caminhos possíveis — rafael segatto

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sardinha jacundรก arraia ueua amureia arapaia manjuba


corvina pratiqueira paisandu pacu xarĂŠu tambaqui pescada branca







um menino me falou sobre as marés e o terral. é estranho chegar até aqui e não saber nada disso. monsarás, ilha do marajó


rafael segatto

caminhos possĂ­veis


eu tanto quero e não consigo sair de dentro de mim. em belém, eu só consegui depois de dois meses e com muito custo. preciso rever isso. preciso quebrar as minhas próprias barreiras. parece que meu trabalho só ganha consistência se tiver gente. se tiver relação com pessoas. quanto tempo demora pra eu sair disso? uma vida? algodoal, ilha de maiandeua




o perspectivismo da cor amazônica rafael segatto

uma vez li viveiros de castro falar sobre o vermelho como a “cor da cor”. ele fazia referência aos araweté, povo do médio xingu, que têm a tonalidade presente não só em seus elementos habituais, mas efetivamente como símbolo do que são. isso me tocou profundamente. eu havia chegado há alguns meses da amazônia paraense, onde o azul modificara o rumo de minha vida. em função disso, decidi revisitar minhas imagens, nas quais eu trabalhava cotidianamente para esta exposição. a cada novo encontro, eu sedimentava algumas e amadurecia outras tantas, mas em todas elas esse azul prevalecia. a insistência pela cor era tamanha a ponto de eu não reparar em um detalhe: o vermelho também permeava o que era concebido.


o azul trazido em mim ganhou forma em uma noite de lua. eu estava em mosqueiro, ilha de belém voltada à baía do marajó, quando barulhos de onda me perturbaram. fazia algum tempo que eu vivia longe do mar e lembro de ter ficado atordoado com aquela semelhança. era algo difícil de compreender, mesmo distante dele e das pessoas a quem ele me remetia. saber sobre a existência de praias fluviais eu sabia, mas senti-las ao pé do ouvido foi extraordinário. naquela noite eu não dormi. o mundo poderia ter acabado ali, enquanto eu observava a lua descer ao encontro das águas e fazer o céu cada vez mais azul. vendo aquilo tudo acontecer diante de meus olhos, pude reparar que ainda não experimentara um rio tão extenso. a verdade é que me encontrei com poucos rios nesta vida. o jucuruçu, de minha infância na bahia, e o doce, alguns meses depois de ele ter sido tomado pelos rejeitos de minério de ferro. assim, lidar com aquela imensidão azulada, acentuada pela inviabilidade de enxergar o outro lado da margem, mexeu com os meus sentidos. na manhã seguinte eu tornaria a repetir


vim à região do salgado, litoral do pará, e começo a me questionar sobre o que fazer aqui. me parece que pescar — ou a pesca — seria o fio condutor de meus processos, mas por enquanto só paisagem. tenho medo de gente? será que é timidez ou eu tô me escondendo nela? toda essa dificuldade em me aprochegar ao outro. algodoal, ilha de maiandeua


ivan disse que vai ao mar pescar. ele costuma ir sozinho. quero ir com ele. fortalezinha, ilha de maiandeua


uma atitude frequente para quem é criado no mar, mergulhar de ponta-cabeça. ao fazer isso, no entanto, me deparei com um chão pedregoso, que arrebentou minha boca em sangue. se no interior o regime das chuvas determina um período de cheia e outro de baixa ao amazonas, à medida que ele se aproxima do litoral, essa diferença converte-se em horas, tempo suficiente para uma consciência desnorteada sucumbir perante suas crenças. caminhos possíveis nasce a partir dessa experiência. tal compreensão evidencia a ruptura de uma ordem cronológica atrelada à ocidentalização do planeta. irromper a institucionalização do tempo foi como penetrar uma camada cósmica e ter a oportunidade de reparar em sua essência e infinitude. não havia somente deuses gregos, colonizadores, jesuítas. éramos eu e uma busca inconsciente por mim mesmo. nunca me senti tão só. nunca estive tão dentro. nunca me deparei tão perdido. indagar sobre minhas origens significou me embrenhar dentro de meu próprio



