MIT Revista 57

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re v is ta gabrIel MedIna O furacão brasileiro

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BRASIL | CHILE | COLÔMBIA | PERU | MÉXICO | NOVA IORQUE | LONDRES | HONG KONG


editorial

CoMeMoraNdo UM NoVo aNo

P

ara nós é um orgulho começar um novo ano com tantas coisas para comemorar. Vamos começar com Gabriel Medina, nossa capa. Com apenas 20 anos, esse atleta Mitsubishi atingiu um patamar de superação de obstáculos inédito: é o primeiro brasileiro a se tornar campeão mundial

de surfe. Paulista de São Sebastião, criado na praia de Maresias, Gabriel recebeu em casa o repórter Thiago Medaglia. Falou da infância, da importância da família em sua vitória, dos adversários – e até surfaram juntos. Dois mitos que também celebramos nesta edição são o Lancer GT e o Lancer Evo X John Easton. Ambos representam o state of the art de uma tradição iniciada 40 anos atrás. Sedã de design sedutor, o Lancer GT é agora fabricado no Brasil pela Mitsubishi na planta de Catalão, Goiás. Quanto ao segundo, trata-se de uma versão ainda mais apimentada do célebre Lancer Evo X, com tiragem limitada a 90 exemplares. Feito especialmente para o consumidor brasileiro que gosta de alta performance, o carro, com motor de 340 cavalos, leva a assinatura do inglês John Easton – um dos mais respeitados preparadores automobilísticos da Europa. Neste número da MIT Revista você encontra ainda a cobertura completa do 37º Rally Dakar. Único time brasileiro a participar da competição off-road mais exigente do planeta, a equipe Mitsubishi Petrobras fez bonito, terminando a prova entre os top ten com o ASX Racing pilotado por Carlos Sousa e tendo como navegador Paulo Fiuza. Não deixe de conferir também a programação dos eventos para 2015: quem gosta de terra e aventura encontrará muitas novidades nos ralis Mitsubishi MotorSports, Mitsubishi Outdoor e Mitsubishi Cup. Enquanto isso, a turma que prefere acelerar no asfalto vai se deliciar com o calendário do Lancer Evo Day, do Fun Day e da Lancer Cup – esta, além das quatro etapas no Velo Città, terá corridas nos autódromos de Goiânia (GO), Interlagos (SP) e em uma terceira pista a ser definida. f e r n a n d o d i r e t o r

p a i v a

e d i t o r i a l

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[Mitrevista] março 2015





sumário

divulGação

86

8

48

70

86

gabriel medina

exclusividade é isso

made in brazil

O talento incomum do primeiro brasileiro

O lodge da Wilderness Safaris, que ocupa

Agora fabricado pela Mitsubishi em Catalão

campeão mundial de surfe foi lapidado

uma ilha particular no arquipélago das

(GO), o novo Lancer GT mantém sua tradição

com disciplina, muito treino e o apoio

Seychelles, no oceano Índico, mescla

de 40 anos: um sedã de design exclusivo,

incondicional da família

conforto sem igual e privacidade absoluta

alta performance e muito conforto

60

80

96

no caminho de cabral

ms. robinson

dakar: vitória da resistência

Pedalar os 110 quilômetros da Costa

Sem pedantismo ou frescura, a inglesa

No maior rali do planeta, a equipe Mitsubishi

do Descobrimento é um jeito inesquecível

Jancis Robinson se tornou a mais respeitada

Petrobras mostra força e termina o Dakar

de conhecer o litoral sul da Bahia

crítica sobre vinhos no mundo

como a terceira potência da competição

[Mitrevista] março 2015

foto de capa: ted Grambeau


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R E V I S T A Publicação trimestral da Custom Editora Ltda. Sob licença da MMC Automotores do Brasil S.A. CONSELHO EDITORIAL André Cheron, Carolina Barretto, Fernando Julianelli, Fernando Paiva, Humberto Fernandez e Patrícia de Azevedo Poli REDAÇÃO Diretor Editorial Fernando Paiva fernandopaiva@customeditora.com.br Diretor Editorial Adjunto Mario Ciccone mario@customeditora.com.br Redator-chefe Henrique Skujis henriqueskujis@customeditora.com.br Repórter Juliana Amato julianaamato@customeditora.com.br Estagiário Raphael Alves raphaelalves@customeditora.com.br ARTE Diretor Ken Tanaka kentanaka@customeditora.com.br Editora Karen Yuen karenyuen@customeditora.com.br Assistente Guilherme Freitas guilhermefreitas@customeditora.com.br Prepress Roberto Quevedo robertoquevedo@customeditora.com.br Projeto Gráfico Alessandro Meiguins e Mariana Henriques PRODUÇÃO EXECUTIVA E PESQUISA DE IMAGENS Rita Selke ritaselke@customeditora.com.br COLABORARAM NESTE NÚMERO Texto Alessandra Lariu, Caio Vilela, Fernando Solano, Flavia Pegorin, Luís Patriani, Marcello Borges, Mauro Marcelo Alves, Patricia Broggi, Pedro Henrique Araújo, Renato Góes, Thiago Medaglia, Thiago Padovanni, Walterson Sardenberg So, Valdemir Cunha, Xavier Bartaburu Fotografia Adriano Carrapato, Aleko Stergiou, Andrew Howard (Wilderness Safaris/ Hammer Design), Cadu Rolim, Caio Vilela, David Levenson/Alamy (Latinstock), Gustavo Epifanio, Hugo Galindo, Jair Bortoleto, Jorge Mesquita, José Mário Dias, Marcio Machado, Munir el Hage, Murilo Mattos, Ricardo Leizer, Ricardo Rollo, Victor Eleuterio, Sergio Schvaicer, Ted Grambeau, Tom Papp, Valdemir Cunha, Zuma Press / Keystone Brasil Ilustração Pedro Hamdan Infografia Paulo Nilson Revisão Goretti Tenorio

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PUBLICIDADE E COMERCIAL Diretor Executivo André Cheron andrecheron@customeditora.com.br Diretor Comercial Oswaldo Otero Lara Filho (Buga) oswaldolara@customeditora.com.br Gerente de Publicidade e Novos Negócios Marco Taconi marcotaconi@customeditora.com.br Gerente de Negócios Fernando Bonfá fernandobonfa@customeditora.com.br Executiva de Negócios Bruna do Vale brunadovale@customeditora.com.br REPRESENTANTES BBI Publicidade Interior de São Paulo Tel. (11) 95302-5833 Tel. (16) 98110-1320 GRP - Grupo de Representação Publicitária PR – Tel. (41) 3023-8238 SC/RS – Tel. (41) 3026-7451 Media Opportunities Comunicação Ltda. DF – Tel. (61) 3447-4400 MG – Tel. (31) 2551-1308 RJ – Tel. (21) 3072-1034 DEPARTAMENTO FINANCEIRO-ADMINISTRATIVO Analista Financeira Carina Rodarte carina@customeditora.com.br Assistente Alessandro Ceron alessandroceron@customeditora.com.br Impressão e acabamento Log&Print Gráfica e Logística S.A. Tiragem 108.500 exemplares Auditado por

Custom Editora Ltda.

Av. Nove de Julho, 5.593 - 90 andar - Jd. Paulista São Paulo (SP) - CEP 01407-200 Tel. (11) 3708-9702 E-mail: mit.revista@customeditora.com.br ATENDIMENTO AO LEITOR atendimentoaoleitor@customeditora.com.br ou tel. (11) 3708-9702 MUDANÇA DE ENDEREÇO DO LEITOR Em caso de mudança de endereço, para receber sua MIT Revista regularmente, mande um e-mail com nome, novo endereço, CPF e número do chassi do veículo


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Alta Performance em Harmonia com o Meio Ambiente. As tintas Axalta têm tudo a ver com quem adora pôr o carro em uma aventura. São feitas para resistir às ações do clima e terreno e todas as situações que um rali pode oferecer. O time global de cientistas Axalta trabalha para desenvolver produtos inovadores, de alto desempenho e responsáveis pelo meio ambiente, porque também é nosso papel preservar os diferentes cenários que a natureza colore no Brasil e no mundo. Para certificar a qualidade, basta olhar um carro Mitsubishi. Todos os veículos feitos no Brasil são pintados com tintas Axalta.

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colaboradores

Fazia frio em 1993, quando Walterson

Quando morou em Paris, Mauro Marcelo

Valdemir Cunha é jornalista e fotógrafo,

Sardenberg S entrou no estádio, no Japão,

Alves percebeu: as conversas sempre acabavam

especializado em viagens, natureza e cultura

para ver a final do Mundial de Clubes entre

em vinho. Quase uma religião, que acabou

brasileira. Viajou por mais de 80 países e

São Paulo e Milan, que cobria para a revista

adotando. Ao voltar ao Brasil, tornou-se crítico

por todos os cantos do Brasil. Tem 20 livros

Placar. Recebeu um pacotinho de plástico, o

gastronômico no Jornal da Tarde e na Vejinha e,

publicados. Oito deles por sua própria editora,

hokkairo. A instrução: abrir o tal pacotinho e

depois, comandou a cozinha de dois restaurantes

a Origem. O mais recente é Passageiro do Olhar.

guardá-lo no bolso da camisa. Por meio de

montados por ele em Minas Gerais. De volta ao

Inquieto, procura maneiras diferentes de viajar.

uma reação química, o hokkairo esquentaria o

jornalismo, é colunista do site Luxo, do portal iG,

Dessa forma, a bicicleta transformou-se em

corpo. Sardenberg, jornalista com 36 anos de

e editor de vinhos da revista Gula. Nesta edição,

um de seus meios de locomoção na busca de

atuação, lembrou-se de incluir o hakkairo na

assina o perfil da inglesa Jancis Robinson, a

imagens. Assim ocorreu na reportagem sobre

seção “Porta-Malas”, que fez para esta edição.

mulher que mais conhece vinhos de planeta.

o sul da Bahia, feita para este número de MIT.

Ouvir as histórias de um roteirista de cinema

Autor do perfil de Gabriel Medina, Thiago

Xavier Bartaburu é jornalista e fotógrafo

que rodou o Sul e o Sudeste do país, a bordo

Medaglia é jornalista profissional e surfista

tarimbado nos universos das viagens, do meio

de um Mitsubishi ASX, para vasculhar artistas

amador. Esteve nas redações das revistas

ambiente e da cultura popular. Por mais de

plásticos que fazem arte a partir do lixo. Eis a

National Geographic e Terra. Encontrou Medina,

uma década, este uruguaio descendente de

tarefa de Pedro Henrique Araújo nesta

o melhor surfista do mundo, diante da casa do

bascos e criado em São Paulo foi editor da

edição. Ele é jornalista, DJ e pesquisador da

rapaz, na praia de Maresias, litoral paulista. Seu

revista Terra. Paralelamente, é compositor,

música brasileira. Já passou pelas redações de

testemunho: “Dentro d’água, incansável, ele

pianista e arranjador do grupo Nhambuzim, cuja

Placar e Veja São Paulo. No momento, trabalha

dava aéreos e rasgadas fluidas. Um monstro!

ideia é verter em música o universo do escritor

na revista Vice e colabora com frequência para

Na saída do mar, muitos autógrafos. O relato

Guimarães Rosa. Nesta edição, Bartaburu

Brasileiros, Revista da Cultura e Rolling Stone.

completo está a partir da página 48.

escreve sobre um clássico: o lápis Caran d’Ache.

o

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o chão sob nossos pés {por Caio Vilela}

terra

caio vilela

Passeio subterrâneo

SUBESTImADo E ISoLADo, o PARqUE TERRA RonCA, Em GoIáS, ESConDE ALGUmAS DAS mAIoRES CAvERnAS DA AméRICA Do SUL

S

ão cinco horas de carro de Brasília até São Domingos, no pé da

Com uma área total de 57 mil hectares (o equivalente a 70 mil cam-

serra Geral, divisa dos estados de Goiás e da Bahia. Em uma

pos de futebol), o Peter abriga um dos principais conjuntos de terrenos

viagem bem planejada, é possível embarcar de manhã do aero-

cársticos da América Latina. Sua camada de rocha sedimentar sob o solo

porto de sua cidade e, com a ajuda de um carro alugado, chegar

do cerrado desenvolve cavidades naturais com a ação da água há mais

a tempo de ver o pôr do sol escutando a terra roncar ao lado de uma

de 620 milhões de anos. De suas centenas de cavernas, apenas 40 já

gigantesca boca de caverna. Longe de qualquer sinal de celular e rode-

foram mapeadas. Com 14 quilômetros de túneis, a Angélica está na lista

ado por um cenário paleolítico, você vai sentir o esforço recompensado

das dez maiores do Brasil. Do lado de fora, o cerrado e a mata de galeria

ao explorar o Parque Estadual Terra Ronca (Peter), um ambiente natural

abrigam animais como lobo-guará, tatu-canastra, veado-campeiro, onça-

monumental, quase intocado e, diga-se, esquecido pelas autoridades.

-pintada, arara-azul e tamanduá-bandeira.

Com quatro dias – dois em trânsito e dois por lá – o viajante conhece

Apesar de tamanho tesouro, o Peter existe apenas no mapa. Desde

o melhor do parque: as cavernas Angélica e Terra Ronca I e II, comple-

sua criação, em 1989, não há funcionários, placas de orientação, taxa

tamente diferentes entre si, na morfologia e na história geológica.

de visitação ou plano de manejo ativo. Dentro de seus limites vivem 900

Um guia é fundamental (contate o Ramiro, por meio dos telefones das

pessoas. Seu patrimônio natural segue à mercê de grileiros, ocupação com

pousadas), mas as trilhas de acesso são claras e, uma vez debaixo da

soja, gado, carvoarias e outras ameaças ambientais. E sua preservação,

terra, os caminhos são bem marcados. Lá dentro, rios de água potável

sob o juízo dos esporádicos visitantes e de anjos da guarda voluntários.

alimentam ecossistemas frágeis, adentram sumidouros e esculpem túneis com variados processos de sedimentação, criando ambientes que deixam o visitante boquiaberto. A temperatura cai a cada passo rumo à escuridão. Fora a respiração e o barulho dos passos dos exploradores, ouve-se somente e ocasionalmente o gotejamento das estalactites. 18

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SerViço a melhor época é a estação seca, de maio a outubro, por causa das condições das estradas. em são Domingos, a pousada Uirapuru (tel. 62 3425-1202) é a única hospedagem. para ficar mais próximo das cavernas: lua de são João (tel. 62 9663-0592) e são Mateus (pousadasaomateus.com.br).



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a essência da vida no planeta {por Walterson Sardenberg So}

agua ´

Cruzeiro entre montanhas

navegaR PeLo RIo PI, no suL Da CHIna, é enCantaR-se CoM uM CenáRIo gRanDIoso – e suRReaLIsta

a

esculpidas pelo tempo, na sucessão de centenas de montanhas, muitas

arados nas plantações de arroz. tão ou mais curioso é ver os voos dos

s crianças costumam enxergar desenhos figurativos nas

uma China que é o avesso dos arrojados arranha-céus de Xangai ou Hong

nuvens. estimula a imaginação. algo semelhante ocorre em

kong. no lugar da modernidade e da tecnologia, topa-se com um país

um cruzeiro pelas águas verde-jade do rio Pi, no sul da China.

arcaico – e nem por isso menos fascinante. os pescadores movem-se em

em vez de nuvens, a diversão consiste em decifrar as figuras,

jangadas de bambu. as mulheres lavam roupas no rio. os búfalos puxam

delas pontiagudas. as formações protuberantes e escavadas, provoca-

cormorões. alguns desses pássaros foram treinados para trazer peixes

das por milênios de erosões, formam uma paisagem de talhe surrealista.

à tona. um argola presa no bico impede essas pobres e iludidas aves de

Lá estão, por exemplo, o morro do Morcego, a montanha dos Cinco tigres

engolir suas vítimas. Cruzeiros no mar podem provocar tédio, pelo longo

apanhando uma Cabra e o pico do Pincel. De tão impressionante, o ce-

tempo sem terra à vista. navegar pelo rio Pi, porém, é

nário serviu a george Lucas como sendo o planeta kashyyyk, no terceiro

embrenhar-se pela China milenar, que se descorti-

episódio da série Guerra nas Estrelas. o cineasta não foi original. as mon-

na a cada segundo diante de olhos

tanhas da região, afinal, são objeto dos artistas plásticos chineses há

tão maravilhados quanto

pelo menos 13 séculos. elas aparecem até mesmo no verso da nota de

os das crianças deci-

20 yuans, a moeda local. o cruzeiro percorre 81 quilômetros em

frando nuvens.

um barco de dois andares e fundo chato. Começa em guilin e termina, quatro horas depois, em yangshuo. Pelo trajeto, há

Serviço guilin fica a 2h30 de voo a partir de Pequim. ou apenas 1 hora para quem sai de Hong kong. a época ideal para fazer o cruzeiro vai de outubro a abril. De maio a setembro a visibilidade é reduzida, em virtude das chuvas.

