Serra gaúcha
roteiros de viagem
Cidadezinhas charmosas, vinícolas e belas paisagens: esse é o cenário que acompanha a travessia pelo interior do Rio Grande do Sul
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onhecer A Porto Alegre (2 dias, p. 644) serve como uma boa introdução ao jeito gaúcho de ser. Ao caminhar pelas margens do Rio Guaíba ou pelo movimentado Centro, você entra em contato com tradições, sotaques e até palavras que só existem no Rio Grande do Sul. Uma vez adaptado ao estado, é hora de subir a serra. A dica é pegar a rota mais bonita, pela BR-116. A partir de Estância Velha, a pista passa a ser simples e iniciase, de fato, a subida. A cada curva ou quilômetro vencido, simpáticas cidadezinhas vão sendo deixadas para trás. No alto da serra, B Nova Petrópolis (p. 572) é uma ótima parada para o almoço. Com a herança da colonização alemã, a cidade concentra as melhores casas de café colonial do país – a maioria funciona de quarta a domingo. Após experimentar bolos, tortas e chás, conheça o Parque Aldeia do Imigrante, que reúne construções no estilo enxaimel (elas reproduzem uma antiga vila de imigrantes).
Seguindo viagem pela BR-116, há um trecho de descida de 11 km seguido por uma subida de 19 km que leva a Caxias do Sul. Contorne a Perimetral Oeste e entre na Rodovia RS-122, sentido Farroupilha, em direção a C Bento Gonçalves (5 dias, p. 174). Na região, intercale as visitas às vinícolas de Bento e da vizinha D Garibaldi (p. 389) com o tradicional passeio de maria-fumaça. Para chegar ao outro lado da serra, haverá uma nova passagem por E Caxias do Sul (p. 279). Aproveite para, agora sim, conhecer o Centro e almoçar em uma das típicas casas de galeto. Os próximos destinos serão as partes mais altas da serra. No povoado de Tainhas, siga pela RS-020, que passa por F Cambará do Sul (5 dias, p. 239). Ao visitar os belíssimos cânions do Itaimbezinho e da Fortaleza, pergunte sobre as condições das estradas de acesso, que podem apresentar problemas em dias de chuva. Apenas 50 km separam Cambará de G São José dos Ausentes (2 dias, p. 780 ), mas só 6 km são
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Vinícola em Bento Gonçalves
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pavimentados. São José tem as maiores altitudes e as mais baixas temperaturas do Rio Grande do Sul. Ali fica o Pico do Monte Negro, o ponto mais alto do estado – as visitas aos cânions são indispensáveis. É hora de começar o caminho de volta. Siga pela RS-020 até H São Francisco de Paula (p. 774), onde fica o Parque das Cascatas. Dali, em 40 minutos chega-se a I Canela (3 dias, p. 267), cidade com muitas atrações – como os
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O restaurante Casa Di Paolo, em Gramado
parques do Caracol e da Ferradura. De Canela para
J Gramado (5 dias, p. 401) são só 8 km em
uma avenida duplicada, com o Vale do Quilombo à esquerda. Gramado é lugar para comer fondues, comprar malhas e conhecer atrações como o Gramado Zoo e o Mini Mundo. Hora de voltar para a capital. No meio do caminho para Porto Alegre, vale uma pausa para visitar o templo budista Chagdud Gonpa Khadro Ling, localizado em Três Coroas.
Quando ir O frio intenso marca o inverno. Em dezembro e janeiro, o Natal Luz lota Gramado. Os parreirais de Bento Gonçalves e Garibaldi ficam cheios no início do ano, quando ocorre a colheita das uvas.
