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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS TRABALHO DE GRADUAÇÃO

MI & AU Clínica veterinária e abrigo animal

SARAH COSTA KLEINBERG ORIENTADOR: WLADIMIR CAPELO MAGALHÃES FORTALEZA - 2020.2



MI & AU


FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS TRABALHO DE GRADUAÇÃO

MI & AU Clínica veterinária e abrigo animal

FORTALEZA - CE DEZEMBRO/2020


SARAH COSTA KLEINBERG

MI & AU Clínica veterinária e abrigo animal

Tr a b a l h o d e C o n c l u s ã o d e C u r s o apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza como requisito à obtenção do título de Arquiteta e Urbanista. Orientador: Prof. Wladimir Capelo Magalhães

FORTALEZA - CE DEZEMBRO/2020



SARAH COSTA KLEINBERG

MI & AU Clínica veterinária e abrigo animal

Tr a b a l h o d e C o n c l u s ã o d e C u r s o apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza como requisito à obtenção do título de Arquiteta e Urbanista. Aprovada em: ___/___/___. BANCA EXAMINADORA ____________________________________ Prof. Wladimir Capelo Magalhães Orientador ____________________________________ Arq. Daniel Marques Arruda Professor Convidado ____________________________________ Arq. Denise Vidal Gadelha Formighieri Arquiteta Convidada



Todas as coisas da criação são lhos do Pai e irmãos do homem. Deus quer que ajudemos aos animais, se necessitam de ajuda. Toda criatura em desgraça tem o mesmo direito a ser protegida. (Sao Francisco de Assis)


RESUMO O trabalho de conclusão de curso desenvolvido mostra o valor signicativo que os animais vêm conquistando na vida das pessoas, sendo considerados até membros da família. Em contrapartida a essa realidade, a quantidade de animais que sofrem maus-tratos e são abandonados nas ruas vem aumentando cada vez mais. Para compreender melhor a ligação entre o homem e os animais, o trabalho realizado mostrará desde o início até atualmente, quando e como começou a domesticação dos animais, principalmente, dos cães e gatos, apontando os benefícios que essa relação traz para ambos, a questão do abandono e toda a situação causada a esses bichos, e o quanto é importante entender o sentido da arquitetura voltada para ambientes que tem o propósito de oferecer os cuidados necessários na vida desses seres vivos. Visto que os animais são importantes na sociedade e que a procura por lugares que cuida da saúde e do bem-estar deles está aumentando em todo o mundo, mesmo que já existem diversos desses empreendimentos que lutam pela vida de cada animal, mas ainda assim carecem de uma boa estrutura e que ofereça um tratamento apropriado, o presente trabalho é a criação de um projeto arquitetônico com o tema de um Abrigo para animais abandonados, especialmente cães e gatos, junto a uma Clínica Veterinária Pública, que será implantada na cidade de Fortaleza, oferecendo uma estrutura adequada com todas as instalações necessárias para o tratamento de saúde de animais que são desamparados ou que já possuem um lar, e uma área ampla e confortável para acolher todos os que precisam de um local que garanta o seu bem-estar. Para isso, será utilizado a humanização dos ambientes, o conforto ambiental e a sustentabilidade, a m de proporcionar uma qualidade de vida boa tanto para os animais que serão acolhidos como os prossionais da saúde e o público que visita o local. Palavras-chave: Abandono. Bem-estar animal. Abrigo Animal. Clínica Veterinária.


ABSTRACT The development of this work presents the signicant value that animals represent on people’s life. For many people animals are considered family members; However this reality many of them suffer from abandonments and mistreatment. The quantity of animals in this situation increases every day. To better understand the connection between man and animals, this work shows from the beginning until now a days when and how started the domestication mainly of dogs and cats. It also indicates the benets that this relation brought for both, the abandonment question, and all the harm that animals suffer. This work supports how is important to understand the sense of architecture and purpose of it to offer necessary care for those living beings. Since animals are important to society, the searches for healthcare centers are increasing all around the world. Places as these usually have a lack of a good The present work is the creation and implementation of an architectural project with the theme of an animal shelter for abandoned animals, mainly dogs and cats, located in Fortaleza – CE, Brazil. The idea is also to have an integrated public veterinary clinic, which will offer an adequate structure with all the necessary facilities for the health treatment of animals that are destitute or who already have a home. This facility offers environmental comfort and sustainability, to animals and healthcare professionals, in order to provide a good life quality. Keywords: Abandonment, Animal Shelter, Animal Welfare, Veterinary Clinic.


AGRADECIMENTOS Início estes agradecimentos a Deus e a Nossa Senhora, por estarem sempre ao meu lado, me norteando e dando forças para seguir com muita gratidão e determinação, me permitindo, também, viver tantas experiências incríveis ao longo de todo esses anos acadêmico. Mesmo quando tudo parecia difícil, que o cansaço e os problemas de saúde, muitas vezes, apareciam, a minha vontade de enfrentar e alcançar todos os obstáculos eram muito maiores. Minha gratidão maior para a minha família que são os responsáveis pelo que eu sou hoje e que durante toda a minha vida sempre me apoiaram em todas as minhas escolhas. Aos meus pais, Julia e Carlos, obrigada pelo o esforço investido na minha educação, por me proporcionarem tantas oportunidades que eu já vivi. Obrigada pelo amor incondicional e companheirismo de sempre, por acreditarem na minha capacidade de realizar mais uma etapa da minha vida. Mesmo sem entender, diversas vezes, o porquê de tanto cansaço e noites mal dormidas, vocês estavam ao meu lado, me ensinando que fazer o certo e o que me faz feliz é a melhor decisão. Mãe, obrigada por todos os ensinamentos, por me mostrar tamanha preocupação com os animais, que muitas vezes sofrem e não tem ninguém para socorrê-los, saiba que você me ajudou bastante para a decisão do meu tema, e por me lembrar que a felicidade está nas pequenas coisas da vida. Pai, obrigada por compartilhar e me ensinar todos os seus conhecimentos, por me ajudar em assuntos de história e matemática, você contribuiu para muitas dúvidas que eu tive durante a faculdade. Obrigada, também, por me incentivar nos estudos e me ajudar sempre que eu preciso. Agradeço ao meu irmão, Saul, que sempre esteve ao meu lado, me apoiando em todas as minhas decisões e quando achava que não era certo, ele estava me ajudando a enxergar um melhor caminho. Muito obrigada pela parceria, por fazer questão de me ensinar mesmo não tendo tempo nem para você mesmo, por buscar comigo, sempre, a realização dos nossos sonhos e por estar presente em todos os momentos da minha vida. A minha irmã, Raissa, que mesmo morando longe me faz lembrar


que não precisa estar perto sicamente quando se estar presente de coração. Obrigada por se preocupar, me aconselhar sobre todos os assuntos e estar ao meu lado. Sem vocês eu não conseguiria ter chegado até aqui. Ao meu cachorrinho Duque, que alegrou minha vida durante muito tempo e me fez conhecer o amor incondicional pelos animais, e à Amy, que me mostra, diariamente, a verdadeira relação de amor e cuidado entre um ser humano e um animal. Seu jeito carinhoso e sensível me faz querer lutar cada vez mais por todos esses seres que sofrem maus tratos ou são abandonados. A todos os meus familiares e a Elisangela, quem cuidou de mim desde que nasci e hoje é uma grande amiga e parte da minha família. Obrigada por sempre torcerem pelo meu desempenho, me apoiando incondicionalmente, por se fazerem presente mesmo que muitas vezes distante e por entenderem as minhas ausências em muitos momentos de reunião familiar. Agradeço a minha amiga Gabriela, que encontrei quando já estava cursando Arquitetura, e mesmo sendo de outro curso, sempre me incentivou, apoiou em todas as minhas decisões, sendo um verdadeiro ombro amigo. Muito obrigada pela sua amizade el, por compartilhar tantos momentos especiais ao meu lado e me ajudar sempre que preciso. Guardo com muito carinho tudo que vivemos durante todo esse tempo de amizade, inclusive, uma parte do meu intercâmbio acadêmico, que você se fez presente e compartilhou tantas histórias de arquitetura e de vida ao meu lado. Agradeço a Débora, que está presente na minha vida há bastante tempo, compartilhando até hoje tantos momentos juntas, apoiando nas minhas escolhas, dividindo alegrias, angústias e sendo uma verdadeira amiga, com quem sempre posso contar. Obrigada por ser exemplo de amizade, companheira de todas as horas, inclusive nas madrugadas difíceis de projeto. A todos os meus amigos que sempre estiveram presente na minha vida pessoal e zeram questão de me acompanhar no início dessa trajetória prossional, apoiando-me em cada decisão, dando forças quando eu sempre precisei e compreendendo os meus momentos de renúncia. Muito obrigada por


permanecerem ao meu lado, Amanda Nogueira, Ana Camila, Bianca Ruane, Fernanda Mayra, Flávia, Isabele, Jamille, Juliane, Larissa, Leandra, Luiza, Maria Eugênia e Nico. A todos os meus amigos que o curso de arquitetura me trouxe, Amanda Botto, Amanda Medeiros, Camila Callado, Luana e Vinícius, que dividiram comigo tantos momentos incríveis, sorrisos, desesperos em conjunto, e principalmente, a fé de que tudo ia dar certo. A faculdade, com certeza, foi mais leve e feliz tendo vocês ao meu lado. A minha cunhada, que mesmo entrando na minha vida já quase no nal da faculdade, sempre me apoiou e acreditou nas minhas escolhas e, muitas vezes, me ajudou nas decisões de projetos. Muito obrigada! Agradeço a minha chefe Marina Costa, que desde o início se mostrou disponível a me ajudar em tudo que precisei. Obrigada por todos os ensinamentos, disponibilidade e companheirismo, sem a sua ajuda eu não teria aprendido o tanto que aprendi. Agradeço também a todas as meninas, que se tornaram amigas, e me acompanharam durante o meu tempo no estágio. Obrigada Jéssica, Manuela, Nicolle e Victória. Agradeço a todos os professores, pelos conhecimentos e capacitação que contribuíram para o meu crescimento ao longo desta graduação. Em especial, ao meu orientador Wladimir Capelo, a quem tenho uma profunda admiração e respeito pelo seu trabalho. Obrigada pela paciência e por sempre me instruir da melhor forma. Também quero agradecer à Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e o seu corpo docente que demonstrou sempre estar comprometida com a qualidade e excelência do ensino.



LISTA DE IMAGENS Imagem 01: Cachorro abandonado nas ruas da cidade de São Paulo / 43 Imagem 02: Gato abandonado na cidade de Fortaleza / 45 Imagem 03: Implantação do microchip em um animal / 46 Imagem 04: Vetmóvel realizando serviço na sede da Regional IV de Fortaleza / 49 Imagem 05: Fachada Principal do Hospital Veterinário Santa Catarina / 64 Imagem 06: Implantação e planta baixa do pavimento térreo do Hospital Veterinário Santa Catarina / 65 Imagem 07: Planta baixa do pavimento superior do Hospital Veterinário Santa Catarina / 65 Imagem 08: Sala de internação do Hospital Veterinário Santa Catarina / 66 Imagem 09: Centro Cirúrgico do Hospital Veterinário Santa Catarina / 66 Imagem 10: Recepção do Hospital Veterinário Santa Catarina / 66 Imagem 11: Iluminação natural e vegetação / 66 Imagem 12: Fachada Principal do Edifício Palm Springs Animal Care Facility / 67 Imagem 13: Implantação do Palm Springs Animal Care Facility / 68 Imagem 14: Área de adoção dos cachorros e de convivência dos mesmos / 69 Imagem 15: Recepção principal do Palm Springs Animal Care Facility / 69 Imagem 16: Vitrines de vidros do ambiente dos gatos / 70 Imagem 17: Interior do South Los Angeles Animal Care Center & Community Center / 71 Imagem 18: Fachada do South Los Angeles Animal Care Center & Community Center / 71 Imagem 19: Planta baixa do South Los Angeles Animal Care Center & Community Center / 72 Imagem 20: Área dos canis / 73 Imagem 21: Área dos canis e vegetação / 73 Imagem 22: Área de atendimento ao cliente do South Los Angeles Animal Care Center & Community Center / 73


Imagem 23: Fachada Principal do edifício Veterinary Clinic in Aghia Paraskevi / 74 Imagem 24: Planta baixa do subsolo do edifício Veterinary Clinic in Aghia Paraskevi / 75 Imagem 25: Planta baixa do pavimento térreo do edifício Veterinary Clinic in Aghia Paraskevi / 75 Imagem 26: Planta baixa do primeiro pavimento do edifício Veterinary Clinic in Aghia Paraskevi / 76 Imagem 27: Planta baixa do segundo pavimento do edifício Veterinary Clinic in Aghia Paraskevi / 76 Imagem 28: Recepção do edifício Veterinary Clinic in Aghia Paraskevi / 77 Imagem 29: Fachada lateral do edifício Veterinary Clinic in Aghia Paraskevi / 77 Imagem 30: Perspectiva do terreno que será implantado o projeto / 81 Imagem 31: Perspectiva do terreno que será implantado o projeto / 82 Imagem 32: Acesso ao terreno pela Rua Guilherme Perdigão / 82 Imagem 33: Acesso ao terreno pela Rua Araripe Prata / 82 Imagem 34: Residências localizadas no entorno da Lagoa da Parangaba / 85 Imagem 35: Terminal da Parangaba / 87 Imagem 36: Gráco Rosa dos Ventos / 89 Imagem 37: Fluxograma / 96 Imagem 38: Zoneamento / 98 Imagem 39: Telha Termoacústica / 100 Imagem 40: Clarabóia / 100 Imagem 41: Planta de Situação e Coberta / 101 Imagem 42: Planta de Implantação / 103 Imagem 43: Planta Baixa Térreo / 105 Imagem 44: Planta Baixa Superior / 107 Imagem 45: Estruturas Metálicas / 109 Imagem 46: Laje Steel Deck / 109 Imagem 47: Vigas Metálicas / 109


Imagem 48: Estrutura / 110 Imagem 49: Fachada 01 - Oeste / 111 Imagem 50: Fachada 02 - Leste / 111 Imagem 51: Fachada 03 - Norte / 112 Imagem 52: Fachada 04 - Sul / 112 Imagem 53: Corte AA / 113 Imagem 54: Corte BB / 113 Imagem 55: Corte CC / 114 Imagem 56: Corte DD / 114 Imagem 57: Detalhe 01 / 115 Imagem 58: Detalhe 02 / 116 Imagem 59: Detalhe 03 / 117 Imagem 60: Perspectiva 01 / 120 Imagem 61: Perspectiva 02 / 121 Imagem 62: Perspectiva 03 / 122 Imagem 63: Perspectiva 04 / 123 Imagem 64: Perspectiva 05 / 124 Imagem 65: Perspectiva 06 / 125 Imagem 66: Perspectiva 07 / 126

LISTA DE QUADROS Quadro 01: Leis de Proteção Animal / 37 Quadro 02: Motivos dos cães serem abandonados / 44 Quadro 03: Motivos dos gatos serem abandonados / 44 Quadro 04: Necessidades obrigatórias de Ambulatórios e Consultórios Veterinários / 59 Quadro 05: Necessidades obrigatórias de Clínicas e Hospitais Veterinários / 60


LISTA DE TABELAS Tabela 01: Dimensionamento canis / 42 Tabela 02: Dimensionamento gatis / 42 Tabela 03: Índices Urbanísticos da ZRU1 / 90 Tabela 04: Classicação de Atividades por Grupo e Subgrupo / 90 Tabela 05: Classicação das Vias – Via Local / 90 Tabela 06: Diretrizes Projetuais / 92 Tabela 07: Programa de necessidades – Recepção / 95

LISTA DE MAPAS Mapa 01: Mapa dos bairros da cidade de Fortaleza que mostra, no ano de 2016, os locais com o maior índice de calazar e, em 2020, os que apresentam ser os mais vulneráveis da cidade / 47 Mapa 02: Mapa dos bairros da cidade de Fortaleza que receberam os serviços realizados pelo Vetmóvel / 48 Mapa 03: Mapa de localização dos Centros de Controle de Zoonoses e Hospital Público Veterinário da UECE / 49 Mapa 04: Mapa de localização dos Abrigos de Animais e ONGS na cidade de Fortaleza / 50 Mapa 05: Mapa do Ceará demarcando a cidade de Fortaleza/ Mapa de Fortaleza marcando o bairro Parangaba / 81 Mapa 06: Mapa de análise da localização do terreno e os equipamentos público voltados à saúde animal na região / 81 Mapa 07: Mapa de Uso do Solo / 84 Mapa 08: Mapa de Gabarito do entorno do terreno / 86 Mapa 09: Mapa de Classicação Viária do entorno do terreno / 88 Mapa 10: Mapa das Condicionantes Físico – Ambientais do terreno / 89


SUMÁRIO

01 INTRODUÇÃO / 23 1.1 Justicativa / 25 1.2 Objetivo Geral / 26 1.3 Objetivos Especícos / 27 1.4 Metodologia / 27

02 REFERENCIAL CONCEITUAL / 32 2.1 Relação Histórica Homem e Animal / 32 2.2 A Domesticação dos animais, especialmente cães e gatos / 35 2.3 Legislação / 37 2.4 História da Medicina Veterinária / 38 2.4.1 A Medicina Veterinária no Mundo / 38 2.4.2 A Medicina Veterinária no Brasil / 39 2.5 O Surgimento de Abrigos para Animais no País / 40 2.6 Legislação para Abrigos de Animais 2.7 Contexto do Abandono / 43 2.7.1 Contexto do Abandono no Brasil / 43 2.7.2 Contexto do Abandono na cidade de Fortaleza-CE / 45 2.7.3 Contexto do Abandono em período da pandemia do Coronavírus (COVID – 19) / 51

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ARQUITETURA NO ÂMBITO HOSPITALAR / 55

3.1 Arquitetura Hospitalar / 56 3.2 Normas e Legislações para Estabelecimentos Veterinários / 57 3.3 Estabelecimentos Médico – Veterinário de Atendimento / 59

04 REFERENCIAL PROJETUAL / 63 4.1 Projeto Nacional / 64 4.1.1 Hospital Veterinário Santa Catarina / 64 4.2 Projetos Internacionais / 67 4.2.1 Palm Springs Animal Care Facility / 67 4.2.2 South Los Angeles Animal Care & Community Center / 70 4.2.3 Veterinary Clinic in Aghia Paraskevi / 74


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REFERENCIAL TÉCNICO / 79

5.1 Localização e terreno / 80 5.2 Contextualização da Área / 82 5.2.1 Análise - Uso do Solo / 83 5.2.2 Análise - Gabarito do Entorno / 85 5.2.3 Classicação Viária / 87 5.2.4 Condições Físico e Ambientais / 89 5.2.5 Legislação Urbana / 90 5.3 Conceito do Projeto / 91 5.4 Diretrizes Projetuais / 91 5.5 Programa de Necessidades / 93 5.6 Fluxograma / 95 5.7 Estudo de Zoneamento / 96

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07 PERSPECTIVAS / 119 08 CONSIDERAÇÕES FINAIS / 129

O PROJETO / 99

6.1 Planta de Situação e Coberta / 100 6.2 Planta de Implantação / 102 6.3 Planta Baixa Térreo / 104 6.4 Planta Baixa Primeiro Pavimento / 106 6.5 Paisagismo / 108 6.6 Estrutura / 108 6.7 Fachadas / 111 6.8 Cortes / 112 6.9. Detalhes / 115

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS / 133



01

INTRODUÇÃO


A ligação do homem com o animal teve início durante a última fase pré-histórica, o Neolítico, cerca de 10 mil anos a.C., quando os animais passaram a ter contribuição direta na humanidade, como transporte de carga, na agricultura, animal de tração, alimento e como meio de transporte. Com o passar dos séculos, o estreitamento da relação do homem com o animal teve como consequência um processo seletivo entre espécies, tornando diferente a conexão predadora de ambos, em uma relação exível, baseando-se, principalmente na dominação do animal ao ser humano, surgindo assim, a domesticação (HISTÓRIA DO MUNDO). Atualmente, os animais de estimação estão tendo cada vez mais uma importância signicativa na vida do ser humano e ganhando mais espaço na sociedade. Para Beck (1996), as atividades cotidianas de um lar estão gradativamente voltadas aos animais e eles contribuem para os gastos, socialização entre pais e lhos, planejamento, afetividade, resultando em uma conexão gradativamente forte e que os tornam membros da família. O crescimento de animais, principalmente de cães e gatos, vem excedendo à quantidade de crianças nas famílias. De acordo com um levantamento realizado pelos dados do Instituto Brasileiro de Geograa e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD), no anode 2013, de cada 100 famílias brasileiras, 44 criavam cachorros, enquanto 36 tinham crianças. A pesquisa ainda apresentou que havia 52 milhões de cães e 11,5

milhões de gatos, contra 45 milhões de crianças de 0 a 14 anos. (RITTO E ALVARENGA, 2015). Conforme a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET), o Brasil possui a segunda maior população de cães e gatos, e a nível mundial, é o quarto país em população total de animais de estimação. Em comparação a essa verdade a quantidade de animais abandonados nas ruas, que são maltratados é crescente, o que acaba provocando na reprodução e espalhamento de doenças que acometem a saúde do ser humano, além de ajudar na procriação indiscriminada dos animais potencializando ainda mais uma situação que já é preocupante, pois muitos abrigos se encontram lotados ou não apresentam uma estrutura adequada com todos os suportes necessários para ajudar e acolher tantos animais que se encontram em situação de abandono. Segundo a União Internacional Protetora dos Animais (UIPA), uma gata e seus descendentes geram em sete anos 420 mil novos gatos e uma cadela e seus dependentes, geram 64 mil novos cachorros em seis anos. Mesmo com a relação que os bichos estão tendo com as pessoas, ainda é claro a debilidade e a necessidade de espaços apropriados de intervenção do poder público para os animais que são abandonados nas ruas da cidade de Fortaleza e precisam de acolhimento e bem-estar, e atendimentos clínicos veterinários. Segundo a Resolução nº 1015/2012, do Conselho Federal de Medicina Ve t e r i n á r i a ( C F M V ) , q u e c o n c e i t u a e 24

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1.1. JUSTIFICATIVA

estabelece condições para o funcionamento de estabelecimentos médico veterinários de atendimento a pequenos animais, dene-se:

A escolha do tema para a realização do projeto de conclusão do curso (TCC) surgiu a partir da vivência direta na cidade de Fortaleza, podendo observar diversos problemas diários, sendo um deles a grande abundância de cães e gatos abandonados que estão espalhados pelas ruas ou mantidos em locais sem alimentação, sem nenhum cuidado ou sofrendo maus-tratos. O projeto também surgiu por meio de pesquisas decorrentes que mostram esse crescente número de animais abandonados, pela improciência do Poder Público para ajudar nos resgates desses animais e na conscientização da população a auxiliar nos problemas do abandono e das necessidades médicas que os bichos precisam. Na cidade de Fortaleza, há um número considerável de Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam na causa de cuidar dos animais abandonados como o Abrigo São Lázaro, ABRACE, ONG Amo Bichos, Abrigo das Estrelas, entre outras, de diversas maneiras e estratégias diferentes, mas todas com uma única nalidade: ajudar os animais necessitados. Porém, um fato importante é a diculdade enfrentada por alguns desses grupos que se unem em prol da causa animal, sendo inúmeras as limitações dessas organizações como um local com estrutura adequada para acolher os animais recolhidos, pois muitas delas já estão lotadas e acaba dicultando para recolher outros bichos que ainda precisam de adoção, de doação de alimentos, de

A r t . 4 º C l í n i c a s Ve t e r i n á r i a s s ã o estabelecimentos destinados ao atendimento de animais para consultas e tratamentos

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clínico-cirúrgicos, podendo ou não ter cirurgia e internações, sob a responsabilidade técnica e presença de médico veterinário.

