32 em Movimento - Julho

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32 em Movimento São Paulo, 05 de Agosto de 2.011

"Do culto da epopéia máxima surge das trincheiras do tempo o Jornal 32. Celebrando nossos mortos São Paulo estará mais vivo do que nunca." Paulo Bomf im

Edição número 07 - Sociedade Veteranos de 32 - MMDC

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Com a palavra, O Presidente por Cel. Mário Fonseca Ventura

Nesses quinze anos trabalhando como voluntário nesta querida Sociedade aprendemos muita coisa. Além de estudarmos em detalhes os motivos do Movimento Constitucionalista de 1932, aprendemos principalmente que somos parte da solução e não parte do problema. Trazemos em nossa memória, para o resto de nossa existência, as coisas boas pelas quais passamos nesta Sociedade. Elas surgiram nas dif iculdades que enfrentamos, e foram muitas. Mas sempre procuramos a melhor forma de atuar em nossas funções, pois somos responsáveis pelo nosso trabalho. Direcionamos boas energias, procuramos iluminar tudo e a todos ao nosso redor. O resultado depende unicamente de nós. Procuramos respeitar as opiniões das pessoas e aprender com elas. A mente é manancial vivo de energias criadoras. O idealismo operante, a fé construtiva, o sonho que age, são pilares de todas as realizações. Precisamos acreditar que tudo é movimento. Nada é permanente. Sempre novas idéias irão surgir e atenderemos sempre àquelas que realmente mostrem objetivos sinceros de progresso desta Sociedade. Nosso intento é a continuação da Epopéia de 32, onde homens, mulheres e crianças, desprovidos de quaisquer

sentimentos baratos, tinham como única f inalidade o retorno da constituição do País. Somos atacados por ideologias espúrias, mas estamos vencendo esses antagonismos de maneira brilhante, graças ao voluntariado sério desta Sociedade. Portanto, ao assumir a direção do MMDC, prometendo honrar os nossos antecessores, vamos cumprir religiosamente os preceitos estatutários e os princípios sadios deixados pelos heróis de 32. "Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não f izer nada, não existirão resultados." É pensando nos dizeres de Gandhi que assumimos a presidência, com cinco metas principais: a luta pelo restauro do Monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista, o aumento na Pensão Especial das viúvas dos nossos veteranos, as comemorações dos 80 anos do Movimento Constitucionalista em 2012, a efetuação da Comissão dos Familiares dos Heróis de 32 e o empenho no sentido de que o nome do Túnel 9 de Julho seja conservado (atualmente se encontra há três anos e meio para decisão da sentença

em 2ª instância em 1ª instância o juiz anulou o ato da prefeita que tentou mudar o nome do túnel). Mas não conseguiremos êxito em nossas intenções se não contar com a colaboração dos senhores e senhoras associados à nossa Entidade. Estamos todos no mesmo barco. Experimentemos acolher ao invés de julgar, perdoar ao invés de acusar e compreender ao invés de revidar! É difícil, sem dúvida. Mas é possível e extremamente gratif icante. A vida f ica mais leve, o caminho f ica mais fácil e a recompensa muito mais valiosa. A equipe faz a força! Nós só sobreviveremos quando todos estiverem empenhados e comprometidos com os princípios sadios desta Sociedade. Devemos nos unir indistintamente, contra tudo que causar prejuízo ao nosso MMDC e procurar defender esta Sociedade sob todos os pontos de vista. O MMDC sabe cultuar valores eternos de um povo: moralidade, ética, espiritualidade, responsabilidade e integridade. Contamos com todos vocês para um f uturo brilhante nessa nova empreitada!

Re u n i ã o d a CO FA M

Índice

Convidamos todos para reunião da COFAM (Comissão dos Familiares dos Heróis de 32) que ocorrerá no dia 20 de agosto (sábado), às 10 horas na sede da Sociedade Veteranos de 32MMDC, sito à Rua Anita Garibaldi nº 25 - Centro de São Paulo.

MMDC Acontece

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9 de Julho: Epopéia Paulista

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Solenidades ‘32

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Personagens

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Memorial

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Paixão Paulista

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PM em Destaque

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Reserva Cultural

31

Cartas

32

Aco m pa n h e as n o t í c i as d o M M D C Acompanhe as notícias sobre a Revolução Constitucionalista de 1932 no twitter www.twitter.com/MMDC32 E no site of icial: www.sociedademmdc.com.br


MMDC Acontece São Paulo, 05 de Agosto de 2.011

Edição número 07 - Sociedade Veteranos de 32 - MMDC

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Manifesto à COFAM - Convocação dos familiares dos Heróis Anunciada a criação em 9 de julho de 2010, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, tornou-se realidade em 28 de julho daquele ano com a realização da primeira reunião. A Sociedade Veteranos de 32-MMDC vê-se numa época de intensa renovação. Os nossos heróis estão partindo e a Comissão dos Familiares ocupa o lugar dos combatentes de 32. Chegou a hora de novamente nos unirmos no culto sagrado à lembrança dos que partiram. Os combatentes de 32 tiveram a ventura de proporcionar as mais belas manifestações do espírito de um povo que sobrepujou todas as dif iculdades, que desprezou todas as def iciências materiais, que se desfez, gloriosamente, de suas posses, que praticou os mais extremos sacrifícios, com despreendimento, com entusiasmo, com fé na conquista de seus ideais. São heróis que estão se desvanecendo nas brumas do passado. Mas a COFAM pretende que eles continuem entre nós, radiosos, cheios de glória no coração de seus descendentes. Eles foram a semente fecundada com o próprio sangue e que fez nascer a flor puríssima do ideal de Direito. Tornaram-se mortos gloriosos, a semente da Constituição, plantada no solo da Pátria. Portanto, o amor às tradições, o culto da veneração aos seus entes queridos, o anseio da liberdade, constituem parte integrante da COFAM. No livro Cruzes Paulistas vamos encontrar um trecho onde diz que os mortos de 32 são inspirações do Alto; seus feitos são exemplos que f icarão como lições de civismo, como fanais rutilantes, capazes de guiar a nacionalidade para imortais destinos. Como Presidente da Sociedade Veteranos de 32-MMDC convoco, portanto, todos os descendentes dos Heróis de 32 para se unir à COFAM, substituindo-os com o espírito de veneração principalmente. Dia 27 de julho de 2011 nos uniremos novamente, com o mesmo espírito de despreendimento dos jovens de 32, para a continuidade da Saga Heróica e Vitoriosa dos nossos entes queridos.

Nova Diretoria Executiva da Sociedade Veteranos de 32 MMDC Gestão 2011 Foram anunciados para assumir e empossar para a Gestão 2011 os seguintes cargos da Diretoria Executiva da Sociedade Veteranos de 32 MMDC: Cargo Presidente Vice-Presidente Primeiro Secretário Segundo Secretário Primeiro Tesoureiro Segundo Tesoureiro Diretor do Cerimonial Diretor da Comunicação Social Diretor do Departamento da Juventude Diretor do Museu Histórico Diretor do Arquivo Histórico e da Biblioteca Diretor do Monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista Diretor Jurídico Capelão Presidente do Núcleo Ruytemberg Rocha

. Empossado Cel. Mário Fonseca Ventura Cel. Antônio Carlos Mendes Cap. Anísio Araújo dos Santos Cap. Anísio Araújo dos Santos [temporário] Cap. Anísio Araújo dos Santos Cap. Anísio Araújo dos Santos Markus Runk Camila Lourenço Giudice Rodrigo Guilherme Varotti Pereira Prof. José Carlos de Barros Lima Margarida Rosa de Lima Prof. José Carlos de Barros Lima Dr. Carlos Alberto Maciel Romagnolli [vago] Manoel Barros Munhoz


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Alfredo Pires - Novo Cmdte do Exército Constitucionalista toma posse por Carolina Iskandarian do G1 SP

“o maior movimento cívico da história”. Falará ainda da campanha “Ouro para o bem de São Paulo”, na qual a população doou joias para arrecadar fundos destinados ao movimento revolucionário. “Os casais não andavam na rua com aliança de ouro; só de ferro. Era para o bem

soube aproveitar as oportunidades. Uma delas foi ter trabalhado como instrutor de voo durante a Segunda Guerra. Já foi também vendedor e nadador. Ele se recorda das provas de natação no Rio Tietê. “A água era limpíssima e os peixes f icavam beliscando o pé.” Tinha uns 16 anos na época. É muito bom ser reconhecido pelo o que você fez". Alfredo Pires Filho, veterano da Revolução de 32: Quando questionado sobre a pior memória para um garoto de 12 anos durante a Revolução de 1932, relatou que seu pai, formado advogado, foi perseguido. “O f ilho de um político do Getúlio Vargas trabalhava no escritório do meu pai, no Centro. Um dia entraram lá e queimaram todos os livros. Fizeram uma fogueira. Ficamos seis meses dormindo no porão da minha tia até abaixar a poeira.” Bastante lúcido os 91 anos serão comemorados em 21 de agosto -, Pires Filho não esconde a emoção a cada 9 de julho. “Quando chega, sinto um entusiasmo. Fico lembrando o passado. Assim que eu soube da homenagem, caiu meu céu. Imagina ser homenageado aos 90 anos?”

de São Paulo”, disse o veterano, que demorou 15 dias para preparar o texto escrito a mão. Para manter viva a história da Revolução de 32, os antigos combatentes criaram a Sociedade Veteranos de 32 M.M.D.C. A sigla contém as iniciais de quatro manifestantes mortos em confronto com a polícia de Vargas: Martins, Miragaia, Drausio e Camargo. Marinei Chalub, que trabalha como secretária na diretoria da associação, contou que a atuação do Exército Constitucionalista é simbólica. “Todo ano muda o comandante e é uma homenagem que se faz aos veteranos.” Feridas da guerra: Com dois f ilhos, três netos e quatro bisnetos, Pires Filho disse ter orgulho do seu passado e não hesita em dizer que “fez história”. Mas, humilde, contou apenas que

Foto: Carolina Iskandarian/ G1

Foto: Carolina Iskandarian/ G1

Às vésperas de completar 91 anos, Alfredo Pires Filho costuma dizer: “Tenho duas vidas. A particular e a da Revolução de 32.” Neste sábado (9), quando se comemoram os 79 anos da Revolução Constitucionalista de 1932, as duas vidas serão uma só. O veterano do movimento que cobrava a criação de uma Constituição e defendia o f im da intervenção de Getúlio Vargas no governo paulista, será homenageado no tradicional desf ile em São Paulo. Pela primeira ve z , e l e t o m a p o s s e c o m o comandante do Exército Constitucionalista, que é simbólico. “É muito bom ser reconhecido pelo o que você fez”, contou Pires Filho, que recebeu o G1 em sua casa, localizada a apenas 2 km do Obeslico do Parque Ipirapuera, na Zona Sul da capital, onde haverá a homenagem. O instrutor de aviação civil aposentado participou da revolução quando tinha apenas 12 anos. Era escoteiro e trabalhou como mensageiro ou estafeta, como gosta de dizer o veterano. Junto com o álbum onde guarda fotos, convites, diplomas e outras homenagens ao longo da vida, ele mantém uma raridade: um capacete de aço original usado pelos soldados em 1932. No interior dele, a inscrição: "Oferta do povo paulista ao soldado da Constituição". “Um capitão do Exército mandou que eu fosse até o Ipiranga (na Zona Sul) no caminhão com os outros (militares) buscar os capacetes na fábrica. Quando cheguei com o caixote, disseram: 'Pires, esse presente é para você'”, lembrou o veterano. Quem espera vê-lo de farda no desf ile deste sábado, cheio das medalhas que recebeu na carreira, esqueça. “Vou de terno azul marinho. Não f ica bem usar as condecorações anteriores porque eu já vou receber uma amanhã (sábado).” O discurso que Pires Filho lerá durante a homenagem vai lembrar os mortos na revolução, considerada por ele


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R$ 100 mil serão investidos no restauro do mausoléu da Revolução de 32 - Campinas por Dep. Guilherme Campos

Uma emenda de R$ 100 mil, de autoria do deputado federal Guilherme Campos, será liberada para a execução do restauro do Mausoléu dos Veteranos de 32, localizado em frente ao Cemitério da Saudade, em Campinas, SP. A verba, destinada pelo Ministério do Turismo, já foi cadastrada no sistema de convênios do Governo Federal. Nesta sexta-feira (08/07), véspera do 79º aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932, o deputado Guilherme Campos se reuniu na Setec

com a presidente da autarquia, Tereza Dóro, o diretor de turismo da prefeitura, Fernando Vernier, Enide Penteado, da Secretaria de Controle e Gestão da prefeitura, o capitão André Luiz, o tenente Cambuí e o cabo Soares, da Polícia Militar. Os militares fazem parte da Sociedade Veteranos de 32 MMDC. Na reunião foi def inida a operacionalização das obras de restauro e a articulação do gabinete do deputado e da prefeitura para o cumprimento dos prazos

em relação à documentação e projetos. O deputado Guilherme Campos destaca que é importante resgatar as características originais do mausoléu. "É importante pela história que Campinas teve na revolução e por ser um símbolo da b rav u ra d o s co m b a te n te s n e s t e movimento contra a ditadura de Getúlio Vargas. É uma homenagem muito justa e esperamos que essa contribuição seja bem-vinda", af irma o deputado. O memorial, concebido pelo escultor Marcelino Velez, possui dezesseis colunas. Cada uma simboliza um voluntário campineiro morto durante o levante. Já a coluna central, a mais larga, representa o Estado de São Paulo.

Veteranos de 32 agora têm jornal virtual por Vitor Hugo Brandalise, Estadão

Ve te ra n o s d a Re vo l u ç ã o Constitucionalista de 1932 criaram um canal de comunicação inédito para preservar a memória do conflito: o 32 em Movimento. Publicado mensalmente na internet, o jornal virtual tem 24 páginas e traz depoimentos de combatentes, artigos sobre a revolução e reportagens com denúncias sobre o descaso contra seus símbolos.

Hoje, faz 79 anos que começou a revolução dos paulistas contra a ditadura Getúlio Vargas. Após 87 dias de combates, com mil mortos dos dois lados, os constitucionalistas foram derrotados. Mas houve conquistas políticas, como a nomeação do engenheiro Armando de Salles Oliveira como interventor do Estado. O movimento contou com 60 mil voluntários.

"Recordo-me do dia 23 de maio, q u a n d o a ss a ss i n a ra m o s q u a t ro estudantes (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo). Estava na Rádio Record e houve tiroteio na porta da emissora", lembrou, nas páginas da edição de junho, o ex-combatente Alfredo Pires Filho, de 88 anos. Com 12 anos em 1932, ele atuou como mensageiro durante a guerra e descreveu ao jornal a invasão de sua escola. "Lembro-me de quando soldados do governo invadiram o Colégio São Bento, pois souberam que lá havia armas guardadas e poderia abrigar uma base de resistência." O jornal com a íntegra dos depoimentos, lançado em janeiro, pode ser lido em www.sociedademmdc.com.br. Para a Sociedade Veteranos de 1932 - MMDC, entidade que edita o jornal, os depoimentos dos ex-combatentes são o ponto forte da publicação. E, como muitos são inéditos, valem como documento histórico. "Guarda o testemunho de um conflito que precisa ser lembrado com o maior número de detalhes possível. E é outro meio de evitar que uma história cada vez menos contada seja esquecida", disse o coronel Mário Fonseca Ventura, secretário da Sociedade. Livro. No ano que vem, quando a Revolução de 32 completa seu 80º

aniversário, a Sociedade pretende lançar um livro que reunirá todas as edições do jornal, além de depoimentos inéditos de ex-combatentes. "A cada mês, também te m o s e s pa ço p a ra l e m b ra r d o s combatentes que já se foram. Muitos familiares escrevem sobre o convívio e as histórias contadas", explicou a artista plástica Camila Giudice, de 28 anos, responsável pelo jornal e neta do combatente Paulo Lobato Giudice. Com a publicação, combatentes que nunca haviam escrito ou gravado entrevistas deixaram no papel suas memórias de guerra. É o caso de Oswaldo Raphael Santiago, que combateu em Itapetininga e, agora, tem suas memórias contadas em um artigo no jornal. Aos 17 anos, ele combateu em três cidades diferentes. A partir dos depoimentos no jornal, outros antigos combatentes resolveram gravar entrevistas - que serão publicadas nos próximos números. "Não foi feita a lista de todos os combatentes. Então é importante mostrar que estamos com um novo espaço, para incentivar excombatentes a entrar em contato", ressaltou o coronel Ventura. "Se o jornal servir para isso, estaremos cumprindo nossa missão."


