InteRural
Agricultura
Projeto Centenário
Paralelo entre Fertirrigação e Reciclagem Hídrica
Copervale propõe uma socialização da genética leiteira
Revista do Agronegócio
Página 36
Página 48
r$ 7,90 | nº 28 | dezembro de 2009 | ANO 3
VIDA DE LEILOEIRO
Entrevista com Eder Benitiz, o Catatau Página 86
r$ 7,90 | nº 34 | JUNHO de 2010 | ANO 4
www.interural.com ano 4 | JUNHO de 2010 | nº 34
Xapetuba Agropecuária Leilão Virtual Xapetuba apresenta a seleção genética da raça Girolando realizada pela família Silveira Página 40
Agricultura
Projeto Centenário
Paralelo entre Fertirrigação e Reciclagem Hídrica
Copervale propõe uma socialização da genética leiteira
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VIDA DE LEILOEIRO
Entrevista com Eder Benitiz, o Catatau Página 86
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Xapetuba Agropecuária Leilão Virtual Xapetuba apresenta a seleção genética da raça Girolando realizada pela família Silveira Página 40
editorial
E
m junho, tem início a
e Girolando 1/2 sangue e iniciaram no
ótimos resultados. O 10º Intercalu, em
principal feira da pecuá-
mesmo ano uma estação de reprodu-
Uberlândia (MG), também encerrou com
ria leiteira nacional. A
ção, que durou 4 meses, onde transferi-
ótimos resultados e negócios realiza-
Megaleite tem a expecta-
ram 1.100 embriões e conseguiram
dos, assim como a 4ª Semana de Agro-
tiva de receber mais de dois mil animais
530 prenhezes de animais de grau 1/2
negócios da Cooprata, na cidade de
de diversas raças leiteiras, entre os dias
sangue, 3/4 e 5/8. Vale a pena ler a
Prata (MG).
27 de junho a 5 de julho, no Parque Fer-
matéria e conhecer o trabalho que está
nando Costa, em Uberaba (MG). Pen-
sendo desenvolvido.
Leilões o resumo dos principais leilões e
sando nisso, separamos várias matérias
Além de matérias para a pecu-
uma entrevista com Eder Benitiz, o Cata-
pertinentes ao leite para melhor infor-
ária leiteira, a agricultura também movi-
tau. Um excelente leiloeiro, que me pro-
mar nossos leitores. Na capa, apresen-
menta a InteRural deste mês, com maté-
telou por algum tempo, mas eu conse-
tamos um exemplo de trabalho para a
rias sobre soja, cafeicultura e um
gui entrevistá-lo, para nos contar um
pecuária leiteira.
excelente artigo sobre fertirrigação e re-
pouco mais sobre sua trajetória de vida.
Em 2008 a Xapetuba Pecuá-
ciclagem hídrica na agricultura.
Uma matéria muito interessante que
ria, conhecida pelo excelente trabalho
No Caderno de Eventos, cober-
merece ser prestigiada.
que desenvolve no Simental, começou a
tura dos principais eventos do agrone-
adquirir matrizes, que são, hoje, doado-
gócio brasileiro. A Expozebu 2010, em
ra!
ras do projeto de Girolando da proprie-
Uberaba (MG), conquistou algumas pá-
Renata Paiva,
dade. Compraram doadoras Gir leiteiro
ginas este mês, para apresentar seus
Diretora de Jornalismo InteRural
Para finalizar, no Caderno de
A todos, uma excelente leitu-
www.interural.com expediente Direção geral Mário knichalla Neto mario@interural.com Renata Paiva renata@interural.com
Revisão Ivone Assis e Ione Mercedes Diagramação Carolina Messias da Silva
Editora e jornalista responsável Renata Paiva Mtb 12.340 Mg
Redação Wolney Domingos wolney@interural.com
Diretor Comercial Mário Knichalla Neto
Consultoras de Venda Fabíola Paiva fabiola@interural.com
Lydiane Caixeta lydiane@interural.com Daiane Lemes daiane@interural.com
Colaboradores Agripoint / ReHagro Pré-impressão CTP Registro Digital
Impressão Gráfica Brasil Consultoria Jurídica Breno Henrique Alfonso de Arruda InteRural Uberlândia - MG Rua Rafael Marino Neto nº 600 Bairro Karaíba, Ubershopping, loja 56 Fotógrafo Colaborador contato@interural.com Clécio Duarte (34) 3210-4050
InteRural Itumbiara - GO Av. Beira Rio, 1001, sala 07 Itumbiara-GO interural.go@hotmail.com www.interural.com A revista InteRural é uma publicação mensal. Todos os anúncios, imagens e artigos publicados e assinados são de responsabilidade de seus autores. É estritamente proibida a reprodução parcial ou total sem autorização de seus autores.
sumário matéria de capa
Xapetuba Agropecuária Leilão Virtual Xapetuba apresenta a seleção genética da raça Girolando realizada pela família Silveira Página 40
22 |
InteRural News
agricultura 28 | Por que buscar a escolha correta de um cultivar de soja? 34 | Fertirrigação e Reciclagem Hídrica
Brahman
EVENTOS
58 | Melhor tratador da ExpoZebu atua com a raça Brahman
72 |
4ª Semana de Agronegócios da Cooprata
74 |
65º Exposição Agropecuária de Goiânia ExpoZebu 2010
62 | Bramistas prestigiam lançamento do Congresso Mundial
76 |
ovinos PRODUTOR DE SUCESSO 46 |
64 |
José Antonio da Silveira
NEGÓCIOS
pECUÁRIA 50 | Deslocamento de Abomaso 54 | Gordura na dieta de bovinos de corte
Quais animais trarão maiores benefícios ao seu rebanho?
68 |
Selo Verde
78 | Curso Gestão eficaz com controle na pecuária
lEILÕES
eSPAÇO GOURMET 70 |
Picanha na Chapa
86 | 89 |
Vida de Leiloeiro A Embral realiza cinco leilões na Megaleite
cLASSIFICADOS 98 | Fique por dentro dos preços e realize bons negócios nos classificados da InteRural
NOTAS
O
Abertas inscrições de touros para o Teste de Progênie de Girolando
s criadores interessados em participar do Teste de Progênie da Girolando já podem fazer a inscrição de seus animais para o 12º grupo de touros. O prazo termina no dia 30 de junho. A ficha de inscrição está disponível no site da entidade (www. girolando.com.br), onde também é possível encontrar as normas e procedimentos do Teste. A relação dos touros pré-selecionados será divulgada em julho. O Teste de Progênie permite conhecer o valor genético dos reprodutores para produção de leite por meio da avaliação das filhas desses animais. O objetivo é identificar os indivíduos capazes de transmitir boas características aos seus descendentes, promovendo, assim, o melhoramento genético do rebanho. “Na hora de definir a genética de qual touro vai usar em seu rebanho, o produtor quer o mínimo de garantia, e é exatamente mediante o
Teste de Progênie que o reprodutor mostra sua verdadeira capacidade de transmitir e melhorar a produção leiteira de suas filhas”, explica o superintendente Técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, Celso Menezes. Após a seleção dos reprodutores, haverá a coleta do sêmen dos animais que participarão do 12º Grupo do Teste de Progênie. Em seguida, o material genético será distribuído gratuitamente para as propriedades cadastradas na Girolando como “fazendas colaboradoras” e utilizado para inseminar as fêmeas desses rebanhos. Técnicos da Girolando farão o acompanhamento do desempenho produtivo das filhas dos touros do Teste. Com base nesses dados, a Embrapa Gado de Leite faz a avaliação genética de cada animal e divulga os resultados no Sumário de Touros Girolando. O tempo de avaliação de cada grupo é de seis anos.
VI Dia de Campo Unileite A Unileite, União pela melhoria da qualidade do leite e controle de mastite, promoverá, no dia 12 de junho, das 8h às 13h, o VI Dia de Campo Unileite. Na oportunidade, os participantes poderão trocar experiências sobre os seguintes temas: Programa de melhoria da qualidade do leite, limpeza e manutenção de equipamentos de ordenha, nutrição e qualidade do leite e prevenção e tratamento de mastites. O evento acontece na Fazenda Belita, no município de Paraopeba, que fica na BR-040, no Km 416.
Erradicação da brucelose e da tuberculose ainda é um desafio na BA
E
stá aberta a temporada de exposições agropecuárias na Bahia. E, apesar da erradicação da febre aftosa com a vacinação no Estado há 13 anos, outras doenças, como a brucelose e a tuberculose, ainda tiram o sono de autoridades sanitárias. O programa de controle e erradicação destas doenças ainda esbarra na desinformação, na baixa adesão de criadores e na conduta ética de profissionais da área. O último levantamento sobre o grau de incidência da brucelose no rebanho baiano foi em 2004. Na época, a doença foi encontrada em 4% dos 11 milhões de cabeças, um contingente de quase 440 mil animais contaminados. As análises sobre a tuberculose, feitas
14
no mesmo período, ainda não foram tabuladas, segundo informa o coordenador do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose na Bahia, Argeu Lima. Os exames de Brucelose ou Tuberculose são realizados apenas em animais que vão participar de exposições ou em propriedades que pretendam certificar-se como livres da doença. Em 2009, foram entregues nove certificados. Neste ano, 15 fazendas estão em fase de saneamento. Quando o exame é feito, o resultado deve ser comunicado à Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). Caso seja positivo, o animal deve ser sacrificado. Desde a implantação do programa, só podem realizar os exames e
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assinar atestados médicos veterinários habilitados por um curso de especialização certificado pelo Ministério da Agricultura. Na Bahia, o curso é oferecido na Universidade Federal da Bahia (Ufba) ou na Unime. www.interural.com
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InteRural - Revista do Agroneg贸cio | Junho 2010
NOTAS
Safra da laranja começa mais cedo neste ano Citricultores anteciparam a colheita devido aos baixos estoques e melhora no preço A safra 2010-2011 da laranja começou 30 dias antes do período habitual, antecipação que beneficiou os citricultores, segundo a análise de especialistas do setor, produtores e representantes da indústria de suco. A injeção de ânimo se deve à entrada de crédito na cadeia produtiva da laranja, com a negociação da compra da produção pelas grandes companhias do setor. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Citricultura (Associtrus), Flávio de Carvalho Pinto Viegas, normalmente, a safra oficial é lançada em junho, com a colheita iniciada em maio. A antecipação da retirada da fruta dos pomares se deve a fatores econômicos, como baixos estoques no mercado e melhores preços, e também a fatores climáticos. O excesso de chuvas em 2009 prejudicou a florada e, como resultado, o setor projeta uma que-
da de 20% na produtividade dos pomares paulistas, responsáveis, conforme dados da Associtrus, por 99% da produção nacional de laranja. A antecipação da colheita favorece diretamente a injeção de crédito na economia de cerca de 300 municípios paulistas dependentes da citricultura. Os rumores de uma safra com 270 milhões de caixas contra 310 milhões de caixas colhidas em 2009 dobraram o valor pago pelas indústrias de suco para a chamada caixa peso, padronizada no mercado em 40.8 quilos de laranja, independente da variedade da fruta. O preço da caixa passou de R$ 6 na safra 2009-2010 para algo entre R$ 13 e R$ 15,50. Sazonalidades à parte, a expectativa dos produtores é conseguir R$ 18,00, em média, pela caixa de 40.8 quilos. Para o citricultor Emílio César Fávero, que possui pomares na região de Campinas e Bebedouro, a pouca oferta registrada no final da sa-
fra passada antecipou a colheita em 30 dias, iniciada em abril entre as variedades lima e baía. “Estamos em fase de negociação com a indústria”, disse. (AAN). Gazeta de Ribeirão
Setor inicia discussões sobre incentivo ao consumo de frutas A Comissão Nacional de Fruticultura da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) iniciou as discussões sobre a criação de uma campanha de incentivo ao consumo de frutas e hortaliças no mercado interno. A iniciativa visa tirar do Brasil o rótulo de país com um dos mais baixos percentuais de consumo no mundo. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde apontam que menos de 20% da população consomem a quantidade recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), de 400 gramas diárias. No caso das frutas, a orientação da OMS é de que cada pessoa coma cem quilos por ano, mas, no país, este índice está bem abaixo, ficando em 62 quilos/pessoa/ano. 16
Segundo o presidente da Comissão de Fruticultura da CNA, Carlos Prado, além de procurar ampliar o consumo em médio e longo prazo para trazer benefícios à saúde, a iniciativa também visa evitar o desperdício da produção. O Brasil, hoje, é o terceiro maior produtor mundial de frutas, com 43 milhões de toneladas ao ano. “Com o real se valorizando em relação ao dólar, fica mais difícil exportar. Então, a saída é ampliar o consumo interno”, explica Prado, acrescentando que a iniciativa também vai incentivar o aprimoramento de todos os segmentos da cadeia produtiva. Segundo ele, a proposta é envolver, nos debates sobre a campanha, outras entidades ligadas à fruticultura,
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como a SBF (Sociedade Brasileira de Fruticultura) e a ABPM (Associação Brasileira de Produtores de Maçã), que apresentou experiência de sucesso em relação ao consumo da fruta em Santa Catarina. Também devem participar dos debates os Ministérios da Agricultura e da Saúde e o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). CNA www.interural.com
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NOTAS
Venda de carne de Mato Grosso para o exterior aumentou A venda de carne foi o destaque das exportações nos quatro primeiros meses de 2010, principalmente se comparado ao mesmo período em 2009. O couro e o ouro também recebem destaque com um crescimento de 96%. Os dados foram divulgados esta semana pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). O secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf, informa que o segmento de carnes produzidas em Mato Grosso passou de US$ 214 milhões, em 2009, para US$ 310 milhões, neste ano. Esse valor é maior que a soma de todos os outros produtos exportados entre janeiro e abril deste ano. O couro passou de US$ 17.6 milhões para US$ 34.5 milhões e o ouro de US$ 26.7mi para US$ 52.6 mi. O açúcar também teve um aumento significativo, cresceu 82%, passou de US$1.47 mi para US$ 2.7 mi. As exportações de carne de frango in natura somaram US$ 87 milhões frente aos US$ 60 milhões embarcados no ano anterior. Isso equivale a um aumento de 87,8% nos primeiros quatro meses de 2010. O técnico em exportação da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Paulo Henrique Cruz, salientou que as importações somaram US$ 303 milhões e também apresentaram um crescimento de 130% se comparadas aos US$ 131 milhões registrados entre janeiro e abril de 2009. Com esse desempenho, a balança comercial do Estado de Mato Grosso, mais uma vez, fecha o período apresentando um superávit maior que o do Brasil. O Estado registrou US$ 2,581 bilhões de saldo positivo, e o Brasil fechou o quadrimestre com US$ 2.174,1 bi. As exportações matogrossenses estão no 7° lugar no ranking dos Estados exportadores. Nesta escala, Mato Grosso evoluiu 6,7% em comparação ao ano passado. As exportações do Estado equivalem a 60% de todas as exportações do Centro-Oeste, com US$ 2.884,5 bi. A região do CentroOeste faz parte dos 14,5% das exportações do Brasil.
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InteRural - Revista do Agronegócio | Junho 2010
Selo ambiental valoriza café brasileiro Produtores que receberam o selo de qualidade da UTZ Certified vendem com ágio e abastecem mercados exigentes, como Europa e Estados Unidos
Produtores que receberam o selo de qualidade da UTZ Certified vendem com ágio e abastecem mercados exigentes, como Europa e Estados Unidos. Cada vez mais, cresce, em todo o mundo, o número de pessoas adeptas do chamado “consumo consciente”. São consumidores que, mesmo pagando mais pelo produto, dão preferência por aqueles que, comprovadamente, levam em consideração aspectos como a preservação do meio ambiente e a valorização social e econômica dos trabalhadores, por exemplo. E esses são alguns dos requisitos que integram o Código de Conduta do programa de certificação da UTZ Certified, conjunto de critérios sociais e ambientais aplicados na produção responsável de café e gestão eficiente de fazendas e que tem crescido na proporção de 20% ao ano no Brasil. Hoje, mais de 150 fazendas estão credenciadas e fornecem 550 mil sacas por ano para exportação, especialmente para a Europa, Japão e Estados Unidos. Durante o processo de certificação UTZ, as propriedades precisam obedecer a alguns requi-
sitos básicos, como respeitar leis ambientais e trabalhistas, utilizar corretamente e de forma controlada os agrotóxicos e identificar o café produzido com placas, numerando os lotes, entre outras adequações. Esses cafés são diferenciados, porque têm rastreabilidade assegurada desde a propriedade até a mesa do consumidor, são produzidos com critérios de sustentabilidade e têm qualidade garantida por programas de certificação, como os realizados pelo IGCert – Instituto Genesis Certificadora –, uma das maiores do país e que é acreditada pela UTZ. Café com ágio - Os produtores certificados pelo IGCert no Brasil já estão se beneficiando financeiramente com o valor agregado pelo selo UTZ. É o caso de cafeicultores de Minas Gerais, estado maior produtor e exportador do Brasil. A safra mineira de 2010 está estimada em quase 24 milhões de sacas, podendo alcançar 50,7% da produção nacional. Na Fazenda Bravinhos, no município de Carmo do Parnaíba, a produção de 22.000 sacas de café arábica, com selo UTZ Certified, já têm destino certo: Estados Unidos, Itália e Alemanha. FONTE: Agrolink www.interural.com
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NOTAS
Vendas de boi em pé caem em MG
A
s vendas de boi em pé mantêm trajetória de queda em Minas Gerais. De acordo com o IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária), entre janeiro e março, foram enviados para outros estados cerca de 82 mil animais. A média mensal ficou em 27,3 mil cabeças, redução de 34,37% ante 2009. A queda deve-se à retomada da indústria frigorífica no estado. Para o coordenador de Bovinocultura de Corte da Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), José Alberto de Ávila Pires, a redução é positiva por incentivar o processamento da carne no estado. “O recuo na comercialização demonstra que os frigoríficos estão retomando ou expandindo as atividades em Minas. Concentram a atividade aqui, gerando renda e empregos no setor”, declara José Alberto. Em sua avaliação, a situação atual é bem diferente da vivenciada há alguns anos. Em 2003, ano em que o estado alcançou a liderança mundial nas exportações de carne bovina, cerca de 68% do gado de corte mineiro eram abatidos em outros estados. Os produtos originários do abate voltavam para o mercado mineiro processados e mais caros. Fonte: Diário do Comércio
Colheita de trigo deve ser menor no Brasil em 2010 O Brasil que não tem grande tradição no plantio de trigo, mais uma vez vai deparar uma queda na produção, no Rio Grande do Sul, a nova safra de trigo deve ficar abaixo da média dos últimos cinco anos, principalmente pela diminuição da área plantada. A indicação é de que haja uma queda de quase 8,16% em relação à 2009, com menos 70,15 mil hectares de espaço para a cultura no estado. Em uma das regiões com maior concentração de trigo do estado de Mato Grosso do Sul, a diminuição alcança 13,15 mil hectares (-5,61%). No caso do Paraná, cerca de 60% das áreas do estado já foram semeadas com o cereal. De acordo com o agro-meteorologista Marco Antonio dos Santos, da Somar Meteorologia, o tempo mais firme registrado na última semana favoreceu os trabalhos de plantio e, como a umidade do solo está acima dos 70% em praticamente todas as
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regiões produtoras, as plantas estão se desenvolvendo bem. Não há sinais de quebras em seus potenciais produtivos. No entanto, a alta umidade associada às temperaturas mais amenas que estão previstas para ocorrerem nesta semana irão propiciar condições ideais para a proliferação de doenças. Fonte: Revista Globo Rural
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Brasil embarca 500 mil bovinos por ano O Brasil exporta atualmente mais de 500 mil bovinos vivos por ano. Desde 2003, quando o país ingressou no comércio internacional desses animais, o crescimento nos embarques foi de 23.000%, conquistando a marca de quarto maior exportador mundial. As cabeças vendidas ao exterior representam 1,3% do rebanho abatido internamente. Para o Ministério da agricultura, o crescimento das exportações de animais vivos demonstra que o sistema de defesa sanitária animal brasileiro alcançou a credibilidade necessária perante os compradores. Para figurar nesse mercado, o governo federal precisou assegurar as garantias sanitárias para a exportação de animais vivos ou de produtos de origem animal, no sentido de atender às exigências dos países importadores. Os três primeiros no ranking de exportação são Canadá, México e Austrália. Fonte: Gazeta do Povo www.interural.com
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NOTAS
Inaugurada a Usina Vale do Tijuco no município de Uberaba Solenidade reuniu autoridades de todo o país Inaugurada no dia 04 de maio, pela Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA), a Usina Vale do Tijuco, no município de Uberaba, no Triângulo Mineiro. Nesta fase inicial, a usina ocupará, aproximadamente, 25.000 hectares. Serão moídos 2 milhões de toneladas de cana por ano, atingindo 180 milhões de litros de etanol e 140.000mwh de energia durante a safra. A solenidade aconteceu na sede, na Rodovia BR 050, Km 121, reunindo autoridades de todo o país. Além dos deputados federais e estaduais, prestigiaram a inauguração o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Sérgio Barroso, e o governador do estado de Minas Gerais, Antônio Augusto Junho Anastasia. Em seu discurso, Anastasia frisou a importância da consolidação do estado como primeiro no ranking nacional na produção de açúcar e álcool. “Comemoramos esta inauguração, que fortalece Uberaba, e comemoramos também a expansão deste potencial para o Alto Paranaíba e Noroeste de Minas. Vamos brindar com caldo de cana e suco de laranja”, afirmou o governador, referindo-se ao sócio da CMAA, José Francisco dos Santos, que também investe na produção de laranja no interior de São Paulo. José Francisco explicou como foi realizado o trabalho de um ano e oito meses, a partir do lançamento da pedra fundamental, e reforçou os conceitos de sustentabilidade propostos pela Vale do Tijuco. “Estamos muito felizes com os nossos primeiros resultados. Buscamos o crescimento econômico, mas, em especial, a valorização do homem e a preservação do meio ambiente. Agradecemos as parcerias e o apoio recebido, sobretudo, em particular da prefeitura de Uberaba”. O prefeito Anderson Adauto reafirmou a necessidade de parcerias do gênero para viabilizar o desenvolvimento e citou como avanços regionais a chegada do gasoduto e a construção 22
USINA VALE DO TIJUCO divulgação
de estradas. “Durante muitos anos, o setor sofreu com o preconceito, agora, estamos dando este passo importante, mostrando um trabalho forte em defesa de todos. Agradeço ao grupo que acreditou em nossa região”, salientou. Acionista e gestor da CMAA, Gilberto Saion enfatizou que a companhia foi criada para ser um cluster de três usinas, que, além de Uberaba, atuará em Uberlândia, Veríssimo e Prata. Serão mais de 3000 empregos diretos
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e 7.500 indiretos. De acordo com ele, cerca de 12 milhões de toneladas de cana por ano serão moídas, ou seja, o equivalente a 1.080 bilhão de litros de etanol. A geração de energia atingirá 840.000mwh, o suficiente para abastecer uma cidade de 720 mil habitantes. Os prefeitos de Uberlândia, Odelmo Leão, de Prata, Luiz Roberto Santo Vilela e, de Veríssimo, Luís Carlos da Silva, também prestigiaram o evento. www.interural.com
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NOTAS
Fazenda Recreio recebe homenagem na EXPOZEBU 2010
Dia de Campo Fazendas Engenho e Congonhas No dia 29 de maio, as fazendas Engenho e Congonhas realizaram, na fazenda Congonhas, localizada em Passos (MG), um grande Dia de Campo. Foram montadas 3 estações, para as empresas Alta Genetics, Nutron e Elanco, onde elas apresentaram, aos participantes, as tecnologias e novidades da pecuária leiteira. O evento teve início às 10 horas da manhã. Na oportunidade, as fazendas fizeram uma apresentação dos animais, que foram comercializados no leilão virtual das propriedades.
