AGRUPAMENTO DE ESCOL AS ABEL SALAZAR
Nº 5
Junho 2013
MENTE
ALTA … Nome da empresa
Revista de Filosofia, poesia e coisas afins…
Clonagem Artificial
A
clonagem artificial de plantas é
Inúmeras questões e problemas éticos
utilizada há já algum tempo por
se levantam quando a temática da clo-
horticultores, embora a clonagem de animais seja um processo bem mais complexo
nagem é mencionada. A clonagem artificial é então, nada
que só veio a ser possível há relativamente
mais, nada menos, que o processo artifi-
pouco tempo e em laboratórios tecnologica-
cial equivalente ao processo natural que
mente avançados. Desde há um tempo que
leva à formação dos gémeos monozigóti-
se tornou possível utilizar o termo “clonar”,
cos (“verdadeiros”), com igual patrimó-
reproduzindo-se em laboratório não só
nio genético. Não será chocante a ideia
organismos inteiros mas também genes,
de encarar uma pessoa sem pai nem
células, tecidos e órgãos que poderão ter
mãe?
aplicações benéficas na medicina.
(cont.p. 3)
Levantou-se então uma possibilidade: clonar seres humanos. Já nos apercebemos que isto é uma possibilidade e apenas uma questão de tempo até que esta passe de possibilidade a realidade: é apenas necessá-
1/5 sophia….
rio que a técnica da clonagem se desenvolva o suficiente para alcançar um nível satisfatório de sucesso.
Nesta edição: Clonagem Artificial ……1 Industrialização versus Ambiente ………………..1 O Emprego Jovem em Portugal……….………....2 Trabalho Infantil …...….2 Clonagem: contra ou a favor? ……………………3 A Sociedade Virtual …...4 Será o clone um ser humano? .………………..….5
Porém, e já eticamente falando, podemos
O Homem e as Novas Te-
perguntar se será legítimo clonar um ser da
cnologias ………………...6
nossa própria espécie? Quais serão as implicações disso? Qual é a identidade desse indivíduo? Poderá um clone ser considerado um ser humano?
Industrialização versus ambiente
U
ma das questões mais importantes que se têm colocado ao ser humano será a necessidade de optar entre a industrialização e todas as vantagens que advieram do seu desenvolvimento ou a sua própria sobrevivência . Esta dúvida
parece implicar uma situação extrema, todavia parece-nos importante que o Homem tome consciência que a industrialização a todo o custo, bem como a enorme preocupação em acumular benefícios e (cont. p. 8)
A Motivação ………….....6 A Paz Mundial e o Diálogo Inter-religioso……..…7
O emprego jovem em Portugal
Clonagem: a favor ou contra?
A sociedade virtual
O que faz de nós seres humanos?
A paz mundial e o diálogo interreligioso
O emprego jovem em Portugal O conceito de trabalho sofreu alterações ao longo do tempo.
económica se agrava,
verificamos que
aumenta a taxa de desemprego.
empresas e as deslocalizações; a moderni-
Antigamente, o trabalho era uma ação
De acordo com o Eurostat, em apenas 12
não remunerada no sentido em que o ho-
meses, a incidência do fenómeno do de-
mem era um ser explorado que trabalhava
semprego jovem aumentou 8,6 pontos
inúmeras horas em troca de quase nada e
percentuais em Portugal. Resultado: a taxa
se, por acaso, se recusasse a fazê-lo pode-
de desemprego ajustada respetiva chegou
ria receber maus tratos.
a 35,1% dos ativos jovens.
