MIT Revista 49

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R E V I S T A

CarybĂŠ A cara da Bahia




NAVEGAÇÃO DO APLICATIVO COMPARTILHE O CONTEÚDO

BANCA MIT CONFERIR OUTRAS EDIÇÕES

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PORTA-MALAS

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CLÁSSICOS 4x4

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Brincadeira de gente grande UMA SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA A SUA AVENTURA SER PERFEITA

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atmosfera feria seus olhos. O piloto entrou em contato com a célebre

pelo roqueiro Roy Orbinson (sua marca registrada), Bob Dylan, Marilyn

ótica Bausch & Lomb e logo começou a desenhar óculos de proteção

Monroe, James Dean e até do presidente John F. Kennedy. Os modelos

especialmente para aqueles que desafiavam a estratosfera. Nascia

caíram em desuso durante os coloridos anos da new wave. Porém,

o Ray-Ban, com a proposta de “banir” os “raios” solares, daí seu nome.

com o surgimento de filmes como Blues Brothers, Men in Black ou

No fim dos anos 1930, os anúncios da B&L prometiam “proteção real e

Cães de Aluguel, voltaram com tudo a partir dos anos 1990.

científica do clarão do sol” para pescadores e jogadores de golfe. Ainda não eram chamados pelo modelo que os imortalizaria — Aviator —, mas as

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que pratico todo dia, antes de colocar o pé na rua, acomodando meu Aviator preto sobre as orelhas e a base do nariz.

NARA/CC

1. Garrafa SIGG NAT, de alumínio reciclável com válvula de alívio de pressão, na Fnac – www.fnac.com.br; 2. Óculos Vitesse, com lentes

1. Trail Pro, de couro, à prova d’água, forro com tratamento bacteriostático, palmilha Comfort Lat-Air e solado Vibram, da Curtlo – (11) 2206-

polarizadas, tratamento hidrofóbico e oleofóbico, da Bollé – (48) 3204-8462; 3. Lanterna de cabeça Petzl NAO Reactive com sensor que ajusta

4478 e www.curtlo.com.br; 2. Guarani de couro, à prova d’água, forro com tratamento bactericida e palmilha de EVA, da Mit4Fun, da Mitsubishi

3. Tudor Hydronaut II, de aço, resistente a 1.200 m, na Frattina – (11) 3062-3244; 4. IWC Aquatimer Deep Two, de aço, reserva de marcha de 42 horas,

60”, alto-falantes estéreos e tela LCD touchscreen de 2,7”, da Sony – www.sony.com.br; 4. Câmera Galaxy com 16,3 MP, conexão 3G e wi-fi,

medidor de profundidade mecânico, resistente a 120 m, da IWC Schaffhausen – (11) 3152-6610 e www.iwc.com/brazil; 5. Panerai Luminor 1950 Pangea

lente grande angular de 23 mm, zoom de 21x, tela LCD HD de 4,8” e recursos para edição, da Samsung – www.samsung.com.br

Submersible Depth Gauge, de titânio, edição limitada, medidor de profundidade eletrônico e resistência a 100 m, da Officine Panerai –(11) 3152-6620

[MITREVISTA] MARÇO 2013

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a quantidade de luz de acordo com o ambiente, bateria de lítio recarregável, na Casa de Pedra – (11) 3047-2494 e www.casadepedra.com.br;

–www.mitsubishimotors.com.br; 3. EK Pathrock Mid Leather GTXM, de couro, à prova d’água, entressola de EVA com bidensidade, placa interna

4. canivete Hunter XT, de aço, corpo emborrachado, lâmina com bloqueio para abertura com uma só mão, serra para madeira e saca-rolhas, da

para proteção contra torções e solado feito com 42% de borracha de pneu reciclado, da Timberland – www.timberland.com.br

[MITREVISTA] MARÇO 2013

[MITREVISTA] MARÇO 2013

lentes já tinham o clássico formato de lágrima e armações tão delicadas quanto a estrutura de um biplano. Vendidos como equipamento esportivo, custavam bem mais caros que óculos de sol comuns. Durante a Segunda Guerra (1939-45), os óculos caíram nas graças de militares sólidos como o general Douglas MacArthur. Quando

tornou-se um dos símbolos do conflito mundial. Depois dele, não

só rostos de militares — alguns sinistros, como Augusto Pinochet e os tonton macoute de Papa Doc —, como também algumas das 2

Samsung – www.samsung.com.br; 2. Relógio Fênix, à prova d’água (50 metros), com GPS, altímetro, barômetro e bússola de três eixos, sensor de temperatura, Bluetooth, da Garmin – www.garmin.com.br; 3. Filmadora PJ200 Full HD com projetor de alto contraste para imagens de até

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2. Jaeger-Le-Coultre Master Compressor de aço, edição limitada, resiste a 300 m de coluna d’água, na Dryzun – (11) 3811-4100 e www.dryzun.com.br;

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3. Tudor Hydronaut II, de aço, resistente a 1.200 m, na Frattina – (11) 3062-3244; 4. IWC Aquatimer Deep Two, de aço, reserva de marcha de 42 horas,

60”, alto-falantes estéreos e tela LCD touchscreen de 2,7”, da Sony – www.sony.com.br; 4. Câmera Galaxy com 16,3 MP, conexão 3G e wi-fi,

medidor de profundidade mecânico, resistente a 120 m, da IWC Schaffhausen – (11) 3152-6610 e www.iwc.com/brazil; 5. Panerai Luminor 1950 Pangea

lente grande angular de 23 mm, zoom de 21x, tela LCD HD de 4,8” e recursos para edição, da Samsung – www.samsung.com.br

Submersible Depth Gauge, de titânio, edição limitada, medidor de profundidade eletrônico e resistência a 100 m, da Officine Panerai –(11) 3152-6620

[MITREVISTA] MARÇO 2013

1. Garrafa SIGG NAT, de alumínio reciclável com válvula de alívio de pressão, na Fnac – www.fnac.com.br; 2. Óculos Vitesse, com lentes

[MITREVISTA] MARÇO 2013

NARA/CC

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Lágrimas negras

A TRADIÇÃO DOS ÓCULOS ESCUROS RAY-BAN, DOS ARES ÀS CELEBRIDADES

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Vista-São Paulo sem escalas. E aí, da porta do passageiro, o pai do meu pai desembarcando com seu Ray-Ban de lentes azuis e armação prateada, sorriso faiscando sob o bigode branco, tirando onda do neto que lia um livro na varanda:

4478 e www.curtlo.com.br; 2. Guarani de couro, à prova d’água, forro com tratamento bactericida e palmilha de EVA, da Mit4Fun, da Mitsubishi

a quantidade de luz de acordo com o ambiente, bateria de lítio recarregável, na Casa de Pedra – (11) 3047-2494 e www.casadepedra.com.br;

–www.mitsubishimotors.com.br; 3. EK Pathrock Mid Leather GTXM, de couro, à prova d’água, entressola de EVA com bidensidade, placa interna

4. canivete Hunter XT, de aço, corpo emborrachado, lâmina com bloqueio para abertura com uma só mão, serra para madeira e saca-rolhas, da

para proteção contra torções e solado feito com 42% de borracha de pneu reciclado, da Timberland – www.timberland.com.br

[MITREVISTA] MARÇO 2013

DE VOLTA À CAPA VOLTAR PÁGINA POR PÁGINA

eu pai chegando a bordo de seu Ray-Ban de lentes verdes e armação dourada, sorriso faiscante na janela do 4x4 tão enlameado que parecia ter nascido do barro. Meu pai descendo da picape todo sujo, esticando as

pernas endurecidas pelos três dias de viagem ininterrupta, Boa

1. Trail Pro, de couro, à prova d’água, forro com tratamento bacteriostático, palmilha Comfort Lat-Air e solado Vibram, da Curtlo – (11) 2206-

[MITREVISTA] MARÇO 2013

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aviação americana, desceu de seu avião reclamando que as retinas haviam sido machucadas pelo sol. No começo do século 20, quando

DIVULGAÇÃO

Must have

DÁ ATÉ PARA VIVER SEM, MAS COM ESSES GADGETS A VIDA FICA MUITO MAIS DIVERTIDA

Cobrir totalmente os olhos dá uma sensação cool, de frieza

CANTANDO NO CHUVEIRO Que tal fazer do seu banho um karaokê? O chuveiro Kholer Moxie tem uma caixa de som embutida para tocar seu playlist favorito por meio de conexão wi-fi. www. us.kohler.com/us

especial um Ray-Ban, seja um Aviator ou um Wayfarer, passou a ser item indispensável a quem quisesse ter a aparência de bacana — fora da praia, longe da guerra, muito além de qualquer uso esportivo. Não é algo novo: juízes da China antiga já usavam lentes escuras quando presidiam a corte — não queriam que os outros conhecessem suas emoções, expostas através das janelas da alma.

Poder, aventura, frieza, sagacidade: tudo aquilo estava

concentrado nas faces do meu pai e do pai do meu pai, naquele dia

em que eles voltaram da viagem tão longa de 4x4 pelo sertão. Com

classe, de homem para homem, passaram-me a lição de autoproteção

DIVULGAÇÃO

Apesar do sucesso do Aviator, nos anos 1950 outro

os olhos, avançando um pouco sobre as sobrancelhas e as maçãs do rosto. A primeira vez que surgiram como

Um mês depois, ainda assombrado pela visão dos olhos

SAÚDE! O Tinke se encaixa no iPhone e mede batidas cardíacas e nível de oxigênio no sangue. Tudo é transformado em estatísticas sobre a sua saúde e grau de estresse. www.zensorium.com/tinke

modelo da Bausch & Lomb veio para conquistar o

imaginário pop: o Wayfarer. Feito de plástico, a armação em formato de borboleta era mais barata, porém

mantinha o conceito Ray-Ban de cobrir inteiramente

congelado. Schroeder conseguiu pousar, e seu amigo John MacReady

esbugalhados do amigo Schroeder, MacReady subiu no mesmo avião

MOLDURA ON-LINE O Instacube é uma moldura para foto digital que aceita via wi-fi imagens do Instagram em tempo real e sem perder a resolução. instacu.be/ about-instacube

passando pelo diretor durão Sam Peckinpah,

símbolo sexual Tom Cruise de Top Gun (o filme rendeu um acréscimo de 40% às vendas do modelo).

apenas por um instante poderia ser fatal. Em 1920, quando o piloto Shorty Schroeder desafiou os dez mil metros de altitude com seu biplano, sentiu as lentes embaçarem e inadvertidamente levantou os óculos — logo em seguida, sua visão se esfumou: seus olhos haviam

TELEPATIA A Leap Motion é a maneira mais nova de interagir com a tela de qualquer computador. O sensor permite controlar a tela sem nem sequer tocá-la. Parece mágica. www.leapmotion.com/product

pelo terrorista Unabomber e chegando até o

os pilotos de teste começavam a voar mais alto que o Everest, precisavam se defender das baixas temperaturas usando óculos de proteção cuja armação era feita de peles. Levantar esses óculos

o ajudou a sair da cabine.

O MUNDO NO RÁDIO O rádio Tivoli Networks traz a programação ao vivo de qualquer estação do mundo. Você escuta uma ópera da Itália, o futebol inglês, o noticiário do Japão... www.tivoliaudio.com

sinônimo do paradoxal paradigma da “sofisticação pop” foi adornando as delicadas feições de Audrey Hepburn,

perder a elegância e a gaiatice jamais. Pensando bem, sempre

para bater seu recorde de altitude. Como Schroeder, MacReady usava

a pobre porém chique Holly Golightly de Bonequinha de

foi assim, desde que John MacReady, célebre piloto de testes da

óculos de proteção — mas teve outro problema: a luz do sol na alta

Luxo (1962). Logo as lentes Wayfarer foram adotadas

[MITREVISTA] MARÇO 2013

PAINEL

Monroe, James Dean e até do presidente John F. Kennedy. Os modelos caíram em desuso durante os coloridos anos da new wave. Porém, com o surgimento de filmes como Blues Brothers, Men in Black ou Cães de Aluguel, voltaram com tudo a partir dos anos 1990.

que pratico todo dia, antes de colocar o pé na rua, acomodando meu

— Essa moleza vai acabar, hein! um Ray-Ban. A minha vem envolta nas brumas da memória, do

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ARCHIVES DU 7E ART/DR PHOTO12/GLOW IMAGES

[MITREVISTA] MARÇO 2013

— afinal, encobre suas intenções. Logo, usar óculos escuros, em

Aviator preto sobre as orelhas e a base do nariz.

Cada um deve saber contar sua cena inesquecível envolvendo tempo em que os homens eram homens e viajavam léguas sem

Victorinox – (11) 5584-8188 e www.victorinox.com.br 23

DIVULGAÇÃO

AGRADECIMENTO: DINOSSAUROS COLECIONÁVEIS, NA COLECIONA – WWW.COLECIONA.COM.BR

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1. Victorinox Dive Master 500, com caixa revestida, visor de safira antirreflexo, resistente 500 metros – (11) 5584-8188 e www.victorinox.com.br;

a pobre porém chique Holly Golightly de Bonequinha de Luxo (1962). Logo as lentes Wayfarer foram adotadas

pelo roqueiro Roy Orbinson (sua marca registrada), Bob Dylan, Marilyn

mais icônicas faces do século 20 foram adornadas pelos Aviator: do

roqueiro sexy Elvis Presley ao jornalista doidão Hunter S. Thompson,

Os dois mais célebres modelos da marca: o Aviator, no rosto do general MacArthur desembarcando nas Filipinas, e o Wayfarer, nos olhos rebeldes de James Dean

AGRADECIMENTO: ANIMAIS SELVAGENS COLECIONÁVEIS, NA COLECIONA – WWW.COLECIONA.COM.BR

3

AGRADECIMENTO: ROBÔS R2D2 E B-9, NA ARTE EM MINIATURAS – WWW.ARTEEMINIATURAS.COM.BR

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1. Notebook ATIV Smart PC, touchscreen, Full HD, tela LED de 11,6”, teclado removível, câmera de 5 MP e webcam de 2 MP, edição limitada, da

para bater seu recorde de altitude. Como Schroeder, MacReady usava óculos de proteção — mas teve outro problema: a luz do sol na alta

Carybé A cara da Bahia

voltou às Filipinas depois de expulso pelos japoneses, MacArthur foi enquadrado por vários fotógrafos usando um Aviator — a imagem

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foi adornando as delicadas feições de Audrey Hepburn,

perder a elegância e a gaiatice jamais. Pensando bem, sempre foi assim, desde que John MacReady, célebre piloto de testes da

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No fim dos anos 1930, os anúncios da B&L prometiam “proteção real e científica do clarão do sol” para pescadores e jogadores de golfe. Ainda não eram chamados pelo modelo que os imortalizaria — Aviator —, mas as

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esbugalhados do amigo Schroeder, MacReady subiu no mesmo avião

O MUNDO NO RÁDIO O rádio Tivoli Networks traz a programação ao vivo de qualquer estação do mundo. Você escuta uma ópera da Itália, o futebol inglês, o noticiário do Japão... www.tivoliaudio.com

OBJETOS DO DESEJO COM ALTA TECNOLOGIA {por Alessandra Lariu, de Nova York}

ótica Bausch & Lomb e logo começou a desenhar óculos de proteção especialmente para aqueles que desafiavam a estratosfera. Nascia o Ray-Ban, com a proposta de “banir” os “raios” solares, daí seu nome.

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SAÚDE! O Tinke se encaixa no iPhone e mede batidas cardíacas e nível de oxigênio no sangue. Tudo é transformado em estatísticas sobre a sua saúde e grau de estresse. www.zensorium.com/tinke

sinônimo do paradoxal paradigma da “sofisticação pop”

[MITREVISTA] MARÇO 2013

CLÁSSICOS 4x4 atmosfera feria seus olhos. O piloto entrou em contato com a célebre

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Apesar do sucesso do Aviator, nos anos 1950 outro modelo da Bausch & Lomb veio para conquistar o

imaginário pop: o Wayfarer. Feito de plástico, a armação em formato de borboleta era mais barata, porém

mantinha o conceito Ray-Ban de cobrir inteiramente

os olhos, avançando um pouco sobre as sobrancelhas e as maçãs do rosto. A primeira vez que surgiram como

Um mês depois, ainda assombrado pela visão dos olhos

ARCHIVES DU 7E ART/DR PHOTO12/GLOW IMAGES

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CAIXA MÁGICA O Ouya permite baixar jogos, vídeos e músicas. Mais que um console, essa caixinha é um centro de entretenimento personalizado. Uma ameaça aos consoles de videogame. www.ouya.tv

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MOLDURA ON-LINE O Instacube é uma moldura para foto digital que aceita via wi-fi imagens do Instagram em tempo real e sem perder a resolução. instacu.be/ about-instacube

passando pelo diretor durão Sam Peckinpah,

pelo terrorista Unabomber e chegando até o

símbolo sexual Tom Cruise de Top Gun (o filme rendeu um acréscimo de 40% às vendas do modelo).

apenas por um instante poderia ser fatal. Em 1920, quando o piloto Shorty Schroeder desafiou os dez mil metros de altitude com seu biplano, sentiu as lentes embaçarem e inadvertidamente levantou os óculos — logo em seguida, sua visão se esfumou: seus olhos haviam congelado. Schroeder conseguiu pousar, e seu amigo John MacReady o ajudou a sair da cabine.

tempo em que os homens eram homens e viajavam léguas sem

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A HISTÓRIA DE OBJETOS QUE NASCERAM PARA SUPERAR OBSTÁCULOS {por Ronaldo Bressane}

Brincadeira de gente grande

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aviação americana, desceu de seu avião reclamando que as retinas haviam sido machucadas pelo sol. No começo do século 20, quando os pilotos de teste começavam a voar mais alto que o Everest, precisavam se defender das baixas temperaturas usando óculos de proteção cuja armação era feita de peles. Levantar esses óculos

— Essa moleza vai acabar, hein! Cada um deve saber contar sua cena inesquecível envolvendo um Ray-Ban. A minha vem envolta nas brumas da memória, do

Victorinox – (11) 5584-8188 e www.victorinox.com.br

[MITREVISTA] MARÇO 2013

eu pai chegando a bordo de seu Ray-Ban de lentes verdes e armação dourada, sorriso faiscante na janela do 4x4 tão enlameado que parecia ter nascido do barro. Meu pai descendo da picape todo sujo, esticando as

Vista-São Paulo sem escalas. E aí, da porta do passageiro, o pai do meu pai desembarcando com seu Ray-Ban de lentes azuis e armação prateada, sorriso faiscando sob o bigode branco, tirando onda do neto que lia um livro na varanda:

1. Victorinox Dive Master 500, com caixa revestida, visor de safira antirreflexo, resistente 500 metros – (11) 5584-8188 e www.victorinox.com.br; 2. Jaeger-Le-Coultre Master Compressor de aço, edição limitada, resiste a 300 m de coluna d’água, na Dryzun – (11) 3811-4100 e www.dryzun.com.br;

A BAGAGEM DO AVENTUREIRO {por Adriana Tanaka | fotos Gustavo Arrais}

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A TRADIÇÃO DOS ÓCULOS ESCUROS RAY-BAN, DOS ARES ÀS CELEBRIDADES

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PORTA-MALAS

Lágrimas negras

FOTOS DIVULGAÇÃO

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Samsung – www.samsung.com.br; 2. Relógio Fênix, à prova d’água (50 metros), com GPS, altímetro, barômetro e bússola de três eixos, sensor de temperatura, Bluetooth, da Garmin – www.garmin.com.br; 3. Filmadora PJ200 Full HD com projetor de alto contraste para imagens de até

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Carybé A cara da PARA Bahia

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Carybé A cara da Bahia Poder, aventura, frieza, sagacidade: tudo aquilo estava

em que eles voltaram da viagem tão longa de 4x4 pelo sertão. Com

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Must have

da praia, longe da guerra, muito além de qualquer uso esportivo. Não é algo novo: juízes da China antiga já usavam lentes escuras quando presidiam a corte — não queriam que os outros conhecessem suas emoções, expostas através das janelas da alma.

concentrado nas faces do meu pai e do pai do meu pai, naquele dia

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Durante a Segunda Guerra (1939-45), os óculos caíram nas graças de militares sólidos como o general Douglas MacArthur. Quando voltou às Filipinas depois de expulso pelos japoneses, MacArthur foi enquadrado por vários fotógrafos usando um Aviator — a imagem tornou-se um dos símbolos do conflito mundial. Depois dele, não 3

— afinal, encobre suas intenções. Logo, usar óculos escuros, em

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OBJETOS DO DESEJO COM ALTA TECNOLOGIA {por Alessandra Lariu, de Nova York}

A HISTÓRIA DE OBJETOS QUE NASCERAM PARA SUPERAR OBSTÁCULOS {por Ronaldo Bressane}

A BAGAGEM DO AVENTUREIRO {por Adriana Tanaka | fotos Gustavo Arrais}

FOTOS DIVULGAÇÃO

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M I T R E V I S T A

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4 É MITSUBISHI

4 É MITSUBISHI

4 É MITSUBISHI

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Carybé A cara da Bahia

UM SOM OU PODCAST

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[MITREVISTA] MARÇO 2013

CAIXA MÁGICA O Ouya permite baixar jogos, vídeos e músicas. Mais que um console, essa caixinha é um centro de entretenimento personalizado. Uma ameaça aos consoles de videogame. www.ouya.tv


UMA TEMPORADA HISTÓRICA Aventureiro, inquieto, debochado e, para completar, “o mais baiano dos artistas baianos”. Assim o escritor Jorge Amado brincava com seu grande amigo, o argentino Hector Julio Paride Bernabó (1911-1997), mais conhecido como Carybé. Um dos grandes nomes da arte brasileira, Carybé desde criança teve uma vida movimentada, cheia de episódios pitorescos, como você lerá na reportagem de capa que enfoca esse verdadeiro personagem 4x4. Por falar em 4x4, esta edição traz como destaque o início da temporada 2013 dos ralis e competições de pista da marca dos três diamantes. Vamos começar com o Mitsubishi Outdoor, o rali de estratégia mais famoso do Brasil. Ele comemora em alto estilo seus dez anos de existência, com a inclusão de dois novos modelos no evento: o Outlander 4x4 e o ASX 4x4. Quando dizemos “alto estilo” não se trata de figura retórica. Para comemorar o aniversário de dez anos, ao final de cada uma das seis etapas do Mitsubishi Outdoor, um piloto será sorteado e ganhará uma viagem exclusiva com direito a hospedagem no Explora Salto Chico, luxuoso resort dentro do Parque Nacional Torres del Paine, na Patagônia chilena. Os felizardos irão todos juntos para uma aventura numa das regiões mais belas do planeta. Prêmios incríveis também não faltam no Mitsubishi MotorSports em várias categorias. O piloto campeão da categoria Graduados Sudeste, por exemplo, vai festejar a vitória no Equador, conhecer Quito e Galápagos a bordo de um luxuoso iate – com direito a levar três acompanhantes. Isso sem mencionar o exclusivíssimo Mitsubishi Drive Club. Esse complexo automobilístico recém-inaugurado pela Mitsubishi Motors em Mogi Guaçu (SP) abriga o autódromo Velo Città – pista de padrão internacional –, o Mitsubishi Racing Center, área de convivência para pilotos e seus acompanhantes, e uma pista completa para a prática do off-road. Será lá que, durante o ano todo, acontecerão a Lancer Cup, o Lancer Experience e o Lancer Evo Day: um campeonato monomarca com o superesportivo Lancer Evo R; a experiência única de um dia inteiro ao volante do Lancer Evo X; e a oportunidade para proprietários do carro poderem se reunir e desfrutarem de um autódromo só para eles. Coisas que só a Mitsubishi faz por você. F E R N A N D O d i r e t o r

