Clínica Veterinária Pública

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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLÓGIAS ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO

CLÍNICA VETERINÁRIA pública E CENTRO DE ACOLHIMENTO PARA CÃES E GATOS

LETÍCIA DE ARAGÃO XIMENES COELHO Orientador: Wladimir Capelo Magalhães Fortaleza - 2020.2



CLÍNICA VETERINÁRIA PÚBLICA E CENTRO DE ACOLHIMENTO PARA CÃES E GATOS


FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLÓGIAS - CCT ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO

CLÍNICA VETERINÁRIA pública COM CENTRO DE ACOLHIMENTO PARA CÃES E GATOS

Fortaleza - Ceará 2020


LETÍCIA DE ARAGÃO XIMENES COELHO

CLÍNICA VETERINÁRIA pública COM CENTRO DE ACOLHIMENTO PARA CÃES E GATOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fo r t a l e z a c o m o r e q u i s i t o p a r a obtenção do título de Arquiteta e Urbanista. Orientador: Prof. Wladimir Capelo Magalhães.

Fortaleza - Ceará 2020



LETÍCIA DE ARAGÃO XIMENES COELHO

CLÍNICA VETERINÁRIA pública COM CENTRO DE ACOLHIMENTO PARA CÃES E GATOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza como requisito para obtenção do título de Arquiteta e Urbanista. Aprovada em: ___/___/___

BANCA EXAMINADORA _____________________________________________ Prof. Wladimir Capelo Magalhães. Orientador _____________________________________________ Arq. Daniel Marques Arruda Professor Convidado _____________________________________________ Lia Alcântara Rodrigues Arquiteta Convidada



A compaixĂŁo para com os animais ĂŠ das mais nobres virtudes da natureza humana. (CHARLES DARWIN).


RESUMO O presente trabalho tem como objetivo a realização de um projeto arquitetônico de uma Clínica Veterinária Pública e Centro de Acolhimento para Cães e Gatos na cidade de Fortaleza, para diminuir a carência de espaços públicos em relação ao cuidado com animais. A partir dos dados coletados por meio de pesquisas, entrevistas, jornais, procurou-se entender o cenário atual de animais abandonados em Fortaleza, suas consequências, os locais dos equipamentos e as fragilidades dos serviços públicos em assistência médica veterinária. Para elaboração do projeto, além dos dados coletados da cidade, foi analisado também projetos voltados ao âmbito veterinário e abrigo de animais, buscando cumprir as necessidades do projeto, gerando conforto e bem estar para os animais e pessoas. A proposta do trabalho tem como ponto de partida oferecer infraestrutura de uma clínica veterinária para consultas, exames e pequenas cirurgias, com ambientes de acordo com as normas para receber os animais doentes. Juntamente com a clínica veterinária, foi projetado um centro de acolhimento para cães e gatos em situação de abandono e um espaço de convivência e lazer para a população utilizando os espaços verdes do terreno. Sabe-se que a clínica veterinária pública e o centro de acolhimento para cães e gatos não consegue suprir as problemáticas desse tema na cidade de Fortaleza, tendo em vista que é um caso de maior complexibilidade, mas sua proposta é auxiliar os animais e as pessoas que buscam esta ajuda. Palavras chave: Clínica veterinária, Abrigo, Espaços Verdes


ABSTRACT The present work aims to carry out an architectural project of a Public Veterinary Clinic and Reception Center for Dogs and Cats in the city of Fortaleza, to reduce the lack of public spaces in relation to animal care. From the data collected through research, interviews, newspapers, we tried to understand the current scenario of abandoned animals in Fortaleza, its consequences, the locations of the equipment and the weaknesses of public services in veterinary medical assistance. In order to prepare the project, in addition to the data collected from the city, projects focused on the veterinary scope and animal shelter were also analyzed, seeking to fulď€ ll the needs of the project, generating comfort and well-being for animals and people. The proposal of the work has as starting point to offer infrastructure of a veterinary clinic for consultations, exams and small surgeries, with environments in accordance with the norms to receive the sick animals. Together with the veterinary clinic, a reception center for abandoned dogs and cats and a living and leisure space for the population were designed using the green spaces on the land. It is known that the public veterinary clinic and the reception center for dogs and cats cannot solve the problems of this theme in the city of Fortaleza, considering that it is a case of greater complexity, but its proposal is to help animals and people who seek this help. Keywords: veterinary clinic, shelter, green spaces


agradecimentos Ao chegar ao m do curso e observar o caminho percorrido para obter minha formação como arquiteta e urbanista, gostaria de agradecer a todos que estiveram comigo, me incentivando, e me ajudando a chegar longe. Primeiramente, quero agradecer a Deus por me dar o dom da vida, por me proporcionar conhecer e conviver com pessoas tão maravilhosas e iluminar meus passos para conclusão de mais uma etapa. Aos meus pais, Ricardo e Letícia, à minha irmã Laís, e ao meu namorado Rafael que me apoiaram durante todo esse percurso. Um agradecimento especial às minhas amigas Lara Ximenes e Isabella Nogueira, que estão comigo desde o colégio até a faculdade, caminhando juntas, dividindo angústias de cada disciplina, noites viradas fazendo paisagismo e ateliê, e também muitas risadas e momentos de descontração. A elas o meu muito obrigada, foram fundamentais para minha formação e saúde mental. Agradeço também ao amigo Lucas Aguiar, que tive o prazer de conhecer na faculdade e levar a amizade para vida, onde sempre me encorajou e me auxiliou nos meus momentos de diculdade acadêmica. A UNIFOR e todos os professores que contribuíram para meu aprendizado. Ao meu orientador Wladimir Capelo, agradeço por todas as orientações,a paciência ,por todos os ensinamentos que foram essenciais para minha graduação e por me transmitir uma tranquilidade sem igual. Gostaria de agradecer aos meus companheiros de quatro patas Luigi, Benício e Merlot por me mostrarem o quão importante é um animal em nossas vidas, e por me mostrar que todo animal merece carinho e compaixão, por isso a escolha do tema.



lista de figuras Figura 01: Evolução Humana //24 Figura 02: Empatia entre Cães //25 Figura 03: Domesticação dos Animais na Pré História //26 Figura 04: Cães Terapeutas //27 Figura 05: Animais em Situação de Abandono //27 Figura 06: Mapa Localização Hospital Veterinário Público //31 Figura 07: Principais Pontos de Abandono de Animais em Fortaleza //31 Figura 08: Abrigos de Animais em Fortaleza //32 Figura 09: Fachada Abrigo //36 Figura 10: Canil Palm Springs Animal Shelter //37 Figura 11: Recepção Palm Springs Animal Shelter //37 Figura 12: Espaço de Convivência Palm Springs Animal Shelter //37 Figura 13: Fachada Ampliada Palm Springs Animal Shelter //37 Figura 14: Fachada Hospital Veterinário Constitución //38 Figura 15: Loja Hospital Veterinário Constitución //38 Figura 16: Hospital Veterinário Constitución //38 Figura 17: Hospital Veterinário Constitución //38 Figura 18: Hospital Veterinário Constitución //38 Figura 19: Hospital Veterinário Constitución //38 Figura 20: Bairro Mondubim em Fortaleza //42 Figura 21: Entorno do Terreno em Estudo //42 Figura 22: Uso do Solo do Entorno do Terreno em estudo //43 Figura 23: Dimensões Terreno em Estudo //43 Figura 24: Terreno localizado ao lado da Av. Bernardo Manuel //43 Figura 25:Terreno localizado ao lado da Av. Presidente Castelo Branco //44 Figura 26: Terreno pelo lado da Rua Vereadora Zélia Correia de Souza //44 Figura 27: Condições ambientais do terreno em estudo //44 Figura 28: Condições ambientais em manchas //44 Figura 29: Denição das Vias do entorno //45 Figura 30: Fluxograma //48 Figura 31: Planta Baixa Geral Humanizada //53 Figura 32: Planta de Situação e Locação //54 Figura 33: Planta de Implantação //55 Figura 34: Planta Baixa Geral //56 Figura 35: Planta de Coberta //57 Figura 36: Perspectiva Geral //58


Figura 37: Planta Layout - Clínica //60 Figura 38: Planta Baixa - Clínica //61 Figura 39: Planta de Coberta - Clínica //62 Figura 40: Planta Layout - Adm. Abrigo //64 Figura 41: Planta Baixa - Adm. Abrigo //65 Figura 42: Planta de Coberta - Adm. Abrigo //66 Figura 43: Planta Layout - Canil //67 Figura 44: Planta Baixa - Canil //68 Figura 45: Planta de Coberta - Canil //69 Figura 46: Planta Layout - Gatil //70 Figura 47: Planta Baixa - Gatil //71 Figura 48: Planta de Coberta - Gatil //72 Figura 49: Cortes Gerais //73 Figura 50: Fachadas 01 e 02 //74 Figura 51: Fachadas 03 e 04 //75 Figura 52: Detalhamentos //76 Figura 53: Perspectiva 01 //77 Figura 61: Perspectiva 09 //85 Figura 54: Perspectiva 02 //78 Figura 62: Perspectiva 10 //86 Figura 55: Perspectiva 03 //79 Figura 63: Perspectiva 11 //87 Figura 56: Perspectiva 04 //80 Figura 64: Perspectiva 12 //88 Figura 57: Perspectiva 05 //81 Figura 65: Perspectiva 13 //89 Figura 58: Perspectiva 06 //82 Figura 66: Perspectiva 14 //90 Figura 59: Perspectiva 07 //83 Figura 67: Perspectiva 15 //91 Figura 60: Perspectiva 08 //84 Figura 68: Perspectiva 16 //92

lista de TABELAS Tabela 01: Índices Urbanísticos ZRU-2 //45 Tabela 02: Classicação de Atividade por Grupo e Subgrupo //45 Tabela 03: Normas e Adequações dos Usos do Sistema Viário/ Via Arterial //46 Tabela 04: Normas e Adequações dos Usos do Sistema Viário/ Via Coletora //46 Tabela 05: Programa de Necessidades //47


sumário 01 introdução //19 1.1 Justicativa //20 1.2 Objetivos Gerais //21 1.3 Objetivos Especícos //21 1.4 Metodologia //21

