Agitprop

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agitprop

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LEITURA

nยบ 01 2011

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ATUALIDADES

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ENSAIO

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REPERTร RIO

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AGENDA


agitprop revista brasileira de design

ISSN 1983-005X Coordenação: Ethel Leon

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EXPEDIENTE

Conselho de redação: Ethel Leon e Marcello Montore Seções Atualidades e Ensaios: Ethel Leon Seção Leituras: Marcello Montore Seção Repertório: Gilberto Paim (jan.2008 a jan.2009) Projeto gráfico: João Baptista da Costa Aguiar Desenvolvimento do projeto gráfico: Bárbara Rocha Construção do site: Paintbox Media Design Editoras de arte: Lilian Kozemekin e Mariana Andrade Os artigos publicados expressam a opinião de seus autores. Os textos poderão ser copiados desde que haja autorização expressa dos autores.Nem sempre é possível identificar a autoria de imagens apresentadas. Agitprop é uma publicação da Anthea Comunicação: Rua Maranhão 598 cj. 113. 01240-000, São Paulo SP, Brasil. Agitprop impressa é uma publicação produzida na Escola Superior de Propaganda e Marketing, disciplina M. Comp.Gráfica: Design de publicações e portfólio 2011/2.



apresentando a tipografia por Fernanda Martins Tipografia: uma apresentação Luci Niemeyer 2AB

Um pequeno livro, de bolso, lançado em 2000, cujo formato faz com que os es-

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LEITURA RESENHA

tudantes sejam seu público preferencial.

O livro discute além da pequena compilação de termos, a história dessa área desde Gutemberg até o desenvolvimento da

É um livro que cumpre o

tipografia digital. Discorre sobre as características e as partes

que se propõe: apresentar os

do tipo, sobre as variações de estrutura e sistemas de medidas.

conceitos básicos da tipogra-

Aborda as famílias tipograficas e tenta mostrar, de maneira

fia. Um pequeno manual com

simples, algumas formas de reconhecê-las, discorre sobre legi-

linguagem agradável mas pre-

bilidade e leiturabilidade. Oferece algumas orientações e toca

cisa que aborda, pelo menos mi-

em assuntos importantes para o iniciante, por exemplo como

nimamente, todas as questões

selecionar tipos para um projeto gráfico, dúvida freqüente

que estudantes e designers de-

nos estudantes, além de apresentar uma boa bibliografia,

vem saber sobre o assunto.

Essa edição dedica,ainda, um capítulo às fontes digitais.

Em 2000, ainda existiam pou-

Talvez por ser uma época onde ainda existiam muitas in-

cas publicações em português

compatibilidades entre plataformas e formatos, esta parte

sobre design, e principalmente ti-

não ajuda muito o leitor. Está correta quanto ao conteúdo

pografia, tornando oportuno seu

porém, no fundo, é apenas uma explicação sobre forma-

lançamento. Ao traduzir para nossa

tos existentes e aqueles que estavam sendo desenvolvi-

língua os termos tipográficos, o li-

dos na época, como o Opentype. Apenas recentemente

vro deu início ao necessário debate

esse formato vem sendo utilizado pelas empresas de

sobre a adequação da terminologia.

software e portanto pode ser realmente aproveitado.

O designer brasileiro de alfabetos di-

Existem alguns pequenos erros, talvez corrigidos

gitais, talvez por falta de tradição, ou

em edições posteriores, principalmente em relação

talvez por falta de proximidade com os

aos tipógrafos. Erik Spiekermann está vivo e Gudrun

antigos termos técnicos, utilizam uma

Zapf-von Hesse é uma mulher, esposa do famoso

variedade de termos em inglês, kerning,

Hermann Zapf. Apesar dos esforços e em função

leading, por exemplo. Infelizmente, mes-

do formato, é pouco ilustrado, o que faz falta num

mo com as recentes publicações e com o

tema como este, além de não aprofundar muito

surgimento de uma geração de “type de-

os temas. Deixa em aberto algumas questões que

signers” brasileiros ainda não existe con-

podem levar o leitor mais interessado a querer

senso na utilização da terminologia.

pesquisar mais.


Os computadores, principalmente de-

matrizes, fundir letras em moldes, compor, imprimir, desmontar, guardar os

pois de 1984 com a consolidação da plata-

tipos para serem reutilizados. As máquinas componedoras do final do sé-

forma APPLE e do WYSIWYG (what you see

culo XIX trouxeram velocidade mas foi a fotocomposição que deu adeus

is what you get), foram responsáveis pela

à materialidade do tipo. A rapidez com que evolução acontece na área

última revolução na tradicional arte da ti-

obriga o designer a permanecer em estado de alerta e constante

pografia. A tipografia é per se uma área re-

aprendizado. Todo o conhecimento de gerações está embutido nos

sistente a mudanças, de certa forma, ainda

programas de geração de fontes e diagramação eletrônica. Na cria-

hoje se utiliza a mesma lógica dos tempos de

ção e produção de originais para impressão o designer de hoje

Gutenberg, apenas aperfeiçoada tecnologi-

acumula as funções destes muitos profissionais. Muitas vezes

camente. Os computadores, principalmente

sem saber nada do assunto. A educação do designer não acompanhou essa evolução, o

depois de 1984 com a consolidação da plataforma APPLE e do WYSIWYG (what you see

profissional de hoje é um usuário que não tem o domínio do

is what you get), foram responsáveis pela úl-

conhecimento que se encontra acumulado nas máquinas.