Contemporaneamente, há pessoas que
Em números absolutos: Portugal tinha, em
parecem confundir trabalho com emprego,
Janeiro, mais 33 mil jovens desempregados
pois muitas querem um emprego e não um
(92 por dia), uma subida de 28% face a
trabalho, isto é, parte da sociedade atual
igual mês de 2011. No total, há agora mais
vive de aparências e grande parte as pesso-
de 152 mil pessoas com idade inferior a 25
as procuram bons trabalhos, bons cargos
anos sem trabalho. Em
para não serem inferiores às aos que os
Novembro, Portugal ultra-
rodeiam. Quando essas funções não estão
passou a Grécia neste cam-
disponíveis, preferem ficar desempregadas
peonato.
a sujeitarem-se a um trabalho. “menor”. Há pessoas com formação em medicina, por exemplo, que não quererão sujeitar-se a um serviço como o de auxiliar de saúde ou um simples empregado fabril; um indivíduo com rendimentos de inserção não quer aceitar propostas de trabalho, pois recebe o suficiente para se manter em casa com os seus pequenos luxos financiados pelo Estado. Em relação ao desemprego dos jovens em Portugal e à medida que a situação
de trabalho, travando os encerramentos de
“O trabalho é a essência do Homem, na medida em que é a forma pela qual ele se relaciona com a Natureza e a transforma em bens a que confere valor.”- Karl Marx
zação da estrutura produtiva nacional; o aproveitamento dos nossos recursos naturais e a valorização externa das nossas produções; a definição e aplicação de uma política industrial;
reforço
Com o atual panorama
do
de Portugal, os jovens sentem-se
desmotivados
sem qualquer plano de vida. Não arranjam emprego logo, não casam, nem vestimento produtivo; o combate à econo-
têm casa ou filhos. O que podem fazer os jovens para combater o desemprego? Muitos jovens portugueses encontram na emigração a solução do desemprego. Mas existem outras formas de combater
mia clandestina e à informalidade; o desenvolvimento da formação inicial e contínua, respeitando o direito de cada trabalhador ao mínimo anual de formação certificada, etc. (cont. p. 4)
Trabalho Infantil
Página 2
in-
e
este pesadelo como: a defesa dos postos
Ao longo do século XIX a necessidade de sobreviver à miséria levou as famílias operárias a recorrerem ao trabalho de todos os seus membros capazes. Generalizouse por isso o emprego das mu-
o
lheres e das crianças. Mobilizadas para a fábrica a partir dos 4-5 anos, as crianças eram especialmente apreciadas pela sua agilidade e pequena estatura. Hoje em dia, tal não acontece no nosso país mas, infelizmente, acontece noutros, como o Gana. Ana Monteiro e Helena Bogas, 11º P
ALTA …
MENTE
(cont.p. 1) É assustadora a ideia de pensar em alguém que foi criado num laboratório. O que
com o meio, cada pessoa tem a sua própria iden-
Baixa taxa de fertilidade, visto a tecnologia
tidade.
não estar ainda bem desenvolvida;
muitas vezes nos esquecemos é que clonar não é
Possível discriminação dos clones pela socie-
copiar um indivíduo mas sim apenas o seu patri-
dade que poderá, talvez, causar problemas
mónio genético, que define somente uma peque-
psicológicos desconhecidos.
na parte do complexo ser que é o Homem. Que-
Já os benefícios podem ser:
remos com isto dizer que seres geneticamente
Rejuvenescimento; Resolução de problemas ao nível da cirurgia
idênticos podem originar pessoas muito diferentes, como vemos quando observamos gémeos
plástica reconstrutiva e estética;
que têm personalidades, por vezes, opostas. De
Clonagem de órgãos humanos para possíveis
acordo Quais serão então, as implicações e conse-
com todo o conjunto
de
interações
transplantes;
quências, positivas e negativas, de clonar? Os riscos podem ser:
Possibilidade de comprometer a individualidade;
Perda de variabilidade genética; Elevado número de anomalias; Lesões hepáticas, tumores, baixa imunidade;
que tenham
Cura de diversas doenças, nomeadamente a leucemia e cancros
Clonagem animal: salvação de espécies em vias de extinção. Por tudo isto, é preciso ponderar sobre o poder que a ciência e os cientistas têm. Brícia Silva e Joana Anjos, 11º D
Clonagem: contra ou a favor? Está claro que existem apoiantes da clona-
vel é só e apenas mediante a relação sexual ho-
gem e indivíduos que a rejeitam total-
mem-mulher e
mente. Podemos dizer que existe princi-
nós,
palmente um grande confronto de
seres humanos,
ideias, que já não é novo, entre a ciên-
em nada temos
cia e a religião. De tempos a tempos, a
o
fé e a religião são abaladas por desco-
criar formas de
bertas científicas que exigem dos cren-
vida
meros
direito
de
artificiais
pois o único que a pode dar é Deus. O Vaticano
dos, e a clonagem é um exemplo recente disso.