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Desse modo, a escolha do tema é importante, pois não se remete somente aos cuidados necessários para os bichos que vivem nas ruas ou em abrigos já existentes que não tem uma boa estrutura, e à saúde animal, mas também à saúde da população, uma vez que as consequências maiores do abandono são os riscos de transmissão de doenças, que em geral são infecciosas, podendo ser transmitidas por contato, por possíveis ataques, por ingestão de animais contaminados ou até por mosquitos, comprometendo a saúde humana. Sendo assim, essa pesquisa propõe odesenvolvimento de um projeto de conclusão do curso (TCC) do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIFOR, com o tema sobre um Abrigo para animais abandonados junto à uma Clínica Veterinária Pública de acesso aos tratamentos clínicos, hospitalares, além de acolher, cuidar, proporcionar uma disposição com áreas adequadas e uma ampla área de lazer para os bichos, feira de adoção e todas as necessidades que o animal precisa.

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remédios, um espaço amplo de lazer, local adequado para banho, equipamentos necessários para o tratamento médico dos animais, entre outras coisas, a m de ajudar os bichos ou até mesmo a carência de pessoas que se interessam em adotar um animal de rua, pois muitas ainda preferem comprar um animal de raça. Porém, mesmo diante dessas situações, essas associações atendem aos animais com muito cuidado e de forma responsável. Sendo assim, o trabalho realizado é o desenvolvimento de um Abrigo com Clínica Veterinária Pública para animais na cidade de Fortaleza, trazendo soluções para os problemas gerados pelos animais abandonados, em vista da saúde pública e do animal. O projeto será realizado para cães e gatos, com o objetivo de apresentar uma nova visão de um abrigo de animais, complementando a necessidade de ser uma edicação projetada especialmente para essa nalidade, sendo implantado em um local onde a população possa participar ativamente para a manutenção do abrigo, seja por meio de doações ou sendo voluntário. Um espaço que também apresente equipamentos fundamentais para o acolhimento e bem-estar dos animais,ajudando a evitar possíveis problemas de transmissão de zoonoses, oferecendo aos animais um ambiente seguro, que tenha todas as suas utilidades e que ajude na contribuição da adoção, logo, os animais terão uma estrutura com todas as instalações necessárias para abrigar, cuidar, oferecer o tratamento veterinário adequado e terão o bem-estar garantido.

A integração da Clínica Veterinária ao Abrigo se deu devido, a maioria dos animais que são resgatados, necessitam de tratamento especíco, sejam vacinas, na realização de exames ou cirurgias, porém, na cidade de Fortaleza, só existe um hospital público para animais, o Hospital Veterinário Professor Sylvio Barbosa Cardoso (HVSBC), que oferta atendimento clínico veterinário, aplicação de vacinas, exames, internações, cirurgias, unidade de tratamento intensivo (UTI), orientação técnica nas práticas de criação, identicação e controle de natalidade de animais abandonados, e alguns postos que disponibilizam atendimento com médico veterinário, exame de calazar e vacinação antirrábica, sendo esses distantes uns dos outros. Dessa forma, é necessária a implantação de uma estrutura que ofereça todas as disposições necessárias para cuidar e dispor dos tratamentos adequados para garantir o melhor da vida e da saúde dos animais, assim, não é preciso encaminhá-los para as outras unidades, o que facilita para os prossionais da área e na logística de transporte dos bichos. Além de pensar em toda a estrutura adequada aos animais que serão acolhidos e cuidados, também será pensado nos acompanhantes, onde implantar-se-á uma livre área de lazer para que possam brincar e passear com os animais.

1.2. OBJETIVOS GERAIS O presente trabalho tem como objetivo principal a criação de um abrigo com clínica veterinária pública, na cidade de Fortaleza 26

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Ceará, para o tratamento de cães e gatos tanto os que se encontram em situação de abandono quanto os que já possuem um lar. O projeto objetiva, também, conscientizar a população sobre a importância da adoção do animal, dos cuidados médicos que eles necessitam e de todos os malefícios que o abandono causa ao bicho. Por meio da realização de um projeto arquitetônico, com o propósito de assegurar uma melhor qualidade de vida aos animais e oferecer uma boa disposição aos prossionais da saúde, o abrigo com a clínica veterinária oferecerão os equipamentos necessários com todos os serviços para cães e gatos, com a nalidade de abrigar, proporcionando conforto e bem-estar, e atendendo de forma mais acessível todos os animais que precisam de necessidades médicas.

6. Estudar o funcionamento de uma clínica veterinária. 7. Desenvolver o projeto da Clínica Veterinária que fará parte do Abrigo, para atender e proporcionar uma condição de saúde melhor para os animais abandonados que serão resgatados e para aqueles que já possuem um lar, mas precisam de atendimento de rotina. 8. Criar um espaço de área de lazer para os animais e seus tutores, que transmite aconchego e traga conforto. 9. Criar um projeto voltado para uma terapia coadjuvante no tratamento de pessoas com doenças físicas e mentais com a participação de cães adestrados para essa nalidade, propondo que essas pessoas tenham a oportunidade de ter um tempo dedicado com os animais no Abrigo, como uma forma de diversão e contribuição para a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas, e também levando os animais aos ambientes clínicos e hospitalares. 10. Estudo do local o qual será implantado o projeto proposto, atendendo a todos os condicionantes legais, físicos e ambientais para melhor proporcionar o conforto ambiental do projeto. 11. Pesquisar soluções arquitetônicas que garantam o bem-estar dos animais, utilizadores, funcionários, e que propiciem a sustentabilidade.

1.3. OBJETIVOS ESPECIFÍCOS 1. Compreender o tema estudado e seu contexto urbano/social. 2. Estudo para conhecer o ambiente do animal e o que é necessário para seu bem-estar. 3. Zonear as áreas em potencial para a instalação desse projeto na cidade de Fortaleza – CE. 4. Implantação de um espaço amplo para a realização das feiras de adoção com os animais que se encontrarão no Abrigo. 5. Desenvolver o projeto de Abrigo, com todas as ferramentas necessárias, para cuidar e acolher cães e gatos que foram abandonados.

1.4. METODOLOGIA No começo da pesquisa, será estudado como se iniciou a relação do homem com o 27


animal desde os seus primórdios até os dias atuais, enfatizando os cães e os gatos. Além de mostrar os benefícios que essa ligação trouxe para ambas as espécies e a domesticação desses bichos, também será abordada a situação dos animais na cidade de Fortaleza e no Brasil em relação aos motivos e porcentagem do abandono, demograa, entre outros. Também será realizado por meio de estudos bibliográcos para poder entender e conhecer todas as necessidades que um abrigo para animais abandonados e clínica veterinária precisam, assim como funciona as técnicas construtivas para melhor desenvolvimento de um projeto relacionado ao bem-estar, conforto e saúde do animal. No desenvolvimento do trabalho será realizado um estudo de levantamento de dados, teses de arquitetura, notícias e bibliograas que ajudem no esclarecimento da situação em que os animais estão vivendo atualmente, em relação ao abandono, reprodução, maustratos, tratamentos veterinários, legislação, entre outros. O diagnóstico, o estudo dos ambientes do abrigo e dos serviços veterinários, e a elaboração do programa de necessidades vão ser efetuados por meio de visitas de campo, análise de legislações especícas e estudos sobre referências projetuais que atendam às necessidades propostas do tema, em projetos existentes nacionais e internacionais. Ademais, será feito um estudo nos bairros da cidade de Fortaleza para que assim apresente a real necessidade da instalação do

projeto de Abrigo com Clínica Veterinária em uma área que tenha potencial. Para nalizar, na área de intervenção do projeto, serão elaborados todos os estudos necessários para a implantação e sua proposta conceitual, visando os índices urbanísticos, curvas de níveis, acessos, insolação, ventilação, infraestrutura e vegetação, para poder desenvolver o partido arquitetônico junto com o seu programa de necessidades, uxos e volumetria.

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02

REFERENCIAL CONCEITUAL


2.1. RELAÇÃO HISTÓRICA HOMEM - ANIMAL

1950, a Doutora Nise da Silveira utilizou animais para tratamento de pessoas em um hospital psiquiátrico no Rio de Janeiro, e por volta de 1960, o Dr. Boris Levinson utilizou animais para tratamento com crianças (Vivaldini, 2011). Na atualidade, vários prossionais das áreas da saúde estão fazendo uso dos animais como mecanismo de tratamentos físicos e psíquicos (LIMA & SOUZA, 2004). Segundo Follain (2009), a convivência com animais de estimação ocasiona diversos benefícios para a saúde psicológica e física dos seres humanos, porém a ligação que o homem tem com o animal para ser saudável tem que ser participativa. É preciso brincar, passear, conviver, e não ser somente tutor. Os animais trazem estados de felicidade, diminuem sentimentos de solidão, são companheiros e oferecem amor, sem as obrigações dos seres humanos.

Desde a antiguidade, o ser humano tinha uma forte relação com o mundo animal, dependente principalmente da sua subsistência e sobrevivência. Estudos relatam que o contato homem-animal pode ter acontecido a partir de um lobo que expandiu traços mais dóceis ao se relacionar com o homem, e este o usufruiu para auxílio na caça e para proteger sua moradia. Outra possibilidade para a aparição da relação homem-animal pode ter acontecido no período de grandes temperaturas baixas e de fome, durante a qual o homem utilizava o cão para se aquecer e retribuía o animal com restos de comida (FUCHS, 1987). A relação entre humanos e animais tem sido reconhecida nos últimos anos, e a posse de animais de estimação está associada aos benefícios para a saúde tanto emocional quanto física. (Costa, 2006). Essa ligação teve início na pré-história, quando os animais eram usados para proteger as terras em que o ser humano habitava, contribuindo para o transporte de cargas e humanos, e caças. (Caetano, 2010). O homem sempre teve necessidade de comunicação com outras espécies para poder sobreviver, porém, este convívio era de predação, tornando-se, logo depois, a domesticação. (HART, 1985). De acordo com o desenvolvimento dessa relação, apareceram diversas ideias a respeito do uso desses animais como recurso terapêutico. No Brasil, em meio a década de

Os animais estão presentes em diversas áreas da vida do homem e a sua relação gera vários benefícios para ambos. Os cães são os mais usados e seus trabalhos mais vistos são como cães de guia, de serviço, resgate, alerta, para decientes auditivos, farejadores, entre outros. O relacionamento que o ser humano tem com os animais traz tranquilidade, conforto, energia, felicidade, bem-estar e colabora na busca por seus ideais e a própria identidade. Pesquisas realizadas mostram que esse convívio procedeu em uma melhora psicológica e emocional nas pessoas e após os animais terem 32

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sido inseridos nos lares a qualidade de vida de seus donos foram melhoradas, resultando na diminuição do estresse diário e desenvolvendo uma melhor relação entre os integrantes da família. (BARKER, 1998 apud ALMEIDA M; ALMEIDA L; BRAGA, 2009).

2. necessidades físicas dos animais: aquelas que interferem nas condições anatômicas e siológicas das espécies (necessidades nutricionais especícas, movimentos naturais, exercícios, peso corpóreo);

Outros estudos mostram que Segundo Tatibana e Costa-Val (2009), crianças que possuem animais de estimação passam a ser mais solidárias, carinhosas, sensíveis, entendem melhor o ciclo da vida até a morte e se tornam mais responsáveis. E algumas pessoas idosas têm os animais de estimação como membros da família. Criar um animal nessa etapa da vida ajuda no conforto, em momentos de transformações e perdas, que são normais nessa fase, além de proporcionar uma melhor autoestima e incentivar a convivência social (Costa, 2006). A presença do animal de estimação no lar colabora também no sedentarismo e obesidade das pessoas, pois elas passam a praticarem exercícios físicos.

3. necessidades mentais dos animais: aquelas que interferem na saúde mental, manifestação de comportamentos naturais das espécies, índole, formação hierárquica estimulação ambiental e social; 4. necessidades naturais dos animais: aquelas etológicas e que permitam aos animais expressar seu comportamento natural e aquelas denidas na interação dos animais em seus grupos, com outras espécies animais, inclusive com seres humanos, de acordo com o ambiente em que forem inseridos ou em que vivam; 5. promoção e preservação da saúde: aqueles pré-requisitos que garantam investimentos e ações para a prevenção de doenças, controle de doenças imunossuprimidos e não exposição a doenças infecto-parasitárias.

Amar verdadeiramente um animal é cuidar responsavelmente e respeitar, no domínio de sua própria espécie. De acordo com o Projeto de Lei nº 215/2007, da Câmara dos Deputados, no artigo 5º, diz: I. bem-estar animal: a garantia de atendimento às necessidades físicas, mentais e naturais do animal, a isenção de lesões, doenças, fome, sede, desconforto, dor, medo e estresse, a possibilidade de expressar seu comportamento natural, bem como a promoção e preservação da sua saúde:

Assim, para garantir o bem-estar animal é preciso vermifugar, vacinar, castrar, levá-lo ao veterinário, brincar, passear, cuidar dos dentes e dar banho, alimentar e, especialmente, nunca o abandonar sob nenhuma situação, protegendo sempre na doença e na velhice. Segundo Miranda (2011 apud Diego Nascimento, 2018), é fundamental conceituar os aspectos negativos da relação que o homem 33


tem com o animal. A convivência com os animais acarreta no aumento da transmissão de zoonoses, e um exemplo é a alergia que o pelo do animal causa aos seus tutores. Ademais, a perda de um animal, seja qual for o motivo, pode provocar muita dor e sofrimento ao tutor, levando, muitas vezes, à depressão. A Zooterapia, ciência que estuda as possibilidades terapêuticas do contato com os animais, apresenta duas técnicas muito utilizadas e que possuem suas diferenças: a Terapia Assistida com Animais (TAA) e a Atividade Assistida com Animais (AAA). A primeira é mais complicada, devendo ter sempre assistência de um médico, sioterapeuta, psicólogo ou outro prossional da saúde, e, geralmente, envolve outras medidas e precisa de monitoramento. Já a segunda, AAA, é mais liberal, o que é realizada na visitação e recreação com animais, mas não necessita da presença de um prossional da saúde. É bastante indicada no tratamento de ansiedades, diculdade de socialização, e pessoas com necessidades especiais. Cães, gatos, e outros animais, são utilizados dentro de um tratamento longo que é composto por diversas etapas. A TAA é bastante usada nos Estados Unidos e nos países Europeus e Asiáticos, onde essas pesquisas de estudos são aplicadas. Já no Brasil, esse método ainda se movimenta lentamente, devido a muitos problemas ideológicos e técnicos. Essa técnica ainda é nova e inteligente, ela não cura, mas permite um meio diferente que seja divertido e alternativo de tratamento, tornando o dia e a

vida do paciente um pouco melhor (TUBALDINI, 2018). Em Caratinga, Município no interior de Minas Gerais, existe um centro de reabilitação de uma fundação educacional que atende pacientes através da técnica TAA desde outubro de 2015. O espaço oferece a equoterapia, onde é usado cavalo mangalarga marchador, e a pet terapia, com cães e gatos, os quais estavam abandonados e foram recolhidos, cuidados pelos veterinários do centro e adestrados para ajudar no tratamento dos pacientes. A coordenadora do projeto, a sioterapeuta Juliana Carvalho Reis explica que o centro de reabilitação conta com 10 prossionais envolvidos, sendo dois psicólogos, dois sioterapeutas, um enfermeiro, um veterinário, um equitador, um adestrador e dois guias, e no m do tratamento, os cães e os gatos cam disponíveis para adoção pelos pacientes e outros são resgatados para substituí-los (THATIANE MOURA - G1 MINAS GERAIS, 2018). Dentre as opções terapêuticas usadas na Zooterapia, será aplicada no projeto do Abrigo com Clínica Veterinária, a Atividade Assistida com Animais (AAA), com o intuito de possibilitar ao homem benefícios físicos, emocionais, mentais e espirituais. Assim, o contato entre os seres humanos com os animais ajudará no incentivo de atividades motoras dos pacientes, na superação de medos, na diminuição do estresse, entre outras, mostrando que os animais possuem um importante papel na interação, socialização e no desenvolvimento do homem.