A Fazenda Recreio, representada por Mila Carvalho, foi uma das homenageadas na solenidade de comemoração dos 25 anos do Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro em Uberaba–MG, durante a EXPOZEBU. Mila Carvalho foi à única representante feminina a receber a homenagem. Graduada em Engenharia Agronômica pela UFV, com mestrado em Zootecnia, constitui a terceira geração de sua família a dedicar-se à pecuária leiteira utilizando técnicas de reprodução como inseminação artificial e FIV. Por quase duas décadas, Mila administra a fazenda recreio em São José de Ubá–RJ, com rebanho Girolando, que registra uma média de 20 Kg/ dia em regime semi-intensivo.
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NOTAS
Beef & Milk
Beef Milk Brasil O mercado do agronegócio brasileiro ganhou, a partir deste mês, uma empresa especializada em Assessoria e Consultoria. A BEEF MILK BRASIL foi constituída pelo Zootecnista Celso Menezes e contará com uma equipe altamente especializada para ajudar o produtor em atividade
ou aquele que deseja iniciar o trabalho voltado às questões do agronegócio. A BEEF & MILK surge no mercado como empresa especializada na assistência e consultoria técnica de propriedades rurais, oferecendo modernas ferramentas para a análi-
se e o diagnóstico de cada propriedade. A BEEF & MILK desenvolve um projeto que vai fazer a diferença, quando o assunto é rentabilidade. Com gestão tecnológica e econômica, as propriedades se profissionalizam e melhoram seus rendimentos.
Serviços • Consultoria técnica em propriedades de pecuária de leite; • Assistência Veterinária e Zootécnica especializada; • Gestão técnico-econômica de empresas rurais; • Treinamentos de funcionários; • Elaboração, consultoria e implantação de projetos pecuários; • Organização de eventos (leilões, shopings, exposições etc.); • Elaboração de Plano de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentado; • Avaliações especializadas de gado leiteiro; • Acompanhamento de projetos de melhoramento genético, acasalamentos e estratégias de cruzamento. É muito importante que você tenha um acompanhamento de um técnico qualificado para lhe auxiliar na sua atividade.
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A BEEF & MILK terá como responsável Celso Menezes, um profissional com larga experiência no agronegócio do leite. Integrou por 22 anos a equipe técnica da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, estando frente à superintendência de registro por mais de 17 anos. www.interural.com
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Informe Publicitário | INTERURAL NEWS
InteRural News
4ª Semana de Agronegócios da Cooprata Em maio, foi realizada na cidade de Prata-MG a 4ª Semana de Agronegócios da Cooperativa dos Produtores Rurais de Prata, Cooprata. A InteRural esteve presente prestigiando o evento e aproveitou para entregar umas das premiações da Fazenda Baixadinha, do Senhor Renato Cunha. A cada ano, a feira vai demonstrando um grande crescimento. Na 1ª Semana de Agronegócios, em 2007, eram seis parceiros, em 2008, já aumentou para 16, em 2009, 34 parceiros, e este ano, na 4ª Semana de Agronegócios, foram 51 parceiros expositores. Confira a cobertura no Caderno de Eventos.
InteRural e Scot Consultoria realizam curso em Uberlândia
Congresso Tortuga
Realizado na última semana de maio, em Uberlândia-MG, o curso Gestão Visível “foco no resultado” com controle na pecuária. A iniciativa foi da Scot Consultoria, Coan Consultoria e a Academia da Pecuária. A organização foi da Revista InteRural, que tem dado total apoio aos eventos voltados aos interesses do homem do campo. Confira no Caderno de Eventos a cobertura do curso.
O 1º Congresso Tortuga “Fábrica de Ração” reuniu em Uberlândia (MG), cerca de 300 participantes de várias regiões do país e também do exterior. O seguimento de rações é responsável por uma importante parcela de contribuição no processo alimentar animal. Com objetivo de divulgar produtos, serviços diferenciados e tecnologia aos fabricantes de ração, a empresa tomou a iniciativa de promover o encontro. A Revista InteRural participou do evento e traz, no Caderno de Eventos, a cobertura do congresso.
65º Exposição Agropecuária de Goiânia Realizada, entre os dias 15 e 30 de maio, a 65ª Exposição Agropecuária de Goiânia (GO) é considerada uma das melhores da região Centro-Oeste. O Parque Pedro Ludovico Teixeira, localizado próximo ao centro da cidade, recebe visitantes de todas as partes do país. Por ser na capital do estado, a exposição tem uma grande força política e muitos assuntos de interesses nacionais são debatidos durante o evento. A Revista InteRural esteve presente no evento e traz, nesta edição, uma reportagem sobre a feira. Confira no Caderno de Eventos. 28
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InteRural realiza Shopping Virtual durante a Megaleite 2010 A InteRural realiza durante a Megaleite 2010 seu primeiro Shopping Virtual. O Shopping é um evento em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e visa movimentar ainda mais os negócios gerados durante a feira. Nesse tipo de negociação o criador filma seus animais na própria fazenda e manda as imagens para a InteRural. Essas imagens serão exibidas durante o evento no estande da empresa, onde o comprador pode acompanhar as imagens com um catálogo e ainda conta com uma equipe especializada para dar todas as possíveis informações sobre os lotes. Estarão disponíveis, bezerras, prenhezes, aspirações, doadoras e tourinhos de todos os graus de sangue da raça Girolando, também animais da raça Gir, Jersey e holandês, todos livro fechado. A negociação dos lotes será feita através de um preço pré-fixado. Quem se interessar em colocar alguns animais à venda, basta entrar em contato com a equipe de leilões da InteRural pelo telefone, (34) 3210-4050.
InteRural presente na Expozebu
A Revista InteRural esteve presente na maior exposição pecuária zebuína do mundo, a ExpoZebu. Entre os dias 28 de abril a 10 de maio, em Uberaba-MG, a equipe InteRural distribuiu revistas e marcou presença na maioria dos eventos realizados dentro da feira. Os organizadores da Expozebu 2010 consideraram o resultado excelente. Os 43 remates realizados nos 12 dias de feira movimentaram R$ 69.802.480,00, melhor das últimas quatro edições da mostra, e registraram um aumento de quase 23% em relação a 2009. No ano passado, os 48 remates faturaram R$ 56.784.330,00. Confira a cobertura completa do evento no Caderno de Eventos.
InteRural participa do 10º Intercalu
A Revista InteRural esteve presente, entre os dias 17 a 22 de maio, no Parque de Exposições do Camaru, em Uberlândia, para prestigiar a 10ª edição do Intercalu – exposição agropecuária promovida pela Cooperativa Agropecuária Ltda. de Uberlândia (Calu). O evento teve como objetivo movimentar a cadeia produtiva do leite da região do Triângulo Mineiro, com destaque para a área de abrangência da Calu, além de dar a oportunidade aos produtores rurais da região de apresentar o melhoramento genético do rebanho, comercializar os animais, adquirir produtos e insumos agropecuários com preços e prazos especiais e levá-los a terem acesso a novas tecnologias do setor. Para encerrar a feira, a InteRural Leilões realizou o 10º Leilão Elite Leite Intercalu. Confira, no Caderno de Eventos, uma reportagem especial do Intercalu e os resultados do leilão e dos julgamentos.
InteRural visita Xapetuba Agropecuária A convite dos proprietários da Agropecuária Xapetuba, o Senhor José Antonio da Silveira e seus filhos, a Revista InteRural passou uma tarde na propriedade, conhecendo as instalações e colhendo informações para a elaboração da matéria de capa desta edição. A InteRural agradece a oportunidade de conhecer um pouco mais o trabalho que vem sendo desenvolvido pela família e parabeniza os amigos. Para conhecer mais sobre esse trabalho, confira a matéria destaque dessa edição. www.interural.com
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Informe Publicitário | NOTÍCIAS EM ALTA
Notícias em Alta
Wildman faz Melhor Úbere Jovem da 6ª ExpoCarambeí
Notícias em Alta é uma publicação da Alta Genetics do Brasil Jornalista responsável: Luiz M. Pereira | Fotografia: Francisco Martins
Reprodutor da bateria Alta é imbatível nas pistas do Brasil O reprodutor da raça Gir Leiteiro Gálio TE Mutum, que faz parte da bateria de reprodutores da Alta, acaba de conquistar mais dois Grandes Campeonatos em sua carreira de pista. Filho do grande Modelo TE de Brasília ( um dos lideres de venda da Alta) com a matriz ícone na raça Condessa TE Mutum, acaba de se consagrar como o Grande Campeão de Franca e também o Grande Campeão de Goiânia. “ Gálio foi o Grande Campeão da Expozebu 2010 mostrando muito equilíbrio em suas partes, uma beleza incontestável com uma caracterização racial perfeita para a raça Gir Leiteiro. Além disso ele tem um mérito Genético muito alto, onde além de seu pai que está entre os 15 melhores touros provados do sumario da Embrapa/Abcgil 2010 traz em sua linha baixa a premiadíssima Condessa TE Mutum (filha do grande Benfeitor) Grande Campeã Nacional e Melhor Úbere da Nacional 2008. Com certeza Gálio é uma das grandes opções de Gir Leiteiro do mercado.” Avalia Christian Milani Gerente de Leite Zebu da Alta.
Distrital Alta visita fazenda Recreio O gerente disitrital da Alta, Darci D’Annúncio, visitou a fazenda Recreio. De propriedade de Adálio Cordeiro Araújo, a fazenda é localizada em Rio Branco, no Acre. Durante a visita Darci conheceu filhos dos touros Café, Faldan e Ídolo, da bateria de reprodutores da Alta. As progênies estão sendo preparadas para o Leilão Marca C que acontece nos dias 17 e 18 de julho. No evento serão comercializados 80 machos e 70 fêmeas. Darci ficou impressionado com a qualidade dos animais “são excelentes exemplares da raça e possuem uma qualidade genética extraordinária” avalia.
A Expocarambeí, que aconteceu entre os dias 5 e 8 de maio e que foi organizada pela Cooperativa Batavo e a Prefeitura Municipal de Carambeí, trouxe em pista 180 animais de 26 expositores. O julgamento foi realizado pelo jurado oficial da Holstein Canadá, Richard Landry trazido pela empresa Alta Genetics e contou com tradução de Guilherme Marquez (Gerente de Comunicação da Alta). Richard não poupou elogios à qualidade dos animais, e declarou sua vontade em conhecer o trabalho dos criadores do Paraná, pois já tinha ouvido falar da qualidade dos animais. Enfatizou no seu trabalho de julgamento a força leiteira, buscando qualidade em pernas e pés, trazendo à frente animais de boa locomoção, aliados a muita caracterização leiteira. “As duas melhores fêmeas jovens, as campeãs 2 anos Júnior e Sênior, 3 anos Júnior e Sênior, 4 anos e 5 anos, poderiam estar nas cinco melhores posições em qualquer exposição em Québec (Canadá)”, afirma Richard Landry. O evento mais uma vez registrou a presença de diversos criadores dos municípios de Carambeí, Imbituva, Ponta Grossa, Castro e Arapoti, além de autoridades da região e a presença do Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. A equipe da Alta se fez presente através de Luiz Antonio, Gerente Regional da Alta em Castro, Sandro Westphal, Gerente Regional Alta em Carambei, Robson Vilela, Consultor Leite Brasil, Angelo Roberti Consultor Leite Paraná, Eliezer e Alessandro que fazem parte da equipe Alta na região. Neste ano todas as vacas que foram julgadas tiveram seus úberes analisados por ultra-som, bem como as campeãs, reservadas e quinta colocada, foram coletadas amostras de leite para atender às normas do Código de Ética da APCBRH (Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa). Um dos grandes destaques foi a excelente vaca jovem filha de Wildman e de propriedade do Sr. Hans Groenwold. A qual foi reconhecida como Melhor Úbere Jovem, Reservada Vaca Jovem e 3º Melhor Vaca da ExpoCarambeí e Campeã 3 anos Júnior. “ É impressionante a qualidade dos animais apresentados na Exposição. Ficamos muito felizes de ver filhas de touros Alta despontando em varias categorias. Com ênfase em filhas de Wildman, Minister, Baxter e etc...” comenta Robson Vilela Resultados: Melhor Úbere Jovem ,Reservada Vaca Jovem e 3º Melhor Vaca da ExpoCarambeí e Campeã 3 anos Júnior: FINI WILDMAN HERINGA 7895 Campeã Bezerra Menor - KRAKATOA ADALGISA 150 WILDMAN TE Campeão Bezerro - KRAKATOA VITOR MINISTER 714
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Alta lança Catálogo de Corte Zebu 2010 durante a Expozebu Durante a 76º Expozebu, a Alta Genetics promove o lançamento de seu Catálogo de Corte 2010. Reunindo 162 animais das raças Nelore, Nelore Mocho, Brahman, Guzerá e Tabapuã, o catálogo apresenta os reprodutores que são referência no melhoramento genético das raças zebuínas. Produzido pelo departamento de corte zebu e pelo departamento de comunicação e marketing, o catálogo traz em sua capa um mapa do Brasil sobreposto por imagens que ilustram o trabalho de melhoramento genético das raças.
Alta lança catálogo de leite importado 2010 As avaliações genéticas são importantes ferramentas de seleção em qualquer atividade pecuária. Nos ovinos o que era um sonho distante aos poucos vem se tornando realidade. Com a publicação do súmario ASSCO/USP a realidade das provas ficam cada vez mais próximas. Os reprodutores da bateria Alta Genetics foram destaques em diversas características, proporcionando aos nossos clientes mais segurança na hora da escolha do reprodutor que utilizará em suas ovelhas. É importante ressaltar que o programa é recente e ainda há muitos reprodutores que ainda não foram testados. No site www. altagenetics.com.br/noticias encontra-se a régua de DEPs de nossos reprodutores com as características destacadas.
Alta e Capril Porto Reserva reafirmam parceria A Alta e o Capril Porto Reserva reafirmam uma parceria para comercialização do sêmen dos reprodutores da Porto Reserva. A Alta participou da ExpoPorto 2010, que aconteceu entre os dias 26 e 30 de maio em Porto Feliz, SP. O Capril Porto Reserva é de propriedade de André Ferreira Rodrigues, selecionador de ovinos Santa Inês e Caprinos Anglo-Nubianos, e que possui dois reprodutores em coleta na Central de Produção e Tecnologia de Sêmen de Caprinos e Ovinos da Alta em Uberaba, MG. São eles: Axé do Paraguaçu e Galego do Jericó, ambos da raça Anglo-Nubiano.
Central recebe alunos da PUC Minas de Poços de Caldas Com interesse em conhecer mais sobre a raça Nelore, alunos de Medicina Veterinária da PUC Minas, Campus Poços de Caldas, passaram pela Central na manhã de sábado (08/5). Na ocasião os alunos conheceram as demais raças zebuínas, as raças européias, ovinos e caprinos, além de conhecer como funciona o procedimento de coleta. Para o professor Fausto Batista, a visita possibilita aos alunos uma visão a mais de mercado, do ângulo de uma empresa com nome consagrado mundialmente. Ele também ressalta a importância de aliar o conhecimento teórico com a vivência da realidade que a visita proporciona. Durante a visita, os alunos sanaram dúvidas sobre cruzamentos, tendências, fases de mercado e o processo de coleta.
Fazenda Extrema e Vargem apresenta resultados do Alta Mate O técnico de leite da Alta, Ricardo Bertola, realizou uma visita à fazenda Extrema e Vargem, localizada em Barbacena, MG e de propriedade de Carlos Fábio Nogueira Rivielli. Durante a visita, o técnico produziu algumas fotos que seguem abaixo com comentários. Os dados apresentados ao lado de cada foto são todos dados de produção oficial e todos os animais são produtos de acasalamento do programa Alta Mate. Destaque para os reprodutores MAC e SUEDE. Confira abaixo as fotos das vacas e os comentários feitos por Ricardo Bertola: MAC 291 - Filha do reprodutor MAC, vaca de 1º parto, classificada B+83 pontos, produzindo atualmente 40 kg de leite. Possui projeção para 305 dias, IA, de 10.943,3 kg de leite, em controle oficial pela ACGHMG. Pariu com 01 ano e 09 meses. MAC 291 pariu com 01 e 09 e gastou apenas 1 dose de sêmen para emprenhar. É muita produção aliada à precocidade. A fêmea conquistou o primeiro lugar no torneio leiteiro de Barbacena, MG, com média de 47Kg de leite. MAC 283 - Outra filha de MAC, também no 1º parto, com projeção para 305 dias, IA, de quase 10.000 kg. Também teve seu primeiro parto muito nova, com 1 ano e 11 meses. Produção atual de mais de 30 kg dia. MAC 284 - Também filha de MAC, vaca de 01 parto com projeção de 11.500 kg de leite. Outra MAC que alia muita produção com precocidade. Pariu com 01 ano e 09 meses e está com mais de 30 kg de leite. SUEDE 247 - Uma filha de SUEDE, está em seu primeiro parto e possui uma fantástica projeção de lactação de 12.460 kg de leite, dados oficiais da ACGHMG. Já está a bem tempo parida e com produção de mais de 35 kg de leite.
Da esquerda para a direita: Mac 291, Mac 283 e Mac 284
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OPINIÃO
Classe Rural
Poderá uma classe desunida ser forte? RONALD GUIMARÃES - Presidente do Sindicato Rural de Iguatama - MG
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classe rural, em toda a nossa história, foi sempre forte e denominadora. Os grandes fazendeiros eram verdadeiros senhores, exercendo a liderança em suas cidades, vilas ou povoados. Essa situação deixou o produtor rural deitado em berço esplêndido, não imaginando que, com o tempo, a ordem de valores ia-se modificando. “Mudamse os tempos, mudam-se as vontades.” Sendo assim, ficou difícil criar uma classe forte e unida. Ele, o proprietário rural, imaginava que classe é coisa de operário. Este pensamento ainda persiste até os dias de hoje. Entretanto nem tudo está perdido. Existem alguns abnegados que procuram a todo custo manter vivo o espírito de sindicalismo na classe rural, lutando contra tudo, inclusive com a indiferença dos produtores rurais. - O que o Sindicato, a FAEMG ou a CNA fazem por nós? Nas salas de toda entidade sindical rural, estão revistas, jornais, boletins etc., mostrando as realizações das entidades representativas da classe. - Isso não interessa, papel aceita tudo. Os grandes produto32
res são os que menos se interessam pela união da classe, talvez fruto da liderança que seus ancestrais exerceram. “O que sai aos seus não degenera.” O médio e o pequeno produtor são os que mais procuram o Sindicato. São indefesos e veem no Sindicato uma fonte de proteção. Caros produtores rurais, vamos nos unir, só assim seremos fortes e poderemos lutar por nossa
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causa. Minas Gerais tem em Roberto Simões, presidente da FAEMG, um incansável lutador e, para todo Brasil, contamos com uma bandeira chamada Kátia Abreu, presidente da CNA. O que ela tem feito pela classe rural é fantástico e, sem ela, por certo, a nossa classe estaria fadada a fazer companhia aos dinossauros. Vamo-nos unir. Seja um sindicalista de primeira hora, só assim venceremos.