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SUMÁRIO

MARCELO BORMAC

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A CARA DA BAHIA

A CONQUISTA DO LESTE

ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ

O candomblé, os escravos, os jagunços, os

Embarque conosco no Mitsubishi ASX

No cliff diving, basta pular de penhascos

pescadores e, claro, as mulheres. Nada escapou

neste clássico roteiro de 1.700 quilômetros

de quase 30 metros e três segundos depois

de Carybé, o mais baiano do argentinos

forrados de neve entre Frankfurt e Praga

mergulhar com estilo na água. Só isso

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RODA VIVA

HOLYDAY ON ICE

PISTA DOS SONHOS

Berlim renasce das cinzas quantas vezes for

O que faz a alemã Birgit Lutz, que já esteve

O autódromo Velo Città é o palco da Lancer

preciso. Exemplo de arquitetura e urbanismo, a

no Ártico 18 vezes (quatro delas sozinha),

Cup, do Lancer Evo Day, do Lancer Experience e

cidade promete o melhor verão de sua história

não parar de explorar a região?

da Mitsubishi Premium Racing School FOTO DE CAPA: FOTO PIERRE VERGER © FUNDAÇÃO PIERRE VERGER

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[MITREVISTA] MARÇO 2013





R E V I S T A Publicação trimestral da Custom Editora Ltda. Sob licença da MMC Automotores do Brasil S.A. CONSELHO EDITORIAL Patrícia de Azevedo Poli, André Cheron e Fernando Paiva

REDAÇÃO Diretor Editorial Fernando Paiva fernandopaiva@customeditora.com.br Diretora de Redação Silvana Assumpção silvana@customeditora.com.br Redator-chefe Henrique Skujis henriqueskujis@customeditora.com.br Repórter Juliana Amato julianaamato@customeditora.com.br Estagiário Raphael Alves raphaelalves@customeditora.com.br ARTE Diretor Ken Tanaka kentanaka@customeditora.com.br Editora Karen Yuen karenyuen@customeditora.com.br Assistente Guilherme Freitas guilhermefreitas@customeditora.com.br Prepress Roberto Quevedo robertoquevedo@customeditora.com.br Projeto Gráfico Alessandro Meiguins e Mariana Henriques PRODUÇÃO EXECUTIVA E PESQUISA DE IMAGENS Rita Selke ritaselke@customeditora.com.br COLABORARAM NESTE NÚMERO Texto Alessandra Lariu, Fernando Valeika de Barros, Fred Melo Paiva, Luciana Lancellotti, Luciano Velleda, Luis Patriani, Marion Frank, Milly Lacombe, Patricia Broggi, Roberto Amado, Ronaldo Bressane, Walterson Sardenberg So Fotografia Archives du 7e Art/DR Photo12/Glow Images, Adriano Carrapato, balazsgardi.com/Red Bull Content Pool, Caetano Barreira, Cadu Rolim, Claudio Edinger, Cristiani Apolonio, Dean Treml, HO/AP Photo/Glow Images, Elaine Bayma, Explora Patagônia, Gabriel Barbosa, Gustavo Arrais, Henrique Skujis, Instituto Carybé, Keystone/Mint ImagesFrans Lan, Marcio Scavone, Marcelo Bormac, Marcelo de Breyne, Marcelo Maragni, Mario Cravo, NARA/CC, Pierre Verger © Fundação Pierre Verger, Ricardo Rollo, Robert Harding/Alamy/Other Images, Romina Amato/Red Bull Content Pool, Tom Papp, Vist Berlin, Visualimpact.ch/Thomas Ulrich Ilustração Pedro Hamdan Infografia Paulo Nilson Produção Adriana Tanaka Revisão Jaqueline Couto

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[MITREVISTA] MARÇO 2013

PUBLICIDADE E COMERCIAL Diretor André Cheron andrecheron@customeditora.com.br Gerentes de Publicidade e Novos Negócios Marco Taconi marcotaconi@customeditora.com.br Oswaldo Otero Lara Filho (Buga) oswaldolara@customeditora.com.br Gerente de Negócios Fernando Bonfá fernandobonfa@customeditora.com.br REPRESENTANTES GRP Grupo de Representação Publicitária PR – Tel. (41) 3023-8238 SC/RS – Tel. (41) 3026-7451 Media Opportunities Comunicação Ltda. DF – Tel. (61) 3447-4400 MG – Tel. (31) 2551-1308 RJ – Tel. (21) 3072-1034 NSA Mídia S/S Ltda. CE – Tel. (85) 3264-0406 CE – Tel. (85) 3264-0576 DEPARTAMENTO FINANCEIRO-ADMINISTRATIVO Gerente Andrea Barbulescu andreabarbulescu@customeditora.com.br Assistente Alessandro Ceron alessandroceron@customeditora.com.br Analista Financeira Carina Rodarte carina@customeditora.com.br CTP, impressão e acabamento IBEP Gráfica Tiragem 105.000 exemplares Auditado por

Custom Editora Ltda.

Av. Nove de Julho, 5.593 - 90 andar - Jd. Paulista São Paulo (SP) - CEP 01407-200 Novo tel. (11) 3708-9702 E-mail: mit.revista@customeditora.com.br ATENDIMENTO AO LEITOR atendimentoaoleitor@customeditora.com.br ou tel. (11) 3708-9702 MUDANÇA DE ENDEREÇO DO LEITOR Para continuar recebendo sua MIT Revista regularmente, em caso de mudança informe o número do chassi do veículo e CPF, nome e o novo endereço completos do proprietário




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COLABORADORES

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Escritor de romances e contos, com

Fã de Richard Avedon e Annie Leibovitz,

A paulistana MARION FRANK já morou

indicação ao Prêmio Jabuti, ROBERTO

GUSTAVO ARRAIS sempre foi fascinado

em diversas capitais da Europa. Nenhuma,

AMADO conviveu intensamente com o

pelos bastidores dos estúdios. Aos 18 anos,

porém, a marcou tão profundamente quanto

ambiente artístico da Bahia – é filho de

começou sua carreira profissional, como

Berlim, objeto de sua reportagem. “É uma

baiano e sobrinho de Jorge Amado. Jornalista

assistente de alguns dos maiores nomes da

cidade que agarra por dentro”, resume. Para

com passagem por diversos veículos da

fotografia brasileira. Em 1999, assumiu o

ela, “foi um prazer” escrever sobre a capital

imprensa de São Paulo e três décadas de

controle das câmeras. Seu olhar refinado e

alemã em pleno renascimento arquitetônico

profissão, Roberto esmiuçou a vida e a obra

sua afinidade com a luz podem ser vistos na

e urbanístico. “E às portas de um verão que

de Carybé, nossa capa.

seção Porta-Malas.

promete ser inesquecível.”

FRED MELO PAIVA, mineiro e atleticano

A escritora e jornalista carioca MILLY

Aos 49 anos – os últimos 20 escrevendo

fanático, foi diretor de redação das revistas

LACOMBE, colunista da revista Tpm, está

sobre automóveis –, o jornalista FERNANDO

Trip e Tpm, editor de O Estado de S. Paulo,

trabalhando na biografia da deputada federal

VALEIKA DE BARROS passa metade

repórter das revistas Veja, IstoÉ e Playboy.

Mara Gabrilli. Nas horas vagas torce pelo

de seu tempo em viagens para fazer

É ateu e tem medo de altura. Quando

Corinthians. Milly entrevistou para a MIT

reportagens, como a que levou o Mitsubishi

pensava em cliff diving, objeto da sua

Revista a jornalista alemã Birgit Lutz. “Foi

ASX por 1.700 quilômetros entre a Alemanha

vertiginosa reportagem, lembrava de Elvis no

como ter acesso a um personagem de conto

e a República Checa. Em 1990, pouco depois

cinema, saltando do penhasco em Acapulco.

de fadas”, conta. “Uma heroína que caminha

da queda do muro de Berlim, ele havia

“Deus protege Elvis”, diz. “Tanto que ele

sozinha no Ártico, lida com ursos-polares e

percorrido a região de trem. Agora, ao volante

nunca morreu.”

tenta salvar o planeta.”

do ASX, ele revela como tudo mudou por lá.

[MITREVISTA] MARÇO 2013



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O CHÃO SOB NOSSOS PÉS {por Walterson Sartdenberg Sº}

TERRA

Fazenda modelo

RICARDO ROLLO

QUE TAL HOSPEDAR-SE EM UM CASARÃO DE 1837, DIANTE DE ESPETACULARES JARDINS DE BURLE MARX?

A

região da Serra da Bocaina, na divisa dos estados de São

trabalhos de Burle Marx. “Paisagistas do mundo inteiro se hospedam na

Paulo e Rio de Janeiro, esconde um passado riquíssimo —

Vargem Grande”, conta Malu Gomes, filha de Clemente. Ela recorda das

em todos os sentidos da palavra. Na metade do século

intermináveis noites de cantoria, com Burle Marx no comando das vozes,

19, somava mais de 70 fazendas de café. Um daqueles

quando o artista vinha vistoriar as obras.

proprietários rurais, Manoel Aguiar Vallim, chegou a avalizar um

A Vargem Grande, decorada com móveis de época, fica na minúscula

empréstimo do banco londrino Rotschild para o governo imperial.

cidade de Areias, de quatro mil habitantes, que também mantém de pé

Outro, Domingos Montinho, mandava cunhar moedas próprias, que

o casarão em que o escritor Monteiro Lobato trabalhou como promotor

circulavam até na corte. Mas a economia da Bocaina definhou ainda

da Justiça entre 1907 e 1911. Apenas quatro quartos estão disponíveis

antes da República — e o café rumou para o oeste paulista.

aos hóspedes, para manter o descontraído ambiente da época em

Quase por milagre, mais de uma dezena daquelas casas grandes

que Burle Marx soltava o vozeirão. Do fogão a lenha, saem pratos

permaneceu de pé. De duas décadas para cá, cada uma foi aberta à

preparados com ingredientes comprados dos pequenos produtores da

hospedagem, algumas revelando um restauro impecável. Assim ocorreu

região. O chef Olivier Anquier entusiasmou-se tanto que gravou ali seus

com a Fazenda Vargem Grande, de 1837. Neste caso, há uma vantagem

primeiros programas na TV, antes de construir uma cozinha igual em

sobre as demais: os espetaculares jardins desenhados por Roberto

sua própria fazenda, nas proximidades.

Burle Marx (1909-1994). O ilustre arquiteto-paisagista era amigo do

Em matéria de aconchego, a Bocaina permanece riquíssima.

proprietário, Clemente Fagundes Gomes, um designer autodidata — também já falecido —, e caprichou na encomenda. Abriu até mesmo uma pedreira na fazenda para a empreitada de dez anos, iniciada em meados dos anos 1970. O resultado são os jardins em três níveis, com 19 quedas d’água e três piscinas de água corrente — um dos melhores 18

[MITREVISTA] MARÇO 2013

SERVIÇO As reservas na Fazenda Vargem Grande, www.fazendavargemgrande.com. br, devem ser feitas pelo telefone (12) 9759-5351 ou pelo e-mail contato@ fazendavargemgrande.com.br. Diária para casal a R$ 430, com todas as refeições, menos as bebidas. Inclui um passeio a cavalo e guia para trekkings. Não se aceita cartão de crédito.


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A ESSÊNCIA Walterson Sartdenberg ESSÊNCIADA DAVIDA VIDANO NOPLANETA PLANETA{por {por Walterson SardenbergSº} Sº}

´ AGUA Buraco azul

DESCUBRA BELIZE, PEQUENO PAÍS DA AMÉRICA CENTRAL ONDE FICA O BLUE HOLE – UM DOS MELHORES PONTOS DE MERGULHO DO PLANETA

H

á grandes pontos de mergulho que não vão além disso. Fascinam lá em baixo, mas fora d’água entra areia. Um exemplo é a caribenha Bonaire. Oferece um mergulho e tanto. Em

terra firme, no entanto, não há nada para fazer naquela ilhota tão árida quanto o cenário dos primórdios do Cinema Novo. Nesse sentido, Belize está com tudo. O país do tamanho de Sergipe, espremido entre México e Guatemala e colonizado pelos ingleses, é, sem favor nenhum, um dos melhores locais para se mergulhar. Mas também acena com outras atrações que valem a imersão. Mais de 40% do território é protegido por leis que impedem qualquer intervenção nas densas florestas. Chamariz ainda maior são os sítios arqueológicos maias. Alguns, grandiosos. O de Caracol, onde lá se vai um milênio viveram 120 mil pessoas, tem mais de 40 monumentos (os maias podiam errar nos calendários, mas eram construtores de primeira). A despeito da herança maia, entretanto, a maioria dos visitantes desembarca em Belize para mergulhar. Entendese. A barreira de corais ao largo do país chega a 300 quilômetros. Só a da Austrália vai além dessa dimensão. Dos quatro atóis do Atlântico, três estão ali. Acima de tudo — ou abaixo, na geografia —, fica o Blue Hole, o lendário Buraco Azul. Até dez mil anos, era uma caverna submarina. Foi quando o teto desabou. O resultado é uma circunferência de cor púrpura, com 300 metros de diâmetro e abismais 135 de profundidade. Mesmo quem fez apenas o curso básico de mergulho e, portanto, está liberado para descer até o limite de 18 metros, vai se divertir. A vida marinha tem a agitação de uma metrópole. Tanto melhor para quem completou o curso avançado. Terá a possibilidade de descer mais fundo e ver as estalactites da antiga caverna.

a viagem na Flórida, nem que seja para um único dia de compras. No fundo, uma atração a mais. SERVIÇO Nenhuma operadora brasileira tem pacotes turísticos prontos para Belize. O jeito é requerer àquelas que podem montá-lo. A lista inclui a Rhaido, tel. (11) 3383-1200, www.rhaido.com.br e a ADV, tel. (11) 2167-0699, www.advtour.com.br

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ROBERT HARDING/ALAMY/OTHER IMAGES

Um inconveniente: não há voos diretos do Brasil para Belize. É preciso fazer escala em Miami. Dá para esticar


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O MUNDO VISTO DO ALTO {por Walterson Sardenberg Sº}

AR

Ponto de encontro

CERCA DE 1700 ARARAS, PAPAGAIOS E PERIQUITOS SE JUNTAM TODOS OS DIAS À MESMA HORA NA AMAZÔNIA PERUANA

M

ick Jagger esteve por lá de férias com a namorada L’Wren Scott e o filho brasileiro, Lucas Maurice. Fez tamanha propaganda das belezas locais que, um ano depois, outro roqueiro, Bono Vox, seguiu o roteiro. O

destino de ambos foi a Reserva Natural Tambopata, no sudeste do Peru. Para chegar lá, enfrentaram uma turnê: uma hora de voo de Lima a Cuzco, 2h30 até a cidade de Puerto Maldonado

SERVIÇO Antes da viagem, recomenda-se a vacinação contra hepapite B e febre amarela. Deve-se evitar a temporada de chuvas, de dezembro a março. A hospedagem mais confortável é a Inkaterra Reserva Amazônica Lodge, www. inkaterra.com/en/reserva-amazonia — escolhida por Mick Jagger. Os chalés foram construídos evitando ao máximo o impacto ambiental. Diárias a partir de R$ 800, com todas as refeições.

e, ainda, 45 minutos de lancha sob o calor úmido e intenso da floresta Amazônica. O Peru tem a maior diversidade de batatas no planeta, tubérculo tão apreciado pelos britânicos quanto a jardinagem, o papel de parede e a previsão do tempo. São três mil espécies. Mas não foram as batatas, claro, o principal chamariz do desembarque de Mick e Bono. Alojados em confortáveis hotéis de selva, os dois viajaram, sobretudo, para observar o fenômeno das colpas. Que, por sinal, não existe na Amazônia brasileira. Colpas são barrancos muito especiais à beira dos rios. Causados pela erosão, expõem um solo em forma de argila, rico em sais minerais. Ali, mais de seis espécies de papagaios, araras e periquitos, das cores mais exuberantes, marcam ponto todos os dias para fazer a refeição que os biólogos chamam de “complemento alimentar”. O curioso é escolherem o mesmo horário para esse desjejum. Nas duas maiores colpas, a Colorado e a Chuncho, cerca de 1700 aves se juntam, entre as 5h30 e às 9h, alheias à movimentação dos maravilhados visitantes — a maioria, americanos. Cada observador se sente na melhor locação de um documentário do canal National Geographic. Embora seja uma das menores reservas naturais do Peru, a incomparável Tampopata tem 545 espécies de aves, 1122 de borboletas, 151 de libélulas e 29 de escaravelhos. Além, claro, de símios, jacarés e outros frequentadores das selvas sul-americanas. Para alguma decepção dos dois roqueiros, a comida típica não é a batata, mas arroz e frango, com verduras e especiarias, cozida em uma folha da planta indígena, o bijao.

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[MITREVISTA] MARÇO 2013

© KEYSTONE/MINT IMAGESFRANS LAN

o juane, espécie de pamonha de


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PORTA-MALAS

A BAGAGEM DO AVENTUREIRO {por Adriana Tanaka | fotos Gustavo Arrais}

Brincadeira de gente grande UMA SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA A SUA AVENTURA SER PERFEITA

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3

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AGRADECIMENTO: ROBÔS R2D2 E B-9, NA ARTE EM MINIATURAS – WWW.ARTEEMINIATURAS.COM.BR

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4

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1. Garrafa SIGG NAT, de alumínio reciclável com válvula de alívio de pressão, na Fnac – www.fnac.com.br; 2. Óculos Vitesse, com lentes polarizadas, tratamento hidrofóbico e oleofóbico, da Bollé – (48) 3204-8462; 3. Lanterna de cabeça Petzl NAO Reactive com sensor que ajusta a quantidade de luz de acordo com o ambiente, bateria de lítio recarregável, na Casa de Pedra – (11) 3047-2494 e www.casadepedra.com.br; 4. canivete Hunter XT, de aço, corpo emborrachado, lâmina com bloqueio para abertura com uma só mão, serra para madeira e saca-rolhas, da Victorinox – (11) 5584-8188 e www.victorinox.com.br 24

[MITREVISTA] MARÇO 2013

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AGRADECIMENTO: DINOSSAUROS COLECIONÁVEIS, NA COLECIONA – WWW.COLECIONA.COM.BR

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CLÁSSICOS 4x4

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NARA/CC

A HISTÓRIA DE OBJETOS QUE NASCERAM PARA SUPERAR OBSTÁCULOS {por Ronaldo Bressane}

DIVULGAÇÃO

Lágrimas negras

A TRADIÇÃO DOS ÓCULOS ESCUROS RAY-BAN, DOS ARES ÀS CELEBRIDADES

M

eu pai chegando a bordo de seu Ray-Ban de lentes

aviação americana, desceu de seu avião reclamando que as retinas

verdes e armação dourada, sorriso faiscante na janela

haviam sido machucadas pelo sol. No começo do século 20, quando

do 4x4 tão enlameado que parecia ter nascido do barro.

os pilotos de teste começavam a voar mais alto que o Everest,

Meu pai descendo da picape todo sujo, esticando as

precisavam se defender das baixas temperaturas usando óculos

pernas endurecidas pelos três dias de viagem ininterrupta, Boa

de proteção cuja armação era feita de peles. Levantar esses óculos

Vista-São Paulo sem escalas. E aí, da porta do passageiro, o pai do

apenas por um instante poderia ser fatal. Em 1920, quando o piloto

meu pai desembarcando com seu Ray-Ban de lentes azuis e armação

Shorty Schroeder desafiou os dez mil metros de altitude com seu

prateada, sorriso faiscando sob o bigode branco, tirando onda do

biplano, sentiu as lentes embaçarem e inadvertidamente levantou os

neto que lia um livro na varanda:

óculos — logo em seguida, sua visão se esfumou: seus olhos haviam

— Essa moleza vai acabar, hein!

congelado. Schroeder conseguiu pousar, e seu amigo John MacReady

Cada um deve saber contar sua cena inesquecível envolvendo

o ajudou a sair da cabine.

um Ray-Ban. A minha vem envolta nas brumas da memória, do

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Um mês depois, ainda assombrado pela visão dos olhos

tempo em que os homens eram homens e viajavam léguas sem

esbugalhados do amigo Schroeder, MacReady subiu no mesmo avião

perder a elegância e a gaiatice jamais. Pensando bem, sempre

para bater seu recorde de altitude. Como Schroeder, MacReady usava

foi assim, desde que John MacReady, célebre piloto de testes da

óculos de proteção — mas teve outro problema: a luz do sol na alta

[MITREVISTA] MARÇO 2013


atmosfera feria seus olhos. O piloto entrou em contato com a célebre

pelo roqueiro Roy Orbinson (sua marca registrada), Bob Dylan, Marilyn

ótica Bausch & Lomb e logo começou a desenhar óculos de proteção

Monroe, James Dean e até do presidente John F. Kennedy. Os modelos

especialmente para aqueles que desafiavam a estratosfera. Nascia

caíram em desuso durante os coloridos anos da new wave. Porém,

o Ray-Ban, com a proposta de “banir” os “raios” solares, daí seu nome.

com o surgimento de filmes como Blues Brothers, Men in Black ou

No fim dos anos 1930, os anúncios da B&L prometiam “proteção real e

Cães de Aluguel, voltaram com tudo a partir dos anos 1990.

científica do clarão do sol” para pescadores e jogadores de golfe. Ainda

Cobrir totalmente os olhos dá uma sensação cool, de frieza

não eram chamados pelo modelo que os imortalizaria — Aviator —, mas as

— afinal, encobre suas intenções. Logo, usar óculos escuros, em

lentes já tinham o clássico formato de lágrima e armações tão delicadas

especial um Ray-Ban, seja um Aviator ou um Wayfarer, passou a ser

quanto a estrutura de um biplano. Vendidos como equipamento

item indispensável a quem quisesse ter a aparência de bacana — fora

esportivo, custavam bem mais caros que óculos de sol comuns.

da praia, longe da guerra, muito além de qualquer uso esportivo. Não

Durante a Segunda Guerra (1939-45), os óculos caíram nas graças

é algo novo: juízes da China antiga já usavam lentes escuras quando

de militares sólidos como o general Douglas MacArthur. Quando

presidiam a corte — não queriam que os outros conhecessem suas

voltou às Filipinas depois de expulso pelos japoneses, MacArthur foi

emoções, expostas através das janelas da alma.

enquadrado por vários fotógrafos usando um Aviator — a imagem

Poder, aventura, frieza, sagacidade: tudo aquilo estava

tornou-se um dos símbolos do conflito mundial. Depois dele, não

concentrado nas faces do meu pai e do pai do meu pai, naquele dia

só rostos de militares — alguns sinistros, como Augusto Pinochet

em que eles voltaram da viagem tão longa de 4x4 pelo sertão. Com

e os tonton macoute de Papa Doc —, como também algumas das

classe, de homem para homem, passaram-me a lição de autoproteção

mais icônicas faces do século 20 foram adornadas pelos Aviator: do

que pratico todo dia, antes de colocar o pé na rua, acomodando meu

roqueiro sexy Elvis Presley ao jornalista doidão Hunter S. Thompson,

Aviator preto sobre as orelhas e a base do nariz.

