=M= MARENZA VIDA INDEPENDENTE
AMYRA NERI ANDRADE DE ALENCAR LOIOLA
IGUALDADE ACOLHIMENTO TURISMO VALORES NATUREZA CONFORTO CHARME NECESSIDADES ceará hospitalidade AUDIÇÃO paisagem entretenimento saúde brasil arquitetura
ACESSIBILIDADE RECIPROCIDADE INCLUSÃO VISÃO HOTELARIA CONCEITOS MOBILIDADE CIRCULAÇÃO LAZER MAR DEFICIÊNCIA HOSPEDAGEM DIVERSÃO RELAXAMENTO PRAIA EXCLUSIVIDADE
FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLÓGIAS - CCT ARQUITETURA E URBANISMO AMYRA NERI ANDRADE DE ALENCAR LOIOLA
=M=
MARENZA VIDA INDEPENDENTE
Fortaleza - Ceará 2019
AMYRA NERI ANDRADE DE ALENCAR LOIOLA
MARENZA VIDA INDEPENDENTE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza como requisito à obtenção do título de Arquiteta e Urbanista. Orientadora: Prof. MSC Raquel Moraes Vitor Cortez.
Fortaleza - Ceará 2019
Ficha catalográfica da obra elaborada pelo autor através do programa de geração automática da Biblioteca Central da Universidade de Fortaleza
Loiola, Amyra. Hotel Marenza: hotelaria de charme acessível / Amyra Loiola. - 2019 171 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade de Fortaleza. Curso de Arquitetura E Urbanismo, Fortaleza, 2019. Orientação: Raquel Cortez.
1. Acessibilidade. 2. Hotel de charme. 3. Turismo. 4. Igualdade. I. Cortez, Raquel. II. Título.
AMYRA NERI ANDRADE DE ALENCAR LOIOLA
HOTEL MARENZA - VIDA INDEPENDENTE HOTELARIA DE CHARME ACESSÍVEL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza como requisito à obtenção do título de Arquiteta e Urbanista. Fortaleza, ___ de Junho de 2019. BANCA EXAMINADORA
____________________________________ Arq. Raquel Moraes Vitor Cortez Orientadora
____________________________________ Arq. Mayra Soares de M Mororo Membro da Banca Examinadora
____________________________________ Arq. Renata Barreto de Freitas Membro da Banca Examinadora
"Quando perdemos o direito de ser diferentes perdemos o privilĂŠgio de sermos livres". (anĂ´nimo)
RESUMO O Hotel Marenza - vida independente, surgiu pela falta de equipamentos de hospedagem que atendam a população que possui algum tipo de deficiência física ou motora. O conceito de acessibilidade vem sendo bastante discutido, não apenas na área da arquitetura. Partindo da ideia de um hotel acessível, o conceito de charme se encaixaria perfeitamente com a proposta inicial, por ser um tema pouco conhecido, desperta curiosidade. A ligação entre os dois, foi extremamente importante, pois em um único espaço, todas as pessoas podem usufruir de algo novo, promovendo assim a interação e a socialização de pessoas que se tornam e se sentem excluídas da sociedade, por não ter disponível equipamentos voltados para a inserção dessas pessoas e com um dos conceitos encontrados nos hotéis de charme, que é a exclusividade e o atendimento diferenciado e personalizado, essas pessoas poderão ter a oportunidade de ter momentos de lazer e divertimento. A partir desses conceitos, as praias do Ceará seriam o local ideal para agregar ainda mais no hotel, sendo escolhida a praia de Barra Nova, destino turístico de turistas do Brasil e exterior. Palavras-chave: Acessibilidade; Hotel de charme; Turismo; Igualdade.
ABSTRACT Marenza’s Hotel - Independent’s Life, it arised by the scarcity of accommodation’s equipments to the population who has some kind of physical or motor deficiency. The concept of accessibility has been well discussed, not only in architecture. Starting of the idea of a hotel accessible, the concept of “charme” perfectly fits with the initial’s proposal, just because it’s not known and it arouses curiosity. The connection between both of them, it was extremely important, because in just one space, everybody can enjoy of something new, promoting the interacting and the socialization of people who has became and feel excluded of the society, just because there’s no equipment available to insert these people and with one of the concepts found in the charming hotels, it’s the exclusivity and the special and personalized attendance, those people will have the opportunity to have moments of leisure and fun. From these concepts, the beaches in Ceará would be the perfect location to add much more to the hotel, being chosen the Barra Nova’s beach, touristic’s destiny of tourists from Brasil and foreigners. Keywords: Accessibility; Charming Hotel; Tourism; Equality.
AGRADECIMENTOS Chega ao fim uma etapa de grande importância na minha vida, os agradecimentos são muitos, pois muitas pessoas foram essenciais para que eu chegasse até aqui. Mas, em primeiro lugar, agradeço a Deus, pelas bençãos, saúde e discernimento me dado para superar as dificuldades e chegar aonde cheguei. Em seguida, agradeço minha mãe, Fahyma Alencar e minha avó Cléris Andrade, que não medem esforços para me ver feliz e que sempre acreditaram no meu potencial. Agradeço também a toda minha família, especialmente ao meu irmão Dinho, meu pai Evandro, minhas tias Fahyde e Fahyre por todas as vezes que me apoiaram e torceram pelo meu sucesso. Ao meu namorado, João, que apesar dos stresses dos últimos anos, me apoiou, me incentivou e esteve ao meu lado fazendo o possível para me ver feliz. As minhas amigas de graduação, dos grupos Baturema e Arquipinks, que foram minhas companheiras dos últimos anos tornando essa longa caminhada mais leve e divertida. Agradeço também a minha melhor amiga, Amanda, pelas palavras de apoio e incentivo e pela amizade que levarei para o resto da minha vida. Por último, e não menos importante agradeço a minha orientadora, Raquel Moraes, pelo suporte que me foi dado neste desafio e por contribuir na minha vida profissional. Sintam-se parte dessa conquista.
LISTA DE FIGURAS
Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura
1: Maragogi - AL. 2: Jericoacoara - CE 3: Lagoa do Paraíso - Jericoacoara - CE. 4: Porto Seguro - BA. 5: Canoa Quebrada - CE. 6: Morro Branco - CE. 7: Canoa Quebrada - CE. 8: Lagoinha - CE. 9: Hotel Pennsylvania; 10: Hotel Stevens. 11: Hotel New Yorker. 12: Hotel Pharoux. 13: Hotel Avenida. 14: Tipos e funções de hospitalidade. 15: Medidas rampas. 16: Medida para manobra de rotação sem deslocamento. 17: Circulação simultânea de cadeirantes. 18: Medidas balcão acessível. 19: Banco de transferência para piscina. 20: Pictogramas. 21: Jardim acessível. 22: Alturas médias dos braços de um cadeirante. 23: Medidas transferência e altura de mobiliário. 24: Altura armários. 25: Porta com medidas acessíveis. 26: Dimensões mínimas para banheiros acessíveis. 27: Alturas mobiliários banheiros. 28: Villa Bella Hotel. 29: Quarto Villa Bella Hotel acessível. 30: Banheiro Villa Bella Hotel acessível. 31: Talheres em Braile 32: Talheres em Braile 33: Elevador para piscina acessível. 34: Elevador para piscina acessível. 35: Hotel Mirante do Gavião 36: Hotel Mirante do Gavião 37: Hotel Mirante do Gavião 38: Hotel Mirante do Gavião 39: Hotel Mirante do Gavião 40: Hotel Mirante do Gavião 41: Hotel Mirante do Gavião 42: Implantação Hotel Mirante do Gavião. 43: Planta baixa apartamentos Hotel Mirante do Gavião 44: Cortes apartamentos Hotel Mirante do Gavião.
34 34 34 35 37 37 37 38 42 43 45 45 59 67 67 67 67 68 68 68 68 69 69 69 69 70 80 80 81 81 81 82 82 83 83 83 84 84 84 84 85 86 87 87
Figura 45: Elevação apartamentos Hotel Mirante do Gavião. Figura 46: Corte restaurante Hotel Mirante do Gavião. Figura 47: Corte apartamentos, mirante e restaurante Hotel Mirante do Gavião. Figura 48: Localização geográfica Cascavel. Figura 49: Igreja Matriz da Ó. Figura 50: Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição Figura 51: Prática de kitesurf. Figura 52: Igreja Matriz de Cascavel. Figura 53: Praia de Barra Nova - Cascavel. Figura 54: Praia de Barra Nova - Cascavel. Figura 55: Praia de Barra Nova - Cascavel. Figura 56: O terreno proposto. Figura 57: Uso do Solo - Barra Nova. Figura 58: Medidas terreno. Figura 59: Topografia terreno. Figura 60: Terreno e suas condicionantes ambientais. Figura 61: Organograma. Figura 62: Fluxograma - intensidade de fluxos. Figura 63: Fluxograma - usuário. Figura 64: Evolução e proposta de setorização. Figura 65: Planta de situação. Figura 66: Planta de implantação. Figura 67: Planta baixa social e administrativo. Figura 68: Fachadas social e administrativo. Figura 69: Cortes social e administrativo. Figura 70: Planta baixa serviço. Figura 71: Fachadas serviço: Figura 72: Cortes serviço. Figura 73: Planta baixa lazer. Figura 74: Fachadas lazer. Figura 75: Cortes lazer. Figura 76: Planta baixa restaurante. Figura 77: Fachadas restaurante: Figura 78: Cortes restaurante. Figura 79: Planta baixa piscina. Figura 80: Cortes piscina. Figura 81: Plantas baixas bangalô t.01. Figura 82: Fachadas bangalô t.01. Figura 83: Cortes bangalô t.01. Figura 84: Plantas baixas bangalô t.02. Figura 85: Fachadas bangalô t.02. Figura 86: Cortes bangalô t.02.
87 88 89 92 93 94 95 95 96 97 97 101 102 103 104 105 112 113 114 115 119 121 123 124 125 127 128 129 131 132 133 135 136 137 139 140 143 144 145 147 148 149
Figura 87: principal. Figura 88: principal. Figura 89: Figura 90: Figura 91: Figura 92: Figura 93:
Perspectiva entrada
150
Perspectiva entrada
152
Perspectiva Perspectiva Perspectiva Perspectiva Perspectiva
153 154 155 165 157
restaurante. piscina piscina. bangalô. bangalô.
LISTA DE TABELAS Tabela 1: Motivação de viagens de turistas internacionais (2012-2016); Tabela 2: Recursos investidos em obras preparatórias para Copa do Mundo (valores em R$ milhões) - Fortaleza. Tabela 3: Número de estabelecimentos de hospedagem, unidades habitacionais e leitos disponíveis - Brasil e Ceará - 2016 Tabela 4: Número de estabelecimentos de hospedagem, por tipos Brasil e Ceará - 2016 Tabela 5: Número de estabelecimentos de hospedagem, por localização Brasil e Ceará - 2016. Tabela 6: Distribuição das categorias dos estabelecimentos de hospedagem Brasil e Ceará - 2016. Tabela 7: Número de estabelecimentos de hospedagem, por Uh’sBrasil e Ceará - 2016. Tabela 8: População residente, por tipo de deficiência - Brasil 2010 Tabela 9: População residente, por tipo de deficiência - Ceará 2010. Tabela 10: Filtros de acessibilidade - AIR BNB. Tabela 11: Filtros de acessibilidade - Booking. Tabela 12: Número total e adaptadas de Uh’s e número de leitos, por tipo - Brasil e Ceará.
LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Recursos orçamentários destinados ao turismo em R$ bilhões (2010-2017); Gráfico 2: Valores acumulados dos recursos orçamentários destinados ao Turismo. Gráfico 3: Posições do Brasil no ranking de competitividade no turismo. Gráfico 4: Classificações do Brasil nos indicadores de competitividade internacional (2017). Gráfico 5: Principais emissores nacionais (2017). Gráfico 6: Principais emissores internacionais (2017). Gráfico 7: Distribuição por porcentagem dos estabelecimentos de hospedagem, por tipos Brasil e Ceará - 2016. Gráfico 8: Distribuição em porcentagem dos estabelecimentos de hospedagem, por Uh’s Brasil e Ceará - 2016. Gráfico 9: Rosa dos ventos.
30 48 48 50 50 50 51 63 63 71 73 74
31 31 32 32 36 36 50 51 105
LISTA DE QUADROs Quadro Quadro Quadro Quadro
1: 2: 3: 4:
Classificação Hotéis de Charme. Os tipos de deficiência. Objetivos do Programa Turismo Acessível. Programa de necessidades.