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AGRICULTURA
Soja
Por que buscar a escolha correta de um cultivar de soja? Marcelo Fagioli - professor de Agronomia/UnB
A
safra 2009/2010, de soja, está sendo considerada a maior de todas no Brasil. O crescente avanço anual na produção se deve ao uso de várias tecnologias incorporadas ao sistema produtivo. Uma delas é o uso de cultivares modernas mais bem adaptadas aos ambientes de cultivo distribuídos de ponta a ponta pelo país. A expansão da distribuição do cultivo da soja, que, na década de 1970, se restringia apenas ao Sul e Sudeste, a partir dos anos 80, incorporou áreas do Brasil Central e, ao final de 90, já ultrapassava a linha do Equador até o estado de Roraima, onde é viável tecnicamente. Esta evolução deve-se à adaptação de cultivares às regiões de baixas latitudes, tornando o Brasil pioneiro no cultivo da soja em regiões com latitude inferior a 20o (a soja é originária da China em latitudes variando de 30 a 45o Norte). Isso só foi possível com o trabalho do pesquisador Romeu Afonso de Souza Kiihl, conhecido, no meio científico, como o “pai da soja” no Brasil, que identificou, a partir de 1976, genes que determinam o chamado “período juvenil longo - PJL” da soja. Sabe-se que a soja é uma planta de dias curtos, sensível ao fotoperíodo, que é o comprimento do dia, ou seja, o número de horas de luz no período de 24 horas. A descoberta desses genes possibilitou a obtenção de cultivares que retardavam o florescimento, fazendo com que a planta crescesse, atingindo porte suficiente para a colheita mecanizada. Esse avanço viabilizou o cultivo nas áreas do Brasil Central, Norte e no Nordeste. Sem esses genes, a soja semeada nessas regiões atingiria um porte de mais ou menos 30 centímetros e já floresceria, quando o ideal seria alcançar ao redor de 80 centímetros, como predomina hoje. A sensibilidade da soja ao fotoperíodo é muito variável e própria de cada cultivar, exigindo um período mí34
nimo de ausência de luz para que seja induzida ao florescimento. Essa necessidade mostra que as cultivares têm uma faixa limitada de adaptação para o uso. A adaptabilidade de uma cultivar varia, à medida que se desloca o cultivo em direção ao Sul ou ao Norte, em função da latitude. Dentro de cada faixa de adaptação (entre latitudes), as cultivares são classificadas quanto ao ciclo em superprecoce, precoce, semiprecoce, médio, semitardio e tardio. O grande problema, que trouxe muitas frustrações de safra aos produtores e descrédito no uso de algumas cultivares, foi justamente isso. Ao escolher uma cultivar de ciclo tardio, que produzia muito bem no Sul, e semeá-la na região do Brasil-Central, esta se comportava como de ciclo precoce, florescendo sem atingir um porte ideal. Com poucos nós na haste principal, repercutia em baixa produtividade de grãos, além de trazer dificuldade e elevadas perdas na colheita mecanizada pela reduzida altura das plantas. Para contornar esse problema, uma empresa privada multinacional, que entrou em 1998 no segmento de produção de sementes de soja no Brasil, iniciou suas atividades introduzindo o termo técnico “grupos de maturação (GM)”. Pesquisadores criaram, nos EUA, 13 grupos de maturação em soja como uma forma de diferenciar as cultivares
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adaptadas em faixas de latitudes (com largura de 160 a 240 km, em que, dentro de cada GM, pode ocorrer uma variação de 10 a 15 dias por ciclo), dividindo o país de Norte a Sul, sendo o GM 0.00 localizado no extremo Norte dos EUA, passando pelo Corn Belt o GM 2.0 e 3.0 e no Golfo do México o GM 8.0, até a linha do Equador com o GM 10.0. As cultivares mais precoces pertencem ao GM 000, 00 e 0, e as mais tardias ao GM 10.0, existindo uma variação ao longo do país (SEDIYAMA et al., 2009). No Brasil, foram definidas três linhas de latitudes, a 0o, a 10o e a 20o, formando quatro faixas, distribuindo os GM’s da seguinte forma: GM 5.0 a 7.0-8.0 do extremo Sul do RS até a latitude de 20o; GM 7.0-8.0 a 9.0-10.0 entre as latitudes 20o a 10o; GM 9.0-10.0 de 10o ao Equador (0o), e os mesmos GM 9.0-10.0 do Equador no extremo Norte de RR (Figura 1). Assim, uma cultivar do GM 6.0 será semitardia no RS e superprecoce em MG, e uma cultivar 8.0 se comportará como de ciclo médio, em MG, e a muito tardia no RS. Existem cultivares com GM intermediários, como, por exemplo, entre 7.0 (lêse sete ponto zero) e 8.0, como aquelas com GM 7.3, 7.5, 7.9, indicando diferentes ciclos, cada décimo dessa numeração. Isto significa em torno de dois dias de variação no ciclo total das cultivares. Na Região Centro-Sul (que engloba os www.interural.com
estados de RS, SC, PR, SP, RJ, ES, MG, GO, DF, MS, MT), as cultivares com GM 6.0 são classificadas quanto ao ciclo em superprecoce, de GM 6.1 a 6.5 em precoce, de 6.6. a 6.9 em semiprecoce, as cultivares de GM 7.0 a 8.0 de ciclo médio. Deve-se comentar que também influenciam o ciclo os fatores temperatura e altitude da região produtora; o ciclo de uma cultivar prolonga-se com temperaturas amenas em alta altitude (> 700 m) ou se reduz sob temperaturas elevadas e altitudes baixas. No Brasil-Central, para condições de Cerrado, as cultivares precoces devem ser semeadas, preferencialmente, de 15 de outubro e a 20 de novembro, e as cultivares de ciclo semiprecoce e médias, do final de outubro até 30 de novembro. São considerados períodos marginais para semeadura, em função das perdas poderem ser mais acentuadas, a primeira quinzena de outubro e a primeira quinzena de dezembro. As cultivares de soja podem evidenciar hábitos de crescimento determinado (quando a gema terminal é uma inflorescência que termina com vagens) ou indeterminado (a gema terminal não apresenta vagens). As cultivares com hábito de crescimento indeterminado apresentam simultaneamente sua fase vegetativa (crescimento) e reprodutiva (florescimento), ou seja, continuam crescendo, adquirindo porte mais elevado, o que permite uma grande amplitude de cultivo. As cultivares com hábito de crescimento determinado apresentam a fase vegetativa separada da reprodutiva e têm suas regiões de adaptação (faixas de latitude) mais restritas. Para amenizar este problema, devem-se usar cultivares com PJL, que alongam a sua fase vegetativa e com isso produzem plantas com porte mais elevado. Deve-se ressaltar que a
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grande maioria das cultivares adaptadas à região Centro-Norte do Brasil exibe a característica PJL, o que proporciona adaptação a uma ampla época de semeadura. Ao produtor caberá decidir sobre qual(is) cultivar(es) adotar em suas terras, com o objetivo de explorar melhor todo o potencial genético do material. A obtenção de cultivares com a característica PJL possibilitou a expansão da soja no Brasil, e a adoção do sistema de GM organizou a recomendação técnica das cultivares lançadas pelas empresas privadas e públicas. Entretanto, atualmente, os critérios adotados entre as empresas produtoras de sementes de soja são di-
vergentes quanto à divulgação comercial de suas cultivares. Existem empresas que registram comercialmente uma nova cultivar com um nome característico, e outras usam o número correspondente ao GM em que se enquadram. A unificação do sistema de GM por parte das empresas produtoras deveria ser a melhor forma de usar o conhecimento disponível e de contribuir com o sistema produtivo da soja no Brasil. A clareza na informação de qual GM pertence uma determinada cultivar e o entendimento do sistema de classificação facilitam, ainda mais, na decisão de escolha de cultivo na propriedade.
Figura 1. Faixas de latitude indicando a adaptação de cultivares de soja de acordo com os Grupos de Maturação no Brasil. REFERÊNCIA: SEDIYAMA, T.; TEIXEIRA, R.C.; BARROS, H.B. Cultivares. In: SEDIYAMA, T. (Ed.). Tecnologias de produção e usos da soja. Londrina: Mecenas, 2009. p.77-91.
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AGRICULTURA
Cana-de-açúcar
Qual a melhor opção, cana-de-açúcar in natura ou silagem de cana-de-açúcar? Rafael Camargo do Amaral, M.Sc. Rafael Camargo do Amaral, zootecnista e doutorando em Ciência Animal e Pastagens pela ESALQ/USP. Thiago Fernandes Bernardes, Engenheiro agrônomo, PhD, Professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém - PA.
E
m muitas palestras e encontros com produtores rurais, quando o tema é relacionado com cana-de-açúcar, essa pergunta sempre é realizada: Qual é a melhor opção para minha propriedade, optar pelo uso de canade-açúcar in natura ou realizar ensilagem desta? Ou ainda, nessas opções, é necessário o uso de aditivos? A resposta de maneira geral é: Depende. Algo que é muito bom para determinado produtor poderá ser motivo de prejuízo para outro. Dessa forma, o objetivo principal des-
te artigo é expor algumas particularidades do uso de cana in natura ou ensilada. Um primeiro fator a ser considerado é custo de produção do volumoso. Nas Figuras 1 e 2, são apresentados os custos de produção da cana-de-açúcar in natura, com corte realizado manualmente ou mecanizado e da silagem de cana-de-açúcar com alguns aditivos, respectivamente. (Os cálculos e predições de custo foram realizados com preços de insumos e mão de obra praticados no mês de janeiro de 2010).
Figura 1. Custo de produção de cana-de-açúcar com diferentes aditivos. (NaOH: Hidróxido de sódio; CaO: Óxido de cálcio)
A primeira comparação que pode ser realizada na Figura 1 é que o valor da cana cortada manualmente é mais elevado em relação ao corte mecanizado, e esse aumento no custo da cana manual é função principalmente da elevada mão de obra requerida para o seu corte. Em relação ao uso dos aditivos que realizam a hidrólise (NaOH e CaO), pode-se observar que o NaOH eleva, drasticamente, o custo de produção do volumoso, sendo este um dos principais motivos para o seu desuso. Outro ponto a ser considerado para este aditivo é o elevado risco em sua manipulação. O CaO possui custo 36
inferior ao NaOH e é uma alternativa viável de aditivo para cana-de-açúcar. Um comentário prático que deve ser levado em consideração ao uso de aditivos que tem como premissa a hidrólise da fibra e teoricamente elevação na digestibilidade do volumoso, é que esse acontecimento não pode ser totalmente verdadeiro. Existem alguns trabalhos que demonstram que o uso de tais aditivos, a partir do momento em que realizam a hidrólise da fibra, torna os componentes solúveis prontamente disponíveis a microrganismos deterioradores. Por final, o uso da ureia é realizado para finalidades nutricionais do
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animal, como forma de corrigir o déficit proteico apresentado pela cana-deaçúcar. Na figura 2, são apresentados os valores de custo de produção para a silagem de cana-de-açúcar com diferentes aditivos. É importante salientar que os aditivos aqui expostos têm finalidade de controlar a fermentação alcoólica que ocorre durante o período fermentativo desse volumoso, sendo que os custos de produção são menores para a silagem de cana com Lactobacillus buchneri, CaO ou ureia. Isso ocorre em decorrência do controle dessa fermentação, o que leva a menores perdas de matéria seca durante o processo. A silagem aditivada com NaOH, mais uma vez, tem seu custo elevado em função do preço do aditivo ser muito caro. www.interural.com
Figura 2. Custo de produção de silagem de cana-de-açúcar com diferentes aditivos. (LB: silagem aditivada com Lactobacillus buchneri – 5x104 ufc/g forragem; NaOH: Hidróxido de sódio; CaO: Óxido de cálcio)
Quando é realizada a comparação entre as Figura 1 e 2, verifica-se que o custo para silagem é extremamente mais elevado do que a opção pelo volumoso in natura. Assim, o leitor pode estar pensando, no momento, que a saída é sempre optar pela cana-de-açúcar in natura. E nossa resposta é não, o uso da cana in natura ou ensilada vai depender de outros fatores e não somente de seu custo de produção. Um exemplo é a falta de mão
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de obra dentro da propriedade, onde, diariamente, um funcionário é requerido para realizar o corte da cana, ou seja, se a falta de mão de obra é um problema, a concentração da atividade do corte poderá ser efetuada em um período curto do ano, em que toda a cana plantada será colhida e ensilada. Apesar de o produtor com esta opção de ensilar a cana ter elevado seus custos de produção, terá vantagem em outros pontos: o talhão
de cana poderá ser manejado de forma homogênea, ou seja, as práticas agronômicas serão realizadas no mesmo período de tempo. Porém, caso exista a disponibilidade de mão de obra e o número de animais a serem alimentados não seja limitador, o uso da cana in natura é altamente vantajoso em função de seu baixo custo.
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AGRICULTURA
Café
O paradoxo do desenvolvimento X transferência de tecnologia no café
Carlos Henrique Jorge Brando - Diretor da P&A Consulting, Marketing and Trading Agribusiness, empresa especializada em marketing, certificação e qualidade no agronegócio.
A
s mudanças climáticas, as pressões ambientais, a escassez da mão de obra e outras limitações estão forçando a tecnologia de produção e processamento de café a evoluir mais rápido que nunca. Todavia a implementação das novas tecnologias disponíveis é mais lenta que seu próprio desenvolvimento. Isto pode ser considerado um paradoxo, porque, à primeira vista, parece muito mais complexo e caro desenvolver do que implementar a tecnologia do café. Mas a realidade é bem distinta: a adoção de mudanças no mundo produtor de café é um processo difícil, que enfrenta vários tipos de barreiras, tanto comportamentais quanto práticas. O processo é ainda mais complicado quando o foco dessas mudanças é o pequeno cafeicultor, 38
que é quem produz a maior parte do café que consumimos. As principais barreiras comportamentais são a tradição, o conservadorismo, o pavor a mudanças, o nível de educação e os mitos. As barreiras práticas mais comuns são a dificuldade de acesso à tecnologia e a falta de treinamento, de financiamento e de resultados confiáveis em escala comercial, para mencionar algumas. Estas barreiras são tão fortes que, com uma boa dose de exagero, podemos comparar o estado atual da nossa tecnologia cafeeira a uma biblioteca vazia: muitos livros/muita tecnologia disponível nas estantes, mas não tantos leitores/usuários como se gostaria! Talvez, o paradoxo da tecnologia explique por que alguns países produzem tanto por área cultivada e
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outros produzam tão pouco. Não é surpreendente que existam países com grandes áreas cultivadas que produzem uma média alta de 20 sacas/hectare, e países com áreas pequenas com produtividade média abaixo de 5 sacas/hectare? Podese argumentar que diferentes países têm diferentes condições e utilizam diferentes tecnologias, que causam as disparidades mencionadas acima. O contra argumento é que tais disparidades também existem dentro de um mesmo país produtor. Analisemos o caso do Brasil, onde a produtividade média é de 20 sacas/ha para Arábica e de 27 sacas/ha para Conilon. Entretanto há muitos produtores brasileiros eficientes de Arábica, com produtividade média de 40 a 50 sacas/hectare e outros tantos produtores com médias de apenas www.interural.com
10 sacas/hectare, ou menos. Números similares para o Conilon são tão altos quanto 100 sacas/ha para produtores altamente eficientes e tão baixos como 6 sacas/ha em toda uma região. Embora nosso país tenha desenvolvido um ótimo sistema de pesquisa científica de café, ele não é capaz de aplicar as novas tecnologias tão rapidamente quanto elas são criadas. Isto, de fato, parece paradoxal, porque, repetindo, teoricamente deveria ser mais complexo e levar muito mais tempo para desenvolver novas tecnologias que para aplicá-las. Assim, precisamos de um serviço de extensão cafeeira melhor, se desejarmos implementar a tecnologia tão rapidamente quanto a geramos. Estudos indicam que a pesquisa agrícola pode ter retornos superiores a 30 ou 40%, mas isso de nada adianta se os potenciais usuários não têm conhecimento de seus benefícios, não têm acesso às tecnologias correspondentes e, portanto, não as aplicam.
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Em tempos como os atuais, em que a competitividade do café brasileiro está ameaçada, o tema do aperfeiçoamento do sistema de extensão cafeeira no país deveria estar no centro do debate. A Agenda Estratégica para a Cafeicultura Brasileira − elaborada em 2008 por um Grupo de Trabalho formado por lideranças de todos os setores da cafeicultura brasileira (produção, comércio, indústria, pesquisa e governo) – já havia identificado essa necessidade. Entre os temas prioritários da Agenda, definidos pelo próprio setor, estavam, além da pesquisa e inovação, a capacitação, o treinamento e a difusão de tecnologia. Talvez, a solução para esse problema resida em reproduzir na disseminação de tecnologia cafeeira o mesmo sistema organizacional usado na pesquisa, ou seja, criar um consórcio de instituições de difusão de tecnologia e serviços de extensão. O Brasil tem a tecnologia para recuperar sua competitividade, mas o país ainda tem de criar as ferramen-
tas para aplicar tal tecnologia de forma mais ampla, indo, portanto, além das ilhas de excelência conhecidas. A situação em nível mundial é parecida ou pior que a do Brasil, com poucas exceções. É pior na maioria dos países, que sofrem tanto com um serviço de extensão subdesenvolvido como também dependem de tecnologia criada em outros lugares, que deve ser adaptada às condições locais. Mesmo as exceções, aqueles países com serviços de extensão eficientes, vêm tendo que restringi-los em função dos cortes de orçamento e da crise de preços do começo da década. Os serviços de extensão cafeeira, provavelmente tenham sido os grandes perdedores da liberalização do negócio café iniciada nos anos 90, com efeitos negativos recorrentes ao longo do tempo. O setor privado, os governos e a sociedade civil têm de se mobilizar para corrigir esta imperfeição do mercado e, assim, buscar a sustentabilidade da atividade com competitividade.
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AGRICULTURA
Fertirrigação
Um paralelo entre fertirrigação e reciclagem hídrica na agricultura Vinícius Oliveira Rezende, Engº Agrônomo, Especializando em Manejo de Pastagem, ORCOL Oliveira Rezende Construções LTDA Eusímio Felisbino Fraga Júnior, Engº Agrônomo, Mestrando em Irrigação e Drenagem, ESALQ/USP André Luís Teixeira Fernandes, Eng. Agrônomo, Ms. Irrigação e Drenagem, Dr. Engenharia Agrícola
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xistem correntes na comunidade científica e ambiental sobre a utilização de fertilizantes químicos na produção agrícola, sendo considerado até a possibilidade de um decréscimo da produção agrícola para o controle do impacto ambiental gerado pelo uso indiscriminado desta matéria-prima finita. Na realidade, os fertilizantes químicos poderiam ser uma vantagem real, desde que utilizados quando requeridos pela planta (momento de aplicação). Neste sentido, a promoção do uso efetivo e eficiente da água, o que significa melhor manejo da água e dos fertilizantes, na agricultura, foi identificada como importante contribuição à estratégia necessária para direcionar problemas de escassez de água e prática da atividade. Além disso, dada a limitação para uma expansão adicional das terras cultiváveis no mundo, uma grande parte das futuras necessidades de alimentos precisará ser coberta por novas áreas irrigadas, manejadas de forma correta, quanto ao uso de água e fertilizantes. A fertirrigação é uma técnica que consiste na aplicação simultânea 40
Figura 1 Copos coletores, para avaliação da uniformidade de água residuária de suinocultura em pastagem no sistema de irrigação por aspersão em malha.
de água e fertilizantes ao solo por meio de sistemas de irrigação. Tal técnica tem sido usada frequentemente por muitos agricultores, principalmente em adubação em cobertura como é o caso do nitrogênio, que é um nutriente de forma muito instável no solo, dessa maneira o parcelamento pode ser otimizado. Vale ressaltar que, independente do sistema de irrigação utilizado na fertirrigação, os nutrientes diluídos na água são aplicados de forma a infiltrar no solo, predominando a absorção radicular e não a foliar. Nesse sentido,
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o conhecimento do comportamento dos nutrientes no solo, com relação à sua mobilidade e a exigência da cultura durante o ciclo são fatores importantes a considerar no manejo dos fertilizantes. De modo geral, a adoção da fertirrigação tem as seguintes peculiaridades: - Aumento significativo da Eficiência devido à diminuição de perdas por lixiviação de nutrientes, isso porque os sistemas de irrigação favorecem a aplicação do fertilizante parcelado, que atende as www.interural.com
diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficiência e economia de fertilizantes, além de melhor uniformidade de distribuição do produto. A figura 1 demonstra a coleta de dados para avaliação da uniformidade de um sistema de irrigação bem dimensionado.
a fertirrigação, se aplica água pura por alguns minutos, objetivando a lavagem do sistema. O sistema de irrigação por aspersão em malha possui toda a sua tubulação em PVC.
- Atenção, pois o manejo inadequado poderá levar ao retorno do fluxo da solução à fonte d’água, nas condições em que não se usam equipamentos e medidas de segurança. Figura 2 Irrigação de café com a água residuária.
- Redução do custo de produção na mão de obra necessária para operar máquinas e equipamentos, bem como sua redução de uso e desgaste. Reduz a compactação do solo e os danos mecânicos causados à cultura. - Versatilidade na época de aplicação, pode ser feita procurando adequá-la à absorção de determinado nutriente pela cultura, podendo ser efetuada independentemente de qualquer condição climática (exceto em solos encharcados) e em qualquer hora do dia ou da noite. - Necessidade do Treinamento dos funcionários de maneira que garanta um manejo adequado, bem como um sistema de irrigação bem projetado, que aplique água uniformemente de maneira a assegurar a dose correta do fertilizante. - Uso de equipamentos específicos, objetivando a proteção do meio ambiente e a adequada aplicação dos produtos que são basicamente constituídos de filtros (areia e tela), reservatório com agitador, bomba injetora e equipamentos de segurança, como válvula de retenção. - Cuidados com a corrosão, principalmente quando o equipamento de irrigação é constituído de metais. Essa corrosão é minimizada quando, após
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FERTILIZANTES UTILIZADOS EM FERTIRRIGAÇÃO A escolha do fertilizante a ser utilizado na fertirrigação deve ser precedida de um estudo de características dos produtos para que sua utilização seja adequada aos demais elementos envolvidos no processo (sistema de irrigação, solo, água e planta). Portanto, as seguintes características deverão ser observadas: - Solubilidade: os fertilizantes devem ser solúveis ou emulsionáveis em água, com o objetivo de evitar obstruções dos emissores. - Compatibilidade: quando se usa mais de um fertilizante esse aspecto
deve ser observado, para se evitar a formação de precipitados. No preparo da solução para fertirrigação, alguns fertilizantes não devem ser misturados, pois são incompatíveis, formando complexos químicos insolúveis. - Baixa capacidade corrosiva: não devem ser corrosivos aos materiais do sistema de irrigação. O poder de corrosão dos fertilizantes é variável e pode afetar os equipamentos de fertirrigação. Equipamentos de alumínio e aço sofrem maior ação de soluções alcalinas. Por outro lado, os materiais plásticos são menos corrosivos. - Toxicidade: dosagens incorretas,
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AGRICULTURA
Figura 3 Diluição do dejeto de suíno na água e separação das partículas maiores com tela de inox.
tanto quanto a concentrações superiores ou inferiores às necessárias podem prejudicar as culturas. Os fertilizantes são sais que aumentam a concentração salina da água de irrigação. - Aspecto econômico: deve-se fazer uma avaliação econômica do trabalho envolvido na fertirrigação quando comparado ao método de aplicação convencional ou se a utilização dos nutrientes pelas plantas é mais efetiva com a fertirrigação do que com outros métodos. - Nível de tolerância: as culturas são sensíveis às altas concentrações de elementos específicos na água de irrigação. Se o limite de tolerância for ultrapassado as plantas podem sofrer danos por toxidez, queima foliar ou outros.
RECICLAGEM HÍDRICA O reuso da água serve de fertirrigação para várias culturas. Um sistema de irrigação, ao distribuir uma lâmina uniforme (figura 1), além de fornecer nutrientes para as plantas permite que as impurezas fiquem retidas nas camadas do solo e no metabolismo das plantas, propiciando a reciclagem da água e a recarga do lençol freático (figura 2). O uso de águas residuárias, estercos líquidos de origem animal e compostos orgânicos como adubo é uma prática rentável e reduz o descarte dessas águas nos cursos de água. A pesquisa indica que a irrigação com águas residuárias tem potencial elevado de beneficiar culturas agrícolas, atendendo não apenas a necessidade de água da planta, mas fornecendo também nutrientes essenciais ao seu crescimento, especialmente o nitrogênio. Ao liberar as fontes de água de boa qualidade para abastecimento público e outros usos prioritários, o uso de água residuária contribui para a conservação dos recursos e acrescenta uma dimensão econômica ao planejamento dos recursos hídricos. 42
A utilização de água residuária de suinocultura é um exemplo de sucesso via fertirrigação, quando bem manejada, pode transformar uma fonte com alta carga poluidora em uma alternativa econômica para a propriedade rural, melhorando a biomassa microbiana e o estado de
fertilidade do solo, além de ser uma solução ambientalmente correta. A aplicação de dejetos de suíno sem a adição de água (figura 3), além de causar distúrbios e a morte de plantas ocasiona a baixa vida útil do sistema de irrigação conforme ilustra a figura 4.
Figura 4 Tubulação com acumulo de sedimentos.