tima revolução na tradicional arte da tipogra-

É um usuário poderoso e talvez não tenha consciência ou

fia. A tipografia é per se uma área resistente a

reflita propriamente sobre as implicâncias econômicas,

mudanças, de certa forma, ainda hoje se utili-

sociais e ambientais deste seu papel.

za a mesma lógica dos tempos de Gutenberg, apenas aperfeiçoada tecnologicamente.

Tipografia: uma apresentação é a porta de entrada para estudantes que iniciam o estudo do design po-

O computador assumiu importância funda-

rém um alerta: não o suficiente! A matéria tipogra-

mental no modo de produção do Design, tanto

fia, apesar se ser um dos pilares da criação e cons-

na criação, quanto na produção do impresso.

trução do projeto gráfico, ainda não faz parte

Na época da tipografia de metal o processo de

da maioria das grades curriculares das escolas.

produção era longo: desenhar os tipos, cunhar

Situação que vem mudando recentemente, ainda bem!

o nome das marcas Foi lançado recentemente, pela editora 2AB, o livro Naming: O nome da marca, de Delano Rodrigues. A obra, que conta com prefácio do rofessor da Esdi João de Souza Leite (form. Esdi 1974), se propõe a discutir a criação e os valores embutidos em nomes de marcas e empresas. O maranhense Delano Rodrigues é designer, professor, consultor de identidade de marca e foi diretor da ADG (Associação de Designers Gráficos do Brasil), além de ministrar cursos nas áreas de “naming” e “branding”. Atualmente é professor do curso de design da UFMA (Universidade Federal do Maranhão) e colaborador do IED (Istituto Europeo di Design).

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LEITURA LANÇAMENTO

Naming: o nome da marca Delano Rodrigues 2AB


telefone folha dobrada Lançado no Salão de Milão, o novo telefo-

fica apoiado sobre suas extremidades,sem

ne celular desenvolvido pela equipe sueca

deixar que a tela e o teclado toquem

do Studio claesson koivisto rune, propõe uma volta a preocupações ergonômicas e de funcionalidade.

nas superfícies. Embora a funcionalidade e a ergonomia sejam as bases desse novo

O telefone segue a curva da cabe-

produto, ele foi lançado em diver-

ça do usuário, proporcionando boas

sas cores, ou seja, proporcionando

distâncias entre o microfone e o alto

algo dao chamado ‘experience

falante e, quando na mão,melhora

design’, mesmo em objetos pen-

a visibilidade da tela.

sados à moda antiga, ou seja,

Seu formato aberto protege a tela de riscos, pois o telefone

menos para impactar do que para funcionar bem.

canapés voadores e outros Uma tábua para espetinhos de coqueteis;

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ATUALIDADES

O capricho é na forma e no acabamento,

um pilão quase pião, um bufê/aparador e

nas superfícies polidas e sem brilho artificial,

um banco que dá vontade de acariciar.

na valorização de cada pedacinho de madeira,

Esses são alguns dos últimos objetos

na tentação do tato, caso do pilão Crush para

criados pela marcenaria Mendes Hir-

temperos e caipirinhas, do banco ELP e do bufê,

th do Rio de Janeiro. Seus titulares, Fernando Men-

pleonasticamente batizado de Bufê. A tábua de canapés voadores se situa como um

des de Almeida e Roberto Hirth,

daqueles objetos de design silencioso, que dá espa-

se esmeram em fabricar itens

ço, como suporte àquilo que abriga. Design silencioso

do cotidiano contemporâneo

ou design que torna visível, nas palavras de B. Bürdek?

que deixam muito evidente

As duas coisas, talvez...

como a marcenaria artesanal é apreciada.

novos talheres A linha de Talheres Tatil é uma criação da ZON Design, de Porto Alegre, para celebrar os cem anos da Tramontina. Os talheres têm revestimento emborrachado, com proteção antibacteriana, garantindo melhor empunhadura e higiene. Os cabos têm textura macia ao toque e os das colheres e dos garfos apresentam leve curvatura. Os talheres podem ser encontrados nas cores vermelho, preto e branco. A nova linha tátil é embalada em estojo de metacrilato, que pode ser utilizado como bandeja, enquanto a caixa serve como suporte para acomodar os talheres e os guardanapos à mesa.