53 66 73 111
01
INTRODUÇÃO CONTEXTUALIZAÇÃO OBJETIVOS objetivos gerais objetivos específicos
METODOLOGIA
// p. 21 // p. 22 // p. 24 // p. 24 // p. 24 // p. 25
02
SUMÁRIO
O TURISMO
// p. 27
05
HOSPITALIDADE
// p. 58
06
// p. 61
ACESSIBILIDADE o conceito dados gerais acessibilidade em hotéis OS TIPOS DE DEFICIÊNCIA parâmetros acessíveis
// p. 62 // p. 63 // p. 64 // p. 66
a história do turismo
// p. 28
o turismo no brasil
// p. 29
áreas de circulação e convivência
// p. 67 // p. 67
o tipos de turismo investimentos no turismo O brasil e o turismo mundial O turismo no nordeste O turismo no ceará
// p. 30
mobiliário
// p. 67
// p. 31
banheiros
// p. 68
// p. 32 // p. 33 // p. 36
03
A HOTELARIA a história da hotelaria a Hotelaria no Brasil Dados da rede hoteleira dimensões setorais tipos de estabelecimentos PORTE DOS estabelecimentos
// p. 41 // p. 42 // p. 45 // p. 47 // p. 48 // p. 49 // p. 51
04
HOTÉIS DE CHARME o conceito As classificações
// p. 53 // p. 54 // p. 55
plataformas digitais turismo acessível hospedagem acessível legislações e normas
// p. 71 // p. 73 // p. 74 // p. 75
07
projetos de referência
// p. 79
Villa Bella Hotel
// p. 80
hotel mirante do gavião
// p. 83
08
cASCAVEL
// p. 9 1
Localização
// p. 92
a história
// p. 93
O turismo em cascavel Barra Nova
// p. 95 // p. 96
09
o terreno a escolha Condicionantes físicos condicionantes ambientais condicionantes legais
10
premissas projetais Conceito/partido programa de necessidades organograma e fluxograma setorização
11
o projeto conceito planta de situação planta de implantação social e administrativo serviço lazer restaurante piscina bangalô t.01 bangalô t. 02 perspectivas
// p. 99 // p. 100 // p. 101 // p. 105 // p. 106
12
considerações finais
13
referências
14
anexos
// p. 109 // p. 1 10 // p. 1 1 1 // p. 1 1 2 // p. 1 1 5
// p. 1 1 7 // p. 1 1 8 // p. 1 1 9 // p. 1 2 1 // p. 1 2 2 // p. 1 2 6 // p. 1 3 0 // p. 1 3 4 // p. 1 3 8 // p. 1 4 2 // p. 1 4 6 // p. 1 5 0
// p. 1 6 0
// p. 1 6 4
// p. 1 6 8
01
INTRODUÇÃO
01.01.INTRODUÇÃO
O turismo no Ceará vem crescendo a cada ano, no mesmo período de 2017 a 2018, houve um crescimento de 10,9% de turistas que vieram ao estado, de acordo com a Secretaria do Turismo do Ceará (2018). As atividades turísticas do Ceará cresceram 12% de dezembro de 2017 a dezembro de 2018, segundo dados coletados pela Pesquisa Mensal de Serviços (IBGE, 2018). Apesar de todo o potencial turístico gastronômico, ecológico, cultural, entre outros, o principal atrativo para o turismo do Estado se dá pela privilegiada localização geográfica, que proporciona sol, calor, ventos, lindas praias e clima agradável praticamente o ano todo. A rede hoteleira é um setor relevante para o turismo em qualquer lugar do mundo, mas a qualidade do serviço e sofisticação, podem trazer o diferencial. Com um vasto leque de opções, as empresas hoteleiras buscam a cada dia proporcionar novas experiências e segmentos para assim atrair hóspedes. Sendo assim, surgiram os hotéis de charme, que carregam com si diferenciais e estratégias de marketing. O conceito do hotel de charme chegou ao Brasil em meados da década de 90, podendo ser definido como hotéis que possuem um atendimento diferenciado, fazendo o hóspede se sentir na sua própria casa, além de visar enaltecer a beleza natural e o patrimônio onde está inserido. Sabendo o quão relevante é a qualidade de serviços hoteleiros, os hotéis de charme surgiram para através do seu atendimento diferenciado atrair turistas para usufruir de serviços exclusivos, sofisticação e lazer em apenas um lugar (ASSOCIAÇÃO ROTEIROS DE CHARME, 2008).
Diante ao enorme mercado hoteleiro, foi vista a necessidade de proporcionar locais diferenciados para os turistas se hospedarem. Por haver poucas unidades habitacionais, o atendimento exclusivo e de grande qualidade se torna mais fácil de ser oferecido aos hóspedes nos hotéis de charme. Existe uma Associação dos hotéis denominada Roteiros de Charme (AHRC), fundada em 1992, como uma associação privada sem fins lucrativos, que possui regras básicas para classificar um hotel de charme: os hotéis não devem possuir mais de 60 unidades habitacionais, devem estar localizados longe de centros urbanos, e em áreas privilegiadas e ter preocupação ambiental e social. Com a análise dos pontos citados anteriormente, foi visto o interesse em projetar um Hotel de Charme. Com o crescimento constante do turismo no Ceará e o interesse de turistas em hotéis que proporcionem diferenciais, surgiu a ideia de um Hotel de Charme que se localizará no litoral do estado do Ceará, na praia de Barra Nova, Cascavel. Por ser um tema que visa o diferencial no atendimento, seria de extrema importância a preocupação com a acessibilidade, sendo assim haverá o cuidado e interesse em criar um projeto que buscará atender a todas as necessidades de uma pessoa com mobilidade reduzida. Por ser um assunto atual e importante deve ser tratado com seriedade em projetos de arquitetura. Atualmente, existe a preocupação com a acessibilidade de edifícios, mesmo que mais antigos, muitos vêm se adaptando para garantir a inclusão de todos os usuários. Tendo em vista sempre
garantir a segurança e integridade física de pessoas com mobilidade reduzida para que todos possam desfrutar e utilizar espaços com autonomia. A escolha do local do projeto foi decidida por uma série de motivos, como sociais, geográficos e econômicos. Os motivos geográficos se deram devido as paisagens naturais, calor, vento e sol da região, que consequentemente acarretam na questão econômica, promovendo a busca de turistas pela região, onde encontrarão relaxamento, tranquilidade, lazer e lindas praias. O interesse pela região quanto aos aspectos sociais veio através da análise de dados coletados pelo IBGE sobre a cidade de Cascavel, onde apenas 11,6% da população se encontra com trabalho fixo, segundo dados do IBGE.
01.02.OBJETIVOS
GERAIS
ESPECIFÍCOS
Projetar um Hotel de Charme com soluções de acessibilidade no litoral leste do Ceará, na praia de Barra Nova, distrito de Cascavel, onde, apesar do cenário paisagístico fascinante, não dispõe de nenhum hotel, havendo poucas opções de pousadas para a acomodação de turistas. Além da promoção do turismo, da baixa demanda de hotéis e pousadas na região e uma paisagem linda, o projeto visa propor ambientes que existam total acessibilidade para aqueles que possuem alguma limitação ou necessidade exclusiva, proporcionando uma experiência única a estas pessoas em um hotel de charme na beira da praia.
a) Discutir e compreender o conceito de hotéis que proporcionem atendimentos diferenciados; b) Proporcionar à região um novo conceito de hospedagem; c) Entender o conceito de hospedagem e seu uso; d) Analisar as atividades da região; e) Projetar um hotel que haja preocupação com a acessibilidade, para atender a todos.
Foram utilizados métodos a serem aplicados para que assim obtenha informações relevantes para que sejam adotadas na pesquisa e no projeto para que possa haver todo o entendimento da região onde o projeto será realizado. Coletar dados através de pesquisas in loco e na região, além de pesquisas bibliográficas; b) Aprofundar a pesquisa através de dados coletados por fotos, observações e análises; c) Compreender a legislação local, os condicionantes ambientais e o terreno proposto para o projeto;
01.03.METODOLOGIA
a)
02
O TURISMO
02.01.a história do turismo
De acordo com Andrade (2004), logo após a Segunda Guerra Mundial, com a economia mundial expandindo de uma forma acelerada, a população de países mais desenvolvidos passou a ter uma renda maior e os sistemas de transporte e comunicação se desenvolveram. Em meados de 1949 o turismo tornou-se democratizado, deixando de ser objeto de lazer e luxo de uma pequena parte da população e passou a ser desfrutado por grande parte dela. Consequentemente a prática turística passou a ser uma atividade econômica de grande significância, especialmente para países desenvolvidos, pois com a população ganhando mais, podia ter a liberdade de usufruir de momentos de lazer. O desenvolvimento da economia mundial aumentou o fluxo de viagens tanto na escala nacional como internacional, o setor de turismo e lazer cresceu de forma vertiginosa e consequentemente influenciou para o crescimento das redes hoteleiras em todo o mundo, já que haviam consumidores em massa para o setor (ANDRADE, 2004). O conceito de turismo praticado no passado, que remete a sua prática como sendo privilégio de poucos, procurado pelo descanso, não se aplica mais, hoje o turismo é visto como necessidade de todos, estudantes e profissionais, que afetados pelo stress do cotidiano, enxergam no turismo uma perspectiva de descanso e lazer como probabilidade de revigoramento físico e mental.
28
assim existe sempre uma preocupação para que o setor cresça anualmente. Dados divulgados pela organização mostram que turismo tende a crescer a cada ano, de 2016 para 2017, teve o crescimento de 7%. A contribuição total do setor do turismo na economia do Brasil, foi de US$ 152,2 bilhões (8,5% do PIB Nacional). A participação do turismo na economia do Brasil foi de US$ 56,8 bilhões em 2016, o equivalente a 3,2% do PIB. O Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), estima que em 2027, o setor contribua em 9,1% do PIB, aproximadamente US$ 212,1 bilhões (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2018). Falando de empregos gerados no país por conta do turismo, o WTTC (2016) divulgou dados que apontam a geração de 7 milhões de empregos em 2016, o que apresenta 7,8% do total do país. Incluindo as atividades de hotelaria, agências de turismo, companhias aéreas, outras companhias de transporte de passageiros, restaurantes e empreendimentos de lazer.
29
02.02. O TURISMO NO BRASIL
Com a realização de grandes eventos internacionais nos últimos anos no Brasil, a procura por viagens até o país cresceram e o setor do turismo obteve uma série de benefícios, investimentos privados e públicos para assim conseguir atingir uma escala para receber turistas estrangeiros e brasileiros. Por ter uma localização geográfica privilegiada, o Brasil dispõe de um imenso litoral, onde pode-se encontrar lindas praias concentradas principalmente no Nordeste do país, o que atrai e faz com que a região seja bastante procurada por pessoas do mundo inteiro. De acordo com o Ministério do Turismo, em 2017, cerca de 6,5 milhões de turistas estrangeiros desembarcaram no Brasil, com maiores fluxos durante os meses de férias, julho e dezembro. O turismo é um importante aliado para o avanço e desenvolvimento econômico do país, a cada ano apresenta crescimento e se destaca como uma das mais importantes atividades econômicas do mundo, gerando emprego, renda e atraindo investimentos. Para ter noção da importância do turismo, o volume de negócios é páreo aos setores de exportação de petróleo, de produtos alimentícios ou de automóveis, sendo assim, é um dos segmentos de maior importância do comércio mundial. É uma atividade complexa e abrange um conjunto de serviços, que possuem grande importância na economia do país e apresenta um crescimento constante. De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial de Turismo (2017), o setor é responsável pela geração de empregos no mundo todo, onde uma a cada dez pessoas no mundo trabalham diretamente ou indiretamente,
02.03. OS TIPOS DE TURISMO
Atualmente podemos encontrar uma diversidade dos tipos de turismo, tudo depende do que o turista procura, as suas motivações, o processo de consumo, o destino, o formato da viagem, entre outros.
Turismo receptivo: quando não residentes são recebidos por um país de destino, do ponto de vista desse destino (Exemplo: Brasileiros visitando a Itália); Turismo emissivo: quando residentes viajam a outro país, do ponto de vista do país de origem (Exemplo: Italianos visitando o Brasil); Turismo doméstico: quando residentes de dado país viajam dentro dos limites do mesmo (Exemplo: Brasileiros visitando o Brasil). De acordo com dados da Associação Brasileira dos Operadores de Turismo (2018), cerca de 1,2 milhão de brasileiros embarcaram para o exterior em 2017, número inferior aos 6,5 milhões de visitantes internacionais que desembarcaram no Brasil. A região brasileira com maiores números de receptividade e emissão de turistas é a Sudeste, responsável por cerca de 55,7% do turismo emissivo e 48,6% do receptivo interno do país. A região nordeste encontra-se em 3º lugar como emissiva, respondendo por 16,6% e em 2º lugar como receptiva, como destino de 20,0% de brasileiros (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2009). Na cidade de Cascavel, o tipo de turismo mais encontrado é o doméstico, porém, ainda com grande procura de estrangeiros que buscam por locais favoráveis à prática de kite surf.
No Brasil, o principal turismo é o de lazer, sendo responsável por 56,8%, em 2016, são viagens motivadas pela procura de entretenimento em praias, cidades com acervo cultural, histórico ou natural, em resorts ou até no campo. Outro tipo de turismo significativo no Brasil, é o de negócios, eventos e convenções, que gera um fluxo considerável de turistas locais e internacionais, onde representam uma parcela importante, de 18,7% (Tabela 1). MOTIVO DA VIAGEM
ANO (%) 2013 2014 2015 2016 46,5 54,7 51,3 56,8 25,3 21,9 20,2 18,7 28,2 23,4 28,5 24,5 21,8 20,1 25,2 21,1
2012 Lazer 46,8 Negócios, eventos e convenções 25,3 Outros motivos 27,9 Visitar amigos e parentes 24,4 Religião 0,4 3,5 Estudos 1,8 1,8 Motivos de saúde 0,6 0,6 Compras 0,1 0,1 0,6 0,4 Outros Total
0,4 1,9 0,5 0,1 0,4
0,4 1,7 0,6 0,1 0,5
0,5 1,6 0,5 0,1 0,7
100,0 100,0100,0 100,0 100,0
Tabela 1: Motivação de viagens de turistas internacionais (2012-2016) Fonte: MTur.