atrações D N Cânions do Itaimbezinho e da Fortaleza, Cambará do Sul C Vinícolas Casa Valduga, Salton e Miolo, Bento Gonçalves
Imperdíveis restaurantes F Casa di Paolo, Bento Gonçalves F Belle du Valais, Gramado F COLINA VERDE, Nova Petrópolis
Raio x das estradas A Rodovia BR-116 é duplicada até Estância Velha; a partir daí, fica sinuosa. A RS-235/RS020 vai de Nova Petrópolis a Cambará do Sul e está em boas
condições. A RS-444 (Estrada do Vinho) corta as famosas vinícolas de Bento Gonçalves. Distâncias (em Km) Bento Gonçalves
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Caxias do Sul
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Gramado
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Porto Alegre
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S. J. dos Ausentes
litoral catarinense
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A diversão está garantida de Joinville a Imbituba, seja no parque Beto Carrero World, nas lindas praias ou nos shows das baleias-francas
A
Rodovia BR-101 é o principal eixo para explorar o litoral de Santa Catarina. Comece no moinho que funciona como portal de entrada de A Joinville (p. 495), cidade com forte colonização alemã, e siga no sentido sul. O primeiro desvio ocorre 20 km depois: entre à esquerda na BR-280 para passar uma tarde entre as construções históricas e o Museu Nacional do Mar de B São Francisco do Sul (p. 775). De volta para a BR-101, em cerca de uma hora você chegará a C PEnha (3 dias, p. 626). Famílias com crianças gastarão um bom tempo no Beto Carrero World. Ali perto está a estradinha de terra que leva à bela Praia Vermelha. Do outro lado do Rio Itajaí-Açu fica D Balneário Camboriú (3 dias, p. 127), que pode ser alcançada pela BR-101 ou atravessando as regiões urbanas de Navegantes e Itajaí. Famosa pela orla urbana e pelo mar agitado,
Balneário é, ao lado de Florianópolis, um dos principais destinos de verão do estado. Seguindo ainda para o sul, saia da BR-101 e pegue a Rodovia Interpraias em direção a Itapema – 14 km com praias e mirantes. Para evitar a área central de Itapema, siga pela BR101 até a entrada de E Porto Belo (p. 641) e F Bombinhas (3 dias, p. 193). Se estiver viajando no verão, vale saber: nos horários de pico, leva-se até quatro horas para percorrer o trecho de 17 km entre a BR-101 e o Centro de Bombinhas. Uma das recompensas: chegar à linda Praia da Tainha via Morro do Macaco (4 km de terra) rende uma vista espetacular. Em seguida, o movimento na BR-101 indica a chegada à capital, G Florianópolis (7 dias, p. 343). As famílias se dirigem ao norte da ilha, com enseadas de águas calminhas, enquanto os grupos de jovens seguem para as praias mais ao
Fotos: ©1 divulgação, ©2 elaine sknowronski
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Beto Carrero World, em Penha
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sul e para as cercanias da Lagoa da Conceição. O Mercado Público, a Ilha do Campeche e o Mundo Ovo de Eli Heil são apenas três dos lugares que não podem ficar de fora de sua programação. Depois de Floripa, H Guarda do Embaú (1 dia, p. 418) é a próxima parada. Mas não espere facilidade para chegar a um dos principais picos de surfe do país: as obras de duplicação do trecho da BR-101 estão atrasadas e as ultrapassagens
são impossíveis neste trecho. A situação melhora antes do acesso a I Garopaba (2 dias, p. 390) e J Praia do Rosa (2 dias, p. 683), destinos frequentados tanto por solteiros a fim de paquerar quanto por casais à procura de pousadas românticas. O roteiro termina em K Imbituba (1 dia, p. 454). Nestes três últimos destinos, passeios de barco para a observação de baleias ocorrem entre julho e novembro.
Quando ir Muitos hotéis e restaurantes funcionam só no verão. Para conhecer o Beto Carrero World, vá em qualquer mês do ano – o parque funciona apenas de quinta a domingo na baixa temporada.
atrações D Beto Carrero World, Penha D ilha do campeche,
Imperdíveis restaurantes F F L'Assiette, Balneário
Raio x das estradas Principal rodovia litorânea, a movimentada BR-101 está quase toda duplicada em Santa Catarina. Há apenas um trecho em duplicação, entre
Camboriú F Pirão d’Água, Penha F Lua Marinha, Praia do Rosa
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Fortaleza de Santa Cruz, em Florianópolis
Florianópolis
D Praia do Rosa, Praia do Rosa
Florianópolis e Guarda do Embaú, que costuma provocar congestionamentos. Distâncias (em Km) Balneário Camboriú
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Florianópolis
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Penha
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Joinville Praia do Rosa
vale do itajaí e serra catarinense Culinária germânica e casinhas enxaimel preparam para a subida à bela região serrana com as temperaturas mais baixas do país
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belo litoral é a grande vitrine de Santa Catarina. Mas dar as costas para o interior é perder muito do que o estado oferece. Um bom ponto para começar o roteiro é A Itajaí (p. 461), atendida pelo Aeroporto de Navegantes. De lá, basta seguir pela BR-486 até B Brusque (p. 190), onde vale passar uma tarde comprando roupas e calçados. Suba a SC-411 até Gaspar e siga pela SC470 para C Blumenau (3 dias, p. 142). Na sede da Oktoberfest, experimente o marreco recheado no restaurante Abendbrothaus (só abre aos domingos), no caminho para D Jaraguá do Sul (1 dia, p. 474), a próxima parada. Ali, visitar o arborizado Parque Malwee é a grande pedida. A estrada para E Pomerode (p. 638) é tranquila. Na cidade mais germânica do país, conheça o bairro Testo Alto, onde há muitas casas enxaimel. Seguindo viagem, pegue a estradinha para F Timbó (5 dias, p. 903), que serve como base para praticar esportes radicais nos arredores do Rio Itajaí-Açu. Depois da aventura, é preciso encarar a BR-470. A subida da Serra Catarinense é feita por um longo e sinuoso trecho. Cerca de 23 km após atravessar Pouso Redondo, entre na SC425 para rumar até G Lages (2 dias, p. 498), conhecida pelos hotéis-fazenda. Para chegar a H Urubici (4 dias, p. 931), vá pela movimentada BR-282 e, depois, pela sossegada SC-430. Subir no Morro da Igreja significa estar no local onde foi registrada a menor temperatura do país (-17,8ºC, em 1996).