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Edição número 07 - Sociedade Veteranos de 32 - MMDC

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"Olho para trás e vejo que valeu a pena", diz ex-combatente de 32, aos 97 anos por Daniel Torres, iG

“Não me lembro de ter sentido medo na revolução. Não porque eu seja muito corajoso. É que eu achava que não tinha motivo para sentir.” Assim o capitão reformado do Exército, Gino Struffaldi, aos 97 anos, com uma ótima memória, relembra os meses que marcaram para sempre a sua vida. Aos 18 anos, enquanto servia o Exército, Struffaldi aderiu à luta da Revolução Constitucionalista de 1932 não por convicção, mas por dever. “Eu não faço floreios a respeito da minha participação. Eu estava na ativa e o meu comando se solidarizou com a revolução e eu fui junto. Depois fui percebendo o movimento da população e me entusiasmei”, conta minutos antes de deixar, nesta quintafeira, a presidência da Sociedade Veteranos de 32 - MMDC, entidade que tentar manter viva a memória do movimento. A passagem de presidência da sociedade foi um divisor de águas na história do movimento. Com 47 excombatentes ainda vivos espalhados por várias regiões do País, e cada um com pelo menos 97 anos, Gino provavelmente foi o último presidente da entidade a ter participado de batalhas durante a revolução.

No seu lugar, entra o coronel da Polícia Militar Mário Fonseca Ventura, f ilho do ex-combatente Mário da Silva Ventura, que há 15 anos participa como voluntário da sociedade e divulga as ações e a história do movimento. “Estamos entrando num momento diferente. Até criamos a associações dos familiares dos veteranos de 32, já que o comandante lá de cima está chamando e os nossos combatentes estão sendo transferidos. E lá eles não podem falar não”, brinca. Ainda ativo, Gino Struffaldi lembra com detalhes de várias passagens das batalhas. “O dia mais difícil talvez tenha sido um dos bombardeios, quando o nosso alojamento f icou parcialmente destruído. Mas felizmente não matou

Novos Associados

Torne-se um associado

Apresentamos os novos associados da Participe deste grande ato paulista: Sociedade de Veteranos de 32 - MMDC. a Revolução Constitucionalista de 32! Seja um associado da Sociedade! JOSÉ GUILHERME LEONEL AGUIAR Não deixe que a memória destes MILTON LUIZ F. BASILE nossos heróis seja esquecida no tempo. Você JAIR FRANCISCO GOMES JUNIOR pode sim fazer a diferença e manter sempre VANDERLEI CONCEIÇÃO LIMA vivo o espírito que comandou os nossos PEDRO NUNES DE SOUZA FILHO antepassados. EDUARDO CASAGRANDI M. FILHO ROSALIN DIAS PRIMO Consulte o site da Sociedade: Cel PM RENATO CERQUEIRA CAMPOS www.sociedademmdc.com.br Cap PM CLAUDIO GEROMIM VALENTE

ninguém. Nós estávamos em um território muito grande e tínhamos onde nos abrigar. E ainda por cima, a aviação naval que nos bombardeou vinha de lugares que sabíamos de onde estava vindo. Não havia um grande medo”, conta. (...) “A revolução é um movimento reconhecido internacionalmente. Um dos poucos movimentos que não queria poder, território, f inanças, nada. Só queria de novo a sua Constituição”, diz Struffaldi contra as críticas dos que ainda colocam o movimento de 32 como separatista. Desde o último mês, Gino Struffaldi tem mais um aliado na batalha pela divulgação do sentido constitucionalista da revolução: uma lei promulgada pela presidenta Dilma Rousseff inscreve os nomes de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo no Livro dos Heróis da Pátria, que f ica no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília. “Deixo a presidência da sociedade muito satisfeito. Depois disso não preciso dizer mais nada. Demorou 79 anos, mas valeu a pena. Olho para trás e vejo que valeu a pena”, completa.

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9 de Julho: EPOPÉIA PAULISTA São Paulo, 05 de Agosto de 2.011

Edição número 07 - Sociedade Veteranos de 32 - MMDC

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por E. Figueiredo

Sobre a Revolução Constitucionalista de 1932, irradiada de São Paulo, muita coisa poder-se-ia dizer. Apesar de passados tantos anos, esse movimento ainda provoca polêmicas. As causas e as razões mudam, de acordo com o ponto de vista de quem tenta escrever a História. Entretanto, uma coisa é inquestionável: a guerra foi deflagrada contra aqueles que, depois da Revolução de 30, queriam servir-se dela para perpetuarem no poder. Os paulistas f icaram decepcionados com os rumos da Revolução de 30, que fez com que a desordem administrativa e o fortalecimento central imperassem, prejudicando a autonomia do Estado. Havia, ainda, o agravamento da crise econômica, que veio se somar às agitações proletárias e a humilhante ocupação militar. Ao contrário do que se apregoou na época (e que muitos ainda, infelizmente, repetem) não foi um movimento separatista. Naqueles dias, sob a ditadura de Getúlio Vargas, o tema foi intensamente explorado pelo Governo Federal para obter os reforços e coesão dos demais Estados contra São Paulo. O estopim da mobilização popular foi a missão de Oswaldo Aranha, que em Maio de 32 foi incumbido de promover a reforma do secretariado de Pedro de Toledo, então interventor de São Paulo. Essa medida foi tida como intromissão na vida política paulista. O povo é convocado para manifestar-se na Praça do Patriarca no dia 22 de Maio. Após alguns discursos, a massa humana se inflama e rompe-se a passeata. O exército promete não atirar contra o povo A marcha segue para o bairro da Luz e a cavalaria, na tentativa de dispersar a multidão, deixa alguns feridos. O conglomerado segue, então, para o Palácio dos Campos Elíseos, sede do governo es tadual, e pressiona o interventor Pedro de Toledo. Este pede vinte e quatro horas para resolver a questão a contento. No dia seguinte, 23 de Maio, demonstrando sua insatisfação com a demora em solucionar o problema, o comércio cerra as portas. Novamente, o povo vai postar-se defronte ao Palácio e,

inteirando-se das liberações lá tomadas, ruma para o centro. No caminho jornais simpatizantes à ditadura são empastelados. A sede do Partido Popular Paulista, que apoiava o Governo Federal, que f icava na praça da República, é atacada. Há revide com disparos de tiros contra a multidão. Vários manifestantes são atingidos e morrem Mário Martins Almeida, Euclides Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes Souza e Antônio Américo Camargo Andrade. Com as iniciais desses quatro heróis compõem-se o MMDC, entidade que passou a congregar todas as organizações civis e secretas para combater a ditadura. O movimento, estrategicamente, armado estruturou-se através de uma central secreta. Muitos alegam que nessa homenagem aos heróis, foi esquecido o nome de um mineiro de Muzambinho, Orlando Oliveira Alvarenga, e, que a sigla deveria ter sido MMDCA. Alvarenga foi gravemente atingido por metralhadora no mesmo embate; socorrido pelo acadêmico Silveira Peixoto, foi conduzido a um consultório médico e, de imediato, transferido para o Hospital Santa Rita, vindo a falecer após meses de a atroz sofrimento. Quando da formação da sociedade, somente Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo haviam falecidos. O MMDC conclamou o povo conseguindo sensibilizar o opinião pública. A bandeira MMDC mexeu com o brio dos paulistas dando-lhes coragem para mobilização geral para pegar em armas e lutar por um direito, lutar pela Constituição do Brasil. Às 11:40h do dia 9 de Julho de 1932, um sábado, estourava a revolução armada sob a direção militar do coronel Euclides Figueiredo. A coordenação civil, inclusive os trabalhos de retaguarda, esteve sob a orientação da Maçonaria que, entre os seus membros, contava com personalidades proeminentes da política, indústria, comércio e imprensa. As emissoras de rádio exerceram papel político preponderante, jamais visto no Brasil. E houve um locutor que se destacou como porta-voz do movimento: César Ladeira. Como o Estado de São Paulo não possuía um hino, César Ladeira

começou a tocar o dobrado “Paris-Belfort”, que havia sido criado na França, quando da Primeira Grande Guerra Mundial, com objetivo ufanista. O dobrado “ParisBelfort” acabou tornando-se hino de guerra de São Paulo e um dos símbolos da Revolução Constitucionalista. Menos de três meses duraria a revolta, mas o bastante para mostrar uma sucessão de lances heróicos, de abnegação e táticas desesperadoras diante da maioria numérica do inimigo. Soldados, precariamente armados, enfrentando com inaudita coragem os aviões do ditador, revelaram o indômito espírito paulista e a glória de combater pelo Brasil ! Apesar do prometido apoio de outros Estados, São Paulo f icou sozinho e não conseguiu avançar além da divisa com o RJ. Há que se destacar a participação da Mulher Paulista nesse importante acontecimento histórico. As virtudes cívicas e morais da Mulher Paulista, reveladas nos três meses da Revolução Constitucionalista foram de grandeza e esplendor, tendo sido o verdadeiro esteio desse movimento admirável e arrebatador. Ela também ajudou a escrever páginas brilhantes e inesquecíveis da campanha Constitucionalista, dando provas diárias, como os homens, de devotamento e dedicação. Em 1° de Outubro, sábado, celebrou-se a Convenção Militar, e a Força Pública do Estado de São Paulo, obediente, deixou as trincheiras, obrigando a cessação da luta armada. A amargura da derrota, nas armas, foi transformada em júbilo de vitória quanto aos objetivos: Os vencidos obrigaram os vencedores à convocação da Assembléia Constituinte. Houve fugas, prisões e exílio, mas o movimento tornarse-ia, moralmente, vencedor. Os paulistas não tinha lutado em vão. A Revolução Constitucionalista de 1932, ainda que derrotada no campo de batalha e a despeito das controvérsias que, ideologicamente, possa provocar, foi, sem dúvida, o maior, o mais importante e o mais espontâneo movimento cívico ocorrido no Brasil!


Fotos: Raimund Schmidt


Solenidades ‘32 São Paulo, 05 de Agosto de 2.011

Edição número 07 - Sociedade Veteranos de 32 - MMDC

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Assembleia celebra 79 anos da Revolução de 1932 por Redação da Assembleia Legislativa do Estado de SP

Ato solene, realizado na Assembleia Legislativa, no último sábado, 9 de julho, celebrou os 79 anos da Revolução Constitucionalista de 1932, com a presença de autoridades e combatentes veteranos e suas famílias. Olimpio Gomes (PDT) presidiu a cerimônia que relembrou a luta paulista pela democratização do país contra a ditadura Vargas.

Discurso na Assembleia Legislativa no dia 9 de julho por Pedro Paulo Penna Trindade

Relembrar os 79 anos da eclosão da Revolução Constitucionalista de 9 de Julho de 32 é, sem dúvida alguma, uma questão de orgulho para todos nós que amamos a liberdade. Num momento em que a inobservância aos valores éticos e morais têm sido uma constante por parte de nossos governantes, aliado ainda a uma ameaça velada à liberdade de imprensa em nosso país, numa verdadeira afronta à ordem pública e ao respeito para com todos nós brasileiros, nada mais oportuno relembrarmos a data cívica de 9 de julho, que até hoje simboliza a luta dos paulistas pela restauração dos direitos constitucionais no ano de 1932. Sempre nós, p a u l i s t as , m a n t i ve m o s arraigados os princípios de liberdade, amor à democracia e temos sido defensores intransigentes de uma pátria unida sob a égide da legalidade. Foi o que f izemos no passado, em 32 e em todos os momentos tumultuados da República. Já em 1930, o ditador Getulio Vargas passou a exercer um poder ilimitado, destituindo governadores, chamados presidentes dos estados e substituindo-os pelos tenentes, que assumiam como interventores, sem qualquer ligação ou vinculo com os estados para os quais eram nomeados. A missão maior era fazer com que as decisões do ditador fossem obedecidas. A crescente substituição das autoridades das cidades paulistas revoltou os sete

milhões de habitantes do Estado de São Paulo, que passou, assim, a ser uma terra conquistada pelos "tenentes", os chamados revolucionários de Getulio, membros da Legião Revolucionária e do Partido Popular Paulista. Após quase dois anos de atos discricionários, impondo-se a ferro e fogo as ordens do ditador, São Paulo não mais agüentou o que vinha acontecendo. O desprezo às legítimas aspirações de seu povo e o espezinhamento a que era submetido tornava a situação insustentável. Foi então que o povo paulista, no ano de 1932, se uniu em luta, desejando trazer de volta certos valores como liberdade e democracia por meio de eleições gerais e uma nova Constituição para o Brasil. Deram-se início às manifestações de rua. Oradores inflamados discursavam em vários pontos da cidade clamando por liberdade, entre eles Ibrahim Nobre, que fazia de sua tribuna uma trincheira cívica. O povo andava tão agitado que o dia 23 de maio amanheceu em clima de guerra civil. Um comício foi marcado para as 15 horas deste dia, na Praça do Patriarca. Parte da multidão se deslocou para o outro lado do Viaduto do Chá, sem qualquer voz de comando, com o intuito de rumar para os Campos Elíseos, meta f inal da jornada. Ao passarem pela sede da Legião Revolucionária, que f icava na esquina da Praça da República com a Rua Barão de Itapetininga, elementos exaltados se manifestaram e foram recebidos à bala. Alem dos muitos feridos, morreram neste

local, os jovens Euclides Bueno Miragaia, Mario Martins de Almeida, Dráuzio Marcondes de Souza e Antonio Américo de Camargo Andrade, que se tornaram os mártires do Movimento. Das iniciais de seus nomes, Miragaia, Martins, Dráuzio, e Camargo, nasceu a sigla MMDC. Com a deflagração da revolução, imediatamente começaram se apresentar voluntários para lutar. Segundo o historiador Hernani Donato, autor do livro “A Revolução de 32”, entre 48 mil e 55 mil homens se inscreveram nos postos de alistamento para combater ao lado dos batalhões da Força Pública, deixando família, negócios, tudo para se oferecer à luta. A maioria nunca havia pegado em armas e mal sabia atirar! Relata-nos ainda, este grande historiador, que “As centenas de milhares de brasileiros envolvidos na luta, conf rontaram-se em 64 combates principais e em outros tantos de menor envergadura. O governo provisório, que tinha 24 aviões militares para enfrentar a aviação constitucionalista, chegou a mobilizar 350 mil homens e 250 canhões, enquanto nós possuíamos apenas sete aparelhos civis mal adaptados. Em 22 de agosto, no céu da cidade de Cruzeiro, foco do conflito no vale do Paraíba, ocorreu o primeiro combate aéreo do país, entre dois aviões paulistas e dois federais. Eram soldados que formavam dois exércitos em guerra, mas em continência e respeito à mesma bandeira! Leia a íntegra no site


Solenidades ‘32 São Paulo, 05 de Agosto de 2.011

Edição número 07 - Sociedade Veteranos de 32 - MMDC

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Pronunciamento do Presidente da Sociedade na Assembleia Legislativa em 9 de julho por Cel. Mário Fonseca Ventura

Boa tarde a todos, meu querido meritíssimo Desembargador Walter de A l m e i d a G u i l h e r m e, D i gn í ss i m o Presidente do Tribunal Regional Eleitoral, saiba o senhor que o Tribunal Regional Eleitoral tem muito a ver com o Movimento Revolucionário de 32. Nosso querido Deputado Estadual Olímpio, que é nosso associado também. O Coronel Cerqueira ontem atravessou a rua e se associou a nossa Sociedade de Veteranos de 32, meus parabéns Cerqueira pela sua decisão. Sem a minha equipe, ser presidente seria muito difícil, mas com a equipe que eu tenho torna-se bem mais fácil. A meu colega de 52 anos que me atura, desde os bancos escolares, meu vice-presidente Coronel Antonio Carlos Mendes. (Palmas.) Obrigado pelo seu auxílio, pela sua colaboração, tanto lá na escola como em toda a minha vida, são 52 anos que estamos juntos. Meus parabéns, Mendes. O caro Wilson, nosso Presidente da Associação dos Cabos e Soldados, quase duas décadas de luta pela Polícia Militar, um grande abraço Wilson. Eu não posso falar, o meu amigo da Amico, que tem nos prestigiado tanto e tantas coisas boas tem feito pela sociedade, o meu

carinho por você, você realmente nos auxiliou muito. O Pedro Paulo Pena Trindade, o vice-Presidente do Conselho Deliberativo, que falou sobre 32. Pedro, eu te estimo muito. (Palmas.) Ele me auxiliou muito hoje, porque ele falou tudo sobre o Movimento Revolucionário e eu já não preciso falar tanto; a Camila, a nossa diretora de Comunicação Social, você está conosco há um ano e a sociedade progrediu muito, principalmente no campo virtual. Hoje o Estadão publica uma reportagem sobre 32 e Movimento, 32 porque é a Revolução e Movimento porque nós estamos em movimento. Então, Camila, nós vamos transformar todos aqueles jornais eletrônicos num livro para os 80 anos da Revolução. Meu caro Major Olímpio, você corrigiu um erro histórico, quando estivemos em Sorocaba, que se criou a Lei em que Alvarenga tem o seu dia, 12 de agosto, e os heróis anônimos, porque naquela madrugada fatal de 23 para 24 de maio, onze tombaram feridos, dois morreram na hora, um terceiro morreu cinco horas depois e o outro morreu dois dias depois. Diz o livro do Paulo Nogueira, que tem o Amadeu, que morreu alguns dias depois, instala um livro do Paulo