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CAPA
Xapetuba Agropecuária
Xapetuba Agropecuária
Leilão Virtual Xapetuba apresenta a seleção genética da raça Girolando realizada pela família Silveira
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onhecidos no meio da pecuária pelo criterioso trabalho de seleção genética na raça Simental, a Xapetuba Agropecuária iniciou um projeto de criação da raça Girolando. Em 2010, a Xapetuba Agropecuária completa 25 anos e com eles a experiência na criação e seleção do Simental. Localizada em Uberlândia (MG), é na propriedade de 426 hectares que José Antonio da Silveira e seus filhos exploram a criação de suínos, frangos de corte e fazem a seleção das raças Simental, Gir leiteiro e Girolando, além do banco de receptoras, formado, exclusivamente, por fêmeas 1/2 sangue Simental x Nelore. Hoje, o rebanho da Xapetuba conta com 1.500 cabeças, sendo 180 de Simental PO. O propósito da Xapetuba, no que diz respeito à seleção, é o de produzir animais adaptados ao clima tropical, que sejam férteis, tenham ótima conversão alimentar e produzam de acordo com o objetivo do cruzamento carne ou leite. Segundo Thiago Sil24 46
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Receptoras na estação de FIV
Receptoras com bezerras girolando FIV ao pé
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Centro de Recria
veira, administrador da fazenda, para quem começa, hoje, com o Simental é preciso ter em mente que não adianta ter animais produtivos se não são adaptados ao nosso país, portanto a escolha da linhagem é de fundamental importância, “Possuímos fêmeas com muita habilidade maternal, férteis e com ótimo desenvolvimento em ganho de peso, o que faz do Simental a raça imbatível para utilização como cruzamento na obtenção de fêmeas F1”, declara Thiago. Em 2008, com essa filosofia, em busca de animais adaptados ao clima tropical, que produzam carne ou leite, seguindo seus objetivos, a Xapetuba decidiu iniciar alguns investimentos na pecuária leiteira. Foram selecionadas doadoras das raças Gir Leiteiro e Girolando, de acordo com a produção de leite acima de 6.000 kg e capacidade de produção de embriões. Os touros também foram escolhidos por suas características na produção leiteira e pela eficácia no processo de FIV. Animais de conhecidos criatórios da pecuária leiteira foram adquiridos, como: Mutum, Calciolândia, Palma, entre outros. “Em 2008, começamos a adquirir matrizes que seriam doadoras do nosso projeto de Girolando. Compramos doadoras Gir leiteiro e Girolando 1/2 sangue. Iniciamos no mesmo ano uma estação de reprodução que durou 4 meses, transferimos 1.100 embriões, em que conseguimos 530 prenhezes de animais de grau 1/2 sangue, 3/4 e 5/8”, explica Thiago. Para a construção do projeto leite da Xapetuba, alguns profissionais estão envolvidos para a obtenção de resultados positivos. O projeto foi elaborado considerando as potencialidades da fazenda como, topografia, potencialidade agrícola, capacidade gerencial, condições climáticas da região, localização no município (distâncias) e todos os fatores que impactam na definição da estratégia de produção www.interural.com
Bezerras 1/2 sangue
Bezerras 3/4 sangue
Bezerras Gir Leiteiro
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DOADORAS GIR LEITEIRO de cada projeto. “É fundamental avaliar aspectos do empreendimento voltados ao empresário como seus objetivos, seus receios, capacidade gerencial e de investimento. E, no seu entendimento, quais suas crenças pessoais sobre as estratégias de produção que mais o agradam, que, sendo possível, o projeto deve ter o máximo de afinidade nos pensamentos do investidor”, explica Cassimiro César de Castro, da Applic consultoria. Todo o suporte da Applic no projeto engloba acompanhamentos gerenciais, financeiros e zootécnicos da atividade. A condução do trabalho reprodutivo na produção das bezerras continua sendo feito pela mesma equipe consagrada da Xapetuba. Foram definidas 4 etapas: Desenho zootécnico, econômico e financeiro do negócio (fase 1); Locação e posicionamento das estruturas (fase 2); Construções (fase 3) e Início das atividades produtivas (fase 4). “Paralelo a estas fases, no caso específico da Xapetuba, o rebanho estará sendo produzido nas estratégias genéticas e de reprodução do mais alto nível como é tradicional nesta Fazenda, dentro de um cronograma organizado e encaixado ao desenvolvimento das fases acima citadas”, enfatiza Cassimiro. Outro ponto fundamental no projeto é o plano de seleção, capacitação, e treinamento do quadro de pessoas. Tal atividade também está planejada à medida que se aproximam a inclusão das equipes de trabalho, que finaliza ao iniciarmos a ordenha das vacas. Todo o plano zootécnico, estratégia de produção e análise econômico-financeira do projeto (fase 1) já está concluído. “Estamos na fase 2 do projeto e a produção do rebanho já está em pleno andamento, inclusive nos ajustando dentro do calendário de entrada de animais para a viabilização do cronograma do projeto. Esta é a razão que algumas ven48 24
Familia FIV F. Mutum | Radar x Moda F. Mutum Feição TE F. Mutum | C.A. Sansão x Palma F. Mutum
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Oratória da Cal | Jarro de Ouro x Melissa 3R www.interural.com
DOADORAS 1/2 SANGUE das de novilhas e bezerras estão sendo feitas nos mais renomados leilões do país”, explica. A genética produzida na Xapetuba está voltada para a produção de gado Girolando, capaz de agradar os altos padrões raciais, assim como garantir desempenhos produtivos altamente viáveis ao retorno econômico do negócio leite. “Comprar da Xapetuba é aliar beleza e padrão racial, formados de uma base Gir leiteiro e Girolanda consagrados, combinados com adaptabilidade e força produtiva a campo para atender às necessidades do projeto próprio e dos parceiros-clientes da empresa”. Algumas das prenhezes produzidas em decorrência do projeto nasceram no período de julho a novembro de 2009. Hoje, esses animais já estão com idade em torno dos 9 meses. “Começamos realmente do início, na genética, intensificando na reprodução (de animais), produzindo animais de qualidade, para depois intensificar a produção. Das doadoras, produzimos, em média, 450 litros de leite por dia, mas pretendemos aumentar essa produção ano a ano, gradativamente”, ressalta Thiago. Vale destacar algumas das principais doadora da Xapetuba, Família FIV F. Mutum é filha de Radar dos Poções na Moda F. Mutum; grande produtora de embriões, certamente suas filhas herdarão essa qualidade. Família é irmã própria da Grande Campeã Nacional e Melhor Úbere Jovem 2008 - Expozebu: Taça FIV JMMA. Está em início de controle leiteiro oficial produzindo 25 kgs/dia em sua primeira lactação. Outro destaque da propriedade é Feição TE F. Mutum, filha de C.A. Sansão na Palma F. Mutum. Uma matriz de uma beleza ímpar. Em seu pedigree, traz grandes nomes da raça Gir leiteiro, pois é filha do Sansão, novamente o número 1 do sumário Embrapa/Abcgil. Sua mãe, Palma, é uma das grandes doadoras do www.interural.com
Marília D. Beija | Lactação 9.503 kg
Angra Bryce | Lactação 10.120 kg Johanna da Palma | Controle oficial em andamento
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CAPA
Plantel F. Mutum, que descende de Teatro. Está encerrando sua 1ª lactação com controle leiteiro oficial pela ABCZ, com projeção de mais de 10.000 litros, ajustada à idade adulta. Para quem quiser adquirir a genética selecionada pela Xapetuba, 120 bezerras Girolando serão disponibilizadas aos pecuaristas e investidores em genética no dia 20 de junho, no Agrocanal, durante o Mercado do Leite. O 1° leilão Virtual Fazenda Xapetuba tem início às 10 horas da manhã. “O leilão é uma oportunidade de se comprar genética. O comprador irá adquirir ótimos animais 1/2 sangue, futuras doadoras, filhas dos mais consagrados touros Gir leiteiro e Holandês, do mercado. A Xapetuba também disponibiliza alguns lotes de bezerras de pista, 1/2 sangue e 3/4”, ressalta Davi Oliveira, da Boi Assessoria, que está, desde o início do ano, trabalhando junto com a Xapetuba. “É uma excelente oportunidade de se adquirir ótimos animais, pois estamos ofertando fêmeas com carga genética para produção, filhas de doadoras que tem lactação de 8, 10 mil kg. Das doadoras que utilizamos, a que tem menor lactação está na casa dos 6 mil kg. Isso, com os melhores touros provados”, finaliza Thiago.
Amireia FIV Bradley da Xapetuba Reservada Campeã Bezerra Mirim Araxá 2010
Suinocultura
Troféu The Best - Melhor Criador Simental
Avicultura
Vacas simental adaptadas ao pasto
Doadoras Simental de pista 50 24
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PRODUTORA DE SUCESSO
Entrevista
José Antonio da Silveira
Produtor
de sucesso
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asado, com 4 filhos, José Antonio da Silveira é Engenheiro Civil, de formação, há 30 anos. Desde os anos 80, encontrou no agronegócio uma nova fonte de renda e satisfação. Despertou o interesse pela pecuária, especificamente da raça Simental. Desde 2008, iniciou, junto com os filhos, um criterioso trabalho de seleção genética da raça Girolando. Como começou a sua trajetória no agronegócio? Sou formado em engenharia civil e atuo na área há 30 anos. Mas, paralelo ao meu trabalho na engenharia, em 80, adquiri minha primeira propriedade rural. A propriedade tem, hoje, 426 hectares. Nessa época, nós éramos produtores de café, eu ainda morava no Pará, e meu pai era quem cuidava dos negócios para mim. Em 1995, iniciamos com a criação de gado Simental, adquirimos os primeiros embriões e prenhezes. Por que despertou o interesse no 30 52
Simental? No final dos anos 80, início dos 90, depois de uma chuva de granizo no nosso cafezal, a atividade cafeeira ficou para trás. Como sempre tive vontade de criar uma raça europeia, comecei a pesquisar, por sempre acreditar no cruzamento industrial. Na época, a, então, Granja Resende, fez um experimento que para mim, foi um dos melhores que já existiu. Ela fez um trabalho cruzando várias raças europeias com o Nelore e eu tive a oportunidade de conhecer o resultado bem de perto e me encantei com o Simental. Com os re-
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sultados, ficaram comprovados os ganhos em função da heterose. A fêmea 1/2 sangue Simental-Nelore tem uma habilidade materna enorme, tem desenvolvimento, precocidade e fertilidade muito grande. Essas qualidades fazem dela uma excelente receptora, ou também uma forma ideal para obtenção do tricross. Ou, ainda, assim como o macho ½ sangue Simental-Nelore, a fêmea tem um ganho de peso fantástico, que pode ser explorado para ir ao abate, até melhor que um Zebu puro, na minha opinião. A partir do trabalho com o Simenwww.interural.com
tal, vocês criaram uma central de receptoras. Como foi esse processo? Como não dispúnhamos, naquela época, desses serviços que são oferecidos, hoje, de transferência de embrião, montamos na fazenda uma central adequada para fazer a coleta, o congelamento e a transferência de embriões. Montamos, inicialmente, para fazer um trabalho de reprodução do Simental, para intensificar o crescimento do rebanho. Durante o desenvolvimento do trabalho, começaram a aparecer interessados e nós começamos a fornecer receptoras ao mercado. De repente, tínhamos montado uma carteira grande de clientes. Chegamos a fazer em torno de 1.300 prenhezes por ano. Quem iniciou o trabalho conosco foi o veterinário Wellington Pereira de Lima, que até hoje nos assiste. Em 2008, destinamos todo o banco de receptoras para servir nosso Projeto de Leite e criação de Gir leiteiro e Girolando.
É uma honra ter eles ao meu lado. Dois deles estão comigo na Agropecuária, o Thiago, que administra a fazenda e a Gabriela, assistente administrativo. O Gustavo dirige a Silveira Logística, em-
presa que atua na distribuição de alimentos da Nestlé e junto com ele trabalha a Bárbara, no setor financeiro. É muito gratificante ver eles interessados, coordenando e dando continuidade ao trabalho.
Além da pecuária, a Xapetuba tem outros ramos de atividade, na avicultura e suinocultura, como são esses setores da propriedade? Em 96 nós construímos dois aviários, com a Granja Resende. Foram os 2 primeiros aviários integrados com a granja. Abatemos cerca de 45 mil frangos por mês, hoje, em parceria com a SADIA. A partir das aves, a granja nos convidou para sermos integrados também na suinocultura, e aceitamos. Em 1998, terminamos a construção das instalações. Que se baseava apenas na produção de leitão. No ano passado, que terminamos a construção do setor de recria, chamado “creche”, então agora o leitão não sai mais daqui com 20, 22 dias, mas, sim, com 28 a 30 dias, direto para terminação. Temos, atualmente, 2.200 matrizes produzindo 62 mil leitões por ano. O Senhor sempre fala em “Nós”, quem são seus filhos, como é para o senhor ter todos quatro trabalhando em empresas da família? www.interural.com
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PECUÁRIA
Cooperativismo
Cooperativismo: Projeto Centenário apresenta seus produtos durante o 1° Leilão Centenário Genetics
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o ano de 2006, buscando melhorar, cada vez mais, a qualidade do leite e levar ao cooperado uma genética de qualidade, a diretoria da Coopervale, sediada em Uberaba (MG), começou uma série de visitas pelo país, para conhecer a realidade de outras cooperativas, não só na área bovina, mas também suína, avícola etc. Durante essas andanças, a diretoria foi agregando valores e colhendo informações para formar, em 2007, o projeto Centenário Genetics. O projeto consiste em uma premissa básica, a socialização da genética leiteira. “O programa tem por finalidade disponibilizar a todos os seus cooperados a oportunidade de adquirir prenhezes, provenientes de acasalamentos entre os touros, para leite, disponíveis no mercado de Inseminação Artificial e das melhores matrizes, selecionadas em rebanhos em destaques dos cooperados”, explica Luiz Gualberto, presidente da cooperativa. Desde a criação do projeto, já produziu mais de 300 prenhezes que começaram a nascer no início de 2008. Mas, para conseguir essa produção, a diretoria fez um mapeamento dos associados e selecionou animais (bovinos) entre rebanho de mais de 50 mil animais, com caracterização racial desejada, com cruzamento direcionado para longevidade, fertilidade, sanidade e produção, além da lactação comprovada, acima de 7.000 kg. Para o próximo ano, a intenção é crescer esse número de animais produzidos e assim, gradativamente, a cada ano. Hoje, a Cooperativa aluga uma fazenda de um cooperado, próximo à cidade, onde ficam as receptoras, algumas doadoras e também onde é feito 54
Projeto oferece, ao pequeno e médio produtor, acesso a uma genética leiteira superior Bezerras
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Querencia www.interural.com
Fantástica
Nebrasca
todo o trabalho, até a entrega da prenhez pronta para o cooperado. A prenhez custa ao cooperado R$ 1.000,00 reais, que pode ser abatido (quitado) em várias parcelas na folha do leite. “Caso ele não queria ter também o desembolso da receptora, ele pode vender o descarte aqui mesmo para a cooperativa. Temos ainda um seguro, cobrado à parte, que resguarda o animal de eventuais problemas até sete dias após o nascimento”, declara o presidente. Lembrando que somente os associados podem participar desse projeto. Paralelo a esse trabalho de melhoria genética, a Cooperativa oferece também aos cooperados uma parceria com o Educampo, que, juntamente com o Sebrae, oferece assistência ao produtor rural. “Nós fazemos o trabalho de seleção de touros e doadoras, inseminação e entregamos a receptora pronta ao associado, mas ele precisa também de assistência depois, e até mesmo antes, desse trabalho realizado, por isso a parceria com o Sebrae. Lembrando, é claro, que, além do Educampo, todo o suporte de profissionais da Cooperativa vai junto, técnicos, agrônomos, veterinários”, afirma o Médico Veterinário responsável pela cooperativa, Leonardo Troncoso.
Leilão
Espadilha
Graciosa www.interural.com
Com o intuito de divulgar o projeto e oferecer ao mercado os resultados deste, a Coopervale realiza, no dia 30 de junho, às 14 horas, durante a Megaleite 2010, o 1° Leilão Centenário Genetics. “Essa será uma oportunidade de outros produtores, não associados à cooperativa, adquirirem prenhezes e animais de alta qualidade genética leiteira, filhos dos melhores touros disponíveis no mercado e das melhores matrizes selecionadas em rebanhos destaques de nossos cooperados”, explica Luiz Ricardo, gerente comercial da cooperativa. Serão leiloados cerca de 120 animais da raça Girolando. Alguns animais, produtos do programa, já foram mostrados para a pecuária nacional por intermédio de algumas exposições. Araxá-MG, Franca-SP e Prata-MG receberam alguns animais Centenário, que também conquistaram títulos. Além dos animais do projeto, 10 criadores serão convidados para somar ao leilão, ofertando alguns lotes de seus selecionados plantéis. InteRural - Revista do Agronegócio | Junho 2010
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PECUÁRIA
Manejo
Deslocamento de Abomaso: uma simples enfermidade ou um indicador de erro de manejo? Bolivar Nóbrega de Faria; Médico veterinário, doutor em ciência animal - Equipe ReHAgro
A
pecuária leiteira mundial, na intenção de ser mais eficiente economicamente, cada vez mais, está buscando o aumento da produção de leite por área. Esta maior produtividade tem sido alcançada por meio do melhoramento genético dos animais, visando à produção de leite, bem como melhorias no manejo de forma geral. Entretanto, em conjunto com as mudanças no perfil de nossas propriedades, ocorreu também uma alteração nos problemas por elas enfrentados. Se, com a utilização de melhores práticas, é possível ter um melhor monitoramento e controle das doenças infecciosas, por outro lado, surgiram novas doenças, principalmente relacionadas às mudanças metabólicas sofridas pelas vacas altas produtoras durante os processos fisiológicos que envolvem a lactação. Várias doenças podem ser relacionadas a isso, entre elas, a hipocalcemia, a retenção de placenta, a infecção uterina, o edema de úbere, a cetose e o deslocamento de abomaso. Juntamente com a mudança no perfil dos animais e das doenças, é necessário buscar um novo comportamento e compreensão do sistema de produção e dos problemas nele existentes. As doenças, em um rebanho leiteiro, devem ser observadas não só como um simples problema metabólico ou infeccioso, mas como um indicador de um problema de manejo. Na maioria das vezes, leva a prejuízos muito maiores do que o simples custo de tratamento. O deslocamento de abomaso é uma enfermidade cada vez mais comum em nossos rebanhos leiteiros e 56
que se encaixa bem nesse novo perfil de problemas da bovinocultura moderna. Um animal com deslocamento de abomaso à esquerda, normalmente, apresenta apetite diminuído e seletivo, desidratação moderada a severa e uma grande queda na produção de leite. Essa enfermidade, usualmente, não está relacionada à morte rápida em animais de leite. Normalmente, é facilmente diagnosticado e sua correção é cirúrgica, por meio de um procedimento simples e rápido de fixação do abomaso em sua posição anatômica normal. Se o diagnóstico do problema for rápido e a cirurgia bem executada, ocorre um pronto restabelecimento do apetite do animal e, em alguns dias, a produção de leite fica reestabelecida a valores próximos aos considerados normais para o animal. A partir dessas informações, poder-se-ia considerar que o deslocamento de abomaso seria um problema da bovinocultura leiteira moderna, de
fácil resolução e que não apresentaria grandes problemas aos produtores. No entanto não é isso que ocorre. Os deslocamentos de abomaso à esquerda proporcionam perda econômica nos rebanhos leiteiros devido aos custos com o tratamento, queda na produção, aumento dos descartes involuntários e morte. Os custos com o tratamento estão entre R$ 400 a R$ 800 por animal e, mesmo após o tratamento, cerca de 5 a 10% das vacas diagnosticadas com esta doença são descartadas ou morrem. As vacas tratadas, que continuam no rebanho, produzem cerca de 350 Kg de leite a menos nos meses subsequentes ao deslocamento de abomaso, podendo essas perdas ser ainda maiores. Estudos americanos mostram que ocorrem perdas de até 20% dos casos tratados, sendo que estes não conseguem passar de 2000 Kg de leite como produção total na lactação afetada.
Figura 1 – Alterações na produção de leite (kg) nos primeiros dias de lactação de vacas leiteiras sadias e com deslocamento de abomaso à esquerda.
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Se o deslocamento de abomaso ocorrer apenas uma vez na propriedade, ou como casos esporádicos, realmente, o problema é de fácil solução, a cirúrgica. No entanto a incidência de deslocamento de abomaso tem sido cada vez maior nas propriedades leiteiras no Brasil, acometendo cada vez um número maior de animais, passando a ser um problema extremamente comum. Essa enfermidade, no início da década de 90, era diagnosticada quase exclusivamente em rebanhos de raças europeias, como a Holandesa e Pardo Suíço, mas, nestes últimos anos, passou a ser relativamente comum a incidência em rebanhos com vacas mestiças de alta produção. Nas propriedades onde é constante o diagnóstico de deslocamento de abomaso, a simples realização da cirurgia não é suficiente para controlar o problema. Nestes casos, outros animais da propriedade estarão propensos a desenvolver a enfermidade, levando a altos custos com procedimentos cirúrgicos, grande queda na produção de leite, nos índices reprodutivos e maior descarte involuntário de animais, diminuindo, assim, a pressão de seleção exercida e os lucros com as vendas de animais aptos a produzir. Nessas propriedades com alta incidência de deslocamento de abomaso, mais importante do que só tratar o problema, é preveni-lo. Para isso, faz-se necessário o entender o seu desenvolvimento e seus fatores predisponentes. O deslocamento de abomaso é uma doença multifatorial, ou seja, possui uma grande quantidade de fatores predisponentes que levam ao seu desenvolvimento. No entanto não é necessário que todas essas causas ocorram ao mesmo tempo para o aparecimento da enfermidade. O pré-requisito mais importante para seu desenvolvimento é a parada total ou parcial da movimentação do abomaso do animal, com posterior distensão por gases. Portanto, qualquer fator que leve à menor movimentação do trato digestivo do animal pode desencadear um processo de deslocamento do abomaso à esquerda. Várias doenças podem levar à diminuição no consumo e, com isso, menor movimentação do trato digestivo, sendo as mais comuns a acidose ruminal www.interural.com
subclínica, a laminite, a hipocalcemia, a mastite, a retenção de placenta, a metrite e a cetose. Um aspecto importante a ser ressaltado em relação aos fatores predisponentes do deslocamento de abomaso é que, mesmo existindo uma série de doenças relacionadas à sua ocorrência, nenhuma bactéria ou vírus é responsável diretamente pelo deslocamento do abomaso. Com isso, pode se concluir que o deslocamento de abomaso não é uma doença contagiosa e que foi introduzida por um novo animal. O problema é do rebanho e de como ele é conduzido. Outra conclusão importante é que toda vez que há grande incidência de deslocamento de abomaso, há algum problema na ingestão de alimentos, o que mostra um erro no manejo da propriedade. Erro que não leva somente ao desenvolvimento do deslocamento de abomaso, mas conduz, principalmente, a menores produções de leite, mesmo que os animais do rebanho tenham potencial de produção elevado. Se o deslocamento de abomaso tem tantos fatores predisponentes, como conseguiremos saber e combater as causas no rebanho? Vamos começar por um dado simples, que nos norteará nas decisões a serem tomadas na sua prevenção. A primeira pergunta a se fa-
zer é: quando as vacas estão apresentando deslocamento de abomaso na propriedade? No início, meio ou fim da lactação? Ou será nas vacas secas? Essas perguntas serão facilmente respondidas com a simples observação e anotação dos dados dos animais enfermos. A grande maioria dos deslocamentos de abomaso ocorre no primeiro mês após o parto, ou seja, no início da lactação (cerca de 85% dos casos nos primeiros 21 dias). A partir dessa informação, podemos concluir que, para prevenir o deslocamento de abomaso, devemos focar nos fatores que irão influenciar o início da lactação, prestando mais atenção no último mês de gestação (vaca seca) e no primeiro mês de lactação. Coincidentemente, todas as doenças listadas como fatores predisponentes também ocorrem neste período. Como o deslocamento de abomaso não está relacionado diretamente a fatores infecciosos, e sim a problemas de ingestão de alimentos, devemos focar em todos os fatores que levam à menor ingestão no período “pré-deslocamento”. Isso significa que, em uma fazenda com grande incidência de deslocamento de abomaso, provavelmente, há erros de manejo no periparto que promoverão o desenvolvimento de várias outras enfermidades e menores produções de leite.