07 ATUALIDADES


jovens objetos velhos por Ethel Leon

O fenômeno já tem pelo menos uma década. Os nomes são novos. Gui Bonsiepe chama de objetística ou de neoarte-

xasse de ser a área secreta de antigamente.

sanato urbano a produção de objetos de moda, de bai-

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ENSAIO

Isso, sem dúvida, fez que a produção deiSabe-se que a Nike contrata jovens na Malásia

xa tecnologia, criados geralmente por jovens, e que

para enfiar os cadarços nos tênis; ou que atri-

povoam lojinhas ditas “de design”.

bui a costureiras da Tailândia a responsabilidade

Como entender essa produção variada que se

por fixar os ilhoses dos calçados e assim por diante.

encontra no Salone Satellite, de Milão, na Bie-

Ou seja, os chamados segredos industriais não estão

nal de St. Étienne, no Designmai de Berlim, no

mais na produção, e sim na pesquisa tecnológica, no

bairro de Palermo Viejo, em Buenos Aires, ou

marketing e, certamente, no design. Não deixa de ser pe-

na Vila Madalena, em São Paulo? De onde e

dagógico esse escancaramento das zonas estratégicas e o

como surgiu e que circuito alimenta?

caráter prosaico da fabricação.

No livro Scenari del Giovanne Design,

Os jovens designers têm noções de marketing e detém

o historiador do design Vanni Pasca (1)

certo conhecimento, ou melhor, detêm instrumentos pro-

comenta o pragmatismo dos jovens de hoje

jetuais que possibilitam um desenho capaz de fugir das

que, sem esperar um industrial que aposta em

soluções caras ou que pressuponham investimento tec-

suas capacidades, passa a produzir seu próprio

nológico e pesquisa. Isso não é novo. Entre nós, muitos

modelo ou protótipo, mostra-o em feiras na es-

dos arquitetos formados nos anos 1950 enveredaram

perança de obter um investidor e, quando ele

pela produção de móveis em baixa escala e acaba-

não aparece, simplesmente fabrica-o.

ram, inclusive, recuperando velhas técnicas do ofício

A descrição não explica o porquê dessa grande

de marcenaria, buscando dotar suas peças de ca-

quantidade de objetos produzidos em pequenas

racterísticas que os afastaram da produção seriada,

escalas por jovens, o surgimento de bairros e feiras

possibilitando o fabrico artesanal de alto nível. Ou

de design em muitas cidades do mundo. Talvez de-

seja, os instrumentos de projeto se tornam meios

vêssemos buscar as origens do fenômeno em diversos circuitos, todos eles muito bem conectados. Vale a pena examiná-los de perto.

de conversão aos ofícios, em alguns casos. Há também aqueles que driblam a necessidade de altos investimentos, procurando téc-

Sem dúvida, a passagem do fordismo para o capi-

nicas que não onerem sua produção ou que

talismo dito flexível tem muito a ver com esse design

dependam de mão de obra intensiva, o que,

jovem. No capitalismo recente, as grandes empresas

especialmente nos países periféricos, é fácil

desterritorializaram sua produção, repassando- a para terceiros ou deslocando suas fábricas para países distantes de suas sedes ou ainda desdobrando sua produção numa cadeia de terceiros orquestrada pela matriz.

de conseguir a preços módicos.


Também se deve ao novo capitalismo a crise do estado

E assim são despejados, anualmente, milhares de jovens

de bem-estar social e o conseqüente incremento do ensi-

designers no mercado de trabalho, incapaz de absorvê-los

no privado. O ensino de terceiro grau é um dos negócios

a todos. É claro, as indústrias precisam de ‘criativos’, mas

que mais crescem no mundo, nessa nova aposta do capi-

muitas delas mudaram-se para a China. É fato que toda

talismo no setor de serviços (2). Um dos cursos que se destacam, em todo o mun-

padaria de esquina precisa de ‘branding’, mas uma marca ou um inteiro sistema visual podem ser gerados por de-

do, é o de design. As empresas precisam, mais do que

fault por jovens secundaristas hábeis em programas de

nunca, de “criativos” em suas estruturas, pois devem

computação gráfica. Portanto, muitos jovens desig-

lançar novos produtos a cada estação. Os empre-

ners diplomados, sem querer submeter-se às agru-

sários do ensino atendem a essa demanda, mon-

ras do mercado de computeiros, decidem tornar-se

tando cursos que, geralmente, não dependem de

empresários de si próprios’. Tudo isso é acalentado

grandes investimentos. As oficinas já existem nos

por uma literatura de auto-ajuda empresarial de

cursos de engenharia ou arquitetura; os compu-

estímulo às pequenas empresas, às oportuni-

tadores e os programas já atendem outras áreas,

dades do mundo sem carteira assinada e sem

os docentes são recrutados no meio profissional,

direitos previdenciários.