Nogueira, eu rendi minhas homenagens, porque são cinco volumosos livros que contam toda a história de 32. E eu acredito que tem havido um Amadeu, mas é anônimo. E o Alvarenga, que morreu depois do dia 10 da lei que criou o MMDC, nunca poderia estar na sigla MMDC e o nosso querido Deputado, nosso associado corrigiu esse erro histórico, tirou lá do MMDC, que não podia estar com o MMDC. Alguns livros ainda falam em MMDCA. Não existe MMDCA, existe MMDC - Martins, Miragaia, Dráuzio, Camargo e existe o dia do Alvarenga, da Lei 13.840, que o Deputado Olímpio naturalmente corrigiu o erro histórico que vinha já há cinco anos. Era alguma coisa na nossa garganta, coisas erradas não podem progredir, de 1932 até a estapafúrdia lei que criou a MMDCA, transcorreram-se setenta e tantos anos e nós naturalmente nessa época toda tivemos pessoas muito mais inteligentes, que poderiam tentar pôr lá. Mas depois de setenta e poucos anos, não vai mudar a história. Então o MMDCA é MMDCA. MMDC, o A f icou fora porque o Alvarenga morreu depois. Leia a íntegra no site

Ato cívico marca os 79 anos da Revolução de 32 - Rio Claro por Janyne Godoy, Jornal da Cidade

Na manhã desse sábado (9), autoridades e representantes do poder público municipal, Polícia Militar, Tiro de Guerra, Grupos de Escoteiros e Clube 21 Irmãos Amigos participaram do ato cívico em comemoração ao feriado estadual em que os paulistas relembram a Revolução

Constitucionalista de 1932, que aconteceu em f rente ao túmulo do soldado desconhecido no Cemitério Municipal São João Batista. O orador of icial do evento, José Eduardo Leite, disse que o soldado não é desconhecido, e sim todos os que lutaram em nome de Rio Claro representando o Estado e morreram por essa causa. O evento teve a participação da Banda União dos Artistas Ferroviários, que prestigiou os presentes com o Hino Nacional, entre outras músicas. O prefeito Du Altimari salientou a fala de Eduardo Leite, em que ele

destacou que a ditadura, seja ela da esquerda, direita ou centro, nunca é bemvinda e que a democracia deve prevalecer sempre. O presidente da Cia. Quanta de Teatro, Jeferson Primo, participou da solenidade com a leitura da “Oração ante a última trincheira”, poesia de Guilherme de Almeida. Durante o evento, foi depositada uma coroa de flores no túmulo do Soldado Desconhecido, que na verdade homenageia os combatentes de Rio Claro que se engajaram no episódio ocorrido há 79 anos.


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Alckmin exalta polícias de SP no desfile de 9 de julho - São Paulo por Ingrid Navarro

O governador Geraldo Alckmin exaltou as polícias paulistas, ao af irmar que são “a maior força policial do país”, durante as comemorações do 79º aniversário do Movimento Constitucionalista de 1932, neste sábado (09). “São aproximadamente 100 mil policiais militares, 35 mil policiais civis e 5 mil policiais técnico-científ icos”, lembrou. De acordo com o governador, a co m p e tê n c i a d a p o l í c i a ve m d a capacitação, treinamento e investimento em tecnologia de ponta. “Criminoso em São Paulo vai ser pego”, concluiu. Também estiveram no evento, que aconteceu em frente ao Monumento ao Soldado Constitucionalista, no Parque do Ibirapuera, zona sul da Capital, o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto; o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Álvaro Batista Camilo; e o presidente da Associação dos Veteranos de 1932, Mário Fonseca Ventura, entre outras autoridades. A comemoração

é realizada anualmente para relembrar e homenagear os combatentes paulistas que participaram do conflito contra o regime de Getúlio Vargas.

Homenagens Dez urnas com as cinzas dos heróis da revolução foram conduzidas por alunos da Academia de Polícia Militar do Barro Branco (APMBB) até o mausoléu, após as honras do 3º Batalhão de Policiamento de Choque (BPChq). Em seguida, autoridades depositaram flores no 'Túmulo Herói Jacente', onde estão

sepultados os corpos dos estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo (MMDC), mortos em conflito no dia 23 de maio de 1932. Após a solenidade fúnebre, 32 pessoas, entre ex-combatentes da revolução e personalidades civis e militares, foram agraciadas com a Medalha Constitucionalista. A honraria é concedida pela Sociedade Veteranos de 32, com o objetivo de agraciar os participantes ativos da revolução e também as personalidades que contribuíram com serviços prestados à democracia de São Paulo. Após a entrega das medalhas, foi iniciado o desf ile militar e cívico, que durou aproximadamente uma hora. Além de veteranos do conflito, que abriram o desf ile, participaram representantes de entidades civis, escolas, Guarda Civil, Forças Armadas, Polícia Civil e Polícia Militar. A Cavalaria da PM encerrou o evento.

Personalidades da Segurança de São Paulo agraciadas com a Medalha Constitucionalista · · · · · · · · ·

Cel PM Sérgio Luiz dos Santos - Corregedor da Polícia Militar Cel PM Vicente Antonio Mariano Ferraz - Chefe de Gabinete do Comandante Geral Cel PM Carlos Botelho Lourenço - Diretor de Logística Cel PM Sérgio Del Bel Junior - Comandante de Policiamento do Interior - 6 Cel PM Airton Alves da Silva - Comandante da Academia de Polícia Militar do Barro Branco Albano David Fernandes - Delegado Seccional de Polícia de Carapicuíba José Aparecido Sanches Severo - Delegado Titular 7ª Seccional da Capital (Itaquera) Adilson Pereira - Diretor do Instituto de Criminalística do Estado de São Paulo Arnaldo Tadeu Poço - Assistente de Gabinete do Superintendente da Polícia Técnico-Científ ica do Estado de SP


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Revolução é reverenciada pela PM - Bauru por Luiz Beltramin, do Jornal da Cidade

Uma solenidade especial marcou, ontem de manhã, a celebração ao 9 de Julho, feriado estadual que homenageia o movimento revolucionário constitucionalista de 1932. A cerimônia foi realizada no quartel do 4º Comando de Policiamento do Interior (CPI-4), sediado em Bauru. Cerca de 200 p o l i c i a i s m i l i ta r e s participaram da formatura, com marchas e hinos alusivos à revolução. A solenidade ainda contou com a participação de integrantes do Corpo de Bombeiros, policiamento aéreo, ambiental e demais grupamentos da PM A cerimônia, também prestigiada por familiares dos policiais perf ilados, teve ainda a presença de parentes dos voluntários engajados na Revolução Constitucionalista. Marília Guedes de Azevedo Pallota estava entre eles. Emocionada, ela lembrou a trajetória do pai, o professor e voluntário constitucionalista Durval Guedes de Azevedo, que morreu em 1982. Marília lembra que tinha dois anos na época em que o pai, ao lado do irmão Everaldo, deixou Bauru e foi para o

front de batalha na região do Vale do Paraíba, a espera das tropas governistas que chegariam do Rio de Janeiro. Ela conta que, enquanto pai e tio lutavam na revolução, as mulheres e d e m a i s f amiliares de voluntários bauruenses se reuniam para cooperação m ú t u a e , principalmente, rezar pelos combatentes. Durante a solenidade, Marília comentou que muita gente ainda desconhece o real sentido da data. O feriado, decretado em 1996 pelo então governador Mário Covas, para a f ilha de ex-combatente da revolução ainda é mal interpretada por muitos, que, erroneamente, consideram o movimento como separatista. “A revolução é confundida com uma ação de separação, e não é nada disso”, completa o tenente-coronel José Humberto Nardo, comandante interino do CPI-4. Conforme o of icial, a história da “guerra paulista” precisa ser melhor esclarecida. “O mais bacana é que foi uma revolução marcada pela união de classes, faixas etárias e sexos”, enaltece o of icial.

Guerra paulista O movimento armado que reuniu civis e militares paulistas insurgiu conta o governo de Getúlio Vargas que havia chegado ao poder dois anos antes, também por meio de um levante: a Revolução de 1930, caracterizada por um golpe militar. O movimento de 1932 foi denominado constitucionalista porque as tropas do Estado de São Paulo queriam a promulgação de uma nova Constituição para o País. O levante teve como estopim o assassinato de quatro estudantes, no Centro da Capital paulista, por tropas federais. O acrônimo MMDC, com o nome das vítimas, Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, deu origem ao nome do movimento insurgente contra o governo federal. Os restos mortais dos jovens estão sepultados no mausoléu do obelisco do Ibirapuera, em São Paulo. Apesar de não ter conseguido destituir a Ditadura Vargas, o movimento, que recebeu esse nome por ter sido deflagrado no dia 9 de julho de 1932, conseguiu feitos importantes, considerado como vitória por muitos participantes e descendentes, como o anúncio da Constituinte e eleições. Cerca de 830 combatentes morreram entrincheirados em cidades de todo o Interior paulista. Dos mortos, mais de 600 eram de São Paulo.

Escolas participam de homenagem da Revolução de 32 - Cordeirópolis por Câmara Municipal

Dezenas de crianças das escolas municipais e estaduais lotaram o plenário da Câmara Municipal de Cordeirópolis na tarde do dia 05, durante sessão solene, em homenagem ao 79º aniversário da Revolução Constitucionalista. O evento que contou com a presença do Coronel PM Mário Fonseca Ventura, Secretário da “Sociedade Veteranos de 32 – MMDC”. Ventura que já proferiu palestras em diversas escolas af irmou que f icou surpreso com o número de alunos

presentes e contou um pouco de sua realidade quando jovem, “ não tínhamos TV e rádio eram poucos os que tinham, a nossa realidade era diferente do que é hoje, onde todos possuem um celular e a internet, o que facilita a comunicação”. Antes de iniciar a palestra passou uma apresentação em vídeo com fotos dos s ol d ad os e ca r ta zes a poi a n d o e incentivando os jovens a lutarem. “ A revolução de 32 foi exemplo de civismo, caráter, mas hoje posso dizer que estamos em tempos horríveis e se houvesse de ter

uma revolução hoje, não se encontraria homens no porte daquela época, onde há o civismo, que morre para defender sua pátria”, ressaltou Ventura. Na oportunidade houve ainda uma exposição de objetos do revolucionário e cordeiropolense João Batista Betanho. Os familiares de Betanho estiveram presentes e participaram da homenagem. O projeto é de autoria do vereador Alceu Guimarães (PPS).


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Ex-combatente de 32 é homenageado pela Polícia Militar - Marília Ex-combatente da Revolução Constitucionalista de 1932, Antonio Andrade Guimarães, 98, mais conhecido como “Totó”, foi homenageado ontem em solenidade pela Polícia Militar de Marília. O ex-combatente Domingos Simões Mathias, 99, também receberia a homenagem, mas não pode estar presente no evento por problemas de saúde. Totó é de Vera Cruz e os dois são os últimos combatentes vivos da região que lutaram na revolução de 32. Durante seu discurso, Guimarães disse que os civis estão esquecidos no Brasil, mas que fatos como a Revolução de 1932 devem f icar marcados na história. “Eu f ico muito orgulhoso por ter participado da revolução e hoje receber uma homenagem como essa, sou patriota

Foto: Paulo Cansini

por Jornal Diário de Marília

e amo o Brasil, mas é uma pena que os nossos civis estejam tão esquecidos”. O ex-combatente af irmou que se sente novamente no campo de batalha quando relembra a revolução. “A maior luta que tivemos foi em Amparo (SP). Nós fomos pegos de surpresa e tivemos muitos mortos e muitos que foram capturados e

presos”, lembra. O tenente coronel João Carlos Sproesser Mathias, se emocionou ao discursar sobre o signif icado da data para São Paulo e para o país. “É motivo de orgulho para todos nós poder compartilhar alguns momentos com a presença do Totó, que representa aqueles que lutaram bravamente por nós”. Rosalina Tanuri, da Comissão de Registros Históricos, estava presente na solenidade e af irmou que a homenagem estimula o civismo no país. “É muito bom relembrar o movimento de 9 de Julho, que representa o heroísmo Paulista. Não podemos esquecer que antes de nós, muitos lutaram para que estivéssemos aqui hoje”.

Histórias do antigo Distrito de Rocinha - hoje Vinhedo por Jornal de Vinhedo

O antigo Distrito de Rocinha, hoje Vinhedo, tem histórias para contar da Revolução Constitucionalista de 32, que deu origem ao feriado de 9 de julho. O médico dr. Manoel Matheus Netto conta que existia a “cantina do soldado” na esquina da Rua Nove de Julho com Santos Dumont. “Os soldados passavam e paravam ali”, af irmou dr. Manoel Matheus em entrevista ao Jornal de Vinhedo em determinada oportunidade. Ele contou também que por três dias o então Distrito de Rocinha f icou praticamente desocupado porque a população se refugiou para fazendas vizinhas com medo da Revolução. “Boatos correram no distrito dizendo que os paulistas iriam resistir na Serra do Japi, nas nossas proximidades”, disse dr. Matheus. O médico f alou que m a n t i m e n to s e c ava l o s f i c a ra m escondidos e que a fazenda de seu avô, chamada Santana, abrigou várias pessoas porque tinha casas desocupadas. “Foi uma evasão. A cidade f icou praticamente morta”. Quando os paulistas foram derrotados, outro susto. Algumas pessoas

começaram a dizer que o então subprefeito, João Corazzari, seria obrigado a tirar a placa do nome da Praça Olavo Guimarães (atual Praça de Sant’Ana), que foi prefeito em Jundiaí. A imposição vinha de pessoas ligadas a Getúlio Vargas e que andavam com um cobertor vermelho amarrado no pescoço, como gaúcho. “Mamãe colocou um tapete vermelho no chão, nós nos ajoelhamos e começamos a rezar”, af irmou dr. Matheus em referência ao mandamento de sua mãe. Após a Revolução, a família Matheus se refugiou no conhecido casarão – onde atualmente é uma loja de roupas de bebê – e começou a esquentar água. Caso os getulistas chegassem, seriam recebidos com água quente, era uma espécie de arma, não de fogo, mas preparada com ele. Casa do Soldado O correspondente do então Diário do Povo, jornal de Campinas, Gilberto Damásio, contou, em edição do dia 12/7/62, que o 30º aniversário da Revolução Constitucionalis ta f oi

comemorado em V inhedo com a inauguração da Casa do Soldado, que f icava na Rua Nove de Julho, esquina com a Santos Dumont. Segundo o correspondente, “ali, os soldados que demandavam a São Paulo em sentindo contrário, encontravam sempre às suas ordens merendas e o sossego necessário para refazerem suas energias”. Rua Nove de Julho A Rua Nove de Julho, a principal da cidade, passou a ter esse nome em função da Lei 115, de 25 de março de 1953, promulgada pelo então prefeito, dr. Abrahão Aun. Ela era conhecida por Rua Dois. Na época, a Rua Um também mudou de nome e passou para Monteiro de Barros. No m es m o p ro j e to, pass a ra m a denominar-se Humberto Pescarini (Rua Três), Fernando Costa (Nova), João Corazzari (Av. Dois), João Pinheiro (Av. Zero), Manoel Matheus (Av. Um), Av. Dois de Abril (Av. Três até a Rua Dois), Jundiaí (Av. Cinco), Benedito Storani (Rua Quatro) e Santa Cruz (Rua Cinco).


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Museu Histórico e Pedagógico Amador Bueno da Veiga - Rio Claro por Marcelo Lapola

Há exatos 79 anos, completados neste sábado (9), aqueles artefatos hoje guardados como parte do Museu Histórico e Pedagógico Amador Bueno da Veiga serviram a voluntários rio-clarenses que deixaram seu trabalho e sua família para trás em prol da luta armada na Revolução Constitucionalista de 1932. Capacete, cantil, granada, morteiro, um sabre, entre outros materiais, todos doados por excombatentes de 32 e também por suas famílias seguem preservados no acervo do Museu Histórico e Pedagógico Amador Bueno da Veiga, armazenado num casarão localizado na Rua 1, na área Central. Outro material importante preservado no acervo é um livro onde se relacionam assinaturas de todos os voluntários rio-clarenses que partiram para a batalha contra o governo Vargas. Também há um relatório impresso na época pela Associação Comercial de Rio Claro, com dados sobre o que ocorria no campo de batalha.

A admiração pelos soldados da chamada “Guerra Paulista” se estende aos heróis rio-clarenses, que também estiveram na frente de combate. Entre os rio-clarenses que lutaram em 1932, três deles são lembrados durante as comemorações, por terem morrido nos campos de batalha espalhados pelo Estado. São jovens da família Marques Teixeira, Brunine e Masulo. Um acontecimento curioso e comovente também permeia a história de combatentes rio-clarenses na Revolução de 1932. Na ocasião uma rio-clarense se vestiu de homem e tomou parte na Revolução vestida de homem, tudo para poder acompanhar o marido. Mas, o d i s f a r c e n ã o d u r o u m u i t o. A o descobrirem-na, lhe deram um vestido e a mandaram de volta para Rio Claro. Outro soldado da frente paulista presente na memória do município é o cidadão Laudomiro Telles, nascido e criado em Rio Claro.

