSIVIDADE À MISERICÓRDIA

“Quem tem lugares de destaque, tem de ter uma dedicação de total exclusividade” Luís Marques Gomes colaborou durante cinco décadas na Misericórdia de Gaia e é, indiscutivelmente, um dos protagonistas da história da instituição. Dos 16 aos 67 anos Luís Marques Gomes foi por várias vezes o rosto da Misericórdia de Gaia, representando a instituição no contexto nacional e internacional. Atualmente é irmão conselheiro do provedor da Misericórdia de Gaia e conta a Laços de Amor as vitórias, as mágoas e o sucesso de 50 anos de carreira de pura dedicação e exclusividade. O que se pretende é fazer uma retrospetiva dos 50 anos de carreira e dedicação à Misericórdia de Gaia. Podemos dizer que foi um percurso único e muito longo, porque entrou para a Misericórdia de Gaia com 16 anos… A entrada resulta de na altura existir na Misericórdia uma Comissão Municipal de Assistência, que era um organismo municipal, cujo presidente era nomeado pelo presidente da câmara. Na altura era presidente da Comissão Municipal de Assistência o senhor João Reinaldo Pacheco, meu conterrâneo. Foi ele que me recomendou ao senhor provedor Manuel Moreira de Barros. Vim para a instituição completamente às escuras, porque tinha acabado de sair do seminário sem qualquer experiência de vida. Qual foi a primeira função que teve na Misericórdia de Gaia? Em março de 1962 fiquei a trabalhar com um chefe que me ajudou muito a ser o que sou hoje em termos profissionais, que foi o senhor Agostinho Veiga, e que foi muito meu amigo. O meu chefe queria que eu fizesse de tudo

e, por isso, comecei a redigir cartas, a passar atas, a escrever à máquina, a ajudar no atendimento das pessoas que vinham aos Serviços de Saúde da Misericórdia ou à Comissão Municipal de Assistência pedir ajuda. Também admirei sobremaneira o provedor, senhor Comendador Manuel Moreira de Barros, pela forma como liderava e pela visão que tinha de todos os aspetos da Misericórdia. Naquele tempo não havia assistentes sociais e eu comecei a lidar de perto com as questões sociais o que me ajudou também a moldar a minha personalidade. Algum tempo depois comecei a trabalhar em consonância com as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras, na aquisição de equipamento médico-cirúrgico, material cirúrgico e muitas outras coisas para o novo hospital. Através dessa experiência, consolidei um princípio que norteou toda a minha atuação na Misericórdia: quem tem lugares de destaque, tem de ter uma dedicação de total exclusividade. Quando entrava ao trabalho, esquecia-me da minha vida pessoal.

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ENTREVISTA

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Na altura da nacionalização dos hospitais, na década de 70, teve de optar: ficar a trabalhar no hospital como funcionário público ou ser funcionário da Misericórdia de Gaia… Depois do 25 de abril, fruto da minha subida na hierarquia no contexto administrativo, foi criada uma Comissão de Trabalhadores do Hospital, que mais tarde foi designada de Comissão Instaladora, e eu fui eleito representante do pessoal administrativo. Eu tinha uma perspetiva não revolucionária, mas reformista. Entendia que se devia mudar o que, efetivamente, estava mal, o que não era a postura de alguns elementos. Foi nesse sentido que, no dia em que veio publicada em Diário da República a constituição da Comissão Instaladora pedi a demissão do hospital. Na altura era provedor em exercício o senhor Reinaldo Pacheco, o homem que me trouxe para a Misericórdia, e também foi por essa razão que aceitei o desafio de ficar na instituição. Toda a gente disse que estava louco, mas eu tinha a noção de que havia muita coisa a fazer nos lares e no património. Ser parte da solução teve mais peso na decisão de ficar na Misericórdia do que no hospital. Em junho de 1975 assumi os serviços da Misericórdia. Passou por vários setores e teve muitas funções na instituição: trabalhou na contabilidade, na assistência social até chegar a diretor geral… Em 1967, quando regressei da tropa, vinha com a perspetiva de evoluir na Santa Casa, porque senti que tinha condições para ir mais além. Deram-me essa oportunidade: fiz formação no âmbito da gestão de stocks, armazém e contabilidade. De 1970 a 1974 tive um papel importante na montagem dos armazéns, no estabelecimento de controlo de todas as aquisições e existências. Em 1973 apresentei, pela primeira vez, o relatório e contas da Misericórdia, segundo as novas normas contabilísticas, e, nessa altura, fui nomeado contabilista. Paralelamente, dei apoio à Comissão Municipal de Assistência que consistia na definição e na distribuição de subsídios em espécies, medicamentos e dinheiro a pessoas com necessidades. Muita gente pobre foi ajudada. Dado esse meu trabalho na área social, em 1974, fomos, eu e a minha esposa, convidados por um casal de ciganos para sermos os padrinhos do seu 12.º filho. Esse convite foi uma forma de gratidão que eles tiveram para comigo pela ajuda que lhes dei. Das coisas que mais me marcaram na vida foi não dar o peixe, mas sim a cana para pescar. E a função de diretor geral? Em 1975 ocupei o lugar de chefe de serviços administrativos e em 1980 fui promovido à categoria de diretor de serviços até ao momento em que se dá a reestruturação dos quadros da instituição, entre 1997 e 1999. No final desse mandato do provedor Joaquim Vaz, que emprestou um grande dinamismo à Santa Casa, fui promovido a diretor geral e sentiu-se também a necessidade de

