A Manifestação do Espírito Santo nas Escrituras

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1º Trimestre/2019

Escola Bíblica Dominical

Igreja Assembleia de Deus Guineense

A Manifestação do

Espírito Santo Nas Escrituras “vós o conheceis, porque ele habita convosco” João 14.17

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Editorial««««««««««««««««««««« Periódico trimestral produzido pelo Instituto Bíblico Guineense para utilização em estudos bíblicos coletivos, Escolas Bíblicas Dominicais e Cursos de Formação de Obreiros. É expressamente proibido copiar e reproduzir por qualquer modo sem a devida autorização escrita do Instituto Bíblico Guineense®. Sociedade Bíblica Da Guiné Bissau Instituto Bíblico Guineense Imprensa Cristã Editora Presidente: Pr. Lucas Pereira Igreja Assembleia de Deus Guineense Presidente: Pr. Cláudio da Silva e Silva 1º Vice Presidente: Pr. Augusto Mendes 2º Vice Presidente: Pr. Lucas Pereira Equipe Instituto Bíblico Guineense - IBG® Pr. Lucas Pereira - Comentários, Edição e Diagramação Equipe Imprensa Cristã Editora - IpC® Joel Monteiro - Responsável Técnico Daniel Omolo Cá - Operacional Tiago Sambu - Operacional Consultor Teológico e Doutrinário Pr. Cláudio da Silva e Silva Tiragem 300 unidades Impresso na Guiné-Bissau - Bairro Míssera marco/2019

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S u m á r i o

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01 O Princípio de Tudo

06

02 Escolhendo um Povo

09

03 Em Meio aos Desafios

12

04 Dos Juizes aos Profetas

15

05 A Poesia Inspirada

18

06 O Profeta Messiânico

21

07 Os Evangelhos Inspirados

24

08 O Espírito Santo na Vida de Jesus

27

09 Atos do Espírito Santo

30

10 As Cartas do Novo Testamento

33

11 O Apocalipse

36

12 Assembleia de Deus Guineense

39

13 Conferência: As Manifestações do Espírito

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Lição 01 0 7 / 0 4 / 2 0 1 9 - 2 º Tr i m e s t r e

O Princípio de Tudo Texto Áureo: “A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas.” Gn 1.2

Introdução O Espírito Santo é, quem sabe, a pessoa mais sensível da Trindade Divina, justamente porque é nossa última possibilidade de comunhão com D e u s , p o r t a n t o e s t u d a r, conhecer e buscar deve ser a tarefa do dia-a-dia do cristão. É impossível tratar do Espírito Santo sem fazer menção da Santíssima Trindade. Ainda que exista uma forte corrente que, mesmo denominando-se cristã, refuta a !6

Verdade Prática: “Sem o Espírito Santo não haveria vida nem criação, é Ele quem atua desde o princípio até hoje.”

doutrina da Trindade, mas nós, baseados exclusivamente na Bíblia temos plena convicção e defendemos a esta doutrina. Além disso, devemos “ver” o Espírito Santo em todos os momentos da Bíblia Sagrada e em todo nosso viver. Desde o princípio o Espírito esteve presente, agindo e tornando possível o contato dos homens com Deus. Nosso propósito é que ao final desse estudo você tenha condições para definir quem é o Espírito Santo, compreender Imprensa Cristã Editora®


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que você é o templo e portanto a habitação do Santo Espírito e por fim, que você tenha sido visitado, cheio e batizado por Ele. Aleluia! 1. A Trindade A palavra “Trindade" não está escrita na Bíblia, mas é usada de forma doutrinária pois define o conceito de um único Deus composto por 3 pessoas de naturezas distintas. A primeira formulação do pensamento teológico cristão trinitário, no que concerne à relação entre cada uma das três Pessoas divinas, foi postulada como um artigo de fé pelo credo de Niceia (proclamado em 325 d.C. no Primeiro Concílio de Niceia) realizado para dirimir as questões levantadas por Ário que negava a divindade plena do Filho -, bem como pelo Primeiro Concílio de Constantinopla do ano 381 d.C., e apresentada no credo de Atanásio (depois de 500 d.C.). De uma forma bem teológica, devemos iniciar com a apresentação do tetragrama hebraico “YHWH” traduzido como Yahwé ou Elohim. Esse nome expressa uma “unidade composta”, ou seja, um plural !7

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de um Deus singular que é composto por três pessoas de naturezas distintas. Esse conceito de unidade composta é retirado do significado do tetragrama na sua língua original, sendo impossível carregar esse conceito aos nomes traduzidos, até porque na Bíblia há muitos nomes para Deus. Há diversas passagens em que Deus, ao referir-se a si mesmo, utiliza-se do plural. Vejamos: Gn 1,26: “Façamos […]”; Gn 3.22: “…um de nós”; Is 6.8: “… ir por nós?” No Novo Testamento há uma apresentação específica das três pessoas, a saber: Ef 4.6: o Pai é Deus; I João 5.20: o Filho é Deus; Atos 5.3: o Espírito é Deus. 1 Jo 5.7-8: os três são um Como parte da Trindade Ele é Deus e portanto possui todas as características de Deus, Ele é: onipotente, onipresente, onisciente, eterno, santo, amor, misericordioso, afetuoso, etc. 2. Símbolos do Espírito A primeira referência ao Espírito Santo está em Gn 1.2. Neste texto a palavra no Imprensa Cristã Editora®


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original “merahepeth" pode ser traduzida como “mover” ou “pairar”, denotando daí a simbologia usual do Espírito como pomba. Essa mesma palavra é usada em D e u t e r o n ô m i o 3 2 . 11 a o descrever o sobrevoar da águia. Quando se refere à criação do ser humano, Moisés registra que Deus fala consigo mesmo dizendo: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;” (Gn 1.26). Outro símbolo do Espírito Santo é o “vento” e isso não é casual, mas sim porque no hebraico a palavra que traduzimos como Espírito é “Ruach” que também pode ser traduzida como “sopro” ou “fôlego”. O termo “sopro” é aplicado quando Deus faz apenas um boneco de barro que não tinha movimentos e não podia se mover, mas então a Bíblia registra: “e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.” (Gn 2.7). Há também outros símbolos do Espírito Santo, tais como a água (Jo 4.14) ; Vento (Jo 3.8; At 2.2); fogo (Mt 3.11; At 2.3; Ap 4.5); azeite (1 Jo 1.27-29; 2 Co 1.21-22; Tg 5.14); selo (Rm 8.9; !8

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1 Co 6.19-20) e penhor (Ef 1.14). 3. A Ação do Espírito Em Salmos 33.6 encontramos: “Os céus por sua palavra [“verbo” - Jesus] se fizeram, e, pelo sopro [“ruach” Espírito] de sua boca, o exército deles [Sol, lua e estrelas].” Jó 33.4 registra: “O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida. Se podes, contesta-me,”. Veja aqui o papel do Espírito Santo especificamente na formação do ser humano. Já em Salmo 104.30 está escrito: “Envias o teu Espírito, eles são criados, e, assim, renovas a face da terra” destacando mais claramente o trabalho do Espírito Santo na criação. O contexto do 25 ao 29 deste salmo nos mostra que Ele realizou um trabalho similar na criação dos animais em geral. Conclusão Diante de tudo o que foi proposto, compreendemos que o Espírito Santo é Deus. Também entendemos que o Espírito Santo teve um papel singular na obra da criação. Ele não é uma força ou um poder. Ele é Deus! Imprensa Cristã Editora®


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Lição 02 1 4 / 0 4 / 2 0 1 9 - 2 º Tr i m e s t r e

Escolhendo um Povo Texto Áureo: “Sabei que Jeová é Deus. Foi ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pasto.” Salmos 100.3

Introdução A segunda manifestação do Espírito que vamos tratar é a respeito do propósito de Deus em formar um povo para si. Esse povo receberia sua proteção desde que cumprisse seus mandamentos. Ao longo do tempo esse povo mostrou-se rebelde e por muitas vezes precisou ser castigado para que retorna-se aos princípios estabelecidos por Deus. Em todos esses momentos o Espírito Santo estava !9

Verdade Prática: Deus formou um povo para si , I srael . Posteriormente em Jesus formou um corpo, a Igreja.

conduzindo e tornando possível o reencontro dos homens com Deus. Em Abraão deu-se a escolha, em Jacó o preparo e em Moisés inicia-se a formação do povo. Apesar de não termos condições de estudar detalhadamente cada uma destas etapas vamos olhar de uma forma geral para a manifestação do Espírito Santo em dois dos principais homens da história de Israel, Abraão e Moisés. Por fim, devemos nos debruçar sobre o início da Imprensa Cristã Editora®