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keystone © BILDgentuR-onLIne

muito mais do que montanhas encantadoras. Percorre-se



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o mundo visto do alto {por Walterson Sardenberg So}

ar

no topo do topo

soBrEvoar BEm dE PErto três vulCõEs ainda ativos é ProGrama EmoCionantE na nova ZElândia

C

onta a lenda que em 950 a.C. o navegador polinésio Kupe,

quadrados – ou 13 vezes a ilha de manhattan –, é um dos parques

depois de dias de tempestade, deslumbrou-se ao desembar-

nacionais mais antigos do planeta. assim foi designado em 1887,

car na ilha norte – umas das duas que formam a nova Zelân-

somente 22 anos depois do primeiro parque nacional da história, o de

dia. o lugar tinha clima agradável, terras férteis e nenhum

Yellowstone, nos Estados unidos.

animal selvagem de porte para atrapalhar. Kupe fez mais viagens,

onde ficar? no próprio parque. o Bayview Chateau tongariro é

trazendo outros maoris, e ali se instalou, batizando o lar de aotearoa.

uma magnífica construção de 1929, baseada no estilo da Era Geor-

ou “a terra da longa nuvem branca”. ainda hoje, a nova Zelândia faz

giana (1714-1830) do reino unido.

virar a cabeça, não tanto para olhar as nuvens, mas para divisar os muitos picos nevados. no Parque nacional tongariro, no centro da ilha norte, uma das mais fascinantes propostas é mudar o ângulo de visão: ver as montanhas de cima, voando bem próximo do topo delas, em hidroavião, helicóptero ou em um bimotor Cessna 206. Já seria emocionante pelas dimensões dos três picos principais, alinhados um ao lado do outro, em caprichada composição da natureza. o ruapehu tem 2.797 metros; o ngauruhoe, 2.290 metros; e o tongariro, 1.968 metros. Há um atrativo adicional nesses voos de contemplação: as três montanhas são vulcões ainda na ativa, divulGação

cumprindo expediente. a mais recente erupção foi a do tongariro, em agosto de 2012. sobrevoar essas crateras, portanto, é admirar o magma de uma maneira, com o perdão da expressão, magnânima. Caminhar entre os vulcões, em um trekking de oito horas, também fascina. ouvem-se, de repente, estranhos ruídos vindos das entranhas da terra. alguns deles assemelham-se aos apitos de uma locomotiva a vapor. não se assuste: a atividade vulcânica é monitorada, minuto a minuto. além dos vulcões, o visitante depara-se com lagos cor de esmeralda, fontes termais e prados alpinos. a preserva-

GEttY imaGEs

ção é irrepreensível. afinal, o tongariro, com seus 800 quilômetros

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[Mitrevista] março 2015

Serviço a depender do meio de transporte aéreo, o programa de 30 minutos custa de 245 a 395 dólares neozelandeses, por pessoa. o equivalente a cerca de r$ 500 e r$ 815. Entre outras, oferecem o passeio as companhias taupo scenic Flights Plane (www.tauposfloatplane.co.nz) e mountain air (www.mountainair. co.nz). o site do Bayview Chateau tongariro é www.chateau.co.nz. a viagem pode ser organizada pela Kangarro tours, tel. (11) 3509-3800, www.kangarootours.com.br, agência de turismo especializada na oceania.


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porta-malas

a bagagem do aventureiro {por Walterson Sardenberg So}

Felicidade cai do céu a história por trás dos equipamentos usados para se divertir na neve

n

o dia 7 de agosto de 1879, os moradores de vacaria levaram um susto ao abrir as janelas de seus sobrados. a cidade gaúcha se tornara uma paisagem alpina. havia mais neve que em um conto americano de natal. infelizmente, não era possível abrir também as portas e sair para comprar o sagrado mate para o chimarrão. a camada de neve chegava a 2 metros. apesar dos louváveis

esforços do município catarinense de são Joaquim, mais recentes, e da própria vacaria, nunca mais as ditas

precipitações atmosféricas do gênero foram tão agudas no país. nem por isso deixamos de esquiar. não se sabe de brasileiros que tenham praticado esse esporte na áfrica – sim, há uma estação, no marrocos. mas, a cada temporada, aumenta o contingente de nossos conterrâneos nas estações da argentina, Chile, Canadá, estados unidos e países da europa. “há 20 anos, raríssimas agências de turismo ofereciam pacotes de esqui. hoje, são mais de 15 empresas especializadas”, diz guilherme maia rosa, proprietário de uma das pioneiras e mais confiáveis, a monreal, em são paulo (www.monrealturismo.com.br). guilherme, 39 anos, foi o consultor desta seção. ele disputou três mundiais de esqui representando o país. Foi vice-campeão brasileiro, além de instrutor nos eua e na áustria. nunca esquiou em vacaria.

mais de 4 miLÊnios ninguém sabe quando o esqui surgiu. decerto há mais de 4.500 anos, idade do esqui mais antigo encontrado. está exposto no museu djurgarden, em estocolmo, na suécia. no decorrer de milênios, o esqui foi só um meio de locomoção. virou esporte em 1860, quando o rei da noruega premiou uma prova de saltos. passados 51 anos, o inglês arnold Lunn organizou a primeira competição de esqui alpino. em 1930, o austríaco rudolph Littner, visionário, recobriu de metal as bordas dos esquis, facilitando as manobras nas superfícies duras. mas só nos anos 1970 as lâminas de aço circundando as laterais passaram a ter uso corrente. Já então os melhores esquis eram produzidos não mais apenas de madeira, mas em “sanduíche” de fibra de vidro, madeira e plástico. hoje, os mais modernos são de titânio, com espuma injetada e fundo de plástico. outro salto da década de 1970: as rudimentares tiras que prendiam as botas foram abandonadas em prol do binding. essa presilha se solta em uma queda eventual, deixando os pés livres e evitando fraturas. tanta tecnologia permitiu aos esquis diminuírem. mediam acima de 2 metros. agora, têm menos de 1,60 metro, como os modelos ao lado, da empresa francesa rossignol. www.rossignol.com Em 1930, o inglês Arnold Lunn organizou a primeira prova de esqui alpino. As peças eram de madeira. Hoje, são de titânio

© Corbis


O PÉ COMANDA Os anos 1970 são descritos como a década que o bom gosto esqueceu. Basta lembrar os carros com capota xadrez e os sapatos-plataforma. Ainda assim, foram revolucionários para o esqui. Antes deles, as botas eram de couro com cadarço de barbante. A partir daí passaram a ser de plástico rígido, com travas fazendo o papel de fechos. Tal mudança facilitou o controle dos movimentos e proporcionou mais segurança e precisão nas manobras. Por dentro do plástico rígido, há um revestimento maleável – e removível para a limpeza. A tecnologia avança no aperfeiçoamento desse forro. Nas lojas da Strolz, ele é feito com espuma expandida diretamente sobre os pés do esquiador, de modo a personalizar o ajuste. Já as botas para snowboard são bem diferentes. A modalidade implica velocidades menores e impactos mais suaves. Por isso, as botas são mais flexíveis, de materiais como couro e espuma sintética. A maior novidade fica por conta dos modelos termomoldados da Nike. À medida que a bota é usada no decorrer do dia, seu forro muda de formato, sob a orientação do calor dos pés. www.strolz.at As botas da Strolz têm o forro moldado conforme os pés do esquiador

PENAS DE GANSO Os casacos agora são de Gore-tex. Esse tecido não deixa a água entrar, mas permite que a transpiração do corpo se esvaia. Nos

O estilista Remo Ruffini levou os casacos da Moncler ao topo da moda

dias realmente frios, usa-se um casaco espesso, confeccionado com gomos preenchidos por penas de ganso. No passado, o resultado estético deixava a desejar. O esquiador ficava parecido com o bonequinho da Michelin. Hoje, roupas do gênero se tornaram elegantes a ponto de serem trajadas por celebridades fashion fora das pistas. Um dos principais responsáveis por isso é a grife Moncler. Criada na França em 1952, quase faliu nos anos 1990. Comprada em 2003 pelo estilista italiano Remo Ruffini, subiu ao topo recorrendo ao marketing como lift. Esquiadores tradicionais preferem a marca The North Face, iniciada em 1966 por dois alpinistas americanos, Doug Tompkins e Kenneth Klopp.

fotos divulgação

eng.moncler.com

creative commons


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porta-malas O AR DA GRAÇA

A invenção do kitesurf é atribuída aos irmãos franceses Bruno e Dominique Legaignoux. Em 1985, eles começaram a surfar movidos pelo vento, com a ajuda de um kite (papagaio ou pipa), fixado a quatro cabos presos à cintura. Cinco anos depois, a ideia foi transferida para a neve. A maior diferença: em vez das bexigas pré-infladas, o kite tem gomos preenchidos pelo vento, evitando que o esquiador seja arrastado quando a pandorga – ou melhor, o papagaio – chega ao solo. O snowkite, por resultar em vertiginosas velocidades (próximas dos 70 km/h), exige várias recomendações. As principais: só deve ser praticado por esquiadores experientes e, de preferência, em superfícies planas. Os snowkitistas Sebastian Copeland e Eric McNair-Landry bateram o recorde mundial da modalidade ao percorrer 2.300 quilômetros da Groenlândia. Usavam kites da marca Ozone. www.flyozone.com

O snowkite permite altas velocidades e percursos longos. Com ele, sebastian Copeland bateu o recorde de distância: 2.300 km

wikimedia commons

SURFE GELADO Surfar sobre a neve é uma ideia com tantos precursores quanto a bossa nova. O primeiro sujeito digno de citação é o americano Shermann Poppen. No Natal de 1965, ele juntou dois esquis velhos e fez uma prancha para a filha. Os vizinhos vibraram, copiaram e deram à brincadeira o nome de snurfer (snow com surfer). O batismo não pegou. A modalidade, sim. Em especial, a partir de 1977, graças a dois skatistas californianos, que se tornariam concorrentes. De um lado, Jake Burton Carpenter. Do outro, Tom Sims (em dupla com o amigo Chuck Barfoot). Eles começaram a desenvolver os modelos de snowboard, já com binding – o dispositivo para prender as botas – e aço revestindo as laterais. Acertaram a mão. Ainda hoje, as marcas Burton e SIMS estão na linha de frente, com algumas léguas de vantagem para a primeira. A mais recente sacada: as lâminas de aço laterais têm o formato de serras de pão. www.burton.com e www.simsnows.com 26

[Mitrevista] março 2015

Desde 1977, as marcas Burton e siMs disputam a ponta no snowboard


CARONA AÉREA A neve nova, alta, seca, fina e virgem é chamada de powder dry (pó seco). Ela está para o esqui assim como o vento forte de popa para o velejador; e a bola quicando em frente ao gol para o centroavante. “No powder, o controle de manobras é muito maior e o risco de acidentes, muito menor”, explica o esquiador Guilherme Maia Rosa. “Você salta de lugares altos sem receio. Para quem esquia é a forma ideal de chegar mais perto de Deus sem morrer.” Vale tudo, portanto, se o intento é encontar o powder dry, felicidade que cai do céu. Até praticar o heliskiing. Entenda-se por isso ser levado ao alto de montanhas por um helicóptero, que ali pousa, deixando os esquiadores, para buscá-los no sopé e transportá-los, de novo, a outros picos. E assim sucessivamente. O criador do heliskiing foi o austríaco Hans Gmoser, em 1959, no Canadá – considerado o país ideal para a modalidade. Um pacote de cinco dias no lodge Last Frontier, no estado canadense de British Columbia, custa US$ 7.500 por pessoa, com tudo incluído. Sobretudo, as caronas de helicóptero, claro. www.lastfrontierheli.com

other images

Um helicóptero leva esquiadores ao topo da montanha, para que desçam em neve virgem. É o heliskiing

O CALOR EM PACOTE

O aplicativo Ski Tracks mostra,

de calor por meio de reações químicas. Mas só

entre outras informações, a sua

em 1978 os japoneses criaram o hokkairo, um

velocidade, a velocidade média,

aquecedor corporal simples e barato. Antes disso, as

a distância percorrida e o maior

tentativas esquentavam demais e podiam queimar a

grau de inclinação.

pele. O hokkairo, em geral, vem em uma embalagem plástica do tamanho de um sachê. Quando se abre o invólucro, um calor forte e duradouro (chega a 24 horas) é emitido. Funciona muito bem para fotos divulgação

esquentar o peitoral e as extremidades. Várias botas e luvas de esqui, por sinal, são fabricadas já com a cavidade para abrigar o hokkairo. O pacotinho contém, entre outras substâncias, ferro triturado, sal e carvão ativado. Uma vez em contato com o oxigênio e a umidade do ar, esse composto ativa a oxigenação do ferro, gerando calor. Os americanos, claro, compraram a ideia e chamam o produto de hand warmer (aquecedor de mão). A marca comercial mais conhecida é a Hothands. Dá para comprar pela Amazon. www.hothands.com

NO CELULAR

Há 400 anos, os samurais já dominavam a obtenção


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porta-malas

A Bombardier criou e ainda faz snowmobiles, com a marca Ski-Doo

A MOTO DA NEVE o primeiro snowmobile despontou em 1922, quando um canadense de 15 anos, Joseph-armand Bombardier, adaptou um Ford-t, já muito rodado, sobre um trenó. Era um veículo estranhíssimo. servia como transporte no estado de Québec. só em 1959 o próprio Bombardier chegou à solução de um snowmobile menor e mais esportivo. Era o início dos ski-Doo, com pá de esqui na frente e tração traseira, movimentando uma esteira com cravos. o conceito continua o mesmo, embora a esteira

crEatIvE commons

consista agora em um composto com Kevlar. Uma ideia engenhosa partiu da empresa timbersled, do estado de Idaho, nos EUa: um kit de Us$ 5.600, ajustável a motocicletas comuns. tiram-se as duas rodas e, no lugar delas, instalam-se um esqui e um sistema de esteira. É como praticar motocross na neve. “será a nova febre”, prevê o esquiador Guilherme maia rosa. www.ski-doo.com

DIvUlGação

Os óculos para esqui, com a câmera adaptável ao capacete e seu controle de pulso

GOGGLES ANTES DO GOOGLE

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A terra reflete 10% da luz do Sol. O mar, 26%. A neve, 85%. Um exagero.

como Oakley, Vuarnet ou a própria Smith, do seu criador. A mais recente

Daí porque os óculos de esqui são imprescindíveis. Sem eles, nada feito.

novidade são os óculos com câmera acoplada. Não pegou, pois, logo

Um problema, já resolvido: eles embaçavam. Derivados dos óculos de

depois, seriam lançadas as câmeras da GoPro, em HD, ajustadas ao

aviação, não permitiam o ingresso do ar. Isso acabou em 1965, por obra

capacete e acionáveis por um controle no pulso. Em inglês, os óculos de

do dentista americano Bob Earl Smith. Ele criou um sistema de lentes

esqui (assim como os de natação e aviação) são chamados de goggles

duplas, com ventilação entre elas, ainda em uso pelas grandes marcas,

muito antes do surgimento do site de buscas google. www.oakley.com

[Mitrevista] março 2015



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painel

objetos do desejo com AltA tecnologiA {por Alessandra Lariu, de nova York}

fotos divulgação

Acredite se quiser um treinAdor de pulso, um dimmer mágico e mAis três gadgets incríveis

PersonAL trAiner na febre dos personal fitness coaches, a nova sensação é o moov. ele analisa instantaneamente seu desempenho, corrigindo a pegada na corrida, o movimento do taco de golfe, a postura da ioga e muito mais... run.moov.cc/

seM securA o umidificador elevenplus pesa menos de meio quilo, nebuliza o ar e garante o bemestar em qualquer ambiente. destaque para o seu design. www.elevenpl.us

PuLseirA esPertA Feita de couro e carbono, a e-strap se adapta à pulseira de qualquer relógio montblanc. ela traz quase toda a tecnologia dos smartwatches para o tradicional relógio alemão. www.montblanc.com

MeiA-Luz basta aproximar o booo, este controle em formato de sabonete, da lâmpada desejada e depois girá-lo para em um passe de mágica ter um dimmer instalado para variar a intensidade da luz da sua casa. www.booo.com/ 30

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soM Ao vento não dá pra usar como fone de ouvido, mas o minispeaker monocle pode servir como caixa de som ou ser pendurado no pescoço, na mochila ou onde você quiser. www.nativeunion.com/br



clássicos

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A históriA de objetos que jAmAis sAem de modA {por Xavier Bartaburu}

A eternidade é colorida CobiçAdos por ArtistAs e Com um pAssAdo polêmiCo, os lápis CArAn d’AChe CompletAm 100 Anos Com stAtus de joiA

A

ntes do lápis, houve o homem. emmanuel poiré. que, embora

pulsões direitistas, mas, para o bem da manutenção da lenda, melhor

dotado de grande talento, passou longe da unanimidade.

ficarmos com sua obsessão pela qualidade, pois foi ela quem alçou o

por obra do acaso, era russo – seu avô, oficial das tropas de

nome de Caran d’Ache ao panteão das marcas unânimes.

napoleão bonaparte, ferido em batalha nas estepes do czar,

decidira se recuperar em moscou, onde gerou descendentes. Aos 19

que começou a operar de fato em 1924, depois de permanecer fechada

anos, poiré se mudou para a França, onde granjeou fama como cartunista

durante a primeira Guerra mundial. Cinco anos depois, estava lançada a

político. Foram de grande sucesso, no fim do século 19, suas ilustrações

primeira lapiseira mecânica do mundo, dotada de um botão traseiro que

sobre o caso dreyfus – escândalo político decorrente da condenação

acionava um sistema de molas que fazia o grafite deslizar quando esti-

por meio de processo fraudulento de um oficial do exército francês de

vesse perto do fim. Chamava-se Fixpencil e, como o tempo confirmou,

origem judaica. o caso dividiu a França, despertando fortes sentimentos

tornou-se o modelo definitivo das lapiseiras usadas até hoje. As ino-

de nacionalismo, militarismo e antissemitismo – expressos, sobretudo,

vações continuaram: em 1931, a Caran d’Ache começou a distribuir os

por meio da pena de poiré. ou melhor: de Caran d’Ache, seu pseudônimo,

primeiros lápis aquareláveis do mercado – compostos de pigmentos que,

resultante do trocadilho com a palavra russa karandach, “lápis”.

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Foram necessários nove anos para a completa instalação da fábrica,

molhados, tornam-se aquarelas. em 1952, foi a vez da série neocolor

Felizmente, por mais tortas que sejam as linhas, deus há de escrevê-

– pastéis de cera resistentes à água. os lápis de cor impermeáveis demo-

-las certo. em 1915, um certo Arnold schweitzer resolveu comprar uma

raram um pouco mais para vir ao mundo dada a complexidade técnica de

fabriqueta de lápis em Genebra. Chamava-se ecridor, mas ele preferiu

sua execução, mas foram igualmente um marco: a série pablo surgiu em

rebatizá-la como Caran d’Ache, em homenagem ao cartunista que tanto

1990 em caixas de até 120 cores, todas impecavelmente à prova d’água.

admirava. É bem provável que schweitzer fosse igualmente movido por

imagine a consagrada precisão de relojoaria, tão cara aos suíços,

[Mitrevista] março 2015


imagens: divulgação

Caran d’Ache: a consagrada precisão da relojoaria suíça aplicada ao mundo dos lápis

aplicada ao grafite. É o que move os técnicos da Caran d’Ache há nove

monds, com pena de ouro 18 quilates e corpo de prata cravejado com

décadas. Incansáveis no limite da obsessão, eles gastam anos e francos

5.072 diamantes e 96 rubis. Custava US$ 265 mil e chegou a figurar no

realizando testes para avaliar da fluidez do traço no papel à resistência à

livro dos recordes Guinness como a caneta mais cara do mundo.

luz. O resultado é tão superior que dificilmente haverá pintor, desenhista

Não por acaso, a Caran d’Ache se define como uma Maison de

ou arquiteto que não tenha sido conquistado. É o caso do artista plástico

Haute Écriture – uma “casa de alta escrita”, à semelhança das maisons

brasileiro Takeshi Fukushima, usuário desde a década de 1970, quan-

de alta-costura ou das vinícolas de Bordeaux. No lugar de vestidos e

do nem sequer eram encontrados no Brasil. “O que faz a diferença é o

vinhos, lápis e canetas que, sim, podem perfeitamente ser alçados à

pigmento”, explica o pintor, filho do grande abstracionista japonês Tikashi

categoria de joias. Mesmo sem um único diamante incrustado.