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2.2. A DOMESTICAÇÃO DOS ANIMAIS

equipe, parceria estabelecida que permanece até os dias atuais, e os lhotes iam crescendo em uma criação a qual a caça já não era bastante explorada, com isso, surgia os cães, que tinha como líder do bando e fonte exclusiva de alimento, o homem. Devido a essa conexão, o lobo que já não era mais considerado um animal selvagem foi se aproximando mais do ser humano e o convívio entre eles foi melhorando cada vez mais. (BAURU E MARÍLIA, 2014). De acordo com Kurita (2015), o convívio do cão nos trabalhos de caça e de guarda no progresso do homem é mais signicativo do que se imagina. O auxílio na desenvolução da fala, o que levou nossa espécie à superação do Homem de NeaNderthal se deu por esse animal. Foi prognosticada por uma corrente cientíca que há mais de 10 mil anos, na época da préhistória, o cão doméstico apareceu através de escolhas de lhotes de lobos cinzentos que habitavam nas proximidades dos acampamentos humanos. Assim, os homens percebiam que aqueles lobos que viviam pelos seus arredores e apresentavam um comportamento menos arisco, poderiam ser domesticados e também utilizados na caça e na guarda. À maneira que os lhotes cresciam, aqueles que se mostravam ser mais agressivos na fase adulta eram excluídos ou castrados. Isto é, ao término dessa seleção, sobravam os que se mostravam mais dóceis, obedientes e passíveis de treinamento. Atualmente, os cães se mostram bastante versáteis, e executam atividades de proteção,

Desde a pré-história, o método de domesticação é conhecido e operado, o qual foi constituído pela escolha de certos seres vivos que possuía características imprescindíveis para simplicar a vida dos seres humanos. Desse modo, esse procedimento foi trazendo, ao longo dos anos, transições de diversas particularidades dos seres domesticados, levando ao desenvolvimento de muitas raças, como cães e gatos (CAROLINA CARVALHO, 2011). No período Paleolítico surgiu a relação do homem com o animal, mas de início o homem era conhecido como caçador e o animal como presa. Naquele tempo os animais serviam como alimentos e suas peles eram usadas para os humanos se esquentarem devido ao clima, e esses hábitos eram exibidos em forma de pinturas nas cavernas (HISTÓRIA DO MUNDO). A conexão mais próxima de ambas as espécies iniciou com os lobos, os quais se aproximavam das aldeias humanas primitivas devido a facilidade de obter alimentos, e assim passavam a viver no mesmo território, fornecendo proteção em relação aos ataques de outros animais. Acabou que esta união se tornou uma troca de vantagens, e os humanos passaram a concordar com os lobos em suas terras (BAURU E MARÍLIA, 2014). Conforme o tempo ia passando os lobos foram se adaptando ao ambiente em que viviam com os humanos, e passavam a caçar em 35


pastoreio, são auxiliares terapêuticos no apoio a crianças que vivem em orfanatos, ajudam os pacientes que estão internados em hospitais e os idosos em asilos, são guias de decientes visuais e, principalmente, são animais companheiros, considerados "os melhores amigos do homem". Há cerca de 10 mil anos, apareciam os primeiros animais das famílias dos gatos, antes mesmo do surgimento do homem no planeta Terra. As relações sociais iniciais entre homens e gatos selvagens foi, certamente, na época das cavernas, o que é evidente por meio de vestígios pré-históricos (GALTER, 2014). Porém, o verdadeiro encontro dos gatos com o ser humano iniciou-se no Antigo Egito, nos tempos dos faraós, há cerca de cinco mil anos, onde estes felinos eram adorados e venerados, e tinham um signicado muito importante na mitologia, tanto que caram conhecidos como a divindade ocial do Egito, conforme a Deusa Bastet, conhecida como uma divindade simbolizada por uma mulher com cabeça de gato, deusa da fertilidade e protetora das mulheres. (GALTER, 2014). De acordo com Magnabosco (2006), os gatos foram domesticados por volta de 2.500 anos no Antigo Egito, quando foram descobertos por serem caçadores de ratos. Naquele tempo existia muitas devastações que arruinaram as colheitas de grãos e eram causadas por esses roedores. Na desenvolução da Era Cristã, período da Idade Média, os gatos eram apontados como animais malécos e, diversas vezes, correlacionados à bruxaria, com isso eles

passaram a ser perseguidos. Alguns estudiosos relatam que tal conversão se deu pelos pagãos, pois eles idolatravam os gatos assim como os muçulmanos, que um tempo depois também passaram a venerar o animal (SOUZA, 2018). De acordo com Souza (2018), o papa Gregório IX, em meados do século XIII, armava na bula Vox in Roma que o diabólico gato preto, "cor do mal e da vergonha", era a causa para a infelicidade dos homens, pois na Igreja Católica associava os gatos às trevas, devido a seus hábitos noturnos, assim, o Papa constatou que estes felinos fossem exterminados, o que acabou colaborando com a propagação dos roedores que transmitiram a Peste Negra em muitos lugares da Europa. Segundo Dário (2004), há certos países, como a Rússia, em que os gatos estavam fortemente presentes na cultura e religião, vistos comumente em conventos e mosteiros; o que destoa de muitas outras sociedades, onde o animal não é tão bem visto. Essa visão de ter mais amor pelos gatos foi mudando ao longo do tempo também pela Igreja. No século XIX são aprovadas na Inglaterra as primeiras leis anticrueldades, e fundadas as primeiras organizações em defesa do gato e de outros animais. Finalmente os Gatos passariam a receber cuidados especiais. Diferencialmente do cão que precisa do homem para ampará-lo, os gatos têm a sagacidade para viverem sozinhos, assim é possível entender a sua independência, seu instinto para caça aos ratos e as procuras por comidas em qualquer lugar. Conforme diz 36

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Granda (2015), o porte pequeno, a rapidez, os hábitos de higiene, a beleza e ternura, ao passar o tempo, zeram que os gatos fossem conhecidos como animais ligados a elegância e bom reconhecimento de seus donos. De acordo com Siqueira (2017), no Brasil, uma pesquisa realizada pelo Instituto de Geograa e Estatística (IBGE) em colaboração com a Associação Brasileira da Indústria de produtos para Animais de Estimação (Abinpet), apresentou que a população de gatos se multiplica em maior proporção a dos cães e deve prevalecer em menos de dez anos.

utilizado na tração de carroças que são açoitados e em visível estado de subnutrição, como também o uso de animais em tourada, circos e rodeios. Conforme o que Franco (2001) relata, o ser humano enxerga os animais e outras espécies como simples “coisas”, sem vida própria, que existem para lhes servir, considerando-se o centro do universo. Para que esses hábitos de maus tratos aos animais não aconteçam, é preciso ter leis para protegê-los. Em 1978, a UNESCO considerou os direitos dos animais, por meio da Declaração Universal dos Direitos dos Animais. No Brasil, em 1934, foi Getúlio Vargas quem declarou o Decreto Federal 24.645, concebendo o Direito dos Animais no Brasil. Ao longo do tempo foram abordadas outras leis sobre a proteção animal no Brasil:

2.3. LEGISLAÇÃO A convivência com os animais ocasionou muitos benefícios ao ser humano, tais como melhoria na autoestima, aumento da prática de atividades físicas, maior convívio social, entre outros fatores, mas também trouxe alguns problemas, pois os animais foram e ainda são tratados de maneira ambígua em nossa sociedade, além de serem maltratados, são abandonados nas ruas e, em muitos países como no sudeste da Ásia, partes da África, entre outros, eles são vistos como alimento. (ALMEIDA M.; ALMEIDA L.; BRAGA, 2019). De acordo com Estrella (2008), os maus tratos de animais são bastante comuns na história da humanidade e permanecem até os dias atuais. Essas práticas vão desde cães presos em correntes curtas o dia todo, com alimentação precária, animais presos em gaiolas minúsculas, sem condições de higiene, cavalos sendo

1941

O hábito de maus tratos aos animais é contida na Lei de Contravenções Penais.

Lei Federal nº 6.938/1981, determinou a Política Nacional de Meio Ambiente, 1981 passando-se a conceitual o animal abandonado como recurso ambietal. A Chamada Constituição Cidadã instituiu 1988 a proteção da fauna reforçando a proibição de crueldade contra os animais. Lei Federal nº 9;605. intitulada Lei dos Crimes Ambientais, onde os maus tratos 1998 contra animais de quaisquer espécie foram considerados crime. Quadro 01: Leis de Proteção Animal. Fonte: (SANTANA; OLIVEIRA, 2006). Elaboração Própria.

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Estudar sobre as leis de proteção aos animais estimula as pessoas a terem consciência, respeito e um melhor entendimento sobre os direitos que todas as formas de vida tem, com isso, deveram tratá-los dignamente e com total consideração para podermos proporcionar o seu bem-estar, como fala no Projeto de Lei nº 215/2007, da Câmara dos Deputados, artigo 5º, já abordado. Na cidade de Fortaleza, a Lei nº 10.796, de 11 de julho de 2018, foi aprovada pelo prefeito Roberto Cláudio Rodrigues, que permite o ingresso de animais domésticos e de estimação nos hospitais privados, públicos, contratados, conveniados e cadastrados no Sistema Único de Saúde (SUS), para permanecerem, por período pré-determinado e sob condições prévias, para a visitação de pacientes internados, respeitando os critérios denidos pelos estabelecimentos. O deputado Célio Studart (PV- CE) comandou a votação do relatório ao projeto de lei 1095/19, também na cidade de Fortaleza, que determina cadeia para aqueles que maltratam os animais. O texto aprovado na comissão especial modica a Lei de Crimes Ambientais (9.605/98) e prevê multa, perda da guarda e pena de dois a cinco anos para quem cometer tal ato contra cães e gatos. Assim, baseado nos estudos sobre as leis de proteção animal, é necessário que a população seja educada e conscientizada, por meio de campanhas, palestras, relatos de casos sobre animais que são maltratados e abandonados, pelas leis existentes para melhor compreender, não só sobre os direitos que um animal tem,

mas, sobre todos os direitos que qualquer ser com vida tem.

2.4. HISTÓRIA DA MEDICINA VETERINÁRIA 2.4.1. A MEDICINA VETERINÁRIA NO MUNDO A Medicina Veterinária surgiu quando o homem primitivo deu início a domesticação do animal. Foram encontrados no Egito, em 1890, pelo professor Flinders Petrie, os registros mais antigos da operação prossional com referências gravadas no “Papiro de Kahoun”, onde refere fatos relacionados aos tratamentos e cura de animais, datados há 4000 anos a.C, relatando também, métodos de diagnóstico, prognóstico, sintomas e tratamento de doenças de diversas espécies animais, e na Babilônia, capital da antiga Mesopotâmia, os códigos de Eshn Unna, 1900 a.C., e de Hammurabi, 1700 a.C., referenciando aos “médicos dos animais”. (CFMV, 2012). Os primeiros documentos sobre a prática da Medicina animal vieram da Grécia – Europa, no século VI a.C. Para as pessoas que realizavam a cura dos animais, conhecidos como hipiatras ou hippiatros, existiam cargos públicos em algumas cidades gregas. Esses prossionais cuidavam de cavalos e de outras espécies domésticas. (CFMV, 2012). A sistematização da prossão teve origem com a primeira escola de medicina veterinária do mundo, na cidade de Lyon, na França, fundada em 1762, pelo Hipologista e Advogado 38

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francês Claude Bougerlat. Posteriormente, no ano de 1766, foi originada a segunda escola, conhecida como Escola de Alfort, também na França. Logo depois, foi aumentando a relevância da prossão e assim, outras escolas de medicina veterinária foram sendo espalhadas pelo mundo. Até o nal do século XVIII, surgiram 20 instituições de ensino veterinário pela Europa, das quais 17 ainda estão em funcionamento. (ANTONIOLLI, 2015). O primeiro país sul – americano a formar uma Faculdade de Veterinária, conhecida como Universidad de La Plata, foi a Argentina, em 1883. (CFMV, 2012). O crescimento da criação de cães e gatos pela sociedade burguesa, em Paris e Londres, na metade do século XIX, ocasionou o surgimento das primeiras clínicas veterinárias para pequenos animais. Assim, as disciplinas de clínica médica e cirúrgica de cães e gatos foram implantadas em muitas instituições de ensino médico – veterinários, e a formação de ambulatórios de atendimento e hospitais também foram incluídas. (KOSHIYAMA, 2018).

França, ele passou a se interessar sobre ciências agrárias. Ao voltar ao Brasil, somente no início deste século, foi concebida as duas primeiras escolas de ensino de veterinária no país, a Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, no Rio de Janeiro, em 1913, e a Escola de Veterinária do Exército, com os médicos da cavalaria que vieram da Europa, fundada em 1914, por esforços do CapitãoMédico João Muniz Barreto de Aragão (18741922), conhecido até os dias atuais como o Patrono da Veterinária Militar e o responsável pelos primeiros trabalhos cientícos realizados no Brasil, os quais se referiam a patologia animal comparada com a do ser humano (CFMV). O curso de Agronomia e Veterinária foi inaugurado na Congregação Beneditina Brasileira do Mosteiro de São Bento em Olinda, Pernambuco, no ano de 1914. Antes da primeira abertura do curso, o senhor Dionysio Meilli, graduado em Medicina e Farmácia pela Faculdade da Bahia, requisitou sua matrícula como portador de outro diploma de ensino superior, no curso de Medicina Veterinária. Sua solicitação foi aceita pela Congregação e em, 13 de novembro de 1915, foi o primeiro médico veterinário formado e diplomado do Brasil. E a primeira mulher diplomada em Medicina Veterinária, no Brasil, em 1929, foi a Dra. Nair Eugenia Lobo, pela Escola Superior de Agricultura e Veterinária, hoje Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CFMV). De acordo com Mello (2013), o decreto n º 23.133, de 9 de setembro de 1933, foi uma

2.4.2. A MEDICINA VETERINÁRIA NO BRASIL A medicina veterinária surgiu no Brasil, devido a mudança forçada da família real portuguesa para o país, no nal do século XVIII e início do XIX, época a qual aconteceu as crises econômicas e políticas na Europa (CFMV). Depois que o Imperador D. Pedro II assistiu à conferência que foi ministrada pelo Veterinário e Fisiologista no ano de 1875, em uma ida à 39


referência importante na evolução da medicina veterinária, pois regulamentou as circunstâncias e setores de atividade do médico veterinário. Todo o estudo voltado para a história da medicina veterinária propicia a evolução da prossão e sua valorização, e ajuda na conscientização de todos os cuidados com os animais. Nos dias atuais, a especialidade foi modernizada, ganhando novas áreas de atuação, recebendo toda uma estrutura adequada para tratar os bichos, clínicas e hospitais atuando com tecnologias avançada, instituições de ensino iniciando o curso de medicina veterinária, e vários outros pontos positivos. Com isso, a população passou a ter mais facilidade e melhor entendimento sobre a prossão, assim, a dedicação em viabilizar o bem-estar, harmonia e a aproximação na convivência animal e ser humano tem sido bastante trabalhada por esses prossionais da saúde.

depois, esse termo passou a ser conhecido como abrigo (APROBATO FILHO, 2007). Os cães que se encontravam no depósito deveriam ser recolhidos por seus donos até quatro dias, se não, eram sacricados, com isenção dos cães de raça, que conseguiriam ser leiloados caso não fossem retirados pelos seus responsáveis, e era preciso efetuar os pagamentos das despesas e multa para a retirada do animal no local. Em 1893, foi determinado, de acordo com algumas mudanças executadas na lei, que seriam sacricados pelos scais todos os cães sem raça que fossem encontrados nas ruas e somente os cães de raça seriam levados ao depósito (APROBATO FILHO, 2007). De acordo com Ozório - 2013, sem nenhuma compaixão e respeito, os animais foram violentados e sofreram sacrifícios durante muito tempo, e as leis que eram voltadas aos bichos tencionavam apenas ações que garantiam o melhor para a saúde pública, e a solução para a diminuição de doenças transmitidas pelos animais era exterminar os cães que habitavam nas ruas. Outros exemplos de animais que sofriam agressões eram os burros e cavalos, usados como transportes coletivos e os touros, que eram atrações em touradas. No Brasil, o início da instituição de abrigo para animais que se encontram em situação de abandono se deu em 1893, quando o suíço Henri Ruegger denunciou maus tratos à um cavalo, em uma praça pública da Capital de São Paulo, porém, soube que não existia nenhum

2.5. O SURGIMENTO DE ABRIGOS PARA ANIMAIS NO PAÍS Na cidade de São Paulo, no nal do século XIX e começo do XX, diversas leis foram desenvolvidas para esclarecimento dos problemas que envolviam os cães que estavam abandonados nas ruas. No ano de 1892, foi estipulado, dentre as leis, que os animais retirados das ruas precisavam ser levados à um depósito da Prefeitura. No início era empregado o vocábulo “depósito” para os lugares que serviam de alojamento para os animais, logo 40

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local responsável atribuído à proteção dos animais no país. Com isso, exasperado com tal situação, procurou o jornal “Diário Popular” e anunciou a ideia para criação de uma associação protetora dos animais no Brasil, com a necessidade de defendê-los e reconhecer os seus direitos (UIPA). De acordo com Nascimento, 2015, apesar de toda a inuência para constituir uma associação em prol da defesa dos animais, somente em 1895 foi organizada, por um grupo de homens e mulheres da elite paulista, uma comissão para conceber a União Internacional Protetora dos Animais, conhecida como UIPA, onde estavam presentes como fundadores Ignácio Wallace da Gama Cochrane, Affonso Vidal, Antônio Prado, René Thiollier e Alcântara Machado. Em 1899, a associação UIPA junto com à Prefeitura de São Paulo, zeram novos depósitos para acolher os animais, sendo de raça ou não, que se encontravam nas ruas, e assim eles não seriam sacricados. Anos depois, em diversas cidades do Brasil, foram aparecendo outras entidades de proteção animal e vários abrigos foram sendo criados para acolher e assegurar um local seguro para os bichos (NASCIMENTO, 2015). Conforme os estudos de Nascimento, em 1919, a UIPA inaugurou o “Hospital Zoólo São Paulo”, que oferecia assistência gratuita à animais abandonados, pertinentes à população de baixa-renda e ajudava na recuperação de animais que sofriam maus-tratos. Atualmente, na cidade de Fortaleza,

existem diversas associações e abrigos que lutam pela proteção do animal, dentre elas alguns exemplos são a ONG Associação Protetora de Animais para Tratamento e Adoção (APATA), a União Protetora dos Animais Carentes (UPAC), o Abrigo São Lázaro, ABRACE, Adote um amor, Projeto bicho de rua, Abrigo da Estrela e inúmeras outras que também buscam ajudar no bem-estar e na segurança dos animais necessitados, sendo um refúgio seguro e promovendo a adoção dos bichos para lares denitivos.

2.6. LEGISLAÇÃO PARA ABRIGOS DE ANIMAIS Um abrigo de cães e de gatos é um ambiente próprio para acolher e cuidar de um número considerável desses animais, onde na maioria das vezes são recolhidos das ruas, que sofrem maus-tratos. Esses locais têm como principais tarefas: ser um refúgio seguro para os animais que dele precisam, funcionar como lugar de passagem, procurando sempre um lar denitivo para receber os bichos e ser uma referência em programas de controle, cuidados e bem-estar animal. (FORUM NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA ANIMAL). Segundo a Resolução CRMV N° 2455, de 28 de julho de 2015 que dispõe sobre normas para manutenção de cães e gatos sob condições mínimas de bem- estar, em criadouros comerciais, nos quais são produzidos animais destinados à comercialização. A. Todo canil e gatil comercial deve obrigatoriamente ter um responsável técnico 41


médico veterinário. B. Canis e gatis devem ter área coberta; protegida de intempéries; com revestimento de parede de material lavável e passível de higienização e desinfecção; C. Deve ser garantido o acesso diário dos animais às áreas de solário; D. Deve ser prevista área de recreação, bem como enriquecimento ambiental nos alojamentos dos cães e gatos, com o propósito

de entretê-los e possibilitar a expressão de seus comportamentos naturais, como por exemplo, mordedores, brinquedos, esconderijos, quebra c a b e ç a a l i m e n t a r, e n t r e o u t r o s ; E. As unidades do gatil devem ter ambientes verticalizados, com o uso de prateleiras em alturas variáveis, e as caixas/bandejas higiênicas devem ser mantidas afastadas, pelo menos um metro, do comedouro e bebedouro;

CÃES Espaço mínimo Espaço mínimo Espaço mínimo Peso do necessário por animais por animais por animais cão (Kg) área coberta (m²) área de solário (m²) área de solário (m²) 1 1 4 Até 5 2 1 4 > 5 até 10 3 2 4 >10 até 20 3 3 6 >20 até 35 4 4 8 >35 1 - 4 (*) (**) 4 - 8 (*) Canis Maternidade

Altura mínima (m) 2 2 2 2 2 2

(*) De acordo com o tamaho damãe / (**) Sem animais adicionais, apenas mães e lhotes. Tabela 01: Dimensionamento canis. Fonte: CRMV Nº 2455 Elaboração Própria.

GATOS Idade

Do desmame até 5 meses (Para grupos de até 7 lhotes) Adulto Gatil Maternidade

Espaço mínimo Espaço mínimo Espaço mínimo Altura necessário por animais mínima de por animais por animais área coberta (m²) área de solário (m²) área de solário (m²) prateleira (m) 2,0/ grupo

2,0/ grupo

0,3

0,3/ animal

1,0/ animal 1,0/ matriz

2,0/ animal 2,0/ matriz

0,5 (**)

0,3/animal 20,5/matriz

(**) Sem animais adicionais, apenas mães e lhotes.

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Tabela 02: Dimensionamento gatis. Fonte: CRMV Nº 2455 Elaboração Própria.

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2.7. CONTEXTO DO ABANDONO

gatos e 20 milhões são cães. A condição desses animais é bastante crítica, pois além de não terem o que comer, uma pessoa responsável para cuidar, um lugar seguro e confortável para dormir, eles estão sujeitos à crueldade, maus tratos, abusos e, muitas vezes, são atropelados.