Os dois mais célebres modelos da marca: o Aviator, no rosto do general MacArthur desembarcando nas Filipinas, e o Wayfarer, nos olhos rebeldes de James Dean

DIVULGAÇÃO

passando pelo diretor durão Sam Peckinpah, pelo terrorista Unabomber e chegando até o símbolo sexual Tom Cruise de Top Gun (o filme rendeu um acréscimo de 40% às vendas do modelo). Apesar do sucesso do Aviator, nos anos 1950 outro modelo da Bausch & Lomb veio para conquistar o imaginário pop: o Wayfarer. Feito de plástico, a armação em formato de borboleta era mais barata, porém mantinha o conceito Ray-Ban de cobrir inteiramente os olhos, avançando um pouco sobre as sobrancelhas e as maçãs do rosto. A primeira vez que surgiram como sinônimo do paradoxal paradigma da “sofisticação pop” foi adornando as delicadas feições de Audrey Hepburn, a pobre porém chique Holly Golightly de Bonequinha de Luxo (1962). Logo as lentes Wayfarer foram adotadas

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[MITREVISTA] MARÇO 2013

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CONHEÇA OS SEGREDOS DE BELEZA DA CARIOCA JULIA MONTEIRO DE CARVALHO, A DESIGNER DAS JOIAS QUE CONQUISTARAM MADONNA REFLEXO Geralmente Julia usa Vita-Max, Elseve, Shampoo Vitalidade para cabelos normais, L’Oreal Paris (SAC 0800 701 6992), mas como tem os cabelos loiros, intercala com Shampooing Reflets Nuance Dorée, a la camomille, da Klorane (www.laboratoires-klorane.fr), para intensificar os reflexos. R$ 6,90 200 ml (L’Oreal); € 5 200ml (Kloane) AROMA TRADICIONAL A joalheira é fã da tradicional Lavanda Johnson’s (SAC 0800 7036363). À noite, prefere um perfume mais marcante, como o Balenciaga Paris (www.balenciaga.fr). R$ 16 400 ml (lavanda); € 75 50 ml (perfume)

GUARDA-SOL Ter a pele clara exige cuidado. Julia aplica diariamente um coquetel de produtos da Skinceuticals (SAC 0800 701 7371). Primeiro, o Serum 10, Dual Anti Oxidant Treatment, no rosto. Depois, o AOX+ Eye Gel, nos olhos. Para finalizar, uma camada do protetor Sheer Physical UV Defense, SPF 50.

MAQUIAGEM SOB MEDIDA Essenciais na maquiagem de Júlia são: a base AirFlash, Brume de Teint Éclat et Légéreté, Dior (SAC 0800 170506), o corretivo Natural Finish Cream Concealer, Shiseido, (SAC 0800 148023) e o corretivo iluminador Touche Éclat, YSL, (SAC 0800 7275626). R$ 232 (Dior); R$ 179 (Shiseido); R$ 172 (YSL)

R$ 219 (Serum 10); R$ 187 (AOX + Eye Gel); R$ 79 (Sheer Physical) [MITREVISTA] MARÇO 2013

32


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Copyright© 2013 - DuPont. Todos os direitos reservados. DuPont, o logotipo oval DuPont™ e The Miracle of the Science™ são marcas ou marcas registradas da E.I. du Pont de Nemours and Company e/ou suas aliadas. Armura® é marca registrada da DuPont do Brasil. Imagem utilizada pela E.I. du Pont de Nemours and Company sob autorização da National Geographic Society. MAR |13


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MIT HI-TECH

NOVIDADES DE ALTA TECNOLOGIA DO UNIVERSO MITSUBISHI {por Juliana Amato | ilustração Pedro Hamdan}

Lutando pelo bem do planeta

CAMPANHAS PARA SALVAR ANIMAIS NA ÁFRICA E CRIANÇAS NA TAILÂNDIA. DESSALINIZAÇÃO DA ÁGUA E FAZENDAS DE CAMARÃO. NO MUNDO TODO, AS EMPRESAS COM A MARCA DOS TRÊS DIAMANTES DÃO O MELHOR DE SI

DIV

JX HOLDING

SALVE OS GORILAS O site é em japonês, mas pode entrar. A cada clique o programa de responsabilidade social Enegori, da JX Holdings, Inc., empresa do grupo Mitsubishi, doa um iene (cerca de dois centavos de real) para a Japan Wildlife Conservation Society. Trata-se de uma ONG que realiza pesquisas e atividades educacionais para a conscientização sobre conservação da biodiversidade global. O valor de cada clique é pequeno, mas até o fechamento desta edição quase 5.630.000 deles haviam sido computados, gerando uma receita de R$ 128 mil. O dinheiro é usado para proteger o habitat natural de gorilas africanos em risco de extinção. De acordo com a publicação Diversity and Distributions, mudanças socioeconômicas, exploração madeireira e alterações climáticas contribuíram para a redução de 59% nos habitats desses animais. O simpático mascote que batiza a campanha chama-se Enegori, junção das palavras “energia” e “gorila”. www.noe.jx-group.co.jp/csr/click/

ULG

AÇÃ O


MITSUBISHI CORPORATION

CIDADE DOS CABELEIREIROS Antes do tsunami de 2011, a pequena cidade japonesa de Ishinomaki, em Miyagi, orgulhava-se de seus 200 salões de beleza – número impressionante para uma população de 165 mil habitantes. A onda de dez metros de altura que devastou o lugar matou três mil pessoas, desapareceu com outras três mil, inundou completamente metade da cidade e deixou milhares de profissionais desempregados. Para promover a revitalização da região, a restauração da indústria da beleza e a geração de empregos, a Mitsubishi Corporation Disaster Relief Foundation assinou um acordo com o grupo japonês de salões de beleza Hair Rapport e com a prefeitura de Miyagi para a doação de 40 milhões de ienes (R$ 420 mil). Criado logo após o tsunami, o Hair Rapport conta hoje com três salões na cidade. Outros dez devem ser abertos até 2015. Uma das características dos salões Rapport é a atmosfera de comunidade. Um exemplo são os berçários anexos apara que as funcionárias possam trabalhar sem ficar longe dos filhos.

MITSUBISHI CORPORATION

ÁGUA DE BEBER A Mitsubishi Corporation assinou um contrato com a Companhia de Eletricidade e Água do Catar, nos Emirados Árabes Unidos, para construir um gerador de dessalinização de água salgada. A nova usina, prevista para abrir as portas em junho de 2015, terá capacidade para produzir 160 mil metros cúbicos de água por dia.


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MIT HI-TECH

MITSUBISHI HEAVY INDUSTRIES E MITSUBISHI CORPORATION

CALOR MEXICANO A Mitsubishi Heavy Industries (MHI) e a Mitsubishi Corporation ganharam a licitação promovida pelo governo mexicano para construir um gerador de energia geotérmica de 50 megawatts na central elétrica Los Azufres III, em Michoacan (a 250 quilômetros da Cidade do México). Obtida a partir do calor produzido pelo interior da Terra, a energia geotérmica é tida como fonte alternativa de energia. Por não envolver queima de combustível, não emite CO2. Também não é afetada pelo clima, como acontece com as energias fotovoltaica e eólica. Suas vantagens vêm chamando a atenção como uma energia limpa, que contribui para a preservação ambiental. Com previsão de conclusão para dezembro de 2014, a usina será a décima segunda no México a receber este tipo de gerador, fazendo do país o quinto maior produtor deste tipo de energia no mundo. www.mhi.co.jp/en/news/story/1209061571.html


MITSUBISHI CORPORATION

CAMARÕES TAILANDESES Os camarões também passaram a fazer parte do portfólio da Mitsubishi. Em parceria com a Thai Union Frozen Group, um dos maiores produtores e exportadores de produtos marinhos da Tailândia, a empresa está investindo três bilhões de ienes (cerca de R$ 70 milhões) na nova empreitada. O objetivo é aumentar a capacidade da produção anual do crustáceo em até dez mil toneladas até 2018. A demanda global atual por camarão é de aproximadamente 6,5 milhões de toneladas por ano. No entanto, devido ao crescimento econômico e aumento da população em países emergentes, essa procura deve aumentar, superando a oferta nos próximos anos.


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DELÍCIAS 4x4

COMIDA SABOROSA E FÁCIL DE PREPARAR {fotos Marcelo de Breyne}

O sanduba de Renata

A PREMIADA CHEF DO MARAKUTHAI EM SÃO PAULO CRIOU PARA VOCÊ UM SANDUÍCHE ESPECIAL DE PEITO DE PERU. CONFIRA

PERU E CREAM CHEESE INGREDIENTES

Refogue o alho-poró na manteiga,

1/2 xícara de alho-poró

tempere com sal e pimenta-do-

cortado em rodelas finas 1 colher de café cheia de manteiga 3 fatias de peito de peru Seara 2 colheres de sopa de cream cheese Sal e pimenta-do-reino a gosto Raspas de meio limão siciliano 38

MODO DE PREPARO

1 pão ciabatta

[MITREVISTA] MARÇO 2013

reino. Reserve. Corte a ciabatta ao meio, passe o cream cheese, ponha as fatias de peito de peru e o alhoporó refogado. Leve ao forno até o pão ficar crocante. Finalize com as raspas de limão em cima e sirva.

Autodidata, RENATA VANZETTO tem 24 anos e cozinha desde os nove. Nasceu em São Paulo, mas cresceu em Ilhabela, em contato com a natureza. E também entre caçarolas, pendurada no avental da avó, cozinheira de mão cheia. Nos anos 90, a mãe, a decoradora Silvia Camargo, abriu um pequeno restaurante na ilha, o Kinkhao. Foi ali que Renata, responsável pelas entradinhas com toque tailandês, iniciou sua carreira. Aos 16 anos, ganhou o concurso de Melhor Chef de Ilhabela. No ano seguinte, fez estágios na brasserie Les Varietés, em Saint Rémy, França, e no restaurante Villaurrutia, em Tarragona, Espanha. Em 2007 abriu, ao lado do Yacht Club de Ilhabela, o Marakuthai, casa contemporânea de sotaque tailandês. Um ano depois, Renata conquistou o prêmio de chef revelação do Brasil pelo Guia Quatro Rodas, e o restaurante não parou mais de ser laureado. Em 2011, estagiou no restaurante número um do mundo, o dinamarquês Noma, do chef René Redzepi. No ano passado, lançou uma linha de roupas para chefs, a Rê-Comendo. www.marakuthai.com.br





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COMBUSTÍVEL

BEBIDAS PARA ABASTECER A ALMA {por Luciana Lancellotti}

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Muito além do sabor ELABORADAS A PARTIR DE RECEITAS ANTIGAS, CERVEJAS

ESPECIAIS SOMAM BOA DOSE DE HISTÓRIA À DEGUSTAÇÃO

01

01. GOLDEN CAROLUS CUVÉE VAN DE KEIZER BLAUW É produzida em Mechelen, na Bélgica, apenas no dia 24 de fevereiro de cada ano – data do aniversário do imperador Carlos 5º. A coloração é intensa, vermelho-rubi escuro, com creme bege e denso. Apresenta notas de cereja e frutas vermelhas, madeira de carvalho e vinho do porto. Cerveja Gourmet (cervejagourmet.com.br) R$ 50,99* 02. COLORADO INDICA No estilo India Pale Ale, é uma das grandes cervejas nacionais. A produção artesanal, em Ribeirão Preto, tem como base uma receita inglesa, elaborada para suportar as longas viagens entre Inglaterra e Índia no século 18. Com amargor intenso e alto teor alcoólico, conquistou três estrelas no guia de cervejas Beer Book, do inglês Michael Jackson, maior especialista em bebidas de malte do mundo. Costi Bebidas (costibebidas.com.br) R$11,45* 03. BROOKLYN LAGER Produzida em Nova York, pela Brooklyn Brewery, que promove a cultura cervejeira nos EUA e busca receitas nos tempos que antecederam a Lei Seca americana (1920-1933), tem forte presença de malte e equilibra o amargor dos lúpulos Vanguard, Cascade e Halertauer Mittelfrueh. Cremosa e refrescante, apresenta cor dourada, aromas florais e sabor rico. Pão de Açúcar (paodeacucar.com.br) R$10,15*

FOTOS DIVULGAÇÃO

04. ANCHOR STEAM BEER Fundada em 1896, em São Francisco, uma das microcervejarias mais respeitadas dos Estados Unidos, a Anchor Brewing lidera o movimento de renascimento das cervejas artesanais no país. Carro-chefe da empresa, a Steam Beer tem aroma de caramelo e notas de lúpulo. No paladar, traz toques de fruta e final seco, com leve amargor. Cerveja Stora (cervejastore.com.br) R$15,72*

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[MITREVISTA] MARÇO 2013

(*) VALORES SUJEITOS A ALTERAÇÃO DE ACORDO COM A VARIAÇÃO DO DÓLAR.

02



ON THE ROAD

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AVENTURAS A BORDO DE UM MITSUBISHI {depoimento de José Rui Cabral Soares a Luís Patriani}

Aposentadoria off-road

COM OS FILHOS CRIADOS E UM PAJERO DAKAR NA GARAGEM, O CASAL SOARES SAI DE FLORIANÓPOLIS E RODA DEZ MIL QUILÔMETROS

O

tempo e as circunstâncias finalmente conspiravam

Salta. A cidade é uma das que mais preservaram a arquitetura colonial

a nosso favor. Aposentados, filhos criados e um

na Argentina e justifica o apelido de La Linda. Prédios históricos, como

Mitsubishi Pajero Dakar na garagem, eu e minha mulher,

o complexo religioso de São Bernardo e o museu de Belas Artes,

Josane, estávamos livres para explorar o mundo com

dividem espaço na praça central com lojas de grifes e artesanato.

tranquilidade. No banco de trás, a companhia de minha cunhada,

Ao som de Johann Strauss II, aceleramos no dia seguinte para o

Jacqueline. Na bagagem, levávamos um entusiasmo quase juvenil

Paso de Jama, fronteira com o Chile. Antes de mudar de país, no alto da

e a experiência dos 11.111 quilômetros feitos em 2010 com um

cordilheira dos Andes, paramos em Salinas Grandes, um deserto salga-

Pajero Sport até Ushuaia, extremo sul da Patagônia chilena. Agora

do de 70 quilômetros de extensão por 20 de largura, onde é possível

o objetivo era conhecer Salta, na Argentina; o deserto de Atacama,

andar sobre um lago pré-histórico. De volta à “nave”, subimos a 4.830

no Chile; o sítio arqueológico de Machu Picchu, no Peru; e as

metros de altitude até passar para o lado chileno. Ao contrário do Pajero

Regiões Norte eCentro-Oeste do Brasil. Uma viagem de respeito!

Dakar, estávamos tontos com o efeito do ar rarefeito. O desconforto, no

Partimos de Florianópolis, minha cidade natal, a bordo de nossa “nave”. A primeira parada foi em São Miguel das Missões, oeste do Rio Grande do Sul, para visitar as ruínas da missão jesuíta de São

entanto, era compensado pela vista surreal do Atacama, que já se mostrava presente e... chuvoso – fato raro na região mais seca do planeta. Na empoeirada São Pedro do Atacama, a 2.400 metros de altitude,

Miguel Arcanjo. Em São Borja, a primeira cidade dos Sete Povos das

visitamos a pukara (fortaleza) de Quitor, onde os habitantes da região

Missões (aldeamentos indígenas fundados pelos padres no século

foram dizimados pelos conquistadores espanhóis. Visitamos tam-

17), pernoitamos e fizemos os trâmites de migração para entrar na

bém os vales da Lua e da Morte, e ali aplaudimos um dos mais belos

Argentina. Logo às 6h da manhã, sintonizamos uma rádio hermana

entardeceres do mundo. Ficamos encantados com as vicunhas que

para entrar no clima latino. Ao som da onipresente “Ai, Se te Pego”, de

vivem nas lagunas altiplânicas e com os flamingos, habitantes do Salar

Michel Teló, aqui reproduzida na versão “Ay, Si te Agarro”, rumamos para

de Atacama. Os gêiseres del Tatio, por sua vez, impressionaram com

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

O Pajero Dakar desfila entre os Andes e o oceano Pacífico, na Ruta 1, no Chile

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[MITREVISTA] MARÇO 2013


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le e

oP

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Pixaim, na qual divisamos diversas espécies de aves, valeu a parada. A viagem chegava ao seu fim. Na bagagem, a confiança de

vapor e água a 80º C que jorram a

termos vencido 10.157 quilômetros de muita terra e asfalto em

dez metros de altura – a grande atração do Atacama só

23 dias, sem o menor problema com o carro. A meta agora é au-

não chamou mais atenção do que a naturalidade dos turistas europeus

mentar a dificuldade. Que venha Charlotte, Carolina do Norte,

na hora de tirar a roupa para entrar nos poços de águas sulfurosas.

nos Estados Unidos, onde vive nosso filho. A vontade de viajar

O GPS do Pajero Dakar já marcava outro destino no painel: Arica, última cidade ao norte do Chile. Antes de alcançá-la, conhecemos

de carro até lá é mais do que possível para um casal aposentado, com os filhos criados e um Mitsubishi Pajero Dakar na garagem.

a maior mina de cobre a céu aberto do mundo, em Calama, de onde descemos pela Ruta 1 até chegar ao oceano Pacífico. Em Arica, nos hospedamos no Plaza Colon, ao lado da igreja de São Marcos, projetada

Se você costuma viajar com seu Mitsubishi, mande sua aventura para esta seção. Escreva e envie fotos para atendimento@customeditora.com.br

por Gustav Eiffel, engenheiro francês que participou dos projetos da Estátua da Liberdade, em Nova York, e da torre que leva seu nome, em Paris. Para coroar o dia, jantamos frutos do mar regados a pisco sour.

AM

Atravessamos a fronteira e seguimos para Cusco, no Peru. Aqui, mais uma vez, nossa resistência, assim como a do carro, foi testada e aprovada na subida desde o nível do mar até a cidade

Porto Velho AC

Rio Branco

de Puno, a 4.310 metros de altitude. Uma vez em Cusco, deixamos a dor de cabeça de lado para ir ao antigo centro administrativo do império Inca, além de conhecer importantes construções coloniais como a catedral de São Domingos, de 1654. O auge

PERU

Ainda impressionados, iniciamos nossa volta para casa pela

MT BR-364

Cuiabá BOLÍVIA Arica MS

Interoceânica Sul, que liga o Pacífico ao Brasil. Cruzamos a fronteira de Iñapari a Assis Brasil, no Acre, onde fica a tríplice fronteira

São Pedro de Atacama

BR-364, com seus perigosos buracos. A visão de outros veícu-

BR-153

PR SC

CHILE

seguinte, cruzamos o estado de Rondônia até Mato Grosso pela

SP Ourinhos

PA RA GU

Paso de Jama

de tambaqui e postas de dourado, fomos ao museu da Borracha, cujo acervo revela o ciclo do chamado ouro branco. No dia

Salta

Campo Grande

AI

– Brasil, Peru e Bolívia. Em Rio Branco, após saborearmos costelas

BRASIL

Vilhena

Cusco

da viagem ficou por conta de Machu Picchu, em meio aos templos e mausoléus da cidade sagrada erguida no século 14.

RO

Machu Picchu

São Borja ARGENTINA

BR-285

São Miguel das Missões RS

los atolados e com pneus furados só reforçava a importância da segurança proporcionada pela suspensão do nosso Mitsubishi.

Florianópolis

URUGUAI PAULO NILSON

Em Mato Grosso conhecemos a Chapada dos Guimarães, famosa por suas cachoeiras, cavernas e lagoas em meio ao cerrado. Pela Transpantaneira, a partir de Poconé, tivemos o privilégio de visitar o Pantanal Mato-grossense. A época de procriação impediu que víssemos muitos animais, mas só o passeio de barco pela lagoa

Eles saíram de Florianópolis, entraram na Argentina, subiram o Chile, cruzaram o Peru e, pela Interoceânica, via Acre, voltaram ao Brasil

[MITREVISTA] MARÇO 2013

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LANCER EXPERIENCE:

ÚNICA UMA EXPERIÊNCIA


PALAVRA DE QUEM FEZ O CURSO “Testei os limites do carro, frenagem, suspensão, tração... Aprendi a segurar no volante, fazer curvas de maneira mais segura, a frear melhor...” Lorena Oliveti, Vinhedo (SP)

“O curso ajuda na direção do dia a dia. Você sente mais segurança, sabe como lidar em situações perigosas, como dirigir em piso molhado.”

FOTOS RICARDO ROLLO

TOM PAPP

Celso Macedo, Piracaia (SP)

O Lancer Experience é um curso de direção com exercícios de técnica de pilotagem. Eles ensinam a acelerar, frear, fazer curva e como se comportar em piso molhado. São dicas super úteis para situações cotidianas. Tudo ao volante do Lancer Evo X e com acompanhamento de pilotos profissionais, como Duda Pamplona e Bia Figueiredo, e a supervisão do multicampeão Ingo Hoffmann. O curso dura um dia e acontece no autódromo Velo Città, em Mogi Guaçu (SP). Para participar, informe-se pelo telefone (19) 3818-4319 ou pelo e-mail lancerexperience@mmcb. com.br. Na fanpage do facebook, é possível encontrar mais informações sobre o curso, ler sobre o circuito e assistir a vídeos. Acesse: www.facebook.com/ AutodromoVeloCitta. Leia mais na página 110. LancerExperience

AutodromoVeloCitta


A cara da Bahia 48

[MITREVISTA] MARÇO 2013

Por

ROBERTO AMADO


MÁRIO CRAVO

[MITREVISTA] MARÇO 2013

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Em 1939, em Banana-da-Terra, de saia rendada e turbante, enquanto chacoalhava suas pulseiras e balangandãs olhando para a câmera, Carmen Miranda perguntava: “O que é que a baiana tem?” Sucesso imediato, a música de Dorival Caymmi e o filme transformaram a cantora e atriz portuguesa numa estrela internacional – e, de quebra, colocaram o Brasil no mapa-múndi do show bizz. À época, contudo, a pergunta mais pertinente talvez fosse outra: “O que é que a Bahia tem?” Se não, como justificar a concentração de pintores, escritores, escultores e poetas que, a partir dos anos 1940, marcou a cidade de Salvador? Tempo em que não só baianos natos deixaram um traço indelével na cultura brasileira. Alguns estrangeiros também fizeram sua parte – e Carybé foi um dos maiores. A cara da Bahia. Nascido em Lanús, província de Buenos Aires, em 1911, o argentino Hector Julio Paride Bernabó integrou em Salvador um time de craques, artistas brilhantes que moldaram a partir da tradição e da cultura populares uma identidade artística genuinamente baiana, reconhecida e admirada no Brasil e lá fora. Dessa turma que se eternizou faziam parte o próprio Caymmi, o escritor Jorge Amado, o colecionador de arte Mirabeau Sampaio, o fotógrafo francês Pierre Verger e os artistas plásticos Mário Cravo, Calasans Neto, Floriano Peixoto, Jenner Augusto – geração que deixou saudade, já que quase todos se foram. Na verdade, Carybé era “argentino por engano”, como debochavam os amigos. É certo que não conseguia disfarçar totalmente um certo olhar trágico de cantor de tango. Mas sua “baianidade” era patente. Mantinha no rosto um sorriso quase permanente, um tanto irônico, e uma típica malemolência ao falar. Adorava vestir camisas floridas, com cores fortes como as que compunham suas pinceladas ao recriar a vida e a história da Bahia – as cenas de candomblé, o trabalho dos escravos, os jagunços do sertão e seus cavalos, os pescadores e seus barcos – e, é claro, a exuberância da 50

[MITREVISTA] MARÇO 2013

FOTO PIERRE VERGER © FUNDAÇÃO PIERRE VERGER

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Em foto de Pierre Verger, Carybé, com a filha Solange no colo, conversa com uma baiana em Salvador

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INSTITUTO CARYBÉ/ACERVO DA FAMÍLIA

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01. O menino Hector, recém-nascido na Argentina; 02. Uniformizado para a aula no Ateneu São Luís, na década de 1910, Rio de Janeiro; 03. Já no ginásio, no Colégo Pedro II, também no Rio; 04. Carybé com traje típico gaucho; 05. Em Buenos Aires, de sobretudo, como pandeirista de Carmen Miranda; 06. Com Vinicius de Moraes; 07. Já nos anos 1990, com Pierre Verger; 08. Com Nancy Bernabó, sua mulher, em recepção a Elizabeth II, rainha da Inglaterra; 09. Autografando seu livro Iconografia dos Deuses Africanos no Candomblé da Bahia, ao lado de Jorge Amado, em 1981; 10. Estudos para a escultura Mãe Baiana, de 1983; 11. Estudos para o cenário do balé Gabriela, no Teatro Municipal do Rio; 12. Alguns dos 1.600 desenhos de cena para o filme O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto

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O aventureiro em seu escritório: Sir Ran faz parte de um comitê da Royal Geographic Society que financia Macunaíma na visão de Carybé novos viajantes

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INSTITUTO CARYBÉ/ACERVO DA FAMÍLIA

CAPA


Nascido na Argentina, Carybé integrou em Salvador um time de craques que moldou a cultura popular baiana, como Caymmi, Jorge Amado, Pierre Verger e Mario Cravo. Ele era argentino por engano, diziam mulher baiana. Superar fronteiras nunca foi problema para Carybé. Era um andarilho por natureza, qualidade que herdou do pai, o italiano Enea Bernabó. Viveu no Rio de Janeiro entre 1919 e 1929, quando, num grupo de escoteiros, teria surgido o apelido. Na juventude, antes de aportar na Bahia, teve vida de vagante sul-americano, aventureiro de inúmeras paradas pelos incertos caminhos da Bolívia ao México. Há fotos dele de sombreiro, vestido de bombachas e diz-se que chegou até a integrar uma orquestra de mariachis no México. Entre os que mais se divertiam com esse folclore estava o próprio Carybé. Tratava-se de uma alma inquieta e debochada — e, além de tudo, um anarquista por vocação e tradição familiar. Dizia que herdara seus ímpetos de aventureiro e de inquietação do pai, que saiu da Itália para andejar pelo mundo. Em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, Enea conheceu Constantina, a futura mãe de Carybé, esta sim com pendores artísticos. Mas o encantamento pela Bahia, pela miscigenação dos povos, das culturas e das religiões fundidas num comportamento único, isso foi mérito do próprio filho. Suas histórias viraram lendas que compõem o repertório anedótico e cultural da Boa Terra. Como seu apelido, de incerta e discutida origem. Dizem que é um nome de um peixe, dado a ele por autor desconhecido, em algum remoto momento da sua vida no Brasil, talvez nos tempos de escoteiro no Clube de Regatas Flamengo. Mas também dizem que Carybé fora o nome que os santos lhe emprestaram para corrigir a falha. Seja como for, era adorado pelos baianos. Prova disso foi a festa dos seus 70 anos, quando 15 mil pessoas compareceram ao Largo do Pelourinho para comemorar seu aniversário. Nessa ocasião, ele lançou o livro iconográfico Deuses Africanos no Candomblé da Bahia, fruto de 30 anos de pesquisas. Carybé viveu cenas que frequentaram suas telas persistentemente. Na companhia de outro artista plástico, Mário Agostinelli, cometeu “pequenos furtos de imagens de santos, seduziu moças incas, maias e espanholas, além de mestiças diversas, implantou o Carnaval na aldeia de Santo Cristo, no Equador, e conheceu as cadeias dos países andinos, acusado de múltiplos delitos e falcatruas tais

como roubos, atentados ao pudor, arruaças, carraspanas, vagabundagem, mendicância”, escreveu Jorge Amado sobre o amigo dileto. Jorge foi decisivo para que Carybé escolhesse a Bahia como lar. Mais especificamente como autor de Jubiabá. O ano era o de 1938, o artista havia devorado o romance e se deixado seduzir pela descrição da vida boêmia da Salvador daqueles tempos. Assim, foi procurar na cidade o botequim Lanterna dos Afogados e a moça Lindalva – que só existiam, de fato, no papel. Nessa busca destinada ao fracasso, porém, percorreu botecos, prostíbulos e se deslumbrou com a vida noturna da cidade, quando então alugou um quarto no bairro do Rio Vermelho. Sua fixação definitiva à Cidade do Salvador, no entanto, só ocorreria em 1950 – e já em 1957 adquiria a cidadania brasileira. No bairro de Brotas construiu sua casa, agora não mais um andarilho, casado com Nancy, sua companheira até os últimos dias. Desde então dedicou-se à sua obra, inconfundível. Seus painéis, murais, têmperas e pinturas a óleo ocuparam a cidade, reproduzindo com sabor próprio sua história. Lá estão as caravelas, a safadeza dos portugueses com as índias e as negras, a mistura de raças, a luta dos negros contra a escravidão e a epopeia dos quilombos. Se a Bahia o transformou, também ela foi transformada pelas imagens de Carybé. Não há como explicar esse encontro místico entre a Baía de Todos os Santos e o pintor. Um se fundiu ao outro formando um corpo só, uma identidade única. Carybé foi um baiano e tanto. Soube como ninguém extrair das cenas de Salvador a sua beleza mais universal. E não hesitou em se incorporar à cidade e ao povo. Frequentava as sessões de candomblé como um emérito obá. Aprendeu a jogar capoeira com Pastinha, o mestre dos mestres, com quem também tocava berimbau. E formou, juntamente com Mário Cravo e Jenner Augusto, o trio que fez renascer uma arte baiana em plena exuberância. Carybé, Jorge Amado e Mirabeau Sampaio também constituíam outra trinca inseparável. Viviam como unha e carne, eram irmãos por adoção mútua. Apesar de intelectualizados e politizados, raríssimas vezes se juntavam para discutir arte, política ou cultura. Que nada! Viviam numa eterna gozação entre si, protagonizando histórias hilariantes, pirraças e peças que pregavam um ao outro, [MITREVISTA] MARÇO 2013

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O Ovo da Ema, óleo sobre tela, 1976

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Visitação de São Lázaro a Santo Onofre, xilogravura. Abaixo, crianças empinando pipa, segundo Carybé e em parque de Berlim, nosso próximo destino

como três colegiais no mais puro exercício da arte de viver. A paixão por imagens religiosas fez com que Carybé às vezes as subtraísse dos amigos, por pura molecagem, caso de uma adorada santa da coleção de Mirabeau, à qual ele volta e meia dava sumiço. Certa vez, o pintor deixou a imagem na porta da casa de Jorge Amado, tocou a campainha e se mandou. Jorge, que contava essa história lacrimejando de tanto rir, reconheceu e recolheu a escultura. Mas preferiu não se manifestar – menos ainda quando Mirabeau, desesperado, o procurou atrás da peça querida. Carybé estranhou o silêncio de Jorge. Acreditou que algum passante tivesse levado a santa, e entrou em pânico. Durante semanas, para divertimento do escritor, a trama foi mantida e se complicando, até chegar ao ponto de envolver a polícia – quando Zélia Gattai, mulher de Jorge, resolveu pôr fim à novela. O fato é que o episódio virou folclore, preenchendo obrigatoriamente de gargalhadas as tertúlias de sábado em que os três se reuniam. “O mais baiano dos artistas baianos”, dizia Jorge Amado sobre seu cumpadre, como chamava Carybé, personagem frequente de seus romances — assim

como outros dessa turma e dessa era dourada da Bahia. Carybé morreu como um bom baiano em 1997, aos 86 anos. Foi vitimado por um infarto durante uma sessão de candomblé, religião que praticava e da qual era uma espécie de sumidade. Um de seus legados mais importantes, entre todas as atividades que exerceu como pintor, gravador, desenhista, ilustrador, ceramista, escultor, muralista e até escritor, foram os painéis que realizou, em 1960, no Aeroporto JFK, em Nova York. Um trabalho célebre, reconhecido mundialmente, que ganhou ainda mais projeção quando foi anunciado que o terminal em que se encontrava seria reformado, e os murais, demolidos. Pintadas sobre a própria parede, as obras pareciam irremediavelmente condenadas. Uma operação de resgate, complicada e sofisticada do ponto de vista técnico, porém, conseguiu salvá-las. A construtora baiana Odebrecht (empresa que estabeleceu íntima ligação com o artista) e a American Airlines patrocinaram a remoção dos dois imensos painéis para o Aeroporto Internacional de Miami. Onde se encontram até hoje, sãos e salvos, objeto da admiração de todos os que embarcam ou desembarcam no Terminal Sul.

VIAGEM

© VISITBERLIN

INSTITUTO CARYBÉ/ACERVO DA FAMÍLIA

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[MITREVISTA] MARÇO 2013

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© VISITBERLIN

VIAGEM

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Roda viva

Berlim renasce das cinzas quantas vezes for preciso. Exemplo de arquitetura e urbanismo, a cidade promete o verão mais “quente” de todos Por MARION FRANK

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VIAGEM

CREATIVE COMMONS

O portão de Brandemburgo é a moldura da cidade, hoje cultuada por seus museus, como o Hamburger Bahnhof. Na página anterior, a Alexanderplatz

A

cena se passa no início de junho, dia quente (20º C) para o padrão alemão. No Lietzensee, lago próximo à Ku’damm e à Kantstrasse, avenidas de comércio sofisticado no centro da antiga Berlim Ocidental, dois homens engravatados pedalam pelas alamedas que cortam os jardins. Senhoras de boa idade, acomodadas em bancos, tricotam e jogam conversa fora. Elas concedem um olhar rápido aos recém-chegados. Na beira do lago, os rapazes saltam das bicicletas, estendem toalhas sobre a grama e começam a tirar a roupa, peça a peça, até ficarem do jeito que as mulheres, em geral, gostam. É o horário de almoço, e os colegas de trabalho querem aproveitá-lo da melhor forma.

Berlim é assim mesmo, chocante. Múltiplos usos de um mesmo espaço, inimagináveis, se levado em conta o passado. Em Berlim, destruída ao final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), não há tempo a perder. A cidade nasceu da união de aldeias, às margens do rio Spree, rota comercial entre o leste e o oeste europeus. Data oficial de nascimento: 28 de outubro de 1237 – sob a influência do signo de Escorpião, portanto. O simbolismo astrológico cai como luva para ressaltar essa capacidade de renascer, custe o que custar. Ser aniquilada é uma experiência que Berlim vivencia desde a Guerra dos Trinta Anos, um dos conflitos mais sangrentos

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da Europa dos anos 1600, entre católicos e protestantes. Quando era capital do império prussiano, início do século 19, foi ocupada por Napoleão – que, entre outros desmandos, levou para a França como lembrança a Quadriga, escultura do alto do célebre Portão de Brandemburgo, construído em 1791 – anos depois, a estátua da deusa grega Irene no veículo puxada por quatro cavalos foi recuperada e até hoje enfeita o símbolo maior de Berlim. Anos 1920. A cidade, já enorme, tinha a população atual, cerca de quatro milhões de habitantes. E um cotidiano atormentado por greves, fome, hiperinflação. Efeitos da derrota alemã na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A


© VISITBERLIN

Derrubado o muro, em 1989, Berlim precisou de apenas um ano para se reerguer, virar capital da Alemanha e passar a aspirar ao título que hoje começa a se materializar: o de centro do mundo cidade também fervia de criatividade, ousadia (sexo incluído). Quem tinha algo a dizer aparecia por lá. Arquitetura (Walter Gropius), teatro (Bertold Brecht), pintura (George Grosz). E outros talentos mais: a título de visitar o amigo e poeta W.H. Auden, o escritor inglês Christopher Isherwood chegou a Berlim em 1929 (e retornou, de passagem, nos anos 1950). Um de seus escritos que retratam a cidade desse período seria aproveitado no palco e no cinema, o musical Cabaret. O que traz à mente Marlene Dietrich, berlinense que começou a ganhar fama como atriz e cantora naquela década de ouro, encerrada, no entanto, com a Segunda Guerra Mundial.

Quando o conflito terminou, a metrópole estava devastada. Menos de duas semanas após a rendição nazista, no entanto, o serviço de metrô voltou a funcionar, idem a circulação de jornais. Depois, chegou o momento de Berlim ser cortada feito bolo entre os vencedores da batalha, cada um se apossando, com fome, de um setor da cidade. “A vida, em Berlim de 1952, tinha uma dramática duplicidade (...) Existia uma fronteira entre dois mundos em guerra, por onde pessoas estavam sendo raptadas ou desaparecendo em prisões... E, no entanto, nessa terra de ninguém, você podia

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VIAGEM Berlim em dois tempos: a dura reconstrução pós-guerra e uma tranquila tarde no gramado em frente ao Altes Museum, de 1830

A despeito da crise na Europa, investimentos de bilhões de euros seguem transformando Berlim e preparando a cidade para sediar o que já está sendo chamado de o melhor verão de todos os tempos, daqui a três meses ouvir a conversa mais banal sobre esportes, o novo carro, o novo amante. Os berlinenses, naqueles dias, estavam orgulhosos do seu sangue-frio. E eles ainda têm razão de ser.” (The Berlin Stories, de Christopher Isherwood) Erguido o Muro, em 1961, Berlim se tornou a capital da Guerra Fria, o mundo rivalizado entre capitalistas e socialistas. A muralha foi ao chão em 1989. Pois bem. Berlim precisou de apenas um ano para não somente reinterpretar o papel de sede do governo, agora de uma Alemanha reunificada, como também aspirar status de capital mundial: as obras de revitalização das áreas centrais da ex-Berlim Oriental colocam em prática ideias e materiais entre os mais sofisticados, atraindo a nata do urbanismo e da arquitetura do planeta. “Berlim atrai por manter um clima de sofisticação levemente decadente”, comenta o brasileiro Thiago Soares Barbizan, arquiteto de 28 anos que fez mestrado em universidade local. “É uma cidade que definiu a história mundial contemporânea, um museu a céu aberto, um templo do mercado de consumo e, ao mesmo tempo, um lugar onde é possível tomar cerveja num porão rodeado da clientela mais diversificada do mundo!” O paulista Henrique Lanfranchi, diretor artístico cinquentão, voltou há meses de lá e continua com a imagem do local onde morou, animando o espírito. “Vivi ao lado de uma floresta, em Charlottenburg, bairro tradicional, onde domingo tudo fecha... Uma Berlim desconhecida, provinciana...” Já a carioca Luciana Rangel, 38 anos, produtora da TV Globo radicada há 64

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oito em Kreuzberg, bairro transgressor por excelência, revela: “As pessoas são abertas. A facilidade de interagir é como no Rio de Janeiro, tanto faz a cor, a idade, o sexo... Berlim não é a Alemanha”. Cada viajante trará de volta, sobre Berlim, o seu flagrante mais íntimo. O que dizer, por exemplo, após conhecer a coleção particular de Christian Boros, ricaço polonês do mundo da publicidade que instalou em um bunker nazista seu acervo de arte contemporânea? Detalhe: ele mora em uma penthouse erguida no último andar. Ou depois de se esbaldar dançando balalaica-rock e polca-punk, os ritmos da moda na discoteca russa Kaffee Burger? Tudo é possível em Berlim. Ainda mais no verão. A cidade anda particularmente “quente”, obras a todo vapor, sobretudo no lado oriental, graças aos investimentos de dezenas de bilhões de euros. A propósito: europeus de países em crise econômica acorrem, aos montes, a Berlim, a capital do emprego informal no continente. Mesmo para quem estiver com o dinheiro contado, kein problem: há sempre um jeito de se divertir, gastando pouco, bem pouco. Como se instalar em um Biergarten (cervejarias que existem às dezenas, seja qual for o bairro), pedir a bebida favorita dos locais e apreciar o vaivém dos moradores, em bom número, estrangeiros adaptados ao estilo de vida local. “Ich bin ein Berliner”, disse John F. Kennedy, em 1963. “Eu sou um berlinense.” Tão solidário quanto o presidente americano quis ser com o povo da cidade, talvez essa também será a sua imagem favorita, quando voltar. Ou talvez você prefira a cena da hora do almoço dos dois engravatados.


DEUTSCHE FOTOTHEK © VISITBERLIN

Um vale no coração da Escócia: uma viagem em busca da história, das tradições e de muita diversão nas

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VIAGEM

7 programas clássicos

NÃO TENTE FUGIR DESTES DESTINOS QUE SÃO A CARA DE BERLIM EM QUALQUER ESTAÇÃO DO ANO Reichstag

Postdamer Platz

realeza prussiana. Destaques:

Schloss Charlottenburg

A sede do Parlamento alemão,

O coração da Berlim que deseja

Pergamonmuseum, onde se

Residência de verão da realeza

em projeto assinado por Norman

ganhar o status de capital

encontra o Portão de Ishtar

prussiana, o castelo, em estilo

Foster. Se não for por outro

mundial. Laboratório do que

(Babilônia, séc. 6 a.C.); e o Neues

barroco, foi erguido entre os

motivo, suba até a cúpula de

há de moderno (e sustentável)

Museum, famoso pelas relíquias

séculos 17 e 18. Abriga museus,

vidro para aproveitar uma das

em arquitetura e urbanismo

egípcias (caso do busto de

capela, jardins e mansões –

melhores vistas da cidade.

– a praça, vital para a cidade

Nefertiti, de mais de três mil anos).

prepare-se: a visita será longa.

desde o início dos anos 1900, Brandenburger Tor

ganhou outra dimensão com o

Kurfürstendam.

Unter den Linden

É o portão mais famoso de

plano urbanístico concebido por

Ou Ku’damm, na fala berlinense.

Uma das avenidas mais bonitas

Berlim, aquele que serve

Renzo Piano (veja box).

A avenida das butiques e dos

da cidade – andar por suas

cafés elegantes, por onde

calçadas, no centro histórico, é

de moldura a todo tipo de manifestação. Ele fica na Pariser

Museumsinsel

desfila gente engravatada e

ritual para o berlinense desde o

Platz, onde também se encontra

Ao pé da letra, a “Ilha de

endinheirada, além daquele

século 18, quando a cidade era

o (reconstruído) Hotel Adlon, um

museus”. Patrimônio Cultural da

mundo de gente disposto a

sede do império prussiano. Entre

must entre ricos e famosos: ali

Humanidade da Unesco, ali estão

passar o dia flanando...

cafés, museus e igrejas, há muito

foi rodado Grande Hotel (1932),

reunidas coleções de arte e de

São 3,8 km de extensão. Para

o quê admirar ao longo do trajeto

filme estrelado por Greta Garbo.

arqueologia que pertenceram à

conhecer a pé, claro.

de 1,5 km, forrado de tílias.

7 programas de verão

DE MAIO A SETEMBRO, O MAIS TÊNUE RAIO DE SOL FAZ COM QUE O ALEMÃO TIRE A ROUPA E SE JOGUE NA ÁGUA OU SOBRE A GRAMA Passear de bicicleta,

Perambular por Hansa-

teatro, restaurante, vagão com

barco pelo Tiergarten

-Viertel, no Tiergarten

serviços de sauna e massagem

Distante 45 minutos do centro,

O maior parque berlinense.

Um conjunto de edifícios

e chalé suíço (para fondue). Os

rumo ao sudoeste, embarcando

Ao seu redor, estão edifícios

erguidos em 1957 por ocasião

frequentadores gostam de se

a bike no trem metropolitano

importantes da cidade, caso do

de uma feira de construção

soltar entre as “ruínas” e tendas

S-Bahn. É a praia mais popular de

Reichstag, sede do Parlamento

(Interbau). A área duramente

armadas no que serviu de pátio

Berlim. Águas cristalinas rodea-

alemão. Também possui atrativos

atingida pelas bombas da

de uma fábrica. Um dos lugares

das de mata, ilha, palácio, museu,

naturais, como o Neuer See, lago

Segunda Guerra Mundial,

mais “curiosos” de Berlim.

restaurante, trilhas etc. No lado

para ser conhecido no conforto de

acabou por se tornar laboratório

oriental, o Wansee ganha o nome

um barco (ou a remo). Vale a pena

de ideias sobre a arte de

de Müggelsee, com praia para

finalizar o passeio, acomodando-

morar – ainda hoje os prédios

Radial System

nudistas e caminhos ao redor do

-se no Café Am Neuen See, hit

residenciais, concebidos por

Na Alexanderplatz,

lago ideais para explorar a pé.

berlinense, nos dias ensolarados.

nomes relevantes da arquitetura

magistralmente iluminada.

mundial, caso de Walter Gropius,

O aperitivo pode ser o início da

Arne Jacobsen e Oscar Niemeyer,

refeição, se possível, apreciada à noite. O restaurante (Spree

Perder o tempo,

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Bebericar, após andar de

em Wansee

Por do sol, a partir do

Drinques, no

em Liepnitzsee

Club der Visionäre

demonstram como Berlim faz

Lago só frequentado por locais.

Também serve para dançar, mas

da destruição pretexto para

Terrace) funciona na margem

Opção adequada para quem deseja

o forte deste endereço, típico da

renascer de modo inovador.

do rio oposta à praça – um dos

sossego ao tomar sol, nadar e andar

cena alternativa de Kreuzberg,

pela mata virgem em plena me-

é se acomodar no deque sobre o

trópole. Para ir a pé ou de bicicleta,

rio Spree, à sombra de salgueiros

KaterHolzig

instalações de uma antiga

servindo-se do S-Bahn, rumo norte.

para ver o sol que se põe.

Mix de cinema, sala de concerto,

estação de tratamento de água.

[MITREVISTA] MARÇO 2013

atrativos do Radial System, Curtir a noite no

centro cultural que ocupa as


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FOTOS: © VISITBERLIN

Tiergarten

Reichstag

Schloss Charlottenburg

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Kurfürstendam

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VIAGEM

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[MITREVISTA] MARÇO 2013


Construído para os jogos de 1936, o estádio Olímpico foi modernizado para a Copa do Mundo de 2006 e virou atração turística

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VIAGEM

A Potsdamer Platz: exemplo de revitalização urbana

FOTOS: © VISITBERLIN

O coração de Berlim, segundo Renzo Piano

N

a Berlim que surgiu após a queda do Muro, há um lugar

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Graças ao trabalho de Piano (que liderou uma equipe internacional

fascinante mesmo para quem está pouco habituado a refletir

de arquitetos), a praça, uma das mais movimentadas da Europa nos anos

sobre o uso e o funcionamento de uma cidade: a Potsdamer

1920, recuperou a mesma pujança, além de simbolizar a parceria do moder-

Platz. Ela serve de vitrine de um plano de revitalização urbana colo-

no com o sustentável: materiais (vidro e cerâmica de terracota) são usados

cado em prática nos anos 1990 por Renzo Piano, o mesmo arquiteto

para diminuir o consumo de energia e as emissões de poluentes; nos telha-

italiano que mudou o centro de Paris com o projeto high-tech do

dos, quase sempre de cobertura verde, calhas captam a água da chuva; e o

Centro Pompidou. Nesse território, centro sul de Berlim, a poucos

lixo ali produzido é separado em 13 tipos. Dois destaques: 1) o prédio Sony

passos do Portão de Brandemburgo, existem 19 edifícios entre dez

Center (projeto de Helmut Jahn), com pátio coberto de vidro; nele, a Sala do

ruas e duas praças – uma “pequena cidade” de área construída de

Imperador e o Salão do Café da Manhã são relíquias preservadas do Grand

550 mil metros quadrados, com escritórios, apartamentos, hotéis,

Esplanade Hotel, do início do século 20; 2) Weinhaus Huth, de 1912, única

cinema, teatros, centros de saúde, cafés, bares, restaurantes, centro

casa a ter sobrevivido à Segunda Guerra Mundial – em seu último piso,

comercial, boates e cassino.

abriga importante galeria de arte (Daimler Contemporary).