Ainda existem outros tipos de classificações para o turismo. A OMT distinguiu as formas de viagem como:
30
29,9 17,7 8,1
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
É importante destacar que devido aos eventos internacionais realizados no Brasil de 2012 a 2016, houveram grandes investimentos que melhorias no da infraestrutura turística, como a reforma e construção de novos aeroportos, ampliação nos estabelecimentos de hospedagem, além da necessidade de melhoria da mobilidade urbana e acessibilidade para pessoas com deficiência, o que ocasionou em uma melhora significativa da infraestrutura básica e turística do país.
10,9 11,2 7,5 8,0 3,9 4,5 0,6
0,5
0,3
0,5
1,8
0,9
0,9
45,9
13,4 13,9
14,2 16,0 11,3 12,2 8,7 9,7
8,1
59,8
Gráfico 2: Valores acumulados dos recursos orçamentários destinados ao Turismo. Fonte: MTur.
6,7 1,4
71,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Os dados apresentados nesse diagnóstico confirmam que o setor de turismo representa uma enorme oportunidade para contribuir com o desenvolvimento econômico brasileiro, sendo assim, é um segmento que precisa de investimentos para que haja um crescimento contínuo.
Financiamentos bancários Investimentos públicos Valores totais Gráfico 1: Recursos orçamentários destinados ao turismo em R$ bilhões (2010-2017) Fonte: MTur.
31
02.04.investimentos no turismo
79,0 83,5
Desde que foi fundado, em 2003, o Ministério do Turismo ofertou R$ 13,47 bilhões em recursos do orçamento geral da união, para investimentos em estruturação de destinos turísticos. Este orçamento possibilita a implantação de infraestrutura turística publica, planos de desenvolvimento territorial do turismo e projetos de estruturação e ordenamento, através do Programa de Apoio a Projetos de Infraestrutura Turística e do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Nacional do Turismo – PRODETUR. O valor acumulado de 2003 a 2017 destinados ao turismo, é de R$ 108,3 bilhões. (Gráficos 1 e 2).
02.05.O BRASIL NO TURISMO MUNDIAL
O Fórum Econômico Mundial (WEF) realiza uma pesquisa chamada “The Travel & Tourism Competitiveness Report” (TTCR), que define o ranking mundial de competitividade no turismo, onde são analisados 136 países e 14 temas turísticos, sendo eles: Ambiente de negócios, segurança, saúde e higiene, recursos humanos, tecnologia, priorização do governo ao setor de viagens e turismo, abertura internacional, competitividade de preço, sustentabilidade, infraestrutura aeroportuária, infraestrutura de portos e solo, infraestrutura para atendimento ao turista, recursos naturais e recursos culturais. Em 2015, o Brasil encontrava-se em 28º lugar, mas em 2017 subiu uma colocação e agora ocupa a 27ª posição, sendo o primeiro país da América do Sul no ranking. Em 10 anos, o brasil avançou 32 posições (Gráfico 3). 28º 49º 59º
45º
52º
52º
51º
turismo, recursos humanos, abertura internacional e segurança, o país recuou. O ranking final é estabelecido pela nota média obtida ao analisar todos os parâmetros, o primeiro lugar ficou com a Espanha, com nota de 5.43. O Brasil teve a média de 4.49. A nota máxima é 7. Podemos ver abaixo (Gráfico 4) as colocações do Brasil, por temas turísticos: Abertura internacional 66º
Preços 41º
Priorização do setor 106º Tecnologia de informação 63º Recursos humanos 93º
Sustentabilidade 66º Infraestrutura aeroportuária 40º
Saúde 70º Segurança 106º Ambiente de negócios 129º
27º Brasil pontuação: 4.5
Infraestrutura terreste e portuária 112º Serviços turísticos 39º Recursos naturais 1º Recursos culturais 8º
Gráfico 4: Classificações do Brasil nos indicadores de competitividade internacional (2017). Fonte: Fórum Econômico Mundial.
27º
A pesquisa da WTTC, aponta o Brasil como o 5º país com a maior geração de empregos ocasionados pelo turismo, mostrando assim a importância do turismo para a economia do país. O país também foi o que obteve a maior estimativa de crescimento nos investimentos no setor no mundo, cerca de 21,8%, a média mundial foi de 5,7%.
51º
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2015 2017 Gráfico 3: Posições do Brasil no ranking de competitividade no turismo. Fonte: Fórum Econômico Mundial.
Vale ressaltar que o Brasil encontra-se no 1º lugar no quesito recursos naturais. A classificação mais baixa foi em infraestrutura de portos e solo. Em comparação de 2015 a 2017, infraestrutura para atendimento ao turista, competitividade de preço e infraestrutura de portos e solo subiram de posição, porém em itens como ambiente de negócios, priorização do governo ao setor de viagens e
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Como incentivo de promoção ao turismo na região, o governo criou o Programa de Desenvolvimento do Turismo – PRODETUR/NE, na década de 90, que visa estruturar as intervenções públicas que desenvolvam as atividades turísticas, através do planejamento das regiões que irão usufruir do programa. Depois deste planejamento são propostas intervenções públicas para que o turismo atraia economia e gere emprego para a população local. O objetivo principal deste programa é consolidar a Política Nacional de Turismo e fortificar a gestão turística (Ministério do Turismo, 2015).
O Ministério do Turismo (2016) divulgou dados e apresentou a região Nordeste como a de maior intenção de viagem, com 49,4%. De acordo com o Boletim de intenção de viagem do Ministério do Turismo, as intenções cresceram em 17,8% comparadas a 2015, recebendo cerca de 302 mil turistas internacionais durante 2016. O Nordeste se destaca no setor por suas características únicas, com belas praias, cultura cativante e o clima de sol, praticamente o ano todo. Alguns destinos vêm crescendo e atraindo cada vez mais turistas pelas características apresentadas anteriormente, é o exemplo de Maragogi, Jericoacoara e Porto Seguro (Trivago, 2016).
O objetivo principal deste programa é consolidar a Política Nacional de Turismo e fortificar a gestão turística. Por ser um destino turístico muito procurado, o PRODETUR/NE busca investir em infraestrutura básica, como infraestrutura de acesso, para que os fluxos aumentem e recebam cada vez mais turistas. Ao buscar melhorar a infraestrutura dos destinos turísticos, a atração de turistas cresce e os investimentos privados também (Ministério do Turismo, 2016).
O pequeno município de Maragogi – Alagoas, apelidada de Caribe brasileiro, possui praias de águas transparentes e esverdeadas, além dos coqueirais na faixa de areia, tornando-se o destino fantástico para quem adora natureza. O mar calmo possibilita a prática de mergulho, para ver os corais e peixes da região (Figura 1).
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02.06.turismo no nordeste
Com grandes regiões de zona costeira, o Nordeste possui condições totalmente favoráveis para o crescimento da atividade turística. Além de ser região litorânea, a hospitalidade com os turistas, as belezas naturais, incentivos políticos e programas criados para incentivar novos empreendimentos, como o PRODETUR. Com todos esses fatores de influência, o Nordeste é a região com a maior concentração de resorts do país, concentrando cerca 48,3% do total no território brasileiro, com 53 estabelecimentos (BSH international, 2013).
A Região Nordeste vem apresentando crescimentos superiores ao nacional no crescimento da economia, apesar de estar entre as regiões mais precárias no quesito socioeconômico do Brasil e um dos setores que vem mais influenciando para este crescimento, é o turismo, que vem sendo promovido tanto por iniciativas do Estado, como também por iniciativas privadas (Ministério do Turismo, 2016).
Jericoacoara possui diversos atrativos turísticos, como lagoas de águas transparentes com redes de balanço para relaxar (Figura 3), a duna do pôr do sol e a pedra furada, destinos certos para quem visita a vila.
Figura 1: Maragogi - AL. Fonte: Resorts online.
Já Jericoacoara, no Ceará, atrai cada vez mais turistas, com o seu aspecto único, devido as ruas de areia, a antiga vila de pescadores se torna um dos locais mais procurados em todas as épocas do ano (Figura 2).
Figura 3: Lagoa do Paraíso - Jericoacoara - CE. Fonte: Hotel Urbano.
Como Patrimônio Histórico Nacional e de Patrimônio Natural da Humanidade, já podemos ter uma noção do quão linda é a região, com belezas naturais e riquezas arquitetônicas e culturais, a cidade de Porto Seguro é um dos destinos mais procurados por turistas no Brasil. Com uma diversidade enorme de praias com piscinas naturais e mornas, são o destino certo para quem busca relaxamento (Figura 4). Figura 2: Jericoacoara - CE. Fonte: Hotel Urbano.
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Figura 4: Porto Seguro - BA. Fonte: Hotel Urbano.
As belas praias e clima agradável do Nordeste, tendem a cada ano atraírem mais turistas que buscam lazer e relaxamento, principalmente em feriados e períodos de férias. O turismo na região possui grande potencial. Com investimentos e criação de programas do governo, destina-se a desenvolver cada vez mais, porém de fato, a economia relativa ao turismo do Nordeste tem muito o que crescer e aprimorar para assim receber mais turistas a cada ano.
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02.07. TURISMO NO CEARÁ
Localizado em uma região privilegiada, o estado possui 573 quilômetros de faixa litorânea, lindas praias, sol e calor o ano inteiro, parques, serras, cachoeiras, além de uma cultura e artesanato locais de grande riqueza. A partir de 1990, o turismo no estado cresceu, fazendo com que a capital cearense, Fortaleza, fosse o principal meio de entrada no Estado. O turismo tem grande importância para o estado, sendo responsável em 2015 por 11,7% do PIB do Ceará (SETUR/CE, 2017). Investimentos no turismo por parte do Estado vem atraindo cada vez mais empreendimentos hoteleiros e turísticos para a região, promovendo assim o desenvolvimento econômico do Ceará. De acordo com a Secretária de Turismo do Estado, em 2017 o estado recebeu aproximadamente 3,1 milhões de turistas nacionais e 274 mil internacionais. Para atender esta demanda, é necessária uma grande rede hoteleira. No estado 1.162 estabelecimentos, sendo a 9ª maior do país, e 2ª maior Norte e Nordeste. Tendo as maiores taxas de ocupação nos meses de janeiro e julho. O principal emissor nacional de turistas para o Estado, é São Paulo, sendo responsável por 23,56% dos turistas que chegam ao Ceará (Gráfico 5), na demanda internacional, a Itália fica em 1º lugar, com 15,36% dos turistas. (Gráfico 6)
Outros 38,33% Rio de Janeiro 10,67% Bahia 6,03%
São Paulo 26,56% Distrito Federal 8,53%
Pernambuco 7,37
Piauí 5,51%
Gráfico 5: Principais emissores nacionais (2017). Fonte: SeTur/CE.
Outros 28,33%
Itália 15,36%
França 12,86%
Portugal 11,36%
Suiça 5,70%
Argentina 13,16% Alemanha 9,17%
Espanha 4,06%
Gráfico 6: Principais emissores internacionais (2017). Fonte: SeTur/CE.
De acordo com dados divulgados pela Pesquisa Mensal de Serviços, pelo IBGE, as atividades turísticas no Ceará tiveram um crescimento de 12% em dezembro de 2017, comparado ao mesmo período do mês anterior, sendo o terceiro com maior crescimento no país, ficando atrás apenas de Santa Catarina (19%) e Pernambuco (16,5%).
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Por ser um destino turístico muito conhecido e procurado pelas suas belezas naturais e verão o ano inteiro, o Ceará se destaca pela grande quantidade de destinos turísticos na região litorânea, além do destino turístico muito procurado que é Jericoacoara, o estado dispõe de praias com grande riqueza natural e toda a infraestrutura para receber turistas, como por exemplo, as praias de Canoa Quebrada, Morro Branco, Cumbuco e Lagoinha. Localizada na cidade de Aracati, a Praia de Canoa Quebrada tem como característica as grandes dunas e falésias de cores avermelhadas (Figura 5). Pela proximidade com a capital cearense, facilita a busca de turistas para a região, onde muitos turistas vão apenas para passar o dia.
ser explorando por turistas nos labirintos naturais (Figura 6). Além disso, possui diversos atrativos turísticos, como o Farol da Praia e o Centro de Artesanato.
Figura 6: Morro Branco - CE. Fonte: Site D&D
Distante 23km de Fortaleza, a Praia do Cumbuco é o paraíso dos passeios de buggy, com grandes dunas, a busca pela aventura tem destino certo no Ceará (Figura 7). O local dispõe de vários atrativos turísticos, como a Lagoa Parnamirim e o mergulho na Barra do Cauípe.
Figura 5: Canoa Quebrada - CE. Fonte: Site viagens e caminhos.
