Revista InteRural - Edição de Novembro de 2009

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agricultura

PECUÁRIA

Utilização de forma racional de água e energia no café

Integração lavoura-pecuária valoriza bezerros de cria

Página 12

Página 48

r$ 7,90 | nº 27 | NOVEMBRO de 2009 | ANO 3

Especial leilões vida de leiloeiro

Entrevista com Edilson Alvarenga

Página 82

AGENDA DE LEILÕES


S A D DAS

ÁGUA UAS S QU ÁG QUEN ENTE TESS promotores:

samvet embriões, gir da sabedoria, gir da arca e convidados

(64) 3413-3433 - (64) 9294-4313 - (64) 8415-1018 caiogir@gmail.com - www.samvetembrioes@terra.com

editorial

E

sta é uma edição muito elaborada e repleta de ótimas informações ao empresário rural. Nesta edição de novembro, juntamente com a Sementes Adriana, trazemos várias matérias sobre o milheto, uma cultura que está sendo muito utilizada em silagem na pecuária. Matérias sobre manejo, produção de palhada, reciclagem de nutrientes, descompactação do solo, manejo de nematoides, além de depoimentos de produtores de diversas regiões, que já estão, há algum tempo, trabalhando com a cultura e vêm obtendo ótimos resultados. Esta edição apresenta uma matéria completa sobre o Camaru 2009, com os resultados de julga-

mentos, torneio leiteiro, rodeio, shows artísticos, enfim, tudo o que aconteceu durante o maior evento agropecuário da cidade de Uberlândia. A InteRural esteve presente no Camaru e fez o lançamento da sua 26ª edição durante a feira, reunindo vários produtores e amigos, para prestigiar o evento. Na editoria de pecuária, uma matéria sobre os reflexos da integração lavoura-pecuária no mercado de bezerros, estimulando a atividade de cria no país. Um ponto de vista muito interessante do autor. Além da pecuária, são apresentadas ainda diversas outras matérias sobre agricultura, ovinocultura e na culinária, além de uma

deliciosa receita de costela bovina, completamente imperdível. No caderno de leilões, uma entrevista muito interessante com o leiloeiro Edilson Alvarenga, que contanos um pouquinho de sua trajetória na profissão. Bem como os resultados dos leilões da InteRural e o leilão Engenho da Rainha, realizado pela Embral Leilões, que superou dois recordes nacionais. Vale a pena conferir. Espero que gostem desta edição de novembro. Encontramo-nos, novamente, em dezembro, quando será a última edição de 2009. Uma ótima leitura! Uma ótima Leitura! Renata Paiva Diretora de Jornalismo

www.interural.com 20 parcelas 2 + 2 + 16 35 lotes sendo 22 fêmeas, 10 prenhezes e 3 tourinhos caldas novas (go) dia 16 de novembro 20:00 hs Realização

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Assessoria

Transmição

expediente Revisão Ivone Assis e Ione Mercedes

Consultoras de Venda Fabíola Paiva / Patrícia Rosa

Fotolito Smartcolor Fotolito

Diagramação Carolina Messias da Silva

Colaboradores Agripoint e ReHagro

Impressão Gráfica Brasil

Editora e jornalista responsável Renata Paiva Mtb 12.340 Mg

Fotógrafos Colaboradores Paulo Sérgio (Churrasquim) Luciene (Flash fotografias)

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Diretor Comercial Mário Knichalla Neto

Consultoria Jurídica Breno Henrique Alfonso de Arruda

Criação/Anúncios Gerson Gomes Neto

InteRural Uberlândia - MG 34 3210-4050 www.interural.com contato@interural.com Av. Getúlio Vargas, 1473 B. Tabajaras

Direção geral Mário knichalla Neto mario@interural.com Renata Paiva renata@interural.com

InteRural Itumbiara - GO Av. Beira Rio, 1001, sala 07 Itumbiara-GO interural.go@hotmail.com (64) 8419- 4544 (64) 8433-5393 A revista InteRural é uma publicação mensal. Todos os anúncios, imagens e artigos publicados e assinados são de responsabilidade de seus autores. É estritamente proibida a reprodução parcial ou total sem autorização de seus autores.



O amor deve deve existir existir desde desdeoonascimento, nascimento, e o que queremos queremos éé oo melhor melhorpara paraooseu seurebanho, rebanho, o melhor pra pra você, você, oo melhor melhorpela pelavida. vida.

sumário matéria de capa 28 |

Originação, comercialização e uso dos grãos ADR’s na alimentação animal 30 | Produção de palhada, reciclagem de nutrientes e descompactação do solo com uso dos ADR’s 7010 e 300 32 | Silagem de qualidade com o uso de ADR’s, aditivos e leveduras em dietas de bovinos de leite e corte 34 | O uso de ADR’s no projeto leite a pasto Minas Gerais e no projeto Geraleite na Bahia 38 | O papel dos genótipos ADR’s 7010 e 300 no manejo de nematóides em sistemas de culturas anuais 42 | Manejo e uso dos ADR’s 7010, 300 e 500

agricultura

ovinos

78 |

Lançamento InteRural outubro

12 | Utilização de água e energia no café 16 | A agricultura e as mudanças climáticas globais 20 | Silagem de milho

52

|

NEGÓCIOS PRODUTOR DE SUCESSO ovinos 46

| Entrevista com Eire Enio de Freitas

pECUÁRIA

lEILÕES

Mercado e cadeia produtiva

54 | Recuperação de áreas degradadas 56 | Fiscalização na alimentação de ruminantes

82 | 84 |

Vida de Leiloeiro Leilão Engenho da Rainha

CULINÁRIA 58 |

Boi na moita

48 | Valorização de bezerros de cria com ILP 86 |

Leilões InteRural

cLASSIFICADOS EVENTOS 60 |

Camaru 2009

90 | Fique por dentro dos preços e realize bons negócios nos classificados da InteRural

Estamos Estamos entre entre as as 10 10 maiores maioresempresas empresas de de Leite Leite ee Derivados Derivadosdo dopaís paísporque porque alimentamos alimentamos bem bem oonosso nossorebanho. rebanho.

RAÇÕES COOPRATA COOPRATA Rações e Sal Mineral Cooprata Rações e Sal Mineral Cooprata Loja Agropecuária Cooprata (34) 3431-8565 Loja Agropecuária Cooprata (34) 3431-8565 Unidade de Insumos Cooprata (34) 3431-8550 Unidade de Insumos Cooprata (34) 3431-8550


NOTAS

Bezerros gêmeos de touros diferentes chamam a atenção de criadores e veterinários no Triângulo Mineiro

Notas

Nelore do Brasil discute pecuária sustentável

A

Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), mais uma vez, colocará em discussão o tema pecuária sustentável. Durante a Expoinel MS 2009, que acontece entre os dias 5 e 15 de novembro no Centro de Convenções e Exposições Albano Franco, em Campo Grande (MS), será promovida a 2ª edição do projeto Universidade Aberta - Pecuária Sustentável. Será um ciclo de palestras gratuitas que irão debater conceitos técnicos e disseminar medidas práticas que contribuam para a consolidação da atividade pecuária sustentável, socialmente justa, ambientalmente correta e economicamente viável. O presidente da ACNB, Vilemondes Garcia, grande incentivador das discussões, afirma que os pecuaristas vêm sendo injustamente responsabilizados por todas as consequências negativas geradas pelo progresso e que é preciso realizar debates técnicos em torno do assunto. “Pretendemos debater de forma prática e objetiva as questões que permeiam nossa atividade. Se nós produtores não nos preocuparmos com o meio ambiente, a fim de produzir de modo sustentável, estaremos fadados ao fracasso”, afirma. As palestras acontecem nos dias 13 e 14 de novembro e irão abordar assuntos como melhoramento genético, controle sanitário, recuperação e intensificação de pastagens, bemestar animal, certificação ambiental, manejo nutricional e o papel da indústria frigorífica na cadeia produtiva da carne, sempre buscando um viés sustentável para essas atividades. Segundo Marcos Pertegato, coordenador da Universidade do Boi e da Carne, organizadora do projeto, serão palestras em formato compacto e com uma linguagem bastante prática. “A intenção é atualizar produtores e profissionais a respeito de temas ligados à sustentabilidade na pecuária, sempre valorizando a troca de experiências entre os participantes e os renomados palestrantes”, enfatiza. O Projeto Universidade Aberta - Pecuária Sustentável é uma realização da Universidade do Boi e da Carne, iniciativa da ACNB e da Nelore MS, com o apoio da Coopers Saúde Animal, da Dow AgroSciences, da Tortuga Cia. Zootécnica Agrária e do Governo Federal.

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InteRural - Revista do Agronegócio | Novembro 2009

Cadeia produtiva do trigo promove Congresso Internacional em São Paulo

O maior e o mais concorrido evento da cadeia produtiva do trigo, a 26ª edição do Congresso Internacional do Trigo, aconteceu nos dias 29 e 30 de outubro, no Hotel Maksoud (Al. Campinas, 150). O evento, promovido pela Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), reuniu mais de 500 participantes, dentre produtores, representantes de moinhos, da panificação, indústrias de produtos derivados, autoridades governamentais e entidades ligadas ao agronegócio. Nos dois dias do encontro, dezenas de especialistas, técnicos do governo, ministros e outras personalidades discutiram os desafios e as oportunidades da cadeia produtiva do trigo, em palestras, debates e apresentações. Paralelamente, foi realizada a Feira de Negócios, com a apresentação e oferta de novos produtos, equipamentos e tecnologias de ponta.

Exportações de couros somaram US$ 791 milhões até setembro As exportações brasileiras de couros registraram US$ 791 milhões nos nove meses do ano, redução de 48%, em comparação ao mesmo período de 2008, segundo dados elaborados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Entretanto o balanço de setembro das vendas externas de peças ante o mês anterior aponta um crescimento de 10% na receita apurada, somando US$ 105,9 milhões. www.interural.com

Um fato inusitado tem chamado atenção dos produtores e veterinários da região de Monte Alegre de Minas, cidade localizada a cerca de 60 km de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. O nascimento de dois bezerros gêmeos filhos de uma vaca mestiça de dois reprodutores diferentes, em cruzamento por monta natural, foi registrado pelo veterinário da Cooperativa Agropecuária Ltda. de Uberlândia – Calu, Lourival Soares da Mota, na propriedade do cooperado Francisco Cândido de Paula. Segundo o veterinário, o nascimento de bezerros gêmeos filhos de reprodutores diferentes em uma vaca mestiça é considerado raro para os profissionais veterinários. “O que pode ter ocorrido é a fecundação de dois óvulos, mas com espermatozóides diferentes. Na reprodução de bovinos é normal um óvulo ser liberado para fecundação”, explica Lourival Soares. Na avaliação do veterinário, foram feitas duas montas, uma perto da outra, e ocorreram duas fecundações. Um bezerro nasceu com as características do touro Holandês e o outro com a características ao reprodutor da raça Gir. Os veterinários da Calu chegaram à conclusão que os bezerros são filhos de reprodutores diferentes, porque a vaca sendo mestiça não tem como gerar gêmeos com fenótipo de duas raças diferentes.

Embrapa tem um novo chefe-geral A Embrapa Meio Ambiente passa a contar, desde o dia 16 de outubro, com um novo chefe-geral. A posse de Celso Vainer Manzatto foi em Jaguariúna (SP), onde fica a sede da Embrapa Meio Ambiente. Dentre as prioridades do novo chefegeral, destaca-se uma atuação mais direta e eficaz da participação da Unidade no apoio à formulação de políticas públicas, sobretudo as diretamente relacionadas ao meio

ambiente e à gestão ambiental. A preocupação com a preservação do meio ambiente e com o desenvolvimento de sistemas de produção sustentáveis é grande entre os produtores de leite. De acordo com o presidente da Girolando, as pesquisas na área de melhoramento genético animal e de meio ambiente, desenvolvidas pela Embrapa e por outras entidades, irão possibilitar ao

criador desenvolver uma pecuária sustentável e produtiva. Os estudos feitos até agora também serão fundamentais na revisão do Código Florestal, que está em curso no Congresso Nacional, já que eles vêm mostrando que o atual código pode inviabilizar a produção, caso seja totalmente aplicado. Os produtores rurais defendem uma atualização no código para aliar preservação e produção.

ExpoBrahman girou R$ 2,5 mi em negócios A VI ExpoBrahman reuniu, no mês de outubro, em Uberaba, cerca de 600 animais, oriundos de nove estados, representando a melhor genética da raça Brahman no país. A programação foi composta, além das atividades em pista, por quatro leilões, que obtiveram faturamento total de R$ 2,5 milhões. No grande campeonato da raça, foram eleitos como melhor fêmea Miss J4 Harmonia 201, da J4 Agropecuária e www.interural.com

Empreendimentos, e o macho Mister Santa Fé FIV 114, da Casa Branca Agropastoril. Os resultados em pista definiram ainda os criadores Paulo Marques de Castro e César Tomé Garetti como melhor expositor e criador, respectivamente. Na pontuação geral, Garetti também ficou com o título de melhor expositor do ano e Luiz Carlos Monteiro como melhor criador do ranking. InteRural - Revista do Agronegócio | Novembro 2009

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NOTAS

Notas

1º Encontro de Donos de Touros em Teste de Progênie A Associação Goiana dos Criadores de Gir – Girgoiás – realizou, no dia 17 de outubro, o 1º Encontro de Donos de Touros em Teste de Progênie da Girgoiás/ Assogir/Embrapa, na fazenda Iporê, do criador Gilmar Cordeiro. O encontro foi uma oportunidade para informar os criadores donos de touros sobre o andamento do nosso programa de melhoramento, sobre as novas ações este ano e sobre a importância de buscar, conjuntamente, uma estratégia de comunicação e promoção do teste. Durante toda a manhã, a fazenda Iporê recebeu criadores com um café da manhã e discussões sobre o teste. O encontro encerrou ao meio-dia e a última parte foi uma mostra de gado da criação de Gilmar Cordeiro, que, entre outras coisas, mostrou algumas novilhas, filhas de touros em teste, paridas e

Foto: Cláudio Cândido/Girgoiás

próximas da parição. O programa de melhoramento genético, realizado com a Embrapa Gado de Leite, é um programa de interesse do governo estadual, e a seleção e melhoramento genético da raça gir é uma política de governo em Goiás, além de ser uma política nacional de governo também, pois conta com a participação do governo por

meio de alguns ministérios e da própria Embrapa. Durante o evento, ficou acertada também a realização do 2º Encontro dos Donos de Touros para este ano ainda, para planejar ações do teste de progênie para 2010 e “formalizar concretamente a criação do fundo de promoção e divulgação do teste de progênie”, finaliza Rosimar Silva.

Equatorianos conhecem avanços genéticos da raça Girolando Criadores do Equador e de países vizinhos acompanharam, nos dias 9 e 10 de outubro, os julgamentos da raça Girolando durante a LXIV ExpoFeira Ganadera Octubre/2009, realizada em Guayaquil pela Asociación de Ganaderos del Litoral y Galapágos. Os animais foram julgados pela jurada da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, Tatiane Tetzner. “Acredito no potencial de crescimento da raça Girolando no Equador, bem como em todos os países com condições climáticas semelhantes ao Brasil”, assegurou a jurada. Durante o julgamento, ela reforçou a necessidade de que a

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Associação de Criadores do Litoral e Galápagos, juntamente com os criadores e técnicos equatorianos, iniciem os registros genealógicos por graus de sangue, para que os trabalhos sejam direcionados de forma planejada. Assim, a médio e longo prazo, será possível efetuar o julgamento por grau de sangue definido, bem como direcionar manejos diferenciados e acasalamentos. O trabalho desenvolvido pela Associação de Girolando no Brasil, na área de melhoramento genético, foi apresentado aos criadores equatorianos, na palestra ministrada pela jurada Tatiane Tetzner, durante o Simpósio no

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Recinto Ferial de Durán “Jaime Nebot Velasco” naquele país. Os criadores e técnicos equatorianos foram convidados ainda para a MEGALEITE 2010, que acontecerá no final de junho do próximo ano.

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AGRICULTURA

ser questionados aspectos básicos, como: melhor variedade, espaçamento mais adequado, níveis de adubação, tratos fitossanitários etc. Em síntese, é bem provável que uma série de atitudes e decisões adotadas

Cafeicultura

sejam adequadas para a cafeicultura irrigada, mas que não otimizem a produtividade e o lucro do produtor em condições irrigadas. Assim, é imprescindível que haja maior disponibilidade de informações para

a condução de uma determinada cultura em condições irrigadas, formando “pacotes tecnológicos”. Para isso, é fundamental desenvolver um grande número de pesquisas que possam trazer orientações confiáveis aos cafeicultores irrigantes.

Gerenciamento e manejo da irrigação

Como Como Utilizar Utilizar de de Forma Forma Racional Racional a a Água Água ee a a Energia Energia na na Cafeicultura Cafeicultura Irrigada Irrigada André Luís T. Fernandes - Doutor em Engenharia de Água e Solo, professor da Universidade de Uberaba (UNIUBE) e coordenador do Núcleo de Cafeicultura Irrigada da Embrapa Café. Everardo Chartuni Mantovani - Doutor em Irrigação e Drenagem, Professor Universidade Federal de Viçosa

P

ara que um projeto de irrigação do cafeeiro atinja seus objetivos, é necessário que, além de um projeto adequado (dimensionamento e implantação), haja também um manejo eficiente da irrigação. O conceito de manejo eficiente da irrigação é complexo, podendo assumir diversas faces, e, no seu sentido mais amplo, relaciona-se tanto ao aspecto do manejo da água como também ao manejo do equipamento, com o objetivo de adequar a quantidade de água a ser aplicada ao momento certo desta aplicação. O manejo adequado da irrigação tem, por um lado, o compromisso com a produtividade do cafeeiro e, por outro, o uso eficiente da água e da energia, promovendo a conservação do meio ambiente. Para ilustrar o cálculo da quantidade de água necessária para cafeicultura irrigada, vamos considerar o caso da região Oeste da Bahia. Atualmente, a cultura ocupa uma área aproximada de 12.000ha. A região caracteriza-se por alta demanda evapotranspirativa, o que resulta no consumo médio da cultura do cafeeiro da ordem de 1600 mm por ano. Levando em conta que as chuvas atendam 50% da demanda da cultura (800 12

mm), a quantidade de água a ser aplicada, via sistema de irrigação, atinge a cifra de 800 mm. Sabendo-se que 1 mm representa 1 L/m² ou 10 metros cúbicos (m³)/ha, é fácil concluir que será necessário aplicar 8.000 m³ por cada hectare irrigado, ou 96.000.000 m³ (ou 96 trilhões de litros de água) na região em seu todo. Para permitir um melhor entendimento do volume de água necessário para irrigar o cafeeiro, como no exemplo anterior, vamos compará-lo com o gasto de água para abastecer os habitantes de uma cidade. Tomando por base um consumo de 200 litros de água/ habitante/dia, conclui-se que a quantidade de água gasta na irrigação do cafeeiro, nessa região, corresponde ao consumo de água de uma cidade de cerca de 1.315.068 de habitantes. Os cálculos anteriores, apesar de simplificados, dão uma ideia do volume de água envolvido na agricultura irrigada e reforçam a tese de que a gestão de recursos hídricos passa, invariavelmente, pela análise e conhecimento da irrigação. Outro ponto a ponderar é a necessidade de conhecimento das características dos diversos sistemas de irrigação utilizados. Cada sistema, interagindo com uma

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Em um programa de manejo de uma área irrigada, seja ela pequena, média ou grande, deve-se procurar maximizar a produtividade da cultura explorada, com eficiência no uso da água e da energia, mantendo-se as condições físicas, químicas e biológicas do solo e de fitossanidade favoráveis ao bom desenvolvimento da cultura irrigada. No manejo da irrigação, devem-se considerar os parâmetros que dependem do tipo de sistema de irrigação e do próprio projeto em si, tais como: grau de automação, reuso da água, necessidade de sistematização, medição da vazão e, consequentemente, determinação do volume de água aplicado, custo e disponibilidade de

água e de mão de obra, características da cultura irrigada etc. Para tanto, o manejo correto da irrigação envolve três etapas distintas e complementares: • Definição correta das datas e das lâminas de água a serem aplicadas (parte básica); • Definição das metas de eficiência de aplicação da água para o sistema, e ajuste do funcionamento deste para atingir esses limites; • Manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos e sistemas, para que tenham condições adequadas de funcionamento. As características, o funcionamento e as potencialidades de um sistema de irrigação são aspectos

que não podem ser negligenciados, pois eles influenciam no manejo. Por exemplo, o pivô central apresenta características de aplicação de águas distintas com relação à aspersão convencional, que, por sua vez, difere da irrigação localizada. Os métodos de manejo da irrigação são tradicionalmente divididos em três grupos: • Os que se baseiam unicamente no conhecimento do estado hídrico do solo, ou seja, no manejo da água útil do solo. • Os que se baseiam no conhecimento do estado hídrico da planta. • Os que se baseiam na variação do clima.

determinada situação local, promove a maior ou menor eficiência de irrigação, o que irá afetar o consumo de água total. Durante a evolução da cafeicultura irrigada no Brasil, diversos foram os enfoques adotados. Inicialmente, a única preocupação era o aumento da produtividade. Atualmente, a modernização da agricultura mundial passa pelo conceito de agricultura sustentável, com a integração de todos os fatores que interferem na produção. Nesse contexto, é fundamental a utilização eficiente da água e conservação do meio ambiente, que vem sendo um dos grandes desafios da cafeicultura irrigada. Outro desafio atual é a conscientização de que cafeicultura irrigada não significa a mesma coisa que cafeicultura tradicional mais água. Por trás deste simples jogo de palavras, escondese uma questão fundamental para o futuro da agricultura irrigada, e que vem sendo o motivo de vários insucessos na exploração agrícola. É importante a conscientização de que há necessidade de uma reavaliação geral de conceitos e definições, quando se inicia a exploração de uma cultura irrigada em uma área qualquer. Devem www.interural.com

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AGRICULTURA

Aspectos básicos do manejo da irrigação O solo funciona como um reservatório para as plantas, retendo água que precipita durante as chuvas ou irrigações, para que seja, posteriormente, absorvida pelas plantas. Na Figura 1, é representada esquematicamente a capacidade de armazenamento de água nos poros do solo, usando como símbolo um reservatório com saídas. De maneira simplificada, pode-se afirmar que água disponível para as plantas é a retida entre a capacidade de campo e o ponto de murcha permanente. Antes de qualquer programa de manejo da irrigação, é aconselhável que se retirem amostras de solo, para que, em laboratório, se elabore a curva de retenção da água no solo, em camadas de 20 em 20 cm, até a profundidade efetiva do sistema radicular da cultura. Quando esse reservatório (o solo) está cheio, significa que todos

os poros estão plenos de água e dizse que o solo está saturado ou com umidade de saturação. Se a reposição de água ao solo não for contínua, a água contida nos macroporos vai se movimentar, e o reservatório-solo vai perder água até atingir um equilíbrio. Essa água é conhecida como gravitacional e é facilmente drenada do perfil do solo. Nesse ponto de equilíbrio, de tensão entre 1/10 (solos arenosos) a 1/3 de atm (solos argilosos), o solo atinge a umidade de “Capacidade de campo” (CC), onde o movimento descendente da água no solo é sensivelmente reduzido. Existindo um extrator de água nesse solo, tal como as raízes das plantas, a umidade do solo também vai diminuir, até que as plantas não mais consigam absorver água em quantidade suficiente para atender a demanda das plantas, murchando de forma irrecuperável, embora o solo ainda contenha água.

Nesse ponto, cujo valor da tensão da água retida é, de aproximadamente, 15 atm, o solo apresenta uma umidade que é denominada de “Ponto de murchamento permanente” (PMP). Assim, a água absorvida pelas plantas e que está retida com tensão entre 1/10 e 15 atm, para solos arenosos, e entre 1/3 e 15 atm, para solos argilosos, é conhecida como água disponível. A água contida no solo e retida com tensão superior a 15 atm é conhecida como água não disponível.

Métodos de manejo da irrigação Como citado anteriormente, a determinação da época da irrigação e da

quantidade de água a ser aplicada pode ser feita com o monitoramento da planta,

Monitoramento do clima A metodologia de monitoramento do clima é, sem dúvida, uma das maneiras mais simples e operacionais de manejar a irrigação de uma determinada área. Neste caso, valores das variáveis meteorológicas são utilizados para estabelecer, indiretamente, as necessidades de água da cultura. Trata-se de um balanço hídrico, pelo qual se avaliam a entrada de água (irrigação e chuva) e a saída (evapotranspiração, percolação e escoamento superficial). Existem vários programas de computador que facilitam os cálculos necessários, como o Irriga, desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa, que tem sido amplamente empregado para manejo da irrigação do cafeeiro. A evapotranspiração pode ser obtida por meio de medições diretas no campo ou por estimativas baseadas em dados climáticos ou da cultura. As medições diretas

no campo são muito caras e são utilizadas principalmente para calibrar os métodos de estimativa de evapotranspiração baseados em dados climáticos. Usualmente, calcula-se a evapotranspiração de qualquer cultura, por exemplo, do cafeeiro, multiplicando-se a ETo por um coeficiente Kc, que incorpora os efeitos do tipo de cultura e sua fase de desenvolvimento, frequência e forma de aplicação da água. A seguir, são apresentadas informações referentes ao cálculo da Eto. Existem vários métodos a que pode recorrer para a estimativa da evapotranspiração, como os de Camargo, Penman, Penman-Monteith, Radiação Solar etc. ETc = ETo x Kc Apesar da necessidade das informações meteorológicas completas para se obter um nível de precisão aceitável, ainda

existem dificuldades operacionais e financeiras para a implantação de uma estação meteorológica automática em muitas fazendas cafeeiras. Assim, de forma provisória, podem-se utilizar metodologias simplificadas, destacando-se aquelas que se baseiam na temperatura do ar e na evaporação de tanques.

do solo ou do clima. Nos itens a seguir, vamos discutir cada um desses pontos.