Fukushima, colega de Manabu Mabe. “Os pigmentos daqui já estão mudando de cor em um ano”, ele conta. Já os da Caran d’Ache, bem, ninguém ainda viveu o suficiente para ver esmaecerem as cores da série Luminance 6901, lançada em 2008. É o mais alto índice de resistência à luz disponível no mercado. Em condições de perfeito armazenamento, estima-se que o pigmento possa se manter inalterado por mais de um século. Tal excelência, claro, tem seu preço: uma caixa de lápis Luminance com 76 cores custa cerca de 1.500 reais no Brasil. Achou caro? Pense então nos produtos de alto luxo da Caran d’Ache. São canetas-tinteiro produzidas com materiais como laca chinesa, ródio (metal semelhante à platina), pau-brasil e cota de malha – a mesma usada nas armaduras medievais. O máximo de delírio dos artesãos da Caran d’Ache foi alcançado em 1999, quando a casa lançou a caneta-tinteiro La Modernista Dia[Mitrevista] março 2015

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porta-luvas

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beleza sempre ao alcance das mãos {por Patrícia Broggi}

fotos divulgação

clássicos com bossa À frente do marketing e da comunicação da burberry, Fernanda valente revela seus segredos de beleza

1 1. Mix de xaMPu fernanda gosta de misturar xampus. seus prediletos são o mythic oil, da l’Oréal Professionell (sac 0800 7017237), para uma boa limpeza, e o bain chroma riche, Kérastase reflection (sac 0800 7017237), para cuidar da cor. mythic oil r$ 76,50, chroma riche r$ 92 2

2. HOt liPs proteção para os lábios é um vício de fernanda. ela carrega em todas as bolsas o smith’s rosebud salve (www. rosebudperfume.com), um poderoso lip balm. us$ 6 3. sOl na Medida mesmo sendo morena, ela não descuida da pele. usa diariamente o protetor solar minesol oil control, fps 30, rOC (sac 0800 7036363). “É suave e tem zero de oleosidade.” r$ 62,90 4. PersOnalíssiMO o perfume predileto de fernanda é o My Burberry (sac 0800 8492292), inspirado no icônico trench coat da marca. a fragrância captura a essência de um jardim após a chuva. os frascos (90 ml) podem ser personalizados com as iniciais do comprador. r$ 520

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mit hi-tech

novidades de alta tecnologia do universo mitsubishi {por Juliana Amato | ilustrações Pedro Hamdan}

de uísque a avião

as empresas pertencentes à marca dos três diamantes fazem muito mais do que carros. veja a seguir algumas novidades do grupo mitsubishi nos últimos meses

mitsubishi aircraft

www.mhi-global.com/news/story/141020.html

divulgação

diamantes no ar a mitsubishi deu mais um passo rumo ao lançamento do mrj, o primeiro avião comercial a ser produzido no japão desde o Ys11, movido a hélice e cuja produção terminou em 1973. o mrj chegará ao mercado como um dos jatos comerciais mais modernos do mundo. em outubro, numa cerimônia com altos funcionários do governo japonês, a mitsubishi heavy industries e a mitsubishi aircraft anunciaram o primeiro voo da aeronave: a decolagem deve acontecer entre abril e junho. com a avançada tecnologia utilizada no desenvolvimento do motor e a impressionante aerodinâmica alcançada pelos engenheiros e designers da mitsubishi, o mrj promete um consumo de combustível 20% mais baixo que o dos concorrentes da brasileira embraer e da canadense bombardier. outras cartas na manga do jato japonês são o conforto e o espaço interno acima da média (para 70 ou 90 passageiros), além do baixíssimo nível de ruído e da reduzida emissão de poluentes. a previsão é que o mrj seja entregue a partir de 2017 – mais de 350 aviões já foram encomendados.


hi-tech

NYK

Mares gelados a passagem do Noroeste é uma via marítima acima do círculo Polar Ártico que une o atlântico ao Pacífico. Foi perseguida durante séculos por grandes aventureiros até ser inteiramente descoberta pelo norueguês roald amundsen, entre 1903 e 1906. com o gelo derretido pelo aquecimento global, esse caminho está se abrindo ao turismo. o grupo NYK, subsidiário da Mitsubishi e detentor da crystal cruises, prepara o primeiro cruzeiro de luxo que vai singrar a passagem do Noroeste. a partida está prevista para 16 de agosto de 2016, na cidade de anchorage, no alasca. serão 1.440 quilômetros por águas geladas, fiordes e glaciares até a bandeirada final, em Nova York, no dia 17 de setembro. www.nyk.com/english/release/3132/003388.html


mitSUBiShi FUSo

Caminhão elétriCo Pioneira em tecnologia limpa no setor de utilitários, a Fuso acaba de lançar em Portugal oito caminhões leves totalmente elétricos, com emissão zero de poluentes. Batizados de Canter e-Cell, eles são equipados com baterias de lítio que proporcionam torque elevado, um nível de ruído quase imperceptível e uma autonomia de 100 quilômetros. ideais para o transporte de cargas em centros urbanos, os Canter e-Cell da Fuso chegam aos 90 quilômetros por hora de velocidade. Serão testados por um ano em atividades como jardinagem e coleta de lixo. www.mitsubishi-fuso.com/en/ press/140711/140711.html

mitSUBiShi eleCtriC

noS trilhoS da alemanha a mitsubishi electric vai fornecer as unidades de tração para 42 trens de alta velocidade da linha intercity express da deutsche Bahn aG, a empresa de transporte ferroviário mais importante da alemanha. a frota passa por uma modernização e a marca dos três diamantes vai usar seu know-how de 90 anos para encontrar soluções que consumam menos energia e garantam maior vida útil às composições. o negócio é estimado em US$ 28 milhões. www.MitsubishiElectric.com/news/2014/0925-b.html


hi-tech

KiriN

UísqUes premiados a destilaria Four roses, do Grupo Kirin, subsidiário da mitsubishi, fechou 2014 com três importantes premiações organizadas pela prestigiada revista Whisky Magazine. o prêmio mais importante foi o Whisky distiller of the Year, dado à destilaria que mais contribuiu ao longo do ano com a indústria da bebida. os uísques produzidos pela Four roses desde 1888 no Kentucky (sudeste dos estados Unidos) estão entre os mais desejados bourbons do mundo.





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combustível

bebidas para abastecer a alma {por Marcello Borges}

Kampai! conheça três dos melhores saquês, a mais famosa bebida japonesa

s

urgido há dois milênios, o sake (ou saquê, como escrevemos no brasil) é a bebida nacional do japão, produzida pela fermentação do arroz. cada vez mais popular entre nós,

tem teor alcoólico (16%) um pouco maior que o do vinho. como harmonização, pense em peixes assados ou grelhados, legumes, sushi etc. mas não vai muito bem com arroz ou macarrão. a maioria dos apreciadores prefere a bebida na temperatura ambiente ou um pouco aquecida, em copinhos de porcelana. mas há uma tendência de sorvê-la em copos de shot com perfil encurvado. após aberto, deve ser mantido em pé na geladeira, no máximo por duas semanas. há vários tipos de sake. selecionamos três que cobrem boa parte do espectro. o Hakutsuru tenga gold (1) vem em garrafas de 720 ml e é da categoria tokubetsu (“especial”), pois contém flocos de ouro (Kimpaku) em suspensão. É um sake muito usado para presentear amigos em casamentos ou festas. curiosamente, o ouro não altera seu sabor – mas, como é de se imaginar, mexe no preço. interessante saber que há várias bebidas com esse recurso, digamos, estético, como o Goldschläger ou a tequila el cartel silver. (r$ 220 na adega de sake, www.adegadesake.com.br) os sakes junmai são feitos com o aproveitamento de 100% do álcool derivado do arroz, produzindo uma bebida mais encorpada. experimente um ozeno Yukidoke YaMadanisHiki guinjo (2), por exemplo. Yamadanishiki quer dizer que a bebida foi feita com o arroz que leva esse nome, sempre um indicativo de qualidade. Guinjo significa que ele é considerado premium. Vai bem com pratos delicados. (r$ 180 na adega de sake) no topo dos sakes, temos os daiguinjo ou super premium. nessas bebidas, encontramos toques frutados e uma produção artesanal. sugiro um kuBota Hekiju junMai daiguinjo (3), feito com arroz Gohyakumangoku em fermentação lenta. acompanha bem queijos e carnes magras. (r$ 260 na adega de sake)

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Fotos divulgação

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todos os preços sujeitos a alteração sem aviso prévio.



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on the road

aventuras a bordo de um mitsubishi {Por Pedro Henrique Araújo}

O Mitsubishi ASX em Colombo (PR). Na outra página, o logo do projeto, os paralelepípedos de Petrópolis (RJ), a claquete da última cena e captação no Guarujá (SP)

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fotos Hugo galindo

Rota reciclável DiRetoR e RoteiRista alagoano RoDa 4.500 quilômetRos a boRDo De um asX paRa gRavaR 13 episóDios De um pRogRama sobRe aRte feita com liXo

s

ão paulo-são José dos campos-petrópolis-angra dos Reis-

a série, batizada de Rota Reciclável, foi a forma que Hugo encon-

-guarujá-ilha do mel-porto alegre. esse foi o caminho feito

trou para homenagear o pai, o artista plástico fernando galindo, que

com um mitsubishi asX por Hugo galindo, 35 anos, diretor

mora em Recife (pe) e transforma bagaço de cana em papel para lu-

e roteirista nordestino radicado em são paulo. a viagem

minárias. “ele encanta as pessoas com sua arte”, conta. “mas ninguém

teve como objetivo a produção e a gravação de uma série para tv

deduz que aquele material foi tirado do lixo.” por isso, Hugo resolveu

sobre reciclagem e arte. “as cidades foram escolhidas pelo fato de

buscar histórias semelhantes pelo brasil.

um determinado artista morar lá”, conta Hugo. “nossa intenção era

em são paulo, a trupe encontrou edgar camargo e sua arte de

partir de são paulo e voltar a ela com muitas paradas, para mostrar

papelão, colorida e tridimensional. em são José dos campos (sp), as

personagens únicos, artistas espetaculares.”

câmeras apontaram para gilberto vieira, que faz arte com lixo eletrô[Mitrevista] março 2015

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on the road

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O roteiriista posa com o ASX e opera a câmera na popa do barco. No alto à direita, ação na Ong Recicla Tecido, em Petrópolis (RJ)

MG

377 kmPetrópolis

São José dos Campos

SP

Angra RJ dos Reis

São

m

Itapetininga

188 km Paulo

30

479

NO

EA OC

305 km

km

Florianópolis

186 km

Tecido. Na Ilha Grande (RJ), o Rota Reciclável descobriu Sylvio Cavalheiro, que usa o que lhe é trazido pelo mar para fazer suas obras. No Guarujá, litoral paulista, Hugo se encontrou com Cesar Santos, criador de brinquedos desde criança. Em Pontal (PR), encantou-se com as esculturas de poliuretano de Mara Moraes, feitas com pranchas de surfe quebradas. Em Porto Alegre (RS), Hugo filmou e entrevistou Jô

Paranaguá

Itajaí

SC

9

37

km

A

Colombo

km

Guarujá

0k

PR

93

nico. Em Petrópolis, na região serrana do Rio, foi a vez da ONG Recicla

T

NT

ICO

da Sucata, que cria um universo próprio com brinquedos reciclados. Em Florianópolis (SC), o protagonista foi o Museu do Lixo, idealizado por Neyciclagem. Em Colombo (PR), a pauta envolveu a arte urbana de Rogério Aquino. Em Itapetininga (SP), Hugo encontrou Carlos Estanagel, cujas obras de arte feitas com lixo são vendidas por até R$ 20 mil. O epílogo aconteceu em São Paulo, com o pessoal da Urban Trash Art – coletivo especializado justamente em fazer arte com lixo. Durante a elaboração do projeto, uma das questões importantes discutidas com seu sócio, o produtor executivo Junior Silva, foi o

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56

paulo nilson

3

km

RS Porto Alegre

carro que transportaria os apresentadores do programa. Hugo conta que o isolamento acústico do Mitsubishi ASX foi decisivo na hora da escolha. “Além do conforto e do espaço interno para posicionar a câmera durante as entrevistas, a gente precisava de muito silêncio

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A equipe viajou a bordo do ASX e de um micro-ônibus. No caminho, as histórias de artistas que transformam lixo em arte

a bordo com o carro em movimento para poder captar bem o áudio”, explica. “O câmbio automático também foi incrível para os apresentadores. Eles se sentiam seguros para gravar sem se preocupar com as trocas de marchas.” Devidamente envelopado e adesivado, o ASX criou uma identidade muito grande com o propósito do projeto. “Por onde passávamos, as pessoas queriam tirar foto.” Na estrada, o carro foi acompanhado por um micro-ônibus que levava o restante da equipe. Vale dizer que a relação de Hugo com a marca dos três diamantes começou em um projeto anterior, quando ele teve a oportunidade de dirigir um Mitsubishi Pajero TR4. “Me apaixonei pelo carro e pela marca”, revela. “Sempre que pensava no projeto seguinte, eu imaginava qual veículo usaríamos, mas sempre tive certeza de que seria um Mitsubishi. Tem design, tem desempenho, passa segurança e muita confiança.” A série Rota Reciclável, com seus 13 episódios de 24 minutos, ainda não tem data prevista de estreia, mas a segunda temporada já está na mente de Hugo. Será no Nordeste. E de ASX. Assista ao teaser da viagem no aplicativo da MIT Revista no tablet Se você viajou com seu Mitsubishi, conte para nós. Escreva e envie fotos para atendimento@customeditora.com.br

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O talento incomum do primeiro brasileiro campeão mundial de surfe foi lapidado com disciplina, muito treino e o apoio incondicional da família Por Thiago Medaglia, de Maresias

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ted graMbeau [Mitrevista] março 2015

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jair bortoleto

CaPa

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G


G

Gabriel levou a pior naquele dia. De cara amarrada, entrou em casa pisando firme e passou batido pelo pai. Como o menino não fosse de reclamar, Charles, na verdade o padrasto de Gabriel, se antecipou: “O que foi, Bi?” (apelido carinhoso usado até hoje dentro de casa). “A culpa é sua!”, respondeu o garoto. “Hoje na escola um garoto brigou comigo. Ele era menor do que eu. Ia bater nele, mas você vive me dizendo pra não reagir, pra não bater em ninguém!”, contou enfurecido. Charles respirou aliviado. Gabriel, então com 13 anos, havia aprendido uma das muitas lições paternas: não reagir, mesmo sob provocação. Como se verá, o ensinamento seria essencial para Gabriel Medina chegar aonde chegou: o topo do ranking mundial do surfe. “Sempre disse aos meus filhos para, nesses casos, chamarem um adulto”, explica Simone Medina, mãe de Gabriel (hoje com 21 anos), Felipe (18) e Sofia (9). “Esse tipo de exemplo que demos é um modo de deixar a criança calma e mostrar que a violência não leva a lugar nenhum”, completa Charles. Charles é Charles Rodrigues. Pai de Sofia e padrasto de Felipe e Gabriel. Nascido em São Paulo, em uma de suas viagens para Maresias para pegar onda, descolou emprego em uma pizzaria e acabou ficando por lá – sem evidentemente suspeitar o que o destino lhe reservava. A história de Quando Gabriel venceu o primeiro torneio Simone, mãe de Gabriel, é parecida. Também paulistana, nacional, aos 11, os pais perguntaram se ele ela se mudou para Maresias, no município de São Sebastião, queria competir ou levar uma vida normal. em busca dos famosos tubos. Quando Gabriel tinha 8 anos “Quero ser campeão mundial”, disse o menino de idade e Felipe 5, Charles e Simone começaram a namorar e, por ora, vivem felizes para sempre. “A família é muito unida”, observa Andre Catalau Marechal, pastor da Igreja Bola de Neve, frequentada por Simone. “Ela é uma pessoa com grande entendimento da vida. Um anjo na vida do Gabriel”, completa o pastor, ex-vocalista da banda de hard rock Golpe de Estado. “Sei o que é basear sua vida nas ilusões da fama e do sucesso – é muito perigoso para um menino de 20 anos”, alerta. Quando Gabriel, aos 11 anos, venceu em Búzios (RJ) sua primeira competição nacional, uma luz se acendeu para Simone e Charles: “Pelo visto, temos um atleta de ponta em casa”, comentaram na ocasião. Outras vitórias vieram, e o casal decidiu conversar com o garoto. “Dissemos que acreditávamos no potencial dele e perguntamos se ele sonhava em competir ou se preferia levar uma vida normal, buscar uma profissão e ter o surfe como lazer”, recorda-se Charles. “Quero ser campeão do mundo de surfe”, respondeu Gabriel.