2.7.1. CONTEXTO DO ABANDONO NO BRASIL Os animais mais encontrados dentro dos núcleos familiares são os cães e os gatos, pois são os que estão tendo cada vez mais uma importância signicativa na vida do ser humano, ajudando a preencher suas necessidades emocionais e físicas. A convivência com esses bichos traz tranquilidade, alegria, gera um bemestar às pessoas, leveza, entre diversos outros fatores positivos. Contudo, também é necessário tempo disponível para cuidar, educar, de acompanhamentos veterinários, alimentação de boa qualidade, levar para passear, dão trabalho e gastos. Alguns apresentam o temperamento que não era esperado ou crescem mais do que era previsível. Por causa desses e outros motivos, que os responsáveis, os quais não têm estrutura física ou psicológica para permanecer com tais bichos, acabam os abandonando, o que conclui em um dos mais preocupantes problemas sofridos em relação aos animais na atualidade: o abandono. No Brasil, a situação dos animais de rua está cada vez mais delicada, onde o aumento do abandono vem crescendo por diversos motivos, sendo as principais vítimas os cachorros e os gatos, e acabam comprometendo também à saúde pública. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é indicada a existência de mais de 30 milhões de animais abandonados no país, onde 10 milhões são

Figura 01: Cachorro abandonado nas ruas da cidade de São Paulo. Fonte: CRMV-SP, adaptado pela equipe Cães&Gatos

Imperceptíveis aos olhos da sociedade, diversas vezes, cães e gatos famintos, magros, doentes, procuram por comida nos lixos espalhados pelas ruas, vivem sob o sol ou frio, pois não tem um local para poder habitar e receberem cuidados diários, assim, acabam transmitindo doenças para humanos como raiva e leishmaniose visceral, devido à ignorância de muitas pessoas, pois não os ajudam ou por motivos de lotações nas organizações não governamentais de muitas cidades do Brasil, o que acaba dicultando na hora do recolhimento dos animais abandonados. Por m, depois de serem maltratados e rejeitados são retirados das ruas e destinados aos Centros de Controle de Zoonoses (CCZs), onde, na maioria das vezes, são sacricados. Os CCZs são unidades de 43


(13,7%), fatores econômicos (13,2%), perda

saúde pública que têm como responsabilidade fundamental precaver e controlar as zoonoses, desenvolvendo sistemas de vigilância sanitária, vigilância epidemiológica e vigilância ambiental em saúde. Esses centros, muitas vezes, se encontram lotados, onde recolhem animais de todas as raças e tamanhos, os quais foram abandonados por seus responsáveis. Estima-se que, a cada dez cães que sobrevivem nas ruas, oito deles já possuíram um lar (AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DOS DIREITOS DOS ANIMAIS, 2017). A maioria das pessoas que possui um animal de estimação aproveita bastante a sua companhia e não pensam na possibilidade de se desfazer dos seus bichos, pois eles trazem alegria e qualidade de vida no cotidiano do ser humano. No entanto, não é sempre que a relação entre ambos tem uma boa conquista, em algumas situações a convivência é falha: Na Espanha, durante o ano de 2010, recolheram em cerca de 109 mil cachorros e 36 mil gatos. Se para o responsável o contexto do abandono pode ser complexo, para o animal é ainda mais, pois só para 45% dos cachorros e 38% dos gatos que a adoção surge. O resto dos animais permanece nas organizações protetoras, onde recebem cuidados, mas mesmo assim é um local desconhecido, com possível alteração na rotina, podendo causar um grande estresse na vida do animal.

de interesse pelo animal (11,2%) e

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comportamento problemático do animal de estimação (11%). Entre os motivos menos frequentes temos: m da temporada de caça (10,2%), alergia de algum membro da

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família (7,7%), nascimento de um lho (6,4%), internamento ou morte do proprietário (3,5%), férias (2,6%) ou o medo de pegar toxoplasmose durante a gravidez

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(2,4%) (MY AFFINITY 2010).

De acordo com Neto, 2007, em um estudo feito com base na Revista Journal of Applied Animal Welfare Science nos Estados Unidos, existem diversas causas que relatam o abandono dos cachorros e gatos. 18,5% Suja a casa 12,6% Destrutivo fora de casa 12,1% Agressivo com as pessoas 11,6% Fujão C 11,4% Ativo demais à 10,9% Requer muita atenção E 10,7% Late ou uiva muito S 9,7% Destrutivo dentro de casa 9,7% Morde 9,0% Desobidiente Quadro 02: Motivos dos cães serem abandonados. Fonte: NETO, 2007.

G A T O S

Segundo o último estudo realizado em 2010, os principais motivos de abandono de cachorros e gatos foram: ninhadas

37,7% Suja a casa 11,4% Destrutivo fora de casa 10,9% Agressivo com as pessoas 8,0% Não se adapta com outros pets 8,0% Morde 6,9% Requer muita atenção 6,9% Não amistoso 5,1% Destrutivo dentro de casa 4,6% Eutanásia devido ao comportamento 4,6% Por ser ativo demais

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Quadro 03: Motivos dos gatos serem abandonados. Fonte: NETO, 2007.

inesperadas (14%), mudança de casa

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Com o intuito de amenizar os problemas do abandono de cachorros e gatos e da eutanásia realizada nesses bichos em todo o Brasil, é preciso a criação de mais programas voltados à saúde animal, buscando a diminuição da ocorrência de agravos e do perigo de transmissões de zoonoses para a população. Além disso, também é necessário investimento em mais associações, ONGs com estruturas adequadas para o acolhimento dos bichos, doações para poder colaborar com tais organizações e pessoas que lutem pelos direitos dos animais. Assim, mesmo as taxas de abandono exercendo as de adoção, muitos animais poderiam viver em um ambiente com uma melhor condição até que possam ser adotados por alguém responsável que lhes ofereça os devidos cuidados

cuidados diários e necessários de algum responsável. Já para a população os riscos são de serem atacadas por esses animais, acidentes de trânsito e a proliferação de zoonoses. Em outra matéria também publicada no site do Diário do Nordeste, no ano de 2007, a diretora do CCZ de Fortaleza na época, Elvanisa Alves Ventura, informa que a Regional V é o local em que mais se encontra animais em condição de abandono na cidade. No ano de 2019, no mesmo site, é relatado que no entorno das lagoas do Mondubim e da Parangaba (Regional X e V), no Parque do Cocó (Regional VII), no campus da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Estadual do Ceará (Uece) (Regional V e Regional VI), em alguns pontos do bairro Damas (Regional V) e no Vila Velha (Regional II) são alguns dos locais onde, muitas vezes, os animais são deixados pelos seus donos durante o período da noite. Com isso, é possível perceber que na Regional V, assim como em 2007, é a região onde mais se encontram animais em situação de desamparo.

2.7.2. CONTEXTO DO ABANDONO EM FORTALEZA-CE A cidade de Fortaleza, assim como outras capitais do Brasil, enfrenta o problema de animais em situação de abandono. Por meio de uma matéria publicada em julho de 2019 no site do Diário do Nordeste, em torno de 425 mil bichos vivem em lares de famílias fortalezenses, recebendo cuidados afetivos e alimentação. Em contraposição, foi registrado 132 mil cães e gatos que vivem nas ruas ou que são abandonados, sendo maltratados, conforme relata a titular, Toinha Rocha, da Coordenadoria Especial de Proteção e Bem-Estar Animal (Coepa). As consequências para os bichos são o sofrimento devido à fome e à sede, por falta dos

Imagem 02: Gato abandonado na cidade de Fortaleza . Fonte: Site do Diário do Nordeste. Foto: Thiago Gadelha.

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Devido a tantos casos de abandono na cidade de Fortaleza, uma maneira foi tomada pela Coordenadoria Especial de Proteção e Bem-Estar Animal (Coepa), da Prefeitura da cidade, em uma matéria para o G1, em julho de 2019, para poder acompanhar os animais adotados e evitar que sejam desamparados. Como condição de incentivo para o bem-estar de animais domésticos, relatou que estava implantando microchips do tamanho de um grão de arroz que funciona como a “digital” do animal, em cães e gatos que ganharam novas famílias em eventos de adoção feitos na cidade. Assim, o bicho que tem microchip, se for deixado nas ruas, os seus donos serão responsabilizados por esse ato.

e leishmaniose visceral, doenças transmissíveis ao homem. Segundo dados divulgados do site do Diário do Nordeste, ao brincar com algum animal de estimação que esteja contaminado com o vírus da raiva humana à o risco de transmissão para a pessoa. No primeiro semestre de 2018, a Secretaria da Saúde (SESA) registrou 16.396 casos de "acidentes por animal potencialmente transmissor da raiva” em todo o Ceará e Fortaleza com 3.059 casos, mostra-se em primeiro lugar no levantamento. Segundo o infectologista Anastácio Queiroz, as pessoas que demandam mais atenção são as que estão mais expostas, como as crianças, que, na maioria das vezes, estão brincando com os animais, assim, correm o risco de serem infectadas pela doença, por meio de mordidas ou, em situações mais raras, pela arranhadura e lambedura de mucosas de animais contaminados. Porém, mesmo não existindo grupos que sejam mais acometidos, é preciso atenção e cuidado, pois há diversas outras situações. No início de 2012 até meados de 2016, segundo informações do site Estado – CE, 2016, a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (SESA) cadastrou 151.089 casos de agressões de animais à humanos no Estado, e, em 2015, 118 casos de leishmaniose visceral, conhecida como calazar, foram conrmados em humanos. De acordo com dados do Centro de Controle de Zoonoses, na cidade de Fortaleza foram listados 1.461 casos de leishmaniose em animais, e, em humanos, 44 casos foram conrmados, onde 4

Imagem 03: Implantação do microchip em um animal. Fonte: Site do G1 - CE. Foto: Divulgação/Prefeitura de Fortaleza.

Além de todos os maus tratos e sofrimentos que os animais são acometidos nas ruas, há a questão em relação aos casos de agressões que esses animais causam ao ser humano, pois, devido à falta de ajuda, cães e gatos acabam adquirindo algumas doenças, como raiva 46

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pessoas vieram a óbito no primeiro semestre de 2016. Conforme a notícia do site do Estado - CE, em agosto de 2016, os bairros da cidade que concentram o maior número de casos de calazar em animais são: Messejana, Barra do Ceará, também considerado em 2018, segundo uma matéria do G1, o local mais crítico em relação à doença, Bom Jardim e Jardim Guanabara. De acordo com referências do site G1-CE, 2020, no período de 2018 para 2019, o Ceará registrou uma redução de 23% no número de casos de leishmaniose visceral (LV), apontando que em 2019, o Estado somou 292 registros da doença, com 19 mortes em humanos, sendo 91 a menos que em 2018, quando foram noticados 383 casos e 25 mortes. Já em 2020, Fortaleza receberá do Ministério da Saúde 150 mil coleiras com produto inseticida para prevenir que o mosquito causador do calazar seja afastado e eliminado.

Regional II Regional IV Regional V Regional VIII Regional IX Regional X Regional XI Regional XII Ano de 2016 Ano de 2020

Essas coleiras serão distribuídas para cachorros de 12 bairros visto como locais mais vulneráveis da cidade tais como a Barra do Ceará, Cristo Redentor, Granja Portugal, Bom Jardim, Mondubim, Montese, Jangurussu, Parque Genibaú, Quintino Cunha, Jardim Iracema, Jardim Guanabara e Messejana (SITE O POVO). Segue no mapa abaixo, conforme informações citadas no site do Estado, em agosto do ano de 2016, o maior número de casos da doença de calazar em animais, por bairros da cidade de Fortaleza. Também indica os 12 bairros considerados como os lugares mais vulneráveis da cidade em relação à doença de leishmaniose no começo do semestre de 2020. Assim, ao comparar as referências dos dois anos, pode-se perceber que, atualmente, os bairros Barra do Ceará, Jardim Guanabara e Bom Jardim são as regiões que mais correm o risco de apresentarem casos de calazar. Barra do Ceará Barra do Ceará Cristo Redentor Montese

Jardim Iracema Jardim Guanabara Jardim Guanabara Quintino Cunha

N

Genibaú

Granja Portugal Bom Jardim Bom Jardim Mondubim Messejana Messejana Jangurussu

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Mapa 01: Mapa dos bairros da cidade de Fortaleza que mostra, no ano de 2016, os locais com o maior índice de calazar e, em 2020, os que apresentam ser os mais vulneráveis da cidade Fonte: Elaboração própria.

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O serviço de atendimento médicoveterinário da Prefeitura de Fortaleza, dirigido pela Coordenadoria Especial de Proteção e Bem-Estar Animal (Coepa), é o Vetmóvel, um equipamento que faz parte do plano de ações programadas da cidade e é responsável por propor ações gratuitas de consulta veterinária, vacinação antirrábica, registro geral animal, testes de Calazar aos animais de tutores do público em geral e castrações, atribuídas exclusivamente à cães e gatos procedentes de ONGs, abrigos de animais ou que possuem tutores de baixa renda, em diversos bairros de Fortaleza, como Aerolândia, Aldeota, Antônio Bezerra, Barra do Ceará, entre outros. Ademais, também realizam campanhas e palestras conscientizando a população sobre o bem-estar animal e guarda responsável, e os prossionais que trabalham em uma unidade móvel

veterinária são quatro médicos veterinários, sendo um clínico geral, um anestesista e dois cirurgiões (PREFEITURA DE FORTALEZA). Desde junho de 2018, quando o Vetmóvel deu início às suas atividades, dos mais de 57.800 auxílios efetuados, 19.569 foram consultas, 16.886 vacinas, 8.759 testes de triagem para Calazar, 7.000 castrações, 2.855 implantes de microchips (registro animal) e 2.748 hemogramas. Até nal do ano de 2019, também foi realizado pela Coepa, 798 palestras em escolas, universidades, praças e eventos realizados por instituições ou protetores independentes (PREFEITURA DE FORTALEZA). Conforme as informações do site da Prefeitura de Fortaleza, o mapa a seguir mostra, desde o ano de 2018 até o começo do semestre de 2020, vários bairros e regiões da cidade que receberam os serviços realizados pelo Vetmóvel:

REGIONAL I

REGIONAL V

REGIONAL IX

01. Centro 02. Moura Brasil 03. Praia de Iracema

17. Benca 18. Bom Futuro 19. Damas 20. Jardim América 21. Montese 22. Parreão 23. Parangaba 24. Vila Peri

37. Barroso 38. Cajazeiras 39. Jangurussu

REGIONAL II 04. Barra do Ceará 05. Cristo Redentor 06. Jacarecanga 07. Jardim Iracema 08. Vila Velha REGIONAL III

15. Antônio Bezerra 16. São Gerardo

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06

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17 43

40. Aracapé 41. Mondubim REGIONAL XI

19 20 18 22 21

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25. Prq. Dois Irmãos 42. Jóquei Clube 26. Pref. José Walter 43. Pici

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j 29

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38 35 34

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44. Bom Jardim 45. Granja Lisboa 46. Granja Portugal 47. Siqueira

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11 10

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REGIONAL XII

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N

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03 01

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REGIONAL X

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REGIONAL VI

09. Aldeota REGIONAL VII 10. Dionísio Torres 11. Joaquim Távora 12. São João do Tauape 27. Cidade 2000 28. Cocó 13. Papicu 29. Edson Queiroz 14. Varjota REGIONAL IV

04 08

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37 36

40 26

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REGIONAL VIII 30. Aerolândia 31. Jardim das Oliveiras 32. Cid. dos Funcionários 33. Prq. Manibura 34. Cambeba 35. Prq. Iracema 36. Messejana

j Mapa 02: Mapa dos bairros da cidade de Fortaleza que receberam os serviços realizados pelo Vetmóvel. Fonte: Elaboração Própria.

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j Vila Velha Centro

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Vicente Pizon Cidade 2000

Autran Nunes

N

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Itaperi

Imagem 04: Vetmóvel realizando serviço na sede da Regional IV. Fonte: Site da Prefeitura de Fortaleza

(Hospital Veterinário Prof. Sylvio Barbosa Cardoso)

Messejana

Prefeito José Walter

A cidade de Fortaleza possui, ocialmente, 06 unidades de Centros de Controle de Zoonoses (CCZ) contando com o Hospital Veterinário Público, conhecido como Hospital Veterinário Professor Sylvio Barbosa Cardoso (HVSBC), localizado na Universidade Estadual do Ceará, no Campus do Itaperi e outros dois centros que não estão sendo considerados, espalhados por algumas regionais da cidade. De acordo com o site da Prefeitura de Fortaleza, os CCZ têm a responsabilidade de recolher animais abandonados que geram risco à saúde pública, por exemplo, os bichos que apresentam doenças transmissíveis ao homem, como leishmaniose e raiva. Esses centros oferecem, gratuitamente, atendimento veterinário, exames de calazar e vacinação antirrábica. Apesar de parecer considerável para atendimentos à demanda da cidade, que apresenta um alto número de animais abandonados, não convém com o que a prefeitura oferece, sendo pouca a quantidade desses equipamentos.

Mapa 03: Mapa de localização dos Centros de Controle de Zoonoses e Hospital Público Veterinário da UECE Fonte: Elaboração Própria.

Atualmente, são as organizações não governamentais (ONGS) e os abrigos localizados na cidade de Fortaleza que são os principais responsáveis por resgatarem e acolherem os animais abandonados que circulam pelas ruas. O grande problema é que, a maioria deles passam por diversas diculdades como, a falta de doações de alimentos, a ausência de voluntários que ofereçam um lar temporário para o bicho até que o mesmo seja adotado, a necessidade de ajuda para custear as castrações e vacinas, já que dependem, quase sempre, dos atendimentos veterinários particulares, pois, embora o fato do Hospital da UECE disponibilizar atendimentos gratuitos, cobrando apenas uma quantia mínima pela utilização de materiais necessários para exames e cirurgias, o 49


Tr a t a m e n t o e A d o ç ã o ( A PATA ) é u m a Organização Não-Governamental (ONG) de responsabilidade social no Ceará, que luta para ajudar muitos animais abandonados, porém, pela falta de condições nanceiras o suciente para sustentarem todo um local e os consumos necessários que os animais precisam, não possuem uma sede local e os responsáveis da organização acabam acolhendo os animais em suas próprias residências. Há algum tempo, as instituições de proteção e abrigo animal, juntamente com a população de Fortaleza, mostram a necessidade de um instrumento que apresente uma boa estrutura e seja responsável para suprir as carências da cidade, pois com base nas informações colhidas em sites de abrigos, notícias postadas em redes sociais, ainda há muitas diculdades enfrentadas por esses institutos. Quanto ao atendimento público veterinário, essas sociedades também procuram um que ofereça qualidade e bem-estar ao animal, colaborando com todas os recursos necessários que eles precisam. O desamparo de animais pode reetir no âmbito penal. De acordo com a Lei de Crimes Ambientais 9.605/98, tratada da questão dos animais no artigo 32, prevê duas ações de maus-tratos. Porém, a Lei Municipal não aborda especicamente sobre esse assunto, o que gera um grande problema, pois ocorre a falta de scalização e de conscientização das pessoas em relação ao abandono de animais. Assim, baseado nas informações dadas pela coordenadora da Coepa, Toinha Rocha,

mesmo trabalha com a sua capacidade de atendimento lotada, na maioria das vezes, quase nunca conseguindo atender os animais levados por ONGS e abrigos com a urgência necessária. Além disso, essas instituições, normalmente, por não apresentarem uma estrutura adequada, possuem aglomeração, impossibilitando, assim, o acolhimento de mais animais. O mapa abaixo exibe diversos abrigos e ONGs que estão espalhados pela cidade de Fortaleza: Abrigo Nosso Lar (Vila Elerry)

N UPAC (Jacarecanga)

UIPA (Dionísio Torres)

Abrigo São Lázaro (Siqueira)

Abrigo Arca de Noé (Messejana)

Mapa 04: Mapa de localização dos Abrigos de Animais e ONGS na cidade de Fortaleza. Fonte: Elaboração Própria.

Além desses abrigos e ONGS apresentados no mapa, existem diversos outros grupos de pessoas que lutam e promovem o bem-estar animal na cidade de Fortaleza, seja pequenos ou grandes grupos. Por exemplo, a Associação Protetora dos Animais para 50

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melhor da vida e da saúde dos animais. Com isso, segundos os estudos realizados, o projeto de conclusão de curso será implantado na Regional V da cidade de Fortaleza, pois atualmente, assim como no ano de 2007, é a região onde mais se encontra animais em situação de abandono, e também é o local que não apresenta nenhum Centro de Controle de Zoonoses e nenhum abrigo para animais ou organização não governamental.