Na saída de Urubici em direção a I São Joaquim (2 dias, p. 778), que no inverno fica lotada de turistas em busca de neve, vale uma pausa no mirante da Cachoeira do Avencal – a SC-430 liga as cidades. Ao descer a serra, você vai passar por uma das estradas mais bonitas do Brasil: a Serra do Rio do Rastro, com suas 284 curvas fechadas em 23 km de declive, entre J Bom Jardim da Serra (p. 182) e Lauro Müller. Antes da descida, o mirante no alto da serra é parada certa. A viagem pode terminar no restaurante Il Camino, no município de Nova Veneza, arredores de K Criciúma (p. 302) – a casa serve um farto prato de galinha caipira com polenta.
curitiba e arredores
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Inusitadas formações rochosas, um passeio de trem pela Serra do Mar e a bela Ilha do Mel: atrações da rota que parte da capital paranaense
om belos parques, museus e ótima gastronomia, A Curitiba (5 dias, p. 310) tem um anel rodoviário que dá acesso às principais estradas do Paraná. Visite a capital e siga para o interior pela movimentada BR-476. Após passar por indústrias a perder de vista e pagar um pedágio chega-se a B Lapa (1 dia, p. 323), com seu belo Centro Histórico. Sem enfrentar o tráfego pesado do dia anterior, siga agora por estradas mais tranquilas, que sobem um trecho de serra. Entre na duplicada PR-151 e visite Castrolanda, uma colônia holandesa próxima de C Castro (p. 641). Voltando à pista simples, o próximo destino é D Tibagi (2 dias, p. 901). À direita fica o imponente Cânion do Guartelá. Não é possível vê-lo nitidamente da rodovia, mas vale pagar o ingresso do Parque Estadual do Guartelá e admirar seu esplendor. O caminho de volta é o mesmo até E Ponta Grossa (1 dia, p. 640), base ideal para conhecer o Parque Estadual de Vila Velha e suas intrigantes formações areníticas – a mais famosa, símbolo do parque, lembra uma taça. O acesso à portaria fica no km 515 da BR-376, a melhor rodovia do Paraná. Essa estrada servirá para que você volte a Curitiba – após dois pedágios e uma forte descida de serra. De volta à capital, deixe o carro no hotel, acorde cedinho e dedique um dia ao passeio ferroviário mais bacana do país, que liga a cidade a Morretes: são três
horas na Serra do Mar, cruzando túneis e viadutos (aproveite melhor a vista sentando à esquerda no trem). Lá embaixo, o programa obrigatório é experimentar o barreado – prato típico paranaense. De volta a Curitiba, uma boa ideia para o dia seguinte é – isso mesmo – voltar para F Morretes (1 dia, p. 529). Agora vá de carro, o que permitirá conhecer melhor o litoral e curtir novos ângulos da Serra do Mar: deixe Curitiba pela sempre chata Régis Bittencourt e vá até o km 59, onde você deve dobrar à direita e dirigir lentamente pelos deliciosos 33 km da Estrada da Graciosa, caminho de paralelepípedo construído no século 19. Para apreciar o visual da serra e da Baía de Paranaguá, ao fundo, há providenciais pontos de recuo. O zigue-zague termina em Morretes – quem gostou do barreado pode comê-lo sem se preocupar com o horário de retorno do trem e aproveitar para passear pelo Centro Histórico. O próximo destino é G Paranaguá (p. 587), onde fica o segundo maior porto cargueiro da América Latina (o lugar recebe visitantes, e um guia explica o funcionamento de cada setor). Da cidade partem embarcações para a H Ilha do Mel (5 dias, p. 432) – também há transporte a partir de Pontal do Paraná, a 50 km. As praias da ilha são ótimas, e subir no Farol das Conchas rende uma bela vista do mar, com direito a um pôr do sol cinematográfico.