Tabela 1 - Média de dias de lactação da incidência de desordens no pós-parto de 8070 vacas holandesas pluríparas no estado de Nova York (Grohn et al., 1995)
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Ao analisar este período, devese focar em fatores que predisponham à menor ingestão de alimentos, uma vez que o menor consumo está diretamente ligado à motilidade do trato digestivo, e, consequentemente, do abomaso. A ingestão de alimentos no período periparto por si só já é baixa, sendo um dos grandes desafios da bovinocultura de leite moderna. Apesar de ser difícil impedir a queda da ingestão nesse período, alguns pontos devem ser verificados e corrigidos para que se tenha um melhor desempenho animal, como adaptação à dieta, utilização de dietas completas (TMR), densidade nutricional adequada da dieta, frequência de fornecimento de alimento, quantidade de fibra fisicamente efetiva, escore da condição corporal, separação adequada dos lotes e conforto animal. Os termos dieta completa, dieta total, ração completa e “total mixed rations” (TMR) referem-se ao fornecimento de volumosos, concentrados, suplementos proteicos, vitaminas, minerais e outros aditivos em uma mistura única. Os ingredientes devem ser misturados o suficiente para prevenir separação e escolha, sendo a dieta fornecida à vontade aos animais. Este manejo contrasta com um manejo alimentar bastante usual nas propriedades brasileiras, que consiste no fornecimento de concentrado durante a ordenha, geralmente, de acordo com os níveis de produção, ficando o volumoso disponível nos cochos durante todo o dia ou parte deste. Entretanto esta prática apresenta algumas limitações importantes, como a rápida ingestão de alimentos ricos em carboidratos prontamente fermentáveis. A ingestão de alimentos será ainda maior se, além da dieta total, for utilizada a uma maior frequência de arraçoamento dos animais. O aumento na frequência de fornecimento da dieta também evidencia um efeito estabilizador nos parâmetros da ruminais, o que acarreta maior ingestão de alimentos ao longo do dia com seu maior aproveitamento pelo animal. O balanceamento adequado da dieta também tem um papel fundamental no estímulo de consumo dos animais. Apesar de essa observação ser lógica, nem todas as propriedades trabalham com dietas bem balanceadas. 58
Relações entre concentrado e volumoso inadequadas são comuns nos rebanhos brasileiros. Muitas dessas dietas formuladas não apresentam um balanceamento adequado de fibra fisicamente efetiva e carboidratos não fibrosos, o que acarreta acidose subclínica nos animais, podendo promover o deslocamento de abomaso. Como consequência dessas práticas errôneas, tem-se, comumente, marcantes flutuações no ambiente ruminal, com diminuição na ingestão de volumosos por várias horas após o fornecimento de concentrado, mesmo quando forragens frescas são oferecidas. Além disso, as mudanças no ambiente ruminal levam ao desenvolvimento de acidose subclínica, uma doença que predispõe ao deslocamento de abomaso. A determinação da presença de acidose subclínica no rebanho nem sempre é muito fácil de estabelecer, mas este tipo de enfermidade promove uma marcante alteração no leite, a inversão entre as concentrações de gordura e proteína. Portanto, se o rebanho apresentar grande quantidade de deslocamentos de abomaso e a concentração de gordura no leite estiver menor do que a de proteína, estamos na presença de acidose subclínica, mostrando que há problemas na dieta do periparto. Outro ponto importante no balanceamento das dietas é a quantidade de macro e microminerais, bem como vitaminas, que, muitas vezes, são negligenciados pelos técnicos, sendo que as dietas expõem valores inferiores às necessidades dos animais. Em levantamento realizado na região central de Minas Gerais, cerca de 90% das propriedades analisadas não apresentavam balanceamento correto de selênio e vitamina E, nutrientes essenciais para o bom funcionamento do sistema imune. Essas propriedades também não se preocupavam com o balanço cátion-aniônico da dieta, uma ação importante na prevenção da retenção de placenta e hipocalcemia (síndrome da vaca deitada), fatores predisponentes do deslocamento de abomaso. Rebanhos que registram alta incidência de deslocamento de abomaso juntamente com um número elevado de casos de retenção de placenta e hipocalcemia, podem apresentar falhas no manejo ali-
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mentar das vacas no pré-parto. Nesse caso, a correção não seria relacionada ao uso de concentrados, mais, sim, em uma mistura mineral adequada para suprir as necessidades do animal em cada fase de seu ciclo produtivo. Outro ponto, de mais fácil observação, que desempenha um papel importante na ingestão de alimentos em vacas no início de lactação, é o escore de condição corporal. Vacas muito gordas (escore corporal >4, em uma escala de 1 a 5) possuem menor apetite quando comparado a vacas com condição corporal moderada (escore corporal entre 3 e 4, em uma escala de 1 a 5). Essa menor ingestão ocorre mesmo que todos os fatores relatados anteriormente estejam ajustados. Vacas, normalmente, chegam ao momento do parto com escore elevado por dois motivos principais: problemas reprodutivos, que proporcionaram um período seco muito longo ou dietas muito ricas em energia no final da lactação. Nesses dois casos, a correção do problema não será realizada no periparto, sendo que a tentativa de emagrecer as vacas nesse período se tornam desastrosas, aumentando ainda mais a incidência de deslocamento de abomaso no pós-parto. As medidas de controle devem ser tomadas por meio de um monitoramento simples de escore de condição corporal e ajuste da dieta. Devido a todos os fatores apresentados, a elevada incidência de deslocamento de abomaso em uma propriedade leiteira não significa apenas um animal doente, mas, sim, uma fazenda doente, que necessita de maiores atenções na dieta e no manejo nutricional. www.interural.com
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PECUÁRIA
Corte
Inclusão de gordura na dieta de bovinos de corte André Alves de Souza - Dr. Nutrição e Produção Animal - Consultoria/Extensão - Campo Grande/MS
A
utilização de gorduras na dieta de bovinos de corte apresenta diversas vantagens, como o aumento na densidade energética e a diminuição no incremento calórico, porém podendo levar à queda na digestão de fibras e no consumo voluntário, fatos extremamente indesejáveis no processo de produção. Outro ponto importante na inclusão de gorduras na dieta de bovinos seria o fornecimento de ácidos graxos específicos para determinados processos metabólicos, como a reprodução e a composição da gordura da carcaça. A alteração da composição de gordura das carcaças, visando a um perfil de ácidos graxos mais favoráveis à saúde humana, com certeza, será um grande diferencial para agregar valor ao “produto carne vermelha”.
Foto 1 - Nematóide auricular Rhabditis spp.. Material coletado com o auxílio de swab de animal com otite parasitária.
Óleos vegetais A inclusão de óleos vegetais pode ser feita na forma protegida ou livre, podendo levar a alterações no ambiente ruminal, apresentando níveis de biohidrogenação de 50 e 85%, respectivamente. Menores porcentagens de ácidos graxos saturados são encontrados em tecido adiposo de animais alimentados com 5% de óleo de girassol. Essa mudança, provavelmente, ocorra devido à menor quantidade de ácido palmítico no óleo de girassol. Gillis et al. (2001) observaram aumento das concentrações de oleico e linoleico na gordura subcutânea e interna, com a inclusão de 6% de óleo de girassol na dieta, porém não observaram diferença na composição da gordura de marmorização. Andrae 60
et al. (2001) notaram aumento do marmoreio, com aumento de 42 para 72% de carcaças classificadas como “choice”, com a substituição do milho convencional por milho “alto óleo” (2x mais óleo que o milho convencional). Caroço de algodão O caroço de algodão apresenta grande quantidade de óleo e, portanto, alta densidade energética. Além disso, evidencia uma boa atividade de fibra, estimulando os processos de ruminação. Algumas alterações nas características da carcaça, como a composição do tecido adiposo, foram observadas com a utilização de caroço de algodão para bovinos de corte em confinamento.
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Outros ingredientes da dieta também podem alterar o perfil de ácidos graxos da gordura dos bovinos, promovendo um aumento na quantidade de ácidos graxos saturados. A composição do tecido adiposo de bovinos também vai alterar-se devido à raça, ao sexo, ao peso de abate, à idade e às condições ambientais. A presença de maior quantidade de ácidos graxos saturados na gordura de bovinos vai levar ao “endurecimento” da gordura da carcaça, provocando problemas na industrialização e aumento na ingestão de gorduras saturadas pelos consumidores. Autoridades da saúde recomendam uma menor ingestão de gorduras saturadas, em razão dos problemas de saúde relacionados ao excesso de inwww.interural.com
gestão de alimentos com essa característica. Segundo Yang et al. (1999), a maior saturação da gordura de bovinos se deve, principalmente, à menor formação de ácidos graxos insaturados endógeno. Nos bovinos, a insaturação de ácidos graxos vai ocorrer pela ação das dessaturases, enzimas presentes no fígado, intestinos e tecido adiposo, sendo mais ativas no tecido adiposo no caso dos ruminantes. Yang et al. (1999), trabalhando com animais ½ sangue Angus a pasto e com diferentes períodos de confinamento com 5% de caroço de algodão, observaram alterações no perfil de ácidos graxos nos diferentes tratamentos, com maior saturação na gordura dos animais confinados em relação aos animais em pastejo. As avaliações foram feitas no tecido adiposo subcutâneo dos animais, na porção correspondente ao músculo Longissimus dorsi. Animais a pasto apresentam maior quantidade total de ácidos graxos insaturados, menor quantidade total de saturados, resultando em uma menor relação saturados/insaturados. Não há variação entre diferentes períodos de confinamento. A maior quantidade de insaturados nos animais a pasto se deve à maior atividade (60-85%) da delta 9 dessaturase, proporcionando maior quantidade dos ácidos graxos C16:1, C18:1c9 e C18:3. Não foram observadas diferenças na atividade da delta 9 dessaturase para os diferentes períodos de confinamento. O fornecimento de caroço de algodão promoveu um aumento na quantidade de 18:2, e uma diminuição nos monoinsaturados, principalmente, 18:1c9. Essas
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alterações foram, provavelmente, decorrentes da diminuição na atividade da enzima delta 9 dessaturase.
rados no tecido de bovinos de corte tratados com esses alimentos. Gordura protegida
Milho Alto Óleo Com a proibição de utilização de produtos de origem animal na formulação de rações para ruminantes, os cultivares de milho selecionados para altos teores de óleo passaram a ser uma boa alternativa para aumentar a densidade energética da dieta de bovinos confinados. Cultivares de milho selecionados para altos níveis de óleo apresentam 7-8% de extrato etéreo, aproximadamente, o dobro dos cultivares de milho tradicionais. A substituição do milho comum (MC) por milho alto óleo (MO) nas dietas vai proporcionar aumento da densidade energética e das quantidades de ácidos graxos insaturados na dieta. A película externa das sementes oleaginosas protege fisicamente os lipídeos da biohidrogenação ruminal, sendo esta a provável razão do aumento da deposição de ácidos graxos insatu-
A inclusão de gordura protegida em até 6% da dieta não registrou alterações em relação ao ambiente ruminal. Tal inclusão leva ao aumento da densidade energética da dieta, podendo elevar o desempenho e a composição da carcaça produzida. Gillis et al. (2001) observaram aumentos da quantidade de ácido linoleico na gordura de marmoreio, com a inclusão de óleo de açafrão, após 56 dias de alimentação. Os resultados de pesquisas expostos acima mostram-nos a possibilidade de manipulação da quantidade e do perfil de ácidos graxos do tecido adiposo de bovinos de corte, por meio da alteração de características da dieta. Esse fato vai permitir a produção de cortes cárneos diferenciados, e com características desejáveis à saúde humana, de acordo com a exigência dos consumidores.
Referências bibliográficas:
ANDRAE, J.G.; DUCKETT, S.K.; HUNT, C.W.; PRITCHARD, G.T.; OWENS, F.N. Effects of feeding high-oil corn to beef steers on carcass characteristics and meat quality. J. Anim. Sci., v.79, p. 582-588, 2001. GILLIS, M.H.; DUCKETT, S.K.; SACKMANN, J.R. Effects of supplemental rumen- protect conjugated linoleic acid or corn oil on fatty acid composition of adipose tissues in beef cattle. J. Anmi. Sci., v. 82, 14191427, 2004. TAYLOR, R.E.; FIELD, T.G. Beef production and management decisions, New Jersey, Prentice Hall, ed. 4, 2005. YANG, A.; LARSEN, T.W.; SMITH, S.B.; TUME, R.K. Delta 9 desaturase activity in bovine subcutaneous adipose tissue of different fatty acid composition. Lipids, v. 34, p. 971-978, 1999.
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Tropical
Tropica Genética, a melhor seleção para o futuro da genética superior
A
Tropical Genética surgiu da união de duas grandes empresas do agronegócio, Gama Pecuária e Curicaca Agropecuária, bem conceituadas pelo relevante melhoramento genético nas raças Gir Leiteiro e Girolando e pela expressiva produção leiteira proveniente de um rebanho altamente qualificado geneticamente. A missão da empresa é “vender a melhor genética e serviços de reprodução bovina, com alta tecnologia e sustentabilidade.” Fortalecendo a genética de alto nível das raças por meio de um banco genético de excelentes doadoras, ela também possui uma Central de receptoras com mais de dois mil animais rigorosamente selecionados, vacinados e tratados com todo critério para o desenvolvimento genético. Sua estrutura está preparada para oferecer todo suporte interno necessário nas técnicas de fertilização in vitro e transferência de embriões, além do suporte externo, como os 700 hectares de pastagem de alta qualidade, culturas para a suplementação animal na entressafra, adubação química e orgânica dos piquetes e disponibilização de sombra e água e minerais. Tudo isso para levar até o cliente toda a qualidade dos serviços e segurança nos processos reprodutivos realizados pela Tropical Genética. Entre os diversos serviços oferecidos pela empresa estão a assessoria em tratamentos reprodutivos, acompanhamento do processo reprodutivo, avaliação, sincronização e diagnóstico das receptoras, transferência de embriões, sexagem fetal, prenhez em receptoras de clientes, exames laboratoriais, inovulações, TE convencionais e hospedagem de doadores. Dentro do mix de serviços da empresa está a Tropical Leite, produtora de leite em dois sistemas. Um deles se dedica especialmente ao rebanho Girolando voltado para produção de leite e de sólidos. A Tropical também valoriza os sistema mamário e o aparelho locomotor, principais responsáveis pela longevidade. O outro sistema se dedica à criação da raça de Gir Leiteira. Os princípios de sele62
ção que norteiam a produção de leite de ambas as raças são produção, sólidos, úbere, pernas e pés e longevidade. Um dos pontos de maior destaque no trabalho da Tropical Genética é o alto valor genético das suas doadoras. Isso é fruto da utilização de reprodutores Gir Leiteiro e Girolando avaliados em testes da Embrapa/ABCGil. A alta seletividade genética dessas doadoras lhes confere lugar de destaque nacional em suas apresentações. Grande parte delas é constantemente premiada em pistas de julgamento dos mais conceituados eventos nacionais.
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Os serviços da Tropical Genética estão à disposição para as mais diversas raças de gado do país, tanto de leite como de corte. Profissionais altamente capacitados nas técnicas utilizadas garantem a qualidade no atendimento e no desenvolvimento dos processos. Tanta seletividade, controles de qualidade e aprimoramento das técnicas e profissionais geram resultados seguros, positivos e efetivos que chegam aos clientes e que refletem na qualidade do investimento feito no melhoramento contínuo da genética bovina.
Castanha TE MAMJ 29
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BRAHMAN
Brahman
Melhor tratador da ExpoZebu atua com a raça Brahman
C
onhecida por ser dócil, a raça Brahman se destacou também durante a ExpoZebu, no momento da premiação dos melhores tratadores da feira. O primeiro colocado, na premiação organizada pela ABCZ, atua com a raça desde 2002. Trata-se de Elisângelo Ricardo Pereira de Almeida, profissional da fazenda Lince, de propriedade do criador Cesar Tomé Garetti, onde trabalha há quatro anos. Elisângelo foi premiado com um cheque no valor de R$ 2.000,00, em decorrência de sua atuação profissional durante a exposição. “Acredito que fui premiado devido ao esforço e também pelo carinho que sinto pelos animais. Sei que muitos outros tratadores mereciam ganhar o primeiro lugar, mas isso depende do esforço de cada um. Eu me esforcei, e o trabalho foi reconhecido pelos avaliadores”, conta Elisângelo. 64
Outro tratador da raça Brahman, Tiago Felipe Rodrigues Moura, também se destacou na premiação entre os 20 melhores profissionais da feira. Já o melhor apresentador da feira, Geraldo Magela (Torresmo), também é um profissional que atua com a raça Brahman. Na categoria melhor tratador por raça, Paulo Cesar Garcia foi o destaque do Brahman. Para a escolha dos melhores profissionais, a entidade selecionou avaliadores que ficaram responsáveis por conferir diariamente a limpeza dos pavilhões, o manejo racional para com os animais, além de apresentação dentro e fora da pista de julgamento, higiene pessoal, comportamento e relacionamento com o público. Os tratadores também foram avaliados quanto à participação nas atividades e palestras propostas pela ABCZ e aprendizado sobre sustentabilidade.
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Curso de doma e apresentação de bovinos de pista Entre os dias 2 e 7 de agosto acontece, na fazenda Querença, em Uberaba (MG), o Curso de Doma e Apresentação de Bovinos de Pista, ministrado pelo professor Nilson Dornelas. O curso consiste, basicamente, em domar um animal xucro até ser apresentado com sintonia entre apresentador e apresentado. Mais informações no site www.abcz.com.br
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Brahman mostra qualidade na pista da ExpoZebu Os criadores de Brahman de todo o país estiveram atentos à pista de julgamento do Parque Fernando Costa, entre os dias 03 e 08 de maio, quando, então, foram conhecidos os grandes campeões da ExpoZebu 2010, em Uberaba/MG. Ao todo, foram julgados 461 exemplares. A Grande Campeã da feira foi CABR DHIFALLA 899, do expositor Paulo de Castro Marques. O Grande Campeão foi BEER TINAJAS POI 636, da Interpar Emprend. Particip. Ltda. O melhor expositor da feira foi Paulo de Castro Marques e o Melhor Criador foi a Agropecuária Leopoldino Ltda.
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BRAHMAN 66
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BRAHMAN
Brahman
NASCE EM UBERLÂNDIA UMA RARIDADE GENÉTICA Uberbrahman apresenta resultados positivos
O
s criadores da raça Brahman tem mais um motivo para comemorar. Nasceu em Uberlândia, na fazenda Morro Alto, o Mr. UBER POI 453, um futuro reprodutor, que representa um grande avanço da seleção Uberbrahman. Ele é fruto de duas gerações de acasalamentos dirigidos com a utilização do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ), avaliações de carcaça por ultrassom, provas zootécnicas e da avaliação de marcadores moleculares Igenity, além de análises visuais realizadas por técnicos reconhecidos pelo mercado. O animal se destaca por suas características. Sua conformação própria para a idade é excelente. Animais com os escores para maciez de carne e Consumo Alimentar Residual (CAR) como do 453 ainda são poucos na lista dos testados pelo mundo afora. Só isso é um grande diferencial para esse macho com a marca Uberbrahman. Mr. UBER 453 é filho de ‘Touro Campeão de Prova’ e tem
bagagem própria e de família para ser um reprodutor que aumenta mais o ‘salto genético’ nos rebanhos que o usarem. Trabalhamos no Brahman para produzir e repartir a genética como a dele. Os nossos touros já comercializados e os que mantivemos na fazenda são vestidos de
nossa inquietação em ajudar o Brasil a melhorar ainda mais a sua produção de carne, na quantidade e, especialmente, na qualidade, visto que o nosso país já é o maior exportador do produto no mundo”, enfatizou Carlos Balbino, um dos titulares da UberBrahman.
Bramistas prestigiam lançamento do Congresso Mundial Brahmistas de todo o Brasil estiveram presentes no estande da ACBB, durante a Expozebu 2010, para comemorarem juntos o lançamento oficial do XV Congresso Mundial das Raças Zebuínas. Na oportunidade, o presidente da ABCZ, José Olavo Borges Mendes, junto de sua diretoria, reiterou o compromisso da entidade em colaborar com a Associação dos Criadores de Brahman do Brasil para que o evento seja um sucesso. O congresso será realizado, pela primeira vez, no Brasil, entre os dias 17 e 24 de outubro.
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OVINOS
Produção
Quais animais trarão maiores benefícios ao seu rebanho? Bruno Fernandes Sales Santos, Zootecnista - Msc. Nutrição e Produção Animal - UNESP - Botucatu e diretor Áries Reprodução e Melhoramento Genético Ovino Ltda.