, em uma matéria publicada pelo site da G1, em relação aos animais abandonados, na cidade de Fortaleza, é visto que todos os dias aparecem novos pontos de abandono e quem desampara são as pessoas que habitam no entorno. Para que toda essa situação possa ser amenizada é indispensável que o cidadão que presencie uma situação de maus-tratos ao animal denuncie através do aplicativo Fiscalize Fortaleza, que solicita visita de scais da Agencia de Fiscalização de Fortaleza (Ages) para investigar alguma ocorrência de suspeita de maus-tratos no local, pelo site ou telefone, discando 156. Também é necessário que as pessoas sejam educadas e conscientizadas, por meio de campanhas e palestras, que um animal não é um objeto e sim uma vida que, muitas vezes, são abandonadas por quem sempre prometeu dar amor e cuidado. Dessa forma, depois de estudos sobre a relação do homem com o animal, da importância que os bichos simbolizam cada vez mais na vida das pessoas, da situação atual do atendimento público veterinário na cidade de Fortaleza e as diculdades que as instituições de proteção animal enfrentam, foi observado o quanto é preciso um local que apresente condições adequadas para receber os animais e todos os cuidados necessários que eles precisam. Assim, é explanado a inevitabilidade da implantação de um Abrigo junto com uma Clínica Pública Veterinária, que ofereça uma estrutura com todas as disposições necessárias para acolher cães e gato, dispondo-se dos atendimentos essenciais para proporcionar o

2.7.3. CONTEXTO DO ABANDONO EM PERÍODO DE PANDEMIA (COVID-19) No dia 31 de dezembro de 2019, os primeiros casos de Covid-19, doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, que apresenta um quadro clínico que varia de infecções assintomáticas a quadros respiratórios graves, transmitida para os humanos através de possíveis contatos com saliva e fezes dos morcegos, foram sendo apresentadas na cidade de Wuhan, na China (REVISTA SAÚDE, 2020). Com o decorrer dos dias, a doença foi sendo espalhada pelo mundo todo, tornando-se uma verdadeira pandemia e se transformando no maior problema da humanidade na atualidade. Ações foram sendo aplicadas, como o isolamento social, onde instituições de ensinos adaptaram as aulas presenciais para serem dadas online, a maioria das lojas e empresas tiveram que fechar durante um período de tempo, entre outras, para abranger a disseminação do problema e para o cuidado da população. Assim, foi trazendo diversas posições negativas para todos, inclusive para os 51


também já sofrem as consequências do Covid19, onde muitos já foram abandonados e estão em situação de rua, sem alimentação, água e os devidos cuidados diários. A protetora de animais da cidade fala que foi manifestado uma alerta ao governo para que situações mais dramáticas possam ser evitadas. Embora, durante esse período bastante delicado, haja muito descaso e desamparo em relação aos bichos, como cães e gatos, por outro lado, há, também, iniciativas positivas pelo mundo para com os mesmos. A grande procura por adoção de animais em abrigos é considerada uma delas, pois, segundo uma matéria publicada no site da G1, 2020, médicos garantem que os animais ajudam a diminuir o nível de estresse e ansiedade, levando alegria e bem-estar para a população. Assim, pode-se notar que algumas pessoas acabam se sentindo sozinhas durante esse período e decidem adotar um animal para preencher o vazio dentro de casa, porém, mesmo sendo algo positivo, são necessárias algumas atenções antes de realizar qualquer adoção, pois é preciso conrmar se o responsável realmente tem condições de cuidar do bicho e não ocorra o perigo de abandono após a quarentena passar. Nos Estados Unidos, conforme a pandemia causada pelo Covid-19 vai crescendo, a população americana busca cada vez mais adotar um animal de estimação em abrigos. Alguns lugares tiveram tantas buscas que conseguiram ter todos os bichos, que estavam disponíveis, doados. Segundo a NBC News, rede de notícias de televisão, alguns abrigos e

animais (REVISTA SAÚDE, 2020). Devido a esse grande problema, foi visto que muitas pessoas foram abandonando seus bichos durante esse período de isolamento, pois, muitas acreditam que, como consequência de falsas informações, cães e gatos podem transmitir a covid-19, com isso, acabam desamparando-os e até eutanasiando, com medo de eles propagarem a doença para o humano. Outros exemplos são que, muitos animais que vivem nas ruas estão sofrendo após o isolamento, pois diversas pessoas que os ajudam não estão podendo sair de casa. Alguns protetores não estão podendo cuidar como deviam, devido à idade ou porque foram infectados e estão em restrito isolamento (ANDA - Agência de Notícias de Direitos Animais, 2020). No município de Goiânia, Brasil, desde o início da pandemia, o crescimento dos casos de abandono de animais cresceu cerca de 60%. Segundo o site da G1, 2020, a Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA) e algumas ONGS relataram que muitas pessoas estão largando os seus bichos por medo de que eles transmitam o vírus, e outras, por não terem mais condições para cuidar, pois perderam seus empregos ou não possuem uma boa renda, logo, não tem dinheiro o suciente para arcar com todas as necessidades que um animal precisa, enxergando como única solução o abandono. Não só no Brasil, mas em muitos outros países estão ocorrendo esse grave problema com milhares de animais. De acordo com a ANDA, em Lisboa, Portugal, os animais 52

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organizações de diversos locais como a Califórnia, Michigan, Nova Jersey, Connecticut, Nova York, Texas, Washington, Flórida, Geórgia, Illinois e Carolina do Norte, revelaram que foram procurados durante a pandemia, relatando que mais de mil animais ganharam lares. O abrigo The Humane Society for Tacoma and Pierce County, em Washington, desde o dia 1º de março arranjou novos lares para 475 animais, cando somente 25 disponíveis para adoção, o que é apontado um número muito baixo para essa época do ano. Dessa maneira, mesmo com os diversos casos de abandono de animais não só durante a pandemia, mas em qualquer época do ano, por pessoas ignorantes, que os tratam como se fossem um objeto, e não enxergam outra solução a não ser o desamparo. Em contrapartida, ainda é possível perceber a grande importância que esses seres vivos têm na vida do homem, pois há uma grande quantidade de pessoas que busca adotar um bicho para fazer parte da família, sendo um companheiro e garantido a qualidade de vida.

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ARQUITETURA HOSPITALAR


3.1. ARQUITETURA NO ÂMBITO HOSPITALAR

estrutura hospitalar, com instalações insalubres, alojando centenas de enfermos juntos. Existia uma urgência para o hospital ser reconstruído ou substituído, pois a fundação abrigava uma quantidade elevada de pacientes. Assim, para descobrir uma solução efetiva para o hospital, foi estipulada uma comissão para classicar os projetos arquitetônicos apropriados ao caso, por meio de estudos e pesquisas. Através de conhecimentos sobre vários hospitais, o médico Tenon, um dos nove membros que formava a comissão, venceu com o projeto que estruturava o ambiente hospitalar em uma organização pavilhonar e horizontal, que permitia a ventilação cruzada e iluminação natural, analisando assim a arquitetura e funcionalidade do local. Devido ao surgimento da verticalização das edicações, desde a metade do século XIX, apareceu o modelo de hospital monobloco, que é considerado como um símbolo do triunfo da medicina, pois mostra os avanços da pesquisa médica. Posteriormente, a evolução se deu em uma formação de justaposição de blocos dispostos sobre uma base maior, complexa de pavimentos técnicos. Durante o período do século XX, foi possível observar como a clientela aumentou e a ciência médica desenvolveu, devido as mudanças que ocorreram nas estruturas físicas dos hospitais, com o alcance das conformações mistas, plantas elaboradas para exibilização, desenvolvimento e incorporação de novos serviços e usuários. Assim, foi surgindo a grande integração da tecnologia nas instituições hospitalares, sendo

A concepção de Arquitetura Hospitalar, ao passar dos séculos, teve inúmeras modicações. Na antiguidade, período que concebe o ano de 4000 AC até o ano de 476 DC, a proposta arquitetônica fundamentava-se na assistência a alma dos indivíduos, sendo um local de acolhimento de peregrinos e doentes. Já no período da Idade Média, a caracterização de hospital era associada à morte, as pessoas cavam em connamento com pouca esperança de recuperação. Desse modo, com o surgimento da hanseníase, doença conhecida como lepra, a construção de hospitais deu-se início com exclusividade para tratar de uma única patologia, onde o isolamento dos pacientes era garantido fora do perímetro urbano, assim a doença não era espalhada. Atualmente, ainda são usados dois fatores que foram incorporados na arquitetura hospitalar da época, como a divisão entre as funções do alojamento e logística e o afastamento dos pacientes por patologias e sexo, e a tipologia hospitalar mais característica dessa data é a que apresenta o formato de nave, mostrando os avanços da técnica construtiva, com ampliação dos vãos e permitindo o aumento da ventilação e da iluminação (BADALOTI E BARBISAN, 2015). Segundo Costeira (2003), entre os séculos XVII e XVIII, na Europa, foi formado a imagem do hospital contemporâneo. Devido ao grande incêndio do Hotel-Dieu, em Paris, no ano de 1772, foi determinado a mudança da velha 56

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exigida uma maior atenção no planejamento da edicação, na parte das instalações, da infraestrutura predial sosticada e, a crescente responsabilidade em setorizar espaços, fazer a separação dos pacientes com inúmeras patologias e instituir uma gestão no controle de uxos e circulações para que assim as atividades médicas fossem desenvolvidas (COSTEIRA, 2003). Em termos de planejamento arquitetônico, conforme o que Góes (2004 apud Mendes, 2007) aborda, o hospital é uma das mais complexas organizações existentes, pois é um edifício que apresentas diversas especicações, com tecnologia avançada usada em inúmeros setores, diferentes especializações médicas como ginecologia, pediatria, oncologia, entre outras áreas e algumas atividades de características industriais como serviço de nutrição, lavanderia, farmácia, entre outros. Dessa maneira, para atender todas as discrepantes necessidades de um projeto hospitalar, é indispensável estabelecer estratégias e diversos estudos dos espaços para poder alcançar, com eciência, um bom planejamento do estabelecimento, potencializando todo o conjunto. Ainda segundo Mendes (2007), a recomendação de uma boa produção de um plano direto, a m de orientar o funcionamento e administração da superfície hospitalar, da manutenção e alteração de espaços, entre outros processos, mostra a exploração da problemática hospitalar e algumas possíveis soluções que merecem atenção para alcançar a

preparação do espaço físico, para que assim todos os desaos dos setores de saúde sejam vencidos. Atualmente, ao entender os estudos da evolução das instituições hospitalares, é visto a grande importância dessas construções na arquitetura. Para que esses ambientes consigam atingir sua nalidade é preciso que ocorra um planejamento adequado, mas que também possua um eciente projeto arquitetônico, atendendo às funções determinadas para cada setor e colaborando com a concretização do estabelecimento para os prossionais das mais diversas áreas de conhecimento. Dessa forma, esses meios hospitalares atentam para a sustentabilidade, exibilidade, funcionalidade, eciência energética, humanização dos ambientes, preparação econômica da instituição, entre outros diversos pontos, para que assim garanta um projeto com uma ambientação agradável e eciente aos pacientes, sejam eles humanos ou animais, seus familiares e os prossionais que trabalham no local.

3.2. NORMAS E LEGISLAÇÃO PARA ESTABELECIMENTOS VETERINÁRIOS

A legislação aplicada aos estabelecimentos voltados à medicina veterinária é pouco abrangente e é determinada por poucos documentos, entre eles: o Decreto Estadual nº 40.400, de 24 de outubro de 1995, o Decreto nº 40.646, de 02 de fevereiro de 1996, a Resolução n° 670, de 10 de Agosto de 2000, a 57


veterinária, por meio da Vigilância Sanitária, necessitam emitir um alvará sanitário e serem registrados no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV). Além disso, precisam de um Responsável Técnico (RT) para o estabelecimento, enquanto os Pet Shops & Banho e Tosa deverão apenas exprimir o alvará sanitário e possuírem um Responsável Técnico. Em outras resoluções especícas alguns detalhes são debatidos, como a regulamentação e scalização de pessoas jurídicas cujas atividades apresenta a prestação de serviços de estética, banho e tosa e dá outras providências, estabelecida na Resolução CFMV 878/2008 ou a Lei n° 5.517 de 1968, que conceitua a prática da clínica veterinária em todas as suas modalidades e a assistência técnica e sanitária aos animais ser capacitação privativa do Médico Veterinário. Em relação aos produtos veterinários, há a responsabilidade estabelecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), sob a Lei n° 6.198, de 26 de dezembro de 1974, com a nova Instrução Normativa n° 27, de 20 de abril de 2020, que altera os procedimentos de scalização de produtos destinados à alimentação animal, previstos na Instrução Normativa nº 04, de 23 de fevereiro de 2007 e Instrução Normativa nº 65, de 21 de novembro de 2006. Há também a Resolução CFMV n° 1.321, de 24 de abril de 2020 que constitui normas sobre os documentos no âmbito da clínica médico -veterinária e dá outras providências. Diante de todas as normas e legislações,

Resolução CFMV n°1.015, de 09 de Novembro de 2012 e, atualmente, denindo de forma mais clara e objetiva os tipos de estabelecimentos, desde as condições necessárias e atividades que cada local pode oferecer aos animais e aos seus tutores, a nova Resolução CFMV n° 1.275, de 25 de junho de 2019. Além dessas legislações, existe a Resolução RDC n° 50, de 21 de fevereiro de 2002, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, usada como referência para o conhecimento e utilizada em projetos hospitalares. O C o n s e l h o Fe d e r a l d e M e d i c i n a Veterinária (CFMV), por meio da normatização, scalização dos estabelecimentos veterinários, orientação, valorização prossional e organização, é o responsável por proporcionar o bem-estar da sociedade, regularizando o exercício das prossões de médico veterinário e zootecnista, diretamente ou por intermédio dos CRMVs. Já o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, segundo a ANVISA, 2016, apresenta como missão a responsabilidade à prevenção de riscos e danos à saúde humana, através de estratégias e ações de educação e scalização. Das funções cometidas em suas atividades mais frequentes salientam-se as seguintes: impedir a propagação de doenças com grande poder de difusão, supervisionar a entrada e saída de animais e produtos a m de denir uma barreira sanitária, certicar a segurança alimentar sanitária dos produtos de origem animal. Os hospitais e clínicas voltados à área da 58

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para planejamento e elaboração de qualquer projeto de estabelecimento veterinário é obrigado a aplicação das mesmas am da proposta do programa ser qualicado dentro do regimento.

diferenciar os estabelecimentos médicoveterinários de atendimento. Segundo a Resolução nº 1275/2019, do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), considera e estabelece fatores a animais de estimação de pequeno porte como: Ambulatórios Veterinários, os Consultórios Veterinários, as Clínicas Veterinárias e os Hospitais Veterinários. Os quadros a seguir abordam o que cada estabelecimento médico -veterinário de atendimento representa e quais são suas necessidades obrigatórias:

3.3. ESTABELECIMENTOS MÉDICOS - VETERINÁRIO EM ATENDIMENTO

Para melhor entendimento sobre o tema do projeto em desenvolvimento, com estudos realizados anteriormente sobre a arquitetura arquitetura hospitalar, é necessário entender e AMBULATÓRIOS VETERINÁRIOS

CONSULTÓRIOS VETERINÁRIOS

São estabelecimentos para exame clínico, realizacação de procedimentos ambulatoriais e vacinação.

São estabelecimentos de consulta clínica, da realização de procedimento ambulatoriais e de vacinação de animais, sendo vedada a realização de anestesia geral, de procedimentos cirúrgicos e a internação. Precisa conter, obrigatoriamente: 1. Ambiente de recepção e espera; 2. Arquivo médico físico e/ou informatizado; 3. Recinto sanitário para uso do público, podendo ser considerados aqueles que integram um condomínio ou um centro comercial, onde já existam banheiros públicos compartilhados, ou, ainda, quando integrar uma mesma estrutura física compartilhada com estabelecimentos médico-veterinários; 4. Balança para pesagem dos animais; 5. Sala de atendimento.

Precisa conter, obrigatoriamente: 1. Arquivo médico físico e/ou informatizado; 2. Sala de atendimento com unidade de refrigeração exclusiva de vacinas, antígenos, medicamentos de uso veterinário e outros materiais biológicos; 3. Mesa impermeável para atendimento; 4. Pia de higienização; 5. Armário próprio para equipamentos e medicamentos. 6. Balança para pesagem dos animais.

Quadro 04: Ambulatórios e Consultórios Veterinários Fonte: Resolução nº 1275/2019, CFMV. Elaboração Própria.

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CLÍNICAS VETERINÁRIAS

CONSULTÓRIOS VETERINÁRIOS

São estabelecimentos para consultas, tratamentos clínico-ambulatoriais, podendo ou não realizar cirurgia e internação, sob a responsabilidade técnica, supervisão e presença de médico-veterinário durante todo o período previsto para o atendimento ao público e/ou internação.

São estabelecimentos para consultas, tratamentos clínico-ambulatoriais, exames diagnósticos, cirurgias e internações, funciona em período integral (24 horas), sob a responsabilidade técnica, supervisão e a presença permanente de médico-veterinário.

Precisa conter, obrigatoriamente: 1. Ambiente de recepção e espera; 2. Arquivo médico físico e/ou informatizado; 3. Recinto sanitário para uso do público, podendo ser considerados aqueles que integram um condomínio ou um centro comercial, onde já existam banheiros públicos compartilhados, ou, ainda, quando integrar uma mesma estrutura física compartilhada com estabelecimentos médico-veterinários; 4. Balança para pesagem dos animais; 5. Sala de atendimento; 6. Setor de sustentação; 7. No caso de o estabelecimento optar pelo atendimento cirúrgico, setor cirúrgico; 8. No caso de o estabelecimento optar por serviço de internação, setor de internação.

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Precisa conter, obrigatoriamente: 1. Ambiente de recepção e espera; 2. Arquivo médico físico e/ou informatizado; 3. Recinto sanitário para uso do público, podendo ser considerados aqueles que integram um condomínio ou um centro comercial, onde já existam banheiros públicos compartilhados, ou, ainda, quando integrar uma mesma estrutura física compartilhada com estabelecimentos médico-veterinários; 4. Balança para pesagem dos animais; 5. Sala de atendimento; 6. Setor de diagnóstico; 7. Setor cirúrgico; 8. Setor de internação; 9. Setor de sustentação.

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Quadro 05: Clínicas e Hospitais Veterinários. Fonte: Resolução nº 1275/2019, CFMV. Elaboração Própria.

Assim, de acordo com a visão dos médicos veterinários sobre os estabelecimentos de atendimento, será aplicada, juntamente com o projeto de abrigo em estudo, uma Clínica Veterinária Pública para animais abandonados, em especial para os cães e gatos, com a realização cirúrgica e de internação, sob a

responsabilidade técnica, supervisão e presença de médico-veterinário durante todo o período previsto para o atendimento ao público e/ou internação. Visto que, na cidade de Fortaleza, há uma carência em relação a existência de um ambiente com esse objetivo. Com isso, será pensado em um planejamento arquitetônico 60

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capaz de oferecer estrutura adequada às funcionalidades de cada setor exigido, como o uxograma, setorização e circulações, garantindo, assim, a proteção, o conforto e uma melhor recuperação para os animais abrigados, além de auxiliar na logística de transporte dos bichos, pois, se necessário atendimento médico, não será preciso encaminhá-los para as outras unidades localizadas na cidade.

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REFERENCIAL PROJETUAL


4.1. PROJETO NACIONAL

O edifício é composto por dois pavimentos o qual oferece serviços de consultas, pequenas cirurgia e internação 24 horas com unidades separadas para cães e gatos, sala de emergência, salas de cirurgias bem estruturadas e equipadas, UTI com isolamento para casos infecciosos e local próprio para assepsia, sala de esterilização, sala de preparação médica e animal, laboratório de análise clínica digital, área especíca para exames laboratoriais que auxiliam no diagnóstico de diversas patologias que podem atingir os animais, entre outras. A disposição dos ambientes foi pensada para melhor disposição do uxo de pessoas, dividindo as áreas que tem maior circulação do público das áreas que devem ser mais restritas aos médicos veterinários e outros funcionários. Além de apresentar uma completa estrutura e com funcionalidade de atendimento aos animais, disponibiliza também um auditório, no segundo pavimento (Imagem 07), para realização de cursos e palestras com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a qualidade de vida dos bichos. Os materiais construtivos utilizados são de uma estrutura moderna, completa e ecologicamente correta. Na parte externa da fachada principal do edifício foi escolhidas placas de alucobond nas cores branco e verdes que não só dão função estética, mas funcionam também como isolante térmico (imagem 05).

4.1.1. HOSPITAL VETERINÁRIO SANTA CATARINA Ficha Técnica Arquitetos: Alexandre Fantin e Eduardo Siqueira Projeto Arquitetura e Interiores: Fantin Siqueira Arquitetura Construtora: Prosil Construções LTDA Localização: Blumenau, Santa Catarina Área do terreno: 2.500 m² Área construída: 1.200 m². Ano do projeto: 2011

Imagem 05: Fachada Principal do Hospital Veterinário Santa Catarina. Fonte: Fantin Siqueira Arquitetos, 2015.

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1. Estacionamento p/ Clientes 2. Estacionamento p/ Funcionários 3. Recepção/Espera 4. Sanitários 5. Consultórios 6. Emergência

7. Sala de Fisioterapia 8. Consultório com Acesso a UTI 9. UTI 10. Sala de Reunião Diretoria 11. Laboratório

12. Sala de Raio X 13. Sala de Preparação Animal 14. Sala de Preparação Médica 15. Sala de Esterilização 16. Centro Cirúrgico 17. Farmácia

Imagem 06: Implantação e planta baixa do pavimento térreo do Hospital Fonte: Fantin Siqueira Arquitetos, 2015 com alterações próprias.

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1. Banheiro Feminino 2. Banheiro Masculino 3. Manutenção 4. Terraço Técnico 5. Lavanderia

6. Almoxarifado 7. Cozinha 8. Banheiro do Dormitório 9. Dormitório 10. Vestiário Feminino e Masculino

11. Sala de Reunião 12. Lanchonete 13. Auditório 14. Sala Técnica 15. Sala de Administração

Imagem 07: Planta baixa do pavimento superior do Hospital Veterinário Santa Catarina. Fonte: Fantin Siqueira Arquitetos, 2015 com alterações próprias.

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j j j Imagem 08: Sala de Internação. Fonte: Fantin Siqueira Arquitetos, 2015.

Imagem 09: Centro Cirúrgico. Fonte: Fantin Siqueira Arquitetos, 2015.

j j j Imagem 10: Recepção do Hospital. Fonte: Fantin Siqueira Arquitetos, 2015.

Imagem 11: Iluminação natural e vegatação. Fonte: Fantin Siqueira Arquitetos, 2015.