condena qualquer tipo de reprodução via clona-
Catolicismo
desde
o
momento em
que
existe fecundação até à
morte como algo divino, afirmando que a vida é um dom que Deus nos deu e só ele também tem o poder de a retirar. Assim, a clonagem é um ato homicida contra a vida e desrespeita a vontade de Deus: não é permitido destruir um embrião para obter outras células, já que este é uma vida em desenvolvimento que deve ser respeitada. Também a clonagem terapêutica é rejeitada pelo catolicismo já que quando se trata de extrair células de um embrião se infringe o mandamento “Não matar”. O único meio de reprodução aceitá-
gãos após a morte de um indivíduo e com a permissão da família do dador e do próprio é permitida pelo Islamismo, sendo até apoiada desde
Judaísmo
tes uma melhor interpretação dos livros sagra-
A igreja católica defende a vida humana,
Quais as consequências, positivas e negativas, da clonagem? O que faz de nós seres humanos?
gem, tanto para finalidades terapêuticas como reprodutivas. Entre os problemas apontados pelo Vaticano, está a possibilidade de haver uma
e, falta de identidade da pessoa clonada, que passa a ser uma “cópia”. A clonagem terapêutica também é condenada pelo Islamismo. Para os islâmicos o ser humano merece respeito e não pode ser criado por partes nem ser alvo de experiências. Todas as criaturas são obras de Deus, o qual instala almas nos corpos, não por pedaços mas por inteiro. Não se podem aproveitar partes do ser humano úteis e deitar fora as que não interessam: isso é desrespeito para com o próximo e violação do direi-
fins
comerciais. obje-
ção colocada
estar limitada às suas funções biológicas, a partir
co, consanguinidade e progenitura, já referidos;
para
Outra
instrumentalização da mulher, a qual passa a
do empréstimo dos óvulos e do útero; parentes-
que não seja
é o conflito da identidade que pode fazer parte da vida de um clone, não se levando em atenção as dificuldades que este poderá encontrar no futuro, questionando-se este sobre a forma excêntrica pela qual veio ao mundo, o que poderá trazer problemas psicológicos e inserir na sociedade indivíduos sem a menor noção do conceito de família. Há que referir que os judaicos não se opõem totalmente à clonagem de seres humanos. No entanto, vêm na clonagem o problema de colocar filhos no mundo sem uma família ao seu redor, o que seria grave. (cont. p.5)
to básico da vida. No entanto, a doação de órNº 5
Página 3
A sociedade virtual Com a popularização da internet a
nibilizar mecanismos com os quais os seus
partir dos anos 2000, outro tipo de serviço
usuários pudessem reunir grupos de anti-
de comunicação e entretenimento começou
gos colegas de escola e faculdade, viabili-
a ganhar força: as redes sociais. Atualmen-
zando troca de novos conhecimentos e o
te, a variedade de produtos desse mercado
simples ato de marcar reencontros. Essa
é enorme, apresentando inclusive categori-
rede social ultrapassou 50 milhões de ca-
as com públicos bem segmentados.
dastros e sobrevive até hoje, mas com um
Com alternativas que vão muito além
número menor de participantes.
de apenas Facebook, Twitter, Orkut e
Por volta do ano 2000, a internet teve
MySpace, nós gastamos cada vez mais
um aumento significativo de presença no
O Fotolog ainda existe, tem cerca de 32
tempo do nosso dia interagindo com outras
trabalho e na casa das pessoas. Com isso,
milhões de perfis, já veiculou mais de 600
pessoas através das redes sociais.
as redes sociais alavancaram uma imensa
milhões de fotos e está presente em mais
massa de usuários e a partir desse período
de 200 países.
O ano de 1994 marca a quebra de paradigmas e mostra ao mundo os primeiros
uma infinidade de serviços foi surgindo.