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zuma press/ keystone

Ao que tudo indica, a energia agressiva do moleque foi direcionada para apenas um foco: competir dentro d’água. “Me dou bem com todos e sou um cara tímido, mas no mar não entro para fazer amigos, entro para vencer. Gosto de desafios”, diz Gabriel. Quando lhe pergunto se há espaço para sentir prazer no tour (como é apelidado o circuito mundial), Gabriel, antes de mencionar o surfe, enfatiza a competição: “Viajo o mundo competindo – é o que adoro fazer”. Até mesmo seu principal adversário, o americano Kelly Slater, maior surfista de todos os tempos, reconhece em seu oponente uma gana diferenciada. Há alguns meses, ao falar sobre Gabriel, Slater disparou: “Ele é apaixonado por competição, e um atleta talentoso. Com esse perfil, vai acabar vencendo”, Gabriel venceu três das 11 etapas do mundial e ficou entre os cinco primeiros em previu. E continuou: “Gabriel já conquistou mais baterias do que muitos dos surfistas do circuito em toda a carreira. Ele outras cinco. Na final, deu show e superou é um dos melhores amadores em toda a história do surfe. Kelly Slater, o melhor de todos os tempos Vários caras temiam enfrentá-lo antes mesmo de ele se profissionalizar”. A fama era justificada. Alguns feitos de Gabriel, como a vitória em uma etapa do WQS, espécie de “segunda divisão” do surfe mundial, com apenas 15 anos de idade, precederam sua chegada ao circuito principal. Aos 17, foi campeão mundial amador júnior. No ano seguinte foi alçado à elite mundial, composta pelos 36 maiores surfistas. Em 2012, durante um treino no Havaí, acertou uma das manobras mais difíceis do surfe: o back flip, um mortal de costas. A façanha, gravada em vídeo, repercutiu no mundo todo. “Quem será esse garoto? Do que ele é capaz?”, perguntavam-se juízes e competidores. O australiano Joel Parkinson, campeão do mundo em 2012, deu uma declaração no ano passado que ajuda a entender o estrondo de Gabriel nos

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jair bortoleto

Concentração antes de ir para a água e o beijo na taça de campeão mundial de surfe

bastidores do esporte: “Acho que Gabriel não precisa se sentir pressionado a vencer a competição em 2014, pois ele é o maior talento a surgir no esporte desde Kelly Slater”, disse. “Se não vencer agora, com certeza irá vencer mais para a frente.” Gabriel, no entanto, não deu ouvidos. Faturou o título máximo aos 20 anos, igualando o feito de Slater. O americano, apesar dos constantes elogios, até que tentou desestabilizar o brasileiro. Conhecido por competir também fora d’água, Slater deu declarações tentando passar a responsabilidade para Gabriel. “Ele é o líder do ranking, o peso da vitória está sobre ele”, cutucou. O brasileiro, escaldado por episódios como o narrado na abertura deste texto, não se abalava. E calmamente devolvia: “Sou um novato; Kelly é o campeão”. Com o tempo, os adversários aprenderão que o menino, apelidado de “homem de gelo” pelo veterano Teco Padaratz, não reage a provocações. Focado, Gabriel é capaz de aliar, em altíssimo nível, as manobras aéreas – características da sua geração, mas nem sempre valorizadas pelos juízes – aos movimentos tradicionais do surfe, nos quais os atletas transitam lateral e transversalmente pelas porções da onda, aplicando batidas na crista ou se encaixando nos tubos. “Consegui adaptar meu estilo, que é o de arriscar sempre, àquilo que pontua mais, ou seja, as sequências de manobras na mesma onda – que rendem mais pontos do que um aéreo gigante”, explica. “Nas etapas em que despontei, foi assim, sem nenhum aéreo, só fazendo o que os juízes queriam ver.” O ano de Gabriel foi impecável. “Ninguém surfou melhor do que ele em 2014”, tieta Charles. Além de vencer três etapas do mundial (Austrália, Fiji e Taiti), ficou entre os primeiros cinco colocados em 8 dos 11 eventos do circuito. Sua final contra Kelly Slater (sempre ele) em Teahupo’o, no Taiti, foi histórica, considerada uma das melhores etapas de todos os tempos. Na Polinésia Francesa, o azul intenso do mar despenca sobre uma rasa bancada de coral na forma de tubos cristalinos e cilíndricos. Para muitos, uma visão assustadora.

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iou rg ste o lek os a fot

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jorge Mesquit a

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Como um veterano, Gabriel manteve-se calmo, impassível, mesmo diante do mar pesado e da lenda da modalidade. “Quanto melhor o cara que vai correr a bateria comigo, mais motivado eu fico”, diz Gabriel. The BRaZiliaN SToRM

O caminho para atingir esse nível passou (e passa) pela educação dada pela família e pela disciplina imposta por Charles. Gabriel dorme de 10 a 12 horas por dia, sempre antes das 22h, acorda cedo, dedica-se a um intenso treino físico pela manhã e faz duas baterias de surfe diárias – tudo isso conta muito, mas não explica o sucesso. “Tem muito a ver com o talento fora do comum dele”, explica “Respeito acima de tudo”, prega a mãe, Charles. Simone completa: “Gabriel foi criado dentro Simone, paulistana que se mudou para de princípios que estão um pouco esquecidos hoje em Maresias em busca de onda e sossego. “Nunca dia. Respeito acima de tudo. Nunca vi meu filho se gabar vi meu filho se gabar de uma manobra.” de uma manobra”. Claro que nem tudo é perfeito: “Não somos uma família Doriana”, brinca Simone. “Brigamos, como em qualquer casa, e os meninos às vezes resolvem ‘brincar’ de luta – eu fico doida.” A estratégia do casal foi manter o filho por perto, contrariando, inclusive, uma tendência do início dos anos 2000, quando a ideia de que, para se desenvolver, os novos talentos do surfe nacional precisavam viajar mundo afora em busca de ondas mais desafiadoras do que as encontradas na costa brasileira. Nosso litoral, marcado quase que inteiramente por praias com fundo de areia,


squit a jorg e Me

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1. Aos 15 anos, Gabriel participa de sua primeira etapa no circuito mundial, na praia Brava, em Itajaí (SC); 2. Aos 16, um tubo em Paúba (SP); 3. No aniversário da irmã; 4. As primeiras ondas; 5. No lugar mais alto do pódio na praia de Itamambuca, em Ubatuba (SP); 6. Também aos 15, com os amigos surfistas; 7. Ao lado do surfista Miguel Pupo e de uma amiga em Maresias; 8. Aos 16, ouvindo o padrasto-treinador, Charles Rodrigues, no dia da conquista de seu primeiro título no WQS, na praia Mole (SC); 9. Um aéreo aos 14 anos, na praia do Pontal, em Itacaré (BA); 10. No casamento da mãe com Charles

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não oferece a mesma qualidade na formação e na constância das ondas encontradas em lugares como Havaí, Indonésia, Taiti, Austrália e Califórnia. A geração anterior à de Gabriel, formada por nomes como o dos irmãos Flávio e Neco Padaratz, Victor Ribas e Fábio Gouveia, entre outros, havia sido extremamente competitiva, mas passou sem conquistar um título mundial na elite do surfe. Então surgiram os meninos da geração atual, apelidada de Brazilian Storm após devastarem – feito uma tempestade – as ondas da Califórnia em competições das divisões de acesso ou de base. A fila foi puxada por Adriano de Souza e consolidada por Gabriel Medina, mas tem em Filipe Toledo, Alejo Muniz, Miguel Pupo, Ian Gouveia e Jadson André alguns dos seus representantes. O consenso entre veteranos e especialistas é o de que estamos diante da mais bem preparada e talentosa geração do surfe nacional, com mais de um nome capaz de conquistar um título mundial. “Hoje a turma já entra no circuito sabendo muito, com bagagem em ondas de nível internacional, preparo físico e rotina de atletas”, enumera Fábio Gouveia, pai de Ian e ídolo do surfe nacional. “Além do mais, eles estão cientes de que precisarão fazer sacrifícios para conquistar vitórias.” holoFoTeS e JoRNaliSTaS

De certa forma, Gabriel é a pedra no sapato dessa teoria (a de que a inexperiência em ondas internacionais atrapalha o desempenho dos brasileiros). “Ele viajou muito menos do que os meninos da geração dele”, esclarece Charles. “Nós não o queríamos longe.” A favor de seu talento, Gabriel sempre teve


CaPa

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ted graMbeau [Mitrevista] março 2015

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CaPa no quintal de casa uma das melhores ondas do Brasil. Maresias permite uma boa performance quando o mar está pequeno e segura ondulações grandes e pesadas – algo pouco comum no litoral do país. Acima de um metro e meio de onda, muita gente deixa de se aventurar nas valas ocas da praia onde Gabriel desfila seu estilo fluido e suas manobras potentes – com direito a tubos, aéreos e rasgadas. Em Maresias, quando fui passar uma tarde com Gabriel e sua família, caí para surfar ao seu lado. É um dia de semana em pleno verão. A praia não está lotada, como acontece aos sábados e domingos. Gabriel, óbvio, não passa despercebido, mesmo seguindo apressado pela areia em direção à água. Antes que eu pense em entrar, ele já surfa a primeira onda. O mar está pesado e tenho dificuldades para varar a arrebentação. Quando, enfim, consigo sentar na prancha no outside, colo os olhos no campeão. Incansável, ele não se posiciona em um único lugar para pegar suas ondas, como costuma fazer boa parte dos surfistas, inclusive em competições. Dá para imaginar o desespero que deve bater em caras mais velhos competindo com esse menino, sobretudo porque, aliada ao pulmão, vem a técnica, com uma variedade incrível de manobras. Passado algum tempo, Gabriel parece saciado. Ele se aproxima de um grupo de surfistas locais. No caminho, passa por mim e comenta: “Acho que a minha prancha rachou”. Também por isso, se aquieta. Poucos minutos antes, o campeão do mundo desfilava seu talento ao meu lado. Agora, o que vejo é um menino de 20 anos batendo papo com uma garota de sua idade. A criança que foi capaz de conter o ímpeto da reação violenta cresceu. Virou o melhor surfista do planeta. À sua espera, na areia, uma multidão se aglomera. Gabriel, como de costume, atende a todos com paciência. Em 2015, será assim mundo afora, com holofotes e jornalistas em sua cola. Mas, de alguma maneira, dá para sentir que ele está preparado para enfrentá-los.

O caMinhO até a crista 2003 aos 11 anos, gabriel vence seu primeiro campeonato nacional: a etapa do rip Curl grom search na categoria sub12, em búzios (rj). 2009 ao bater neco Padaratz no evento final do Wqs, torna-se o mais jovem brasileiro – tinha apenas 15 anos – a vencer uma etapa desse circuito. nesse mesmo ano, em um campeonato na frança (king of the groms), torna-se o segundo surfista na história a tirar duas notas 10 em uma final. antes dele, kelly slater havia atingido a marca no WCt do taiti, em 2005.

2010 Campeão mundial amador junior (sub-18) na nova zelândia. 2011 Com apenas 17 anos, passa a integrar a elite do surfe mundial, o atual Wt (antigo WCt), composto pelos 36 melhores surfistas do mundo. logo de cara, das cinco etapas disputadas, Medina vence duas. 2012 durante um treino no havaí, acerta uma das manobras mais difíceis do surfe: o back flip, um mortal de costas. a façanha, gravada em vídeo, repercute no mundo todo. 2014 aos 20 anos, gabriel é o vencedor do principal

campeonato de surfe do mundo, igualando um feito do americano kelly slater, que em 1992 tornou-se o mais jovem surfista a conquistar o título da elite do esporte. 2015 gabriel é um dos indicados para o prêmio laureus, considerado o oscar do mundo do esporte, na categoria esportes radicais. a premiação será dia 15 de abril, em Xangai, China. na principal categoria do laureus, dada ao melhor atleta do ano, o tenista novak djokovic, o jogador de futebol Cristiano ronaldo e o piloto lewis hamilton concorrem ao prêmio.

a ficha dO caMpeãO nome: gabriel Medina nascimento: 22 de dezembro de 1993 onda favorita: restaurants, fiji Melhor praia: Maresias, sP Ídolo: ayrton senna 58

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fotos ted graMbeau

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dos passos firmes de gabriel, para a pedalada pela Costa do descobrimento, na bahia, nosso próximo destino

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Levar as bikes para o topo das falésias pode ser cansativo. Mas que tremenda recompensa visual!

No camiNho de cabral

Pedalar os 110 quilômetros Na costa do descobrimeNto, eNtre Prado e Porto seguro, é um jeito iNesquecível de coNhecer o litoral sul da bahia Te x t o e f o t o s V a l d e m i r C u n h a

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ossa partida não foi nada, comparada à saída de Lisboa da esquadra de Pedro Álvares Cabral, em 9 de março de 1500. O navegador e seus quase 2 mil homens, em 13 caravelas, levantaram âncora num domingo. Tudo para que a capital portuguesa inteira pudesse assistir ao desfraldar das velas da maior e mais poderosa frota que Portugal já enviara para singrar o Atlântico. No porto, capitaneados pelo rei dom Manuel 1º, O Venturoso, estavam a corte lisboeta em peso e os mais graduados integrantes da Igreja. Cabral zarpou no rio Tejo, diante da capela da Ermida de São Jerónimo. Nós, da pequena igreja matriz da cidade de Prado, sul da Bahia, região aonde Cabral chegou em 22 de abril. O máximo que conseguimos foi a atenção de alguns garotos, curiosos com nossas bicicletas. Nos seis dias seguintes, teríamos pela frente 110 quilômetros de areia pela chamada Costa do Descobrimento. Hora de pedalar rumo a Porto Seguro. Eu me encontrava num grupo bastante heterogêneo do ponto de vista profissional. Havia um advogado, duas médicas, dois engenheiros, uma arquiteta, uma bioquímica, um ciclista profissional e líder do grupo, um administrador de empresas e eu – jornalista com pouquíssima experiência em viajar de bike e bastante equipamento fotográfico na garupa. Logo no primeiro dia, deu para perceber que a aventura seria bem diferente das tantas outras que fiz entre Prado e Porto Seguro. As falésias que sempre avistei do alto ganharam proporções gigantescas quando vistas da praia. Paredões de até 60 metros se erguiam multicoloridos, intercalados por coqueirais imensos e rios que despejavam água doce no mar. Os mesmos que impressionaram o escrivão Pero Vaz de Caminha por sua abundância. Os 28 quilômetros percorridos no primeiro dia passaram como um filme em ro-

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A vocação do Pantanal é pecuária, Entre as praias mais bonitas dizdo Almir Sater. página, roteiro estáNesta Barra do Cahy, novilha mostra suabaixa raça sónelore acessível na maré

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o caminho impõe áreas encharcadas, travessias de rios, trechos de barco e outros deliciosos percalços

tação acelerada. Cheios de cores, sons e aromas. A região vista pela primeira vez pelos portugueses no século 16 continua encantadora. As densas florestas de pau-brasil, que chegavam até a orla, obviamente não existem mais. Mas o Parque Nacional do Descobrimento, entre Prado e Caraíva, ainda guarda um pouco da mata Atlântica original. Atlânti co

BAHIA BAHIA

Oceano

Arraial D'Ajuda

Paulo nilson

MG

6º dia 13 km

Trancoso

5º dia 20 km

Coruípe 4º dia

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13 km

3º dia

Corumbau 2º dia

25 km

Cumuruxatiba Entre Prado e arraial d’ajuda, são seis dias e 110 quilômetros de pedaladas por um dos pedaços mais belos do litoral brasileiro

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1º dia

Prado

33 km

PESCA E MOQUECAS

Atravessamos praias belíssimas nesses seis dias de pedal, muitas delas repletas de casas, pousadas e condomínios de luxo. A grande vantagem da bicicleta é o acesso a todo o litoral. Coisa que só acontece quando se está a pé – mas a bike tem o bônus da velocidade. No sul da Bahia, a distância de um povoado a outro ameniza a sensação de que o mundo visto por Cabral e sua tripulação desapareceu por completo. Os europeus de hoje, sem caravelas, mas com os bolsos forrados de euros, procuram um novo Eldorado – terra para construírem hotéis, pousadas e condomínios. Hoje, o tesouro da região é o turismo. A célebre carta de Pero Vaz de Caminha ao rei, aliás, pode ser encarada como o prenúncio do que acontece hoje na região: “Esta terra, Senhor, [...] traz ao longo do mar em algumas partes grandes barreiras, umas vermelhas e outras brancas; e a terra de cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é toda praia... muito chã e muito formosa.” Pedalando percebe-se que a rede elétrica não beneficia todos os povoados, mas o turismo ajudou a acelerar a chegada da energia em alguns locais, como Corumbau. Desde dezembro de 2005, a população da vila – que vive da pesca, do turismo e das fazendas de coco – já não depende dos geradores para ter energia elétrica. Embora metade da vila de Corumbau seja composta por visitantes, a tradição da pesca não acabou, nem corre risco. Em parte em razão da demanda gerada pelos turistas, que chegam ávidos por uma moqueca e pelas iguarias à base de pescado e frutos do mar.


