Revista InteRural - Agosto 2010

Page 1

MILHO

Como combater a lagarta do cartucho Página 26

Ovinocultura

Uma análise das oportunidades e ameaças Página 66

r$ 7,90 | nº 36 | AGOSTO de 2010 | ANO 4

SENEPOL

Encare esse desafio e mude seus conceitos Página 28

Especial leilões vida de leiloeiro

Entrevista com Divinomar Marques Página 92



editorial

A

InteRural de agosto vem

vem se destacando e crescendo a cada

no município de Prata-MG e em Uber-

com

cobertura

dia, o Senepol. Há 10 anos no Brasil, a

lândia-MG, a partir de 1992. Apaixona-

evento

raça vem encantando criadores que

dos pelo leite, destacando a raça Giro-

mais importante do mer-

buscam animais que realmente satisfa-

lando, o senhor Jerônimo Ferreira,

cado leiteiro nacional, a Megaleite

çam suas reais necessidades. É uma

juntamente com o filho Thiago, realiza,

2010. O evento reuniu as principais ra-

matéria muito interessante, com exem-

na propriedade, um ótimo trabalho de

ças leiteiras do país, no Parque Fernan-

plos e dados técnicos, que mostra a

seleção e produção. Mas, falando em

do Costa, em Uberaba (MG), entre os

trajetória de sucesso que a raça vem

gastronomia, a Morada nos serviu uma

dias 27 de junho e 5 de julho. Quase

trilhando.

deliciosa galinhada, que você também

1.500 animais disputaram os grandes

pode fazer em casa.

campeonatos na pista da MEGALEITE

cultura, pecuária, cobertura dos princi-

Várias informações pertinen-

2010. A raça Girolando teve 679 ani-

pais eventos, e no caderno de leilões, o

tes ao agronegócio completam essa

mais concorrendo em sua 21ª Exposi-

resultado dos principais pregões do

edição. Espero que gostem e os aguar-

ção Nacional. No evento, foram realiza-

mês, além de uma deliciosa entrevista

do no próximo mês.

dos 14 leilões, com um faturamento de

com mais um leiloeiro, Divinomar Mar-

cerca de R$ 8,2 milhões. Um evento

ques.

que merece todo o nosso respeito e ad-

No espaço Gourmet, uma edi-

miração pelos organizadores.

ção super especial. O palco desse mês

Nesta edição, apresentamos,

foi a fazenda Morada Corinthiana, uma

Renata Paiva

mais uma vez, na capa, uma raça que

fazenda produtora de leite desde 1982,

Diretora de Jornalismo

uma

completa

do

Matérias no caderno de agri-

www.interural.com expediente Direção geral Mário knichalla Neto mario@interural.com Renata Paiva renata@interural.com

Revisão Ivone Assis e Ione Mercedes Diagramação Carolina Messias da Silva

Editora e jornalista responsável Renata Paiva Mtb 12.340 Mg

Redação Wolney Domingos wolney@interural.com

Diretor Comercial Mário Knichalla Neto

Consultoras de Venda Fabíola Paiva fabiola@interural.com

Lydiane Caixeta lydiane@interural.com Daiane Lemes daiane@interural.com

Colaboradores Agripoint / ReHagro Pré-impressão CTP Registro Digital

Impressão Gráfica Brasil Consultoria Jurídica Breno Henrique Alfonso de Arruda InteRural Uberlândia - MG Rua Rafael Marino Neto nº 600 Bairro Karaíba, Ubershopping, loja 56 Fotógrafos Colaboradores contato@interural.com Clécio Duarte / Francisco César (34) 3210-4050

InteRural Itumbiara - GO Av. Beira Rio, 1001, sala 07 Itumbiara-GO interural.go@hotmail.com www.interural.com A revista InteRural é uma publicação mensal. Todos os anúncios, imagens e artigos publicados e assinados são de responsabilidade de seus autores. É estritamente proibida a reprodução parcial ou total sem autorização de seus autores.




sumário matéria de capa

Senepol A A raça raça que que vem vem mudando mudando conceitos conceitos ee produzindo produzindo resultados resultados Página 30

20 |

InteRural News

agricultura

24 | 26 |

Frio provoca morte em rebanhos Torneios Leiteiros Tristeza parasitária

EVENTOS

56 |

Probrahman

64 |

Eficiência na produção de carne

15 Fatores que afetam o sucesso de um inoculante O uso do Milho BT

pECUÁRIA 46 | 48 | 50 |

Brahman

80 |

Dia do Produtor Rural Mineiro

82 | 86 |

Megaleite 2010 Camaru 2010

ovinos 66 |

Análise da ovinocultura

NEGÓCIOS 74 |

lEILÕES

Código Florestal Brasileiro

94 | 98 |

Expoinel 2010 4º leilão leite

eSPAÇO GOURMET 76 |

Galinhada

cLASSIFICADOS 106 | Fique por dentro dos preços e realize bons negócios nos classificados da InteRural



NOTAS

Boi Assessoria e Beef Milk Brasil se unem para atender melhor seus clientes As empresas Boi Assessoria e Beef Milk Brasil Assessoria dos técnicos Davi Roberto e Celso Menezes, na busca de melhor atender os seus clientes ampliando sua atuação no mercado de gado de leite, fazem uma parceria com investimentos em infra-estrutura, pessoal e profissional. A Boi Assessoria com bastante experiência, atuando no mercado há 3 anos e a Beef Milk, empresa formada recentemente pelo zootecnista e ex-superintendente da Girolando, Celso Menezes, continuarão trabalhando com os mesmos nomes, carregando as duas logomarcas, em todas as suas atividades. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO: - Implantação de projetos em gado leiteiro para novos investidores ou criadores que desejem ampliar suas atividades. - Consultoria e análise de mercado para investidores em genética de gado leiteiro. - Assessoria em acasalamentos para produção de genética moderna de gado Girolando, Gir Leiteiro e Holan-

dês. - Assessoria em todas as fases do sistema de produção: reprodução, genética, nutrição, cria, recria de animais. - Seleção, preparo e apresentação de animais em exposições e comercialização. - Compra e venda de material genético, como sêmen, embriões, animais (bezerras, novilhas, vacas e reprodutores), - Organização de eventos, como leilões, exposições, cursos, palestras, viagens técnicas, dias de campo, etc., - Treinamentos de equipes, tratadores, pessoal de manejo, etc., - A empresa estará aparelhada para dar suporte aos criadores na área de escrituração zootécnica, comunicações de cobertura e nascimento para as associações. A parceria atuará em todo o território nacional, de norte a sul do país com vários clientes na região, sul, sudeste, nordeste,centro-oeste e norte do país. A experiência dos profissionais na área é de suma importância para garantir resultados aos clientes. O profundo conhecimento

do mercado, da genética para produção de animais com grande apelo comercial e superiores geneticamente é fundamental nesse serviço. A empresa tem sua sede em Uberaba, MG, de onde polarizará sua rede de atendimentos para todo o Brasil. *Os contatos podem ser feitos diretamente com seus titulares: Davi Roberto (Boi) 17-7811-7651 boi.assessoria@terra.com.br Celso Menezes 34-9105-5559 Celsomenezes@netsite.com.br

Girolando divulga lista de touros pré-selecionados para Teste de Progênie

A

relação dos animais pré-selecionados para o 12º Grupo do Teste de Progênie da Raça Girolando acaba de ser divulgada pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. Este ano, foram inscritos 65 reprodutores, sendo 35 Puro Sintético e 5/8 Hol + 3/8 Gir, e 30 reprodutores com composição racial 3/4 Hol + 1/4 Gir. Deste total, quatro animais foram desclassificados por não atenderem aos pré-requisitos exigidos pelo regulamento do Programa. Trinta reprodutores foram classificados e 31 foram selecionados na qualidade de reservas. Foram disponibilizadas 30 vagas, sendo 24 vagas disponíveis para touros PS e 10

5/8, e seis vagas disponíveis para os touros 3/4. A lista está ordenada por composição racial e ordem alfabética. Os proprietários dos touros pré-selecionados têm até o dia 30 de outubro, deste ano, para disponibilizarem o sêmen dos animais. Após esta data, os touros reservas poderão ser chamados, caso haja vaga. A lista dos touros selecionados está disponível no site da Girolando (www.girolando.com.br). O Teste de Progênie permite conhecer o valor genético dos reprodutores para produção de leite por intermédio da avaliação das filhas desses animais. O objetivo é identificar os indivíduos capazes de transmitir

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boas características aos seus descendentes, promovendo, assim, o melhoramento genético do rebanho. Após a coleta do sêmen dos animais, que participarão do 12º Grupo do Teste de Progênie, o material genético será distribuído gratuitamente para as propriedades cadastradas na Girolando como “fazendas colaboradoras” e utilizado para inseminar as fêmeas desses rebanhos. Técnicos da Girolando farão o acompanhamento do desempenho produtivo das filhas dos touros do Teste. Com base nesses dados, a Embrapa Gado de Leite faz a avaliação genética de cada animal e divulga os resultados no Sumário de Touros Girolando. O tempo de avaliação de cada grupo é de seis anos. www.interural.com


PARA VENCER O JOGO É PRECISO SEMPRE ESTAR COM AS CARTAS CERTAS

Os Melhores Programas

Os Melhores Técnicos A Melhor Genética Fábio Fogaça

Rodrigo L. Robson Vilela

Jayz Wildman

Ângelo R.

Reginaldo S. Christian M.

Baxter Minister

Davi Oliveira

Daniela C.

www.interural.com

Ricardo B.

Mac

Faça parte do Grupo de Campeões: BR 050, Km 164 Uberaba/MG InteRural - Revista do Agronegócio | Agosto 2010 Fone: (34) 3318.7777 (34) 3318.7701 www.altagenetics.com.br


NOTAS

Balança comercial do setor lácteo deve continuar negativa

A

pós cinco anos de superávit, a balança comercial dos lácteos teve saldo negativo em 2009 e deve aprofundar o déficit em 2010. Nos cinco primeiros meses do ano, as importações do setor superavam as exportações em US$ 53 milhões. Foram US$ 117,5 milhões contra US$ 64,4 milhões exportados. O saldo negativo é 2,6 vezes maior que o registrado nessa mesma época do ano passado. Entre janeiro e maio de 2009, a diferença era de US$ 19,7 milhões. Entre os 12 produtos derivados de leite que compõem a pauta de exportação do país, o leite condensado e o creme de leite foram os mais vendidos em 2010 – 14,2 mil das 23,7 mil toneladas e 42% da receita do setor. Leite em pó e fluído foram os principais produtos importados – 23,3 mil das 42,3 mil toneladas e 57% do faturamento. Os vizinhos Argentina e Uruguai, os principais fornecedores. O produto argentino e uruguaio entra no Brasil a preços competitivos, por causa de acordos do Mercosul, que preveem tarifa zero no comércio entre os países do bloco. Durante a crise econômica mundial, Argentina e Uruguai, que são grandes exportadores de leite, perderam clientes na Europa e, para enxugar excedentes, voltaram-se ao Brasil. No ano passado, quase 90% das importações de lácteos do Brasil, mais de US$ 120 milhões, vieram desses dois países. O governo brasileiro reagiu. O governo argentino aceitou a fixação de uma cota máxima de 3 mil toneladas de leite em pó/mês ao preço mínimo praticado na Nova Zelândia. Os uruguaios, no entanto, não aceitaram nenhum acordo, relata Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). “Conseguimos tirar do Uruguai a possibilidade de exportações automáticas. Para cada negócio, eles terão que solicitar LI (Licença de Importação), o que atrasa um pouco o processo.” 12

Equipe ReHAgro recebe reforço

A

ndré Bruzzi Corrêa passa a integrar a equipe do Rehagro na função de Gerente Nacional de Negócios. Pós-graduado em Marketing e estratégias de mercado e Gestão com ênfase em negócios, André Bruzzi atuou, nos últimos 3 anos, na Ouro Fino Saúde Animal, como gerente de Marketing e gerente comercial, após ter trabalhado 11 anos na Holandesa Alta Genetics e 4 anos em grandes fazendas de gado de corte. Com vasta experiência em Marketing, mercado, gestão de novos negócios e de pessoas, ocupou, durante esses 18 anos, cargos de gerência e coordenação. O Rehagro, empresa líder em treinamento, gestão e pós-graduação no Agronegócio, que está em sólida expansão nacional, trouxe Bruzzi para apoiar o seu crescimento e a abertura de novos mercados. Com uma equipe

multidisciplinar, grande vivência prática e acadêmica – focada na gestão e no conhecimento no agronegócio –, o Rehagro oferece cursos de Pós-graduação e capacitação em gestão de pessoas e processos em vários estados do país, com aulas presenciais e a distância – EAD.

Estudo sobre capim orienta produtores Já estão disponíveis as primeiras recomendações para o plantio de pastagens, especificamente, para o capim braquiária, em Sistema de Integração Lavoura-Pecuária com milho ou sorgo, para Minas Gerais e São Paulo. Esses resultados fazem parte do zoneamento agroclimático da braquiária, realizado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). O estudo objetiva orientar pecuaristas, técnicos da extensão rural, áreas de crédito rural dos bancos e órgãos de fomento no uso dessa forrageira, e aponta as regiões e solos aptos e as melhores épocas para o plantio. Os bancos, mesmo sem obrigatoriedade legal, poderão liberar recursos do crédito rural, com base no estudo. O trabalho indica tanto as épocas apropriadas para o plantio de braquiária pelo sistema, quanto os períodos desaconselhados, por de-

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cêndios, ou seja, de dez em dez dias. São apresentadas opções de 18 decêndios, de 1º de setembro a 29 de fevereiro, época mais comum e mais favorável para o plantio de pastagens em Minas Gerais, São Paulo e Goiás. A pesquisa foi feita com base em dados sobre as chuvas dos últimos 30 a 50 anos, por região.

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NOTAS

Produtores paulistas colhem a melhor safra de batata dos últimos anos Produtores de batata de São Paulo estão colhendo a melhor safra dos últimos anos. A área plantada cresceu, e eles esperam que o aumento da produtividade compense a queda no preço. Colheita é época de trabalho pesado. Em Vargem Grande do Sul, São Paulo, os produtores de batata estão otimistas. Nos 600 hectares de terra de uma fazenda da região devem, ser colhidas mais de 2,5 mil toneladas. “A batata adora o frio que faz à noite. Por isso, eu acho que a qualidade está excelente. Estão branquinhas e bonitas”, informou o agrônomo Carlos Eduardo Villares. A região é a maior produtora de batata do Estado. Só nesta safra, a área plantada chega a sete mil

hectares. São mil a mais do que no ano passado. A saca de 50 quilos é vendida, hoje, a R$ 35. São R$ 10 a menos do que o mesmo período do ano passado. A boa produtividade deve compensar a queda. Serão 700 sacas por hectare contra 600 sacas da última safra. “De R$ 35 a R$ 40. Se ficar nessa faixa, é bom pra gente”, avaliou o agrônomo. Nem mesmo o preço mais baixo desanimou os agricultores e os empresários do setor. Uma indústria aposta no beneficiamento da batata para garantir o lucro. Mas, para isso, foi preciso investir. Só na máquina que acabou de ser comprada foram mais de R$ 500 mil. Depois de lavada e selecionada, a batata chega a valer R$ 7 a mais. É bom também para os

25 empregados que foram contratados só para trabalhar no galpão. A colheita da batata vai até outubro.

Após retração em 2009, confinamento bovino deve cair de novo, diz pesquisa O confinamento de gado bovino recuou em 2009 e deve voltar a cair este ano, de acordo com levantamento da consultoria Agripoint feito com os 50 maiores confinamentos do Brasil. A Pesquisa Top 50 BeefPoint de Confinamentos mostra que, em 2009, esses estabelecimentos engordaram 1.322.764 animais, 17,3% menos do que haviam confinado no ano anterior - 1.599.465 bovinos. De acordo com a pesquisa, em 2010, a retração deve ser de 4,3%, e o número de animais confinados nos 50 estabelecimentos deve alcançar 1.267.250 bovinos. Considerando apenas os confinamentos que participaram das duas pesquisas, a retração é de 15%, para 1.154.103 animais. A previsão desses confinamentos é reduzir em 5% o número de animais confinados este ano em relação a 2009. A maior parte dos confinamentos está localizada em São Pau14

lo (28%). Atrás, vem Goiás com 24%, depois, Mato Grosso (22%) e Mato Grosso do Sul (14%). Do total de animais, 39% estão em Goiás, 28% em São Paulo e 18% em Mato Grosso. A pesquisa mostrou que, dos 50 estabelecimentos, 48% pretendem ampliar o número de animais sob engorda intensiva este ano em relação ao que foi confinado em 2009. Uma fatia de 40% prevê diminuir o número de bois confinados, e 12% devem manter a quantidade de bois sob esse sistema de engorda. Entre as razões para manter ou ampliar o número de animais confinados, estão, segundo a pesquisa: redução no preço de grãos; terminação de animais próprios; aumento de investimento nesse setor; expectativa de mercado positivo. Os que pretendem reduzir o confinamento ou deixar de confinar apontam, como principais razões, o alto custo de animais para reposição e expectativas negativas quanto ao preço do boi gordo em relação ao

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boi magro. Os confinadores alegam, segundo a pesquisa, que “está difícil achar boi”. O levantamento mostrou ainda que aumentou o número de estabelecimentos que fazem parte da lista Traces, por conta do maior interesse dos frigoríficos para exportar à União Europeia e do ágio no preço. Em 2008, 34% dos 50 maiores confinamentos estavam habilitados; no ano passado, eram 76% (Alda do Amaral Rocha).

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NOTAS

Terras em Minas têm valorização de 33% O preço médio das terras agricultáveis em Minas Gerais apresentou valorização real de 33% nos últimos três anos. No acumulado dos 12 meses, junho de 2009 a maio de 2010, o incremento registrado nos valores pagos por hectare destinados à agricultura no estado chegou a 5%. A alta ocorreu, sobretudo, no Triângulo. A cotação média por hectare no estado é de R$ 5,323 mil. De acordo

com a AgraFNP, empresa de consultoria técnica e econômica que desenvolveu o estudo, a tendência é de que os preços das terras em Minas Gerais continuem em ascensão até o final do ano. O impulso é atribuído às culturas de cana-de-açúcar e de soja, que estão com preços e demanda satisfatórios no mercado. Segundo a gerente do Departamento de Agroenergia da AgraFNP, Jacqueline Bierhals, vários fa-

tores irão contribuir para a constante valorização dos terrenos mineiros. Entre eles, estão: a maior demanda por alimentos e a escassez de áreas para o agronegócio brasileiro. A maior rentabilidade proporcionada pelo cultivo de cana-de-açúcar e soja, ante outras culturas como café e feijão, estão colaborando para a permanente valorização das terras mineiras

O Agronegócio perde o Sr. Ma Shou Tao O agronegócio teve, no dia 18 de julho de 2010, uma grande perda. O Sr. Ma Shou Tao, sócio fundador do grupo Boa Fé, faleceu no Hospital Dr. Hélio Angotti, em Uberaba-MG, em decorrência de um Acidente Vascular Encefálico, que o levou à falência múltipla de órgãos. O velório foi realizado em Uberaba-MG, no Tattersal de Elite da ABCZ, localizado no Parque de Exposições Dr. Fernando Costa, reuniu amigos e familiares que prestaram suas últimas homenagens. O Sr. Ma Shou Tao deixa sua esposa, Sra. Constância, seus filhos Ezra, Miguel, Jônadan e Solomon e suas noras Jeanine, Rebeca, Ângela e Ana Lúcia e seus dez netos, David, Eli-

zabeth, Joana (in memorian), Daniel, Priscila, Josué, Ana, Enos, Samuel, Lucas e Débora. Economista e Administrador de Empresas, migrou da China para o Brasil em 1959, com a esposa e dois dos filhos. Adotou este país como sua pátria, para desenvolver, não apenas atividade agropecuária, na qual se destacou como empresário do agronegócio, mas também para difundir a sua grande fé cristã em Deus, por meio de todas as suas ações. Assim, fundou o Grupo Boa Fé, no ano de 1973, em Conquista e Uberaba, Minas Gerais, e, em 2008, o Instituto Boa Fé de Apoio ao Combate ao Câncer, que apoia o Hospital do Câncer de Uberaba, Dr. Hélio Angotti.

Nutrition For Tomorrow Alliance é o primeiro modelo de co-marketing do Brasil A Nutrition For Tomorrow Alliance (NFT) é a primeira aliança de marketing cooperativado que reúne as principais empresas que representam os diversos elos da cadeia de produção de proteína animal. A partir do conhecimento técnico e mercadológico reunido através do capital humano das empresas que integram a NFT Alliance, foram criadas diversas ferramentas interativas de disseminação do conteúdo gerado, como eventos, palestras, ferramentas on-line, cursos continuados, revista etc. 16

Os objetivos da NFT são gerar, promover e divulgar conteúdo de relevância para fortalecer a sustentabilidade econômica dos clientes dessa aliança. Atualmente fazem parte da NFT Alliance: Eli Lilly - Elanco, Serrana Nutrição Animal, XP Consult, FDC – Fundação Dom Cabral, Nutron Alimentos, Mercedes-Benz, CJ, Zinpro, Mineração Pesquisa Brasileira e Buhler. A NFT Alliance existe há um ano e é administrada por um comitê formado por representantes das empresas parceiras e presidida pela Nutron, maior empresa de nutrição animal do Brasil.

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Celso Mello

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NOTAS

Desaparecimento de abelhas pode prejudicar produção de frutos no Brasil

A diminuição da quantidade de abelhas pode prejudicar a cultura de frutos como melão, manga, melancia e goiaba no Brasil. A bióloga e pesquisadora da Embrapa Semiárido, Márcia Ribeiro, em entrevista à Rádio Nacional, afirmou que os Estados Unidos e o Canadá já estimam a perda de milhões de dólares na produção de frutos com o desaparecimento das abelhas. De acordo com a bióloga, no Brasil, ainda não há estudos sobre esses prejuízos. “Mas já se sabe que o número de abelhas está diminuindo aqui também”. Ela explicou que, em diversas culturas, as abelhas são necessárias para que haja a polinização das flores e, consequentemente, a planta

18

possa produzir frutos. Para a pesquisadora, o Brasil começou a investir em estudos de polinizadores e formas de polinização nos últimos anos. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) lançou, em setembro do ano passado, edital para a pesquisa da polinização em diversas culturas. A pesquisadora salienta que essas pesquisas estão apenas começando. Segundo Márcia Ribeiro, as abelhas são mortas por pessoas que colhem mel de colmeias naturais. “Elas vão até a vegetação nativa, extraem o mel dos ninhos sem nenhum cuidado e deixam as abelhas morrerem, causando um desequilíbrio no meio ambiente.”