Monitoramento da planta O monitoramento da planta é o controle ideal, sob o ponto de vista do rigor científico, mas as implicações técnicas e operacionais de tal prática dificultam sua utilização nas condições de campo. Diferentes métodos permitem o monitoramento das plantas: o método das medições do potencial

hídrico, o da resistência estomática e o da temperatura das folhas, entre outros. Cada uma dessas técnicas apresenta limitações de aplicabilidade em campo, em razão da pequena disponibilidade de informações dos limites e dos índices recomendáveis para

a maioria das culturas e dos problemas operacionais. De forma indireta, o monitoramento das plantas pode ser feito utilizandose critérios qualitativos, tais como a coloração da folhagem para o feijoeiro, a flexibilidade da folha do trigo e outros aspectos ou controles externos citados na literatura.

Monitoramento do solo O monitoramento do solo constitui uma metodologia usual para o manejo da irrigação, de modo independente ou associado a outros métodos de controle. Uma vez definidos os limites da CC e do PMP e a estratégia de uso da água disponível (f), o momento de irrigar e a quantidade de água a ser aplicada são determinados mediante avaliação 14

do teor de água no solo. Esta determinação pode ser conseguida de forma direta, com a retirada de amostras de solo, em várias profundidades e locais, definindo, posteriormente, a umidade existente pelo método padrão de estufa. Por questões operacionais, a prescrição do teor de água no solo, para efeitos de manejo da irrigação,

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pode se dar de forma indireta, existindo diversos equipamentos disponíveis no mercado, os mais utilizados são os tensiômetros, os métodos eletrométricos, a sonda de nêutrons e o TDR (sigla, em inglês, para reflectometria de domínio do tempo), métodos amplamente utilizados na pesquisa e divulgados na literatura sobre irrigação. www.interural.com

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AGRICULTURA

Clima

A agricultura e as mudanças climáticas globais Rosangela C. Marucci e Silvino G. Moreira

A

s atividades antrópicas estão alterando as concentrações de gases de efeito estufa da atmosfera e causando mudanças no clima do planeta. Essas atividades intensificadas após a revolução industrial no final do século XVIII resultaram do uso de fontes de combustível fóssil, desmatamento e outras mudanças no uso da terra. Certamente, num futuro próximo, devido às mudanças climáticas globais, ocorrerão modificações no cenário agrícola brasileiro. Os impactos podem ser positivos, negativos ou neutros, pois as mudanças podem diminuir, aumentar ou não ter efeito sobre as plantas, doenças, pragas e outros organismos em cada região ou época, além dos demais componentes do agroecossistema. A concentração de dióxido 16

de carbono (CO2) na atmosfera tem atingido níveis significativamente altos nos últimos 650 mil anos. Desde 2000, a taxa de crescimento da concentração de CO2 está aumentando muito rapidamente em relação às décadas anteriores. O mesmo tem ocorrido para o gás metano (CH4), óxido de nitrogênio (N2O) e outros gases do efeito estufa. Os modelos de previsão de mudanças climáticas do Centro de Distribuição de Dados do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) apresentam resultados bastante variáveis quanto ao comportamento da América do Sul. Contudo, todos prevêem aumento de temperatura para todo o continente. Quanto à precipitação as projeções indicam aumento de chuva em algumas regiões e diminuição em outras, podendo inclusive haver inversão em

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função da época do ano. Sem dúvidas as mudanças climáticas também ocorrerão no Brasil e, talvez, com efeitos mais danosos pela vulnerabilidade histórica que o país apresenta a desastres naturais, como secas, enchentes e deslizamentos de encostas. Essas mudanças afetam diretamente a agricultura e as áreas florestais brasileiras Alguns estudos simulando os impactos sobre a agricultura por meio de modelos matemáticos já foram apresentados para o trigo, milho, soja, café, feijão e arroz. Esses estudos têm previsto perdas econômicas anuais provocadas pelo aumento de 1ºC na temperatura, chegando a valores de 375 milhões de dólares para o café, somando os estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo, e 61 milhões de dólares para o milho em São Paulo. Além desses, www.interural.com

outros estudos contemplam efeitos sobre pragas, doenças, solos e outros aspectos do sistema produtivo agrícola. Ao se considerar que a condição climática será de fato alterada, com base nos cenários previstos pelo IPCC (10) é possível formular algumas hipóteses sobre a dinâmica da agricultura no Brasil e no mundo. Culturas anuais: uma hipótese aceitável é sua migração para zonas temperadas, com boa possibilidade de ganho de produtividade nas espécies de ciclo fotossintético C4, denominação dada ao grupo de plantas das gramíneas (milho, trigo, arroz, sorgo) cujas características anatômicas e fisiológicas implicam em maior habilidade dessas plantas em conviver em ambientes mais quentes e com elevada irradiância solar, tornando-as supostamente mais aptas a suportar as condições que devem imperar nos verões das regiões temperadas. Já as plantas C3 (feijão, soja, café), em contrapartida apresentam maior sensibilidade às condições de oferta ambiental abundante em relação à temperatura e à radiação solar. Neste tipo de ambiente ocorre o fenômeno conhecido como fotorrespiração nessas espécies que é tido como um processo de autodefesa do aparelho fotossintético, principalmente em plantas expostas às altas intensidades luminosas, com o objetivo de dissipar o acúmulo de moléculas que, em condições ideais de temperatura e radiação, são úteis à célula, mas que, quando produzidos intensamente, podem se acumular e danificar as estruturas fotossintéticas. Com base nessa breve comparação, parece razoável inferir que as espécies C4 estejam mais preparadas para a elevação da temperatura do que as espécies C3. As porcentagens de perdas de área indicam níveis diferentes de impactos sobre as diferentes culturas, sendo que o milho, gramínea de ciclo C4, sofrerá menos com as altas temperaturas, pois apresenta aumento da taxa de fotossíntese para temperaturas de até aproximadamente 30ºC. Estimativas preliminares para a cana-de-açúcar para os estados de São Paulo, Mato Grosso e Goiás, também apontam nessa direção. www.interural.com

Culturas perenes: mostram melhor desempenho em ambientes tropicais com menor sazonalidade, onde as condições de temperatura e disponibilidade de água ocorrem de maneira adequada à manutenção do seu ciclo fenológico ao longo do ano. Ao se considerar os novos cenários projetados pelos modelos climáticos, nos quais a temperatura deve se elevar ao longo de todo o ano e com mais intensidade no inverno e a chuva deve se concentrar durante os meses de verão, acentuando e prolongando o período de seca no inverno, é razoável formular a hipótese de que a deficiência hídrica neste período aumentará em comparação ao que se observa atualmente. Conseqüentemente, as espécies perenes teriam maior dificuldade em suportar o estresse por falta d’água durante o período mais seco do ano, sendo mais prejudicadas que as culturas anuais. Porém, as respostas fisiológicas às diferentes condições ambientais não são lineares e mesmo sem alterações genéticas, plantas crescendo sob nova condição ambiental mostram capacidade de adaptação. Um exemplo é o comportamento de plantas crescendo em estufas com aumento da concentração de CO2, ocorrendo um fenômeno conhecido como “fertilização por CO2”. Em condições de campo esse comportamento não é tão claro. Patógenos de plantas: estão normalmente presentes em sistemas naturais e agrícolas, sendo um dos primeiros organismos a demonstrarem o efeito das mudanças climáticas devido à numerosa população, facilidade de reprodução e dispersão e curto espaço entre gerações. Dessa forma, eles constituem um grupo fundamental como indicador biológico que precisa ser avaliado quanto aos impactos das mudanças climáticas além de serem responsáveis por perdas de produção e uma ameaça potencial à sustentabilidade dos agroecossistemas. Insetos-praga: alguns estudos têm demonstrado que a introdução de fungos endofíticos (vivem dentro da planta sem causar danos) em plantas de importância agronômica as torna mais resistentes

a alterações do clima. Dessa forma, a elevação do nível de CO2 atmosférico, por exemplo, pode afetar, além das relações entre a planta hospedeira e o microrganismo endofítico, também as relações entre insetos herbívoros e as plantas, e destes com os endofíticos. Tal alteração ambiente pode causar efeitos na composição nutricional e em fatores aleloquímicos das folhas, sendo que para muitas plantas, a redução do valor nutricional resulta do aumento do conteúdo de amido e carboidratos e declínio no teor de nitrogênio. Essas alterações causam mudanças no consumo e crescimento de insetos herbívoros. Como as folhas apresentam aumento da relação carboidrato/ nitrogênio em ambientes com elevado teor de CO2, os insetos compensam parcialmente essa mudança aumentando as taxas de consumo. É importante salientar que as respostas fisiológicas das diferentes plantas, patógenos e insetos às diferentes condições ambientais não são lineares e, mesmo sem alterações genéticas, plantas crescendo sob nova condição ambiental mostram capacidade de se adaptação. É preciso avançar nas simulações de cenários agrícolas que sejam mais próximos do futuro real e processos fisiológicos. O desenvolvimento de pragas e doenças com base na alteração climática, as mudanças de métodos nos sistemas produtivos e as projeções de avanços tecnológicos devem ser passíveis de modelagem matemática e incorporáveis aos modelos hoje utilizados para que possamos compreender melhor as mudanças que estão por vir. O Brasil por possui uma matriz energética relativamente limpa e, resolvida a questão do desmatamento e das queimadas, poderá deixar de ser um dos maiores emissores do mundo para ocupar uma posição de destaque no cenário ambiental global. Bibliografia Ghini, R.; Hamada, E.; Betiol, W. Climate Change and Plant Disease. Sci. Agric. (Piracicaba, Braz.), v.65, special issue, p.98-107, 2008. Pellegrino, G.Q.; Assad, E.D.; Marin, F.R. Mudanças climáticas globais e a agricultura no Brasil. Revista Multiciência. Campinas. Edição no. 8, p.139-162, 2007.

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BRUNELA Pai: GUARABÁ EVA 407 - Mãe: ABAÚNA ENA 606

As margens da Represa de Miranda, na Rodovia Uberlândia Araxá, km 162, está localizada a Fazenda São Mateus, de minha propriedade. Eu sempre fui um apaixonado pela raça Gir, em 2006, tive o prazer de conhecer Edmardo Naves Pereira, criador da marca ENA, e por meio dele fui apresentado a grandes criadores como José Alfredo, Semi Sab, Sami Sab e José Sab Neto, hoje, disponho de grandes matrizes de todos estes criadores que fizeram a base do meu rebanho, e deixo aqui meus sinceros agradecimentos a um dos grandes responsáveis pelo meu sucesso: o amigo e irmão Edmardo.

Otacílio Ferreira Matos (34) 9977-3609

RUPANO __ __ EVA 475 Pai: XANADÚ ENA 549 - Mãe: RÚPIA TT

BEY __ __ - Mãe: CIDADELA DA LAPA VERMELHA Pai: KRISHNA TT

GUEETINHA: Pai: K.S .KASUDÍ A.258 InteRural - Revista do Agronegócio | Novembro 2009 Mãe: GEETA . AA 9999

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Vendas permanente de Tourinhos Otacílio Ferreira Matos

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(34) 9977-3609 otaciliomatos@yahoo.com.br


AGRICULTURA

Milho

Efeito De Lactobacillus na Fermentação e Estabilidade Aeróbica de Silagem de Milho Junio Cesar Martinez - Engenheiro Agrônomo pela UFMT e Doutor em Ciência Animal e Pastagens (Esalq/USP).

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os últimos tempos, as bactérias produtoras de ácido lático, assim como as do gênero Lactobacillus, Enterococcus e Pediococcus, têm sido adicionadas em forragens picadas para ajudar na fermentação. Esses organismos rapidamente produzem ácido lático, que abaixa o pH e ajuda a preservar a massa ensilada. Recentemente, inoculantes bacterianos têm sido desenvolvidos para melhorar a estabilidade aeróbica da silagem, após o primeiro processo de fermentação ter terminado. Estabilidade aeróbica se refere à capacidade da massa de forragem de manter seu valor nutritivo após a abertura do silo. Assim, descobriu-se que uma bactéria de nome Lactobacillus buchneri é capaz de converter ácido lático em ácido acético em condições de anaerobiose, ou seja, enquanto o silo está fechado; e que esse ácido acético produzido possui a capacidade de evitar o crescimento de fungos, melhorando, assim, a estabilidade da silagem quando ela está exposta ao ar. A combinação de L. buchneri com outras bactérias tem promovido ganhos positivos quanto aos atributos de silagens de grãos de cereais. Entretanto, no Brasil, é muito comum a ensilagem da planta inteira de milho, portanto, o conhecimento da aplicação dessa tecnologia nesse tipo de material passa a ser de nosso interesse. Esse tema já tem sido um pouco estudado e algumas implicações já podem ser observadas. Um estudo publicado no ano de 2006 relatou que a silagem de milho tratada com 20

L. buchneri 40788 e P. pentosaceus R1094 teve fermentação normal e que sua estabilidade aeróbica não foi consistentemente melhorada. Mas um trabalho mais antigo, datado do ano de 2002, combinando L. buchneri e L. plantarum, melhorou a estabilidade aeróbica, mas, nesse estudo, a estirpe específica do L. plantarum usada não foi documentada. Estudos posteriores apontam que, possivelmente, tenha sido a estirpe MTD-1, exatamente por ser esta a que melhor combina com o L. buchneri 40788. Produtores acostumados a ensilar o milho com planta inteira convivem com condições climáticas adversas, sendo que, muitas vezes, não é possível colher o milho no ponto ideal de matéria seca, para que a fermentação não seja prejudicada.

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Também, é sabido que, quando se ensila um material com matéria seca alta, a falta de umidade restringe a fermentação. Neste sentido, um estudo foi publicado em agosto de 2009 no Journal of Dairy Science, o qual vamos discutir aqui. Os pesquisadores ensilaram planta inteira de milho das cultivares Pioneer 33B51, Pioneer Hi-Bred International, Des Moines e IA, e as colheram com 33,1 e com 40,6% de matéria seca. O processo de picagem para a ensilagem ocorreu com tamanho de partícula médio de 0,95 centímetros. Uma hora depois da picagem, foram impostos os seguintes tratamentos: Tratamento 1: não tratado (adicionouse somente água) Tratamento 2: Adição de L. buchneri www.interural.com

40788 na concentração de 4x105 ufc/g de silagem Tratamento 3: Adição de L. plantarum MTD-1 na concentração de 1x105 ufc/g de silagem Tratamento 4: Adição de uma combinação de L buchneri e plantarum nas mesmas concentrações acima. Os pesquisadores ainda determinaram as características da forragem no momento da ensilagem, conforme descrito na Tabela 1. Após 240 dias do fechamento dos silos, estes foram abertos para serem avaliados. Os dados obtidos estão apresentados na Tabela 2 e 3. Observou-se que não ocorreu efeito da inoculação sobre a matéria seca e sua recuperação. As concentrações de carboidratos solúveis em água de silagem normal vs silagem de alta matéria seca foram altas, ao passo que silagens tratadas com L. buchneri tiveram menor concentração de carboidratos solúveis em água do que silagens não tratadas com esse inoculante, mas as diferenças foram muito pequenas para se estudar a interação existente entre microrganismo e matéria seca. As silagens tratadas com L. buchneri tiveram altas concentrações de NH3-N, quando comparadas com aquelas não tratadas com L. buchneri. Fato este que se difere de vários outros estudos relatados na literatura. Como esperado, as concentrações de proteína foram baixas e as concentrações FDA e FDN foram maiores na silagem com moderada alta matéria seca em

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Tabela 1 – Matéria seca, composição química e microbiana da planta inteira do milho picada para ensilagem.

Tabela 2 – Composição química de silagens de milho ensiladas em diferentes teores de umidade e com a utilização de inoculantes bacterianos.

comparação com a silagem normal. Independente do teor de matéria seca, a inoculação de L. buchneri ou

L. plantarum, sozinhos ou combinados, não afetou a digestibilidade in vitro da fração FDN.

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AGRICULTURA

Os resultados desse estudo comprovam recentes pesquisas, já com algumas publicações, mas ainda em andamento na Esalq-USP, estudando o Lactobacillus buchneri como inóculo para silagem de cana. A estabilidade aeróbica da silagem de milho foi melhorada em todas as silagens tratadas com Lactobacillus buchneri, quando comparada com a não tratada com esse organismo, sendo, na média, 189 horas para as silagens tratadas e 50 horas para as não tratadas, conforme se pode observar na Tabela 3. Tabela 3 – Características fermentativas, composição microbiana e estabilidade aeróbica das silagens.

Considerações finais Observou-se que o efeito da bactéria Lactobacillus buchneri foi maior na silagem com alto teor de matéria seca, embora esse dado não seja muito consistente. Mas, independentemente do teor de matéria seca, o L. buchneri foi capaz de aumentar a estabilidade aeróbica das silagens, devido, muito provavelmente, à maior produção de ácido acético nas silagens tratadas. A adição de L. 22

plantarum não teve efeito sobre a concentração de leveduras e estabilidade aeróbica, não ocorrendo interação entre as duas estirpes de bactérias. A resposta positiva para a silagem de moderado alto teor de matéria seca é interessante para o produtor, pois esse tipo de material é de difícil compactação no silo, situação na qual este inóculo pode ser decisivo para a qualidade da silagem.

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Fonte: HU, W., SCHMIDT, R.J, MCDONELL, E.E. KLINGERMAN, C.M. L. KUNG JR, L. The effect of Lactobacillus buchneri 40788 or Lactobacillus plantarum MTD-1 on the fermentation and aerobic stability of corn silages ensiled at two dry matter contents. J. Dairy Sci. 92 :3907–3914. 2009.

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CAPA

A História

ADR’s e Sementes Adriana um compromisso com a agricultura

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os anos 90, com a ocupação de todas as áreas com solos argilosos, surgiu a necessidade de melhorar outras áreas, para viabilizar o plantio de soja que se encontrava em constante crescimento, em todo país. Foi então que a Sementes Adriana, que já produzia sementes de soja, viu na planta de milheto uma oportunidade de melhorar a condição dos solos arenosos e mistos. No entanto, as variedades existentes estavam definhadas. Em parceria com a Bonamigo Melhoramentos, a empresa começou um trabalho de pesquisa que possibilitasse a evolução do milheto e o tornasse uma opção de cultura e preparo do solo. Em 2003, foi lançada a variedade ADR-300, que, dentre outros objetivos, nasceu para a produção de palhada e tratamento do solo, com vistas ao plantio direto. O ADR-300, conhecido como SuperMassa, possui diversas características importantes, que agregam valor e enriquecem a cultura subseqüente. Ele é um excelente descompactador de solos, pois seu sistema radicular profundo permite que as raízes formem canalículos e penetrem a terra, quebrando a resistência dos solos compactados. Além disso, por sua profundidade, as raízes dessa planta recolhem nutrientes dispersos no solo, absorvem-os e os levam até a palha, beneficiando, significativamente, o plantio seguinte. Por ser uma planta rústica, é tolerante aos períodos de seca, por isso, é indicado para a safrinha. Mas, a sua principal característica é a redução natural dos nematoides, que atacam as culturas de soja e algodão. Pesquisas já comprovaram a eficiência do SuperMassa no combate aos nematoides de galha (Meloidogyne incógnita e Meloidogyne javanica), Pratylenchus brachyurus e Rotylenchulus reniformis. Somando todas 24

as características, o ADR-300 SuperMassa traz economia ao produtor rural e melhora os índices de produtividade. “Na safrinha, utilizei sorgo e SuperMassa para avaliar a produtividade na soja. A lavoura de sorgo foi adubada com 400 kg de adubo/ha e na lavoura de ADR-300 não utilizei adubo. Avançando no teste, fiz o plantio da soja na palhada do sorgo e na palhada do ADR300, colhi 2,50 sc/ha a mais na palhada do SuperMassa, mesmo colocando 400 kg de adubo no pé do sorgo. Depois disso, não plantei mais sorgo”, declarou o produtor Vanildo João Pedrin, de Ivolândia (GO). Logo foi lançado também o SuperMassa ADR-500, voltado para a nutrição animal. Cultivado, especialmente, no sul do país, é recomendado para o verão, como forrageira na pecuária de leite ou de corte, ovinos, caprinos e equinos, tanto no pastejo direto, em sistema rotacionado, quanto capineira, com corte mecanizado ou manual. É uma planta anual, de rápido crescimento, em diferentes tipos de solo e sob baixas condições de umidade. Pesquisas comprovam sua eficiência na alimentação animal, pois o alto teor de proteína bruta garante sua qualidade nutricional. Na época, recomendada para pastejo, o teor de proteína bruta chega a 19%, proporcionando excelente relação custo/benefício. No caso de vacas em lactação os teores de cálcio presentes do SuperMassa permitem maior produção de leite, uma vez que o cálcio é uma substância essencial para vacas, nesse período. Os altos índices de produtividade proporcionam pasto de qualidade com grande quantidade de massa verde, resultando em animais bem nutridos, mais leite e maior rentabilidade ao produtor. Além disso, o ADR-500 reúne as características do ADR-300, como resistência à seca e reciclagem

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de nutriente. O manejo facilitado e o custo para a implantação do pasto com SuperMassa, trazem retorno econômico e lucratividade. “A produção de forragem permite alcançar até 83 toneladas de matéria verde, por hectare e 13,33 toneladas de matéria seca, no verão, somando quatro cortes. Em um sistema a pasto, com suplementação, um custo de alimentação inferior a R$ 0,21 por litro, observado nessa variedade, significa um custo operacional inferior a R$ 0,39, sendo que a alimentação representa de 40 a 68% do custo operacional, isso se traduz em rentabilidade”, disse o pesquisador Dr. Wagner Beskow, da CCGL/Fundacep, Cruz Alto (RS). A tabela, a seguir, demonstra o custo para alimentação e o retorno em litros de leite. Em 2007, mais uma inovação: o primeiro híbrido de milheto do Brasil, o ADR-7010, SuperGrão, que além de reunir as características importantes das variedades ADR 300 e 500, conquistou o mercado de grãos por causa dos altos níveis de produtividade. Recomendado para a safrinha, tem alcançado índices excelentes na região Centro-oeste, onde produtores chegam a colher 36 sacos por hectare. Com mercado comercial www.interural.com

em crescimento constante, o SuperGrão tem tido destaque na indústria de ração. Mas, a diversidade de propósitos que essa cultivar possibilita faz com que haja várias alternativas no mercado comercial. A utilização do SuperGrão na alimentação de frangos de corte e galinhas poedeiras foi observada, numa pesquisa realizada pelo Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), e os resultados foram surpreendentes. Outra forma de utilização do grão, pouco divulgada no Brasil, é a alimentação humana. O milheto é uma planta rica em Ômega 3, substância importante na prevenção e combate à doenças cardíacas e diabetes, auxilia no tratamento do câncer e potencializa as atividades cerebrais. A farinha de milheto pode ser usada na panificação, e por não conter glúten, oferece alimentos nutritivos e saudáveis. “O grão não possui nenhum fator antinutricional, sendo uma cultura de pequena necessidade de insumos e que produz bem, mesmo em regiões de clima com má distribuição de chuvas, sendo considerada uma cultura moderna, de alta eficiência, por produzir grão e renda em condições de pouca água e menor fertilidade”, explica o pesquisador e melhorista, Luiz Bonamigo. Em Minas Gerais, o cultivo dos ADR’s também alcança resultados excelentes, especialmente no Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Chapada Gaúcha e norte do Estado. Produtores de leite conseguiram aumentar a produção em 15% apenas trocando a alimentação do gado, de silagem de sorgo para ADR-500. De

acordo com o representante da Sementes Adriana, Wellington Oliveira, o crescimento rápido desta variedade agiliza o processo nutritivo, pois em 30 dias é possível alcançar o ponto de pastejo, enquanto que, com capim, é preciso esperar de 70 a 80 dias para colocar o gado. Na capineira, produtores obtiveram 52 toneladas de massa por hectare, em dois cortes. No norte de Minas, os produtores também estão satisfeitos com os resultados do ADR 7010 para silagem. A safrinha, plantada em 1 de março e colhida em 10 de julho, produziu 25 toneladas por hectare. Isso, porque esta cultivar se adapta bem às regiões de pouca chuva, como é o norte do Estado. Oliveira explica que, os ADR’s chegaram em Minas há cinco anos, época em que eram comercializadas apenas 50 toneladas de sementes, mas os resultados foram tão bons que, atualmente, são distribuídas 300 toneladas, e a expectativa é de que esse número aumente para 500 t, em 2010.