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Como a areia não é tão fofa, ciclistas iniciantes completam o roteiro sem maiores atribulações

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ENTRE OS PATAXÓS

A areia fofa e o vento forte vindo do norte impunham uma resistência considerável, em especial para marinheiros de primeira pedalada, como eu. Os tais rios descritos por Caminha eram transpostos com as bikes nas costas e só na maré baixa. “Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem novinhas e gentis, com cabelos muito pretos e compridos pelas costas; e suas vergonhas, tão altas e tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as nós muito bem olharmos, não se envergonhavam.” Quando Caminha produziu seu relato, os tupiniquins, que pertenciam à família tupi, ocupavam o litoral sul do atual estado da Bahia e parte da costa do atual estado de São Paulo, entre Bertioga e Cananeia. Sua população chegava a 85 mil indivíduos. Setenta anos após o desembarque, os tupiniquins foram quase extintos no sul baiano. Se Cabral aportasse hoje no rio Caraíva, além de encontrar belas garotas tomando sol de biquíni, com suas vergonhas quase à mostra, ele daria com índios pataxós vendendo artesanato. Os pataxós têm comunidades distribuídas desde o município de Prado até Porto Seguro. Em nosso caminho, a partir de Corumbau até Arraial d’Ajuda, veem-se curumins vendendo na praia colares confeccionados com sementes coloridas. Como corante, usam anilina – o pau-brasil, como dissemos, acabou. As poucas árvores que resistiram à exploração portuguesa estão protegidas na área do Parque Nacional do Descobrimento, com cerca de 22 mil hectares. 68

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Ao estacionarmos nossas bicicletas em frente à igreja de Barra Velha, encontramos a aldeia enfeitada de flores de plástico. As antigas ocas se transformaram em casas de pau a pique, e, de tradição mesmo, restaram as festas e a língua pataxó, ensinada nas escolas das aldeias da região. O artesanato também é um dos elementos fortes de preservação da cultura. Nossa trupe saiu de Barra Velha com as mochilas cheias de colares e artesanato de madeira. Para quem gosta de pedalar, a trilha ao longo da Costa do Descobrimento tem características particulares. Ela reúne uma variedade incrível de paisagens e terrenos. Desde pedalada na praia, atravessando rios com as bikes nas costas, passando por trilhas no meio da mata Atlântica e escaladas de morros. Segundo os ciclistas mais experientes, é um dos melhores roteiros de bicicleta do Brasil, e, para melhorar, o grau de dificuldade é baixo. Para quem costuma fazer trilhas de pelo menos 30 quilômetros uma vez por semana, a viagem é tranquila. Já para quem nunca pensou em fazer uma viagem de bike – como eu –, pode ser puxada, mas muito divertida. Quando a aventura terminou, em Porto Seguro, relembrei os detalhes de nossa epopeia. Descobri que viajar de bicicleta nos traz de volta a liberdade de brincar. Foi o que fizemos durante seis dias – adultos brincando e rindo muito, se divertindo como crianças. Embaladas pelo som dos pneus cantando sobre a areia fofa. www.sampabikers.com.br


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viagem

WildErnESS SAfAriS/ HAmmEr dESign [AndrEW HOWArd]

As casinhas do Outeiro das Brisas, na praia do Espelho, e um mergulho em Caraíva. Uma Bahia aconchegante, assim como as ilhas Seychelles (embora sem a mesma exclusividade)

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A cor do mar e das areias impressiona. Mais ainda o trabalho de recuperaçõ do meio ambiente


Wilderness safaris

exclusividade é issO O lodge Wilderness, que Ocupa uma ilha particular nO arquipélagO das seychelles, nO OceanO ÍndicO, mescla cOnfOrtO sem igual e privacidade absOluta cOm cOnsciência ecOlógica p o r w a lt e r s o n s a r d e n b e r g s o


WIldErNESS SafarIS

North Island é o nome. Ela fica a 15 minutos de helicóptero, a partir do aeroporto principal das Seychelles

É

simplesmente um dos resorts mais exclusivos do mundo. O Wilderness ocupa uma ilha inteira, a North Island, no deslumbrante arquipélago das Seychelles, no oceano Índico. E que ilha! North Island é um resumo do melhor das Seychelles. Vejamos. Tem lindas montanhas vulcânicas, belas e abruptas rochas escarpadas, densa vegetação, enseadas de areias finas e alvas e águas de uma transparência vertiginosa. Sem esquecer o fundo do mar, com imaculados corais coloridos e rica vida marinha. Basta dizer que grupos de golfinhos, pesando cada um 600 quilos, costumam aparecer ao largo da costa, numa folia amistosa – e dá para ver em um passeio de barco. À tamanha beleza, junte-se a absoluta privacidade, aliada a um máximo de conforto, sem abdicar de uma rigorosa consciência ecológica. À parte a vasta área social, o resort reúne apenas 11 bangalôs para hospedagem, todos de frente para o mar, com telhados de sapé. Cada um distante do outro. Se é que se pode chamar de bangalô uma irretocável construção de madeira (pinho, pau-rosa e teca, entre outras), pedras em preciosa justaposição e até amplas portas de correr feitas de vidro. O tamanho? Nada menos que 450 metros quadrados de puro charme e mordomia. Há uma piscina privativa, além de uma imensa banheira de mármore de Bali no toalete. Dois funcionários por bangalô estão sempre à disposição, inclusive para servir as refeições nesses aposentos, se for da prefe-

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rência dos hóspedes. A equipe foi treinada não apenas para o melhor serviço hoteleiro. Há toda uma ênfase em facilitar a vida do visitante interessado nos esportes, com instrutores especializados em mergulho autônomo, caiaques ou pesca fly, por exemplo. Tão logo o hóspede chega, já recebe uma mountain bike. Aprecia vela? Há barcos à disposição. Ou equipamento para windsurfe ou kitesurf, em uma ilha pródiga em ventos. Prefere trilhas na floresta? Guias com notório conhecimento de botânica e zoologia podem abrir o caminho. Quem prefere menos agitação circula a bordo de diminutos buggies elétricos, semelhantes a carrinhos de golfe. Ou segue de lancha até outras ilhas, voltando no aliciante pôr do sol. North Island não é apenas linda e exclusiva, mas também uma lição de ação prática de ecologia. A ilha estava abandonada e deteriorada havia 25 anos, quando a elegante companhia de ecoturismo Wilderness Safaris, com sede na África do Sul, comprou-a, no ano de 1988. Não poderia ter caído em melhores mãos. A empresa é a mais premiada da África no gênero – e uma das mais laureadas do planeta. Aberta em 1983, está presente em sete países, com mais de 60 lodges e resorts. Antes de encomendar o projeto aos arquitetos Silvio Rech e Lesley Carstens, que durante o trabalho passaram a morar na ilha, a Wilderness Safaris fez por bem devolver à North Island sua paisagem original. Parte da ilha havia sido utilizada para plantações. Os agricultores de então não eram exatamente ecologistas. Introduzi-


fotos WilDerness safaris/Hammer Design [anDreW HoWarD]

Depois de um dia de passeios de bicicleta e outros programas, o hóspede descansa em um bangalô de 450 metros quadrados

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A privacidade é absoluta. A ilha reúne apenas 11 bangalôs de hospedagem, bem distantes uns dos outros

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Wilderness safaris/ Hammer design [andreW HoWard]

ram espécies não nativas. Um acurado trabalho de recuperação do ambiente, portanto, teve de ser realizado. Começando pela minuciosa despoluição de uma área vítima de detritos acumulados vindos de navios. O reflorestamento também foi levado adiante, com árvores locais como a takamaka e a badamier. Faz parte do projeto, ainda, a reintrodução de espécies nativas, algumas raríssimas, como o pássaro Robin Magpie. A rigor, houve uma movimentação similar à da Arca de Noé. Só de aves foram 60 espécies. Em 2007, por exemplo, a ilha ganhou 25 pássaros Seychelles White-Eye, espécie que estava em extinção. Hoje, são 101 voando pela ilha. Quando o lodge foi inaugurado, em 2003, não havia qualquer resquício do passado inglório. Era o momento de refestelar-se no spa Dr. Hauschka, apanhar um volume na extensa biblioteca, escolher um chatêau na adega seleta, bebericar o ótimo rum local

Tamamaka Bay no bar da piscina coletiva, acionar os músculos na academia de ginástica completa ou acomodar-se nos lounges. Ou, ainda, deleitar-se com a particularíssima culinária das Seychelles, baseada nos frutos do mar, mas com técnicas francesas e influências africanas, chinesas e indianas. Tamanha miscelânea cultural é explicável pela história do arquipélago. As Seychelles foram avistadas pela primeira vez por um ocidental em 1502, quando Vasco da Gama navegou por ali. Em 1756, o território se viu requisitado pelos franceses. O nome do arquipélago, por sinal, deriva de Jean Moreau de Séchelles, o homem das finanças de Luís XV. Esse domínio francês caiu em 1815, quando o exército de Napoleão perdeu a Batalha de Waterloo. Tinha início o controle do Reino Unido. Ainda no século 19, as ilhas, já então com população africana e árabe, passaram a receber imigrantes [Mitrevista] março 2015

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As construções e seu décor primam pela amplitude e conforto

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Wilderness safaris

Wilderness safaris/© OlWen evans


Premiado como um dos melhores resorts do mundo, o Wilderness acena com jantares ao ar livre e colorida fauna marinha

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WIldErnEss sAfArIs

WIldErnEss sAfArIs/ HAMMEr dEsIGn [AndrEW HoWArd]

VIAGEM


paUlo nilson

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chineses e indianos. Desde 1976, quando declarou a independência, ceu, presume-se, em 1885, quando o Brasil ainda não era república Seychelles é uma república soberana e democrática. e quando o primeiro carro a gasolina foi patenteado. Mistérios O resultado desse arraigado multiculturalismo pode ser medi- da natureza: apesar da idade avançada, Brutus acaba de ser do pelo fato de o país somar três línguas oficiais: o francês, o inglês e pai, mais uma vez. Também as colônias de tartarugas marinhas um idioma local, o creole. As Seychelles somam 115 ilhas, incrusta- e as de água doce estão crescendo na ilha, graças ao monitoramendas, por um golpe de sorte, longe do Cinturão dos Ciclones. Moram to de especialistas. ali apenas 100 mil pessoas. É, de longe, a menor população de um Tamanho cuidado com os pormenores reverteu-se em vários país africano – sim, as ilhas pertencem ao Continente Negro, embo- prêmios. Em 2012, North Island despontou na lista dos melhores ra encravadas a 1.600 quilômetros da costa do Quênia. Quase 90% resorts do mundo da revista Robb Report. No ano seguinte, sensibidos moradores estão acomodados lizou os leitores da mais refinada revista na ilha principal, Mahé, onde ficam de turismo, a americana Condé Nast Trao aeroporto internacional e a cidade veler. Na eleição de 2013, eles considerade Victória, uma das menores capiram o Wilderness das Seychelles um dos Somália tais de um país soberano no planeta quatro melhores hotéis do mundo. Em e dotada de uma cópia do Big Ben. 2014, o resort apareceu entre os três. AinQuênia É dali que os hóspedes voam, de da no ano passado, recebeu o prêmio de helicóptero, até North Island, permelhor resort ecológico do Índico, conceco di Ilhas Ín correndo apenas 30 quilômetros. O dido pelo World Travel Awards. o Seychelles passeio dura somente 15 minutos – Quase tudo o que se consome é imTanzânia e é adorável. portado – à exceção de peixes, frutos do Praslin North La Situado próximo da linha do mar e vegetais. De qualquer maneira, Island Digue Equador, o país tem verões intentudo está incluído no valor das diárias, Mahé sos e fauna e flora exuberantes. de refeições a passeios. Para chegar às Mais de 50% do arquipélago é Seychelles partindo do Brasil, as opções Moçambique constituído por parques nacionais. de voo mais rápidas fazem escala em Madagascar Os zoólogos chegam a se estarreDubai (nos Emirados Árabes), Joanesburcer com a quantidade de espécies. go (na África do Sul) ou Doha (no Catar). Por exemplo: 240 de pássaros e 900 de peixes. Tem papagaio preto Mas há saídas das principais capitais europeias. Uma noite bem dore sapo das dimensões de uma moeda de 10 centavos. Uma das atra- mida dará conta de repor as energias. Na manhã seguinte, começarão ções maiores – em todos os sentidos da palavra – são as gigantescas alguns dos melhores dias da sua vida. Que jamais serão esquecidos. e longevas tartarugas de Aldabra. Muitos desses seres, que chegam a 1,40 metro de diâmetro e até 160 quilos, são moradores de br.wilderness-safaris.com North Island. É o caso de Brutus. Ele tem cerca de 130 anos. Naswearewilderness www.flysaa.com

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divUlgação

Wilderness safaris/ Hammer design [andreW HoWard]

Um brinde para o Wilderness; outro para Jancis robinson, a mulher que mais entende de vinhos no mundo, personagem da próxima reportagem

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espírito 4X4

1950

ms. robinson

saiba como, sem pedantismo ou frescura, a inglesa responsável pelos vinhos da família real britânica se tornou a mais respeitada crítica sobre o assunto no mundo por

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M a u r o M a r c e l o a lv e s


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Foto: Kadu Pinheiro divulgação

MaKe uP: edu hyde

Karina veste: aMir slaMa

agradeciMentos: coPa airlines e JaMaica exPerience


perfil

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la se define como uma obsessive intimidade da evolução dos grandes rótulos. Em Confessions of a wine writer, é comumente des- Wine Lover, abre seu coração ao descrever sua trajetória. Já seu crita como a papisa do mundo Wine and Grapes é uma monumental enciclopédia sobre as uvas do vinho e impressiona com viníferas, com minuciosa descrição de 1.368 variedades, escrita seus conhecimentos sobre a be- com o auxílio precioso de Julia Harding e José Vouillamoz. No bida, com vários e importantes Brasil, outro livro seu, Como Degustar Vinhos, foi lançado pela livros. Ao contrário de muitos Editora Globo, assim como o Atlas, pela Nova Fronteira. Na imprensa, ela trabalha como colunista do Financial Times narizes empinados dentro de taças, Jancis Robinson mais há vários anos e seu site www.jancisrobinson.com, eleito em 2010 aproxima do que afasta as pes- o melhor sobre vinhos pela Louis Roederer International Wine soas do vinho. Fala e escreve Writers, conta mais de 50 mil assinantes. Jancis foi condecorasem pedantismo ou frescura. Sempre com a típica elegância bri- da em 2003 com a Ordem do Império Britânico (OBE), ganhou tânica e a segurança de ter se tornado uma precoce Master of comendas de outros países e é presidente honorária da Wine & Wine – ou de ser a selecionadora das garrafas que aguardam o Spirit Education Trust desde janeiro de 2012. Como se vê, não é pouco. Assim como não são poucas as saca-rolha real no palácio de Buckingham. garrafas que ela prova a cada ano, Para a prestigiosa revista Deque já chegaram a um número canter, ela é simplesmente “o mais espantoso: cerca de 10 mil. Antes respeitado jornalista e crítico de que Ms. Robinson seja vista como vinhos do mundo”. Mesmo desqual o melhor vinho alguém capaz de rivalizar com a contando o fato de que a revista que ms. robinson simpática rainha-mãe Elizabeth, seja inglesa e tenha, talvez, cutuprovou? ora, não que morreu em 2002 aos 101 anos cado o americano Robert Parker, é o rótulo que com a fama de boa de copo, é bom galáctico assanhador de mercadetermina, e sim esclarecer: a maioria dos vinhos dos com suas notas até 100 poné provada em concursos, onde tos, Jancis Robinson tem imensa garrafas específicas. quase tudo se resume ao cheiracredibilidade e autoridade. A questão de sorte, -bochecha-cospe. ponto de falar coisas assim sobre portanto sua profissão: “Sabemos como os enólogos gostam de nos mimar... DECLARAÇÃO DE AMOR por isso devemos ser mais humilEla diz não ter preferência des e honestos, dizendo realmenpor este ou aquele tipo, mesmo te o que pensamos”. depois de contabilizar os milhares que passaram por sua boca. Nascida em abril de 1950 em Allerdale, distrito de Cumbria, Pode ser tinto, branco, licoroso... O que aprecia mesmo é penno norte da Inglaterra, casada com o jornalista de gastronomia sar na magia proporcionada pelo suco fermentado da uva e sua Nicholas Lander, Jancis é mãe de três filhos: William, Rose e Ju- enorme variedade de estilos, cores, aromas e gostos. Qual o melia. Estudou na Universidade de Oxford e desde cedo teve con- lhor vinho que ela já bebeu? Ora, não é o rótulo que determina, tato com o vinho – sua família importava Bordeaux. Em 1984, e sim garrafas específicas. Exemplo? Jancis já degustou algumas tornou-se a primeira pessoa fora dos negócios de bebidas a obter vezes o raro (e o mais caro vinho já leiloado até hoje) Château o título de Master of Wine, um extenuante concurso internacio- Cheval Blanc 1947, Bordeaux de St. Emilion, e diz que determinal realizado em Londres, no qual poucas centenas de pessoas nadas garrafas apresentaram um líquido mais fantástico do que conseguiram o canudo (não mais de oito por ano). outras. Questão de sorte, portanto. Coautora do estupendo The World Atlas of Wine com o amiEngana-se, no entanto, quem acha que, em nome de uma go e colega Hugh Johnson, Jancis escreveu também The Oxford suposta diplomacia, Ms. Robinson fuja da raia. Para ela, o PorCompanion to Wine, com cerca de mil páginas definitivas para to Taylor’s Vargellas Vinha Velha Vintage 2011 é “talvez o meos enófilos. Assina ainda Vintage Time Charts, onde desvenda a lhor vinho feito no mundo naquele ano”. E uma de suas ações

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divulgaçÃo

Ela ousa prever quando uma garrafa deve ser aberta. Há vinhos que devem ser tomados apenas em 2080, diz

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DaviD levenson/alamy/latinstock

perfil

Jancis robinson: 10 mil garrafas degustadas no esquema cheira-bochecha-cospe

mais instigantes foi justamente determinar o período em que esses excepcionais vinhos do Porto de 2011 deveriam ser bebidos. Depois de afirmar que, se tivesse uma adega substancial desse néctar, estaria bebendo aqueles da década de 1960, ela encheu suas taças com mais de 30 exemplares 2011. E decretou o seguinte, anote: a) o Churchill deveria ser bebido entre 2030 e 2055; b) o Cockburn’s estará uma beleza entre 2028 e 2048; c) o Fonseca merece ser degustado entre 2035 e 2080 (mesmo período para o Niepoort Bioma Vinha Velha); d) o Quinta do Passadouro é opção para quem não quer esperar muito (de 2020 a 2035); e que o campeão em seu julgamento, Taylor’s Vargellas Vinha Velha, deve hibernar na adega por mais de meio século,

O amigO brasileirO

por

até 2070. Neste último caso, é pena que não poderemos esperar para ver se concordamos com ela... Os portugueses, aliás, adoram Ms. Robinson, e não só por sua declaração de amor ao Porto. Há dois anos ela publicou no Financial Times, em coautoria com Valentina Romei, sua lista dos 50 melhores tintos do país, de safras entre 1999 e 2012. Ao lê-la, os patrícios descobriram que a pontuação média de seus líquidos era de 16,5 pontos, na escala até 20, empregada por ela. Ora, isso colocou Portugal em primeiro lugar em avaliações semelhantes, deixando para trás Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, França, Espanha e Itália. Por essas e por outras o governo de Lisboa a regalou com a medalha da Ordem do Mérito Agrícola.

josé RobeRto WhitakeR Penteado*

Houve um tempo – faz uns 20 anos – em que eu acompanhava o Financial Times inglês. Não pelas notícias econômicas, mas pela convidativa edição de fim de semana e pela coluna de gastronomia do Nick Lander – coisa sofisticada, que ele edita até hoje. Mandei-lhe uma apreciativa carta de leitor e ele logo respondeu, talvez surpreso por ter leitores nessas lonjuras. Seguiu-se um livro de presente e, sabendo-me colega jornalista, o convite para visitá-lo. Na primeira ocasião em que fui a Londres, com Elza, minha mulher, jantamos na casa de Nick e conhecemos sua mulher, Jancis Robinson, que dava ímpeto à sua carreira, organizando a primeira edição do Oxford Book of Wine (com a qual colaborei modestamente com informações sobre os vinhos gaúchos). Veio então uma prova de Cabernet Sauvignon e na conversa soube que Jancis lidava com vinhos desde pequena, pois sua família era importadora de claretes de Bordeaux. Will, o filho mais velho, adorou a camisa do Pelé que levamos. Hoje é restaurateur – vale a pena conhecer o seu The Quality Chop House, em Farringdon Road, que ganhou o prêmio de Best Small Wine List in Europe. Há boas chances de que Jancis e Nick estejam lá. (*) Presidente da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) em São Paulo. 84