haver um diretor de serviços, mas as Mesas Administrativas seguintes não continuaram com essa estratégia. O lugar não foi preenchido e foi criada a função de coordenadora social para acompanhar mais de perto o funcionamento dos equipamentos sociais. Com essa alteração acabei por ficar com uma grande sobrecarga de trabalho, o que, em muitas situações não foi uma boa solução para a Misericórdia. Qual a sua opinião sobre a limitação dos mandatos das Mesas Administrativas na Misericórdia de Gaia? A partir da década de 80 houve a limitação de mandatos, ou seja, 2 mandatos de 3 anos no mesmo órgão, o que, no meu entender, foi muito prejudicial, até porque cada provedor só desempenhou essa função num mandato apenas. Ser mesário é completamente diferente de ser provedor. Um provedor precisa de um ano para se inteirar de tudo o que é realidade da Misericórdia. Com as dificuldades que a conjuntura de cada momento vai criando, tomar decisões no segundo ano não é fácil e é complicado tomar decisões no terceiro ano, que se vão repercutir nos mandatos seguintes. No entanto, essa situação não impediu que a Misericórdia tivesse feito um grande esforço durante todo este período na renovação de toda a sua atividade social e de saúde. Como viveu e preparou a remodelação dos equipamentos sociais da instituição? A Misericórdia começou por ampliar e renovar o Lar António Almeida da Costa, entre 1979 e 1983, graças ao empenhamento do professor Pires Veloso, que foi um homem que me marcou. De seguida, houve a decisão de remodelar e ampliar o Lar José Tavares Bastos, entre 1985 e 1988 e, já nesse momento se pensava na remodelação e ampliação do Lar Salvador Brandão que teve obras entre 1992 e 1997. Os dois primeiros lares encerraram e os utentes foram divididos pelos restantes, mas o Lar Salvador Brandão não encerrou. Foi um esforço enorme. A equipa de pessoal fez um grande esforço e teve muito mérito nesta fase complicada para o equipamento. Na infância, foram construídas as salas de ATL no final da década de 90, e em 2001 construiu-se uma nova creche que teve uma ampliação em 2011. Houve sempre um esforço enorme da parte da Misericórdia não só na requalificação de todos estes equipamentos, mas também no esforço diário que é feito. Por exemplo, o Lar Salvador Brandão começou com 30 utentes na década de 30 e hoje tem 100 utentes de internamento, sem falar nos utentes de centro de dia e de apoio domiciliário. Esta situação significa que apesar da comparticipação do Estado e dos utentes, a grande maioria dos idosos é mesmo pobre. Essa é uma das bandeiras da instituição: o facto de acolher aqueles que realmente necessitam. Porém, isso significa que a Misericórdia tem de desembolsar dos seus rendimentos um esforço enorme para manter a qualidade dos serviços que presta.


ENTREVISTA Para além da remodelação das respostas existentes, assistiu também à inauguração de novos equipamentos… Uma outra realidade foi a vinda à posse da Misericórdia da Quinta das Devezas e de uma casa em Espinho que resultaram de uma doação da família Visconde das Devezas. Para perpetuar a sua memória, decidiu-se fazer um equipamento com apartamentos para uma classe média alta. Construiu-se, assim, o Lar Residencial Conde das Devezas, com 50 apartamentos, tendo sido inaugurado em julho de 1992. Este equipamento residencial foi mais um esforço da instituição, porque foi totalmente construído com dinheiro da Misericórdia. Neste espaço de tempo houve também uma outra figura que a Misericórdia homenageou com a construção de um pavilhão polivalente a que deu o nome de Joaquim de Oliveira Lopes, um dos irmãos fundadores da Misericórdia e benemérito da instituição. Em 2002, a Farmácia que funcionava, desde janeiro de 1931, no edifício-sede foi transferida para novas instalações na Urbanização Monte Grande, adquiridas pela Misericórdia. Na área da saúde, a Misericórdia avançou para a criação de uma Clínica Fisiátrica em 1998 e de um Centro de Hemodiálise, em 2004, nas instalações do Complexo Social Salvador Brandão. Há alguma situação que lamente por não ter conseguido concretizar? A única mágoa que tenho é de não ter conseguido ajudar a criar condições que permitissem uma mais rápida valorização do património, quase todo deixado pelos seus legatários, exatamente para que a renda desses prédios fosse um grande suporte para equilibrar as contas da Misericórdia. A Misericórdia ao desenvolver um esforço ao longo destes anos na melhoria dos seus equipamentos levou a que, não tendo rendimentos correntes para suportar os custos destes investimentos, tivesse de recorrer à venda de património. Mas não se fez o mesmo no património de arrendamento, salvo em muito raras exceções. Perante a grande degradação de muito do património de rendimento, impõe-se estabelecer uma estratégia e sabemos que agora a Misericórdia está a trabalhar nesse sentido. Ao longo destes anos foi ao mesmo tempo funcionário, conselheiro e confidente quer de utentes/residentes como de colaboradores da instituição… Isso deve-se um pouco à minha maneira de ser. Todos nós temos os nossos momentos mais difíceis. Eu sempre tive uma postura serena e estive sempre disponível. O desenvolvimento que a Misericórdia sofreu exigia um acompanhamento cada vez mais permanente. Com o crescimento da instituição a outros níveis com a Clínica Fisiátrica e, mais tarde, com o Centro de Hemodiálise houve um aumento da minha disponibilidade. Não tinha horas de ir embora. Todos os anos deixava férias por gozar, porque me envolvia de tal maneira que até me esquecia