03 REFERENCIAL

ARQUITETÔNICO //35 3.1 Palm Springs Animal Shelter //36 3.2 Hospital Veterinário Constitución //37

02 referencial

teórico //23

2.1 A relação Homem-Animal //24 2.2.3 Medicina Veterinária no 2.1.1 Conceito de Ser humano //24 2.1.2 Conceito de Animal //25 2.1.3 A domesticação dos animais //26

2.2 Medicina Veterinária //27 2.2.1 Conceito de Medicina Veterinária //27 2.2.2 Os primeiros cuidados com os animais e o surgimento da Medicina Veterinária //28

Brasil //29

2.3 Animais em situação de rua //30 2.3.1 Causas e Impactos //30 2.3.2 Situação atual dos animais de rua em Fortaleza //31

2.4 Organizações não Governamentais //31 2.5 Clínica Veterinária //32


04 diretrizes

projetuais //41 4.1 Denição do Terreno //42 4.2 Condicionantes Legais //45 4.3 Programa de Necessidades //46 4.4 Fluxograma //48

05 projeto //51 5.1 Projeto //52 5.2 Clínica Veterinária //59 5.3 Setor de Acolhimento de cães e gatos //63 5.4 Cortes //73 5.5 Fachadas //74 5.6 Detalhes //76 5.7 Perspectivas //77

06 considerações finais //95 07 referências bibliográficas//98


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INTRODUÇÃO


INTRODUÇÃO

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1.1 . justificativa Desde os primórdios da humanidade, mais precisamente no período Neolítico da pré história aproximadamente dez mil anos a.C., já havia iniciado a relação ser humano animal ligada a subsistência e sobrevivência humana, utilizando-os para transporte, alimentação e vestimentas (Caetano, 2010). Ao longo dos séculos, a aproximação entre os seres humanos e animais reetiu-se em um processo evolutivo entre as espécies, transformando a relação instintivamente predatória de ambos em uma relação dócil, baseada na submissão do animal, que em seguida denominou-se domesticação. Atualmente os animais de estimação fazem parte do dia a dia da sociedade e até já chegam a ser considerados membros da família. Pesquisas apontam que a convivência com animais domésticos pode auxiliar no desenvolvimento social e terapêutico dos humanos, onde, melhora o humor, diminui o risco de alergias, e a probabilidade de depressão em idosos que possuem animais de estimação é menor, podendo ajudar pessoas no tratamento de autismo, dentre outros benefícios. Segundo um estudo realizado pela agência Grown for Knowledge (GFK) cerca de 56% da população mundial possui pelo menos um animal doméstico. De acordo com a Coordenadora Especial de Proteção e Bem estar animal (COEPA) Toinha Machado,em Fortaleza cerca de 425 mil animais de estimação fazem parte das famílias fortalezenses, recebem alimento e cuidados afetivos. Em contrapartida a isso, 132 mil cães e gatos vivem em situação de rua ou abandono, sofrendo de maus tratos.

Um dos motivos pelo alto índice de animais abandonados deve-se ao custo elevado das despesas necessárias por mês de um animal, que se tornam incompatíveis para a renda média familiar brasileira. Como revela um cálculo realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET), onde um animal de estimação custa em média R$315,00 mensais para seus tutores, considerando alimentação e serviços como banho, tosa e consultas veterinárias. Fortaleza conta com centenas de clínicas veterinárias particulares, e sofre da escassez de hospitais veterinários públicos. No atual momento a capital e regiões metropolitanas possuem apenas 1 Hospital veterinário público, situado na Universidade Estadual do Ceará (UECE), 2 Unidades móveis veterinárias (VET MÓVEIS) destinados a circular pelos bairros de fortaleza, esses atendimentos não suprem a demanda existente na região, sempre estão lotados e há uma grande diculdade para agendamentos, castrações e consultas. Outro fator que se deriva ao abandono de animais, é a proliferação deles, uma vez, que são abandonados na rua e não são castrados, causam uma multiplicação desordenada da espécie, colocando todo o trabalho de diminuição de cães e gatos desabrigados, organizado por ativistas, ONGS e protetores de animais em vão. Uma pesquisa feita pela União Protetora dos Animais (UIPA) considera que, uma gata e seus descendentes geram em sete anos 420 mil novos gatos, e uma cadela e seus derivados geram 64 mil novos cães em


INTRODUÇÃO

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O Centro de Zoonoses (CCZ) é o órgão público responsável pelo controle dessas doenças transmitidas dos animais aos seres humanos. Eles atuam em campanhas de vacinação, inspeções zoosanitárias e recolhimento de animais, uma vez solicitados para um resgate de um animal com doença ou abandonado. Eles são levados até a sede do CCZ, e após 1 semana se não houver nenhuma manifestação do tutor, o animal é eutanasiado. Essa opção é retrógrada e deveria ser utilizada em último caso, sabendo que a maioria das doenças atualmente são tratáveis e deixam de ser um risco para a população. Diante da apresentação desses dados, este trabalho propõe a criação de um Projeto Arquitetônico de uma Clínica Veterinária Pública e um Centro de Acolhimento para cães e gatos abandonados, promovendo o acesso aos tratamentos clínicos e hospitalares, castrações, acolhimento, área de lazer, e exposições de animais para adoção.

1.2 . objetivos gerais A partir da pesquisa realizada, foi detectada a necessidade de realizar um projeto arquitetônico para um nova Clínica Veterinária Pública e Centro de acolhimento para cães e gatos na cidade de Fortaleza e suas regiões metropolitanas, a m de auxiliar tutores e protetores de animais a promover a saúde e bem estar animal

1.3. objetivos especifícos 1. Compreender o tema denido e a importância dele para a sociedade; 2. Desenvolver um programa de necessidades de acordo com as leis

previstas; 3. Realizar um levantamento da situação atual em que se encontram as clínicas existentes; 4. Denir o local onde o projeto será implementado; 5. Apresentar um estudo da implantação para causar menores impactos negativos possíveis na região;

1.4. metodologia A partir da denição do tema, foram realizadas pesquisas para compreensão do assunto, através de materiais bibliográcos, artigos cientícos, publicações no site da prefeitura de Fortaleza, jornais e etc. Pa r a o b t e r u m c o n h e c i m e n t o aprofundado da situação atual em que se encontram as clínicas veterinárias e abrigos de animais, serão efetuadas pesquisas em campo, nas clínicas Mundo Pet (privada), São Francisco (privada), no Hospital Veterinário Professor Sylvio Barbosa Cardoso/UECE (público), Abrigo São Lázaro e Lar Tintin. Serão estudadas as leis e normas a m desenvolver um programa de necessidades ideal para o projeto e atender todas as exigências impostas por elas. Quanto a denição do terreno onde o projeto será concebido, serão realizados estudos sobre animais abandonados e de estimação por bairro em Fortaleza e procurar manterse a uma distância considerável ao principal Hospital Veterinário público existente, com o propósito de auxiliar pessoas que desejam levar animais para atendimentos, mas que se veem incapacitados devido à distância.


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REFERENCIAL TEÓRICO


REFERENCIAL TEÓRICO

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2.1. RELAÇÃO HOMEM - ANIMAL 2.1.1. CONCEITO DE SER HUMANO ‘’ O homem é antes de tudo um animal, possuindo assim um corpo, ou uma ‘’matéria viva complexamente organizada’’, e sendo assim, possui mobilidade e possibilidade de se aperfeiçoar até certo ponto. E, por ocupar um local no meio físico e cultural em que vive, o homem é tido como ser material e corpóreo’’ (PLATÃO, apud SOUZA, 2014). O lósofo prussiano Immanuel Kant acreditava que os seres humanos ocupam um lugar especial na criação. Para ele, os seres humanos possuem um valor intrínseco, que signica dignidade, o que torna este ser, o mais valioso acima de tudo e todos. Por outro lado, outros animais apenas possuem valor enquanto servem os propósitos humanos. O lósofo destaca também o caráter racional do ser humano, o que diferencia de todos os outros seres (incluindo o animais não-humanos), por se disporem de desejos e objetivos autoconscientes. Em outras palavras os seres humanos são agentes racionais, ou seja, agentes livres capazes de tomar suas próprias decisões, estabelecer seus próprios objetivos e guiar sua conduta por meio da razão. (RACHELS, 2006, p132) Os lósofos Sócrates, Rousseau e Karl Marx concordam que, o homem tem posse e utiliza a razão para reetir, emitir juízos, dominar e modicar a natureza, buscar conhecimentos técnico-cientícos, elaborar conceitos e ideias. E todos esses atos do homem de conhecer, reetir e raciocinar sobre os demais seres vivos, é expandida também na capacidade de conhecer e compreender a si mesmo. Como ser racional e pensante, ele transcende os limites impostos pelo seu corpo e cria

novas realidades, novas coisas, bem c o m o é c a p a z d e r e c r i a r- s e , modicando-se e aperfeiçoando-se. (CLOVIS FELIPE DE SOUZA JUNIOR, 2014). Segundo o livro Evolução Humana de Roger Lewin (1984),sabese que o ramo ancestral mais antigo do ser humano era formado por criatura bípedes que evoluíram de ancestrais comuns como o chimpanzé, assim, essa divisão em dois grupos, provavelmente aconteceu há cerca de 7 milhões de anos, na África, onde foram achados fósseis que comprovam este fato. Lá aparecem também os primeiros primatas bípedes, e segundo os paleoantropólogos, essas criaturas são os parentes mais próximos dos seres humanos. (SILVA, 2014, p. 176) A hipótese de maior aprovação sobre a evolução da espécie humana é que, ao longo dos séculos a espécie evoluiu até chegar no Homo Sapiens Sapiens, surgido na África há cerca de 190 mil anos atrás e migrou rapidamente para fora do continente, seguindo os animais que caçavam , como ocorria também com seu ancestral. Ao se deslocar para outras regiões, houve uma mistura gradual com outras espécies humanas surgidas em outros continentes, como Ásia, Oriente Médio e Europa, assim surgiu o Homem Moderno. (CANN, 1987, p. 31-36 apud SILVA, 2014, p. 178)

Figura 01:Evolução Humana Fonte: Site USP/SP


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A partir desta análise, pode-se dizer que o Ser Humano é um animal no qual evoluiu de modo intenso ao longo dos milênios, até chegar a espécie de homem que somos atualmente, diferenciando-se dos outros animais não humanos por seu nível de inteligência, capacidade de criatividade, raciocínio, desejos e objetivos aguçados, tornando-o capaz de explorar e criticar outros seres vivos, não vivos e a si mesmo, tornando-o o ser mais inteligente do Reino Animalia.