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Girolando prepara 1º Encontro de Controladores de Leite Técnicos de todo o Brasil que atuam como controladores de leite oficiais da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e outros profissionais da área participarão em outubro do 1º Encontro de Controladores de Leite da Raça Girolando. O evento contará ainda com a participação de representantes de associações de criadores de outras raças leiteiras. De acordo com o superintendente Técnico da Girolando Leandro Paiva, as palestras técnicas e as práticas de campo abordarão os procedimentos realizados pelo Controle Leiteiro Oficial da entidade. Os interessados em participar do evento devem procurar o Departamento de Provas Zootécnicas para realizar a inscrição. A primeira edição do Encontro de Controladores de Leite será realizado entre os dias 7 e 9 de outubro, na cidade de Uberaba (MG), e está sendo organizada em parceria com a Embrapa Gado de Leite. O Controle Leiteiro é um dos serviços prestados pela Girolando que mais cresce. O número de fazendas inscritas nesta prova zootécnica vem crescendo significativamente nos últimos anos. De 2008 para 2009, houve elevação de quase 100%, passando de 199 para 347 rebanhos inscritos. A entidade fechou o ano com mais de sete mil lactações encerradas. “A participação dos rebanhos no Controle Leiteiro é de suma importância para o progresso genético da raça, pois os dados de produção nos permitem identificar as melhores matrizes através do mérito genético para produção de leite, obtido através das avaliações genéticas”, afirma Paiva. www.interural.com


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NOTAS

Representante comercial da InteRural visita a fábrica da Sulinox A representante comercial da Revista InteRural, Daiane Lemes e a assistente financeira Reila Rodrigues, estiveram no Rio Grande do Sul para uma série de visitas às empresas que prestam serviço no setor do agronegócio. Na cidade de Alvorada, nas proximidades da capital Porto Alegre, ela visitou a fábrica SULINOX – empresa que desenvolve tecnologias e equipamentos para o setor lácteo, a partir da utilização do aço inox. Entre os principais produtos da empresa estão a fabricação de ordenhadeira mecânica, tanque refrigerador de leite, transferidor de leite, peças e bombas de vácuo entre outros. São muitas as variedades que vão ao encontro dos interesses dos produtores de leite. A credibilidade da SULINOX é outra marca importante. Em Uberlândia-MG, o empresário Paulo César Garcia fala da satisfação que é representar a empresa Gaúcha. “Desde que passamos a vender os produtos Sulinox, minha empresa, a Tiraleite, sempre esteve entre as maiores revendedoras

20

do país. Isso é, sem dúvida, graças ao padrão de qualidade dos produtos que nós recebemos. Outro diferencial que gostaria de enfatizar é o da parceria que desenvolvemos para a manutenção do centro de treinamento, em que é possível conhecer todos detalhes técnicos e, con-

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sequentemente, repassá-los aos nossos clientes”, destaca Paulo César. A representante comercial da Revista InteRural, teve a oportunidade de conhecer toda a estrutura da SULINOX e destaca a boa recepção que teve, por parte dos diretores e funcionários da empresa.

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Informe Publicitário | INTERURAL NEWS

InteRural News

InteRural presente na Megaleite 2010 A InteRural participa de mais um ano do maior evento da pecuária leiteira nacional, a Megaleite 2010. O evento reuniu as principais raças leiteiras do país no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), entre os dias 27 de junho e 5 de julho. Quase 1.500 animais disputaram os grandes campeonatos na pista da MEGALEITE 2010. A raça Girolando teve 679 animais, concorrendo em sua 21ª Exposição Nacional. No evento foram realizados 14 leilões, com um faturamento de cerca de R$ 8,2 milhões. Nessa edição você pode conferir o resultado de alguns leilões da feira e os animais destaques. Para melhor atender aos clientes e amigos, a InteRural montou um estande, no parque, juntamente com os também amigos e parceiros da Tropical Genética.

InteRural e amigos visitam a fazenda Morada Corinthiana para um agradável Espaço Gourmet

Embral e InteRural Leilões juntas

Mais um Espaço Gourmet especial. O palco desse mês foi a fazenda Morada Corinthiana, uma fazenda produtora de leite desde 1982, no município de Prata-MG e em Uberlândia-MG a partir de 1992. Apaixonados pelo leite, destacando a raça Girolando, o senhor Jerônimo Ferreira, juntamente com o filho Thiago, realiza, na propriedade, um ótimo trabalho de seleção e produção. Mas, falando de gastronomia, a Morada nos serviu uma deliciosa galinhada, que você pode fazer em casa. Ela está disponível no espaço gourmet.

A Embral e a InteRural leilões são grandes parceiras. Parceria essa, demonstrada no grande leilão realizado pelo pecuarista Moacir Inácio da Costa, da Fazenda Panorama. As empresas se uniram para organizar esse mega evento. Nos últimos dias, Agnaldo esteve na sede da InteRural, em Uberlândia (MG), para, juntamente com os profissionais da empresa, irem, pessoalmente, à fazenda Panorama, ajustar os últimos detalhes para o esperado leilão. Sucesso a essa parceria.

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Banco do Brasil apresenta seu plano safra

Leilão Fazenda Santa Teresa

O Banco do Brasil realizou, no último mês, um importante evento para a divulgação do novo plano safra. Na oportunidade, vários produtores de reuniram para tomar conhecimento do plano e encontrar os amigos, para juntos fazerem um balanço dos últimos anos e montarem as perspectivas para a próxima safra. A InteRural, sempre presente nos principais eventos do agronegócio na região e no país, esteve junto com os amigos agricultores.

A InteRural participou, no último mês, do leilão da Fazenda Santa Teresa. Mesmo sendo o leilão virtual, a pecuarista Ana Maria, reuniu alguns amigos em um salão de festas em Uberlândia-MG, para acompanharem, juntos, o remate. O leilão obteve média geral de R$ 3.011,29, faturando R$ 204.768,00, com 68 animais comercializados.

4ª Leilão Leite A Tropical Genética realizou no último dia 30, a 4ª edição do Leilão Leite. Vários amigos, parceiros e investidores em genética participaram do pregão, que foi realizado no tatersal de elite do Camaru, em Uberlândia-MG. Confira, no caderno de leilões, a cobertura do pregão.

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AGRICULTURA

Aditivos

Conheça os 15 fatores que podem afetar o sucesso de um inoculante Thiago Fernandes Bernardes; Engenheiro agrônomo, PhD, Professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém - PA. Rafael Camargo do Amaral; M.Sc. Rafael Camargo do Amaral, zootecnista e doutorando em Ciência Animal e Pastagens pela ESALQ/USP.

O

s aditivos são produtos acrescentados intencionalmente nas silagens com a finalidade de alterar as suas características, sem, contudo, prejudicar o seu valor nutritivo. Os principais aditivos utilizados na confecção de silagens, no nosso país, são: os absorventes (polpa cítrica e farelos de cereais), os químicos (ureia, cal virgem, ácidos tamponados) e os inoculantes bacterianos. Este último grupo abrange a classe de aditivos com mais rápido desenvolvimento e adoção em todo o mundo, devido, principalmente, à facilidade de manipulação, ausência de toxicidade aos mamíferos, e grande disponibilidade no mercado. O princípio básico de atuação dos inoculantes é o de incrementar a população de bactérias na forragem e que estas sejam capazes de competir com a microbiota existente, de maneira que se possa elevar a eficiência na conservação do alimento. Contudo é bastante comum produtores e técnicos argumentarem que o inoculante utilizado nas silagens não tem levado ao sucesso esperado, criando uma situação de frustração no uso do aditivo. Portanto, saibam quais são os 15 fatores que podem afetar a eficiência de um inoculante bacteriano e por que estes podem falhar quando adicionados à forragem a ser ensilada. 1. Armazenamento da embalagem (sachet) em local inapropriado: observa-se, com muita frequência, na propriedade agrícola, o sachet sendo estocado onde há excesso de umidade e calor, o que compromete a viabilidade das bactérias;

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2. Condições adversas no momento da ensilagem: temperaturas elevadas e chuva em abundância, no momento da ensilagem, alteram a sobrevivência das bactérias que estão sendo inoculadas;

outras: estudos mostram que algumas cepas não são competitivas com os microrganismos existentes na forragem. Portanto, fique atento ao adquirir o produto;

3. Atraso no abastecimento do silo: enquanto o silo está sendo abastecido, a forragem está em contato com o ar. Este fato pode levar à proliferação de fungos, os quais utilizarão os substratos (açúcares), reduzindo a fonte de energia às bactérias que estão sendo adicionadas;

5. Inoculantes à base de Propionibacteria, em geral, não são efetivos: as bactérias ácido propiônicas (Propionibactéria) não toleram ambientes hostis, ou seja, muito ácidos e com presença residual de oxigênio, o que causa lentidão no seu crescimento;

4. Determinadas cepas de bactérias possuem maior agressividade do que

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6. Concentração de bactérias no momento da inoculação: a quantidade de bactérias que são adicionadas à www.interural.com


forragem é um fator extremamente importante, pois estas deverão dominar o processo fermentativo; 7. Presença do elemento cloro na água: a água utilizada para diluir o inoculante não deve ser clorada, pois o cloro é nocivo à população de bactérias; 8. Temperatura da água: a temperatura da água utilizada na aplicação não deve exceder os 35ºC. Isso pode ser evitado, posicionando os reservatórios, sempre que possível, na sombra e distantes de motores e escapamentos dos maquinários; 9. Uso do inoculante em até 48h: após a abertura da embalagem, o produto deve ser aplicado à forragem o mais rápido possível. Quando necessitar estocá-lo (diluído ou não) de um dia para o outro, procure locais com temperatura amena; 10. Ausência de substrato às bactérias: este fato é muito comum em capins tropicais (Tanzânia, Mombaça, Elefan-

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te, Brachiaria), pois estas gramíneas são pobres em açúcares como fonte de energia para o desenvolvimento das bactérias; 11. Vírus que podem infectar bactérias (bacteriófagos): estudos mostram que alguns vírus podem infectar as bactérias que estão sendo inoculadas, levando-as à morte; 12. Interação microrganismo-microrganismo: alguns microrganismos são inibidos com a presença de indivíduos de outro grupo, devido à excreção de alguns compostos. Desse modo, quando bactérias são inoculadas, estas podem encontrar na massa ensilada grupos de microrganismos que inibem o crescimento delas;

14. Aplicação e distribuição na massa: os inoculantes podem ser aplicados à forragem via colhedora (algumas dispõem de kits para tal fim) ou usando bomba costal pressurizada. Esta última opção pode ser adotada enquanto os vagões forrageiros descarregam a forragem no silo. Em ambos os métodos (kit da colhedora ou bomba costal), o importante é distribuir com muita homogeneidade as bactérias na massa; 15. Interação com os fatores de manejo (compactação, enchimento e vedação): o inoculante só será eficaz se os fatores inerentes ao manejo forem obedecidos. Os aditivos não “curam” erros cometidos durante a gestão do processo de ensilagem.

13. Mínimo de atividade de água: em silagens pré-secadas, inoculantes aplicados em solução aquosa devem ser preferidos, quando comparados aos aplicados a seco (em pó), pela falta de água metabólica na atividade das bactérias;

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AGRICULTURA

Milho

O uso do Milho Bt no combate à Lagarta do cartucho Marcos Evangelista Lopes – Engenheiro agrônomo da Equipe ReHAgro

A

lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda) é uma das principais pragas da cultura do milho, por atacar a planta durante todo o seu ciclo. As perdas por produção causadas por essa praga podem variar de 17 a 50%, dependendo da cultivar e do estádio fenológico da planta, sendo mais sensível entre os estádios de 8 a 10 folhas completamente formadas (FERNANDES et al., 2003). As lagartas apresentam hábito alimentar mastigador. Logo, quando eclodem, começam a “raspar” as folhas e, à medida que vão se desenvolvendo, passam a perfurá-las. A foto ao lado mostra a larva se alimentando da folha, e as fotos cedidas por Rosângela Cristina Marucci mostram plantas danificadas pelo ataque da lagarta-do-cartucho. As larvas também penetram no colmo por intermédio do cartucho, o que prejudica o desenvolvimento da planta, causando o sintoma conhecido como coração morto. A S. frugiperda também ataca as espigas, resultando em má formação ou até mesmo a não formação dos grãos. Ocorrem também danos indiretos causados pelo ataque desses insetos, pois, através da sua penetração, deixam orifícios que são porta de entrada de fungos e bactérias, agentes estes causadores de várias doenças, diminuindo o potencial de produção e a qualidade dos grãos.

Reprodução da lagarta do cartucho As fêmeas adultas podem ovopositar cerca de 300 ovos por postura, formando uma massa de ovos sobrepostos entre si. A postura dos ovos pelas fêmeas pode ser feita tanto durante o dia como à noite, conforme mostram as figuras 2 e 3.

Figuras 1 e 2

O período de incubação dos ovos varia de acordo com as condições de temperatura. Nos meses de inverno, esse período dura três dias. O período larval dura, em média, de 18-20 dias, período em que a lagarta se alimenta basicamente das folhas mais tenras. A larva, completamente desenvolvida, migra da planta para o solo, penetrando de 2 a 2,5 centímetros de profundidade, onde constrói uma cápsula para se proteger, esse período dura de 8 a 25 dias. A figura mostra a fase de pupa. Todas as fases

da vida da lagarta são influenciadas por fatores climáticos, que podem encurtar ou prolongar determinadas fases.

Controle

inimigos naturais; aplicação de inseticidas na dosagem e época correta. Existem vários inimigos naturais registrados para o controle da lagarta-do-cartucho, como predadores, parasitas de ovos e larvas, fungos, dentre outros. A aplicação de inseticidas se

O controle da lagarta deve ser feito com o emprego de várias práticas integradas de manejo, como, por exemplo: monitoramento de pragas da cultura anterior; rotação de culturas que não sejam hospedeiras da praga; combate aos 28

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torna mais eficiente após um monitoramento correto da lavoura. Recomenda-se o tratamento das sementes, já que a praga ataca também as plântulas e pode estar presente na área, dependendo da cultura implantada anteriormente, assim, de acordo com a incidência de insetos na área, faz-se uma aplicação nos estádios V5-V6. É importante salientar que devem-se usar somente produtos registrados pelo MAPA (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento).

O que é o Milho Bt? O milho Bt é uma planta modificada geneticamente, contendo o gene da bactéria Bacillus thuringiensis, a qual produz uma proteína tóxica, que acumula e forma cristais no interior da larva de alguns insetos, causando a sua morte e podendo reduzir os ataques à planta em até 90%. Essa proteína tem ação tóxica específica para larvas de insetos de algumas ordens, como Lepidóptera, Díptera e Coleóptera (MENDES et al., 2008). A toxina só se torna ativa quando ingerida pelo inseto e, no tubo digestivo, a proteína for quebrada, devido ao pH intestinal básico, e se liga a receptores específicos da parede intestinal do inseto, causando a ruptura de tecidos, e, por sua vez, levando à paralisação do crescimento e consequente morte. As imagens ao lado apresentam uma planta de milho Bt e uma planta de milho não-Bt. É pertinente ressaltar que a bactéria em pH intestinal ácido é rapidamente degradada, mostrando que a toxina não causa perigo algum ao ser humano, e também não apresenta ação inseticida aos inimigos naturais e insetos benéficos. O milho contendo o gene bt, o qual expressa a proteína Cry 1A(b), confere resistência aos principais insetos-pragas que atacam a cultura, como a lagarta-do-cartucho, a broca-da-cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis) e a lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea). Segundo Lopes et al. (2010, dados não publicados), larvas que se alimentaram do milho Bt tiveram sua sobrevivência reduzida, uma biomassa menor e um nível de dano menor, quando comparadas àquelas que se alimentaram de plantas convencionais. O cultivo e a comercialização www.interural.com

do milho Bt já estão sendo utilizados há mais de 10 anos nos Estados Unidos, Canadá e Argentina. Porém, antes de ser liberada nesses países, essa tecnologia passou por vários anos de estudos relacionados à segurança, estudos esses feitos com base em protocolos elaborados por instituições internacionais, como a OMS (Organização Mundial de Saúde) e a FAO (Food and Agriculture Organization). São feitas avaliações da planta em vários estágios, desde o início de desenvolvimento da planta no laboratório, passando pela fase experimental em campo até a conclusão dos trabalhos. Percebe-se, então, que o produto só é colocado no mercado quando feitas todas as análises necessárias e seja constatado que é um alimento seguro. No Brasil, a liberação para cultivo comercial do milho Bt pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento só foi concedida após cerca de 10 anos de testes em laboratório e a campo por pesquisadores de empresas privadas e particulares, de acordo com normas técnicas estabelecidas pela CTNBio. Essa liberação ocorreu na safra de 2008/2009, porém muitos produtores ainda tinham dúvida sobre os resultados dessa tecnologia. Diante desses resultados, percebe-se que essa tecnologia vem sendo, cada vez mais, utilizada pelo agricultor brasileiro.

Normas para implantação do milho Bt Para a implantação de uma lavoura de milho Bt, é recomendado, pela legislação, o uso de uma área de refúgio, que visa, basicamente, reduzir a possibilidade de desenvolvimento de biótipos de insetos resistentes à toxina Bt. Desta maneira, recomenda-se o plantio de, no mínimo, 10% da área total plantada com o milho Bt de uma cultivar de milho convencional de igual porte e ciclo. Vale ressaltar que a área plantada com milho convencional pode ser conduzida normalmente com relação a todos os manejos necessários, inclusive, a aplicação de inseticidas e outros métodos de controle. Em conjunto com a Área de Refúgio, devem ser seguidas as Normas de Coexistência, estabelecidas pela CTNBio por meio da Resolução Normativa n° 4, que determina as distâncias mínimas entre cultivos comerciais de milho geneticamente modificado e milho não transgênico em áreas vizinhas. De acordo com essas normas, as lavouras de milho Bt deverão estar a uma distância mínima de 100 metros da lavoura de milho convencional do vizinho ou 10 fileiras de milho que não contenha o gene bt, porém de mesmo porte e ciclo, e mais 20 metros de fileiras de milho convencional como isolamento das lavouras. É permitido que esse isolamento seja também uma área de pousio ou uma cultura qualquer que não seja o milho geneticamente modificado. A seguir, estão alguns modelos de áreas de refúgio:

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AGRICULTURA

a) As plantas de milho não-Bt da área de refúgio devem estar a uma distância de, no máximo, 800m de distância das plantas de milho Bt:

b) Quando a área exceder os 800 m, plantam-se faixas de milho não-Bt entre as plantas de milho Bt:

c) Pode ser plantada na bordadura:

Benefícios e proteção ao meio ambiente Desde que foi liberada essa tecnologia no Brasil (fevereiro/2008), puderam-se observar, na prática vários benefícios ao agricultor e ao meio ambiente. Segundo Mendes et al. (2009), a toxina Bt oferece proteção equivalente a quatro aplicações de inseticidas. Percebe-se, também, um maior rendimento por hectare, devido à redução das perdas em função da menor incidência de pragas, lembrando que a toxina está presente em toda a planta durante todo o ciclo da cultura e degrada-se rapidamente nos restos culturais. Com isso, é possível pensar em melhoria das condições de trabalho, já que não existirá exposição dos trabalhadores aos produtos químicos, diminuindo, assim, riscos de intoxicação. Vale lembrar também que, em consequência do menor uso dos inseticidas, há uma grande redução na contaminação do solo e de cursos d’água e uma menor exposição de inimigos benéficos e naturais.

Considerações finais

d) Em área de pivô central, o plantio pode ser em faixas ou em partes da área:

Referências CRUZ, I. Manejo de Pragas da Cultura do Milho. In: A Cultura do Milho. José Carlos Cruz et al. Sete Lagoas-MG: Embrapa Milho e Sorgo. Cap.12. p.303-362. 2008a CRUZ, I. Manual de Identificação de Pragas de Milho e de Seus Principais Agentes de Controle Biológico. Brasília-DF: Embrapa Informação Tecnológica. 192 p. 2008. FERNANDES, O. D. et al. Efeito do Milho Geneticamente Modificado MON 810 Sobre a Lagarta-do-Cartucho Spodoptera frugiperda (J. E. Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae). Revista Brasileira de Milho e Sorgo. Sete Lagoas-MG. v.2, n.2, p.25-35, 2003. LOPES, et al. Influência da idade da Lagarta-do-Cartucho do Milho (LCM) Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera, Noctuidae), na Taxa de Sobreviência e Biomassa Quando Alimentadas com Milho Bt. In: Congresso Nacional de Milho e Sorgo 28, 29/08-02 de setembro de 2010, Goiânia-GO. (Dados não publicados) MENDES, S. M. et al. Milho Bt: Avaliação Preliminar da Resistência de Híbridos Comerciais a Lagarta-do-Cartucho, Spodoptera frugiperda (J. E. Smith, 1797). Comunicado Técnico. Sete Lagoas-MG: Embrapa Milho e Sorgo. 8 p. 2008.

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O milho Bt é um grande aliado no combate à lagarta do cartucho, mas deve ser usado de forma eficiente e com os devidos cuidados. É importante muita atenção, pois a redução do uso de inseticidas proporcionada pela utilização da tecnologia diminui o controle químico de outras pragas, sendo essas controladas indiretamente. Nesse sentido, essas pragas, que, normalmente, não causam danos financeiros imediatos, as quais ocorrem de tempos em tempos com uma pressão maior ou menor de ataque, podem se tornar potencialmente danosas, como, por exemplo, a lagarta-elasmo, curuquerê-dos-capinzais, lagarta-rosca e outras. Outro ponto fundamental a ser levado em consideração é o combate às pragas secundárias que atacam a cultura do milho, sendo este feito indiretamente pelo controle químico das pragas potenciais, pois o milho geneticamente modificado com gene bt é eficiente somente no combate de algumas classes de insetos. www.interural.com


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CAPA

Senepol

Senepol A raça que vem mudando conceitos e produzindo resultados A pecuária está mudando. Com uma crescente competitividade, o setor tem que se superar a cada dia em rapidez na terminação e qualidade dos produtos. O mercado busca animais adaptados, que sejam capazes de manter a alta produtividade independente do clima e das condições de manejo. O Senepol é um taurino (100% bos taurus) que foi desenvolvido exatamente para suprir essa demanda por animais rústicos e resistentes ao calor,

insetos e parasitas. A raça surgiu no início do século 19, em Saint Croix, nas Ilhas Virgens. Bovinos N’Dama, taurino milenar resistente e rústico, originários do Senegal foram cruzados com Red Poll , um taurino britânico, para aprimorar características como precocidade, carcaça estruturada, habilidade materna, fertilidade e dar carácter mocho aos animais. Dessa combinação bem-sucedida entre rusticidade e eficiência produtiva, veio a base do Senepol.

Com um padrão racial adaptável e criadores dedicados, a raça não tardou a ganhar o mundo. No ano 2000 chegaram os primeiros animais, selecionados nos melhores rebanhos dos EUA, Saint Croix e Paraguai. Começando tão bem com esta base, o Senepol manteve em terras brasileiras a tendência para resultados rápidos. Em uma década a raça conquistou respeito, admiração e números impressionantes.