Por sua vez, o Friendster foi o primei-
traços das redes sociais com o lançamento
Em 2002, nasceram o Fotolog e o
ro serviço a receber o status de “rede soci-
do GeoCities. O conceito desse serviço era
Friendster. Esse primeiro produto consistia
al”. As suas funções permitiam que as
fornecer recursos para que as pessoas pu-
amizades do mundo real fossem transpor-
dessem criar as suas próprias páginas na
tadas para o espaço virtual. Esse meio de
web, sendo categorizadas de acordo com a
comunicação e socialização atingiu 3
sua localização. Ele chegou a ter 38 mi-
milhões de adeptos em apenas três meses
lhões de usuários e foi adquirido pela
— o que significava que 1 a cada 126
Yahoo. Foi fechado em 2009.
internautas da época possuía uma conta nele.
Outros dois serviços foram anunciados em 1995 - esses com características mais
Eis que chegamos à época em que as
claras de um foco voltado para a conectivi-
redes sociais caíram no gosto dos inter-
dade entre pessoas. O The Globe dava a
nautas e viraram máquinas de dinheiro. O
liberdade para que os seus adeptos perso-
ano de 2004 pode ser considerado o das
nalizassem as suas respetivas experiências
em publicações baseadas em fotografias
redes sociais, pois nesse período foram
online publicando conteúdos pessoais e
acompanhadas de ideias, sentimentos ou o
criados o Flickr, o Orkut e o Facebook -
interagindo com pessoas que tivessem
que mais viesse à cabeça do internauta.
algumas das redes sociais mais populares,
interesses em comum.
Além disso, era possível seguir as publica-
incluindo a maior de todas até hoje.
Por sua vez, o Classmates visava dispo-
ções de conhecidos e comentá-las.
Similar ao Fotolog, o
(cont. p. 5)
(cont. da p. 2) Que consequência traz tudo isto para o futuro? O desemprego tem um custo elevado
cias também são sociais e sentidas muito
financeira e lhe dê hipóteses para o su-
intimamente por cada ser humano.
cesso material e emocional. Por todas
O ser humano é, por excelência, exigen-
estas razões, um emprego não interfere
para a sociedade. Há uma perda de ri-
te e ambicioso. Procura alcançar sempre
apenas com o lado financeiro de um indi-
queza que daria origem a uma distribui-
mais e sonha alcançar um padrão de vida
víduo mas também com o seu lado emo-
ção de rendimentos sob a forma de
confortável, que lhe permita conseguir
cional.
salários, lucros, rendas, juros e impos-
recursos financeiros suficientes para uma
O desemprego acarreta problemas
tos. Mas, quando se fala em desempre-
família, um lar, um carro e com alguma
emocionais e psicológicos, para além dos
go, há a tendência para analisar o fenó-
sorte, uma casa o que seria das coisas de
problemas financeiros a eles já associa-
meno apenas numa perspetiva económi-
que não estaria disposto a abdicar. Mas
dos nos quais é preciso pensar.
ca, quando, na realidade, as consequên-
para o conseguir, é certo que necessitará de um emprego que lhe dê estabilidade
Página 4
Ana Santos, Ana Dias, Rita Parente, 10º D ALTA …
MENTE
as pessoas empenharam-se e aprenderam e
Pode o ser humano perder parte da sua humanidade com as redes sociais?
a comunicar de outra forma, mas a faciliAssim, o proble-
dade de comunicar trouxe alguns problemas como a excessiva exposição.
Flickr é um site para quem adora foto-
ma filosófico ao qual procuraremos res-
grafias, permitindo que as pessoas criem
ponder será: Pode o ser humano perder a
Este tema tornou-se alarmante em
álbuns e compartilhem imagens. Cerca de
sua humanidade com a influência das redes
relação aos perigos das redes sociais, que
51 milhões de pessoas usufruem de seus
sociais?
parte da sociedade desconhece. No entanto,
recursos. Criado em 2004 por Mark Zuckerberg dentro do campus da Universidade de Har-
Para podermos responder temos que procurar saber o que é, afinal, ser humano.
vard, o Facebook chegou à grande massa
Frequentemente as pessoas dizem coi-
de usuários em 2006. De lá para cá, a rede
sas como "eu sou apenas um ser humano"
social é sinónimo de sucesso e crescimento
"é da natureza humana fazer isso". A maio-
superando a incrível marca de 908 milhões
ria das vezes em relação a ações negativas.
de pessoas cadastradas. Hoje, a marca está
Mas há um que é usado positivamente: a
avaliada em US$ 104 bilhões.