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rio-santos
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ma estrada construída aos pés da Serra do Mar, bem ao lado do Oceano Atlântico, só poderia render paisagens espetaculares. O trecho da SP-055 e da BR-101 que liga Santos ao Rio de Janeiro é conhecido por sua beleza cênica, alternando travessias de praias e serras – com direito a muitos mirantes pelo caminho. Comece a viagem em A Santos (p. 768) conhecendo o revitalizado Centro Histórico, com suas igrejas, teatros e o belo prédio da Bolsa do Café, onde você pode experimentar a bebida e comprar o grão na cafeteria. Um divertido passeio de bondinho passa por esses locais, mas sem direito a desembarque. Na região, aproveite para conversar com os simpáticos velhinhos do programa Vovô Sabe Tudo, que trabalham como guias turísticos e contam as histórias dos lugares. Outra atração da cidade é o extenso jardim da orla, recheado de atrações como o Parque do Emissário e o Aquário. Bastam cinco minutos de balsa para alcançar o B Guarujá (2 dias, p. 419). Na Praia da Enseada, vale conhecer o Acqua Mundo, um dos maiores aquários da América Latina, com tanque de pinguins e até cinema 3D. Em Pitangueiras, o ponto de encontro é o Shopping La Plage. Nos restaurantes da cidade, a grande estrela é o marisco lambelambe, delicioso prato típico preparado com molho de vinho e tomates.
Depois de experimentar a iguaria, é hora de pegar a estrada até C Bertioga (p. 141), onde fica o Forte de São João, construído pelos portugueses em 1551. O trecho reto da via termina na Praia de Boraceia, em D São Sebastião (6 dias, p. 860), onde começa o sobe e desce que vai até a entrada do Rio de Janeiro. Aproveite melhor os quase 100 km de litoral do município usando as badaladas Juquehy e Maresias como base para conhecer as outras praias da região – sem se deslocar tanto. A próxima parada é E Ilhabela (5 dias, p. 435). Na travessia da balsa já se observa o colorido dos barcos a vela que impulsionam o turismo por ali. A vila central e as praias mais disputadas estão voltadas para o continente, como a movimentada Praia do Curral. Apenas veículos 4x4 conseguem atravessar a ilha e vencer a estrada de 22 km que leva à selvagem Praia de Castelhanos, com mar de águas clarinhas. Última cidade do Litoral Norte paulista, F Ubatuba (5 dias, p. 921) tem orla recortada, cheia de enseadas. Trilhas e estradinhas de terra partem da Rio-Santos em direção a pequenas praias. Para explorar as atrações da região, as hospedagens de Lázaro (sul) e Itamambuca (norte) são boas dicas. Entre Camburi, última praia paulista da Rio-Santos, e G Paraty (6 dias, p. 600), a estrada se distancia do mar. Nesse trecho fica o
Fotos: ©1 Ligia Skowronski, ©2 PRISCILLA BOFFO
roteiros de viagem
Uma das rodovias mais bonitas do Brasil mescla ilhas, passeios de escuna, praias badaladas e paisagens selvagens
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Forte de São João, em Bertioga
programe-se
acesso para Trindade e algumas praias desertas, como Antiguinhos. Em Paraty, o grande barato é caminhar pelas vielas de pedra do Centro Histórico e contratar passeios de barco. O Oceano Atlântico volta a estar presente em todo o percurso até H Angra dos Reis (p. 98). Deixe o carro em um estacionamento de Angra e embarque para a I Ilha Grande (6 dias, p. 445). Passeios de barco, mergulho, Quando ir O verão é ideal para curtir as praias, mas no inverno ocorrem eventos como a Semana de Vela de Ilhabela e a Festa Literária Internacional de Paraty. Imperdíveis restaurantes F Manacá, São Sebastião F Marakuthai, Ilhabela F Le Gite d’Indaiatiba,
Paraty F Les Épices, Guarujá
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Jardim da orla, em Santos
dezenas de trilhas e até atrações históricas: ninguém fica parado na ilha, com dezenas de praias de mar verdinho e transparente. A viagem de Angra até a capital (158 km) é deslumbrante nos 55 km até J Mangaratiba (p. 511). Siga as placas da Barra da Tijuca e entre no K Rio de Janeiro (p. 707) por esse caminho mais longo e mais bonito.