2.1.2. conceito de animal O termo animal se refere a todos seres vivos que sentem e se locomovem pelo seu próprio impulso, mas que diferenciam-se dos seres humanos simplesmente pela falta da razão, como cita novamente o lósofo Kant. Em sua maioria, os animais apresentam olfato, visão e audição a um nível superior a dos seres humanos, entretanto se diferenciam por sua incapacidade de raciocinar e como consequência dessa ação passa por um comportamento instintivo. Desde o surgimento da Terra, o animais povoam esta, evoluíram e diversas espécies foram criadas. O reino animal se divide em vertebrados e invertebrados. Os primeiros estão organizados em cinco grupos: peixes, mamíferos, aves, anfíbios e répteis. Os animais invertebrados são mais numerosos e fazem parte das espécies mais antigas do planeta os corais marinhos, caracóis, e os insetos são exemplos destes seres vivos que estão integrados neste grupo. (EDITORIAL CONCEITOS, 2015) Há quem discorde que os animais vivem apenas de instintos, onde acredita-se que os animais têm

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emoções, pensamentos, sentimentos e certas espécies chegam a um nível elevado de inteligência A ativista dos animais Luisa Mell, reconhecida publicamente por suas atividades em prol dos animais, publicou em página na internet sobre estudos que, ao analisar e conhecer o íntimo dos animais é possível comprovar tais ações, ao perceber que estes sentem alegria, tristeza, medo dentre outros sentimentos semelhantes aos dos seres humanos. Notou-se que vacas têm relações de afeto uma com as outras, e choram quando são afastadas de seus bezerros. Elefantes, sofrem a perda de um ente de sua manada, enterram e visitam o cadáver. As Orcas são capazes de planejar uma caçada em grupo, com ações coordenadas e simultâneas. Os cães podem compreender facilmente a linguagem corporal dos humanos, percebendo para onde estão olhando ou apontando. Há indícios também que os cachorros possuem sentimento de empatia. Segundo observações, quando há uma briga entre dois cães, por exemplo, em 50% dos casos, um terceiro animal se aproxima do perdedor do embate, mesmo que não tenha acompanhado o confronto, já que ainda de acordo com a análise, o cachorro consegue identicar um comportamento que indica a ´derrota´ de outro animal da mesma espécie, buscando consolá-lo.

Figura 02: Empatia entre cães Fonte: Site cachorro gato


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O lósofo Descarte arma que os animais não humanos, não são portadores de inteligência, percepção e sentimento, porém, através das análises citadas acima, podemos também trazer um novo pensamento divergente ao do lósofo, onde é proposto que animais não humanos possuem sim um certo nível de inteligência, sentimentos e sensações. Os animais são de suma importância para sobrevivência dos seres humanos, fazendo parte das suas necessidades básicas desde o surgimento do homem, para uso de vestimentas, alimentação, transporte, entre outros. No tópico abaixo será esclarecido essa relação.

através das pinturas rupestres. Esse processo fez com que os animais cassem mais próximos dos homens, fazendo-se mais dependente deles, o que trouxe consequências positivas e negativas para ambos. (WALDMAN, 2013). A prática da domesticação foi realizada ao longo da história da humanidade e adaptou-se de acordo com os períodos, onde teve início quando os nômades faziam a utilização dos animais para alimentação, em seguida perceberam que estes apresentavam características que aj udav am n o tran s porte e vestimentas. (CARVALHO,2011).

2.1.3. A DOMESTICAÇÃO DOS ANIMAIS O italiano Francesco Chieppa em seu texto (2002) divide a relação entre homem e animais em três fases, onde na primeira, em uma concepção arcaica, o animal possuía status de divindade, na segunda, em concepção econômico-funcional, sua forma era utilizada para o trabalho e por m, a terceira e atual concepção ética, os animais assumem o papel de serem sensíveis e sencientes , passando a possuir benefícios à saúde e bem estar humano (CHIEPPA , 2002, apud CERVEZÃO, 2014, p.14). Porém, o caminho que os animais percorreram até a atualidade, os cuidados que por eles eram exercidos e os valores e direitos que hoje possuem, veio de um passado histórico determinado pelos seres humanos. O processo de domesticação dos animais teve início desde a préhistória, quando a proximidade entre os homens e animais era relatada

Figura 03: Domesticação dos Animais na Pré História Fonte: Site Arquivo Demis Lima

Ao longo dos anos, os animais domesticados adquiriram uma maior proximidade aos humanos, assim deixaram de servir apenas para ajudar em trabalhos e passaram a fazer parte do cotidiano dos homens até chegam a ser considerados membros da família, sendo necessários para um lar feliz. O autor do texto cita o exemplo, idosos que moram sozinhos e amenizam a ausência da família criando animais de estimação para fazer companhia, tratando-os com carinho e atenção. A convivência com animais domésticos pode auxiliar no desenvolvimento social e terapêutico dos humanos, na


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melhora do humor, diminuição de risco de alergias e depressões, auxílio no tratamento de pessoas com autismo, e vários outros benefícios. (WALDMAN, 2013)

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aumento deles na sociedade, faz com que a medicina veterinária tenha uma grande evolução e crescimento no mundo, com a necessidade de estudar e melhorar o bem estar deles. As pessoas estão gastando e investindo mais em seus animais, tornando o mercado aquecido com grandes oportunidades na área.

2.2. MEDICINA VETERINÁRIA 2.2.1. CONCEITO DE MEDICINA VETERINÁRIA Figura 04: Cães terapeutas Fonte: Site Rede Humaniza SUS

Mas, como foi dito anteriormente, há consequências negativas nessa interação que cresce cada vez mais, onde a dependência dos animais para sobreviver aumenta. Um bicho domesticado necessita de cuidados veterinários, vacinas, banho e tosa, sendo de responsabilidade do seu tutor atender estas necessidades. Isso gera um custo no seu orçamento mensal, e não são todos os humanos que podem e querem arcar com esses gastos, deixando esses animais em situações precárias ou os abandonam as ruas.

Figura 02: Empatia entre cães Fonte: Site cachorro gato

A importância dos animais para a humanidade até os dias de hoje, e o

Segundo informações retiradas do site do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), o termo Medicina Veterinária, signica ´´a arte da cura dos animais´´. Sua origem vem desde os primórdios da humanidade, onde o ser humano percebeu a necessidade de cuidados com animais para sua própria sobrevivência. Um documento escrito há 4.000 a.C chamado ´´ Papiro de Kahoun´´ já mostra relatos sobre a cura animal. Porém, a prossão só foi regularizada após a inauguração da primeira escola de Medicina Veterinária do mundo, em Lyon, na França, em 1762. (CFMV, 2013) A Medicina Veterinária vai muito além de apenas cuidado com o animal, estando totalmente relacionada à saúde humana. Tem sido muito voltada aos aspectos populacionais e preventivos e muitas táticas utilizadas ao combate de enfermidades em populações humanas. (PFUETZENREITER; ZYLBERRSZTAJN; AVILA-PIRES 2004). A saúde pública veterinária desempenha diversas funções na saúde pública humana que obedecem à vasta comunhão de interesses existentes entre a Medicina Veterinária e Humana


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e oferecem oportunidade de uma proveitosa interação entre ambas. A Medicina Veterinária é a c i ê n c i a a p l i c a d a n a prevenção,erradicação, tratamento de doenças, traumas ou qualquer outro agravo à saúde dos animais, além, do controle da sanidade dos produtos e subprodutos de origem animal para consumo humano. A prossão também tem a função de garantir a qualidade, quantidade e a segurança dos estoques de alimentos de origem animal, através do controle da saúde animal e dos processos que visam obter seus produtos. O Médico Veterinário pode atuar em diversas áreas, como, clínicas e cirurgias em animais domésticos ou silvestres, avaliação em animais para competições esportivas como o hipismo, atuação na conservação das espécies e em centros de pesquisas para encontrar novas tecnologias para o mercado, como criação de ração e medicamento, por exemplo. Outro nicho a ser seguido é no agronegócio, na scalização dos produtos de origem animal e no bem estar do mesmo. (CFMV, 2013)