[MITREVISTA] MARÇO 2013


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A centenรกria catedral de Berlim. Ao lado, o Mitsubishi ASX posa para foto em Weimar durante viagem entre Frankfurt e Praga

CRISTIANI APOLONIO

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CARRO

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S

EM BA RQ UE CO NO SC ON OM ITS UB ISH Po IA r F SX ER NA NE ND ST EC O 1 VA . 7 00 LÁS LE SI IK QU A ILÔ CO R DE O ME BA TR TEIR RR O OS S F O DE , d OR e Be RA rli DO m S

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O ASX diante do Portão de Brandemburgo, cartão-postal de Berlim

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CARRO

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O palácio Residenz, na Estrada Romântica, Alemanha. Na página anterior, o ASX contempla a ponte Charles, em Praga

H

á apenas 25 anos viajar de Frankfurt, onde fica o mais movimentado aeroporto da Alemanha, rumo ao centro de Berlim, ao volante de um automóvel, era assunto para espiões saídos dos livros de John Le Carré ou filmes de James Bond, o Agente 007. Ainda mais complicado era seguir adiante, rumo a Praga (naquela época, a capital de um país conhecido como Checoslováquia). Mesmo para quem tivesse visto de entrada, as fronteiras eram indevassáveis para quem não mostrasse disposição para encarar a burocracia. Estive neste pedaço do mundo em 1990, poucos meses depois da queda do Muro de Berlim. As cidades cheiravam a carvão queimado, a atmosfera era cinzenta e a estrutura para o forasteiro era um convite à meia-volta. Mais de duas décadas depois, estou aqui de novo. E de primeira classe, ao volante do Mitsubishi ASX, que, como você verá nesta matéria, teve sua tração 4x4 provada e aprovada nas estradas nevadas da Europa. Os termômetros continuam a marcar temperaturas negativas no mês de fevereiro, mas quanta diferença... Para começar, as fronteiras. Agora, elas podem ser cruzadas livremente, sem postos de controle, sem passaporte, sem burocratas em busca

do que fazer. Os hotéis ganharam uma constelação, os bares são reduto certo para escapar do frio e os restaurantes, sem perder a genética, estão nos melhores guias gastronômicos. As estradas também cresceram e apareceram. Viajar de trem ainda é um grande barato, mas acelerar pelas Autobahnen, as deliciosas estradas alemãs sem limite de velocidade, é uma experiência imperdível para quem gosta de viajar de carro. Ainda mais se o carro é um ASX 4x4, como você verá. As virtudes deste crossover com design exclusivo surgem antes mesmo de dar a partida. O porta-malas de 416 litros abriga com tranquilidade a bagagem, e os 2,67 metros entre-eixos garantem amplo espaço para até cinco pessoas. Com o pé fincado no acelerador – mas dentro da lei –, não demorei mais do que duas horas e meia para vencer os 277 quilômetros da primeira escala: Weimar, capital da República Alemã entre 1919 e 1933 – período caótico, no qual a inflação no país era tão alta que um pedaço de pão chegou a custar um trilhão de marcos. A cidade, no entanto, tem história mais honrosa pra contar. No final do século 19, muitos dos maiores gênios alemães não apenas escolheram Weimar para viver, como realizaram aqui seus principais trabalhos. Nessa lista há escritores como Goethe (escreveu a sua obra-prima, Fausto, na casa onde atualmente fica [MITREVISTA] MARÇO 2013

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CARRO

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CARRO

Berlim Potsdam

HOLANDA

ALEMANHA Halle Weimar

POLÔNIA Leipzig

Františkovy Lázně

Frankfurt

Bayreuth

Würzburg Rothenburg ob Tauber

Dresden

Karlovy Vary

Mariánské Pilsen Lázně Dinkensbühl

Praga

REPÚBLICA CHECA

De Frankfurt a Praga, um roteiro de castelos e palácios com direito a parada em Pilsen, Meca dos admiradores de cerveja

ÁUSTRIA SUÍÇA

um museu em sua homenagem), dramaturgos como Schiller, filósofos como Nietzsche e compositores como Strauss e Liszt. Todos deixaram vestígios de sua vida e obra no centro da cidade, que, com o perdão do ASX, deve ser visitado a pé.

N

o ritmo das Autobahnen acelero em direção à próxima parada: Leipzig, atração obrigatória para apreciar o melhor da música clássica. Bach, um dos maiores compositores de todos os tempos, viveu lá e está enterrado na igreja de São Tomás, onde regularmente acontecem tocantes concertos com obras de sua autoria. Logo em frente, na Thomaskirchhof, 16, fica o museu com objetos que pertenceram ao gênio. Outros craques da música clássica, como Mendelsson e Schumann também passaram por Leipzig e têm memoriais em seu território. Não deixe de ver o prédio da prefeitura, construído em 1556. Se puder, sacie seu apetite em grande estilo no Auerbachs Keller, restaurante fundado em 1525 e que tem como cartão de visita a proeza de estar descrito em um dos capítulos de Fausto. Fica na Mädler Passage, perto da Antiga Prefeitura). Desde aqueles tempos, as carnes são o forte desse lugar histórico. É hora de continuar a viagem, agora rumo a Potsdam, pouco menos de duas horas adiante. Com o frio congelante do lado de

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[MITREVISTA] MARÇO 2013

fora, aciono o aquecimento do banco do ASX. Menos badalada do que Berlim, a 25 quilômetros dali, a cidade é conhecida pelos castelos dos poderosos Hohenzollern, uma das mais influentes famílias germânicas até o século 19. Foi pelas mãos de um deles, o imperador Frederico, o Grande, que se ocupou o primeiro destes domínios, o Parque Sanssouci, com palácios em estilo rococó. A cerca de 15 minutos de caminhada ficam o Marmor e o Cecilienhof, palácios mais recentes, mas nem por isso menos interessantes. Este último sediou a Conferência de Potsdam, em julho de 1945, quando os líderes dos Estados Unidos, União Soviética e Reino Unido redesenharam o mapa da Europa do pós-guerra. Foi assim, entre compositores, escritores e palácios que o Mitsubishi ASX chegou a Berlim. Não existe na Alemanha metrópole mais agitada do que ela – talvez nem na Europa. Durante décadas, muitos de seus tesouros ficaram escondidos atrás do muro erguido em 1961 a toque de caixa pelo governo comunista. Desde a derrubada desta parede de pedra, no final de 1989, Berlim começou a esquentar, esquentar, esquentar a ponto de estar em perto da ebulição no próximo verão, como mostra a reportagem sobre a cidade nesta edição. Com uma foto do ASX em frente ao Portão de Brandenburgo, inspirado no Partenon grego, me despeço da cidade com gosto de quero mais.

PAULO NILSON

FRANÇA


Praga, a pouco menos de quatro horas de viagem é o nosso próximo destino. O ASX alemão, que, diga-se, tem pequenas diferenças em relação ao modelo vendido no Brasil, cruza fronteiras e nos leva sem pestanejar para a República Checa. É uma viagem agradável, principalmente se incluir uma parada em Dresden. Vale bastante a pena por causa de alguns edifícios do centro: tem a Ópera, castelos como o Zwinger (do século 18), o Residenz, o Pillnitz (às margens do rio Elba) e o Palácio Japanisches (também do século 18), além de belas igrejas antigas, como a Hofkirche e a Frauenkirche. Quase tudo foi minuciosamente reconstruído depois da cidade ter sido arrasada pelas bombas despejadas pelos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial, em fevereiro de 1944.

O

utra reconstrução notável aconteceu na malha viária. Antigamente o caminho para Praga a partir da Alemanha era uma pista estreita e perigosa. Hoje a rodovia é larga, chama-se A17 e vira D9 na República Checa. Atenção: é preciso pagar para circular nela, mas você não verá cabines de pedágio. Logo após a fronteira, em postos de troca de dinheiro, compre a vignette, selo de pedágio que deve ser grudado no pára-brisa. Debaixo de uma tempestade de neve, mas com o ASX

com tração nas quatro rodas e bem equipado com sensores para vigiar a estabilidade, encaro os 150 quilômetros restantes numa boa, sem sustos. Impressiona a segurança do carro mesmo em condições adversas e num piso tão escorregadio. Linda e fascinante, a parte mais antiga de Praga exige atenção do motorista. Áreas centrais como Stare Mesto e Josefov, onde estão os principais monumentos e prédios mais bonitos, têm ruas acanhadas, poucas vagas para estacionar e batalhões de guardas de trânsito loucos para multar. É melhor percorrer as atrações a pé, mesmo que o termômetro esteja negativo. Há agências de turismo que visitam o melhor da capital checa em calhambeques conversíveis. Um roteiro básico começa na Starometske Namesti, a Praça Central, onde fica o relógio astronômico com seis séculos de existência. A oeste está a ponte Carlos, rumo ao bairro de Mala Strana (cenário de Amadeus, dirigido por Milos Forman) e ao castelo de Praga. Mais adiante, fica a avenida Venceslas, hoje convertida em área comercial e onde os checos marcharam contra as tropas e os tanques soviéticos em 1968. No lado oposto fica o Josefov, antigo bairro judaico (não perca o cemitério que existe desde o século 15, com tumbas dos mais variados e curiosos estilos arquitetônicos). No meio de tudo isso, excelentes restaurantes e bares. Não é por acaso que, [MITREVISTA] MARÇO 2013

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CARRO

Há apenas um quarto de século, viajar de carro por este pedaço do mundo era missão para espiões dos livros de John Le Carré ou dos filmes de James Bond. Hoje, as fronteiras estão abertas e as estradas são um convite para acelerar para Praga, sempre é bom dizer até logo – nunca adeus. Os checos são conhecidos por sua ótima cerveja. E isso tem uma razão: a uma hora de viagem de Praga, a cidade de Pilsen virou sinônimo de cerveja, até no Brasil. Ali se revolucionou o jeito de fabricar a bebida com o processo de baixa fermentação. Nem sempre foi assim, porém. Pilsen foi conhecida como local de produção de uma bebida amarga e tão ruim que, em 1838, três dúzias de barris repletos de cerveja foram viradas na praça principal. A sina mudou após a contratação do mestre cervejeiro bávaro Joseph Groll, que inventou um método de fermentação que revolucionou a forma de fazer e beber cerveja. Surgiu então uma bebida dourada, transparente, borbulhante, sob medida para ser apreciada gelada. Vale conhecer essa história na maior cervejaria de Pilsen, a Prazdroj (“fonte original”, em checo). Lá dentro, o restaurante Na Silce é ótima escolha para se degustar a culinária checa acompanhada por uma cerveja (mesmo a sem álcool, para quem está ao volante). Para sair da República Checa em grande estilo, a dica é colocar o ASX em um desvio por trilhas cobertas de neve rumo às termas da Boêmia Ocidental. Firme, mesmo no terreno escorregadio, o carro cruza cidades frequentadas por famosos e endinheirados desde os tempos do Império Austro-Húngaro: Karlsbad (renomeada Karlovy Vary), Marienbad (agora Mariánské Lázně) e Franzensbad (hoje Františkovy Lázně). As três recuperaram parte do glamour perdido depois da Segunda Guerra. Os casarões em estilo neoclássico e art-nouveau foram restaurados, pintados com os tons coloridos dos áureos tempos. Não deixe de 80

[MITREVISTA] MARÇO 2013

experimentar a legítima apfelstrudel. Busque pela estrada B 303 e siga para Bayreuth, tornada célebre graças ao compositor Richard Wagner. Depois de se tornar o favorito de Luís (ou Ludwig) 2º, rei da Bavária, o músico se mudou para lá em 1872 e construiu com o apoio do poderoso soberano um teatro, o Festpielhaus, em atividade até hoje – nos verões, acontece ali um dos mais badalados festivais de música clássica da Europa. Se tiver tempo, uma boa opção para voltar a Frankfurt é seguir pela Estrada Romântica, que parte de Fussen, na fronteira da Áustria, rumo a Würzburg, palco de um dos mais belos palácios da região. Mesmo renunciando à velocidade das Autobahnen, é um desvio mais do que recomendável para explorar lugares que parecem ter saído dos sonhos. Leve o ASX para passear também em Dinkensbühl, cercada por muralhas com 16 torres e recheada de casas medievais. No mesmo estilo, não perca Rothenburg ob der Tauber, fundada no século 12. Na reta final, perto de Frankfurt, fica Würzburg, a terra do Residenz, um dos mais majestosos palácios da Europa. Quase 1.750 quilômetros depois da partida, o Mitsubishi ASX parecia querer mais. Desdenhou o piso escorregadio e agarrou-se com firmeza ao asfalto. Abrigou a mim e à fotógrafa Cris Apolonio como se a neve não estivesse a cobrir tudo ao nosso redor. Guiou-nos a ponto de nos sentirmos nativos. Derrubou qualquer muro que possa existir entre um forasteiro e dois países de línguas complicadas em dias de inverno. www.mitsubishiasx.com.br


CREATIVE COMMONS

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ESPÍRITO 4x4

ARQUIVO PESSOAL

A legítima apfelstrudel, a ponte Charles e muita neve diante do ASX e da alemã Birgit Lutz

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ESPÍRITO 4X4

HOLIDAY ON ICE

O QUE FAZ A ALEMÃ BIRGIT LUTZ, QUE JÁ ESTEVE NO ÁRTICO 18 VEZES

(QUATRO DELAS SOZINHA), NÃO PARAR DE EXPLORAR REGIÃO? Por

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M I L LY L A C O M B E

Ret rato V I S U A L I M P A C T. C H | T H O M A S U L R I C H


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ESPÍRITO 4X4

A bordo do quebra-gelo russo Yamal, Birgit decidiu seu destino: explorar a imensidão branca do Ártico. A pé. E sozinha

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uem poderia prepará-los para aquela criança? Nascida no dia 10 de julho de 1974 em Neumarkt, uma conservadora cidadezinha da Bavária, sul da Alemanha, a hiperativa Birgit Lutz cresceu cercada de cuidados pela família. Segurança, diga-se, era valor fundamental entre os Lutz desde a fuga dos avós paternos da antiga Checoslováquia para a Alemanha Ocidental em 1945 – época em que os alemães não eram muito benquistos na vizinhança. A retirada aconteceu de madrugada, com a avó de Birgit grávida. Tudo o que eles conseguiram carregar foram duas mochilas. E uma bicicleta. Quando a vida voltou ao eixo, havia na casa dos Lutz a real noção de que tudo pode mudar de repente, de que tudo pode ser perdido de uma hora para outra. Birgit e o irmão dois anos mais velho cresceram com a percepção de medo e pessimismo ao redor. Por tudo isso, os pais não sabiam muito bem como lidar com a crescente agitação da menina. “Meu pai dizia que eu estava sempre um nariz à frente 84

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deles e que ele mal conseguia se relacionar com tanta energia e com as ideias malucas que brotavam de minha mente”, conta. “Acho que sempre quis mais da vida do que ela poderia me dar se ficasse em minha pequena e conservadora cidade.” Birgit começou a buscar aventuras do jeito tradicional. Aos 17 anos foi sozinha para Paris trabalhar como au pair (espécie de intercâmbio no qual se trabalha como babá). Aos 19, saltou de bungee-jumping e, anos depois, agora formada em jornalismo, aceitou passar dois meses no Rio de Janeiro trabalhando para uma emissora alemã de TV. “Na minha cabeça, desde menina, me parece que o mundo é muito diverso, espetacular e cheio de milagres para a gente ficar parada no mesmo lugar.” A primeira grande aventura aconteceu aos 22, quando decidiu estudar em Roma. “Estava completamente sozinha, num lugar desconhecido, sem falar a língua, numa época em que não havia internet, skype, e-mail... Lembro-me de experimentar uma coisa nova, de pensar que havia diante de mim inúmeras possibilidades, de me sentir incrivelmente livre, ainda que visitada por muitos medos”, recorda-se. Ela se questionava se conseguiria fazer amigos, divertir-se, se ficaria bem. “Quando percebi que aquele fora um dos


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melhores anos da minha vida, fui tomada por uma onda de autoestima”, conta. “Eu tinha conseguido – e sozinha!” A sensação de “Yes, I can” se repetiu com maior intensidade em 2007, ano em que, como jornalista, realizou sua primeira viagem ao Ártico. “Nessa hora, o coração se encheu de gratidão. Tinham sido meses de intensa preparação para aquela viagem, foi um dos sentimentos mais intensos da minha vida.” Pergunto por que, entre tantos lugares menos remotos na Terra, ela escolheu justamente o mais frio. Birgit se perde em paixão. “Estou convencida de que existe por lá um tipo de energia à qual algumas pessoas têm dificuldade de resistir”, explica. “Não há outra explicação para que alguns continuem gastando milhões para voltar.” Ela entendeu o que sentia dentro do navio quebra-gelo russo Yamal no dia em que, ao acordar mais cedo, sentou-se no convés. Diante de seus olhos azuis, uma névoa branca muito densa, a imensidão monocromática. Pôde perceber pegadas de ursos polares na neve. Quando o sol ficou mais alto, seus olhos

DIVULGAÇÃO

Nos 80 quilos de bagagem puxados em um trenó, carrega um revólver e uma pistola sinalizadora para espantar ursos-polares

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Em suas caminhadas de até 12 horas por dia, a alemã leva um GPS por segurança, mas guia-se pelo sol, sempre presente só podiam ver gelo, gelo, gelo. “Naquele momento, pensei como seria incrível descer e andar até o horizonte, saber como é esse lugar sem o navio, desvendá-lo por conta própria.” Desde então, a garotinha criada com todos os cuidados resolveu bater perna pelo Ártico – como se isso fosse programa para quem aprendeu que tudo pode se perder de um minuto para o outro. Puxando o próprio trenó, que pode chegar aos 80 quilos, Birgit desafia um dos lugares menos habitados do planeta. Na bagagem, um revólver, que leva por segurança, e uma pistola sinalizadora, usada para espantar ursos-polares. “Ninguém quer matá-los, são animais lindos e curiosos, ficam apenas olhando”, diz. “Mas é preciso disparar a pistola na frente deles. Se for disparada pelas costas, eles se assustam e vêm em sua direção. Temos de lembrar que eles podem nos devorar.” Um dia solitário de Birgit no Ártico funciona mais ou menos assim. A primeira coisa que ela faz é certificar-se de que está viva. Nessa hora, o termômetro aponta 30º C abaixo de zero – 86

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dentro da barraca. Uma combinação de roupas, no entanto, a faz permanecer quente. Ela acende o fogareiro, derrete o gelo, aquece a água e prepara a comida. Pela manhã, cereal. Durante a caminhada, chocolate, nozes, passas. À noite, comida desidratada. “Você joga água e, bum!, tem um espaguete. O gosto é melhor do que parece”, diz. Come muito, pois sabe que para se manter alerta e ativa nas 12 horas seguintes são necessárias cinco mil calorias, quase três vezes o recomendado para um dia na cidade. Desfaz a barraca, calça os esquis e se prepara para caminhar – até aí já se passaram duas horas. Começa então a explorar. A cada duas horas faz uma pausa para beber água e comer. Por conta do frio, não fica mais do que dez minutos parada.

A

rrasta os esquis entre oito e 12 horas por dia, conforme as condições climáticas. Enquanto anda, contempla, reflete. “A partir de um ponto, passa a ser meditativo. Você ouve apenas sua respiração e o barulho ritmado dos esquis


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FOTOS VISUALIMPACT.CH|THOMAS ULRICH ARQUIVO PESSOAL ARQUIVO PESSOAL

Depois de voar a bordo de um Antonov e desembarcar na base russa de Barneo, Birgit calça seu par de esquis e sai andando até montar sua barraca, onde já chegou a ficar por 58 horas a espera do fim de uma tempestade (note o revólver ao lado do saco de dormir). Perto da latitude 90 graus, os blocos de gelo se movem e é preciso cuidado para não afundar em águas congelantes. Com temperaturas perto dos 40 graus negativos, a “máscara do Ártico” rapidamente toma conta do rosto da alemã

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A alemã espia o melhor caminho. Na outra página, concentração para o salto de um penhasco, tema da próxima matéria

Birgit ainda chora quando encontra um urso-polar ou quando vê a luz solar refletir no glaciar. “São lágrimas de alegria, de gratidão”, diz deslizando sobre o gelo. Os pensamentos vão por conta própria e você se sente grata, muito feliz.” Para se localizar, guia-se pelo sol, sempre presente, mas leva um GPS por segurança. No fim da tarde, encontra um lugar para montar o acampamento. Faz uma parede de gelo ao redor da barraca, entra, acende o fogareiro, derrete o gelo, aquece a água e, de novo, come tanto quanto aguentar. Trata de secar as roupas, abre seu caderninho e escreve a respeito do que viu e sentiu. Só então dorme. Já passou um mês inteiro nessa rotina. “Até hoje choro diante da beleza daquela imensidão”, conta. “Choro quando vejo ursos-polares ou quando a luz do sol reflete nos glaciares – são lágrimas de alegria e gratidão.” Ela torce o nariz quando ouve dizer que o Ártico é um deserto de gelo, uma região mortal e vazia. “O Ártico está vivo, tem alma, tem pessoas e bichos incríveis. E é nossa responsabilidade tomar conta deles. É uma região cheia de milagres.” Parte de sua fascinação vem do entendimento de que não é possível vencer o Ártico, mas apenas aceitar que ele dá as regras. “Se você abrir seu coração, 88

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ele vai deixá-la entrar.” Birgit recusa qualquer rótulo de heroína. “Não gosto de histórias heroicas que relatam conquistas do Ártico – ele não está lá para ser conquistado”, explica. “Se a natureza não te quiser por lá, te mata sem o menor esforço.” Birgit revela que há regiões onde temperaturas podem facilmente cair abaixo dos 40º C negativos – e nas quais você encontra flores. Ela gosta de se ajoelhar junto a esses pequenos seres vivos e perceber que os humanos precisam de camadas e mais camadas de roupas para sobreviverem, enquanto a flor não precisa de nada. “Somos os seres mais fracos do planeta, é isso o que aprendi no Ártico”, afirma. “Mas, de algum jeito torto, achamos que somos o topo da linha evolutiva, a melhor coisa que Deus já fez. Não somos. Somos fracos e destrutivos. Passar um tempo no Ártico ensina muito a respeito da humildade.” Por tudo isso ela insiste em dizer que não faz explorações nas geleiras para contar jornadas épicas, mas apenas para estar lá. “Minhas histórias não pretendem contar como mandei bem por lá, com a finalidade de me fazer grande. Quero engrandecer


ROMINA AMATO/RED BULL CONTENT POOL

05 a natureza, enaltecer a beleza do mundo, e também as coisas ruins que nós, humanos, fazemos com ele.” Birgit nunca perde de vista esse respeito pelo meio. Credita a esse respeito o fato de nunca ter passado apuros. Ainda assim, tem a exata noção de que quando se despede da família rumo a uma aventura gelada a possibilidade de não voltar é muito grande. Os pais, no passado contrários ao estilo de vida da filha, hoje ficam orgulhosos. “Minha mãe até costura minhas luvas”, diz.