no de arquitetos, artistas, publicitários, marque-

Os jovens têm idéias, muitas delas originadas

teiros. Não há uma regulamentação feroz como na

em seus trabalhos de conclusão de curso, e lan-

medicina ou no direito; não há carreiras acadêmicas

çam-se na aventura produtiva. Só que não têm ins-

solidamente implantadas, a própria definição de de-

trumentos de investimento de uma empresa. A saída:

sign está sempre em questão. Alguém quer campo mais

pequenos objetos engraçados, muitas vezes forma-

difuso e confuso para montar um negócio lucrativo?

dos por componentes industrializadas de baixo custo,

09

ENSAIO

que têm uma atratividade, pois se espelham na produção artesanal exemplar de alguns stars do design que adotam estratégias semelhantes. E assim se forma a objetística, curioso amontoado de peças sazonais, muitas delas adeptas

apoiando-se nas facilidades da flexibilidade produtiva e também com os recursos da informática, que permitem produção aleatória. Em tais casos, tornam-se laboratórios importantes para as grandes empresas. Não é o caso do Brasil e de tantos países peri-

do fun-design (a exemplo da produção da em-

féricos, onde os jovens têm certa facilidade de

presa italiana Alessi) e que povoa feiras, fei-

conseguir mão de obra barata, oficinas artesanais

rinhas, lojinhas e butiques de museus e atin-

precárias e de fundo de quintal (como marcena-

ge, geralmente, um público também jovem,

rias, serralherias, oficinas de repuxamento de alu-

num circuito que se conecta ao do turismo e

mínio), mas raramente têm acesso à pesquisa tecno-

ao dos “eventos”. Em lugares onde os laboratórios de tecnologia são

lógica mais avançada ou mesmo a materiais de ponta. Cadeias de lojas se formaram a partir dessa produ-

mais acessíveis – e entre eles estão vários países euro-

ção de objetos efêmeros, produzidos por contingente

peus, o Japão, os Estados Unidos e o Canadá – os jovens

jovem, que domina instrumentos de projeto, não tem

designers trabalham muitas vezes, com novos materiais,

acesso a materiais de ponta nem à automação, à progra-


mação das linhas de montagem flexíveis...Mas sua flexibilidade é aquela da produção artesanal, mediada por hábitos culturais de consumo variegado e cômodo desalinhamento do design moderno, construtivo. Interessante perceber que essa auto-produção, como muitos jovens gostam de denominar seu empreendedorismo – às vezes pontuada também por relações com artesãos tradicionais (mas essa é outra história, que merece outro texto) – cria um mercado jovem, afeito à segmentação buscada pelo marketing das grandes empresas. Dá certo porque são eles fazendo para eles, assim como empresas do ciclo de moda (de celulares a motocicletas) convidam jovens consumidores a decorarem seus produtos ou a darem idéias para novos. (Aliás, os jovens estudantes de design são as presas fáceis dessa barata pesquisa de marketing).

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A produção cresceu tanto, em tantas partes do mundo, que ganhou espa-

ENSAIO

ços institucionais, muitas vezes ao lado de grandes empresas internacionais, caso do Salone Satellite da Feira de Milão, pequenos estandes vendidos a preços ‘módicos’ para universitários e jovens profissionais de todo o mundo exibirem seus produtos, na esperança de que um industrial self-made dos anos 1950 passe por lá. Recentemente, no Brasil, temos visto designers que atuam nessa área sendo convidados por algumas empresas para desenvolver novos produtos, muitas vezes também no circuito dos objetos efêmeros ou sazonais. Algumas empresas italianas de móveis e objetos também produzem, muitas vezes, como cartões de visitas, algumas peças que se originaram nesse meio. No entanto, a objetística está longe de ser uma saída para o design brasileiro e de tantos países periféricos, onde ainda há tanto de essencial a fazer.

Notas: 1) PASCA, Vanni e TRAPANI, Viviana. Scenari del giovane design. Milano: Lupetti, 2001. 2) Ver SOUZA SANTOS, Boaventura. A Universidade no século XXI. Para uma reforma democrática e emancipatória da Universidade. 2ª edição. São Paulo: Cortez Editora, 2005.


11 NOME


a cor no 1 design

O que se destaca quando olhamos os objetos domésticos produzidos em

grande série no final do século XIX e início do XX, é a pobreza e uniformidade da palheta. Quase todas as cores se inscrevem no eixo preto-cinza-branco-marrom. As cores vivas e quentes são raras, e ain-