2.2.2. primeiros cuidados com os animais e o surgimento da medicina veterinária Fatos descritos no documento de ‘’Papiro de Kahoun’’ encontrado no Egito em 1890, indicam vestígios da ´´ arte da cura’’ dos animais há 4.000 a.C., com procedimentos de diagnósticos, prognósticos, sintomas e tratamentos de doenças dos animais. Este documento, descrito pelas civilizações antigas como, Egito, Suméria e Grécia já mencionava

referências de ‘’médicos de animais’’ antes de Cristo .Os primeiros registros sobre a prática da medicina veterinária, foram encontrados na Grécia no século VI a.C, no qual havia cidades que reservavam cargos públicos para os que praticavam a cura dos animais. (CFMV, 2013). A Pré-História acompanhou desenvolvimento da civilização urbana, onde a população rural utilizava a força animal para sua subsistência. Nessa época, já havia tratamento médico, obstétrico e cirúrgico para o controle das enfermidades animais, mas novas práticas foram desenvolvidas, a implementação da quarentena e o abate de animais enfermos. (SCHWABE,2004). No século VI, em Bizâncio, onde atualmente é localizada a cidade de Istambul, na Turquia, foi descoberto um tratado enciclopédico que tratava da criação e tratamento dos animais, o Hipíatrika. O documento continha 420 artigos de diversos autores, dentre eles, o autor grego Apsirtos, considerado o pai da Medicina veterinária. (HATSCHABACH, 2012). Não houveram acontecimentos marcantes sobre a medicina veterinária durante a Idade Média e o Renascimento, destaca-se apenas o aperfeiçoamento das técnicas de diagnósticos e melhorias na infra estrutura para alojar os animais e na medicina preventiva. A primeiro escola de Medicina Veterinária do mundo, originou-se em Lyon, na França, em 1762. Idealizada pelo hipologista e advogado francês Claude Bougerlat. A justicativa para a construção dessa escola, foi devido a uma série de doenças que atingiu a Europa, onde vários animais foram


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mortos, causando um grande impacto para população. A partir daí, novas escolas foram inauguradas, e a prossão foi se tornando cada vez mais comum, no nal do século XVIII 17 escolas já estavam em funcionamento na Europa. (ANTONIOLLI, 2015).

2.2.3. medicina veterinária no brasil No Brasil, a chegada da família real em 1808 contribuiu com para que ocorressem avanços nas áreas cientícas e na vida cultural do país, dentre elas, a Medicina Veterinária. Durante os reinados de D. João, D. Pedro I e D. Pedro II, o país recebeu a visita de naturalistas, médicos, zoólogos e botânicos, interessados em estudar a desconhecida natureza local. Os cientistas percorreram o país dedicando-se ao estudo da fauna e da ora.(CFMV, 2013) D. Pedro II já admirava as ciências agrárias, quando em uma viagem para França, em 1875, fez uma visita a Escola Veterinária de Alfort, onde cou admirado com a instituição e com conferência ministrada pelo médico veterinário siologista GabrielConstant Collin. O imperador voltou ao brasil, com a intenção de criar uma instituição semelhante à instituição francesa. Assim, D. Pedro II, foi o primeiro homem público a reconhecer a importância da formação e qualicação de médicos veterinários no Brasil. (CFMV, 2013) Em 1910, foram estabelecidas normas para instalações de matadouros e frigorícos, e assim, pecuária e a exportação de produtos de origem animal foram muito importantes para o surgimento das escolas veterinárias no Brasil. Após um decreto assinado pelo então presidente

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Nilo Peçanha, as primeiras instituições de Medicina Veterinária foram criadas no país, a Escola Veterinária do exército, inaugurada em 1914, e a Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, em 1913, ambas na cidade do Rio de Janeiro. A Escola Veterinária do exército foi de suma importância para o Brasil, fundado pelo Capitão-Médico João Muniz Barreto de Aragão, conhecido até os dias de hoje como Patrono da Veterinária Militar. Na escola foram exercidas diversas atividades e estudos para o controle de doenças de manadas e das tropas militares, destacando-se a Febre Aftosa. Os primeiros prossionais foram graduados em 1917, o primeiro diploma legal a regulamentar a Medicina Veterinária veio com o Decreto 23.133, de 9 de Setembro de 1933, e por isso, atualmente, 9 de Setembro é homenageado o dia do médico veterinário. (CFMV, 2013). Com o passar dos anos e a evolução da Medicina Veterinária, segundo dados do ano de 2018, fornecidos pela Sociedade Nacional da Agricultura, no Brasil existem 351 cursos de Medicina Veterinária. Em Fo r t a l e z a e s t ã o p r e s e n t e s a Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e a Universidade Estadual do Ceará (UECE), esta dispõe do único Hospital Ve t e r i n á r i o P ú b l i c o d a c i d a d e . Fortaleza possui também 2 unidades móveis veterinárias (VET MÓVEIS), destinados a circular pelos bairros de fortaleza, oferecendo consultas e castrações. Assim como no mundo todo, a medicina veterinária vem evoluindo e trazendo benefícios tanto para os animais, quanto para os seres


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humanos, melhorando seu bem estar, redução de doenças e avanços na tecnologia. Porém o número de clínicas e hospitais veterinários públicos não suportam a demanda necessária para suprir a população. Muitos tutores de animais não conseguem dar o devido amparo a eles, e este acaba sendo um dos motivos de abandono.

2.3. animais em situação de rua 2.3.1. causas e impactos As principais causas de animais em situação de rua é o abandono e a proliferação deles, em especial cães e gatos. Este é um problema que afeta cada vez mais os grandes centros urbanos ao redor do mundo, principalmente do ocidente em países em desenvolvimento, como o Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que no Brasil existam mais de 30 milhões de animais abandonados, entre 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. De acordo com a Coordenadoria Especial de Proteção e Bem estar Animal (COEPA), em Fortaleza, 132 mil cães e gatos vivem em situação de rua. Ao questionar o grupo Patas Juntas que atua na capital do Ceará sobre os principais motivos do abandono de cães e gatos, estes são: doença, velhice, fatores econômicos e o comportamento dos animais. O custo elevado das despesas necessárias por mês de um animal, se tornam incompatíveis para a renda média familiar brasileira. Como revela um cálculo realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET), onde um animal de estimação custa em média R$315,00 mensais para seus

tutores, considerando alimentação e serviços como banho, tosa e consultas veterinárias. Outra fator alarmante, é a proliferação desses animais na rua, ao serem abandonados e não realizada a cirurgia de castração, ocorre uma multiplicação desordenada da espécie. Uma pesquisa feita pela União P r o t e t o r a d o s A n i m a i s ( U I PA ) , considerou que, uma gata e seus descendentes geram em sete anos 420 mil gatos, e uma cadela e seus derivados geram 64 mil novos cães em seis anos. Essa superpopulação abre portas para para um grande número de casos de maus tratos, em que os animais são surrado, envenenados e passam fome e frio. Devido a essas condições de precariedade, os animais em situação de rua são também problemas de saúde pública para as cidades. Os cães e gatos se tornam transmissores de doenças para as pessoas, através do contato com o animal, picadas de mosquitos infectados ou por ataques. Tais doenças que podem infectar os seres humanos são: Raiva, Leptospirose, Toxoplasmose, Micoses e Verminoses, entre outros. (VEJA,2016) O órgão responsável pelo controle dessas doenças transmissíveis de animais para humanos é o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Eles atuam em campanhas de vacinação, inspeções zoosanitárias e recolhimento de animais, uma vez solicitados para um resgate de um animal com doença ou abandonado. Eles são levados até a sede do CCZ, e após 1 semana se não houver nenhuma manifestação do tutor, o animal é eutanasiado. Mais de 90% do cães que sofrem a eutanásia são por motivos de abandono, que


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representa um alto custo para os municípios. (OLIVEIRA e Silva, 2007, apud, DELABARY, 2012). Em Fortaleza é possível encontrar um Centro de Controle de Zoonoses em todas as regionais na cidade, eles estão presentes no bairro Vila Velha, Centro, Cidade 200, Vicente Pinzón, Autran Nunes, Messejana, Itaperi, Conjunto Ceará e José Walter. Porém o CCZ não trata animais doentes, ele atua somente em vacinação contra doenças infectocontagiosas em humanos, tornando o lugar incapaz de realizar atendimentos veterinários voltados para animais que têm alguma doença ou que tenha sofrido um acidente. Fortaleza conta com centenas de clínicas veterinárias particulares, e sofre da escassez de hospitais veterinários públicos. No atual momento a capital e regiões metropolitanas possuem apenas 1 Hospital veterinário público, situado na Universidade Estadual do Ceará (UECE), 2 Unidades móveis veterinárias (VET MÓVEIS) destinados a circular pelos bairros de fortaleza, esses atendimentos não suprem a demanda existente na região, sempre estão lotados e há uma grande diculdade para agendamentos e consultas. N

2.3.2. ANIMAIS EM SITUAÇÃO DE RUA EM FORTALEZA Como foi citado anteriormente, segundo a titular da Coepa, Toinha Rocha, Fortaleza registrou em 2019, cerca de 132 mil animais abandonados, dentre os locais onde esses animais vivem em total negligência, estão universidades, cemitérios e ao redor de lagoas. O principais pontos de abandono de animais são as Lagoas do Mondubim, Messejana e Parangaba, o Parque do Cocó, campo da Universidade Federal do Ceará (UFC), e a Universidade Estadual do Ceará (UECE), esses lugares são conhecidos por receberem a visita de carros durante a noite para deixar e os animais. (DIÁRIO DO NORDESTE, 2019)

N 5

6

2 4

1

3

1- Lagoas do Mondubim 2- UNIFOR 3- Lagoa da Messejana

4- UECE 5-Parque do Cocó 6- Campus da UFC

Figura 07: Principais pontos de abandono de animais em Fortaleza Fonte: Elaborado pela autora