Com todos esses benefícios comprovados por pesquisadores em diversas regiões do país, o cultivo dos ADR’s vem ganhando mais espaço, a cada ano e tornou-se uma ótima alternativa para safrinha, para o plantio direto e para pastagem. “Com o desenvolvimento dos ADR’s, nós, que já produzíamos sementes de soja, buscamos levar ao produtor algo muito além da semente. Técnicas de tratamento de solo, semente peletizada, para facilitar o plantio, Índice de Plantio Atualizado (IPA), tratamento Escud e outras inovações fazem parte do nosso pacote de serviços, com o intuito de contribuir com a agricultura brasileira, de forma que o produtor possa ter segurança e produtividade em todos os processos de produção. Por isso, a Sementes Adriana está focada em desenvolver e levar tecnologia ao campo, investindo em pesquisa e melhoramento, para que a toda a cadeia produtiva obtenha sucesso”, concluiu o engenheiro agrônomo Odílio Balbinotti Filho, presidente da Sementes Adriana.

Desde 2005, desenvolvemos um projeto de transferência de tecnologias, na região Norte de Minas Gerais, visando buscar alternativas de produção agropecuária para o agricultor daquela região, que sejam sustentáveis do ponto de vista econômico e ambiental, em que os riscos de frustração de safra, em função de déficit hídrico, comum naquela região, sejam menores. Sob este aspecto, o milheto vem se apresentando como excelente alternativa na produção de forragem para alimentação do rebanho, nos períodos mais secos do ano, em função de sua rusticidade e capacidade de produção de massa, mesmo em condições de déficit hídrico.

Marco Aurélio Noce - Embrapa Milho e Sorgo

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nutrientes e descompactação de solo por meio das cultivares ADR; Manejo e colheita na cultura do milheto, O grão de milheto e suas aplicações na alimentação humana e animal, e Pesquisas Científicas. Na primeira edição, em 2005, o Encontro Tecnológico reuniu mais de 2.500 pessoas, marca que deve ser superada no próximo ano. Para receber os visitantes uma superestrutura será montada, de forma que todos possam conhecer de perto o que é desenvolvido pela Sementes Adriana. A grande novidade será o lançamento dos novos híbridos de milheto ADR 7020 e ADR 8010. O evento acontecerá no dia 24 de abril de 2010, a partir das 7h30, horário de Mato Grosso, na Fazenda Adriana.

Há três anos planto 200 hectares de milheto na safrinha. Desde que iniciei com a cultura venho percebendo apenas benefícios, como o melhoramento do solo, é uma cultura que necessita de bem menos água, além de ser uma ótima massa para cobertura do plantio direto. Já na colheita, em relação à soja e ao milho, os custos ficam bem menores. Estou muito satisfeito.

Gilvan Sorna Fazenda Miralandia Uberlândia (MG)

Com apenas 270mm de chuva, consegui dois cortes de 50 toneladas em 1 hectare. E, ainda, uma rebrota para silagem com 50mm de chuva.

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É a nossa salvação.

Marcionilo Cardoso Filho Fazenda Radial Gameleira (MG)

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Carta Capital: A Empresa Mais Admirada do Agronegócio no Brasil e Mais Admirada em Nutrição e Saúde Animal • Melhores & Maiores: As 1000 Maiores Empresas do Brasil e 400 Maiores Empresas do Agronegócio • As Melhores da Dinheiro: As 500 Melhores Empresas do Brasil • Guia Você S/A | Exame: 150 Melhores Empresas para Você Trabalhar • Valor Carreira: As Melhores na Gestão de Pessoas • Revista Rural: Top of Mind • Valor 1000: 1000 Maiores Empresas • A Granja: O Destaque do Ano • Globo Rural: Melhores do Agronegócio • O Popular: Pop List Rural

Outra demonstração de todo o investimento feito pela Sementes Adriana será apresentada em abril de 2010, quando, para comemorar os 30 anos da empresa, será realizado o 2º Encontro Tecnológico, com o tema “Agricultura no Cerrado – Desafios e Soluções”. Na ocasião, pesquisadores, engenheiros agrônomos e técnicos estarão à disposição de agricultores, estudantes e demais profissionais da área para discutir assuntos como Sistema de diagnósticos a produtividade escondida nos detalhes, Qualidade muito além da semente, Gestão Socioambiental, Nematoides - enfrentando a praga da década, O futuro da pesquisa: novos híbridos ADR, Implantação das cultivares ADR, Reciclagem de

Em 2009, o que não faltou para a Tortuga foi trabalho e reconhecimento. E sabe por quê? Porque ela oferece a seus clientes o que há de melhor em produtos para nutrição e saúde animal, resultado de muito investimento em pesquisas, matérias-primas, instalações e profissionais especializados. E todo esse esforço só poderia gerar esse grande reconhecimento.

A Sementes Adriana chegou ao Mato Grosso, na década de 1980. Instalou-se na Serra da Petrovina, município de Alto Garças. Foi fundada pela família Balbinotti, que tem sua origem no Rio Grande do Sul. A empresa começou pequena, mas, hoje, prestes ao completar 30 anos, abastece, com sementes de soja e milheto, aproximadamente, 1 milhão de hectares cultivados nos estados de Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Tocantins e Bahia. É considerada a maior produtora individual de sementes, no Brasil, produzindo, em média, 45 mil toneladas de sementes de soja por safra. Todos os lotes de sementes são rastreados por um processo que permite registrar, detalhadamente, todos os passos, desde a produção até a chegada na fazenda do produtor. Na Fazenda Adriana existe um dos mais modernos laboratórios da América Latina, onde é analisada, testada e comprovada a eficiência de todas as cultivares, tanto de milheto quanto de soja. Este laboratório é considerado o centro da produção, que proporciona a segurança e a agilidade necessárias na agricultura empresarial moderna. “Sabemos do compromisso que temos com a agricultura, por isso, fazemos questão de investir em pesquisa e tecnologia”, reforça Balbinotti. Para compartilhar os bons resultados, a Sementes Adriana realiza vários eventos em todo país, a exemplo do 2º Encontro Técnico de ADR’s que acontecerá em Uberlândia, no dia 4 de novembro, com a presença de pesquisadores, doutores no assunto e produtores da região. “O Encontro acontece para que possamos ter um contato mais direto com o produtor, expor as vantagens dessas cultivares, trocar ideias e prestar assistência técnica, além de ouvir sugestões e necessidades, é o nosso momento”, explica Oliveira, representante Sementes Adriana.

Encontro Tecnológico

Tortuga. Admirada pelo pessoal da cidade. Desejada pela turma do campo.

CAPA

Empresa


CAPA

Milheto

Originação, Comercialização e uso do Grão de ADR’S na Alimentação Animal Engº Agrº Ricardo Alexandre de Pádua

N

o Brasil, a perspectiva de utilização do milheto em rações animais torna-se promissora, e vem contribuindo para a diminuição dos custos nas diversas cadeias produtivas animais. Essa afirmação se dá pelas características do grão de milheto e por se encaixar como um produto alternativo na substituição do milho na formulação da ração. Aliado a todo esse cenário, a Sementes Adriana, que detém materiais de milheto como o Adr 300 e o primeiro híbrido de milheto do Brasil Adr 7010, desenvolveu o setor de Originação de Grão de 24 28

Milheto, com a finalidade de criar um link entre o produtor e a indústria e, com isso, atender ao volume que a indústria requer. A Sementes Adriana tem o compromisso de garantir liquidez para os produtores que compraram nossos materiais, com isso, eles têm segurança da comercialização do grão. Atualmente, o setor compreende 12 armazéns prestadores de serviço, que fazem todo o trabalho de padronização do produto, entregando um produto padrão para a indústria. Esses armazéns estão localizados nos estados de Mato Grosso, Goiás e

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Mato Grosso do Sul. Esse número deve aumentar pelo fato de as áreas de cultivo estarem se expandindo para outras regiões agrícolas. O milheto se torna uma opção como produto alternativo nas formulações de rações pelas suas características, principalmente por ser um produto não transgênico e por não ter tanino na sua composição. Abaixo, comparação entre Milheto, Milho e Sorgo. A energia metabolizável (EM) do milheto é ao redor de 3500 kcal/ kg de grãos. Nota-se a excelente qualidade do grão de milheto comparado ao milho e sorgo (Tabelas 1 e 2). www.interural.com

Uso do milheto em rações para Aves, Suínos e Bovinos A literatura divulga vários dados referentes à substituição do grão de milho pelo milheto em rações para aves e suínos na fase de crescimento e terminação . São as seguintes vantagens de seu uso em ração: • disponibilidade de grandes volumes na safrinha; • o grão é colhido seco, portanto, não é necessário secá-lo no recebimento; • para aves, pode ser incluído “in natura” isto é, sem moagem, significando redução nos custos de fabricação da ração; • contém altos teores de proteína e óleo, portanto, redução na adição de óleo e de proteína nas rações; • pode ser misturado ao milho ou ao sorgo; www.interural.com

• promove a redução do custo, mantendo-se a qualidade;

• há ausência de compostos tóxicos ou fatores antinutricionais.

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CAPA

Milheto

Produção de Palhada, Descompactação do Solo e Ciclagem de Nutrientes Com o Uso dos Milhetos Adr`S Renato Lara de Assis, Antonio Joaquim Braga Pereira Braz, Alessandro Guerra da Silva Professores da Faculdade de Agronomia da FESURV – Universidade de Rio Verde, Caixa Postal – 104, Campus Universitário, Rio Verde – GO, E-mail: assis@fesurv.br

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milheto é o sexto cereal mais cultivado no mundo, com área cultivada no Brasil estimada de 4,0 milhões de hectares*. A cultura apresenta tolerância à seca, podendo ser cultivada em regiões com índice pluviométrico menor que 400 mm anuais (BONAMIGO et al., 1999), o que lhe confere grande potencial para cultivos em sucessão ou safrinha. É uma cultura que possibilita grande diversidade de uso, como produção destinada à formação de palhada para o sistema plantio direto; produção de forragem para pastejo, silagem; produção de grãos; recuperação de pastagens e de solos degradados, tanto pela produção de palhada, como planta descompactadora de solo. Em estudos envolvendo plantas de cobertura do solo em condições de compactação do solo, Gonçalves et al. (2006) e Jimenez et al. (2008) observaram que os milhetos ADR`s tiveram um melhor desenvolvimento em solos compactados. Esses materiais produziram grande quantidade de raízes que se tornaram, após a sua decomposição, poros biológicos, promovendo, assim, a descompactação natural do solo, aumentando a infiltração de água, a aeração do solo, e favorecendo o crescimento de raízes da cultura cultivada em sequência. O milheto tem sido cultivado tanto na primavera quanto em safrinha. O cultivo em primavera 30

Figura 1. Diversas fases da cultura do milheto (crescimento, produção de forragem e palhada após a colheita dos grãos).

visa à formação de palhada e ao fornecimento de nutrientes para a cultura de verão, enquanto que, na safrinha, o cultivo objetiva a formação de palhada para manter o solo coberto na entressafra, além de proporcionar ciclagem de nutrientes e produção de grãos. Outra característica reconhecida do milheto é sua adaptabilidade aos solos ácidos e de baixa fertilidade, os quais são extremamente limitantes para o cultivo do milho e sorgo. Essa adaptação se deve à sua capacidade de extração de nutrientes, face ao seu sistema radicular profundo e abundante (GONÇALVES et al., 2006),

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podendo atingir mais de dois metros de profundidade (PEREIRA Filho et al., 2005). Os milhetos ADR`s têm apresentado um grande potencial para a produção de biomassa. Resultados de literatura mostram que a produção de biomassa seca, quando cultivados na primavera ou verão, pode chegar até 20 t ha-1 (PIRES et al., 2007), enquanto, na safrinha, obtêm-se, aproximadamente, 10 t ha-1 com cultivares melhoradas (BOER et al., 2008). Pires et al. (2007), em estudo na primavera para avaliar o desempenho de cultivares de milheto ADR500 e ADR300, manejados no www.interural.com

pleno florescimento (59 dias após a semeadura), constataram produção de biomassa verde acima de 70 t ha-1, enquanto que a produção de biomassa seca atingiu 20 t ha-1. Em outro estudo, Cruvinel et al. (2008), utilizando as cultivares ADR300, ADR500 e o híbrido ADR7010, semeados a lanço na primavera, obtiveram, aos 50 dias após a semeadura, a produção de biomassa verde, respectivamente, de 116, 119 e 122 t ha-1, e biomassa seca, respectivamente, de 15, 14 e 14 t ha1. Com estes resultados, observa-se a grande capacidade da cultura de produção de biomassa verde e seca. O milheto, como planta de cobertura, constitui importante reserva de nutrientes para o solo, demonstrando elevada capacidade em ciclar nutrientes de camadas mais profundas do solo, contribuindo com a nutrição mineral da cultura em sucessão (BOER et al., 2007; CARPIM et al., 2008). Destacase que a incorporação dos restos culturais do milheto devolve ao solo parte dos nutrientes absorvidos, principalmente potássio, nitrogênio, cálcio e magnésio, contidos na palhada. Entretanto, mesmo com a manutenção da palhada na área de produção e em decorrência da exportação de nutrientes pelos grãos, faz-se necessária a reposição desses nutrientes em cultivos seguintes.

Como planta recicladora de nutrientes, os milhetos ADR´s são capazes de reciclar grandes quantidades de potássio e nitrogênio. Carpim et al. (2008), em estudo na primavera com o milheto ADR300, constataram acúmulo de 205 kg ha-1 de nitrogênio e 448 kg ha-1 de potássio com produção de 8,8 t ha-1 de biomassa seca em manejo realizado aos 50 dias após a semeadura no início do florescimento. Em outro estudo com os milhetos ADR300, ADR500 e o

híbrido 7010, manejados aos 50 dias após a semeadura, semeados na primavera, com o objetivo de formação de palhada e ciclagem de nutrientes para a cultura do milho no verão, Souza et al. (2008) observaram o acúmulo médio de 338 kg ha-1 de nitrogênio e 172 kg ha-1, e com produção média de 14,6 t ha-1 de biomassa seca. Estes resultados demonstram a grande capacidade dos milhetos ADR´s na ciclagem de nutrientes, especialmente de nitrogênio e potássio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOER, C.A.; ASSIS, R.L. de; SILVA, G.P.; BRAZ, A.J.B.P.; BARROSO, A.L. de L., CARGNELUTTI FILHO; A.; PIRES, F.R. Biomassa, decomposição e cobertura do solo ocasionada por resíduos culturais de três espécies vegetais na região centro-oeste do Brasil. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.32, p.843-851, 2008. BOER, C.A.; ASSIS, R.L.; SILVA, G.P.; BRAZ, A.J.B.P.; BARROSO, A.L.L.; CARGNELUTTI FILHO, A. & PIRES, F.R. Ciclagem de nutrientes por plantas de cobertura na entressafra em um solo de cerrado. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.42, p.1269-1276, 2007. BONAMIGO, L.A. A Cultura do milheto no Brasil: implantação e desenvolvimento no cerrado. In: WORKSHOP INTERNACIONAL DE MILHETO, 1999, Brasília, Anais... Planaltina: Embrapa Cerrados, 1999. p.31-65 CARPIM, L. K.; ASSIS, R.L. de; BRAZ, A.J.B.P.; SILVA, G. P.; PIRES, F. R.; PEREIRA, V.C.; GOMES, G.V.; SILVA, A.G. Avaliação da liberação de nutrientes na palhada de milheto em diferentes estádios fenológicos. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.32, p.2813-2819, 2008. CRUVINEL, W.S.; SOUZA, S.G. de; BORGES, E.F.; CARVALHO, A.M. de; FONSECA, D.R.S. da; BESSA, R.C.G.; CABRAL, A.R.; QUEIROZ JÚNIOR, E.B. de; BOER, C.A; ASSIS, R.L. de; SIMON, G.A.; SILVA, G.P.; MENEZES, C.C.E. de. Análise de crescimento de espécies de plantas de cobertura cultivadas na primavera. In: WORKSHOP DO CENTRO TECNOLÓGICO COMIGO, 7, RIO VERDE, 2008. Resultados 2008... Rio Verde: COMIGO, p. 85 a 88. GONÇALVES, W.G.; JIMENEZ, R.L.; ARAÚJO FILHO, J.V. de.; ASSIS, R.L. de.; SILVA, G.P.; PIRES, F.R. Sistema radicular de plantas de cobertura sob compactação do solo. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.26, p.67-75, 2006. JIMENEZ, R.L.; GONÇALVES, W.G.; ARAÚJO FILHO, J.V. de; ASSIS, R.L. de; SILVA, G.P.; PIRES, F.R. Crescimento de plantas de cobertura sob diferentes níveis de compactação em um Latossolo Vermelho. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.12, p.116-121, 2008. PEREIRA FILHO, I.A.; RODRIGUES, J.A.S.; KARAM, D.; COELHO, A.M.; ALVARENGA, R.C.; CRUZ, J.C.; LARA CABEZAS, W. Manejo da cultura do milheto. In: MARTINS NETTO, D.A. & DURÃES, F.O.M. (eds.) Milheto – tecnologias de produção e agronegócio. Brasília, DF, Embrapa Informação Técnológica, 2005. p.60-92. PIRES, F.R.; ASSIS, R.L. de; SILVA, G.P.; BRAZ, A.J.B.P.; SANTOS, S.C.G; VIEIRA NETO, S.A.; SOUSA, J.P.G. de. Desempenho agronômico de variedades de milheto em razão da fenologia em pré-safra. Bioscience Journal, Uberlândia, v.23, n.3, p.41-49, 2007. SOUZA, S.G. de; CRUVINEL, W.S.; SOUZA, C.B.N. de; ASSIS, R.L. de; BOER, C.A.; SIMON, G.A.; SILVA, G.P.; BRAZ, A.J.B.P.; BENTO, J.C.; MENEZES, C.C.E. de. Efeito das plantas de cobertura no acúmulo de nitrogênio e potássio na palhada e na produtividade da cultura do milho. In: WORKSHOP DO CENTRO TECNOLÓGICO COMIGO, 7, RIO VERDE, 2008. Resultados 2008... Rio Verde: COMIGO, p. 94 a 96.

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Milheto

Volumoso de Qualidade e Nutrição Equilibrada EDSON CARLOS POPPI - Zootecnista - Msc Agronegócios - Dir. técnico Lallemand Animal Nutrition.

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oda a dieta de vacas leiteiras ou bovinos de corte, sem dúvida, passa pela necessidade de um volumoso de qualidade, adequadamente conservado, mantendo os valores nutritivos da forrageira original e também evitando que o animal entre em contato com micotoxinas, oriundas de fermentações inadequadas. Para que isso ocorra, temos sempre que observar alguns critérios básicos na confecção das silagens, que nem sempre são observados, o que acarreta perdas de volume de matéria seca e produtividade pela perda de qualidade. Cada material tem uma maneira específica de ser trabalhado, para conseguir os melhores resultados. Quando trabalhamos com forrageiras que são ensiladas com alta matéria seca (acima de 30%), temos que tomar um cuidado especial com compactação, até porque nem todas as propriedades têm as possibilidades de ter equipamentos para corte em condições ideais. Uma forrageira cortada inadequadamente leva a uma compactação deficiente, o que proporciona desenvolvimento de diversas espécies de fungos, que podem, em seu desenvolvimento, gerar várias micotoxinas que afetem o desenvolvimento animal, produção de leite e reprodução. Nem sempre, o produtor esta atento para esse problema, confundindo com doenças reprodutivas, no caso de abortos, retorno ao cio, e toda a sorte de prejuízos relacionados à reprodução. Se a forrageira ensilada possuir uma MS inferior a 27%, temos que ter atenção com a perda de líquidos e a fermentação butírica. Nesse caso, temos também que trabalhar com as facas da ensiladeira 32

muito bem afiadas, para que elas cortem de maneira homogênea o material, mantendo um tamanho de partículas de 3 cm. Um volumoso, adequadamente repicado e com boa fermentação, favorece, sem dúvida, uma boa condição ruminal, otimizando as fermentações e proporcionando boas condições de aproveitamento máximo dos alimentos.

Silo Mofado

Utilização de Leveduras Especificas para Otimização da Função Ruminal Com o avanço das pesquisas de microbiologia, surgiram, nos últimos anos, grandes novidades em termos de leveduras específicas para ruminantes, que trazem inúmeras vantagens em termos de digestão de fibras, de grãos, observadas com menor proporção de grãos nas fezes dos animais. Quanto maior o desafio, com dietas extremamente ácidas, melhor tem sido o retorno em sanidade, reprodução e produtividade. No caso de vacas leiteiras de alta produção, que recebem grandes quantidades de concentrado e estão, portanto, sujeitas a distúrbios digestivos, tais como acidose, evoluindo para laminite, torção de abomaso e problemas no fígado, os resultados com o uso de levedura específica para ruminantes tem apresentado resultados ótimos, culminando com o aumento da produção de leite/dia na ordem de 1,5 a 2,0 litros. No caso de bezerras, com o uso na mamadeira desde o nascimento, observa-se uma diminuição drástica

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nas diarreias (por volta de 80%), e um aumento no ganho de peso, que vai proporcionar um desmame mais cedo, e o animal poderá chegar ao peso de inseminação com menor idade. Esse efeito ocorre porque a levedura permite uma colonização precoce do estômago da bezerra, acelerando o processo de transformação em ruminante. Importa frisar que existem milhares de cepas de Sacharomices cerevisae (leveduras), e que nem todas têm uma boa atuação, quando fornecidas a ruminantes, portanto, temos, neste caso, que procurar as mais efetivas, com resultados viáveis economicamente. A nutrição animal é baseada em equilíbrio, assim, para que possamos manter os microrganismos do rúmen em atividade total, precisamos de uma silagem de alta qualidade, com boa conservação, e, então, utilizar todo o potencial que tem o ruminante de transformar fibras e grãos em leite e carne, de maneira viável economicamente.

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Milheto

Milheto na Alimentação de Ruminantes Prof. Edmundo Benedetti - Professor Titular, Doutor da FAMEV/UFU

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s condições tropicais exercem forte influência na expressão do potencial genético dos animais. O clima afeta diretamente a disponibilidade das forrageiras e seus nutrientes, sendo a alimentação fator trabalhoso na produção e na composição do leite, na reprodução e na saúde animal, o seu déficit limita a genética animal, formando, assim, um grande elo: o quadrinômio: clima, planta, solo e animal, dependentes uns dos outros para o sucesso. O milheto é de caráter rude, forrageira de clima tropical e entra com uma forte posição, sendo superior ao milho no teor de proteína bruta, na rusticidade, ou seja, suporta solos de baixa fertilidade e presença de veranicos, tornando-se destaque nas áreas de Cerrado. Devido ao seu sistema radicular profundo, consegue atingir níveis de água e de nutrientes nas partes mais profundas do solo, portanto, tendo boa adaptabilidade em déficits 34

hídricos. Em solos férteis e de bom índice pluviométrico, ele pode alcançar surpreendente produção, ainda livre de agentes toxicológicos. Exerce efeito tampão, ocasionando amortização de custos, quando utilizado como forrageira. Pode ser usado para ensilagem e como pasto, este com destaque para a Região Sul e Cerrado; ainda se tem a produção de grãos para fabricação de ração, com especial atenção aos teores de aminoácidos, principalmente os sulfurados. O Pennisetum glaucum, conhecido por pasto italiano ou milheto, é originário da África e da Índia. Foi domesticado na África Ocidental há cerca de 5000 anos. Durante esse período, a cultura vem passando por um intenso processo de seleção, tornandose resistente ao estresse hídrico, a solos com baixa fertilidade natural, à baixa capacidade de retenção de água, ao baixo pH e a altas temperaturas. Nas regiões africanas que estão sujeitas a

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secas constantes, ocorre a maior parte do cultivo de milheto, que visa atender, principalmente, à alimentação humana, embora o uso na alimentação animal seja muito difundido. A pecuária brasileira está estreitamente relacionada à exploração das pastagens naturais e cultivadas, e a alta produtividade das gramíneas forrageiras se torna um dos principais fatores responsáveis pelo sucesso desta atividade. Gramíneas anuais de estação quente, como o milheto (Pennisetum glaucum), têm função assegurada em sistemas de pastejo, que visem à alta produtividade de forragem e animal por área. A cultura do milheto passou a se destacar no cerrado após os trabalhos de seleção iniciados em 1981, que resultaram no lançamento das variedades BN-1 e BN-2 em 1986 e 1991, respectivamente. Essas pesquisas contribuíram de forma decisiva para o crescimento da forrageira em questão. www.interural.com

Hoje, sob uma seleção vigorosa a empresa Sementes Adriana tem alcançado índices satisfatórios. De acordo com a revista Plantio Direto, três novas variedades de milheto – ADR 300/ADR 500, Super Massa e ADR 7010, Super Grão –, criadas a partir de materiais antigos, mas com maior capacidade de crescimento, formação de massa, grãos e reciclagem de nutrientes, são as principais responsáveis por essas mudanças. O milheto ocupa a sexta posição entre os cereais mais importantes do mundo. Essa gramínea tem sido utilizada, no Brasil, de diversas formas: como planta forrageira, como pastoreio para o gado – especialmente na Região Sul e, atualmente, no Cerrado –, como produção de semente para a fabricação de ração e como planta de cobertura do solo para o sistema de plantio direto. Nos cerrados brasileiros, é uma destacada opção na safrinha em rotação com soja e algodão. A região centrooeste se salienta na utilização desse grão, uma vez que suas características agronômicas e nutritivas o qualificam como possível substituto energético na alimentação animal. O milheto é uma forrageira de clima tropical, anual, de hábito ereto, porte alto, com desenvolvimento uniforme e bom perfilhamento e produção de sementes entre 500 a 1.500kg/hectare. Apresenta excelente valor nutritivo até 14% de proteína bruta quando em pastejo –, boa palatabilidade e digestibilidade (60% a 78%) em pastejo, sendo atóxica aos animais em qualquer estádio vegetativo. Quanto ao potencial produtivo de forragem, pode alcançar até 60 toneladas de massa verde e 20 toneladas de matéria seca por hectare, quando cultivado no início da primavera. Se utilizado sob pastejo, com animais de recria, pode proporcionar ganhos de até 600 quilos/hectare de peso vivo, ou 20 arrobas/hectare de carne em 150 dias de pastejo, equivalente a ganhos médios diários de 950 gramas/animal, com 4,2 animais/hectare. É uma gramínea cespitosa, produz excelente quantidade de massa verde em solos arenosos e pobres, desde que não sejam úmidos, e pode atingir de 2 a 5m de altura. Embora o milheto tenha um curto período de utilização (90 a 100 www.interural.com

dias de pastejo), representa uma excelente alternativa, dentro de um programa forrageiro, para valorizar as categorias animais que melhor respondam a dietas de qualidade, como vacas em produção, novilhas em terminação e bezerros pós desmama. A suplementação energética em pastagem de milheto é uma alternativa viável para que novilhas desmamadas aos 60-90 dias apresentem desempenho individual satisfatório no período inicial pósdesmama. Na região Sul, o milheto tem sido empregado sob pastejo, associado à desmama precoce (90 a 100 dias de idade) de bezerros(as), visando garantir pesos semelhantes aos bezerros submetidos à desmama tradicional, entre 6 e 8 meses de idade. O espigamento do milheto ocorre, aproximadamente, aos 60 dias do plantio, sem a presença de tanino (polifenol), com uma produtividade de sementes variando entre 1000 e 1500 kg/ha. O grão de milheto apresenta, em média, 75% de endosperma, 15% de gérmen e 10% de farelo. Como o grão é pequeno, o gérmen representa uma significativa proporção do grão total, resultando em teores elevados de proteína e óleo; a proporção do gérmen é duas vezes superior à encontrada no sorgo. A época de semeadura ocorre em função da finalidade do uso da cultura.