Reprodutor Red Poll (Ilha Britânica)

Rebanho N’Dama (África)

Senepol POI (Brasil)

Lote de novilhas 1/2 sangue e 3/4 Senepol: peso médio 420Kg

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Lote de doadoras POI www.interural.com

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CAPA

Senepol

Projeção do Senepol no Brasil A Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol comemora, em 2010, o décimo ano da introdução da raça no Brasil, com plantéis presentes em 11 Estados, confirmando a veracidade que a raça é feita para o Brasil. Com sede em UberlândiaMG, a diretoria da ABCB Senepol, presidida por Ricardo Carneiro, come-

mora o sucesso da raça no Brasil e a evolução dos plantéis entre os investidores da raça. “O rebanho Senepol superou este ano a marca de 15 mil cabeças registradas e temos no Brasil, inclusive, a melhor genética Senepol do mundo”, afirma o presidente. ABCB Senepol cresceu mais de 200% nos últimos 2 anos, reunindo hoje 71 sócios ativos distribuídos

Mãe S2 e Bezerro PC

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em 11 Estados de Norte a Sul do país. Além do quadro de associados, a raça também conta com dezenas de criadores que empregam o uso de reprodutores registrados e sêmen Senepol em programas de cruzamento. “Uma comitiva da Associação Norte Americana e delegações de países da América Central visitaram os criatórios brasileiros e concluíram que nós temos hoje a melhor genética Senepol do mundo”, comemora o presidente Ricardo Carneiro. Estudos e índices importantes reforçam a força da raça. O mais recente Anuário da Revista DBO, publicado em janeiro de 2010, vem confirmar esta evolução da raça, pois aponta que o Senepol obteve a melhor média do ano 2009 entre as 22 raças avaliadas: R$ 20.240,00 através da comercialização de 160 lotes. Outro exemplo recente é o balanço realizado pela ASBIA em 2009 que apontou crescimento de 60% da raça Senepol na venda sêmen no Brasil e no exterior.

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CAPA

Senepol

Melhoramento Genético Criadores focados na evolução genética da raça, o Brasil hoje é referência em excelência genética da raça Senepol. O melhoramento genético da raça Senepol no Brasil é o objetivo da Associação e dos criadores. Falar em melhoramento genético é por em prova todo potencial fenótipo versus a carga genética dos indivíduos. Um dos projetos que vão de encontro a este objetivo é o convênio com a Embrapa (Programa Geneplus), que atuará em rebanhos de todo Brasil. Este convênio foi firmado em Campo Grande/ MS, durante a Expogrande, a primeira feira que contou com mostra de animais Senepol deste ano. “Tudo aquilo que é medido pode ser comparado e, quando se compara com certeza é difícil superar a raça Senepol”, afirmou o presidente da associação, Ricardo Carneiro. “De inicio, avaliaremos mais de 5 mil matrizes e iremos elaborar um programa de melhoramento baseado nos números que a ABCB projeta para a raça no Brasil, estudaremos índices para classificar os animais e tudo isto com o objetivo de nortear a seleção do Senepol para agregar valor ao gado de corte no Brasil”, explicou Luiz Otávio da Embrapa.

leção e classificação destes animais. O de maior visibilidade hoje é o ‘CP CRV Lagoa’, prova de teste de desempenho que identifica jovens raçadores. No CP de 2009, a raça destacou-se das demais participantes, não só pelos índices zootécnicos como também pelas médias do remate comercial. O campeão da raça apresentou aos 13 meses, 574 kg, 43 cm de C.E, GMD de 1.45 e foi arrematado em 50% por R$52.000,00. Outros projetos em andamento avaliam machos e fêmeas, visam identificar e comprovar o desempenho da raça quanto ao seu ganho de peso,

Campeão CP 2009: aos 13 meses com 574 kg e 43 cm de C.E

reprodução e precocidade, puberdade e andrologia, aparelho e ciclo reprodutivo, adaptação e tolerância ao verão e ao inverno, resistência a parasitas, dentre outros grupos de estudo contemporâneos feitos em parceira com a UFU, UFMG, FAZU, USP, UNESP e empresas privadas. ‘’A concretização do trabalho que vem sendo feito, está no caminho certo se dá por três motivos: 1 – quando as centrais de inseminação artificial contratam animais e recomendam ao criador/cliente a utilização da raça. 2 quando o produtor brasileiro, tradicional na pecuária, passa a acreditar na raça e confiar no desempenho deste taurino adaptado. 3 - quando delegações de outros países como os Estados Unidos, Ilhas Virgens, África do Sul, Congo, Gabão, Venezuela, Bolívia, Argentina e Paraguai etc., vêem conhecer de perto a evolução genética do Senepol brasileiro, motivados pelo competente trabalho de melhoramento genético que está sendo realizado aqui’’, comentou Carlos Jr (ABCB Senepol).

Assinatura do convênio com a EMBRAPA

Visando disponibilizar no mercado somente reprodutores que sejam geneticamente superiores e que transmitam às suas progênies todo potencial esperado, a raça Senepol utiliza de programas em parceria com institutos públicos e privados para avaliação, se36 24

Após várias pesquisas e testes, o Ministério da Agricultura da República do Congo, encontrou aqui, no nosso Senepol, a rusticidade e a resistência, principalmente à mosca tsé-tsé, um parasita que compromete a produtividade (carne e leite) e é epidêmica também para os humanos.

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CAPA

Senepol

Cruzamentos de Peso Senepol é líder no Ranking de Cruzamento Industrial em MT O Programa Quality 2010, promovido no pela Associação dos Criadores do Sul de Mato Grosso, Criasul, é uma espécie de vitrine para o produtor que participa, por isso, uma das nossas missões é o incentivo ao melhoramento genético, inseminação, além de um bom manejo de pastagem e qualidade da alimentação, pois sabemos que quem ganha com tudo isso é o próprio produtor e todo o setor. A fazenda Água Limpa (Rondonópolis -MT), concorreu pela primeira vez com dois lotes de cruzamento industrial (Nelore x Senepol), um de macho e outro de fêmea, e ficou em primeiro lugar nas duas categorias. Os animais são julgados por juízes credenciados a Associação dos Criadores de Zebu (ABCZ) e são analisados quanto à homogeneidade, caracterização racial, carcaça, precocidade e peso, critérios que se adequaram perfeitamente a raça Sene-

pol. “Essa raça tem vantagens tanto no campo, quanto no confinamento. No pasto ele tem uma capacidade de pastoreio excelente, além de serem animais considerados de baixa manutenção nutricional. No confinamento,

o Senepol continua provando através dos programas de pesquisa que são animais de alta performance em grandes confinamentos e programas de terminação”, ressaltou Jair (Faz. Água Limpa).

Lotes de produtos S1 (50% Nelore x 50% Senepol)

Abate de boiada meio-sangue no Pará Exemplo de abate de 90 bois 1/2 sangue Senepol (Senepol x Nelore), com idade média de 24 meses e apresentando 18,4@ de média, a pasto. Realizado na unidade JBS de Santana do Araguaia no início do mês de abril de 2010. Animais adquiridos pela Faz. Veluma (de propriedade do Sr. Fernando Eber - Cumaru PA) do projeto Senepol Tamá.

Lote de 90 bois meio-sangue Senepol.

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Preparação da carcaça, peso vivo médio de 553kg.

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Cobertura ideal de gordura, com rendimento médio de 54% e 93% do lote classificado como ‘’Tipo Exportação’’. www.interural.com


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CAPA

Senepol

Cruzamento Industrial Direcionado A importância da escolha da raça Exemplo da Fazenda Rancho Alegre (Estrela do Sul – MG), um modelo de produção de novilhos super precoces, com o uso da raça Senepol no ‘three-cross’ com matrizes F1 (Nelore x Limousin). As coletas de dados foram feitas gradativamente, analisando cada etapa do projeto para que se tenha o desempenho na ponta do lápis. O diagnóstico de prenhezes, apresentou um índice de 97% de confirmação com o uso de touros Senepol POI. O peso ao nascer foi outra preocupação por serem novilhas de primeira cria, porém a média geral foi de 33 kg e não apresentou nenhum problema de parto. O desenvolvimento dos animais foi acompanhado de perto e algumas características raciais do Senepol foram diagnosticadas de início como: a padronização da pelagem, o pelo zero em 90% do lote e caráter mocho em 94% do lote, provando como a raça é dominante. A pesagem da desmama (7 meses) do three-cross com Senepol apresentou índices muito satisfatórios, a média para as fêmeas foi de 262,53 kg e para os machos de 294,72 kg. Após a desmama, foi feito um projeto em parceria com a Agroceres, onde foram balanceadas duas formulas: uma para a terminação dos machos (super precoce) e uma para as fêmeas desenvolverem ao ponto de ganharem peso suficiente para estarem prontas para a estação de monta deste ano, mantendo estável a relação ganho de peso x desenvolvimento do aparelho reprodutivo. O resultado foi extraordinário já nas primeiras pesagens, os machos tiverem um ganho de peso diário de até 2,49 kg. Um detalhe interessante é que estes animais já entraram no confinamento comendo e não ficaram rodando como normal-

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mente acontece com animais de outras raças. A idéia é abater os machos entre 13 e 14 meses com média de

18@, e as fêmeas estarem entre os 13 e 14 meses prenhas certificando assim a precocidade desses animais de sangue Senepol.

Produtos ‘three-cross’ novilho super precoce

Bezerra S2: beleza racial que gera resultado e desempenho positivo

Lote de fêmeas S2 (25% Limousin x 25% Nelore x 50% Senepol)

Produção de novilhos super precoces: machos 50% Senepol (filhos de matrizes F1).

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CAPA

Senepol

Características que geram resultados Criar Senepol tem muitas vantagens, conheça algumas. Seja qual for o modelo da propriedade, o objetivo do produtor é fazer com que sua atividade seja lucrativa. Diante de um cenário de mudança de conceitos de gestão, novo posicionamento de produção sustentável e reposicionamento dos membros da cadeia produtiva, o pro-

dutor precisa analisar as informações do mercado e diagnosticar dentro do seu objetivo de negócio, quais as ferramentas se enquadram melhor em seu sistema produtivo para que sua atividade se mantenha lucrativa. As características da raça favorecem ao produtor muito mais do

que apenas precocidade e peso. São características raciais que no manejo desempenham funções produtivas, porém fazem com o produtor pense a respeito de alguns processos onde a escolha da raça pode ser fundamental. Criar Senepol tem muitas vantagens, conheça algumas:

Padronização dos produtos 1/2 Senepol x Nelore

Produto 1/2 Senepol x Nelore (desmama pesada)

Rentabilidade • Valorização: o bezerro cruzado com Senepol vale 40% a mais que o zebu, gerando maior faturamento na produção. Rusticidade • Tolerância ao calor: segundo pesquisas da USP e EMBRAPA, o Senepol é totalmente adaptado ao calor e possui temperatura corporal mais baixa que a do Zebu. • Reistência: menor infestação de ectoparasitas (carrapato e mosca). • Manejo: tanto os animais puros quanto os cruzados não necessitam de manejo diferenciado, são criadores a pasto normalmente sem exigências. • Um taurino rústico e adaptado, sem incidência de câncer de pele e olho, com caso escuro resistente a todo tipo de solo. Fertilidade e Precocidade • Libido: um touro adulto cobre até 50 vacas a campo. • Longevidade: é comum ver as fêmeas Senepol aos 18 anos ainda produzindo. • Eficiência: produto do cruzamento com Senepol é abatido com 18@, até um ano antes. Docilidade •Economia: o manejo com o Senepol preserva seu patrimônio, não destrói as instalações (curral, bre-

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Animais criados a pasto normalmente sem exigências

Um touro adulto cobre até 50 vacas a campo

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Rusticidade e precocidade gerando lucratividade

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te, porteira, etc). •Segurança: Reduz a zero o índice de acidentes com mão de obra. Habilidade Materna •Facilidade de parto: seus filhos nascem com média de 30 kg, por isso indicado inclusive para novilha primíperas. •Maternal: as fêmeas Senepol são excelentes mães, é comum ver mais de um bezerro mamando na mesma matriz. Uniformidade • Padronização: Seus filhos são vermelhos (claro/escuro), gerando uniformidade na bezerrada (mocho, pelo zero, desmama pesada, etc) • Caráter mocho: Padroniza e mocha até 95% da produção, eliminando a mão de obra com ‘’mochação’’. • Seus filhos apresentam uma padronização única, eliminando muito bem índice de descarte (refugo). Qualidade • Carne: Possui a carne mais macia entre os bovinos. • Saúde: Não possui gordura entranhada (marmoreio), apresentando uma carne saudável, macia e extremamente saborosa. • Pelo Zero: Possiu pelo zero, indicado para qualquer fêmea F1, eliminando o excesso de cabelo. • Desmama pesada: No cruzamento com o Senepol a desmama varia entre 220kg e 260kg. • Carcaça: Testes realizados pela USP em abate técnico, comprovam um rendimento médio de 54%. • EGS: Espessura de gordura subcutânea de 5,6mm em média. (dados USP) • Área de olho de lombo: Nos cruzamentos com o Senepol, em média o índice chega a 81,8cm2. • Força de cisalhamento: Avaliacao feita pela USP apresentou índice de 2,62 de forca, comprovando a maciez da carne. • Perda d’ água no cozimento: Apenas 12,95% de perda, confirmando a qualidade, sabor e suculência da carne. www.interural.com

Habilidade materna

Padronização racial impressa tanto no gado puro como nos cruzamentos

Carcaça: rendimento médio de 54%

Carne saudável, macia e saborosa InteRural - Revista do Agronegócio | Agosto 2010

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PECUÁRIA

Bovinos

Onda de frio provoca mortes em rebanhos de mato-grosso do sul

U

ma queda brusca na temperatura provocou a morte de centenas de bovinos no estado do Mato-Grosso do Sul nos primeiros dias de julho. A região sul do estado, próxima à divisa com o Paraguai foi a mais atingida. De acordo com a Lagro ((Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), o total de bovinos que morreram pode passar de quatro mil cabeças. Em Antônio João, de acordo com o sindicato rural, aproximadamente, 520 bovinos morreram por causa do frio. A falta de capão de mato dentro dos piquetes, onde o gado é manejado, piora a situação, avalia a Lagro. Em algumas propriedades, os bois foram encontrados na área de eucaliptos, árvore que não protege os animais por não ter copa densa. Ou seja, procuraram abrigo em locais impróprios. Em cerca de 4 horas, houve uma grande inversão térmica: a temperatura caiu de 30 para 10 graus. À noite, começou a ventar e a chover, e a temperatura caiu ainda mais, para apenas 3 graus. Só que, com a garoa e o vento, a sensação térmica chegou a 3 graus abaixo de zero, e o gado não resistiu - conta a médi48

ca veterinária Maria Cristina Galvão Carrijo, diretora-presidente da Lagro. A maior parte das mortes se deu em vacas que haviam acabado de parir e em bezerros em fase de desmama, todos animais magros. Em Caarapó, a Lagro local contabilizou 326 bovinos mortos, quase todos na madrugada, quando ocorreu a queda na temperatura. A última vez que houve mortes de gado por conta do frio na região foi em 2007, e com um número bem menor. O veterinário Nilson José Fiorenza, que trabalha há 32 anos no município, assegurou que nunca viu algo parecido. O presidente do sindicato rural de Caarapó, Jesus Camacho, calcula que, pelo tamanho do rebanho na região (em média, 150 mil cabeças em cada cidade), o número final pode passar de quatro mil cabeças de gado mortas em decorrência do frio. No Estado, a maioria das propriedades cria o gado nelore, originário da Índia, um país quente. Os primeiros exemplares da raça chegaram ao Brasil no final do século XVIII, e rapidamente se tornaram a raça de gado predominante no rebanho brasileiro (85% do rebanho total). A

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veterinária da Lagro de Antonio João, Angyelaine Fernandes Flores, explicou que o animal não tem tolerância ao frio. “A nossa região é quente, o frio não é constante. Outras raças, como as europeias, são mais adaptadas ao frio”, ressalta. Em cidades como Juti, Paranhos, Ponta Porã, Naviraí e Amambai, a Lagro local também recebeu ligações de produtores informando do trágico incidente. Esses municípios têm, em média, mais de 100 mil cabeças de gado cada um. Em Naviraí, o rebanho é de 390 mil cabeças. As autoridades do estado aguardam um levantamento mais detalhado, para ver o tamanho do prejuízo. Enquanto isso não acontece, o criador tem de cuidar do destino dos animais mortos. Segundo Maria Cristina (Lagro), os técnicos da agência estão percorrendo as fazendas para orientar os criadores sobre todos os procedimentos que devem ser tomados “O ideal é incinerar os restos das carcaças, porque enterrar direto pode contaminar o lençol freático, e animais como o tatu podem mexer nos restos e transmitir o botulismo às boiadas das fazendas”, recomenda. www.interural.com


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PECUÁRIA

Fazenda da Onça

Torneios Leiteiros: Fazenda da Onça se especializa em produzir animais com produção comprovada Um apaixonado pela pecuária leiteira, José Henrique Guimarães, tem muito que comemorar

Virna Ellipsis da Onça Doadora 3/4 Girolando Campeã Geral do Concurso MEGALEITE 2009 - Campeã Categoria 3/4 do Concurso Leiteiro com a média 72,19 Kg de leite

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o setor há mais de 40 anos, José Henrique vem investindo e produzindo Girolando de qualidade. Na atual propriedade, Fazenda da Onça, situada na cidade de Uberlândia, MG, esse agropecuarista, no passado, produzia, em média, 1.700 litros de leite por dia, então decidiu apostar no leite, principalmente na raça. Passou de um regime extensivo, para o intensivo e com o mesmo plantel, apenas melhorando a genética e o manejo, produz, hoje, aproximadamente, 5.000 litros de leite/dia. O plantel é todo Girolando, com média de 29,36 Kg (peso oficial da Girolando), “Eu adoro ir para a fazenda, particularmente, adoro ‘fazer o gado’. O mais importante, para mim, antes de ‘fazer o leite é fazer a vaca de leite’. Produzir, cuidar da qualidade dos animais que estou criando, trabalhar a genética, analisar o sêmen, fazer o acasalamento genético é realmente o que eu mais gosto”, declara José Henrique, quem realmente faz jus às palavras. Prova disso são os títulos conquistados recentemente. Saiu da Fazenda da Onça a recordista da raça Girolando 1/4 da Megaleite 2010, Sirene Paladino, que produziu 49,98 Kg de média leite/dia. Para completar a trajetória de sucesso de Sirene, José Henrique decidiu disponibilizar sua genética aos investidores e a vendeu durante o 2° Leilão Tropical FIV, pelo valor de R$ 60 mil reais, aos Srs. João Domingos Gomes dos Santos e Walter Alves de Queiroz. Sirene foi o animal Girolando mais caro, comercializado no leilão. José Henrique vem conquistando vários títulos importantes, outro que merece destaque foi o de grande campeã do Concurso Leiteiro de Girolando da Megaleite 2009, com Virna Ellipsis da Onça. Virna se destacou na competição e sagrou-se a campeã geral do Concurso Leiteiro com a média de 72,190 litros de leite/dia. Ela também levou o título de campeã da categoria Vaca 3/4 sangue. Soleira Sailor outra importante doadora 3/4 da Onça, também foi destaque no torneio leiteiro, desta vez, no Camaru 2008, com 72,2 kg de leite em sua primeira cria. Alguns resultados que comprovam a experiência, a credibilidade e a responsabilidade da Fazenda da Onça em produzir animais com genética garantida e, principalmente, com produção certa, que é realmente o que a raça Girolando se propõe. www.interural.com

Sabina da Onça - Doadora 1/4 Girolando

Soleira Sailor da Onça - Doadora 3/4 Girolando Campeã Categoria Vaca 3/4 com média de 72,2 Kg de leite em sua primeira lactação no CAMARU 2008

Fazenda da Onça - Rodovia BR 497, KM 11 – Uberlândia MG Fones: (34) 3228-6100 / 9977-1466 fazendadaonca@yahoo.com.br InteRural - Revista do Agronegócio | Agosto 2010

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PECUÁRIA

Parasitas

Tristeza parasitária uma das doenças que mais afeta a criação de animais jovens

Ernane Campos - Tiatrizi Siqueira Machado - Médicos veterinários da Equipe ReHAgro

A

tristeza parasitária bovina é uma doença que causa significativas perdas econômicas em um rebanho bovino, provocando, sobretudo, a morte de animais, comprometendo a reposição futura do rebanho. Ocorrem, também, prejuízos devidos aos gastos com medicamentos, mão de obra, menor ganho de peso e possíveis consequências, que podem diminuir a expressão do potencial de produção da bezerra. Calcula-se que as perdas econômicas causadas pela tristeza, na América Latina, sejam em torno de 800 a 875 milhões de dólares. A tristeza parasitária é causada por agentes do gênero Anaplasma e Babesia e sempre é acompanhada por outras doenças, daí o termo “complexo”. A diarreia e a pneumonia compõem o complexo tristeza parasitária, seja como fatores predisponentes ou como consequências.

do Rio Grande do Sul, o carrapato não encontra condições de sobrevivência e, portanto, raramente verificam-se casos da doença. Nas regiões onde existe grande número de carrapatos presente durante todo o ano, a maioria dos animais é infectada quando jovens, ocorrendo um grande número de casos em bezerros, mas quase não se observa nos animais adultos, pois se tornaram portadores. Nas regiões cujo clima determina longos períodos sem a presença do carrapato nota-se um grande número de casos de animais doentes e morte, principalmente em animais com idade acima de 9 meses. Isso acontece porque os animais reduzem muito a taxa de anticorpos (defesa), favorecendo a ocorrência de surtos. A tristeza é mais frequente-

mente encontrada em bezerros. Os bezerros se infectam por volta de 12 a 15 dias de vida, quando ainda possuem uma imunidade originada da mãe. Dessa forma, bezerros que tiveram uma boa colostragem e, assim, adquiriram uma boa defesa vinda da mãe tendem a se infectar e não manifestar sintomas, ou, quando há um grande número de moscas e carrapatos que transmitem a doença, a manifestação, normalmente, pode ocorrer, porém de forma menos grave. A infecção que se dá nos primeiros dias de vida confere uma imunidade que persiste por vários meses, e o animal torna-se capaz de controlar as infecções sem o aparecimento de sintomas. A manifestação clínica é mais grave em animais mais velhos, aumentando o número de mortes.

