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Palavras dos ex-presidentes do CNPq pelos 70 anos da instituição

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O que é ciência?

O que é ciência?

Lindolpho de Carvalho Dias (1993—1995)

O CNPq foi criado em 1951 para apoiar a ciência - e vem fazendo isso com notável eficiência. Sempre foi um apoio básico para o pessoal da pesquisa, o que é absolutamente fundamental para o país. Seu sucesso é calcado no sucesso dos pesquisadores. Eu espero que continue assim por alguns séculos.

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José Galizia Tundisi (1995—1999)

Tenho grande orgulho de ter tido, na minha carreira, a experiência na presidência do CNPq. Esta é uma grande instituição, estratégica para o país. Promovendo pesquisa e desenvolvimento, promoveu capacitação, desenvolvimento tecnológico e inovação e, portanto, teve um papel fundamental no desenvolvimento do Brasil. Ao longo dos anos, a agência se fortaleceu, desenvolveu capacidade de interagir com outros ministérios, como a área da saúde e a área da agricultura. Articulou-se com outras agências, como a Finep, num atuação integrada extremamente relevante. Manteve um sistema de apoio com bolsas que consolidou uma classe de universitários e de pesquisadores para o Brasil, estimulando milhares deles a desenvolver suas pesquisas e projetos. Isso tudo só foi possível porque o CNPq sempre teve um corpo de funcionários extremamente competentes e dedicados em todas as áreas, que sempre apoiou os presidentes, sempre trabalhando de forma eficiente e competente e, com isso, mantendo o papel estratégico da agência. Cumprimento ainda os ex-presidentes do CNPq, que foram sempre muito trabalhadores, cada um trazendo inovações e projetos novos para a agência. Faço aqui um apelo, como ex-presidente, em nome de todos os ex-presidentes: o CNPq precisa melhorar as suas verbas a partir desses anos próximos, para que possa continuar desempenhando esse fundamental papel estratégico para o Brasil. Nós temos que lutar por isso.

Erney Felício Plessmann Camargo (2003 - 2007)

A criação do CNPq foi uma aspiração de toda comunidade científica, que encontrou no almirante Álvaro Alberto um eloquente defensor. Porém, a responsabilidade de zelar pelo ideário do CNPq e de seus objetivos continua sendo primariamente nossa, da comunidade científica. Por essa razão, entendo que devemos trabalhar juntos, como sempre fizemos, em defesa do patrimônio físico e orçamentário do CNPq e contra todo tipo de obscurantismo anticultural e anticientífico que confronte seu ideário original. Que toda a sociedade nos apoie nessa tarefa.

Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho (2010—2011)

O CNPq é a primeira agência nacional de fomento à pesquisa, completou 70 anos dedicados a formar pesquisadores e apoiar suas atividades de pesquisa, sempre com base no mérito científico e na avaliação por pares.

Essa atuação foi essencial para que dezenas de milhares de cientistas e engenheiros altamente qualificados se espalhassem pelas universidades, centros de pesquisas, institutos tecnológicos e empresas que compõem o sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação. Graças a esses pesquisadores, foi possível obter avanços significativos em diversas áreas do conhecimento, bem como superar desafios em vários setores, como na agricultura, na indústria, infraestrutura, energia, saúde e educação.

A despeito de todas essas conquistas, a instituição vem enfrentando sérias dificuldades orçamentárias. É fundamental e urgente garantir os recursos necessários para que ela possa bem desempenhar as suas funções e cumprir com a sua missão de tornar a ciência, tecnologia e inovação instrumentos efetivos no apoio ao nosso desenvolvimento sustentável.

Parabenizo todos os funcionários que passaram pela casa pelo excelente trabalho e faço votos que nos próximos 70 anos, o CNPq prossiga em sua trajetória virtuosa em benefício da sociedade brasileira.

Hernan Chaimovich Guralnik (2015-2016)

O CNPq é uma instituição no Brasil que nasceu e vive para apoiar as pessoas que fazem e produzem conhecimento em todas as áreas. Todos nós, fazendo todo tipo de ciência, queremos que o nosso conhecimento, a nossa ciência apoiada pelo CNPq, contribua para que esse Brasil saia do berço esplêndido e vire a potência que todos nós queremos que seja. O CNPq nasceu e continua sendo uma instituição única, porque olha cada pessoa, jovem, criança, adulto e até velho, como pessoa criativa em qualquer lugar desse país. De norte a sul, de leste a oeste, todos que tem alguma coisa importante para dizer, para pesquisar, para descobrir, são apoiados por um CNPq que hoje sofre uma política de corte orçamentário. Contamos com a sociedade desse país apoiando o CNPq, porque o CNPq merece ser apoiado.

Mario Neto Borges (2016-2019)

O CNPq, o qual tive o prazer de presidir, é uma agência estratégica para o desenvolvimento do Brasil. Ao longo dos seus 70 anos, ele demonstrou a sua importância no Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Ele tem um papel diferenciado da Capes e da Finep no cenário nacional e das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs), no cenário dos estados. Atua com parcerias importantes para o desenvolvimento do Brasil e a capilaridade da ciência nacional. O Brasil precisa do CNPq. O governo tem de suprir os recursos para o orçamento do CNPq, de forma que ele possa cumprir a sua missão. Vida longa ao CNPq. Sucesso.

João Luis Filgueiras de Azevedo (2019-2020)

Este ano, o CNPq celebra 70 anos de sua criação. Eu tenho certeza de que as comemorações ficarão aquém do que a data merece, em função da pandemia. Na minha visão, o CNPq é uma conquista da comunidade científica brasileira. A sua contribuição para o desenvolvimento e o crescimento dessa comunidade, assim como para o desenvolvimento das atividades de pesquisa e para o crescimento tecnológico e de inovação em nosso país, precisa ser constantemente lembrada, até mesmo para educar a população e as autoridades com poder de decisão do país. É importante que as pessoas efetivamente assimilem que desenvolvimento científico e tecnológico requer investimentos constantes, em volumes adequados e sem sobressaltos. E o modelo funciona, como estes 70 anos do CNPq claramente demonstram.

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