da minha vida pessoal. A minha permanência na instituição e a menor permanência dos provedores fez com que, naturalmente, eu fosse a primeira pessoa a ser consultada. Daí ter tido sempre essa faceta. Com o passar dos anos essa postura gerou alguma confiança. Tive episódios muito interessantes. Vários utentes perguntavam-me o que fazer com as suas doações. Dizia-lhes que se achassem que a Misericórdia tivesse sido sua amiga que deveriam contemplá-la com as suas doações, mas que eram livres de fazer o que entendessem. Eu tive sempre espírito de isenção. No universo de pessoas que a Misericórdia tem ao serviço há sempre colaboradores com dificuldades de orientação. Com esses, procurei agir com o espírito de não dar o peixe, mas a cana para pescar. No geral acabei por ter sempre uma boa relação com toda a gente. Foram todas estas facetas que me realizaram pessoalmente e deram sequência à minha forma de encarar a vida. Quais foram os colaboradores e utentes que mais lhe marcaram? Há aqueles colaboradores e residentes que são figuras carismáticas. Uma figura que me ficou marcada para toda a vida foi a do porteiro Cerqueira, a empregada de limpeza Ritinha, avó da Helena Saraiva da creche, a irmã Madalena que, para além das funções que exercia no lar, andava sempre a vender calendários, o Sr. António Ribeiro e muitos outros. Quanto a utentes, o número é bem maior, mas destacaria o Senhor Manuel, do Lar Salvador Brandão, que vinha diariamente, de autocarro, à Misericórdia, para trazer correio e levar os medicamentos da Farmácia, a primeira centenária do meu tempo, a D. Guilhermina Rocha, que viveu até aos 104 anos e tinha uma memória fantástica, a Amelinha, no Lar Almeida da Costa, que nunca se esquecia de enviar os parabéns no dia dos meus anos, e mais recentemente as pessoas do Lar Residencial, das quais destaco duas que já faleceram, a Dr.ª Alice e a Dr.ª Maria Eduarda, e uma residente que ainda está na Residencial, a D. Manuela Sadio.. Foi muitas vezes o anfitrião na receção a figuras ilustres e de destaque do país na Misericórdia de Gaia, como o Presidente da República e vários ministros... As primeiras atividades não eram propriamente fáceis, porque não tínhamos muita experiência nessa matéria. Normalmente, depois do horário de trabalho, estava envolvido em várias outras atividades e eventos. Essas facetas ajudaram-me a criar aquilo que eu acho que é fundamental na vida – nada é impossível ao homem, é preciso é haver vontade. Ao longo da minha vida estive ligado à cultura, ao social, ao desporto e à Igreja: fiz teatro, fui fundador de um grupo coral, fui presidente da Assembleia Geral de um clube de futebol, fui sete anos diretor de um clube de voleibol.

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ENTREVISTA

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Mais tarde estive ligado à política e tive sempre várias tarefas na igreja. Foram bons momentos para esquecer o meu trabalho diário. No que diz respeito aos eventos na Misericórdia de Gaia, o mérito não é só meu. Há toda uma equipa e, em especial, uma pessoa que nos últimos 25 anos muito me ajudou, que foi a secretária da administração Manuela Fernandes. É uma verdadeira senhora, pela sua lealdade, pela sua dedicação, pela sua forma de ser e de estar. Foi algumas vezes ao Brasil representar a instituição em Congressos Internacionais… Na esmagadora maioria dos casos acompanhava sempre os provedores às Assembleias da União das Misericórdias e da União das IPSS. O que acontecia era que eles muitas vezes não podiam ir e eu ia em sua substituição. Tenho a grata lembrança do professor Pires Veloso no primeiro Congresso Internacional das Misericórdias, no Rio de Janeiro, em 1982. Em 2000 fui com o provedor Bernardino Maia e com o vice provedor, o Eng. António Grangeia, a Salvador da Baía e, mais recentemente, em 2009 fui ao Congresso Internacional, em Fortaleza, com o provedor Joaquim Vaz. Até no Brasil já temos amigos. O senhor Luís Gomes foi homenageado pelo município de Gaia com uma medalha de mérito… O que representou esse momento? Foi para mim uma surpresa quando no 25 de abril de 2007 recebi a medalha de mérito profissional, classe prata, pelos relevantes serviços em prol da Ação Social. Nunca trabalhei para a “fotografia”. Fiz sempre muito trabalho na sombra, por isso, fiquei surpreendido. Foi o reconhecimento da minha disponibilidade e permanência, nada mais do que isso. Nunca trabalhei para ter essas recompensas, mas para me realizar pessoal e profissionalmente. É inquestionável o amor e o apreço que tem pelo Núcleo Museológico da Misericórdia de Gaia. Como começou essa paixão? Fui criando esse gosto com a minha experiência de vida e por aquilo que fui vendo noutras misericórdias. A Misericórdia, em especial fruto das doações dos seus beneméritos, tinha um universo de coisas interessante. Celebrámos então um protocolo com a União das Misericórdias Portuguesas e com o Instituto Português dos Museus para a realização de um inventário por técnicos especializados das peças do Núcleo no final da década de 90. Sempre gostei desta área. A partir do momento em que a Farmácia foi para perto do hospital, em Vilar de Andorinho, utilizou-se esse espaço para criar um Núcleo Museológico que foi inaugurado no 75.º aniversário da Misericórdia. Como conseguiu gerir emoções e conflitos que aconteceram durante todos estes anos numa casa com muitos colaboradores? Colaboradores e elementos das Mesas Administrativas com personalidades diferentes… Julgo que tem a ver com a minha maneira de ser, acho que nunca fui de guardar rancores, de marcar alguém. Posso ficar sentido, mas depois passa-me com muita facilidade. Acho que não tenho inimigos e que nunca prejudiquei ninguém. Houve, obviamente, períodos