SINTOMAS

ros. Por exemplo, se um bezerro adoece com 15 dias de vida, é mais provável que o agente seja a Babesia, já que o período para a ocorrência dos sintomas varia de 5 a 10 dias. Tanto na babesiose, quanto na anaplasmose, ocorrem anemia e aumento da temperatura corporal, sendo que o aumento de temperatura, nor-

TRANSMISSÃO A transmissão ocorre quando os carrapatos se alimentam do sangue dos bovinos, uma vez que picam vários animais. Os materiais que têm contato com o sangue dos animais, como agulhas, também podem constituir uma fonte de infecção. O quadro 1 mostra as formas de transmissão dos agentes causadores de tristeza. A tristeza parasitária é uma doença que causa febre e anemia. Ocorre em regiões onde o seu principal vetor, o carrapato, está presente, acontecendo em praticamente todo o Brasil. No sul 52

O animal infectado por Babesia leva cerca de 5 a 10 dias, e o animal que se infecta por Anaplasma leva de 3 a 5 semanas para manifestar os sintomas. Esta informação pode auxiliar na identificação do agente causador da tristeza parasitária em bezer-

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PECUÁRIA

malmente, é maior na babesiose (40 a 41,5°) do que na anaplasmose (39,5 a 40,5°C), como pode ser observado no quadro 2. É mais comum as mucosas ficarem amareladas (Figura 1) e perceber a presença de sangue na urina (urina avermelhada) em animais com Babesia. Já na anaplasmose, estes sintomas são encontrados somente em casos mais graves. Devido à gravidade da doença, ainda podem aparecer sintomas como mucosas pálidas (Figura 2), anemia, apatia (animal quieto, fraqueza), inapetência (Figura 3), emagrecimento, desidratação, alteração na respiração e aumento dos batimentos do coração, ausência de defecação, edema no pulmão e acidose. Em caso de babesiose cerebral, o animal apresenta sintomas neurológicos, como andar em círculos, pressionar a cabeça contra objetos, depressão, convulsão e morte súbita.

Fig.1: Animal com mucosa ocular ictérica (amarelada)

Fig.2: Animal apresentando palidez na mucosa vaginal

Fig. 3: Animal com alguns sintomas de tristeza: apatia (cabeça e orelhas baixas) e inapetência (baixo consumo de alimentos) A necropsia pode detectar carcaça ictérica (amarelada) ou pálida (branca), sangue pouco aquoso, fígado e baço aumentados, fígado friável, vesícula biliar cheia e bile densa, congestão de rins e cérebro, e coração com algumas alterações, como dilatação, palidez e hemorragias. DIAGNÓSTICO O diagnóstico é feito por meio do exame clínico do animal, porém o diferencial entre babesia e anaplasma deve ser feito por esfregaços de sangue (Figuras 4 e 5) de ponta de cauda. Para avaliar se o animal tem anemia, pode-se fazer o exame hematócrito, coletando-se o sangue da orelha do pelo uso de um microhematócrito e centrifugá-lo para verificar o volume de células vermelhas no sangue. O hematócrito é um indicador importante do grau de anemia e hidratação do animal. O valor normal do hematócrito em bovino é de 26 a 42%. 54

Fig. 5: Hemácias parasitadas por Babesia bovis

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Fig. 4: Hemácias parasitadas por Anaplasma marginale www.interural.com


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Tratamento O tratamento deve ser específico e sintomático, direcionado para o controle dos agentes etiológicos e sintomas. Tratamento específico Babesiose • Imidocarb: 1 a 3 mg/kg de peso vivo. • Diaceturato de diminazene: 3 a 5 mg/kg de peso vivo. Anaplasmose

• Tetraciclinas: 8 a 11 mg/kg de peso vivo por 3 dias. • Tetraciclinas de ação prolongada: 20 a 30 mg/kg de peso vivo (dose única). • Imidocarb: 3 mg/kg de peso vivo (dose única). Tratamento sintomático • Hidratação: a hidratação é importante para repor as perdas de líquidos, contribuindo para a melhor resposta do animal à doença. Pode ser

usada a hidratação oral e/ou intravenosa. • Uso de vitamina B12. • Transfusão sanguínea: a realização da transfusão sanguínea depende do quadro clínico dos animais e do resultado do hematócrito. A quantidade de sangue a ser fornecida é de 15 a 20 ml/kg de peso vivo. • Correção da acidose. • Alimentação adequada. • Antitérmico. • Protetores do fígado.

Controle e Prevenção As medidas preventivas devem ser praticadas sempre que as condições favoreçam a ocorrência da doença (alta infestação por carrapatos) (Figura 6). Avaliações diárias dos animais devem ser realizadas para que a identificação da doença ocorra mais cedo possível e medidas de controle sejam adotadas. O controle de tristeza parasitária depende de uma série de fatores: - boa transferência de imunidade passiva para o bezerro. - bom controle dos carrapatos e moscas, assegurando seu contato com os bezerros de forma controlada, sem que representem um grande desafio, e garantindo o estímulo para o desenvolvimento da defesa do animal. No Brasil, é usado o controle estratégico de carrapatos em determinadas áreas, porém o uso de produtos para combater este parasita, muitas vezes, é feito de forma indiscriminada, aumentando a resistência a produtos comerciais. - boa alimentação. - acompanhamento e avaliação do histórico de casos na fazenda para estabelecimento de medidas preventivas de acordo com cada caso. - várias vacinas têm sido estudadas para a prevenção da doença, porém ainda não temos produtos e resultados consistentes que permitam sua utilização em larga escala. Enfim, trata-se de uma enfermidade de difícil controle, pois depende de uma série de ações dentro das 56

fazendas, sendo necessária a interação constante entre proprietário, gerência, funcionários e o responsável técnico pela propriedade. Esta interação deve

ser sempre fundamentada na troca de informações e treinamentos frequentes da mão de obra envolvida diretamente no manejo dos animais.

Fig.6: Pastagem com alta infestação por carrapatos

REFERÊNCIAS COELHO, LCT. Anaplasmose bovina: parâmetros clínicos e de patologia clínica em bezerros infectados experimentalmente. Escola de Veterinária. 2007. 65 p. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. FACURY FILHO, EJ. et al. Criação de bezerros. Escola de veterinária – Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 44 p., 2003. GONÇALVES, PM. Epidemiologia e controle da tristeza parasitária bovina na região sudeste do Brasil. Ciência Rural, Santa Maria, v.30, n.1, p.187-194, 2000. SACCO, AMS.; KESSLER, RH.; MADRUGA, CR. Cepas atenuadas de Babesia bovis e Babesia bigemina e de Anaplasma centrale como imunógenos no controle da tristeza parasitária bovina. Ciência Rural, Santa Maria, v.31, n.5, p. 849-855, 2001. SILVA, RA. et al. Infecção natural por hemoparasitos em bezerros submetidos à quimo-profilaxia aos 30 dias de idade. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, Rio de Janeiro, v. 16, n. 3, p. 163-165, 2007. VIDOTTO, O. Estratégias de combate aos principais parasitas que afetam os bovinos. In: Simpósio sobre Sustentabilidade da Pecuária Leiteira na Região Sul do Brasil, 2002, Maringá. Anais do Sul – Leite. Paraná: UEM/CCA/DZO – NUPEL, 2002, 192-212.

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BRAHMAN

Genética

PROBRAHMAN: Genética comprovada

D

esde que foi importado, dos Estados Unidos pela Querença Agropecuária, há nove anos, o touro JDH Sir Marri Manso apresentou-se como um “divisor de águas” para o rebanho Brahman, que estava em processo de formação no Brasil. Graças à consistência genética dos acasalamentos feitos a partir de Marri Manso, o rebanho Brahman brasileiro ganhou maior padronização racial, além de ser aprimorado com outras características valiosas, próprias da raça, como a habilidade materna nas fêmeas. A contribuição desse touro, e de animais com a marca QUERJ, para o rebanho Brahman nacional, foi tão significativa, que boa parte dos exemplares inscritos para participar do PROBRAHMAN (PROGRAMA BRAHMAN DE AVALIAÇÃO DE TOUROS), o primeiro teste de progênie da raça Brahman, possui em seu pedigree algum grau de parentesco. Ao todo, 40% dos touros inscritos para a primeira fase do programa são filhos de matrizes desse criatório. “Acreditamos que o PROBRAHMAN será uma ferramenta importante para provar, com dados científicos, quais animais são superiores e quais são destaques em determinadas características. Isso facilitará muito os acasalamentos”, prevê Moisés Fernandes, diretor da Querença Agropecuária. Para conhecer a eficiência dos animais como difusores de genética de qualidade, o criador Bruno Aurélio Ferreira Jacintho foi um dos muitos que aderiram ao PROBRAHMAN. Ao selecionar os três touros de seu criatório que participariam do programa, o criador levou em conta aqueles animais que foram destaque desde a desmama. “Um dos touros é o GOOD Brahmania 1068, filho do touro americano JDH Mr. Elliot Manso em uma excelente matriz, a Miss Querj Brahmania 99. Acredito que o PROBRAHMAN irá evidenciar justamente animais 58

melhoradores, que podem não ser premiados nas pistas de julgamento, mas que são boas opções para a nossa pecuária extensiva”, garante Bruno. O PROBRAHMAN é uma realização da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB), em parceria com a Alta Genetics, com o apoio da ABCZ e ANCP. A expectativa é de que, aproximadamente, 20 touros participem dessa primeira fase da avaliação. O programa será desenvolvido em parceria com pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Jaboticabal e Botucatu, e será o primeiro teste de progênie de touros Brahman, cujo objetivo principal é avaliar touros jovens, a partir do desempenho produtivo e reprodutivo dos seus filhos. O teste de progênie em touros da raça Brahman fornecerá informações valiosas a serem utilizadas na seleção de reprodutores de qualidade superior. Com base nesses resultados, a Associação disponibilizará avaliações genéticas acuradas dos touros, que permitirão a escolha e a utilização do sêmen de re-

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produtores de acordo com os objetivos de seleção de cada criador. Realização Os criadores tiveram até o dia 25 de junho para enviar as inscrições dos touros. Entre os dias 10 a 15 de julho, haverá a pré-seleção dos touros por parte do comitê técnico a ser estabelecido em conjunto ACBB/Alta Genetics. Até o dia 20 de julho, todos os touros escolhidos deverão dar entrada na central para coleta de sêmen. A distribuição do sêmen dos touros participantes do PROBRAHMAN aos criadores apoiadores terá início no dia 1 de outubro e irá até 31 de dezembro. Após o período de gestação das matrizes inseminadas, os primeiros produtos deverão nascer a partir de agosto de 2011. Nesse período, terá início a coleta de dados (peso ao nascer), na sequência peso aos 365 dias e aos 450 dias, perímetro escrotal aos 365 e 450 dias de idade. No primeiro semestre de 2013, haverá a divulgação final de todos os resultados dos touros.

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11 de Setembro de 2010 Fazenda Querença - inhaúma/MG | 20h

A Querença é exatamente o que ela acredita. Por isso respondeu o desafio de trazer ao mundo a fórmula do Brahman absoluto. Esta é a missão de quem torna esta raça esplendorosa e única. É mais que sorte. É questão de determinação. Estava escrito nas estrelas, mas foi a Querença quem realizou.

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(34) 9172.0514 (34) 9913.0514

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BRAHMAN

Leilão

Leilão Internacional de Touros irá movimentar o XV Congresso Mundial da Raça Brahman

O

s machos tiveram e têm papel primordial para o desenvolvimento da seleção e sempre foram vistos como o veículo de maior propagação das características desejáveis no processo de melhoramento racial. Isso é fácil de se explicar, pois, mesmo com o advento das técnicas de biotecnologia na reprodução, que aumentam o aproveitamento das melhores matrizes, ainda são os touros que deixam o maior número de filhos no processo de criação. A raça Brahman alcançou respostas altamente positivas na sua experimentação na pecuária comercial, apesar de o pecuarista tradicional ter um perfil mais conservador, passou a se interessar, fortemente, pela raça, com a quebra de diversos paradigmas e lendas que existiam, inicialmente, sobre o Zebu mais difundido no mundo. Hoje, já se fala, no Brasil, de cruzamento industrial Zebu x Zebu x Zebu, sendo indiscutível a necessidade de Brahman, quando se pretende um aumento efetivo da produtividade. Os elevados índices de crescimento na venda de sêmen de Brahman (o maior entre os zebuínos) e o crescimento alcançado em 2009, superior a 400%, no faturamento dos touros em leilões, de acordo com dados do anuário DBO, o maior entre todas as raças bovinas, comprovaram um upgrade que foi alcançado, e o que mais chama atenção é que tudo isso parece ser apenas o começo, ou seja, agora, a pecuária comercial está se voltando para essa realidade. Desse modo, o Leilão Internacional de Touros no XV Congresso Mundial da Raça Brahman desponta com características que já deveriam ter sido adotadas. Não é simplesmente a oferta de touros, é a entrega ao mercado daquilo que ele precisa e pede, animais que sirvam para ser chefes de plantéis, para 62

repasses, para doar sêmen e também atenderem ao rebanho comercial, seja ele puro ou cruzado. Enfim, animais capazes de fazer jus ao nome Melhorador. Aldo Valente e Carlos Balbino, titulares do UberBrahman, ao vencerem a licitação para promover o Leilão Internacional de Touros, no XV Congresso Mundial, assumiram o compromisso de colocar estes produtos, definitivamente, na “prateleira de cima”. “O touro significa, para o selecionador, o mesmo que o boi gordo para o pecuarista comercial, pois é o nosso produto final, em que todo nosso trabalho realizado deve comprovar seus resultados”, afirma Balbino. Com muita inovação, o Leilão Internacional de Touros foi projetado para ser realizado em 4 blocos distintos. No primeiro bloco, serão ofertados futuros reprodutores, com grande destaque nas pistas e em avaliações zootécnicas, que prometem sucesso e muita satisfação para os investidores. No segundo bloco, será ofertado um número limitado de grandes doadores de sêmen, nacionais e internacionais. O terceiro bloco contará com um grupo super seleto de touros de repasse, entre Campeões de Pista e de avaliações zootécnicas, que competem em qualquer Central (muitos destes já com proposta) e têm vaga como reprodutor em qualquer rebanho. No quarto bloco, estará à venda um grupo expressivo de touros, com excelentes avaliações zootécnicas, destaques em PGPs e verdadeiras raridades em Marcadores Moleculares, todos adaptados a pasto, prontos para reprodução em monta natural, e alguns para coleta de sêmen. Estão confirmados lotes dos melhores rebanhos nacionais, que se dedicam, principalmente, à produção de touros, para uso no rebanho comercial. Nesse grupo, serão ofertados também os animais que mais se destacarem na

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PGP Uberbrahman, a prova a pasto, com maior número de avaliações zootécnicas já realizadas, no Brasil, na qual vários criatórios de renome estão participando com seus animais. O Leilão será realizado no ápice do XV Congresso Mundial da Raça Brahman, no Parque Fernando Costa, em Uberaba-MG, com transmissão pelo canal Terra Viva, às 13:30h, no dia 23 de outubro. Quem estiver presente poderá ver, mais de perto, o melhor grupo de touros Brahman já reunidos, para atender a quem deseja genética para promover um grande salto em seu rebanho. O que o UberBrahman tem como objetivo é promover Saltos Genéticos, é criar e ofertar animais que façam os rebanhos que utilizam seus produtos, e de seus parceiros, alcançar avanços em progressão geométrica, a cada geração. Por isso, Provas de Ganho em Peso são bem valorizadas, assim como os índices em programas de melhoramento genético e diversas outras avaliações. Marcilélia Guimarães Fonte: Informativo Leilões Brahman Edição junho/julho www.interural.com


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BRAHMAN

Brahman

Querença promoverá shopping durante Congresso Mundial da Raça Brahman Pioneira na seleção da raça Brahman no Brasil, a Querença Empresa Rural, com fazendas localizadas em Inhaúma e Uberaba, será um dos criatórios brasileiros que apresentarão a qualidade e evolução genética da raça no Brasil durante o XV Congresso Mundial da Raça Brahman, que será realizado entre os dias 17 e 24 de outubro, em Uberaba/MG. Além de fazer parte do roteiro de “farm tours” do evento, a Querença também promoverá um shopping de animais. O shopping será realizado no dia 20 de outubro, na fazenda Querença, localizada na BR-050 (km 163), e apre-

sentará aos visitantes, parte dos animais do plantel. “Serão apresentadas aproximadamente 50 doadoras destaques do criatório, além de animais brahmolando, fruto do cruzamento do Brahman com a raça holandesa. No local, os visitantes também poderão adquirir a genética da Querença e seus parceiros”, conta Moisés Fernandes, diretor da Querença. A programação inclui ainda um almoço de confraternização para os visitantes. O XV Congresso Mundial da Raça Brahman conta com o patrocínio oficial da Dow AgroSciences e o apoio da ABCZ e do Brazilian Cattle.

Obrigatoriedade do uso de receptoras zebuínas é mantida para raça Brahman Reunião do Conselho da Raça Brahman, integrante do Conselho Deliberativo Técnico das Raças Zebuínas, realizada no mês de julho, na sede da ABCZ, definiu através da votação de seus membros pela manutenção da obrigatoriedade do uso de receptoras zebuínas em processos de FIV e TE a partir de 2014. A decisão foi tomada durante votação com a presença dos conselheiros Jovelino Carvalho Mineiro Filho, Antônio José Prata Carvalho, Moisés Fernandes Campos, José Amauri Dimarzio, José Otávio Lemos, Gabriel Prata Rezende, Renata M. de Camargos Paranhos Ferreira, Fábio Miziara e do Superintendente do SRGRZ, Luiz Antonio Josahkian. Com quatro votos favoráveis dos conselheiros Jovelino Carvalho Mineiro Filho, Antônio José Prata Carvalho, Gabriel Prata Rezende e Renata M. de Camargos Paranhos Ferreira, a manutenção da obrigatoriedade foi mantida, contra dois votos contrários de José Amauri Dimarzio e Moisés Fernandes Campos e duas abstenções, de José Otávio Lemos e Fábio Miziara. 64

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A solicitação para revisão da obrigatoriedade foi feita pela Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB), que encaminhou ofício no dia 19 de maio deste ano, à Superintendência Técnica da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). A decisão da ACBB, que pedia a revisão da obrigatoriedade no uso das receptoras zebuínas, foi definida no dia 05 de maio, durante Assembleia Extraordinária e Ordinária, realizada em Uberaba. Desde que foi anunciada a nova medida, com validade a partir de 2014, a ACBB recebeu inúmeras manifestações contrárias a medida. O presidente da ACBB, José Amauri Dimarzio, votou contra a manutenção da obrigatoriedade, pedindo a substituição da obrigatoriedade por incentivo da ABCZ ao produtor que decidir usar as receptoras de raças zebuínas, principalmente da raça Brahman, devido a sua habilidade materna e temperamento. A sugestão foi apoiada por Moisés Campos, José Otávio Lemos e Fábio Miziara. www.interural.com


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Mercado

Brahman eficiente na produção de carne

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pós viver um mercado de genética bastante consolidado, caracterizado por baixa oferta de gado e altos preços de venda nos remates elite, os selecionadores brasileiros conseguiram encorpar sua base de produção, e a raça Brahman inicia outra jornada, rumo à base da pirâmide, com destino às mãos dos produtores de carne. Este caminho está sendo desbravado pelo uso dos touros da raça na criação extensiva. Os dezesseis anos de melhoramento genético, contados já a partir da chegada oficial da raça em solo brasileiro, em 1994, culminaram, hoje, em reprodutores de aprumos fortes e umbigos corrigidos, além de vacas de boa habilidade materna – quesitos básicos para o sucesso de qualquer raça nas nossas terras. A funcionalidade dos animais, associada à carcaça diferenciada do Brahman, tem sido o grande atrativo para os rebanhos comerciais. Algo também possível, graças ao trabalho de produtores que se especializaram na seleção de touros, que estão estrategicamente localizados em todas as regiões do País. Desta forma, pecuaristas de Norte a Sul do Brasil conheceram as qualidades da raça e, cada vez mais, aderem à heterose proporcionada pelo zebuíno no cruzamento industrial. “O touro é o caminho mais rápido para se provar a raça. Se for bom, teremos altos índices de prenhezes - já visíveis ao final da estação de monta - e bezerros mais pesados à desmama, incentivando novas aquisições para a próxima estação reprodutiva”, assinala André Zambrim Mendonça, presidente da Associação dos Criadores de Brahman do Mato Grosso (ACBMT), apontando que o Brahman está conseguindo boa penetração no Estado. “Temos observado que os clientes estão sendo fidelizados e que novos compradores estão surgindo a cada momento, incentivados pelos resultados vistos em outras propriedades”, complementa. É por isso que os machos Brah66

man vêm sendo vendidos com facilidade ainda dentro da porteira. Segundo o presidente da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB), José Amauri Dimárzio, o Brahman é, atualmente, a raça que mais cresce na pecuária brasileira. O dirigente apoia-se principalmente na crescente entrada de novos criadores, faturamento de leilões, presença em exposições, venda de sêmen e número de registros de nascimento. Neste último, a raça vem liderando com folga. De olho nessas qualidades é que Guilherme Caldeira, proprietário do Sítio Tabor, em Adamantina (SP), comprou os primeiros lotes de reprodutores Brahman para cobrir a vacada Nelore da propriedade. Na busca por melhoramento genético, concluiu que a raça seria a melhor solução. “É uma raça que reúne docilidade, precocidade, rusticidade, enorme habilidade materna, ótima cobertura muscular e bom acabamento de carcaça”, descreve Caldeira. Segundo ele, os bezerros nascem com peso na faixa de 28 a 35kg, não gerando qualquer dificuldade no parto, porém se desenvolvendo muito rápido já nos primeiros 30 dias de vida. O peso, à desmama da primeira leva de bezerros nascida no sítio, registrou 240kg para machos e 210kg para as fêmeas, com

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apartação aos oito meses. Em virtude da precocidade e da velocidade de ganho de peso da raça, Caldeira quer eliminar o estágio de recria e partir da desmama direto para a engorda, proporcionando abates aos 24 meses. “Para o pecuarista que tem a cria como objetivo, o bezerro Brahman agrega muito valor aos bezerros destinados à venda”, ressalta. Uma valorização que pode chegar a 20% por uma desmama de qualidade. Outro bom exemplo é a fazenda 20 de Maio (Novo Horizonte/SP), pertencente ao Condomínio JB Agropecuária, a primeira propriedade reconhecida SISBO-ERAs para a exportação de carne bovina à Europa. Nela, o Brahman é utilizado desde 2004 sobre vacas meio-sangue (F1) de Nelore com Marchigiana, Montana, Blonde D’Aquitaine, Piemontês ou Angus, para a formação do tricross. A base Nelore é extensa, cerca de 1,8 mil vacas. Cerca de 17 touros Brahman da primeira leva foram acasalados com 391 vacas F1 na estação de monta do ano seguinte, com índice de prenhez batendo excelentes 91,8%. Na desmama, as fêmeas alcançaram média de 246,96kg contra 274,97 dos machos. Vale lembrar que estes são clássicos exemplos de cruzamentos para produção de superprecowww.interural.com


ces, nos quais o choque de sangue gera animais muito pesados. Na estação de 2007/2008, novo sucesso. Exatos 27 touros serviram 716 matrizes obtendo-se uma taxa de prenhez ainda acima da anterior: 92,46%. Na fazenda 20 de Maio, a raça norte-americana provou colocar mais peso comparativamente ao Nelore, cerca de uma arroba a mais. À desmama essa diferença ainda sobe para 7,5 arrobas. Estes animais não contam com creep-feeding, mas, assim como as mães, recebem pastos de boa qualidade e mineralização. A suplementação é feita com cana, melaço, levedura líquida, além de farelo de soja, polpa cítrica e gérmen de trigo. Tudo acompanhado de um rigoroso controle sanitário, com prioridade para vacinações e vermifugação estratégica. A média de terminação da propriedade é de 24 meses. Os animais de sangue Brahman, inteiros, ganham 1,73 kg/ dia, para um peso final de 308 kg aos 27 meses, em média, com rendimento de carcaça de 57% e média de 3mm de espessura de gordura. Toda a carne dos 9,3 mil bois gordos da propriedade é exportada para a Europa e até o final

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do ano passado recebiam por este gado bonificação em torno de 13% sobre a arroba, pela qualidade de carne e carcaça.