A Praia de Morro Branco, localizada no Município de Beberibe, caracteriza-se também pelas falésias avermelhadas gerando contraste com a areia branca da região que podem
Figura 7: Canoa Quebrada - CE. Fonte: Site Ocean View Tursimo.
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E por último, a praia da Lagoinha, com um dos mais belos cenários do Ceará. Com dunas de tons terrosos, coqueirais e diversas lagoas de água doce, tornando o local encantador e destino para grandes investimentos de empreendimentos hoteleiros (Figura 8).
Figura 8: Lagoinha - CE. Fonte: Site Peixe Urbano.
Com as belezas das praias cearenses, o estado é destino certo para quem procura desfrutar de lindas paisagens com tranquilidade. Com uma vasta variedade de praias e atrativos turísticos, o turismo na região tende a crescer cada vez mais, não somente na busca pela área litorânea do estado, mas também pelo turismo cultural e religioso.
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03
A HOTELARIA
03.01.a história DA HOTELARIA
Segundo Duarte (2003) as rotas de comercio da antiguidade, entre a Ásia, Europa e a África, existem desde o século VI a. C., e acabaram acarretando em núcleos urbanos e centros de hospedagem para atender estes viajantes que realizavam as trocas comerciais, consequentemente surgiram os primeiros albergues que funcionavam de forma artesanal, basicamente eram residências que destinavam grandes quartos, onde os hóspedes muitas vezes não se conheciam. Já os reis e nobres se hospedavam durante suas viagens em palacetes chamados de hostellum. Na época da Idade Média, as cidades se expandiram e houve o início da revolução mercantil, ocasionando a necessidade do crescimento das estalagens, que passaram a proporcionar aos hóspedes mais do que o serviço de alojamento, passaram a disponibilizar refeições, vinhos, alimentos e cocheira para cavalos, serviços de manutenção e limpeza de charretes e outros veículos. Nesse período também surgiram os objetos de identificação nas fachadas e entradas. As hospedagens aconteciam em mosteiros e abadias (DUARTE, 2003). Os primeiros hotéis da Inglaterra e dos Estados Unidos surgiram no final do século XVIII, incentivados pela Revolução Industrial e pelo crescimento do capitalismo, tornando assim a hospedagem uma atividade com fins lucrativos. Os funcionários de hotéis surgiram somente no início do século XIX (ANDRADE, 2004). A rede hoteleira teve um crescimento significante até o final do século XIX, gerando uma preocupação com a qualidade dos serviços disponibilizados. Hotéis pequenos,
pouco confortáveis, carentes de serviços qualificados, alimentação e limpeza adequados eram comuns, já hotéis de boa qualidade eram escassos e com altos preços (DUARTE, 2003). De acordo com Duarte (2003), a rede hoteleira sofreu queda no período inicial da Primeira Guerra Mundial, mas no final dos anos 1920, houve um crescimento das construções hoteleiras, época considerada de ouro para o mercado, época em que foram construídos muitos dos hotéis mais famosos: Hotel Pennsylvania, atual Statler, em Nova Iorque (Figura 9); Hotel Stevens, em Chicago (Figura 10) e o New Yorker, de Ralf Ritz (Figura 11).
Figura 9: Hotel Pennsylvania. Fonte: Site Vornado Realty Trust.
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A década de 1930 foi considerada a pior fase da hotelaria nos Estados Unidos, especialistas em economia manifestavam pouca convicção que a indústria se reergueria, o que incentivou e auxiliou para que houvesse uma recuperação foi a Segunda Guerra Mundial. Muitos americanos foram para as Forças Armadas, a produção de armamentos cresceu em uma área concentrada e muitas pessoas se deslocaram de suas cidades e residências, decorrendo uma busca de apartamentos e serviços hoteleiros. O período pós-guerra não contou com a construção de muitos hotéis. Nos anos 1950 foi onde teve o início dos motéis, caracterizados por estarem localizados nas beiras de estradas que possuíam grande movimento, onde era possível alugar um quarto ou apartamento e contavam com estacionamento para carros (DUARTE, 2003) Com o desenvolvimento da economia mundial, a partir da Segunda Guerra Mundial, o turismo cresceu. A população de países mais desenvolvidos como alguns da Europa Central, Canadá e Estados Unidos tiveram melhorias na renda, houveram investimentos para melhorar e ampliar os sistemas de comunicação e transporte e principalmente o início de viagens em aviões de grande porte e longo alcance foram fatores influentes para este crescimento. Justamente neste período o turismo passou a ser uma atividade econômica de grande importância para os países desenvolvidos, pois com o aumento de renda da população geravam mais recursos para o lazer. A globalização e o desenvolvimento da economia mundial resultaram no aumento de viagens regionais e internacionais, o que ampliou o setor
Figura 10: Hotel Stevens. Fonte: Site Chicagology.
Figura 11: Hotel New Yorker. Fonte: Site Booking.
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de lazer e turismo, fatores que foram os pilares para promover a rede hoteleira. Estima-se que existam cerca de 10,5 milhþes de unidade habitacionais em hotÊis e instituiçþes similares, onde 50% se encontram na Europa e 30% nos Estados Unidos, onde juntos concentram 80%, restando apenas 20% para o resto do mundo (OMT, 2010).
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Figura 12: Hotel Pharoux. Fonte: Site Sumidoiro’s.
Apesar de os hotéis existentes na cidade do Rio de Janeiro, havia uma escassez, que persistiu do século XIX até o século XX, o que levou o governo a criar o Decreto nº 1160, de 23 de dezembro de 1907, que tornava isento todo e qualquer imposto municipal durante sete anos para os primeiros cinco grandes hotéis que se instalassem na cidade do Rio de Janeiro, o que atraiu investidores e assim aconteceu, cinco grandes hotéis se instalaram entre eles o Hotel Avenida (Figura 13), com 220 quartos.
Figura 13: Hotel Avenida. Fonte: Site Estilos Arquitetônicos.
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03.02.A HOTELARIA NO BRASIL
A hotelaria no Brasil teve de certo modo, início no período colonial, onde os viajantes se acomodavam nas enormes casas de engenho, nas fazendas, nos casarões das cidades, nos conventos e até nos ranchos que ficavam localizados nas beiras das estradas e ao longo dos anos encorparam nas suas hospedarias outras prestações de serviços e atividades comerciais, onde começaram a surgir os povoados e logo depois as cidades, como conta Andrade (2004). O marco inicial da rede hoteleira brasileira foi durante o século XVIII, principalmente nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, onde estalagens ou casas de pastos ofereciam alojamento, onde se tornariam os futuros hotéis. As casas de pastos inicialmente eram locais de refeições. Quando a coroa portuguesa chegou, os portos se abriram trazendo grande movimentação de estrangeiros e viajantes, como consequência a busca por alojamentos cresceu e com a intenção de enaltecer as pensões, hospedarias e tavernas passaram a ser denominadas de hotéis, sendo indiferente a quantidade de quartos e padrão nos serviços. Um exemplo de grande prestigio da rede hoteleira do Rio de Janeiro é o hotel Pharoux (Figura 12) que possuía uma localização estratégica, pois estava próximo ao cais do porto, no Lago do Paço, sendo considerado um estabelecimento de grande prestigio no Rio de Janeiro.
Os grandes hotéis que promoviam os cassinos passaram a se fixar nas capitais a partir da década de 30. No ano de 1946, com a proibição dos jogos de azar, os cassinos fecharam e consequentemente os hotéis vinculados também, 20 anos depois a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) e o Fungetur (Fundo Geral de Turismo) foram fundados e passaram a promover incentivos fiscais para a implantação de hotéis, o que gerou uma nova fase e grande crescimento na rede hoteleira do Brasil, inclusive no segmento dos hotéis de luxo. O crescimento da hotelaria brasileira provocou mudanças nas leis de zoneamento de cidades brasileiras, principalmente as capitais, favorecendo e facilitando a construção de novos hotéis. Poucos anos depois chegaram os primeiros hotéis internacionais no Brasil, trazendo novas inovações, padrões, serviços e preços. O panorama do crescimento hoteleiro no Brasil vinha crescendo e era promissor devido a economia relativamente estável que o pais possuía, as viagens turísticas cresceram e a moeda se encontrava estável, mas com a crise iniciada em 2014 a indústria hoteleira sofreu consequências e os preços de suas estadias aumentara, o que dificultou a procura dos consumidores, fazendo com que os hotéis brasileiros entrassem na pior fase de sua recente história, onde, somente na cidade do Rio de Janeiro, em menos de 3 anos, 13 hotéis fecharam suas portas. Buscando alternativas, os empresários começaram a promover promoções e ofertas para assim tentar atrair usuários. (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, 2016).
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atendimento. Com esses investimentos a qualidade e quantidade se falando de oferta de serviços, contribuíram para a melhoria e crescimento do setor de turismo. Como dito anteriormente, as realizações de eventos esportivos deram início a grandes transformações urbanas em diversas cidades, analisando a Copa do Mundo de Futebol, realizada no Brasil em 2014, um exemplo de cidade que recebeu estes investimentos é a capital do Ceará, Fortaleza. Desde que foram anunciadas as cidades-sede, os governos estaduais partiram para a ação de medidas que adequassem suas instalações esportivas e infraestrutura urbana, além de obras que tornassem os estádios acessíveis. Em 2009, durante a então gestão da prefeita Luizianne Lins e do governador Cid Gomes, foi apresentado o Programação Sistêmica de Investimentos para Suporte à Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 no Ambiente Metropolitano – Fortaleza e Entorno”, onde apresentaram os gastos de R$ 9,4 bilhões (PORTAL DA COPA, 2013). Ainda de acordo com o Portal da Copa, intervenções urbanas ligadas a atividades turísticas, foram necessárias, além das obras de exigência da FIFA (Federação Internacional de Futebol). A chance de sediar um evento de grandeza como a Copa do Mundo, foi visto como uma oportunidade de visibilidade para o turismo do estado. Segundo dados do Ministério do Esporte (2013), cerca de R$ 1,5 bilhão foram aplicados para realização das nove obras de infraestrutura para o evento onde, cerca de R$ 500 mil, foram designados às obras referentes a mobilidade urbana, com a finalidade de facilitar o transporte entre a zona
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03.03.DADOS DA REDE HOTELEIRA
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística junto com o Ministério do Turismo (2016) realizaram e divulgaram dados da Pesquisa de Serviços de Hospedagem – PHS. A pesquisa apresenta diferentes dados e informações de extrema relevância para o setor hoteleiro, com destaque para as características mais relevantes das instituições, tendo como objetivo quantificar os estabelecimentos no Brasil, evidenciar as potencialidades do mercado, além de apresentar importantes benefícios e subsídios para os gestores públicos, para que haja a promoção e adoção de políticas públicas para ampliar e melhorar o setor hoteleiro. Quando falamos de hierarquia de serviços turísticos, os serviços de hospedagem se encontram no topo, sendo um dos que possuem maior importância, pois refletem a importância do apoio para a permanência provisória do turista, que de certa forma, procura encontrar um ambiente para se hospedar que possua o mesmo ou semelhante padrão de conforto de sua moradia, ele busca a extensão da sua residência. Nos últimos anos o Brasil recebeu diversos eventos internacionais, como o Rio+20 (2012), a Copa das Confederações (2013), a Copa do Mundo de Futebol (2014) e os Jogos Olímpicos (2016), o que exigiu investimentos em infraestrutura no país. Consequentemente, foi vista a necessidade de o setor hoteleiro também investir em novas construções e na ampliação de antigas construções, tendo em vista se adaptar a um novo padrão exigido pelos turistas, como a melhoria do conforto e
hoteleira e a Arena Castelão (Tabela 2).
Estádio Mobilidade Urbana Aeroporto Porto Total
DIMENSÕES SETORIAIS
Total de Investimento Financiamento Recurso Recurso empreendimentos total Local Local Federal 518,6 161,3 1 351,5 6 1 1 9
575,1 171,1 202,6 1.467,4
409,8
761,3
Os dados apresentam a Região Nordeste como a de segunda maior de rede hoteleira do país, com concentração de estabelecimentos hoteleiros de 23,6%, 21,7% de unidades habitacionais e 22,4% de leitos disponíveis, ficando atrás apenas da Região Sudeste (IBGE e MTur, 2016). O estado do Ceará está entre os 10 estados do Brasil com o maior número de estabelecimentos de hospedagem, unidades habitacionais e leitos disponíveis (Tabela 3), encontrando-se na 9ª colocação geral do país e em 2º lugar da região Nordeste, ficando atrás apenas do estado da Bahia, podemos analisar os dados na tabela abaixo:
165,3
326,6
171,1 202,6 373,7
Tabela 2: Recursos investidos em obras preparatórias para Copa do Mundo (valores em R$ milhões) - Fortaleza. Fonte: Balanço das Ações da COPA 2014.