difíceis. Lembro-me de em 1976 estar aflitíssimo para arranjar dinheiro para pagar salários, mas se há algo que nunca me vou esquecer é que a Santa Casa sempre pagou os salários aos seus colaboradores. Passei também em vários momentos grandes dificuldades, devido à falta de um responsável na Contabilidade. Primeiro, foi a morte súbita do senhor Evaristo Ribeiro, depois, foi a saída abrupta de outros responsáveis, que optaram por outros projetos com melhores aliciantes financeiros, e ainda algumas experiências que não correram da melhor maneira. Como conseguiu em 50 anos conciliar a vida familiar com a profissional, uma vez que chegou ao fim da carreira ainda com férias para gozar e sem nunca ter metido baixa? Em primeiro lugar, devo muito à compreensão da Maria Rosa, a minha mulher, que sempre acreditou em mim. As filhas foram uma graça divina, porque nesses momentos acabei também por desligar um bocadinho de algumas situações de serviço à comunidade para me poder dedicar mais a elas. Fiz sempre esse esforço de poder equilibrar tudo. Acima de tudo é preciso sermos verdadeiros. Os meus pais e os meus sogros foram muito meus amigos e ajudaram-me muito neste percurso. Mas o fundamental foi mesmo a minha mulher me ter aceite como era. O que nunca se vai apagar da memória? O que levo daqui é a gratidão por tudo o que me foi possível fazer e isso devo-o a quem me ajudou a vir para a Misericórdia e a quem me ajudou a ser o que era, a criar ritmos de trabalho. Por isso, não posso deixar de referir em primeiro lugar o senhor Comendador Manuel Moreira de Barros, um homem notável de poucas palavras, mas muito eficiente, o senhor Agostinho Veiga, e todos os outros que me proporcionaram novos conhecimentos, nomeadamente, o senhor Prof. Pires Veloso, o senhor Francisco Silva, o senhor Joaquim Vaz, o senhor Dr. Pinto Brandão, outros provedores e muitos mesários. Também não posso esquecer o Curso de Gestão Social que frequentei com aproveitamento no ISMAI, que me foi proporcionado pelo provedor senhor Joaquim Vaz. Lembro-me de muitas vezes ir para casa angustiado por não ter conseguido resolver um problema, e outras vezes estar completamente feliz pelo bem que conseguimos fazer aos outros. Eu costumava dizer que estamos aqui para servir os outros e procurei sempre seguir o lema de estar disponível para servir da melhor forma, porque, assim, ajudamos a sociedade a ser melhor. Já tem saudades? É evidente que eu não renunciei completamente. Continuo ligado. Foi bom ter permanecido na instituição durante um ano já sem ser diretor geral para me preparar para uma mudança de vida. A própria idade também ajuda a amadurecer. Nunca mais vou esquecer a Misericórdia. Mas agora estou muito mais disponível para a vida familiar, para o neto e para me preparar para o resto da vida. Temos de estar sempre disponíveis para viver com a mesma alegria e para ajudar os que precisam de apoio material e espiritual.


ESPAÇO SAÚDE

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA

TEMPO DE NUTRIÇÃO A Comissão das Comunidades Europeias elaborou em 2007 o livro branco, que engloba uma estratégia para a Europa em matéria de problemas de saúde ligados à nutrição. Neste documento pode ler-se o seguinte: “Nas últimas três décadas, os níveis de excesso de peso e de obesidade na população da EU aumentaram drasticamente, sobretudo, entre as crianças, cuja prevalência de excesso de peso estava estimada em 30% em 2006. Esta tendência indica um agravamento da má alimentação e a redução da atividade física na população da EU, prevendo-se um aumento da incidência futura de várias doenças crónicas, tais como as doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes tipo 2, AVC´s, cancro, perturbações músculoesqueléticas e até uma serie de doenças mentais. A longo prazo, isto terá um impacto negativo na esperança de vida na EU e significará para muitos uma qualidade de vida inferior”. Este documento realça a importância da aquisição de estilos de vida saudáveis desde a mais tenra idade. A alimentação e a atividade física, encontram-se entre os temas prioritários no novo programa de aprendizagem ao longo da vida (2007-2013). De entre os princípios de ação preconizados defende-se uma estratégia que envolva de forma abrangente: o setor privado, como as indústrias alimentares e a sociedade civil e intervenientes locais como as escolas e as organizações municipais. Portugal, um país com um estatuto marcadamente mediterrânico tem vindo, gradualmente, a afastar-se da dieta tradicional tipo mediterrânico, conforme podemos comprovar através do elevado consumo de produtos

Adote um estilo de vida saudável em 2013, seguindo a dieta mediterrânica

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alimentares densamente calóricos, mas de baixa qualidade nutricional, atualmente, disponíveis no mercado português a preços apetecíveis em detrimento das boas práticas alimentares tradicionais.