Além disso, os cortes oriundos de 1,5 mil vitelos têm o Egito como destino, a um preço 7% acima do mercado.

Alguns números do Brahman em 2009, de acordo com levantamentos do Anuário DBO.

160 mil é o número de animais registrados de abril de 1994 a fevereiro de 2010 1.702.083 de doses é o acumulado de venda de sêmen de 2005 a 2009 48% é a valorização dos touros de 2005 a 2009 400% é a valorização das fêmeas de 2005 a 2009 270 é o número de touros em coleta nas centrais Exclusivamente a pasto, o gado é batido em torno dos 30 meses, com 530 kg

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OVINOS

Produção

Análise da ovinocultura brasileira:

oportunidades e ameaças Raquel Maria Cury Rodrigues; Zootecnista pela FMVZ/Unesp de Botucatu e analista de mercado do FarmPoint Mariana Paganoti Oliveira; Zootecnista pela Unesp de Botucatu e coordenadora do FarmPoint

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ovinocultura vem se destacando como uma atividade em expansão no agronegócio brasileiro, porém apresenta diversas falhas na sua cadeia produtiva, sendo uma delas a informalidade no abate. O resultado disso é a oferta ao mercado de um produto sem padrão de qualidade, contrariando a tendência atual dos consumidores em comprar produtos seguros, rastreados e padronizados. Além disso, os consumidores vêm mostrando maior interesse pelos modos e locais de produção dos alimentos, aumentando a procura por carne de animais criados em condições de bem-estar. A regularidade na oferta do produto, a produção formal e os padrões de segurança alimentar só serão cumpridos a partir do momento em que a cadeia produtiva ovina contar com mínimo de coordenação e um equilíbrio na participação dos seus agentes. A ausência de interação desfavorece a formação de uma estratégia e resulta em perda de competitividade em seu todo. Segundo Castro e Lima (2004), cadeia produtiva é o “conjunto de componentes interativos, incluindo sistemas produtivos agropecuários e florestais, fornecedores de serviços e insumos, indústrias de processamento e transformação, agentes de distribuição, armazenamento e comercialização, além dos consumidores finais dos produtos e subprodutos da cadeia.” Algumas ferramentas estruturais vêm sendo utilizadas em empresas e estudos de cadeias produtivas para verificar a posição estratégica nos ambientes em questão. Uma dessas ferramentas é a análise SWOT, que pode ser usada para definir as estratégias 68

futuras a serem aplicadas e a situação atual (vigente) na qual a cadeia da ovinocultura se encontra. A análise SWOT é um sistema simples que começou a ser usado na Harvard Business School há mais de 50 anos, e o termo SWOT (sigla inglesa) é um acrônimo de Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). Hoje, qualquer exercício de planejamento estratégico pode ser feito por meio dessa análise. As forças e fraquezas são determinadas pela posição atual da cadeia e se relacionam, quase sempre, a fatores internos. Já as oportunidades e as ameaças são antecipações do futuro e estão relacionadas a fatores externos. O ambiente interno pode ser controlado pelos dirigentes, uma vez que ele é o resultado das estratégias de

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Figura 1 – Diagrama SWOT

atuação definidas pelos próprios membros da organização. Já o ambiente externo está totalmente fora do controle da organização, mas, apesar de não poder controlá-lo, deve ser conhecido e monitorado com frequência, de forma a aproveitar as oportunidades e evitar as ameaças.

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Figura 2 - Análise SWOT da ovinocultura.

Principais pontos fortes 1. Pesquisas de aplicabilidade no setor Hoje, no Brasil, existem diversas pesquisas sendo realizadas na área de ovinocultura, trazendo novidades aos produtores e contribuindo com o desenvolvimento da cadeia. A ovinocultura carece de informações que envolvam desde questões relacionadas às técnicas de produção dos animais a estudo de mercados consumidores (YOKOYA et al., 2009). Devido a isso, os projetos de pesquisa realizados por universidades e instituições de pesquisa possuem grande importância e contribuem para o crescimento e organização da atividade. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é um exemplo disso: ao longo de 2010, a Embrapa Caprinos e Ovinos será brindada com uma injeção de recursos da ordem de R$ 7,1 milhões. Algumas ações já foram empreendidas, como o estabelecimento do Arranjo Produtivo Local de Ovinocaprinocultura em Campo Grande (MS); pesquisas para aprimoramento de biotécnicas reprodutivas; eventos como o Cabrafest (Coronel Pacheco, MG); e workshop de ovinocultura nos Cerrados (Campo Grande, MS). As pesquisas são um ponto forte na cadeia, porém só serão rewww.interural.com

almente benéficas se chegarem às mãos dos produtores e técnicos. Sendo assim, a disseminação das novas tecnologias é essencial para o desenvolvimento da atividade. 2. Genética, ciclo e área de produção O crescimento da produção de ovinos tem ocorrido paralelamente com melhorias e pesquisas na área de melhoramento genético. Hoje, há diversas raças adaptáveis ao clima e regiões do Brasil e que atendem ao mercado, resultando em animais com ótima produção de carne, rusticidade e adaptabilidade. Os avanços na área de melhoramento genético, unidos a outros pilares como nutrição e sanidade, resultam na redução da idade de abate dos animais e, consequentemente, em maior lucratividade e rápido retorno do capital investido. Aliado a isso, a produção de ovinos exige menor área para a produção, comparada à dos bovinos. Esse é um ponto forte na cadeia, especialmente em regiões com alto custo de terra. 3. Possibilidade de integração com outras culturas O pastejo combinado, tam-

bém denominado misto, associado, ou a exploração integrada visam à otimização do uso de uma pastagem e tem sua fundamentação na exploração das diferenças de comportamento entre os herbívoros pastejando em um mesmo recurso forrageiro (CARVALHO E RODRIGUES, 1997). O pastejo misto pode ser feito simultaneamente ou em períodos sucessivos, dependendo dos objetivos, do manejo e das espécies envolvidas (SILVA SOBRINHO, 2007). Dois princípios básicos regem a integração bovinos-ovinos, que são a complementaridade e a descontaminação dos pastos. O pastejo de “multiespécies” proporcionou um aumento de 24% na produção de carne, quando comparado ao pastejo exclusivo de bovinos, e de 9% em relação àquele só com ovinos (WALKER, 1994). A outra vantagem notória da integração bovino-ovino é que o pastejo misto possibilita o controle dos endoparasitas (SILVA SOBRINHO, 2007) mediante a redução na contaminação dos pastos (PINHEIRO et al., 1983). Esta prática é baseada na especificidade parasitária dos vermes, em que as larvas infectantes dos ovinos não encontram ambiente favorável nos bovinos e são eliminadas (AMARANTE, 2004).

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OVINOS

Principais pontos fracos 1. Pouca integração entre os produtores A união permite que os produtores se organizem com o intuito de atingir objetivos comuns. No Brasil, há diversas associações que trabalham em prol da ovinocaprinocultura, porém muitos produtores ainda não são adeptos a essa integração ou não reconhecem sua devida importância. A integração entre produtores é uma oportunidade de crescimento, aprendizado e evolução da atividade. A implantação de núcleos regionais, formados por grupos de criadores organizados com o intuito de unir esforços para desenvolver a ovinocultura regional, viabiliza compras conjuntas de insumos, melhora da estrutura da produção e comercialização da carne, assim como possibilita a padronização, a qualidade e o aumento na escala de abate (SILVA, 2007). Esta conquista dificilmente seria alcançada com os produtores trabalhando isoladamente. Em junho, o FarmPoint realizou uma enquete com o seguinte tema: você é vinculado a alguma associação? A maioria dos leitores (55,17%) que responderam são membros de alguma associação, e 44,83% dos leitores não participam de nenhuma associação. Dos produtores que não são associados, 69,2% comentaram que reconhecem a importância e os benefícios que uma associação pode lhes oferecer e pretendem se vincular em breve a alguma entidade.

O mecanismo que coordena a ação é o preço de mercado. Como esse mecanismo não tem sido suficiente para convencer o criador a entregar sua produção à indústria, a consequência é o alto grau de ociosidade por parte dos frigoríficos. Assim, surge oportunidade de abatedouros clandestinos abastecerem a demanda por carne ovina, já que os consumidores também não encontram o produto legalizado em todos os pontos de varejo (SORIO, 2009). Para que a planta frigorífica seja viabilizada, é imprescindível a união entre os elos da cadeia. Hoje, a ovinocultura opera como um pêndulo: os produtores não produzem, porque não têm para que vender, e a indústria não investe em plantas frigoríficas, porque não consegue escala para o abate. 3. Ausência de marketing O mercado consumidor precisa conhecer as características nutricionais vantajosas da carne de ovinos, e uma campanha publicitária com um trabalho de desenvolvimento de novos mercados pode trazer resultados significantes para a estruturação da cadeia produtiva nacional. Os países com tradição na ovinocultura desenvolvem uma série de campanhas de marketing com o intuito de aumentar o consumo dessas carnes. No Brasil, temos algumas ações muito isoladas, sem efeito na-

cional, deixando o consumo estagnado há anos em 0,7 kg/hab/ano. O marketing é algo ainda pouco trabalhado e a indústria e/ou organizações de produtores têm dificuldades em atrair o gosto do consumidor e convencê-lo o de que a carne de cordeiro tem qualidade e que pode ser consumida no dia a dia como as demais carnes de origem animal. 4. Abate informal O abate informal ainda é o principal entrave da cadeia. Estima-se que, aproximadamente, 93% da carne consumida no país sejam de origem informal. De acordo com Daniel de Araújo Souza, médico veterinário, “apesar de o nível de tecnificação e formalização da cadeia produtiva da carne ovina se manter crescente ao longo dos últimos anos, o mercado informal sempre irá existir, em maior ou menor grau, sendo necessário direcionar os esforços para as iniciativas produtivas e empresariais formais, a fim de que se preocupem com qualidade de produto, desenvolvimento de negócios, abertura de campo de trabalho e estímulo da demanda urbana, resultando, por fim, em desenvolvimento e fortalecimento vertical e horizontal do sistema agroindustrial da carne ovina, concebendo a atividade como um segmento legítimo do agronegócio brasileiro.

2. Ociosidade dos frigoríficos Um dos grandes problemas da ovinocultura, hoje, é a ociosidade dos frigoríficos. No Brasil, já existem várias plantas, porém, na carência de fomento direcionado para uma escala comercial de abate, os frigoríficos brasileiros apresentam capacidade instalada ociosa e muitos fecham as portas. Um dos fatores que fortalecem esse fato é o abate informal, sendo o preço pago ao produtor mais atraente, pois é livre dos impostos. A capacidade já instalada precisa ser viabilizada, incentivando a produção de alimentos seguros, padronizados e com constante oferta. 70

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OVINOS

Oportunidades 1. Aumento de renda e consumo de carnes Os países em desenvolvimento serão a grande força do crescimento da produção, do consumo e do comércio agrícola nos próximos dez anos, segundo o relatório de perspectivas agrícolas da Agência para Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A demanda desse grupo é impulsionada pelo aumento da renda per capita e pela urbanização, reforçada pelo crescimento populacional, que é duas vezes maior do que nos países desenvolvidos. A tendência é de um aumento no consumo de produtos como carnes e alimentos processados. De acordo com a publicação do IBGE em junho de 2010, o rendimento das famílias brasileiras cresceu 10,8% de 2003 para 2009, bem acima dos 6% de alta dos gastos domiciliares no mesmo período. Os destaques são as regiões Sudeste e Norte. As pessoas vêm se adaptando

a novos hábitos de consumo, o que tem favorecido o crescimento da demanda pelas carnes de ovinos e seus derivados (SIMPLÍCIO & SIMPLÍCIO, 2006). Em muitos lugares do Brasil, a carne ovina é indispensável nos cardápios de restaurantes, bares e hotéis. A procura pela carne aumentou no país e vem conquistando novos consumidores por suas características organolépticas e seu valor nutricional. Quase 60% da carne ovina formalmente consumida no Brasil são importados do Uruguai, porém esse país passa por uma constante redução do rebanho e prefere exportar para países de maior valor agregado, tornando esse

1. Existência de cadeias produtivas mais desenvolvidas Hoje, as cadeias agroindustriais mais desenvolvidas no Brasil apresentam constantes mudanças tecnológicas exigidas pelo próprio mercado, principalmente na pecuária de corte, avicultura e suinocultura. As inovações nos produtos, os estudos de mercado e a ações de marketing fazem com haja aumento da demanda pelos consumido-

res. Uma cadeia de produção agroindustrial pode ser segmentada, de acordo com Batalha e Silva (2001), de jusante e montante, em três macrossegmentos: comercialização, industrialização e produção de matérias-primas. A lógica de encadeamento das operações, de jusante a montante, como forma de definir a estrutura de uma cadeia de produção agroindustrial, assume que

momento oportuno para investimentos. 2. Busca por produtos saudáveis e nutritivos Há uma tendência cada vez mais forte de os consumidores optarem por alimentos saudáveis, privilegiando aqueles que desempenham um papel nutricional benéfico no organismo. A carne ovina apresenta alta digestibilidade, elevados níveis de proteína, vitaminas do complexo B, ferro, cálcio e potássio, além de ser rica em HDL (“colesterol bom”) e possuir baixos índices de gordura saturada, tornando-se uma opção para quem procura manter uma alimentação saudável e equilibrada.

Fonte: Interdepartamental Commitees on Nutrition for National Development

Ameaças as condicionantes impostas pelo consumidor final são os principais indutores de mudanças de todo o sistema. Nesse sentido, transformações no comportamento do consumidor influenciam de modo relevante as inovações em curso nas cadeias agroindustriais e, principalmente, no modo como os diferentes elos produtivos estarão articulados para conseguir responder de maneira eficiente às exigências do consumidor final.

CONCLUSÃO: A análise SWOT é uma ferramenta que pode ser usada para encontrar alternativas estratégicas e alcançar soluções satisfatórias que tragam resultados a curto, médio e longo prazo. Em relação à ovinocultura, é uma medida importante, porque nos permite conhecer os fatores favoráveis e desfavoráveis que a atividade apresenta e ajuda na tomada de decisões. Com a análise do resultado, é possível conduzir uma discussão representativa a respeito da atividade, ampliando o horizonte de planejamento da ovinocultura no Brasil. A ovinocultura necessita de planejamento construído de forma conjunta, e a compreensão das características do sistema pode possibilitar um maior entendimento dos entraves e contribuir para o desenvolvimento da atividade. Referências bibliográficas AMARANTE, A.F.T. Controle integrado de helmintos de bovinos e ovinos. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v.13, Suplemento 1, p.68-71, 2004. BATALHA, M. O.; SILVA, A. L. Gerenciamento de sistemas agroindustriais: definições e correntes metodológicas. In: BATALHA, M. O. (Coord.). Gestão agroindustrial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. v. 1, p. 23-63. CARVALHO, P.C.F.; RODRIGUES , L.R.A. Potencial de exploração integrada de bovinos e outras espécies para utilização intensiva de pastagens. In: PEIXOTO, A.M.; MOURA, J.C.; FARIA, V.P. (Eds.). SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DE PASTAGENS: PRODUÇÃO ANIMAL A PASTO, 13. Piracicaba,SP:FEALQ.1997. p.275-301. CASTRO, A. M. G.; LIMA, S. M. V.. Curso sobre prospecção de demandas de cadeias produtivas. Brasília: EMBRAPA (Mimeo) 2004.p 49-80. PINHEIRO, A.C.; ECHEVARRIA, F.A.M; ALVES-BRANCO, F.P.J. Descontaminação parasitária das pastagens de ovinos pelo pastoreio alternado com bovinos. Bagé: EMBRAPA/CNPO, 1983. 3p. (Pesquisa em andamento) SILVA, R.O.P. Câmara setorial beneficia criação de ovinos em São Paulo. Jornal Agrovalor, , v.2, n.6, 2007. SILVA SOBRINHO, A. G. Integração de ovinos com outras espécies animais e vegetais: SIMPÓSIO DE OVINOCULTURA DE CORTE DE MARÍLIA. Marília,SP:Unimar. 2007. 17 p.CD-ROM SIMPLÍCIO, A.A.; SIMPLÍCIO, K.M.M.G. Caprinocultura e ovinocultura de corte: desafios e oportunidades. Revista CFMV. Brasília, DF, 2006. p 7-18. SORIO, A. Sistema agroindustrial da carne ovina: o exemplo de Mato Grosso do Sul. Passo Fundo: Méritos, 2009. p. 340-362. YOKOYA, E.; PINHEIRO, J.V.; NAVES, J.R.; SILVA, M.R.; GAMEIRO, A.H. Estratégias para a garantia de qualidade na produção de carne ovina: estudo de caso. Resumos. XLVI Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia. CD-ROM. Maringá: SBZ, 2009. WALKER,J.W. Multispecies grazing: the ecological advantage. Sheep Research Journal, special issue, p.52-64, 1994.

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NEGÓCIOS

Tributos

Apontamentos sobre a Tributação Ambiental

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crescente preocupação com a preservação do meio ambiente deflagrou o desenvolvimento de mecanismos que buscassem incentivar a adoção de medidas mais ecológicas pelos cidadãos e empresas, gerando, ao mesmo tempo, recursos para este fim. Nesse contexto, desenvolveu-se a chamada “tributação ambiental”, como um instrumento hábil a gerar os recursos necessários à prestação de serviços públicos de natureza ambiental (aspecto fiscal ou arrecadatório), bem como a orientar o comportamento dos contribuintes para a proteção do meio ambiente (aspecto extrafiscal ou regulatório). A introdução de um eficiente sistema de tributos ambientais, portanto, pode ser duplamente vantajosa, se estimular o comportamento individual, que, espontaneamente, se orienta de modo “ecológico”, para evitar tributação mais gravosa e, desse modo, beneficiar a qualidade de vida dos envolvidos e o meio ambiente. No entanto deve-se ter cautela em relação às medidas a serem adotadas, a fim de se evitar que o excesso de exigências engesse o desenvolvimento econômico do país, impedindo a geração de novas riquezas. A tributação, como forma de fiscalização e/ou proteção ao meio ambiente pode ser observada na cobrança de taxas para licenciamento ambiental, na instituição de tributos sobre a emissão de substâncias poluentes, ou, ainda, na aplicação de alíquotas mais gravosas em relação a

contribuintes ou produtos mais poluentes, estimulando, desse modo, a busca por novas tecnologias. Todavia a utilização de tributos como instrumento de proteção ambiental não se constitui questão pacífica. Os argumentos contrários a essa prática são, dentre outros, os de que os tributos sobre a poluição traduzem-se em licenças para a contaminação, que privam os sujeitos dos meios necessários para evitar a poluição, e também que um sistema de tributos ambientais resulta demasiadamente complicado e diversificado. Por outro lado, um sistema instituído de forma responsável pode trazer vantagens. Isso porque possibilita a tributação mais justa, uma vez que tende a igualar os custos de redução da degradação ao meio ambiente entre os distintos sujeitos contaminadores, ou representar efetiva redução de contaminação pelos contribuintes que assim optarem. No Brasil, o poder de polícia governamental é o principal meio de preservação ambiental. Exemplo disto é a exigência prévia de licenças ambientais e a cobrança de Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis – IBAMA –, para controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais. Além disto, também é empregado o zoneamento de áreas, como a instituição de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (“RPPN”), que são áreas de conservação em propriedades privadas, cons-

tituídas voluntariamente pelo proprietário, sem que isso acarrete perda do direito de propriedade. A constituição das RPPNs confere aos proprietários as seguintes vantagens: (i) isenção de Imposto sobre a Propriedade Rural – ITR; (ii) prioridade na análise de concessão de recursos do Fundo Nacional do Meio Ambiente – FNMA, aos projetos necessários à implantação e gestão das RPPNs, reconhecidas pelo IBAMA; e (iii) preferência na análise do pedido de concessão de crédito agrícola, pelas instituições oficiais de crédito, para a propriedade que possuir uma RPPN em seu perímetro. Outros incentivos à proteção do meio ambiente mediante tributação também podem ser observados nas alíquotas diferenciadas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos movidos a álcool ou gasolina; na dedução de Imposto de Renda para projetos de reflorestamento, e no IPTU progressivo para imóvel urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, quando não são cumpridas as condições e prazos para implementação de parcelamento, edificação ou utilização compulsórios. Desse modo, conclui-se que o tributo ambiental, quando bem empregado, pode acarretar benefícios ao contribuinte e à sociedade em seu todo, cabendo aos envolvidos a busca dos mecanismos disponíveis para o alcance de um desenvolvimento sustentável. ________ (Para maiores informações, contate Fialdini Advogados – www.fialdiniadv.com.br)

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NEGÓCIOS

Código Florestal

Código Florestal Brasileiro

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Código Florestal Brasileiro é uma lei ambiental em vigor desde 1.965 (Lei Federal 4.771) e, de lá até os dias de hoje, sofreu algumas alterações, mas não alcançou com estas mudanças o equilíbrio desejado para os produtores rurais. Desde 1.999, o Projeto de Lei nº 1.876 está tramitando na Câmara dos Deputados em Brasília com o objetivo de alterar a Lei 4.771 para sua adequação aos tempos atuais. Nestes 11 anos, houve propostas variadas de mudanças no texto atual, mas não houve consenso para aprovar um texto novo que agradasse a todos. Foi criada uma Comissão Especial na Câmara dos Deputados, composta de parlamentares de vários partidos políticos e ideologias diferentes, para realizar audiências públicas pelo País afora (foram mais 76

de 60), com a finalidade de ouvir a sociedade em seus anseios de adequação ambiental e elaborar um texto de alteração na legislação atual. Durante as audiências, sempre com a presença do Ministério Público e de toda a sociedade organizada, foram apresentadas muitas sugestões de alteração no Código Florestal à Comissão Especial por segmentos interessados, inclusive a nossa, do Sindicato Rural de Uberlândia, e também de outros sindicatos de produtores rurais, na audiência pública realizada em fevereiro na cidade de Uberaba. A Comissão, então, depois de ouvir a sociedade, elaborou o texto final, e a apresentação foi feita pelo relator deputado Aldo Rebelo, em 06 de julho de 2010, quando foi votado e aprovado por maioria, numa reunião bastante tumultuada. De acordo com as lideranças