Para a cobertura do solo no plantio direto, pode-se realizar a semeadura, como safrinha, após a colheita do milho ou da soja, no período que compreende do final de janeiro até meados de abril. Nessa situação, plantios efetuados mais cedo produzem mais massa e mais grãos; já plantios tardios produzem menos massa e podem produzir muito pouco grão. A profundidade de semeadura influi no estande, uma vez que as sementes são muito pequenas, podendo ter problemas na germinação e na emergência. Por isso, o solo tem de estar em boas condições; já na semeadura direta, escarificar o solo bem de leve, para que as sementes tenham aderência ao solo. A profundidade, em função do tipo de solo (arenoso ou argiloso), varia de 2cm a 4cm. O crescimento do milheto é limitado por temperaturas baixas, menores que 18oC, e passa a ser desprezível em temperaturas abaixo de 12,8oC. Para germinar, há necessidade de uma temperatura do solo, a 10cm de profundidade, de 20oC. A implantação ocorre quando a temperatura ambiente se torna mais elevada, e a temperatura do solo estiver na faixa de 18 a 20°C. O milheto é uma excelente alternativa para a produção de silagem, principalmente em regiões com problemas de veranico ou seca. Presta-se, ainda, para o plantio tardio ou de safrinha, para regiões nas quais não ocorram geadas e que tinham precipitações até o mês de

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maio, podendo alcançar uma produção superior ao sorgo, com melhor qualidade e também proporcionar boa cobertura do solo. A planta apresenta um teor de 16,7% de PB, nível de FDN inferior a 68%, DIVMS (digestibilidade in vitro da matéria seca) do milheto foi de 70%. Assim, o maior nível de FDN justifica a menor DIVMS, uma vez que a digestibilidade da forragem diminui, à medida que

aumenta o conteúdo de parede celular. Apresenta uma concentração de 12% a 24% de proteína bruta, e 54% a 78% de digestibilidade na planta, sendo que, na folha do milheto, a digestibilidade é de 72%, a proteína bruta de 21%, com 3,42% de nitrogênio, 0,26% de fósforo, 3,81% de potássio, 0,53% de cálcio, 0,49% de magnésio e 0,19% de enxofre. O aumento da degradabilidade do amido no rúmen tem se mostrado

útil, não só por maximizar a capacidade fermentativa do rúmen, aumentando a síntese de proteína microbiana e a produção de AGVs, mas também por promover economia no metabolismo energético proteico do hospedeiro. O grão de milheto avaliado apresentou menor concentração de amido em relação ao milho (62 VS 72%) e maiores concentrações de proteína (15,8%) e extrato etéreo (5,4%).

Uso do milheto como pastagem no período pré seco do ano (abril a julho) As unidades demonstrativas do Projeto Leite a Pasto Educação Continuada (10 unidades em Paracatu MG e 10 em Uberlândia – MG) utilizaram o milheto ADR 500, na maioria, como pasto de inverno. Os resultados variaram de acordo com a quantidade de sementes semeadas a lanço após colheita de material para silagem. A distribuição gratuita da semente permitiu plantar, em média, 12kg/ha; o estande não ficou com boa densidade de planta, e ainda houve aqueles que enterraram a semente mais do que o recomendado. 36

Mesmo assim, analisando os resultados, o número de pastejo, em média, ficou em três. Ocorreu uma diminuição significativa no período seco do ano, cerca de 50 dias. Houve produtor que alcançou 75 dias. Poucos plantaram para silagem, cuja produção variou de 25 até 42t/ha. O milheto, como alternativa na pré-seca, mostrou ser uma opção muito interessante na diminuição dos custos de produção de alimentos para o período seco: - considerando o preço médio de silagem

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de R$60,00/t e um rebanho de 100 vacas em lactação, comendo 40kg/dia durante 180 dias, tem-se um consumo de 720t, custando R$43.200,00; - considerando 65 dias a menos de consumo de silagem tem-se um consumo de 460t, custando R$27.600,00, ou seja, uma redução de custo na ordem de 36%; - considerando a formação de 16ha para se obter a produção de 720t de silagem, em pastagem de milheto no período pré seco, tem-se um custo de R$2.200,00; o retorno líquido fica na ordem de 31%. www.interural.com

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Milheto

O Papel dos Genótipos Adr’s no Manejo de Nematoides em Sistemas de Culturas Anuais e na Recuperação de Pastagens Degradadas Jaime Maia dos Santos - Professor Assistente Doutor & Pedro Luiz Martins Soares - Professor Substituto Doutor, Nematologistas. UNESP/FCAV, Departamento de Fitossanidade, Campus de Jaboticabal. jmsantos@fcav.unesp.br, pedrolms@fcav.unesp.br.

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Filo Nematoda engloba cerca de 15.000 espécies conhecidas. Em diversidade (número de espécies), é superado pelos insetos, mas nenhum outro grupo de animais no planeta é tão numeroso quanto os nematoides. Ocupam, praticamente, todos os nichos ecológicos. São encontrados parasitando mamíferos, inclusive, o homem, aves, peixes, répteis, anfíbios e artrópodes, e uns ainda se alimentam de fungos e bactérias. Menos de 50% das espécies conhecidas completam seus ciclos de vida se alimentando de plantas. Ainda assim, muitas das espécies que se alimentam de plantas não são consideradas pragas, porquanto não comprometem a produtividade das culturas. Embora algumas espécies se alimentem de partes aéreas (caules, folhas, flores e sementes), a grande maioria se alimenta em partes subterrâneas. Nesses dois grupos, são encontradas espécies danosas para as nossas culturas, mas, geralmente, as mais destrutivas são parasitas de raízes e tubérculos.

Figura 2. Caracteres morfológico e bioquímico suficientes para identificação de Meloidogyne javanica. A e B) Padrões perineais aos microscópios eletrônico de varredura e fotônico, respectivamente. C) Fotomicrografia da região labial do Macho. D) Fenótipo isoenzimático para esterase.

Figura 3. Heterodera glycines em soja. A) Reboleira de plantas cloróticas e atrofiadas. B) Fêmeas do nematóide parcialmente imersas nas raízes (setas). C) Fêmea globosa com a região anterior imersa na raiz e um macho vermiforme próximo (seta). D) Cistos do nematóide. E) Reboleiras pequenas às margens de uma estrada (setas) denotando a dispersão do nematóide pelo trânsito de máquinas e veículos.

O Manejo de Nematoides Figura 1. Lavouras de soja atacadas por Meloidogyne javanica. A) Reboleira de plantas cloróticas em lavoura do Município de Campo Novo dos Parecis-MT. B) Raízes com galhas formadas pelo nematóide coletadas nos bordos da reboleira. C) Reboleira causada pelo mesmo nematóide em lavoura do Município de Luis Eduardo Magalhães-BA, exibindo plantas mortas em conseqüência do efeito concomitante de um veranico. D) Raízes de plantas dos bordos da reboleira exibindo galhas

Espécies-Chave de Nematoides para as Culturas Anuais no Brasil Embora sejam conhecidas muitas espécies de fitonematoides, no Brasil, as espécies-chave para nossas culturas extensivas são relativamente poucas. Na cultura da soja, por exemplo, as espécies que comprometem a produção e a produtividade são: Meloidogyne javanica (Figuras 1 e 2) e M. incognita (nematoides de galha), Heterodera 38

glycines (o nematoide de cisto da soja - Figura 3), Pratylenchus brachyurus (o nematoide das lesões radiculares – Figura 4) e Rotylenchulus reniformis (o nematoide reniforme – Figura 5). Para o milho, as espécies mencionadas dos nematoides de galha, P. brachyurus e P. zeae, são as espécieschave. Em casos esporádicos e muito localizados, espécies de Trichodorus

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e de Paratrichodorus também podem ser pragas importantes da cultura. No caso do algodoeiro, M. incognita raças 3 e 4, R. reniformis e P. brachyurus são as espécies que comprometem o desenvolvimento e a produtividade da cultura no Brasil. Em outras regiões do mundo, as espécies-chave dessas culturas são mais numerosas. www.interural.com

O solo é um componente vivo do ecossistema, e os nematoides são uma fração da biota do solo. A ocorrência de danos causados por essas pragas demonstra que práticas inadequadas vêm sendo adotadas na fazenda, resultando em aumento das populações no solo. Para corrigi-las, é imperioso que medidas visando à interrupção do ciclo de vida dessas pragas sejam adotadas. O manejo dos nematoides deve ser encarado como uma prática permanente na fazenda, em vez do que é usualmente praticado. Isto é, ignoram-se os nematoides até enquanto os danos sejam tidos como toleráveis. Quando o impacto das perdas é sentido, então se www.interural.com

procura uma solução. Essa postura é incompatível com os conceitos da Agricultura Sustentável, e as fazendas que não mudarem o seu enfoque, certamente, estarão numa espiral que poderá tornar boa parte de suas áreas inviáveis para o cultivo da soja e de outras culturas. O enfoque sobre o manejo de nematoide em culturas anuais extensivas, tal como a soja, requer uma contínua vigilância e conhecimento do papel que essas pragas estão tendo no desempenho das culturas. Devese levar em consideração todo o sistema de produção. De particular importância são as culturas que, usualmente, fazem parte do sistema como culturas de sucessão

e/ou rotação. Se a cultura em sucessão também for suscetível ao nematoide-chave da soja na área, certamente, a próxima safra sofrerá expressiva queda de produtividade. Isso porque a população do nematoide continuaria crescendo na cultura em sucessão, de modo que, na safra seguinte, a população inicial no solo estaria numa densidade tal que comprometeria o crescimento da soja. Esse é o caso do milho em sucessão à soja nas áreas infestadas por Pratylenchus brachyurus ou pelos nematoides de galha (Meloidogyne spp.). As espécies de Brachiaria não hospedam os nematoides de galha, mas todas são hospedeiras de Pratylenchus brachyurus. Por

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outro lado, se a cultura a seguir não for hospedeira, haverá redução da população do nematóide por não fornecer alimento para a praga, ou ainda, exercendo alguma outra ação deletéria. É indispensável, no entanto, que haja um criterioso controle de plantas daninhas, mesmo quando a cultura seja uma não hospedeira. Caso contrário, a eficiência dessa prática será seriamente comprometida, uma vez que essas plantas poderiam continuar hospedando os nematoides. A carência de culturas não hospedeiras e que sejam rentáveis para os produtores é uma das principais limitações. A utilização de cultivares resistentes, se disponível, é outra prática muito eficaz. Em nosso País, entretanto, os produtores não têm utilizado esse recurso com o critério requerido. De fato, quando é lançada uma nova cultivar resistente, a comunidade de produtores, doravante, só planta esse material. Isso tem feito com que a pressão de seleção a torne ineficaz em relativamente pouco tempo, e, além disso, uma nova raça do nematoide é selecionada na área. A utilização de culturas que interrompam o ciclo de vida dos nematoides e ainda traga outros benefícios adicionais, tais como a descompactação natural do solo, o fornecimento de palhada, a proteção do solo contra a perda excessiva de umidade, contra o aquecimento excessivo e contra o impacto das gotas da chuva que desagrega o solo e o predispõe à erosão, que promove a ciclagem de nutrientes, que dinamiza a biota do solo e, também, não hospedem outros patógenos como o agente causal do “mofo branco” (Sclerotinia sclerotiorum), é, atualmente, uma alternativa preferencial. A cultura de milheto da série ADR, a saber, a variedade ADR 300 ou o híbrido ADR 7010, não hospeda os nematoides-chave de nossas culturas anuais e proporciona esses benefícios adicionais. Além 40

adicional dos animais faz com que a pastagem perca a competição com o mato, conforme ilustrado na Figura 6. O milheto ADR 300 pode ser utilizado com sucesso na recuperação de áreas de pastagens infestadas pelos nematóides. Essas manchas devem ser aradas e gradeadas para a destruição do mato. Eventuais correções do solo podem ser praticadas e o milheto semeado a lanço. Essa cultura deverá ser mantida por um ano ou mais na área, para proporcionar a redução da população do nematoide, ainda que com o pastoreio dos animais, de modo que a população de Pratylenchus spp. seja consideravelmente reduzida no solo. Após esse período, voltase a semear a Brachiaria em mistura com Stylosanthes sp. Essa prática pode ser utilizada para a recuperação de extensas áreas de pastagens degradas no Brasil.

Figura 5. Rotylenchulus reniformis em soja. A) Reboleira na lavoura exibindo plantas menores e cloróticas. B) Fêmea do nematóide em seu sítio de alimentação sobre a raiz e parcialmente coberta pela massa de ovos. C) Fêmea do nematóide em seu sítio de alimentação sobre a raiz da qual foi removida a gelatina que a recobre com sua massa de ovos.

Figura 4. Pratylenchus brachyurus em soja e em culturas usualmente incluídas em seu sistema de produção. A) Reboleiras em soja na região de Sorriso-MT. B) Detalhe de uma reboleira. C) Lavoura severamente infestada em Nova Ubiratã-MT. D) Raízes de plantas infectadas (I) e não infectadas (NI). E) Reboleiras em cultura de milho causada por P. brachyurus e P. zeae. F) Reboleira em cultura de algodoeiro causada por P. brachyurus e Meloidogyne incognita.

disso, ainda cresce em condições de déficit hídrico, que nenhuma outra com tais características cresceria. Por conseguinte, esses materiais incluídos nos sistemas de produção de nossas culturas anuais podem promover o manejo dos nematoides com enormes vantagens em relação a outras práticas. Talhões inteiros ou partes deles, onde haja infestação dos nematoides, podem ser semeados com esses materiais na safrinha, na safra, para a recuperação de áreas infestadas, ou em sobressemeadura. Na próxima safra de verão, a população dos nematoides remanescente não será suficientemente alta para impactar a produtividade da cultura. Os benefícios adicionais

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mencionados também trarão reflexos na produtividade da cultura da safra de verão subsequente. Recentemente, a cultura da cana-de-açúcar vem ocupando expressivas áreas de pastagens em diferentes regiões. Amostras de solo e raízes coletadas nessas pastagens, recebidas para análise no Laboratório de Nematologia da UNESP/FCAV, em Jaboticabal – SP, têm revelado densidades de população de Pratylenchus brachyurus e P. zeae, que seriam limitantes para o desenvolvimento de qualquer de nossas culturas. Esses nematoides infectando as raízes das gramíneas forrageiras impedem o vigoroso crescimento da pastagem. O pastoreio www.interural.com

Figura 6. Área de uma pastagem de Brachiaria sp. cuja infestação por Pratylenchus brachyurus e P. zeae, somada ao pastejo dos animais fez com que o mato dominasse a forrageira.

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CAPA

rural faça uma boa dessecação na área antes de iniciar o plantio, para eliminar plantas invasoras que possam competir com o milheto. Diversos trabalhos mostram que,

Milheto

Manejo de lavoura Híbrido de Milheto ADR 7010

A

planta de milheto (Pennisetum glaucum), por apresentar características como crescimento rápido, boa formação de palha e principalmente tolerância à seca, tornou-se, no cerrado brasileiro, a planta de cobertura mais cultivada para a formação de palha para o plantio direto, alcançando, na safra de 2003/2004, mais de 4 milhões de hectares de plantio. Em 2003, a Sementes Adriana em conjunto com a Bonamigo Melhoramentos lançaram no mercado duas novas variedades de milheto: ADR 300 e ADR 500. Em 2007, foi lançado o primeiro Híbrido de milheto do Brasil, o ADR 7010. O ADR 7010, devido ao seu potencial produtivo de grãos mais elevado, fez com que o milheto deixasse de ser uma planta destinada somente à produção de palha. Com esse híbrido, ele passou a produzir grãos de alto valor nutritivo para alimentação animal e humana. Para que o Híbrido ADR 7010 expresse todo o seu potencial produtivo e alcance boa produtividade, o manejo da lavoura é muito importante. Por ser uma cultura nova, na qual a pesquisa é quase nula, todo o pacote tecnológico teve que ser desenvolvido dentro da própria empresa, com diversos ensaios que dão subsídios para o correto manejo da lavoura. Esse pacote abrange técnicas de plantio e condução da lavoura até a colheita. 42

Plantio O híbrido de milheto deve ser plantado em linha, para que as plantas tenham uniformidade de distribuição e possam expressar todo o seu potencial produtivo. Mas qual era a principal dificuldade de realizar um plantio em linha de híbrido de milheto? O tamanho da semente. A semente de milheto, por ser muito pequena (2 a 3 mm), gerava dificuldades de plantio no campo, pois as plantadeiras não foram desenvolvidas para o plantio de uma semente tão pequena. Atualmente, para que se possa realizar um bom plantio, a Sementes Adriana faz um revestimento da semente de seus híbridos de milheto. Essa cobertura, tecnicamente chamada de peletização, dá uma forma esférica e aumenta o tamanho da semente. Essa técnica de recobrimento de semente possibilita o uso de plantadeiras e discos, dos quais os produtores rurais dispõem em suas propriedades. A peletização não causa nenhum tipo de dano à semente ou às máquinas. A melhor época de plantio para a produção de grãos do Híbrido ADR 7010 é de 15 de fevereiro a 15 de março (safrinha). Outro ponto fundamental no plantio é o espaçamento entre linhas para o Híbrido ADR 7010. Os melhores resultados ocorrem nos espaçamentos de 45 ou 50

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resposta à adubação nesses solos. O sistema radicular do ADR 7010 é abundante e profundo, buscando nutrientes e água nas camadas mais profundas do solo.

Manejo de Ervas Daninhas em Pós Emergência no Adr 7010 Por ser uma cultura nova, o trabalho com herbicidas está no início. A planta de milheto pertence à família das gramíneas, e o foco dos estudos atuais é feito em cima de herbicidas seletivos para plantas pertencentes a essa família. A Atrazina* é o único herbicida seletivo para o ADR 7010 e deve ser aplicada

Eng. Agr. Pablo Rodrigues de Souza – Gerente de Desenvolvimento de Produto e Mercado Soja e Milheto – Sementes Adriana.

em solos já cultivados, não é preciso que se faça a adubação no momento do plantio, como também não há necessidade de cobertura nitrogenada, devido à baixa

em pós emergência, no estádio de 3 folhas expandidas ou mais, na dose de 2 a 4 l/ha (produto comercial), adicionando-se à calda de aplicação 0,5% (v/v) de óleo vegetal. Não se deve utilizar óleo mineral, pois a fitoxicidade é aumentada com adição desse tipo de óleo (*produto não registrado no Ministério da Agricultura para cultura).

Estádio correto para aplicação de Atrazina em pós emergência no ADR 7010

INSETOS – Praga que Podem Atacar a Planta de Milheto Existem poucos registros de altos índices de ataque de pragas em milheto plantado dentro da época recomendada.

A principal praga que pode atacar a planta de milheto é a lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda), que

pode ser controlada com a aplicação de inseticidas que são utilizados em lavouras de milho.

Doenças BRUSONE – Pyricularia spp Sementes de ADR 7010 peletizada no disco de plantio

Sistema radicular profundo e abundante

centímetros entre linhas, com uma profundidade de semente 3 a 4 cm. A população recomendada para o Híbrido é de 250.000 a 300.000 plantas por hectare. É muito importante que o produtor www.interural.com

Os sintomas aparecem nas folhas, em forma de lesões arredondadas de 0,5 cm de diâmetro de coloração marrom-chocolate. Alguns fatores do ambiente podem influenciar o desenvolvimento do fungo. A temperatura ótima para esporulação está em torno de 280C. Quanto à umidade, a produção de conídios sobre as lesões tem início quando a umidade relativa do ar atinge 93%. A incidência da Brusone é maior em plantios fora da época recomendada, quando a umidade é alta. Em plantios feitos no início da safrinha, pode ocorrer Brusone nas folhas do baixeiro sem comprometer a produtividade. CONTROLE Geralmente, a incidência da doença diminui com a redução da umidade relativa. www.interural.com

Brusone em folha de milheto.

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CAPA

FERRUGEM – Puccinia spp No milheto, essa doença tem ocorrido com alta severidade, causando, em genótipos susceptíveis, seca prematura das folhas e redução na produção de grãos. Os sintomas da doença aparecem, inicialmente, nas folhas próximas ao solo, em forma de pequenas manchas de coloração avermelhada. Essas manchas se desenvolvem, formando pústulas de até 3 mm e de aspecto ferruginoso. A epiderme sobre as pústulas se rompe, liberando uma massa de uredosporos de cor avermelhada. CONTROLE Produtos à base de Tebuconazole dão bons resultados no controle da doença a um custo baixo para o produtor. Para o Híbrido ADR 7010, recomenda-se o uso de Tebuconazole aplicado no preflorescimento.

Ferrugem na folha de milheto

COLHEITA O Híbrido ADR 7010, geralmente, atinge o ponto de colheita com, aproximadamente, 100 a 110 dias, se o clima for favorável. A umidade ideal do grão para a colheita é de 13%. Em decorrência da falta de informação, alguns erros podem acontecer no momento da colheita, aumentando drasticamente as perdas e, como consequência, a produtividade da lavoura. Abaixo, seguem algumas dicas de colheita do Híbrido ADR 7010. 1- Utilizar a mesma colheitadeira de soja; 2- Molinete mais próximo possível do caracol; 3- Distância do raspador ao caracol no mínimo; 4- Rolo deslizador da esteira de recolhimento mais baixo possível 5- Peneira de cima conforme a quantidade de massa e perda, e peneira de baixo fechada suficiente para passagem do grão; 6- Ventilação, a mínima possível; 44

7- Velocidade do cilindro 1000 a 1200 rpm (axial 500 a 550 rpm); 8- Côncavo todo fechado com arames e se possível com incertos; 9- Plataforma com flutuação acionada, bem sensível e rente ao chão; 10- Velocidade da máquina pode ser aumentada utilizandose cilindro de dente; Algumas características do Híbrido ADR 7010 • Híbrido Intervarietal de duplo propósito; • Florescimento: 55 dias; • Ciclo: 100 dias; • Altura: 2,00 m; • Tamanho da panícula: 28 cm; • Acamamento: moderadamente resistente; • Resistência à ferrugem: moderadamente resistente. • Produtividade de grãos a campo: 30 a 40 sc/ha; • Produtividade de palhada (massa seca) a campo: 5 a 8 t/ha;

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Colheita do Híbrido ADR 7010

Lavoura de ADR 7010 – Jatai – GO – Safrinha 2008

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PRODUTOR DE SUCESSO

animais ordenhados três vezes por dia. Essa produção total é obtida em duas propriedades, denominadas Fazenda Medalha Milagrosa e Fazenda Palmeiras.

Entrevista

Eire Enio de Freitas

M

uito bem casado há 27 anos com a Sra. Denice de Freitas, Eire Enio de Freitas tem hoje 53 anos e dois filhos. Natural de Campo Florido (MG), Eire Enio não vem de família tradicional na agropecuária, e tudo o que conquistou, até hoje, foi com muito trabalho e perseverança.