A fachada lateral apresenta janelões de vidro com o intuito de conectar o ambiente externo com o interno e gerar iluminação natural nos ambientes. Já no espaço interior do hospital foi utilizado materiais de fácil manutenção, limpeza do local e de cores claras que dão o aspecto de um ambiente maior. O aço, drywall, vidro, madeira e cerâmica são os materiais predominantes do edifício. Em relação a sustentabilidade do hospital, para economizar na água e energia foi criado no subsolo do

edifício cisternas para a captar de águas pluviais e painel solar fotovoltaico para gerar energia elétrica. Dessa forma, os conceitos do Hospital Veterinário Santa Catarina que foram tomados como referência para a Clínica Veterinária Pública junto com o Abrigo para animais abandonados em questão é, sobretudo, a implantação do estabelecimento, mostrando como a disposição dos ambientes foi pensada para melhor organizar os uxos gerando 66

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facilidade e conforto para o seu público, a iluminação natural nos espaços que colabora para a economia de energia no local, a sustentabilidade usada nos sistemas técnicos e alguns dos materiais utilizados. Outros aspectos interessantes do projeto são as cores claras utilizadas e a vegetação pensada no interior do edifício, que traz leveza e tranquilidade para o ambiente.

(imagem 12). Com o objetivo de expor os animais para serem adotados, a disposição dos setores se deu pelo uxo operacional desejado para que assim a população seja atraída até o local (ARCHDAILY, 2012).

4.2. PROJETOS INTERNACIONAIS 4.2.1. PALM SPRINGS ANIMAL CARE FACILITY

Imagem 12: Fachada Principal do Edifício Palm Springs Animal Care Facility. Fonte: Archdaily, 2012

O Palm Springs Animal Care Facility é um abrigo municipal de admissão aberta, que representa uma parceria pública / privada única entre a cidade de Palm Springs, localizada na Califórnia, Estados Unidos e os Amigos do Abrigo (comunidade). O projeto foi realizado pelo escritório Swatt/Miers Arcchitects, inaugurado no ano de 2012 e apresenta um espaço com capacidade para abrigar 154 gatos e 91 cachorros (SITE DO PALM SPRING ANIMAL SHELTER). A edicação, totalmente térrea, possui 21.000 m² de área construída, localizado em um terreno de três hectares. É dividida em três grandes setores e 12 subsetores, com três entradas para o público, o Lobby Principal de Adoção Pública, o Lobby de Admissão e o Centro de Educação, situados na fachada principal do edifício e uma entrada para os funcionários, aos fundos do estacionamento

Os grandes setores do projeto são os canis, gatis, animais de pequeno porte e a área de suporte. O canil está localizado no centro da edicação, abrigando os cachorros em baias, preferencialmente de maneira individual (imagem 14), onde um corredor de jardim, que possui pequenas áreas de convivência ao ar livre para os cães, faz a separação interna/externa. Para os gatos também são disponíveis formas individuais para abriga-los e possuem salas de convívio com janelas de vidro dispostas de um jeito dinâmico com vista para a frente de onde o edifício está localizado, servindo como uma grande vitrine para atrair o público (imagem 16). No setor de suporte é situada a área administrativa, clínica veterinária, sala de aula, área de resgate a animais perdidos, entrega de animais abandonados e perdidos e serviço. 67


j j j j j j ÁREAS DE SUPORTE Adoção pública / Retirada Área de Rendição Área clinica medica Sala de aula Administração/sala de descanso/ banheiro/ armários Animal e áreas de apoio

CACHORROS Isolamento Reserva Adoção

GATOS Isolamento Reserva de gatos e animais pequenos Adoção de gatos e animais pequenos

FLUXO OPERACIONAL DE HUMANOS E ANIMAIS Adoção pelo público Recebimento pelo público Acesso a classe fora Recebimento por meio de de horas carrocinha

Imagem 13: Implantação do Palm Spring Animal Shelter. Fonte: Archdaily, 2012

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j animal e à importância primordial da conservação da água no deserto, e a estrutura e o sistema elétrico foram projetados para suportar futuras instalações fotovoltaicas. Outro ponto também são os materiais e os sistemas de construção, onde foram utilizados sistema de estaca de aço e viga, concreto nos blocos das áreas internas públicas, os pisos e paredes onde cam os animais são de resina epóxi, materiais de durabilidade a longo prazo, que servem para esses ambientes que recebem limpeza pelo menos duas vezes ao dia e são próprios ao abuso de cães que gostam de mastigar, tetos acústicos não absorventes, uma ampla caixa de aço inoxidável e outros dispositivos de proteção, telhado da Aon com rodas de recuperação de calor para áreas animais e médicas, e toda a água de limpeza e irrigação que é fornecida por “água reciclada” da estação de tratamento de esgoto adjacente (ARCHDAILY, 2012).

j j j j Imagem 14: Área de adoção dos cachorros e de convivência dos mesmos. Fonte: Archdaily, 2012

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Os pontos notáveis e que chamam a atenção no projeto são: o orçamento, captação de recursos e expansão futura, que foi resultado de uma parceria público / privada entre a cidade e os amigos, trazendo uma mudança no clima político, o que tornou o projeto como uma prioridade da comunidade, depois foi sendo concluído e a população começou a enxergar o produto nal, com isso a captação de recursos aumentou e outras comodidades internas, como equipamentos, foram sendo adicionadas. A construção ecológica, mesmo devido às restrições orçamentárias que o projeto teve, ainda assim foi alcançado a estratégia de construção verde para o local, onde foi investido em um sistema de reciclagem de água devido à extensa quantidade de limpeza de habitat

Imagem 15: Recepção Principal. Fonte: Archdaily, 2012

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sistema de reciclagem da água utilizada na limpeza dos alojamentos e na irrigação das plantas também são pontos importantes para o planejamento do trabalho nal do abrigo e clínica veterinária.

4.2.2. SOUTH LOS ANGELES ANIMAL CARE & COMMUNITY CENTER

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Ficha Técnica Arquiteta: Rania Alomar Projeto Arquitetura: RA-DA

Imagem 16: Vitrines de vidros do local dos gatos Fonte: Archdaily, 2012

Localização: Los Angeles, Califórnia

O Palm Springs Animal Care Facility é um projeto que vai ser utilizado como referência para a construção do programa de necessidades do projeto com tema de abrigo para cães e gatos junto com uma clínica pública veterinária, pois apresenta atendimento diferenciado a cada espécie animal. O setor de abrigo de cada espécie, que é separado e traz mais agilidade na hora do atendimento, a maneira como as áreas verdes foram trabalhadas dentro do centro público, favorecendo a ventilação natural de algumas áreas da implantação e a iluminação natural, a ligação dos ambientes interno com o externo, os sistemas e materiais construtivos utilizados, a acessibilidade, por ser totalmente térreo, o uxograma e as circulações, que foram respeitadas e atendem todas as áreas, como um corredor na parte central para que a população chegasse mais perto dos animais a serem escolhidos, a sustentabilidade, com ênfase ao

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Ano do projeto: 2013 Um dos projetos escolhidos para estudo de referência foi o South Los Angeles Animal Care Center & Community Center, projetado pela arquiteta inglesa Rania Alomar, proprietária do escritório RA-DA. O abrigo está localizado no centro de uma área industrial da zona sul de Los Angeles, predominantemente residencial e próxima a grandes vias da cidade, portanto, um bairro de grande circulação de pessoas, onde foi inaugurado no ano de 2013, sendo um ambiente acolhedor, de grande destaque para a cidade e importante na área da arquitetura, pois trabalha com espaços que foram pensados e voltados para os animais com o objetivo nal do projeto de diminuir a eutanásia e promover as adoções dos bichos.

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j A ideia da criação do projeto do abrigo era de ser um lar temporário para os animais, oferecendo-lhe conforto, e que o edifício construído servisse como um cartão de visitas para a cidade, sendo assim, um ambiente convidativo para a população local, a qual seria chamada para conhecer e com isso teria a vontade de adotar um animal. A implantação do edifício foi realizada de uma maneira estratégica, buscando como principal objetivo a acessibilidade, funcionalidade e visibilidade do ambiente como todo. Com a fachada distinta e cores que chamam a atenção, bastante arborizada e com plantas que proporcionam um descanso e calmaria à comunidade, o abrigo traz alegria e convida todos a usufruírem do ambiente.

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Imagem 17: Interior do South Los Angeles Animal Care Center & Community Center. Fonte: Architizer, 2013.

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Imagem 18: Fachada do South Los Angeles Animal Care Center & Community Center. Fonte: Architizer, 2013.

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j j j j j j Imagem19: Planta baixa do South Los Angeles Animal Care Center & Community Center. Fonte: Archdaily, 2013

A edicação de 2.230m² foi separada em duas partes, ligadas por uma galeria central de livre acesso ao público que faz conexão do estacionamento com a área dos canis, medindo aproximadamente 325m². Ao passar por esta área, o visitante consegue visualizar uma boa parte do edifício como os pequenos cômodos de animais, os quartos e viveiros dos gatos, a parte da enfermaria e os canis, fazendo que os animais disponíveis para a adoção quem expostos. Através da planta baixa (Imagem 19) épossível perceber como a divisão para o abrigo

foi aplicada, com o intuito de atrair a população para adentrar áreas cada vez mais internas para assim conhecer melhor todo o prédio e o que, realmente, um abrigo com uma boa estrutura oferece. O Boulevard Principal, implantado no extremo sul com uma área de parque bastante ampla e arborizada para acomodar um grupo de pessoas que visitam o local por seus aspectos educacionais é considerado como uma verdadeira galeria, onde os blocos de canis cam ao ar livre e foram colocados em posições 72

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diferentes (Imagens 20 e 21), os quais estão de frente para paredes revestidas de vegetação ou miniparques paisagísticos, para poder fazer uma barreira visual entre os animais e assim evitar níveis de ruído e atritos entre eles. As ruas que estão entre os canis são alinhadas com árvores para trazer conforto e sombra para todos que habitam no ambiente. Assim, os visitantes são incentivados a passarem mais tempo no jardim do canil, pois o conforto e o bem-estar são garantidos nesse espaço, fazendo que o público interaja melhor com os bichos e pensem a respeito da adoção.

O projeto conseguiu ter todas as disposições necessárias aplicadas para conseguir a certicação LEED Silver, que é recebido quando as construções são sustentáveis. A iluminação natural por meio de janelas e claraboias nos telhados que são de estruturas metálicas (Imagem 22), foi uma ajuda na regularização da iluminação, a galeria principal, a qual é um espaço externo e cheio de vegetação, colabora com a qualidade ambiental e com o controle da temperatura, tendo a o ar condicionado do edifício diminuído, os materiais reciclados tanto na área interna como na área externa e os painéis solares são exemplos que mostram como o projeto foi pensado para ser sustentável.

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Imagem 20: Área dos canis Fonte: Archdaily, 2013

Imagem 22: Área de atendimento ao cliente do South Los Angeles Animal Care Center & Community Center Fonte: Archdaily, 2013

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Dessa forma, em relação ao projeto South Los Angeles Animal Care & Community Center, pode-se tornar alguns pontos como referência para o projeto do abrigo para animais abandonados junto com a clínica veterinária pública. Entre eles, a parte da implantação onde estão os canis, que na verdade é um grande

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Imagem 21: Áreas dos canis e vegetação Fonte: Archdaily, 2013

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boulevart preenchido com vegetações e pequenas ruas separando os ambientes dos cães, trazendo conforto tanto aos animais quanto aos visitantes que usufruem do local e são chamados a se relacionarem com os bichos, a iluminação natural através de janelas para garantir a redução de energia nos ambientes internos, o uso de materiais recicláveis e que favorecem o projeto, e a acessibilidade e visibilidade do edifício como o todo.

área total de 503m². No pavimento térreo, com uma área de 150m², inclui áreas de recepção, secretariado e espera separadas para cães e gatos, quatro salas de exames acessadas diretamente da área de espera, dormitórios e consultório para o veterinário de plantão utilizar após o expediente, banheiros e armário de limpeza (Imagem 25). No subsolo, com uma área de 180m² inclui o setor cirúrgico com salas para preparação, esterilização, endoscopia e cirurgia, sala de radiologia, setor de hospitalização com enfermarias separadas para cães e gatos, salas de armazenamento e salas eletromecânicas (Imagem 24). No primeiro pavimento, com 118m² inclui os consultórios veterinários, microbiologia e laboratório bioquímico, biblioteca e sala de conferência/reunião, vestiários dos funcionários, banheiro, cozinha americana dos funcionários, áreas de descanso externas abertas e protegidas (Imagem 26). No segundo andar, com 55m², é localizada uma sala de eventos e seminários para 45 pessoas além de 30m² de área externa (Imagem 27).

4.2.3. VETERINARY CLINIC IN AGHIA PARASKEVI Ficha Técnica Empresa responsável: AKKM Tipo de projeto: Governo + Saúde Localização: Atenas, Grécia Ano do projeto: 2015 A Clínica Veterinária Plakentia está localizada em uma densa área residencial urbana, perto de uma rodovia e estação de metrô na cidade de Atenas, na Grécia. O projeto foi realizado pela empresa AKKM e foi inaugurado em 2015. O edifício apresenta uma função característica e de forma simples, pois disponibiliza quase todas as instalações de um pequeno hospital que recebe animais de estimação como pacientes e seus donos como clientes. Outro ponto importante é que o método de construção, manutenção e a limpeza foram preservados em custos baixos (ARCHTIZER, 2015). O terreno onde está implantado o edifício tem 483m² e suas instalações cobrem uma

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Imagem 23: Fachada Principal do edifício Veterinay Clinic in Aghia Praskavi. Fonte: Architizer,2015.

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Imagem 24: Planta baixa do subsolo do edifício. Fonte: Architizer, 2015

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Imagem 25: Planta baixa térreo do edifício. Fonte: Architizer, 2015

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j j j j Imagem 26: Planta baixa do primeiro pavimento do edifĂ­cio Fonte: Architizer, 2015

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Imagem 27: Planta baixa do segundo pavimento do edifĂ­cio Fonte: Architizer, 2015

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A técnica de construção do edifício mostra a utilização de concreto compacto, o uso de uma estrutura de aço que suporta lajes compostas, painéis metálicos com dupla face, materiais de absorção e isolamento acústico nas alas dos animais que cam no porão, o suprimento de ar fresco tratado em excesso para manter a pressão positiva do ar em todas as salas críticas do porão (setor cirúrgico, enfermarias, etc.), os pisos externos têm grandes portas de correr de vidro, tratado com baixo teor de cobre, os quais esses materiais praticamente eliminam as necessidades de manutenção da carcaça, a iluminação natural entra pelos vãos de vidro e devido ao clima ameno, são criadas áreas externas. Os sistemas VRF são usados para arcondicionado para minimizar o consumo elétrico junto com coletores solares para a produção de água quente. Mesmo com o custo baixo para a realização da construção do projeto, foi alcançado uma boa e adequada estrutura com todos as disposições necessárias para uma clínica hospitalar voltada para os animais, e após o edifício completar seu ciclo de vida, a maioria dos materiais utilizados podem ser reciclados (ARCHTIZER, 2015).

Imagem 29: Fachada lateral do edifício. Fonte: Architizer, 2015

Uma das medidas construtivas relevantes a serem utilizadas no projeto de abrigo para animais abandonados junto com a clínica veterinária pública são os materiais utilizados como concreto e aço, o uxograma bem elaborado, mesmo com um terreno de área pequena foi solucionado e bem dividido, as áreas externas para convivência, a acessibilidade, visando a rampa e escada logo na entrada principal do edifício e os sistemas sustentáveis. A Clínica Veterinária Plakentia também será um projeto de referência para a construção do programa de necessidades do setor hospitalar da clínica veterinária pública do projeto nal de conclusão de curso.

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Imagem 28: Recepção do edifício. Fonte: Architizer, 2015

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REFERENCIAL TÉCNICO


5.1. LOCALIZAÇÃO E TERRENO

9.500m² (Mapa 06), apresenta três acessos, pela Rua Araripe Prata, Rua Guilherme Perdigão, as duas denidas como via local e pela Travessa Guilherme Perdigão. Por meio de estudos realizados foi levado em consideração para a escolha do local selecionado o fato da região ser uma das que mais se encontra animais em situação de abandono, que carece de abrigo para animais ou organização não governamental e mesmo sendo próximo do Hospital Veterinário da UECE, ainda é perceptível que o raio de abrangência entre esse equipamento de saúde com o deste projeto é superior a 2.200m, demonstrando assim a necessidade desse tipo de estabelecimento na região, pois a distância mínima preconizada entre dois pontos desse tipo de empreendimento é superior a 800m. Também foi levado em consideração a sua localização, por se tratar de um equipamento público de interesse da sociedade, que merece visibilidade e de fácil acesso, foi levado em respeito por ser próximo à lagoa da Parangaba, onde se encontra vários animais abandonados pelo entorno e ao Terminal de ônibus da Lagoa, o que facilita a chegada da população até o edifício; O tamanho do terreno, que é necessário um espaço grande para a sua implantação, pois além da edicação da clínica o projeto também apresenta uma área voltada para os animais que serão adotados; O relevo, por possuir apenas um desnível suave, de quase 1m no fundo do terreno, o que facilita para deixar todo o espaço plano sem gastar tanto, e a vegetação rasteira, com poucas árvores, evitando assim o

A cidade designada para a implantação do Abrigo para animais abandonados, especialmente cães e gatos, junto com uma Clínica Veterinária Pública foi Fortaleza, que está localizada no estado do Ceará, na região Nordeste do Brasil. Foi desenvolvida às margens do Riacho Pajeú e é a cidade nordestina com a maior área de inuência regional, possuindo a terceira maior rede urbanado País em população, atrás apenas das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. A escolha da cidade se deu a partir da vivência direta no local, tendo conhecimento sobre diversos problemas diários em relação a grande abundância de cães e gatos abandonados pelas ruas ou mantidos em locais sem alimentação, sem nenhum cuidado ou sofrendo maus-tratos. Outro ponto é sobre o entendimento da situação atual do atendimento público veterinário e as diculdades que as instituições de proteção animal enfrentam. Com isso, foi visto a necessidade de um local que tenha disposições adequadas para acolher os animais e oferecer todos os cuidados necessários que eles precisam. Dessa maneira, o terreno escolhido para implantação do projeto ca localizado no bairro da Parangaba, na Regional V da cidade de Fortaleza, limitando-se com os seguintes bairros: Itaoca, Serrinha, Itaperi, Maraponga, Vila Peri, Bonsucesso, Jóquei Clube e Demócrito Rocha. O terreno com área equivalente a 80

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j j

desmatamento no momento da realização do projeto. Atualmente, de acordo com o Google Earth, um lado do lote se encontra murado e os outros dois lados não possuem nenhuma barreira, podendo enxergar como se encontra o local.

Terreno

Hospital Veterinário da UECE

j j j

Imagem 30: Perspectiva do terreno que será implantado o projeto. Fonte: Google Earth.

Mapa 06: Mapa de análise da localização do terreno e os equipamentos Fonte: My Maps/Elaboração Própria.

N

j j j j PARANGABA

FORTALEZA

j

Mapa 05: Mapa do Ceará demarcando a cidade de Fortaleza/ Mapa de Fortaleza marcando o bairro Parangaba. Fonte: Elaboração própria.

81


5.2. CONTEXTUALIZAÇÃO DA ÁREA Parangaba é um bairro e sede de distrito da cidade de Fortaleza. Antigamente, era município do Ceará, mas com o passar do tempo a população foi aumentando, o transporte foi sendo melhorado na parte da tecnologia e com isso se tornou parte permanente da cidade de Fortaleza, ou seja, um distrito, e posteriormente virou um bairro, onde se encontra a Lagoa da Parangaba, a maior em volume de água da cidade, que faz parte da baía do rio Maranguapinho. (FORTALEZA NOBRE, 2010). Considerada por ter um dos mais antigos povoados do Ceará, é signo do desdobramento histórico cearense, a qual era uma antiga aldeia indígena que foi catequizada pelos jesuítas da Companhia de Jesus. Conhecida também pelos nomes de Porangaba e Vila Nova de Arronches, é um lugar de muita beleza, com equipamentos públicos, escolas, ginásios, hospitais, mercado municipal, supermercados, grandes empresas, um bairro bastante residencial e uma estação de trem que atualmente é uma estação do metrô de Fortaleza. O marco principal do bairro é a lagoa, a qual o seu entorno recebeu uma obra de requalicação, no nal do ano de 2019, onde novas calçadas e cliclofaixas com piso intertravado foram construídas, campo de futebol, pista de skate e cooper, pracinhas, quadras de esporte, quiosques de alimentação junto com uma área de convivência e banheiros foram implantadas no local, recebendo também um novo paisagismo e plantio de jardins e

Imagem 31: Perspectiva do terreno que será implantado o projeto. Fonte: Google Earth.

Imagem 32: Acesso ao terreno pela Rua Guilherme Perdigão. Fonte: Google Earth.

Imagem 33: Acesso, atualmente murado, ao terreno pela Rua Araripe Prata. Fonte: Google Earth.