organismo, ser antropófago, buscar a mim mesmo em povos ameríndios, africanos. o azul converteu-se em ancestralidade. passou a representar uma investigação silenciosa pelo reconhecimento de meu corpo físico e espiritual. caminhar tornou-se então necessário para construir um lugar de escutas e atravessamentos. — demorei algum tempo para compreender belém. ela vive processo intenso de modernização urbana, está repleta de casarios degradados ou em ruínas, com janelas e portas lacradas, habitações humanas precárias, cemitérios, praças e monumentos abandonados. além da paisagem, é notória a ampliação de uma já imensa desigualdade social, das tensões entre a crescente população de rua e da violência, além do déficit de serviços públicos, vistos no esgoto a céu aberto e na infestação de ratos pelos bairros da campina e cidade velha. nada de novo sob o sol. afinal, são questões semelhantes a outras cidades brasileiras. mas esse


ivan carregou minha mochila enquanto passávamos pelos barcos. primeiro por cima, depois dentro e assim por diante. quando já havia rumo suficiente para eu seguir caminho, ivan disse que me deixaria na parada de ônibus. lá fomos nós. eu, ele e as duas filhas que vieram conosco. era véspera de ano novo e eles tinham vindo fazer compras. eu voltaria a belém para seguir ao marajó. chegamos com o ônibus quase de partida. me despedi dele com uma rapidez que eu não gostaria, mas agradeci. agradeci por tudo o que ele fez por mim. coloquei a mala no bagageiro e retornei a ele para a segunda breve despedida. nela percebi como havíamos atravessado um ao outro. percebi também a possibilidade de não vê-lo mais. ivan tem um jeito que lembra o do meu pai. maracanã


impacto na amazônia me pareceu diferente. pude observar buracos abertos no asfalto pela água do rio, o que me levou a pensar que existem apontamentos de outra ordem, em que a natureza se coloca de forma imponente. essa realidade se tornava mais brutal à medida que me deslocava para o interior. o impacto da floresta e das águas alcançava dimensões ainda maiores, e os municípios dispunham da mesma aparência instável, provisória e inacabada. esses vestígios, somados ao encontro de um povo acolhedor, desconfiado e aguerrido, estimularam em mim uma série de inquietações. a princípio, elas surgiram de maneira desinteressada, causadas pela estranheza ao encontrar tais cenários, decadentes, que me provocavam a sensação de pósapocalipses, como se passado e presente estivessem emaranhados e em suspensão. — tenho a impressão de que eu não poderia ter passado por outro lugar senão por onde andei. a instabilidade paraense,


a qual eu julgava estar diante de mim, parecia se confundir com o meu íntimo. eu era aquelas paisagens — e ainda sou, apesar de já não ser mais o mesmo. assim, penso na permanente instabilidade das águas. em como elas são transitórias. lembro de arthur omar em o pensamento do homem do rio, quando ele diz que “nada no rio é totalmente agora”. afinal, o instante é fugaz. no rio nada é fixo. e se nós, abundantemente água, também não o fôssemos? caminhos possíveis traz, a partir da experiência como um caminhante, a possibilidade de ver tudo o que todo mundo já viu, mas com os meus olhos e o meu corpo, sob a minha interpretação. e, por isso, fazer as perguntas que sinto vontade de fazer. perguntas que me colocam em contato com este mundo. — estranhamente, tive a impressão de me desatrelar do azul. entrou o inverno na linha do equador. passei a conviver com dias cinza-nublados e uma garoa


contei a seu joão do meu interesse em ir a maiandeua e ao marajó, lugares de encontro entre rio e mar, que no fundo são os meus encontros. falei a ele do meu desejo de voltar a pescar. busco em minha memória vacilante qual foi a última vez que pesquei. me lembro das histórias, mas não sei até que ponto elas são minhas ou de meu pai. lembro das minhas caminhadas para chegar na boca do jucuruçu. do robalo de 1,5kg. lembro do meu pai. digo a seu joão sobre pescar. conto que pesquei na infância. seu joão me diz que a gente pode apanhar um pouco no início, mas não esquece daquilo que aprende. ele relembra os 30 anos que não trabalha na pesca. diz que ainda sabe de tudo. me conta com detalhes o que precisa ser feito na pesca comercial. me diz da prestação de contas e da contabilidade. falamos disso enquanto tentamos construir uma câmera pinhole. belém


fina insistente. nada parecia funcionar. eu me sentia em um profundo colapso. encerrei o ciclo em belém e fui ao encontro do oceano. nas regiões de borda — como chamo os lugares onde o rio percorre o mar —, retornei às pescarias de minha infância, lugar secreto onde meus tempos passam a coexistir. fiquei ajudando ivan a pintar o barco no natal. era um vermelhoamazônida, do urucum, do pau-brasil, do sangue que carrego em minhas veias.


