Eu nos contextos

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Eu nos contextos Ecologia do desenvolvimento humano

Disciplina: Psicologia Professora: Maria Luísa Valente Trabalho realizado por: Andreia Domingues Nº1 12ºB Mariana Ramos Nº9 12ºB Rita Costa Nº10 12ºB


ÍNDICE

Introdução ____________________________________________________________ 2 Ecologia do desenvolvimento humano ______________________________________ 3 Biografia de Urie Bronfenbrenner _______________________________________ 3 O modelo ecológico do desenvolvimento humano___________________________ 3 PPCT (pessoa, processo, contexto e tempo) ________________________________ 4 

Em que contextos interagem as pessoas no modelo PPCT? ____________ 5

Redes sociais _______________________________________________________ 5 

Os efeitos das redes sociais _____________________________________ 6

As Características Pessoais_____________________________________________ 6 Conclusão ____________________________________________________________ 8 Bibliografia ___________________________________________________________ 9 Webgrafia ___________________________________________________________ 10


INTRODUÇÃO O presente trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Psicologia, proposto pela professora Maria Luísa Valente. O tema tratado será o papel dos contextos de vida no comportamento dos indivíduos. Primeiramente, iremos fazer uma breve apresentação do psicólogo russo Urie Bronfenbrenner, que irá desenvolver a teoria do desenvolvimento ecológico humano. Essa mesma teoria irá ser explicitada por nós, mostrando os pontos principais que Urie criticava da psicologia tradicional. De seguida, fazemos referência aos PPCT (pessoa, processo, contexto e tempo), bem como os atributos e as disposições do indivíduo e a definição de processos proximais. Desenvolveremos os contextos que Urie criou – o microssistema, o mesossistema, o exossistema e o macrossistema – e a noção de transição ecológica. Por fim, caracterizamos a rede social e os seus efeitos nos indivíduos, mostrando a importância das caraterísticas pessoais, a resiliência. Como metodologia utilizamos a pesquisa bibliográfica e webgráfica.

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ECOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO Biografia de Urie Bronfenbrenner Bronfenbrenner nasceu a 29 de abril de 1917, em Moscovo, no início da ascenção comunista. Mudou-se para os Estados Unidos com a família. O seu pai trabalhava numa instituição como neuropatologista e cuidava de pessoas com problemas mentais.

Foi aqui que Urie cresceu e

desenvolveu a sua conceção ecológica. Na sua teoria, este psicólogo procurou analisar as princípais relações e influências dos contextos no percurso de vida de cada indivíduo. A esta teoria deu-se o nome de Ecologia do Desenvolvimento Humano.

Figura 1 Urie Bronfenbrenner

O modelo ecológico do desenvolvimento humano A psicologia teve repercussões até às primeiras década do século XX devido ao rigor, à objetividade e à excessiva especialização, cujo estatuto de ciência lhe conferia.

Além

disso,

os

seus

procedimentos

eram

abordados

de

forma

descontextualizada e atemporal. Contudo, o modelo desenvolvido por Urie foi decisivo para a construção de um novo modelo explicativo – o modelo ecológico do desenvolvimento humano (1974). Este modelo defendia que o desenvolvimento humano é um processo que decorre ao longo de toda a vida a partir de interações entre os indivíduos e os seus contextos. O desenvolvimento dos seres humanos acontece em vários contextos desde o mais simples ao mais complexo através de processos de interação continuada com os ambientes onde vivem. Assim, como seres ativos que são, os seres humanos transformamse a si e ao ambiente onde atuam.

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Deste modo, as características biopsicológicas, bem como as caraterísticas dos contextos dos indivíduos condicionam e fazem depender destas o desenvolvimento.