O
presente artigo irá abordar o tema Valores Genéticos (VG) e Diferença Esperada na Progênie (DEP), que são as principais ferramentas utilizadas no processo de seleção e melhoramento genético. É importante para os envolvidos na cadeia de produção de ovinos, no Brasil, que estas ferramentas sejam mais bem utilizadas e que se tornem populares entre criadores e técnicos, a fim de, realmente, podermos vivenciar uma grande evolução em nossa atividade. Conforme discutido nos artigos anteriores, o processo de seleção envolve diversos passos e rotinas, que devem ser seguidas a fim de se obter os resultados esperados, ou seja, identificar os indivíduos que registrem o melhor desempenho produtivo na propriedade rural e multiplicá-los. De maneira geral, os passos principais seriam: * Expor o rebanho às condições ambientais (clima, manejo, pastagens, nutrição, desafios sanitários e etc.) que possibilitem ao rebanho expressar o potencial produtivo desejado. * Armazenar informações de desempenho (pesagens, medidas de ultra-som, OPG e outros) e parentesco (fichas de nascimento) do rebanho, de maneira a proporcionar a obtenção dos índices de produtividade do plantel e permitir acessar informações individuais de todos os animais. Vale ressaltar a importância da identificação dos animais do rebanho (brincos, colares, numeração na lã, tatuagem, EID etc.). 70
* Ajustar as informações armazenadas em relação aos fatores ambientais, organizar os dados obtidos, predizer o valor genético para todos os indivíduos do rebanho e, finalmente, selecionar os animais que têm condição de elevar o potencial produtivo do plantel e incorporá-los a este. Ao longo deste artigo, discutiremos os aspectos fundamentais na predição ou no processo de determinação do valor genético e DEPs (diferença esperada na progênie) dos indivíduos e os fatores que influenciam a capacidade de animais mantidos em condições semelhantes apresentarem resultados distintos. A introdução de animais com potencial produtivo elevado pode resultar em excelentes resultados econômicos para o produtor, porém a introdução de genes desfavoráveis, ou que reduzam o potencial produtivo do plantel, pode acarretar em prejuízos severos que, muitas vezes, serão percebidos tarde demais. Tais ferramentas são importantes, pois nos permitem identificar os animais com maior mérito genético e não aqueles que simplesmente apresentam bom desempenho devido ao fato de receberem um bom manejo ou uma alimentação privilegiada.
observado nos animais, mas, sim, uma combinação das influências genéticas, ambientais e do desempenho. VGs são uma estimativa do componente genético (G) do desempenho observado, expresso da seguinte maneira: a) - Performance do animal (Fenótipo); b) - Genes do animal (Genótipo) = VG; c) - Environment ou Ambiente ou ainda o Manejo ao qual o animal é submetido. O valor genético é a estimativa do mérito real (G) dos pais e do potencial produtivo da próxima geração ou o valor de um animal como matriz, reprodutor ou pais das gerações futuras, dentro de um rebanho, grupo de rebanhos ou raça. Em geral, VG é uma predição do potencial produtivo da próxima geração. Estes são expressos em forma de desvios + ou – no desempenho em relação à média do rebanho para cada característica. Para algumas características, é desejável que se obtenham VGs negativos, como resistência parasitária (OPG), cobertura de gordura em algumas situações (GOR) e idade para atingir 35 kg de peso vivo (I35). O exemplo seguinte ajuda a exemplificar como VG funciona (Figura 1).
Valores Genéticos (VG) e Diferença Esperada na Progênie (DEP) Valor Genético é a mais eficiente e efetiva forma de selecionar os melhores pais das gerações futuras. Estes valores não são os resultados únicos do desempenho
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cópias dos mesmos genes originados de seus progenitores. Para a obtenção de tais resultados, são empregadas ferramentas estatísticas específicas e programas computacionais complexos, que, após ajuste das informações obtidas na propriedade, passam a considerar os animais os mais semelhantes possíveis e recorrem a informações das seguintes categorias para gerar a informação necessária:
Figura 1. VG - Valor Genético. A variação devida à ação dos genes no desempenho entre os animais para cada característica, excluindo-se os efeitos ambientais (manejo nutricional, clima etc.), é chamada de herdabilidade. O valor da herdabilidade varia entre 0 e 1, por exemplo, o valor h2 = 0,5 para uma determinada característica demonstra que 50% da variação podem ser explicados pela ação dos genes e 50% pela influência dos fatores ambientais. Altamente relacionado ao conceito de herdabilidade, está o conceito de Valor Genético (VG) dos indivíduos. A DEP é a predição do mérito genético aditivo de um animal. Na prática, seria a diferença esperada no desempenho da progênie de determinado animal em relação à média do rebanho (DEP = VG ÷ 2). Outro importante conceito é o de acurácia de seleção, que é a correlação entre o “valor genético real” dos pais e os VG estimados. Para a determinação da acurácia, são considerados a herdabilidade da característica, as relações de parentesco entre os animais avaliados e o número de informações (dados) analisadas. Quando a herdabilidade é baixa (abaixo de 0,15), o desempenho do animal, por si só, pode ser insuficiente para uma alta precisão, assim, as informações dos parentes, meio-irmãos, e essencialmente da progênie, podem ser utilizadas para aumentarem a acurácia de seleção. Isto só é possível porque animais com relação de parentesco possuem www.interural.com
* Informações do próprio animal; * Informações de seus antepassados (pais, avós, bisavós etc.); * Informações de irmãos inteiros e meio-irmãos; * Informações de seus filhos; * Todos os parentes; * Combinação entre todas as classes de parentesco descritas acima. Podemos estabelecer a analogia entre a predição do valor genético estimado do animal com um quebra cabeça, em que cada peça deste
poderia ser comparada a uma pesagem, ou OPG, ou informação do nascimento de um determinado indivíduo ou de seus parentes. Assim, quanto mais peças estão disponíveis, mais fácil é a visualização da imagem ou mais precisa é a informação a respeito do mérito genético de um indivíduo ou população. BLUP (Best Linear Unbiased Prediction) é a ferramenta estatística que distingue o componente genético dos fatores ambientais (manejo, alimentação, clima etc.) e gera informações acuradas do mérito genético de um animal. o BLUP reconhece as relações de parentesco entre animais e o seu desempenho, por meio das gerações e, desta maneira, estabelece os valores genéticos para diferentes características. A figura 2 ilustra, de maneira simplificada, a expectativa de evolução ou involução genética de um rebanho, à medida que as ferramentas de seleção são utilizadas. No exemplo a seguir PD = Peso ao Desmame (kg).
Figura 2. PD = Peso ao Desmame (kg). O exemplo a seguir (Figura 3) ilustra os efeitos práticos da utilização de animais com base em informações técnicas. Nele PD = Peso ao Desmame (kg); NCN = Número de Cordeiros Nascidos (crias); GPD Pós
= Ganho de Peso Diário Pós Desmame (g/dia). Considerar, inicialmente, reprodutores A, B e C no momento da aquisição. Qual dos animais traria maiores benefícios ao rebanho?
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OVINOS Figura 3. PD = Peso ao Desmame (kg); NCN = Número de Cordeiros Nascidos (crias); GPD Pós = Ganho de Peso Diário Pós Desmame (g/dia). Levar em conta, então, que o proprietário forneceu o seguinte quadro de informações. Neste caso, qual animal seria melhor? (Figura 4).
Figura 4. Quadro de informações. Neste caso a solução seria efetuar os seguintes cálculos com base nos preços de mercado e ao número de fêmeas a serem submetidas ao carneiro que será adquirido.
Figura 5. Quadro explicativo de cálculo comparativo de fêmeas submetidas ao reprodutor. O resultado possibilita definir o melhor carneiro como o animal B, pois, sendo utilizado em apenas 25 fêmeas, ele poderia gerar um retorno econômico de R$ 603,46. O exercício pode ser feito para qualquer característica ou qualquer animal. Apenas é fundamental possuir a informação. 72
Tal prática vem sendo realizada há décadas nos países de ovinocultura estruturada e desenvolvida. Este trabalho é de longo prazo e os resultados obtidos são permanentes, assim, exige compreensão do processo e comprometimento. Programas de melhoramento genético, geralmente,
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resultam em pequenas e cumulativas transformações na eficiência de produção. Quando essas benéficas transformações são combinadas com a melhoria nos aspectos de sanidade e nutrição dos animais, os resultados podem ser espetaculares. Em ovinos, o melhoramento genético pode ser rapidamente difundido por meio de toda a cadeia. As pequenas e cumulativas respostas à seleção adequada realizada nos rebanhos de animais puros ou “elite” podem ser difundidas para os rebanhos comerciais por intermédio dos reprodutores, atingindo, assim, milhares de cordeiros de abate e, consequentemente o consumidor final. Programas de seleção e melhoramento genético são uma das formas mais poderosas e eficientes, sob os aspectos técnicos e socioeconômicos, de elevar a produtividade de uma atividade de produção animal em pleno desenvolvimento, como a ovinocultura brasileira. Além disso, os custos deste tipo de tecnologia são relativamente baixos, considerandose a longevidade das melhorias e o impacto econômico promovido na cadeia. www.interural.com
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NEGÓCIOS
Selo Verde
S
Selo Verde
elo verde é o nome dado à rotulagem ambiental, que serve para certificar a adequação de determinado produto ou serviço em seu processo produtivo e ao uso a que se destina. Mediante a rotulagem ambiental é realizada comunicação ao mercado sobre os aspectos ambientalmente sustentáveis do produto ou do serviço, com o objetivo de diferenciá-los de outros artigos similares. Essa comunicação é materializada por símbolos, marcas, textos ou gráficos, que distinguem o bem produzido e informa os consumidores ou usuários sobre as características sustentáveis e benéficas que o produto ou serviço contém, podendo influenciar o comportamento do consumidor em suas escolhas. Pesquisas revelam que o consumidor está mais atento às questões ambientais e por elas são influenciados ao realizar suas aquisições. Neste cenário, a partir do final da década de 1970 intensificou-se o uso de selos. O mais antigo deles, o Blue Angels, foi criado em 1978, pelo Ministério do Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear alemão, e, atualmente, abrange mais de 3.700 produtos e serviços em 80 categorias. Por iniciativa privada, em 1989 foi criado nos Estados Unidos o Green Seal, traçando parâmetros ambientais e de educação ambiental aos usuários de produtos e serviços. Com abrangência transnacional, a União Europeia concebeu, em 1992, o Ecolabel, que passou a ser exigido nos produtos importados na zona do euro. No Brasil, o selo verde passou a ser adotado na década de 1990, com os alimentos orgânicos e com produtos florestais, especialmente a madeira. O
mercado internacional influenciou a adoção dos selos na produção brasileira de bens e serviços. Diante da pressão internacional por padrões de qualidade e conformidade ambiental, só havia uma escolha para aqueles que estivessem interessados no comércio exterior: aderir aos selos verdes, o que indica a adoção de práticas sustentáveis. É o que se vê com o Forest Stewardship Council (FSC), que certifica 1/3 das florestas, naturais ou plantadas, em todo o mundo. Embora criado em 1990, chegou ao Brasil apenas em 2002, e é responsável por quase toda a certificação voltada à exportação. Em termos ambientais, o selo verde transmite a mensagem de que o produto foi desenvolvido sob padrões de conformidade socioambiental em toda a sua cadeia produtiva, tais como a regular extração de matéria-prima pelo produtor ou por seus parceiros, ou ainda o uso de material reciclado; a biodegradabilidade do produto; a retornabilidade da embalagem ou informes do seu descarte adequado; a eficiência energética; o cumprimento da legislação; a formalidade da mão de obra envolvida na produção; a regularidade da área produtiva, como o pasto ou área agrícola, onde o bem foi produzido; a produção ou o uso do produto com redução das emissões de carbono, entre outras práticas sustentáveis. O empreendedor não está obrigado a obter o selo verde, já que a rotulagem ambiental se enquadra nas normas voluntárias de conduta. Contudo, cada vez mais o mercado tem exigido a adesão dos produtores e prestadores a padrões de sustentabilidade. O grande problema da ausência de regulamentaçaõ legal é a proliferação de entidades certificadoras carentes de
isenção e autonomia, pois tutelam os interesses a que estão vinculadas, nem sempre atrelados às questões ambientais. No âmbito internacional, essa livre certificação carecia de acreditação, especialmente para evitar o oportunismo dos selos, que eram livremente criados por associações e entes interessados. A fim de estabelecer regras e padrões, para o adequado uso dos selos ambientais em nível mundial, a Organização Internacional de Normalização (ISO) desenvolveu normas para a rotulagem ambiental. No Brasil, a representação da ISO é realizada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e o principal programa brasileiro de rotulagem ambiental é o selo do segmento ISO 14000, que afere o sistema de gestão ambiental, estando em vias de implantação a certificação ISO 26000, que contemplará temas de direitos humanos, práticas de trabalho, meio ambiente, governança e da implementação da responsabilidade social nas organizações. A rotulagem ambiental realiza importante papel no comércio exterior brasileiro, e a certificação ambiental abre às empresas brasileiras maiores oportunidades no mercado internacional, já que reduz barreiras às exportações dos produtos nacionais. A obtenção do selo verde confere vantagem competitiva, e convém que seja assimilada de forma estratégica pelo empreendedor, especialmente para a conquista de novos mercados, fidelização do cliente e longevidade da atividade produtiva, em harmonia com o meio ambiente, ecologicamente equilibrado. (Para maiores informações, contate Fialdini Advogados – www.fialdiniadv.com.br)
ÁREAS DE ATUAÇÃO AMBIENTAL Contratos - Societário - Investimento Internacional Administrativo - Bancário - Proprietário Intelectual Tributário - Civil - Trabalhista - Imobiliário Consumidor - Securitário - Solução de Controvérsias Regulatório - Medicamentos Av. Brig. Faria Lima 1478, 19º andar, cj.1909 a 1916 CEP 01451-001 São Paulo/SP - Brasil Tel.: 55 (11) 3097-9991 | Fax: 55 |(11) 3097-9903 InteRural - Revista do Agronegócio Junho 2010 fialdiniadv.com.br fialdiniadv@fialdiniadv.com.br
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ESPAÇO GOURMET INTERURAL
Faz. Medalha Milagrosa
Picanha na Chapa Ingredientes
1 peça de picanha bovina 3 tomates picados
100 gramas de fatias de mussarela 100 gramas de fatias de chedder 1 pimentão (amarelo) 1 cebola fatiada Cenoura Batata Palha Mandioca cozida
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Preparo - Pique a peça de picanha, tempere a gosto e deixe-a descansar por trinta minutos; - Pegue uma chapa, coloque um pouquinho de óleo, deixe esquentar por 2 minutos e despeje, nela, a porção de picanha; - Deixe a picanha cozinhar; - Quando a picanha começar a fritar, acrescente o tomate, o pimentão, a cenoura, a cebola e misture; - Quando a picanha estiver bem corada, acrescente as fatias de mussarela por cima da mistura e depois acrescente as fatias de chedder, ficando estes queijos derretidos e entremeados na mistura; - Desligue o fogo; - Coloque batata palha a gosto por cima da receita; -Coloque pedaços de mandioca cozida em volta da receita.
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O Espaço Gourmet desta edição visitou a Fazenda Medalha Milagrosa no município do Prata-MG. O pecuarista Eire Enio Freitas e sua família nos receberam juntamente com vários parceiros e amigos para saborear uma deliciosa picanha na chapa. Na oportunidade, Gustavo, filho de Eire Enio, apresentou aos convidados alguns dos principais animais da propriedade. Dentre eles, Ema, uma Girolando 3/4, que está em sua 5.ª lactação. Ema produziu 16.908 kg em 366 dias. Outro destaque foi Ramona, um animal 3/8, que já está na sua 3.ª lactação, mas na segunda, com 389 dias, produziu 13.180 kg, atingindo um pico de 51.7 kg. Maravilha também esteve presente no evento. Maravilha é um animal 1/2 sangue, que, em sua 6ª lactação, produziu 9.446 kg. A Medalha Milagrosa tem uma seleção de Girolando de mais de 10 anos e se destaca pelos excelentes animais e a genética acumulada durante esses anos. Prova disso são as recentes aquisições da propriedade. Erie Enio comprou, do grupo Ma Shou Tao, o animal 1/4 Opala Lama Preta, uma das principais doadoras do grupo. Opala é filha de Brilhante TE da Silvânia com Lama Preta Ideológica e está prenha do Megaton, com previsão para parto para 13/09/2010. Outra aquisição foi Calha Castelo Boa Fé, um animal ½ sangue, filha do Castelo da Kubera com Calamby Tuiana Bonanza, uma doadora com excelente combinação de alta produção de leite e com ótimo sistema mamário. Calha está prenha do Jammer, com previsão de parto para 27/09/2010. Para completar a seleção de recentes aquisições, a Medalha Milagrosa comprou a Celebridade, uma novilha 1/2 sangue filha de A.C.B. Highlight Páscoa com Ca Sansão. Celebridade está prenha do Intel, com previsão de parto para 12/11/2010. Após a apresentação dos animais, todos apreciaram a picanha e aproveitaram para trocar informações e rever os amigos. A InteRural agradece o convite e espera voltar em breve à propriedade dos amigos. www.interural.com
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EVENTOS
Cooprata
4ª Semana de Agronegócios da Cooprata
20 milhões em vendas realizadas
Em maio, foi levada a efeito, na cidade de Prata-MG, a 4ª Semana de Agronegócios da Cooperativa dos Produtores Rurais de Prata (Cooprata). A Cooperativa abriu as portas e estendeu o conceito da palavra cooperativismo. Os associados, juntamente com os conselhos fiscal e administrativo e diretoria, proporcionaram a realização desse 78
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grande evento, que mobilizou não só a cidade do Prata, mas toda a região. Fazendo parte da programação, foram oferecidos: Dia de Campo, Leilão, Cursos para jovens e mulheres cooperativistas, comercialização de insumos Cooprata e de produtos das empresas patrocinadoras, encontro das cooperativas mineiras, desfile, shows, enfim, eventos que demonstraram a amplitude da semana. A cada ano, a feira vai demonstrando um grande crescimento. Na 1ª Semana de Agronegócios, em 2007, tínhamos 6 parceiros, em 2008, 16, em 2009, 34 parceiros e, este ano, na 4ª Semana de Agronegócios, fechamos com 51 parceiros expositores. Atualmente, a Cooprata conta com 850 associados. Durante os quatro dias do evento, cerca de 20 mil pessoas prestigiaram as atividades. O resultado não poderia ser melhor. O movimento em negócios foi de cerca de 20 milhões de reais, superando a previsão inicial. Na parte de venda de animais, a comercialização foi de, aproximadamente, 450 mil reais. O leilão Tropical Leite, que foi um evento inédito nessa edição, atraiu compradores de Prata e de outras regiões, registrando uma média de 500 mil reais. A diretoria da Cooprata, nas pessoas de Adelino José Pereira Neto e João Batista de Queiroz, agradece a todos os parceiros do evento, participantes, convidados, expositores, conselhos, comunidades, colaboradores e todos os participantes diretos e indiretos que contribuíram para esse extraordinário evento. www.interural.com
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EVENTOS
Expo Goiânia
65º Exposição Agropecuária de Goiânia A 65ª Exposição Agropecuária de Goiânia foi realizada entre os dias 15 e 30 de maio de 2010. A feira é considerada uma das melhores da região centrooeste. O Parque Pedro Ludovico Teixeira, localizado próximo ao centro da cidade, recebe visitantes de todas as partes do país. Por ser realizada na capital do estado, a exposição tem uma grande força política e muitos assuntos de interesses nacionais são debatidos durante o evento. Na abertura, o presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), Luiz Humberto de Oliveira Guimarães, destacou a importância do estado no cenário econômico nacional ao dar por instalada a mostra agropecuária. “Ocupamos o 9° lugar entre os Estados mais desenvolvidos”, observou. O presidente da SGPA informou que o evento tem sido a porta para a realização de grandes negócios e importante canal de divulgação de inovações para o setor. “É a segunda em negociações e a segunda maior exposição ranqueada da raça Nelore do País”, acrescentou. Cerca de 4 mil animais de várias raças ficaram expostos, demonstrando um alto padrão de qualidade da pecuária nacional. A previsão dos organizadores é movimentar cerca de 50 milhões de reais em todos os negócios da feira. A revista InteRural esteve em Goiânia e acompanhou a realização de muitos eventos, como, por exemplo, o julgamento dos animais raça Tabapuã. Nessa modalidade, foram expostos cerca de 200 animais de criadores de MG, SP, PA, TO e GO. De acordo com o presidente da associação goiana do tabapuã (AGT), Francisco Medeiros, a cada ano, a raça ganha mais espaço entre os criadores, e a tendência é melhorar no ranking entre as raças zebuínas. Ainda segundo Francisco Medeiros, com a utilização da genética, o Tabapuã chega ao ponto de abate em dois anos e meio com resul80
tado de carcaça de 55%, um excelente rendimento. Milhares de pessoas passaram pelo tatersal para acompanhar as provas. Mas quem vai a Goiânia percebe que um dos pontos fortes da exposição é a parte cultural com realização dos shows artísticos. A música tem grande impacto na atração das pessoas, uma vez que o estado tem tradição de revelar artistas, principalmente do gênero sertanejo. A área reservada para os shows fica lotada todos os dias. Pela estimativa dos organizadores, aproximadamente, 700 mil pessoas passaram pelo parque durante a exposição. Para melhorar o conforto de quem visita e participa da exposição, Goiânia vai ganhar um novo parque. Durante o evento, foi apresentada a maquete do novo Centro de Eventos de Múltiplo
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Uso do Agronegócio. O novo complexo terá 15,6 alqueires e será construído nas imediações do Jardim Guanabara, região Norte de Goiânia. O projeto prevê estacionamento com 3.360 vagas, área para parque infantil, bares, boates e restaurantes, que somam 27 mil metros quadrados. O espaço para a arena de rodeio terá 30 mil metros quadrados. A obra está orçada em mais de R$ 100 milhões. Inicialmente, serão investidos R$ 65 milhões, sendo que R$ 26 milhões para a construção (Prodetur) e os outros R$ 36 milhões estão em andamento (BID). A previsão é de que as obras tenham início no segundo semestre deste ano. A composição da área é resultante da doação ao Estado pelo Grupo Cambará 21 Agropecuária Ltda. e da desapropriação de uma área, aprovada pela Assembleia Legislativa. www.interural.com
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EVENTOS
ExpoZebu 2010
ExpoZebu 2010 termina com alta de 23% no faturamento Pista de Julgamento
Foi realizada de 28 de abril a 10 de maio, em Uberaba-MG, a maior exposição pecuária zebuína do mundo, conhecida como a ExpoZebu. O evento aconteceu no Parque Fernando Costa. Os organizadores consideraram o resultado excelente. Os 43 remates realizados nos 12 dias de feira movimentaram R$ 69.802.480,00, os melhores das últimas quatro edições da mostra, e um aumento de quase 23% em relação a 2009. No ano passado, os 48 remates faturaram R$ 56.784.330,00. Os leilões da ExpoZebu 2010 comercializaram 1.441 animais, em 1.353 lotes, com média de R$ 48.440 por cabeça e R$ 51.591 por lote. Com movimentação de R$ 12.364.000, o leilão Elo de Raça (Nelore), que aconteceu na noite de 4 de maio, na Chácara Mata Velha, foi o de maior faturamento, seguido pelo 26º, Noite dos Campeões (Nelore), com R$ 9.420.000, e o Katispera (Nelore), com R$ 5.162.000. O animal mais caro comercializado na feira foi Parla FIV AJJ, vendida 82
por R$ 2.760.000,00, no leilão Elo de Raça. A fêmea Nelore se transformou no animal mais caro de todas as 76 edições da ExpoZebu, teve 75% de sua posse vendidos por Antônio José Junqueira Vilela para a Agropecuária Vila dos Pinheiros, João Carlos di Genio e Chácara Mata Velha. O segundo animal mais caro da feira, Essência Santarém, também foi arrematado no leilão Elo de Raça, pelo valor de R$ 2.550.000,00. No evento, 75% da posse da fêmea foram vendidos por Olavo Monteiro de Carvalho para a Agropecuária Vila dos Pinheiros, João Carlos di Genio e Chácara Mata Velha. Com entrada gratuita todos os dias, a ExpoZebu registrou público de 333.588 visitadores durante os 12 dias de feira. Ao longo da mostra, ocorreram vários shows regionais de ritmos musicais variados. 461 visitantes internacionais que passaram pelo Parque Fernando Costa vieram de 28 países. Esse número supera 2009, quando 450 estrangeiros de 27 países participaram
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da ExpoZebu. Outro número recorde da ExpoZebu 2010 foi o de animais inscritos para Julgamentos, campeonato Matriz Modelo e Concurso Leiteiro. Este ano passaram pela pista do Parque Fernando Costa 3.323 Zebuínos das raças Brahman, Indubrasil, Gir e Gir mocha, Guzerá, Nelore e Nelore mocha, Tabapuã e Sindi. Os resultados de todos os campeonatos estão disponíveis no site www.expozebu.com.br. Cerca de 800 tratadores trabalharam na feira durante as disputas na pista. Os melhores foram premiados pela ABCZ, que, este ano, inovou, valorizando também o melhor apresentador de animal. Os tratadores ainda contaram com atendimentos médico, odontológico, atividades de lazer e cursos de capacitação. Com o tema “Genética Zebu: futuro sustentável”, a ExpoZebu foi palco de importantes debates. Pela primeira vez, a feira sediou uma reunião do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável, formado por ambientalistas, www.interural.com
PARLA AJJ FOTO Jadir Bison
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“já somos capazes de produzir mais de 9 milhões de toneladas de carne e de 26 bilhões de litros de leite ao ano e estamos aptos para alcançar, em poucos anos, os patamares de 10 milhões de toneladas de carne e de 35 bilhões de litros de leite. Contribuímos, nos últimos 15 anos, para a estabilização da economia brasileira, atendendo ao aumento do consumo interno e ainda levando nossos produtos para mais de 160 países. Mesmo em um cenário de crise, fechamos 2009 com exportações de carne bovina de 4 bilhões e 118 milhões de dólares. Se temos hoje uma produção agrícola exuberante é porque várias gerações passadas, de brasileiros, trabalharam duro, atendendo às suas necessidades e permitindo que as atuais atendam às suas. Nossos antepassados realizaram, assim, um trabalho sustentável e cumpre a nós aprimorá-lo em uma nova realidade. No caso da pecuária, a produção sustentável requer a preservação ambiental, mas requer também condições logísticas e sanitárias adequadas; financiamento acessível; normas avançadas e equilibradas; segurança jurídica; investimentos em conhecimento científico, inovação tecnológica e qualificação profissional; melhoramento genético do rebanho e outros fatores que determinam a sua produtividade, a sua rentabilidade, os seus resultados como sistema produtivo. No caso, estamos tratando de uma atividade que produz carne e leite para 190 milhões de brasileiros; fornece matérias-primas para mais de 40 segmentos industriais e exporta para quase todo o planeta. Uma das poucas atividades produtivas que estão aptas para atender ao crescimento da demanda da humanidade por alimentos. estima-se que, nos próximos 25 anos, a população mundial demandará algo em torno de 62 por cento a mais de alimentos.