Ainda falta ser escrita a história das relações entre o design

da mais raras as associações de cores

e a cor. Por diferentes razões, cuja principal reside, como

fortemente constrastadas. A primeira

sempre, no pouco interesse que os historiadores mani-

idéia que vem ao espírito para tentar

festaram até hoje pela cor em geral, e por seu lugar na

compreender essa penúria cromá-

vida cotidiana e material em particular. A tirania exer-

tica é procurar do lado da química

cida durante muito tempo pelo preto e branco na do-

industrial das cores: teria sido ela

cumentação e nas publicações explica em parte esse

incapaz de produzir em grande

desinteresse. No entanto, há outras razões mais es-

quantidade objetos de cores vivas,

treitamente ligadas à essência mesma do design,

francas, luminosas, saturadas, di-

que sempre foi mais estratégia da forma do que da

versificadas? Na verdade, não é

cor. Quando observamos de perto, percebemos

nada disso. Desde o século XVIII

o quanto o design, compreendido ao longo do

o homem ocidental é capaz de

tempo, foi pouco inventivo no domínio da cor.

fabricar de modo industrial a nu-

12

REPERTÓRIO

A própria Bauhaus -- contrariamente à idéia

ance exata de uma cor escolhida

imposta pelos historiadores da arte – e todos

(o que tinha dificuldade em fazer

seus discípulos mostraram às vezes limita-

antes). E, desde a metade do sé-

ções surpreendentes: o desconhecimen-

culo XIX, também é capaz de mul-

to das questões éticas e fenômenos de

tiplicar a quantidade de nuances

moda, que condicionam todas as práticas

para colorir qualquer objeto.

sociais da cor no Ocidente; o recurso a

De fato, o problema não é nem

uma estética preguiçosa, que aspira

químico nem técnico, mas ético. Se

candidamente a “harmonizar” a cor e

os primeiros aparelhos domésticos,

a função do objeto; a crença mais ou

as primeiras canetas, os primeiros

menos ingênua na verdade científi-

telefones, os primeiros carros etc.

ca das cores e nas leis ópticas e quí-

são pretos, cinza, brancos ou mar-

micas que permitem controlá-las;

rons, e não verde-maçã, vermelho

enfim, e sobretudo, a recusa a ad-

vivo ou amarelo-limão, os motivos

mitir que a cor é um fenômeno

são principalmente de ordem moral.

essencialmente cultural, rebel-

Para a sociedade industrial do sécu-

de a toda generalização, senão

lo XIX e início do XX, as cores vivas e

a toda análise e discurso.

francas, as cores quentes, as cores que atraem o olhar e captam a atenção são

por Michel Pastoureau tradução Gilberto Paim

cores desonestas. Só se pode utilizá-las com parcimônia. As cores mais neutras e sóbrias, que participam da gama de cinzas e marrons, ou do universo do preto e branco, são consideradas, ao contrário, dignas, virtuosas, eficazes. A moral social recomenda o seu uso tanto no vestuário quanto nos objetos domésticos, e em tudo que é relacionado à vida cotidiana.


2

Para o design em seus primórdios, a moral social da cor é uma forte coerção que não pode ser ignorada.

Durante várias décadas, ela impede que a cor do objeto

Hotel Hesperia Bilbao, localizado na cidade de Bilbao, Espanha.

seja adaptada à sua função (o que se busca com sucesso em relação à forma), entravando assim a instalação de um verdadeiro código funcional e limitando as ambições estéticas de criadores e fabricantes. As resistências que essa moral impõe a toda tentativa de se repensar as propriedades colorísticas dos objetos são tão fortes que, após a Primeira Guerra Mundial, as modificações de palheta (mais clara, mais franca, mais variada) que surgem no mercado – derivadas em grande parte das revoluções artísticas do início do século – parecem frequentemente brincadeiras ridículas, excêntricas e obscenas aos olhos do público. Elas permanecem marginais (o que se esquece de salientar) e ignoradas pela cultura de massa. O mesmo peso das dimensões éticas e conserva-

A atitude que moraliza a cor

doras da cor se encontra então em vários outros do-

é ao mesmo tempo filha dos

mínios da vida social e cultural. O cinema a cores,

valores burgueses e – principal-

por exemplo, poderia ter sido comercializado an-

mente–- do grande capitalismo

tes se as pressões morais não tivessem entravado

protestante. Em matéria de cor,

sua concepção e difusão: as imagens animadas

os grandes capitães da indústria

e coloridas destinadas às massas, eram demais

têm as mesmas idéias que os gran-

para os moralistas da sociedade! Também aqui

des reformistas do século XVI: todo

o freio foi mais ético do que técnico ou financei-

cidadão honesto, assim como todo

ro. No entanto, é no vestuário, o código social

bom cristão, deve se afastar das co-

por excelência, que as resistências morais à cor

res agressivas, orgulhosas, chamativas;

foram exercidas de modo mais durável e vigo-

a policromia deve ser banida, assim

roso. Foi preciso esperar a segunda metade

como as cores quentes; o branco, o pre-

do século para que a palheta das roupas de

to e o cinza, ao contrário, são as cores que

homens e mulheres clareasse, intensificasse

melhor convêm em todas as circunstân-

e se diversificasse com sucesso.

cias, pois são mais discretas e humildes. O exemplo mais célebre desse comportamento é Henry Ford, puritano preocupado com a ética em todos os domínios. Apesar da demanda reiterada do público, apesar da política cromofílica de seus concorrentes, durante a maior parte da vida recusou-se a vender carros que não fossem pretos.