2.4. organizações não governamentais Hospital Veterinário FAVET/UECE

Figura 06: Mapa Localização Hospital Veterinário Público Fonte: Elaborado pela autora

As Organizações não governamentais (ONGs) são entidades sem ns lucrativos que por meio de pessoas voluntárias realizam diversos tipos de ações solidárias para causas especícas. Essas organizações são de


REFERENCIAL TEÓRICO

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iniciativa privada que prestam serviços de caráter público, o que é chamado de Terceiro Setor. A sociedade civil possui três setores ao todo, esses são, o Primeiro Setor que é constituído pelo Governo, o Segundo Setor pelo mercado e o Terceiro Setor são as associações sem ns lucrativos. A criação do Terceiro Setor da sociedade civil surgiu a partir da necessidade de preencher as lacunas deixadas pelo setor público e privado, como ações sociais e solidárias, em busca do bem estar da sociedade. (SEBRAE, 2019). Mesmo nas cidades como Fortaleza, onde o poder público tem uma atuação na proteção dos animais, o papel das organizações não governamentais é fundamental para auxiliar nesse trabalho, e assim as duas partes devem contribuir umas com as outras. Dentre algumas ONGs protetoras de animais em Fortaleza, são elas: Adote um Amor, Patas Juntas, Sai da Rua, Lar tintin, Abrigo São Lázaro e União Protetora de Animais Carentes, Abrigo São Francisco, Arca de Noé, APATA. Alguns desses grupos não possuem espaços físicos especícos para abrigar os animais, eles contam com voluntários que ajudam em lar temporários, resgates e auxílio nanceiro no tratamento dos animais. A visibilidade de ONGs protetoras de animais tem aumentado ao longo dos anos, porém apesar dessa procura, essa colaboração ainda não é suciente para solucionar todas as questões sobre animais que são abandonados e maltratados na capital, tendo em vista que o número de abandonos e a proliferação dos animais ainda é maior que o resgate deles.

1

2

N 3 4

5 7 6

1- Abrigo Nosso Lar 2- UPAC 3- APAC 4- UIPA

5- Sai da Rua 6- Abrigo Arca de Noé 7- Abrigo São Lázaro

Figura 08: Abrigos de animais em Fortaleza Fonte: Elaborado pela autora

Com apenas 1 hospital veterinário público em Fortaleza, os protetores de animais acabam tendo que recorrer às clínicas veterinárias privadas. Toda vez que um animal é resgatado, o mesmo deve realizar uma bateria de exames, para analisar a necessidade de tratamento sobre alguma doença. As consultas e exames nessas clínicas, não costumam ter preços acessíveis, o que torna mais difícil o trabalho desses voluntários. Pois quanto mais alto o custo do tratamento de um animal, menor será o número de resgates posteriores, devido a problemas nanceiros que esses grupos sofrem.

2.5. clínica veterinária As clínicas veterinárias são estabelecimentos destinados ao atendimento de animais para consultas e tratamentos clínico-cirúrgicos, possuindo ou não internamentos, sob a responsabilidade técnica e presença de um médico veterinário, onde no caso de internamentos é exigido a presença de um médico veterinário e um auxiliar 24h. Segundo a Resolução nº 1015 de 9 de Novembro de 2012: ''Art. 4º. Clínicas Veterinárias são


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estabelecimentos destinados ao atendimento de animais para consultas e tratamentos clínico, cirúrgicos, podendo ou não ter cirurgia e internações sob responsabilidade técnica e presença de médico veterinário'' 1º. No caso de haver internações, é obrigatório o funcionamento por 24 horas, ainda que não haja atendimento ao público, e um prossional médico em periodo integral. 2º. Havendo internação apenas no período diurno, a clínica veterinária deverá manter médico veterinário e auxiliar durante todo o período de funcionamento do estabelecimento Para um funcionamento de uma clínica veterinária, o Conselho Federal de Medicina Veterinária dene setores condicionantes para o estabelecimento, são eles; I. Setor de atendimento: sala de recepção, consultório, sala de ambulatório, arquivo médico; II.Setor cirúrgico: sala para preparo de pacientes, sala de antissepsia com pia de higienização, sala de lavagem e esterilização de materiais, unidade de recuperação anestésica, sala cirúrgica ( com mesa cirúrgica impermeável, equipamentos para anestesia inalatória, equipamentos para monitoração anestésica, sistema de iluminação emergencial própria, desbrilador, foco cirúrgico, instrumental cirúrgico adequado, bombas de infusão, aspirador cirúrgico e mesas auxiliares); III. Setor de internamento: mesa e pia de higienização, baias, boxes ou outras acomodações individuais, local de isolamento para doenças infectocontagiosas, armário para guarda de medicamentos e materiais

REFERENCIAL TEÓRICO

I V. S e t o r d e s u s t e n t a ç ã o : lavanderia, local para preparo de alimentos, depósito/almoxarifado, instalações para repouso de plantonistas e funcionários, sanitários/vestiários compatíveis com o número de funcionários, setor de estocagem de medicamentos, geladeira com termômetro de máxima e mínima para manutenção exclusiva de vacinas, antígenos e outros produtos biológicos. (SAÚDE E INSPEÇÃO ANIMAL, 2014). A partir dessas informações o plano de necessidades do projeto em estudo irá utilizar-las como base, juntamente às outras normas e legislações para estabelecimentos veterinários, tais como: o Documento de Decreto Estadual no 40.400 de 24 de Outubro de 1995, o Decreto no 40.646, de 02 de Fevereiro de 1996, a Resolução n° 670 de 10 de Agosto de 2000, e a Resolução CFMV n°1015 de 09 de Novembro de 2012.


0 3


REFERENCIAL PROJETUAL


REFERENCIAL ARQUITETÔNICO

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3.1 . PALM SPRING ANIMAL CARE FACILITY

Figura 09: Fachada abrigo Fonte: Archdaily, 2012

O abrigo de animais, Palm Springs Animal Shelter está localizado na cidade de Palm Springs, Califórnia nos Estados Unidos. Foi inaugurado em 2012, e nanciado por uma parceria pública/privada entre a prefeitura da cidade e um grupo de protetores de animais. O projeto foi realizado pelo escritório de arquitetura Swatt/Mier. Com capacidade para 154 gatos e 91 cachorros, o edifício é completamente Térreo sendo dividido em 3 setores, canil, gatil e animais de pequeno porte e área de suporte/logística. O plano do projeto é reexo do uxo operacional desejado, para que pessoas e animais sentissem uma liberdade ao entrar e sair das instalações, neste modo, a intenção era enaltecer a forma de expor os animais, para as pessoas se sejam atraídas a adotar um animal. O canil está localizado no centro do edifício, e abriga os animais em baias, preferencialmente individuais, suas divisões são feitas por um jardim com pequenas áreas de convivência ao ar livre para os cachorros. No Gatil, as baias também são preferencialmente individuais e sua área de convivência é

interna, com janelas de vidro para o exterior do edifício, dispostas em uma forma dinâmica na fachada principal, se tornando uma vitrine para atrair a população. O setor de suporte e logística possui a área administrativa, clínica veterinária, sala de aula, área de resgate e animais perdidos, entrega de animais e a área de serviços gerais. O projeto possui estratégias para aumentar a sustentabilidade do edifício. Um desses investimentos é no sistema de reciclagem da água, onde uma grande quantidade é utilizada para banho dos animais e limpeza dos ambientes, que ocorrem diariamente. Esta água reciclada serve para regar a vegetação do local. Dispõe também de um projeto para diminuir 30% da energia, utilizando a luz solar. Os materiais de construção aplicado no abrigo foi de acordo com a necessidade de cada espaço. Na sua estrutura foi utilizado o sistema de viga em aço, as áreas públicas internas são compostas por paredes de drywall com isolamento sonoro e térmico. As áreas dos animais apresentam materiais selecionados para obter uma boa durabilidade, devido a excessiva limpeza que é realizada todos os dias, e para não ser danicado pelos cães que gostam de morder. Os materiais contêm pisos e paredes de resina epóxi e tetos acústicos não absorventes. Este projeto de Palms Springs, serviu como referência para o projeto da Clínica Veterinária Pública e Abrigo de Cães e Gatos, onde auxiliou principalmente no programa de necessidades voltado ao abrigo, na forma de exposição dos animais preocupando-se com o que as pessoas se sentiam ao visitar o espaço, nos projetos de sustentabilidade, para


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REFERENCIAL ARQUITETÔNICO

que o mesmo tenha o menor impacto ambiental possível, no uso de vegetação nos ambientes internos, tornando o lugar mais agradável e na utilização dos materiais contrutivos de boa durabilidade nas áreas dos animais.

Figura 13: Fachada Ampliada Palm Springs Animal Shelter Fonte: Archdaily, 2012

Figura 10: Canil Palm Springs Animal Shelter Fonte: Archdaily, 2012

Figura 11: Recepção Palm Springs Animal Shelter Fonte: Archdaily, 2012

Figura 12: Espaço de convivência Palm Springs Animal Shelter Fonte: Archdaily, 2012

3.2 . HOSPITAL VETERINÁRIO CONSTITUCIÓN O H o s p i t a l Ve t e r i n á r i o Constitución está localizado em Valência na Espanha, projetado pelo escritório de arquitetura Double Space & Branding em 2016 e possui uma área de 450m². A instituição é especializada em animais domésticos, roedores e aves, funciona 24 horas por dia, e serve também como centro de aprendizagem para estudantes do curso de veterinária. O proposta partiu da ideia onde o sentimento de harmonia, acolhimento, limpeza, funcionalidade e transparência estejam presente, pensado no bemestar dos animais e humanos. O projeto divide as áreas de espera de cães e gatos, conta com recepção, banheiros, banho e tosa, e depois o animal e seu tutor é encaminhado para sala de espera, consultórios, sala de conferência e loja especializada em produtos animais. Os consultórios estão locados na frente da edicação, uma das paredes faz parte da fachada do hospital, tornando uma contínua parede de vidro e


REFERENCIAL ARQUITETÔNICO

0 2

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interrompida por pilares metálicos na cor azul, para diminuir a transparência, fazendo um design interessante na fachada através das linhas de repetição.

dos materiais, humanização dos espaços e o uso da luz natural. A junção dessas características busca diminuir a frieza dos ambientes hospitalares proporcionando os animais e seus tutores uma sensação de aconchego e bem estar.