82

j j j j j j j j j j


j j j j j j j

árvores. É frequentada por um público diverso, sendo eles pescadores e pessoas que procuram por lazer e conforto. O bairro também é lembrado pela famosa feira, conhecida como feira dos Pássaros, que acontece na Rua Pedro Muniz todos os domingos. (PREFEITURA DE FORTALEZA, 2020). Visto que, de acordo com os estudos voltados para o tema do projeto e analisando as regionais da cidade de Fortaleza que oferecem equipamentos de saúde e abrigos para animais, foi observado que na Parangaba, bairro escolhido para a implantação da Clínica Veterinária Pública e Abrigo Animal, mesmo possuindo diversos estabelecimentos públicos, ainda há carência de um que seja voltado para a saúde e o bem-estar dos bichos. Assim, com a intenção de amenizar os problemas do abandono e garantir qualidade de vida dos cachorros e gatos da cidade será implantada uma estrutura que ofereça todas as disposições necessárias para o correto acolhimento desses animais.

em grande quantidade, entre outros. Alguns serviços de grande escala encontrado bem próximo ao terreno e que são conhecidos é o terminal de ônibus da Parangaba, que recebe grande quantidade de pessoas o tempo todo e a feira dos Pássaros, a qual ca próxima à Lagoa. Ademais, também vale ressaltar a tipologia institucional, que é de pequena escala no entorno, sendo uma delas encontrada na mesma quadra que se encontra o terreno de implantação do projeto e é bastante conhecida na cidade, uma das sedes da Comunidade Católica Shalom. As outras duas mais próximas ao terreno é uma escola particular e o Abrigo Tia Júlia, uma instituição que ampara crianças abandonadas e recebe apoio da Secretaria do Trabalho e do Desenvolvimento Social do Governo do Estado. Como já foi analisado e mencionado anteriormente, há carência de abrigos animais e serviços de saúde voltado aos mesmos na localização escolhida, de maneira a motivar a instalação desses equipamentos na região em questão. Além disso, como é visto no mapa abaixo também é notória a ausência de mais espaços livres públicos no entorno para os moradores e quase inexistência de equipamentos urbanos nos espaços já existentes. Sendo assim, é importante a proposta de uma área livre junto ao abrigo para animais e da clínica veterinária, para que o público possa ter proveito e troca de experiências, aumentando o senso de pertencimento e trazendo maior segurança ao local.

5.2.1. USO DO SOLO

j j j

Ao analisar o Mapa 07, pode-se perceber a predominância do uso residencial no entorno do terreno de implantação do projeto. A tipologia comercial e de serviços também possuem um caráter de alcance em grande escala, onde foi analisado estruturas de comércios e prestadoras de serviços, em sua maioria, de pequeno e médio porte, como mercadinhos, lojas de roupas, lanchonetes, restaurantes, borracharias 83


Feira da Parangaba

N

Terminal da Parangaba

j j

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igão

erme Perd

Rua Guilh

Terreno Residencial Institucional Serviço Comercial Espaços Livres 0m Vazios Urbanos Lagoa da Parangaba Terminal da Parangaba

j j 50m

200m

500m

j Mapa 07: Mapa de Uso do Solo. Fonte: Elaboração Própria.

84

j


j 5.2.2. GABARITO DO ENTORNO

j j

vericadas, através do Google Earth, são de alvenaria de tijolo rebocado, coberta em telha colonial, decorrentes do uso e da ocupação desordenada, na qual sofrem, diversas vezes, por modicações ao longo do tempo. É evidente a falta de estrutura básica em muitas áreas encontradas no raio escolhido, principalmente, as que estão à leste do terreno.

Ao analisar o Mapa 08, é importante ressaltar que o padrão construtivo do raio onde o projeto será implantado, é preenchido, em sua maioria, por edicações térrea (1 pavimento) e de dois pavimentos, sendo poucas as de três pavimentos ou mais. As edicações encontradas próximo à Lagoa da Parangaba, ao serem

j j j j j Imagem 34: Residências localizadas no entorno da Lagoa da Parangaba Fonte: Google Earth.

j j 85


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ão

j

igão

erme Perd

Rua Guilh

Terreno 1 Pavimento 2 Pavimentos 3 Pavimentos 4 Pavimentos ou mais Espaço Livre Vazio Urbano Lagoa da Parangaba

j j 0m

50m

200m

500m

j Mapa 07: Mapa de Gabarito Entorno do Terreno. Fonte: Elaboração Própria.

86

j


j 5.2.3. CLASSIFICAÇÃO VIÁRIA

j j j

mobilidade localizada no entorno se dá por meio de transporte público, onde é possível enxergar os pontos marcados no mapa abaixo, notando o fácil acesso até o local do terreno, e transportes privados, sendo motorizados ou não motorizados, encontrando infraestrutura cicloviárias fora da área de abrangência analisada, tornando-se um pouco distante até o local que o projeto será aplicado. O terreno possui três acessos, localizado na Rua Araripe Prata, Rua Guilherme Perdigão, as duas denidas como vias locais e pela Travessa Guilherme Perdigão.

Pelo motivo do equipamento a ser implantado ser um estabelecimento voltado para a saúde pública e bem-estar dos animais da cidade de Fortaleza, é preciso analisar a classicação viária do entorno do terreno de maneira a assegurar a acessibilidade da população até o novo edifício. A malha viária do bairro em questão (Mapa 09) é estruturada porvias arteriais, coletoras, locais e travessas, onde uma delas é de acesso direto ao terreno escolhido para implantação. Além disso, a

j j j j j j

Imagem 35: Terminal da Parangaba. Fonte: Diário Do Nordeste.

87


N

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j

igão

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Rua Guilh

j

Terreno Via Arterial Via Coletora Via Local Travessa Pontos de Ônibus

j 0m

50m

200m

500m

j Mapa 09: Mapa de Classicação Viária Entorno do terreno. Fonte: Elaboração Própria.

88

j


j 5.2.4. CONDICIONANTES FÍSICOS E AMBIENTAIS

j j j

acesso à Rua Araripe Prata é a mais privilegiada em relação aos raios solares e a ventilação natural. Mesmo as outras duas fachadas de acesso não sendo tão priorizadas, elas têm um ponto positivo, pois os lotes vizinhos possuem uma boa arborização, favorecendo o esfriamento do calor para ambos os lados. Dessa maneira, uma boa parte do edifício implantado poderá receber a ventilação natural e a incidência solar mais agradável, pois será planejado de uma maneira que traga o maior conforto possível para todos os ambientes.

O estudo das condições físico-ambientais do local o qual o projeto será implantado é de máxima importância para denição da arquitetura do estabelecimento escolhido. De acordo com os dados da plataforma nacional que soluciona projetos ecientes, chamada Projeteee, a ventilação predominante, durante todo o ano, na cidade de Fortaleza, é do Leste. Ademais, devido a orientação da incidência solar, pode-se perceber que a fachada com

N

j

N

j

20%

j j

0m

j

E

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Terreno Nascente Poente

Ventos Acessos

50m

SE

0-2 m/s 2-4 m/s 4-6 m/s

200m

Mapa 10: Mapa das Condicionantes Físico – Ambientais do terreno. Fonte: Elaboração Própria.

S

Imagem 36: Gráco Rosa dos Ventos. Fonte: Projeteee.

89

NE

0%

O

j

frequência (%)

NO


5.2.5. LEGISLAÇÃO URBANA

classicação das atividades por grupo e subgrupo, o projeto de hospital veterinário ainda não possui o número de vagas determinadas (Tabela 04).

Segundo a Lei de Parcelamento e Uso e Ocupação do Solo da Cidade de Fortaleza, (LEI COMPLEMENTAR N° 236, DE 11 DE AGOSTO DE 2017), a área de intervenção compreende a Zona de Requalicação Urbana 1 (ZRU1) (Tabela 03) cujo é caracterizada pela insuciência ou precariedade da infraestrutura e dos serviços urbanos, tendo assim, o objetivo de ampliar e conservar espaços de uso coletivo, equipamentos públicos, áreas verdes, espaços livres voltados à inclusão para o lazer, trabalho, esporte e cultura.

Classicação das Atividades por Grupo e Subgrupo

Taxa de ocupação (%)

Código

Índice de aproveitamento

Atividade

85.20.02

j

Hospital Veterinário

Classe SS

Porte (m²)

Nº mínimo de vagas de estacionamento

SPE

Qualquer

Objeto de Estudo

Tabela 04: Classicação de Atividades por Grupo e Subgrupo. Fonte: Elaboração própria com base nos dados da LUOS de Fortaleza/2017.

30 60 60 2,0 0,2 2,0

Solo Subsolo Básico Mínimo Máximo

Fator de planejamento (Fp)

-

Altura máxima da edicação (m)

48

Dimensões mínimas do lote

5,00 Testada (m) Profundidade (m) 25,00 Área mínima (m²) 125,00

j

Grupo: Serviços - Subgrupo: Saúde - SS

Parâmetros Urbanísticos da ZRU1 Taxa de permabilidade (%)

j

O terreno escolhido para a implantação do projeto está localizado nas Rua Araripe Prata, Rua Guilherme Perdigão e Rua Cuiabá, todas classicadas como via local (Tabela 05), segundo a LUOS de Fortaleza de 2017.

j j j

Normas de Adequação dos Usos ao Sistema Viário Grupo: Serviços - Subgrupo: Saúde - SS

j

Via Local Classe Uso

Tabela 03: Índices Urbanísticos da ZRU1. Fonte: Elaboração própria com base nos dados da PDP de Fortaleza/2017.

5PE

Recuos FT

LT

FD

Será objeto de estudo

Tabela 05: Classicação das Vias – Via Local. Fonte: Elaboração própria com base nos dados da LUOS de Fortaleza/2017.

De acordo com a Lei de Uso e Ocupação dos Solos do Município de Fortaleza de 2017, a Clínica Veterinária Pública está inserida no grupo de serviço e no subgrupo de saúde por ter ambientes hospitalares veterinários, além do abrigo para cães e gatos. Conforme a

Depois de analisar as tabelas da classicação de atividades por grupo e subgrupo, da classicação das vias em que o terreno está localizado e por compreender do 90

j j j


j j

porte do projeto, os recuos ainda serão objeto de estudo, levando isso em consideração, será adotado para todos os recuos o valor máximo estabelecido na LUOS de 2017, que é de 10m.

j

5.3. CONCEITO DO PROJETO

j j j j j j j

especíco. Outro ponto do conceito do projeto é a integração do interno com o externo, trazendo a união e a ligação entre os ambientes. Não só a parte do canil e gatil, mas o projeto como todo, proporcionando a criação de espaços que sejam aconchegantes, confortáveis e bem iluminados.

O projeto do abrigo para animais abandonados junto a uma clínica veterinária pública é uma proposta para o município da cidade de Fortaleza com implantação no bairro Parangaba, localizado na Regional V. A área total construída do projeto será de 3.083,10m² e sua estrutura foi pensada para trazer as soluções para os problemas gerados pelos animais que são desamparados, em vista da saúde pública e do animal, sendo assim, o programa de necessidades foi organizado para atender diversos tipos de atendimentos e realizar exames, consultas na área da clínica veterinária pública, e no bem estar e conforto no abrigo animal. O propósito da criação de um espaço com o tema em questão é mostrar a importância que os animais têm na sociedade, que eles precisam de uma atenção e um cuidado maior por parte da população. A ideia é fazer que os bichos que foram abandonados e passaram por tantas situações de maus tratos e risco possam ser acolhidos em um lugar confortável, tranquilo, que traga alegria, proporcione as necessidades que um ser vivo precisa para ter o seu bem estar e sua saúde garantido, pois a clínica que será implantada oferecerá total atendimento para todos os pacientes que precisam de tratamento

5.4. DIRETRIZES PROJETUAIS Os princípios fundamentais para a realização do projeto arquitetônico bem como estabelecem o funcionamento do edifício são as diretrizes projetuais, a m de planejar e organizar a infraestrutura e o serviço que é oferecido, da maneira mais inclusiva possível. Dessa forma, tendo como base os conceitos que foram estudados anteriormente e de acordo com a análise dos projetos de referência pode se determinar algumas diretrizes essenciais para a execução do projeto do Abrigo para animais abandonados junto com a Clínica Veterinária Pública, listadas nos seguintes parâmetros: Ergonomia e Desenho Universal, Conforto Ambiental e Sustentabilidade; Humanização dos Ambientes.

91


ERGONOMIA E DESENHO UNIVERSAL AÇÕES Projetar os ambientes sendo universalmente acessíveis, que gerem segurança e sejam Têm como objetivo adaptados, especialmente para portadores de necessidades especiais. suprir e adaptar os Em casos de o edifício ser verticalizado, fazer uso de rampas e elevadores com o espaços ás propósito de promover a acessibilidade. necessidades e Utilizar a sinalização em Braile, pisos táteis e mapas em relevo para orientação de condições do ser decientes visuais. humano, garantindo a Distinguir todos os acessos, para veículos não-motorizados, veículos motorizados segurança e o bem particulares, veículos de carga e descarga e pedestre. estar A m de promover o conforto do usuário, planejar ambientes com circulações e uxos denidos gerando facilidade no local.

j j j

ERGONOMIA E DESENHO UNIVERSAL AÇÕES

Têm como nalidade proporcionar espaços com boas condições acústicas, visuais, psicológicas, de qualidade, que propiciem o bem-estar ambiental de seus usuários de forma a atingir mínimamente o meio ambiente

Projetar o edifício com materiais sustentáveis e com baixa manutenção para que assim não cause danos ao meio ambiente. Conceber ambientes com aberturas e/ou áreas de transparência para promover a entrada de iluminação natural. Utilização de sistemas de armazenamento de água das chuvas. Aproveitar das condicionantes climáticas do local para orientar o edifício no terreno, garantindo assim o conforto local. Utilizar o conforto acústico com materiais absorventes e barreiras sonoras a m de controlar a entrada de ruídos nos ambientes. Planejar aberturas para garantir a ventilação cruzada nos ambientes de madeira a melhorar o ar e retirar o excesso de umidade. Tendo a nalidade de diminuir a incidência da radiação solar na parte interior do edifício é importante a utilização de elementos de proteção do sol, como materiais isolantes. Acrescentar a iluminação natural com iluminação articial econômicas, como lâmpadas de led que não deixam o ambiente tão quente ou causam ofuscamento, nos lugares que mais precisam

HUMANIZAÇÃO DOS AMBIENTES AÇÕES Tem como propósito oferecer um espaço harmônico, produtivo, confortável, trazendo benefícios tanto para os animais e seus donos, quanto para os prossionais e usuários que irão utilizar o ambiente.

Garantir o conforto térmico do edifício. Projetar ambientes de convivência que sejam estimuladores. Garantir a integração do edifício com o entorno em que está inserido. Usar cores mais claras, materiais e elementos da natureza, proporcionando a harmonia visual e ambiental. Projetar cada espaço com sua funcionalidade levando em conta o bem-estar dos pacientes e todo o público que utiliza o local. Criar espaços de trabalho que possuam iluminação própria e direta, garantindo segurança e eciência na realização de tarefas. Assegurar que os blocos setorizados no edifício se conectem em uma implantação dinâmica, com paisagismo bem planejado e garantia de encontros confortáveis.

j j j j j j

Tabela 06: Diretrizes Projetuais. Fonte: Elaboração própria.

92

j


j j j j j j j j j

5.5. PROGRAMA DE NECESSIDADES O programa de necessidades do projeto em estudo foi dividido em cinco setores: O Setor Social e Recepção Principal, os quais foram pensados como uma área para atender todo o público com a função de recepcionar os visitantes e direcioná-los para o abrigo e para a clínica, possuindo também um espaço para café com uma loja que oferece vendas de produtos pets, uma praça central para os animais do abrigo e uma praça externa com equipamentos voltados para os animais e toda a população utilizar; O Setor da Clínica Veterinária, que ajuda tanto os animais que são recolhidos como outros que precisam apenas de atendimento necessário diário, possuindo as áreas de atendimento clínico, diagnóstico/laboratorial e centro cirúrgico; O Setor do Abrigo Animal, que é responsável por acolher 44 cães e 42 gatos em situação de abandono; A Administração Geral, responsável por toda a administração e

gerenciamento do edifício; e o Setor de Sustentação/Logística/Apoio Para Funcionários. A organização do programa de n e c e s s i dade s do abr i go par a an i m ai s abandonados foi realizada com base nos estudos dos projetos de referências, pesquisas de abrigos existentes na cidade de Fortaleza, os quais foram um pouco difíceis de colher informações pois os sites não apresentam tantas, os de outras cidades do Brasil e por meio da Resolução CRMV N° 1.275, de 28 de julho de 2015 que dispõe sobre normas para manutenção de cães e gatos sob condições mínimas de bem- estar, em criadouros comerciais, o qual foi possível ter uma ideia do espaço apropriado para esses bichos. Para o setor da clínica veterinária pública foi elaborado através da Resolução Nº 1.275, de 25 de junho de 2019 do Conselho Federal de Medicina Veterinária, que relata as condições obrigatórias para o funcionamento de clínicas veterinárias e também pelos projetos de referências escolhidos.

Setor Social e Recepção Principal

Atendimento Clínico

Ambiente

Qnt.

Área (m²)

Ambiente

Qnt.

Área (m²)

Recepção Geral/ Espera e Social WC Feminino WC Masculino WC PNE DML Espera Macas Café e Loja Pet

1 1 1 1 1 1 1

276m² 13m² 13m² 4.40m² 5.20m² 12.70m² 44.50m²

Sala de Triagem para cães Consultório para cães Sala de Vacinação para cães Sala de Triagem para gatos Consultório para gatos Sala de Vacinação para gatos Medicamentos

1 2 1 1 2 1 2

8.40m² 10.92m² 8.40m² 8.40m² 10.92m² 8.40m² 6.72m²

j 93


Administração Geral Ambiente Recepção Adm. Geral e Abrigo Animal Sala de Adoção WC Feminino WC Masculino WC PNE Copa DML Administração/ Coordenação Sala de Direção Arquivo Sala de RH Sala de Reunião Sala de Técnicos

Sustentação/Logística/Apoio para Funcionários

Qnt.

Área (m²)

1

20m²

2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

16.25m² 8.65m² 8.65m² 4.40m² 10m² 9m² 22.50m² 22.50² 9m² 18.50m² 21.25m² 18m²

Centro Cirúrgico Ambiente

Qnt.

Área (m²)

Área de Espera Posto de Atendimento Guarda Material e Equipamento WC Expurgo Material Esterilizado Expurgo Depósito Vestiário Feminino Vestiário Masculino Guarda de Medicamentos Preparo Médico Preparo Animal Eutanásia Recuperação Cães Recuperação Gatos Escovação Sala de Cirurgia

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2

45m² 38m² 12.50m² 14m² 12.40m² 12.40m² 12.25m² 18m² 18m² 9m² 16m² 16m² 16.75m² 19.15m² 19.15m² 12m² 28m²

Ambiente

Qnt.

Área (m²)

Recepção Serviço Vestiário Feminino Vestiário Masculino Descanso Funcionários DML Almoxarifado Central Depósito de Ração Lavanderia Farmácia Cozinha Geral Copa Unidade Refrigerada para Conservação de Animais Mortos Expurgo Esterilização de Materiais Geradores Gás Lixo Segurança e Monitoramento

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

18m² 18m² 18m² 21m² 9m² 18m² 18m² 18m² 15m² 23.40m² 15m²

1

15m²

1 1 1 1 1 1

12.40m² 12.40m² 10m² 10m² 10m² 26.50m²

j j j j j

Diagnóstico/ Laboratorial Ambiente DML Lavagem Preparo Animal Tomograa Ultrassom Diagnóstico de Exames Laboratório de Análises Clínicas Sala de Hemograma Radiologia Comando Câmara Escura

Qnt.

Área (m²)

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

9m² 16m² 20m² 20m² 16m² 20m² 20m² 15m² 16.85m² 4.42m² 4.42m²

j j j j

94

j


j Canil

j j j

Gatil

Ambiente

Qnt.

Área (m²)

Ambiente

Qnt.

Área (m²)

Baia Coletiva Masculino Baia Coletiva Feminino Solário Coletivo Masculino Solário Coletivo Feminino Baia Individual Canil Solário Individual Canil Maternidade Canil DML Depósito Banho e Tosa Depósito de Ração

3 3 3 3 6 6 2 1 1 1 1

14m² 14m² 15.05m² 15.05m² 4m² 8m² 5.75m² 4m² 4m² 18.24m² 9.60m²

Baia Coletiva Masculino Baia Coletiva Feminino Solário Coletivo Masculino Solário Coletivo Feminino Baia Individual Gatil Solário Individual Gatil Maternidade Gatil DML Depósito Banho e Tosa Depósito de Ração

2 2 2 2 8 8 2 1 1 1 1

6.30m² 6.30m² 14.18m² 14.18m² 2.25m² 5.25m² 3.53m² 4.36m² 4.36m² 16m² 9.10m²

Tabela 07: Programa de Necessidades. Fonte: Elaboração própria.

j j

5.6. FLUXOGRAMA A partir da elaboração do programa de necessidades, foi estabelecido um uxograma preliminar e a da edicação, a m de designar a ordem lógica de circulação e ligação por entre os setores no terreno proposto.

j CANIL

PRAÇA CENTRAL

ACESSO INDEPENDENTE EXTERNO

ESPAÇO PARA CAFÉ E LOJA DE PRODUTOS PET GATIL

CENTRO CIRÚRGICO

j j

SUSTENTAÇÃO/LOGÍSTICA/ APOIO PARA FUNCIONÁRIOS

ACESSO SERVIÇO

RECEPÇÃO PRINCIPAL

DIÁGNOSTICO/ LABORATÓRIO

ACESSO PRINCIPAL DE PEDESTRES

ATENDIMENTO CLÍNICO

Acesso Restrito Acesso Direto

j

SETOR ADMINISTRATIVO E ABRIGO

Imagem 37: Fluxograma. Fonte: Elaboração Própria.

