32 em Movimento São Paulo, 25 de Janeiro de 2.011
"Do culto da epopéia máxima surge das trincheiras do tempo o Jornal 32. Celebrando nossos mortos São Paulo estará mais vivo do que nunca."
Edição número 01 - Sociedade Veteranos de 32 - MMDC
Paulo Bomf im Página 01
Com a palavra, O Presidente por Cap. Gino Struffaldi
A Revolução Constitucionalista de 1932 foi um movimento cívico-militar único no mundo pela sua espontaneidade. Não r eivindicava poder, territ ório, recursos f inanceiros ou vantagens de qualquer natureza. Sua f inalidade exclusiva era a recondução do Brasil à legalidade democrática, o que conseguiu, mesmo sem ser vitoriosa no campo de batalha, com a entrada em vigor da ConstItuição de 1934, que restabeleceu a Lei Magna em nosso país. Não obstante o fato de ter sido o Governo d o Estado d e S ão Paulo abandonado pelos outros dois governos estaduais que se haviam comprometido a lutar, na mioria dos demais Estados houve manifestações de apoio aos constitucionalistas, inclusive combates com muitas mortes, como ocorreu em
Óbidos, no Pará e em Soledade, no Ro combatentes, cerca de duzentos do lado Grande do Sul. do governo central e de seiscentos do lado É, por isso, imperioso envidar constitucionalista, entre os quais havia todos os esforços para manter viva a brasileiros de todos os estados e memória desse glorioso movimento. Essa estrangeiros aqui residentes. deve ser a missão de todos os brasileiros, Se considerarmos os que vieram a orientados e liderados pela Sociedade falecer mais tarde em conseqüência de V e t e r a n o s d2eMM 3 DC. f e r i m e n t o sed o e n ç a s O “Jornal de 32”, que adquiridas nas trincheiras, está sendo lançado por um grupo chegaremos a cerca de 2000 de verdadeiros patriotas, é mais vidas sacrif icadas nessa uma voz destinada a enaltecer os gloriosa epopéia. feitos dos que tombaram no O “Jornal d e 32” campo de batalha e a ser um lembrará aos nossos clarim de alerta que incentivará governantes da necessidade de os brasileiros a amarem a sua agirem sempre com ef iciência, Pátria, respeitando os seus honestidade, d ignidade e valores e reverenciando os seus patriotismo, trabalhando para heróis. conduzir o nosso querido A história registra que perderam Brasil em sua marcha triunfal ... rumo ao suas vidas mais de oitocentos i n f i n i t o.
Soldado do Mês: 78 anos da morte do tenente Mario Dallari por Cel. Mario Fonseca Ventura
Falece o TENENTE MARIO HILÁRIO DALLARI. Ele partiu de São Paulo integrando o 2º Batalhão da Força Pública “Marcílio Franco”. O tenente Mário Dallari, no dia em que partiu para o “front”, em 13 de julho de 1932, enviou aos seus familiares, em Serra Negra, uma carta em que prenunciava a sua própria morte: Bendita e Adorada mãe, querido pai, inesquecíveis irmãos, sobrinhos e cunhados: A Deus peço ter-vos sob sua bendita guarda. Talvez, entes do meu coração, ao chegar estas linhas em vossas mãos, já o meu corpo se corrompa na podridão esfalecedora dos vermes asquerosos, ou talvez ainda eu esteja me batendo pela causa sacrossanta de São Paulo e do nosso amado Brasil. Se vos endereço esta carta, no dia de minha partida para o “front”, é para pedir-vos perdão pelos desgostos que vos tenho dado e dizer-vos que, se parti para a
frente de batalha, não foi por falta de beijarei a imagem do sagrado coração de conselhos de meus queridos amigos Jesus, da medalha, e pedirei perdão a meu Aurélio Leme de Abreu, Dr. Nelson, Roque, pai, e o sagrado c oração d e Maria dona Ainda e meu tio Ferrúcio, que me Santíssima, como sendo minha mãe. pediram muita prudência para tomar essa Não culpem ninguém por este decisão. meu ato. Se eu morrer, sentir-me-ei Parti, porque assim me honrado morrendo por São Paulo e pelo ordenava o coração e assim Brasil. Lembranças minhas aos padrinhos exigem os meus brios de paulista Felipe e Maria José e aceitem um forte e de brasileiro. Levo sobre o meu abraço do f ilho que vos pede a bênção, do coração, a medalha que minha irmão, tio e cunhado, Mário. abençoada mãe me deu, quando Viva São Paulo, Viva O Brasil. deixei minha casa para servir o Viva A Democracia. São Paulo, 13 de julho Exército. de 1932. Se, por desventura, uma bala me ferir e eu tenha tempo,
O bravo serrano Mário Dallari, que, pela sua coragem e espírito guerreiro, foi logo promovido ao posto de 2º Tenente, morreu a 10 de setembro, quando, comandando um pelotão, tentava a travessia do Rio das Almas, na região de Itapetininga. Um dos parentes do Dr. Hélcio, Nello Dallari, escreveu o livro Sob O Céu Azul Da Estância De Serra Negra e, nas páginas 63 e 64 narra o episódio do tenente Mário Dallari. Esses dados foram fornecidos pelo doutor Hélcio Dallari Júnior, secretário particular do governador Cláudio Lembo, no dia 19 de maio de 2006.