Figura 14: Fachada Hospital Veterinário Constitución Fonte: Archdaily, 2017 Figura 16: Hospital Veterinário Constitución Fonte: Archdaily, 2017

Figura 15: Loja Hospital Veterinário Constitución Fonte: Archdaily, 2017

Através dos escritórios é acessado o laboratório, projetado com uma grande ilha central, para tratamento pré e pós operatório, com acesso para as salas de raio-X, salas de cirurgia, sala de internação e sala de desinfeção. A sala de tratamento de cães e gatos é equipada com banheiras e gaiolas sob medidas. Vidros acústicos são colocados na área de passagem para a loja de produtos animais. O H o s p i t a l Ve t e r i n á r i o Constitución é uma referência para o projeto em estudo, por sua composição de cores que trazem leveza, integração

Figura 17: Hospital Veterinário Constitución Fonte: Archdaily, 2017

Figura 18: Hospital Veterinário Constitución Fonte: Archdaily, 2017


REFERENCIAL ARQUITETร NICO

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D D D D Figura 19: Hospital Veterinรกrio Constituciรณn Fonte: Archdaily, 2017

D D D D D D D D D D D


0 4


PROPOSTA CONCEITUAL


PROPOSTA CONCEITUAL

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4.1. DEFINIÇÃO DO TERRENO Para denir o local ideal para implantação da Clínica Veterinária Pública e Centro de acolhimento para Cães e Gatos, foram levadas em consideração as pesquisas realizadas n o c a p í t u l o a n t e r i o r, o n d e f o i identicado que a Regional V possui o maior índice de cães e gatos em situação de rua da cidade, e os principais pontos de abandono de a n i m a i s e m Fo r t a l e z a s ã o e m Universidades como a Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e Universidade Estadual do Ceará (UECE), Lagoa da Messejana e as Lagoas do Mondubim. A partir disso, o primeiro critério para denição do local, foi dado pela escolha de um bairro que se encontrasse na Regional V .De acordo com a Prefeitura de Fortaleza, a Regional V, localizada na zona sul de Fortaleza, possui 575 mil habitantes e abrange 18 bairros, sendo uma das maiores regionais de Fortaleza. Após esta denição, a escolha do bairro foi determinada pelos seguintes parâmetros:estar perto dos pontos de abandono citados acima e também das principais ONGs, como o Abrigo São Lázaro e o UPAC. Com isso o bairro do Mondubim foi bairro que atende a maioria dos critérios. Como foi citado anteriormente, o bairro do Mondubim está localizado na Regional V de Fortaleza. Com uma á r e a d e 1 2 , 7 7 k m ² e aproximadamente 76.000 habitantes, segundo dados do IPECE. O mesmo faz divisa com vários bairros, incluindo bairros da Regional IV e VI, são eles: Parque Dois Irmãos, Prefeitos José Walter, Planalto Ayrton Senna, Parque Presidentes Vargas, Parque Santa Rosa, Conjunto Esperança, Manuel Sátiro, Maraponga, Jardim Cearense e

Dendê. E faz Divisa também com o município de Maracanaú. De acordo com a Prefeitura de Fortaleza, a Regional V, localizada na zona sul de Fortaleza, possui 575 mil habitantes e abrange 18 bairros, sendo uma das maiores regionais de Fortaleza. N

Regional IV Bairro Mondubim Terreno Proposto

Figura 20: Bairro Mondubim em Fortaleza Fonte: Elaborado pela autora

N

TERRENO

Figura 21: Entorno do terreno em estudo Fonte: Elaborado pela autora através dO Google Earth 2020

O terreno escolhido está localizado na zona Leste do bairro Mondubim, cercado pela Rua Vereadora Zélia Correia de Souza, Avenida Presidente Costa e Silva, c o n h e c i d a t a m b é m c o m o A v. Perimetral e Avenida Bernardo Manoel. Ao analisar imagens do Google Earth de 2020, notou-se que nesta região o uso e ocupação do solo é caracterizado


PROPOSTA CONCEITUAL

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por uso comércio e serviço, muitos galpões de empresas, posto de gasolina, farmácia. Há também várias quadras de uso residencial, e alguns equipamentos de uso institucional. O latido dos cães é um dos problemas que incomodam a vizinhança dos abrigos. Portanto o terreno tem sua vizinhança predominantemente de uso comercial e institucional, causando menos transtorno se o mesmo e estivesse alocado próximo à muitas residências.

Área Vazia Uso Misto Área Verde Restaurante

20

0

Farmácia Posto de Gasolina Igreja Escola Municipal

10

40m

Figura 22: Uso do solo do entorno do terreno em estudo Fonte: Elaborado pela autora através do Google Earth 2020

Um estudo feito no terreno, pôde-se perceber através do mapa de uso e ocupação do solo do ano de 2010, que havia uma edicação na área selecionada para projeto, porém atualmente esta edicação não se encontra mais no local, e foi murada, segundo dados do Google Earth e Google Mapas do ano de 2020. A área

Av.

Pre s

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6m

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10,9

3m

Av. B

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0m

Área = 8.119,85 m²

51,5

Silv

rdo E

74,1

R. Vereador

127,56m

Terreno Comercial Residencial Institucional

N

uel

a Zélia Corre

ia

N

completa do terreno vazio é de 11.069,55m², sendo utilizada para o projeto apenas 7.581,00 m². O mesmo tem suas vantagens por estar na Avenida Presidente Costa e Silva, que se estende por vários bairros da cidade e é torna-se um local de fácil acesso. Outro fator interessante é que o terreno tem três frentes podendo dividir a entrada de abrigo e entrada da clínica, e também uma entrada de serviço. Sua topograa possui apenas 1 metro de elevação, que se torna quase imperceptível devido a profundidade do terreno, e dispõe de uma vegetação com árvores de sombra, localizadas nas laterais do terreno, e serão mantidas no projeto.

0 10

20 40m

Figura 23: Dimensões Terreno em estudo Fonte: Elaborado pela autora

Figura 24: Terreno localizado ao lado da Av. Bernardo Manuel Fonte: Google Earth 2020


PROPOSTA CONCEITUAL

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Figura 25: terreno localizado ao lado da Av. Presidente Castro e Silva Fonte: Google Earth 2020

Figura 26: terreno pelo lado da Rua Vereadora Zélia Correia de Souza Fonte: Google Earth 2020

N

N

33

33

34

Terreno

Nascente

Poente

34

Ventos

20

0 10

40m

Insolação Predominante

Maior índice de ruídos

Ventilação predominante

20

0 10

Visuais

Figura 27: Condições ambientais do terreno em estudo. Fonte: Elaborado pela autora.

Figura 28: Condições ambientais em manchas. Fonte: Elaborado pela autora.

40m


PROPOSTA CONCEITUAL

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4.2. CONDICIONANTES LEGAIS Segundo a Lei de Uso e Ocupação do Solo do ano de 2017, o bairro Mondubim se encontra na Zona de Requalicação Urbana 2 - ZRU 2 ( Tabela 01), onde é caracterizada pela falta de infraestrutura e dos serviços urbanos, tal como, saneamento ambiental, equipamentos e espaços públicos. Esta zona tem como objetivo, promover a requalicação urbanística e ambiental, ampliar a disponibilidade e conservar os espaços de uso coletivo, equipamentos públicos, áreas verdes, espaços livres voltados à inclusão para esportes, cultura e lazer. Com isso, o projeto também irá promover um espaço de áreas verdes aberto ao público. LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DE FORTALEZA ZRU - ZONA DE REQUALIFICAÇÃO URBANA 2 Paramêtros

Índices

Índice de Aproveitamento Máximo

1,5

Índice de Aproveitamento Básico

1,5

Índice de Aproveitamento Mínimo

0,1

Taxa de Permeabilidade

30%

Taxa de Ocupação de Subsolo

60%

Altura Máxima da Edicação

40m

Área Mínima do Lote

classicado na classe tipo 3 com porte de até 1.000m² para clínica e 1.000m² para o abrigo, necessitando de no mínimo 1 vaga para cada 100m². CLASSIFICAÇÃO DAS ATV. POR GRUPO E SUBGRUPO

Grupo: Serviços / Tabela 5.12 Subgrupo: Serviços de Saúde - SS Código

Atividade

Classe Porte Nº min. de vagas

Serviços veterinários (Clínica para 85.20.01 anmais, Serviço de alojamento e alimentação para animais domésticos)

3

5001 1 vaga até a cada 1000 100m²

Tabela 02: Classicação das atividades por Grupo e Subgrupo. Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da LUOS 2017

Para que o projeto esteja de acordo com as normas e adequações do seu uso de acordo com o sistema viário, foi necessário vericar nas LUOS/2017 os tipos de vias que estão presentes no entorno do terreno em estudo. A Rua Vereadora Zélia Correia de Souza é classicada como via coletora e as Avenidas Presidente Costa e Silva e Bernardo Manoel são denominadas vias arteriais.