atrações D PRAIA DE Cambury, São Sebastião D Praia Brava da Almada, Ubatuba D Centro Histórico, Paraty Raio x das estradas A rodovia Rio-Santos está entre as mais belas do Brasil – mas seu traçado sinuoso apresenta riscos. Ela mudou pouco desde a década de 70, e as cidades
cortadas cresceram de forma assustadora. Deslizamentos de terra são constantes no verão. Distâncias (em Km) Paraty
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Santos
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São Sebastião
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Ubatuba
Serra da mantiqueira e vale do paraíba
roteiros de viagem
Boa gastronomia, artesanato e pousadas charmosas estão no caminho de quem procura o frio em meio às belas paisagens serranas
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roteiro começa pela melhor rodovia da viagem, a Carvalho Pinto. Mas a tranquilidade acaba logo depois, na confluência com a movimentada Via Dutra (BR-116). Em Guaratinguetá, dobre à direita na SP-171 e rume para A Cunha (3 dias, p. 308), interessante cidade da Serra da Bocaina, com grande concentração de ceramistas – reserve um dia só para conhecer os ateliês – e muitos atrativos naturais, como a Pedra da Macela. Retornando pelo mesmo caminho, visite as duas basílicas de B Aparecida (p. 105) antes de iniciar a jornada pela Serra da Mantiqueira. O Vale do Paraíba fica para trás em Pindamonhangaba, justamente depois da ponte sobre o Rio Paraíba do Sul. Siga pela SP-132 até o entroncamento com a Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro, nos pés da Mantiqueira. Logo chega-se em C Santo Antônio do Pinhal (3 dias, p. 767), ideal para comprar artesanato e se hospedar em pousadinhas com belas vistas panorâmicas.
Araucárias surgem com maior frequência na medida em que D Campos do Jordão (4 dias, p. 251) fica mais próxima. O zigue-zague da SP-123 está próximo do fim e a parada no Mirante da Vista Chinesa (km 44) é praticamente obrigatória. Localizada a 1 628 metros, Campos é a mais alta cidade brasileira e, ao menor sinal de frio, fica lotada de casais que provam fondues no jantar e passeiam por entre bosques e construções de estilo alpino. Um caminho estreito, de curvas fechadíssimas, e finalizado com uma íngreme descida: assim é a estrada (SP-050) para E São Bento do Sapucaí (p. 771). No meio do caminho está o acesso para a Pedra do Baú, cartão-postal da Mantiqueira. No bairro do Quilombo, conheça as esculturas de jacarandá de Ditinho Joana, para depois continuar por um dos trechos mais bonitos da viagem. Seguindo ainda pela SP-050, a estreita rodovia serpenteia a serra e escancara belas paisagens. Em Monteiro Lobato, vire à esquerda e siga pela sinuosa
Fotos: ©1 PRISCILA ZAMBOTTO , ©2 JAIR MAGRI
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Hotel Vila Inglesa, em Campos do Jordão
programe-se
estradinha até F São Francisco Xavier (3 dias, p. 775). O clima romântico impera na vila, que praticamente só funciona nos fins de semana e reúne pousadas charmosas, ateliês e atividades de aventura em meio à natureza. A mineira G Monte Verde (3 dias, p. 520) está próxima a São Xico. São 52 km, sendo 40 km de terra (fica precária em dias chuvosos). Passear no Centro, aproveitar o clima de romance das pousadas Quando ir De maio a setembro, faz frio e chove pouco. Em julho, o preço dos hotéis aumenta muito. Imperdíveis restaurantes F Harry Pisek,
Campos do Jordão F Le Gourmet Bistrot, Gonçalves F provence cottage bistrô,
Monte Verde
Velas na Basílica de Nossa Senhora Aparecida
e caminhar até mirantes no alto das montanhas são ótimos programas na vila. Um caminho precário e cheio de bifurcações une Monte Verde a H Gonçalves (3 dias, p. 395). Prefira retornar até a Fernão Dias (BR381) e vá em direção a Cambuí. Entre no acesso a Córrego do Bom Jesus e suba uma estrada de terra. Gonçalves alia boas pousadas, cachoeiras, trilhas e gastronomia estrelada.
atrações Cerâmica, Cunha D Basílica Nova de N. S. Aparecida, Aparecida C Pedra do baú,
Campos do Jordão e São Bento do Sapucaí
Raio x das estradas Principal ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro, a movimentada Via Dutra corta o Vale do Paraíba: cuidado com os muitos caminhões.