vermelho de exu, guardião dos caminhos, das possibilidades e da encruzilhada. eu ainda não sabia, mas lá onde a cor é mais cor o vermelho saía-se indo para alcançar o azul. por isso, não tinha mais sentido compreender em qual lugar ele estava. azul e vermelho, cores primárias e etéreas, me levaram ao coração de meu problema: descamar uma suposta realidade para refletir sobre formas do viver. as minhas questões, longe de estarem sob o espectro eurocentrado,


ganharam forma, e a câmera fotográfica não poderia ser um paradoxo tão certeiro. apesar disso, se eu não estivesse nessa água que nunca para, tecendo trocas sensíveis, ela teria pouco a contribuir. se um dia me perguntarem como é a amazônia, a minha amazônia de borda, de encontro entre rio e mar, eu posso responder azul e acrescentar, com alguma confiança, que sem o vermelho ela possivelmente não existe.


voltei a sentir a fisgada de um peixe. voltei à bahia de minha infância. monsarás, ilha do marajó



exu é o começo rafael segatto e renata segatto

depois que obatalá criou o mundo, reza a lenda, ele foi descansar. exu pôs-se a trocar tudo de lugar. fez da mulher guerreira. do ordenamento prévio, suas transformações. quando obatalá acordou, era tudo movimento. percebeu que já não podia mais devolver as coisas aos lugares. tentou o equilíbrio, mas exu já tinha colocado movimento no mundo. — era noite. eu pedalava desembestado na volta para casa. atravessava a avenida como se não houvesse amanhã. demorei a frear. parei a vários metros daquilo que eu havia enxergado. não sabia o que era, parei para ver. não sou disso, mas vez em quando acontece uma coisa, um estalo, uma curiosidade quente que, a princípio, não faz parte de mim. no chão do asfalto, virada do avesso, havia uma foto dessas que a gente guarda em casa. eram peixes abatidos. eles estavam amontoados em um ambiente vedado com paredes de alvenaria. provavelmente seriam vendidos. fiquei alguns instantes para decidir se levava ou não aquela imagem comigo. a escolha era só minha. no fim das contas, decidi trazê-la. aquela noite demorou a passar. só em casa me dei conta de que a fotografia estava numa encruzilhada. naquele tempo eu sabia pouco ou quase nada sobre encruzilhadas, mas assimilava que nelas se faziam entregas. — foi um baque só. tiago caiu no chão desfalecido. era segunda, dia de exu. era festa. eu celebrava a abertura da minha primeira exposição individual. tiago ali na porta de entrada.



liga para a polícia. chama a ambulância. pega uma cadeira. volta. pega o gelo. tiago vai se recobrando. fala embolado e com muita dificuldade. há sangue em sua boca. há dor percorrendo o seu corpo. tiago acabara de ser assaltado e, por reagir, fora espancado duas vezes. ele correu atrás dos assaltantes e caiu onde pôde. chega a primeira viatura. chega a segunda. e nada de ambulância. chega a mãe de tiago. e com ela a dor aumenta. tiago levou pancadas na cabeça. ele estava consciente de si e nós, preocupados. alguém fala em tempos difíceis. outro lamenta o ocorrido justo no dia em que eu celebrava a abertura de meus caminhos. alguém torna a falar em tempos difíceis. fala sobre a insegurança do dia a dia. lamenta. tiago chora com a mãe. as pessoas se envolvem. a ambulância demora. tiago chora com a mãe. — fabio entrou na galeria. assinou seu nome, como desejava, e seguiu para ver a exposição. eu o acompanhei. primeiro, para garantir que ele não fosse retirado. se o espaço é público, o acesso é de todos nós e de mais alguém. segundo, para explicar-lhe o que me levou até as imagens dispostas ali. ele me repudiou bravamente com um pedido de silêncio. não haveria explicação. não haveria sentido em dizer o que não precisava ser dito. deixei-o consigo mesmo e voltei aos meus e à minha função de estar com todo mundo e sozinho ao mesmo tempo. era segunda, dia de exu. era festa. eu celebrava a abertura da minha primeira exposição. um ano de atividades ininterruptas. um ano mergulhado em uma infinidade de questões. e fabio lá, sem atravessar a linha das aroeiras. ele ia parado. era um sobe e desce incessante. gesticulava aqui e acolá. não dizia nada nem se mexia. naquele instante eu começava a não caber em mim. eu não entendia o que via. fabio ali. fabio antes das aroeiras. fabio dentro e fora. um ano mergulhado em uma infinidade de questões. e fabio lá. — exu é mojubá