125m²

Testada Mínima do Lote

5m

Profundidade Mínima do Lote

25m

Tabela 01: Índices Urbanísticos ZRU-2 Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da LUOS 2017

De acordo com a LUOS/2017, a Clínica Veterinária Pública e Abrigo para Cães e Gatos se enquadra no Grupo de Serviços e o subgrupo Serviço de Saúde, como atividade de Serviços Veterinários, tais como, clínica veterinária e alojamento e alimentação para animais domésticos. Está

Via Coletora

Via Arterial

Terreno

Figura 29: Denição das Vias do entorno. Fonte: Elaborado pela autora com base na LUOS/2017.


PROPOSTA CONCEITUAL

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NORMAS E ADEQUAÇÃO DOS USOS AO SIST. VIÁRIO

Grupo: Serviços / Tabela 5.12 Subgrupo: Serviços de Saúde - SS Via Arterial I

Classe 3 Recuos (m)

FT

LT

FD

10

10

10

Norma 4: Deverá ter área própria para carga e descarga Norma 5: Deverá ter área prórpria para embarque e desembarque de passageiros interna ao lote e dimensionada de acordo com o subgrupo de atividade, de forma a não prejudicar a operação da via. Tabela 03: Normas e adequação dos usos ao sistema viário/ Via Arterial. Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da LUOS 2017

NORMAS E ADEQUAÇÃO DOS USOS AO SIST. VIÁRIO

Geral, Setor de atendimento, Setor cirúrgico, Setor de internação, Setor de sustentação/logística, Canil, Gatil, Recepção do Abrigo, Convivência. Para melhor convivência dos animais e diminuir o estresse causado pelo ambiente hospitalar, o setor de atendimento foi dividido em uma área apenas para gatos e outra apenas para cães, para diminuir os riscos de transtornos. Já o setor cirúrgico e setor de internação são integrados para as duas espécies, com o intuito de facilitar a locomoção dos médicos veterinários e dos funcionários ao longo do edifício, pois um mesmo prossional pode operar; tanto cães como gatos.

Grupo: Serviços / Tabela 5.12

ADMINISTRAÇÃO GERAL

Subgrupo: Serviços de Saúde - SS Via Coletora

Classe

Ambiente

3 Recuos (m)

FT

LT

FD

10

10

10

Norma 4: Deverá ter área própria para carga e descarga Norma 5: Deverá ter área prórpria para embarque e desembarque de passageiros interna ao lote e dimensionada de acordo com o subgrupo de atividade, de forma a não prejudicar a operação da via. Tabela 04: Normas e adequação dos usos ao sistema viário/ Via Coletora. Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da LUOS 2017

4.3. programa de necessidades O Programa de necessidades da Clínica Veterinária Pública e Abrigo de Cães e Gatos foi desenvolvido a partir de análises de abrigos e clínicas existentes, projetos de referência, e entrevistas com responsáveis de abrigos e protetores de animais independentes, e teve como base os setores condicionantes denidos pelo C o n s e l h o Fe d e r a l d e M e d i c i n a Veterinária, são eles: Administração

Recepção Sala Reunião Sala de Diretoria Sala Administração Copa WC PNE/ masculino WC PNE/ feminino

Área (m²)

38,40 14,00 15,00 15,00 10,00 3,90 3,90

Quant.

Área Total (m²)

1 38,40 1 14,00 1 15,00 1 15,00 1 10,00 3,90 1 3,90 1 TOTAL 100,20

SETOR ATENDIMENTO CLÍNICO CÃES E GATOS Ambiente

Recepção Sala de Triagem Consultório tipo 1 Consultório tipo 2 Consultório tipo 3 Copa Ambulatório Sala de Vacinação Arquivo Médico Farmácia Wc Masculino Wc Feminino Wc Acessível Internação DML

Área (m²)

130,00 15,00 18,00 21,00 13,00 10,00 16,00 13,00 11,50 11,50 5,50 11,50 3,00 50,00 3,00

Quant.

Área Total (m²)

1 1 3 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 TOTAL

130,00 15,00 54,00 42,00 13,00 10,00 16,00 13,00 11,50 11,50 5,50 11,50 3,00 50,00 3,00 389,00


PROPOSTA CONCEITUAL

47

RECEPÇÃO E ADMINISTRAÇÃO ABRIGO

SETOR CIRÚRGICO Ambiente

Sala prepraro animal/ antissepsia Sala de lavagem e esterelização de materiais Sala de recuperação anestésica Sala cirúrgica Sala Castração Isolamento infectocontagioso Wc isolamento Infectocontagioso Sala preparo médico Wc vestiário Fem. Wc vestiário Masc Depósito Materiais Cirurgicos DML

Área (m²)

Quant.

Área Total (m²)

16,00

01

16,00

8,00

01

8,00

12,00

01

12,00

18,00 25,00

02 01

36,00 25,00

16,50

01

16,50

3,50

01

3,50

10,00 21,50 21,50

01 01 01

10,00 21,50 21,50

10,00

01

10,00

5,00

01 TOTAL

5,00 185,00

SETOR DE SUSTENTAÇÃO/LOGÍSTICA Ambiente

Lavanderia Repouso funcionários Refeitório Wc vestiário Masc Wc vestiário Fem DML Depósito Lixo organico/inorganico Depósito Lixo reciclável Depósito Lixo hospitalar Casa de maquinas/gerador Sala de segurança e monitoramento

Área (m²)

Quant.

Área Total (m²)

13,00 30,00 17,00 19,00 19,00 10,00

01 01 01 01 01 01

13,00 30,00 17,00 19,00 19,00 10,00

3,50

01

3,50

3,50

01

3,50

3,50

01

3,50

14,50

01

14,50

15,00

01

15,00

TOTAL 148,00 CONVIVÊNCIA Ambiente

Área (m²)

Espaço ao ar livre

200,00

Quant.

Ambiente

Recepção Sala de adoção Sala coordenação Sala reunião Arquivo Wc masc Wc fem Wc acessível DML Refeitório

Área (m²)

40,00 15,00 22,00 21,00 3,50 8,00 8,00 3,10 6,00 14,00

Quant.

Área Total (m²)

01 40,00 01 15,00 01 22,00 01 21,00 01 3,50 01 8,00 01 8,00 01 3,10 01 6,00 01 14,00 TOTAL 140,60

CANIL Ambiente

Banho e tosa Depósito de ração DML Box coletivo 5 animais Box Individual ou porte pequeno Área externa porte grande Área externa porte pequeno Farmácia Apoio funcionários Wc apoio funcionários

Área Total (m²)

Área (m²)

Quant.

30,00 8,00 7,20 9,70

01 01 01 11

30,00 8,00 7,20 106,70

5,00

06

30,00

75,00

01

75,00

24,00

01

24,00

7,50 17,00 3,50

01 7,50 01 17,00 01 3,50 TOTAL 308,90

Área (m²)

Quant.

Área Total (m²)

17,00 8,50 8,00 17,00

01 01 01 02

17,00 8,50 8,00 34,00

6,00

06

36,00

GATIL Ambiente

Banho e tosa Depósito de ração DML Box coletivo 15 gatos Box individual ou maternidade Farmácia

Área Total (m²)

Tabela 05: Programa de Necessidades. Fonte: Elaborado pela autora.

6,00

6,00 01 TOTAL 109,50


PROPOSTA CONCEITUAL

48

4.4. FLUXOGRAMA

N

Canil Cirúrgico/ Internação

Gatil

Atendimento Clínico Cães Administração

Atendimento Clínico Gatos Acesso Pedestre

Recepção Abrigo Acesso Veículos

Figura 30: Fluxograma Fonte: Elaborado pela autora

Susetentação/ Logística Embarque e Desembarque


PROPOSTA CONCEITUAL

49

D D D D D D D D D D D D D D D


0 5


projeto


projeto

52

5.1 . projeto O projeto elaborado tem como um dos principais partidos a integração dos espaços externos e internos, fazendo do paisagismo um componente fundamental para o terreno e seus ambientes, gerando conforto e boas sensações tanto para os animais quanto para os humanos. A planta foi dividida em 2 macro setores sendo um setor da Clínica Veterinária e o outro do Centro de acolhimento para

cães e gatos. O terreno também conta com uma praça aberta para o público, estacionamento com 15 vagas, embarque e desembarque e uma ampla área com jardins. A estrutura dos blocos foi feita por pilares metálicos de 10 em 10 metros em perl H. Na coberta optou-se por utilizar platibanda com telha metálica para trazer simplicidade ao bloco.

QUADRO DE ESQUADRIAS Portas Cód. L (m) H (m)

Tipo

Cobogós

Janelas Material

Cód. L (m) H (m) Peitoril (m) Cód. L (m) H (m) Peitoril (m)

P1 4,00 3,00 Correr Vidro/Alumínio

J1

1,00 2,50

0,95

C1 1,00 3,00

0,50

P2 2,00 3,00 Correr Vidro/Alumínio

J2

2,00 2,60

0,90

C2 2,00 3,00

0,50

P3 1,60 3,00 Abrir

Alumínio

J3

1,00 1,80

1,70

P4 0,70 2,10 Abrir

Alumínio

J4

1,00 1,70

1,80

P5 0,90 2,10 Abrir

Alumínio

J6

0,50 1,00

1,80

P6 0,80 2,10 Abrir

Alumínio

J5

1,20 1,50

1,20

P7 0,70 2,10 Abrir

Madeira

J7

4,00 3,00

0,50

P8 0,90 2,10 Abrir

Madeira

J8

2,00 1,00

1,80

P9 0,90 2,10 Abrir

Madeira

J9

0,75 1,00

1,80

P10 3,00 3,00 Correr Vidro/Alumínio J10 1,00 2,00

0,90

P11 0,70 1,50 Abrir Gradil Alumínio J11 3,00 3,00

0,50

J12 0,60 1,70

1,80

J13 2,60 3,00

0,50

J14 1,00 2,50

1,40


53

Figura 31: Planta baixa geral humanizada. Fonte: Elaborado pela autora.