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RePRoDução

Sobre os vinhos brasileiros, Jancis Robinson já fez algumas observações de próprio punho. Em setembro passado, encontrou na Soif d’Ailleurs, na capital francesa, o espumante gaúcho Miolo método tradicional, feito com uvas Chardonnay e Pinot Noir. E o chamou de “impressionante” e best-seller da loja da rue Pastourelle, por sua vez descrita como “a mais concorrida e interessante de Paris”. Já em 2011, porém, outros espumantes do Rio Grande do Sul mereceram de nossa Grand Dame elogios eloquentes. “Um dos mais impressionantes espumantes que me chegaram em muito tempo”, escreveu ela sobre o Cave Geisse Brut 1998. “Apaixonante e bem equilibrado”, saudou o Cave Geisse Terroir Nature. Jancis esteve no Brasil em 2003. Participou de degustações e mais recentemente, em meados de 2011, quem avaliou nossos vinhos foi sua principal assistente, Julia Harding, também Master of Wine, para a sexta edição do Atlas Mundial do Vinho. “O

vinho brasileiro é leve e prazeroso e mais de uma taça pode ser bebida”, afirmou a exigente Julia. “A qualidade me impressionou, especialmente porque não provei nenhum vinho ruim ou defeituoso.” Criticou porém o uso excessivo de carvalho americano, que aporta um sabor adocicado à bebida, preferindo que o frescor da fruta e a acidez natural sejam preservados. A tarefa mais recente de Jancis Robinson e equipe foi a degustação, divulgada em seu site no último dia de janeiro de 2015, de nada menos que 1.800 vinhos da Borgonha, safra 2013, por ela classificada como “interessante e surpreendente”. E assim, entre taças e viagens, a Papisa segue seu caminho pelo mundo de Baco. No meio-tempo, faz algumas pausas para determinar quais garrafas irão molhar o bico de Sua Majestade Elizabeth 2ª, família e convidados. O gosto real é conservador, diz ela, com opção óbvia por Bordeaux e champanhe nas ocasiões mais íntimas. Para os convidados, todavia, os rótulos vêm de regiões menos conhecidas, e com preços em torno de 6 libras a garrafa – a rainha não gosta de ser vista como gastadora. Poor Ms. Robinson! Ela deve suspirar fundo nessas recepções.

carro

DiVuLgação

RePRoDução

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Dois rótulos de respeito: o do Porto Taylor’s Vargellas Vinha Velha Vintage 2011 – um dos preferidos de Ms. Robinson – e o comemorativo dos 40 anos do Mitsubishi Lancer

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carro

made in brazil

agora fabricado pela mitsubishi em catalão (go), o novo lancer gt mantém sua tradição de 40 anos: um sedã de design exclusivo, alta performance e muito conforto Por henrique skujis

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fotos divulgação [Mitrevista] março 2015

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le veio ao mundo em 1973. Carro de família. Era tão acertado mecanicamente que, além de agradar aos motoristas mais tranquilos, logo migrou para as pistas de competição. Tinha carroceria extremamente resistente. Sua mecânica era plenamente confiável. O conjunto motor-câmbio, de uma eficiência a toda prova. E ainda custava o que tinha que custar. Além de pais e mães, jovens de todas as idades cresceram o olho sobre ele. Pilotos de rali também viram no carro um prato cheio para suas peripécias. Basta dizer que, entre 1973 e 1976, o Mitsubishi Lancer venceu o exigente Southern Cross Rally, no sul da Austrália. O carro viraria definitivamente ícone da indústria automobilística e sonho de consumo, porém, ao conquistar por quatro vezes consecutivas (de 1996 a 1999) o World Rally Championship (WRC). Nascia o mito. A vocação do Lancer para o asfalto, no entanto, nunca deixou de correr em suas veias. Nessas mais de quatro décadas de vida, o

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carro não apenas aprimorou todas as qualidades citadas como se sofisticou a ponto de ser um dos sedãs mais completos à venda no Brasil. O Lancer colocou um traje de gala para virar carro de luxo. Expressão maior desse requinte está em sua versão GT, cujas fotos estampam as páginas desta reportagem. Tem bancos de couro, computador de bordo com tela de LCD colorida de alto contraste e sistema full airbags. Isso significa nada menos do que nove deles: dois frontais, dois laterais, quatro de cortina e um de joelho para o motorista – este, exclusividade em sua categoria. Ao longo deste texto, o leitor saberá outros requintes que fazem do Lancer GT um forte candidato a ocupar sua garagem. Mas antes falemos rapidamente de sua nacionalização. Desde o ano passado, toda a linha Lancer passou a ser produzida no país. “Foi um grande marco para a Mitsubishi Motors do Brasil”, diz Robert Rittscher, presidente da empresa. “É o primeiro sedã produzido em nossa fábrica, em Catalão (GO).” A nacionalização faz parte do investimento


Conforto, desempenho, estabilidade e segurança: marcas registradas do Lancer GT

de R$ 1 bilhão previsto no programa Anhanguera II, que inclui uma nova fábrica de pintura, uma nova planta de motores e novas linhas de produção. Além do Lancer, as cabines duplas L200 Triton, o Pajero Dakar e o crossover ASX também são fabricados em Goiás.

P

ara satisfazer o gosto nacional, o Lancer GT made in Brazil recebeu importantes melhorias. O isolamento acústico, por exemplo, foi aprimorado – o sedã passou a desfilar entre os carros mais silenciosos do mercado. O sistema multimídia é agora touch screen e tem navegação intuitiva, similar aos mais modernos tablets e smartphones – é equipado com GPS, Bluetooth, USB, DVD/CD e o chamado Dynamic Information System (DIS), que mostra a aceleração lateral, a inclinação frontal e a altitude, além de conter acelerômetro e bússola. Até a roda de liga leve (a única com aro 18 polegadas da categoria) foi redesenhada para se adequar aos olhos brasileiros.

O aperfeiçoamento do modelo nacional também incluiu um novo acerto na suspensão, independente nas quatro rodas. “Fizemos um trabalho de calibragem bastante minucioso na suspensão traseira”, explica Reinaldo Muratori, diretor de engenharia e planejamento da Mitsubishi Motors do Brasil. “O carro ficou ainda mais adequado para andar na cidade e, ao mesmo tempo, manteve sua excelência dinâmica em velocidades médias e altas.” A estabilidade, diga-se, é ponto forte que acompanha o Lancer nestes mais de 40 anos de história. “Você faz a curva e não se assusta com o comportamento do carro”, conta Muratori. “Ele gruda no chão, passa total segurança.” Debaixo do capô, o Lancer GT esconde um motor 2.0 quatro cilindros de 16 válvulas. De fabricação nacional, feito de alumínio e já célebre pelo baixo consumo de combustível. Seus 160 cavalos e seus 20 kgf.m de torque o levam de 0 a 100 em 10,7 segundos – e a uma velocidade máxima de 198 quilômetros por hora. Números à parte, o Lancer é aquele carro gostoso de dirigir em qualquer situação. A tec[Mitrevista] março 2015

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carro

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Com o novo isolamento acústico, o Lancer GT tornou-se um dos carros mais silenciosos do mercado

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nologia Mivec, que controla a abertura das válvulas, garante resposta do motor em qualquer rotação. Para trocar as marchas, o câmbio automático de seis velocidades conta com a magia do Invecs-III, que adapta a troca de marchas ao estilo de dirigir do motorista. Se você gosta de esticar as marchas ou prefere dirigir com tranquilidade, essa tecnologia entende na hora seus desejos. Tudo para tornar sua experiência mais prazerosa e econômica. Detalhe: quem preferir trocar as marchas manualmente tem à disposição dois paddle shifters – aquelas pequenas alavancas apelidadas de borboletas – atrás do volante. Na hora de pisar no freio, o piloto do Lancer GT também está muito bem servido. Além dos freios a disco nas quatro rodas, três sistemas tornam a frenagem extremamente eficaz e segura: ABS (antitravamento), EBD (que distribui a força de frenagem pelas rodas) e BAS (que reduz a distância de frenagem). O motorista ainda tem à sua disposição sensores de acendimento de faróis, faróis de xenônio com limpadores, sensores

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de chuva, piloto automático, controle de áudio integrado ao volante e ar-condicionado automático. Tem também 16 porta-objetos e porta-copos espalhados pelo interior do carro. Detalhes que, somados àqueles perpétuos acertos na carroceria, na mecânica, no conjunto motor-câmbio e no preço, colocam o Lancer GT na vanguarda de sua categoria. www.lancergt.com.br


Sergio SchvAicer

Sergio SchvAicer

Acima, em sentido horário: faróis de xênon com lavador; porta-malas com capacidade para 430 litros; comandos do computador de bordo e do som no volante; e um dos sistemas multimídia mais completos do mercado. Na outra página: interior sofisticado e com muito espaço. Abaixo, o perfil elegante com as novas rodas de liga leve, as únicas 18” da categoria

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LANCER EVO X JOHN EASTON

O

CONHEçA A VERSãO mAiS ApimENTAdA dO ESpORTiVO dA miTSubiSHi, AgORA COm 340 CAVALOS

que acontece quando você junta duas lendas vivas do automobilismo: Mitsubishi Lancer Evo X e John Easton? De um lado, o puro-sangue que acaba de completar 40 anos. Do outro, o mais respeitado preparador da Europa. O resultado? Um modelo com tiragem limitada a 90 exemplares, feito apenas para o consumidor brasileiro – e com uma performance de cair o queixo. O engenheiro inglês John Easton foi diretor técnico da Mitsubishi Ralliart nos quatro títulos mundiais vencidos pelo Lancer Evo no WRC, o campeonato mundial de rali. E continua a desenvolver o carro para as pistas. A versão que leva seu nome ganhou 50 cavalos em relação ao modelo anterior – tem 340 cavalos de potência máxima. As novas rodas na cor grafite e o contorno vermelho da grade dianteira alertam: aqui está um verdadeiro superesportivo. O torque é palpável. Você acelera e sente o corpo ser projetado para trás. Ainda bem que os bancos Recaro de couro, em forma de concha, estão ali para segurar. O motor turbo está integrado à transmissão de dupla embreagem Twin Clutch SST. Ela responde pelas trocas de marcha rápidas e sem solavancos. Delícia. A tração 4x4 é integral e, para garantir a seguran-

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ça, o carro conta com controle de tração, de estabilidade e de aceleração lateral; sistema ABS de quatro canais e diferencial central ativo. Qualquer motorista vira piloto. No interior, o painel com luz prateada chama atenção. O computador de bordo, som sistema multimídia, tem tela LCD colorida com 19 funções. Comandos de áudio e piloto automático ficam no volante esportivo revestido de couro. Atrás dele estão os paddle shifters, para facilitar a mudança de marchas. E, já que começamos falando de lendas vivas do automobilismo, nunca é demais lembrar: o Mitsubishi Lancer Evo X John Easton vem equipado com freios Brembo, amortecedores Bilstein, molas Eibach e rodas forjadas BBS – marcas de alta performance nas pistas de competição.


ficha técnica

fotos murilo mattos

motor: 2.0, DoHC, 4 cilindros em linha, 16 válvulas, turbo intercooler, a gasolina Potência: 340 cavalos a 6.500 rpm torque: 48 kgf.m Câmbio: automático, 6 marchas Cores: preto, vermelho, prata, cinza e branco

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José mário dias

competição

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O ASX Racing da equipe Mitsubishi Petrobras vence uma duna nos arredores de San Juan, na Argentina

dakar vitória da resistêNcia

Na maior competição off-road do plaNeta, a equipe mitsubishi petrobras mostra força e termiNa o rally dakar como a terceira potêNcia da prova Por Fernando Solano e Thiago Padovanni

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competição

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victoR eleuteRio

Pedra à vista: o ASX Racing mostra sua força na Bolívia

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T

eve de tudo. Terra, areia, lama, dunas, calor, frio, grandes altitudes e até um salar – deserto de sal. A 37ª edição do Rally Dakar fez jus à fama de maior competição off-road do mundo e colocou à prova o conjunto piloto-navegador-máquina-equipe de apoio. Com 9.111 quilômetros de extensão e cortando Argentina, Chile e Bolívia, a competição largou e chegou a Buenos Aires, onde, calcula-se, 1 milhão de pessoas se concentraram em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino, para ver as máquinas de perto. No restante da competição, pelas estradas e trilhas, milhares de pessoas se aglomeravam à espera de carros, motos, caminhões e quadriciclos. Para enfrentar tamanho desafio, a Ralliart Brasil, divisão de competição e alta performance da Mitsubishi Motors do Brasil, desenvolveu dois ASX Racing. Duas duplas com muita experiência tiveram o privilégio e a responsabilidade de fazer parte da equipe Mitsubishi Petrobras e domar essas feras nos desertos sul-americanos. No comando do carro 324, os brasileiros Guilherme Spinelli e Youssef Haddad. A bordo do 306, os portugueses Carlos Sousa e Paulo Fiuza. “Fiquei extremamente satisfeito com o ASX Racing e

foRAm 9.111 km peloS piSoS mAiS iNgRAtoS de tRêS pAíSeS: ARgeNtiNA, Chile e bolíviA. Ao fim doS 14 diAS de pRovA, ApeNAS 67 doS 137 CARRoS CRUzARAm A liNhA de ChegAdA. eNtRe eleS, NA 8A poSição, o mitSUbiShi ASX RACiNg 100

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José mário dias

competição

Um banho de lama no norte do Chile. No detalhe, os pilotos dos ASX Racing: Spinelli e Sousa

com o acerto que fizemos ao longo do ano passado”, disse Spinelli. “O carro foi muito bem e só paramos uma vez durante as especiais, para trocar pneu”, acrescentou Carlos Sousa. “Iremos continuar a evolução, trabalhar mais nele – a base é muito boa.” A Mitsubishi Petrobras foi a única equipe brasileira a participar da prova. Carlos Sousa e Paulo Fiuza ficaram na oitava colocação na classificação geral, levando a equipe ao posto de terceira na elite do rali cross-country mundial. Não bastassem


victor eleuterio

as dificuldades de qualquer prova fora de estrada, o Dakar 2015 passou pelo deserto do Atacama, considerado o mais seco do mundo. Aos desafios das gigantescas dunas somaram-se as duas travessias pela cordilheira dos Andes, com ar rarefeito e muito frio. Neste ano, pela primeira vez, os carros foram para a Bolívia, em uma especial marcada pelas fortes chuvas e pela etapa maratona, na qual não tiveram o apoio mecânico da equipe. “Fizemos aquela especial na altitude, subindo as montanhas debaixo de um

temporal e com os vidros embaçando”, contou Carlos Sousa. “Foi o dia mais complicado e o mais intenso.” Houve ainda uma etapa sobre o salar de Uyuni, na Bolívia, em um percurso com alta velocidade por mais de 100 quilômetros. “A largada em linha, com os carros lado a lado, foi fantástica”, relembrou o navegador Paulo Fiuza. “Para mim, foi o momento mais marcante do rali.” Ao cruzar a linha de chegada, o piloto mal conseguia falar, de tanta alegria: “É sempre uma emoção bastante grande, pois [Mitrevista] março 2015

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dakar O Mitsubishi asx racing pilOtadO pela dupla pOrtuguesa sOusa e fiuza precisOu parar uMa única vez durante as especiais dO rali. e fOi pra trOcar O pneu

victor eleuterio

não deixa de ser também uma responsabilidade com os patrocinadores, com a equipe e com os mecânicos, que trabalharam duro para preparar o carro”, disse Sousa. “Este é o momento em que respiramos aliviados, independentemente de o resultado poder ter sido melhor ou pior. Estamos satisfeitos em estar aqui”, completou. Essa foi a 20ª participação de Sousa no Dakar. Na maioria delas, o português andou entre os dez primeiros colocados. Em 2004, foi o quarto. A dupla Guilherme Spinelli e Youssef Haddad não completou a nona etapa do desafio e teve que abandonar a competição quando ocupava a 15ª posição na classificação geral. No total, 137 carros largaram em Buenos Aires, mas apenas 67 completaram o desafio. “Cumprimos nosso planejamento e terminamos entre os dez melhores”, sintetizou Fiuza. “Dakar é prova de resistência, e o ASX Racing se portou muito bem.” Para Guiga, estar entre as três melhores equipes no Dakar indica o caminho certo. “Ficamos muito felizes em ver a equipe entre as melhores”, afirmou. “Isso mostra todo o potencial do ASX Racing. Trabalhamos muito no carro ao longo do ano e iremos desenvolvê-lo ainda mais para um resultado ainda melhor no Dakar 2016.”