PPCT (pessoa, processo, contexto e tempo) Este novo modelo, designado também por modelo biecológico, integrou essencialmente quatro elementos chave: Pessoa – Processo – Contexto – Tempo. Assim, na sua relação com os contextos, a pessoa é processo e produto de interações recíprocas, nas quais se desenvolve e produz desenvolvimento. Contudo, a pessoa contem certas especificidades em si mesma. Deve ressaltar os três núcleos básico que são as demandas, as disposições e os recursos.  Demandas - referem-se às caraterísticas inatas da pessoa e influenciam o seu desenvolvimento por agirem sobre as respostas ambientais, como por exemplo o género ou a etnia.  Disposições - referem-se às caraterísticas pessoais que podem influenciar o futuro da pessoa em desenvolvimento, no sentido de promovê-lo ou retardá-lo. Subdividem-se em gerais, como a curiosidade e a responsabilidade, e em disruptivas, como a distração e a irresponsabilidade.  Recursos - são as caraterísticas adquiridas ou internalizadas na experiência da pessoa, exemplo disso são as habilidades e os conhecimentos adquiridos. Portanto, as interações ocorrem em diferentes ambientes ou sistemas (micro, meso, exo, macro), contextos nos quais se realizam estes processos de desenvolvimento. Tudo isto permite-nos explicar que compreender o desenvolvimento implica perspetivá-lo no tempo e perceber que existem acontecimentos históricos que podem alterar o curso do desenvolvimento humano. Deste modo, para que seja completamente correto, a interação deve ocorrer numa base regular e continuada no tempo, ao qual se chama de processos proximais1.

“Formas particulares de interação entre o organismo e o ambiente que operam ao longo do tempo e são os principais motores do desenvolvimento” (Bronfenbrenner, 1998). 1

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 Em que contextos interagem as pessoas no modelo PPCT? O desenvolvimento do ser humano depende, não só das características biopsicológicas, mas também das características dos contextos. Nas primeiras formulações, Urie considerou a existência de quatro contextos:  Microssistemas: são os contextos em que os indivíduos participam diretamente e continuamente (relações face a face). Daí serem os mais importantes no desenvolvimento do indivíduo. Fazem parte dos microssistemas a família, os colegas, a escola, o grupo religioso e a vizinhança próxima.  Mesossistemas: não têm existência própria, isolada. São constituídos pelas interações entre os microssistemas. Pode dizer-se que são sistemas de microssistemas. As possibilidades de relação entre contextos são inúmeras para cada pessoa, e conduzem ao estabelecimento de relações e comunicações (relações entre experiências familiares, escolares e entre pares)  Exossistemas: reporta-se a contextos que não implicam a participação ativa do sujeito mas que o afetam. A ação do exossistema pode ser decisiva quando as pessoas vivem situações difíceis (ex: subsídios…). Podem fazer parte dos exossistemas as autarquias, a assistência social, os serviços jurídicos e o local de trabalho.  Macrossistemas: constituem o sistema mais alargado. Deles fazem parte os padrões socioculturais, instituições políticas e sociais, os valores, as crenças e os estilos de vida. Todos estes aspetos têm influência no macrossistema e influenciam-nos. A transição da pessoa de um para vários microssistemas ocorre sempre que a posição de uma pessoa no ambiente ecológico se altera como resultado de uma mudança de papel, como por exemplo passar de estudante a trabalhador (transição ecológica).

Redes sociais Uma rede social é fundamentalmente o conjunto de ligações, relações e interações entre diferentes pessoas, que têm como objetivo resolver problemas comunitários. Nelas estão presentes três elementos: as pessoas que as constituem, as funções que elas exercem e as situações em que as funções são desempenhadas.

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Os apoios das redes podem ser:  Instrumentais/materiais: ajuda financeira, partilha de responsabilidades, execução de tarefas.  Apoio afectivo/emocional: compreensão, empatia, disponibilidade com que se é acolhido.

 Os efeitos das redes sociais Os membros da rede social podem ter um impacto positivo na redução de determinados problemas e situações a diversos níveis: tanto podem fornecer modelos de relações menos problemáticas entre os membros das famílias, como podem providenciar contextos onde novas alternativas de adaptação possam emergir. As redes socias são fontes muito importantes de informação sobre o contexto. Por disponibilizarem interações significativas que ocorrem situadas nos contextos de vida dos indivíduos, orientam-nos sobre como se devem comportar nos contextos, sobre o que deles é esperado e o que significam determinados gestos e atividades. As interações entre os membros das redes sociais ocorrem em contextos sociais:  Informais (como um grupo de amigos que jogam cartas em torno de uma mesa);  Formais (como uma reunião de trabalho ou uma reunião com o diretor de turma). Manifestam-se diversos valores e normas que orientam e influenciam as interações, que concorrem para a regulação do comportamento das pessoas umas com as outras, para a adaptação e a ação de cada um nos seus contextos socioculturais.

