32 em Movimento Fevereiro

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32 em Movimento São Paulo, 25 de Fevereiro de 2.011

"Do culto da epopéia máxima surge das trincheiras do tempo o Jornal 32. Celebrando nossos mortos São Paulo estará mais vivo do que nunca." Paulo Bomf im

Edição número 02 - Sociedade Veteranos de 32 - MMDC

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Com a palavra, O Presidente por Cap. Gino Struffaldi

A história registra que dois fatos contribuíram para q u e a R e v o l u ç ã o Constitucionalista não fosse vitoriosa militarmente: O não cumprimento do acordo feito com São Paulo, por parte dos Governos de Minas Gerais e do R i o G ra n d e d o S u l e a d e s t i t u i ç ã o d o Ge n e r a l Bertholdo Klinger, do Comando da Circunscrição Militar que guarnecia o Estado de Mato Grosso, na época ainda integrado com o atual Mato Grosso do Sul. O Governador de Minas Gerais, Olegário Maciel, foi seduzido pelo cancelamento de dívidas de seu Estado para com o governo central e o Interventor do Rio Grande do Sul, Flores

da Cunha, pelo mesmo motivo e ainda pela promessa de ser nomeado Ministro da Justiça. Perdendo o comando, o General Klinger teve sua autoridade diminuída para convencer as unidades do Exército sediadas no Estado a aderirem ao movimento revolucionário. Esse fato, não só ocasionou o retardamento de sua vinda para São Paulo, como também o impediu de trazer consigo força considerável e obrigou-o a vir acompanhado por apenas alguns militares leais a ele. Mas os mineiros e os gaúchos não concordaram com o procedimento esquivo de seus Governos. Combateu-se em Minas Gerais,

nas cidades de Araponga e Viçosa. Os mineiros moradores em São Paulo organizaram o Batalhão Tiradentes e foram para a linha de frente. Os gaúchos aqui residentes formaram o Batalhão Bento Gonçalves, que também foi para a frente de combate. O lendário Coronel Candido Carneiro Junior, que f icou na história como General Candoca, reunindo forças em Soledade e Espumoso enfrentou, com 150 homens, a Brigada Militar Gaucha, na chamada “Batalha do Rio Fão”., onde houve mortes em ambos os lados. Em muitos estados do Brasil houve combates, protestos e prisões de manifestantes f avoráveis aos Constitucionalistas. Bem, meu espaço terminou. Mas haverá o próximo número.

Soldado do Mês: Meu pai Vicente Henrique Taglianetti, revolucionário constitucionalista por Mariano Taglianetti

Identif ico-o como homem de caráter, inteiramente devotado ao trabalho e à família. Sua existência esgotou os limites da perseverança pela constância. Quando os ânimos se exaltavam lembrava Mahatma Gandhi ao discursar no Parlamento Inglês: - “dizia minha mãe analfabeta que todo direito nasce após uma ação cumprida e que o limite do direito de cada um de nós reside em constatar aonde começa o do nosso semelhante”. Apoiou a revolução de 30, como a maioria esmagadora dos brasileiros, que nela se identif icaram pelos ideais da Aliança Liberal, infelizmente traídos, por não convocar o poder revolucionário, mediatamente a constituinte, gerando a espontânea e também esmagadora repulsa dos

paulistas convertida na epopéia de 32, que revelou a consciência democrática de São Paulo. Nesse diapasão, Vicente Henrique Taglianetti, meu pai, incorporou-se à causa revolucionária de 32, expondo sua vida, conjuntamente com todos aqueles que marcharam para as frentes de batalha. Muitos caíram de pé, muitos sobreviveram e hoje restam apenas alguns vivos que ainda a testemunham, mantendo viva a memória desse feito inigualável, na história da brasilidade, que demonstrou a vocação democrática bandeirante. Nesta apologia, os heróis de 32 fazem jus, parafraseando a solene exaltação de Bonaparte aos soldados da Grande Armada,

por ocasião da vitória de Au s te rl i t z : “Revolucionários de 32! Quando relatardes sua participação nessa epopéia já consagrada pela história, podereis af irmar, lutei pela democracia e pelas i n s t i t u i ç õ e s republicanas! - seus descendentes haverão de relembrar : Meu antepassado foi um Herói! Assim como as árvores tem raízes para todos os lados dependentes da principal, a democracia brasileira jamais poderá olvidar a epopéia de 32.


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