LOCAL Brasil
ESTABELECIMENTOS DE HOSPEDAGEM Participação (%) Total Brasil Nordeste 31.299
100%
23,70%
1.162 3,70% 15,70% Ceará CAPACIDADE DOS ESTABELECIMENTOS Leitos disponíveis Unidades habitacionais (UH’s) Participação (%) Participação (%) Total Total Nordeste Brasil Brasil Nordeste 1.011.254 31.983
100% 3,20%
21,70% 2.407.892 100% 14,60% 81.043 3,40%
22,40% 15,00%
Tabela 3: Número de estabelecimentos de hospedagem, unidades habitacionais e leitos disponíveis - Brasil e Ceará - 2016 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa de Serviço de Hospedagem.
O Estado do Ceará possui 28 unidades habitacionais e 70 leitos em média por estabelecimento. Sendo o 2º maior Estado do Norte e Nordeste e 9º
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TIPOS DE ESTABELECIMENTOS
colocado nacionalmente, com o maior número de estabelecimentos de hospedagem, podemos compreender a amplitude da rede hoteleira cearense, para que assim possa atender a demanda e agradar a todos os tipos de turista que buscam a região, atraídos pelas belezas naturais.
Conforme dados citados anteriormente, a rede hoteleira surgiu devido as rotas de comércio da antiguidade, entre a Ásia, Europa e África, com isso, o comércio cresceu e foi vista a necessidade de locais para acomodar estes viajantes que realizavam trocas comerciais. E desde então, diversos tipos e categorias de hospedagem surgiram ao longo do tempo em todo o mundo. O IBGE (2016), publicou a “Pesquisa de Serviços de Hospedagem – 2016”, onde classificou os tipos de estabelecimentos como: hotel, hotel histórico, hotel fazenda, resort, pousada, apart-hotel/flat, cama e café, motel, pensão de hospedagem, hostel/ albergue turístico, camping e chalé (Anexo I). Além dos tipos de estabelecimentos, na mesma publicação, o IBGE (2016) também classificou as categorias dos estabelecimentos de hospedagem, sendo eles: luxo, superior/muito confortável, turístico/médio conforto, econômico e simples (Anexo I). No Brasil, podem ser encontrados diversos tipos e estilos de hospedagem no dentre as 31.299 opções disponíveis (Tabela 4). Os hotéis (incluindo hotéis históricos, de lazer, hotéis-fazenda e resorts) representam 47,9% do geral, as pousadas apresentam 31,9% e os motéis, 14,2% do geral. Estabelecimentos de menor porte e procura, como pensões, apart-hotéis/flats, albergues turísticos e outros, apresentam 6,0% (IBGE, 2016).
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Dos 1.162 estabelecimentos de hospedagem no estado do Ceará, 26,4% são hotéis, 48,7% pousadas, 20,4% motéis e 4,5% outros tipos de estabelecimentos (Gráfico 7). Local
Total
307
589
9.968
24
566
4.460
609
480
188
7
17
4
237
31,9
47,9 26,4
48,7
14,2 20,4
Brasil
17.033
7.272
6.085
2.194
1.482
Ceará
544
139
168
194
43
Outra classificação por tipo citada na pesquisa, é pela categoria do estabelecimento de hospedagem. A apresentação dos dados foi através de uma tabela onde apresenta as categorias analisadas, sendo elas: luxo, superior (muito conforto), turístico (médio conforto), econômico e simples. No Brasil e no Ceará, a categoria de maior abrangência é a turística (médio conforto), e a menor em ambos é a categoria luxo (Tabela 6).
Tabela 4: Número de estabelecimentos de hospedagem, por tipos Brasil e Ceará - 2016 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa de Serviço de Hospedagem. BRA CE
Total
Nº de estabelecimentos de hospedagem, por localização Zona rural/ Zona urbana/ Zona urbana/ Orla marítima/ parque ecológico centro da cidade Fora do centro praia e ilha
Tabela 5: Número de estabelecimentos de hospedagem, por localização Brasil e Ceará - 2016. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa de Serviço de Hospedagem.
Nº de estabelecimentos de hospedagem, por tipos. Pensões de Hostels/ Hotéis Flats Pousadas Motéis hospedagem Albuergues Outros
Brasil 31.299 15.005 Ceará 1.162
Local
6,0 4,5
Hotéis Pousadas Motéis Outros Gráfico 7: Distribuição por porcentagem dos estabelecimentos de hospedagem, por tipos - Brasil e Ceará - 2016. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa de Serviço de Hospedagem.
A localização de um empreendimento hoteleiro é de extrema importância, se mal resolvida pode acarretar na inviabilização do estabelecimento. A Pesquisa de Serviços de Hospedagem (2016), aplicou um questionário para assim apresentar os dados de localização dos empreendimentos hoteleiros, porém somente 54,42% dos estabelecimentos no Brasil e 46,81% no Ceará especificaram as suas localidades. No Brasil, 78,41% dos estabelecimentos estão em zonas urbanas, 12,88% em áreas de orla e somente 8,70% em zonas rurais. Analisando os estabelecimentos do Ceará, mais da metade encontram-se em zonas urbanas, 56,43%, 35,66% em zonas marítimas e somente 7,90% em zonas rurais. Os números exatos das pesquisas são apresentados através da tabela 5:
Local
Total
Luxo
Nº de estabelecimentos de hospedagem Categorias dos estabelecimentos Superior/ Turístico/ muito confortável médio conforto Econômico
Simples
Brasil
17.011
666
1.699
6.284
1.482
2.736
Ceará
544
16
45
235
43
76
Tabela 6: Distribuição das categorias dos estabelecimentos de hospedagem Brasil e Ceará - 2016. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa de Serviço de Hospedagem.
Por ser uma região com uma infinidade de atrativos turísticos, o Ceará precisa apresentar aos turistas uma imensa diversidade de tipos, localidades e categorias, para que assim atenda a necessidade de todos que buscam a região para diversão, lazer, negócios e até turismo religioso.
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PORTE DOS ESTABELECIMENTOS Cerca de 84,6% dos estabelecimentos de hospedagem do Brasil, possuem até 49 unidades habitacionais. Os que possuem de 10 a 19 unidades habitacionais apresentam 32%. 21,3% é a porcentagem dos estabelecimentos de 20 a 29 UH's e os com 30 a 49 UH's são responsáveis por 17,7%. Os de maior porte, que possuem 50 ou mais unidades habitacionais representam apenas 15,4% do valor total (Tabela 7). Nº de estabelecimentos de hospedagem, por UH’s Grupos de unidades habitacionais Até 4 5 - 9 10 - 19 20 - 29 30 - 49 50 - 99 100 ou mais UH’s UH’s UH’s UH’s UH’s UH’s UH’s
Local
Total
Brasil
31.299
645
3.606
10.014
6.674
5.530
3.304
1.526
Ceará
1.162
27
193
412
266
140
78
46
Tabela 7: Número de estabelecimentos de hospedagem, por UH’sBrasil e Ceará - 2016. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa de Serviço de Hospedagem.
Mais da metade (54,4%) dos estabelecimentos no Ceará possuem até 19 UH's. A menor porcentagem (10,7%) fica para os estabelecimentos de maior porte, contando com 50 ou mais UH's (Gráfico 8) BRA CE
13,6
32,0
18,9 Até 9 UH’s 10-19 UH’s
22,9
35,5 20-29 UH’s 30-49 UH’s
10,5 4,9
17,7
21,3
12,0
6,7 4,0
50-99 UH’s 100 ou mais UH’s
Gráfico 8: Distribuição em porcentagem dos estabelecimentos de hospedagem, por Uh’s - Brasil e Ceará - 2016. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa de Serviço de Hospedagem.
51
04
hotĂŠis de charme
04.01. O CONCEITO
Ainda não existem classificações oficiais que esclareçam o conceito dos hotéis de charme. Em 1992, foi fundada a Associação de Hotéis Roteiros de Charme, pouco depois do conceito chegar ao Brasil, em 1990, sendo uma entidade privada sem fins lucrativos, a associação define as propostas dos hotéis de charme parecidas com os conceitos e categorias de luxo, temáticos, resorts, aliando com os princípios de qualidade, ética e responsabilidade social, além de possuir características semelhantes ao hotel boutique, um conceito que busca evidenciar elementos de arte, a individualidade e a interatividade dos hóspedes. A importância do atendimento de qualidade para atrair turistas trouxe aos hotéis de charme características particulares que o diferenciam dos outros tipos de hospedagem - possui poucas unidades habitacionais, entre 10 e 60; atendimento diferenciado e personalizado; arquitetura e decoração enfáticas; localizados em locais históricos e encantadores longe dos centros urbanos; sempre integrado ao ambiente - para assim proporcionar ao hóspede serviços exclusivos, sofisticação, lazer e a sensação de estar na sua própria casa em apenas um lugar. Os hotéis de charme possuem uma grande variedade, desde uma pequena pousada mais simples, a um hotel dinâmico.
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Esmeralda: Hotel ou Pousada com uma localização privilegiada, espaços generosos, instalações e serviços que atendam aos pradões de exigência da tradicional hotelaria internacional. Topázio Imperial: Hotel ou Pousada bem equipado, com instalações e espaços sociais adequados, serviços esmerados, estilo e decoração requintada. Água Marinha: Hotel e Pousada cuja decoração, bom atendimento e capricho que valorizam os ambientes e as características locais.
Amestista: Pousada ou Refúgio num paraíso ecológico, onde o serviço despretensioso e a decoração guardam identidade com a região.
Cristal: Identifica todos os hóteis, pousadas e refúgios ecológicos durante o ano do seu ingresso na Associação dos Roteiros de Charme. Quadro 1: Classificação Hotéis de Charme. Fonte: Associação dos Roteiros de Charme.
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04.02. AS CLASSIFICAÇÕES
A Associação dos Hotéis Roteiros de Charme classificou de forma exótica os tipos de hotéis com a expectativa de facilitar a busca e compreensão e para atender totalmente a expectativa do hóspede, nomeando cada categoria com o nome de uma pedra preciosa do solo brasileiro (Quadro 1).
05
HOSPITALIDADE
05.01. O CONCEITO
De acordo com Grinover (2002) a palavra hospitalidade surgiu na Europa, possivelmente no início do século XIII, proveniente da palavra latim “Hospitalis” e tem como significado hospedar; a qualidade de quem é hospitaleiro; a prática de alojar alguém; e acolhimento afetuoso. No segmento turístico, é de extrema importância receber bem os turistas. Podemos entender hospitalidade como o ato de receber alguém que está chegando, e proporcionar a ela além de uma simples postura receptiva, mas transformar o encontro entre o anfitrião, que recepciona, e o hóspede, que é recebido, em algo convidativo e confortável. No turismo, a hospitalidade é ampla e muito além do que imaginamos, ela deve estar inserida em todas as atividades relacionadas ao turismo, englobando desde a simplificação (admissão, a permanência e o deslocamento dos visitantes), a infraestrutura oferecida (rodovias, portos, aeroportos, obras viárias, saneamento, energia, equipamentos sociais), os meios de comunicação, os transportes (terrestres, aéreos, marítimos, fluvial e telecomunicações), a capacitação e educação dos anfitriões (formação de recursos humanos para o setor em níveis distintos) e na prestação dos serviços oferecidos relacionados ao turismo (empreendimentos hoteleiros, transportadores, restaurante, bares, diversão, entretenimento, agências de viagens e locadoras). Lashley (2004), descreve as relações de hospitalidade como algo que não se limita somente à prestação de serviços de alimentação e hospedagem, mas
sim a um relacionamento social que dispõe de toda a sociedade. Sendo assim, ele estabelece um parâmetro de três tipos de hospitalidade para que assim haja uma análise das atividades de hospitalidade nas funções “sociais”, “privadas” e “comerciais”. A função social é descrita por Lashley (2004) como uma hospitalidade exercida para inclusão de outro ser humano em decorrência do direito de ir e vir, resultando em reciprocidade. Já hospitalidade privada está focada em oferecer, receber e retribuir, sempre conservando este ciclo. Podendo ser compreendida como a base de todas as hospitalidades, onde o anfitrião acolhe um visitante (LASHLEY, 2004). A hospitalidade comercial, onde o anfitrião é o funcionário, pode ser apresentada quando o papel do anfitrião é de obter lucros e resultados financeiros, ofertando serviços que gerem rendimento. Proporcionar alimentação, acomodação e lazer mediante pagamento monetário (LASHLEY, 2004). Para uma maior compreensão das relações de hospitalidade expostas por Lashley (2004), podemos analisar a figura abaixo, onde possui uma área de interseção das três funções citadas anteriormente de hospitalidade – privada, social e comercial – que pode ser definida como a junção de todas as funções/atividades de hospitalidade e é onde de fato ocorre a condução para que a hospitalidade saia como planejado (Figura 14).
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ACOLHIMENTO
privado
INTERSEÇÃO DAS ATIVIDADES DE HOSPITALIDADE
social
comercial
RECIPROCIDADE
fins lucrativos
Figura 14: Tipos e funções de hospitalidade. Fonte: Produção autoral.
A hospitalidade não consiste em apenas hospedar, mas de acolher o turista como um indivíduo com necessidades e desejos únicos que devem ser supridos por aqueles que oferecem serviços e fazer com que o turista se sinta importante e acolhido sem notar que ele pode ser apenas um meio para fins lucrativos para aquele que o recebe ou hospeda, esse acolhimento pode ser feito através do preparo de funcionários e profissionais da área, uma boa infraestrutura do destino e também por parte da própria população local, com um bom acolhimento. Sendo assim, a hospitalidade é além de um conceito, podendo ser um diferencial.