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peregrinação desse povo, momento em que o Espírito Santo passou a apresentar-se de forma mais característica. 1. Pai de uma Nação Abraão não conhecia a Deus, ele era panteísta, acreditava que cada homem possuía um deus que trabalhava para si. No entanto Deus escolheu Abraão, na terra de Ur, na Caldéia. Se revelou a ele e lhe fez uma promessa: “de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gn 12.2-3. To d o s c o n h e c e m o s o contexto e a história que se seguiu, no entanto queremos destacar a presença do Espírito Santo nesse episódio e a manifestação se deu quando Deus lhe oferece uma “promessa”. Paulo nos apresenta quem é o detentor dessa promessa: “tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa;” Ef 1.13, isso nos mostra que a condução de Abraão se daria !10

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pelo Santo Espírito a fim de que a promessa de Deus fosse cumprida. Em resumo Paulo declara aqui que a verdade do cumprimento da promessa é o Espírito. “…a fim de que pela fé recebêssemos a promessa do E s p í r i t o ” . Q u e r d i z e r, o cumprimento de tudo o que Deus prometeu a Abraão, e a verdade do cumprimento de todas as promessas no Antigo Testamento é o derramamento e a habitação do Espírito Santo. Por isso, ele é chamado “o Espírito Santo da promessa”. 2. O Líder Escolhido Moisés, de longe, é o maior nome da história quando falamos em liderança. O trabalho que ele desempenhou, avaliado de acordo com as condições da época, alcançou resultados impossíveis de serem previstos. Nascido em uma época que o Faraó determinou que todos os meninos nascido das hebreias fossem mortos, ele foi escondido por sua mãe por três meses. Foi protegido por seus pais e posteriormente adotado pela filha do Faraó. Ele foi criado e educado em toda a ciência do maior império Imprensa Cristã Editora®


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da sua época, mas, “recusou-se a ser chamado de filho da filha do Faraó” (Hb 11.24,25) e então fugitivo do Faraó, passou 40 anos cuidando de ovelhas e cabras nos montes de Midiã. Tempo suficiente para que todo seu conhecimento fosse, senão apagado pelo menos, enfraquecido. Quando Moisés tinha quase 80 anos, no monte Horebe, Deus se manifesta a Moisés utilizando outro símbolo do Espírito Santo, o fogo. A sarça queimava e não se consumia, e esse fogo era a presença do Espírito do Senhor que falava com Moisés. Essa manifestação determinou toda a vida posterior de Moisés, ainda que Deus viesse a se revelar a ele em outros momentos, mas esse chamado inicial foi decisivo para que ele fosse convencido. O fogo é considerado como a atuação interna do Espírito Santo no homem. 3. Saindo do Egito A materialidade dos sinais que levaram o povo de Israel sair do Egito foram permeados pela ação do Espírito Santo como Deus para provar que o Faraó não tinha poder para deter os propósitos divinos. !11

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Moisés inicia seu diálogo com Deus dizendo: “Eis que os filhos de Israel não me têm ouvido; como, pois, me ouvirá Faraó? E não sei falar bem.” Ex 6.12, apresentando a Deus sua inaptidão. O Senhor responde dizendo: “Vê que te constituí como Deus sobre Faraó, e Arão, teu irmão, será teu profeta.” Ex 7.1, sendo uma alusão muito clara ao ministério específico do Espírito Santo na proclamação das mensagens de Deus. Após isso, Deus envia as 10 pragas que foram realizadas pelo Espírito Santo como manifestação do poder de Deus em favor do seu povo. Conclusão O Espírito Santo é visto selando o chamado de Abrão, usando a Moisés e se revelando ao povo de Israel que, apesar de permanecer no deserto por conta da desobediência, sempre foi amparado pelo Santo Espírito de Deus. No passado, no presente e no futuro a operação de Deus somente será possível mediante a presença do Espírito Santo. Imprensa Cristã Editora®


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Lição 03 2 1 / 0 4 / 2 0 1 9 - 2 º Tr i m e s t r e

Em Meio aos Desafios Texto Áureo: “Guiaste-os, de dia, por uma coluna de nuvem e, de noite, por uma coluna de fogo, para lhes alumiar o caminho por onde haviam de ir.” Neemias 9.12

Introdução Uma coisa que ficou muito claro para o povo de Israel e para todos os povos por onde os hebreus passavam era de que Deus estava protegendo aquele povo e ia adiante deles assombrando seus inimigos, conforme Josué 2.9-11. A cada novo desafio Deus se manifestava a eles de forma sobrenatural com dois propósitos. a) - Livramento dos perigos; b) - Temor para os inimigos. !12

Verdade Prática: O p ovo h eb r e u desfrutou da proteção do próprio Espírito Santo. Nuvem e Fogo, Defesa e Conforto.

Com isso se propagava a fama de que o povo hebreu era protegido por um “Deus" que não perdia batalhas. Apesar da proteção o povo de Israel sempre acabou desobedecendo, recebendo a punição de Deus. No entanto, sempre houve a oportunidade de arrependimento e o perdão divino sobre eles. Porque está escrito: “O SENHOR não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia.” Mq 8.18. Imprensa Cristã Editora®


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1. N a C o n s t r u ç ã o d o Tabernáculo Na mesma época (a caminhada de Israel do Egito a Canaã, por volta de 1.400 antes de Cristo) e no mesmo lugar (deserto do Sinai), além de receber das mãos de Deus os Dez Mandamentos, o povo de Israel começou a construir um templo móvel, chamado de tabernáculo. A obra exigia material de construção variado, que incluía madeira de acácia, metais preciosos, tecidos de diferentes cores, panos feitos de pelos de cabra e de outros animais. Tudo deveria ser muito bem feito para honra e glória de Deus, porque o tabernáculo seria o lugar onde o povo poderia focalizar a presença do Senhor, de lugar em lugar, até a construção do templo de Salomão. O arquiteto-mor de toda aquela obra seria um homem chamado Bezaleel, nome que significa “na sombra de Deus”. Ele recebeu “inteligência, competência e habilidade para fazer todo tipo de trabalho artístico; para fazer desenhos e trabalhar em ouro, prata e bronze; para lapidar e montar pedras preciosas; para entalhar !13

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madeira; e para fazer todo tipo de artesanato” (Êx 31.3-5). O mais expressivo é que Deus lhe deu não apenas esses numerosos dons artísticos, mas, antes de tudo, o encheu com o seu Espírito (Êx 31.3). Esse dom é maior do que todos os outros. É a primeira referência bíblica à plenitude do Espírito. 2. No Deserto Após a construção do Tabernáculo, Israel reiniciou a viagem e Moisés teve uma crise de cansaço e desânimo. “Disse Moisés ao SENHOR: Por que fizeste mal a teu servo, e por que não achei favor aos teus olhos, visto que puseste sobre mim a carga de todo este povo? Se assim me tratas, matame de uma vez, eu te peço, se tenho achado favor aos teus olhos; e não me deixes ver a minha miséria.” (Nm 11.11,15). Curioso é que aqui é Moisés quem confessa: “Eu sozinho não posso cuidar de todo este povo”. Muitos anos depois, é Jesus quem tenta convencer os discípulos dessa impossibilidade: “Sem mim vocês nada podeis fazer” (Jo 15.5). Imprensa Cristã Editora®


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Em resposta ao “eu não aguento mais” de Moisés, Deus o mandou reunir setenta homens que tivessem o dom de liderança “dentre os mais respeitados do povo de Israel”. O que Deus faria em seguida é surpreendente: “Então, descerei e ali falarei contigo; tirarei do Espírito que está sobre ti e o porei sobre eles; e contigo levarão a carga do povo, para que não a leves tu somente” (Nm 11.17). Dessa passagem se depreende facilmente que Moisés era revestido do Espírito Santo e que os setenta auxiliares, a partir daquele episódio, também o seriam. Mesmo já sendo uma elite no meio do povo, eles precisavam do Espírito para terem a necessária capacidade no desempenho de suas novas responsabilidades. 3. Um Povo Formado Após um período de 430 anos no Egito, Israel viu o cumprimento da promessa de Deus, e agora é peregrino em busca da Terra Prometida.Viram Deus cumprir suas promessas para Abraão, Isaque, Jacó e agora em Moisés. Em muitos momentos a ação do Espírito Santo é visível !14