Essas e outras histórias da participação de Rio Claro na Revolução de 1932 podem ser contempladas também por meio de fotos no acervo do Museu Histórico Pedagógico Amador Bueno da Veiga. A esperança é que estas e outras peças estejam novamente disponíveis para apreciação do público, após a reconstrução do Museu, destruído por um incêndio no ano passado. A Revolução Constitucionalista de 1932 representava o inconformismo de São Paulo em relação à ditadura de Getúlio Vargas e com a ruptura da política do café-com-leite.

Soldados da Revolução de 32 serão homenageados em São Vicente por Prefeitura

Considerada um dos maiores movimentos cívicos do Estado, a “Semana do Soldado Constitucionalista de 1932” será comemorada em São Vicente no

período de 6 a 9 de julho. A semana é dedicada a homenagens aos soldados que participaram do movimento que previa a derrubada do governo provisório de Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova constituição no Brasil. A abertura do evento acontece no dia 6/07, às 20 horas, na Câmara Municipal de São Vicente (Rua Jacob Emmerich, 1195, Parque Bitaru), com uma Sessão Magna de Abertura. Após a solenidade de abertura, o coronel da Polícia Militar João Leonardo Melle profere palestra com o tema “Natureza, Cidadania e Responsabilidade”. No dia 7, às 10 horas, será realizada homenagem ao Combatente Herói “Pérsio de Souza Queiroz Filho”, na Praça 22 de Janeiro, no Centro. Já no dia 8, acontecem duas solenidades religiosas. A primeira, às 9 horas, será celebrada Missa

ao Movimento Constitucionalista de 32, na Igreja Nossa Senhora do Amparo (Avenida Capitão-mor Aguiar, 773 Parque Bitaru). Na seqüência, às 10h30, será realizada homenagem aos antigos combatentes, no Mausoléu do Soldado Heróis de 32, que f ica no Cemitério Municipal (Largo da Saudade,100 – Parque Bitaru). E n ce r ra n d o a s e m a n a d e homenagens, no dia 9/07, acontece o grande desf ile cívico militar, com entrega de diplomas e medalhas, hasteamento da bandeira e apologia à Revolução. O desf ile, que tem início ás 10 horas, terá como ponto de partida a Praça Heróis 32, principal homenagem da Cidade para a Revolução. O evento é uma realização da Secretaria de Cultura de São Vicente.


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Evento celebra a Revolução Constitucionalista - Jundiaí por Prefeitura

O 79º aniversário da Revolução Constitucionalista, comemorado nesse sábado, reuniu autoridades em evento organizado pela Prefeitura de Jundiaí, por meio da Secretaria de Cultura, nesse sábado, na Praça José Alves, junto ao Monumento Capela. A programação teve início com o hasteamento das bandeiras e execução do Hino Nacional. Na solenidade, o deputado federal Luiz Fernando Machado comentou sobre a importância da data. “É um momento que não pode ser esquecido, visto que se trata de um episódio marcante em prol da democracia”, disse Luiz, que representou o prefeito Miguel Haddad.

Entre as autoridades que participaram da solenidade estavam o vereador Silvio Ermani, os secretários municipais Penha Maria Camunhas (Cultura) Walter da Costa e Silva (Serviços Públicos) e Castro Siqueira (Assuntos Fundiários), além do subinspetor da Guarda Municipal, D ê n i s Fe r n a n d o B e r m i , o comandante do 49º BPMI, tenente coronel, Wagner Fachini, e o presidente da Associação de E x s - co m b a te n te s d e 1 9 3 2 , Antônio Vetores.

Guarujaenses na Revolução de 32 - Guarujá por Prefeitura

Que no dia 9 de julho é feriado estadual da Revolução Constitucional de 1932 não é novidade. O que não é de conhecimento de todos é que a Avenida Thiago Ferreira, principal via do Centro Comercial de Vicente de Carvalho, leva este nome em homenagem a um jovem guarujaense, nascido no antigo Itapema, em 1909, que participou da Revolução de 32. Naquela época, ele e outros rapazes, como Alexandre Migues Ro d r i g u e s, n o m e u t i l i z a d o pa ra denominar uma rua do Tombo que era o bairro onde morou, se alistaram nas

Forças Armadas e lutaram bravamente durante o período. Thiago Ferreira morreu em combate no interior de São Paulo, mas Alexandre sobreviveu à também denominada Guerra Paulista. A Revolução Constitucionalista teve extrema importância para a história do nosso País. A guerra tinha como objetivo derrubar o governo provisório do então presidente da República Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova c o n s t i t u i ç ã o p a r a o B r a s i l . Os combatentes foram reconhecidos em Guarujá pela coragem e patriotismo demonstrados.

Solenidade em homenagem aos combatentes é realizada na Praça Nove de Julho Bragança Paulista

Foto: Marcos Bueno

por Ana Maria de Oliveira

No sábado, 9, foi realizada uma solenidade em comemoração a Revolução de 32 em homenagem aos soldados constitucionalistas bragantinos que participaram do movimento. O evento que começou com um café da manhã para os familiares dos excombatentes no Salão Nobre da Prefeitura, contou com a presença do vice-prefeito Luiz Gonzaga Pires Mathias e sua esposa Olga Mathias, da primeira dama Kátia Sólis, do secretário de Cultura e Turismo

Raul Lencini, secretário de Trânsito e Segurança, Eduardo Fernandes de Morais, Sub-comandante do 34º Batalhão da Polícia Militar do Interior, Major Luiz Marcelo Filogônio, o sub-tenente Silva Alves, entre outros. Além do hasteamento dos pavilhões houve durante o evento a execução do hino nacional e pronunciamento de autoridades, bem como a apresentação da Banda Marcial Municipal.


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Condecorações alusivas ao 79. Aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932 por Cel. Antonio Carlos Mendes

No dia 29 de julho de 2011 às 19 horas na cidade Olímpia-SP. Cel PM Renato Cabral Catita Ten Cel PM Silvio Carlos Silva Mendonça Major PM Marcos Antonio Marcondes de Carvalho Cap PM Valdeci Silva Junior Cap PM Mauro Alves dos Santos Junior Cap PM Vinicius Cláudio Zoppellari 1º Ten PM Alessandro Roberto Righetti 1º Sgt PM Benedito Cadurim Lima Filho 2º Sgt PM André Fernando Paiolli 3º Sgt PM Otoniel Martins dos Santos

3º Sgt PM Humberto Alonso Zanette Sd PM Deiviti Alexsandro de Souza Paula Sd PM Madalena Aparecida dos Santos Senhor João Broncanello Neto Senhor Eugênio José Zuliani Senhor João Paulo Polisello Senhor Rodnei Freu Ferezin Senhor Luis Salata Neto Senhor Gustavo Zanette Senhor Dirceu Bertoco Senhor Roberto Serroni Perosa

Senhor Carlos Antonio Defendi Senhor Leonardo Nicula Cintra Senhora Maria Aurea Trindade Lopes Polliselli Senhor Paulo Marcondes Senhor Alfredo Duarte Dos Santos Professor Érico Storto Padilha Senhor Flávio Vedovatto Senhora Ana Paula Ribeiro Senhor João Francisco Junqueira Franco Senhor Dirceu Barão

No dia 30 de julho de 2011 às 10 horas na cidade de Guarulhos - SP. Ten Cel PM Cesário Lange da Silva Pires Júnior Senhor Ney Fernandes Gelio Senhor Cesário Lange da Silva Pires Senhor Cristiano Carlos Amancio Sd PM Cícero Paulino Gonçalves Senhor Paulo Roberto de Sena Sd PM Jovair de Alvarenga Major PM Adriano Ribeiro de Magalhães Filho Sd PM Marcos Antonio Santos Ferreira Sd PM José Adeilson da Silva Senhor Antonio Cauzzo Filho

Sd PM Silvio Leal Carvalho Sd PM Marcelo de Melo Santos Sd PM Ismael Alves dos Santos Sd PM Leila Eunice Vieira da Costa Sd PM Iata Anderson José da Silva 3º Sgt PM Marcos Augusto Berti Cb PM Samuel Manoel dos Santos 3º Sgt PM Luiz Carlos Martins 2º Sgt PM Mirian Marli Malatesta 1º Sgt PM Walter Costa Rodrigues Sub Ten PM Francisco de Assis Aquino

1º Ten PM Derio Nunes de Almeida 1º Ten PM Carlos Elias Alves Pires 1º Ten PM Julio César Soares Galvão 2º Ten PM Alan Hudson Almeida da Silva 2º Ten PM Eduardo Bernardini Gonçallo Senhor Helio Buscarioli Cap PM Dalva Aparecida Martins Claudio Maj PM Marcos Cesar Carnevale Maj PM Francisco Claudio Calgievicz Otto Ten Cel PM Marcos Antonio de Almeida

No dia 28 de julho de 2011 às 10 horas na Corregedoria da PM do Estado de São Paulo. Ten Cel PM Edson Silvestre Major PM Daniel Augusto Ramos Ignácio Major PM Levi Anatácio Félix Cap PM David Ou Junior Cap PM José Carlos Joly Cap PM Homero Giorge Cerqueira Cap PM Yurio Edson Caldas Marques de Abreu Cap PM Mauro de Jesus Rocha Cap PM Deivison Daniel Gonçalves

Cap PM Cesar Augusto Ferreira Rosa 1º Ten PM Marcos de Godoy Subten PM José Manuel de Morais Subten PM Clayton Viana 2º Sgt PM Misé Silva Gonçalves 2º Sgt PM José Marculino da Silva 3º Sgt PM Débora de Lima Rodrigues Cb PM Domingos Fernandes Simões Cb PM Luiz Carlos Soares Silva

Cb PM José Mateus de Brito Cb PM João Lopes Cb PM Wagner Emídio Pedroso Sd PM José Alves Cordeiro Sd PM Everaldo Francisco Xavier Sd PM Luciano Baptistini Sd PM Alexandre Aleixo

No dia 26 de julho de 2011 às 09 horas no Núcleo “Gino Struffaldi”. MEDALHA CONSTITUCIONALISTA Sd PM Daniel as Silva Barbosa Sd PM Kleber Silva de Andrade Sd PM Carlos Eduardo Garcia 1º Ten PM Alex Sandro Borghi de Lucena

MEDALHA GOV. PEDRO DE TOLEDO 1º Ten PM Georgiane Haluch Moletta 3º Sgt PM Josimar Rodrigues da Silva Cb PM João Carlos Barbosa Cb PM Adílson Roberto Costa Cb PM Victor Augusto de Carvalho Jr.

MEDALHA MMDC Sd PM Regina Lúcia dos Santos


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Cerimônia de condecorações e desfile cívico-militar em comemoração aos 79 anos da Revolução Constitucionalista de 1932. por Markus Runk

No dia 31 de julho de 2011 às 09 horas na Rua Rui Barbosa, na altura do no 367 na Bela Vista, foi apresentado pelo Diretor de Cerimonial da Sociedade Veteranos de 32 - MMDC, Markus Runk, um evento em parceria com a Sociedade de Defesa, Tradições e Progresso da Bela Vista - SODEPRO, realizado pela primeira vez na Bela Vista com a participação da Polícia Militar e da comunidade tão participativa, unida e receptiva. A cerimônia contou também com um desf ile cívico-militar com os blocos dos veículos antigos, a Cofam, Associação Bombeiro Mirim Juvenil Voluntário e Pocket Show de Sandrinha Sargentelli. Foram outorgados as seguintes autoridades: Cel PM Pedro Borges de Oliveira Filho Cel PM Alfredo Deak Junior Cel PM Nevoral Alves Bucheroni Ten Cel PM Ulisses Puosso Cap PM Alexandre Henriques da Costa Doutor Jorge Silveira Duarte Doutor Fabio Arduino Portaluppi Doutor Antonio Batista Filho Doutora Carmen Angela de Aquino Mascarenhas Professora Vera Lucia Antunes Dalanesi

Senhor Alfredo Duarte dos Santos Senhor Miguel Marques de Alcantara Senhor Carlos Cavalcante de Souza Senhor Luiz Maggio Senhor Ângelo Mariano Luisi Senhor Franscisco Pinto Netto Senhor Flávio Alexandre Cardoso Álvares Senhor Afonso Luiz Roperto Senhor Hélio Vernier Senhor Moacyr Martins Rodrigues Senhor José Maria Domingues dos Santos

Senhor Daniel Checchio Senhor Paulo Santiago Senhora Norma Clementina Ríspoli Gonçalves Senhora Sandra Bernardo Silva de Alcantara Senhora Sandra Sargentelli Ambrosino Senhora Graziela Cardinali Senhora Maria Paula Puglisi Yoshihara Senhora Márcia Maria Rebouças Senhora Thaís Taverna Chaim Senhora Josef ina Felipe da Silva Senhora Eugênia Maria de Souza Frias

Revolução de 32 é tema de seminário no CIEE por Agito SP

O Centro de Integração EmpresaEscola (CIEE) promoveu no dia 08 de julho, sexta-feira, às 8h30, o Seminário sobre a atualidade da Revolução Constitucionalista de 1932. O evento, antecedido por um café da manhã, realizado no Teatro CIEE e tem o apoio das Academias Paulistas, Estadão, Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-

SP), Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP), Associação dos Advogados de São Paulo (AASP) e Sociedade Veteranos de 32. Coordenado por Luiz Gonzaga Bertelli, presidente executivo do CIEE e da Academia Paulista de História (APH), o encontro contará com palestras de Ruy Martins Altenfelder Silva, presidente do Conselho de Administração do CIEE e da

Academia Paulista Letras Jurídicas (APLJ) e Paulo Nathanael Pereira de Souza, presidente emérito do CIEE e membro da Academia Paulista de Letras (APL). Na ocasião, foram homenageadas dez personalidades de destaque na efeméride do 79º aniversário da Revolução Constitucionalista.

Cidade realiza Festival de Fanfarras - Ilhabela por O Noticiado

1º Fest Fan homenageia neste dia 9 de julho os combatentes da Revolução Constitucionalista de 1932. O evento que é organizado pela Secretaria de Educação contará com a apresentação de fanfarras de cinco escolas municipais e deve reunir cerca de 170 alunos entre corpo musical e coreográf ico. O festival homenageará neste dia 9 de julho os combatentes da Revolução Constitucionalista de 1932. O grupo

vencedor se apresentará em setembro no Expomusic, em São Paulo. A ideia de organizar um festival surgiu da necessidade de mostrar o trabalho desenvolvido durante o ano inteiro nas instituições que possuem o ensino fundamental II (6º ao 9º ano). Todos os

anos as fanfarras realizavam uma única apresentação, no desf ile cívico-militar do dia 3 de setembro, quando é comemorado o aniversário de emancipação políticoadministrativa de Ilhabela. Agora terão mais um espaço com o 1º Fest Fan. A f a n f a r ra ve n ce d o ra va i participar juntamente com a Secretaria de Educação da Expomusic 2011, em setembro, na Expo Center Norte, em São Paulo. Ilhabela participa em função do projeto de música desenvolvido na rede municipal de ensino.


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A Revolução de 32 contada de um outro ponto de vista - Itu por Camila Bertolazzi

“Nós não sabíamos o que era um fuzil. Nós não sabíamos o que era f ila, marcha, para frente, para trás, meia volta. Nós não sabíamos nada disso. Mesmo assim o movimento foi fantástico. Era tudo por São Paulo”, af irma José Sampaio Pereira Mendes, único sobrevivente ituano da Revolução Constitucionalista de 1932. Com um caminhão, seu Zito, como é conhecido, percorreu as fazendas de Itu a procura de jovens revolucionários que lutassem contra a ditadura instaurada por Getúlio Vargas no “Governo Provisório”. Conheça os principais motivos que f izeram explodir a revolta, entre eles a morte do MMDC! Com o espírito de luta, mas sem saber ao certo por que estavam lutando, 300 jovens ituanos se uniram e formaram o 3º Batalhão de Caçadores Voluntários Paulistas.