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06
ACESSIBILIDADE
06.01. O CONCEITO
De acordo com Goulart (2007), acessibilidade é tudo aquilo que possibilita a aproximação ou usufruto de determinado ambiente por todos, podendo ser definido como algo de fácil acesso. É a possibilidade de pessoas com mobilidade reduzida ou com deficiência de terem condições de usufruir com autoridade, autonomia e segurança, de espaços públicos ou privados, de forma assistida ou totalmente independente. Ultimamente o conceito vem gerando grande debate e está se tornando cada vez mais assunto de preocupação da arquitetura e urbanismo, da sociedade e do Estado. Já a Associação Brasileira de Normas Técnica (ABNT), define acessibilidade como: Possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida. (NBR 9050:2015, p.2).
62
Órgãos públicos e privados vêm buscando promover o direito à acessibilidade, propondo e estabelecendo leis e normas para a adaptação e inserção destas pessoas através da adaptação de mobiliários e equipamentos, comunicação e informação, além da adaptação de ambientes para que haja um fácil acesso do portador de deficiência aos serviços que todos os outros usufruem com facilidade.
Local
Tipo de deficiência Total População residente 190.755.799 Pelo menos uma deficiência investigada 45.623.910 528.624 Deficiência visual - não consegue de modo algum Deficiência visual - grande dificuldade 6.056.684 Deficiência visual - alguma dificuldade 29.206.190 Deficiência auditiva - não consegue de modo algum 327.481 1.799.885 Brasil Deficiência auditiva - grande dificuldade 7.574.797 Deficiência auditiva - alguma dificuldade Deficiência motora - não consegue de modo algum 740.456 Deficiência motora - grande dificuldade 3.701.790 Deficiência motora - alguma dificuldade 8.831.723 2.617.025 Mental e/ou intelectual Nenhuma dessas deficiências 154.084.578 Não declararam 47.311 Tabela 8: População residente, por tipo de deficiência - Brasil 2010. Fonte: IBGE.
Local
Tipo de deficiência População residente Pelo menos uma deficiência investigada Deficiência visual - não consegue de modo algum Deficiência visual - grande dificuldade Deficiência visual - alguma dificuldade Deficiência auditiva - não consegue de modo algum Ceará Deficiência auditiva - grande dificuldade Deficiência auditiva - alguma dificuldade Deficiência motora - não consegue de modo algum Deficiência motora - grande dificuldade Deficiência motora - alguma dificuldade Mental e/ou intelectual Nenhuma dessas deficiências Não declararam
Total 8.452.381 2.340.150 24.659 349.597 1.497.528 16.291 99.451 411.096 36.833 187.527 458.932 125.407 6.112.001 230
Tabela 9: População residente, por tipo de deficiência - Ceará 2010. Fonte: IBGE.
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06.02. DADOS GERAIS
O IBGE (2010) divulgou dados que apontaram 23,9% da população com algum tipo de deficiência, aproximadamente 45,6 milhões de pessoas. No estado do Ceará, dos 8,4 milhões de habitantes, cerca de 2,3 milhões declararam algum tipo de deficiência, o equivalente a 27,6% da população. Podemos ver nas tabelas 8 e 9, o número de pessoas por tipo de deficiência no Brasil e no Ceará.
06.03.ACESSIBILIDADE EM HOTÉIS
Ao fazermos um comparativo, vemos o quão carente é a rede hoteleira para atender a necessidades de todos, inclusive de pessoas com algum tipo necessidade especial. No brasil, cerca de 23,9% da população possui algum tipo de deficiência e somente 2,2% das unidades habitacionais disponíveis no país são projetadas para atender todas as exigências necessárias para possibilitar que uma pessoa com mobilidade reduzida ou com alguma deficiência possa usufruir de determinado espaço com autonomia e segurança. É importante lembrar que, devido as suas próprias limitações, esses hóspedes são o que mais consomem dentro do hotel, pois buscam ficar mais tempo dentro deles devido à falta de adaptação para usufruírem e saírem com segurança pelas ruas. Grande parte dos hotéis ainda possuem uma pequena quantidade de UHA's (unidades habitacionais adaptadas), apenas os serviços ligados às necessidades básicas é que são atendidos. O decreto nº 9.296, que regulamenta a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) da Pessoa com Deficiência, define que hotéis e pousadas devem ter no mínimo 10% de dormitórios disponibilizados a pessoas com deficiências físicas, porém todos os outros dormitórios devem estar acessíveis para atender qualquer outra pessoa com algum tipo de necessidade especial.
normas e leis, problemas estes que persistem não só pelos fatores aqui descritos, mas também pela falta de manutenção e conhecimento, e principalmente pela falta de fiscalização do projeto e da execução do mesmo para estar atendendo as normas, leis e decretos. De acordo com Lopes (2000), a arquitetura tem um papel importante na história e na compreensão da sociedade como um todo único. A ideia de todo e qualquer projeto deve surgir respeitando o conceito de “acessibilidade para todos”. respeitando o conceito de “acessibilidade para todos”. A eliminação dessas barreiras e o entendimento de que novas barreiras não devem ser construídas passará a ser uma realidade para profissionais como arquitetos, engenheiros, urbanistas, pois devem planejar, projetar e construir levando em consideração as limitações, capacidades e necessidades que as pessoas apresentam. (LOPES, 2000, p.1).
O arquiteto José Almeida Lopes Filho (2000) faz uma colocação para entendermos que deveria ser básico e comum vermos ambientes e espaços que atendam às necessidades de todos. “[...] devemos entender de uma vez por todas que
Muitas destas barreiras são ocasionadas por projetos arquitetônicos mal resolvidos que não se tornam aptos a atender todos os hóspedes. Pensar no hotel para este hóspede deveria ser algo natural de acontecer e não feito apenas para atender a preocupação de estar cumprindo
não são as pessoas que são portadoras de deficiência e sim as edificações, transportes, praças, as cidades em geral, que são planejados e projetados com conceitos ultrapassados, ineficientes para o uso do homem. [...] (LOPES, 2000, p.1).
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Deve existir a preocupação em também atender deficientes visuais e auditivos. O hotel não deve estar preocupado em adaptar apenas para deficiências físicos, mas todos aqueles que precisam de adaptações para usufruir com segurança e autonomia do espaço. Não sendo restrita a adaptação apenas das unidades habitacionais com espaços amplos, mas também adaptações sonoras e táteis em todos os ambientes e serviços que o hóspede possa e venha a desfrutar. Muitos empreendedores do ramo hoteleiro consideram desnecessários a adaptação dos seus estabelecimentos, pois veem como gastos. Porém, com poucas mudanças, como por exemplo na disposição de alguns moveis, já traria facilidades para o acesso e usufruto do ambiente. Adaptar um ambiente, optando por rampas não traz benefícios apenas a deficientes físicos, mas também a idosos, gestantes, crianças, pessoas com mobilidade reduzida temporariamente e até na locomoção de carrinhos de bebês e malas (GOULART, 2007). A falta de conhecimento e sensibilidade demonstra que ainda existem diversas barreiras a serem quebradas quanto aos critérios de acessibilidade. Cumprir a legislação, atender as necessidades e pensar em projetar para todos, é proporcionar qualidade de vida e o direito básico de ir e vir.
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06.04. OS TIPOS DE DEFICIÊNCIA
A acessibilidade está diretamente ligada a deficiência, que pode ser definida de diversas formas, como temporária ou permanente, regressiva, estável ou progressiva, contínua ou descontínuos, amena ou intensa. As deficiências são uma demonstração de uma circunstância de saúde, porém, não devem ser consideradas uma doença. O Decreto nº 5.296/2004, classifica as deficiências em 5 grupos (Quadro 2):
Deficiência visual: redução ou perca total da capacidade de ver, de forma infinita, não podendo ser revertida. Possuem necessidades de: tocar em objetos e pessoas para identificação, locomoção com auxilio de bengalas ou cão guia e caminhos delimitados com pisos tatéis. Deficiência auditiva: dificuldade de comunicação relacionada com o desenvolvimento da fala e da língua. Possuem necessidades de: boa iluminação para fazer leitura labial, conhecimento em LIBRAS e sinalizações luminosas. Deficiência motoda: alteração física ou motora, podendo ser temporária ou permanente. Possuem necessidades de: mobiliários pensados para locomoção segura e superfícies antiderrapantes para evitar quedas. Deficiência intelectual: caracterizada por dificuldades de aprendizagem, solução de problemas e de comunicação. Possuem necessidades de: comunicação e comportamento amigáveis, interação e participação em atividades de lazer e interação e uso de pictogramas. Deficiência múltipla: quando o indivíduo possui mais de uma deficiência. As necessidades variam de acordo com o indivíduo. Quadro 2: Os tipos de deficiência. Fonte: Decreto nº 5.926/2004.
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para possibilidade o deslocamento simultâneo de duas cadeiras de rodas (Figura 17); 1,50 a 1,80m
ÁREAS DE CIRCULAÇÃO Rampas de acesso na entrada do hotel com inclinação máxima de 6%, espaços para descanso a cada 10m de comprimento e corrimão com altura máxima de 0,90cm (Figura 15); 0.90m 0.70m
Figura 17: Circulação simultânea de cadeirantes. Fonte: Produção autoral.
máx.10.00m
= Balcões de atendimento com altura entre 75cm a
máx. 10.00m
Figura 15: Medidas rampas. Fonte: Produção autoral.
85cm com vão de 0,30 m para aproximação (Figura 18);
= Áreas de movimentação com diâmetro de 1,5m para
0,30m
0,75 - 0,80m
min. 0,70m
1,50m
rotação de 360º (Figura 16);
Figura 18: Medidas balcão acessível. Fonte: Produção autoral.
Figura 16: Medida para manobra de rotação sem deslocamento. Fonte: Produção autoral.
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06.05. PARÂMETROS ACESSÍVEIS
= Áreas de circulação com no mínimo 1,5m de largura
Projetar um hotel pensando na inclusão de todos é essencial, mesmo na ausência de uma pessoa com deficiência ou portadora de alguma necessidade especial, um quarto totalmente pensado, com barras de segurança no banheiro, portas mais largas, espaços para circulação de cadeiras de rodas, piso frio para o cão-guia, entre outras formas de adaptar, também atende as necessidades de qualquer hóspede, não impedindo que aquele ambiente seja usufruído por outra pessoa.
= Elevador
= Áreas de circulação com pisos de superfícies regulares, firmes, estáveis e antiderrapantes; = Áreas de circulação com pisos de diferentes texturas; = Estacionamento com vagas acessíveis, piso nivelado e com piso tátil; = Cardápio em braile e fonte ampliada com contraste; = Alarme, campainha, telefone deverão possuir sinal = sonoro e luminoso; = Número dos quartos com relevo e braile, em altura
ou banco de transferência, rampas submersas com pisos antiderrapantes, bordas sem quinas para entrada na piscina (Figura 19);
de 0,90cm a 1,20m; Figura 19: Banco de transferência para piscina. Fonte: Nautilus.
MOBILIÁRIO = Interruptores e maçanetas de portas com até 1m de altura; = Campanhia, tomada e interfone com no máximo
= Uso de pictogramas para fácil compreensão de todos (Figura 20);
=
1,15m de altura; Puxadores e fechaduras devem estar numa faixa de 0,80 e 1,2m; Comando para abertura das janelas com altura máxima de 1,10m; Máximo
=
Figura 20: Pictogramas. Fonte: Produção autoral.
= Jardins evitando plantas com espinhos, rasteiras,
1,20m
com raízes que danificam o solo (Figura 21); 1,00m Confortável 0,80m
Minímo 0,40m
Figura 21: Jardim acessível. Fonte: Produção autoral.
Figura 22: Alturas médias dos braços de um cadeirante. Fonte: Produção autoral.
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= Poltronas, cadeiras e bancos com encostos e altura
= Portas com vão livres de no mínimo 90cm, com
compatível com a do assento da cadeira de rodas de 46cm de altura;
maçanetas de até 1,10m de altura do tipo alavanca e de material resistente a impactos (Figura 25);
= Camas com altura ajustáveis; = Área de transferência lateral à cama com medidas
0,90m
mínimas de 1,50m x 0,80m (Figura 23);
0,40m
CAMA
0,80 - 1,10m
0,45m - 0,50m
0,10m
mín. 1,50m
Figura 23: Medidas transferência e altura de mobiliário. Fonte: Produção autoral.
= Armários
instalados a 0,30m do piso, deixando espaços livres para maior aproximação. Altura máxima de 1,20m a partir do piso para uso do cadeirante (Figura 24);
Figura 25: Porta com medidas acessíveis. Fonte: Produção autoral.
NHEIROS = BanheirosBcomA possibilidade de giro da cadeira, com dimensões mínimas de 1,70x1,60m (Figura 26);
0,90m
1,50m
0,30m
1,70m
máx. 1,20m
1,60m
Figura 24: Altura armários. Fonte: Produção autoral.
Figura 26: Dimensões mínimas para banheiros acessíveis. Fonte: Produção autoral.