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irgit se apressa em desfazer uma confusão comum quando se fala em aventura. “Aventura não necessariamente inclui perigo. Aliás, a aventura real é: não se meter em situações perigosas”. Ela diz que os pais entenderam que ela minimiza os riscos, e que não hesitaria em fazer contato pedindo ajuda se precisasse. “Eles sabem que meu objetivo não é alcançar o extremo do polo ou cruzar a Groenlândia. Quero apenas estar lá.” Para isso, além de intensa atividade física que inclui corrida, natação, subir montanhas sobre esquis, musculação e até correr puxando pneus de carro com uma corda amarrada à cintura, ela lê muito, estuda o meio e desvenda outras expedições. “Existe um abismo entre o medo e a conscientização. Não tenho medo, eu busco conhecimento. Se sentir medo, então é

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porque falhei na preparação.” Em Schliersee, também na Bavária, Birgit mora com o namorado canadense. Tem dois sobrinhos, de seis e oito anos, com quem adora dividir suas histórias sobre o Ártico. “Eles acham normal ter uma tia que vai ao Polo Norte duas vezes por ano”, brinca. Depois de explorar os extremos do Ártico em quatro viagens solo e outras 14 acompanhada apenas de homens, Birgit mudou seu ponto de vista sobre a vida. “As pessoas se estressam por coisas pequenas”, diz. “Já passei 58 horas sozinha numa barraca, esperando que uma tempestade amainasse”, relembra. “Sei que nada é realmente catastrófico desde que você esteja aquecido e tenha alguma coisa para comer.” Hoje, ela assina uma coluna na edição de fim de semana do maior jornal alemão, o Süddeutsche Zeitung, e dá palestras a respeito da vida no Ártico, nas quais analisa a região sob o ponto de vista científico. Diz que emprego com carteira assinada, casamento e imóveis não são garantias de segurança. “Essa foi a grande herança de meus avós: saber que tudo pode ser perdido muito facilmente”. Ela conta que essa sensação a torturou por anos. Até perceber que, mesmo que tudo se perca, ainda resta bastante dentro da gente. “São aquelas coisas das quais somos feitos – e que ninguém pode nos tirar.” [MITREVISTA] MARÇO 2013

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DEAN TREML/RED BULL CONTENT POOL

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Por FRED MELO PAIVA

liff diving. Taí um esporte onde os fracos não têm vez. Senão, imagine: um trampolim rígido, montado a 27 metros de altura, na beira de um penhasco. Lá embaixo, o mar, um braço de rio ou o poço de uma grande cachoeira escondendo águas mais ou menos profundas. Você caminha até a tábua da beirada. Os fracos, como este repórter, têm medo de altura – aquela estranha sensação de que o corpo, em desacordo com a mente, é capaz de se suicidar sem o consentimento prévio de nossas cabeças. Se não for o seu caso, tanto melhor. Você vai sentir o vento no alto do penhasco. No instante que precede a queda, poderá respirá-lo como um cachorro na janela do carro. Pedirá proteção a Deus, ou a algum outro organismo transcendental. O dr. Drauzio Varella, que é ateu, tem razão quando diz que a vida é mais difícil para aqueles que não têm fé. É como se aos céticos fosse negado o direito a qualquer proteção extra – um capacete, um colete a prova de bala, o cinto de segurança, a camisinha. Mas se você tem fé, e já está armado com as armas de Jorge, pode inspirar o ar da montanha e finalmente se jogar em queda livre – seja o que Deus quiser e aquilo que você treinou. Os 27 metros de queda penhasco abaixo – um prédio de sete andares – serão cumpridos em três segundos. Nesse tempo você fará piruetas, twists, mortais, cambotas aéreas e o que mais inventar – numa versão punk rock dos saltos ornamentais que vemos nas Olimpíadas. Ao cabo, atingirá uma velocidade em torno de 85 quilômetros por hora. Sem qualquer proteção além de Deus e uma sunga, seu corpo receberá o impacto da água. Ele será tão forte, que você não irá mergulhar mais do que três metros – e em pouco mais de um segundo estará completamente parado. Segundo o americano Kent De Mond, um experiente cliff diver (mergulhador de penhasco, traduzido no Brasil para “saltador de penhasco”), a força desse impacto é nove vezes maior do que a experimentada por atletas olímpicos. É de tal proporção que o mergulho não alcança mais do que a profundidade daquele nadador que saltou da beira de uma piscina. Lançando-se do penhasco, você poderá fazer como os lendários saltado92

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BALAZSGARDI.COM/RED BULL CONTENT POOL

Saltos para o vazio em Omã e no País de Gales (página ao lado) durante o mundial de 2012. Os 27 metros de altura são vencidos em três segundos

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ESPORTE

O colombiano Orlando Duque, o Pelé do cliff diving, se lança rumo a lagoa Azul, em Pembrokeshire, País de Gales

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res de Acapulco, que em geral penetram na água de cabeça. “Mas é provável que só faça isso uma vez”, prevê De Mond, visto que a musculatura dos ombros e do pescoço são frágeis demais para suportar a trombada. Mesmo que caia de pé, fiando-se na força muscular de suas pernas, sofrerá o mesmo mal daquele que escapa ileso de um grave acidente de trânsito: de início, você se sente ótimo. À noite e no dia seguinte, um caminhão passou por cima de você. É o normal. O cliff diving faz sua estreia no Brasil em setembro, quando o país recebe uma das etapas do Red Bull Cliff Diving World Series, o mais importante torneio de salto em penhascos, espécie de campeonato mundial da modalidade. Em sua quinta temporada, irá percorrer oito países diferentes, cada um abrigando dois dias de provas. O torneio tem início em maio na França. Passa depois por Dinamarca, Portugal, Itália, Estados Unidos, Reino Unido, Brasil e Tailândia. É a primeira vez que a América do Sul figura no circuito patrocinado pela fabricante de energéticos. A empresa ainda não divulgou o local dos saltos no Brasil. Por vezes, os penhascos dão lugar a outro tipo de estrutura. Na edição de 2012, por exemplo, a etapa da Inglaterra se deu num conjunto de fortes construídos em alto mar para a defesa do país durante a Segunda Guerra Mundial. Abandonados desde o fim do conflito, em 1945, assemelham-


ROMINA AMATO/RED BULL CONTENT POOL

-se a plataformas de petróleo que, aos olhos da moderna tecnologia de guerra, parecem pertencer ao Exército de Brancaleone. Os pontos de saltos em cada um dos países escolhidos para receber o evento devem atender pelo menos a duas premissas: a qualidade técnica, tanto da rocha como da água, tem de permitir o exercício pleno das habilidades do saltador; e a beleza natural, capaz de render imagens espetaculares dos atletas em ação. Treze intrépidos saltadores de nove diferentes países disputam neste ano o título do Red Bull Cliff Diving. Constituem a nata do esporte, selecionada a partir das notas de classificação obtidas na edição de 2012, além das eliminatórias que acabam de acontecer no rio Hawkesbury, na Austrália. Um desses atletas é o atual campeão Gary Hunt, um inglês de 28 anos. Hunt venceu duas das cinco edições do campeonato mundial. É a prova viva e saltitante de que, sim, este é um esporte onde os fracos têm vez, veja você. Porque embora seja uma espécie de Pelé – ou Messi, já não se sabe – do salto em penhascos, Hunt não tem a menor pinta de atleta. Está mais para um dr. Sócrates: magrão, branquelo, com barba de jovem intelectual de esquerda e cabelo de banda indie, tem a estrutura física que se costuma chamar, pelo menos lá em Minas, de chassi de frango. Mas, quando Hunt salta com sua sungua GG, um [MITREVISTA] MARÇO 2013

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MARCELO MARAGNI/RED BULL CONTENT POOL

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Duque na Chapada Diamantina, Bahia, provável sede da etapa brasileira do mundial. Na outra página, o americano David Colturi voa em Omã

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latifúndio perto da fazenda usada pelo Gabeira em tempos idos, vê-se que ele é mesmo um fenômeno. O inglês elevou o salto em penhascos a novos patamares. Introduziu twists arriscados e inesperados, tornando o esporte ainda mais extremo. Fez isso “imaginando o mergulho tantas e tantas vezes”, disse ele em entrevista à MIT Revista, “que no momento de executar pela primeira vez o novo salto era como se já tivesse feito isso antes”. Hunt foi uma promessa do salto ornamental olímpico no Reino Unido. Com cinco anos treinava ginástica. Aos nove saltava do trampolim a dez metros da piscina. Quando fez 25, já um atleta de ponta do cliff diving, sofreu um grave acidente ao pular de um penhasco e ser apanhado por uma onda no momento que atingia a superfície da água. Machucou a cabeça e as costas, e teve de ser hospitalizado com um quadro de confusão mental. Concentra-se fazendo malabares, jogando dardos, gamão e sinuca. Relaxa no ofurô. Em 2012, o número um do mundo estava lendo Albert Camus – Le Premier Homme, O Primeiro Homem. Deve ter pegado o livro na prateleira e pensado: “Esse cara sou eu”. Digamos que Hunt seja mesmo Messi, porque o craque das antigas – Pelé – vem a ser Orlando Duque, seu principal adversário. Duque nasceu em Cali, na Colômbia, e começou a praticar o esporte aos dez anos. Venceu dez mundiais, quando eles ainda não tinham a estrutura e dimensão do Red Bull Cliff Diving. “Os maiores desafios desse esporte”, ele diz, “têm a ver com a forma como você lida com as condições da natureza – o vento, as ondas, o penhasco. Você tem de aprender a manejar os riscos para minimizar a chance de um acidente.” Aos 38 anos, Duque tem uma rotina de treinos que inclui bicicleta, natação, musculação para as pernas e mergulho em piscinas. Faz também “um treino mental, muito importante para que você seja capaz de enfrentar o medo na hora do salto.” Assim como Gary


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DEAN TREML, HO/AP PHOTO/GLOW IMAGES

Hunt, Orlando Duque não tem o arquétipo do atleta de ponta. Seus cabelos grandes e barba espessa conferem a ele um ar de quem toca Raul. Gary Hunt e Orlando Duque protagonizaram a disputa pelo título em 2012, decidida apenas na última etapa. Hunt foi o campeão com 506,85 pontos, frente aos 505 acumulados por Duque. Infelizmente, a pátria de chuteiras não é de vestir sunga e pular de penhasco. Apenas um brasileiro, o paraense Jucelino Alves de Lima Junior, 29, chegou a participar de uma edição do circuito, em 2010. Instrutor de capoeira, começou no esporte da forma mais inusitada possível: em um parque de diversões na França, saltava a 25 metros de altura. Foi homem-bala, motoqueiro em globo da morte, esses tipos que ganham a vida se arriscando diante de um público que deseja mais é ver o circo pegar fogo. Hoje trabalha em Macau, na China, com Franco Dragone, o famoso criador de espetáculos do Cirque Du Soleil. “Fazemos o maior show de águas do mundo em um cassino da cidade”, ele conta. “Medo? Todos temos medo. Mas quando subo na plataforma, não me sobra mais tempo para ter medo. Deus meu pai sempre fala: ‘Vai, meu filho, você não vai se bater’.” Eu não disse? Quem tem Deus está protegido. O ateu é que se vire sozinho. Tem sido assim desde o começo dos tempos para o cliff diving, o que remonta ao Havaí do século 16, quando o rei de Maui, um certo Kahekili, instituiu o salto em penhascos como um ritual de passagem para os seus guerreiros. No século 19, outro rei, o havaiano Kamehameha, organizou pela primeira vez um torneio com regras claras. A partir da década de 1930, mexicanos de Acapulco popularizaram o cliff diving saltando dos famosos penhascos de La Quebrada. Em 1963, até Elvis Presley se jogou de um deles durante as filmagens de Fun in Acapulco, ridiculamente traduzido para o português como O Seresteiro de Acapulco. Queria impressionar a atriz Ursula Andress. Só não morreu porque, você sabe, Elvis não morre. Deus protege.

Flertando com a morte

UM CORRESPONDENTE DE GUERRA EXPLICA POR QUE O HOMEM PRECISA CORRER RISCOS

D

epois de cobrir a guerra que levou

não o impediu de estar na linha de frente

aquilo que desafia a nossa sobrevivência”,

à independência da Croácia, em

durante intensos combates, ou arriscando-

escreveu Junger. “E quando não estamos

1995, o jornalista, escritor e

se sob a mira de francos atiradores que

sendo testados – pela natureza, por

apontavam nas janelas dos prédios.

predadores, por outras tribos – milhões

fotógrafo Sebastian Junger publicou um

Era justamente isso o que buscava o

de anos de evolução se tornam inúteis.”

Men’s Journal. Seu relato transformava

autor do best seller The Perfect Storm – A

Depois de cada teste imposto pela

o conflito numa experiência pessoal,

True Story of Men Against the Sea: Junger

guerra em Sarajevo, “a vida era entregue de

psicológica e antropológica, em que

precisava estar no meio da tormenta,

volta como eu a conhecia antes”. Então, por

pouco importava quem estava certo ou

fosse ela uma guerra entre homens ou

um instante, Junger podia enxergar o mundo

errado, se croatas ou sérvios. Junger não

a luta pela sobrevivência em alto mar.

como um lugar fascinante – e mesmo sua

estava nem aí para a situação geopolítica

“Flertando com a morte e abraçando o

vida ordinária, uma incrível experiência. “Esta

da ex-Iugoslávia – não entendia disso, e

perigo”, sentia-se entorpecidamente

é a razão para se correr riscos. De outro jeito,

no fundo não se encontrava com saco

confortável pela adrenalina que seu

você não compreende a dimensão daquelas

para entender. A bem da verdade, Junger

corpo liberava. “Seres humanos são

coisas que, um dia, você vai perder.” Por um

não estava nem aí pra guerra – não se

desenhados para transpor obstáculos –

acaso Junger estava na guerra. Mas podia

compadeceu dos mortos e feridos, não

superá-los com o vigor físico, matar se

estar na beira de um penhasco preparando-

se engajou neste ou naquele lado. O que

for preciso, vencer de forma inteligente

se para um salto em águas profundas.

corajoso ensaio na revista americana

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DRIVE MITSUBISHI

CLUB

ONDE OS SONHOS ACONTECEM

Responda rápido: qual o único veículo à venda no Brasil que oferece um clube para quem gosta de velocidade, um autódromo de nível internacional, um campeonato monomarca e cursos de pilotagem e técnicas de direção? Se você respondeu Lancer Evolution, acertou na mosca. Fazendo justiça ao número de diamantes de sua marca, a Mitsubishi Motors vai realizar em 2013 três eventos que têm como protagonista esse mito das pistas. São eles: Lancer Cup, Lancer Experience e Lancer Evo Day. Todos acontecem no Mitsubishi Drive Club, complexo automobilístico inaugurado pela Mitsubishi em Mogi Guaçu, interior paulista, no ano passado. O local abriga o autódromo Velo Città e o Mitsubishi Racing Center, uma ampla área de convivência para pilotos e convidados. O Velo Città foi construído dentro dos padrões da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e é homologado pela CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo). Com 3.430 metros de extensão, o traçado conta com duas retas, a mais longa com quase 800 metros, e 14 curvas travadas e rápidas. Gostou? Então veja nas próximas páginas os eventos que a marca realizará este ano.


COMPETIÇÃO DRIVE CLUB

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MARCELO BORMAC

COMPETIÇÃO

Na pista, hora de duelar. No lounge do Mitsubishi Racing Center, sobra tempo para descansar, conversar e ficar entre amigos

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A estrutura de ponta da Lancer Cup aparece na gaiola do carro, nos equipamentos do piloto e no pódio

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moção, adrenalina – e muita velocidade. É isso que a Lancer Cup oferece aos seus participantes. O carro aqui é outro, de competição, o Lancer Evo R, produzido no Brasil a partir do Lancer Evo X. Idênticos e com a mesma preparação, eles garantem absoluta igualdade de condições entre os competidores. A locação do veículo é a base do conceito sit&drive. Ou seja, esqueça as preocupações com logística, mecânicos, manutenção do carro e peças de reposição. A Mitsubishi, por meio do seu departamento de competições, cuida de tudo, inclusive do seguro do carro. Na Lancer Cup, basta pôr o capacete, vestir o macacão e as luvas, ajustar o cinto de segurança e acelerar. A temporada 2013 terá seis etapas com duas provas cada, sempre nos fins de semana. Os treinos livres são realizados na sexta-feira, e, no sábado, acontecem os treinos de classificação e as duas provas. Os cinco primeiros colocados recebem troféus após cada prova. O evento se destina aos chamados gentleman drivers, amantes da velocidade que restringem a rivalidade ao âmbito da pista.

“Participei de uma etapa e fiquei impressionado com a organização, a estrutura, o autódromo e o carro.” Sergio Maggi Júnior, empresário

“É o mudo ideal para quem ama o automobilismo. Você pilota num autódromo fantástico e não em dor de cabeça com a logística.”

Mais informações: www.lancercup.com.br

Nação 4x4

@nacaomitsubishi

email: renatoperotti@mmcb.com.br ; tel: (11) 5694-2914

Sylvio de Barros, empresário

CALENDÁRIO 2013 09 MAR 1a etapa

20 ABR 2a etapa

25 MAI 3a etapa

06 JUL 4a etapa

07 SET 5a etapa

05 OUT 6a etapa

Todas as etapas acontecem no Velo Città

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CAETANO BARREIRA

DRIVE CLUB

LANCER

EVO DAY UM DIA ESPECIAL PARA VOCÊ ANDAR COM SEU MITSUBISHI LANCER EVO EM UMA PISTA NOS PADRÕES DA FIA

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TOM PAPP

m dia único, que vai ficar na memória. Um dia para comemorar ao lado de amigos e até da família. Assim serão os Lancer Evo Days durante este ano. Uma oportunidade para que os proprietários de Lancer Evolution possam não apenas se encontrar – como colocarem seus próprios carros na pista. Foi o que aconteceu no começo de dezembro passado com o engenheiro Mateus Teixeira, durante o primeiro Lancer Evo Day realizado. Dono de uma construtora e de um Lancer Evo X ano 2011, ele saiu de Santos para passar o sábado no Mitsubishi Racing Club, em Mogi Guaçu. “É a chance única de pegar um carro que você usa no dia a dia e poder

usar numa pista de competição”, disse. “Com toda a segurança proporcionada pela estrutura do evento e pelas características do autódromo – uma coisa absolutamente profissional.” O empresário paulistano José Carlos Valor é outro apaixonado pelo Lancer Evo. “Ele é um mito, não tem o que falar”, afirmou. “Comprei porque gosto de carros com bom desempenho na pista – e participar desse evento, nesse autódromo, com toda a segurança, toda a organização, foi nota dez.” www.mitsubishimotors.com.br “Matei a vontade de

Nação 4x4

@nacaomitsubishi

“Nada mais divertido que

acelerar meu Lancer Evo

acelerar o próprio carro com

e ainda aprendi muito

segurança e o suporte de

sobre pilotagem.”

pilotos profissionais.“

Saulo Guedes

Renato Magalhães Gouvêa Jr.

CALENDÁRIO 2013 09 MAR 1a etapa

20 ABR 2a etapa

25 MAI 3a etapa

06 JUL 4a etapa

07 SET 5a etapa

05 OUT 6a etapa

Todas as etapas acontecem no Velo Città

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DRIVE CLUB

LANCER EXPERIENCE

UM CURSO DE PILOTAGEM SOB O COMANDO DE PILOTOS PROFISSIONAIS

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FOTOS RICARDO ROLLO

E

le é mais que um curso prático de direção, que uma aula de pilotagem ou que um dia de impagável diversão. É tudo isso. Mas, sobretudo, representa a chance de se tentar levar ao limite um dos carros mais avançados disponíveis no mercado. “Queremos proporcionar a oportunidade única de apresentar todos os recursos tecnológicos do Lancer Evo em uma pista exclusiva”, sintetiza Corinna Souza Ramos, diretora de projetos especiais da Mitsubishi. O evento consiste em instruções teóricas e práticas ministradas por pilotos profissionais, como Duda Pamplona e Bia Figueiredo, sob a coordenação do consagrado piloto Ingo Hoffmann. Nas teóricas, os instrutores mostram o uso correto do freio, ensinam a melhor maneira de tangenciar curvas, explicam que a posição correta ao volante é aquela em que as costas se acomodam em ângulo perto de 90 graus no encosto do banco – e que o volante deve ser empunhado na posição 9h15 dos ponteiros do relógio, entre outras recomendações. Também mostram a tecnologia embutida no Lancer Evolution X, como o sistema de tração integral, a transmissão de dupla embreagem e os auxílios eletrônicos de tração e de estabilidade. Durante a preleção, instigam os participantes a tirarem o melhor proveito de todos esses recursos.


Paralelamente ao Lancer Experience, a Mitsubishi lançou em fevereiro um curso voltado para futuros pilotos. São dois dias de aulas teóricas e práticas no autódromo Velo Città, em Mogi Guaçu. Os participantes (oito por turma) terão à disposição o Lancer Evolution X e o Lancer Evo R, desenvolvido especialmente para competições de pista. No comando do curso, o multicampeão Ingo Hoffmann (veja matéria na página 108), o piloto de stock-car Duda Pamplona e o piloto de testes da Mitsubishi Eric Darwich, especialista no Lancer Evolution. “É um curso totalmente diferente do que existe por aí”, garante o experiente Ingo. Em busca de um aprendizado máximo, os carros são equipados com um sistema de coletas de dados, que reúne uma série de informação de cada

Aceleram sem medo que o carro obedeça a todos os comandos. A constatação é que o Lancer Evo é extremamente seguro. Na prática, o participante é convidado a frear o carro em diferentes velocidades, a brecar desviando de obstáculos (manobra possível devido ao sistema antitravamento das rodas, ou ABS), a posicionar o veículo corretamente nas curvas – e também a praticar slalom, espécie de balé automobilístico entre cones de borracha, sobre piso molhado. Sempre andando forte: os exercícios são contra o relógio. A última manobra simula todas as situações em um percurso desenhado em um quadrado demarcado por cones.

volta, como o traçado feito e as velocidades em determinados pontos da pista. Esses dados são comparados com a volta ideal, segundo os padrões de qualidade de Ingo. Com as informações na mão, é possível lapidar a pilotagem e ganhar segundos

www.lancerexperience.com.br

Autódromo Velo Città

@nacaomitsubishi

preciosos. Como o curso é de dois dias, está incluída a hospedagem nas proximidades do autódromo

COMO PARTICIPAR

e a alimentação. E o melhor:

O curso dura um dia inteiro e, além da frota de Lancer Evolution X prontos para acelerar, inclui café da manhã e

quem for aprovado estará apto

almoço no Mitsubishi Racing Center. Para participar dessa experiência inesquecível, informe-se pelo telefone (11)

para requerer a carteira de

5694-2861 ou pelo e-mail lancerexperience@mmcb.com.br.

piloto profissional categoria B junto à Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA).

CALENDÁRIO 2013 09, 10, 11, 12 e 13 ABR

Mais informações pelo e-mail

07, 08, 09, 10 e 11 MAI

11, 12, 13, 14 e 15 JUN

renatoperotti@mmcb.com.br.

[MITREVISTA] MARÇO 2013

107


108

[MITREVISTA] MARÇO 2013


DNA M

DE CAMPEÃO INGO HOFFMANN É O NOVO COORDENADOR DO MITSUBISHI DRIVE CLUB Por JULIANA AMATO

a bordo de um Fusca 1500 fez sua estreia na prova Festival do Ronco, voltada para iniciantes. “Consegui a bênção dos meus pais e fiz a corrida”, conta. “Era tanto carro que o grid foi decidido por sorteio.” Em apenas seis voltas, Ingo pulou do 44° lugar para a sétima posição. Sua paixão pela velocidade, porém, havia começado em 1962 – com apenas nove anos, Ingo já se fascinava folheando revistas de automobilismo. Embora as fotos não emitissem som, ele imaginava o ronco de cada um dos motores. A partir de então, a velocidade passou a ocupar cada vez mais espaço em sua vida. “Comecei a pegar ônibus para ir ao autódromo de Interlagos e pulava a cerca para assistir às corridas”, relembra. Em busca de adrenalina e velocidade, Ingo chegou a improvisar um skate com dois patins para se lançar nas ladeiras do Campo Belo, bairro paulistano onde foi criado. Depois da Fórmula 1, o piloto voltou ao Brasil e nunca mais deixou o pódio. É o maior campeão da Stock-Car com 60 pole positions, 76 vitórias e os já citados 12 títulos. Com uma carreira sólida e números impressionantes, foi eleito em 1999 Piloto do Século do automobilismo nacional pela revista Racing. No mundo off-road, com uma Mitsubishi L200, foi vice-campeão do Rally dos Sertões em 2004 – e, dois anos mais tarde, bicampeão brasileiro de rali Cross-Country na categoria protótipo. Hoje, com 60 anos recém-completados, três filhos e um neto, ele ainda encontra tempo para fazer ginástica, nadar, pedalar e remar sobre uma prancha de stand-up paddle. Seu próximo projeto nas pistas? “Correr a Mitsubishi Cup 2013.” Pelo visto, Ingo ainda tem muitas retas e curvas pela frente. Seja bem-vindo, Alemão!