"humanidade".
este tipo de comunicação permite estabelecer ligações com todo o mundo. Como diz Bordenave: E para que serve a comunicação? Serve para que as pessoas se relacionem entre si, transformando-se mutuamente e a realidade que as rodeia. Sem a comunicação cada pessoa seria um mundo fechado em si mesmo. Pela comunicação as pessoas compartilham experiências,
As alterações do que falamos levantam
Na realidade o ser humano é um ser
ideias e sentimentos. Ao se relacionarem
algumas dúvidas sobre o homem e o futuro
pensante dotado de sabedoria, sendo este o
como seres interdependentes, influenciam-
da humanidade. De entre as múltiplas
fator que nos diferencia dos outros ani-
se mutuamente e, juntas, modificam a rea-
questões que poderíamos considerar opta-
mais. Com a evolução da ciência e da tec-
lidade onde estão inseridas.
mos por centrar a nossa reflexão sobre o
nologia surgiram novas formas de comuni-
sentido da humanidade e as consequências
car das quais o ser humano parece ter-se
Bruno Pereira, Helena Costa e Joana Silva,
da “sobre-utilização” das redes sociais.
tornado dependente. Houve melhorias e
11º E
Será o clone um ser humano?
Q
estudo da natureza dos cromossomas
referenciadas. A isto podemos dizer, por
uais serao as características que
das células dos organismos vivos. Neste
uma analogia, que o pertencer a especie
um indivíduo precisa de possuir para
sentido, não há dúvida que, desde os
Homo sapiens se ve como o “corpo”, e as
se considerar a si proprio e pelos ou-
primeiros momentos da sua existência,
tros um ser humano? Ao nosso redor
um embrião concebido a partir de esper-
todos sao seres humanos, nao convive-
ma e óvulo humanos é um ser humano; e
mos com clones (ainda). Mas por que e
o mesmo é verdade do ser humano com a mais profunda e irreparável deficiência mental — até mesmo de um bebé anencefálico (literalmente sem cére-
restantes características como “alma”. Um
bro)”. Para alem disto, para Singer um
clone, pelo menos ate agora, so apresenta
ser humano deve ter autoconsciencia,
corpo e das varias tentativas de clonagem
autodomínio, sentido do futuro e do
humana nenhuma se deu como bem-
passado, capacidade de se relacionar e
sucedida considerando-se o sucesso a
que sao seres humanos?
preocupar com os outros, capacidade
produçao de um ser com todos os mes-
Segundo o filosofo Peter Singer, “a
de comunicaçao e desejo de saciar curi-
mos atributos que um ser humano. Segun-
questão de saber se um ser pertence a
osidade. Ora, em suma, um ser humano
do isto, nao podemos entao considerar os
determinada espécie pode ser cientifica-
e entao uma pessoa que pertence a
clones nossos semelhantes.
mente determinada por meio de um
especie Homo sapiens, mas que tambem
Brícia Silva e Joana Anjos, 11º D
possui todas as características acima Nº 5
Página 5
O Homem e as Novas Tecnologias Desde a antiguidade que a vida quotidi-
maquinas criadas
ana do homem tem vindo a evoluir graças
outrora para aju-
as suas “invençoes” e adaptaçoes. O Ho-
dar o trabalho do
mem passou de desenhos em paredes
homem, tem vin-
feitos com sangue para desenhos feitos a
do a substitui-lo.
computador. Nao foi so neste campo que
O trabalho reali-
evoluiu, foi tambem no modo de viver,
zado por maqui-
com as habitaçoes cada vez mais moder-
nas e mais rapido,
nas que tem aparelhos que ja fazem tudo
mais
barato
e
o que antes era preciso ser o homem a
mais eficiente pois produz mais e melhor que a mao humana. Isso nao seria um pro-
fazer. Estas evoluçoes nao se verificam
blema se nao criasse desemprego.
apenas na vida quotidiana mas tambem na ciencia, particularmente na medicina, o que fez com que a qualidade de vida progredisse gradualmente.