Além do f im do Governo Provisório, o movimento armado de 32 reivindicava a nomeação de um novo presidente da república, a autonomia estadual e, principalmente, outra constitucionalização para o país. Distante dos problemas políticos, homens, mulheres e crianças vibraram pelo Estado e em coro gritavam “Por São Paulo farei tudo; ouro para São Paulo”. Em Itu, as tropas voluntárias se reuniram em três casarões onde atualmente funcionam o Espaço Cultural Almeida Júnior, a escola Regente Feijó, e a Casa do Barão, que na época pertencia ao deputado Lelico Sampaio. Nessas

concentrações, os poucos of iciais que tinham instruções militares, passavamnas para os jovens sonhadores. Mesmo sem experiência, os ituanos partiram para a “guerra”. Antes de embarcarem no trem de carga para Sorocaba, eles desf ilaram nas principais ruas da cidade. “Durante o desf ile, moças bonitas jogavam f lores para gente”, lembra seu Zito. De Sorocaba partiram para Itapetininga, também de trem, e depois para Capão Bonito, na carroceria de caminhões. Lá permaneceram até o dia 02 de outubro, quando of icialmente os paulistas se renderam. Sem armas, sem munição e sem o apoio de outros Estados, São Paulo foi obrigado a render-se às forças de Vargas. Os números da Revolução Durante três meses, aproximadamente 35 mil paulistas lutaram incansavelmente. O f ator fundamental da força dos constitucionalistas estava no apoio da população. Cerca de 60% do exército era formado por voluntários. Entre eles, estavam os escritores Monteiro Lobato e Mário de Andrade, que f izeram campanhas a favor dos revolucionários em rádios de São Paulo. Já no exército adversário, boa parte era composta por mercenários pagos. “Infelizmente só com boa vontade não se faz revolução”, af irma o ituano. A precariedade era tamanha que seu Zito, mesmo sem nenhum preparo tornou-se Chefe da Sessão de Metralhadoras. “Na falta de alguém experiente, eu fui o escolhido”. Seu Zito também conta que um italiano se apresentou para trabalhar como barbeiro, mas logo que chegou lhe deram um fuzil. Para o revolucionário, o pior foram as más condições pelas quais eles tinham que passar. “Nós f omos maltratados pela chuva, pelo sol e pela péssima comida”. E completa: “Tudo era improvisado”. Apesar de todos os problemas, seu Zito garante que não

sentiu medo. “O medo existe quando não se tem motivação, e nós tínhamos uma motivação muito grande, queríamos ver São Paulo brilhar novamente”, conta o ituano. De acordo com os números of iciais, 634 pessoas morreram e outras 1273 f icaram feridas, porém, estima-se que esse número seja ainda maior. A quantidade de mortos é seguramente superior que as perdas brasileiras durante a campanha da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial. Segundo seu Zito, apenas três homens do grupo de voluntários de Itu morreram, mas vários f icaram feridos ou foram presos. Considerada um marco da história republicana, a Revolução de 32 não foi um movimento de elite, mas sim, a maior mobilização popular já ocorrida na história do país. Muitos, até mesmo as pessoas mais simples, se comoviam com a causa e doavam seus objetos de valor para f inanciar a guerra; em troca elas recebiam um anel de ferro simbolizando a participação na campanha “Dei Ouro Para o Bem de São Paulo”.

Além de doarem suas jóias, as mulheres também tiveram outros papéis fundamentais. Eram elas que faziam e consertavam os uniformes, e cozinhavam para um batalhão de homens. Muitas delas também trabalharam nas enfermarias espalhadas por todo Estado.


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Oswaldo Raphael Santiago - Seu Nhová por Ten. Biajone

Última Parte De volta a Itapetininga A mudança da família Santiago para Itapetininga se efetivou no dia 16 de Maio de 1952. Mudaram-se Osvaldo, Augusta e quatro f ilhos do casal nascidos em Apiaí para a mesma casa na qual até hoje ocupam e na qual puderam educar os outros cinco f ilhos que tiveram nos anos seguintes. Quanto ao seu exercício prof issional no DER, Osvaldo lá permaneceu até 1987, aposentando-se como motorista após 35 anos de serviços prestados àquele importante órgão do estado Ao longo de todos esses anos, Osvaldo pode exercer variado número de funções nas quais se destacaram o transporte do pagamento de funcionários e o de motorista dos diretores da regional do DER de Itapetininga, como os saudosos Dr. Sidney da Cunha e Dr. José Lúcio Santana, que muito se afeiçoaram à pessoa de Osvaldo, nas constantes viagens que realizavam com ele entre Itapetininga e São Paulo, bem como demais localidades no estado e até fora deste No transporte do pagamento dos funcionários, Antonio José Campos Santiago, f ilho de Osvaldo, então com oito anos em 1958, conta que acompanhou o pai nessa importante tarefa de ir buscar o pagamento dos funcionários do DER na capital “enormes sacos cheios de dinheiro” como ele se recorda e que ao retornar para Itapetininga, esse dinheiro todo era separado em envelopes para entrega aos funcionários nas diversas localidades sob a jurisdição dessa regional, a saber, Cananéia, Capão Bonito, Sete Barras, Pariqueraçu, Itararé, Avaré, Guapiara, Apiaí, Registro e até no litoral,

em Iguape. Durante os doze dias de cada mês que eram gastos para realizar esses pagamentos, o menino Antonio José ia junto de seu pai e mais o funcionário pagador a todas essas localidades e outros tantos trechos de estrada para realizarem também o pagamento de diaristas do DER. A condução que utilizavam na época era uma perua rural da qual Antonio José emociona-se ao descrever os quatro anos que acompanhou o pa i Os va l d o n as v i a ge n s empreendidas O que talvez o f ilho Antonio José não seria capaz de hoje descrever com a mesma precisão era que lembranças poderiam ter invadido a memória de seu pai ao transitar todos aqueles anos por alguns dos mesmos locais que como soldado revolucionário de 32 ele trilhara ao transportar munição e armamento para os companheiros que lutavam naquelas paragens, então calmas e paradisíacas, mas que outrora foram palcos de encarniçados combates Oswaldo, o "Seu Nhová" Com a sua aposentaria no DER em 1987, uma nova e igualmente profícua fase se iniciava na vida de Osvaldo. Motorista continuou sendo, só que agora particular, realizando viagens para a capital do estado na maioria das vezes, conduzindo médicos, familiares destes e demais p essoas que o procuravam por saberem da sua larga experiência, prof issionalismo e discrição como chofer. No ano seguinte, em 1988, Osvaldo atingia o ápice de outra importantíssima face de sua vida, ao completar trinta anos como membro da

Irmandade do Santíssimo Sacramento daIgreja do Rosário de Itapetininga, condição na qual se encontrava desde 1958 e que atestava também a profunda religiosidade característica de toda a sua vida, fosse nos passos que tomou, nos obstáculos que venceu e na primorosa educação propiciada aos f ilhos. Nessa atividade ele permaneceu até o ano de 1999, quando completou 85 anos de vida e 70 de motorista. Talvez a façanha de nunca ter tido uma única multa que fosse em todas esses anos lhe valesse uma bela e merecida indicação no livro dos recordes mundiais, o “Guinness Book”, acrescido pelo fato de que Osvaldo nunca usara óculos e até hoje, nas proximidades da Copa do Mundo de 2014, quando completará 100 anos, ele dá sinais de que realmente de óculos não irá necessitar. A 4 de Abril de 2011, quando bati palmas frente à residência do Sr. Osvaldo Raphael Santiago, toda essa empolgante estória de vida que tive a oportunidade e o privilégio de aqui relatar me era desconhecida nos seus mais abrangentes detalhes. Desejoso em pesquisar na cidade de Itapetininga veteranos de 1932 que ainda em vida estivessem no município, a única pista que eu tinha veio de uma amiga em comum, Carolina Reigota de Medeiros, que havia trabalhado na casa do Sr. Osvaldo, o qual ela conhecia por Nhová carinhoso apelido pelo qual ele era conhecido por todos desde os tempos de Apiaí e que sabia ter participado de alguma guerra, por ter ouvido algo a respeito dele no recesso familiar. De posse da localização da casa, lá cheguei na parte da tarde daquele dia 4, uma segundafeira, sem certeza alguma de que talvez viesse até ser recebido, porquanto era até


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então pessoa estranha a família. Minhas dúvidas, porém, de imediato se dissiparam. Um de seus f ilhos, Mário Augusto Campos Santiago me recebeu com enorme atenção e me levou a presença de sua mãe, a senhora D. Augusta, a qual desde então não poupou esforços para em tudo me ajudar na condução da entrevista com seu marido. No entanto, naquela tarde não tive a oportunidade de conhecer o Seu N h ov á , p o r e s ta r n a q u e l a h o ra descansando, mas acertamos para que dali a dois dias, na quarta-feira, eu retornaria pela manhã para realizarmos a entrevista que posteriormente deu origem ao presente texto. E assim foi. No dia 6 de Abril de 2011, tive o privilégio de conhecer pela primeira vez em pessoa um veterano da revolução de 1932. Ainda que já tivesse entrevistado veteranos da II Guerra Mundial, não me foi possível esconder a emoção de estar na presença do Sr. Osvaldo que lá f irme estava, nos seus rijos 96 anos, ouvindo minhas perguntas e resgatando com admirável lucidez fatos que remontam os últimos oitenta anos de sua formidável trajetória de vida. Com a ajuda de sua esposa D. Augusta, dos f ilhos Antonio José e Jorge Luis, bem como de suas netas Tamise e Gabrielli, fomos todos juntos na manhã daquela quarta-feira reconstituindo os fatos aqui apresentados, nos detalhes que a impressionante memória de nosso

entrevistado permitiu retratar. Hoje, ao olharmos para a caminhada que o Sr. Osvaldo, ou melhor, o Seu Nhová, empreendeu ao longo da vida quase centenária, é visível os belos frutos que ele colheu das esperanças que plantou Com efeito, além de ter sido agraciado com a Medalha do Cinqüentenário da Revolução de 32 pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, em 9 de Julho de 1982, o Sr. Nhová recebeu em 24 de Abril de 2008 o título de Cidadão de Itapetiningapelos relevantes serviços prestados ao município. A par dessas dignas homenagens, todos os anos, o 22º Batalhão de Polícia Militar do Estado de São Paulo, sediado em Itapetininga, concede-lhe homenagem por ocasião do aniversário da Revolução Constitucionalista em 9 de Julho Seus maiores e mais expressivos frutos, porém, encontram-se consignados nos dez f ilhos que teve, quais foram, Hélio Isabel Campos Santiago, falecido em 1944; José Antonio Campos Santiago, funcionário do DER; Maria Aparecida Campos Santiago, professora aposentada; A n to n i o Jo s é C a m p o s S a n t i a go, metalúrgico aposentado e produtor rural;Maria Goreti Campos Santiago, professora; João Carlos Campos Santiago, falecido em 1971; Francisco de Paula Campos Santiago, gerente de recrutamento e seleção; Jorge Luis Campos Santiago, investigador da Polícia Civil do Estado de São Paulo; Mário

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Augusto Campos Santiago, funcionário da prefeitura de Itapetininga e Maria Isabel Campos Santiago, falecida em 1961. Destes seus dez f ilhos, dezoito foram os netos e dez foram os bisnetos que até Abril de 2011 "Seu Nhová" teve a graça de receber e hoje são, ao lado de sua esposa D. Augusta cujo casamento no dia 22 deste mês completou setenta anos o resumo de todo o seu amor, alegria e o legado insof ismável de uma vida de lutas como jovem veterano constitucionalista, competente praça do Exército, motorista de escol, caridoso irmão do Santíssimo, dedicado esposo, excepcional pai de f amília e respeitado cidadão itapetiningano. A entrevista realizada com o Sr. Osvaldo só foi possível graças a enorme gentileza de sua esposa D. Augusta, seus f ilhos e netos que conosco estiveram em nossos encontros, os quais não pouparam esf orços em propiciar valiosas contribuições para que o texto ora apresentado pudesse refletir a relevância de "Seu Nhová" em suas vidas. A todos que participaram direta e/ou indiretamente, os nossos mais sinceros agradecimentos.

TENHA SUA HISTÓRIA PRESERVADA E PERPETUADA! Você ou um familiar participou da Revolução Constitucionalista de 1932? Perpetue seu feito, conte para nós, que publicaremos no nosso jornal 32 em Movimento. Pode ser uma carta, artigo, foto, poema, livro, quadro, etc. Se tem relevância com a revolução de 32 nós e nosso leitores temos interesse! Entre em contato com nossa redação: veteranos32@gmail.com ou 11 3105 - 8541.


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Attilio Colletti por Alcy Luiz Colletti

Última parte Cinqüenta anos depois Em setembro de 1982 em São Paulo, foi comemorada com grandes festividades a passagem do cinqüentenário da revolução

constitucionalista. A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo homenageou todos os revolucionários, condecorou com diplomas e medalhas os combatentes que participaram da seção festiva no plenário da assembléia legislativa. Alguns gaúchos convidados pela comissão organizadora do evento, estavam presentes e foram homenageados e condecorados pela Assembléia Legislativa. Na ocasião foi inaugurado um imponente monumento na capital paulista, o Obelisco e Mausoléu, onde estão repousando os restos mortais de mais 713 combatentes, inclusive os restos mortais do Gaúcho, Soledadense (General Candoca) Cândido Carneiro Júnior. No monumento está instalado um museu mostrando peças do acontecimento de 1932. Nas comemorações do cinqüentenário em 1982, a Assembléia Legislativa do Esado de São Paulo a provou Lei, concedendo uma pensão mensal vitalícia de um salário mínimo, a cada

combatente, transferível ao cônjuge em c as o d e m o r te, co m o p rova d e reconhecimento, respeito e gratidão do povo paulista aos Revolucionários Constitucionalistas de 1932, benef iciando, também os gaúchos, e os de outros estados. O Sr. Nicanor Machado da Silveira o 'Niquinho' de Soledade, meu sogro, foi a São Paulo com alguns conterrâneos, no dia 2 de outubro de 1982 participando do encerramento das festividades dos cinqüenta anos da revolução, quando foi condecorado com medalhas e diplomas. Attilio Colletti, algum tempo depois encaminhou a documentação, comprovando a sua participação no movimento revolucionário, tendo sido homenageado com a Medalha da Constituição, e o diploma comemorativo. E foi benef iciado com a pensão de excombatente, f icando orgulhoso pelo reconhecimento e agradecido, pela pensão mensal recebida.

Borges, conduzindo os despojos de heróis constitucionalistas desconhecidos, exumados em Capão Bonito. Por volta das 16:10 horas é realizada a exumação solene dos despojos do Herói Luiz Gonzaga Ávila, ex-combatente dos batalhões “Arquidiocesano” e “Paes Leme”. Na prefeitura de Botucatu os despojos dos heróis são entregues às autoridades locais. Na noite, sessão solene na Câmara Municipal. Os restos mortais f icam em vigília na Câmara Municipal, sob a guarda da PM e do Tiro-de-guerra. Em 5 de julho de 1968 era publicado em Diário Of icial o Decreto nº 49.946 que autoriza o sepultamento de despojos de Heróis de 32, no Monumento Mausoléu, de 6 de julho de 1968: Antônio Camargo Cabo do 4º Esquadrão do Regimento de Cavalaria da Força Pública (atual Regimento de Cavalaria Nove de Julho); Hermes

Ribeiro de Freitas Aspirante do 4º RI; Sylvio de Campos Chefe Eminente do Movimento Constitucionalista; Severo Fournier Capitão do Exército Brasileiro; Augusto Corrêa Leite, Anspeçada do 5º B.C.P da Força Pública; Venâncio Ramos Soldado do 5º BCP da Força Pública; João Procópio Modesto voluntário do Batalhão 23 de Maio; além de quatro Heróis não identif icados e exumados em São José dos Barreiros, que participaram do Movimento Constitucionalista de 1932, conf orme relação f ornecida pela Sociedade Veteranos de 32-MMDC, tornando-se, assim, merecedores do mais alto respeito público. No dia 6 de julho de 2001 faleceu a veterana do Movimento Constitucionalista de 1932, Thamar de Macedo Soares Drago, nascida em 17 de dezembro de 1918. No dia 7 de julho de 1964

Migalhas de Julho por Cel. Mário Fonseca Ventura

1º de julho de 1916 nasce o veterano de 1932 Antônio Roberto Travia. Entrou para a Sociedade Veteranos de 32 em 10 de julho de 1964, sob o número 5.073. Participou da Revolução com dezesseis anos de idade, no setor de abastecimento. Falece em 3 de fevereiro de 2005. Dr. Naur de Barros Castro, combatente na Revolução Constitucionalista de 1932, falece, aos 89 anos, em Bauru, no dia 5 de julho de 2002. Radicado em Bauru desde 1927, advogado, participou da diretoria da subsecção de Bauru da Ordem dos Advogados do Brasil. Atualmente, exercia a presidência do Conselho Administrativo da Irmandade da Santa Casa daquela cidade. No dia 6 de julho de 1964 chega em Botucatu a caravana da Sociedade Veteranos de 32-MMDC sob a direção dos veteranos Silvio Sampaio Moreira, Jair Pereira Batista e Antônio Figueiredo