O conceito da dieta mediterrânica (DM) promove um padrão alimentar baseado na diversidade, nos produtos locais e da época, assim como em preparados culinários simples.

Farmácia da Misericórdia de Gaia A cuidar de si...

Serviços: - Uma vasta gama de produtos e serviços - Administração de vacinas - Controlo da tensão arterial - Uma equipa de profissionais disponível para aconselhar na área da saúde - Serviço de Podologia - Consultas de Nutrição (em breve)

Segunda a sexta-feira das 9h00 às 20h30 e sábados das 9h30 às 13h00 R. Capitão Salgueiro Maia, 311/7; 4430-518 Vila Nova de Gaia Tel.: 227828971; Fax.: 227826246


ESPAÇO SAÚDE A DM, originalmente, teve por base os hábitos alimentares tradicionais da Grécia e do sul da Itália, na década de sessenta do século XX, contudo podemos encontrar variantes deste padrão alimentar noutros países da Europa meridional, da zona ocidental da Ásia e da orla costeira do Norte de África. Principais características da dieta mediterrânica: - Consumo abundante de alimentos de origem vegetal (frutos, p. hortícolas, leguminosas); - Consumo de produtos frescos da região, pouco processados e sazonais; - Consumo baixo e moderado de laticínios, sobretudo, de queijo; - Consumo de azeite como principal fonte de energia; - Consumo frequente de pescado e baixo consumo de carnes vermelhas; - Consumo baixo a moderado de vinho, principalmente, às refeições. O azeite, principal fornecedor de ácidos gordos monoinsaturados, e o pescado, rico em ácidos gordos polinsaturados ómega 3, a par do

baixo consumo de ácidos gordos saturados e trans presentes nas carnes vermelhas, são fatores nutricionais importantes na proteção da saúde cardio e cérebro vascular. A riqueza em substâncias com elevado potencial antioxidante (flavonois, catequinas isoflavonas, antocianinas, proantocianinas), entre outras, presentes na fruta, produtos hortícolas, leguminosas e ervas aromáticas, contribuem decisivamente para a diminuição do risco das doenças neurodegenerativas, cardio e cerebrovasculares e diversos tipos de cancro. Os cereais pouco refinados, como o pão de mistura integral, arroz pouco polido, massas de trigo duro, são excelentes fontes de amido, fibra, vitaminas do complexo B e minerais (magnésio, cálcio, fósforo, ferro,…). A simplicidade das refeições quotidianas, é fundamental para a manutenção do equilíbrio energético, diminuindo o risco de desenvolvimento das doenças metabólicas crónicas, como a obesidade, a diabetes tipo 2 e a hipertensão.

Deve-se enriquecer o sabor dos alimentos e dos cozinhados: com ervas aromáticas (salsa, coentros, tomilho, manjericão, orégãos…); com quantidades moderadas de especiarias (cravinho, nós moscada, cominhos) ou cebola e alho, em detrimento do sal. A cozinha mediterrânica é simples, rica em sabores e aromas e pobre em gorduras, que tem por base: sopas, cozidos, ensopados, caldeiradas e assados com pouca gordura, onde se incorporam produtos hortícolas, leguminosas secas e frescas, fonte excelente de proteína vegetal. A adoção deste modelo alimentar, através da redescoberta das nossas tradições alimentares, em ambiente familiar ou na convivência com os amigos são contributos fundamentais no âmbito da promoção de um estilo de vida saudável.

Carlos Leite (Assessor para a Nutrição da Misericórdia de Gaia)

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POR ESTARMOS AO SERVIÇO DA SOCIEDADE, E PARA SERMOS REFERÊNCIA NOS CUIDADOS DE SAÚDE,

HUMANIZAR É O VERBO DAS NOSSAS AÇÕES. A saúde é o bem mais precioso que o ser humano pode possuir. A recuperação e reabilitação de pessoas cujo estado de saúde se encontra fragilizado é uma missão que a Clínica Fisiátrica da Santa Casa da Misericórdia de Gaia com a sua equipa de profissionais de saúde, cumpre com dedicação, grande empenho e satisfação. A Clínica da Santa Casa da Misericórdia de Gaia está incorporada no complexo do Lar Salvador Brandão, com amplos espaços verdes e um parque de estacionamento privativo. Beneficia ainda de fácil acesso pelas novas vias de circulação.