Em contrapartida, a Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro é uma segura estrada serrana. Distâncias (em Km) Aparecida
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S. J. dos Campos
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estâncias de são paulo e minas gerais
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Relaxar em piscinas termais ou fazer esportes de aventura? Os dois têm vez neste roteiro entre os territórios paulista e mineiro
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alneários de águas medicinais fazem a fama das cidades hidrominerais paulistas e mineiras. E ao redor delas, há muitas atrações naturais. A jornada parte de A Jundiaí (p. 498), onde começa a Rodovia Engenheiro Constâncio Cintra (SP-360), também conhecida como Rodovia das Águas. Paciência nos primeiros 20 km, movimentados, até B Itatiba (p. 466). Ali, o Zooparque é um programa para toda a família. O trânsito cai após Itatiba. Aparece o visual das montanhas e um curioso túnel natural de bambus. Em C Morungaba (p. 97) faça uma parada na Doces David para comprar tortas, geleias e sorvetes. Adiante, surge D Serra Negra (2 dias, p. 881), famosa pelo comércio de malhas nas lojas do Centro e pelos hotéis com estrutura de lazer para famílias. Com o mesmo perfil de Serra Negra, E Águas de Lindoia (2 dias, p. 88) reúne fazendas com lazer para a família e um balneário que oferece serviços de spa e banhos de imersão. Próxima das duas cidades, F Socorro (3 dias, p. 886) investe nas atividades radicais. Rafting, arvorismo, quadriciclo e rapel estão no cardápio, assim como as tirolesas “do Pânico” e “Voadora”, ambas com 1 km de extensão,
no Parque dos Sonhos (divisa de São Paulo e Minas Gerais). Um deslocamento de 183 km leva a G Poços de Caldas (3 dias, p. 635), a estância hidromineral que melhor soube se reinventar. As suntuosas termas de 1930 continuam lá, mas nos últimos anos a inauguração de bares e cafés charmosos rejuvenesceu seu público. Prepare-se para o trecho mais longo do roteiro: H São Lourenço (3 dias, p. 782) está a 230 km de Poços de Caldas. Visite o Parque das Águas e aproveite a rede hoteleira para hospedar-se e, dali, conhecer I Caxambu (p.279), J Pouso Alto (p. 643) e K Passa Quatro (p. 590). Após a passagem por tantas estâncias hidrominerais, rume para L Aiuruoca (4 dias, p. 92). Ali está o Pico do Papagaio, com vista para o Pico das Agulhas Negras e a Serra Fina. Do outro lado da cidade, os mais corajosos tomam banho nas cachoeiras do Vale do Matutu. M Conceição do Ibitipoca (4 dias, p. 296) fecha o roteiro à altura – literalmente. As puxadas subidas aos picos da Lombada e do Pião são recompensadas pelo visual. O Parque Estadual tem lagos, grutas e cachoeiras. Para chegar em Conceição é preciso encarar 20 km em estrada de terra.
vale do café e serra da bocaina azendas produtoras de café no século 19 impulsionam o turismo pelo interior fluminense e por duas cidades paulistas na Serra da Bocaina. Saindo do Rio de Janeiro pela Via Dutra, atravesse toda a Baixada Fluminense até o trevo da RJ-127. Siga por mais 60 km em direção a A Vassouras (2 dias, p. 932), onde várias fazendas recebem turistas. Na Santa Eufrásia, os proprietários contam a história do Ciclo do Café vestidos a caráter. Na outra margem do Rio Paraíba do Sul, B Valença (2 dias, p. 932) tem a Fazenda Vista Alegre, com um bistrô no antigo engenho. Próxima a Valença, C Rio das Flores (1 dia, p. 704) cativa com hospedagens como a Fazenda União, de 1836, que exibe móveis da época e lustres de cristal. Pela RJ-145,e depois RJ-143, chega-se a D Conservatória (2 dias, p. 299), onde, nas noites de sábado, seresteiros entoam antigas canções pelo Centro. Após o hiato musical, hora de voltar às fazendas de café. Em E Barra do Piraí (2 dias, p. 136), a 30 km de Conservatória, quase todas as hospedagens têm boa área de lazer. Fim do Vale do Café, começo da Serra da Mantiqueira. Desça a RJ-145 e siga pela Via Dutra,
evitando um pedágio na BR. Entre à direita no trevo de Penedo e encare a sinuosa subida de serra para F Visconde de Mauá (5 dias, p. 939). O clima romântico presente em suas três vilas atrai principalmente casais. Retornando ao pé da serra, faça uma imersão na cultura finlandesa saboreando a culinária típica, em G Penedo (2 dias, p. 624). A 9 km dali, H Itatiaia (3 dias, p. 464) tem uma atração que vale por duas: o Parque Nacional de Itatiaia. Famílias se divertem nas cachoeiras na parte baixa do parque. Na parte alta, aventureiros escalam os desafiadores picos – o acesso até lá é feito por uma via precária de 17 km entre a BR-354 e a portaria do Parque. Continue pela Via Dutra e atravesse a divisa com São Paulo. Em Queluz, vire na Rodovia dos Tropeiros (SP-068), que corta a Serra da Bocaina. Em I São José do Barreiro (2 dias, p. 779), só veículos 4x4 conseguem subir a estrada para o Parque Nacional da Serra da Bocaina – uma agência faz passeios na região. Almoce no restaurante da Dona Licéia, no sítio da proprietária, em Arapeí, no meio do caminho para J Bananal (1 dia, p. 124), onde a pedida é hospedar-se em antigas fazendas cafeeiras já utilizadas como locação de novelas.