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e de grande poder, tal como a nuvem que protegia o povo do calor do sol e a coluna de fogo que protegia do frio da noite e dos animais ferozes. Além disso, outras maravilhas foram operadas através da manifestação do Espírito Santo. Abaixo alguns eventos que nos chamam atenção: - A Água que brotou da rocha; - O Maná que desceu do céu; - As codornizes enviadas por Deus; Estas e outras maravilhas somente foram possíveis por conta da presença do Espírito. Conclusão O povo de Israel saiu do Egito pela ação poderosa do Espírito Santo e no deserto eles não teriam sobrevivido sem a intervenção de Deus nas guerras, colocando pavor nos homens e espantando os animais ferozes de diante do povo (Ex 23.29). É fácil compreender que o Espírito Santo teve uma atuação constante e duradoura sobre o povo e por isso eles alcançaram a terra prometida, Canaã, e ali se estabeleceram milagrosamente. Imprensa Cristã Editora®


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Lição 04 2 8 / 0 4 / 2 0 1 9 - 2 º Tr i m e s t r e

Dos Juízes aos Profetas Texto Áureo: “Porque a profecia jamais foi dada pela vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falavam, movidos pelo Espírito Santo.” 1 Pedro 1.21

Introdução A presente lição tem por objetivo mostrar a manifestação do Espírito Santo no período que compreende os Juízes, os Reis e os Profetas de Israel. Não faremos um relato de cada juiz e de cada reinado pois isso é inviável, mas nosso objetivo é que o aluno possa ver a manifestação divina em cada um desses período. O equilíbrio, e a justiça eram características necessárias para vincular os !15

Verdade Prática: A inspiração do Espírito Santo diferencia o homem natural do homem espiritual.

juizes e reis ao governo teocrático. To d o s deveriam desenvolver discernimento e buscar inspiração e revelação no Espírito do Senhor de forma que pudessem ser “segundo o coração de Deus”. 1. Os Juízes - 1380–1050 a.C. Este é um período histórico de Israel caracterizado pela união das lideranças política, religiosa e militar em um único líder que, por instrução divina, unificava e dirigia as tribos Imprensa Cristã Editora®


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hebreias “julgando" o direito entre elas e sendo consultado por seus líderes. O primeiro juiz foi Otoniel, provavelmente sobrinho de Calebe, “foi guiado pelo Espírito de Deus, o Senhor, e se tornou o líder de Israel” (Jz 3.10). A expressão bíblica que chama atenção neste período é que o Espírito do Senhor “se apoderava” ou “tomava” aquele que era escolhido para ser juiz. Da mesma forma Gideão (Jz 6.15, 34), Jefté (Jz 11.29), Sansão (Jz 13.25); Entre outros foram tomados e dirigidos ativamente pelo Espírito do Senhor. Ocorria de alguns juizes serem também chamados de profetas, como o caso de Débora (Jz 4.4) que era “profetisa” e “julgava” a Israel. O último juiz foi Samuel, sendo também considerado o primeiro profeta depois de Moisés. Muito embora ele não fosse da linhagem de Eli, o sumo sacerdote, foi o seu sucessor necessário em uma época de crise política e espiritual de Israel. Através dele se inicia o período monárquico com a unção de Saul, por pedido do povo e concessão de Deus. !16

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2. Os Reis - 1030–723 a.C. O Espírito Santo é o o responsável por dirigir a monarquia na história de Israel. O primeiro rei foi Saul, ungido por Samuel a pedido do povo. Não era a forma de governo que Deus desejava para Israel, mas por insistência do povo acabou por permitir. O Espírito se apossa de Saul (1Sm 10.6, 10; 11.6; 19.23), de Davi (1Sm 16.13), dos homens que Saul mandou prender Davi (1Sm 19.20), do oficial do exército Amasai (1Cr 12.18), de Azarias (2Cr 15.1) e de Zacarias (2Cr 24.20). O Espírito sai de um para falar a outro (1Rs 22.24). O Espírito não era uma pessoa desconhecida. A prova é que Obadias, o fiel adorador do Senhor, admitiu que o Espírito do Senhor, por ser soberano, poderia levar o profeta Elias para qualquer lugar e em qualquer momento (1Rs 18.12). Israel permaneceu como um reino unido durante o reinado de Saul, de Davi e de Salomão, mas durante o reinado de Roboão foi dividido pelo Senhor em dois reinos, a saber: o Reino de Israel (ao norte) e o Reino de Judá (ao sul). Imprensa Cristã Editora®


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Jeroboão foi o escolhido para reinar sobre as 10 tribos, com capital em Samaria, essa dinastia se encerra em Oséias quando foram conquistados e anexados ao império Assírio pelo General Salmanasser V que levou o povo cativo para a Halajunto a Habor e ao rio Gozã e na cidade dos médios (2Rs 17.1-6). Da parte de Judá, seguiu com a dinastia dos descendentes de Davi até Sedecias, que caiu diante do Império Babilônico, encerrando assim a história de Israel como território político. Ainda assim o Espírito do Senhor não abandonou o povo e os protegeu, contrariando a lógica das guerras em que os povos tendem ao desaparecimento quando perdem completamente seu território. O estado de Israel voltou a ser formado em 1948 já com outra forma de governo mas ainda protegido por Deus. 3. Os Profetas Naturalmente, foi o Espírito Santo quem colocou na boca dos profetas a promessa do derramamento do Espírito para o futuro próximo e o futuro mais distante (Is 32.15; 44.3; Ez 36.27; Jl 2.28-29). !17

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Davi em seu tempo já admitia isso: “O Espírito do Senhor fala por meio de mim, e a sua mensagem está nos meus lábios” (2Sm 23.2). Neemias dizia a mesma coisa: “Pelo teu Espírito, por meio dos profetas, falaste contra eles, mas o teu povo ficou surdo” (Ne 9.30). Na travessia do deserto, era o bom Espírito, dado por Deus, que ensinava os israelitas o que deviam fazer (Ne 9.20). O testemunho de Ezequiel sobre a sua experiência com o Espírito é impressionante: “Enquanto a voz falava, o Espírito de Deus entrou em mim e me fez ficar de pé” (Ez 2.2); “Aí o poder do Senhor me dominou e o seu Espírito me levou dali” (Ez 3.14); Conclusão: O Espírito do Senhor sempre delimitou as fases e sempre operou, ora protegendo, ora punindo o povo seu povo. Nunca houve tolerância com o pecado, mas também nunca houve abandono, o Espírito do Senhor estava com Israel desde o início em todas as etapas. Imprensa Cristã Editora®


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Lição 05 0 5 / 0 5 / 2 0 1 9 - 2 º Tr i m e s t r e

A Poesia Inspirada Texto Áureo: “Para onde me irei do teu Espírito? Ou para onde fugirei da tua presença?” Salmos 139.7

Introdução O período compreendido nesse estudo não é cronológico, tanto profetas quanto poetas ocuparam o mesmo tempo e muitas vezes o trabalho de compor hinos e poesias era realizado por reis, como no caso de Davi, Salomão. Levitas como Asafe e os filhos de Coré. A principal característica desses escrito é a linguagem mais rebuscada e enfeitada com rimas e musicalidade. Mas o conteúdo é sempre !18

Verdade Prática: Os mais belos hinos e poesias foram escritos em tribulação. Muitos deles inspirados pelo Espírito Santo.

abundante em louvor a Deus e gratidão por seus feitos. Além disso há os escritos chamados de “sabedoria” que estavam carregados de conselhos e direcionamentos aos leitores. São escritos atemporais, ou seja, não vinculados ao tempo, mas que podem ser aplicados em qualquer época e em qualquer cultura, pois retratam as condições éticas de comportamento e conduta, além de exaltar a sabedoria dos líderes. Imprensa Cristã Editora®


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Os livros da Bíblia Sagrada compreendidos nessa estante são: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares (ou Cântico dos Cânticos). 1. Jó e Eclesiastes Jó e Eclesiastes possuem uma característica em comum, apesar de terem sido escritos em épocas distintas e autores culturalmente diferentes, que é a lição moral final que o leitor absorve. Jó ocupa todo o livro para discorrer sobre a biografia de um homem provado mas que tinha plena consciência de sua origem visível em Jó 33.4: “Foi o Espírito de Deus que me fez e é o sopro do Todo-poderoso que me dá vida”, e portanto ele era conduzido pelo Espírito do Senhor a manter-se fiel a Deus, como está escrito: “Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus.” Jó 19.25, 26. Eclesiastes foi escrito por Salomão e também é um livro de forte lição moral, no então difere de Jó na medida que as lições se acumulam a cada capítulo, e ao final do livro !19