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procedeu-se a retirada dos despojos dos heróis da Revolução Constitucionalista de 1932 da Câmara Municipal de Botucatu e em cortejo conduzidos para a Catedral Metropolitana. Às 8 horas, missa celebrada por D. Frei Henrique Golland Trindade, arcebispo metropolitano. Os ataúdes são retirados da Igreja e colocados no seu adro. Palavra of icial do Prefeito Joaquim Amaral Amando de Barros; desf ile do TG 123; honras fúnebres; toque de silêncio pelo corneteiro da Sociedade Veteranos de 32-MMDC e partida para o Monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista no Ibirapuera. Entre os despojos conduzidos para o Monumento Mausoléu estão os do herói Luiz Gonzaga Ávila, ex-combatente dos batalhões “Arquidiocesano” e “Paes Leme”. Luiz Gonzaga Ávila alistou-se voluntariamente aos 16 anos de idade e nas linhas de frente recebeu ferimentos graves tendo seu braço esquerdo amputado e por doze anos consecutivos sofreu em silêncio, conseqüências dos ferimentos recebidos, porém, enaltecendo sempre o seu querido Estado de São Paulo. No feriado estadual do 9 de julho Procurem pelo livro Cartas de (e para) um Combatente, do professor, advogado, jurista e ex-colaborador do Diário Eduardo Domingos Bottallo (Alpharrabio Edições, 2007). O livro venceu o concurso de m o n o g ra f i a s s o b r e a R e vo l u ç ã o Constitucionalista de 1932 promovido pela OAB-SP e a Sociedade Veteranos de 32. É uma preciosidade por vários motivos: pelas cartas enviadas do front por François Bottallo, o Chico, tio do autor; pelas respostas familiares, do pai, da mãe, da irmã; pelo conteúdo das cartas trocadas; pela carta transcrita da sobrinha do autor, a museóloga Marilúcia Bottallo, transformada em prefácio: por uma segunda carta comentando a obra, do advogado Paulo Leme Ferrari, bisneto de Francisco Morato, líder constitucionalista. Mais dois destaques: a forma com que o livro foi editado, com a reprodução na íntegra das cartas trocadas e com o facsimile de todas elas ao longo dos capítulos;

e o jeito que Bottallo encontrou para construir o livro, reproduzindo as cartas, comentando-as e utilizando uma bibliograf ia de apoio para explicar o que foi a Revolução de 1932 para São Paulo e para o Brasil. Bottallo ensina para quem queira aprender. Quantos de nós temos maços de cartas f amiliares guardados e que consideramos importante divulgar. Agora temos um modelo de como proceder, inclusive ilustrando a correspondência familiar com fotograf ias de época, igualmente buscadas nos álbuns dos nossos entes que partiram. Do mais, eis aí uma bela leitura, com um pequeno trecho transcrito. François escreve da cidade de Cruzeiro à sua mãe, era 17 de agosto de 1932. "Conforme eu lhe escrevi de Lorena, faço parte agora do Batalhão de Assalto e não do Batalhão dos excombatentes. O comandante desse Batalhão é o mesmo do 1º B. C. R. Dahi eu ter vindo para elle, pois fui um dos dez escolhidos para integra-lo. Daqui meia hora seguiremos. O comboio já está acostado na 'gare'. Por isso, mamãe, termino enviando a todos muitos beijos e abraços. Seu f ilho, François". Cerimonialista condecorada com a Medalha Constitucionalista No dia 9 de julho de 2010, a cerimonialista Cecília Arruda, Secretária da Representação do Estado de São Paulo e Chefe do Cerimonial da Câmara Municipal de São Paulo, foi condecorada defronte ao Monumento do Soldado Constitucionalista de 1932, com a "Medalha Constitucionalista". Esta medalha foi of icializada pelo Decreto nº 29.896 de 10 de maio de 1989, do Governo do Estado de São Paulo, proposta pelo Conselho de Medalha da Sociedade Veteranos de 32-MMDC e ouvido o Conselho Estadual de Honrarias e Méritos. A "Medalha Constitucionalista" foi criada com f im de galardoar pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que por seus méritos e relevantes serviços prestados a São Paulo e ao culto da

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Revolução Constitucionalista de 1932, tornaram-se pessoas dignas de especial distinção. 10 de julho de 1981 é publicado no Diário Of icial a resolução nº 23 do Secretário Extraordinário da Cultura, Antônio Henrique da Cunha Bueno, no uso de suas atribuições legais e nos termos do artigo 1º do Decreto-Lei nº 149, de 15 de agosto de 1969, tombando o Monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista de 32. O Egrégio Colegiado do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado Condefhaat em sua sessão plenária de 13 de outubro de 1980, conforme consta da ATA Nº 449, decidiu pelo Tombamento do Monumento M a u s o l é u d o S o l d a d o Constitucionalista De 32. Pelo ofício SE-278/80, Processo Condephaat/77, Aldo Nilo Losso, Diretor de Divisão da Secretaria Executiva do Condephaat, comunicava, em data de 31 de outubro de 1980, ao Presidente da Sociedade Veteranos de 32-MMDC, Reynaldo Ramos Saldanha da Gama, a decisão do colegiado. Mais de mil pessoas estiveram na manhã de quinta-feira (10 de julho de 2009), na Praia do Gonzaguinha, para assistir o desf ile cívico-militar, que celebrou o 77º aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932. O evento foi realizado na Praça Heróis de 32 e contou com a presença de diversas autoridades civis e militares da Região. Entre os presentes estavam o coronel Ailton de Araújo Brandão, comandante do Policiamento de Interior 6 (CPI-6), tenente-coronel da PM Jairo Bonifácio, sub-comandante interino do CPI-6, tenente - coronel Carlos Fernando Vilanovas, comandante do 2º Batalhão de Infantaria Leve, tenente-coronel Marcelo Afonso Prado, comandante do 39º BPM/I, tenente coronel da PM, Luiz Carlos Ribeiro, comandante do 6º Grupamento dos Bombeiros, Tenente Coronel Pedro Akui, comandante do 29º BPM/I, tenente-


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coronel da PM Carlos Otero Jorge, comandante do 45º BPM/I, Dr. Rui Augusto, delegado titular da Polícia de São Vicente, o prefeito Tércio Garcia, o viceprefeito Rogério Barreto, Carlos Indalécio, presidente da Associação Capacetes de Aço, Paulo Paixão, comandante da Guarda Civil Municipal, o presidente da Câmara, Paulo Lacerda, os vereadores Caio França, Diogo Batista, Tiça, Pedro Gouvêa e José Eduardo, além de secretários municipais. Após o hasteamento das bandeiras do Brasil, do estado de São Paulo e de São Vicente, foram depositadas flores no monumento do soldado constitucionalista. “É muito importante que se cultue o passado e enalteça essa cidade, principalmente na nossa Cidade, que é a primeira do Brasil”, disse o prefeito Tércio Garcia. O Desf ile Cívico-Militar contou a presença de representantes das Forças Armadas, Polícia Militar, Guarda Civil Municipal, jovens do programa Jepom e escoteiros. Também estavam presentes ex-combatentes como Naylor da Silva Carvalho, de 99 anos. No dia 12 de julho de 1932 chega a São Paulo o General Bertholdo Klinger entre estrepitosas manifestações de entusiasmo da imensa maré humana que ocupava a Estação da Luz e adjacências, tendo o grande tribuno doutor Ibrahim Nobre saudado-o com estas palavras: “Nós estamos aqui todos de pé e em armas. Chamaram-nos de separatistas porque procuramos não só libertar São Paulo como todo o Brasil, deste estelionato civil que queria fazer de nós escravos. Não somos separatistas. É mentira. Nós deixamos nossas casas, numa comunhão de ricos e pobres, de operários e patrões, para nos defendermos. Nossas mãos calejadas pelo trabalho pegaram em armas, para que sobre a sepultura da nossa dignidade não colocassem um epitáf io de lama. Mas uma grande consolação resta: o Exército de Caxias, de Osório, este Exército glorioso que tanto honra a nossa Pátria, está ao nosso lado, personif icado na pessoa ilustre de vós General Klinger.

Estamos dispostos a derramar o nosso sangue em defesa de São Paulo e do Brasil, dispostos a morrer para que possamos chegar ao Rio e sanear o Catete. Repare V. Exª nas nossas frontes, onde existem ainda sinais da coroa de espinhos, do nosso flanco lanceado, na nossa túnica rasgada, no nosso corpo flagelado por tantos sofrimentos. Mas o sofrimento é tanto mais nobre quanto mais rude é o calvário. O nosso movimento é do Brasil Católico, disciplinado e forte, contra a anarquia em que queriam que vivêssemos. Uma luta de Jesus contra Lenin. Nos queremos que seja respeitada essa Constituição que a ditadura rasgou; queremos que em todo o Brasil todos possam viver como cidadãos e não como bajuladores. Conduza-nos, general, leve-nos à vitória para que o Brasil possa viver livre e voltar ao trabalho. Permita-me, general, que lhe transmita a solidariedade e a conf iança de todos os paulistas no abraço que lhe quero dar.” Na mesma data, o Comandante Geral da Força Pública, Coronel Júlio Marcondes Salgado, transmitiu ao General Goes Monteiro o seguinte telegrama: “A conduta irregular e vacilante da ditadura nos entendimentos com as frentes únicas, no tratamento dispensado à opinião pública nacional, causa tal desapontamento em São Paulo que se tornou inevitável a irrupção do movimento revolucionário de caráter eminentemente nacional e constitucionalista. Com índice do estado de espírito aqui reinante, em face dos erros da diretriz ditatorial, basta considerar a impressionante solidariedade das tropas federais e estaduais e de todas as classes representativas do grande povo paulista, que vibra uníssono nesta hora, na absoluta certeza de que a primeira e grande vitória já alcançada será em breve a vitória de toda a Nação.

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Invasão de um batalhão da Marinha, formado por cerca de 400 soldados e comandados pelo capitãotenente Augusto do Amaral Peixoto, à cidade de Cunha. Os esbirros da ditadura, em 12 de julho de 1932, subiram a Serra do Mar em direção a Cunha com a intenção de c h e g a r a o Va l e d o P a ra í b a p o r Guaratinguetá. Na cidade f oram combatidos pelos paulistas, que perderam muitos homens nesta batalha. Paulo Virgínio, um pracinha morto durante a campanha, tornou-se f igura histórica e ídolo dos cunhenses, sendo sempre lembrado na data do acontecimento. A rodovia SP-171, que leva até Cunha recebeu o seu nome. Uma esquadrilha de três aviões da Marinha efetuou um reconhecimento aéreo sobre o porto de Santos, tendo sido iniciado o seu bloqueio pela Esquadra, com um patrulhamento aéreo incessante sobre o porto e ao longo do litoral paulista. Falece Júlio de Mesquita Filho, em 12 de julho de 1969. Nasceu em 14 de fevereiro de 1892. Ele dirigiu o jornal O Estado de São Paulo, à frente da Redação, def inindo a sua linha editorial, entre 1927 e 1969. Nesse período, o Estado se consolidou como empresa jornalística, tornando-se o mais importante veículo de mídia impressa na América Latina e conquistando respeito internacional. Avançou tanto em relação ao que se produzia no País que, segundo Cláudio Abramo, em seu livro de memórias A Regra do Jogo, f icou sem concorrentes à sua altura. Mesquita Filho cuidava da parte editorial, enquanto seu irmão Francisco Mesquita conduzia as áreas de negócios e administração. Constituíam uma dupla af inada e inseparável. Francisco também morreu em 1969, no mês de novembro, quatro meses após o irmão. “Nasci em casa de meu avô Cerqueira César, no Largo da Liberdade e quase ao f indar do século passado. Foi ali no velho casarão, hoje transformado em uma empresa de produtos farmacêuticos, que passei a maior parte de minha infância.


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Ali recebi as primeiras impressões da vida, na atmosfera sadia e revigorante de uma velha e sólida família do século XIX” (trecho de Esboço de Autobiograf ia). “Sou um homem sincero, um homem que pensa alto, daí muitas vezes não ser do agrado de muita gente. Mas sempre levado por um sentimento que é o que predomina em mim e que me impõe todas as minhas ações. E o meu amor entranhado ao País e um desejo incomensurável de servi-lo. Servir é a minha divisa. Servir ao Brasil, ao meu povo, à minha gente. E se às vezes sou veemente é porque custa-me aceitar certas injustiças praticadas por aqueles que têm obrigação exatamente de governá-la num sentido alto, capaz de tornar a vida de nossa gente melhor dentro de uma atmosfera justa” (em uma entrevista à TV, em 24 de julho de 1964). “Fomos jogados dentro de um navio que eles imaginavam viesse a naufragar no trajeto do Rio a Pernambuco, tais as precárias condições em que se a c h av a . É r a m o s c e n t o e t a n t o s revolucionários de 1932”. (na mesma entrevista à TV, lembrando a jornada para o desterro em Portugal, após a derrota de 1932). Pela Rádio Educadora Paulista o Senhor Carlos de Souza Nazareth, presidente da Associação Comercial de São Paulo, dirigiu no dia 12 de julho de 1932 a seguinte proclamação ao comércio e à indústria: “No momento decisivo em que a Nação Brasileira, com São Paulo, o

Exército e a Força Pública paulista à frente, se levanta para restabelecer no país o regime da lei, da ordem, da disciplina e das garantias a todos os direitos, não pode o presidente da Associação Comercial de São Paulo deixar de dirigir ao comércio e à indústria uma palavra de incitamento para que todos cumpram rigorosamente, na hora precisa, o seu dever, para com a sociedade paulista e brasileira. Está declarada a luta e nela é forçoso que tomem parte ativa todos os paulistas e todos os que vivem em São Paulo. Comerciantes e industriais! Ficai a postos na vossa tenda de trabalho. Conservai os preços das vossas mercadorias, impedindo qualquer alta que possa criar dif iculdades à população. Denunciai, imediatamente, os vossos estoques, com absoluta exatidão, logo que seja publicado a respeito o edital da Prefeitura, não aproveitando o prazo que for concedido para o cumprimento dessa obrigação. Conservai o lugar e o salário dos vossos empregados e operários, que se alistarem como soldados da Ordem e da Liberdade. Que todos possam seguir tranqüilos para a linha de frente, sem que falte o pão para as suas famílias e sem que corram o risco de f icar desempregados. F inalmente, prestai, sem hesitação, todo serviço que vos for solicitado para a vitória da grande causa nacional, seja ele qual for. Eis o vosso dever, comerciantes e industriais, brasileiros e estrangeiros, na hora decisiva em que se está preparando a

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vitória das aspirações mais prementes de todas as forças vivas da Nação, em vésperas de af inal, promoverem no país das condições necessárias para se restaurar o ritmo normal do trabalho, só possível no regime da lei e do direito.” Observação: esta proclamação do senhor Carlos de Souza Nazareth seria publicada nos jornais de 13 de julho de 1932. Nasce Leopoldo José Leonardelli em 12 de julho de 1905, em Socorro, SP, f ilho de João Leonardeli e Sioderia Amélia de Oliveira. Em 1923, serviu no Exército em Aquidauana, MS, e seguiu para São Paulo, onde entrou para a Polícia Militar. Em 1929, foi transferido para Ribeirão Preto, participando da Revolução de 1930 e da Revolução Constitucionalista de 1932. Recebeu a medalha de “Lealdade e Constância” em 1942 e, em 1962, o Diploma de Mérito Cívico pela participação na Revolução de 1932. Em 1969, foi presidente do Departamento da Sociedade dos Veteranos de 32, MMDC, em Ribeirão Preto. Casou-se com Ondina Arruda, teve três f ilhos e adotou uma. Faleceu em Ribeirão Preto, SP, dia 10/1/1982. Fundação, em 12 de julho de 2005, do Núcleo Da Lapa - A Diretoria da Associação Cívica “Sociedade Veteranos de 32-MMDC” Núcleo Lapa tem a satisfação de convidar V. Sª para o lançamento do Núcleo Lapa, a instalação do Museu MMDC e o lançamento do carimbo comemorativo ao evento


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Armando Ventura Mennitto por Anthony Mennitto - dos EUA

Meu Pai, Armando Ventura Mennitto nasceu em 23 de Março de 1912 na cidade de Campinas em São Paulo. Seu Pai, Michele Antonio Mennitto (Michele se pronuncia Miquele) veio da Italia direto para a cidade Campinas. Ele era campeão de luta GrecaRomana. Em 7 de Setembro de 1906, no "Theatro -Rink" naquela cidade ele lutou com o campeão Paulistano Pedro Puccetti. A luta durou dois dias. No primeiro dia eles lutaram por 52 minutos e no Segundo dia lutaram por mais 1 hora e vinte minutos. Meu avô, Pai de meu Pai tornou-se campeão Brasileiro. Seu f ilho Dilarmando Ventura Mennitto, irmão mais novo de Papai, vo l to u pa ra C a m p i n a s a on d e se estabeleceu com sucesso no ramo de ótica. (Optica Conceição) Ele, com a ajuda do Prefeito da época (1978) inaugurou uma das ruas de Campinas com o None de Rua Antonio Mennitto em homenagem ao seu Pai, meu Avô. Vovô veio para Campinas porque ele descobriu que ele havia familia em Campinas. Ele era primo da família Cruz e Bourbon, f amosos plantadores e comerciantes de café. Lutando nos rings da cidades, Vovô amealhou uma pequena fortuna e em 1914 e resolveu mudar-se com a família para São Paulo. Em São Paulo ele estabeleceu-se com uma padaria. Em 1926 ele já era milhionário com mais de uma padaria e casas que ocupavam um quarteirão na rua Guaporé no bairo da Ponte Pequena. Papai foi criado com luxo. Vovô não sabia lêr ou escrever, apenas sabia fazer pão e trabalhar duro. Mas, não muito depois, ele foi enganado por dois ladinos advogados e ele perdeu tudo. Passaram a viver na miséria. O Clube de Regatas Tietê era perto de onde movaram e Papai f icou sócio do clube em Abril de 1927. Militou pelo clube como remador (esquife do barco Anhemby) e como patrão do iole a oito. Lá no Tietê, ele logo ganhou o apelido de "Banha", pois sempre foi rechonchudo.