Nova valência – Terapia da Fala ACORDOS ARS ADM ADMG CAIXA GERAL DEPÓSITOS CAIXA DE PREVIDÊNCIA

MEDIS (ACIDENTES TRABALHO) MINISTÉRIO JUSTIÇA MONTEPIO GERAL PLANICARE PORTUGAL TELECOM

SAD/PSP SAMS SAMS QUADROS SEG. MULTICARE SEG. AÇOREANA

SEG. ALLIANZ SEG. AXA SEG. FIDELIDADE MUNDIAL GLOBAL SEG. IMPÉRIO BONANÇA

SEG. LUSITÂNIA MACIF SEG. SAGRES SEG. TRANQUILIDADE SEG. VITÓRIA


HISTÓRIAS DE VIDA

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA

MANUEL FERREIRA RECUPEROU A SAÚDE NO EQUIPAMENTO ANTÓNIO ALMEIDA DA COSTA Quando tudo era escuro, surgiu uma luz. Quando havia uma procura incerta, houve um encontro feliz. Quando a morte era certa, a esperança na vida renasceu. Manuel Ferreira, de 77 anos de idade, é o protagonista desta história de vida que a família reconhece ser um verdadeiro milagre.

“Aqui tratam as pessoas com muito carinho”

Tumor no cérebro. Duas operações. Avanços e recuos. Previsão dos médicos de pouco tempo de vida. Esta foi a trama por que passou Manuel Ferreira nos últimos meses até chegar ao equipamento social António Almeida da Costa, da Misericórdia de Gaia, em setembro de 2012. Depois de duas operações para remover o tumor que se encontrava na parte direita do cérebro, Manuel Ferreira esteve nos cuidados continuadas da Misericórdia de Vila do Conde, passando posteriormente para outra instituição de Gaia para poder estar mais perto da família. “Foi para outra instituição que não tenho nada a dizer do ponto de vista técnico e médico, mas que não tinha a humanidade da Misericórdia de Vila do Conde. As pessoas pensam que pelo facto de se estar rodeado de instalações excelentes têm tudo e não têm”, reconheceu Ana Maria, filha do utente. Com a ajuda de uma amiga que é irmã da Misericórdia de Gaia, Ana Maria conseguiu colocar o pai no equipamento António Almeida da Costa (AC). No entanto, passado pouco tempo da sua entrada no AC, Manuel Ferreira foi para o hospital com uma pneumonia. “Uma das coisas que aprendi foi que as mudanças fazem-lhes muito mal e quando ele veio para cá esteve mesmo perto da morte”, avançou Ana Maria. No hospital, as previsões dos médicos não davam muito tempo de vida a Manuel, embora tenha melhorado com a medicação. No entanto, com o regresso ao AC, Ana Maria reconheceu que houve um verdadeiro milagre: “A tentativa que lhe fizeram, sem nos dizerem nada, foi como um milagre. Ele esteve meses com uma sonda e a enfermeira Soraia, aos poucos, começou a dar-lhe a comida na boca, pacientemente, e a ver a reação”. “A enfermeira fez o que uma filha ou uma mulher faz”, reiterou. A enfermeira do equipamento, Soraia Pereira, contou a Laços de Amor que houve um dia em que o senhor Manuel Ferreira tirou a sonda e não quis colocá-la. “Como era hora do lanche, estive eu a dar-lhe aos bocadinhos.

Apesar de ter alguma dificuldade ao engolir, comeu tudo”, afirmou. “Mais tarde começou ele a pegar na colher e a comer sozinho. A partir daí foi sempre a melhorar”, acrescentou Soraia Pereira. Ana Maria não tem dúvidas de que “a diferença está na ternura e na humanidade com que tratam as pessoas” na Misericórdia de Gaia. “Aqui tratam as pessoas com muito carinho. Depois que ele veio para cá, sinto um sossego”, continuou. Ana Maria reconhece que o trabalho que os colaboradores realizam junto dos utentes mais dependentes é “muito duro” e, por isso, é de opinião que “as famílias poderiam colaborar mais, estando mais presentes”, como é o seu caso e o dos seus irmãos. As melhoras “Comecei a ver melhorias no meu pai de dia para dia e isso deve-se à equipa de enfermagem e aos colaboradores desta Santa Casa”, reconheceu, realçando que o pai “já come pela própria mão, já tem os olhos brilhantes, já consegue dizer frases mais elaboradas e um dia destes já conseguiu ler”. No entanto, Ana Maria tem consciência de que o pai pode piorar: “Se o meu pai piorar eu nunca vou culpar a instituição, porque eu sei que ele tem ciclos que melhora e que piora”. Quanto às forças para se ultrapassar uma situação difícil como esta, a filha de Manuel Ferreira é perentória: “É o amor que nos faz arranjar forças. Os amigos e a família são também muito importantes”. “As pequenas alegrias que vamos tendo são gigantescas” é a mensagem desta filha para muitas filhas e demais família que possam estar numa situação idêntica.

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NÚCLEO MUSEOLÓGICO 1)

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Prosseguindo na divulgação de quadros que, ultimamente, foram doados à Misericórdia, destacamos nesta edição dois dos que a Exm.ª Senhora D. Maria Teresa da Silva Casal, de Oliveira do Douro, veio, pessoalmente, entregar à Misericórdia, em seu nome e no de sua mãe, quadros do pintor Mendes da Silva: 1) Quadro com pintura a óleo sobre tela, natureza morta, jarra com flores, com dedicatória e assinatura do autor “Ao amigo Manuel Casal, oferece o Mendes da Silva”; 2) Quadro com pintura a óleo sobre tela, natureza morta, jarra com flores, com dedicatória e assinatura do autor “Ao amigo Manuel Casal, oferece o Mendes da Silva”; 3) Destacamos ainda um quadro oferecido por esta senhora com pintura em acrílico, sobre tela, natureza morta, jarra com flores, de Joaquim de Almeida – 1971. Luís Marques Gomes (Irmão conselheiro da Misericórdia de Gaia)

DECLARAÇÃO DE I.R.S.