95


5.7. ESTUDO DE ZONEAMENTO

estavam recebendo a maior incidência solar, porém, meios de proteção já estavam sendo pensados para esses locais. Em relação ao abrigo animal, foi implantado na área central do terreno, recebendo melhor os ventos predominantes e tendo acesso direto com todos os outros setores. (FIGURA 3) Estudo de Zoneamento 4: O último estudo privilegiou as questões de conforto ambiental, tirando proveito das condicionantes naturais do terreno e aproveitando alguns elementos pensados no estudo anterior. O bloco principal, em formato de L, abriga em todo o pavimento térreo a recepção principal, o setor de atendimento clínico, diagnóstico e laboratorial, a administração geral e o setor de serviço e o centro cirúrgico localizado no segundo pavimento. Já na área central do terreno, onde têm o privilégio de receber uma grande parte dos ventos dominantes, está localizado o canil, gatil, uma praça privativa para o uso de todos que utilizam o edifício e um espaço de atividade para os cães do abrigo. E por m, no entorno do prédio, a m de promover integração e conexão para toda a população, foi implantada uma praça com espaços voltado para o público e para os animais, uma área reservada para quando houver feira de adoção e um café com uma lojinha de produtos pets. (FIGURA 4)

Para dar início ao projeto, após a elaboração do programa de necessidades, foram realizados estudos de zoneamento entre os setores para a ocupação do terreno escolhido. Estudo de Zoneamento 1: O primeiro estudo foi pensando na implantação de blocos independentes, onde a recepção principal estava voltada para o lado nordeste do terreno, dando acesso a todos os outros blocos. Em relação a parte do abrigo, foi colocado para o lado noroeste a m de isolar os ruídos gerado pelos animais, pois essa localização apresenta um terreno vizinho o qual têm uma vegetação densa. (FIGURA 1) Estudo de Zoneamento 2: No segundo estudo, ainda com a recepção principal e o abrigo animal inseridos no mesmo local do primeiro zoneamento, foi pensado na união dos blocos partindo assim para a implantação de um único edifício e deixando a área central do terreno mais livre, para uma futura praça voltada para os animais e toda a população. (FIGURA 2) Estudo de Zoneamento 3: No terceiro estudo, depois de melhores análises e orientações do professor, foi pensado em colocar o edifício voltado para o lado sudoeste do terreno, tendo um melhor e direto acesso com o estacionamento, onde a recepção principal, o setor de serviço e alguns dos ambientes do setor de atendimento clínico

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1º Estudo

2º Estudo

3º Estudo

4º Estudo

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Recepção Principal

Administração Geral

Atend. Clínico/ Dianóstico/ Centro Cirúrgico

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Imagem 38: Zonaemento. Fonte: Elaboração própria.

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Abrigo Animal (Canil e Gatil) Sustentação/Logísitca/ Apoio para funcionários



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PROJETO


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6.1. PLANTA DE SITUAÇÃO E COBERTA O projeto Mi&AU, delimitado pelas Rua Araripe Prata, Rua Guilherme Perdigão e Travessa Guilherme Perdigão, está localizado em um terreno com área equivalente à 9.500 m2. O equipamento é composto por um grande bloco, que contempla a entrada principal do edifício, a área da clínica veterinária pública, o setor de serviço e administrativo, e 4 blocos externos, que atende toda a parte do abrigo animal. Além disso, foi implantado uma praça central no terreno e uma externa, com um espaço de café e lojinha Pet aberto à todo o público, proporcionando conforto e lazer para toda a população. Em relação a coberta do projeto, foi utilizada em todos os blocos o tipo de coberta embutida ou platibanda, pois colabora com a horizontalidade do prédio e forma fachadas de linhas retas e simples, bastante observada na arquitetura moderna. Possui beirais de 1.50 e 2 metros, e coberta com telha de alumínio trapezoidal termoacústica, formadas por camadas duplas de telhas metálicas com núcleo constituído por lã de rocha, lã de vidro, poliestireno, poliuretano ou poliisocianurato, contribuindo para o isolamento térmico e acústico. Também é composto com quatro rasgos, na coberta localizada na área do atendimento clínico, diagnóstico e administração, sendo um deles com claraboia de vidro, permitindo a entrada de luz e ventilação natural para jardins de inverno localizado no interior do edifício.

j Imagem 39: Telha Termoacústica. Fonte: isomil.com.br

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Imagem 40: Clarabóia. Fonte: isomil.com.br

01 - Acesso Principal 02 - Embarque e Desembarque 03 - Carga e Descarga 04 - Estacionamento 05 - Acesso Pedestres 06 - Praça Central 07 - Praça Externa 08 - Cafeteria e Loja 09 - Área de atividades para animais 10 - Área de atividades para animais e Espaço para feira de adoções 11 - Guarita (Serviço e Monitoramento) 100

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j j j j j j j j j Imagem 41: Planta de Situação e Coberta. Fonte: Elaboração Própria.

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6.2. PLANTA DE IMPLANTAÇÃO

Apesar de ser um equipamento hospitalar, umas das principais diretrizes projetuais foram a área externa voltada para o público animal e humano e a ligação de todo o edifício da clínica com o os blocos do abrigo animal. Além disso, a implantação benecia o passeio e o caminhar para a população que vive no entorno do terreno e para os outros visitantes que por ali passam para utilizar dos espaços de relaxamento e se divertirem com seus animais de estimação.

A implantação é um dos fatores de maior relevância do projeto, por isso, beneciou as questões de conexão com o entorno, o conforto ambiental, por meio do aproveitamento, sempre que viável, das condicionantes naturais, acessibilidade e uxos necessários do funcionamento do equipamento. A entrada de acesso principal do edifício, do setor de serviço e área dedicada ao embarque e desembarque ocorre pela Travessa Guilherme Perdigão, a qual foi alterada para uma rua local. Já o estacionamento da edicação, o qual foi implantado na lateral do terreno com a nalidade de impedir uma barreira visual para a arquitetura do prédio, acontece pela Rua Guilherme Perdigão, sendo controlado a partir de uma portaria de monitoramento e segurança. O posicionamento do edifício no terreno teve como propósito tirar maior proveito da ventilação natural e unir toda a parte da Clínica Veterinária com os blocos do abrigo animal. Com isso, foi implantado o canil e gatil no centro do terreno, pensando, primeiramente, no bem estar dos animais que são abrigados. O bloco principal também recebe os ventos predominantes, porém, o setor de serviço e cirúrgico estão voltados para o lado oeste do terreno, recebendo maior incidência de luz solar, entretanto, estão protegidos dos raios diretos com elementos de proteção, como brises e cobogós.

Área total do terreno

9.500m²

Área Construída Pav. Térreo

2584,80m²

Área Construída Pav. Superior

498,30m²

Área Total Construída

3.083,10m²

Área de Jardim

3.125,12m²

Taxa de Permeabilidade

31%

Taxa de Ocupação

34%

Índice de Aproveitamento

0,44

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Recepção Principal/Social

Diagnóstico/Laboratorial

Sustentação/Logística/Apoio Funcionários

Canil

ADM Geral Atendimento Clínico

Gatil

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j j j j j j j j j Imagem 42: Planta de Implantação. Fonte: Elaboração Própria.

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6.3. PLANTA BAIXA TÉRREO

09 - Vestiário Masculino 09 10 - Descanso Funcionários 10 11 11 - DML 12 12 - Almoxarifado Central 13 13 - Depósito de Ração 14 14 - Lavanderia 15 15 - Farmácia 16 16 - Cozinha Geral 17 17 - Copa 18 18 - Unidade Refrigerada para Conservação de

Na planta baixa térreo existe o bloco principal, o qual o acesso acontece a partir do embarque e desembarque localizado na Travessa Guilherme Perdigão, onde o visitante ao chegar na edicação se encontra com uma grande área de recepção e espera central, com um pé direito duplo, e é introduzido aos setores de atendimento clínico, diagnóstico/ laboratorial, administrativo, setor de serviço, restrito somente aos funcionários, e setor de centro cirúrgico, situado no pavimento superior. Todos esses setores têm conexão com a praça central, onde encontra-se as baías e solários do canil e gatil, ambientes de banho e tosa para os animais que estão no abrigo animal, depósitos de ração e material, um espaço de lazer voltado para os bichos e um café com lojinha PET, que é aberto à todo o público, possuindo um sistema de apoio para melhor atender os clientes em diversos horários. O bloco principal possui aberturas na coberta para jardins internos, permitindo a entrada de ventilação e iluminação natural em muitos ambientes. O corredor que leva até o setor de administração geral possui uma grande abertura preenchida com cobogós, permitindo assim, a visão do interior da clínica veterinária para a praça central externa, onde os animais cam abrigados e têm uma ampla área de lazer e conforto.

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Animais Mortos

19 - Expurgo 19 20 - Esterilização de Materiais 20 21 - Circulação 21 22 - Sala de Triagem 22 23 - Consultório para Gatos 01 23 24 - Consultórios para Gatos 02 24 25 - Sala de Vacinação 25 26 - Almoxarifado de Materiais 26 27 - Sala de Triagem 27 28 - Consultório para Cães 01 28 29 29 - Consultórios para Cães 02 30 30 - Sala de Vacinação 31 31 - Sala de Medicamentos 32 32 - DML 33 33 - Lavagem 34 34 - Preparo Animal 35 35 - Tomograa 36 36 - Ultrassom 37 37 - Diagnóstico de Exames 38 38 - Laboratório de Análises Clínicas 39 39 - Sala de Hemograma 40 40 - Radiologia/ Comando/ Câmara Escura 41 41 - Recepção Adm. Geral e Abrigo 42 42 - Sala de Adoção 01 43 43 - Sala de Adoção 02 44 44 - Administração/ Coordenação 45 45 - Sala de Direção 46 46 - Arquivo 47 47 - Sala de RH 48 48 - Sala de Reunião 49 49 - Sala de Técnicos 50 50 - Copa 51 51 - DML 52 52 - Arquivo 53 53 - WC Feminino 54 54 - WC Masculino 55 55 - WC PNE 56 56 - Área Canil/ Banho e Tosa/ Depósito de

01 - Recepção Geral / Espera cães e gatos 02 - WC Feminino 03 - WC Masculino 04 - WC PNE 05 - DML 06 - Espera Macas 07 - Recepção Serviço 08 - Vestiário Feminino

Ração/ DML 57 57 - Área Gatil/ Banho e Tosa/ Depósito de Ração/ DML 58 - Cafeteria e Lojinha 587 104

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Imagem 43: Planta Baixa Térreo. Fonte: Elaboração Própria.

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6.4. PLANTA BAIXA PRIMEIRO PAVIMENTO 01 - Área de Espera 02 - Posto/ Atendimento 03 - Guarda Material e Equipamento 04 - WC Expurgo 05 - Corredor Serviço 06 - Material Esterilizado 07 - Expurgo 08 - Depósito 09 - Vestiário Feminino 10 - Vestiário Masculino 11 - Guarda Medicação 12 - Preparo Médico 13 - Preparo Animal 14 - Eutánasia 15 - Recuperação Cães 16 - Recuperação Gatos 17 - Escovação 18 - Sala de Cirurgia 19 - Sala de Cirurgia 20 - Circulação 21 -Recepção Principal/ Espera Cães/ Espera Gatos (Pé Direito Duplo)

O segundo pavimento está localizado no grande bloco principal, em formato de L, onde se conecta com o térreo a partir de uma escada e dois elevadores, sendo um deles de serviço. Na setorização do programa de necessidades, o pavimento superior abrange os ambientes do centro cirúrgico, recuperação dos bichos, preparo animal e médico, um espaço de espera, situado em um mezanino, entre outros ambientes necessários para a realização de cirurgias e recuperação dos animais. Um fator relevante desse pavimento foi o estudo de legislações voltadas para a saúde animal e de projetos de referência para entender melhor o funcionamento, a distribuição de ambientes voltados para procedimentos cirúrgicos em animais. Ainda de acordo com legislações, como a RDC50, foi visto que não é necessário janelas na maioria desses ambientes, pois corre o risco de entrada de poeiras e insetos no local.

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Centro Cirúrgico

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Imagem 44: Planta Baixa Superior. Fonte: Elaboração Própria.

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6.5. PAISAGISMO O paisagismo da MI&AU - Clínica Veterinária Pública e Abrigo Animal foi crucial para a humanização e a criação de ambiência nos espaços. Utilizou-se também do mesmo como solução para conforto ambiental, com o sombreamento por meio da vegetação em toda a praça interna e externa, próximo aos blocos do canil e gatil, colaborando para o conforto dos animais, e em diversos espaços do terreno. Ademais, na parte onde está localizada a área do abrigo animal foi projetada com árvores da espécie sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides), solucionando possível incômodo referente ao cheiro dos animais. As paginações de piso criadas para o passeio foram feitas com blocos intertravados retangulares em trama, da cor cinza. Estes são semipermeáveis e propiciam a drenagem da água. Já em relação as forrações utilizadas nos canteiros do terreno foram escolhidas a grama amendoim (Arachis repens) e a grama batatais (Paspalum notatum). Também foram escolhidas espécies de diferentes portes e cores para criarem espaços sombreados e harmonizar com todo o edifício, melhorando a qualidade do uso do espaço e proporcionando o conforto e bem estar de todos que utilizam o local. Para isso, foram escolhidas espécies nativas brasileiras, que têm boa adaptação com o solo e clima quente e úmido do Ceará, como a Mulungu (Erythrina verna), Pau Branco (Auxemma oncocalyx) e Oiti (Licania Tomentosa).

Grama Amendoim (Arachis repens)

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Grama Batatais (Paspalum notatum)

j Sibipurina (Caesalpinia peltophoroides)

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Pau Branco (Auxemma oncocalyx)

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Mulungu (Erythrina verna)

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Areca Bambu (Dypsis lutescens)

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Imagem 45: Estruturas Metálicas. Fonte: Degraus Estruturas Metálicas.

Oiti (Licania Tomentosa)

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6.6. ESTRUTURA j j j j j

O sistema construtivo proposto para a MI&AU - Clínica Veterinária Pública e Abrigo Animal, é composto por pilares e vigas em estrutura metálica e lajes steel deck, as quais são utilizadas em obras e empreendimentos que necessitam de uma solução construtiva de ótimo custo-benefício, maior rapidez e controle do processo. Os pers ou vigas metálicas em perl I e H foram escolhidas para compor a estrutura do projeto, com pilares de 30x30cm, vigas com altura de 65cm e treliças metálicas utilizadas no bloco principal. Já nos blocos do canil e gatil foram utilizados pilares de 20x20cm e vigas com altura de 55cm. Estas estruturas metálicas em aço são mais leves, resistentes e também, aliviam as cargas nas fundações.

Imagem 46: Laje Steel Deck. Fonte: Regional Telhas.

Imagem 47: Vigas Metálicas. Fonte: Google.

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j j j j j j j j j Imagem 48: Estrutura. Fonte: Elaboração Própria.

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6.7. FACHADAS j j j

Para a composição das fachadas utilizouse no edifício em formato de L, que compõe a clínica veterinária, o setor de serviço e administrativo, o concreto aparente, o azul Banho de Espuma da Suvinil, cobogós na cor laranja e brises de madeira. Já nos blocos do abrigo animal foram utilizados os tijolinhos aparente na cor bege claro e os mesmoS cobogós laranja como elementos vazados, permitindo a entrada de ventilação natural nas baias do canil e gatil.

O volume da caixa d'água externa foi marcada por acabamento em concreto aparente e um grate com arte de um cachorro. O quiosque do café com lojinha Pet e a portaria de segurança e monitoramento também foram revestidos com concreto aparente e as platibandas da coberta na cor azul Banho de Espuma da Suvinil e laranja. O bloco onde ca a casa de gás, água e geradores também foi indicado com os tijolinhos aparente na cor bege claro.

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Imagem 49: Fachada 01 - Oeste. Fonte: Elaboração Própria.

FACHADA OESTE

Imagem 50: Fachada 02 - Leste. Fonte: Elaboração Própria.

FACHADA LESTE

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j j j j Imagem 51: Fachada 03 - Norte. Fonte: Elaboração Própria.

FACHADA NORTE

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Imagem 52: Fachada 04 - Sul. Fonte: Elaboração Própria.

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FACHADA SUL

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6.8. CORTES j j j

Para melhor entendimento do edifício como todo, a representação dos cortes foi feita a partir de cortes transversais e longitudinais de todo o terreno, podendo visualizar os ambientes que compõem a clínica veterinária e abrigo animal. É importante salientar que o terreno é praticamente todo plano, apresentando somente um declive de 60 centímetros do lado oeste, onde foi implantado canteiros com vegetação.

Nos cortes também é possível ver os vazios e uma claraboia, os quais foram criados para permitir a entrada de ventilação e iluminação natural nos jardim de inverno que têm no edifício. Também mostra o contato das áreas internas com o meio externo a partir da criação de áreas verdes..

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Imagem 53: Corte AA. Fonte: Elaboração Própria.

CORTE AA

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Imagem 54: Corte BB. Fonte: Elaboração Própria.

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CORTE BB


j j j j Imagem 55: Corte CC. Fonte: Elaboração Própria.

CORTE CC

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CORTE DD

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Imagem 56: Corte DD. Fonte: Elaboração Própria.

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6.9. DETALHES j j j j j j j j j

Imagem 57: Detalhe 01. Fonte: Elaboração Própria.

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j j j j j j j j j Imagem 58: Detalhe 02. Fonte: Sul Metais.

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Imagem 59: Detalhe 03. Fonte: Elaboração Própria.

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PERSPECTIVAS


j j j j j j j j j Imagem 60: Perspectiva 01. Fonte: Elaboração Própria.

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Imagem 61: Perspectiva 02. Fonte: Elaboração Própria.

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j j j j j j j j j Imagem 62: Perspectiva 03. Fonte: Elaboração Própria.

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Imagem 63: Perspectiva 04. Fonte: Elaboração Própria.

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j j j j j j j j j Imagem 64: Perspectiva 05. Fonte: Elaboração Própria.

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Imagem 65: Perspectiva 06. Fonte: Elaboração Própria.

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j j j j j j j j j Imagem 66: Perspectiva 07. Fonte: Elaboração Própria.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS


Diante da grave situação sobre o abandono e os maus tratos, que os animais sofrem diariamente, não só na cidade de Fortaleza, mas em todo o mundo, sobre o conhecimento da realidade que muitos abrigos de animais e organizações não governamentais enfrentam, ao nalizar o desenvolvimento do trabalho de conclusão – parte 1 (TCC1) da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), com tema sobre um Abrigo para animais abandonados, especialmente cães e gatos, junto a uma Clínica Veterinária Pública, mesmo sabendo que a cidade já possui alguns desses empreendimentos, foi possível ter a certeza da escolha do tema em estudo. A partir dos recursos obtidos na etapa de análise, foi possível obter uma perspectiva mais ampla sobre a relação homem-animal desde a pré-história até os dias atuais, fatores que causam o abandono dos bichos nas cidades, a importância da legislação, que tem como objetivo defende-los de todos os sofrimentos, entre outros pontos importantes que são relacionados a vidas desses seres vivos. Com o estudo dos projetos de referência, também foi compreensível o funcionamento dos equipamentos assistenciais de saúde voltados aos animais e como um abrigo pode ser bem elaborado sem que pareça um ambiente que os deixe presos e sim um local que faça o animal se sentir protegido. Dessa forma, esta proposta arquitetônica tem como intuito intensicar a relação entre as pessoas e os animais, mostrando que o ambiente hospitalar vai além da cura e do

tratamento e que o abrigo é um meio de trazer aconchego para todos os que sofrem nas ruas. Também tem como objetivo mostrar que uma arquitetura bem projetada e estruturada pode sim ser confortável para esses seres, garantindo também o bem-estar dos prossionais que trabalham no ambiente. Com isso, por meio dos estudos de teoria, projetos escolhidos para serem analisados, legislações que lutam pela vida dos animais e que mostram normas a serem seguidas para planejamento desses empreendimentos, as etapas de organização para essa fase do projeto foram de grande relevância.

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REFEREÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


AFFINITY. Os motivos por trás do abandono de um animal de estimação. Disponível em: https://www.afnity-petcare.com/br/os-motivos-por-tras-do-abandono-de-um-animal-de estimação. Acesso em: 27 fev. 2020.

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ANDA. Abandono de animais cresce em Portugal e colônias de gatos podem car sem assistência. Disponível em: https://www.anda.jor.br/2020/03/abandono-de-animais-cresce-emportugal-e-colonias-de-gatos-podem-car-sem-assistencia/. Acesso em: 23 abr. 2020.

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