ARQUIVO PESSOAL

itsubishi Motors: 12 vezes campeã do Rally Dakar, dez vezes campeã do WRC (World Rally Championship). Referência quando o assunto é competição e realização de eventos automobilísticos. Ingo Otto Hoffmann: 12 vezes campeão da Stock-Car, bicampeão brasileiro de rali Cross Country. Referência quando o assunto é pilotagem. Dois currículos de respeito. Dois protagonistas na história do automobilismo nacional e mundial. Agora juntos. Desde o mês de fevereiro, depois de uma longa temporada como instrutor oficial do BMW Driver Training no Brasil, Ingo é o novo coordenador do Mitsubishi Drive Club. Ele será o responsável pela coordenação dos cursos de pilotagem e direção defensiva da marca, o que inclui o Mitsubishi Lancer Experience, a Mitsubishi Lancer Cup e a recém-criada Mitsubishi Premium Racing School. O “Alemão”, apelido pelo qual Ingo é conhecido no mundo da velocidade, atuará como consultor para desenvolvimento de programas automobilísticos e será o coach dos pilotos da primeira temporada da Lancer Cup, cuja estreia acontece no dia 16 de março. “Estou muito contente por fazer parte de um ambiente fantástico e ainda ter em meu roteiro de trabalho um lugar incrível como o autódromo Velo Città”, disse o piloto, um dos 30 brasileiros que alcançaram o topo da pirâmide do automobilismo, a Fórmula 1 – em 1976, com a equipe Coopersucar, Ingo disputou três Grandes Prêmios. O curioso é que sua carreira havia começado apenas quatro anos antes, quando

Retrato CLAUDIO EDINGER

Ingo de L200 no Rally dos Sertões em 2004, quando foi vice-campeão. O piloto e o Lancer antes de etapa da Stock-Car, categoria na qual soma 12 títulos

[MITREVISTA] MARÇO 2013

109



UNIVERSO MITSUBISHI

FOTOS: TOM PAPP

ADRENALINA E EMOÇÃO SÃO OS COMBUSTÍVEIS DA NAÇÃO 4x4


Lama em São Pedro (SP), poeira em Goiânia (GO) e champanhe em Sete Lagoas (MG)

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[MITREVISTA] MARÇO 2013

RICARDO LEIZER GABRIEL BARBOSA

MOTORSPORTS


GABRIEL BARBOSA

DIVERSÃO 4x4 POR TODO O BRASIL Prepare-se para mais uma inesquecível temporada do rali de regularidade mais tradicional do Brasil. O Mitsubishi MotorSports 2013 vai começar

“P

odem me chamar de exagerada, mas para mim tudo é grandioso no Mitsubishi MotorSports”, diz a navegadora paulista Belén Macedo. “A aventura, a adrenalina, os amigos, o carinho, o companheirismo, o almoço, a premiação... Tudo é grandioso.” Não, Belén, você não está exagerando. Em sua 19ª temporada, o rali de regularidade da marca dos três diamantes é, sim, um evento grandioso. Não apenas por reunir centenas de pessoas por etapa. Não somente por conta dos cenários de acabar com a bateria da câmera digital. Não exatamente devido à pilotagem 4x4 e à divertida navegação que faz com que erros de rota se transformem em engraçadas tentativas de encontrar o caminho. O que mais engrandece o Mitsubishi MotorSports é a atmosfera que envolve o rali. Um clima de alegria que toma conta da Nação 4x4, como se convencionou chamar essa turma que reserva um, dois, três... até 11 fins de semana por ano para viajar pelo Brasil de Mitsubishi na companhia de familiares e amigos. Gente que comunga do mesmo ideal de estar em meio à natureza. Essa é a grandeza maior do Mitsubishi MotorSports. Em 2013, serão sete etapas no campeonato Sudeste e quatro no

Nordeste. A novidade no calendário é a cidade de Vitória (ES), que recebe pela primeira vez uma etapa (veja tabela). Os marinheiros de primeira viagem competem na categoria Turismo Light, na qual a planilha é mais mansa, com médias de velocidade bem baixa. “É ideal para passear e curtir a paisagem”, diz Lourival Roldan, diretor técnico da prova. Quem tem mais conhecimento se alinha na categoria Turismo, que requer mais concentração e habilidade da dupla piloto/navegador. Na categoria Graduados, a vida é mais dura. “As provas chegam a ter seis horas de duração, a planilha tem pegadinhas e um descuido pode significar a perda de dezenas de posição na classificação”, explica Roldan. Não importa a categoria, a felicidade de quem participa é nítida. O mineiro Valdir de Lacerda e sua mulher, Dayse, descobriram um jeito novo de somar diversão ao relacionamento familiar. “O rali nos ensina respeito, tolerância, compromisso, paciência e concentração, valores muito bem vindos em qualquer família”, diz Lacerda, que tem como navegadora sua filha, Elisa. “Temos uma rotina de divisão de tarefas”, conta. “Desde o estudo da planilha, até a checagem dos cronômetros. Cada um tem uma função importan[MITREVISTA] MARÇO 2013

113


TOM PAPP

FOTOS RICARDO LEIZER

ADRIANO CARRAPATO

TOM PAPP

MOTORSPORTS

“A aventura, a adrena-

peito, tolerância, compro-

a premiação... Tudo é gran-

misso, paciência e concen-

dioso no MotorSports.”

tração.”

Belén Macedo, navegadora Graduados

Valdir de Lacerda, piloto Turismo

“A descontração é fasci-

114

“O rali nos ensina res-

lina, os amigos, o carinho,

“Ganhar uma etapa é

nante. Minha navegadora é

bom. Mas ganhar ao lado

minha amiga, e ainda levo

de um filho é um orgulho

meu filho como zequinha.”

gigante, inesquecível.”

Ana Maria Moreira, piloto Turismo Light

Otávio Enz, piloto Graduados

[MITREVISTA] MARÇO 2013


RICARDO LEIZER

Alegria, emoção e paisagens de cinema são itens de série no Mitsubishi MotorSports

te”, prossegue. “No nosso carro a responsabilidade não se limita ao piloto e ao navegador – as zequinhas, minha esposa e minha outra filha, Lívia, são fundamentais para o êxito da equipe.” Em férias desde o dia 30 de novembro do ano passado, quando aconteceu a grande final da temporada em Ribeirão Preto (SP), com direito a show dos Titãs, o Mitsubishi MotorSports Sudeste volta a acelerar no dia 6 de abril em São José dos Campos (SP). A abertura do campeonato Nordeste acontece no dia 8 de junho, em Aracaju (SE). Belén não esconde a ansiedade. Quer reencontrar os amigos e realizar o sonho de vencer uma etapa entre os Graduados. “Já ganhamos uma vez na Turismo”, diz a navegadora que corre ao lado do marido, Celso. “Agora é a vez de chegar na frente entre os melhores. Vamos atrás desse desafio.” Desafio grandioso e para quem é 4 x4, diga-se. Se você tem um Mitsubishi Pajero 4x4 ou uma L200 venha participar e viver novas e inesquecíveis aventuras com a Nação 4x4.

PATROCINADORES: [Sudeste] Castrol, Clarion, Columbia, Consórcio Embracon, Gol, Itaú, Mit Financiamentos, MVC Artecola, Pirelli, Redecard, Seara, STP, Transzero, Unirios, W.Truffi Blindados APOIO: Artfix [Nordeste] Adorno (Sideral), Borlem, Castrol, Clarion, Columbia, Gol, GW Logistics, Itaú, Mangels, Mapfre, Mit Financiamentos, Pilkington, Pirelli, Tecfil (Sofape), Transzero, Unirios, W.Truffi Blindados APOIO: Artfix A Gol Linhas Aéreas Inteligentes oferece descontos especiais para os participantes dos ralis Mitsubishi. Informe-se no site www.mitsubishimotors.com.br @nacaomitsubishi www.youtube.com/mitsubishimotors Nação 4x4 www.mitsubishimotors.com.br Informe-se: ralis@mmcb.com.br

CALENDÁRIO 2013 SUDESTE 06 ABR São José dos Campos (SP) 18 MAI Goiânia (GO) 26 OUT Vitória (ES) 09 NOV Ribeirão Preto (SP)

29 JUN Joinville (SC)

10 AGO Penedo (RJ)

14 SET Curitiba (PR)

CALENDÁRIO 2013 NORDESTE 08 JUN Aracaju (SE)

24 AGO João Pessoa (PB)

05 OUT Maceió (AL)

30 NOV Fortaleza (CE) [MITREVISTA] MARÇO 2013

115


MARCIO SCAVONE

PREMIAÇÃO

Nas trilhas 4x4 de Darwin

O CAMPEÃO DA CATEGORIA GRADUADOS DO MOTORSPORTS SUDESTE 2013 VAI CONHECER GALÁPAGOS A BORDO DE UM IATE Por LUCIANO VELLEDA

D

esde que um jovem cientista inglês de 26 anos aportou nas

bado pelo patrimônio público, o local foi inaugurado como hotel há pouco

ilhas Galápagos a bordo do navio HMS Beagle, em 1835, e

mais de um ano. Situado numa das mais importantes praças de um dos mais

iniciou suas pesquisas, este conjunto de 13 ilhas maiores, seis

belos centros históricos da América do Sul, o requinte e a sofisticação estão

menores e mais de 100 ilhotas, adquiriu lugar de destaque

em cada detalhe. História e design contemporâneo se unem à perfeição,

no imaginário coletivo de estudiosos e viajantes. Charles Darwin revelou

permitindo ao hóspede uma estadia aconchegante e uma localização privile-

um outro mundo para o nosso mundo. Um lugar único, a mil quilômetros

giada para explorar as 40 igrejas e quatro mil casas históricas do Casco Viejo.

do continente, apartado da realidade e sem comparações. “Era muito

na Reserva del Bosque de Mashpi, uma área natural de exuberante

chas, novos insetos e novas plantas”, escreveu Darwin em seu diário. Ele

biodiversidade. Situado a 950 metros de altitude, o Mashpi oferece

se referia a algumas das 7.214 espécies hoje catalogadas em Galápagos

caminhadas na selva para observação da fauna e flora local, que incluem

– 30% delas endêmicas, ou seja, não existem em nenhum outro lugar do

bromélias, orquídeas e cerca de 500 espécies de aves, sendo 36 endê-

mundo. Quase 180 anos depois do cientista inglês retirar de Galápagos

micas. As caminhadas costumam terminar em revigorantes banhos de

elementos fundamentais para sua Teoria da Evolução, cerca de 180 mil

cachoeira. O Mirador dos Colibris é outra atração da reserva e permite

turistas visitam o arquipélago anualmente imbuídos do desejo de ver com

aos hóspedes observar até 16 espécies deste formoso pássaro.

os próprios olhos que mundo é este. Um privilégio que o piloto vencedor do

No dia seguinte, os viajantes se hospedarão por mais uma noite no

Mitsubishi MotorSports da categoria Graduados vai usufruir na companhia

Casa Gangotena, encerrando o terceiro dia da viagem. A manhã do quarto

de três acompanhantes seus a bordo do exclusivo e luxuoso iate La Pinta.

dia do roteiro marcará o momento de embarcar rumo a Isla San Cristóbal,

A viagem começa com uma noite em Quito, a capital do Equador, no

em Galápagos, e logo iniciar a aventura a bordo do iate La Pinta. À tarde,

luxuoso cinco-estrelas Hotel Casa Gangotena. Construído em 1900 e tom116

No segundo dia, os visitantes rumarão ao Mashpi Lodge, incrustado

impressionante estar cercado por novas aves, novos répteis, novas con-

[MITREVISTA] MARÇO 2013

a água azul-turquesa da praia de Cerro Brujo é o local ideal para um


Iguana posa para foto em Galápagos, que será conhecido a bordo do iate La Pinta, depois de um dia em Quito (acima), capital do Equador

e de todo o arquipélago, incluindo a observação dos pássaros piqueros de pata azul e de pata vermelha, além de uma colônia de lobos marinhos. A ilha Española é o destino na manhã seguinte. Ali, salta aos olhos FOTOS: DIVULGAÇÃO

a harmoniosa convivência de diversas espécies animais num mesmo ambiente, uma das mais impressionantes características do arquipélago equatoriano. Ao caminhar por uma trilha formada por lava vulcânica, albatrozes, piqueros, tentilhões de Darwin e iguanas coexistem sem dar qualquer importância à presença do Homem. Após o almoço, a Bahia Gardner será o ambiente perfeito para aproveitar a praia e fazer snorkeling. O snorkeling em meio à diversidade subaquática de Galápagos – são 3.089

quarto e último dia em Galápagos é a oportunidade de conhecer, na ilha de

espécies marinhas, 20% endêmicas. A mais emblemática atração do arqui-

Santa Cruz, um bosque de cactus gigantes e o trabalho científico desen-

pélago equatoriano será conhecida logo no segundo dia em Galápagos:

volvido pela Estação de Pesquisa Charles Darwin, incluindo a reprodução

as tartarugas gigantes. Pesando entre 90 e 350 quilos, 30 mil tartarugas

das enormes tartarugas. Como se vê, o piloto vencedor da categoria Gra-

de dez espécies andam a passos lentos pelas diversas ilhas – já foram 14

duados curtirá o olimpo da vitória no mais puro espírito de aventura 4x4.

espécies e até o início de 2012 eram onze, porém a morte do solitário George pôs fim a uma delas. Na Isla de San Cristóbal, após uma puxada ca-

www.yatelapinta.com

minhada, o visitante poderá contemplar algumas das últimas populações

www.casagangotena.com

de tartarugas gigantes vivendo de forma silvestre. À tarde, em Punta Pitt,

www.metropolitan-touring.com

uma caminhada revela uma das mais bonitas paisagens de San Cristóbal

(*) O roteiro poderá sofrer alterações conforme orientação da operadora.

[MITREVISTA] MARÇO 2013

117


FOTOS: DIVULGAÇÃO

PREMIAÇÃO

Uma aventura 4x4 na Amazônia brasileira DIAS INCRÍVEIS NO CRISTALINO JUNGLE LODGE AGUARDAM A DUPLA FEMININA CAMPEÃ DO MITSUBISHI MOTORSPORTS SUDESTE

A

região que representa um terço das florestas tropicais do

de explorações pode incluir a canoagem, caminhadas por trilhas,

mundo e abriga cerca de 50% da biodiversidade do planeta

excursões para as torres de observação de 50 metros de altura,

alimenta os mais variados desejos e curiosidades em qual-

passeios de barco e observação de flora e fauna. Os programas

quer pessoa que goste de natureza e aventura. Na Amazô-

de ecoturismo do Cristalino Lodge são criados para quem deseja

nia, um simples tronco de árvore pode conter mais espécies de formigas

conhecer um pouco de cada tema da floresta. Isto proporciona

que a Inglaterra inteira, enquanto um hectare de floresta pode ter mais

ao visitante obter conhecimentos gerais sobre muitas espécies

de 480 variedades de árvores. Será este o universo que a dupla femi-

amazônicas, como macacos, aves, borboletas e plantas.

nina campeã da categoria Turismo do Mitsubishi MotorSports Sudeste vai desbravar no Cristalino Jungle Lodge, no Mato Grosso.

Atualmente, existem 595 espécies catalogadas de aves na região, o que representa quase 50% do total de espécies da Amazônia, e cerca

Localizado numa reserva particular com área seis vezes maior

de 33% do total do Brasil. Especialistas estimam que a região contenha

que o arquipélago de Fernando de Noronha, o Lodge foi selecionado

1.800 espécies de borboletas e mariposas. Entre os mamíferos, a anta

como um dos melhores hotéis do Brasil pela National Geographic

brasileira, a queixada, o cateto e a capivara podem ser vistos dentro da

Traveler em 2011, devido à oferta de experiências autênticas

reserva alimentando-se de plantas e raízes.

mescladas com turismo responsável e conforto. Com acomodações

Depois de um dia repleto de novas experiências e descobertas 4x4,

que se mesclam com a mata nativa, projetadas em madeira e piso

as noites no Lodge costumam ser ao redor da fogueira ou com jantares

de cerâmica, todos os quartos têm aquecimento solar de água e

à luz de velas. Hora de contemplar o céu repleto de estrelas, recordar

tratamento de resíduos biológicos, o que enfatiza a preocupação

os ensinamentos da Amazônia e lembrar-se da deliciosa temporada do

com a sustentabilidade ambiental.

Mitsubishi MotorSports Sudeste.

Se nas dependências do Lodge o ambiente é de descanso,

118

as atividades propostas durante o dia colocarão o hóspede em

www.cristalinolodge.com.br

contato direto com a riqueza natural da Amazônia. Um dia típico

www.circuitoelegante.com.br

[MITREVISTA] MARÇO 2013


[MITREVISTA] MARÇO 2013

119


FOTOS: DIVULGAÇÃO

PREMIAÇÃO

Luxo alagoano

O PILOTO VENCEDOR DA CATEGORIA TURISMO DO MOTORSPORTS SUDESTE VAI PASSAR DIAS INESQUECÍVEIS NO KENOA RESORT

A

120

harmoniosa união com o meio ambiente norteia a filoso-

de reboco rústico africano, um bosque seco de troncos de eucalipto,

fia do Kenoa Exclusive Beach Spa & Resort. Localizado

muros de pedra talhados a mão e telhados de piaçava naturais. Um

na Barra de São Miguel, um dos mais belos cenários do

resort que prima pela privacidade do hóspede e onde o luxo é definido

Nordeste brasileiro, distante 30 quilômetros de Maceió,

por sua beleza natural.

capital de Alagoas, o resort recebe seus hóspedes como quem entra

São 23 acomodações, entre suítes e vilas, todas com vista para

num santuário privado. O piloto vencedor do Mitsubishi MotorSports

o mar, algumas com ofurô na varanda e outras com piscina aquecida

categoria Turismo (e mais três acompanhantes) irá comemorar a vitória

de borda infinita em seu jardim privativo, cama king size, lençóis de

num paraíso que une Mata Atlântica de um lado, mar de outro, fachadas

algodão egípcio e travesseiros de pena de ganso. No spa, especial-

[MITREVISTA] MARÇO 2013


Um resort na beira da praia da Barra de São Miguel, no litoral alagoano, é o destino final do MotorSports 2013 categoria Turismo

mente criado para induzir a sensação de tranquilidade, as opções

Santos, reconhecido internacionalmente pela originalidade de suas

vão desde a hidroterapia, com a talassoterapia e ofurô hidracorp,

criações. Sobre as areias douradas e o azul do mar da Barra de São

a massagem ayurvérdica, shiatsu, drenagem linfática, reflexologia

Miguel, cercado por arte contemporânea, os hóspedes do Kenoa Resort

e bambuterapia, além de shiseido (tratamento crânio facial), entre

viverão uma exclusiva relação com a natureza, conjugada a todos seus

outras terapias alternativas.

anseios de privacidade, luxo e conforto no melhor estilo 4x4.

O sofisticado Kenoa Resort aguarda o piloto vencedor do Mitsubishi MotorSports da categoria Turismo com sua seleta carta de vinhos no

www.kenoaresort.com

kaamo winebar, ou no kaamo restaurant, com o cardápio do chef César

www.circuitoelegante.com.br [MITREVISTA] MARÇO 2013

121




TOM PAPP

OUTDOOR

124

Travessia de rio na etapa de Penedo (RJ)

[MITREVISTA] MARÇO 2013


TOM PAPP

RICARDO LEIZER GABRIEL BARBOSA

RICARDO LEIZER

UMA DÉCADA DE AVENTURA E DIVERSÃO 4x4

Para comemorar os dez anos de realização, o Mitsubishi Outdoor terá dois novos participantes: o ASX e Outlander nas versões 4x4. E a comemoração termina com uma viagem para a Patagônia chilena

O

Mitsubishi Outdoor continua sua saga pelo Brasil em 2013 com a fórmula que o consagrou como um dos ralis mais cultuados do país: muito esporte de aventura, tarefas culturais, navegação e estratégia na hora das equipes traçarem o roteiro em busca de diversão, adrenalina e, claro, carimbos no passaporte. Apesar de seguir a mesma receita, algumas novidades entram em cena para tornar a décima temporada ainda mais emocionante. A primeira delas é a chegada dos veículos ASX 4x4 e Outlander 4x4. Os dois crossovers passarão a competir nas trilhas do Outdoor na categoria Fun, na qual se alistam os iniciantes. Em relação ao ano passado, essa categoria vai ter uma planilha mais leve, mais tranquila – um delicioso passeio para ser feito a bordo dos 4x4 da marca dos três diamantes. Já o grid da categoria Extreme, reservada aos mais experientes, segue com todas versões das linhas Pajero e L200. A planilha faz justiça ao nome da

categoria, com médias de velocidade mais apertadas e tarefas mais desafiadoras, que colocam à prova a força de equipes de ponta como Futura Tintas, Bailune MotorSports, Absolut Lama e Speedy Gonzales. Tudo mantendo a principal qualidade do rali – a diversão. “É isso que nos traz aqui, a diversão”, atesta Edson Bailune, 52 anos, piloto da equipe batizada com seu sobrenome e que reúne sua mulher, os três filhos e as respectivas namoradas. Como Frederico, o mais velho, mudou-se para São Paulo, Felipe, o do meio, vive no Rio, e Fabio, o caçula, mora com os pais em Petrópolis (RJ), o Mitsubishi Outdoor tornou-se a maneira mais gostosa de reunir a família. Apesar de participar desde a primeira temporada da competição, em 2004, e de ser figura com presença constante no pódio, Edson faz questão de dizer que ninguém na equipe é atleta. “As vitórias são consequência do divertimento a bordo e da estratégia pensada em conjunto por todos os integrantes.” [MITREVISTA] MARÇO 2013

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TOM PAPP

OUTDOOR

Tirolesa em São Pedro (SP)

dar homens e mulheres, do caçula aos veteranos, de contempladores a aventureiros. Pode ser uma visita à casa onde nasceu o escritor Guimarães Rosa, em Cordisburgo (MG), ou um rafting em uma corredeira. Você pode estar confeccionando uma boneca de pano e, de uma hora para outra, se ver pedalando uma mountain bike através de um túnel ferroviário na serra da Mantiqueira. Depois será preciso badalar o sino de uma singela igreja e se lançar em uma tirolesa sobre um rio de águas calmas. Ou fazer um ensaio de fotos tendo como tema porteiras de fazendas de café – antes de colocar o pé na lama para encontrar uma caverna com desenhos rupestres.

O Mitsubishi Outdoor é chamado de rali de estratégia porque não se trata de uma competição na qual basta acelerar. As equipes precisam cumprir uma série de atividades esportivas e culturais espalhadas por uma área de até 500 quilômetros quadrados. Tentados por uma lista de tarefa recebida minutos antes da largada, balizados por uma planilha bem explicada, guiados por um mapa minucioso e com a ajuda do GPS, cada time traça o roteiro que julgar mais rentável nos quesitos pontuação e diversão. Para riscar o melhor trajeto é preciso resolver uma equação que envolve tempo e distância. As missões a espera dos competidores variam à ponto de agra-

“É isso que nos traz aqui, a diversão. As vitórias são consequências do divertimento a bordo.” Edson Bailune, equipe Bailune MotorSports

“Você conhece cidadezinhas e cidades grandes, e é levado a descobrir as atrações mais legais dos arredores.”