O senhor não vem de uma família tradicional no meio agropecuário. Como começa a sua história trabalhando no campo? Comecei trabalhando na região de Campo Florido (MG) e Veríssimo (MG), com meu irmão como sócio. Éramos proprietários de uma carvoaria e, juntos, compramos uma pequena propriedade rural no município de Veríssimo (MG). Mais tarde, a sociedade com meu irmão foi desfeita. Na ocasião, eu já era casado, então, arrendei uma fazenda e integrei duas atividades, o carvão e o arroz sequeiro. Passado algum tempo, com a renda que obtive da venda da propriedade e também da divisão da sociedade com meu irmão, comprei uma parte da minha 46

primeira propriedade rural, no município do Prata (MG), denominada Fazenda Medalha Milagrosa, onde resido desde quando a adquiri. Naquela época, dei início à pecuária de leite e corte (recria e confinamento), em que cheguei a confinar e abater 1.500 cabeças por ano, isso de 1986 a 2000. A partir do ano de 2000, abandonei a atividade de confinamento. Isso se deu porque percebi que a entressafra de boi tinha se tornado uma safra de boi, que acredito ser esse o motivo da formação de cartel por parte dos frigoríficos. Dessa forma, na mesma época, ou seja, a partir do ano de 2000, resolvi focar na atividade leiteira. E como funciona hoje o seu trabalho com

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a pecuária leiteira? Hoje, possuo quatro propriedades rurais em Prata (MG), meu trabalho é voltado para a pecuária de leite, central de receptoras e pequenas áreas de agricultura (milho e soja). O gado de leite é da raça Girolando, registrado com pesagem oficial da Girolando, com diferentes graus sanguíneos, possuindo uma alta lactação, sendo que estamos investindo num gado mais voltado para o Gir leiteiro, ou seja, mais rústico e adaptado ao nosso clima. A atividade leiteira conta com 300 a 330 vacas em lactação, com uma produção média por animal de 30 litros, o que corresponde a uma produção diária por volta de 9.000 a 10.000 litros, com parte dos www.interural.com

Hoje em dia, existe muita preocupação com a genética. Qual a visão do senhor em relação às novas tecnologias? Nosso objetivo é investir cada vez mais em genética, aumentando a produtividade por animal e não só a quantidade de animais, pois o melhoramento genético é nossa prioridade. O proprietário, hoje, conta com uma nova receita, que é a venda de animais de leite na propriedade, animais estes obtidos por meio de IA e FIV, com a grande preocupação nos acasalamentos, melhorando, assim, cada vez mais a genética, portanto, a produtividade por animal. Quanto à produção, pretendese alcançar 15.000 litros de leite por dia a longo prazo. No início de 2007, criamos, juntamente com demais amigos produtores de leite do município do Prata (MG), uma Associação denominada Associação dos Produtores de Leite de Qualidade do Prata (MG), contando com vinte associados, o que chegou a uma produção diária de 55.000 litros de leite. O objetivo da Associação é obter preços diferenciais, tanto na venda de leite quanto na compra de insumos. A Associação conta, hoje, como presidente, com minha filha Eiriane, a qual não mede esforços para o sucesso da empreitada. O Senhor tem uma central de receptoras, como funciona seu trabalho lá? Na central de receptoras, trabalha-se com recria de fêmeas meiosangue de diversas raças nas demais propriedades, as quais são vendidas para a Central de Receptoras localizada na Fazenda Medalha Milagrosa, portanto, possuindo, hoje, cerca de 2.500 receptoras. A Central da Fazenda Medalha mantém uma parceria há dois anos com a Central de Receptoras Minerembryo, localizada em Alfenas (MG) e Uberaba (MG), parceria esta que os parceiros consideram um sucesso. Nesta parceria, a Fazenda Medalha entra com as receptoras próprias e a Minerembryo com o serviço técnico-veterinário e comercial, isso quando as prenhezes são de terceiros. Pois a Fazenda Medalha também contrata os serviços técnicos da Minerembryo para www.interural.com

obter suas prenhezes de FIV de Gir leiteiro e Girolando. Estou muito satisfeito com essa parceria, pois a Minerembryo conta com um dos melhores índices de prenhez do mercado, sendo uma empresa que está há dez anos no mercado. Além do leite, o senhor agrega grande atividade também na agricultura, com soja e milho, mas, há algum tempo, vem plantando também o milheto. Quais as vantagens que vem percebendo nessa cultura? Na agricultura, produzimos silagem de milho para o gado leiteiro e a soja para grãos com o objetivo de melhoramento do solo da propriedade para formação posterior de pastagem. O milheto é semeado após a colheita da soja, parte deste é ensilado e utilizado para o gado recria e pré-parto, a outra parte é utilizada para pastejo dos lotes de menor produção, os quais a fazenda não confina no período da seca. O milheto foi ensilado após 80 dias da sua semeadura, em que não se utilizou adubo de plantio e/ ou cobertura, e obteve-se uma produção média de 15 ton/ha. A experiência com o milheto foi muito importante para o manejo da fazenda. No período das águas, os animais em lactação pastejam em piquetes rotacionados de capim tanzânia e mombaça, com água e sombra em todos os piquetes, além disso, na mesma época, é fornecido aos animais um complementar de ração e um pouco de silagem, com isso, a produção não cai no decorrer do ano. Os animais de cria e recria do leite pastejam em piquetes rotacionados da grama tifton 85, lembrando que estes piquetes recebem chorume obtido por meio da lavagem do curral, que é uma substância rica em nutrientes, gerando economia com fertilizantes químicos e proporcionando uma alta taxa de lotação durante o ano. As propriedades que produzem leite contam

com vagões misturados de ração com balança digital, os quais proporcionam uma dieta uniforme para os animais, o que ocasionou um aumento de 5 a 10% da produção total de leite. É muito trabalho para uma pessoa só! Como cuidar de tudo isso? Meus filhos me ajudam bastante. Meu filho Gustavo, Zootecnista, coordena o manejo na pecuária de leite e na central de receptoras (nutrição, sanidade, reprodução etc.). Minha filha Eiriane, Eng. Agrônoma, coordena a parte agrícola e financeira. Eu cuido do planejamento geral dos negócios, administrando tudo bem de perto. Orgulho-me por eles estarem do meu lado, contribuindo bastante para o progresso dos negócios da família. Acredito que os negócios estejam mais promissores. Aposto muito no leite, desde que haja profissionalismo, ou seja, melhoramento genético, aumento na produção, menor intervalo de parto, qualidade do leite, manejo centralizado e persistência do proprietário, porque sabemos produzir, porém espero o reconhecimento do mercado, pois há dois anos recebia pelo litro de leite 23% a mais do preço que recebo hoje. Considero a integração lavoura-pecuária um gargalo para o desenvolvimento no agronegócio. Costumo dizer que a agricultura e a pecuária estão no sangue, a pessoa tem realmente que ser apaixonada por ela, para continuar trabalhando no meio. Para o senhor, o que mais o anima em trabalhar com a terra? Quando acordo pela manhã para ir trabalhar, o que me dá mais prazer é analisar a evolução da minha trajetória, principalmente quando olho ao meu redor e vejo a união e a dedicação de minha família e da equipe de trabalho, o que resulta em uma só palavra: SUCESSO.

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PECUÁRIA

Bezerros

Valorização de Bezerros de Alto Padrão Pela ILP Estimula a Pecuária de Cria Ronaldo Trecenti; Engenheiro Agrônomo, MSc.;Especialista em Sistema Plantio Direto e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta; Coordenador Técnico do Projeto Integração Lavoura-Pecuária-Floresta Campo Consultoria e Agronegócios.

A

ILP possibilita o aumento na taxa de lotação nas pastagens e o ganho de peso dos animais inclusive, na entressafra, o que tem despertado grande interesse por parte dos agropecuaristas. Para responder à oferta de alimentos em quantidade e qualidade produzidos pelas pastagens na ILP, os agropecuaristas têm buscado animais (bezerros) com alto padrão genético e elevado peso no desmame, pois tais animais 48

apresentam elevado ganho de peso e poderão ser abatidos no final de um período de 14 meses de idade, com o peso médio de 16 arrobas. Dessa maneira, acredita-se que a ILP contribuirá significativamente para o fortalecimento do mercado de bezerros de alto padrão e estimulará a atividade de cria no nosso País. Segundo o Censo Agropecuário de 2006/2007 do IBGE, o Brasil possui, aproximadamente, 172 milhões de hectares de pastagens cultivadas.

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Deste total, cerca de 67 milhões de hectares são de pastagens nativas, e o restante, 105 milhões de hectares de pastagens cultivadas, das quais cerca de 70% apresentam algum grau de degradação, isto é, a produção de forragens (capim) está abaixo da capacidade produtiva. A degradação das pastagens resulta em baixa oferta de alimentos aos animais e, consequentemente, na queda da produção de carne e/ ou leite, na redução de renda na propriedade, no aumento da perda www.interural.com

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PECUÁRIA

de solo e de água (erosão), com reflexos negativos para a economia, para o meio ambiente e para a sociedade. No cenário mundial, os efeitos da globalização com a internacionalização dos mercados e o crescimento do mercado consumidor, por meio do aumento populacional e da inserção de novos contingentes tem gerado um crescimento na demanda mundial por matérias-primas, alimentos, fibras e agroenergia e, por conseguinte, forte pressão sobre o aumento da produção. O aumento da oferta desses produtos pode ser obtido por meio do crescimento da área cultivada e do incremento na produtividade. Porém a sociedade tem pressionado para que o aumento da área cultivada não se dê mediante desmatamentos, especialmente em biomas frágeis e/ ou estratégicos como a Amazônia e o Cerrado brasileiro. Cabe, então, aos nossos produtores rurais recuperar a capacidade produtiva das áreas antropizadas e degradadas e intensificar a produção nas áreas cultivadas. A recuperação das áreas degradadas e a intensificação da produção nas áreas consolidadas podem ser obtidas com a adoção da Integração Lavoura-Pecuária (ILP), que consiste na implantação de diferentes sistemas produtivos de grãos, carne e/ou leite, na mesma área, em plantio consorciado, sequencial ou rotacionado, aproveitando as sinergias existentes entre eles, com a máxima produtividade por unidade de área. Estudos técnico-científicos e experiências de produtores mostram que a ILP, aliada a práticas conservacionistas, como o Plantio Direto (PD), é uma alternativa economicamente viável, ambientalmente correta e socialmente justa, portanto, sustentável, para recuperar áreas de pastagens degradadas. A pecuária nacional tem registrado crescimento espetacular no seu desempenho nas últimas

Figura 1. Bezerros oriundos de cruzamento industrial na Fazenda Iberê, em Primavera do Leste-MT

décadas, essencialmente em função da melhoria do padrão genético do nosso rebanho e da adoção de boas práticas de manejo. No entanto os resultados poderiam ser significativamente melhores se houvesse um aprimoramento no planejamento das atividades e na gestão dos recursos disponíveis na propriedade, tanto os humanos (colaboradores), como os financeiros (capital de giro e investimentos) e os naturais (pastagem, solo e água). No tocante ao manejo das pastagens, em especial na região do Cerrado, onde predomina a pecuária extensiva, verifica-se a sazonalidade na oferta de forragem em função das condições climáticas, a qual é caracterizada por um período de alta disponibilidade de forragens na estação chuvosa (safra), que vai de outubro a abril, e por um período de baixa oferta de forragens na estação seca (entressafra), que vai de maio a setembro. Na entressafra, o rebanho apresenta significativa perda de peso, em média, 270 g de peso vivo por animal/dia, causando um prejuízo anual estimado em US$ 1 bilhão. Nesse período, a produção de leite cai drasticamente, refletindose na queda da receita com a sua venda.

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A atividade de cria também sofre os prejuízos causados pela redução da oferta de forragem na entressafra, principalmente com o retardamento no desenvolvimento dos bezerros e o baixo peso no desmame. Com a adoção do sistema de ILP, é possível produzir forragem de alta qualidade na entressafra, a baixo custo, recuperando-se áreas de pastagens degradas com o cultivo de lavoura de soja, por um período de um a dois anos e do cultivo de milho consorciado com forrageira (braquiárias ou panicuns) para o restabelecimento da pastagem. As receitas obtidas com a soja e com o milho pagam os custos de renovação da pastagem. O produtor rural e agropecuarista Ake Bernard van der Vinne (Chico Holandês), pioneiro no sistema ILP, da fazenda Cabeceiras, em Maracaju-MS, recentemente, retomou a atividade de cria na sua propriedade em função dos elevados custos para a aquisição de animais de alto padrão para semiconfinamento a pasto. Dessa maneira, acreditase que a ILP contribuirá, significativamente, para o fortalecimento do mercado de bezerros de alto padrão e estimulará a atividade de cria no nosso País. www.interural.com

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(34) 3239-8633 (34) 3239-8531

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OVINOS

Quarentena

O Mercado e a Cadeia Produtiva de Ovinos no Brasil

Juarez Simões, médico veterinário - ATO Acessoria

H

á algum tempo, quando se falava de ovinos no Brasil, automaticamente, já se pensava nos rebanhos lanados da região sul ou nos ovinos deslanados do nordeste. Atualmente, essas regiões ainda possuem o maior contingente de animais do país, no entanto esta situação está mudando. Nos últimos anos, diversas empresas ligadas ao beneficiamento de carnes, incluindo a carne de ovinos, se instalaram, sobretudo, nas regiões Sudeste e Centro Oeste, o que solucionou o grande problema de escoamento da produção anteriormente enfrentado pelos criadores dessas regiões. Com o problema do mercado resolvido, muitos novos produtores passaram a apostar na atividade, o que gerou um grande aumento do efetivo de 52

rebanho fora das regiões Nordeste e Sul, como mostra a tabela acima: Ao contrário do que se imaginava, a região Nordeste registrou queda do total de animais entre 2006 e 2007. Isto aconteceu porque grande parte dos animais que promoveu o aumento dos rebanhos nas outras regiões foi tirada da região nordeste, portanto, esse decréscimo de rebanho é compreensível.

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Mesmo com esse crescimento do número de animais, a produção interna continua insuficiente para suprir o mercado nacional, o que tem obrigado as empresas do setor a importar grande parte da matéria prima utilizada, principalmente no Sudeste e Centro Oeste. O gráfico abaixo mostra a variação das importações brasileiras de carne ovina entre os anos de 1992 e 2000. www.interural.com

Fica explicito que o crescimento do rebanho não tem acompanhado o crescimento das importações, o que tem gerado uma grande lacuna entre a quantidade produzida e a necessidade do mercado. Em virtude dessa lacuna, passa a vigorar a tão conhecida “Lei da Oferta e Demanda”, o que tem resultado em bons preços pagos tanto para o produtor quanto pelo produto já beneficiado em supermercados, restaurantes e afins. Só para se ter um comparativo, atualmente, na região Sudeste, a carne de ovinos têm sido comprada pelos frigoríficos a um preço que varia de R$ 3,50 a R$ 4,00 pelo kg vivo, o que representa um ágio de 30% a 50% em comparação aos preços pagos pela arroba do boi. Além do mercado da carne, não podemos nos esquecer dos mercados da lã e do leite de ovinos. Em virtude do surgimento da lã sintética, além de outras variáveis, o mercado da lã sofreu forte retração entre os anos de 1992 e 1998, o que culminou na diminuição do rebanho de ovinos de lã de um total de 12 milhões de animais para 3,7 milhões. Além da redução do número de animais, boa parte dos produtores converteu os seus rebanhos para www.interural.com

raças produtoras de carne por meio de cruzamentos, o que diminuiu a quantidade de lã produzida, e também piorou a sua qualidade. Atualmente, o mercado da lã se encontra em recuperação, com algumas iniciativas de investimentos no setor. Os preços da lã estão entre US$ 2 a US$ 6 o quilo do velo, de acordo com o diâmetro da fibra, com menções de negócios pontuais de até US$ 7, para finuras médias abaixo de 20 micra. Em função dessa realidade, o mercado está se organizando em novas bases, e, hoje, empresas como a Lanobrasil (Jacareí/SP) e a Paramount Lã Sul (São Paulo/SP),

que são as únicas empresas que beneficiam lã de ovinos no Brasil, vêm colaborando para o crescimento da produção e a retomada do setor. A própria Paramount investiu, em 2006, cerca de R$ 200 mil no projeto “Lã Fina”, para melhorar a genética do rebanho da raça Merino do estado do RS, com importações de animais do Uruguai. Já o mercado do leite de ovinos ainda é pouco difundido no Brasil, havendo poucas iniciativas, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. A produção tem sido 100% voltada para a transformação em queijos, iogurtes e outros derivados, sendo que o consumo in natura do leite é praticamente inexistente. Apesar de pouco divulgada, a atividade tem se mostrado bastante viável, sobretudo, devido aos altos preços dos derivados do leite e também dos animais oriundos do cruzamento das raças leiteiras. Hoje, já existem iniciativas para melhoria genética dos rebanhos, com a importação de animais melhoradores, principalmente da raça Lacaune e, mais recentemente, de animais da raça East Friesian. Seja na carne, na lã ou no leite, a ovinocultura é mais uma boa opção para o pecuarista interessado em diversificar e melhorar seus resultados. A tecnologia e o conhecimento estão ao alcance de todos. Para obter sucesso, basta começar!

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NEGÓCIOS

Cerrado

A Importância de se Recuperar Áreas Degradadas Prof. Mc. Luciano Caixeta Cunha, Mestre em Agronomia UFU, Professor da UNIPAC e UNIUBE

O

cerrado brasileiro é o segundo bioma em extensão territorial, perdendo apenas para a Amazônia. Por apresentar solos mais planos, facilitando o uso de um maquinário, e estar próximo dos grandes centros industriais, vem sofrendo vasta degradação com o desmatamento, as queimadas, as pastagens e a agricultura em geral. Da mesma forma, a vegetação das margens dos rios, córregos e nascentes também não tem sido respeitada, o que tem prejudicado e, às vezes, até comprometido os mananciais de água. Por outro lado, a sua conservação garante a manutenção das nascentes e cria uma barreira física, reduzindo a possibilidade de contaminação dos cursos d’água por adubos, defensivos agrícolas, e evita o assoreamento dos rios e córregos pela lixiviação. A recuperação e a conservação dessas áreas são, portanto, extremamente 54

necessárias e urgentes. Apesar de parecer simples, essas práticas demandam técnica e conhecimento. O processo de reconstituição de áreas degradadas ou perturbadas de Matas de Galeria e/ou Ciliares requer um estudo das características do local de intervenção, que poderá ser fundamental na escolha do processo de regeneração. Este processo pode ocorrer das seguintes formas: • Manejo da regeneração natural; • Plantios de enriquecimento; • Plantios mistos de árvores. A reconstituição das áreas degradas exige um bom planejamento, que leve em conta as características do local em seu entorno; a biologia das espécies a serem escolhidas; um calendário de atividades; o modelo de plantio a ser implantado; e as situações previstas na legislação. Quanto maior o número de elementos considerados no planejamento, maior a sua chance de sucesso.

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Também deverão ser observadas, no local, as condições de solo, que poderão influenciar na escolha das espécies a serem utilizadas, como o grau de fertilidade, a predisposição à erosão e a profundidade do solo. É pertinente verificar as áreas de inundação permanentes e temporárias e a duração do período das temporárias. Por último, a escolha das espécies a serem plantadas, pois elas deverão se basear em informações obtidas nos remanescentes de vegetação em áreas próximas ou utilizar espécies que são mais frequentemente encontradas na vegetação local. É importante lembrar que a não ocorrência de árvores em algumas áreas de nascentes e das margens de córregos significa degradação, pois o local pode estar coberto por vegetação típica de Campo Limpo Úmido, fazendose necessária a recuperação emergencial dessa área para se evitar a perda da nascente. www.interural.com

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NEGÓCIOS

Ruminantes

Alimentação de Ruminantes Recebe Novas Normas de Fiscalização

D

esde a publicação da Instrução Normativa nº 08/2004, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), é expressamente proibido produzir, comercializar e utilizar na alimentação de ruminantes (ovinos, caprinos e bovinos, por exemplo) produtos que contenham em sua composição proteínas e gorduras de origem animal. A publicação da mencionada Instrução Normativa pelo MAPA integra a política de prevenção da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) no País, popularmente conhecida como “doença da vaca louca”, 56

e que provoca degenerações fatais no sistema nervoso central do bovino. Além de proteger a sanidade dos rebanhos, essa ação do MAPA revela-se altamente relevante, uma vez que o consumo de produtos de origem animal que não estejam em conformidade com a Instrução Normativa nº 08/2004 também representa risco para a saúde humana. Com vistas a tornar mais efetiva a observância à proibição da utilização de proteínas e gorduras de origem animal na alimentação dos ruminantes, em 9 de outubro de 2009, foi publicada, no Diário Oficial da União (DOU), a Instrução Normativa nº

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41/2009 do MAPA, que dispõe sobre os procedimentos para a fiscalização dos alimentos para ruminantes em estabelecimentos de criação, bem como sobre os procedimentos a serem aplicados na destinação de ruminantes que obtiveram acesso aos alimentos compostos por subprodutos de origem animal proibidos na alimentação. Essa nova norma determina a realização de teste de detecção de subprodutos de origem animal pelas autoridades de defesa sanitária, as quais deverão coletar, na presença do proprietário, representante legal ou funcionário autorizado do estabelecimento de criação, amostras duplicadas de www.interural.com

alimentos suspeitos de conter ingredientes proibidos, sendo uma para análise de fiscalização, que deverá ser enviada ao laboratório pertencente à Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários, e a outra para contraprova. A amostra de contraprova ficará sob a guarda do proprietário e deverá ser armazenada de acordo com as instruções fornecidas pela competente instância do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, sob pena de não caber contestação ao resultado da análise da amostra de fiscalização. Durante a fiscalização, os ruminantes que possivelmente tenham obtido acesso ao alimento suspeito de inconformidade serão identificados individualmente e relacionados em formulário específico, instituído pela Instrução Normativa nº 41/2009, pelo proprietário dos animais, seu representante legal ou funcionário autorizado, sob a supervisão do órgão de defesa animal, não sendo permitida a movimentação desses animais. Ademais, o proprietário deverá informar ao órgão de defesa sanitária animal sobre a ocorrência de qualquer caso de doença ou morte desses animais, para que as causas possam ser investigadas. Em

caso de roubo, furto ou fuga dos animais, o proprietário deverá comunicar o fato à autoridade policial competente e, em seguida, informar ao órgão de defesa sanitária animal. Sendo o resultado dos testes dos alimentos positivo para a presença de componentes de origem animal, o proprietário do estabelecimento de criação de ruminantes terá o prazo de até 5 (cinco) dias úteis, a contar da data de recebimento do resultado da análise laboratorial, para manifestar por escrito à autoridade de defesa animal o interesse em que seja analisada a amostra de contraprova, podendo indicar um perito para acompanhar os procedimentos analíticos da amostra. Em caso de resultado positivo definitivo, os ruminantes que ingeriram alimentos compostos por subprodutos de origem animal proibidos em sua alimentação deverão ser abatidos no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da data do recebimento do resultado positivo conclusivo, sob acompanhamento da autoridade de defesa sanitária animal. É permitido o aproveitamento da carcaça, devendo-se, entretanto, proceder à remoção e à destruição de material de risco para EEB, cabendo aos proprietários os custos para a realização do abate.

Após a eliminação dos ruminantes que tiveram acesso a alimentos compostos por subprodutos de origem animal, ou se o resultado da análise da contraprova for negativo a fiscalização se dará por encerrada. Cumpre destacar que a fiscalização não se aplica às rações comerciais para ruminantes encontradas nos estabelecimentos de criação desses animais que estejam devidamente embaladas, registradas no MAPA e prontas para uso. Portanto, com a finalidade de evitar prejuízos decorrentes do abate de animais que não estejam em conformidade com as normas em comento, os produtores devem sempre verificar, antes de administrar quaisquer alimentos para os seus rebanhos, se, no rótulo desses produtos, não se encontram os dizeres: “uso proibido na alimentação de ruminantes”. Também é importante guardar os comprovantes e notas fiscais de aquisição de concentrados, suplementos proteicos e também matérias-primas, caso a ração seja preparada na propriedade. (Para maiores informações, contate Fialdini Advogados – www.fialdiniadv.com.br)

ÁREAS DE ATUAÇÃO AMBIENTAL Contratos - Societário - Investimento Internacional Administrativo - Bancário - Proprietário Intelectual Tributário - Civil - Trabalhista - Imobiliário Consumidor - Securitário - Solução de Controvérsias Regulatório - Medicamentos Av. Brig. Faria Lima 1478, 19º andar, cj.1909 a 1916 CEP 01451-001 São Paulo/SP - Brasil Tel.: 55 (11) 3097-9991 | Fax: 55 (11) 3097-9903 www.interural.com fialdiniadv.com.br fialdiniadv@fialdiniadv.com.br

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Brasília Rio de Janeiro Uberlândia São Paulo


CULINÁRIA

Receita

Boi na moita

Ingredientes

Modo de Preparo

Carne: 1 kg de costela bovina 1 pé de escarola picado Sal Orégano Pimenta do reino branca Páprica picante Salsa picada 2 dentes de alho amassados 1 cebola grande picada ½ pimentão verde picado ½ pimentão vermelho picado 3 tomates picados (sem pele e sem sementes) 100g de queijo tipo parmesão ralado Creme de vinagre balsâmico

Carne: Coloque a costela na panela de pressão, adicione água até cobrir, acrescente o sal, e cozinhe até ficar bem macia. Retire a carne da panela e a desfie, descartando a gordura. Refogue a carne, juntamente com o alho, a cebola, os tomates, os pimentões, a pimenta do reino branca, o orégano, a páprica e a salsa picada. Por último, acrescente a escarola picada e 1 colher (chá) do creme de vinagre balsâmico, acerte o sal e refogue por mais 2 minutos. Reserve.