69
= Bacias sanitárias elevadas, com cerca de 48 a
=
Porta do boxe com vão livre de no mínimo 80cm, com recomendação que a porta abra externamente; Desnível máximo de 1,5 cm em relação ao piso do banheiro; Banco dentro do boxe com 45cm de profundidade, 40cm de altura e comprimento mínimo de 70cm; Barra horizontal e vertical dentro do boxe; Duchas do tipo telefone, acionadas por alavanca; Porta objetos fixos, com altura máxima de 1,20m; Dispositivo de Sinalização de Emergência a 40cm do piso, podendo ser instalados perto da bacia sanitária, do lavatório, da porta de acesso, do boxe e da banheira, para acionamento em caso de queda; Materiais de higiene identificado em braile e embalagens em formatos diferentes.
=
=
50cm de altura; Ducha higiênica manual altura média de 45 cm do piso; Áreas de transferências e barras de apoio devem estar posicionadas de lados diferentes e respeitando-se uma área de transferência mínima de 80cm x 1,20m; Lavatórios suspensos, sem coluna ou gabinete de sustentação, fixada entre 80cm e 85cm do piso, com tubulação protegida (Figura 27);
= = = = =
= =
máx. 0,90m
mín. 0,65m
0,80m
0,45m
0,75m
=
Figura 27: Alturas mobiliários banheiros. Fonte: Produção autoral.
= Torneiras do tipo monocomando ou acionada por = Espelho com inclinação de 10º; = Portas dos banheiros com vãos mínimos de 80cm com abertura para fora; = Boxe com piso antiderrapante; alavanca;
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Com o crescimento da rede hoteleira, os empresários do setor se viram na desvantagem, devido a facilidade no comparativo de preços e serviços dos hotéis, levando os estabelecimentos a não aumentarem muitos seus preços, o que poderia acontecer se não tivessem a concorrência na mesma plataforma, facilitando o comparativo do consumidor. Entretanto, traz benefícios, pois promove os estabelecimentos. Como citado anteriormente, cerca de 23,9% da população brasileira possui algum tipo de deficiência e somente 2,2% das unidades habitacionais do país são pensadas em atender essas pessoas. Com estes dados, os sites de hospedagem notaram a necessidade de dispor acomodações acessíveis, assim não havendo discriminação com estes viajantes e para que todos possam usufruir do serviço prestado. Assim surgiram os filtros que podem ser aplicados durante as buscas pelas hospedagens, sites como AirBnb e Booking disponibilizam de uma variedade de filtros para atender à necessidade de cada hóspede. Os outros sites não possuem a mesma quantidade de filtros, apenas a opção de “instalações para pessoas com necessidades especiais”. Para entender melhor o que os filtros nas plataformas digitais de hospedagem oferecem visando atender as necessidades de acessibilidade de todo e qualquer hóspede, foi feita uma análise dos estabelecimentos hoteleiros localizados no estado do Ceará, que estão disponíveis para buscas nos sites AirBnb e Booking. O site AirBnb, disponibiliza cerca de 300 estabelecimentos hoteleiros no estado do Ceará e 27 filtros de acessibilidade, sendo divididos em 7 categorias (Tabela 10). AIR BNB Filtro Entrada na acomodação Visão geral
Acesso sem degraus Entrada ampla Caminho iluminado Caminho plano Corredor amplo Elevador Acesso sem degraus Cama de altura acessível
Quarto
Cama articulada elétrica Entrada ampla Espaço lateral na cama
Acomodações disponíveis 62 90 97 68 77 196 76 60 1 54 58
Acomodações Acomodações Filtro disponíveis disponíveis Acesso sem degraus Banheira com assento 54 Áreas Áreas 11 comuns comuns Entrada ampla 60 Área de transferência 21 ao lado do vaso Estaciona- Estacionamento para 22 deficientes Acesso sem degraus mento 79 Barras de apoio vaso Guincho móvel 0 1 Chuveiro acessível Guincho de teto Banheiro 0 3 Chuveiro de mão Piscina com guincho 37 Equipamen- para transferência de 0 Sanitário de altura acessível 48 tos pessoas Barras de apoio no box 3 Entrada ampla Rampas acessíveis 28 0 nas piscinas Assento para banho 1 Filtro
Tabela 10: Filtros de acessibilidade - AIR BNB. Fonte: Produção autoral.
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06.06. plataformas digitais
Os sites de hospedagem têm crescido cada vez mais, não apenas pela praticidade do serviço proposto, mas também pela facilidade em comparar preços e a qualidade do serviço de hospedagem. Essas plataformas digitais possuem prós e contras, pois da mesma forma que promovem os hotéis, podem ser vistos como concorrentes.
Já a plataforma do Booking, disponibilizou cerca de 623 estabelecimentos hoteleiros no território cearense e 17 filtros de acessibilidade, sendo divididos em apenas 2 categorias (Tabela 11). BOOKING Acomodações disponíveis
Filtro
Quarto
Toda unidade localizada no térreo Unidade totalmente acessível para cadeirantes Andares superiores acessíveis por elevador Box amplo
Banheiro acessível Banheiro Barras de apoio vaso Vaso sanitário elevado
220 89 57 120 33 31 28
Acomodações Filtro disponíveis Orientação auditiva Banheiro adaptado 27 Áreas Equipamencomuns Braile Pia do banheiro com tos 17 altura acessível Assento para banho 5 Cordão de emergência 4 Banheiro no banheiro Possibilidade de giro e área de transferência 60 lateral do vaso Pia do banheiro 16 rebaixada Filtro
Acomodações disponíveis 2 1
Tabela 11: Filtros de acessibilidade - Booking. Fonte: Produção autoral.
Como vistas e analisadas nos quadros acima, os estabelecimentos hoteleiros no estado do Ceará, estão carentes de espaços pensados e que atendam e facilitem a vida e locomoção de um deficiente que tenha qualquer tipo de necessidade exclusiva. Apesar da grande disponibilidade de filtros disponibilizados pelas plataformas digitais, vemos que somente uma pequena porcentagem dos estabelecimentos atende e dispõe de ambientes para atender a todos.
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1- Realizar estudos e pesquisas que apoiassem o setor público, privado e terceirizado na estruturação de destinos e produtos turísticos acessíveis;
É interessante ressaltar que não existem dados que apresentem com fidelidade e autenticidade números exatos de turistas com necessidades especiais vindos ao Brasil.
2- Orientar profissionais e gestores, quanto à importância da acessibilidade como fator de inclusão social e competitividade para o turismo; 3- Inventivar à ampliação do número de unidades habitacionais (Uh’s) acessíveis nas cidades 12 cidadessede da Copa do Mundo e seus entornos; 4- Implantação de um sistema de informações acerca de acessibilidade de empreendimentos e atrativos turísticos de destinos brasileiros; 5- Apoiar à implantação e adequação de infraestrutura turística e de apoio ao turismo acessível nas 12 cidadessede da Copa do Mundo; 6- Incentivar o acesso de pessoas com deficiência no mercado de trabalho do turismo; 7- Promover o apoio ao posicionamento de destinos e produtos turísticos acessíveis, em âmbito nacional e internacional; 8- Apoiar à comercialização de destinos e produtos acessíveis. Quadro 3: Objetivos do Programa Turismo Acessível. Fonte: Produção autoral.
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06.07.TURISMO ACESSÍVEL
Com este programa, todas as pessoas que trabalham com turismo, os próprios empreendimentos, destinos e de fato as pessoas com alguma deficiência ou com mobilidade reduzida se beneficiariam do programa com a inclusão de todos. Além disso, em 2004 foi assinado o decreto Federal nº 5.296, que determina que pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida passam a ter direito de fazer turismo como mais uma forma de integração social.
O Ministério do Turismo apresentou em 2012, um projeto chamado Turismo Acessível, que constitui uma política de acessibilidade que propôs uma série mudanças que buscam promover a inclusão social e a acessibilidade a todos na atividade turística. Com o programa e iniciativas do governo, locais acessíveis a todos se tornam mais propensos de existirem. O programa apresentou oito objetivos (Quadro 3).
06.08. HOSPEDAGEM ACESSÍVEL
Considerando a quantidade de leitos no Brasil, apenas 2,2% das unidades habitacionais são adaptadas. No Ceará, a média não tem grande variação, pois apresenta apenas 2,1% de suas UH's adaptadas (Tabela 12). Números de UH’s Local
Total
Adaptadas
Brasil
1.001.254
22.543
Ceará
31.983
645
Tabela 12: Número total e adaptadas de Uh’s e número de leitos, por tipo - Brasil e Ceará. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa de Serviços de Hospedagem.
O intuito de apresentar os dados aqui mostrados foi para auxiliar na compreensão e analise do setor de hospedagem do Brasil, procurando identificar o que esses empreendimentos podem proporcionar aos usuários, além de entender as suas capacidades de hospedagem. Desta forma, vemos o quão essencial a pesquisa é para o conhecimento do segmento hoteleiro, quais suas falhas e assim projetar no Litoral Leste do Estado do Ceará um Hotel de Charme com preocupações de acessibilidade para atender e atingir um público extenso e proporcionar a estas pessoas novas experiências.
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=
Art. 5º – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, a
=
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. (CF, 1998, p.2)
Inclusão social de pessoas com alguma necessidade especial é um assunto que vem sendo bastante discutido ultimamente, existem leis, normas e decretos que procuram dar a todos o direito de ir e vir, porém, ainda existem uma infinidade de atitudes que levam ao não cumprimento ou em partes da lei. Podemos ver uma grande diferença entre a teoria e a prática, o que acaba prejudicando parte da população, que acaba não podendo usufruir dos seus direitos. Para garantir a inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência, que são, cerca de 45 milhões de brasileiros, o Estado busca dispor leis, normas e decretos para assegurar o direito de inclusão de todos, sendo elas:
= Lei nº 10.098/2000: promove a acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida ou portadoras de deficiência. Todas buscam estabelecer normas e regras que promovam a acessibilidade das pessoas com algum tipo de deficiência ou com alguma mobilidade reduzida. Também estabelecem adaptações em edificações, mobiliários, espaços e equipamentos para atender à necessidade destas pessoas, inclusive em meios de hospedagem, determinando 10% das unidades habitacionais adaptadas. Apesar das criações destas legislações, enquanto a sociedade não cumprir as leis e o Estado não fiscalizar como deve e nem assegurar o direito de todos, parte da população estará sendo prejudica por não poder usufruir dos seus direitos garantidos pela Constituição do país. E com isso, se viu a necessidade de projetar um
= Decreto nº 5.296/2004: estabelece normas =
de dezembro de 2000, para determinar a adaptação de parte dos brinquedos e equipamentos dos parques de diversões às necessidades das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida; ABNT NBR 9.050/2015: norma de acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos; Lei nº 13.146/2015: determina que todos os meios de hospedagem, devem oferecer ao menos 10% de seus apartamentos, adaptados para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida;
gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências; Lei nº 11.982/2009: acrescenta parágrafo único ao art. 4o da Lei No 10.098, de 19 de
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06.09. Legislação e normas
Para abordar legislações e leis em vigor para garantir o direito os deficientes físicos, é interessante e importante salientar o artigo 5º da Constituição Federal, que buscou garantir a igualdade de todos. Assim citando o artigo:
Hotel de Charme, que busque atender e proporcionar um espaço totalmente acessível dentro das normas e leis, para assim atender critérios que promovam a acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, sendo esses espaços com dimensões e equipamentos corretos, até mesmo em ambientes de relaxamento, lazer, entretenimento ou com qualquer outra função.
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PROJETOS DE REFERÊNCIA
07.01.VILLA BELLA HOTEL
Localizado na Serra Gaúcha, especificamente no Vale do Quilombo, o Villa Bella Hotel é referência nacional quanto a preocupação na inserção de todos, sendo o primeiro hotel do Brasil a se preocupar em adaptar seus espaços sociais para atender deficientes, incluindo a piscina, se tornando um lugar ideal que proporciona relaxamento, lazer e entretenimento. Em 2004 o hotel recebeu a certificação de espaço acessível para portadores de necessidades especiais (Figura 28).
acessibilidade, e convenci arquitetos e engenheiros a darem início ao projeto. Em 2004 o hotel se tornou 100% possível de receber pessoas com necessidades especiais”, diz o diretor do estabelecimento. Na recepção, os balcões altos foram substituidos por mesas de atendimento individuais, facilitando o acesso do cadeirante. E desde a reserva feita pelo cliente, os recepcionistas já buscam entender as necessidades de cada hóspede para poder suprir durante suas estadias. O primeiro andar do hotel é totalmente adapdatado para cadeirantes, deficientes visuais e auditivos, dispondo de equipamentos que proporcionam conforto durante a estadia destes hóspedes. O hotel conta 10 tipos de suítes, com áreas variadas entre 16m² a 68m², sendo dessas 10% adaptados para portadores de deficiência. Os quartos localizados no primeiro piso possuem espaços mais amplos, armários baixos e banheiros adaptados. A suíte mais cara do hotel, também é adaptada.