o abridor de caminhos almerinda lopes

esta primeira mostra individual que o jovem fotógrafo rafael segatto (1992) inaugura na galeria homero massena é resultante da pesquisa reflexiva e prática que ele desenvolveu ao longo do corrente ano, com o prêmio conquistado no edital nº 15 da secretaria de estado da cultura, na categoria projetos de exposições de artes visuais (2017). o título caminhos possíveis é tão instigante quanto sugestivo. aponta para questões que, embora pareçam opostas, na verdade se entrecruzam: objetividade e subjetividade, razão e sentimento, realidade e imaginação, possibilidade e imprevisibilidade, certeza e dúvida, decisão e acaso. aproxima o pensamento e o campo da arte, pois qualquer processo de criação remete à ideia de percurso, abertura e descoberta de novos caminhos. o ato criador, portanto, demove o artista de sua zona de conforto ou de segurança, da rotina e das normas que lhe são impostas pelo sistema hegemônico. a vontade ou necessidade de desvelar novos caminhos levou rafael segatto à condição de exilado — mesmo que em mobilidade espontânea — em belém do pará. lá ele mergulhou em uma realidade que lhe era até então distante e desconhecida. durante a residência artística, realizada na associação fotoativa, tendo sido contemplado posteriormente com a bolsa do prêmio do fundo de cultura do estado do espírito santo, o jovem se deparou, inicialmente, com o estado de abandono, degradação das construções históricas, caos urbano e conflitos sociais, que lhe sugeriram a realidade de tantas outras cidades brasileiras. mas lhe causaram mais impacto a grandiosidade dos rios, as cores e a exuberância da luz e da vegetação local, por atuarem como forças desmobilizadoras de conceitos, hábitos e visões preconcebidos.


partindo do registro fotográfico de imagens capturadas durante essa experiência imersiva na amazônia, mas também recorrendo a leituras, reflexões e trocas, o artista articulou a tessitura criativa de caminhos possíveis. trata-se de uma instalação que perpassa diferentes dimensões que se complementam — ela reflete sobre a vida, a construção de afeto e de alteridade; mas também aponta para a circularidade do tempo. no entanto, não é ao tempo linear e cronológico posto pela ocidentalização do mundo que se refere o artista. ele fala de um tempo biológico ou corporal, guindado pelo aqui e agora, ou seja, pelos fenômenos da natureza, como ocorreu com nossos ancestrais. é este tempo que continua orientando a vida cotidiana de muitas comunidades que dependem da pesca ou da agricultura para sobreviver: fases da lua, posição das estrelas, movimento das marés, direção dos ventos, períodos de chuva ou de seca, dia e noite... caminhos possíveis compõe-se de um conjunto de fotografias digitais impressas com pigmento mineral, sobre grandes suportes de papel fotográfico: um tríptico, denominado a queda do céu, e o políptico em forma de cruz, abridor de caminhos e a suspensão do tempo, além de mudas de aroeira plantadas em vasos, posicionados nos cantos da galeria. os trabalhos fazem referência à ruptura com o tempo cronológico e à energia cíclica, que rege a natureza e as travessias da vida. fazem menção, ainda, à figura de exu, orixá cultuado pelas religiões de matriz africana e responsável, segundo segatto, “por conectar o mundo material ao mundo espiritual, além de ser considerado o guardião dos caminhos”. para teóricos como philippe dubois, uma imagem digital não se caracteriza mais como potência “indicial” ou “rastro”, uma vez que, diferentemente da fotografia analógica, não resulta, necessariamente, de algo que se colocou diante da objetiva em um dado momento. as câmeras digitais, smartphones e celulares tornaram as imagens pura ficção ou invenção. resultam de programas, que permitem muito pouca interferência e mediação do sujeito que manipula o aparelho, e que permitem incluir nelas coisas e lugares nos quais nunca estivemos. além disso, a imagética gerada por tais aparelhos não se destina mais a circular impressa em papel, para rememorar e perpetuar a memória de alguém querido ou um acontecimento que não queremos esquecer. as fotografias digitais são imagens efêmeras, nascem para circular no fluxo das redes sociais e para serem armazenadas na memória da câmera ou do computador por curto tempo, pois logo serão