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roteiros de viagem
Preparado para uma volta ao passado? Conheça a história do Ciclo do Café em antigas fazendas numa viagem embalada ao som da seresta
Serra fluminense e região dos lagos
roteiros de viagem
Não é apenas a capital do Rio de Janeiro que continua linda. Descubra outras regiões do estado que merecem ser chamadas de maravilhosas
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lencar as melhores entre tantas atrações do A Rio de Janeiro (8 dias, p. 707) é uma tarefa ingrata. Se for a sua primeira vez na capital e você tiver pouco tempo, não há segredo: suba ao Cristo Redentor, admire o Jardim Botânico, faça o passeio de bondinho ao Pão de Açúcar e caminhe nos calçadões de Ipanema e Copacabana – programas obrigatórios. Explorar as ruas centrais é voltar no tempo: bares centenários se misturam a igrejas barrocas e construções históricas, como o Theatro Municipal e a tradicional Confeitaria Colombo (mas evite circular por essa região aos domingos, pois o comércio fecha e as ruas ficam desertas). Está com tempo para viajar pelos arredores? Faça como Dom Pedro II: refresque-se das altas temperaturas buscando o clima ameno da serra. Saindo do Rio de Janeiro pela BR-040, a viagem até B Petrópolis (5 dias, p. 612) dura pouco mais de uma hora devido aos cotovelos da subida da serra. O Museu Imperial, a Catedral de São Pedro de Alcântara e o Palácio de Cristal aparecem imponentes no Centro da cidade, entre tantas
outras construções. A 20 km, o distrito de Itaipava concentra os melhores restaurantes. Itaipava marca o início da mais bonita estrada de montanha do país. Ela atravessa toda a Serra dos Órgãos e oferece vistas deslumbrantes a cada curva. Do outro lado da serra, C Teresópolis (3 dias, p. 897) é a melhor cidade para explorar as trilhas do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, onde fica o Pico Dedo de Deus (1 692 m). Não deixe de provar um banquete russo no Restaurante Dona Irene. A rodovia que vai a D Nova Friburgo (4 dias, p. 571) tem o sugestivo nome de Terê-Fri (leia quadro na p. 900). Seus quase 70 km são recheados de hotéis-fazenda e bons locais para compras. O mais bacana de Friburgo está fora do Centro: Mury tem bons restaurantes e Lumiar (p. 509) e São Pedro da Serra, pousadas agradáveis e cachoeiras. Outra rodovia, também de nome sugestivo, leva às cidades litorâneas: é a Serramar (RJ-162), que segue paralela ao Rio Macaé. Chegando na BR-101, siga à esquerda até Rio Dourado e pegue a estrada para E Rio das Ostras (p. 704). Tome um banho na Praia de Costazul, a mais badalada da cidade, antes de seguir para F Búzios (6 dias, p. 221).
Fotos: ©1 FLAVIO VELOSO, ©2 ROBERTO GOMES
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Sala de Jantar do Museu Imperial, em Petrópolis
programe-se
Península com cara de ilha, a cidade tem praias com diversos perfis. Mas, à noite, o endereço é um só: o corredor formado pela Rua das Pedras e a Orla Bardot, com bares, restaurantes estrelados e lojas que proporcionam o melhor footing do litoral norte fluminense. G Cabo Frio (p. 231) merece um pit stop se a ideia é comprar biquínis. A vizinha H Arraial do Cabo (3 dias, p. 119) é alcançada por uma
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estrada entre as dunas e o mar. Com vida marinha abundante, os melhores programas são mergulhar e fazer o passeio de barco até a Praia do Farol. Volte para o Rio de Janeiro pela Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106). Em I Saquarema (p. 873), conheça as praias que originaram a fama do surfe no estado. Por fim, o Museu de Arte Contemporânea é a obra-prima que Oscar Niemeyer deixou para J Niterói (p. 568).