Purê: 1 xícara (chá) de leite integral 2 colheres (sopa) de manteiga sem sal 1 kg de batatas cozidas e espremidas Sal Pimenta do reino branca

Montagem: Coloque a carne desfiada em uma travessa refratária, cubra com o purê e polvilhe com o queijo tipo parmesão ralado. Leve ao forno, para gratinar. Após retirar do forno, decore com salsa picada e creme de vinagre balsâmico.

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Purê: Em uma panela, ao fogo, derreta a manteiga. Acrescente a batata espremida e, aos poucos, adicione o leite, até obter um purê cremoso. Tempere com sal e pimenta do reino branca.

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EVENTOS

Nelore

Camaru

N

este ano de 2009, participaram da Exposição do Nelore 287 animais de altíssima qualidade, sendo 183 Fêmeas e 104 Machos. O ranking regional pôde contar com a participação de 78 animais em pista. Apesar da mudança de datas, todas as metas e expectativas desejadas foram alcançadas, tornandose uma feira de sucesso para todos, tanto para quem comprou quanto para quem ofertou. A raça mostrou toda a sua

beleza e qualidade, em todos os quesitos de avaliação. Organizada pela ACNTM – Associação dos Criadores de Nelore do Triângulo Mineiro –, a exposição dos animais veio para a pista para mostrar realmente o melhor dos animais de competição. A exemplo disso está a Grande Campeã Nelore, Grandiosa 9 Marathai, e o Grande Campeão Serro Fiv da Bacaray, que representam, exatamente, o perfil dos melhores animais de competição, exibindo potenciabilidade, a raça e a beleza.

Resultados Grande Campeonato: Grande Campeã: Grandiosa Grandiosa 9 Marathai. Reservada Grande Campeã: Manete Fiv de Raízes Campeonato Fêmea Adulta: Campeã Fêmea Adulta: Weleira F Mata Velha Reservada Campeã Fêmea Adulta: Típica II Fiv da EAO

Camaru 2009

D

epois de ter sido cancelada, no mês de agosto, a 46ª Exposição Agropecuária de Uberlândia foi realizada entre os dias 28 de setembro e 12 de outubro. Shows, rodeios, provas equestres, leilões, julgamentos e a participação de diversas raças na exposição fizeram com que o Camaru não sofresse tanto os efeitos da mudança de data. Milhares de visitantes passaram pelo parque, e foi com garra e força de vontade que o Camaru 2009 foi um verdadeiro sucesso. Para melhor receber 60

os visitantes e os criadores que trouxeram os animais, o parque de exposições passou até por algumas reformas e ampliações. A intenção de tornar o parque um ambiente agradável, voltado para a família, foi alcançada. Todos que passaram pelo parque se sentiram acolhidos, e notaram o calor humano do lugar. A grande movimentação na exposição fez com que os bons negócios viessem atendendo às expectativas de todos. Quatro grandes leilões foram realizados, sendo o Nelore, Gir, Girolando e leilão

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Campeonato Fêmea Jovem: Campeã Fêmea Jovem: Pandora Fiv MRA Reservada Campeã Fêmea Jovem: Estimada do TMX

de cavalos. As diversas provas equestres proporcionaram a diversão a quem gosta de montar e lidar de perto com os animais. A grade de shows, apesar de ter sido alterada devido à mudança de data, fez a alegria de todos os que estiveram no parque, promovendo noites de muita música e descontração. O Camaru 2009, sem dúvida, foi um exemplo de força e garra, mostrando que quando se tem um sonho, não se desiste dele. Toda a organização do evento fez jus ao sucesso obtido nos dias de feira. www.interural.com

Campeonato Novilha Maior: Campeã Novilha Maior: Manete Fiv de Raízes Reservada Campeã Novilha Maior: Akra Fj Mata Velha

Campeonato Novilha Menor Campeã Novilha Menor: Grandiosa 9 Marathai Reservada Campeã Novilha Menor: Jordânia 4 Fiv da JB

Campeonato Bezerra Campeã Bezerra: Atenta Fj Mata Velha Reservada Campeã Bezerra: Cifa Fiv SBX

Melhor Expositor:

Grande Campeonato Macho Grande Campeão Macho: Serro Fiv da Bacaray Reservado Grande Campeão Macho: Argos Fiv Mata Velha Campeonato Touro Sênior Campeão: Serro Fiv da Bacaray Reservado Campeão: Ijanu Fiv Jww

Campeonato Touro Jovem Campeão: Boston Fiv da EAO Reservado Campeão: Biombo Fiv da EAO

Campeonato Júnior Maior Campeão: Argos Fiv Mata Velha Reservado Campeão: Baru do Colibri

Campeonato Júnior Menor Campeão: Baru do Colibri Reservado Campeão: Antuli Fj Mata Velha

Campeonato Bezerro Campeão: Verídico Fiv Angico Reservado Campeão: Bako F Mata Velha

Melhor Criador:

1° Jonas Barcellos Correa Filho, Uberaba (MG).

1° Jonas Barcellos Correa Filho, Uberaba (MG).

2° Agropec. Santa Bárbara Xinguara, Uberaba (MG)

2° EAO – Empreendimento Agropecuária e Ob. Uberaba (MG).

3° EAO – Empreend. Agropecuária e Obra, Uberaba (MG).

3° Udelson Nunes Franco, Campina Verde (MG).

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EVENTOS

Rancho do Brahmam

I

ncentivando e reforçando cada vez mais a raça Brahman, a Brahman Pontal, Uberbrahman, Brahman Nossa Senhora Aparecida e Brahman Braúnas estiveram presentes no Camaru reunindo amigos, expositores, diretoria do Sindicato, criadores, pecuaristas e, inclusive, o presidente da ABCZ, o senhor José Olavo Borges Mendes. Em sua 6° edição, o estande Rancho do Brahman foi movimentado, recebendo visitas durante todos os dias de exposição. Além de observar amostras de animais dos criatórios, os visitantes puderam esclarecer dúvidas sobre a raça. Um dos maiores sucessos do rancho foi o Touro Chumbinho de 50% propriedade o Condomínio Brahman Pontal, e 50% a Família Sanzone (Líder FM), um excelente representante da raça, que encantou crianças e adultos, que tiveram até a oportunidade de tirar fotos com o animal. Fato que é também uma grande demonstração da docilidade característica dos Brahmans. O evento foi um sucesso, marcado por grandes negócios e pelo ganho de novos criadores da raça. Já foi confirmada até a participação do Brahman no Camaru 2010, realização de leilões, o tradicional Encontro de Criadores, cursos e palestras. A prova disso é o Brahmista Aldo Valente, que há 5 anos participa da exposição, sempre buscando apoiar intensamente a organização do Leilão UberBrahman. Aldo começou seu criatório com o Brahman há 6 anos. E seu interesse pela raça começou quando ele e seu sócio, Carlos Balbino, precisavam rentabilizar suas fazendas e se sentirem úteis para o segmento, e, como a raça está apenas começando no Brasil, viram nela uma grande oportunidade de obter retorno rápido para seu investimento inicial. “Temos uma responsabilidade muito grande, pois o mundo caminha para uma considerável dificuldade na produção de alimentos e vem combatendo fortemente as maiores 62

fontes de poluição. Ou seja, será muito combatido gastarmos alimentos de 1° linha como a soja o milho e o trigo, para produzirmos outro alimento de primeira linha como a carne. Pensando econômica e ecologicamente, em nível mundial, isso é um enorme desperdício e até uma injustiça social, sem contar com os custos altíssimos de produção”, afirma Aldo. Para ele, o Brahman é um animal mágico, capaz de transformar o alimento de baixíssima qualidade, que é o capim, e que não somos capazes

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de diferir, em alimento de primeiríssima linha que é a carne, com custos entre os mais baixos do mundo. O que se torna um grande diferencial competitivo. “Para 2010, as expectativas são as melhores possíveis, tanto para pecuária quanto para o Brahman. Todos os imprevistos causados devido ao adiamento do Camaru serviram para unir muito as pessoas, e trouxe à tona a necessidade de providências que, certamente, serão tomadas. Este é o saldo positivo que, geralmente, trazem todas as crises”, finaliza Aldo Valente.

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EVENTOS

Guzerá

A

pesar de ser o primeiro torneio realizado, o Torneio de Guzerá de 2009 representou grandes negócios para os organizadores, correspondendo a todas as expectativas. Devido à mudança de data, não vieram todos os animais, mas, para o próximo ano, já estão confirmadas 15 vacas, e a organização espera trazer uma quantidade bem maior para o próximo evento. O público se mostrou bastante

interessado, procurando conhecer mais sobre a raça, pois não tinha ideia do tamanho de sua produção leiteira. Muitos se surpreenderam com seu potencial por ser a única raça de dupla aptidão e com resultados muito animadores no cenário nacional, tanto na produção de carne, com cruzamentos com gado Nelores e várias outras raças, e na produção de leite, representando uma raça com grande futuro na Pecuária Brasileira. O recinto foi muito elogiado

pelos visitantes e produtores das regiões de Patrocínio, Patos de Minas, Vazante, Uberaba, Tapuirama, de Uberlândia mesmo e dentre outros. Os animais mostrados vieram de diversas cidades como Uberaba, Curvelo, Espírito Santo e Rio de Janeiro. A grande vencedora do torneio leiteiro da raça foi a vaca Ondina 4M, com a idade de 14 anos, do proprietário Marcelo Lack da cidade de Uberaba.

Senepol

C

om a participação dos criatórios Senepol da Soledade, Estância Goudard, Fazenda Hortense, Senepol da Tufubarina, Senepol do Cerrado e Senepol JP, o espaço Senepol marcou presença no Camaru 2009, expondo 90 animais para a apresentação da raça ao público. Durante o primeiro turno da exposição, foram expostas algumas raças com aptidão para produção de carne. Os animais, por sua vez, ficaram expostos em dois pavilhões, promovendo, assim, grande evidência aos criadores e visitantes, recebendo, inclusive, criadores de outras raças, que ficaram atraídos com o diferencial do Senepol. O sucesso em negócios foi garantido. Foram comercializados 13 tourinhos jovens e prontos, 7 fêmeas dentre novilhas e doadoras, 1 touro contratado pela Central Semex, além da entrada de 4 novos criadores na raça. Os visitantes criadores de outras raças que por lá passavam, além de conhecer mais sobre esse novo conceito de feira e comercialização, traziam informações da raça em suas regiões, demonstrando simpatia e interesse na criação do Senepol. Enfim, quem esteve lá teve a oportunidade de conhecer diferentes plantéis, animais diferenciados, além do ambiente familiar propicio para acordos comerciais. Na expectativa para o ano que vem, já está sendo feito um 64

planejamento para que a exposição de Uberlândia se torne referência da raça Senepol.

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Além do mais moderno parque gráfico da região, a Gráfica Brasil conta com uma equipe extremamente competente, que se preocupa com cada detalhe do seu material. www.interural.com

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EVENTOS

Uberlândia. A convite de Rosimar e José Sab Neto, Ivan assumiu a diretoria técnica da Assogir e que, segundo ele, está com uma “nova cara”, querendo, realmente, retornar ao mercado, porque os criadores de Assogir perderam uma grande fatia do mercado por darem muito valor à beleza racial, e hoje procuram, com efeito, um animal produtivo que atenda às características econômicas. “Não é a primeira vez que participo aqui da exposição a convite deles. Têm um grande volume de animais e há dois tipos de julgamentos do Gir leiteiro e do Gir do pro aptidão, que é o antigo Gir padrão, que hoje estão chamando de dupla aptidão, mas a tendência natural é o gir caminhar para o leite”, finaliza Ivan.

Gir

A

pesar das complicações devido à mudança de datas, pudemos contar com a compreensão de todos e conseguimos colocar uma média de 700 animais Gir”, conta José Sab Neto, presidente da Assogir. Segundo ele, vieram para a 4° ExpoGir, animais do Rio de Janeiro, Mato Grosso, São Paulo, Goiás, Distrito Federal, Pará, dentre outros. E caso não tivesse ocorrido o adiamento da data do Camaru, não caberia todo o gado, pois o Gir e o Girolando lotaram em 100% o parque. A exposição da raça Gir no Camaru reuniu grandes criadores e amigos. O Presidente da Associação Goiana de Criadores de Gir – Rosimar Silva –, por exemplo, participa da feira há 4 anos, desde a reestruturação da exposição de Gir, em 2006. Ele ressalta a boa receptividade da parte dos organizadores para com os criadores, que, em lugar algum do Brasil, nenhuma exposição recebe e valoriza tão bem os criadores e expositores. “O que acho muito importante aqui em Uberlândia é o calor humano, como os criadores são bem recebidos, além de ser uma das únicas exposições em que há grande assistência nos julgamentos. Aqui podemos trazer a família, ocorre troca de experiências, o que, em outros lugares, não ocorre, como em Goiânia onde moro”, afirma Rosimar. Existe uma evolução notória dos três primeiros anos e principalmente agora em que a exposição de Gir leiteiro é ranqueada, gerando maior interesse. Com a ampliação dos pavilhões, a acomodação dos animais ficou bem melhor. “Os anos de 2008 e 2009 foram de grande interesse no Gir, muitos criadores entrando na raça, além do grupo de criadores de Uberlândia ter se destacado no cenário Nacional. O leilão também melhorou muito, fazendo da exposição de Uberlândia uma referência”, completa. O Diretor Técnico da Assogir – Ivan Luz Ledic –, conta que é a primeira vez que participa dessa exposição em 66

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É o 4° ano que João Machado da Fazenda Aprazível participa da exposição de Uberlândia. E, neste ano de 2009, ele trouxe16 animais para o Camaru, mas disputou o ranking com 12, como manda as regras da AbcGir. Para ele, a exposição de Gir tem melhorado muito sua qualidade. “Uberlândia, que cria Gir, conseguiu redimensionar esse espaço, hoje, Uberlândia faz uma grande exposição de Gir. Nós temos, atualmente, cerca de 700 animais de altíssima qualidade, o que há de melhor na atualidade. Pouquíssimos criadores que a gente tem como referência estão expondo aqui. Na contemporaneidade, Uberlândia se tornou um polo de modelo na raça Gir, pela altíssima qualidade dos animais aqui presentes”, completa João Machado.

José Luís Junqueira Barros, da Fazenda Café Velho, também cria gado Gir, e trouxe para o Camaru 9 fêmeas e 5 machos. Inclusive, trouxe a Baguidá, que foi grande campeã 2007/2008, e sua a filha, que foi grande campeã agora em 2009. É o 4° ano consecutivo que José Luís traz seus animais, e nesses 4 anos ele foi eleito melhor criador e expositor. “A exposição está muito boa, os animais são muito bons. Na exposição, para mim, o mais gostoso que tem é essa mineirice, esse jeito gostoso, o contato direto aqui nessa pista, todo mundo integrado com outras raças também, Uberaba é mais ou menos assim, mas não consegui perceber esse calor humano que a gente tem em Uberlândia. Eu gosto daqui!”, finaliza José Luís.

Resultados Gir Dupla Aptidão: Grande Campeonato de Fêmeas Grande Campeã: Bagdá Dobi Reservada Grande Campeã: Harpa da Lapa Vermelha Campeonato Bezerra Campeã: Galera Fiv Santa Reservada Campeã: Siara Raça Campeonato Novilha Maior Campeã: Foveira Dobi Reservada Campeã: Fulige Dobi Campeonato Vaca Adulta Campeã: Harpa da Lapa Vermelha Reservada Campeã: Esmeralda Dobi Campeonato Bezerro Campeão: Himalaia JF Pontal Reservado Campeão: Guerreiro G BI Campeonato Júnior Maior Campeão: Gabão BI Reservado Campeão: Ariano II da São José Campeonato Sênior Campeão: Mensalão Reservado Campeão: Sharon Eva

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Grande Campeonato de Machos Grande Campeão: Crystal Escocês Dobi Reservado Grande Campeão: Ruda Campeonato Novilha Menor Campeã: Goiabeira Dobi Reservada Campeã: AFZ Pavuna Campeonato Fêmea Jovem Campeã: Favorita Dobi Reservada Campeã: Esperança Dobi Campeonato Gran-Sênior Campeã: Bagdá Dobi Reservada Campeã: Doçura II Campeonato Júnior Menor Campeão: AFZ Golfo Palomar Reservado Campeão: Gaiato do BI Campeonato Touro Jovem Campeão: Confete

Campeonato Gran-Sênior Campeão: Crystal Escocês Dobi Reservado Campeão: Ruda

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EVENTOS

Uberlândia, acontece uma feira diferenciada quando se trata de recepção, calor humano e interação. Todos que pelo parque passam se sentem em casa, e a vontade para trazer esposa, filhos, para participarem também. Produtores, homens e mulheres, conversam sobre negócios, trocando experiências sobre o meio rural e seus criatórios, mostrando a quebra do tabu de que agronegócios é assunto somente para homens. Ilza Cunha, da Fazenda Baixadinha, considera essencial a participação da família no agronegócio, além de ter contato com outros criadores, outras famílias, podendo até trocar experiências. “O que a gente vê dentro do Camaru é que viramos uma grande família de produtores, há um entrosamento, uma troca de experiências. Acho que também, a cada dia, o rebanho está mais produtivo, mais selecionado, então, com nossa participação, vendo a evolução junto, creio que crescemos muito”, afirma Ilza. Renato Cunha participa da Exposição no Camaru há 8 anos, pois se sente em um ambiente familiar; traz toda a sua família para assistir aos julgamentos. “Achei esse ano um ano muito bom, primeiro porque está em uma curva ascendente, na qualidade dos animais em primeiro lugar, da frequência do pessoal dos criadores que aqui vêm dar assistência, dos funcionários, das pessoas que trabalham na exposição, de maneira que Uberlândia está de parabéns, criado aqui um ambiente muito bom”, completa. Um exemplo disso é Ana Maria Borges e Cunha Campos, da Fazenda Santa Tereza, que esta nesse ramo há 25 anos. Segundo ela, por ser mulher na pecuária, nunca sentiu nenhum tipo de preconceito, e, desde que começou, sempre procurou saber sobre o que não conhecia e se aprimorar cada dia mais. “É o primeiro ano que eu trago Girolando, julgo que a estrutura está ótima, com pessoas competentes, muitas até que conheço. O gado está muito bonito. Penso que não sou obrigada a saber tudo, mas, desde que comecei, procurei orientação da

Gir Resultados Gir leiteiro Grande Campeonato de Fêmeas Grande Campeã: Amazona Alto Estiva Reservada Grande Campeã: Eficácia Fiv F Mutum Campeonato Bezerra Campeã: Iara Fiv F Mutum Reservada Campeã: Amexa Fiv Cabo Verde Campeonato Novilha Maior Campeã: Luna Fiv DP Reservada Campeã: Aeda Fiv 16 Campeonato Vaca Jovem Campeã: Eficácia Fiv F Mutum Reservada Campeã: Bailarina T Campeonato Vaca Sênior

Grande Campeonato de Machos Grande Campeão: Federal Fiv MAMJ Reservado Grande Campeão: Figo Poema Fiv Campeonato Novilha Menor Campeã: Halida Fiv F Mutum Reservada Campeã: Asa Fiv da Jasdan Campeonato Fêmea Jovem Campeã: Amazona Alto Estiva Reservada Campeã: Atina de OG Campeonato Vaca Adulta Campeã: Estância T Silvania Reservada Campeã: Pintura Campeonato Bezerro

Campeã: Otima Reservada Campeã: Sani da B. Pastor

Campeão: Beryl Fontoura 16 Reservado Campeão: Siderito Y da Bx

Campeonato Júnior Menor

Campeonato Júnior Maior

Campeão: Figo Poema Fiv Reservado Campeão: Adaithi HCF Campeonato Macho Jovem Campeão: Federal Fiv MAMJ Reservado Campeão: Kunti DP

Campeão: Garnnet DP Reservado Campeão: Athol HCF Campeonato Touro Jovem Campeão: Taliban R2 Campeonato Touro Adulto

Girolando

Campeão: Dion MAMJ Reservado Campeão: Twister T OG

O

Girolando teve grande destaque, trazendo o melhor da raça a julgamento, com 310 animais, e foi ranqueada e homologada pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. Os julgamentos e leilões estão se tornando comuns na vida da família dos criadores. Por criarem um ambiente familiar e caloroso, em que esposa e filhos também passaram a participar dos julgamentos. Em 68

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Emater, Epamig, Ima e veterinários, para aprender e fazer tudo dentro dos conformes”, conta Ana Maria. Ana Maria tem, hoje, um plantel com mais de 600 animais. Trouxe este ano, para a exposição, Melhor Fêmea Jovem ½ Gana da Cabanha Expositor e criador: Paulo Ricardo Maximiano Fazenda Córrego Branco I Capetinga (MG) Melhor Fêmea Jovem 5/8 Alegoria Maia Correa Expositor: Tomaz Sergio Andrade de Oliveira Fazenda Muquem - Prata (MG) Criador: Roberto Augusto Correa da Silva Grande Campeã ¾

4 Gir e 10 Girolando, foram para o concurso leiteiro, vieram para a pista. Fez uma campeã da raça ¼, e também ganhou o 3° melhor ubre. “Não são os primeiros lugares, mas fiquei muito feliz”, finaliza Ana. Melhor Fêmea Jovem ¾ Salome Wildman RPM da Santa Antônio Expositor e criador: Roberto Almeida de Oliveira e outros. Fazenda Santo Antônio Guapiaçu (SP) Grande Campeã ½ Cabana LE Expositor: Renato da Cunha Oliveira Fazenda Baixadinha Conceição das Alagoas (MG) Criador: Luis Evandro Aguiar Grande Campeã 5/8

Blu Mickey Minie 776 Expositor: Renato da Cunha Oliveira Fazenda Baixadinha Conceição das Alagoas (MG) Criador: Arthur Patrus de Campos Bello

Imagem Valinhos Expositor e criador: Daniel da Silva/Magnólia Fazenda Valinhos Monte Alegre de Minas (MG)

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EVENTOS

Campeonato Fêmea Jovem

Girolando

Campeã: Vertente Batuta 540 Marc Reservada Campeã: Vertente Lolita 559 Leader

Grande Campeão ¾

Campeã Vaca Jovem

Netuno Rolly Dolly Expositor e criador: Renato da Cunha Oliveira Fazenda Baixadinha Conceição das Alagoas (MG)

CAMPEÃ VACA SUPREMA CAMARU 2009

Imagem Valinhos Expositor e criador: Daniel da Silva/Magnólia Fazenda Valinhos Monte Alegre de Minas (MG)

Campeã: Vertente Véspera 480 Reservada Campeã: Tannus Alvorada 812

CAMPEÃ BEZERRA FUTURA CAMARU 2009

Alegoria Maia Correa Expositor: Tomaz Sergio Andrade de Oliveira Fazenda Muquem - Prata (MG) Criador: Roberto Augusto Correa da Silva

Melhor Criador de Girolando ½ 1° Milton de Almeida Magalhães Júnior; 2° Miriam Fátima Leite Farias; 3° ° Paulo Ricardo Maximiano.

1° Renato da Cunha Oliveira; 2° Daniel da Silva/Magnólia; 3° Nelson Ariza.

Melhor Criador de Girolando ¾

Classificação Geral criador de Girolando 1° Delcio Vieira Tannus; 2° Renato da Cunha Oliveira; 3° Daniel da Silva/Magnólia.

Melhor Expositor de Girolando ½ 1° Delcio Vieira Tannus; 2° Paulo Ricardo Maximiano; 3° Marcos Amaral Teixeira e Renato da Cunha Oliveira.

Melhor Expositor Girolando 5/8 1° Jaqueline P. Morais Resende; 2° Renato da Cunha Oliveira; 3° Daniel da Silva/ Magnólia.

Melhor Expositor de Girolando ¾ 1° Renato da Cunha Oliveira; 2° Delcio Vieira Tannus Filho; 3° Tropical Genética Com. de Embriões Ltda. Classificação Gera de Melhor Expositor Girolando 1° Renato da Cunha Oliveira; 2° Daniel da Silva/ Magnólia; 3° Delcio Vieira Tannus Filho.

Holandês

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lugar no ranking de vaca adulta acima de ¾, um modelo de animal; ou mesmo a vaca Rapunzel, que tem a produção média de 57,65 kg, e está em segundo lugar nesse mesmo quesito. Para os criadores e expositores que participaram da feira, não restam dúvidas de que foi um ano de sucesso. O adiamento das datas pode ter causado a ausência de alguns animais, de alguns expositores devido à

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Grande Campeonato Grande Campeã: Tannus Princesa 2050 Reservada Grande Campeã: Menge Rapunzel 901

Campeã Ubre Adulto Campeã: Tannus Princesa 2050

Grande Campeonato Touro Holandês Grande Campeão: Menge Modest 271

Torneio Leiteiro

1° Roberto Almeida de Oliveira; 2° Delcio Vieira Tannus; 3° Daniel da Silva/ Magnólia.