As Características Pessoais Embora exista uma grande influência dos diferentes níveis do contexto e da sua configuração, o desenvolvimento pessoal vai depender das características pessoais de cada um. Por este motivo, é que o conceito de resiliência é importante para o desenvolvimento deste tema.

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A resiliência é definida por processos que explicam a resolução de problemas e adversidades em indivíduos, grupos e organizações, ou seja, é a capacidade encontrada por algumas pessoas de encontrarem forças e recursos no seu mundo pessoal que lhes permitem enveredar por caminhos positivos, mesmo em condições adversas de privação e de risco. O fenómeno da resiliência é um processo ativo, sendo que as pessoas resilientes conseguem agir sobre os seus contextos de forma a protegerem-se das consequências adversas de determinados fatores.

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CONCLUSÃO O modelo ecológico do desenvolvimento humano foi criado por Urie Bronfenbrenner, em 1974. Esta teoria defende, basicamente, que o desenvolvimento humano é um processo onde os indivíduos e os contextos interagem. Sendo que, a interação decorre de forma eficaz se for continuada e regular – processos proximais. Portanto, este modelo integrava quatro elementos fundamentais – a pessoa, o processo, o contexto e o tempo. Os contextos poderiam ser subdivididos em microssistema (relação face a face), mesossistema (processos entre dois ou mais ambientes), o exossistema (participação indireta no indivíduo) e macrossistema (o sistema mais amplo e que nos influencia). Caso haja uma transformação na posição da pessoa num determinado ambiente ecológico, dá-se uma transição ecológica. Deste modo, a tentativa de explicar este processo, levou-nos a concluir a existência de diversas redes que, por sua vez, influenciam as múltiplas inter-relações que se estabelecem. Além disso, o indivíduo tem que ser ativo e ter a capacidade de se proteger das consequências que determinados fatores propõem, remetendo-nos para a resiliência. Em suma, concluímos que o indivíduo tem a capacidade de transformar ativamente os seus contextos de vida.

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BIBLIOGRAFIA PIRES, Catarina; BRANDテグ, Sara. PSI 12 B, Parte 1: A Entrada na Vida, 2012, Areal Editores.

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WEBGRAFIA Barbosa, Jorge. “Modelo Bioecológico do Desenvolvimento de Bronfenbrenner”. Disponível em: http://pt.slideshare.net/jbarbo00/modelo-bioecolgico-dodesenvolvimento-de-bronfenbrenner. Acesso em: 23 de Abril de 2015. Koller, Sílvia Helena. “Ecologia do desenvolvimento humano”. Disponível em: https://books.google.pt/books?id=Ntljjs0UtGUC&pg=PA116&lpg=PA116&dq=as+disp osi%C3%A7%C3%B5es,+as+demandas+e+os+recursos&source=bl&ots=rfl2z7Hima& sig=hlC7N2OQGawBGSJh4uTidVRsUW4&hl=ptPT&sa=X&ei=LzE5VamlCIiS7AaZjYGgBg&ved=0CC4Q6AEwAg#v=onepage&q=as %20disposi%C3%A7%C3%B5es%2C%20as%20demandas%20e%20os%20recursos&f =false. Acesso em 21 de Abril de 2015. Silva, Soraia. “O Modelo Ecológico do Desenvolvimento”. Disponível em: http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/psicologia/12_modelo_ecol_desenv_d.htm. Acesso em: 23 de Abril de 2015. Oliveira, Adriana. “Tema 3 – Eu nos Contextos” Disponível em http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/psicologia/12_modelo_ecol_desenv_d.htm. Acesso em: 20 de Abril de 2015. Farinha, José. “A Perspetiva Ecológica do Desenvolvimento Humano de Urie Bronfenbrenner”.

Disponível

http://w3.ualg.pt/~jfarinha/activ_docente/sem_divdif/mat_ped/Bronf_cor.pdf.

em Acesso

em: 23 de Abril de 2015.

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