Um pequeno gesto, uma grande ajuda

O Estado permite que 0,5% do imposto liquidado de I.R.S. possa reverter para uma Instituição de Utilidade Pública (Lei n.º 16/2001 de 22 de junho). Para isso é só necessário colocar na declaração de I.R.S. uma cruz no Quadro 9, Anexo H, seguido do número de contribuinte 500 874 751, sem qualquer prejuízo para o declarante. Desta forma está a apoiar a Misericórdia de Gaia a ajudar quem mais precisa e sem se prejudicar.


SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA

ESPAÇO VOLUNTARIADO

“A abertura à comunidade tem sido crescente” O grupo de voluntariado da Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa dedica-se há vários anos a cumprir a obra de misericórdia “Vestir os Nus” com o tratamento e distribuição de roupa a quem precisa. O flagelo do desemprego e as fortes restrições financeiras com que a maioria das famílias portuguesas se tem deparado têm conduzido a um aumento de pedidos de ajuda em roupa e em bens alimentares a este grupo de voluntárias da Misericórdia de Gaia. Fiéis à Misericórdia de Gaia e em fazer o social, o grupo de voluntárias da Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa não tem tido mãos a medir quanto ao número de pedidos de ajuda que recebe, principalmente, a partir do início deste ano. “As pessoas estão aflitas, mas custa-lhes vencer a barreira e vir pedir”, referiu a voluntária Fernanda Lapa, dando o exemplo de um casal que trabalhava na Cerâmica de Valadares e acrescentando que há o cuidado de não fazerem muitas perguntas para que as pessoas não fiquem melindradas. “Se quiserem abrirem-se connosco estamos preparadas para ajudar” continuou. Nesse sentido, mais do que dar roupa, estas voluntárias têm duas mesas redondas para darem conselhos e, sobretudo, ouvirem os problemas de quem as procura. O grupo começou a dar resposta aos casos de maior carência que existiam na Creche e Jardim de Infância, no entanto, estes têm reduzido, para além de haver muitos encarregados de educação que são os próprios a oferecerem roupa das crianças para que o grupo de voluntárias possa distribuir por outras famílias. Para além de dar resposta às situações da creche e jardim de infância e do centro de acolhimento de crianças em situação de risco social N.ª Sr.ª da Misericórdia, com o regresso da técnica de Serviço Social Ângela Faria

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ao Departamento de Intervenção Comunitária (DIC), o grupo de voluntárias tem conseguido atender e ajudar muitos dos casos que são reencaminhados pela técnica, havendo, desta forma, uma sinergia e complementaridade de esforços. “Aparecem-nos imensos casos que são reencaminhados pelo DIC e para nós é um descanso, porque vêm referenciados”, refere. Sempre que há necessidade, as voluntárias deslocam-se a casa das pessoas para avaliar as necessidades das famílias e para “ajudá-las a serem mais ordenadas, a terem regras que muitas vezes não existem”. Fernanda Lapa conta com orgulho o caso de uma família romena com cinco filhos que recebe roupa para as crianças e que devolve ao mesmo grupo quando já não serve: “Este é o espírito que se desenvolve nas pessoas. Não é só a distribuição da roupa em si que realizamos, mas também a promoção das relações humanas, ajudando as pessoas a crescerem e a se educarem” continua. O grupo de voluntárias tem entregue vários enxovais de roupa de bebé à maternidade do Centro Hospitalar de Gaia, mas a divulgação desta ação já chegou até ao Hospital de Viseu que também solicitou a mesma ajuda a este grupo de voluntárias da Misericórdia.


ESPAÇO VOLUNTARIADO Trabalho em rede Para Fernanda Lapa o sucesso deste trabalho deve-se em parte ao trabalho em rede que o grupo desenvolve com as paróquias de Mafamude e de Coimbrões e que permitiu abrir esta resposta à comunidade: “A abertura à comunidade tem sido crescente”. “Quando precisamos de determinados tamanhos e tipos de roupa pedimos às paróquias que lançam o apelo e que nos conseguem ajudar”, refere, acrescentando que as próprias paróquias também reencaminham para o grupo os casos de carência que as próprias têm conhecimento. Este trabalho conjunto tem permitido ajudar muitas famílias quer em

roupa, como também em alimentação e outros bens que possam necessitar. Para Fernanda Lapa, o sucesso deste grupo, composto por cinco voluntárias, ao dar as respostas a quem lhes bate à porta, atualmente num espaço no pavilhão do Complexo Social António Almeida da Costa, é a união do grupo. Mas também a dedicação com que se entregam a este trabalho: “Levamos as coisas para casa, lavamos, cozemos e colocamos tudo em ordem, porque somos incapazes de distribuir pelos outros o que não presta. O que não presta vai para o lixo”, acrescenta. A responsável pelo grupo afirma que “avança-se muitas vezes, recua-se outras tantas, mas desistir é que não”.