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do setor produtivo agropecuário, o texto aprovado na Comissão Especial não foi o ideal, mas não deixa de ser um ganho para os produtores rurais, de maneira geral, neste momento. As alterações propostas objetivam, basicamente: • Proteção da vegetação; • Alterações sobre as áreas de Preservação Permanente; • Idem sobre as áreas de Reserva Legal; • Definem regras gerais sobre a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevêem instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos. É importante lembrar que a aprovação na Comissão Especial não conclui o assunto, este será levado www.interural.com


ao Plenário da Câmara Federal para votação, depois segue para o Senado Federal e, por fim, à sanção presidencial. Conforme já divulgado pelos deputados, a votação em Plenário só acontecerá após as eleições de outubro próximo. O texto aprovado é muito extenso e não é possível comentá-lo neste espaço, por isso, convidamos a todos os interessados que procurem o Sindicato Rural para maiores esclarecimentos, principalmente sobre usos de APP’s e averbação de Reserva Legal. Convocamos cada produtor ou produtora rural para unir forças na mobilização dos parlamentares federais em quem votaram, para aprovar o Novo Código Florestal, fazendo contato com estes legisladores federais, solicitando que aprovem o texto final. Acreditamos que ainda haverá muita dificuldade até a aprovação final, mas não podemos desanimar, pois, com certeza, ONG’s internacionais e os chamados ambientalistas tentarão impedir as mudanças propostas, mas, para nós produtores, a aprovação é fundamental para regularizar ambientalmente nossas propriedades, trazendo mais tranquilidade ao campo. Para o alimento chegar à mesa do consumidor, vale ressaltar o trabalho duro no campo realizado pelo produtor, como: as adversidades de clima; mão de obra cara e difícil; leis trabalhistas exigentes; dificuldade de escoamento da produção; mercado instável; altas taxas de juros; falta de política agrícola; ameaças de invasão por movimentos ditos sociais, encargos sociais; e outros vários. Como se tudo isso não bastasse, sobre os

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serviços ambientais de conservação da biodiversidade, como vegetação nativa e recursos hídricos, que deveriam ser pagos ao proprietário rural, transformados em renda para seu negócio, acontece justamente o contrário. O produtor, no modelo atual, é quem paga de seu próprio bolso a implantação da regularização ambiental de sua propriedade, com muita dificuldade encontrada para seguir uma legislação ambiental rígida, e difícil de ser adaptada à nossa realidade. Por este motivo, devemos lutar para mudar essa situação do momento. Como mensagem final, devemos nos organizar, promovendo marketing da nossa atividade para mostrar à sociedade que o produtor rural não é um destruidor nem poluidor

do meio ambiente, como querem as ONG’s internacionais e os ambientalistas radicais, cujos objetivos claros são desestimular nossa produção e desestabilizar o nosso negócio. É sabido que, quando o campo vai bem, as cidades acompanham. Então, a pergunta que fica é a quem isso interessa, pois o homem do campo é o verdadeiro interessado no desenvolvimento do país, pois, na terra, estão seu patrimônio e sua vocação herdada de gerações passadas, que agregam o máximo de produção e de produtividade com sustentabilidade. Engº Agrº Adalto Franco Departamento Técnico Agropecuário Sindicato Rural de Uberlândia - MG

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ESPAÇO GOURMET INTERURAL

Galinhada

Galinhada InteRural e amigos visitam a fazenda Morada Corinthiana, em Uberlândia, MG. Mais um Espaço Gourmet especial. O palco desse mês foi a fazenda Morada Corinthiana, uma fazenda produtora de leite desde 1982, no município de Prata-MG e em Uberlândia-MG, onde nos reunimos a partir de 1992. Apaixonados pelo leite, destacando a raça Girolando, o senhor Jerônimo Ferreira, juntamente com o filho Thiago realizam, na propriedade, um ótimo trabalho de seleção e produção. Resultado disso são os vários títulos conquistados ao longo de sua trajetória, dentre eles: - Melhor criador 5/8 no 6º INTERCALU 2006. - Melhor criador 5/8 no 7º INTERCALU 2007. - Melhor matriz futura 5/8 no CAMARU 2006. - Grande campeã 5/8 e Melhor Fêmea Jovem 5/8 7º INTERCALU. - Campeão Torneio Leiteiro até 5/8 em 2005 e em 2006. - Grande Campeã 5/8 Prata 2007. - Melhor criador 5/8 EXPOPRATA 2008. - 2º Melhor criador Geral EXPOPRATA 2008. Para que todos esses títulos fossem alcançados, a Morada Corinthiana vem realizando trabalho de inseminação artificial desde o ano de 1992. Acasalamentos programados com matriz do teste progênie a partir de 1999; seleção de doadoras a contar de 2002; controle leiteiro oficial pela Girolando a contar de 2002; Utilização de Fecundação in vitro desde 2006 e Aquisição de doadoras do Gir Leiteiro para produção de 1/2 sangue a partir de 2007.

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Várias doadoras se destacam do plantel criteriosamente selecionado pela Corinthiana, entre as doadoras com 1/4 de sangue holandês, merece destaque a mais recente recordista da Fazenda: Malhada, superando a marca de 11 mil quilos de leite na última lactação. Ela superou a doadora Boneca, a Garça e a fantástica Raposa, todas próxima dos 10 mil quilos de leite. A Raposa, hoje no plantel da Fazenda Valinhos, dos amigos Daniel e Magnólia, deixou filhas 5/8 como Jalita (recordista na Girolando, primeira lactação com 10.300 quilos de leite, e destaque nas pistas), e Ciça que fechou sua 1ª Lactação com 8.959 quilos. Merece destaque a Trepadeira, hoje doadora 1/4 da Tropical Genética. Suas filhas Lenda e Linda, mojadinhas, certamente brilharão nas pistas e nos concursos leiteiros. Nas doadoras 1/2 sangue, o destaque fica por conta da grande recordista Baronesa, mais de treze mil quilos de leite; Águia, vencedora de concurso leiteiro; Serena, 9.820 quilos, com título em melhor úbere, é filha da poderosa Siriema, matriarca na formação do plantel da Morada Corinthiana. A Candeia é outra que chegou e já fez bonito nas pistas também. É destaque na produção de embriões com controle leiteiro na média próxima de 40 quilos, projeta lactação acima dos 10 mil. No plantel 5/8 e 3/4 o destaque é da Vibração, nossa recordista ¾, com 13.701 quilos e MARA, 5/8, 50% vendida aos parceiros e amigos Rodrigo e Fábio

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Franco da Estância Gameleira, fechando lactação acima dos 14 mil. As duas com títulos de Grandes Campeãs são filhas de Juror Beta. As mães Morgana e Mamona têm títulos e produção que muito orgulha o nome da Corinthiana. Bom, agora voltando ao nosso assunto, que é a

culinária, a Corinthiana também é nota 10. Além do local muito agradável e as companhias perfeitas para a ocasião, nós fomos servidos com uma maravilhosa galinhada, que merece todo o nosso respeito. Confira a receita.

Galinhada Ingredientes

- 1/2 xícara (chá) de óleo - 1 galinha cortada em pedaços - 5 dentes de alho amassados - 1 cebola picada - 1 pimenta dedo de moça - Pimenta do reino a gosto - 1 tomate picado - 2 cubos de caldo de galinha - 1 xícara (chá) de salsinha picada - 2 xícaras (chá) de arroz - 1 1/2 litro de água quente (mais ou menos) - Suco de 1/2 limão - 1 cenoura ralada - 1 xícara (chá) de cebolinha picada (para finalizar o prato). www.interural.com

Preparo

Numa panela grande coloque o óleo, deixe esquentar e doure bem os pedaços de frango até ficar na cor caramelo. Faça um refogado com o alho, a cebola, as pimentas, o tomate picado, o caldo de galinha e a salsinha. Incorpore o arroz ao molho, coloque a água quente e o suco de limão e deixe cozinhar. Quando a água estiver secando e o arroz estiver cozido, junte a cenoura ralada, a cebolinha e mexa devagar. Tampe a panela e desligue o fogo.

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EVENTOS

Encontro

9º Encontro Difusores de Tecnologia Pioneer® O evento, realizado no salão de convenções do Center Shopping, em Uberlândia (MG), reuniu, em dois dias, cerca de 200 pessoas, entre produtores, técnicos e profissionais da área agrícola, além de convidados, que participaram de palestras e debates com objetivo de proporcionar conhecimentos, que vão ao encontro Excelente Público presente de melhores práticas de manejo, administração e inovações tecnológicas que possam trazer resultados positivos às atividades da agricultura, com ênfase na produção de milho e soja. O coordenador técnico regional da Pioneer, Fabrício Ferreira Viana, acredita que o encontro de difusão colabora para o bom desempenho da agricultura, uma vez que as pessoas Gustavo D. C. Faulin – Agricultura de Precisão passam a ter contato com tecnologias direcionado para a área de implantação das que, bem direcionadas, levam a uma culturas boa produtividade e uma melhor administração da atividade rural. Para o gerente regional da Pioneer, Eduardo Binotto, o evento de Uberlândia foi um sucesso, não só pelo número de participantes, como pelos assuntos debatidos. “Foram temas importantes, que, sem dúvida, deixaram Eduardo Binotto – A Solução Completa: Genéas pessoas inteiradas sobre as práti- tica + Biotecnologia + Prestação de Serviço cas que podem fazer um diferencial no cotidiano do agricultor”, destacou. Um dos grandes diferenciais do Encontro Difusores de Tecnologia é que a Pioneer abre espaço para os participantes sugerirem os assuntos para os debates. Para o representante comercial da Pioneer em Uberlândia, Carlos Torquetti, o evento é um sucesso, pois, André Aguirre – Herculex – A nova Geração de além de terem acesso às novas infor- Tecnologia no Controle da Lagartas do Milho mações, os participantes têm a opor- Pioneer, André Aguirre Ramos; “Agricultunidade de trocar experiências com tura de precisão direcionada para área representantes de outras regiões. de implantação das culturas de milho Dentre os assuntos abordados e soja”, ministrada por Gustavo Faulin; no 9º Encontro Difusores de Tecnologia “Novas tecnologias para manejo de doPioneer, estiveram: “Precisão de plan- enças em milho”, com o Coordenador tio – Uma nova abordagem”, com o En- Técnico da Pioneer, Fabrício Viana; “A genheiro Agrônomo da Pioneer, Delson Solução Completa Pioneer: combinaHorn; “Herculex - A nova geração de ção de híbridos em associação com tecnologia no controle de lagartos e mi- a tecnologia de marcadores moleculho, “com o Engenheiro Agrônomo da lares, tecnologia Bt e Tratamento de 80

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Delson Horn- Precisão de Plantio Uma Nova Abordagem

CTR – Novas Tecnologias para Manejo de Doenças em Milho

Leonardo Sologuren – Perspectivas do Mercado de Milho e Soja

Respostas aos questionamentos

Sementes Industrial”, com o Gerente Regional da Pioneer, Eduardo Binotto; e ainda “Perspectivas do mercado de milho e soja” com o analista de mercado Leonardo Sologuren. Tecnologia de proteção contra insetos Herculex® I desenvolvida pela Dow AgroSciences e Pioneer Hi-Bred. ® Herculex® I e o logo HX são marcas registradas da Dow AgroSciences LLC. www.interural.com


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EVENTOS

Homenagens

Prefeitura comemora Dia do Produtor Rural Mineiro O prefeito de Uberlândia Odelmo Leão, a secretária de Agropecuária e Abastecimento, Walkiria Borges Naves Loreno, e representantes de entidades ligadas ao setor rural, participaram, no Centro Administrativo Municipal, de uma solenidade para marcar o Dia do Produtor Rural Mineiro comemorado no dia 07 de julho. “Isso é o reconhecimento da Prefeitura Municipal para os produtores que se destacaram. Esses homens e mulheres são responsáveis por 12%, e a agroindústria representa 35% do Produto Interno Bruto (PIB) Nacional”, destacou o prefeito Odelmo Leão, que entregou placas em homenagem a 20 representantes de diversas atividades. De acordo com a Secretaria Municipal de Agropecuária e Abastecimento, a área rural de Uberlândia abrange mais de 368 mil hectares e são 3.260 produtores rurais. “Esse é o momento de agradecer o trabalho de todas essas pessoas”. “Nós queremos também ouvir deles quais os problemas enfrentados e buscar soluções. Esse é o trabalho da Prefeitura de Uberlândia, melhorar a vida dessas pessoas”, assegurou Walkiria Borges. Terezinha Gomes Souza produz queijo, requeijão e doces na propriedade rural, que fica na saída de Uberlândia para Araguari, e foi uma das homenageadas pela comercialização de seus produtos na feira do produtor rural. Para ela, homenagens como esta valorizam todo o trabalho dos produtores. “Essa comemoração mostra que somos importantes. Ficamos felizes pelo apoio dado pela Prefeitura”, ressaltou. A produtora Marli Dias Martins também recebeu o presente das mãos do prefeito, na atividade Agroindústria. Antes, fez questão de entregar ao prefeito uma cesta de produtos com itens produzidos em sua fazenda. “Foi 82

um agradecimento a tudo que ele tem feito pelos produtores. Para nós, mulheres rurais, esse apoio e reconhecimento nos incentiva a continuar trabalhando, expondo os nossos produtos”, expôs Marli. A administração municipal desenvolve diversos projetos para o setor e tem investido, nos últimos anos, para dar mais qualidade de vida aos produtores rurais. “Fizemos uma ampla reestruturação na educação, saúde e infraestrutura. Temos feito, constantemente, a recuperação de estradas vicinais. Fizemos a pavimentação da estrada que liga Uberlândia à Tenda dos Morenos e estamos trabalhando na pavimentação da MG-455, entre Uberlândia e Campo Florido”, ressaltou o prefeito. Depois da entrega das placas de homenagem, os produtores parti-

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ciparam de uma palestra com Djalma Ferreira Pelegrini, pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) sobre o tema “Desenvolvimento Tecnológico e os Desafios para o Produtor Rural”. “Hoje, o principal problema do produtor rural é a comercialização do seu produto. Por estarem atrelados ao setor industrial e comercial urbano, eles não conseguem colocar preço em sua mercadoria”, explicou o palestrante. Djalma enfatizou, ainda, algumas alternativas para os micro e pequenos produtores. “O associativismo e o cooperativismo são as principais ferramentas para superar o problema. Juntos, eles conseguem valorizar seus produtos. Outra saída é agregar as tecnologias corretas para diminuir os custos de produção”, orientou o pesquisador. www.interural.com


Homenageados Diego Martins Ferreira “Jovem Rural” Vicente Antônio Leite “Produtor Feirante” Thiago Soares Fonseca “Suinocultura” Júlio César Pereira Júnior “Produção de Grãos” José Antônio Marquez Grama “Pecuária de Corte” João Carlos Semenzini “Avicultura” Antônio Gomes Lopes “Programa Buriti” Marcelo Luiz Costa “Leite a Pasto” Moacir Moreira de Souza “Agricultura Familiar” Fabiana Oliveira Amâncio“Programa de Aquisição de Alimentos” Jerônimo Gomes Ferreira “Pecuária de Leite” Cassius Vinícius Barbosa Sena“Ovinocultura” Terezinha Gomes Souza “Feira de Produtos Rurais” Paula Katiane Boesing Hensing “Apicultura” Paulo Roberto Andrade Cunha “Genética Bovina” Marli Dias Martins “Agroindústria” Roberto Pereira de Oliveira “Pecuária de Leite” Welder José Peixoto Barbosa “Fruticultura” José Carneiro Pereira “Horticultura” Rose Pessanha “Equinocultura”

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EVENTOS

Megaleite 2010

MEGALEITE 2010 A copa do mundo do leite termina com quebra de recordes A MEGALEITE 2010 terminou essa semana com balanço positivo e quebra de vários recordes. O evento reuniu as principais raças leiteiras do país no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), entre os dias 27 de junho e 5 de julho. Alguns dos destaques foram os recordes dos Torneios Leiteiros das raças Girolando e Gir Leiteiro, cujas campeãs bateram as produções nacionais, e de preço de animais nos leilões. Este ano, a feira contou com a presença das raças Girolando, Gir Leiteiro, Guzerá, Indubrasil, Sindi, Holandês, além dos búfalos. Para o próximo ano, a raça Pardo-Suíço e o cruzamento Guzolando anunciaram que irão participar. A feira foi visitada por estrangeiros de vários países, inclusive da Índia, que estão interessados em importar a genética das raças leiteiras do Brasil. Já a Associação Boliviana Asocebu pretende firmar convênio com a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando para “importar” a tecnologia utilizada pela entidade no registro e melhoramento genético de animais. Confira os números da MEGALEITE 2010, a Copa do Mundo do Leite. Julgamentos Quase 1.500 animais disputaram os grandes campeonatos na pista da MEGALEITE 2010. A raça Girolando teve 679 animais concorrendo em sua 21ª Exposição Nacional. A 12ª Exposição Nacional do Gir Leiteiro contou com 620 exemplares, e a 2ª Exposição Interestadual de Gado Holandês teve 57 concorrentes. Os julgamentos tiveram transmissão ao vivo, direto da internet, pela TV WEB Girolando. A relação dos gran84

des campeões de cada grau de sangue da raça Girolando estão disponíveis no site da feira (www.girolando.com.br/ megaleite2010). A entrega de prêmios dos melhores do Ranking 2009/2010 da Girolando e dos vencedores na MEGALEITE, em cada grau de sangue, contou com a presença do campeão mundial da Seleção Brasileira Dejalma Santos. Durante a solenidade, ele foi homenageado pela Associação. Outro homenageado foi o zootecnista Celso Menezes, que, por mais de 21 anos, trabalhou na entidade, promovendo o crescimento da raça. As raças Indubrasil, Sindi e búfalos não disputaram na pista, mas proporcionaram exposição de animais durante toda a MEGALEITE. Torneio Leiteiro Vários recordes foram quebrados durante os Torneios Leiteiros da MEGALEITE. Na raça Girolando, a vaca meio sangue Bárbara Teatro Pedra bateu recorde, que já durava quatro anos. Ela produziu 240,740 kg/leite e obteve média de 80,247 kg/leite/dia, batendo o recorde anterior de 76,710 kg/leite/dia, que pertencia a Quartinha Terra Vermelha. Bárbara, que é de propriedade do criador Geraldo Marques, sagrou-se campeã geral do Torneio Leiteiro da MEGALEITE. Outros três recordes foram quebrados nessa edição da feira. AS vencedoras das categorias novilha meio sangue, novilhas 5/8 e vacas ¼, superaram as produções de 2009. A disputa contou com 38 fêmeas. No Gir Leiteiro, a grande campeã Fita FIV F. Mutum, que obteve média de 48,047 kg/leite/dia, bateu o recorde nacional da raça. A raça que-

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brou também o recorde de inscrições em Concurso Leiteiro. Foram 88 fêmeas disputando o campeonato. Na raça Guzerá, a vitória ficou com Galia MRN, de propriedade do criador Marcelo Palmério. Ela produziu 107,370 kg/leite e obteve média de 35,790 kg/leite/dia. Quinze fêmeas concorreram.

Debates e lançamentos A MEGALEITE abriu espaço para os produtores rurais apresentarem suas reivindicações. A feira sediou, pela primeira vez, uma audiência pública externa da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados. Os produtores pediram a instalação de medidas para investigar a política de preço do leite pago ao www.interural.com


criador, ação mais efetiva do governo federal para o fortalecimento do cooperativismo e política de proteção ao mercado interno. Os criadores que estiveram na feira também acompanharam o lançamento do 6º Grupo de Touros do Teste de Progênie, efetuado pela Embrapa Gado de Leite e pela Girolando. O Teste de Progênie permite conhecer o valor genético dos reprodutores para produção de leite por intermédio da avaliação das filhas desses animais. A versão on-line do Sumário de Touros pode ser acessada no site da associação www.girolando.com.br. Cursos Mais de três mil pessoas, entre crianças e adultos, aproveitaram a MEGALEITE para aprimorar os conhecimentos. O 20° Curso Intensivo de Julgamento da Raça Girolando abriu a programação da feira. Setenta pessoas, entre agrônomos, zootecnistas, médicos veterinários, estudantes das

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Ciências Agrárias e produtores rurais, participaram, durante três dias, de aulas teóricas e práticas sobre a raça Girolando e sobre julgamento. Para cerca de 35 idosos, a MEGALEITE também foi uma oportunidade de capacitação. Na Unidade de Atenção ao Idoso, da Prefeitura de Uberaba, eles participaram do curso teórico-prático “Tecnologia de Fabricação de Queijo Minas Padrão”, ministrado pela professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFET), Marlene Jerônimo. O Projeto Giroleite levou para a MEGALEITE três mil crianças do Ensino Fundamental da cidade de Uberaba (MG). Elas conheceram o funcionamento de todo o processo de produção do leite. Diversão O último final de semana da MEGALEITE proporcionou atrações culturais, como o 8º Encontro Regional de Veículos Antigos e Exóticos de Uberaba e a Exposição de Pequenos Animais.