Mitsubishi: a Marca Oficial dO dakar Para levar a cabo uma competição desse nível, com tantas dificuldades em regiões inóspitas, a organização do Rally Dakar contou com 43 veículos Mitsubishi das linhas Pajero e L200 Triton. Os SUVs e as cabines duplas, fornecidos pela Mitsubishi Motors do Brasil, foram essenciais para a organização do evento, transportando o staff entre as cidades e fazendo o apoio em pontos importantes. “A frota é um dos elos essenciais da organização e contribuiu, sem dúvida, para o sucesso do Dakar”, afirmou Etienne Lavigne, diretor da ASO, organizadora da corrida. “Passamos por três países e os veículos rodaram mais de 9 mil quilômetros, dia e noite, em variadas condições, mostrando a resistência e a performance necessárias para encarar esse desafio.” Os veículos Mitsubishi participaram do levantamento de terreno do Dakar, enfrentando o mesmo trajeto feito depois pelos competidores. maindruphoto.com

“A marca de maior sucesso em competições off-road não poderia

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estar de fora do maior rali do mundo”, disse Fernando Julianelli, diretor de marketing da Mitsubishi Motors do Brasil. “Além da importância do Dakar no cenário mundial, usamos a prova para desenvolver e aprimorar cada vez mais os nossos produtos e comprovar para o mundo toda a resistência de nossos veículos.”


victor eleuterio gustAvo epifAnio

Atacama em dose dupla: pedra na sétima etapa, areia na oitava

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cidadania

Não chove? Não lavo. SimpleS aSSim mitSubiShi apoia (e faz adeSivo) de campaNha para ecoNomizar água

É

um dos mais bem sacados comerciais dos últimos tempos. Foi veiculado apenas na internet. Começa com um rapaz estacionando o carro, imundo, em algum posto de gasolina isolado. Nisso, desponta uma moça belíssima, trajando minisshort e decote aliciantes. Ela traz um pano na mão. E um balde na outra. Extasiado, o motorista vê a garota se debruçar sobre o capô, esfregando o pano. Ao que tudo indica, está lavando o carro. Mas, de repente, ela abandona o serviço. Curioso, o rapaz 104

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vai ver o resultado do trabalho. Descobre que, com o pano, ela escreveu sobre a sujeira do capô: “Não chove. Não lavo”. A campanha foi criada pela agência de publicidade Africa para a maior organização de conservação ambiental do planeta, a TNC (The Nature Conservancy), presente em 35 países – e com 26 anos de Brasil. Encampada ainda em sua fase embrionária pela Mitsubishi Motors do Brasil, envolve não apenas o comercial. Mas também anúncios em jornais de circulação gratuita, adesivos e um folheto convocando os paulistanos a participar da ação. Para isso,


fotos divulgadção

basta deixar de lavar o carro neste momento crítico, de escassez de água. E, claro, convencer os outros a fazer o mesmo. “Na situação atual, isso não é sinal de desleixo”, diz Sérgio Gordilho, copresidente da Africa. “Significa, isso sim, ser consciente e solidário.” Lavar um carro consome uma média de 500 litros. Se toda a frota de São Paulo (7 milhões de veículos) for lavada, isso representa 3,5 bilhões de litros. O equivalente ao consumo mensal de 25 milhões de pessoas. Adiar ao máximo a lavagem do automóvel, portanto, é de grande valia. “A campanha nasceu para ser compartilhada o máximo possível na internet – e isso ocorreu”, comemora Marcelo Moura, diretor de marketing da TNC. Ele celebra, ainda, o bom resultado das ações fora do mundo digital. “Ao distribuir adesivos com o slogan ‘Não chove/Não lavo’, a Mitsubishi teve grande contribuição.” A primeira fase da campanha seguiu até dezembro. Moura quer continuá-la em 2015. “Mesmo que a atual crise diminua, é urgente fazer com que o país se conscientize da necessidade de utilizar a água de maneira extremamente racional.” www.naochovenaolavo.com.br

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universo

mitsubishi adriano carrapato

“O Outdoor é muito dinâmico. Tem rali, tem esporte, tem natureza, tem cultura. Competimos com as equipes de ponta, mas a verdade é que vamos pela diversão.” Ralph Schmidt Gallas (MITSUBISHI OUTDOOR)

“O ambiente do MotorSports é muito bom. Participar é uma forma deliciosa de tirar o estresse e sentir muita adrenalina.” Paulo Roberto Saviolli, piloto (MITSUBISHI MOTORSPORTS SUDESTE)

tom papp

“A oportunidade de correr com o meu Lancer Evo X numa pista como o Velo Città não tem preço. E eu estou evoluindo: já cravei 1’47”” Sergio Laureano, piloto (MITSUBISHI LANCER EVO DAY)

“Foi demais participar de um curso de pilotagem tendo como professor nada menos do que o Ingo Hoffmann. Uma experiência única.” Matheus Henrique Pupulin (MITSUBISHI LANCER EXPERIENCE) adriano carrapato

tom papp

“A gente pode acelerar, frear, fazer curvas... Enfim, dá pra testar os limites do carro numa pista com toda a segurança.” Luiz Felipe Porto, piloto (MITSUBISHI FUN DAY)

tom papp

ricardo leizer

ricardo rollo

“A competitividade entre os pilotos é muito forte, mas há um grande clima de amizade. E isso é fantástico.” Sergio Alves, piloto (MITSUBISHI LANCER CUP)

tom papp

tom papp

DIVERSãO E ADRENALINA

“Os circuitos, os mecânicos, os carros... A Mitsubishi Cup é uma competição de alto nível. Mescla emoção com segurança na medida certa.” Lucas Moraes, piloto (MITSUBISHI CUP)

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EvENTOS 2015

Contagem regressiva terra, adrenalina, regularidade, família, asfalto, veloCidade, amigos... vai Começar mais uma temporada das Competições mitsubishi

N

o Brasil, existem 48 marcas de carro. Apenas uma

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A marca em questão é a Mitsubishi Motors. Mais do que carros,

tem um autódromo à disposição de seus clientes.

a marca dos três diamantes oferece uma experiência para seus

Apenas uma mantém cursos regulares de pilotagem.

clientes. “Ter um Mitsubishi é um estilo de vida”, resume o empresário

Apenas uma oferece uma gama de eventos que vai de

Felipe dos Santos, que participa do Mitsubishi Fun Day. O calendário

um rali de regularidade para a família a duas categorias de alto

de 2015 já foi divulgado. O sinal verde se acende no dia 14 de março,

desempenho para empresários e profissionais liberais darem seus

quando acontece a primeira etapa da terceira temporada da Mitsu-

primeiros, segundos e terceiros passos no mundo da velocidade.

bishi Lancer Cup, do Mitsubishi Lancer Evo Day e do Mitsubishi Fun

Apenas uma conta com um departamento de alta performance

Day. Na semana seguinte, os três diamantes deixam o asfalto e se-

que prepara carros tanto para seus consumidores acelerarem

guem para a terra, com o início do Mitsubishi MotorSports e do Mitsu-

como para pilotos profissionais disputarem os ralis mais impor-

bishi Outdoor. Nas próximas páginas, saiba mais sobre cada um desses

tantes do mundo.

eventos e conheça as novidades que entram em cena em 2015.

[Mitrevista] março 2015


RICARDO LeIzeR

TOM PAPP

em 2015, as categorias lancer r e lancer rS terão grids separados

lancer cup “O mais legal é que junto com a competitividade existe um clima de amizade entre os pilotos.” Sergio Alves, piloto da categoria Lancer RS

“executivos como eu podem participar sem se preocupar com a parte logística. a Mitsubishi cuida de tudo.” Luiz Barcellos, piloto da categoria Lancer R

Sente e acelere Nas duas categorias da Lancer Cup (R e RS), os carros são alugados pelos competidores no sistema sit&drive, no qual a Mitsubishi cuida de toda a parte logística e mecânica. Basta ao competidor chegar, vestir o macacão, colocar o capacete e acelerar. Quem toma conta dessa frota é o departamento de alto desempenho da Mitsubishi Motors do Brasil, que no ano passado recebeu o selo Ralliart, o departamento de competições da Mitsubishi japonesa.

www.ralliartbrasil.com.br www.lancercup.com.br teMpOrada 2015: lancer cup 13/14 Mar Velo Città (SP) 24/25 aBr Velo Città (SP) 19/20 Jun Goiânia (GO) 24/25 Jul Velo Città (SP) 21/22 aGO 02/03 Out A definir 20/21nOV Velo Città (SP) Interlagos (SP) Datas e locais sujeitos a alteração

Autódromo Velo Città

www.facebook.com/RalliartBrasil

@nacaomitsubishi

@mundomit

patrOcinadOreS: Armura, Dalgas, Petrobras, BTG Pactual, Pirelli, SKY, Unirios, Artfix

[Mitrevista] março 2015

109


fotos murilo mAttos

eventos 2015

FUN DAY “Fiquei impressionado com a organização e a estrutura do evento. Ele é ideal pra trazer a família e os amigos.” Osmar Renato Rosa

“A gente pode acelerar, frear, fazer curvas... Enfim, dá pra testar os limites do carro numa pista com toda a segurança.” Luiz Felipe Porto

EVO DAY - tEMPORADA 2015 13/14 MAR Velo Città (SP) 29/30 MAI Velo Città (SP) 20/21 NOV Velo Città (SP) Datas e locais sujeitos a alteração

www.mitsubishifunday.com.br Autódromo velo Città

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@mundomit

Executivos e profissionais liberais viram pilotos no Mitsubishi Fun Day. Acima, o ASX em ação

LANCER CUP, FUN DAY E EVO DAY O autódromo citado na página anterior atende pelo nome de Velo Città. É homologado pela Federação Internacional de Automobilismo

Mitsubishi Evo Day. O primeiro é uma prova de regularidade na qual

(FIA), fica em Mogi Guaçu (SP) e recebe uma série de eventos para

os participantes (proprietários de Lancer, ASX e Outlander) precisam

quem ama o automobilismo. O mais conhecido deles é a Mitsubishi

passar no tempo certo nos pontos de cronometragem espalhados

Lancer Cup, que completou sua segunda temporada em 2014.

pelos 3 430 metros do autódromo. “A oportunidade de sentir o

A bordo do Lancer R e do Lancer RS, dois superesportivos derivados

próprio carro numa pista como o Velo Città é sensacional”, diz Luiz

do Lancer Evo, carro quatro vezes campeão do World Rally Cham-

Felipe Porto. “A gente pode acelerar, frear, fazer curvas, enfim testar

pionship (WRC), os pilotos aceleram em uma competição cheia de

os limites do carro com toda a segurança”, conclui. Já o Evo Day é para

emoção na pista e na qual, do lado de fora, reina a camaradagem

quem faz questão de pisar fundo. São três provas de 30 minutos nas

dos chamados gentlemen drivers.

quais os donos do poderoso Mitsubishi Evo podem tirar o máximo do

Em 2015, quando a temporada será transmitida pelo canal Ban-

carro. Entram na pista e ficam à vontade. “É um evento que comprova

dsports, as duas categorias, R e RS, contarão com 15 carros no grid

o diferencial da Mitsubishi em relação às outras marcas”, acredita

e correrão provas separadas. Outra novidade: das sete etapas, três

Fábio Ferreira Lins.

serão realizadas fora do Velo Città. Os autódromos de Goiânia (GO) e

110

No mesmo dia em que acontecem as etapas da Lancer Cup, o Vello Città recebe outros dois eventos. O Mitsubishi Fun Day e o

Os participantes dos três eventos – Lancer Cup, Fun Day e Evo

Interlagos (SP) serão dois destes outros palcos. “A Lancer Cup é a me-

Day – se revezam na pista. Enquanto uns estão em ação, outros

lhor válvula de escape que se pode ter”, diz o paulista Sergio Maggi Jr.,

podem visitar os boxes e conhecer o Mitsubishi Racing Center, local

49 anos, presidente da Gafor Logística e um dos gentlemen drivers da

onde acontece o almoço de confraternização e onde um lounge

categoria RS. “O mais legal é que, junto com a competitividade, existe

acomoda pilotos, parentes e amigos para um café e um bom papo.

um clima de amizade entre os pilotos”, ressalta o empresário carioca

Para participar de qualquer um deles, principalmente do Fun Day,

Sergio Alves, piloto campeão da segunda temporada do campeonato.

não é preciso experiência prévia ao volante. Mas é evidente que é

[Mitrevista] março 2015


riCArdo leizer tom pApp

Donos do Mitsubishi Evo aceleram o próprio carro no Velo Città. No fim do dia, tem champanhe no pódio

EVO DAy “O Mitsubishi Evo Day é um evento que comprova o diferencial da Mitsubishi em relação às outras marcas.” Fábio Ferreira Lins

“A oportunidade de correr com o meu Mitsubishi Lancer Evo X numa pista como o Velo Città não tem preço.”

tEMpOrADA 2015: EVO DAy 13/14 MAr Velo Città (SP) 29/30 MAI Velo Città (SP) 20/21 NOV Velo Città (SP) Datas e locais sujeitos a alteração

www.lancerevoday.com.br Autódromo Velo Città

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eventos 2015

muito melhor conhecer as manhas da pilotagem antes de acelerar em uma pista. Por isso, a Mitsubishi oferece dois cursos de pilotagem. A Mitsubishi Racing Experience e a Mitsubushi Premium Racing

marcio machado

adriano carrapato

De Curitiba (nesta página) a Fortaleza (página ao lado), o Mitsubishi Motorsports reúne famílias e amigos

School. Ambos são realizados no Velo Città e têm o comando de Ingo Hoffmann, piloto com passagem pela Fórmula 1 e maior campeão da história da Stock Car no Brasil. Além de Ingo, fazem parte do time de instrutores Duda Pamplona, piloto com carreira vitoriosa no automobilismo brasileiro, Erich Darwich, especialista no Lancer Evo, e César Urnhani, um dos mais experientes pilotos de testes da indústria automobilística. “As coordenadas dos instrutores pelo rádio são fora de série. Ajudam a aprimorar a técnica e a baixar o tempo”, conta José Claudio Arouca, um entre as dezenas de novos pilotos formados no Mitsubishi Drive Club. O quarteto embarca com o aluno e até acelera para mostrar na

completou em 2014 duas décadas de vida. Trata-se do mais tradicional

prática as técnicas de pilotagem. “É uma equipe incrível. Quando sou-

rali de regularidade do Brasil. Com etapas realizadas nas regiões Sul,

be que o Ingo Estava envolvido, me inscrevi na hora”, diz o empresário

Sudeste e Nordeste, a competição se divide em três categorias: Gradu-

gaúcho Fabricio Bianchini. “Você fica praticamente one on one com os

ados, Turismo e Turismo Light, conforme a experiência dos competido-

instrutores”, conta o joalheiro Ara Vartanian, outro empresário-piloto.

res. É uma competição, mas o que mais vale é estar com a família, entre amigos, viajando pelo país. As etapas, que chegam a reunir mais de

MOtOrsPOrts, OUtDOOr e CUP Se o Velo Città é um capítulo novo na história da Mitsubishi, o universo off-road é tradição de longa data. O Mitsubishi MotorSports 112

[Mitrevista] março 2015

1.500 pessoas, acontecem em lugares escolhidos a dedo. Este ano o calendário cresceu de 11 para 13 etapas, sendo 9 nas regiões Sul e Sudeste e 4 no Nordeste. Os participantes aceleram nas


motorsports “É um evento fantástico, desde a organizaçao até o lado social, com a doação de alimentos.” Simone Ferrarese

“para quem é apaixonado por 4x4, é quase uma obrigação participar do motorsports.” Edgard Vieira Junior

temporada 2015: motorsports sudeste 21 mar Campos do Jordão (SP) 09 maI Tiradentes (MG) 30 maI São José do Rio Preto (SP) 20 JuN Goiânia (GO) 04 JuL Curitiba (PR) 08 aGo Penedo (RJ) 22 aGo Vitória (ES) 07 NoV Joinville (SC) 28 NoV Ribeirão Preto (SP) Datas e locais sujeitos a alteração temporada 2015: motorsports Nordeste 25 aBr Gravatá (PE) 12 set João Pessoa (PB) 24 out Fortaleza (CE) Datas e locais sujeitos a alteração

26 set Natal (RN)

www.mitsubishimotors.com.br @mundomit

TOM PaPP

@nacaomitsubishi

[Mitrevista] março 2015

113


cadu roliM

eventos 2015 Bike e rapel estão entre os desafios dos participantes do mitsubishi outdoor

dunas de Fortaleza (CE), vencem o barro vermelho de Ribeirão Preto (SP), cruzam as montanhas de Penedo (RJ), sobem a serra paranaense, passeiam nas praias de João Pessoa (PB)... Duas novas cidades entram no calendário: Gravatá (PE) e São José do Rio Preto (SP). Nessa categoria, diga-se, em 2015 será permitido o uso dos mesmos equipamentos de navegação usados na Graduados. “Isso facilita o trabalho do navegador”, resume Detlef Altwig, gerente desportivo da Mitsubishi Motors. Outra novidade no campeonato Sudeste é o aumento do número de descartes de três para quatro. Detalhes à parte, o que vale no MotorSports são as amizades e a oportunidade de conhecer os mais belos pedaços do Brasil. “Comecei a participar em 2014. Fiz duas etapas e me encantei. Foi uma experiência fantástica”, diz Simone Ferrarese. Paulo Roberto Saviolli faz coro: “Há quatro anos, viciei no MotorSports. O ambiente é excelente. É uma ótima

outdoor “É curtição do início ao fim. Você viaja com a família, conhece gente nova e se diverte em lugares lindos.” Oleg Loretto

“o mitsubishi outdoor é muito dinâmico. tem rali, tem esporte, tem natureza, tem cultura.” Ralph Schmidt Gallas

temporada 2015: outdoor 21 mar Campos do Jordão (SP) 04 JuL Curitiba (PR) 08 aGo Penedo (RJ) 22 aGo Vitória (ES) 07 NoV Joinville (SC) 28 NoV Ribeirão Preto (SP) Datas e locais sujeitos a alteração

www.mitsubishioutdoor.com.br Mitsubishi outdoor

@Mitoutdoor

maneira de tirar o estresse e sentir uma adrenalina deliciosa”.

114

O mesmo clima vale para o Mitsubishi Outdoor, realizado no Sul

será preciso pedalar, fazer um trekking ou até um rapel para conquistar

e no Sudeste nos mesmos dias do MotorSports. Trata-se de um rali

os pontos. O rali é ainda recheado de tarefas culturais, como a visita a

de estratégia, que mistura pilotagem 4x4 com provas de aventura.

construções históricas, identificação de minerais, preparação de pratos

Tentada por uma lista de tarefas recebida minutos antes da larga-

rápidos da culinária regional, safáris fotográficos... “É uma competição

da, balizada por uma planilha, guiada por um mapa e com a ajuda

super bem organizada. Você se diverte na sexta-feira e no sábado com

de um aparelho de GPS, cada equipe traça o roteiro que julgar mais

sua família e com os amigos. É curtição do início a fim”, diz Oleg Loretto.

rentável nos quesitos pontuação e diversão. O caminho há de levar os

Ainda no terreno off-road, a marca tem a Mitsubishi Cup, o mais res-

participantes diante de rios, cachoeiras, montanhas e cavernas, onde

peitado rali de velocidade cross-country brasileiro. Pistas traçadas em fa-

[Mitrevista] março 2015


tom papp


eventos 2015 cup “Sempre foi um sonho fazer parte da cup. o ambiente é incrível. apesar de ser uma competição, o clima não poderia ser melhor.” Ricardo Feltre

“os circuitos, os mecânicos, os carros... a mitsubishi cup é uma competição de alto nível. mescla emoção com segurança na medida certa.” Lucas Moraes

temporada 2015: cup 28 mar Ribeirão Preto (sP) 09 maI Mafra (sC) 27 JuN Jaguariúna (sP) 29 aGo A definir 19 Set Indaiatuba (sP) 17 out A definir 21 NoV Mogi Guaçu (sP) Datas e locais sujeitos a alteração

MuRIlo MAttos

www.mitsubishicup.com.br

zendas recebem as versões de competição da L200 Triton e, a partir de

de. Os organizadores entenderam o recado e incluíram uma modali-

2015, do ASX, que está à disposição para locação no sistema sit&drive

dade de velocidade na competição, a L200 Cup, embrião do que viria

[leia quadro]. “O sit&drive permite que a gente não precise se preocupar

a se tornar a Mitsubishi Cup. “Do traçado das pistas, passando pela

com a manutenção do carro entre uma etapa e outra – nem entre uma

equipe de mecânicos e pela qualidade dos carros, tudo é de alto nível”,

prova e outra”, diz Seigo Nakamura, executivo do mercado financeiro.

diz Lucas Moraes campeão de 2014 da Mitsubishi Cup na categoria

“Isso trouxe tranquilidade aos pilotos que, como eu, puderam se dedicar

L200 Triton RS e também organizador do Rally dos Sertões.