FOTO Mauricio Farias
bancos, frigoríficos, varejo. Durante o encontro, os participantes discutiram e formularam normas e práticas capazes de colaborar com a evolução sustentável da cadeia produtiva no Brasil. Já os pesquisadores que ministraram palestras no III Simpósio Pecuária Sustentável destacaram a necessidade dos dados científicos prevalecerem sobre as suposições feitas sobre as emissões de gases de Efeito Estufa pela pecuária. As mudanças do Código Florestal Brasileiro foram o tema do 4º Encontro da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, em conjunto com a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado. Durante o evento, o presidente da ABCZ, José Olavo Borges Mendes, fez a entrega do Mérito Parlamentar a 27 congressistas, que contribuíram para o agronegócio brasileiro. Na parte sanitária, houve, pelo segundo ano consecutivo, a reunião do Fonesa (Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária), que congrega todos os órgãos de Sanidade Agropecuária do Brasil. Eles discutiram as possíveis consequências da retirada da vacinação contra febre aftosa em alguns estados. Encerrando a parte de debates, ocorreu o encontro do Núcleo dos Sindicatos dos Produtores Rurais do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas. Os produtores apresentaram suas reivindicações aos candidatos à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Outra novidade da ExpoZebu 2010 foi a fabricação de biodiesel a partir do óleo de cozinha descartado pelas barracas de alimentação e pelos restaurantes do parque. Uma usina móvel de biodiesel produziu na feira o combustível, que foi utilizado para
abastecer o caminhão de coleta de lixo reciclável das cooperativas de catadores que trabalharam na ExpoZebu. Assim como no ano passado, o projeto englobou aproveitamento de resíduos, uso racional da água e reciclagem do lixo. Outro ponto forte da Expozebu é a tradicional abertura, que reúne políticos e personalidades de todo o país. Entre as atrações, vale citar o Vice-Presidente da República José Alencar, O Governador de Minas Antônio Anastasia e os candidatos a presidente José Serra e Dilma Roussef. Em anexo, a consideração do presidente da ABCZ, José Olavo, sobre a importância da feira:
JOSÉ OLAVO BORGES MENDES
A pecuária brasileira já avançou muito em alguns desses componentes indispensáveis da produção sustentável. A opção pelas raças zebuínas, que hoje correspondem a 80% de um rebanho de 180 milhões de animais, foi o nosso grande acerto. Uma entidade que formou o maior banco de dados sobre zebuínos do mundo e está presente em todo o território nacional, oferecendo aos produtores programas e serviços que contemplam todas as dimensões da pecuária, desde o registro genealógico até o apoio mercadológico para a comercialização de seus produtos. A resistência, a rusticidade e a versatilidade das raças zebuínas para os cruzamentos foram fatores decisivos para esses avanços. E cada uma dessas raças selecionadas no brasil – o brahman, o cangaian, o gir e o gir mocho, o guzerá, o indubrasil, o nelore, o sindi e o tabapuã, - apresenta características próprias, de que devemos, todos, zelar por esse sistema produtivo. Também não podemos deixar de lutar por investimentos em logística e por uma política de financiamento e de preços compatíveis com a importância estratégica do nosso sistema produtivo. “Estamos investindo, cada vez mais, em melhoramento genético, em sanidade animal, em qualificação profissional, em novas técnicas de criação”.
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EVENTOS
Curso
Gestão eficaz com controle na pecuária
Realizado na última de semana de maio, em Uberlândia-MG, o curso Gestão Visível “foco no resultado” com controle na pecuária. A iniciativa foi da Scot Consultoria, Coan Consultoria e a Academia da Pecuária. A organização foi da Revista InteRural, que tem dado total apoio aos eventos voltados aos interesses do homem do campo “O curso é muito importante para transmitir conhecimento para quem trabalha diretamente com a pecuária de alto rendimento. Portanto, sentimo-nos na obrigação de proporcionar ações que possam ajudar quem trabalha com a produção de gado de leite ou de corte”, destaca Renata Paiva, diretora de jornalismo da revista InteRural. O evento também contou com apoio do Sindicato Rural de Uberlândia. Foram várias inscrições, sendo 84
a maioria de pecuaristas, gerentes e administradores de fazendas. “Vamos abordar a gestão dentro de uma visão de busca de eficácia na pecuária e da importância da ênfase aos controles”, explica o engenheiro agrônomo Marco Túlio Habib Silva, analista, consultor e responsável pela divisão de cursos e eventos da Scot Consultoria. O curso teve como palestrantes os especialistas Rogério Coan e Júnior Fernandes, que destacaram, entre outros temas: Gestão - uma visão do gerenciamento eficaz na pecuária de corte; Importância dos controles - a simplicidade faz a diferença; gestão por resultado - uso, na prática, do PECGESTOR-GR (Gestão de Resultados). Por intermédio desta ferramenta, será possível controlar receitas, despesas, evolução de re-
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banho, fluxo de caixa e obter índices, como custo cabeça/mês, custo da arroba produzida, taxa de desfrute, receita/hectare/ano. Quem participou teve direito a uma planilha de Gestão de Resultados (PEC GESTORGR), que demonstra fluxo de caixa, a evolução do rebanho, o desfrute, a produtividade. De acordo com o palestrante Júnior Fernandes, o pecuarista brasileiro está mudando o conceito de administração das propriedades, e, atualmente, muitos já dedicam parte do tempo em busca de informações. Daí, a importância da realização de cursos com essa proposta. “Um ponto pertinente no processo de esclarecimento é o que se refere ao planejamento. O produtor que deseja obter lucro, rentabilidade e qualidade, precisa se planejar”, explicou Júnior Fernandes. www.interural.com
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EVENTOS
Intercalu
10º 10º Intercalu Intercalu movimenta movimenta a a cadeia cadeia produtiva produtiva do do leite leite no no Triângulo Triângulo Mineiro Mineiro
Foi realizada, de 17 a 22 de maio, a 10ª edição do Intercalu – exposição agropecuária promovida pela Cooperativa Agropecuária Ltda. de Uberlândia (Calu), com a proposta de movimentar a cadeia produtiva do leite da região do Triângulo Mineiro, com destaque para a área de abrangência da Calu. O Intercalu foi criado com o objetivo de dar a oportunidade aos produtores rurais da região de apresentar o melhoramento genético do rebanho, comercializar os animais, adquirir produtos e insumos agropecuários com preços e prazos especiais e levá-los a ter acesso a novas tecnologias do setor. Nos anos anteriores, a feira era realizada no mês de junho, mas, este ano, foi antecipada para maio, pois é a época em que o produtor 86
prepara-se para investir na atividade. Em 10 anos de realização, o Intercalu conquistou espaço e consolidou-se como uma das exposições mais visitadas pelos produtores de leite. Neste ano, cerca de duas mil pessoas passaram pelo parque do Camaru para prestigiar o evento. A Prefeitura de Uberlândia é uma das parceiras da feira. Para a secretária municipal de Agropecuária e Abastecimento, Walkíria Naves, o governo municipal sempre apoiará eventos como o Intercalu. “Mediante ações como essa é que iremos contribuir com o crescimento do produtor rural na atividade. Tanto em relação à parte profissional, dando oportunidade ao acesso a novas tecnologias, como também econo-
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micamente, por meio da Feira de Negócios, que propicia a aquisição de produtos e insumos agropecuários com preços e prazos diferenciados”, pontua. O Intercalu oferece várias opções em um mesmo espaço, o que facilita a vida de quem está à procura de soluções. A Feira de Negócios, por exemplo, contou com a participação de 20 empresas que comercializaram produtos agropecuários. Cada empresa teve um estande para expor seus produtos e promoções. De acordo com a coordenadora da equipe de vendas da Loja Calu, Geni Feldner, a Feira de Negócio foi sucesso absoluto. Todos os expositores tiveram as metas cumpridas. Ainda, segundo Geni Feldner, em função do excelente retorno, para o ano que vem, a feira www.interural.com
deverá abrir mais espaços para novos expositores. Como no ano passado, a exposição de animais foi aberta para cooperados e produtores convidados. Foram mais de 400 animais inscritos na exposição homologada pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. De acordo com o gerente de desenvolvimento de assistência técnica da Calu, Marcelo Nogueira, a feira de Uberlândia pode ser considerada a segunda melhor do estado de Minas Gerais. Na parte de animais, foram realizados o julgamento e a exposição da raça Girolando, o Leilão de Elite e palestras técnicas. O resultado do julgamento, em todas as categorias, você confere na página ao lado. Para o presidente da Calu, Eduardo Dessimoni Teixeira, a realização do evento, mais uma vez, demonstrou a força da Cooperativa junto aos produtores de leite da região. “O InterCalu, este ano, cresceu muito em relação ao ano passado e tende ao crescimento. Este ano foi um sucesso. A exposição e o julgamento de animais foram muito elogiados por representantes da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando; o Leilão de Elite teve um ótimo resultado, atraindo produtores de toda a região, e não podemos deixar de destacar a Feira de Negócios. Percebemos que produtor já começou a aprender a comprar na feira, na qual ele tem a oportunidade de adquirir insumos mais baratos, o que garante a ele uma grande economia. Resumindo, podemos assegurar que o Intercalu teve um grande sucesso econômico, tanto para a Cooperativa quanto para o produtor rural e, também, para as empresas participantes que puderam realizar bons negócios, além de prospectarem novos clientes”, comentou Dessimoni Quem também ficou satisfeito com a realização do Intercalu foi o presidente do sindicato rural de Uberlândia, Paulo Ferolla da Silva. “Tenho a certeza de que feira superou todas as expectativas. Os animais selecionados para julgamento apresentaram boa performance de www.interural.com
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EVENTOS
genética, demonstrando que o produtor da região está em constante busca por uma melhoria da qualidade do rebanho. É importante destacar que Uberlândia e os municípios da área de cobertura da Calu têm relevante participação na produção de leite, que faz do estado um dos maiores produtores de leite do Brasil. O Intercalu foi bem organizado, os estandes bem montados com empresas sérias, mostrando seus produtos. O leilão organizado pela InteRural, mais uma vez, superou as expectativas de vendas. Enfim, estou muito tranquilo em afirmar que a feira ainda será uma das melhores do país, quando o assunto for pecuária leiteira”, destacou Ferolla. O Leilão de Elite Intercalu foi organizado pele InteRural - empresa do agronegócio e pelo leiloeiro Cássio Paiva. Foram ofertados 113 animais, em 64 lotes, oriundos do Programa de Melhoramento Genético da Calu. Mais uma vez, os participantes ficaram satisfeitos com a organização do leilão. A cada evento a InteRural se destaca pela qualidade na prestação desse tipo de serviço. “Para nós, realizar o Leilão de Elite da Calu é motivo de muita satisfação, mas temos consciência de que requer muita responsabilidade, pois aqui estão presentes criadores que vêm em busca de animais de qualidade, com boa genética leiteira, portanto, é nossa obrigação oferecer um leilão de boa estrutura na parte de organização”, comentou o diretor comercial da InteRural, Mário Knichalla Neto. Com o martelo em mãos, o leiloeiro Cássio Paiva comandou a noite de negócios. A média de venda foi a seguinte: bezerras Girolando R$ 2.500,00, novilhas Girolando R$ 4.100,00 e Vacas Girolando R$ 4.800,00. O lote destaque foi a Perdição Tributo JAL, doadora ½ sangue do senhor Edson Angoti, vendida por R$ 10.400,00, para o senhor Júlio César Pereira, da fazenda Pombo, localizada no município de Uberlândia. As condições de pagamento foram em 20 parcelas ou 10 meses. O leilão foi transmitido pela Internet no site da InteRural www.interural.com 88
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Grande Campeã Girolando 1/2 Sangue Prop. Jerônimo Gomes Ferreira Faz. Morada Corinthiana
Melhor Vaca Jovem Girolando 1/2 Sangue Prop. Jerônimo Gomes Ferreira Faz. Morada Corinthiana
Melhor Fêmea Jovem Girolando 1/2 Sangue
Grande Campeã Girolando 3/4 Prop. Ronaldo Parreira Sabia Faz. Alvorada
Melhor Fêmea Jovem Girolando 3/4 Prop. Ronaldo Parreira Sábia Faz. Alvorada
Melhor Vaca Jovem Girolando 3/4 Prop. Ronaldo Parreira Sabia Faz. Alvorada
Melhor Vaca Jovem Girolando 5/8 Prop. Ronaldo Parreira Sábia Faz. Alvorada
Grande Campeã Girolando 5/8 Prop. Ronaldo Parreira Sábia Faz. Alvorada
Melhor Fêmea Jovem girolando 5/8 Prop. José Henrique Guimarães Faz. da Onça
Grande Campeã Girolando 7/8 Prop. Maria José-Cássio Vinicius / Rodrigo Vieira
Faz. Casmathy
Melhor Fêmea Jovem Girolando 7/8 Prop. Mario Marcos do Prado Faz. Sitio Florença
Melhor Vaca Jovem Girolando 78 Prop. Jose Henrique Guimarães Faz. da Onça
Melhor Vaca Jovem Matriz Futura Girolando 5/8
Grande Campeã Matriz Futura Girolando 5/8
Melhor Fêmea Jovem Matriz Futura Girolando 5/8
Prop. Edson Angoti Faz. Ribeirão das Furnas
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Prop. Marcio Ricardo T. Guimarães Faz. Maria Santissima
Prop. Julio Cesar Pereira Faz. Pombo
Prop. Edson Angoti Faz. Ribeirão das Furnas
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EVENTOS
Tortuga
Congresso Tortuga O 1º congresso Tortuga “Fábrica de Ração” reuniu em Uberlândia cerca de 300 participantes de várias regiões do país e também do exterior. A maioria donos de fábricas de ração. O seguimento é responsável por uma importante parcela de contribuição no processo alimentar animal. Com o objetivo de divulgar produtos, serviços diferenciados e tecnologia aos fabricantes de ração, a empresa tomou a iniciativa de promover o encontro. Foram realizadas palestras abordando os seguintes temas: Fontes de fósforos para alimentação animal e o mercado de fosfato, o panorama atual e o futuro do mercado de commodites, legislação do MAPA para fábricas de ração e minerais, controle de qualidade dos ingredientes na indústria de nutrição, entre outras. Para o zootecnista da Tortuga, Marcos Sampaio Baruselli, a realização do Congresso foi muito importante, no sentido de proporcionar conhecimento aos fabricantes de ração. Segundo ele, este é um mercado em que as tecnologias são alteradas com muita velocidade. Portanto, o empresário precisa de uma alternativa mais fácil para adquirir informação detalhada e ouvir pessoas especializadas. O zootecnista Marcos Baruselli faz uma oportuna observação, no sentido de se combater as fábricas clandestinas, uma vez que ração sem o controle de padrão pode comprometer toda a estrutura da cadeia alimentar. A fiscalização e o controle sobre as indústrias são de responsabilidade do MAPA. De acordo com José Luiz Oliveira, um dos coordenadores, o Congresso realizado em Uberlândia teve uma boa aceitação entre os fabricantes de ração, visto que eles têm muitas 90
carências para obter informação, principalmente sobre tecnologias, legislação e situação financeira de mercado. Segundo ele, como a participação foi grande, a empresa poderá organizar um novo encontro, visto que o resultado é muito satisfatório.
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LEILÕES
CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES
Vida de Leiloeiro
Eder Flávio Pereira Benitiz
(Catatau)
“Quando peguei o microfone e o catálogo de venda, passou um filme em minha vida. Lembrei-me do meu pai (barbeiro, humilde), da minha infância, do meu estágio no banco e, principalmente, do meu amigo Carlinhos. Foi por intermédio dele que fui parar na estância santa Maria e trabalhar como pisteiro” “Quando peguei o microfone e o catálogo de venda, passou um filme em minha vida. Lembrei-me do meu pai (barbeiro, humilde), da minha infância, do meu estágio no banco e, principalmente, do meu amigo Carlinhos. Foi por intermédio dele que fui parar na estância santa Maria e trabalhar como pisteiro” Foi com simplicidade, bomhumor e uma conversa bastante inteligente, que o entrevistado desta edição, do quadro “Vida de Leiloeiro”, recebeu a reportagem da revista InteRural, para uma entrevista recheada de boas histórias. Eder Flávio Pereira Benitiz é conhecido no mundo dos leilões e do agronegócio como simplesmente Catatau. “Esse é um apelido que herdei dos meus amigos e que me acompanha há muitos anos, eu gosto de ser chamado assim”. Catatau é, atualmente, um dos mais requisitados leiloeiros do país. A experiência com o martelo em mãos completou 22 anos de atuação. Mas, para atingir uma carreira de sucesso, foi necessário superar muitos obstáculos. O primeiro foi sair da cidade natal Aquidauana-MS. O pai, um barbeiro, resolveu levar toda a família para Campo Grande, em busca de melhores condições de vida. Nessa época, Catatau tinha 12 anos. O pai queria que o filho fosse bancário. Mas o destino resolveu que o menino 92
Eder seria leiloeiro. A primeira experiência nessa atividade foi como pisteiro. “Em frente dos compradores, pude aprender muita coisa, ali, eu via nos olhos deles quem estava mesmo a fim de comprar. E observando os leiloeiros, fui aprendendo muitos detalhes”, recorda Catatau. Lá se vão muitos anos, mas ele se lembra de tudo, como se fosse hoje, os primeiros passos na Estância Santa Maria Campo Grande-MS. O grande momento na vida de leiloeiro Catatau aconteceu em Rio Verde, quando, pela primeira vez, comandou os negócios em um remate de Nelore. “Quando peguei o microfone e o catálogo de venda, passou um filme em minha vida. Lembrei-me do meu pai (barbeiro, humilde), da minha infância, do meu estágio no banco e, principalmente, do meu amigo Carlinhos. Foi por intermédio dele que fui parar na estância santa Maria e trabalhar como pisteiro”, conta ele. Com um sorriso largo, Catatau também se lembra dos lei-
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lões de “tráia” em que se vendem os animais de qualidade inferior, realizados após o encerramento das feiras agropecuárias. Dedicado no que faz, Catatau buscou agregar conhecimento com o objetivo de se qualificar. Visitar fazendas e acompanhar peões trabalhando com animais foi uma das tarefas. O tempo foi passando e logo Catatau passou a ser referência, principalmente no estado do Mato-Grosso do Sul. Os desafios nunca pararam. Com a entrada da televisão no mundo dos leilões, Catatau aceitou a proposta de desenvolver o projeto do leilão virtual. A ideia surgiu no canal do boi (grupo SBA). No começo desconfiança, mas, aos poucos, deu certo e, hoje, o que se vê são vários segmentados, todos com grade de programação voltada para os leilões. “Acho que está sendo bom para todo mundo”. Por intermédio do grupo SBA, Catatau também comanda um programa de televisão voltado para o agronegócio. Casado www.interural.com
com Sirlene C.N. Benitiz, tem dois filhos, Matheus e Gabriela. Para ele, a família é a garantia de seu sucesso. “Sou muito feliz. Minha família é maravilhosa, de vez em quando é a Gabriela (filha) que dá uma cobrada pela presença”. Em casa, nos dias de folga, quase sempre às segundas-feiras, ele reúne toda a família, incluindo os pais e também os amigos para um churrasco. “Na hora da folga, adoro um churrasco e uma boa cachaça, esta para equilibrar a voz (risos)”. Antes de encerrar a entrevista, Catatau fez questão de agradecer a Deus a carreira de sucesso. “Eu também queria parabenizar a revista InteRural, por abrir este espaço a nós profissionais leiloeiros. Isso é muito importante, pois tratase de um profissional que também se dedica à contribuição do nosso país”, declara Catatau. A entrevista com Eder Flávio Pereira Benitiz, foi realizada na cidade de PrataMG, durante um leilão, em que ele foi convidado.