RICARDO LEIZER

Ricardo Stiepcich, equipe Futura Tintas

126

[MITREVISTA] MARÇO 2013

“A vontade é de guardar o mapa das provas para poder voltar e conhecer ainda melhor os lugares.” Kali Marina, equipe Rio-São Paulo


RICARDO LEIZER

MARCELO MARAGNI

TOM PAPP

CADU ROLIM

Em 2013, o Mitsubishi Outdoor vai viajar por seis cidades: São José dos Campos (SP), Joinville (SC), Penedo (RJ), Curitiba (PR), Vitória (ES) e Ribeirão Preto (SP). Apesar de apenas a capital capixaba ser estreante no rali, “as áreas selecionadas em cada região e as atividades planejadas diferem completamente de um ano para o outro”, garante Fernando Gualberto, diretor da prova. Por isso, o fator surpresa está garantido tanto para novatos quanto para os veteranos. “É desse fator surpresa que eu gosto. Ir para um lugar onde você não sabe o que vai encontrar”, diz Ricardo Stiepcich, 50 anos, piloto da equipe que leva o nome de sua fábrica, a Futura Tintas. “Você conhece desde cidadezinhas até cidades grandes, e é levado pela planilha a descobrir as atrações mais legais dos arredores.” A publicitária e fotógrafa Kali Marina, 31 anos, faz coro com Ricardo. “A vontade é de guardar o mapa das provas para poder voltar um dia e conhecer ainda melhor os lugares”, conta. “É também uma oportunidade única de sentir do que o meu Pajero TR4 é capaz.” Se você ainda tem dúvidas sobre participar dessa festa 4x4, vire a página e leia sobre o sorteio que vai acontecer em cada uma das

seis etapas deste ano. Seis pilotos felizardos vão participar de uma viagem ao Parque Nacional Torres del Paine, na Patagônia chilena. E com direito a hospedagem no charmoso Explora, um dos mais exclusivos hotéis do planeta. É a cereja do bolo do décimo aniversário do Mitsubishi Outdoor. PATROCINADORES: Atlantica/Midori, Brascabos, Castrol, Centauro, Cisa Trading, Clarion, Columbia, Gol, Mapfre, Pirelli, Pilkington, Transzero, Unirios APOIO: Artfix A Gol Linhas Aéreas Inteligentes oferece descontos especiais para os participantes dos ralis Mitsubishi. Informe-se no site www.mitsubishimotors.com.br @nacaomitsubishi www.youtube.com/mitsubishimotors Nação 4x4 www.mitsubishimotors.com.br Informe-se: ralis@mmcb.com.br

CALENDÁRIO 2013 06 ABR SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP) 09 NOV RIBEIRÃO PRETO (SP)

29 JUN JOINVILLE (SC)

10 AGO PENEDO (RJ)

14 SET CURITIBA (PR)

26 OUT VITÓRIA (ES)

[MITREVISTA] MARÇO 2013

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©EXPLORA PATAGÔNIA

OUTDOOR 10 ANOS

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[MITREVISTA] MARÇO 2013


FESTA NA PATAGÔNIA

Para celebrar os dez anos do rali, a Mitsubishi prepara uma exclusiva viagem ao extremo sul do Chile Por

HENRIQUE SKUJIS, de Punta Arenas

[MITREVISTA] MARÇO 2013

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©EXPLORA PATAGÔNIA

OUTDOOR 10 ANOS

Tarefas da “planilha”: visita ao glaciar Grey, trekking diante do maciço del Paine e encontro com os guanacos

E

xiste um lugar no mundo onde o vento sopra forte. Sempre. Se não está ventando vai ventar. Um lugar frio. Daqueles que a vontade é de ficar indoor, bem agasalhado, bem acompanhado, degustar um belo prato de comida, tomar um vinho, ler um livro. Mas este lugar se chama Parque Nacional Torres del Paine e seria uma heresia com a sua felicidade deixar de calçar um bom par de botas e desvendar um dos pedaços mais maravilhosos do planeta. Não é exagero. Na Patagônia, extremo sul do Chile, uma cadeia de montanhas que parece ter se desprendido dos Andes, abriga paisagens, pessoas, animais e histórias fascinantes. Dito isso, é bom deixar claro que para conhecer de perto este paraíso na Terra basta participar do Mitsubishi Outdoor: ao final de cada uma das seis etapas da temporada 2013, os pilotos de todos os carros precisam preencher um cupom para participar de um sorteio. O contemplado ganhará uma viagem exclusiva com direito a levar um acompanhante com hospedagem no Explora Salto 130

[MITREVISTA] MARÇO 2013

Chico, um dos mais desejados hotéis do planeta. Será a expedição Mitsubishi Outdoor Patagônia 2013. A exclusiva viagem comemorativa do rali de estratégia da Mitsubishi começou a ser montada em setembro do ano passado, quando a organização viajou para o sul do Chile. Foram cinco dias caminhando, cavalgando e navegando em busca dos melhores visuais e dos terrenos mais férteis para a aventura. No extremo sul do planeta sobram picos nevados, glaciares gigantes, lagos de cores quase abstratas, revoadas de condores, cáfilas de guanacos e lagos recheados das mais diversas e exóticas espécies de patos. “A Patagônia se mostrou perfeita para receber a viagem comemorativa do Outdoor”, diz Corinna Souza Ramos. A vista mais deslumbrante e que acompanha o viajanteno Parque Nacional Torres del Paine é o Maciço del Paine, destacado pelas duas torres que dão nome ao parque. É uma cadeia de montanha escura, de granito. Não vai a grandes altitudes, mas ignora a planície patagônica e de repente explode até os 3.050 metros do Paine Grande, a mais alta entre as montanhas desse Andes em mi-


[MITREVISTA] MARÇO 2013

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HENRIQUE SKUJIS

©EXPLORA PATAGÔNIA


OUTDOOR 10 ANOS

Um ninho na bela Patagônia

RESISTA ÀS TENTAÇÕES DO EXPLORA PARA NÃO PERDER AS ATIVIDADES DO LADO DE FORA

S

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e você leu o texto de abertura

de frente para a paisagem. A alta gastronomia

desta matéria já deve saber que será

do Explora consegue a proeza de mesclar pra-

compreendido se resolver deixar um

tos sofisticados e leves com opções para repor

ge de entrada, uma mesa no restaurante ou até

ou outro programa outdoor de lado

as energias após um dia de atividades. É difícil

um banco no bar (open bar, diga-se) para ler um

para ficar no hotel. Afinal, o seu pouso neste

eleger apenas um prato, mas prove o raviole

livro e esperar o tempo passar. A piscina, com

extremo do planeta será o hotel Explora, um dos

de king crab. A carta de vinhos faz jus ao país e

design acolhedor, é coberta, aquecida e fica

mais desejados do mundo. Ele é o único hotel de

traz uma primorosa seleção nacional. Outra des-

ao lado do spa com sauna, jacuzzis ao ar livre

luxo dentro do Parque Nacional Torres del Paine,

culpa para não sair do hotel é sua arquitetura.

(diante da já enaltecida vista) e diversas opções

na Patagônia chilena. A localização privilegiada

Cravado diante do imenso lago Pehoé e de uma

de massagens. Mesmo com tudo isso, você há

facilita a logística e permite que o maciço com

volumosa cachoeira, o Explora saiu das planilhas

de deixar estes confortos para a hora certa e

de lenga, madeira típica da região. É delicioso escolher uma poltrona no loun-

as torres de granito que batizam o parque es-

dos premiados arquitetos Germán del Sol e José

curtir como um legítimo ser 4x4 as atividades

tejam ao alcance da vista sem que seja preciso

Cruz. Apesar da necessidade de construir uma

do lado de fora. Afinal, o Explora é como um

sequer sair da cama – repare na foto acima. Até

estrutura pesada para suportar os ventos e as

Mitsubishi: aconchegante, mas pronto para a

na hora do banho (de banheira, se preferir), a

baixas temperaturas, a dupla conseguiu fazer

aventura outdoor.

cordilheira está à disposição do olhar. O mesmo

um prédio que se mistura à paisagem. As linhas

vale para o restaurante com suas amplas janelas

lembram um grande barco, revestido com vigas

[MITREVISTA] MARÇO 2013

www.explora.com/pt/explora-patagonia/


FOTOS: ©EXPLORA PATAGÔNIA

niatura. Esteja pronto também para ficar frente a frente com o glaciar Grey, uma gigantesca língua branca que faz parte do Campo de Gelo Sul, a terceira maior prova da existência da era glacial na Terra. No lago Grey, icebergs de vários tamanhos boiam aqui e ali antes de virarem água e se somarem ao rio de mesmo nome, onde, por que não, um passeio de caiaque espera o viajante. As atrações citadas são apenas algumas deste gelado parque de diversões. Serão quatro dias de exploração. Os mais sedentos por aventura podem ainda encarar uma longa e deslumbrante caminhada até o acampamento italiano, uma das paradas do cultuado trekking chamado de W, que percorre boa parte do parque. Mas, como já dito, se você quiser ficar mesmo indoor, curtindo as benesses do Explora, não tem problema. Será compreensível.

Certificado de Autorização Caixa no 6-0136/2013

HENRIQUE SKUJIS

De manhã, cavalgada pelas estepes patagônicas. À tarde, caminhada na beira do lago Sarmiento

[MITREVISTA] MARÇO 2013

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CUP

TOM PAPP

A L200 Triton ER em dois flagrantes: na poeira de Ribeirão Preto (SP) e na lama de Mafra (SC)

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[MITREVISTA] MARÇO 2013


RICARDO LEIZER

ACELERE PARA A TEMPORADA 2013 Adrenalina e alto astral são os ingredientes da 14ª edição da Mitsubishi Cup

Q

TOM PAPP

uando recebe o calendário da Mitsubishi Cup, Eder Benito, piloto na categoria Pajero TR4 ER se apressa em reservar as datas e comunicá-las a toda a família – que ninguém ouse marcar nada nos sete fins de semana destinados ao mais tradicional rali cross-country de velocidade do Brasil. Marcos Baumgart, piloto na categoria Triton RS, age de maneira parecida. “O calendário da Mitsubishi Cup já faz parte do calendário familiar”, explica. Marcos tem como um dos rivais mais fortes na luta pela conquista do título seu irmão Christian, atual tricampeão da categoria top da Mitsubishi Cup – o cara a ser batido em 2013. Marcos Cassol, também da Triton RS, foi ainda mais longe: desmarcou

o próprio casamento por conta de uma etapa. E ainda celebrou o matrimônio diante da Nação 4x4 com direito a padre, chuva de arroz, buquê e diversos padrinhos sujos de lama. Pois é. A 14ª temporada começa no dia 23 de março – e chegou a hora de conhecer o novo calendário. Em relação à temporada de 2012, duas novidades já estão certas: 1) a etapa de Mafra (SC) será realizada num circuito totalmente novo; e 2) a cidade de Paulínia (SP) cede lugar a Indaiatuba (SP), que estreia na Mitsubishi Cup. Ao todo serão sete etapas, todas nas regiões Sul e Sudeste, mas com características e estilos diversos. A etapa de abertura, por exemplo, na já tradicional fazenda Santa Francesca, em Ribeirão Preto, interior paulista, prima pelos [MITREVISTA] MARÇO 2013

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CUP

A preparação, o Pajero TR4 ER em ação em Londrina (PR) e a festa no pódio

saltos e pela poeira, em caso de piso seco. Em Jaguariúna (SP), com retas longas e curvas abertas, os carros podem chegar aos 150 quilômetros por hora. Já na mineira Poços de Caldas a emoção fica por conta do circuito truncado, da trilha estreita e do piso com pedras soltas – considerado o mais difícil da temporada. Não à toa, a Mitsubishi Cup é considerada o campeonato off-road com o maior nível técnico do país. É também um dos títulos mais desejados por pilotos e navegadores no calendário do automobilismo nacional. Em 2013, as categorias seguem as mesmas: Pajero TR4 R, Pajero TR4 ER, Pajero TR4 ER Master, L200 Triton ER, L200

Triton ER Master e L200 Triton RS. Nas três categorias da L200, os carros são alugados no consagrado sistema sit&drive: a dupla aluga o carro junto à Mitsubishi e segue com ele até o fim da temporada sem precisar se preocupar com transporte, peças de desgaste, apoio mecânico durante as provas e seguro. Basta chegar ao local da etapa, sentar e acelerar – ou navegar. “O sit&drive é fantástico, pois faz com que a gente só se preocupe em fazer a melhor volta”, diz Marcos Baumgart. Além disso, como os carros são idênticos e recebem a mesma preparação, todos largam em total igualdade de condições. A categoria Triton RS deve seguir com dez carros no grid. Já a Tri“Corri o MotorSports por oito anos, mas chegou uma hora que queria algo mais.” Christina Bordini Xavier, navegadora Pajero TR4 ER

“O sistema de aluguel do carro, facilita a vida. Preciso me concentrar apenas na pilotagem.”

FOTOS TOM PAPP

Marcos Cassol, piloto L200 Triton RS

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[MITREVISTA] MARÇO 2013

“Nenhum rali se iguala à Cup nos aspectos de organização e segurança.” Cristian Baumgart, piloto L200 Triton RS


RICARDO LEIZER

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ton ER e a Triton ER Master devem receber mais cinco carros, totalizando 25 duplas em busca do título. Apesar de a maioria dos competidores ser formada por homens, há espaço para mulheres no grid de largada. A gaúcha Christina Bordini Xavier compete como navegadora do marido, Ernesto Moscoso. “Participei do Mitsubishi MotorSports por oito anos, mas chegou uma hora que queria algo mais”, conta a gaúcha. “Aqui é muita adrenalina. É um vício mesmo.” Se dentro da pista a competição é acirrada, do lado de fora reina um clima total de amizade. No lounge montado no local das etapas, telas trazem os resultados on-line e uma generosa mesa com comidas e bebidas sacia familiares e amigos que acompanham e torcem pelos pilotos e navegadores. Como cada etapa é dividida em três provas, nos intervalos os competidores dividem seu tempo entre conversas com os mecânicos, análises dos tempos obtidos e um delicioso bate-papo no lounge. “A estrutura é ideal tanto para os competidores quanto para os acompanhantes”, diz Eder Benito.

“Sempre que possível, minha mulher vem e traz a Bia [cinco anos] e o Lucas [três anos]. Eles adoram isso aqui.” É essa mistura ideal entre competição e diversão, entre adversários e amigos, que faz da Mitsubishi Cup um rali de alto nível dentro e fora das pistas. Reserve as datas na sua agenda e venha acelerar conosco. PATROCINADORES: Castrol, Clarion, Columbia, Gol, Itaú, Magneti Marelli, Mapfre, Pirelli, Transzero, Unirios APOIO: Artfix A Gol Linhas Aéreas Inteligentes oferece descontos especiais para os participantes dos ralis Mitsubishi. Informe-se no site www.mitsubishimotors.com.br @nacaomitsubishi www.youtube.com/mitsubishimotors Nação 4x4 www.mitsubishimotors.com.br Informe-se: ralis@mmcb.com.br

PARTICIPE DA MITSUBISHI CUP Os veículos de competição da Mitsubishi Cup saem prontos da linha de montagem da fábrica de Catalão (GO). Para comprar ou alugar o seu, entre em contato com Rose Dervalli pelo telefone (11) 5694-2861 ou pelo e-mail mitsubishicup@mmcb.com.br

CALENDÁRIO 2013 23 MAR RIBEIRÃO PRETO (SP) 04 MAI MAFRA (SC) 21 SET LONDRINA (PR) 19 OUT MOGI GUAÇU (SP)

22 JUN JAGUARIÚNA (SP) 17 AGO POÇOS DE CALDAS (MG) 23 NOV INDAIATUBA (SP) [MITREVISTA] MARÇO 2013

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DIVULGAÇÃO

DAKAR

MITSUBISHI, A MARCA OFICIAL DO RALI DAKAR 2013 Entre L200 Triton e Pajero Dakar, foram 43 carros dando todo o suporte para a realização do maior rali do mundo

S

Por THIAGO PADOVANNI

er o carro oficial do Rally Dakar. Este foi o desafio da Mitsubishi Brasil na 35ª edição da prova off-road mais difícil do mundo. Para mover a caravana pela América do Sul entre os dias 5 e 19 de janeiro, a organização da prova teve à disposição, entre L200 Triton e Pajero Dakar fabricados no Brasil, 43 carros com os três diamantes cravados na grade dianteira. Foram 8.432 quilômetros de terra, calor, lama, areia, água, frio, pedra e o que aparecesse pela frente. Parte da frota fornecida pela Mitsubishi recebeu equipamentos de segurança iguais aos dos carros de competição e enfrentou o mesmo

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[MITREVISTA] MARÇO 2013

trajeto da prova. Depois da largada em Lima, os competidores cruzaram o norte da Argentina e desligaram os motores em Santiago, no Chile, em uma das mais duras edições da prova nestes 35 anos. Vencido o desafio, ficou evidente a força e a resistência dos veículos da marca, que se comportaram bravamente e não deram trabalho aos mecânicos. “Nossos carros foram usados nas mais severas condições”, contou Fernando Julianelli, diretor de marketing da Mitsubishi Motors do Brasil, que acompanhou a prova in loco. “Além de comprovarmos a eficiência dos carros


DIVULGAÇÃO

produzidos em Catalão, usamos a prova para desenvolver e aprimorar cada vez mais os nossos produtos”, concluiu. A satisfação foi recíproca, como deixou claro o francês Etienne Lavigne, diretor geral da prova. “A frota de apoio sempre é um dos elos essenciais da organização. Ela é decisiva para o sucesso do Dakar”, disse. “Durante todo o rali, em diversas condições, de dia e de noite, nos beneficiamos do apoio direto da Mitsubishi Motors do Brasil com seus resistentes e valentes veículos 4x4”, completou Lavigne, que esteve pessoalmente no escritório da Mitsubishi

Motors, em São Paulo, para formalizar a parceria. O piloto Guilherme Spinelli, da Equipe Mitsubishi Petrobras, participou do Rally Dakar e pôde conferir os carros da marca em ação. “Foi um grande orgulho disputar o maior rali do mundo e ver em todos os lugares os carros produzidos em Catalão fazendo a prova acontecer”, afirmou. “Graças à resistência e desempenho das L200 Triton e dos Pajero Dakar, os organizadores conseguiram chegar aos pontos mais difíceis e garantiram uma competição longa, segura e com excelente nível técnico.” [MITREVISTA] MARÇO 2013

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MIT PARCERIAS

Capacidade de reagir COMO O ITAÚ MANTEVE A LIDERANÇA DO MERCADO DE FINANCIAMENTOS DE CARRO EM 2012 Por LUÍS OTÁVIO MATIAS*

E

enfrentar problemas emblemáticos de maneira inovadora, reagindo ao mercado em sua plena transformação –

queda do PIB, crescente endividamento das famílias e

consequente alta na taxa de inadimplência. Sabíamos que o cenário econômico e conjuntural adverso exigia habilidade em responder

às mudanças. Nosso senso de urgência se mostrou eficaz. Agimos na medida certa, nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Em paralelo às nossas ações, o governo estimulou o mercado de crédito e

financiamento de veículos, com dedução de compulsório e reduções do IOF, da taxa do BNDES para Finame e do IPI. Mesmo com nossas ações aliadas às medidas tomadas pelo governo, este foi um ano delicado. Entretanto, alcançamos uma carteira total de R$ 58 bilhões. Por mais difíceis que possam ter sido os obstáculos apresentados pelo mercado nacional, nossas evoluídas e eficazes ferramentas que identificam movimentos e tendências, aliadas ao permanente investimento em atualização tecnológica e gerencial, fez com que financiássemos um a cada cinco dos carros vendidos sob esse regime de pagamento no país. Hoje, temos uma operação muito mais sustentável e um perfil de cliente que gera perenidade ao nosso negócio. Começamos 2013 muito melhor do que começamos 2012. Certa vez, o filósofo Heráclito de Éfeso afirmou que “não existe nada permanente, exceto a mudança”. É verdade. Em 2013, aceleraremos o nosso crescimento e permaneceremos de forma sustentável na liderança do mercado. www.itau.com.br

*LUÍS OTÁVIO MATIAS, vice-presidente das áreas de financiamento de veículos e consórcio do Banco Itaú

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[MITREVISTA] MARÇO 2013

IP

BNDES

m 2012, o que mais nos marcou foi a nossa capacidade de

IOF


PI [MITREVISTA] MARÇO 2013

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144

MIT PARCERIAS

GOL fecha parceria com Localiza

COMPANHIA SIMPLIFICA AMBIENTE DE COMPRA NO SITE E OFERECE SERVIÇOS ADICIONAIS COM DESCONTOS ESPECIAIS

A

GOL Linhas Aéreas Inteligentes e a Localiza Rent a Car,

adquirir também a Assistência Viagem Premiada, Assentos Especiais

fecharam uma parceria que irá proporcionar ainda mais

e Excesso de Bagagem.

comodidade e economia aos seus clientes. A partir do dia 5 de fevereiro, será possível solicitar o serviço de aluguel

de carro durante o processo de compra de passagens aéreas no site

SOBRE A GOL: A GOL Linhas Aéreas Inteligentes S.A. (Bovespa: GOLL4 e NYSE:

oficial da companhia (www.voegol.com.br). Os clientes que efetuarem

GOL), a maior Companhia Aérea de baixo custo e baixa tarifa da

a reserva do veículo por meio deste canal terão direito a um desconto

América Latina opera, com as marcas GOL e VARIG, cerca de 900 voos

de 20% no valor das diárias de aluguel de carros, além de upgrade

diários para 65 destinos em dez países na América do Sul, Caribe e

do modelo A (econômico) para o C (econômico com ar-condicionado e

Estados Unidos, utilizando uma frota jovem e moderna de aeronaves

direção hidráulica).

Boeing 737-700 e 737-800 Next Generation, as mais seguras,

“Somos a maior companhia aérea de baixo custo e baixa tarifa da

eficientes e econômicas da classe. O programa de relacionamento

América Latina e a Localiza é líder no continente com 513 agências e

SMILES permite que seus participantes acumulem milhas e resgatem

uma frota de 107 mil carros. Juntos, iremos atender os 51 aeroportos

bilhetes para mais de 560 localidades em todo o mundo, por meio de

nacionais que operamos, oferecendo aos clientes mais comodidade e

voos realizados por parceiras aéreas. A companhia possui também o

economia”, destaca Paulo Kakinoff, presidente da GOL. “Isso mostra o

serviço logístico Gollog, que capta e distribui cargas e encomendas

quão ampla, bem distribuída e sólida é a parceria”, completa.

em mais 3.500 municípios brasileiros e seis internacionais. Com seu

Para receber o desconto e o upgrade de categoria é necessário efetuar a reserva do carro pelo site da GOL. Para melhor atender os

portfólio de produtos e serviços inovadores, a GOL Linhas Aéreas Inteligentes oferece a melhor relação custo-benefício do mercado.

clientes, a companhia simplificou o ambiente de compra, oferecendo

o serviço da Localiza logo após a escolha da poltrona. “Essa nova

SOBRE A LOCALIZA:

possibilidade de compra agrega benefício ao pacote de viagem do

A Localiza Rent a Car é a maior rede de aluguel de carros da

cliente, que ganha economia e conforto na escolha de um carro para

América do Sul, presente no Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia,

desfrutar seu destino com mais liberdade”, ressalta Eugênio Mattar,

Equador, Paraguai, Peru e Uruguai. São 7.053 colaboradores,

COO da Localiza. A qualquer momento será possível alterar, cancelar

incluindo a equipe franqueada, e 513 agências distribuídas em

ou reservar um carro acessando o menu “Seu voo” no site da GOL.

352 cidades de oito países. Com a frota mais nova do continente,

A parceria contempla carros econômicos e executivos. Para

composta por 107.312 carros, a Localiza oferece um mix variado de

conferir as categorias, consulte o site da Localiza: www.localiza.com.

modelos, atendendo os seus mais de três milhões de clientes em

O serviço de aluguel de carros não é válido para compras efetuadas

qualquer tipo de necessidade.

via call center, agencias de viagem e lojas VoeGOL. Mais informações no site www.voegol.com.br. Por meio do site VoeGOL o cliente poderá 144

[MITREVISTA] MARÇO 2013

www.smiles.com.br



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