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muitas lições podem ser dele aprendidas. Neste livro Salomão retrata um pouco de sua decepção em buscar as coisas terrenas e não encontrar nelas satisfação, e c l a s s i fi c a a s c o n q u i s t a s humana como “vaidade” 2. Os Hinos de Salmos Salmos é um saltério que reúne hinos escritos por levitas e reis de Israel, conseguimos perceber a inspiração do Espírito Santo principalmente nos salmos proféticos, portanto devemos saber como os Salmos são classificados. a) Salmos de sabedoria; b) Salmos messiânicos; c) Salmos de lamentação; d) Salmos de penitências; e) Salmos de devoção; f) Salmos litúrgicos; g) Salmos imprecatórios. Davi é o autor que mais escreveu salmos e ele era familiarizado com o Espírito Santo: “Aonde posso ir a fim de escapar do teu Espírito?” (Sl 139.7); “Que o teu Espírito seja bom para mim” (Sl 143.10). O mais interessante é que Davi se sentia habitado pelo Espírito, quando, após o adultério e a confissão, pede a Deus: “Não me expulses da tua Imprensa Cristã Editora®


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presença “nem” tires de mim o teu Espírito” (Sl 51.11). Queremos dar um destacar os “Salmos Messiânicos” pois que são: 2, 16, 22, 24, 40, 45, 68, 72, 89, 101, 110, 144. 3. Provérbios e Cantares O Espírito Santo não é mencionado diretamente no Livro de Provérbios. Mas a sabedoria se refere ao seu Espírito (Pv1.23), que é, sem dúvida, o Espírito Santo. De fato, um ponto principal do livro é que a sabedoria sem Deus é impossível; assim, nesse sentido, seu espírito tem destaque em toda parte. No entanto, a palavra predominante traduzida por “espírito” no livro tem quase sempre o sentido de “atitude” ou “comportamento”, nunca implicando uma personalidade. Em nosso época, um tempo de ação especial do Espírito Santo, é o Espírito que nos ajuda a garimpar as riquezas de Provérbios, mais do que Provérbios nos ajuda a entender o Espírito. Foi dito a respeito do AT e do NT. “O Novo está encoberto no Antigo; o Antigo está revelado no Novo”. Tratando-se de Cantares, de acordo com Rm 5.5, “o amor !20

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de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo”. Baseado em Jesus Cristo, o Espírito Santo é o poder de ligação e união do amor. A feliz unidade revelada em Cantares é inconcebível à parte do Espírito Santo. A própria forma do livro como cântico e símbolo é adaptada especialmente ao Espírito, pois ele mesmo faz uso de sonhos, linguagem figurada e o canto (At 2.17; Ef 5.18,19). Um jogo de palavras sutil, baseado no “sopro” divino do fôlego da vida (o Espírito Santo, Sl 104.29,30) de Gn 2.7 parece vir à tona em Cantares. Isso acontece em “antes que refresque o dia” (2.17; 4.6), no “soprar” do vento no jardim da Sulamita (4.16) e, surpreendentemente, na fragrância da respiração e do fruto da macieira. Conclusão: De forma poética, em um romance ou em hinos conseguimos perceber que o Espírito Santo nos deixa uma mensagem de como Ele conduz com perícia o desenrolar da história da humanidade para que o propósito da salvação se cumpra integralmente. Imprensa Cristã Editora®


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Lição 06 1 2 / 0 5 / 2 0 1 9 - 2 º Tr i m e s t r e

O Profeta Messiânico Texto Áureo: “[…] eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel.” Isaias 7.14

Introdução Quando estudamos a Bíblia devemos encontrar Jesus Cristo em tudo, ou pelo menos uma indicação que nos leve a Jesus. E na Bíblia há momentos quem que Jesus é mais destacados por conta do contexto em que os livros foram escritos, por exemplo o profeta Isaías passa a ser considerado como o Profeta Messiânico por ser quem mais profetizou sobre Jesus. !21

Verdade Prática: Isaías foi usado inspirado pelo Espírito Santo para profetizar a vinda do M e ss i a s , to d a s e sta s profecias foram cumpridas em Jesus.

Não há nenhum outro profeta que tenha alcançado o mesmo ministério, e isso tem muita relação com o momento em que Isaías vivia e o contexto que o povo enfrentava. O contexto histórico do ministério de Isaías filho de Amós, foi centrado em Jerusalém durante os reinados de quatro reis de Judá: Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (1.1). Considerando que o rei Uzias tenha morrido em 740 a.C. (cf. 6.1), e Ezequias, em 687 a.C., o ministério de Isaías abrangeu Imprensa Cristã Editora®


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mais de meio século. Segundo a tradição, Isaías foi serrado ao meio (cf. Hb 11.37) pelo filho de Ezequias, o ímpio Manassés (c. 680 a.C.). 1. O Profeta Isaías Segundo parece, Isaías provinha de uma família influente em Jerusalém. Era um homem cultíssimo e tinha o dom da poesia. Ele era familiarizado com a realeza, e aconselhava os reis no tocante à política externa de Judá. Isaías era contemporâneo de Oséias e Miquéias. Profetizou durante a expansão ameaçadora do império Assírio, o colapso de Israel (o Reino do Norte), e o declínio espiritual e moral de Judá (o Reino do Sul). Isaías advertiu o rei Acaz, de Judá, a não buscar ajuda dos Assírios contra Israel e a síria. Advertiu o rei Ezequias, depois da queda de Israel em 722 a.C., a não fazer alianças com nações estrangeiras contra a Assíria. E x o r t o u - o s , e n fi m , a confiarem somente no Senhor (7.3–7; 30.1–17). Isaías desfrutou de sua maior influência durante o reinado de Ezequias. !22

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2. A profecia Messiânica Isaías consegue compilar em seu livro as profecias a respeito de Jesus de uma forma cronológica. Ele descreve o nascimento do Messias, seus atributos divinos, seu reino universal, seu sacrifício que salva todos os povos e seu triunfo, ou seja, é um a apresentação panorâmica a respeito do ministério terreno de Jesus bem como uma breve apresentação do aspecto espiritual. Devemos destacar que Isaías foi escrito entre os anos 700 e 680 antes de Cristo. A principal profecia que destacamos em Isaías é a respeito do sacrifício de Jesus. Encontra-se no cap 53 e narra com muitos detalhes o sofrimento físico e psicológico. 3. O Espírito Santo em Isaías O texto bíblico de Isaías 11:1-3 nos diz: “Repousará sobre ele (o rebento de Jessé) o Espírito do Senhor: espírito de sabedoria e inteligência, espírito de conselho e fortaleza, espírito de conhecimento e temor do Senhor (= piedade). Deleitar-se-á no temor do Senhor…”. Imprensa Cristã Editora®


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“Esse reinado se fundará no total espírito do Senhor (sete dons), que fará surgir uma sociedade alicerçada na justiça, produzindo paz e harmonia. O Novo Testamento vê o cumprimento dessa profecia na pessoa de Jesus (Mt 3:16). É a partir da ação de Jesus que se constrói o mundo novo, onde todas as coisas se reconciliam”. Há uma compreensão a respeito dos “sete espíritos” citados em Isaías 11.1-3 de que esteja falando de sete dons espirituais. Nessa concepção uma linha teológica identifica da seguinte forma: 1) sabedoria: Qualidade que inclui bom senso e atitudes e ações corretas (Pv 4.7; Tg 1.5; 3.17). Em Pv 8 a Sabedoria é uma pessoa, apontando para Cristo (1Co 1.30). 2) entendimento: A capacidade de compreender as coisas (Pv 16.22; 1Jo 5.20); 3) conselho: orientação, parecer sobre o que convém fazer; 4) fortaleza: abrigo, proteção, que defende, que fortalece; 5) conhecimento: ciência, consciência; 6) temor (piedade): Respeitar e reverenciar a Deus, !23

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reconhecendo a sua grandeza e santidade (Pv 14.2). "Temor a Deus" não é medo que faz fugir de Deus (1Jo 4.18); é, antes, respeito (Hb 12.28), amor (Mt 22.37), obediência (Ec 12.13; At 10.35; 2Co 7.1) e adoração a ele (Dt 6.13-15); 7) deleite no Senhor: Alegria, prazer, contentamento, felicidade. Is 12:2-3 ao citar 7 dons está afirmando a presença do Espírito Santo em Jesus de forma plena e absoluta e com isso Isaías une o ministério do Messias à capacitação do Espírito Santo. Conclusão Apesar de escrever tantos anos antes de Jesus, Isaías é usado pelo Espírito Santo de forma profética para apresentar o ministério de Cristo. Sua profecia da conta de quem seria Jesus e de como ele se apresentaria, tudo isso de forma inspirada pelo Espírito Santo. A forma como o Espírito Santo usava os profetas no Antigo Testamento será melhor compreendida ao longo dos Evangelhos no cumprimento das profecias a respeito de Jesus Cristo. Imprensa Cristã Editora®


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Lição 07 1 9 / 0 5 / 2 0 1 9 - 2 º Tr i m e s t r e

Os Evangelhos Inspirados Texto Áureo: “E João testemunhou, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele.” João 1.32

Introdução Os Evangelhos Sinóticos são assim chamados por concordarem entre si e suas narrativas confirmarem uns aos outros. O Evangelho de João não está compreendido entre os Sinóticos pois apresenta o Evangelho por uma outra perspectiva. O movimento do Espírito Santo nos Evangelhos se inicia com a escolha de Maria para ser a mãe de Jesus. !24

Verdade Prática: Assim como João Batista foi guiado pelo Espírito, os evangelistas escreveram por divina inspiração do Espírito Santo.