Mas nao e so nas fabricas que o homem tem vindo a ser substituído mas tambem em
Pode a máquina substituir o Homem?
muitos outros ramos, o que
Com uma tecnologia cada vez mais
nem sempre e benefico para o Homem. Em maio de 1997, uma versao atualizada do
avançada e inteligente começamos a por
Deep Blue, um computador da IBM, derrotou Garry Kasparov, campeao mundial de
em questao a se estas nao nos poderao vir
xadrez, numa disputa muito divulgada. Apos cinco jogos, os dois jogadores estavam na
a substituir. Nas fabricas, com a industria-
mesma, porem Kasparov foi vencido no Jogo 6. Esta foi a primeira vez que um computador venceu um campeao mundial numa disputa. Surge entao a duvida se o homem pode vir a ser mesmo substituído por maquinas. Na nossa opiniao, apesar do avanço tecnologico o Homem jamais podera ser substituído. Nao quer dizer que nao venha a acontecer em algumas formas de trabalho, na industria na educaçao ou ate mesmo na saude (com todos aqueles programas que ha para auxiliar os medicos), mas, para haver vida na Terra, e preciso que as geraçoes se renovem. E isso as maquinas nao podem fazer, para alem de que se a humanidade deixasse de existir, para que serviriam os robots? Para nada.! Eles foram criados para auxiliar o homem, e essa e a sua funçao.
lizaçao e o avanço das tecnologias, as
Cristina Vasconcelos e Sara Guimaraes ,11ºD
A MOTIVAÇÃO
A
é saber o porquê de realizarmos essa
Existem três tipos de motivos que
motivação está na
ação. Como somos seres humanos, o nos-
estão na base da nossa ação: os biológicos,
base do comportamento humano.
so comportamento não se deve apenas a
os sociais e os combinados. Os biológicos
Quando agimos, pretendemos atin-
motivos de ordem biológica, mas também
são os que se relacionam com as necessi-
gir um determinado objetivo, no
de ordem social ou cultural. Um exemplo
dades fisiológicas (como por exemplo, a
sentido de satisfazer uma necessi-
pode ser: estudar para os testes porque
fome, a sede, etc.). São necessidades co-
dade. Saber o motivo de uma ação
queremos ser bem-sucedidos.
muns a todos os seres (cont. p.5)
Página 6
ALTA …
MENTE
existirem em todos os seres humanos,
número limitado. Estas necessidades
variam conforme a sociedade e a cultura
estão ligadas à nossa sobrevivência, o
em que nos inserimos, não existem exata-
que significa que se não forem satisfeitas
mente da mesma forma em todas as socie-
A motivação leva à ação. Qual-
colocamos em risco a nossa vida e, por
dades e culturas, são relativas (variam no
quer ação do ser humano obedece a um
tempo e no espaço), e por isso mesmo,
ciclo, que implica sempre a satisfação
existem em número ilimitado.
de uma necessidade. Quando não con-
Pirâmide de Maslow
(cont. da p.4) humanos e existem em
Os motivos combinados são os que
Ciclo motivacional
seguimos atingir o objetivo predefinido
resultam de necessidades em parte bioló-
ou satisfazer uma necessidade, surge a
gicas e em parte sociais, por exemplo:
frustração que pode ser causada por
necessitamos de ali-
vários
mento,
fatores e
mas
inge-
rimos o que aprende-
pode
Os motivos sociais são os que se relaci-
mos como adequado
manifes-
onam com as necessidades sociais, como
para a nossa alimenta-
tar-se
a necessidade de estima e de amor. São
ção e que nos foi
sob
necessidades que derivam do facto de o
transmitido pelo meio
rias for-
ser humano ser um ser social, de viver em
social e cultural em que vivemos.
isso, são as necessidades mais básicas.
sociedade. Estas necessidades, apesar de
mas como sejam
Alberto Bernardo, 11º S
vá-
a agressividade, a
apatia, compensação e fantasia e/ou a racionalização. Cláudia Pereira, Cláudia Sousa, Daniela Silva e Paulo Soares, 11º S
A paz mundial e o dialogo inter-religioso .