às suas respectivas profissões enquanto os carros são preparados para serem entregues no dia das provas.”

Se a parte técnica é unanimidade entre todos os envolvidos na Mitsubishi Cup, o lado social, da amizade, não fica atrás. Ou seja, a

Vale dizer que a Cup completou em 2014 sua 15ª temporada –

exemplo do que acontece na Mitsubishi Lancer Cup, dentro da pista a

contam-se nos dedos de uma mão as competições do automobilismo

disputa se dá com o pé lá embaixo, mas do lado de fora o que vale é o

brasileiro que atingiram essa marca. A história da categoria teve início

companheirismo. “Fiz grandes amigos aqui”, diz Ricardo Feltre.

em 2000, quando alguns participantes do Mitsubishi MotorSports, com o pé mais pesado, sugeriram trocar a regularidade pela velocida116

[Mitrevista] março 2015

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ToM PAPP

ToM PAPP

a l200 triton salta na etapa de indaiatuba. na página ao lado, o asX r, novo integrante da mitsubishi cup

RICARdo lEIzER

é só sentar e acelerar Assim como na Lancer Cup, a Mitsubishi Cup também possui o sistema sit&drive, no qual o competidor pode alugar o carro para a temporada inteira. A Mitsubishi cuida de toda a parte logística e mecânica. Basta ao piloto chegar, vestir o macacão, colocar o capacete e acelerar. Os carros disponíveis para aluguel são a L200 Triton RS e o novo ASX R, que estreia na Mitsubishi Cup este ano. Quem toma conta dessa frota é o departamento de alto desempenho da Mitsubishi Motors do Brasil, que no ano passado recebeu o selo Ralliart, o departamento de competições da Mitsubishi japonesa. www.ralliartbrasil.com.br

www.facebook.com/RalliartBrasil

patrocinadores motosports: Petrobras, Itaú, W.Truffi, Transzero, Pirelli, Clarion, Unirios, Embracon, STP, Tecfil, Mapfre, Pilkington, Flamma, Rede, SKY, Sideral, Artfix patrocinadores outdoor: Petrobras, Mapfre, Transzero, Atlântica Midori, Pirelli, Clarion, Unirios, Pronutri, Brascabos, Cisa Tranding, W.Truffi, Pilkington, Artfix patrocinadores cup: Axalta, Itaú, Transzero, Petrobras, Pirelli, Magneti Marelli, Unirios, Clarion, SKY, Italspeed, STP, Artfix

[Mitrevista] março 2015

117


fotos divulgação

divulgação

premiação

O sopro do conforto SE vOCê FOR O PilOTO dA MElhOR duPlA MiSTA dA CATEGORiA GRAduAdOS, SEJA bEM-viNdO à PARAdiSíACA PRAiA dE PREá

N

ão se deixe enganar. A decoração rústica, as almofadas

dispostas com toda a graça da arquitetura caiçara. No Rancho do Peixe

revestidas com chita colorida e os bangalôs pé-na-areia po-

foram utilizados materiais do próprio entorno: luminárias feitas de coco

dem sugerir que a pousada Rancho do Peixe é um recanto

verde seco, tapetes de corda e palha... Tudo se esmera em mostrar ao

esquecido em Preá, praia pertinho da famosa Jericoacoara, a

visitante que o Ceará pode encantar de um modo irreversível.

280 quilômetros de Fortaleza. Nada disso. Esse hotel é pra lá de idílico.

118

O piloto da melhor dupla mista da categoria Graduados do

Começa pela recepção – que não tem paredes, somente uma platafor-

MotorSports Sudeste e seus acompanhantes vão se instalar em um dos

ma de madeira com telhado de palha, mesas, poltronas e almofadas

20 chalés espalhados pela grande área de areia fofa. Eles têm 80 m2 e

[Mitrevista] março 2015


divulgação

são cercados de coqueiros. Não existe aparelho de ar condicionado. Nem precisa. O vento que sopra o tempo todo dá conta do recado e ainda atrai adeptos do kitesurf, esporte de prancha e vela que pede tanta raça quanto equilíbrio. Não à toa, anexo ao Rancho do Peixe fica o Rancho do Kite, referência mundial para cursos da modalidade. bom avisar também: na pousada não há televisão nos quartos (existe uma, sejamos justos, no lounge, com programação via satélite). O contato com a natureza é o bastante. Além disso, colchões de altíssimo gabarito, lençóis e toalhas de marca garbosa, a piscina e até o champanhe se encarregam de fazer o hóspede não sentir a menor falta da cidade grande e de ver recom-

www.ranchodopeixe.com.br

pensado o esforço para chegar na frente no MotorSports.

www.circuitoelegante.com.br [Mitrevista] março 2015

119



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fotos divulgação

premiação

um pedaço da ásia no Ceará O ZORAh bEACh hOTEl é A liNhA dE ChEGAdA dO PilOTO CAMPEãO dA CATEGORiA TuRiSMO dO MOTORSPORTS SudESTE

P

arece um pequeno recanto da ásia. um mosaico aqui, uma tapeçaria ali, camas com dossel e um serviço tão amigável

122

acompanhantes. São 16 suítes distribuídas em quatro alas, cinco bangalôs com

quanto discreto, típico dos hotéis de ponta daquele

90 m² e a vila Presidencial com 140 m², cama super king size, deque

continente. Escondido na deserta praia de Guajiru, no

com hidromassagem e piscina privativa. Aberto no final de 2013

município de Trairi, a 135 quilômetros de Fortaleza (CE), o Zorah beach

pelo empresário indiano Sumeet dhillon, o hotel tem decoração – entre

hotel é onde o piloto campeão da categoria Turismo do MotorSports

antiguidades e obras de arte – inspirada e trazida da índia e de bali

Sudeste vai desligar o motor e se voltar para a natureza. Ele e três

(indonésia). vale uma observação especial para o jardim extremamente

[Mitrevista] março 2015


bem cuidado e dotado de uma piscina de borda infinita de frente para o mar. O restaurante tem uma cozinha contemporânea, mas foca em ingredientes locais e busca referências na culinária asiática – destaque para as receitas com frutos do mar. uma tenda no jardim é o local para massagens, enquanto a biblioteca, também com mobiliário asiático, descansa o corpo e enobrece a mente, que certamente vai adorar essa

www.zorahbeach.com.br

mistura de Ceará com índia

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123


divulgação

premiação

uma semana no campo O PONTO FiNAl dO PilOTO viCE-CAMPEãO dA CATEGORiA TuRiSMO dO MiTSubiShi MOTORSPORTS SudESTE é A FAZENdA viRá

à

noite, entre uma taça e outra de vinho, a ideia é assistir ao

com hidromassagem para casal, lençóis de algodão 600 fios, toalhas

vaivém dos peixes no lago que domina a paisagem. Para

gigantes, roupões, acolchoados de lã de carneiro... um cenário de

isso, nem é preciso sair do bangalô de madeira. O chão de

cinema para o piloto (e três acompanhantes) que ficar na segunda

vidro e a iluminação bem pensada se encarregam de abrir

colocação na temporada de 2015 do Mitsubishi MotorSports Sudeste

essa visão para o hóspede da Fazenda virá, localizada no centro do

124

na categoria Turismo.

estado do Paraná, entre as cidades de Fernandes Pinheiro e irati. Todos

Em nome da paz e da privacidade, os 20 chalés e bangalôs ficam

os chalés e bangalôs misturam o estilo rústico com muito conforto. há

bem distantes uns dos outros, espalhados por uma área de 170 hecta-

cama king size, lareira de pedras, banheiro com ducha a gás, banheira

res de muito verde. A Fazenda virá não descuida do que é importante

[Mitrevista] março 2015


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para quem procura o turismo rural, com delícias típicas de uma farta vida de prazer no campo. Estão inclusos passeios a cavalo, carruagem, pedalinho e caiaque. Pescaria? Varas, molinetes e iscas estão sempre à espera. O hóspede pode ainda ordenhar as vacas da fazenda na hora do café da manhã. Outro programa é degustar amoras e pêssegos colhidos do pomar. Esse pedaço do Paraná tem forte presença de descendentes de poloneses. Por isso, prepare-se para degustar a culinária trazida por esses imigrantes, com destaque para o pirogue, um pastel de batata

126

cozido. Mas o prato típico local é bem brasileiro: a costela assada no sal

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grosso acompanhada de polenta cremosa.

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[Mitrevista] março 2015


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premiação

de volta ao século 19. Com um toque especial AO MElhOR PilOTO dE duPlA MiSTA dA CATEGORiA TuRiSMO dO MOTORSPORTS SudESTE, uMA FAZENdA COlONiAl dE FiNA ESTiRPE

v

oltar à metade do século 19, sem as agruras daqueles idos.

Catuçaba fica a apenas meia hora da histórica cidade de São luiz do

Eis a ideia da Fazenda Catuçaba e o prêmio para consagrar

Paraitinga, no interior de São Paulo, e a 198 quilômetros da capital.

o piloto (e três acompanhantes) da melhor dupla mista da categoria Turismo do MotorSports Sudeste. O hotel, de apenas

128

Sua sede, bem preservada, é um casarão de 1850. Tempos em que as plantações de café mandavam na economia. Ainda se cultiva nesses

dez quartos – para garantir a exclusividade e o ambiente íntimo –, não

rincões a mais famosa planta da família das rubiáceas. Mas é uma

tem televisor, nem acesso à internet. Sinal para o celular? Esqueça. Em

produção pequena, para consumo próprio e das vizinhanças. Mais do

compensação, você estará em meio às montanhas, na fronteira de uma

que o café, semeia-se, isso sim, um modo de vida sem pressa, em que o

reserva natural destacada pela unesco. longe? Nada disso. A Fazenda

visitante caminha ou cavalga – há cavalos de fina linhagem à disposição

[Mitrevista] março 2015



premiação

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ANÚNCiO

dos hóspedes – entre lagos, cachoeiras, rios e riachos, com reconfortante

seu savoir faire, o hotel tem esculturas do bielo-russo Pasha Radetzki

visão da serra.

nos jardins. Elas contrastam com a vasta oca construída pelos índios

No cotidiano da Catuçaba, todas as refeições trazem à mesa

meinacos, do Xingu, trazidos para erguer uma construção tal e qual as

hortaliças, verduras e frutas orgânicas plantadas na própria fazenda.

de suas aldeias. Somando a essa mescla arquitetônica, os premiados

Até a cachacinha é produzida ali. Ao dormir, ouvem-se apenas o canto

designers irmãos Campana criaram uma catedral de bambu.

dos pássaros e o barulhinho bom das folhagens movidas pelo vento. isso não significa ausência de conforto. Os quartos são amplos, com camas king size e lençóis de algodão egípcio. Todos eles oferecem total privacidade. A carta do restaurante tem vinhos, de várias procedências. Além disso, o francês Emmanuel Rengade, casado com

130

a portuguesa Filipa e proprietário do Catuçaba, soube adicionar um

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toque ao mesmo tempo rústico e contemporâneo ao redor. Graças ao

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[Mitrevista] março 2015



divulgação

premiação

Maravilha! Esta pousada faz jus ao nome FERNANdO dE NORONhA ESTá NO FiM dA PlANilhA dO PilOTO vENCEdOR dA CATEGORiA TuRiSMO dO MOTORSPORTS NORdESTE

F

132

ernando de Noronha é mesmo singular. E não apenas por ter

emissora de rádio, uma só estrada federal, uma delegacia, um porto,

as águas mais semelhantes às do Caribe no território nacional.

uma escola, uma hora a mais de fuso em relação ao continente e uma

Ou por suas 14 praias tão íntegras, emocionantes e cheias

única pousada realmente de luxo, entre outras tantas muito confortá-

de recortes quanto o diário de uma adolescente. Ou ainda por

veis: a Pousada Maravilha.

seus dois cartões-postais, ou melhor, descansos de tela (quem ainda

Ela já foi considerada o melhor small hotel da América latina pelo

envia postais?): o fálico morro do Pico e as ilhas dois irmãos, homena-

insuspeito guia britânico Condé Nast Johansens. Procede. Aberta em

gem da natureza à cantora Fafá de belém. A bem da verdade, Noronha

2003, quando um de seus sócios era o apresentador luciano huck, a

é singular no sentido mais estrito da palavra. vejamos. Tem uma só

Maravilha faz jus ao nome desde o dia da inauguração. Na época, tinha

[Mitrevista] março 2015


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premiação

apenas cinco bangalôs voltados para o mar, com 54 metros quadrados

é de quatro por apartamento. do restaurante, saem especialidades

e ofurô na varanda. A eles foram adicionados três apartamentos de

como o cheesecake de pitanga. Tudo para o hóspede, no caso o piloto

47 metros quadrados, com mezanino e acomodações para até cinco

campeão da categoria Turismo do MotorSports Nordeste, aproveitar

pessoas. Em 2012, a pousada ganhou um spa, com produtos da marca

ainda melhor uma ilha que tem uma única estação. Não, ninguém está

espanhola Germaine de Capuccini. Nenhuma dessas intervenções

se referindo àquela obscura emissora de rádio. Mas ao verão.

descaracterizou o projeto original do arquiteto Thiago bernardes, integrado ao entorno e instalado diante de uma enseada tão singular quanto Noronha. é a única praia da ilha sem ondas. Se deus está nos detalhes, como queria o arquiteto alemão ludwig Mies van der Rohe, eles revelam o nível internacional da Maravi-

134

lha. As camas são super king size; o enxoval, Trussardi; os travesseiros,

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Valle Nevado

Aos campeões nordestinos, a neve NA CATEGORiA GRAduAdOS dO MOTORSPORTS NORdESTE, PilOTO E NAvEGAdOR vENCEdORES vãO ESquiAR NO ChilE

A

dupla vencedora do Mitsubishi MotorSports Nordeste vai se divertir bem longe do calor. O destino será o Chile, no decorrer do inverno. O piloto seguirá para valle Nevado. lá está, em meio à bucólica paisagem natural branca da cordilheira, a mais

de 3.000 metros de altitude, a maior e uma das mais charmosas estações de esqui do país andino. valle Nevado atrai visitantes do mundo inteiro durante o inverno, em busca de entretenimento e interação com a neve. é simplesmente a maior área esquiável da América do Sul. Tem 45 pistas em 40 quilômetros de extensão. Por isso mesmo, tornou-se um destino certo para os amantes dos esportes de neve que querem apreciar as paisagens deslumbrantes da cordilheira dos Andes. A

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[Mitrevista] março 2015

fotos divulgação

premiação


Portillo

estação fica a apenas uma hora de Santiago e conta com uma variada

semana. São 34 pistas para todos os níveis de esquiadores e snow-

estrutura hoteleira, com três hotéis e um conjunto de apartamentos

boarders, 14 meios de elevação e uma ampla área fora de pista. Além

totalmente equipados.

disso, o clima familiar ganha força, já que casais e famílias que visitam

diariamente, o valle Nevado disponibiliza uma programação com

o lugar há muitos anos se transformam em grandes amigos. isso sem

apresentações lúdicas especialmente desenvolvidas para as crianças,

contar a excelência em serviços oferecida por 400 funcionários, muito

atividades diversificadas para jovens e adultos, música ao vivo nos

deles experientes e conhecidos pelos frequentadores. A gastrono-

restaurantes, bares ou pub e competições de esqui e snowboard.

mia também é um capítulo à parte. Os hóspedes têm a seu dispor as

Já o navegador vencedor do Mitsubishi MotorSports Nordeste irá para Portillo. localizada a aproximadamente duas horas de Santiago,

deliciosas receitas do talentoso chef Rafael Figueroa, que podem ser acompanhadas por excelentes vinhos.

a estação de esqui local oferece uma estrutura completa de hospedagem, lazer e entretenimento a pouco mais de 450 hóspedes por

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Corraico

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premiação

O Chile gelado

OS CAMPEõES dA CATEGORiA GRAduAdOS SudESTE vãO dESCER dE ESqui AS MONTANhAS dE CORRAlCO E dE ChilláN

T

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ermas de Chillán e Corralco serão os destinos dos vencedores

massagens são imperdíveis! Os esquiadores podem desfrutar de 29

da categoria Graduados do Mitsubishi MotorSports Sudeste.

pistas de todos os níveis, que terminam em deliciosas águas termais,

O piloto vai para Chillán. O navegador, para Corralco.

além de dez meios de elevação. Também estão disponíveis tirolesa de

A 400 quilômetros de Santiago, em plena cordilheira,

inverno, polo sobre neve, trenó, snowboard, caminhada com raquetes e,

rodeada por belos bosques, localiza-se a formidável estação de esqui

ainda, motos de neve. O destino conta também com três restaurantes e

Termas de Chillán, acessada pelo aeroporto de Concepción, a 200

muitas atividades para as crianças.

quilômetros. Onde encontra-se o exclusivo cinco estrelas Gran hotel

quanto a Corralco, é a estação de esqui mais jovem do Chile. Está

Termas de Chillán, que oferece 106 apartamentos totalmente equi-

situada na encosta do vulcão lonquimay, dentro da Reserva Nacional

pados, piscina e spa, com diversos tratamentos faciais e corporais – as

Malalcahuello-Nalcas, rodeada por um bosque intocado de araucárias

[Mitrevista] março 2015



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premiação

milenares. localizada a 120 quilômetros da cidade de Temuco, é uma região de rica flora e fauna, que encanta não só pelas paisagens naturais, mas também pela neve “polvo”, abundante e de ótima qualidade. O valle Corralco hotel & Spa, inaugurado em junho de 2013, é um complexo de 5.500 metros quadrados, com 54 apartamentos de luxo, que conta com uma complexa infraestrutura composta por restaurante, bar, spa, piscina coberta aquecida e jacuzzi, fitness center e sala de cinema. Corralco, enfim, está pronta para receber os esquiadores mais exigentes, que este ano encontrarão diversas novas atrações, entre as quais destaca-se uma nova loja de aluguel e venda de equipamentos e roupas de esqui e snowboard. A mais nova estação de esqui no Chile tem tudo para angariar cada vez mais frequentadores a cada temporada. Chillán

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[Mitrevista] março 2015

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