A concepção e nascimento virginal de Jesus foi a maior manifestação do Espírito Santo na humanidade. Ele não se relacionou sexualmente com Maria, mas gerou Jesus pelo poder divino para que o Filho de Deus pudesse vir ao mundo como um ser humano, livre de pecado e puro para a missão que precisaria cumprir. Conhecemos bem a história, Jesus nasceu, cresceu e iniciou seu ministério público com o batismo realizado por João Batista. Nesse momento o Imprensa Cristã Editora®


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Espírito é revelado sobre ele na forma corpórea de uma pomba (um dos seus símbolos), enquanto o Pai declarava sua paternidade a Jesus. A manifestação continua ao longo dos evangelhos com o ministério de Jesus, curas, milagres e maravilhas somente foram possíveis por causa da presença do Espírito Santo. Por fim a crucificação, ressurreição e subida ao céu, tudo projetado por Deus, vivido por Jesus Cristo mas dirigido pelo Espírito Santo (cf Mt 4.12). 1. Mateus e Marcos Os Evangelhos de Mateus e Marcos não se aprofundarão na doutrina do Espírito Santo, muito embora apresentem os fatos que são fundamentados no Espírito eles não se concentram nesse aspecto. Em Mt 1.18, encontramos a notícia que Maria está grávida pela ação do Espírito Santo. O próximo relato acerca dessa experiência será no batismo de Jesus. Jesus mesmo vê o Espírito descer sobre ele como uma pomba (Mt 3.16). Marcos não apresenta os relatos de nascimento e infância, presentes nos Evangelhos de Mateus e Lucas, !25

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assim como as aparições de Jesus após a ressurreição. Tanto Mateus como Marcos narram que Jesus foi impelido ao Deserto pelo Espírito Santo (Mt 4.1-12; Mc 1.12-13). O Segundo Evangelho é enxuto e já começa com João batizando no deserto, anunciando que ele batizou com água, mas que um mais forte que ele batizaria com o Espírito Santo (cf. Mc 1.4-8). Em Marcos a narrativa se concentra em apresentar Jesus como o Servo Sofredor, oposto as expectativas do povo Judeu. “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Mc 10.45). É em Marcos que encontramos a comissão universal de Jesus: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;” (Mt 28.19). 2. Lucas, o Evangelho Gentílico Para Lucas, a história de Jesus começa pela ação do Espírito: “O Espírito te cobrirá com sua sombra” (Lc 1.35): essa é a palavra do anjo dirigida a Maria. O nascimento do menino acontece pela ação Imprensa Cristã Editora®


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do Espírito: um prenúncio de que ele será pleno desse mesmo Espírito. Para Lucas, Jesus vai comunicar o que lhe é próprio: o seu Espírito. No relato do batismo, Lucas diz: “e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea como pomba;” (Lc 3.22). Logo em seguida, “Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto,” (Lc 4.1). 3. Evangelho Joanino No Evangelho de João, Jesus é identificado como o messias por seu precursor, João Batista, que afirma “[…] Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo.” (Jo 1.33). No decorrer do Evangelho, quase não temos referência explícita sobre o Espírito Santo, no entanto nos capítulos 13 a 17, encontramos no discurso de despedida a promessa do envio do Espírito Santo aos seus seguidores, é nesse ponto que Jesus dá total importância ao Espírito e diz que os discípulos já o conhecem. Ao final, em Jo 19,30, Jesus entregou o Espírito. !26

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Nova referência ao Espírito aparece em Jo 20,21-22. Depois de garantir que seus discípulos são seus enviados, como ele é o enviado do Pai, O Ressuscitado sopra sobre eles e lhes dá o Espírito: “Recebei o Espírito Santo”. Em João encontramos algumas características do Espírito Santo: Espírito da Verdade; Guiará em toda verdade; Não falará de si mesmo; Ele é Consolador; Ele glorificará a Jesus. Conclusão Apesar de Jesus desfrutar do poder divino vemos que ele nunca usurpou esse poder para seu benefício próprio, pois o Espírito o guiou tanto para a pregação evangelho como para as provações e posteriormente para seu sacrifício. Nisto aprendemos que o Espírito não é primeiramente para realizar curas e milagres em shows ou espetáculos, ou para satisfação de propósitos humanos, mas para dar força para continuar o caminho da vida; para seguir em frente com o anúncio das boas-novas aos pobres (Lc 4.18).

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Lição 08 2 6 / 0 5 / 2 0 1 9 - 2 º Tr i m e s t r e

Jesus e o Espírito Santo Texto Áureo: “Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto,” Lucas 4.1

Introdução A vida de Jesus Cristo foi permeada de mistérios e acontecimentos extraordinários, todos esses eventos reafirmam a divindade de Jesus, ou seja, Ele somente opera milagres porque é Deus. No entanto devemos compreender a doutrina do Espírito Santo apresentada por Jesus em João 16 e ver as características dadas por Cristo ao Espírito e identificá-las no ministério Messiânico. !27

Verdade Prática Os Evangelhos trazem a mensagem fundamentada na vida de Jesus, e como ele foi guiado pelo Espírito sejamos nós assim também.

Jesus apresenta o Espírito como Consolador (Jo 16.7); como aquele que virá convencer o homem do pecado; da justiça e do juízo (Jo 16.8-11) como Espírito da Verdade que nos guiará em toda verdade (Jo 16.12) e como aquele que irá glorificar o Filho (Jo 16.14). O trabalho do Espírito Santo no plano redentor de Deus torna-se destacado no relacionamento de Jesus com o Espírito. O Espírito não é nosso Imprensa Cristã Editora®


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redentor mas sem Ele, Jesus não poderia ser nosso redentor. 1. Primeiros Passos O Espírito Santo atuava nos profetas, dando-lhes a conhecer os eventos relativos à vida de Cristo, preparando assim o povo de Deus para a sua vinda. (1 Pedro 1.10-12), isso caracteriza a manifestação do Espírito na preparação do mundo para receber o Filho de Deus. Nisso enquadra-se também a concepção de Jesus que, como já vimos anteriormente, envolveu Maria, mas foi exclusivamente uma ação do Espírito Santo, não havendo a participação de Maria, mas apenas a sua submissão à vontade de soberana de Deus (Mateus 1.18,20; Lucas 1.35; João 1.14). A infância de Jesus não revelada em detalhes pelos evangelistas por não conter elementos indispensáveis à nossa salvação, mas a Bíblia registra “E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens.” (Lc 2.52) Quando o seu tempo de manifestação estava próximo o Espírito Santo entra em cena novamente para impelir João !28

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Batista a pregar o arrependimento e preparar o caminho do Messias, de forma que sua pregação não provinha de si, mas sim do Espírito Santo para preparar os corações para receber a Jesus Cristo. João foi quem viu a manifestação do Espírito como pomba sobre Jesus e testemunhou as palavras de Deus: “Este é meu Filho amado em quem me comprazo” (Mt 13.17). 2. O Ministério de Jesus O ministério de Jesus iniciase sob a direção do Espírito que o leva ao deserto para ser tentado (Lc 4.1) e ainda que isso possa parecer incompreensível Deus não podia permitir que Satanás tivesse ocasião de acusar a Deus de impedir que Jesus fosse tentado, Cristo precisava ser submetido a prova para ser aprovado e declarado como inocente (Mt 27.4). Após essa provação Jesus estava preparado para trabalhar (Lc 4.14-15) e então inicia seu ministério público operando sinais, milagres e maravilhas. Sempre conduzido pelo Espírito Santo. Imprensa Cristã Editora®