Louis XV Upholstered Ribbon Chair, criada por John Dransfield e Geoffrey Ross.

13 REPERTÓRIO


14

REPERTÓRIO

Para o design, assim como para as roupas, as válvulas

Esquecendo-se do caráter estreitamente cultural da per-

que permitiram explodir o velho sistema moral preto-cin-

cepção e do caráter totalmente convencional do simbolis-

za-branco-marrom foram encontradas nos tons pastéis

mo da cor, o design tentou muitas vezes construir códigos

(“cores que não ousam dizer seu nome”, segundo a bela

universais em torno de uma pretensa “verdade ontológica”

expressão de Jean Baudrillard). Mais decentes do que

da cor. Esses códigos – e as explicações que os acom-

as cores vivas e saturadas, mais sedutoras do que os

panham – não somente fazem hoje sorrir historiadores e

cinzas e marrons, tiveram papel considerável – e pou-

antropólogos, mas sobretudo provocam a rejeição dos

co conhecido – nas mutações cromáticas do século

consumidores, contrariando a pretensa finalidade de

XX. Muito mais significativas do que as revoluções

harmonizar satisfação prática e estética. Tudo que tem

radicais proclamadas por todos os movimentos ar-

a ver com água nem sempre pode ser azul; tudo o que

tísticos e pictóricos, como o futurismo, cubismo,

tem a ver com o fogo, vermelho; com a natureza, verde;

construtivismo, dadaísmo e surrealismo. Pois fo-

com o sol, amarelo. Nem todos os quartos dos hospi-

ram as cores pastéis pobres e feias – azul celeste,

tais precisam ser brancos; todos os carros velozes ver-

amarelo pálido, verde amarelado, rosa, violeta,

melhos; todos os brinquedos infantis amarelos ou

bege etc – que, entre 1880 e 1950, no campo

alaranjados etc.

do verdadeiro consumo de massa, tornaram

Do mesmo modo, demasiado crédito à teoria

possível a eclosão, na segunda metade do

científica (seria preciso dizer pseudo-científica?)

século, de nossas cores “verdadeiras”, den-

das cores primárias (amarelo, azul, vermelho, es-

sas, luminosas, constrastadas, alegres, tô-

tas duas mostruosamente expressas de agora em

nicas, por vezes agressivas. Qual historia-

diante pelos termos cyan e magenta) e cores com-

dor, qual sociólogo ousará um dia lhes

plementares (verde, violeta, laranja) limitou as

fazer justiça?

ambições cromáticas do design industrial, para

3

A fé na ciência e a busca positi-

não dizer que fez com que perdessem o rumo.

vista da verdade da cor são ati-

Essa teoria, elaborada por pintores e cientistas

tudes que também explicam o modo

a partir do século –XVIII e retomada pelos ar-

ingênuo e pouco antropológico com

tistas dos séculos XIX e XX, não se apoia em

o qual o design pensou frequente-

nenhuma realidade social ou cultural da cor.

mente os problemas da cor. Procu-

Além disso, ela é contrária a todas as práticas

rando adequar a forma, a cor e a fun-

da cor anteriores à época contemporânea,

ção dos objetos, ele acreditou até bem

conflitando assim com as crenças e siste-

recentemente numa realidade natural

mas de valor profundamente arraigados à

e psicológica da cor. Como se realmente

sensibilidade ocidental, sendo mal recebi-

existissem cores puras e impuras, cores

da, senão mal vivida pelo público. Típico,

quentes e frias, cores próximas e distan-

nesse sentido, é o caso do verde.

tes, cores dinâmicas e estáticas, cores excitantes e tranquilizantes.

Mini Cooper por Matt W. Moore, colaborador do site The Cool Hunter.


Estampas coloridas da BUILT NY.

A ciência e depois a arte moderna (pensemos, por exemplo, em Mondrian) lhe recusaram o estatuto de cor de base; elas o rebaixaram ao nível de cor complementar, de cor de segunda geração apresentada unicamente

de cor consiste nos fenômenos de moda. Estes mostram o quanto é difícil impor gostos e escomeros, sutis, inapreensíveis. Nem verdadeiramente

que não era verdadeiro na Idade Média ou Antigui-

individuais ou coletivos, não se submetem exclusiva-

dade). Ora, esse estatuto desvalorizado do verde,

mente às abordagens psicológica ou sociológica.

ao qual o design aderiu completamente – a pon-

Para o designer, produtor e codificador de cores, os

to de transformá-lo em cor de segunda classe

parâmetros mais difíceis de dominar são o distanciamento

– contraria todas as tradições e usos antigos.