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EVENTOS

Leilões da MEGALEITE registram boas vendas A MEGALEITE 2010 foi encerrada com balanço positivo e quebra de vários recordes. O evento reuniu as principais raças leiteiras do país no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), entre os dias 27 de junho a 5 de julho. Foram realizados 14 leilões, com um faturamento de cerca de R$ 8,2 milhões. Nessa edição, pode-se conferir o resultado de alguns leilões da feira e os animais destaques. O lote mais caro da MEGALEITE foi vendido no leilão Nobrezas do Gir Leiteiro. A fêmea Madre da Badajós foi adquirida por R$ 230.000,00 pelo condomínio formado por Paulo Ricardo Maximiano e Pitu. O 3º Leilão Ma Shou Tao, além de repassar a arrecadação da bilheteria para a entidade, também doou cerca de R$ 45 mil em uma ação social do Instituto Boa Fé. O montante foi arrecadado com a venda durante o leilão de uma aspiração de vaca Gir (para fazer Girolando) e de 25 pacotes de sêmen. O valor será utilizado para a compra de medicamentos. O evento foi realizado no Centro de Eventos Rômulo Kardec de Camargos, registrou várias quebras de recorde. A vaca mais cara da raça Girolando, já vendida em leilão no Brasil, foi comercializada, durante o pregão, pelo valor de R$ 100 mil. Até então, o recorde de preço pertencia ao 9º Grande Leilão Anual Girolando da fazenda Santa Luzia, realizado no final de abril deste ano, em que uma vaca foi vendida por R$ 80 mil. O 3º Ma Shou Tao e Amigos, que comercializou Girolando e Holandês, ainda registrou outros dois recordes: uma bezerra vendida por R$ 50 mil e uma prenhez por R$ 100 mil. A média geral de R$28.300,00 também ficou acima de todas já registradas nos leilões da raça. Os dois pregões foram realizados pela leiloeira Embral. Demonstrando muita organização e apresentando animais de alta qualidade para a produção de leite, o leilão FIV da Tropical Genética e convidados foi um dos destaques da programação da MEGALEITE em Uberaba. A empresa ofereceu 92 animais das raças Gir leiteiro e Girolando, tendo um 86

faturamento de R$ 651.800,00 com média de R$ 7.084,79 por animal. O 3º Leilão Mutum – VR Gir Leiteiro e Convidados, realizado no dia 2 de julho, reuniu giristas de várias partes do País, em busca de genética dos criatórios de Léo Machado e Dílson Cordeiro e de seus convidados. O leilão fez parte da programação MEGALEITE 2010, faturou R$ 827.333 com a venda de animais e prenhezes Gir Leiteiro, pela média geral de R$ 26.542. Os animais alcançaram a média de R$ 25.003, e as prenhezes, R$ 33.000. Uma prenhez sexada de fêmea, da doadora Fita Mutum em Vaidoso da Silvania, conquistou a maior cotação do leilão. O lote ofertado por Leo Machado Ferreira foi adquirido pela Agropecuária Palma por R$ 70.000. Vale destacar que Fita Mutum (C.A. Sansão x Dentosa TE F. Mutum) é a nova recordista de produção, com a média de 48,079 quilos, registrada na 12ª Nacional do Gir Leiteiro, realizada durante a Megaleite 2010. O leilão contou com a assessoria técnica da Leite Gir, realização da Programa Leilões e transmissão do TerraViva. O Leilão Virtual Projeto Fórmula 1 comercializou 22 lotes de novilhas, aspirações, prenhezes e be-

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zerras. O faturamento final ficou em R$162.400,00, e a média foi de R$ 6.496,00. A leiloeira responsável foi a Nova Sat. O 1º Centenário Genetics teve faturamento final de R$295 mil e média de R$4.623,00. O evento foi realizado no Tatersal ABCZ, e ofertou animais da raça Girolando. O Leilão Uniube / Ouro Fino teve faturamento de 445.800,00 e média de 13.111,76 para os 34 lotes. O evento virtual contou com a organização da Programa Leilões. A leiloeira também foi responsável pelos outros dois leilões virtuais da MEGALEITE. O Gir do Rio, realizado no dia 28 de junho, alcançou média de R$14.741,00, venda de 30 lotes e faturamento de R$442.230,00. O Gir Monte Verde, ocorrido no dia 29 de junho, atingiu média de R$42.272,00, venda de 30 lotes e faturamento de R$1.268.160,00. Quatro leilões da MEGALEITE, três deles organizados pela Girolando e um pelo Grupo Boa Fé, tiveram a bilheteria revertida para o Hospital do Câncer de Uberaba, que atende pacientes de mais de 150 municípios do Brasil Central. www.interural.com


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EVENTOS

Camaru 2010

Camaru 2010 Uberlândia já começa a viver a expectativa de mais uma exposição agropecuária. Ao contrário do que ocorreu no ano passado, quando a data de realização do Camaru foi alterada em função de recomendações do Comitê Municipal de Combate à Gripe Suína, este ano a feira volta a acontecer na data tradicional, começando no dia 28 de agosto e encerrando no dia 7 de setembro. Uma novidade na exposição deste ano será a realização da feira de animais em um único turno. “Nós decidimos valorizar a qualidade. Foi bom para Uberlândia e para o Camaru, o que aconteceu em anos anteriores, quando realizamos aqui uma das maiores exposições do país em número de animais. Isto contribuiu para projetar nossa feira e despertar o interesse de grandes criadores de vários estados brasileiros. Agora, queremos nos destacar também pela qualidade.

Sabemos que, limitando o número de argolas, estaremos contribuindo para que venham para a feira apenas os melhores animais”, avaliou o presidente do Sindicato Rural de Uberlândia, Paulo Ferolla da Silva. Ainda sobre a exposição de animais, participarão da 49ª Exposição Agropecuária de Uberlândia, as raças Nelore, Gir, Brahman, Girolando, Holandês e Senepol. Na parte de equinos, a exposição será aberta pela raça Mangalarga Marchador e, na sequência, entrarão no parque as raças Paint Horse e Quarto-de-Milha. Para quem gosta de rodeio, vale a pena esperar, pois uma grande estrutura está sendo preparada para este ano, e o rodeio do Camaru promete grandes surpresas. Na parte de negócios, muitas empresas já confirmaram presença no Camaru 2010 e já estão acertadas as datas para a realização de grandes leilões, sendo um da raça Gir, dois da

raça Nelore e um de equinos. “A diretoria do Sindicato Rural está muito empenhada na organização do Camaru 2010. Tudo está sendo feito com muita dedicação, para que possamos realizar mais uma grande feira agropecuária, projetando, mais uma vez, o nome de Uberlândia no cenário nacional e recebendo aqui pecuaristas de todo o Brasil e a população da nossa cidade, que sempre prestigia a nossa exposição”, concluiu Paulo Ferolla.

Girolando Confirmando a importância da região dentro da bacia leiteira de Minas Gerais, o Camaru 2010 reunirá, em Uberlândia, grandes criadores da raça Girolando. O julgamento colocará em pista animais dos mais conceituados selecionadores de diversos estados. Nos últimos anos, Minas Gerais se tornou um dos maiores exportadores de animais Girolando, responsável por mais de 60% do rebanho leiteiro do Estado. Estes fatores contribuíram para que ocorresse uma valorização ainda maior desta raça, despertando o interesse de novos criadores e in-

centivando o trabalho de seleção em criatórios já constituídos, na busca por animais cada vez mais melhorados geneticamente e de elevada capacidade para a produção leiteira.

para o proprietário do animal vencedor será um carro zero quilômetro.

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Torneio Leiteiro Todo o potencial produtivo da raça Girolando será colocado à prova no maior torneio leiteiro já realizado durante a Exposição Agropecuária de Uberlândia. Este ano, o torneio reunirá as diversas raças com aptidão leiteira, e o animal campeão será aquele que mais se aproximar do recorde de produção dentro da sua raça. O prêmio

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Gir Com o sucesso das exposições realizadas nos últimos anos, o Camaru se tornou uma referência, quando se fala em exposições da raça Gir. Com muito empenho, dedicação e bom relacionamento com criadores de outras regiões e até mesmo de estados distantes, vem sendo realizado em Uberlândia, ano após ano, uma das mais importantes feiras dessa raça no país. Se depender dos organizadores, este ano não será diferente. O objetivo

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é trazer, para o Camaru, o que há de melhor em termos de genética, nas linhagens leiteira e dupla aptidão. Para os organizadores, esse sucesso das exposições agropecuárias em Uberlândia fez do Camaru um polo de união dos criadores do Gir no Brasil. Hoje, o Gir é a raça que mais cresce no país, tanto em plantel, quanto em número de criadores. É também a raça que mais exporta sêmen e embriões. Por este motivo, a expectativa em torno da exposição é muito grande. No total, quatrocentas argolas foram reservadas para o Gir. Para quem busca animais de qualidade e genética apurada, a oportunidade acontecerá no dia 6 de setembro, a partir das 20h, por meio de um grande leilão, que levará a remate o que há de melhor em termos de animais para melhoramento de plantel. O leilão poderá ser acompanhado em todo o Brasil, por intermédio do Canal Terra Viva.

Brahman O Brahman vem ganhando

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cada vez mais espaço na pecuária brasileira. No Camaru 2010, a exposição da raça acontecerá mediante a da Associação Mineira do Brahman e trará, para Uberlândia, os maiores e mais conceituados criatórios da raça em todo o Brasil, além de selecionadores da região, com animais da mais alta linhagem e resultado de um elevado critério de seleção, que vem sendo adotado desde a chegada dos primeiros exemplares no país. Além dos criadores de gado de elite, os pecuaristas brasileiros também descobriram no Brahman um parceiro adequado para os cruzamentos com as outras raças, visando, principalmente, ao aumento na produção de carne. Entre as principais características da raça, que são transmitidas aos seus descendentes, estão a precocidade e a rusticidade, que possibilitam a estes animais chegar ao ponto de reprodução e abate muito antes que outras raças, e em qualquer tipo de clima. Por estes motivos, o Brahman será um dos destaques dentro da 49ª Exposição Agropecuária de Uberlândia.

Fazendinha A comissão organizadora do projeto social Fazendinha Escola – que acontece durante a Exposição Agropecuária de Uberlândia – Camaru – encontrou-se, no dia 11 de junho, na sala de reuniões do Sindicato Rural de Uberlândia, para discutir o formato da edição deste ano. Além de representantes do Sindicato Rural, o encontro contou com a participação dos representantes do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), do Instituto Federal de Uberlândia e da Cooperativa Agropecuária Ltda. de Uberlândia (Calu). A Calu, até o momento, foi a primeira empresa parceira que confirmou novamente a participação no projeto. “Como todo ano, nós estaremos presentes na Fazendinha Escola, propagando a cadeia produtiva do leite. Essa parceria é muito importante para nós, pois é um espaço para divulgarmos todas as etapas que envolvem a produção dos lácteos, desde a fazenda até chegar ao consumidor. Dessa for-

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EVENTOS

ma, as crianças têm um contato com informações que nem sempre estão à disposição delas, e contribuímos, assim, com a valorização de uma alimentação saudável, focando a importância do trabalho do produtor rural como fornecedor de matéria-prima para a produção dos alimentos”, comenta o presidente da Cooperativa, Eduardo Dessimoni. Para este ano, a comissão organizadora pretende incluir novos parceiros para diversificar os temas abordados aos alunos que visitarão o espaço. “Quanto mais informações fizermos chegar até eles, estaremos alcançando nosso grande objetivo, que é fazer com que as crianças tenham contato com o meio rural, apresentando a elas como são as etapas da cadeia de produção dos alimentos que elas consomem diariamente”, defendeu uma das coordenadoras do projeto, Tereza Cristina. “Esse é um projeto que engrandece muito a nossa exposição agropecuária e vamos empenhar para que, como em todos os anos, a Fazendinha Escola seja um sucesso”, prometeu Carlos Augusto, secretário executivo do Sindicato Rural de Uberlândia.

2010, que terá ainda nomes consagrados da música brasileira, como os de Luan Santana, Bruno e Marrone, Alexandre Pires, Eduardo Costa e Maria Cecília e Rodolfo, entre outros. “Há muito tempo o Camaru não tem uma relação de shows tão boa como a deste ano. Além disso, estamos investindo também na estrutura, visando oferecer mais conforto e segurança ao público. Neste sentido, a grande novidade serão os camarotes vips open bar que serão

comercializados e ocuparão uma área estratégica dentro da área de shows”, informou Peninha, empresário responsável pela contratação dos shows da 49ª Exposição Agropecuária de Uberlândia. O Camaru 2010 terá dois dias de portões abertos (31 de agosto e 7 de setembro). Nos dias de shows pagos, o ingresso de pista custará R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia entrada). O horário de início dos shows será às 23 horas.

Shows Com Zezé di Camargo e Luciano no palco, será aberta, no dia 28 de agosto, a grade de shows do Camaru

Agenda de shows 28/08 29/08 30/08 31/08 01/09 02/09 03/09 04/09 05/09 06/09 07/09 90

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Zezé di Camargo e Luciano Luan Santana Bruno e Marrone Humberto e Ronaldo e convidados Festival sertanejo Gravação DVD Banda Kaçamba Alexandre Pires Eduardo Costa Marco e Mário Maria Cecília e Rodolfo Gustavo Lima e Convidados

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EVENTOS

Programação Camaru 2010

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LEILÕES

CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES

Vida de Leiloeiro Para a matéria especial, vida de leiloeiro, desta edição, a Revista InteRural foi até a cidade de Rio Verde, uma das mais importantes do interior do estado de Goiás, conhecer um pouco da vida e da trajetória profissional do leiloeiro Divinomar Alves Marques. O nosso contato com ele começou a partir de um leilão realizado em Joviânia-GO, organizado pela InteRural Leilões, em que ele foi o responsável pela batida do martelo. Já naquela oportunidade, ficou em evidência o carisma que tem para conduzir os trabalhos diante dos convidados e criadores. “Sou de Cachoeira Alta, nasci no dia 12 de maio, origem de família humilde, porém de trabalhadores, que, no ano passado, foram cafeicultores”, declara Divinomar. Filho de José Barbosa Marques e Ambrosina Alves Barbosa, é o mais novo de 3 filhos e já trabalhou como engraxate, balconista ajudante de bar, pintor de letras, desenhos, faixas etc. Apesar das dificuldades da infância e adolescência, conciliava o trabalho com os estudos, e concluiu o 2º grau no colégio estadual Manoel da Costa Lima, em Cachoeira Alta. “Sobre a minha vocação de leiloeiro, começou na juventude, eu tinha experiência de locução e passei a ser requisitado para leilões de igrejas, quermesses, festas de colégios, era muito divertido e foi o meu melhor aprendizado para chegar aos leilões de animais”, destaca. De acordo com Divinomar, a primeira oportunidade como leiloeiro de gado de corte aconteceu em 1992, por intermédio do presidente do Sindicato Rural de Rio Verde, o Sr. João Carlos de Carvalho Fonseca. “Nunca vou me esquecer, afinal de contas, ter oportunidades nesse meio era uma coisa muito difícil e, desde aquela época, procurei me cercar de pessoas boas”. Para adquirir conhecimentos e melhorar a forma de atuar, Divinomar passou a observar os leiloeiros experientes e de cada um foi tirando o melhor. “Entre todos, o que mais me incentivou, e eu até o considero meu padrinho de martelo, foi o Eduardo Gomes, 94

Dvinomar Alves Marques que vinha de Uberaba trabalhar aqui”, lembra-se. O credenciamento na Federação da Agricultura do Estado de Goiás foi em 1991, e, a partir de março de 1997, filiou-se ao Sindicato Nacional dos Leiloeiros Rurais. Desde então, começou a trabalhar em Rio Verde, Cachoeira Alta, Caçu, Itarumã e outras regiões do país. “Considero leiloar uma arte, porque envolver as pessoas naquele ambiente é algo mágico, o grito das assistentes (pisteiras) me inspira. Todos os dias, agradeço a Deus por tudo isso, por ter me dado este dom. É muito contagiante”. Divinomar faz questão de enfatizar que trabalha no que gosta e que sempre está à vontade no recinto dos leilões. Outra coisa é poder compartilhar com o crescimento do mercado de leilões do país, podendo oferecer um trabalho sério e profissional na comercialização de animais, seja de qual raça for. Sobre essa parte do agronegócio, que envolve a venda de animais, ele considera o leilão de recinto mais aconchegante, emotivo, chama mais a atenção e propicia maior animação. O próprio ambiente garante mais argumentos, e quanto mais público melhor. Na avaliação desse leiloeiro, o leilão virtual é mais técnico, exige maior concentração, fala-se para quatro paredes, mesmo assim, sabendo estar trans-

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mitindo as informações e atingindo o público alvo à distância, tem que informar os mínimos detalhes dos animais e dos lotes. Mas nem por isso as dificuldades deixam de ser superadas. Divinomar considera os leilões uma forma interessante do Pecuarista se encontrar, conversar e fazer outros negócios fora do mercado de animais. Conciliar a vida particular com a profissional é uma das dificuldades que o leiloeiro enfrenta. São muitos os compromissos e viagens. “Por isso, sempre que estou de folga procuro estar, ao máximo, junto da família, sou solteiro, moro com minha mãe, uma irmã e duas sobrinhas”. O trabalho de vender gado despertou nele o interesse pela criação de animais e, atualmente, já faz alguns investimentos na criação de gado de corte. O negócio ainda está no começo, vai bem, mas nem por isso abandonou a fábrica de troféus e uma agência de publicidade que mantém em Rio Verde-GO. Para ele, ser leiloeiro requer muita responsabilidade e cuidar da voz é uma obrigação. Para isso, costuma tomar muita água e aproveitar bem as horas de sono. “Assim que posso, nos fins de semanas, fico com minha mãe, em casa, e, aos domingos, gosto de fazer um arroz carreteiro e uma costela de vaca recheada (Meu prato preferido). Adoro cozinhar”. www.interural.com


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LEILÕES

CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES

Leilão

Expoinel 2010 amplia calendário de julgamentos e oferece nova programação de leilões Com o objetivo de fortalecer os negócios, a maior feira brasileira da raça ganha programação diferenciada de leilões e o calendário de julgamentos foi ampliado em mais dois dias. J á está em ritmo acelerado a organização das ações para a 39ª Exposição Internacional do Nelore – Expoinel 2010, que será realizada no período de 16 a 26 de setembro no Parque de Exposições Fernando Costa, em Uberaba (MG). Boa parte do calendário de atrações já está definida. O evento, que se configura como uma oportunidade ímpar para a interação de todos os agentes da cadeia produtiva da carne bovina, é promovido pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), com o apoio da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Revista Dinheiro Rural e Dow AgroSciences. As inscrições dos animais estão abertas e podem ser feitas até o dia 3 de setembro. O valor unitário da argola é o mesmo praticado no ano passado. Até 15 animais o preço é de R$ 220,00 para sócios da ACNB com suas obrigações sociais em dia e R$ 320,00 para não sócios ou sócios em atraso. Acima de 15 animais, o valor é de R$ 200,00 para sócios e R$ 300,00 para não sócios ou sócios em atraso. Os preços são válidos para inscrições feitas até o dia 31 de agosto e podem ser parcelados. Após essa data, os valores serão reajustados. O calendário técnico também está definido. A pesagem e a data base acontecem no dia 17. Uma novidade desta edição é que o período de julgamentos foi ampliado em mais dois dias com o objetivo de favorecer o trabalho dos jurados e o acompanhamento por parte dos criadores. Os julgamentos serão realizados de 19 a 26 de setembro. Os Grandes Campeonatos, que aconteciam no último sábado da exposição, desta vez, serão 96

realizados no domingo (26). Além dos julgamentos e leilões, estão programados shoppings oficiais, com oferta de excelentes animais da raça Nelore, o Concurso Melhor Tratador Expoinel, que premia os profissionais que se destacam durante todo o evento, desde os bastidores à apresentação dos animais. E também ações voltadas ao exercício da cidadania e do consumo consciente, como os cursos da Cozinha Nelore Natural, ministrados pelo chef Paulo Ramos e o Projeto Saúde Brasil – Carne, que ensina a crianças os passos da alimentação balanceada, da preservação ecológica e cadeia produtiva da

carne. Leilões – Para este ano, a programação dos leilões ganhou novo formato. A organização do evento, em conjunto com os promotores e leiloeiras, fez mudanças para que a maioria dos remates aconteçam à noite. Somente nos finais de semana da exposição, sexta-feira a domingo, e nas quartas-feiras, os leilões serão realizados à tarde e à noite (veja programação). “Os criadores terão maior disponibilidade para visitarem os pavilhões, estandes da feira, os shoppings oficiais e manterem seus contatos comerciais e pessoais”, afirma André Locateli, gerente executivo da ACNB.

(*) Programação atualizada em 21/07/2010. Calendário sujeito a alterações.

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Leilão da Fazenda Brumado fatura R$ 12.590,00 milhões A grande venda do rebanho Nelore POI da Fazenda Brumado, do criador Rubico Carvalho, realizada de 16 a 19 de julho, no Recinto de Leilão da Leilopec, em Uberaba (MG), certamente, entra para a história não só pela qualidade única da genética oferecida, mas também pelo feito incomparável de reunir mais de 2 mil criadores, durante quatro dias, na maior venda já realizada na pecuária de corte brasileira. O faturamento de mais de R$ 12.590 milhões, acumulados com a venda de 245 lotes, na maioria matrizes, teve média individual por lote de R$ 51.387,76. O lote de maior preço de todos os leilões foi vendido ainda no primeiro dia (16), a fêmea Jatendra V POI Brumado, adquirida pela Fazenda Guadalu-

pe, de Santo Antônio do Aracangua (SP), pelo valor de R$ 510 mil. Nos leilões de Sábado e Domingo, os grandes destaques foram Lungi POI Brumado, vendida para os pecuaristas Adhilson Santos e Flávia Modesto Teles de Melo, além de Jayanti FIV POI Brumado e Mallika FIV POI Brumado, adquiridas por Limírio Costa Filho, Fazenda Machadinho, Goiás. Na segunda-feira (19), foi batido o recorde nacional de machos jovens da raça Nelore com a venda do bezerro Nandam FIV POI Brumado, de apenas três meses, pelo valor de R$ 250 mil reais. A distribuição dos lotes por categoria mostra a maior oferta de matrizes, total de 114 lotes, das quais cinco paridas, seguidas das

novilhas com 27 lotes e 16 bezerras. Os machos, poucos animais, somaram oito bezerros e um touro vendido por R$ 98 mil. Segundo Tônico de Carvalho, o primeiro leilão de Nelore da megaliquidação Brumado foi um grande sucesso, e a comprovação disso é que foram efetivadas vendas para 84 compradores diferentes, em oito estados da federação. “Prova de que a genética Brumado continuará dando bons frutos, agora, em vários cantos do Brasil”, declara. A programação de vendas da megaliquidação do plantel Nelore e Brahman PO e POI da Fazenda Brumado continua com leilões presenciais e virtuais, já agendados para até o dia 2 de outubro, quando os organizadores esperam totalizar a venda.

Leilão da Marca Dando sequência à programação dos leilões virtuais, a InteRural – empresa, do agronegócio de Uberlândia, realizou dia 28 de julho o “Leilão da Marca”, apresentando excelentes animais da pecuária leiteira de Minas Gerais. Na oportunidade, foram reunidos animais dos criadores Lázaro dos Reis Magalhães, fazenda gramado – Uberlândia; Maurício de Freitas Cardoso – fazenda Espigão Grande, Araxá; Noeli Moraes Araújo, fazenda São Francisco, Uberlândia; Pedro Ribeiro Carvalho – fazenda Jangada de Ibiá; e Thiago Moreira Vasconcelos, fazenda Bom Jardim de Santa Vitória. Por intermédio destes criadores, foram ofertados 186 animais, distribuídos em 30 lotes. O evento

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foi transmitido pelo canal Terra Viva – do grupo Bandeirantes. O leiloeiro foi Cássio Paiva, que, mais uma vez, demonstrou muito profissionalismo na condução dos trabalhos e apresentação dos animais. Desta forma, Cássio Paiva vem se sobressaindo como um dos profissionais de mais destaque na realização de leilões virtuais. Por meio da batida do martelo, o leilão teve um ótimo resultado, obtendo médias acima do planejado. Vacas Girolando R$ 3.090, novilhas Girolando prenhes R$ 1.930, novilhas Girolando R$ 1.680, vacas Jersey R$ 3.400 e novilhas Jersey R$ 2.700. Aproveitando a boa qualidade dos animais ofertados, o comprador destaque foi o criador Ademar Júlio Peixoto.

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LEILÕES

CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES

Leilão Tropical

Tropical Genética promove 4º leilão Leite Em uma noite baste movimentada foi realizado no dia 30 de julho o 4º Leilão Leite, organizado pela Tropical Genética e fazenda Morada Corinthiana. O evento teve o suporte da Nova Sat Leilões e transmissão do Agrocanal. O remate aconteceu no tatersal de elite do Sindicato Rural de Uberlândia, MG. O local ficou lotado com a presença de produtores de Uberlândia e região. A Tropical Genética reuniu 118 animais da raça girolando e gir leiteiro, entre doadoras, prenhezes, bezerras, novilhas e vacas. A Tropical Genética se destaca pelo trabalho desenvolvido no melhoramento genético nas raças gir e girolando e também na produção de leite resultado de um rebanho qualificado. A empresa surgiu da união da Gama Pecuária e Curicaca Agropecuária. Desde então, presta um grande serviço em favor da pecuária leiteira e do agronegócio nacional. O leilão obteve média de R$ 5.832,00 por animal.