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Nos evangelhos sinóticos a Bíblia denomina de milagres aquilo que João vai chamar de sinais, esses sinais ou milagres são a manifestação do Espírito Santo aos que necessitavam, tanto por compaixão como por confirmação da pregação Os relatos bíblicos nos apresentam cerca de 35 milagres que Jesus operou em outras pessoas, alguns teólogos também consideram como milagres a ressurreição e a ascensão totalizando então 37 milagres. 3. Paixão e Crucificação Ao final de seu ministério Jesus Cristo enfrenta seu maior desafio, o sacrifício vicário (substituto), e para isso o Espírito o está preparando, pois ele sendo Deus não usurpou o poder de Deus para se eximir do sofrimento, mas passou por todas as etapas. a) Agonia - Jesus se angustiou a ponto de pedir ao Pai que o livrasse daquele momento, mas reafirmou que fosse cumprida a vontade do Pai mas sua agonia era tanta que chegou a suar gotas de sangue por conta de sua angústia (Lc 22. 42-44). b) Sofrimento - Jesus foi oferecido pelo Espírito Santo !29

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(Hb 9.14) como cordeiro perfeito e imaculado. Não abriu a sua boca muito embora tenha sido submetido a todo tipo de torturas e violências. Este período do ministério de Cristo é descrito em todos os evangelhos, porém com mais detalhes é tratado pelo Evangelista Lucas no cap. 22.39 ao 23.56. Adendo: Ressurreição e Glorificação. A ressurreição de Jesus foi o ponto mais alto do ministério terreno e marcou a transição para um corpo glorificado e espiritual. Mateus, Marcos e Lucas não se aprofundam nos relatos espirituais da ressurreição e ascensão de Jesus, mas João se dedica mais tempo a expor as aparições de Jesus aos discípulos e assim podemos compreender a natureza espiritual do Cristo ressuscitado. Conclusão O ministério de Jesus foi acompanhado pelo Espírito Santo que o substituiu e até hoje acompanha, cuida, guia e prepara sua noiva para o dia do arrebatamento e encontro definitivo com Cristo. Imprensa Cristã Editora®


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Lição 09 0 2 / 0 6 / 2 0 1 9 - 2 º Tr i m e s t r e

Atos do Espírito Santo Texto Áureo: “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.” Atos 2.4

Introdução Em dois lugares diferentes e em duas ocasiões diferentes, Jesus se referiu abertamente à descida do Espírito Santo. A primeira ocorrência foi no Cenáculo de Jerusalém, na véspera de sua morte (Jo 14.16; 15.26; 16.7 e 16.13). A segunda, no povoado de Betânia, perto de Jerusalém, quarenta dias após a ressurreição e no dia de sua ascensão (At 1.8). A descida do Espírito dependia da ascensão de !30

Verdade Prática O E s p í r i to S a nto acompanhou o ministério de Jesus e encheu os discípulos para a continuidade do ministério da Igreja

Jesus, como ele declarou: “Mas eu vos digo a verdade: convémvos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei.” (Jo 16.7). Porém, o Espírito Santo não veio na tarde nem no dia seguinte a sua ascensão. Jesus prometeu a vinda do Espírito, mas não forneceu nem o dia nem a hora desse evento próximo. A descida do Espírito Santo aconteceu de repente ou inesperadamente. O evento era Imprensa Cristã Editora®


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esperado, mas o dia e a hora eram desconhecidos. Aconteceu no quinquagésimo dia depois do Sábado de Aleluia, em dia de festa (Festa das Semanas) e em dia de domingo, antes das nove horas da manhã. Naquele momento, todos os seguidores de Jesus [provavelmente os 120 mencionados no capítulo anterior] estavam reunidos no mesmo lugar (At 2.1). 1. Primeiros Momentos De posse do poder e da soberania do Espírito Santo, os discípulos começaram a falar em outras línguas as grandezas de Deus. Era uma formidável mistura de louvor e testemunho. Cada um dos imigrantes de diversas procedências como Palestina, Oriente Próximo, Norte da África, Sul da Europa e ilhas do Mediterrâneo, que moravam em Jerusalém, ouvia, em sua própria língua, o que os discípulos falavam. Muitos desses estrangeiros e nativos já tinham visto fenômenos extraordinários apenas cinquenta dias antes, no dia da crucificação de Jesus, como as três horas de escuridão em pleno dia e o tremor de terra. Os mais religiosos tinham conhecimento !31

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também daquele estranho e discreto fenômeno do rompimento do véu do templo exatamente após a morte de Jesus. Com a explicação dos fenômenos e a pregação sobre a morte e a ressurreição de Jesus dadas por Pedro, quase 3 mil pessoas acreditaram na mensagem anunciada, foram batizadas e se juntaram ao grupo dos seguidores de Jesus (At 2.41). A Igreja se formou a partir desse momento e foi coberta pelo Espírito Santo que atuava nitidamente conduzindo os passos da Igreja (At 15.28). 2. Uma Igreja Guiada pelo Espírito A principal característica da Igreja era exatamente a presença do Espírito Santo em todos os seus atos e reuniões. A consciência que a igreja primitiva tinha da presença do Espírito Santo era tão grande que Pedro disse a Ananias que ele havia mentido ao Espírito Santo e a Safira que ela havia conspirado contra o Espírito Santo (At 5.1-11). Quando foram fazer as recomendações aos irmãos de Antioquia, da Síria e da Cilícia escreveram: “pareceu bem ao Imprensa Cristã Editora®


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Espírito Santo […]” (At 15.28). De igual forma quando o Espírito escolheu dentre eles Paulo e Barnabé para o trabalho missionário (At 13.2). Por esses e muitos outros que o livro Atos dos Apóstolos é também considerado como “Atos do Espírito Santo”. 3. A Comunidade Cristã A Igreja Primitiva foi marcada por características m a r c a n t e s , a s a b e r, e l e s perseveravam: - Na doutrina; - Na comunhão; - No partir do pão; - No temor; - Com tudo em comum; - Unânimes no Templo. Devemos trazer à nossa realidade os ensinamentos praticados pelos antigos cristãos. Um dos aspectos mais explorados na atualidade é a contribuição, e devemos esclarecer que o sustento da Igreja material cabe a nós cristãos. Citamos a orientação de Paulo aos Romanos e aos Coríntios de que se o cristão recolhe (recebe) os bens espirituais, deve participar os seus bens materiais (Rm15.27; 1Co 9.11). !32

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O propósito da contribuição na Bíblia está firmado na necessidade, não podendo servir a luxos nem do ofertante e nem do administrador das ofertas, para isso explicamos: As ofertas não devem ser utilizadas como negociação com Deus, por exemplo para receber outras bençãos ou valores financeiros elevados. Os obreiros que se dedicam integralmente à Obra de Deus têm direito de serem sustentados pela Igreja (1Tm 5.18) porém, esse sustento deve ser limitado de acordo com o contexto em que vive o obreiro, sem exageros para que a Obra de Deus possa se desenvolver sem prejuízos. Devemos compreender que mesmo em nossas ofertas devemos ser guiados pelo Espírito Santo. Conclusão Apesar de ser um tema amplo, não temos condições de apresentar aqui toda a manifestação do Espírito Santo no livro de Atos, mas destacamos os principais momentos para que seja possível compreender que nós somos alvos do Espírito Santo também e que ainda hoje Ele permanece atuando. Imprensa Cristã Editora®


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Lição 10 0 9 / 0 6 / 2 0 1 9 - 2 º Tr i m e s t r e

As Cartas do Novo Testamento Texto Áureo: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.” 2Coríntios 13.13

Introdução As epístolas do Novo Testamento são direcionadas às igrejas que funcionavam na casa dos irmãos, são divididas em Cartas Paulinas e Cartas Gerais. Ainda que Paulo seja o mais abundante em cartas à igreja outros autores também se aprofundam de forma a trazer compreensão à igreja. Paulo cita quase cem vezes o Espírito Santo, especialmente nas duas cartas aos Coríntios e na Carta aos Romanos. Ele é o teólogo do Espírito Santo. !33

Verdade Prática: Paulo estava cheio do Espírito Santo aos escrever suas cartas e nos delega a comunhão do Espírito Santo.