Papai fez um curso de desenho no Liceu de Artes e Ofício de São Paulo com Prof. H. Blackman. Em 1942 f ormou- se pela Escola Superior de Educação Física de São Paulo. F icou técnico habilitado de Bola-aocesto, natação e futebol. Mais tarde em sua vida foi técnico de Bola-ao-cesto do Tietê, do Corinthians Paulista, do Clube Atlético Pinheiros e da Cidade de Sorocaba. Mais tarde tornou-se juiz de bola-ao-cesto pela Federação Paulista de Arbitros. Nunca exerceu como técnico de futebol, mas emprestou seu nome para alguns times Paulista que necessitavam ter um técnico de futebol formado para poder viajar fora do Brasil. Na época o esporte era muito mais de amadores e Papai nunca fez muito dinheiro com o esporte. Casou-se em em 1933 com Helena Pierotti também de família Italiana. Tiveram três f ilhos: Anthony Ventura Mennitto, Maria Helena Ventura Mennitto e Célia Ve n t u ra Me n n i tto. Minhas duas irmãs são falecidas. Mas o esporte estava em seu sangue e começou a fabricar calções e artigos esportivos para sustentar sua família. N o T i e t ê pertencia ao CRT que promovia festas e muitos bailes. Seus melhores amigos também eram Tietêanos roxo, tais como Bento de Camargo Barros, Jacintho Caceres Silva (O Fuzarca), Oswaldo Massaini ( O Massa), Paulo Celestino, Silvio de Magalhães Padilha, Alberto da silva Azevedo, Luis DeLamana, Nelson Mennitto, Dilarmando Mennitto, Daniel Cinquini, Celso Bierrenback, Herbert Levy, Celso Pelicciari, Palmerio, Olavo Barra, Vila Real, Rumi Di Ranieri,

Abib Mansur(O Turco), Anauate, Francisco Iaconeli e mais uma dezena de outros que eu, infelizmente, não me lembro dos nomes. Angelo Del Monaco, alistou-se, foi soldado e desertou da revolução. Mas tarde, veio a casar-se com uma das irmãs de Mamãe Leonilda Pierotti. A família guardava silêncio, mas achavam que o Angelo foi covarde. O meu Tio Luis Mendes Pereira, o "Pará" casou-se também com uma das irmãs de minha Mãe Laura Pierotti. O "Pará" alistou-se como simples soldado combatente e voltou da revolução com as divisas de tenente por bravura. Esse meu Tio era dmirado por todos nós como Papai. Papai sempre gostou de música. Tocou violino e pistão. Com efeito, nós os três f ilhos estudamos música também piano. Foi o corneteiro de seu batalhão. Não tenho meios para saber aonde Papai batalhou, mas sei que foi contra is Mineiros. Uma Tia ainda viva (94 anos) disse-me que, se não falha sua memória, ele lutou em Oleotério e Taubaté. Papai nos contou que uma vez combatendo, uma bala passou raspando no chão bem ao lado da sua bota. Levantou terra que cobriu parte da bota. Papai era valente e sua vida nos mostrou isso. Disse que na revolução as vezes eles não tinham muito. Contava que todos os lugares que eles passavam eles eram aplaudidos. Muitos f azendeiros davam-lhes alimento e vinho. Muitas vezes as rações eram escassas e não tinha muito o que comer durante os combates. Papai contava que uma das vezes eles encontraram uma fazenda abandonada mas cheia de galinhas e ovos. Papai gostava de cosinhar. Passou a mão numa lata de querosene vazia de 20 litros. Encheu de agua e cosinhou mais de 7 duzias de ovos. Foi uma festa, dizia ele. Encheram o bandulho, mas os "gases" depois se confundiam com os tiros… Comeram galinha e vegetais frescos.


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Apesar das dif iculdades e da luta, Papai recordava com carinho as passagens da revolução. Na revolução ele perdeu amigos e fez novos amigos. Ele contava que a pior sensação era de ter que guerrear e, eventualmente, matar alguém. Ele deu muitos tiros, mas acha que não matou ninguém, mas mataria se fosse preciso pois estava em

Guerra e ele estava longe de ser covarde. Papai era muito engraçado e todos nós o adoravamos. Ele gostava de teatro e trabalhou em alguma peças. Fez gravações em disco da série "O vingador" em f ins dos anos 40. Eram discos enormes em 48 rotações para poder durar 20 minutos nas transmições de Rádio. Papai era muito hábil com as mãos e consertava tudo.

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Aprendi muito com ele. Eu tinha cerca de 12 anos e ele veio até mim e disse: Isto é um formão e não chave-de-fenda… Eu havia arruinado o corte do formão usando como chave-de-fenda. Nunca gritava com a gente. Era calmo e procurava ensinar sempre.

Ex-Governador Pedro de Toledo por Cel. Mario Fonseca Ventura

76 a. falece o ex Governador de São Paulo, Pedro Manoel de Toledo no dia 29 de julho de 1935. Nasceu em 29 de junho de 1860. Sua família possuía enorme tradição política. Seu tio, Afonso Celso de Assis Figueiredo, Visconde de Ouro Preto, exerceu importantes cargos no governo de D. PedroII, tendo chef iado o último Conselho de Ministros do Império, em 1889. Formado em Direito pela Faculdade de Recife - PE, na turma de 1884. Delegado e chefe de polícia interino de São Paulo, em 1889. Foi comandante interino da Guarda Nacional, em 1893. Em 1895, elegeu-se Deputado Estadual pelo Partido Republicano Paulista. Afastado por alguns anos da vida política, em 1905 vo l t o u a o L e g i s l a t i vo P a u l i s t a , reelegendo-se dois anos depois. De 1908 a 1913, exerceu também o cargo de grãomestre do Oriente maçônico em São Paulo. Nesse período, em 1910, deu apoio à candidatura presidencial do Marechal Hermes da Fonseca, contrariando a posição do PRP, que aderiu à campanha civilista de Ruy Barbosa. Com a vitória de Hermes, foi nomeado Ministro da Agricultura, cargo que exerceria até 1913. Entre os meses de janeiro e fevereiro de 1912, acumulou interinamente aquela pasta com a de Viação e Obras Públicas, Em maio de 1914 iniciou longa carreira diplomática, que o levou à chef ia das embaixadas brasileiras na Itália (19141917), Espanha (1917-1919) e Argentina (1919-1926). Nesse último país, concedeu tratamento cordial aos exilados que haviam participado das rebeliões

tenentistas de 1924, o que lhe valeu a antipatia do presidente Artur Bernardes, que acabou afastando-o do cargo. Voltou, então, ao Brasil e se afastou da vida política. Em 1930, com a vitória do movimento que levou Getúlio Vargas ao poder, a política paulista entrou em longa f ase de turbulências. O Partido Democrático (PD), que apoiara Vargas, manifestou-se contrário à indicação do Te n e n t e J o ã o A l b e r t o p a r a a interventoria federal em São Paulo e do General Miguel Costa para o comando da Força Pública do Estado. Ambos eram incentivadores da Legião Revolucionária (LR), agremiação voltada para a mobilização popular e hostil às antigas forças políticas paulistas. Mesmo após a demissão de João Alberto, a situação manteve-se tensa, já que os interventores seguintes, Laudo de Camargo E Manuel Rabelo, não conseguiram promover um acordo entre as facções em luta e permaneceram pouco tempo no cargo. Em fevereiro de 1932, o PD rompeu def initivamente com Vargas e aliou-se ao PRP principal pólo de poder político do país até a Revolução de 1930 formando a Frente Única Paulista (FUP). A Frente organizou-se com base em duas bandeiras principais: a defesa da autonomia estadual e a volta do país ao regime constitucional. Nesse mesmo mês, Vargas recuou e anunciou a criação do novo Código Eleitoral, primeiro passo para a reconstitucionalização. No mês seguinte,

Pe d ro d e To l e d o f o i n o m e ad o interventor pelo governo federal. Figura relativamente distante da luta que até então se travara no Estado, Toledo, a princípio, montou seu secretariado buscando um compromisso entre os contendores. No mês de maio, porém, reformulou o secretariado, que passou a se apoiar em elementos da FUP. A conspiração entre os paulistas contra o governo central se acelerou e, em julho, um movimento armado irrompeu no Estado em defesa da constitucionalização. Pedro de Toledo, após certa indecisão, acabou aceitando o convite dos líderes rebeldes para assumir a chef ia civil do movimento, sendo declarado governador do Estado. A chef ia militar, por seu turno, f icava a cargo do General Bertoldo Klinger. Sem a esperada adesão das forças políticas dominantes nos Estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, o movimento fracassou, após quase três meses de luta. Nem mesmo a intensa mobilização das diversas camadas sociais de São Paulo em apoio à rebelião foi capaz de leva-la à vitória. Em outubro de 1932, com a cessação das hostilidades, Pedro de Toledo foi imediatamente afastado do governo e encarcerado junto a outros líderes constitucionalistas. Em seguida, exilou-se em Portugal, só retornando ao Brasil em julho de 1934, com a promulgação da nova Constituição. Foi fundador e membro da Academia Paulista de Letras.


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Um pouco sobre a Heráldica (parte 1) Por Tiago José Berg

O escudo é também dividido em n ove pa r te s ou po s i çõ e s principais. Comparando-se o escudo com o corpo do cavaleiro nos tempos medievais, cada uma dessas partes tem sua s i gn i f i c a ç ã o e u m n o m e específ ico. As três primeiras de cima recebem o nome de “chefe”, correspondendo à cabeça do cavaleiro e indicam o comando das ações. As três intermediárias são chamadas de faixa ou “flanco” e representam seus

dedicar exclusivamente às bandeiras, seu estudo, seus usos e evolução. Fazemos aqui uma introdução básica, voltada para o público leigo no es tudo dos brasões e s uas descrições técnicas. Para entendermos um pouco mais como se apresenta um brasão de armas, devemos observar que ele é formado por partes específ icas, da qual chamamos de “elementos”. Em geral, um “brasão de armas” é composto de dois elementos principais: O primeiro é

membros direito e esquerdo, tendo a posição central chamada de “abismo”, equivalendo ao coração. Na parte inferior do escudo encontra-se a chamada base, termo o u “ p o n t a ”, q u e representa os pés do cavaleiro ou o solo, no qual se apóia. Há também uma divisão intermediária entre a cabeça e o coração, chamada “ponto de honra”, que representa o pescoço do cavaleiro e outra entre o peito e os membros, que representa o umbigo. Essas divisões são importantes, por cada peça colocada em uma delas representa simbolicamente as ações ou idéias que se quer passar.

Outro detalhe importante é o seguinte: o escudo representa o próprio cavaleiro, sendo assim, quando nos referimos à direita do mesmo, chamada de “destra”, esta se encontra sempre à esquerda do observador, assim como a esquerda, com o nome de sinistra, mostra-se sempre à direita de quem a observa.

o escudo, que é a sua parte principal e que contém os símbolos e divisões específ icas. Os símbolos (f iguras) postos dentro do escudo são chamados de “peças”. O segundo contempla a chamada “ornamentação exterior”, que é tudo aquilo que cerca o escudo fora de sua superfície, da qual se distinguem principalmente: os suportes, o manto, a divisa e o mote; a coroa, o capacete, o listel, o virol e o timbre. Como exemplo ilustrativo, escolhemos o belo brasão de armas da Nova Zelândia.

Confira quem venceu o concurso cultural de 9 de julho por Douglas Nascimento

www.saopauloantiga.com.br

Sendo esta coluna dedicada a apresentar os símbolos cívicos, torna-se necessário conhecer um pouco mais dos conceitos da primeira disciplina formal dedicada a estudar a simbologia a Heráldica , acompanhada de sua irmã mais nova a Vexilologia (derivada da palavra vexillum, assim conhecida a bandeira dos romanos) que a partir da segunda metade do século XX passou a se

A primeira edição do Concurso Cultural: Eu Conheço São Paulo foi um sucesso com quase mil participantes. A grande maioria destes acertou rapidamente qual era o nome da avenida abaixo: O nome correto é: Avenida 23 de Maio. A pessoa sorteada e que ganhou um exemplar do livro Poemas Paulistas da escritora Frances de Azevedo, foi a leitora Ana Cristina Faria A vencedora tem 7 dias úteis para entrar em contato com a equipe do site para enviar os dados para envio do livro. Após esta data será realizado um novo sorteio. E você ? Ainda não foi desta vez ? Fique atento que no início de agosto haverá mais um concurso cultural! Participe!


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Publicitário guarda relíquias da Revolução Constitucionalista de 1932 por Maurício Xavier [com reportagem de Nathalia Zaccaro e Pedro Marcondes de Moura]

Em um apartamento no Brooklin, o publicitário Ricardo Della Rosa guarda cerca de 500 relíquias da Revolução Constitucionalista de 1932, que é comemorada neste sábado (9). “Meus dois avôs participaram das batalhas”, explica o c o l e c i o n a d o r, d o n o d o b l o g www.tudoporsaopaulo1932.blogspot.co m, sobre o tema. “Eu herdei alguns objetos, interessei-me e virou uma mania que dura

Álbum Paulista: lançado provavelmente em 1934, contém 224 f igurinhas estampadas com medalhas, broches e lembranças da revolução

mais de vinte anos.” Em busca de novas peças, ele percorre antiquários e feiras pelo estado. “Os preços variam muito. Por um capacete, por exemplo, pago entre 20 e 2 . 0 0 0 re a i s.” Ite n s co m o f o to s , documentos, medalhas, bandeiras, espadas e fardas se misturam nas prateleiras. Veja alguns de seus tesouros:

Medalha Paulista: feita de prata, foi inicialmente distribuída por bravura e depois vendida como recordação

Cantil: gravado com o brasão de São Paulo, era utilizado pela Força Pública, a atual Polícia Militar

Munição: encontrada em uma trincheira em Eleutério, próximo à divisa com Minas Gerais

Capacete: peça rara, foi utilizado por um soldado no “trem blindado”, que era armado com canhões e metralhadoras e percorria as divisas do estado

Túnica: farda utilizada por of icial da Força Pública e adquirida em um antiquário

Veja no site www.tudoporsaopaulo1932.blogspot.com fotos do Desf ile de 9 de Julho realizado em frente ao Monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista - Obelisco.


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Oração Ante a Última Trincheira Poesia de Guilherme de Almeida

Agora é o silêncio... É o silêncio que faz a última chamada... É o silêncio que responde: "Presente!"

Mais legítima que essas feridas é a ferida da trincheira, que se eterniza na Pátria a dar a pura razão de ser da casa, da árvore e do mármore.

Depois será a grande asa tutelar de São Paulo, asa que é dia, e noite, e sangue, e estrela, e mapa Este cavado trapo de terra, descendo petrif icada sobre um sono que é corpo místico de São Paulo, vigília. em que ora existis consubstanciados, mais que corte de alicerce, sulco de lavra, E aqui f icareis Heróis-Mártires, plantados, cova de sepultura, f irmes para sempre neste santif icado torrão de é rasgão de trincheira. chão paulista. E esta perene que povoais é a nossa última Para receber-vos feriu-se ele da máxima trincheira. de entre as únicas feridas na terra, que nunca se cicatrizam, Esta é a trincheira que não se rendeu: porque delas uma imensa coisa emerge a que deu à terra o seu suor, e se impõe que as eterniza. a que deu à terra a sua lágrima, a que deu à terra o seu sangue! Só para o alicerce, a lavra, a sepultura e a trincheira Esta é a trincheira que não se rendeu: se tem o direito de ferir a terra. a que é nossa bandeira gravada no chão, pelo branco do nosso Ideal, E mais legítima que a ferida do alicerce, pelo negro do nosso Luto, que se eterniza na casa pelo vermelho do nosso Coração. a dar teto para o amor, a família, a honra, a paz. Esta é a trincheira que não Mais legítima que a ferida da lavra, se rendeu: que se eterniza na árvore a que atenta nos vigia, a dar lenho para o leito, a mesa, o cabo da a que invicta nos defende, enxada, a que eterna nos glorif ica! a coronha do fuzil. Esta é a trincheira que não Mais legítima que a ferida da sepultura, se rendeu: que se eterniza no mármore a que não transigiu, a dar imagem para a saudade, o consolo, a a que não esqueceu, benção, a inspiração. aue não perdoou!