CASOS REAIS 30

Tânia Pereira de 24 anos Tânia Pereira tem 24 anos, mora com o marido e com as duas filhas: uma de quatro anos e outra de dois meses. Com o marido desempregado e com uma renda de casa na ordem dos 200,00 €, juntamente com todas as outras despesas, Tânia e as filhas sabem que “não dá para comprar roupa”. “Sou só eu a ganhar e o abono das minhas filhas. Quando o meu marido ficou desempregado fiquei aflita”, revela, afirmando que foi nesse momento que veio pedir ajuda e leite para as filhas à Misericórdia. Foi a técnica do DIC que informou Tânia de que podia receber roupa para as suas filhas junto do grupo de voluntariado da Misericórdia de Gaia. Mas não foi só roupa que Tânia levou para casa nesta primeira visita às voluntárias. Levou ainda os olhos brilhantes pela promessa de que iria receber um cabaz com bens alimentares, conseguido pelo trabalho de rede que é desenvolvido entre a paróquia de Mafamude e o grupo de voluntárias da creche e jardim de infância.

Maria Rosa de 46 anos e a filha Cristina de 28 anos Maria Rosa trabalha como empregada doméstica, mas viu as suas horas de trabalho diminuírem. Maria Rosa tem o marido e os três filhos desempregados. As dificuldades cresceram nos últimos tempos e já tem recebido ajuda da paróquia de Mafamude, através da qual foi informada que podia pedir apoio em roupa para os seus filhos e neto junto do grupo de voluntárias da Misericórdia de Gaia. Maria Rosa e a filha Cristina, que teve de deixar o emprego para cuidar do filho que tem sérios problemas de saúde, vieram levantar roupa para os filhos. “A roupa faz mais falta aos rapazes que gastam mais”, esclareceu. Maria Rosa tem consciência de que pode haver pessoas numa situação pior do que a sua, mas teme não conseguir aguentar: “Não sei se vou aguentar”.


AGENDA

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA

ABRIL: Dia 2 - Comemoração do Dia Mundial do Livro na Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa Dia 8 - Comemoração do 13.º aniversário do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia Dia 18 - Comemoração do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios Dia 17 - Chá Concerto no equipamento Salvador Brandão Dia 23 - Encontro Intergeracional entre utentes do equipamento José Tavares Bastos e as crianças do infantário Casa do Povo Dia 30 - Homenagem ao clínico do equipamento social José Tavares Bastos, Dr. Domingos Queirós

MAIO:

JUNHO:

Visista a Fátima pelos equipamentos da Misericórdia de Gaia

Dia 1 - Procissão em honra a N.ª Sr.ª da Misericórdia

Dia 6 - Comemoração do Dia da Mãe nos equipamentos sociais da Misericórdia de Gaia

De 5 - Comemoração do Dia Mundial do Ambiente pelo Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia

De 13 a 24 - Projeto "Ciências a Briancar" na Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa Dia 15 - Comemoração do Dia da Família nos equipamentos sociais e na Creche e Jardim de Infância da Misericórdia de Gaia Dia 31 - Comemoração do Dia Mundial da Criança na Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa - Comemoração dos aniversários no equipamento António Almeida da Costa

Dia 21 - Comemoração dos Santos Populares na Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa e no equipamento Salvador Brandão - Festa de Finalistas da Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa Dia 26 - Comemoração do 84.º aniversário da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia Dia 27 - Comemoração do 98.º aniversário do equipamento António Almeida da Costa

SABIA QUE... … Em 27 de junho de 2015 fará 100 anos que foi inaugurado, com toda a pompa e circunstância, o Asylo, Creche e Hospital D. Emília de Jesus Costa e António Almeida da Costa, precursores do atual equipamento e Creche com os mesmos nomes? ... Aquando da fundação da Misericórdia de Gaia, apesar de se estar em regime republicano há 19 anos, o seu primeiro provedor foi um monárquico, Alfredo Pereira Pinto de Castro Lemos, Conde das Devesas? ... A Misericórdia de Gaia doou o terreno e colaborou ativamente na criação da Aldeia de Crianças SOS instalada em Gulpilhares? FICHA TÉCNICA: PROPRIETÁRIO: Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia; DIRETOR: Dr. Pedro Nobre; EDITOR: Dr. Pedro Nobre COORDENADORA: Dr.ª Marisa Pinho; REDATORA: Dr.ª Marisa Pinho; COLABORADORA: Dr.ª Manuela Pinto; DESIGN GRÁFICO: Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia; TIRAGEM: 1150; PERIODICIDADE: Trimestral; SEDE DA REDAÇÃO: Rua Teixeira Lopes, n.º 33, 4400-320, Vila Nova de Gaia; PRODUÇÃO: Gráfica São Miguel, Rua Norton Matos 731, Gulpilhares, 4405-671 Vila Nova de Gaia. NOTA: Publicação isenta de registo na ERC ao abrigo da Lei de Imprensa 2/99 de 13 de janeiro, artigo 9

Os artigos foram escritos com base no novo acordo ortográfico

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EQUIPAMENTOS SOCIAIS E UNIDADES DE EXPLORAÇÃO

www.scmg.pt geral@scmg.pt www.facebook.com/misericordiadegaia


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