Paulo insiste em declarar que o Espírito vive em nós (Rm 8.11), que somos o templo do Espírito Santo (1Co 6.19), a casa onde Deus vive por meio de seu Espírito (Ef 2.22). Em duas epístolas, o apóstolo tenta nos explicar que a presença do Espírito Santo em nós é um s e l o , u m p e n h o r, u m a assinatura, uma marca de propriedade como garantia de tudo o que a graça ainda vai fazer em nós e para nós (2Co 5.5; Ef 1.13). Imprensa Cristã Editora®


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A teologia do Espírito Santo em Paulo não é uma teologia acadêmica. É uma teologia prática para o dia a dia: Se nós vivermos segundo a carne, segundo a velha natureza pecaminosa, segundo o instinto, morreremos espiritualmente; mas, se por meio do poder do Espírito Santo mortificarmos a carne, então viveremos (Rm 8.13). 1. O Viver no Espírito Paulo aborda a questão do Espírito Santo de forma prática, ele nos fala de duas vidas: a da carne e a do Espírito. Se vivermos na carne, vamos colher só coisas da natureza humana (obras da carne - Gl 5.19-21), que nos levará a separação permanente de Deus. Se vivermos no Espírito, vamos colher só coisas do Espírito, a essas coisas Paulo chama de Fruto do Espírito, conectados entre si, mas provenientes da mesma origem (Gl 5.22-23). Ao escrever aos romanos Paulo dedica o capitulo 8 especialmente para demonstrar o Espírito como o condutor do cristão. O ponto importante é sobre a intercessão do Espírito pelos cristãos diante do Pai. A !34

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explicação é que não sabemos como orar mas o Espírito, conhecedor de nossos sentimentos traduz o que sentimos a Deus. 2. As Epístolas Gerais O nome Espírito Santo aparece sete vezes na Epístola aos Hebreus. 1ª - Trata dos dons do Espírito (2.4). 2ª - Contém a exortação para ouvir a mensagem do Evangelho (3.7-8). 3ª - Trata do juízo sobre aquele “foram iluminados” e apostataram da fé (6.4-6). 4ª - Fala do ensinamento do Espírito Santo quanto a fi g u r a d a s c o i s a s f u t u r a s utilizadas no Tabernáculo e no Templo indicando que a porta do Santo dos Santos ainda não estava aberta (9.8). 5ª - Fala que foi por meio do Espírito eterno que Jesus se ofereceu a si mesmo a Deus como sacrifício sem defeito, para tirar as nossas culpas (9.14). 6ª - Mostra que o Espírito confirma a obra salvífica de Jesus, graças à qual Deus não se lembrará mais de nossos pecados (10.15-18).

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7ª - Novamente fala de juízo aos que insultarem o Espírito Santo (10.29). Em Tiago encontramos que o Espírito que habita em nós tem ciúmes quando nos tornamos mais amigos do mundo do que de Deus (Tg 4.5). Pedro diz que é pelo Espírito que fomos feitos um povo dedicado ao Pai e obediente ao Filho (1Pe 1.2) e que o Espírito repousa sobre nós (1Pe 4.14). João menciona a dádiva do Espírito (1Jo 3.24), manda tomar cuidado com aqueles que dizem ter o Espírito Santo mas são falsos profetas (1Jo 4.1-3) e lembra que “o Espírito é eternamente verdadeiro” (1Jo 5.6). E Judas afirma que as pessoas (dentro da igreja visível) que não querem saber de Deus e são dominadas por seus próprios desejos não têm o Espírito Santo (Jd 19), além de aconselhar: “Orem guiados pelo Espírito Santo” (Jd 20). 3. Os Dons do Espírito Santo A palavra dom provém da palavra grega “Charisma”, e significa gratificação divina, capacidade milagrosa. Esta !35

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palavra e usada especialmente para designar os dons do Espírito. Cf. 1 Co. 12.4-10. Os dons do Espírito Santo são distribuídos a igreja de Cristo, segundo a lista apresentada por Paulo são nove, mas outros podem ser identificados ( I Co . 12.1-11) A finalidade dos dons é a edificação da igreja (Ef. 4.7-16; I Ped. 2.5; I Co. 2.9-12); a glorificação do nome de Jesus (I Co. 10.4); adornar a igreja (Gn. 24.15-22) e capacitar a igreja (Ef. 6.10ss). São eles: Dons de Revelação: 1.Palavra de Sabedoria; 2.Palavra da Ciência; 3.D i s c e r n i m e n t o d e Espíritos. Dons de Poder: 1.Dom da Fé; 2.Dons de curar; 3.Operação de maravilhas. Dons de Manifestação 4.Profecias; 5.Variedade de Línguas; e 6.Interpretação de Línguas. Conclusão As cartas se dedicam a trazer o Espírito Santo à nossa realidade, apontam nossa conduta para que possamos colher a manifestação do Espírito em nossa vida. Imprensa Cristã Editora®


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Lição 11 1 6 / 0 6 / 2 0 1 9 - 2 º Tr i m e s t r e

O Apocalipse Texto Áureo: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” Apocalipse 2.29

Introdução Quem escreve as cartas às sete igrejas da Ásia Menor é Jesus Cristo, aquele que é o Primeiro e o Último, que morreu e tornou a viver; aquele que, quando abre uma porta, ninguém fecha, e, quando fecha, ninguém abre; aquele por meio de quem Deus criou todas as coisas. Mas Jesus fala por meio do Espírito. É por isso que o último versículo de cada carta diz: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito diz às !36

Verdade Prática: A revelação de João nos traz uma importante lição. O Espírito Santo fala diretamente à Igreja.

Igrejas” (Ap 2.7, 11, 17, 29; 3.6, 13, 22). Mais duas vezes se faz menção ao nome do Espírito de Deus no Apocalipse. Quando uma voz do céu diz a João que escreva “Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bemaventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham.” (Ap 14.13) A última referência de Apocalipse ao Espírito Santo é Imprensa Cristã Editora®


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um apelo ao regresso de Jesus, e ele não faz isso sozinho. São duas vozes: “O Espírito e a noiva dizem: Vem! […]” (Ap 22.17). 1. Revelação Profética Por si só o fato de João ter recebido a revelação sobre as coisas futuras denota a manifestação do Espírito Santo pois já vimos que essa ação - a revelação - somente é possível pela atuação do dom espiritual. O ato de escrever a revelação se constitui na manifestação de outro dom, o dom de Profecias, citado especificamente por três vezes ( Ap 1.3; 22.6, 7, 10). Esses são as manifestações que deram origem ao livro do Apocalipse, mas devemos considerar também a inspiração e a condução da escrita. O Apocalipse nos apresenta uma sequencia de eventos e entre eles está implícito o arrebatamento da Igreja, no entanto devemos citar esse evento claramente pela sua tão grande importância à igreja. Quanto ao arrebatamento quem trata de forma mais ampla é o apóstolo Paulo, mas queremos aqui fazer uma abordagem a respeito do !37

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arrebatamento e da “retirada” do Espírito Santo da terra. 2. A Saída do Espírito Santo O Espírito de Deus, na forma como age atualmente, também será tirado da terra (2 Ts 2:6-7). Hoje Ele habita na Igreja que está na terra -- a Igreja é Sua habitação. O Senhor prometeu que, uma vez que tivesse vindo para habitar na igreja, o Espírito jamais a deixaria (At 2:1-4; 1 Co 12:13; Jo 14:16). Quando a Igreja for chamada para a glória, o Espírito Santo sairá deste mundo para nunca mais vir aqui habitar. Isto não significa que o Espírito deixará de trabalhar sobre a terra, porém daquela hora em diante Ele fará Sua obra neste mundo a partir de Seu lugar no céu, como fazia antes do Pentecostes (na época do Antigo Testamento). Ele continuará a operar em uma diversidade de ações (Ap 1:4), como na vivificação das almas, etc. A partir dessa ocasião, o Noivo (Cristo), a Noiva (a Igreja), e os amigos do Noivo (os santos do Antigo Testamento, etc.) estarão juntos para sempre (1 Ts 4:17; Hb 11:40). Imprensa Cristã Editora®


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A Igreja não passará pela tribulação. Ela será levada para a glória na vinda do Senhor no arrebatamento. "Eu te guardarei da hora da tentação (tribulação) que há de vir sobre todo o mundo" (Ap 3:10). Tudo isso acontecerá "num momento, num piscar de olhos" (1 Co 15:51-56). 3. O Espírito Santo no Céu A Bíblia Sagrada se abstém a r e s p e i t o d a p r e s e n ç a especifica do Espírito Santo no Novo Céu e na Nova Terra. Alguns chegam a pensar que o Espírito não existirá, com base no texto que diz que o Espírito será retirado da terra. No entanto devemos lembrar que o que cessará é o ministério do Consolador. Ao que tudo indica o Espírito encerra sua atividade ao ingressar o povo eleito na nova cidade, Ele é o responsável pela beleza da Jerusalém celestial, ele cuidará dos preparativos para a nova morada do povo escolhido. Mas não haverá mais o ministério Consolador, não havendo mais tristeza nem dor a igreja não terá mais necessidade de consolo. !38