A paz é reconhecida como a Cristianismo e o Islamismo, que função de troca de ideias com vista forma ideal de resolver os conflitos desde
há
pelos seres humanos, mas nem conseguem
muito resolver
tempo as
não ao entendimento e paz comum às suas duas partes.
sempre é a forma a que se recorre. diferenças. Exemplos disso são a A paz consiste numa resolução do guerra Santa nos tempos medievais, suposto problema em causa sem o de que resultaram milhares de uso de violência por parte das duas mortos entre inocentes e fiéis. Mais ou mais partes envolvidas.
consequências ainda são a destruição de cidades completas e até de países.
Na atualidade, os conflitos entre religiões
estão
ainda
muito
O diálogo é uma forma pacífica de
Embora nem sempre seja a versão mais apoiada, devemos ser todos a favor da paz, e todos devemos ser capazes de criar um ambiente de diálogo e paz uns com os outros. Qual é a atitude mais importante
presentes, principalmente entre o resolver os conflitos, que tem a a ter quando temos em causa duas religiões totalmente (cont. p. 8) Fig.2 Exploração Infantil
Nº 5
Página 7
Colaboradores desta edição:
Industrialização versus ambiente
Ana Dias, Ana Monteiro, Ana Santos, Alberto Bernardo, Brícia Silva, Bruno Pereira, Cláudia Pereira, Cláudia Sousa, Cristina Vasconcelos, Daniela Silva, Daniel Soares, Helena Bogas, Helena Costa , Hugo Daniel, Joana Anjos, Joana Silva, João Albuquerque, Nuno Teixeira, Paulo Soares, Rita Parente, Sara Guimarães
(cont. da p.1) e mais valias económicas, pode levar à sua própria destruição. “Industrializadores” e investidores
esquecem que ao
desenvolverem a industrialização, vão fazer com que a escassez dos nossos recursos naturais e esgotáveis aumente de tal maneira, que só muito tarde nos aperceberemos do seu estado crítico e, nessa altura, poderá ser tarde de mais. Esses
Coordenadora:
recursos naturais, muitos deles, são essenciais para a nossa
Maria Luísa Valente
sobrevivência e bem-estar. Desta forma, entendemos que deve dar-se prioridade na promoção de um desenvolvimento sustentável, tanto a nível académico, profissional, como político-social. Daniel Soares e Nuno Teixeira, 11º D
(cont. da p. 7) diferentes? A resposta mais acertada deveria ser o diálogo
entre
os
haver um dialogo inter-religioso, onde
outro
pudesse
interpela;
haver
a
possibilidade
de
compreensão entre todos, para não suscitar
exige
o racismo ou xenofobia.
humildade,
diferentes O
representantes das diferentes religiões.
dialogo
inter-religioso
é
a
denominação Uma mais
forma fácil
de
compreendermos isto, seria colocar a seguinte possibilidade: imagina que és um aluno muçulmano vindo da Arábia Saudita e que chega a um país Católico. As culturas dos muçulmanos e a dos
dada, em especial pelas
para
tolerância, abertura
e
respeito
ao
diferente; pressupõe convicção religiosa,
igrejas
cristãs,
que
exigindo aos interlocutores
as
empenho,
honestidade e sinceridade, que envolve a
suas relações com outras religiões não cristãs, este é o grande desafio da igreja e tem como objetivo o
integralidade da própria fé. Para se ser autêntico, tem que existir reciprocidade.
respeito pelas outras religiões. Assim, pretende instaurar um relacionamento entre
fiéis
de
tradições
Hugo Daniel e João Albuquerque, 10º D
diferentes,
envolvendo partilha de vida, experiência e
Católicos são muito diferentes e não se
conhecimento, que possa possibilitar
compreendem entre si, mas mesmo assim
um
irias querer ser bem recebido num mundo
acolhimento e enriquecimento mútuo;
desconhecido. Para isso iria ser preciso
implica uma disposição de escuta do
clima
de
abertura,
empatia,
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