Melhor Criador de Girolando 5/8

M

Campeã: Vertente Véspera 480

Grande Campeão 5/8

Stratus Billy Fancy Paul Y Expositor e criador: Renato da Cunha Oliveira Fazenda Baixadinha Conceição das Alagoas (MG)

ais uma vez, a raça Holandesa traz um show de animais, com diversas qualidades e com uma genética diferenciada. A raça vem se destacando a cada ano, sua potenciabilidade leiteira e seu porte são o que fazem a sua diferença. Podemos dar como exemplo a vaca Heroica, que tem a produção média de 65,8 kg, ficando em primeiro

Melhor Úbere Jovem

agenda e aos compromissos já marcados, mas esse pequeno fato não impediu a feira de ser um grande sucesso. Em 2008 e 2009, o gado holandês foi o gado de maior expressão no cenário leiteiro do Brasil, ultrapassando índices e expectativas, como na Exposição do Camaru 2009. A organização espera que, para o ano que vem, sejam superadas mais metas e que haja melhoramento a cada dia. www.interural.com

O

torneio, neste ano de 2009, foi mais que sucesso, houve grande demanda de gado, movimentando o Camaru. Apesar do cancelamento, muito gado foi trazido à mostra, muitos criadores e interessados vieram aos torneios, para participar e conferir de perto toda a movimentação dos animais. Segundo José Sab Neto – Presidente da Assogirl –, caso o Camaru não fosse cancelado, não caberia todo o gado, pois o Gir e o Girolando lotaram o parque em 100%. “Nosso grande parceiro é o girolando, nós produzimos animais para poder fazer os cruzamentos. O Triângulo é a maior bacia leiteira de Minas”, completa José Sábio. Tanto o Gir, o Girolando quanto Holandês, fizeram um grande show de raça e qualidade. Sem dúvida, foram grandes premiações, animais de requinte e destaque, mais que merecedores dos prêmios.

Gir

Vaca Jovem Campeã: Fresta Te B Pastor Reservada Campeã: Feição Te F Mutum

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Grande Campeonato Vaca Adulta Grande Campeã: Idioma Te Vila Rica Reservada Grande Campeã: Endra da Epamig Fêmea Jovem melhor úbere Campeã: Zingara Fiv Rio Vale / 30,590 Kg Reservada Campeã: Jujuba Fiv Vila Rica / 24,27 Kg

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EVENTOS

Torneio Leiteiro Torneio leiteiro Holandês Vaca Jovem acima de ¾

Fêmea Jovem até 2/4 sangue

1° Vedete, média de 50.65 2°Véspera, média de 50.49 3° Maradona, média de 50.25

1° Dina; 2° Sueca, ½ sangue, média de 45.860 kg; 3° Daniela, ¾ sangue, média de 43.1 kg.

Vaca adulta até 3/4

Vaca Adulta acima de 3/4

1° Atração, ¾ sangue, média de 53.73 2° Alcanchofra, ½ sangue, média 51.7, 3° Anfetamina, ½ sangue, média de 46.8,

1° Heróica, média 65.8 2° Rapunzel, média 57.65 3° Colméia, média 57.55 Vaca adulta

Girolando

Reservada Grande Campeã: Idioma Te Vila Rica / média de 32,743 kg Reservada Campeã: Endra da Epamig / média de 32,497 kg Vaca Jovem

Fêmea Jovem

Grande Campeã: Fresta Te B Pastor / média de 33,030 kg Reservada Campeã: Feição Te F Mutum / média de 21,576 kg

Campeã melhor Úbere: Zingara Fiv Rio Vale / média de 30,590 kg Reservada Campeã: Jujuba Fiv Vila Rica / média de 24,327 kg

Holandês Fêmea Jovem até ¾ sangue

Vaca Jovem acima de ¾

1° Dina / média de 46,00 kg 2° Sueca ½ sangue / média de 45,860 kg 3° Daniela ¾ sangue / média de 43,1 kg

1° Vedete / média de 50,65 kg 2° Véspera / média de 50,49 kg 3° Maradona / média de 50,25 kg

Vaca Adulta até ¾

Vaca Adulta acima de ¾

1° Atração ¾ sangue / média de 53,73 kg 2° Alcachofra ½ sangue / média de 51,7 kg 3° Anfetamina ½ sangue / média de 46,8 kg

1° Heróica / média de 65,8 kg 2° Rapunzel / média de 57,65 kg 3° Colméia / média de 57,55 kg

Leilões

M

ais um atrativo do Camaru 2009 para os visitantes da feira foram os leilões como do Nelore, de Cavalos, do Gir e Top Leite do Girolando. Foram trazidos à pista os melhores exemplares da raça, com alto nível de qualidade e genética, oferecendo o que o criador realmente procura, não só a beleza do animal, mas também sua produção e desempenho. 72

O primeiro leilão a ser realizado foi o do Nelore, o que já é uma tradição na Exposição do Camaru, completando sua 8° edição. Realizado no recinto de leilões do Camaru, no dia 03 de outubro, o VIII Leilão Nelore Elite da ACNTM – Associação de criadores de Nelore do Triângulo Mineiro foi uma excelente oportunidade para quem procurava realizar bons negócios. Foram ofertados ao todo 35

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lotes de animais de alta qualidade, sendo 18 machos e 17 fêmeas. Houve grande movimentação e lances generosos. A venda dos machos gerou uma média de R$ 3.520,00, enquanto que a das fêmeas totalizou R$ 4.840,00, sendo, assim, bem mais valorizadas que os machos. Em um leilão de Elite como esse, a satisfação é sempre garantida. www.interural.com

A comercialização dos animais trouxe satisfação de quem os ofertou e de quem os arrematou. Além de se tornar, a cada ano, um ambiente mais familiar, propício a bons negócios e trocar experiências. O segundo leilão, realizado no Camaru 2009, foi o leilão de cavalos, no dia 04 de outubro, o que foi, evidentemente, um show da nobreza das raças Quarto de Milha, Manga Larga Marchador, Paint Horse e Muares. Foram ofertados 31 lotes de animais, sendo eles 24 machos e 10 fêmeas, e a maioria dos animais são de Uberlândia. Na comercialização dos machos, estes chegaram à média de R$ 9 586,00, e das fêmeas, R$ 13 512,00, um ótimo resultado para o balanço final do leilão. Esse leilão não poderia trazer mais satisfação aos organizadores. A média subiu de 6 para 10 mil, fazendo com que todos acreditem cada vez no que fazem e cultivam. Um leilão com belos animais, mostrando a força das raças. Realizado por Eduardo Jorge Milagre, José Sab Neto, Tropical Genética Ltda., João Machado e Paulo Roberto Cunha, o grande Leilão Terra Gir Leiteiro aconteceu no dia 09 de outubro. Foi uma noite de grandes negócios. E com o leiloeiro João Antônio Gabriel no martelo, foram arrematadas 20 fêmeas de alta qualidade genética, chegando à média de R$ 19.150,00, e 9 prenhezes, com uma média de R$ 19.000,00. O animal de maior valor vendido foi a fêmea Duna Te Kubera, ao preço de R$ 81.000,00, ofertada pela Tropical Genética; e quem a comprou foram Jorge Luiz da Cunha e Carlos Jacob Wallauer. Os maiores vendedores da noite foram a Fazenda Genipapo, que trouxe belíssimos animais e conseguiu chegar a uma média de R$ 75. 000,00, e a Tropical Genética que chegou ao final do leilão com a média geral de R$ 110 000,00 em vendas. Como maiores compradores do leilão se destacaram José Luiz Caixeta da Cunha, com R$ 40.500,00, e Carlos Jacob Wauller, também com R$ 40 500,00. www.interural.com

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EVENTOS

Finalizando os leilões do Camaru 2009, o 4° Top leilão do Camaru, que se deu no dia 11 de outubro, promovido pelo Sindicato Rural de Uberlândia. Um encerramento com grandes ofertas e negócios fechados. O Leiloeiro Cássio Roberto Bicalho de Paiva estava no martelo e fechou a venda de R$ 4.033,00 em fêmeas e R$ 3.448,28 em machos. Na categoria prenhezes, foi vendida uma média de R$ 3.304,60. O animal vendido por maior valor foi a fêmea Doçura II, arrematada do proprietário Aluísio Wagney Azevedo Leão por R$ 25.000,00.

Dos vários vendedores que ofertaram animais, destacou-se como o maior Aluísio Wagney Azevedo Leão, que comercializou uma média de R$ 21.200,00. O maior comprador da noite foi o Hospital Veterinário de Uberaba – Uniube –, que comprou uma média de R$ 31.800,00 em animais. O leilão Top Leite do Camaru, com certeza, resultou em grande sucesso. Excelentes comercializações em animais de qualidade. O leilão, ao todo, comercializou uma média geral de R$ 3.857,66. Um ótimo trabalho desempenhado pelos organizadores.

Eqüinos

N

Projeto Fazendinha

U

m projeto unicamente social e pioneiro no Brasil, a fazendinha do Camaru, completa, em 2009, sete anos de sucesso. E tendo total apoio da Emater – Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural –, do Ima – Instituto Mineiro de Agropecuária– e, principalmente, da Secretaria de Agricultura de Uberlândia. Do dia 2 ao dia 12 de outubro, míni pôneis, vacas, búfalos e jumentos, foram trazidos de Uberlândia e região para a atração e conhecimento das crianças. Um

projeto criado exatamente para que os pequenos tenham mais contato com o campo e para que aprendam de onde vêm e como são preparados os alimentos que chegam à mesa de sua casa. Com a entrada franca, o projeto foi bastante prestigiado, notando a presença de cerca de 1000 pessoas por dia. Entre os dias 5 e 9, a fazendinha esteve disponível à visitação escolar, recebendo cerca de 500 alunos por dia. Foram promovidas palestras como a da Cadeia do

Cavalgada

leite, que mostrava desde a origem do leite até o envasamento; com a parceira da Calu – Cooperativa Agropecuária Ltda. de Uberlândia –, que, por sua vez, explicou tudo às crianças e ainda distribuiu brindes. A Cadeia do frango mostrou desde a criação até o abate, inclusive, falou-se sobre os ovos. As palestras foram dadas pelos estudantes a partir do 5° período de veterinária da UFU – Universidade Federal de Uberlândia. A Cadeia de reciclagem promoveu brincadeiras e teatrinho feitos pelo colégio agrícola.

o dia 27 de Setembro, mais de 1000 cavaleiros e amazonas participaram da cavalgada que se tornou tradicional da abertura do Camaru, realizada pela diretoria do Sindicato Rural e Clube do Cavalo. Em sua 9° Edição, vieram participantes de várias cidades vizinhas, como Nova Ponte, Monte Alegre de Minas, Tupaciguara, Prata e Indianópolis, para prestigiar e marcar a data. Os cavaleiros saíram da Praça Sérgio Pacheco, passando pelo centro da cidade até chegar ao Camaru, onde foram calorosamente recepcionados

com muita música e almoço típico. A recepção da parte de quem assistiu à cavalgada também foi calorosa, as principais ruas por onde passaram os cavalos ficaram tomadas por crianças, jovens e adultos, todos com olhares atentos a tudo que acontecia. Quem ficou em casa também foi até às janelas par assistir ao desfile. Donos de comércios também foram às portas para prestigiar a grande festa dos cavaleiros. Desde já, a diretoria deixa o convite para a próxima cavalgada. Quem participou este ano, e quem não teve a oportunidade, a diretoria espera a todos na cavalgada de 2010.

Manga Larga Marchador Em sua décima edição, a Exposição do Cavalo Mangalarga Marchador, em Uberlândia, foi um show de animais. Realizada pela Associação dos Criadores de Cavalo Mangalarga Marchador do Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas, e com

apoio do Sindicato Rural de Uberlândia. Devido às dificuldades geradas pela remarcação de datas, foram trazidos para exposição 90 animais, porém a alta qualidade de todos superou a todas as expectativas.

Os organizadores já se animam para 2010. Almejam trazer mais de 250 animais para o próximo ano, o que era a previsão para a primeira data marcada, mas que, infelizmente, não pode ser concretizada.

Melhor Expositor na Categoria Marcha Picada 1° Paulo Romeu Assunção Gontijo; 2° Cleyson Cortes de Carvalho; 3° Aderbal Jurema Júnior.

Melhor Criador não Expositor 1° Paulo Romeu Assunção Gontijo; 2° Cleyson Cortes de Carvalho; 3° Brigite Claudon.

Melhor Criador e Expositor 1° Gabriel Donato de Andrade; 2° José Reginaldo Q. Pereira 3° Antônio de Pádua Barros Cardoso.

Marcha Picada Batida 1° lugar Antônio Joaquim de Paula; 2° Helio Cardoso Alves Filho; 3° Antônio Renato V. Rodrigues da Cunha. 74

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EVENTOS

Provas Eqüestres As provas equestres são tradicionais em toda exposição de animais. O Team Penning é a prova na qual 3 (três) competidores têm que encurralar 3 (três) bezerros com a mesma numeração no curral, e isso no menor tempo possível. O tempo é marcado por intermédio de um aparelho eletrônico chamado “foto-célula”. Na disputa, é proibido qualquer tipo de agressão, tanto no cavalo quanto no bezerro a ser fechado, além das palavras de baixo nível e contato físico com o gado. O tempo máximo de cada prova deve ser de 90 (noventa) segundos. Ao final da prova, o animal passa por uma vistoria feita pelo juiz da prova, e não pode apresentar qualquer sangramento proveniente da espora ou do chicote, pois, sendo detectado sangramento, o competidor é imediatamente desclassificado. As provas do Team Penning ocorreram este ano nos dias 9, 10 e 11. Na prova dos Três Tambores, quem contorna os três tambores em menos tempo é o campeão. É uma prova de rapidez, agilidade e concentração, pois, para cada tambor derrubado, é imposta a penalidade de 5 segundos no tempo final do competidor. O tempo,

Shows

O

nesta prova, também é medido pelo aparelho “foto-célula”. E, caso haja sangramento no animal, o competidor será desclassificado. Para aderir à grade de provas, houve a Prova da Fraldinha, que é uma prova especial voltada às crianças, para que elas também tenham contato com as atividades do campo e com os animais. A prova funciona da mesma forma que a dos “Três Tambores”, mas voltada aos pequenos. Todas as crianças participam, aprendem e se divertem, pois, nesta competição, não há ganhador, apenas participantes. Para a prova do chapéu, é preciso bastante força, concentração e, principalmente, habilidade da parte do cavaleiro. Participam dois cavaleiros, nesta prova, em que ambos têm de contornar o campo cavalgando, descer do cavalo para pegar o chapéu no chão e montar novamente. Tudo isso deve ser feito no menor tempo possível, e, claro, não machucar o animal em hipótese alguma; caso haja um mínimo sangramento, o competidor é automaticamente desclassificado. A prova da cadeira é simples e conhecida por todos, só que, neste caso,

Vencedores Team Penning 1° lugar Helio, Maria Márcia e Adelmo; 2° Diego, Marcio Ivan e Wellington; 3° Helio, Fábio e Silvio Mautent; 4° Silvio Maurent, Fabio e Frederico; 5° ficaram Hélio, Lázaro Ribeiro e Maria Márcia.

Camaru 2009, mesmo com a remarcação das datas, trouxe grandes atrações para que o público se divertisse em um ambiente familiar e agradável. No dia 02 de outubro, subiram ao palco Gino e Geno; no dia 03, foi a vez de Jorge e Matheus; dia 04, Sidney do Cerrado e Sereno; dia 05 Festival Líder FM; dia 06, Festival Cultura FM; dia 07 D, Corpo Inteiro e Convidados; dia

Rodeio

os participantes correm até as cadeiras montados em seus cavalos. Posicionamse 10 (dez) cadeiras para 11 (onze) participantes, e à medida que soa o sinal, todos cavalgam em direção à cadeira e tentam se sentar. O último participante que sobrar é o vencedor. Uma competição consiste sempre na disputa entre amigos, e amantes, de cavalos.

Prova da Cadeira 1° lugar Lucas Abdala 2° lugar Tiago Braga

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U

ma das atrações mais esperadas da Exposição é o Rodeio. Cheio de truques e malabarismos, todos sentem juntos a emoção do peão ao montar nos animais e em sua garra rumo à vitória. Em todos os dias de rodeio, houve a movimentação de cerca de 6 000 (seis mil) pessoas no local.

Este ano, os vencedores ganharam, em primeiro lugar, 1 carro 0k., em segundo e terceiro, uma moto

cada um, em quarto lugar, o prêmio foi de R$ 2 000, e em quinto lugar, R$ 1 500.

1° lugar – Vagner Elias da Silva – Arcos /MG 2° lugar – José Carlos dos Santos – Laranjeiras/Sergipe 3° lugar – Adriano Guedes – Pereira Barretos /SP 4° lugar – Jarbas Lopes – Anápolis/ Bahia 5° lugar – Elto Barbosa – Douradina / Paraná

Vencedores Tambores Categoria livre 1° Lucas Abdala 2° Tigrinho 3° Amanda Macedo 4° Dejair Nunes 5° Lucas Pereira

Categoria Feminina 1° Amanda Macedo 2° Tatiane Prado 3° Márcia Pacheco 4° Junara Rosa 5° Valesca Duane

08, Paranaíba FM – Marcos e Fernando; 09 Teodoro e Sampaio/ João Carreiro e Capataz; dia 10, Luis Claudio e Giuliano; dia 11 Backyardigans (cover) Barney (cover); e no dia 12, finalizando a grade de shows do Camaru, apresentou-se o grupo Wer lançando seu DVD. Em todos os dias de festa e shows, o Camaru recebeu cerca de 200 mil pessoas, mostrando a satisfação de todos que participaram e se divertiram na festa.

Prova do Chapéu 1° Pedro Ribas 2° Frederico Ribeiro

Prova da Fraldinha Luigi Socretta Geovana Socretta Ricardo Neto Eloisa Solimã Vinícius de Carvalho Julia Ana Júlia Mario Augusto www.interural.com

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EVENTOS

InteRural

InteRural Lança sua 26ª edição durante o Camaru 2009

A

InteRural, em parceria com a Adubos Paranaíba, lançou, no dia 8 de outubro, durante o Camaru 2009, a sua 26ª edição. Com mais de dois anos no mercado, a revista vem se destacando cada dia mais por sua transparência nas informações e por orientar o empresário rural sobre tudo o que há de mais novo em relação às tecnologias de produção. Na edição de outubro, a revista trouxe, em sua matéria de capa, a tecnologia Kimcoat; uma nova tecnologia que chegou com muitos benefícios para o produtor que procura sempre conhecer novas técnicas e métodos que não prejudiquem a natureza e nem a própria plantação. O Kimcoat é uma tecnologia desenvolvida pela Kimberlit e contém, em sua formulação compostos orgânicos, minerais e polímeros, utilizados no revestimento dos grânulos de fertilizantes Nitrogenados (Ureia), Fosfatados (MAP e Super Triplo) e Potássicos (Cloreto de Potássio), e tem como objetivo reduzir as perdas naturais que ocorrem na adubação, potencializando, assim, seu efeito. Com essa tecnologia, pode-se reduzir a dose recomendada do fertilizante convencional sem comprometer a produtividade. Na região do Triângulo Mineiro e Pontal, a Adubos Paranaíba é que fica por conta da comercialização do produto. Graças a parceria entre Adubos Paranaíba, 60 78

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Kimberlit e InteRural, foi possível aprofundar nosso conhecimento, conversar com produtores que já usaram o produto em seu plantio e que comprovaram sua eficácia, além de conhecer suas experiências e trajetória de vida. Quem preza o campo e a natureza e se preocupa com seu bem-estar, e de quem está próximo, tem sempre que estar por dentro das novidades tecnológicas, produtos que não prejudiquem o meio ambiente e, consequentemente, o próprio ser humano. E é este o papel da revista, trazer ao alcance do produtor/ criador, morador do campo, informações que fazem parte de seu cotidiano, com a linguagem simples e direta, exatamente para alcançar o entendimento de todos. Para o lançamento da revista, foram convidados produtores, amigos e parceiros, e todos fizeram jus ao convite. O estande da Paranaíba esteve movimentado durante toda a noite do dia 8, gerando interação de todos os que lá estiveram, além de oferecer a oportunidade de conhecer um produto novo no mercado, suas características e benefícios, o que é motivo de agradecimento da parte de todos os integrantes da InteRural. www.interural.com

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LEILÕES

Vista, interior de MS, e o leiloeiro do dia pediu ajuda a Edilson, para que ele testasse o som, enquanto ele efetuava a ordem de entrada, e, brincando, começou a fazer um leilão fictício com os companheiros pisteiros. Na semana seguinte um dos irmãos Guaritá, Carlos, que até hoje está à frente da Leiloboi, chamou-o em sua sala dizendolhe que havia escutado o leilão, “Naquele dia, achei que ia levar uma dura. Ele me perguntou se era eu mesmo que estava brincando no microfone, e eu respondi que sim. Ele indagou ainda se eu não queria ser leiloeiro, coisa que nunca havia passado pela minha cabeça. Mas ele disse que ia me ajudar e que a partir do próximo leilão, eu não iria mais ser pisteiro, iria ficar lá em cima do púlpito do leiloeiro, para me ambientar com o público e que, ao final do leilão, iria me dar os dois últimos lotes para ir praticando”, informou Edilson. Nessa época, Edilson ainda tinha de 16 pra 17 anos, mas teve que sair da empresa porque seus pais se mudaram para Cuiabá (MT), onde conseguiu um emprego de conferente da Listel Listas Telefônicas, e, nos fins de semana, viajava fazendo pista. Havia desistido de ser leiloeiro. Até que, em abril de 1991, foi convidado para atuar como leiloeiro em um leilão em Canarana (MT), “Fiz e foi bom demais o leilão, saí de lá já contratado para

CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES

Vida de Leiloeiro

Edilson Alvarenga

E

dilson Alvarenga nasceu em Dourados (MS), em uma família muito simples, de quatro irmãos, dois homens e duas mulheres. Seu pai era carpinteiro e sua mãe cuidava da casa e das crianças. Apesar de todas as dificuldades encontradas, dentro de casa, nunca faltou nada, todos os filhos, graças ao esforço dos pais, estudaram em escola particular, pelo menos, até a 4ª série primária. Aos 11 anos de idade, começou a trabalhar como office boy de um político candidato a prefeito de Dourados, entregando cartão de aniversário de bicicleta. Depois, ainda como office boy, trabalhou em loja de artigos esportivos de um amigo, da família, e, quando terminava o serviço de banco, “virava” vendedor da loja, que fechou em 4 meses, “Eu fiquei responsável como único vendedor, um belo dia, o dono viajou e eu liquidei a loja inteira para os políticos da cidade, quando ele voltou, viu a loja vazia e assustou, mas já era tarde. Depois ele achou que fiz um bom negócio”, explica o leiloeiro. Depois disso, ficou desempregado, mas o cunhado, que já trabalhava em uma empresa de leilões, em Dourados, a renomada a Leiloboi, dos irmãos Guaritá, convidou-o para conhecer o mundo dos leilões. Foi aí que tudo começou, continuava sendo Office 82

boy durante a semana e, nos fins de semana, carregava boletas do circo, onde era realizado o leilão, até o escritório, porque, na época, era tudo lançado a máquina de escrever, fatura por fatura. Aos poucos, foi se interessando pelo trabalho, sobretudo pela pista,

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outro leilão na cidade vizinha e, depois, mais outro, até pedir as contas da Listel e seguir a carreira, definitivamente, de leiloeiro rural, realizando leilões dentro e fora do estado de MT”, comenta Edilson. Durante uma exposição em Sinop (MT), no ano de 2004, ao transmitir alguns leilões e ancorar umas entrevistas para o SBA, foi convidado pelo Sr. Cláudio Godói a fazer parte da sua equipe, em que está até hoje. “A nossa profissão é de muita responsabilidade, o criador coloca em nossas mãos todo o trabalho de anos e até da vida, penso que o meu maior prazer é ver a satisfação do criador com o sucesso do seu trabalho, no caso os valores pagos por seus animais, e sinto que, de certa forma, fui responsável por isso, e isso me dá muito prazer. O sucesso do leilão é a realização de qualquer leiloeiro”, assegura o entrevistado. Para Edilson, o leiloeiro tem que realizar a sua profissão independente do que está para arremate e sim como está sendo ofertado. Isso se dá com muito estudo da raça que vai leiloar para que todos fiquem satisfeitos com o seu desempenho, “O mercado de leilões vem crescendo a passos largos, e o Brasil tem déficit de leiloeiro, falta o bom profissional é, por isso, que acredito que sempre vai haver espaço para bons profissionais”. Viajar faz parte da profissão, mas ele abraçou

seu trabalho com grande afeto, segundo ele, tem muito apoio da família que compreende e aceita, apesar da saudade. E compensa as faltas, quando estão todos juntos, com muito amor, atenção e carinho. Edilson é casado há 16 anos e é muito feliz com a Dona Lígia Alvarenga. Há alguns meses, os dois ainda não tinham filhos, mas adotaram uma linda menina de 8 anos, Thassyla. Quando não está na correria do trabalho, Edilson adora ficar com a família, receber os amigos para um tradicional churrasco em casa e, é claro, tomar aquela cerveja gelada, que não pode faltar, e uma roda de violão. “Adoro receber meus amigos, inclusive a equipe da InteRural está toda convidada assim que vier a Campo Grande, quando vamos comemorar com um belo churrasco de carne de boi e, claro, uma cerveja gelada”, diz Edilson. E nós da InteRural respondemos: “É claro que vamos, já está marcado”. Mas cuidado com a cerveja gelada hein! “E os cuidados com a voz?” “Meus cuidados são simples, procuro não tomar sereno. Durante exposições, depois dos leilões que faço à noite, soro fisiológico, depois, mel e maca, e não falo mais até no outro dia, até duas da tarde e, durante os leilões, tomo mais de dois litros de água, sempre natural, e faço tratamento com fonoaudióloga também”, rebate Edilson. “Ah! Bom, assim está tudo certo”.

aprendeu e foi promovido. Foi pisteiro durante 5 anos, viajou muito pelo Brasil inteiro, tinha como companheiros de pista Catatau, Luciano Pires, hoje, leiloeiros rurais também. Com 17 anos, já pisteiro experiente, foi fazer uma exposição em Bela www.interural.com

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LEILÕES

CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES

Leilão

Agenda de leilões do novo canal em NOVEMBRO de 2009

Leilão Engenho da Rainha

A

Embral Leilões realizou, no dia 24 de outubro, a liquidação total do rebanho holandês, além de máquinas, implementos agrícolas e equipamentos de leite da fazenda Engenho da Rainha, em Bicas (MG). A fazenda, que ganhou o título de melhor criador e expositor da Exphol 2006, ofertou um grande banco genético com 128 animais, entre vacas em lactação, novilhas prenhes e novilhas para IA e bezerras. O leilão atingiu uma média geral por animal de R$ 12.755,81. As máquinas e os implementos leiloados somaram R$ 49.200,00. Foram ofertadas 30 bezerras, que atingiram uma média de R$ 7.077,59 por animal, 56 vacas em lactação com uma média de R$ 16.099,71. Uma vaca amojando foi vendida por R$ 16.632,00. Dois recordes nacionais foram batidos durante o pregão, a vaca HVB, E.R. FRANCESA 674 RUBENS-TE MB 88 foi vendida por R$ 67.400,00 (parcelas de R$ 3.370,00); e a vaca HPB, E.R. FUNNY 780 CHAMPION MB 89 vendida por R$ 140.000,00 (parcelas de R$ 7.000,00). O leilão foi transmitido pelo Novo Canal e contou com apoio de Agnaldo Lellis e no martelo Dudu Vaz e Welerson Silva. 84

Acredito que o sucesso alcançado pela Embral, veio devido à qualidade dos serviços prestados e à colaboração de todos aqueles que, direta ou indiretamente, participam de nossos eventos. Somos um time e jogamos com os mesmos propósitos, nossa ligação não se mantém somente com os nossos funcionários, ela também se estende pelas Fazendas, com nossos clientes e fornecedores. “Se juntarmos isso a um time de profissionais competentes e dedicados, a um ambiente agradável e familiar, como o que temos, não tem como dar errado”. Já dizia meu pai, Sebastião Beraldo: “Temos que remar com sincronismo”.