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Considerando que ministério messiânico se encerra no arrebatamento, o Espírito também conclui uma fase do seu trabalho, a condução da noiva. No entanto outros eventos se desenvolverão e que dependerão da presença do Espírito Santo. Por exemplo citamos a salvação dos Judeus que ocorrerá no período denominado de Grande Tribulação. A salvação somente é possível mediante a ação de convencimento do Espírito Santo (Jo 16.8). Devemos ressaltar que a salvação nesse período será exclusivamente aos judeus (Ap 7.4). Conclusão A ação do Espírito Santo como Consolador da Igreja encerra-se no momento do arrebatamento e em relação ao plano redentor se finda no momento de entrada na Nova Jerusalém. Após esse período a Bíblia não faz mais menção específica sobre o Espírito Santo mas sabemos que como Ele é Deus, e como Deus estará conosco no Novo Céu e na Nova Terra. Aleluia! Imprensa Cristã Editora®


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Lição 12 2 3 / 0 6 / 2 0 1 9 - 2 º Tr i m e s t r e

Assembleia de Deus Guineense Texto Áureo: “Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;” Mateus 16.18

Introdução Por considerar a trajetória da igreja, identificamos seu nascimento no Pentecostes com a ação explícita do Espírito Santo ao descer e batizar a todos que lá estavam reunidos. O batismo, por assim dizer, caracterizou o início da Igreja, visto que não havia mais o que esperar (Lc 24.49) e portanto estavam prontos para cumprir a ordem do mestre e ir por todos os lugares pregando a todos o !39

Verdade Prática: A Igreja Guineense é dirigida pelo Espírito Santo e podemos ver o Batismo, o Fruto e os Dons do Espírito Santo abundantes em nosso meio.

Evangelho do Reino (Mc 16.15-16). A trajetória da igreja por vezes torna-se obscura tendo em conta as perseguições que foram estudadas no trimestre passado. Em alguns momentos a Igreja é tida como extinta, mas a promessa de Jesus jamais cairia por terra, o inferno nunca esteve em vantagem. Os movimentos pentecostais nos mostraram que apesar da dificuldade o Espírito Santo sempre esteve presente cumprido a promessa Imprensa Cristã Editora®


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de Jesus de habitar e estar entre os cristãos (Jo 14.17). O movimento pentecostal nos Estados Unidos é um dos marcos da história do pentecostalismo e de lá é que migrou para o Brasil e e 1911 registrou-se a fundação da Igreja Assembleia de Deus no Brasil pelos Missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren e muitos outros que vieram após eles. N o a n o d e 1 9 8 9 , P r. Cláudio Silva recebe a ordem do Espírito Santo para que viesse a África, ordem que ele prontamente obedeceu. Saiu da região do Rio Grande do Sul, sul do Brasil, para viajar até a Guiné-Bissau e fundar a Igreja Assembleia de Deus Guineense. 1. Um pouco de História A Igreja Assembleia de Deus Guineense tem sua fundação oficial no ano de 1997, porém muito antes disso foi realizado o primeiro batismo, em março de 1990, marcando o inicio espiritual da Igreja. Um início singelo mas fundamentado na Palavra de Deus e na doutrina do Espírito Santo, de forma que por mais duras crises que tenha passado, continua avançando e !40

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desfrutando da presença e proteção do Espírito Santo. O início foi em um salão alugado no Bairro Míssera e em pouco anos já estava presente praticamente e todas as regiões do pais. Passando para outro salão alugado no Bairro Santa Luzia é que alcançou um maior destaque através da fundação da Radio Luz, um importante instrumento para o avanço do Evangelho. 2. A Ação do Espírito Santo Com o avanço material houve a necessidade de obreiros para o grande campo (Mt 9.37), pelo que, novamente o Espírito Santo se manifestou e separou obreiros para assumirem congregações distantes e em locais de difícil acesso mas de grande importância para o Reino de Deus. Com isso o Espírito Santo foi revelando sua vontade e nutrindo esses obreiros com a Palavra de Deus para que o evangelho fosse pregado, a grande manifestação do Espírito se deu na medida que os obreiros foram se tornando ousados e abrindo brechas no campo do inimigos. Imprensa Cristã Editora®


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Cabe aqui ressaltar que por muitas vezes o inimigo se levantou contra a Igreja AD Guineense propondo divisões e convocando homens carnais para essa missão diabólica. Mas aqueles que viveram as experiências testemunham que em todas essas crises, o Pr. Cláudio Silva era alertado pelo Espírito Santo antecipadamente de como deveria proceder e assim a Igreja vencia os ataques do Diabo. 3. A Igreja Atual Atualmente a Igreja tem alcançado seu maior desenvolvimento e atinge quase todas as cidades da nação, com inúmeros templos, centenas de obreiros, milhares de convertidos, batizados nas águas. O desafio da atualidade tem se apresentado na janela e s p i r i t u a l d o Av i v a m e n t o . Inúmeros jovens estão sendo batizados com o Espírito Santo quase que espontaneamente , e isso tem se tornado referência para as demais denominações visto que com o Batismo é observado também a conquista de poder e autoridade contra as enfermidades e demônios. Centenas de pessoas já possuem o batismo com o !41

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Espírito Santo, Dons Espirituais e a produção do Fruto do Espírito é notória entre as congregações. Resta que continuemos a o r a r, j e j u a r, d e s c o b r i r o propósito divino nas Escrituras Sagradas e compreender que a ação do Espírito é para nós da mesma forma como era para a Igreja Primitiva. Assim como os discípulos foram todos batizados, nós todos podemos ser batizados. Assim como na Igreja de Corínto havia abundância de dons, em nosso meio também pode existir toda qualidade de dons. Como citamos, o desafio atual é o avivamento e para isso só há uma forma de conquistar: tomando o Reino por esforço (Mt 11.12), ou seja, não há outro caminho além de buscar a Deus, pedir a Jesus e bater insistentemente à porta da graça (Mt 7.7). Conclusão As manifestações do Espírito Santo sobre a Igreja Guineense são uma realidade e pode ser experimentada por todos aqueles que se sujeitarem a buscá-lo, sem descanso, sem pausa, sem sossego até encontrá-lo. Imprensa Cristã Editora®


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Gra n d e C o nfe r ê n c i a 30/06/2019

As Manifestações do Espírito Santo Texto Áureo: “E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos f i l h o s e vo ssa s f i l ha s profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões;” Joel 2.28

Propósito Este será um evento em que estudaremos sobre Batismo, Avivamento, Plenitude do Espírito, Derramamento do Espírito e outros temas referentes ao Espírito Santo. É encontro entre você e o Espírito Santo, e você não pode faltar. Mantenha-se em oração e jejum, lendo sempre a Bíblia, isso mudará tua vida. Caso deseje convidar alguém não crente solicite uma carta convite própria para isso, temos certeza de que Deus o salvará. Estamos te aguardando. !42

Verdade Prática: Esse é o dia que Deus escolheu para derramar seu Espírito sobre nós. Alegraivos no Senhor, alegrai-vos!

Leitura Bíblica Semanal Leia e ore todos os dias. Segunda-Feira: 1Co 2.10-12; Rm 8.9-11 Terça-Feira: Is 55.10-11; Sl 119.142 Quarta-Feira: Is 44.3; Hb 6.18 Quinta-Feira: Ef 1; At 14.22 Sexta-Feira: 1Pe 4.14; 2Tm 4.16-17 Sábado Hb 12.2; Lc 14.12-15 Imprensa Cristã Editora®


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Instituto Bíblico Guineense O Instituto Bíblico Guineense é uma instituição informal que tem por objetivo propagar a Palavra de Deus. Para isso produzimos material teológico direcionado ao ensino bíblico para as seguintes áreas de ministração: - Discipulado Cristão; - Escola Bíblica Dominical; - Curso Básico de Teologia; - Seminários e Conferências. Nosso objetivo é conhecer mais sobre Cristo e destacamos alguns passos para alcançarmos sucesso: - Ore e leia a Bíblia Sagrada por no mínimo 30 min por dia;

- Faça anotações pessoais sobre tudo o que te chamar atenção durante o estudo bíblico;

- Procure compreender o significado correto de cada palavra do texto em análise, a interpretação da Bíblia depende da interpretação correta das palavras;

- Em caso de dúvida, consulte sempre o teu Pastor. A equipe do IBG deseja toda a sorte de Bênçãos sobre você e que o Espírito Santo te guie sempre na busca da verdade. “Conheçamos e prossigamos em conhecer a Deus…” (Os 6.3)

Pr. Lucas Pereira

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