PROJETO


projeto

54

Figura 32: Planta de Situação e Locação. Fonte: Elaborado pela autora.


55

Figura 33: Planta de Implantação. Fonte: Elaborado pela autora.

PROJETO


projeto

56

Figura 34: Planta Baixa Geral. Fonte: Elaborado pela autora.


57

Figura 35: Planta de Coberta. Fonte: Elaborado pela autora.

PROJETO


projeto

58

Figura 36: Perspectiva Geral. Fonte: Elaborado pela autora.


59

5.2 . CLÍNICA VETERINÁRIA O macrossetor da clínica veterinária é composto por 5 setores que são divididos em blocos, são esses:Setor de Imagem e Diagnóstico, Setor Cirúrgico, Setor de Atendimento Clínico, Setor de Sustentação e Logística e Setor Administrativo. Esses setores se interligam através de um corredor que possui esquadrias de vidro onde é possível observar os jardins internos formados pelo desmembramento desses blocos, sendo mais um fator de integração dos ambientes, que traz sensação de amplitude e aconchego aos ambientes.

PROJETO


projeto

60

Figura 37: Planta Layout - ClĂ­nica. Fonte: Elaborado pela autora.


61

Figura 38: Planta Baixa- ClĂ­nica. Fonte: Elaborado pela autora.

PROJETO


projeto

62

Figura 39: Planta de Coberta - ClĂ­nica. Fonte: Elaborado pela autora.


63

5.3. SETOR ACOLHIMENTO DE CÃES E GATOS O centro de acolhimento para cães e gatos é constituído por um bloco de administração, um bloco do canil e um bloco do gatil. O gatil e canil contam com boxes individuais e coletivos e espaços de convivência para cães ao ar livre. Sabe-se que os ruídos vindos desses espaços com animais pode causar desconforto para a vizinhança, com o intuito de diminuir esse incômodo, foi projetado também uma praça com bastante arborização a m de abafar os sons tanto internos quanto externos.

PROJETO


projeto

64

Figura 40: Planta Layout - Adm. Abrigo. Fonte: Elaborado pela autora.


65

Figura 41: Planta Baixa - Adm. Abrigo. Fonte: Elaborado pela autora.

PROJETO


projeto

66

Figura 42: Planta de Coberta - Adm. Abrigo. Fonte: Elaborado pela autora.


67

Figura 43: Planta Layout - Canil. Fonte: Elaborado pela autora.

PROJETO


projeto

68

Figura 44: Planta Layout - Canil. Fonte: Elaborado pela autora.


69

Figura 45: Planta de Coberta - Canil. Fonte: Elaborado pela autora.

PROJETO


projeto

70

Figura 46: Planta Layout - Gatil. Fonte: Elaborado pela autora.


71

Figura 47: Planta Baixa- Gatil. Fonte: Elaborado pela autora.

PROJETO


projeto

72

Figura 48: Planta de Coberta - Gatil. Fonte: Elaborado pela autora.


73

5.4 . cortes

Figura 49: Cortes Gerais. Fonte: Elaborado pela autora.

PROJETO


projeto

74

5.5 . Fachadas

Figura 50: Fachadas 01 e 02. Fonte: Elaborado pela autora.


75

Figura 51: Fachadas 03 e 04. Fonte: Elaborado pela autora.

PROJETO


projeto

76

5.6 . detalhes

Figura 52: Detalhamentos. Fonte: Elaborado pela autora.


77

PROJETO

5.7 . perspectivas

ENTRADA CLĂ?NICA Figura 53: Perspectiva 01. Fonte: Elaborado pela autora.


projeto

78

recepção Figura 54: Perspectiva 02. Fonte: Elaborado pela autora.


79

PROJETO

recepção Figura 55: Perspectiva 03. Fonte: Elaborado pela autora.


projeto

80

consultรณrio Figura 56: Perspectiva 04. Fonte: Elaborado pela autora.


81

PROJETO

PASSAGEM interna Figura 57: Perspectiva 05. Fonte: Elaborado pela autora.


projeto

82

passagem com jardim Figura 58: Perspectiva 06. Fonte: Elaborado pela autora.


83

PROJETO

entrada canil Figura 59: Perspectiva 07. Fonte: Elaborado pela autora.


projeto

84

canil Figura 60: Perspectiva 08. Fonte: Elaborado pela autora.


85

PROJETO

espaรงo ao ar livre CANIL Figura 61: Perspectiva 09 Fonte: Elaborado pela autora.


projeto

86

espaรงo ao ar livre CANIL Figura 62: Perspectiva 10. Fonte: Elaborado pela autora.


87

PROJETO

praรงa Figura 63: Perspectiva 11. Fonte: Elaborado pela autora.


projeto

88

PRAÇA Figura 64: Perspectiva 12. Fonte: Elaborado pela autora.


89

PROJETO

ESTACIONAMENTO Figura 65: Perspectiva 13. Fonte: Elaborado pela autora.


projeto

90

ESTACIONAMENTO Figura 66: Perspectiva 14. Fonte: Elaborado pela autora.


91

PROJETO

FACHADA Figura 67: Perspectiva 15. Fonte: Elaborado pela autora.


projeto

92

VISTA SUPERIOR GERAL Figura 68: Perspectiva 16. Fonte: Elaborado pela autora.


PROJETO

93

D D D D D D D D D D D D D D D


0 6


CONSIDERAÇÕES FINAIS


considerações finais

96

Os animais são cada vez mais importantes para a população, e tem um grande valor afetivo dentro de um lar. Por outro lado, as cidades estão lotadas de animais em situação de rua, onde são abandonados, e sofrem por maus-tratos e fome diariamente. O Brasil é um dos países com maior número de animais nas ruas, um caso preocupante, tanto para eles e quanto a sociedade, onde o mesmo pode transmitir doenças letais para os humanos se não tiverem uma prevenção contra essas enfermidades ou um tratamento correto. O custo xo de um animal de estimação é em média R$315,00 por mês, com vacinação, consultas, ração, produtos de higiene, banho e tosa. Com esse valor elevado, torna-se inviável custear um animal de estimação para a maioria da população brasileira, o que os leva a abandonarem cães e gatos nas ruas, ou vivem presos em situação degradante. Nas cidades existem poucos hospitais e clínicas veterinárias públicas, o que agrava ainda mais a situação. Em Fortaleza, o único hospital veterinário público está localizado no bairro Itaperi, na Universidade Estadual do Ceará (UECE), porém a demanda é muito maior do que o hospital suporta, e não consegue atender nem metade dos animais que chegam no local. A partir disso, notou-se a necessidade de um outro espaço público para atender e acolher os animais de ruas e de pessoas que desejam tratar seu animal de estimação mas não podem pagar o custo em um clínica particular. O projeto da Clínica Veterinária Pública e Centro de Acolhimento para Cães e

Gatos visa atender essa demanda, e trazer bem-estar para os animais e para população em geral.


consideraçþes finais

97

D D D D D D D D D D D D D D D


0 7


referências Bibliográficas


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

100

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101

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Os motivos por trás do abandono de um animal de estimação. Disponível em:<https://www.afnity-petcare.com/br/os-motivos-por-tras-do-abandonode-um-animal-de-estimacao>. Acesso em: 01 abr. 2020. Brasil tem 30 milhões de animais abandonados. Disponível em:<https://anda.jusbrasil.com.br/noticias/100681698/brasil-tem-30milhoes-de-animais-abandonados>. Acesso em: 01 abr. 2020. Tudo sobre Organizações Não Governamentais (ONGs). Disponível em:<https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-e-umaorganizacao-nao-governamental-ong,ba5f4e64c093d510VgnVCM10 00004c00210aRCRD>. Acesso em: 06 abr. 2020. Clínica Veterinária Masans. Disponível em:<https://www.archdaily.com. br/br/768761/clinica-veterinaria-masans-domenig-architekten>. Acesso em: 29 mai. 2020. O conceito de homem, pessoa e ser humano sob as perspectivas da Antropologia Filosóca e do Direito. Disponível em:<https://ambitojuridi co.com.br/edicoes/revista-90/o-conceito-de-homem-pessoa-e-ser-humanosob-as-perspectivas-da-antropologia-losoca-e-do-direito/>. Acesso em: 09 abr. 2020. A medicina veterinária na história da humanidade: a ciência dos animais na b a s e d a s c i v i l i z a ç õ e s . D i s p o n í v e l e m : < h t t p s : / / w w w. p u b l i c a c oeseventos.unijui.edu.br/index.php/salaoconhecimento/article/view/4904>. Acesso em: 11 abr. 2020. Evolução humana, biologia, cultura e o ambiente iatrogênico da modernidade. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publi cation/301959960_EVOLUCAO_HUMANA_BIOLOGIA_CULTURA_E_O_AMBIE NTE_IATROGENICO_DA_MODERNIDADE>. Acesso em: 19 abr. 2020. GIOVANELLI, Carolina. O abandono de animais nas ruas virou um grave p r o b l e m a p a r a a c i d a d e . Ve j a S ã o Pa u l o . D i s p o n í v e l e m : <https://vejasp.abril.com.br/bichos/animais-abandonados-cachorro-gato/>. Acesso em: 03 mai. 2020.


103

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CÂMARA, Bárbara. Pontos de abandono de animais representam crime e risco à saúde. Diário do Nordeste. Disponível em:<https://diariodonordeste.ve rdesmares.com.br/metro/pontos-de-abandono-de-animais-representamcrime-e-risco-a-saude-1.2075699>. Acesso em: 03 mai. 2020.


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