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HORÁRIO DE BRASILIA

DIA

DIA SEMANA

LEILÃO

LOCAL

Leonardo Monteiro Silva Beraldo

01

DOMINGO

LEILÃO DE CORTE – LEILO AGRO

NOVA REZENDE/MG

14:00 h

Diretor - Embral Leilões

05

QUINTA

LEILÃO VIRTUAL CORTE – CAPITALIZA LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

07

SABADO

LEILÃO VIRTUAL TROPICAL GENETICA – INTERURAL

CAMPO GRANDE/MS

10:00 h

08

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL CORTE – INTERURAL

CAMPO GRANDE/MS

11:00 h

09

SEGUNDA

LEILÃO VIRTUAL LEITE - INTERURAL

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

10

TERÇA

1º LEILÃO ACQM-PE –AGRESTE LEILÕES

RECIFE/PE

20:00 h

12

QUINTA

LEILÃO ESTRELAS DA MANHÃ – WV LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

14

SABADO

LEILÃO VIRTUAL TROPICAL GENETICA – INTERURAL

CAMPO GRANDE/MS

10:00 h

15

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL CORTE – INTERURAL

CAMPO GRANDE/MS

11:00 h

16

SEGUNDA

LEILÃO VIRTUAL LEITE - INTERURAL

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

17

TERÇA

LEILÃO VIRTUAL GIROLANDO MATA VELHA - INTERURAL

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

18

QUARTA

LEILÃO CORTE – LEILO AGRO

ALTEROSA/MG

20:00 h

19

QUINTA

LEILÃO VIRT. HORSES E EMBRIÕES ESPETACULARES-WV

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

20

SEXTA

LEILÃO CORTE – LEILO AGRO

PIMENTA/MG

20:00 h

21

SABADO

LEILÃO VIRTUAL TROPICAL GENETICA – INTERURAL

CAMPO GRANDE/MS

10:00 h

21

SABADO

LEILÃO VIRTUAL TEAM PENNING – INTERURAL

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

22

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL CORTE – INTERURAL

CAMPO GRANDE/MS

11:00 h

22

DOMINGO

LEILÃO CORTE – LEILO AGRO

CORRÊGO DANTA /MG

14:00 h

23

SEGUNDA

LEILÃO VIRTUAL GIR LEITEIRO – LEILO AGRO

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

24

TERÇA

LEILÃO VIRTUAL MUARES – LEILO AGRO

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

25

QUARTA

LEILÃO VIRTUAL GIROLANDO – LEILO AGRO

CAMPO GRANDE/MS

14:00 h

26

QUINTA

LEILÃO GADO CORTE – NOVA SAT

UNAÍ/MG

20:00 h

27

SEXTA

LEILÃO GADO CORTE – LEILO AGRO

SÃO GOTARDO/MG

20:00 h

28

SABADO

LEILÃO VIRTUAL TROPICAL GENETICA – INTERURAL

CAMPO GRANDE/MS

10:00 h

28

SABADO

32º LEILÃO ELDORADO E AMIGOS – PROGRAMA LEILÕES

MURIAÉ/MG

14:00 h

29

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL CORTE - INTERURAL

CAMPO GRANDE/MS

11:00 h

29

DOMINGO

LEILAÕ LIQUIDAÇÃO GIR LEITEIRO – EMBRAL LEILÕES

BATATAIS/SP

14:00 h

O Novo Canal é transmitido através das parabólicas, TVs a cabo (associadas a Neo TV) e Internet (ao vivo, com qualidade de TV) www.interural.com

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LEILÕES

CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES

Leilão InteRural

Agenda de leilões do agrocanal em nOVEMBRO de 2009 DIA

Leilões Outubro

InteRural

M

ais um mês de leilões se passa e fica na história a satisfação dos clientes, tanto de quem entra em contato para realizar a compra, quanto para quem procura a InteRural para vender seu gado. Buscar sempre o aprimoramento é pertinente para satisfazer a todos. E o leilão virtual se torna cada dia mais comum na vida de vários criadores, justamente por atender às necessidades dos animais e do criador. No dia 01 de outubro, para iniciar os leilões do mês, foi realizado o Leilão Leite InteRural. Quem ofertou os animais foi Augusto Lopes, empresário moveleiro, da cidade de Rodeiro, na Zona da Mata. Os animais são criados na Fazenda Chalé da Serra. Foram vendidas 11 vacas 5/8 em lactação, gerando uma média de R$ 4.400,00 por animal, 36 novilhas prenhes 7/8 e 3/8, com a média de R$ 1.700,00 por animal, 14 vacas prenhes ¾ e 7/8, tendo a média de R$ 4.550,00 por animal, e 12 novilhotas ½ sangue, obtendo a média de R$ 1.300,00 por animal. 86

O leilão foi um sucesso, repleto de bons negócios realizados. A InteRural intermediou, no dia 08 de outubro, o leilão Virtual Estância Bom Jesus, em que Mário José Lopes, proprietário da Fazenda, vendeu 22 vacas 3/8 em lactação, tendo uma média de R$ 4.300,00; 36 vacas 7/8 em lactação, obtendo a média de R$ 4.500,00; 17 novilhas prenhes 3/8, com a média de R$ 1.900,00; 26 vacas prenhes ¾ e 7/8, de média R$ 4.400,00; e 28 novilhotas ½, por média R$ 1.350,00. A Estância fica em Santo Antônio da Alegria – SP, e já é a terceira vez que Mário José Lopes vende com a InteRural. A credibilidade se faz a cada dia maior para os clientes. Pensando sempre no bem-estar dos animais, no tratamento do cliente e em bons negócios para todos, a InteRural tornase mais presente na vida dos criadores, trazendo lhes o que precisam no ramo dos leilões. Os leilões de Corte InteRural, que já são compromisso marcado todos os domingos, começaram no dia 04 de outubro, com o 7° Leilão de Corte InteRural. Foram ofertados

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animais de regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, e vendidos 26 fêmeas nelorada, de 12 a 18 m, com a média de R$ 650,00; 70 fêmeas de cruzamento industrial, de 8 a 1 m, tendo a média de R$ 490,00; dois touros Brahman, de 12 a 18 m, obtendo a média de R$ 4.850,00; 55 fêmeas nelore, de 12 m, obtendo média de R$ 560,00; e 42 machos nelore, de 18m, com a média de R$ 830,00. O 8° Leilão de Corte se deu no dia 11 de outubro, com animais filmados em regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Foram vendidos 22 búfalos de corte de 12 a 18m, com a média de R$ 420,00; 33 fêmeas cruzamento industrial de 10m, obtendo a média de R$ 510,00; 19 fêmeas Simental ½ sangue, de 24m, com a média de R$ 700,00; 44 fêmeas nelore, de 8 a 10 m, com a média de R$ 470,00; e 26 fêmeas Girolando corte, de 18m, chegando a média de R$ 720,00. No dia 18, foram vendidas 50 novilhas neloradas, de 12 a 18m, pela média de R$ 590,00; 30 fêmeas cruzamento industrial, de 12m, com a www.interural.com

HORÁRIO DE BRASILIA

DIA SEMANA

LEILÃO

LOCAL

01

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL FAZ.ENGENHO E CONVIDADOS– NOVA SAT

CAMPO GRANDE/MS

10:00 h

01

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL FAZ. BOA VISTA E LAGE – NOVA SAT

CAMPO GRANDE/MS

14:00 h

01

DOMINGO

LEILÃO FAZ. BELA VISTA-NOVA SAT

CAMPO GRANDE/MS

17:00 h

01

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL ESTÂNCIA JR – NOVA SAT

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

02

SEGUNDA

1º LEILÃO VIRTUAL FAZENDA ENGENHO – NOVA SAT

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

03

TERÇA

LEILÃO VIRTUAL RECANTO MARINA – WV LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

04

QUARTA

LEILÃO VIRT.FAZ.SÃO ROQUE E PARAISO-NOVA SAT

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

05

QUINTA

LEILÃO VIRTUAL GIR LEITEIRO – LEILO AGRO

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

06

SEXTA

LEILÃO VIRTUAL COMITIVA DO PÊGA – LEILO AGRO

CAMPO GRANDE/MS

07

SÁBADO

SEM EVENTO

07

SÁBADO

SEM EVENTO

08

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL FAZ. SANTA EDWIRGES – NOVA SAT

08

DOMINGO

08

DOMINGO

09

20:00 h 14:00 h 20:00 h

CAMPO GRANDE/MS

10:00 h

LEILÃO VIRTUAL FAZENDA 3 BARRAS – NOVA SAT

CAMPO GRANDE/MS

14:00 h

LEILÃO VIRTUAL FAZENDA MATO DENTRO – NOVA SAT

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

SEGUNDA

LEILÃO VIRTUAL MERCADO DO GIR

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

10

TERÇA

1º LEILÃO VIRT. QUARTER COLLECTION – WV LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

11

QUARTA

LEILÃO VIRTUAL CORTE – LEILO SUL

CAMPO GRANDE/MS

12

QUINTA

SEM EVENTO

13

SEXTA

LEILÃO CORTE – LEILO AGRO

LAGOA DA PRATA/MG

14

SÁBADO

14º LEILÃO VERSATILIDADE QM – MBA LEILÕES

JAGUARIUNA/SP

17

SÁBADO

SEM EVENTO

15

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL HPB PAMPA – NOVA SAT

CAMPO GRANDE/MS

15

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL FAZENDA PARAÍSO – NOVA SAT

CAMPO GRANDE/MS

14:00 h

15

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL FAZENDA ITAMARATI – NOVA SAT

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

16

SEGUNDA

4º LEILÃO VIRT. HARAS ESCARAMUÇA – WV LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

17

TERÇA

LEILÃO VIRTUAL HARAS FAZ. SÃO LUCAS - WV LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

18

QUARTA

19

QUINTA

II LEILÃO VIRTUAL HORSE BUSINESS– MBA LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20

SEXTA

LEILÃO VIRTUAL GIR LEITEIRO – NOVA SAT

CAMPO GRANDE/MS

21

SABADO

SEM EVENTO

22

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL FAZENDA ARAQUÁ - NOVA SAT

CAMPO GRANDE/MS

10:00 h

22

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL FAZ. BOA VISTA E LAGE – NOVA SAT

CAMPO GRANDE/MS

14:00 h

22

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL ZONA DA MATA - NOVA SAT

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

23

SEGUNDA

LEILÃO VIRTUAL HARAS SANTA ANDRÉIA E CONV - WV LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

24

TERÇA

LEILÃO VIRTUAL VELOCIDADE & CIA – W.V LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

25

QUARTA

LEILÃO CORTE – LEILO SUL

BATAGUASSÚ/MS

20:00 h

26

QUINTA

LEILÃO VIRTUAL LUB SPECIAL – WV LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

27

SEXTA

6º LEILÃO ANIVERSÁRIO DA LEILÕES HD – HD LEILÕES

XINGUARA/PA

28

SABADO

SEM EVENTO

28

SABADO

LEILÃO VIRTUAL IPAMERI – NOVA SAT

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

29

DOMINDO

LEILÃO VIRTUAL FAZ. ALTO PARAÍSO – NOVA SAT

CAMPO GRANDE/MS

10:00 h

29

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL FAZ. BELA VISTA – NOVA SAT

CAMPO GRANDE/MS

14:00 h

29

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL FAZ. DO ROCHA

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

30

SEGUNDA

1º LEILÃO VIRTUAL THINK A MITE RANCH – WV LEILLEILÕESCAMPO

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

20:00 h 20:00 h 20:00 h 14:00 h 20:00 h 10:00 h

20:00 h 20:00 h

SEM EVENTO

20:00 h 20:00 h 14:00 h

20:00 h 14:00 h

O Agrocanal é transmitido através das parabólicas, TVs a cabo (associadas a Neo TV) e Internet (ao vivo, com qualidade de TV) www.interural.com

InteRural - Revista do Agronegócio | Novembro 2009


LEILÕES

média geral de R$ 520,00; 2 tourinhos Brahman, de 15m, pela média de R$ 930,00; 26 fêmeas nelore, de 18m, com a média de R$ 700,00; e 11 fêmeas Girolando de corte, de 10 a 12m, por uma média geral de R$ 490,00. Finalizando os leilões de corte do mês, com bons negócios e a satisfação do cliente. No dia 2 de outubro, o 2° Leilão Virtual Chalé da Serra movimentou os negócios de quem participou. Os animais ofertados eram de Augusto Lopes, empresário moveleiro, da cidade de Rodeiro, na Zona da Mata Mineira. Das ofertas, foram vendidos 8 vacas ¾ em lactação, pela média de R$ 4.400,00; 14 vacas ¾ e 7/8 com cria ao pé, com uma média de R$ 4.700,00; 22 novilhas prenhes 5/8 e ½, pela média de R$ 1.760,00; 9 vacas prenhes ¾, com a média geral de R$ 4.300,00; 17 novilhotas ¾, por uma média de R$ 1.290,00. O Leilão Virtual Zona da Mata foi realizado no dia 22 de outubro, com animais filmados na Zona da Mata Mineira, Tocantins (MG) e Maripá (MG). Com Willian Horta, no martelo, foram arrematadas 17 vacas ½ em lactação, pela média de R$ 4.200,00; 9 novilhas prenhes, ¾ e 5/8, com a média geral de R$ 1.600,00; 13 vacas prenhes 5/8, com a média de

R$ 4.200,00; e 17 novilhotas ¾ pela média de R$ 1.290,00. Agora, a InteRural traz mais uma novidade para quem deseja animais de alta genética e qualidade para seu rebanho. Em todos os sábados, às 10 da manhã, a Tropical Genética fará seus leilões em parceria com a InteRural e o Novo Canal, trazendo o que há de melhor em seu criatório para os criadores. No dia 03 de outubro, a Tropical Genética vendeu o direito de aspiração da Duna (Gir PO), com garantia de duas fêmeas, obteve a média de R$ 8.000,00; com a venda de mais de quatro direitos de aspiração, sendo três de Gir e um de Girolando, com a média de R$ 4.600,00; dois machos Girolando com a média de R$ 4.000,00; duas fêmeas Girolando, chegando à média de R$ 3.700,00; uma prenhez sexada de fêmea Gir, em que se obteve a média de R$ 5.600,00; três fêmeas Gir PO, com a média de R$ 5.400,00. Já no dia 10 de outubro, a Tropical Genética vendeu quatro direitos de aspiração de Gir, com a média de R$ 5.200,00; duas prenhezes a fazer de Gir, obtendo a média de R$ 4.000,00; dois machos Girolando 3/4, alcançando a média de R$ 4.400,00; uma prenhez sexada de fêmea Gir, com a média de R$

5.600,00; e, finalizando o dia, vendeu quatro fêmeas Gir PO, tendo a média de R$ 5.500,00. Em sequência, no dia 17 de outubro, foi realizado o 3° Leilão Virtual Tropical Genética, que foi mais um sucesso para todos. Foram arrematadas 3 (três) direitos de aspiração de fêmea Girlando, com uma média de R$ 5.200,00; uma prenhez a fazer de Gir, com a média de R$ 4.000,00; 2 prenhezes a fazer de Girolando, pela média de R$ 3.800,00; 2 machos Girolando 5/8, gerando uma média de R$ 4.400,00; uma prenhez sexada de fêmea Gir, chegando à média de R$ 5.300,00; 2 novilhas Girolando 5/8; e, finalizando o dia, 2 novilhas Gir PO, arrematadas com uma média de R$ 4.900,00. E o 4° e último leilão Tropical Genética do mês de outubro realizouse no dia 24. Foram vendidos um direito de aspiração de Girolando, com a média geral de R$ 4.700,00; 3 prenhezes a fazer de Gir, com a média de R$ 4.200,00; uma prenhez a fazer de Girolando, chegando a média de R$ 3.700,00; um macho Girolando ¾, pela média de R$ 4.700,00; 4 prenhezes sexadas de fêmea Gir, com a média de R$ 4 900,00; 3 novilhas Girolando ½, com a média geral de R$ 4.000,00; e, finalmente, 4 novilhas Gir PO, com a média de R$ 4.700,00.

InteRural Intermediações em Agronegócio LTDA. A sua Revista mensal de Agronegócio agora com mais uma novidade:

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Agenda de leilões do Canal do Boi em NOVEMBRO de 2009 HORÁRIO DE BRASILIA

DIA

DIA SEMANA

LEILÃO

LOCAL

01

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL MT EM NEGÓCIOS – MATO GROSSO

CAMPO GRANDE/MS

10:45 h

01

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL CORTE – LEILO SAT

CAMPO GRANDE/MS

12:00 h

01

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL CORTE – LEILO BOI

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

02

SEGUNDA

LEILÃO VIRTUAL CORTE – LEILO BOI

CAMPO GRANDE/MS

14:00 h

03

TERÇA

LEILÃO VIRTUAL TOUROS CFM – CENTRAL LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20:30 h

04

QUARTA

LEILÃO VIRTUAL NELORE JANDAIA – CENTRAL LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20:30 h

05

QUINTA

LEILÃO VIRTUAL CORTE – MT LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20:30 h

06

SEXTA

23º LEILÃO MANGALARGA DA TOKA E CONV - PROGRAMA LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20:30 h

07

SÁBADO

LEILÃO REPRODUTORES NELORE MS – LEILO GRANDE

CAMPO GRANDE/MS

07

SÁBADO

SEM EVENTO

08

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL MT EM NEGÓCIOS – MATO GROSSO

CAMPO GRANDE/MS

10:45 h

08

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL DE CORTE – LEILOSAT

CAMPO GRANDE/MS

12:00 h

08

DOMINGO

LEILÃO MATRIZES MRA E CONVIDADOS – LEILO BOI

CAMPO GRANDE/MS

14:00 h

08

DOMINGO

NELORE FEST MS – ENTREGA PREMIAÇÃO NELORE MS

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

09

SEGUNDA

LEILÃO PANTANAL FEST – PROGRAMA LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20:30 h

10

TERÇA

LEILÃO CAMPO GRANDE EMBRYO – PROGRAMA LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20:30 h

11

QUARTA

LEILÃO CÍCERO DE SOUZA ELITE - PROGRAMA LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20:30 h

12

QUINTA

LEILÃO SELEÇÃO PREMIUM – PROGRAMA LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

13

SEXTA

LEILÃO BILHETE PREMIADO – PROGRAMA LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20:30 h

14

SÁBADO

5º LEILÃO ADIR CENTRO OESTE – MP2 LEILÕES

NOVA CRIXAS/GO

14:00 h

14

SÁBADO

LEILÃO DESTAQUE DO MS – PROGRAMA LEILÕES

CAMPO GRANDEMS

20:00 h

15

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL MT EM NEGÓCIOS – MATO GROSSO

CAMPO GRANDE/MS

10:45 h

15

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL DE CORTE – LEILOSAT

CAMPO GRANDE/MS

12:00 h

15

DOMINGO

LEILÃO LIQUIDAÇÃO NELORE GIRASSOL-CORRÊA COSTA

CAMPO GRANDE/MS

14:00 h

15

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL GIR LEITEIROTERRA BOA -CENTRAL

CAMPO GRANDE/MS

16

SEGUNDA

SEM EVENTO

17

TERÇA

LEILÃO VIRTUAL ÁGUA MILAGROSA – CENTRAL LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20:30 h

18

QUARTA

LEILÃO VIRTUAL PRUDEN MOCHO – LEILO SUL LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20:30 h

19

QUINTA

LEILÃO VIRTUAL

CAMPO GRANDE/MS

20:30 h

20

SEXTA

LEILÃO FAZENDAS BARTIRA E CONVIDADOS – CENTRAL LEILÕE

CAMPO GRANDE/MS

20:30 h

21

SÁBADO

LEILÃO VIRTUAL NELORE - PAULETE AGROP – MP2 LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

14:00 h

21

SÁBADO

LEILÃO GÉO E CONVIDADOS – PROGRAMA LEILÕES

PIRAPORA/MG

20:00 h

22

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL MT EM NEGÓCIOS – MATO GROSSO

CAMPO GRANDE/MS

10:45 h

22

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL DE CORTE – LEILOSAT

CAMPO GRANDE/MS

12:00 h

22

DOMINGO

LEILÃO CASA DOMINGOS - PROGRAMA LEILÕES

CUÍABA/MT

14:00 h

22

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL CORTE – LEILO BOI

CAMPO GRANDE/MS

20:00 h

23

SEGUNDA

1º LEILÃO NELORE STO E CONVIDADOS – CIA DO GADO

MARINGA/PR

20:30 h

24

TERÇA

LEILÃO VIRTUAL TOUROS GRENDENE – ESTÂNCIA BAHIA

CAMPO GRANDE/MS

20:30 h

25

QUARTA

LEILÃO VIRTUAL FAZENDA 3R – PROGRAMA LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

20:30 h

26

QUINTA

SEM EVENTO

27

SEXTA

LEILÃO ESPECIAL CORTE – MATO GROSSO LEILÔES

CUIABÁ/MT

20:30 h

28

SABADO

LEILÃO VIRTUAL VPJ PECÚARIA – PROGRAMA LEILÕES

CAMPO GRANDE/MS

14:00 h

28

SABADO

SEM EVENTO

29

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL MT EM NEGÓCIOS – MATO GROSSO

CAMPO GRANDE/MS

10:45 h

29

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL DE CORTE – LEILO SAT

CAMPO GRANDE/MS

12:00h

29

DOMINGO

4º LEILÃO REPRODUTORES FAZ. PEDRA OURO - MP2 LEILÕES

GOIÂNIA/GO

14:00 h

29

DOMINGO

LEILÃO VIRTUAL CORTE – LEILO BOI

CAMPO GRANDE/MS

20:30 h

30

SEGUNDA

LEILÃO VIRTUAL MISTO-ALBERICO SOUZA CRUZ - PROGRAMA

CAMPO GRANDE/MS

20:30 h

14:00 h 20:00 h

20:00 h 20:30 h

20:30h

O Canal do Boi é transmitido através das parabólicas, TVs a cabo (associadas a Neo TV) e Internet (ao vivo, com qualidade de TV) www.interural.com

Nossos leilões vão invadir a sua casa!

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InteRural - Revista do Agronegócio | Novembro 2009


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