e o desgaste. Uma cor ou associação de cores, só é de fato

No Ocidente desde a época feudal, para os

atraente e valorizada porque se afasta de outras cores e asso-

saberes, mentalidades e sensibilidades tra-

ciações de cores, de hábitos e práticas disponíveis e abundan-

dicionais, não há apenas três cores bási-

tes, e não como gostaria o design, porque está em harmonia com

cas, mas quatro: azul, vermelho, amarelo

a forma e a função do objeto.

e verde. A estas quatro cores é preciso

Produzir em grande quantidade uma cor ou associação de cores

acrescentar o preto e o branco que,

– finalidade genuína da criação industrial – equivale evidentemente a

durante séculos, senão milênios, in-

condená-la a não ter sucesso ou a um sucesso muito efêmero. No cam-

tegraram a ordem das cores, cons-

po da moda, os movimentos pendulares são rápidos e caprichosos, e tal-

tituindo polos essenciais de todos

vez ainda mais em relação à cor do que em relação a qualquer outro ele-

Escrava do espectro e da

mento. Quando todos os carros eram pretos, o máximo do chic era ter um

classificação espectral das cores, a

carro vermelho, azul ou verde; e quando todas as cores ficaram vivas o

criação industrial frequentemente se enganou recusando ao preto e ao branco o estatuto de cores integrais, opondo sistematicamente o mundo da cor ao mundo do preto e branco. Assim procedendo, ela se chocou contra taxinomias mais antigas do que o espectro, de dimensão cultural muito mais profunda. Também aqui, a sensibilidade do público foi irritada, contrariada, confundida.

cessos do design industrial em matéria

lhas, e sobretudo, o quanto estes últimos são efê-

como produto da mistura entre o amarelo e o azul (o

os sistemas de cor.

4

Outro fator que limita ambições e su-

fino do fino era possuir um carro preto. As pesquisas dos designers e as leis da produção de massa nunca conseguiram escapar dessa armadilha, especialmente tortuosa e perigosa, pois numa mesma época e lugar, cada meio, faixa etária, grupo ou sub-grupo social ou profissional tem seus próprios valores, difíceis de serem compreendidos de fora, impossíveis de serem canalizados ou fixados, pois estão prontos para se inverter, se destruir ou se metamorfosear sob a menor excitação ou carícia.

15 REPERTÓRIO


16

REPERTÓRIO

Eis porque o historiador tem razão em

Apesar do retrato um pouco sombrio – e necessariamen-

dizer que quase todas as tentativas do de-

te simplista – da história da relação entre o design e as co-

sign para dominar esses fenômenos de moda

res, do fim do século XX aos anos 1980, é claro que houve

no domínio da cor resultaram em fracassos

também alguns autênticos sucessos. Os profissionais

ou semi-fracassos. Os verdadeiros sucessos só

formados pela Bauhaus, por exemplo, depois que se

foram possíveis quando as finalidades e a ética

instalaram dos Estados Unidos a partir dos anos 1930

da criação industrial foram pervertidas, ou seja,

lançaram no mercado de consumo de massa pro-

quando se renunciou à produção de massa e ao

dutos de cores simples, sedutoras e “funcionais”

preço baixo – duas imposições fundamentais do

(quem saberá um dia definir esse termo?) que en-

verdadeiro design – propondo ao mercado objetos domésticos concebidos desde o início como signos

contraram a adesão do público. No entanto, a meu ver, um dos grandes mé-

de classe. Preso ao turbilhão dos ciclos de moda, às leis

ritos do design e da criação industrial não é

econômicas e aos caprichos do esnobismo, o design --

esse, mas saber proclamar a função social

assim como todas as formas de criação contemporânea

primordial da cor: classificar. Quaisquer que

-- nunca saiu engrandecido dessa atitude. “O feio vende

tenham sido os usos até agora, quaisquer

mal” (Raymond Loewy), está certo, mas fazer o belo para

que tenham sido os códigos utilizados, an-

fazer dinheiro não seria uma feiúra de outro tipo?

tes de mais nada, a cor serve para classificar, arrumar, etiquetar, organizar, opor, associar, hierarquizar. Essa função taxinômica da cor concerne tanto os homens quanto as idéias, os lugares assim como os objetos, os textos assim como as imagens. No Ocidente, ela está presente em todos os tempos e culturas. Desse modo revela a vaidade de toda abordagem estreitamente científica ou puramente artística da cor. Esta não pode ser defi-

Design, de Les couleurs de notre temps, Michel Pastoureau, Christine Bonneton Editeur, Paris, 2003.

nida, compreendida ou estudada, senão em relação ao que faz dela o homem vivo em sociedade. A história das cores só pode ser uma história social.