substituídas por novas imagens. mas não é nessa esteira que transitam as fotografias sobre a pesca produzidas por rafael segatto, que subvertem ou põem em xeque tais prognósticos e preceitos teóricos. até porque o artista continua se deslocando com a câmera, para flagrar aspectos do mundo que lhe interessam e com os quais interage. também não se pode ignorar que tais imagens acabam se submetendo a determinadas trucagens ou interferências feitas no ato de edição, que passam pela saturação da cor, alteração de enquadramentos ou cortes. o artista submete, assim, tal imagética a seu olhar sensível, elegendo a iconografia que melhor se ajusta ao conceito por ele formulado e ao contexto em que visa inseri-la, o que permite identificar o seu propósito de dialogar com a pintura. isso se desvela na potência e intensidade luminosa do azul, geradas pela impressão das fotografias mediante a utilização de pigmento mineral. essa cor reverbera por todo o espaço, tornando rio e céu um todo inseparável. o azul é atravessado apenas por uma forma pontiaguda vermelha, que corta o espaço como um raio, como se o artista pintasse com a luz. a essas características soma-se o resultado da decisão de ampliar e imprimir as fotos em dimensões que lembram as das telas pictóricas. mas é ao dispor as imagens em forma de cruz que o artista destaca a encruzilhada desses dois caminhos, inserindo ali uma composição que se diferencia das demais pela cor e pelos elementos nela expressos: um conjunto de peixes, que sugere uma natureza morta. isso torna a imagem o ponto focal, ao fazer convergir para ela o olhar do espectador, como no punctum de roland barthes. mas essa composição não deixa de traduzir a ideia de oferenda a exu, “senhor da fertilidade e do dinamismo, o criador do mundo e dos homens, o guardião da ordem e da desordem” (vagner da silva, 2013). a referência a exu também é expressa pelos vasos de aroeira, planta que tem o poder de limpar e proteger o espaço expositivo e o caminho de quem por ele transita. na tessitura de caminhos possíveis enredam-se, portanto, experiências, vivências, pensamentos e memórias afetivas e culturais do autor.


caminhos possíveis 01.out—01.dez.2018 Governo do Estado do Espírito Santo

Exposição

Catálogo

Governador do Estado do Espírito Santo Paulo Hartung

Curadoria Almerinda Lopes

Textos Rafael Segatto Renata Segatto Almerinda Lopes

Vice-Governador do Estado do Espírito Santo César Colnago Secretário de Estado da Cultura João Gualberto Moreira Vasconcelos Subsecretário de Estado de Gestão Administrativa Ricardo Pandolfi

Projeto Educativo Karenn Amorim Expografia Rafael Segatto Design Gráfico Monomotor Iluminação Felipe Amarelo Montagem Danilo “Cabelo” Porphirio

Coordenação de Artes Visuais Kyria Oliveira

Comunicação Visual Fabio Souto

Comunicação Carol Veiga Danilo Ferraz Erika Piskac Nalin Yuri Braian de Maria

Registro Fotográfico Claraboia Imagem

Mediação Aline da Conceição Pereira Antonio Carlos O. da Fonseca Priscila Nunes Dias Funcionários Bianca Alves Balbino Santos Evani Rezende da Silva Rafane Fernanda de Andrade Tânia Maria de Jesus Costa

Registro Videográfico Heitor Righetti Machado Revisão de Texto Feiga Fiszon Assessoria de Comunicação Purpurina

Fotografias Rafael Segatto Projeto Editorial Rafael Segatto Monomotor Design Gráfico Monomotor Registro Fotográfico Claraboia Imagem Priscila Nunes Dias Impressão GSA


este catálogo foi composto com a família tipográfica boston (latinotype) e impresso em papel offset 120g/m², pela gsa, em novembro de 2018, vitória, es.


gurijuba camurim filhote pirapema aracu traĂ­ra


este catálogo foi composto com a família tipográfica boston (latinotype) e impresso em papel offset 120g/m², pela gsa, em novembro de 2018, vitória, es.



tamuatá piranha pirarucu pirarara sarda anujá mandubé


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