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Leilão

Leilão Faz. Nossa Senhora Aparecida A InteRural, empresa do agronegócio de Uberlândia, realizou, no dia 1 de julho, o leilão de gado leiteiro da fazenda Nossa Senhora Aparecida, do município de Prata-MG, do criador Márcio Antônio Camargo Teodoro, conhecido na região como Teodoreco, e José Roberto Teodoro Franco, da fazenda Goiaba. O evento foi transmitido pelo canal Terra Viva, tendo como leiloeiro Cássio Paiva. Foram ofertados 220 animais, distribuídos em 34 lotes. De acordo com os criadores, os animais colocados à venda possuem o melhor da genética leiteira e, no momento da produção, oferecerão bons rendimentos. O leilão foi bastante concorrido, e quem viu a transmissão pôde conferir excelentes animais da

pecuária leiteira do Triângulo Mineiro, uma das principais regiões produtoras do Estado. Destacando a boa qualidade dos animais. As vendas deixaram os criadores satisfeitos e registraram as seguintes médias: novilhas Girolando prenhez, R$ 2.480,00; Novilhas Girolando, R$ 2.100,00; Novilhas Jersey, R$ 2.300,00; e Bezerras Jersey, R$1.670,00. De acordo com o criador Márcio Antônio Camargo Teodoro (Teodoreco), é importante destacar o trabalho feito pela InteRural na organização do leilão. Tudo transcorreu dentro do mais alto nível de profissionalismo, desde a filmagem do gado na fazenda, passando pela divulgação, até a venda final. A InteRural está de parabéns.

Leilão virtual gir leiteiro O leilão virtual Gir leiteiro União de Amigos foi um dos mais aguardados durante o mês passado. Reunindo animais dos criadores João Francisco de Freitas Costas, Wilson Carneiro, UNIUB e outros convidados, o evento apre-

sentou 49 exemplares altamente selecionados da genética leiteira de Uberaba-MG. O leilão teve a transmissão do Agrocanal e, no final, registrou as seguintes médias. Bezerra Gir leiteira R$ 7.872 e novilha Gir leiteira R$ 4.320.

leilão de liquidação de plantel da Fazenda Pomária Com a organização da nova Sat leilões, foi realizada, no dia 25 de julho, a segunda etapa do leilão de liquidação de plantel da Fazenda Pomária, do município de Cambuquira, sul de Minas Gerais. O criador Silvio Pereira colocou a venda 110 animais, voltados para a produção de leite. O evento foi transmitido para todo o Brasil pelo Agrocanal. Levando em conta a tradição que o 102

senhor Silvio Pereira conquista no investimento, para produzir animais de alta qualidade, o leilão foi bastante concorrido. A média de venda por animal atingiu a expectativa dos organizadores. Vacas Girolando em lactação R$ 5.463, Novilhas prenhes Holandesas R$ 5.076, novilha prenhe Girolando R$ 4.428. Vaca prenhe Jersolando R$ 3.888 e novilha Holandês R$ 2.727.

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3º Leilão Haras Araxá conquista R$ 1 milhão Promovido por Josiane Cardoso Matta Vidotti, o remate comercializou 35 lotes de animais Mangalarga de excepcional qualidade.

Unica da Araxá

Após 4 anos de recesso, um dos leilões mais aguardados pelo mercado de cavalos da raça Mangalarga retornou ao mercado em grande estilo, dia 23 de junho, e foi realizado com uma magnífica recepção promovida por Josiane Matta Vidotti, no Moinho Eventos, em São Paulo. Na ocasião, reuniram-se 450 pessoas, entre criadores e apaixonados pelo cavalo Mangalarga, e também grandes representantes da raça. O total dos investimentos, nos 35 lotes ofertados, somou R$ 1.056.000,00, conquistando média geral de R$ 30.200,00. “O Haras Araxá agradece a todos os amigos e investidores presentes, que prestigiaram nosso evento pessoalmente ou através do canal. Estamos muito contentes com o resultado que obtivemos e ele reforça a força da genética que oferecemos ao mercado”, ressaltou Josiane Vidotti. A fêmea Única da Araxá foi o lote mais disputado do remate, conquistando valorização de R$ 81.600,00. Os investidores que a levaram para casa foram Vinícius João Curi e José Borges da Cruz, do Paraná. Stella da Araxá foi a segunda fêmea mais valorizada, sendo arrematada por R$ 69.600,00, pelos compradores Rogério Cruz Dias Teixeira e Antônio Carlos Valle, de Goiás. Sagrou-se como maior vendedor dessa edição do leilão o Haras Araxá, e como maiores compradores os criadores Fernando Fernandes (Acre), Reginaldo Bertholino (São Paulo), Vinícius João Curi e José Borges da Cruz (Paraná) e Rogério Cruz Dias Teixeira e Antonio Carlos Valle (Goiás). www.interural.com


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Embral crava sua marca na Megaleite 2010 Cinco recordes quebrados e presença nos melhores leilões da edição de 2010 garantem a Embral Leilões na Megaleite do ano que vem A Sucesso absoluto. Esse é o balanço da Embral Leilões na Megaleite 2010, a Copa do Mundo do Leite, que ocorreu em Uberaba (MG) entre os dias 27 de junho e 5 de julho no Parque Fernando Costa. Logo no dia 30, o primeiro da participação da Embral no evento, foram cinco recordes quebrados em um só pregão, o 3º Leilão Ma Shou Tao & Amigos, que negociou exclusivamente animais da raça Girolando. Os números inéditos atingidos pela Embral foram: uma prenhez 1/2 Profana x Wildman vendida por R$ 100 mil, a bezerra 5/8 Kenia Frank Dom Nato por R$ 50 mil, a doadora 1/4 Colônia Sansão OG por R$ 100 mil, média geral de R$ 27.583,00 e faturamento de R$ 662.000,00. Recordes absolutos em leilões da raça Girolando. Leilão tradicional da Megaleite, o Úbere Cheio, realizado no dia 2 de julho, também cravou sua marca na Megaleite 2010, registrando uma média geral de R$ 11.864,00. Leonardo Beraldo, presidente da Embral, sintetiza a participação da empresa no evento: “Foram resultados expressivos e que já nos garantem ao menos mais dois leilões na Megaleite do ano que vem, além dos cinco que já renovamos para 2011. Mas nosso objetivo é o de organizar ainda mais leilões que isso. Comprovamos mais uma vez nossa força no mercado”, afirma. Mais de 5 mil pessoas passaram pelos leilões e visitaram o estande da Embral, elogiado em infra-estrutura e localização.

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Resultados dos Leilões • 30/6 - Leilão Centenário Genetics: média geral de R$ 5.780,00 • 30/6 - 3º Leilão Ma Shou Tao & Amigos: média geral de R$ 27.583,00 • 01/7 - 1º Leilão Girolando Nova Geração: média de R$ 5.194,00 • 02/7 - Leilão Úbere Cheio: média geral de R$ 11.864,00 • 03/7 - 2º Leilão Exclusivo 5/8 e PS: média geral de R$ 6.806,00

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3º Leilão Ma Shou Tao e Amigos, organizado pela Embral, quebra quatro recordes em leilões de Girolando e supera as médias gerais já registradas da raça O quarto dia da 7ª edição da Megaleite, principal feira da pecuária leiteira do Brasil, entrou para a história. O 3º Leilão Ma Shou Tao e Amigos, que ocorreu na noite de ontem (30/6) no Centro de Eventos Rômulo Kardec de Camargos, registrou a quebra de quatro recordes em leilões de Girolando. Pela primeira vez uma vaca da raça alcançou a cifra dos R$ 100 mil em leilões, superando em R$ 20 mil o recorde anterior. Outra das marcas, até então ainda inedita, foi a média geral de faturamento alcançada no pregão: R$ 27.582,00. De quebra, uma prenhez vendida por R$ 100 mil e uma bezerra por R$ 50 mil fecham a extensa lista de recordes quebrados no primeiro dia de participação da Embral na Megaleite 2010. Em seu primeiro pregão do evento, o 1º Leilão de Produtos FIV Centenário Genetics, realizado no Tatersal ABCZ, a média geral alcançada pela Embral foi de R$ 5.790,00 e a oferta foi também exclusiva de animais Girolando.

Embral supera os R$ 2,3 milhões em leilões de liquidação total Leilões organizados pela Embral nos dias 31 de Julho e 1º de agosto atingiram excelentes médias e comprovam que o mercado do leite está aquecido Nem o período de seca e as baixas temperaturas estão sendo capazes de esfriar o mercado da pecuária leiteira. Nesse final de semana, dois remates organizados pela Embral Leilões, apresentaram excelentes resultados e, juntos, superaram a marca dos R$ 2,3 milhões de faturamento, um número considerado extraordinário no mercado de liquidações totais. Em uma época do ano de aumento nos preços da produção e de redução nos índices de produtividade, devido ao pasto em fase de degradação pela falta de chuvas e o clima do inverno, a grande oferta do período não costuma oferecer faturamentos tão bons quanto os impostos pelos leilões. www.interural.com

Realizado em Álvares Florence (SP), no último dia 31, o leilão Liquidação Total da Estância Santa Izabel, do produtor Walter José Trindade, obteve média de mais de R$ 3.700 em 155 animais PO e PC da raça holandesa, entre bezerras, novilhas e vacas. O destaque do leilão, que registrou R$ 582.228,00 em faturamento, foi a venda das vacas em lactação, que chegaram aos R$ 4.600 de média. Já no dia 1º, o leilão Liquidação Total da Fazenda 3L, de Sebastião Célio Rodrigues da Cunha, em Ouro Verde de Goiás (GO), alcançou o faturamento total de R$ 1.764.672,00, uma marca histórica para uma liquidação total.

Leonardo Beraldo, presidente da Embral, destaca a seriedade e a qualidade dos animais que coloca em seus leilões. “Nada é mais importante no mercado que a qualidade dos animais. Seja em uma venda de animais de elite ou em um evento menor, os pecuaristas sabem analisar bons rebanhos. E o critério que a Embral utiliza nos leilões dá a quem compra a certeza que os produtos que levará são de qualidade”, destaca Leonardo, que também aponta como fundamental a esses resultados expressivos a valorização de animais de produção, que possuem boa genética.

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LEILÕES

CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES

Leilão Velocidade Máxima Edição Especial Haras Nova Santa América O Leilão Velocidade Máxima, Edição Especial, teve como promotor o Haras Nova Santa América e foi realizado na segunda-feira, 12 de julho, durante o Campeonato Nacional da ABQM, em Avaré (SP). O destaque do leilão foi Isis Bruby (Bruby Leo SA x Isis Sasa) com 175,5 pontos no Registro de Mérito (Superior), que saiu no valor de R$ 156 mil do Haras Nova Santa América, para Adriana Gomes Slaviero,

Curitiba (PR). Já entre as fêmeas, o destaque foi para Attack Fishers HDJ (Fishers Dash x Attack Dash), irmã materna de Massive Attack (AAAT-102 ganhador de penca de Carazinho/2001) e de Attack Crash (campeã APQM/ 2010 de Três Tambores), que saiu no valor de R$ 84 mil para o Haras Nossa Senhora Aparecida, de Guaíra (SP). O faturamento foi de R$ 1.102.040,00, obtendo a média de R$ 22.912,00.

3° leilão virtual haras real No dia 26 de julho, o 3° Leilão Virtual Haras Real reuniu embriões, matrizes, animais consagrados e em treinamento, frutos de cruzamentos nobres de linhagem de velocidade do cavalo quarto de milha, registrando a média de R$ 23.621,74. O animal mais valorizado do leilão foi a fêmea Sky Sound (Holland Ease X Hurrahs Sound), que saiu do Haras Real, para Francisco Gomes de Oliveira, no valor de R$ 66.000,00.

Sky Sound

Leilão Virtual Criadores de Cáceres O leilão realizado durante a 45ª Expoagro de Cáceres (250 quilômetros ao oeste de Cuiabá) superou as expectativas e comercializou aproximadamente 4 mil animais ofertados. As vendas, feitas por intermédio da Estância Bahia Leilões, alcançaram o montante de R$ 2,2 milhões. A Expoagro foi realizada pelo Sindicato Rural de 21 a 25 deste mês. O presidente do sindicato, Neto Gouveia, atribuiu o sucesso do evento ao profissionalismo na organização. “A forma de fazer gerou confiança e atraiu vendedores e compradores”. O Megaleilão foi transmitido ao vivo, em rede nacional, pelo canal Terra Viva, da Bandeirantes, que destacou também o potencial econômico e turístico de Cáceres. Além do leilão, a etapa do Cir106

cuito Mato-Grossense de Rodeio também foi considerada uma das melhores dos últimos anos, na avaliação do juiz da Federação Mato-Grossense de Rodeio, Reinaldo Gimenez. Outro evento que superou a expectativa foi o julgamento da raça Nelore, realizado durante dois dias. Dezenas de animais, vindos de várias regiões, ficaram expostos e receberam avaliações consideradas excelentes. Os juízes da Associação Brasileira de Criadores de Nelore elogiaram a qualidade dos animais colocados para o ranqueamento e, ainda, esta semana, a Associação Mato-Grossense de Criadores da raça irá divulgar a pontuação obtida em Cáceres. Na região, apenas Cáceres e São José dos Quatro Marcos são habilitadas para realização do ranqueamento estadual do Nelore.

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Isis Bruby

Leilão Virtual Fazenda Santa Teresa Organizado pela Embral Leilões e transmitido pelo Agrocanal, foi realizado, dia 27 de julho, o leilão virtual da Fazenda Santa Teresa, município de Uberlândia-MG. Para o leilão, a criadora Anna Maria Borges ofertou 80 animais Girolando, com destaque para 03 touros 5/8. Em Uberlândia, os convidados foram recepcionados em um salão de festas, onde puderam apresentar as propostas de compra. O leilão teve um faturamento de aproximadamente R$ 205.000,00, com média de R$ 3.000,00 por animal. De acordo com a criadora Anna Maria Borges, o resultado foi satisfatório, apesar de que nesse momento o preço do leite está em baixa. “Quem está neste ramo tem que enfrentar as variações de preço, sempre foi assim, mas bem que governo poderia olhar com mais carinho a situação de quem produz”. Ainda de acordo com Anna Maria, quem participou do leilão pôde verificar a boa qualidade dos animais que são produzidos na fazenda da Santa Teresa, que se preocupa com uma boa formação de animais para a produção de leite.

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Lote: 1128 - Valor: R$ 4.500,00 30 VACAS GIR P.O. prenhes de até três crias, vindas de selecionador de varias decadas, com grandes titulos nacionais na raça, animais de extrema caracterização, e pessagem alta de leite. Loni Soares de Oliveira Filho - Jatai – GO lf.filhoo@bol.com.br (64) 84023918

Lote: 1124 - Novilhas Girolando 1/2 sangue e 3/8 hol 5/8 Registradas . Girolando om mais de 25 anos de IA. Animais diferenciados geneticamente, tanto para produção como para tipo. Cledson Luis Furtado Rezende - Ouroeste – SP - cledsonluis@uol.com.br - (17) 96196208

Lote: 1123 - Àreas de Arrendamento e Venda para lavoura e pecuária variando entre 400 e 55.000 ha de terras nos estados do Mato Grosso e Bahia. Carlos Fazolincfazolin@hotmail.com (65) 84046653

Lote: 1054 - Vende-se mudas e pó de Neen.. José Carlos Café Filho - Ituiutaba – MG - jcarlosjcf@hotmail.com - (34) 9665-8421

Lote: 1127 - Valor: R$ 2.500,00 60 vacas Gir com registro LA, com prenhes controlada na abcz, todas com dois partos. 30 novilhas Gir e bezerras gir LA2, já com o registro de nascimento. Loni Soares de Oliveira Filho - Jatai – GO lf.filhoo@bol.com.br (64) 84023918

Lote: 1058 - Valor: R$ 1.300,00 Tourinhos Girolando registrados, com exames de bruc. e tuberc., filhos de vacas de alta produção, com controle leiteiro oficial e de touros provados e positivos para leite. A partir de R$ 1.300,00. (62) 9243-0241 Telefone: (62) 9243-0241. Goiania – GO

Lote: 1125 - Valor: R$ 400.000,00 Sitio Olhos D’Agua com 8,9 Hectares. Linda propriedade 10 Km de Araguari. Curral, ordenha, duas casas, piscina, boa de água. Léo Pamplona D’Almeida - Uberlandia – MG - leopamplona3m@ hotmail.com - (34) 88316514

Lote: 1048 - Valor: R$ 2.000,00 21 Novilhas 1/2 sangue, todas prenhes confirmadas, cobertas por touro Gir Leiteiro registrado . Parição entre junho e Dezembro, maioria até setembro/10. Produção media de 15 litros na primeira Diomar Fagundes Alves - Itajuba – MG - diomar@unicreditajuba.com.br - (35) 9986 5532

Lote: 1039 - Valor: R$ 750.000,00 10 alqueires, sede, casa de empregado ,curral, galinheiro, cerca paraguaia, 3 represas, rego dágua, cachoeira, roda dágua , 8 divisoes de pasto, terra mista e de cultura, terra de café, 5 km de terra municipio de Indianópolis, 42 km de Uberlândia-MG - Mario Knichalla Neto - (34) 3210-4050 mario@interural.com

Lote: 1037 - Valor: R$ (A combinar) Distribuidor de Eucaliptos e Derivados, Lenha de Eucalipto para Caldeiras, Secadores de Grãos, Fornos. Biomassa para abastecer Industrias, Fabricas, Granjas, Pizzarias, Laticinios, Restaurantes. Johomara Azevedo Capozzoli - Uberlandia – MG - (34) 96851900 johcapzz@gmail.com

Lote: 1073 - Valor: R$ 1,25 Brincos: cores Amarelo, Azul, Branco, Laranja, Verde e Vermelho Botton somente na cor amarela. Multi Agro Representaçoes - Uberlândia – MG marcelo@multiagrorepresentacoes.com. br - (34) 41411612

Lote: 1120 - Valor: R$ 1.000.000,00 Fazenda a venda entre Uberlândia e Prata, casa, curral, embarcador, poço artesiano, energia, cercas arame liso 5 fios, divisas proximo ao asfalto e córrego em toda extensão da fazenda - Carlos Eduardo - Uberlandia – MG - (34) 88616958 cemvieira20@gmail.com -

Lote: 1077 - Valor: R$ 389,00 ACOMPANHA 5 JOGOS DE NÚMEROS DE 0 A 9 DE TAMANHO 8mm. - A embalagem é uma prática Caixa Plástica tipo maleta. - Permite Números Repetidos. EX. 011, 0222, 33444. FABRICADO NA ITALIA. Ideal para Pequenos Animais Multi Agro Representaçoes - Uberlândia – MG marcelo@multiagrorepresentacoes.com. br - (34) 41411612

Lote: 1021 - Valor: R$ 12.000,00 Ha Bela Vista – GO 119 hectares, galpão, portaria, sede, curral, 4 km da cidade, asfalto interno, rede energia interno, margem asfalto, plana, rio da para fazer 180 chacaras de 5000 metros cada venda a R$ 30,000,00 cada parcelada a infraestrutura esta pronta para characa spa, gado de leite, haras, corte, fazenda vitirine. Mário (34) 3210-4050 / (34) 3214-8898 - contato@interural.com

Lote: 1122 - Valor: R$ 1.250.000,00 Fazenda 90 hectares dores do indaia mg completa para leite 11,8 km da cidade com ótima condiçoes.todo equipamento contrução estão no padrão nestle,tudo excelente investimento, excelente terra .estudo possibilidade de venda dos animais e equipamentos. Luiz claudio miranda - luizclaudio@topgas.com.br (31) 25557457

Lote: 1053 - Valor: R$6.000,00 Vendo um burro ruão de três anos, iniciando processo de doma, filho de égua M. Machador X jumento nacional. Animal de muito boa estrutura.Marcha batida pura. Temperamento calmo e sem traumas Eduardo Antonio Basílio Santos - Uberlândia – MG - basilioed. basilio@gmail.com - (34) 91645198

InteRural - Revista do Agronegócio | Agosto 2010

Lote: 1049 - Valor: R$ (a combinar) E MAIS UMA INFINIDADE DE PRODUTOS PARA A NUTRIÇÃO DO SEU ANIMAL - Rações 2 Irmãos - Uberlandia – MG - racoesdoisirmaos@hotmail.com - (34) 32170506

Lote: 1051 - Valor: R$ 1.400.000,00 Fazenda de 103 alqueires, casa, curral, rio, energia, represa, plana, próxima da cidade, escriturada e averbada, ótima para cria e recriaa mesma tem duas escrituras e o comprador tem opção de comprar 83 alqueires ou 103 dependendo do tamanho que quer. Everthon Pacheco - Goiânia-GO - e.3p@ hotmail.com - (62) 35482985

Lote: 1074 - Valor: R$63,50 Fabricado em metal de alta resistência; - Vem com agulha extra; - Possui trava lateral que permite manter o alicate fechado quando não está sendo usado facilitando o transporte e armazenamento. Multi Agro Representaçoes - Uberlândia – MG marcelo@multiagrorepresentacoes.com. br - (34) 41411612

Lote: 1129 - Valor: R$ a combinar A Fazenda Pontal cria girolando a mais de 30 anos, trabalhando com acasalamentos dirigidos e com IA a 25 anos, nos ultimos 3 anos começamos com TE e FIV. Animais diferenciados geneticamente, tanto para produção como para tipo. A maior parte das mães destas bezerras estão no controle leiteiro da Girolando.: Cledson Luis Furtado Rezende - Ouroeste – SP - cledsonluis@ uol.com.br - (17) 96196208

Rua Rafael Marino Neto, 600 - Jardim Karaíba Ubershopping - Loja 56 - CEP 38400-384 www.interural.com Uberlândia - MG

(34) 3210 - 4050 / (34) 9962-2266


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PUBLIQUE

II

Fêmeas e Prenhezes

Terra fértil e produtiva.

06 de setembro | Segunda-feira • 20h Camaru 2010

Durante a 47ª Exposição Agropecuária de Uberlândia - MG Terra fértil e produtiva é assim: tem genética comprovada no pasto e nas pistas. Tem o criterioso trabalho de seleção de plantéis renomados da raça. Tem, principalmente, qualidade e amizade. Por isso, seja bem vindo a esta terra, a Terra do Gir Leiteiro. PROMOTORES

Eduardo Milagre

João Machado Prata Júnior

José Sab Neto

Paulo Roberto Andrade Cunha

& CONVIDADOS ESPECIAIS APOIO

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