Esta é a trincheira que não se rendeu: aqui a vossa presença, que é relíquia, transf igura e consagra num altar para o vôo até Deus da nossa fé! E pois, ante este altar, alma de joelho à vós rogamos: Soldados santos de 32, sem armas em vossos ombros, velai por nós! sem balas na cartucheira, velai por nós! sem pão em vosso bornal, velai por nós! sem água em vosso cantil, velai por nós! sem galões de ouro no braço, velai por nós! sem medalhas sobre o cáqui, velai por nós! sem mancha no pensamento, velai por nós! sem medo no coração, velai por nós! sem sangue já pelas veias, velai por nós! sem lágrimas ainda nos olhos, velai por nós! sem sopro mais entre os lábios, velai por nós! sem nada a não ser vós mesmos, velai por nós! sem nada senão São Paulo, velai por nós!

Bem-Aventurança! poemasde32.blog.spot.com

por Frances de Azevedo

Julho da grande jornada Na fé do povo calcada Que ante tanta vilania Lutou com sabedoria!

Julho de amor tão marcante Do soldado conf iante Das mulheres corajosas Sensíveis e poderosas!

Julho de tempo invernal Que de modo original Lá no campo de batalha Da matraca fez metralha!

Julho que deixou saudade E famílias na orfandade Mas a Carta da esperança Trouxe bem-aventurança!


Paixão Paulista São Paulo, 05 de Agosto de 2.011

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Pro Brasilia Fiant Eximia! por Mariano Taglianetti

Nove de julho de 32 evoca a consciência democrática nacional, nele refulgindo o esplendor da vocação democrática brasileira. A revolução constitucionalista paulista está inscrita nos anais da nacionalidade, forjada no pioneirismo bandeirante. Sem ele nossas fronteiras obedeceriam o Tratado de Tordesilhas, acordo entre Portugal e Espanha, que restringia o Brasil à quarta parte de seu território atual, estados como Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e outros estariam integrados à América Hispana. A natureza rendeu-lhe tributo, neste septuagésimo nono aniversário: manhã fria de primavera, em pleno inverno... Ali no Ibirapuera, diante do monumento Mausoléu dos Heróis, em sua honra, desf ilaram as três armas Exército, Marinha, Aeronáutica e Força Pública, proporcionando apoteose, despertando e revelando civismo de mais de duzentas mil pessoas. Sua dimensão histórica reside no f ato de haver sido sus tentáculo democrático por promover a reconstitucionalização pátria ao dar origem à Constituição de 34, fonte da memorável constituinte de 46, e por esse motivo vitoriosa... O movimento dos brasileiros paulistas de 32 foi deflagrado pela traição do poder revolucionário de 30 aos ideais da Aliança Liberal de mediata convocação

co n s t i t u í n t e e é h i s t o r i c a m e n te rememorado pelo jornal “O Estado De S. Paulo”, em resenha que veio a lume em caderno especial “Constituições Do Brasil”, às vésperas da eleição de 15 de novembro de 1.986: - “Como primeira medida, Vargas baixou um decreto assumindo poderes para exercer “discricio nariamente, em toda a sua plenitude, as funções e atribuições, não só do Poder Executivo, como também do Poder Legislativo, até que, eleita a Assembléia Constituínte, estabeleça a reorganização constitucional”. Nomeia a seguir interventores nos Estados, encarregados de designar os prefeitos. O Congresso Nacional e as Assembléias Legislativas são dissolvidos, assim como as Câmaras Municipais. Descontentes com o interventor imposto por Getúlio a São Paulo João Alberto grupos econômicos paulistas constituem em 9 de julho de 1.932 a Junta Revolucionária Paulista. Vargas derrota os revolucionários, mas a reconstitucionalização acaba acontecendo. No dia 15 de novembro de 1.933, 250 deputados eleitos pelo povo e outros 50 escolhidos por representação de classe elaboram a segunda Constituição da República. A nova Constituição, promulgada a 16 de julho de 1.934, reconheceu os sindicatos e associações prof issionais, introduzindo modif icações importantes para os trabalhadores: estabelecia-se o salário mínimo,

jornada de oito horas, descanso semanal, férias remuneradas e indenização por dispensa do trabalho sem justa causa. A Carta de 1.934 instituiu o direito de voto às mulheres e maiores de 18 anos, criou o mandado de segurança e instrumentos jurídicos como a ação popular e o direito de todo cidadão receber informações sobre o andamento dos negócios públicos. Foi proibida a prisão por multas ou dívidas e instituída a justiça gratuita, para os necessitados. Regulamentou o exercício de todas as prof issões e criou as Justiças federal e eleitoral. A nova constituição estabelecia ainda a proteção do estado à família e o ensino primário gratuito obrigatório”. O Brasil hodierno necessita conhecer seu passado histórico. As ge ra çõ es f o r m a m - se a l h e i as a o s fundamentos da nacionalidade. Assistem o desvirtuamento da Constituição de 88. Aqueles a quem se delegou sua defesa não a preservam. Não mensuram seus valores. Na ânsia de pseudo-intelectualidade mutilam seus fundamentos. Vivenciamos caótica situação, em que a prática democrática nos leva à necessidade imperiosa de apregoar luta democrática, por seus princípios. O lema “PRO BRASÍLIA FIANT EXIMIA”, não é apanágio dos brasileiros paulistas, mas da nacionalidade...

Foi “batizado” no Desf ile de 9 de Julho deste ano, o quadro “32 em Movimento”, feito em homenagem as m e m ó r i a s d a R e vo l u ç ã o d e 3 2 , contrastando o passado e o presente na forma do soldado e dos portões do Obelisco. A intenção do quadro é chamar a atenção para a perpetuação da glória do soldado de 32, para que não f iquem somente reservadas dentro do Mausoléu. No dia 14 de julho foi doado ao Salão

www.camilagiudice.com.br

32 em Movimento por Camila Giudice

Nobre do Batalhão Tobias de Aguiar juntamente com a obra do senhor Heinz que complementa a trajetória dos heróis

de 32. A artista agradece ao Cel. Telhada o prestígio de ter uma obra em local reservado aos verdadeiros heróis.


Polícia Militar em destaque São Paulo, 05 de Agosto de 2.011

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Solenidade de Outorga de Medalhas na Rota Por Semanário da Zona Norte

Na tarde de 14 de julho, quinta-feira, o quartel do 1º Batalhão de Polícia de Choque Tobias de Aguiar (Rota), foi cenário de mais um momento de civismo, com a realização da outorga de homenagem a personalidades civis e autoridades militares. A ROTA É RESERVADA AOS HERÓIS Leia a matéria na íntegra no site: www.semanariozonanorte.com.br

História do Prédio do DER de Itapetininga Por Ten. Jefferson Biajone

Frente da sede do 5º Batalhão de Caçadores do Exército Brasileiro - hoje sede do DER

Recentemente foi concluida uma pesquisa sobre o histórico do prédio do DER de Itapetininga. Atendendo a uma sugestão do amigo Edmundo Nogueira para pesquisar a história do 5º Batalhão de Caçadores que ocupou esse prédio, acabou-se por descobrir algo mais sobre o prédio do DER, anterior a chegada do 5º BC, e no intuito de compartilhar esta história dos antecedentes de Itapetininga, das surpresas históricas que emergiram das buscas realizadas neste mês de Julho. Veja matéria no site: mmdc.itapetininga.vilabol.uol.com.br/DER.htm

Tributo Ao 50º Bat. PM Metropolitano por Major PM Aderson Guimarães Pereira

No território da zona sul. Sob o céu azul. Estrela de fogo caiu ! A cratera surgiu.

A Força Pública atendeu. O cinqüenta compareceu. A preservação da vida ! Mediante fé em Deus.

Índio guarani ocupou. Meio ambiente preservou. Bandeirante explorou ! A população habitou.

O Estado no extremo sul. Polícia na zona sul. Somos todos irmãos ! Em busca de união.

Imigrantes na região. Trabalham para a nação. A segurança pública ! Direito da população.

Segurança iremos manter. Solo sagrado permanecer. A sociedade paulista ! Em paz conviver.

Pensamentos por Major PM Aderson Guimarães Pereira

"Os cabelos grisalhos podem ser os parágrafos da conclusão f inal da tese de uma vida dedicada ao próximo.” “A intenção mais a ação direciona o homem ao sucesso.” “Na era da tecnologia, o lápis ainda é fundamental para a alfabetização.” “Ao amanhecer deixe que os raios do sol atinjam o seu rosto e, mediante um belo sorriso, comemore ao abrir os olhos mais um dia de vida.” “A educação e o respeito são os melhores caminhos para a convivência entre os cidadãos.”


Reserva Cultural São Paulo, 05 de Agosto de 2.011

Edição número 07 - Sociedade Veteranos de 32 - MMDC

Mulher que virou soldado é homenageada em documentário

Livro sobre a participação da Legião Negra na Revolução de 32

por Jornal EPTV

A Legião Negra - A luta dos afrobrasileiros na Revolução Constitucionalista de 1932 (Selo Negro Edições, 224 pp., R$ 50,90), romance histórico escrito pelo jornalista Oswaldo Faustino, aborda uma faceta pouco conhecida da história nacional: a participação voluntária de um grande número de afro-brasileiros na Revolução Constitucionalista de 1932, contra o regime de Getulio Vargas a quem, contraditoriamente, grande parte desses combatentes reverenciava como "pai dos pobres".

Maria Sguassabia, a mulher que virou o soldado Mário na Revolução de 1932, é homenageada em um documentário lançado na terçafeira (5). Ela ganhou status de heroína, pois abandonou a vida de professora e mãe para combater na linha de frente. O professor universitário, Francisco Artem produziu o vídeo com alunos de uma faculdade de São João da Boa Vista e quer levar a história para as escolas de ensino fundamental. Ao todo, são 22 minutos de fotos, depoimentos de quem viveu com ela e, principalmente, momentos que f izeram dela uma mulher guerreira. Conf ira a reportagem no site: www.eptv.com.br ou http://tinyurl.com/mulher-soldado

Encontro de Veículos Antigos Especiais TERCEIRO DOMINGO DO MÊS Abertas as inscrições para o 2º Encontro de Veículos Antigos Especiais e Hot Rods do Parque da Juventude que será realizado no próximo dia 21 de Agosto das 8 ás 14 horas. Local - Parque da Juventude - CARANDIRÚ - SÃO PAULO - SP. Entrada gratuita das 8 ás 9H30 pela Av. Ataliba Leonel - Portão 01 ( travessa Av. Cruzeiro do Sul, altura nº 2.600, a direita ) Apoio: Todos os Clubes de Veículos Antigos participantes Mais informações no e-mail: classicosautomotivos@hotmail.com

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Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística A Sociedade Brasileira de Heráldica tem como objetivo, dentre muitas outras atividades culturais, educacionais, ecológicas, cívicas f ilantrópicas e honoríf icas, a orientação heráldica e vexilológica à organizações militares e civis quando na concepção de seus Brasões e Escudos de Armas, Bandeiras, símbolos, e uniformes, além de literalmente ingerir na "reconstrução" de centenas de Brasões e Escudos de Armas de municípios brasileiros, que se encontram em desacordo com as leis internacionais e as convenções da Ciência e da Arte Heráldica. Mais informações no site: www.heraldica.org.br/

Exposição em memória da Revolução de 32 - Santa Barbara D’Oeste por Assessoria de imprensa Estação Cultural

A Estação Cultural de Santa Bárbara d’Oeste, será palco de uma exposição de fotos e textos históricos temáticos sobre a Revolução Constitucionalista de 1932. Durante os dias 8, 9 e 10 de julho, serão mostradas ao público imagens acompanhadas de textos explicativos que relembrarão à população

a importância da data. As f iguras expostas são parte do arquivo do C e n t r o d e Documentação Histórica (CEDOC) da Fundação Romi. A R e vo l u ç ã o Constitucionalista de 1932, também chamada de Guerra Paulista, foi um movimento armado ocorrido no Estado de São Paulo entre os meses de julho e outubro de 1932. O objetivo desse movimento era a derrubada do Governo Provisório de Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova constituição

para o Brasil. Cerca de 100 cidadãos barbarenses participou ativamente do ato. Segundo o historiador da Fundação Romi, Antonio Carlos Angolini, a exposição tem como objetivo apresentar a importância desse feriado. “A população precisa entender o fato histórico ocorrido por trás de todo esse evento, e não apenas considerar o dia como fer iado”. Atualmente, o dia 9 de julho, data que marca o início da Revolução, é considerada a data cívica mais importante do estado de São Paulo, e também feriado estadual. A Revolução de 1932 é considerada pelos paulistas como o maior movimento cívico de sua história


Cartas São Paulo, 05 de Agosto de 2.011

Edição número 07 - Sociedade Veteranos de 32 - MMDC

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Fa l e c i m e n to

O dia 9 de julho é para nós, paulistas, uma data sagrada. Há precisamente 79 anos o Estado de São Paulo, numa explosão de amor cívico ao Brasil e à democracia, levantou-se, uníssono, num movimento denominado Revolução Constitucionalista de 1932, para restabelecer o regime democrático, que estava subjugado e sufocado por uma ditadura que mandava e desmandava no nosso país desde 1930, espezinhando principalmente o nosso Estado, que passou, como os outros, a ser governado por interventores nomeados pelo ditador Getúlio Vargas, com o consequente exílio do governador paulista de então, Júlio Prestes, eleito, antes do golpe, presidente da República. Este é um pequeno resumo histórico da aludida revolução, que foi dominada depois de alguns meses de luta (contra a força militar não há resistência), mas serviu para, algum tempo depois, forçar o restabelecimento do regime democrático brasileiro, dando ao povo o direito de escolher seus governantes pelo processo eleitoral. Salve a Revolução Constitucionalista de 1932! Esta é a homenagem de um menino de então que também tomou parte no movimento libertador, na chamada Cruzada Ginasial Paulista, como aluno do Liceu Coração de Jesus, angariando donativos (tecidos para fardas, agasalhos, comida, etc.). O maior mérito da revolução foi o ius sufragii - o direito de voto.

É com pesar que comunicamos o falecimento do General Euclydes Bueno Filho, ocorrido na tarde desta quarta-feira (13/07). o sepultamento ocorreu no Cemitério Getsemani.

ANTONIO BRANDILEONE

A g rad e c i m e n to s A Sociedade Veteranos de 32 - MMDC agradece a Câmara Municipal de São Paulo pela realização da 7. Caminhada que teve como tema a Revolução de 32. Em pouco mais de duas de horas de caminhada, os participantes puderam conhecer melhor os principais pontos que marcaram historicamente o movimento e que estão espalhados pelo centro da cidade. O evento contou com a participação de mais de 100 pessoas. A Sociedade Veteranos de 32 - MMDC agradece imensamente pela participação de todos os amigos, colaboradores e f amiliares nas solenidades alusivas a Revolução Constitucionalista de 32, bem quanto no envio das matérias, sugestões e pautas. Todas foram recebidas com muito carinho e pedimos que aguardem as próximas edições. E continuem enviando suas sugestões para que possamos continuar com este trabalho único e especial.

Aniversariantes de Julho 01/07 02/07 03/07 05/07 09/07 12/07 13/07 17/07 18/07 19/07 19/07 20/07 22/07

ROSA BARBOSA GALVÃO NOGUEIRA BRUNO PIAGENTINI NETO MYRNA DE BARROS LIMA IBRAHIM ORIVALDA ARGENTINA DIANA AMADO RUBIO ANDERSON LUIZ ALVES DOS SANTOS ANTONIO CARLOS N. HOMEM JUIZ DR. FRANCISCO ANTONIO BIANCO NETO LUAN GUERREIRO PEREIRA MARIA ZILDA DE PADUA FERRAZ YARA STRUFFALDI DE VUONO MARIA VICHI FRANÇA Dr. ARIOVALDO DE F. CHACUR

EXPEDIÇÃO: Publicação: Sociedade Veteranos de 32 - MMDC Endereço: Rua Anita Garibaldi, 25 - 01018-020 - São Paulo - SP Telefone: (11) 3105-8541 E-mail Sociedade: mmdc.32@terra.com.br E-mail para contribuições: veteranos32@gmail.com Site of icial: www.sociedademmdc.com.br Twitter: www.twitter.com/MMDC32

22/07 23/07 23/07 23/07 13/07 24/07 26/07 26/07 26/07 27/07 31/07 31/07 31/07

IRINEIA MARIA BRAZ P. SENISE TEN. PM JOÃO LUIZ MIGHETI COSTA HÉLCIO DE ABREU DALLARI JUNIOR MARIANO PRIETO ALVARO ZOCCHIO JUNIOR JOÃO BAPTISTA DE OLIVEIRA TEN PM NATANAEL SOARES DOS SANTOS MICHEL CHELALA OSMAR PRADO ALEXANDRE LUCCI CAP PM HÉLIO PATRICIO JÚNIOR JOÃO CAROLINO RAMOS MAURO DA SILVA VENTURA

Publicação: 05 de Agosto de 2011 Produção executiva: Camila Giudice - Diretora de Comunicação Social Redação: Diversos autores Criação e diagramação: Markus Runk Agradecimentos: A todos nossos colaboradores que possibilitaram a criação deste jornal e o apoio que tivemos de todos nossos amigos. Tiragem: Eletrônico


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