Quando ir Para fazer serra e litoral em uma tacada só, o ideal é ir no outono ou na primavera. Assim, você evita as fortes chuvas do verão e escapa dos preços altos da temporada de inverno.
atrações
Imperdíveis restaurantes F F F Roberta Sudbrack,
Raio x das estradas As três estradas que ligam a capital aos destinos serranos são movimentadas. Atenção na BR101, com pista simples e tráfego intenso no trecho entre Rio
Rio de Janeiro F F Dona Irene, Teresópolis F Sollar, Búzios
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Morro do Corcovado, no Rio de Janeiro
DA Cristo
Redentor, Rio de Janeiro DA Museu Imperial, Petrópolis D Praia do Pontal do Atalaia, Arraial do Cabo
Bonito e Casimiro de Abreu. No litoral, as duplicadas BR-101 e Via Lagos fluem bem até Búzios. Distâncias (em Km) Arraial do Cabo
38
Búzios
191
146 Nova Friburgo
207
216
122 Petrópolis
170
179
141
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Rio de Janeiro
roteiros de viagem
cidades históricas de minas gerais Obras dos mestres do barroco mineiro se encontram com a arte contemporânea e o autêntico artesanato brasileiro nesta viagem
E
stilo rococó, barroco, Aleijadinho, Mestre Athaíde, feijão-tropeiro, Inconfidência Mineira... Estas palavras estarão presentes durante toda a viagem. Saindo de Belo Horizonte pelo movimentado Anel Rodoviário e a sinuosa BR-262, A Sabará (p. 741) é alcançada em 30 minutos. No Centro Histórico, o primeiro contato com as obras de Aleijadinho é feito nas igrejas Matriz Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora do Carmo. Fora do centro, as imagens na Igreja de Nossa Senhora do Ó simbolizam elementos orientais. Ainda se aclimatando às curvas das estradas mineiras, após cruzar B Caeté (p. 233), deliciese com uma linda estrada de terra – são 44 km atravessando montanhas. Do outro lado da via, o Parque Natural do Caraça – que pertence a C Catas Altas (p. 279), mas fica mais próximo de D Santa Bárbara (4 dias, p. 763) – é programa dois em um: apresenta trilhas para
picos e cachoeiras, além de um santuário com igreja gótica e museu. Programe-se para visitar E Mariana (2 dias, p. 515) entre sexta e domingo, quando há concertos na Catedral Basílica da Sé, com pinturas de Mestre Athaíde. Depois, a pedida é conhecer a Mina de Ouro da Passagem. Uma movimentada avenida faz a ligação com F Ouro Preto (5 dias, p. 579). Aqui, percorra a pé as estreitas ladeiras da cidade. Em cada esquina, surge uma preciosidade barroca: igrejas, museus, imponentes casarões e ateliês. Uma rodovia cheia de curvas, sujeita a quedas de barreira, leva a G Congonhas (p. 298). Bastam duas horas para conhecer a Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, conjunto formado pela igreja, as seis Capelas dos Passos – com imagens pintadas por Mestre Athaíde – e os 12 profetas esculpidos em pedra-
Fotos: ©1 FERNANDO PIANCASTELLI, ©2 BRUNO SENNA
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Igreja Nossa Senhora do Carmo, em Ouro Preto
programe-se
sabão por Aleijadinho e seus auxiliares. Ainda extasiado com o primor barroco, deixe Congonhas pela BR-383, uma rodovia menos sinuosa, que termina em H São João del Rei (2 dias, p. 777), onde a arte divide a atenção com um museu sobre o ex-presidente Tancredo Neves. Um pequeno trecho de apenas 8 km da Estrada Real leva a I Tiradentes (4 dias, p. 904), a pequena cidade nos pés da Serra de São Quando ir Com clima ameno, a região pode ser visitada o ano todo. Quem busca sossego deve evitar os feriados, quando as cidades ficam mais movimentadas. Imperdíveis restaurantes F Pau de Angu, Tiradentes F Tragaluz, Tiradentes atrações D santuário do Caraça, Catas Altas
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Obra de arte no Instituto Inhotim, em Brumadinho
José. Pelas ruas de pedra do Centro Histórico, misturam-se igrejas barrocas, pousadinhas charmosas, restaurantes românticos, ateliês e lojinhas de artesanato. Prepare-se para o maior deslocamento do roteiro: 236 km até J Brumadinho (3 dias, p. 189), metade deles na duplicada Fernão Dias (BR-381). Ali, o estilo colonial dá lugar à arte contemporânea no fantástico Instituto Inhotim.
DA Matriz de N. S.
do Pilar, Ouro Preto DA Igreja de São Francisco de Assis, Ouro Preto DA Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas DA Instituto Inhotim, Brumadinho Raio x das estradas Algumas rodovias são estreitas e sujeitas a queda de barreiras. Evite a BR-381 entre Belo Horizonte
e o trevo para Santa Bárbara, utilizando a MG-262 até Caeté, seguindo por estrada de terra. Distâncias (em Km) Belo Horizonte
55
Brumadinho
100
144 Ouro Preto
120
172
80
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147
Santa Bárbara João 227 São del Rei
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