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LEILÕES
CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES
Leilão
InteRural - Leilão Balde de Ouro A InteRural Leilões realizou dia 13 de maio, em Uberlândia, o leilão de recinto Balde de Ouro. O evento aconteceu no tatersal de elite do Camaru no sindicato rural. Mais uma vez, o leilão da InteRural atraiu a atenção de criadores de Uberlândia e várias cidades da região. Foram ofertados 194 animais a maioria girolando, com alta capacidade genética leiteira. “Nossos leilões têm se caracterizado por reunir animais de boa qualidade, que, no resultado final, vai agradar quem está comprando”, enfatizou o leiloeiro Cássio Paiva. “Para o sindicato rural de Uberlândia, tem sido uma grande satisfação ceder o nosso espaço, para a realização dos leilões da InteRural”. Ressaltou Paulo Ferola da Silva, presidente do sindicato. Ainda de acordo com o presidente, o criador tem valorizado os leilões que se destacam pela organização. Todos os lugares colocados à disposição foram
ocupados pelos visitantes da noite. A média foi considerada satisfatória. Vacas Girolando prenhes, R$ 3.190,00; vacas Girolando com cria no pé, R$ 3.415,00; novilhas Girolando prenhes, R$ 2.780,00; novilhas Girolando, R$ 1.800,00; novilhas Jersey, R$1.780,00; e bezerras Girolando, R$1.120,00. Os animais foram distribuídos em 67 lotes e divididos em 18 parcelas. “Organizar leilão de animais requer muita responsabilidade. Portanto, temos que obedecer a vários requisitos, pois quem vende ou compra quer o melhor”, destacou Mário Knichalla Neto, gerente comercial da InteRural. Durante os leilões da InteRural, uma equipe fica à disposição dos participantes para tirar todas as dúvidas, inclusive sobre a sanidade dos animais, com um médico veterinário. Mais uma vez, o leilão foi transmitido pela Internet.
Leilão Tropical leite Realizado durante a 4ª Semana de Agronegócios da Cooperativa dos Produtores Rurais de Prata (Cooprata), o Leilão Tropical leite reuniu animais das fazendas Morada Corinthiana, Tropical Genética e alguns Associados Cooprata. O leilão apresentou médias de vacas Girolando R$ 12.240,00 e Tourinho holandês R$ 8.316,00. As novilhas Girolando atingiram média de R$4.362,00 e as bezerras Girolando R$ 3.598,00. Destaque, também, para as vacas holandesas com R$ 7.020,00 de média e as prenhezes de Girolando R$ 4.852,00. O leilão Tropical Leite, que foi um evento inédito nessa edição, atraiu compradores de Prata e de outras regiões, registrando uma média de 500 mil reais.
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Megaleite, mas pode chamar de Copa do Mundo do leite A Embral, maior leiloeira de gado leiteiro, está no comando de cinco leilões oficiais, que ocorrem durante o evento Ela está sendo chamada de Copa do Mundo do leite. Em sua sétima edição, de 27 de junho a 5 de julho, a Megaleite vai levar a Uberaba, Minas Gerais, onde será realizada, a nata do gado leiteiro selecionado no Brasil. Além disso, o time está completo: Girolando, cuja associação promove o evento, Gir leiteiro, Sindi, Guzerá, Holandês e Jersey, em número total de 2.000 craques. E tem novidades neste ano: Búfalos e Indubrasil. Os jogos acontecem nas pistas de julgamento e nos palcos de negócios, visto que 14 leilões estão na programação da Megaleite. Destaque para os remates oficiais, que serão comandados pela Embral, principal leiloeira de animais leiteiros do país. “Fomos escolhidos devido à larga experiência da empresa e ainda pelo fato de selecionarmos criteriosamente os lotes”, afirma Agnaldo Lellis, um dos coordenadores de leilões da Embral. Ele acredita que os leilões serão bastante movimentados devido à qualidade da oferta e também ao mercado se encontrar aquecido nesses primeiros meses do ano. São esses os leilões da Embral: Coopervale, dia 30 de junho, à tarde; 3º Leilão Ma Shou Tao & Amigos, dia 30 de junho, à noite; Leilão Girolando Jovem, dia 1 de julho, à noite; Leilão
Úbere Cheio, dia 2 de julho, à noite; Leilão Exclusivo 5/8, dia 3 de julho, à noite. Segundo Celso Menezes, superintendente técnico da Associação Brasileira de Girolando, a Megaleite 2010 vai aglutinar toda a cadeia produtiva do leite, de dentro da porteira até as gôndolas dos supermercados. “Deveremos receber caravanas de todo o Brasil, assim como esperamos visitação maciça de representações de outros países da faixa tropical, do mundo, interessados em nossa genética”, afirma. A Megaleite será sede das
principais exposições do setor: 21ª Exposição Nacional do Girolando, 12ª Exposição Nacional do Gir Leiteiro, 2ª Exposição Interestadual de Gado Holandês, 5ª Exposição Ranqueada da Raça Jersey, 4ª Mega Regional da Raça Sindi, Mostra Especial de Guzerá Leiteiro. “É a grande oportunidade para apresentar a grandiosidade da pecuária leiteira, assim como para discutir a problemática atual do setor, que engloba desde meio ambiente até preços do produto”, enfatiza Celso Menezes. Também é imensa a chance de adquirir bons animais em leilões.
Leilão da Fazenda Cachoeirinha
Leilão Virtual Reprodutores Vila Rica
Realizado em dois de maio, o leilão da fazenda Cachoeirinha reuniu 70 animais da raça Girolando, apresentando a seguinte média: Novilhas e vacas lactação R$ 5.184,00; Novilhas e vacas prenhas R$ 3.780,00 e Bezerras Girolando R$ 2.639,00.
Foi realizado, no dia 23 de maio o leilão virtual reprodutores Vila Rica, em Cacalzinho, GO. Com transmissão do Agrocanal, foram ofertados 45 tourinhos da raça Gir leiteiro. Os animais são da seleção do criador Dilson Cordeiro de Menezes, que ficou satisfeito com o resultado das vendas. A média por touro foi de R$ 5.631,00.
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LEILÕES
CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES
Leilão
Feicorte 2010: confirmados 12 leilões de elite de várias raças Animais de genética apurada, provenientes de rebanhos top de várias raças, com aptidão para produção de carne ou para disputar pista, estarão à disposição dos interessados nos leilões da Feicorte 2010 – 16ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne. O evento será realizado de 15 a 19 de junho, no Centro de Exposições Imigrantes, na capital paulista, e, também, terá um remate de cavalos da raça Árabe. Como ocorre tradicionalmente, a agenda de leilões da Feicorte será bastante diversificada. Até o momento, foram confirmados 12 leilões, com ofertas de animais das raças Angus, Brahman, Simental,
Simbrasil, Guzerá, Hereford, Braford, Nelore, Guzerá e Senepol, além de equinos da raça Árabe. “Teremos em oferta animais genética de qualidade superior, ideais para melhorar o rebanho, para concorrer em pista ou para investimento”, afirma Décio Ribeiro dos Santos, diretor do Agrocentro. A Feicorte 2010 terá os seguintes leilões: 4º Prime Angus; 2.ª Nova Geração Hereford e Braford; Estrelas da Feicorte; 4.ª Evolução Simbrasil; Simental Parade; Nelore Baby S/A; Território Brahman; Premium Simental; Modelos do Guzerá; Virtual CEIP Total; Parceiros do Senepol e Arabian Nights – Cavalo (Árabe).
Leilão Virtual Estância do Jersey
Com transmissão do Agrocanal, foi realizado dia dois de maio o Leilão Virtual Estância do Jersey. Foram ofertadas 20 vacas e novilhas em lactação, 38 vacas e novilhas prenhas, 11 novilhas Jersey e Jersolando e uma oferta especial de 30 vacas e novilhas Pardo-Suíço PO. Os vendedores foram Silvicenso Silva Evangelista e Jorge Rassi. A média de venda foi: novilha lact. Jersey e Jersolando, por R$ 4.320,00, e novilha, vaca prenha Jersey e Jersolando por R$ 3.456,00. 96
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Interural realiza leilão amigos do leite em Joviânia-GO A interural, empresa do agronegócio realizou dia 30 de maio em Joviânia- GO, o leilão amigos do leite. O evento fez parte da programação da XVI exposição agropecuária da cidade e teve total apoio do sindicato rural de Joviânia. O tatersal de eventos ficou completamente lotado. Muita gente aproveitou o dia para realizar bons negócios, uma vez que a qualidade dos animais despertou o interesse dos criadores do município e região. Foram ofertados 64 lotes, reunindo animais dos criadores Weisler Freitas, Eli Naves e Lincoln Mendes Garcia. A média de venda foi a seguinte: • Novilhas 18 meses prenhas R$ 1.920,00 • Novilhas 14 meses R$ 1.300,00 • Vacas com cria ao pé 4.120,00 Destaque do leilão ficou para a vaca princesa , do criador Weisler Antônio de Freitas, vendida por R% 10.400,00. O animal foi campeão individual do torneio leiteiro da XVI exposição agropecuária de Joviânia com uma produção de 58kg/dia. De acordo com o leiloeiro Cássio Paiva, o leilão apresentou um resultado positivo, considerando que os participantes ficaram satisfeitos com a qualidade dos animais apresentados. www.interural.com
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LEILÕES
Leilao Girolando
LEILÃO ANUAL GIROLANDO RBC
F
oi promovido no dia de 15 de maio o tradicional Leilão Anual Girolando RBC, no município de Cássia-MG. O evento completou 15 de anos de realização com sucesso total em todas as edições. Nos últimos oito anos o leilão passou para a coordenação da Girolando RBC, com ofertas de girolando 5/8, grau de sangue oficial da raça estabelecido pelo Ministério da Agricultura. O foco do Leilão RBC é a oferta de animais girolando com genética leiteira superior, não só para aumento imediato da produção de leite dos rebanhos, mas principalmente para propiciar base de multiplicação dessa genética. Foram ofertados 92 animais em 53 lotes sendo 66 vacas ou novilhas em início de lactação, com média de R$ 5.000,00, ou prestes a parir com média de R$ 4.000,00. Foram comercializadas também 24 bezerras ou novilhotas, com média de R$ 2.800,00 e dois tourinhos com média de 5.800,00. Participaram como vendedores somente criadores e selecionadores, que trabalham há muitos anos no aprimoramento da genética Girolando e mantêm rebanhos leiteiros em produção permanente. Ou seja, os animais ofertados sintetizam a evolução desses rebanhos, traduzida em produção, sanidade e longevidade. Além dos três irmãos: Roberto, Luiz Antônio e José Eduardo Melo Carvalho, de Cássia, MG, participaram como vendedores os criadores Antônio de Pádua Martins (Fazenda Luanda, de São João Batista do Glória – MG), Mário Roberto Ewbank Seixas (Estância Mário Roberto, Patrocínio Paulista – SP) e Paulo Ricardo Maximiano (Cabanha Córrego Branco, Capetinga – MG). Foram realizadas vendas para 27 diferentes compradores, entre clientes anteriores e novos, “Nosso maior orgulho é constatar a satisfação de compradores do leilão RBC com as aquisições realizadas. Para garantir essa 98
satisfação não abrimos mão dos princípios: Seleção, Seriedade e Segurança, que norteiam nosso trabalho”, disse Roberto. O leilão teve vários destaques, entre eles: Uma prenhez sexada de macho (Torpedo Bolton Santa Luzia x Mexerica Santa Luzia), oferta de Mário Roberto, vendida por R$ 16,4 mil, um recorde nacional para prenhez de macho Girolando 3/4. Outro recorde nacional do grau de sangue 5/8 foi a Bezerra RBC Fatiota, de 5 meses, (Picston Shottle x Harmonia Terra Vermelha), que teve 50% de comercialização por R$ 9,4 mil. Já o touro jovem Girolando Puro Sintético, RBC Arenito (Famoso das Três Passagens x RBC Sestrosa), campeão
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Girolando 5/8 em Belo Horizonte 2009 e em Passos 2010, foi vendido por R$ 7,4 mil. Para o ano que vem, a RBC pretende realizar o tradicional leilão no dia 14 de maio às 14h. Com esse objetivo já está definindo a programação e os detalhes visando melhorar ainda mais o evento. A girolando RBC vem montando um projeto de multiplicação genética leiteira superior, para aumentar a oferta de progênie (animais jovens, prenhezes e aspirações) de suas melhores matrizes. No leilão de 2011 será ampliada essa oferta, também com a participação de companheiros criadores que trabalham com a mesma visão e objetivos.
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RBC
A Fazenda
Fazenda Girolando RBC Em 1939, Antônio Melo Carvalho iniciou as atividades da Fazenda Santa Maria, na Bacia Leiteira do sul de Minas, dividindo seu trabalho entre pecuária de corte e pecuária leiteira, esta com animais Gir e mestiços. Alguns anos depois, um dos retiros da fazenda, o “Retiro da Barra”, com 246 hectares, foi destinado ao gado Caracu, para obtenção de leite de alto teor de gordura e venda do creme de leite para uma empresa de laticínios em S. S. Paraíso-MG. No início da década de 70, um dos filhos, Luiz Antônio Melo Carvalho, recém formado em agronomia, redirecionou o “Retiro da Barra” para a criação de holandês vermelho e branco e passou a selecionar e me-
Nosso principal foco é a seleção do Girolando 5/8, raça leiteira tropical definida e regulamentada pelo Ministério da Agricultura. Buscamos, na seleção, animais longevos e produtivos, capazes de se adaptar ao manejo mediano (semi-intensivo), propiciando a flexibilidade tão desejada pela grande maioria dos pecuaristas de leite do Brasil: vacas com genética leitei-
Além da genética leiteira, consideramos na seleção RBC os parâmetros usuais: qualidade do sistema mamário e aspectos morfológicos importantes (pernas e pés, sanidade geral). Além disso, vemos a vaca padrão com tamanho mediano mais vantajosa para o balanço consumo de alimentos x produção do que uma vaca grande. Esta, se bonitona, é sem dúvida mais atrativa aos olhos de muitos criadores e mesmo de alguns juízes de pista de exposições. Mas não é a de melhor 100
lhorar a genética através de inseminação artificial. Em 1984, aos 75 anos, Antônio Melo Carvalho dividiu a fazenda entre os sete filhos, ficando o Retiro da Barra (sem o gado) para Roberto Melo Carvalho, que iniciou a recria de bezerros para corte. Embora a intenção inicial fosse somente a pecuária de corte, era preciso “ter um leitinho” para o pessoal que morava e trabalhava na fazenda. Então, foram compradas quatro velhas vacas HPB. O leite começou a “sobrar” e era colocado num latão de 50 litros amarrado na correnteza do córrego que passava ao fundo, para esfriar. Para que as vacas voltassem a parir,
O bom Girolando ra capaz de grande produção em adequado manejo ambiental e alimentar, mas com rusticidade para manter produção mediana em situações de pasto e ambiente menos confortável. Essa flexibilidade é a razão de ser do Girolando! A boa vaca girolando tem que combinar genética leiteira superior com rusticidade: oferecer alta produção nos
O Girolando RBC custo benefício. Um aspecto em que divergimos de muita gente: não somos favoráveis à precocidade forçada de novilhas. Para nós, a idade ideal para o primeiro parto é entre 30 e 36 meses. Na fazenda RBC, quando a bezerra atinge cerca de 200 kg de peso corporal (de 10 a 12 meses), vai para manejo extensivo, é solta no pasto. Com aproximadamente 350 kg é inseminada e permanece no pasto até 45 dias pré-parto. Ou seja, fica exclusivamente a pasto por
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foi comprado um tourinho Gir, depois umas novilhas 1/2 sangue e dois tourinhos HVB. Já que a região é uma “bacia leiteira”, foi inevitável ampliar a produção de leite e passar a selecionar as melhores vacas para multiplicação. Em 1996, passou a ser mais bem estruturado o trabalho de seleção, com vistas à obtenção de registro genealógico na Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. Por coincidência, nesse mesmo ano aconteceu o 1º Leilão Santa Maria. Em 1997, já pensando em fornecer animais de boa genética leiteira girolando para outros criadores, foi lançada a marca Girolando RBC (Retiro da Barra de Cássia).
bons dias do leite e resistência aos “maus tratos”, nos tempos ruins para o leite. Se a intenção é manter o rebanho leiteiro em condição ambiental controlada artificialmente, com alimento no cocho o ano inteiro, acreditamos que a opção deve ser raça leiteira européia. Insistimos: a raça Girolando é para condições naturais de países como o Brasil.
uns 20 meses. Isso, a nosso ver, garante um processo de seleção “natural” dos animais mais adaptados. Permeando todas as etapas de nosso trabalho estão os princípios seleção, seriedade e segurança, que orientam o planejamento e principalmente as ações, com a visão de oferecer animais de qualidade superior, acompanhados de informações completas e precisas sobre cada um, propiciando segurança e satisfação aos compradores da genética RBC. www.interural.com
Alguns números da evolução RBC A fazenda RBC é de porte médio, com cerca de 240 partos por ano. Esse tamanho ainda nos permite fazer um razoável acompanhamento pessoal do rebanho, de modo a manter sob controle os principais indicadores da evolu-
ção. Um indicador síntese do resultado de 26 anos de seleção genética é a média de produção do rebanho. Tomando as lactações com 240 dias ou mais (lactações com menos de 8 meses considera-
mos não representativas para essa medida), temos uma evolução significativa. Adotamos o ano de início das lactações para a comparação. Muitas lactações iniciadas em 2009 ainda estão em andamento. Por isso, a estatística vai até 2008:
A composição do rebanho RBC, conforme o “grau de sangue” (composição racial hol x gir) mostra o crescimento do 5/8, que hoje é o principal componente do rebanho.
2005
2008
Reprodutores Girolando RBC
A fazenda RBC tem como filosofia o uso de touros girolando em vacas girolando. Muitos criadores ficam em dúvida no “que” usar em vacas 3/4 ou 7/8. Um cruzamento que utilizamos bastante na fazenda e com sucesso, reduzindo problemas de consangüinidade, foi produzir o 5/8 usando touros RBC 3/8 em vacas 7/8 e também touro 7/8 em vacas 3/8. Mais de 70% das I.A. e coberturas feitas na fazenda são de touros girolando e o desempenho de lactação das filhas 5/8 desses touros é semelhante ao das filhas de touros holandeses provados. O Programa de Melhoramento Gewww.interural.com
nético do Girolando (PMGG), realizado pela Associação Girolando em parceria com a Embrapa Gado de Leite possui um sumário ainda pequeno de touros girolando provados, mas os resultados observados apontam uma ótima perspectiva para a raça nos próximos anos. Temos três touros no Teste
de Progênie EMBRAPA / Girolando: RBC Redator, 3/4; RBC Singelo, 5/8 Puro Sintético; RBC Arquiteto, 5/8. Nosso propósito é continuar a criação e oferta de touros melhoradores para consolidação da raça leiteira tropical, o girolando Puro Sintético.
www.girolandorbc.com.br InteRural - Revista do Agronegócio | Junho 2010
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LEILÕES
CADERNO ESPECIAL DE LEILÕES
Leilão Virtual
1° Leilão Virtual Top Production Dia 11 de maio, aconteceu o 1° Leilão Virtual Top Production realizado pela Fazenda Berrante e a WV Leilões, obtendo a média de R$ 13.613,00. O lote mais valorizado da noite foi a Miss Jay Bee (Son Ofa Jay x Miss Jay), que saiu para Fernão Gonçalves Magalhães, de Mato Grosso do Sul, no valor de R$24.480,00, entre os machos, o lote mais valorizado foi o Gold Spinner (Money Spinner x Gold Magic), ambos da Fazenda Berrante (MS), que saiu para João Marques da Silva Comercial Ltda, situada em São Paulo, no valor de R$ 17.280,00,
Miss Jay Bee
Leilão Virtual Major Expedito ST Aberdeen
Dia 18 de maio, mais um Leilão Virtual Major Expedito realizado pelo Roberto Jorge Lima Tenório e a WV Leilões, obtendo a média de R$ 15.542,31. A fêmea mais valorizada foi a Aberdeen (That Dandy Doc x Miss Shady Chick), no valor de R$ 25.500,00, que saiu do Haras Major Expedito (PE) para Guilherme Sampaio Pisseti (PR). O macho mais valorizado foi o Poco Cheetah Fly GL (Signed by Creek x Dara Roan Wig), no valor de R$ 19.500,00, que saiu de Gustavo Andrade Lucianeti (SP) para José Cláudio Moreira Cunha (PA).
Leilão Minas Baby No dia 28 de maio, o Leilão Minas Baby, realizado pelo André Nunes Costa e a WV Leilões na cidade de Belo Horizonte/MG, obteve média de R$ 41.464,00. A maior venda foi Diamond Fame (Dash Ta Fame x Ja Running Twister), que saiu de Sky Ranch (SP), para Rodrigo Costa Henriques (RJ). A segunda maior venda ficou para Corona Ta Fame Gooc (Dash Ta Fame x Sweet Caliente), que saiu de Haras Santa Helena (RN) para Paulo Rogério de Souza (SP), ambos no valor de R$ 86.400,00. 102
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Leilão Virtual Fazenda Reunidas HD O leilão virtual Fazenda Reunidas HD, realizado no dia 23 de maio, foi transmitido pelo Agrocanal. Na oportunidade, foram colocados à disposição dos compradores 103 animais. O evento reuniu animais do proprietário Horácio Moreira Dias, do município de Coronel Pacheco-MG. A média de venda foi a seguinte: vacas em lactação Girolando/holandês R$ 5.940,00, novilhas prenhas Girolando e holandês comercializadas com média de R$ 4.320,00, tourinhos holandês, por R$ 5.616,00, e tourinhos Gir PO por R$ 5.631,00. www.interural.com
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