17 ATUALIDADES


idea brasil 2008 Estão abertas as inscrições do Prêmio IDEA/Brasil 2008, edição brasileiara do maior prê-

+ info www.ideabrasil.com.br

mio de design dos EUA. O prêmio tem patrocínio da revista de negócios BusinessWeek e costuma receber inscrições de muitos países. São 18 categorias diferentes, que compreendem design de transporte, interfaces, produtos industriais, além de pesquisa e estratégia de design, além de projetos de estudantes. A premiação brasileira inclui a categoria Jóias.

design latino americano aonde

rio de janeiro, rj livraria travessa do ccbb rua primeiro de março, 66 piso térreo + info (21) 3808-2066

18

AGENDA

Felipe Taborda e Julius Weideman convidam para o lançamento do livro Latin American Graphic Design, que se realiza na Livraria Travessa do Centro Cultural do Banco do Brasil, no dia 26 de setembro, no Rio de Janeiro. Os autores/organizadores, Taborda e Weiderman, realizaram uma pesquisa que durou dois anos e meio, e reúnem no livro o melhor do design produzido em 20 países da América Latina.

isso é bossa nova Em homenagem aos 50 anos da bossa nova, a exposição Isso é Bossa Nova - 1958 a 1964, que se realiza entre agosto e outubro no Arte Sesc, no Rio de Janeiro, traz uma síntese do período do movimento que começou em 1958, com a música Chega de Saudade, de João Gilberto, até 1964, ano de instalação do regime militar. A exposição é uma realização do Sesc Rio, com apoio do Sistema Fecomércio-RJ e do jornal O Globo, produção da Eureka Imagens e Idéias e concepção e design visual da Vinte Zero Um Multimídia Design.

aonde arte sesc rua Marquês de Abrantes, 99 rio de janeiro, rj quando até 26 de outubro terça a sábado, das 12h às 20h domingo, das 11h às 17h + info (21) 3138-1343


inovação social e sustentabilidade

aonde Rio de Janeiro, RJ + info www.ltds.ufrj.br/inovabr

Já estão confirmados, entre dez convidados internacionais, o arquiteto sul-africano Mokena Makeka e o pesquisador italiano Ezio Manzin. Dois eixos de debate serão propostos no evento:

1

O primeiro deles é relativo ao termo “social” que aqui se une aos termos “inovação”

e “sustentabilidade”. Quais os critérios valoratiInovação Social e Sustentabilidade é o

vos que poderíamos empregar na identificação

tema do seminário que ocorre de 22 a 26

de iniciativas promissoras para a promoção de um

de novembro no Rio de Janeiro. O objetivo é debater o potencial da inovação social para a promoção de novos modelos de negócios, soluções de produtos e serviços, bem como fomentar alternativas para o desenvolvimento tecnológico e novas perspectivas para a gestão pública.

desenvolvimento sustentável?

2

As iniciativas de inovação social podem ser compreendidas como difusão de práticas an-

tes restritas às esferas profissionais dos projetistas? Em contrapartida, como os projetistas poderiam aprender e contribuir com estas iniciativas?

O evento é realizado pelo Programa de Engenharia

Os debates serão conduzidos através da apresen-

de Produção da COPPE/UFRJ, em parceria com a Agên-

tação de experiências de projeto e casos apresentados

cia UFRJ de Inovação, Rede IVIS – Instituto Virtual de Ino-

pelos diversos convidados e organizadores. Visando rea-

vação Social – e Rede DESIS – Design para Inovação Social

lizar ampla difusão nacional e internacional o evento será

e Sustentabilidade –, com apoio do CNPq.

transmitido também ao vivo, via internet.

tipos latinos Com abertura no dia 31 de maio no Centro Cultural São Paulo, a Bienal Tipos Latinos 2008 , com curadoria de Cecilia Consolo, desenvolverá atividades como palestras, oficinas, workshops e visitas monitoradas para promover a terceira Bienal de

Tipografia

Latino-Americana.

A exposição propõe o uso da tipografia como veículo de transmissão dos interesses comuns dos países latinos e suas necessidades de registro histórico-cultural. Desenvolvido para valorização e divulgação do design tipográfico na América Latina, Tipos Latinos acontece simultaneamente em nove países latino-americanos: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru, Paraguai, Uruguai

e Venezuela. Os representantes de cada país são designers e typedesigners empenhados na valorização do design tipográfico por meio da discussão sobre identidade nacional e cultural. Em parceria com o Centro Cultural de Espanha em São Paulo e o Senac São Paulo, a Bienal conta com as presenças de Gabriel Mertínez Meave, Alejandro Lo Celso, Miguel Souza, Marconi Lima, Andréa Branco, Fatima Finizola, Pablo Cosgaya e Priscila Farias. o que bienal tipos latinos 2008 aonde centro cultural são paulo av. vergueiro nº. 1000, piso flávio de carvalho são paulo, sp quando de 31 de maio a 27 de julho terça a sexta das 10h00 às 20h00 sábados, domingos e feriados das 10h00 às 18h00 quanto entrada franca + info www.tiposlatinos.com

19

AGENDA


Escultura feita de sandรกlias de borracha, criada por Florentijn Hofman para o evento Pixel Show.

20 NOME


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