Figura 28: Villa Bella Hotel. Fonte: site hoteis.com
Uma das características de acessibilidade pode ser vista na entrada do hotel, com um estacionamento próprio para deficientes logo ao lado da porta de entrada. Em entrevista para o site G1 (2012), o diretor e proprietário do hotel, Roger Baqui, a preocupação com a acessibilidade de todos veio depois de presenciar dificuldades que cadeirantes que se hospedavam no hotel passavam durante suas estadias. “Entendi que era necessário garantir a
Figura 29: Quarto Villa Bella Hotel acessível. Fonte: Villa Bella Hotel
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Os banheiros possuem barras de segurança dentro do box e também próximo ao vaso sanitário, sendo de utilidade não apenas de deficientes físicos, mas também de idosos. (Figura 30). Já os principais acessos dos corredores do hotel se dão por rampas e os espaços de locomoção com medidas que possibilitam um tráfego tranquilo das cadeiras de rodas.
Figura 31: Talheres em braile. Fonte: Villa Bella Hotel.
Figura 30: Banheiro Villa Bella Hotel acessível. Fonte: Villa Bella Hotel
O Villa Bella Hotel dispõe também de sinalizadores luminosos no telefone e campainha do apartamento e despertador vibratório. Um dos computadores disponibilizados pelo hotel para os hóspedes também possui acessibilidade, com softwares que leem as informações exibidas nas telas. No restaurante os informativos e cardápios são disponibilizados em braile (Figura 31), possibilitando o hóspede com deficiência visual de diferenciar o talher a ser utilizado (Figura 32).
Figura 32: Talheres em braile. Fonte: Villa Bella Hotel.
Os funcionários passam por treinamento a cada seis meses, tendo como objetivo melhor atender o hóspede e deixa-lo à vontade. “Temos um funcionário fluente em libras que fica à disposição para conversar, se o cliente quiser. Às vezes as pessoas ficam ansiosas por não poderem falar com alguém”, relata Baqui.
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Os acessos para quartos e áreas sociais se dão por rampas e elevadores especiais que contam com identificadores em braile e sinalizador em voz. Um dos destaques na acessibilidade disponibilizados pelo Villa Bella, é na área da piscina, disponibilizando uma cadeira elevador (Figura 33) para que pessoas com deficiência física possam também utilizar e usufruir da piscina do hotel (Figura 34).
Por não ter sido projeto de início para ser um hotel acessível e tendo sofrido mudanças para atender hóspedes com alguma atenção especial, existem carências e apenas 10% das suas unidades habitacionais são totalmente adaptadas. Apesar disso, possuem um diferencial quase nunca encontrado nos estabelecimentos de hospedagem, demonstrando a preocupação na inserção de todas as pessoas, independente das suas limitações em um ambiente que proporciona lazer, conforto, diversão e relaxamento. A escolha desse projeto como refêrencia foi devido ao principal diferencial do hotel, a acessibilidade, fugindo do padrão da maioria dos hóteis disponíveis no Brasil e no mundo, onde não demonstram preocupação em promover espaços acessíveis e inserir estas pessoas.
Figura 33: Elevador para piscina acessível. Fonte: Villa Bella Hotel.
Figura 34: Elevador para piscina acessível. Fonte: Villa Bella Hotel.
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Assim, a arquitetura não impacta no terreno. Os chalés sob pilotis deixam a ventilação natural fluir reduzindo a umidade e baixando a temperatura interna (Figura 36).
Figura 36: Hotel Mirante do Gavião. Fonte: Galeria da Arquitetura.
O programa de necessidades dispõe de acomodações rústicas, artesanais (Figuras 37 e 38) e ao mesmo tempo amplas (Figura 39) refletindo a floresta tropical que está inserida (Figuras 40 e 41). Sendo evidente a integração do projeto com a natureza (GALERIA DA ARQUITETURA, 2016).
Figura 35: Hotel Mirante do Gavião. Fonte: Galeria da Arquitetura.
A cultura dos ribeirinhos locais foi inserida no projeto, já que a pousada possui a forma de um barco invertido. Com o nível construído elevado do chão, a proposta é descrita pelo site Galeria da Arquitetura (2016) como algo que surge de uma forma selvagem e natural sem impermeabilizar o solo.
Figura 37: Hotel Mirante do Gavião. Fonte: Galeria da Arquitetura.
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07.02. hotel mirante do gavião
Localizado no estado do Amazonas, distante 200km de Manaus, está na beira do Rio Negro, no município de Novo Airão, o local onde está é considerado um dos ecossistemas mais importantes do mundo. De acordo com o site Galeria da Arquitetura (2016), o projeto desenvolvido pelo escritório de arquitetura O'Reilly Architecture & Partners Sustainable Strategies, está inserido em uma área com tantas riquezas naturais, então se viu necessário a integração do hotel com o seu entorno (Figura 35). O projeto então foi pensado em sustentabilidade, pensado desde o início em usar ferramentas, materiais e tecnologias construtivas que minimizem o impacto ambiental (GALERIA DA ARQUITETURA, 2016).
Figura 38: Hotel Mirante do Gavi達o. Fonte: Galeria da Arquitetura.
Figura 40: Hotel Mirante do Gavi達o. Fonte: Galeria da Arquitetura.
Figura 39: Hotel Mirante do Gavi達o. Fonte: Galeria da Arquitetura.
Figura 41: Hotel Mirante do Gavi達o. Fonte: Galeria da Arquitetura.
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Em uma área de 1.678m², a implantação do terreno posicionou estrategicamente o restaurante, com vista completa para o Rio Negro, logo atrás ficam os apartamentos, com também vista para o rio (Figura 42). Toda a disposição dos edifícios foram pensadas para relacionarem-se entre si. “As construções são relacionadas entre si por sistemas de circulação elevados e decks” Disse Armando Prieto, um dos arquitetos responsáveis pelo projeto (GALERIA DA ARQUITETURA, 2016). IMPLANTAÇÃO 1
1. RECEPÇÃO 2. MIRANTE VERTICAL 3. APARTAMENTOS 4. RESTAURANTE
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3
RIO NEGRO
4
Figura 42: Implantação Hotel Mirante do Gavião. Fonte: Galeria da Arquitetura.
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Dispondo de apenas 5 unidades, todos os quartos possuem varandas e uma pequena área de estar. O acesso se dá por escadas, não atendendo a acessibilidade (Figura 43).
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PLANTA BAIXA APARTAMENTOS 01. 02. 03. 04.
QUARTOS CHUVEIROS BANHEIROS VARANDAS Figura 43: Planta baixa apartamentos Mirante do Gavião. Fonte: Galeria da Arquitetura.
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Dispondo de apenas 5 unidades, todos os quartos possuem varandas e uma pequena área de estar. O acesso se dá por escadas, não atendendo a acessibilidade (Figura 44).
CORTE C - APARTAMENTOS Figura 44: Cortes apartamentos Hotel Mirante do Gavião. Fonte: Galeria da Arquitetura.
Uma solução adotada para reduzir impactos ambientais, foi o uso de pilotis, para que a natureza possa fluir sem nenhuma barreira, além de não ser necessária a impermeabilização do solo para sustentar a edificação (Figura 45).
ELEVAÇÃO APARTAMENTOS - LESTE Figura 45: Elevação apartamentos Hotel Mirante do Gavião. Fonte: Galeria da Arquitetura.
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Outra solução adotada foi o uso da topografia natural do terreno, sendo um importante aliado na característica do hotel, sendo trabalhada de uma forma que o edifício se adapte aos desníveis sem a movimentação de terra, também reduzindo o impacto ambiental (Figura 46).
Figura 46: Corte restaurante Hotel Mirante do Gavião. Fonte: Galeria da Arquitetura.
A topografia do terreno não somente foi um aliado para a forma e arquitetura do edifício, mas também para a setorização dos ambientes no terreno. Foi proposto a colocação dos quartos no topo do terreno, proporcionando maior privacidade, porém sem perder a vista para a paisagem natural deslumbrante da região. Já a área de lazer, onde encontram-se piscina e restaurante, estão no nível mais baixo do terreno, próximo ao rio, onde dispõe aos hóspedes, um contato direto com a natureza nos momentos de lazer (Figura 47).
Figura 47: Corte apartamentos, mirante e restaurante Hotel Mirante do Gavião. Fonte: Galeria da Arquitetura.
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Este projeto chama a atenção quanto à forma utilizada em suas construções, as soluções arquitetônicas tomadas, além do uso de materiais utilizados que dão um conceito rústico para o hotel. Apesar do programa de necessidades simples, a arquitetura encontra-se moderna e sofisticada, agregando a natureza a si, com soluções topográficas e arquitetônicas. Apesar de toda a preocupação com a natureza, apresenta falhas quanto a acessibilidade, já que os acessos não se dão por meios adaptados para receber hóspedes com qualquer tipo de necessidade especial.
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CASCAVEL
Cascavel é um município situado no estado do Ceará, distante 70km da capital, Fortaleza. Possui uma população estimada de 71.499 habitantes (IBGE, 2018), onde a maior parte está concentrada na zona litorânea da cidade. O município é dividido em quatro distritos, sendo eles: Cascavel (sede), Cristais, Jacarecoara e Pitombeiras. Com uma área territorial de 835,00 km², faz limite com os municípios de: Aquiraz, Beberibe, Chorozinho, Horizonte, Ocara, Pacajus e Pindoretama.
08.01. LOCALIZAÇÃO
N
Fortaleza Cascavel
BRASIL
CEARÁ
CASCAVEL
Figura 48: Localização geográfica Cascavel. Fonte: Produção autoral.
A cidade encontra-se entre o litoral de mar azul, lindas praias com coqueirais nativos, areia branca, mangues e uma vegetação extensa, e do outro lado um sertão cortado por riachos e lagoas e um pequeno relevo. Possui uma grande diversidade de fontes de renda, sendo baseada na agricultura, pecuária, industrias, turismo, artesanatos e principalmente na pesca.
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A localização geográfica trouxe benefícios, por estar situada em meio a uma grande rota de comercio entre as cidades de Fortaleza, Aquiraz e Aracati, e também como meio do litoral para o sertão. Além de estar às margens do Rio Choró, canal de produção e ancoradouro de barcos. Pessoas de diferentes raças e origens foram responsáveis pela formação urbana da cidade de Cascavel, habitando e transformando cerrados, braços-de-mar, riachos, lagoas, mangues, praias em uma área favorável a produção. Com o solo adequado para o plantio e com rios que cruzavam suas terras, Cascavel promoveu a agricultura e a pecuária, tornando um centro de produção. Outro fator que levou o crescimento populacional foi a seca, pois muitos trocavam o sertão pelo litoral em busca de um local onde o efeito da seca fosse menos prejudicial. No século XVIII, a construção de duas obras sacras marcou o crescimento e desenvolvimento do povoado, sendo estas: a Igreja de Nossa Senhora do Ó (Figura 49), erguida em 1710 e a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição (Figura 50).
Figura 49: Igreja Matriz da Ó. Fonte: SeTur/CE.
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08.02. a história
De acordo com Sousa (1994), Cascavel surgiu de fato em 25 de fevereiro de 1694, quando Domingos Paes Botão e João da Fonseca Ferreira tomaram posse de uma data de sesmaria (determinada terra que o cidadão requeria ao Governo para plantar e criar, podendo ser de grande extensão) concedida pelo Capitão-mor Fernão Carrilho e denominada de “Sítio Cascavel”. Por estarem sendo perseguidos pelos índios, Botão e Ferreira decidiram mudar-se do médio Jaguaribe para o litoral, onde não existia combate entre os índios e os colonizadores. Foi então por conta de Domingos Paes Botão, João da Fonseca Ferreira e um pequeno grupo de outros pioneiros que houve investimento da colonização portuguesa nas terras cascavelenses para assim fundir o até então denominado “Sitio Cascavel” (SOUSA, 1994). Anos depois, Domingos Botão e João Ferreira transferiram suas terras para dois de seus parentes, Manoel Rodrigues da Costa e sua esposa, Francisca Ferreira Pessoa, irmã de João da Fonseca Ferreira, que logo depois construíram a Capela de Nossa Senhora do Ó, em 1710, segundo Sousa (1994). De acordo com moradores mais antigos da região, o nome da cidade se deu por conta de viajantes e comboieiros que se alojavam sob as copas dos grandes cajueiros presentes no local durante suas passagens durante travessias de Aracati para Aquiraz ou Fortaleza e teriam visto algumas cobras cascavéis, tornando a região um ponto de referência conhecido como “Passagem da Cascavel”. Assim levando Domingo Botão e João Ferreira a denominar a sesmaria de “Sítio Cascavel”.
Figura 50: Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. Fonte: SeTur/CE.
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Cascavel também possui atrativos de interesse para turistas que buscam o turismo cultural, com as datas comemorativas da cidade, até a exuberância de prédios históricos (Figura 52).
Figura 52: Igreja Matriz de Cascavel. Fonte: Site mapio.net.
Visto isso, vemos o quão importante e fundamental a execução de um projeto de grandes proporções de um hotel de charme acessível na praia de Barra Nova, em Cascavel. Sempre havendo a preocupação de seguir toda a legislação da cidade, para que o projeto ajude a atender a demanda de buscas na região, além de se tornar um atrativo por ser o primeiro hotel do estado projetado com a preocupação de atender e possibilitar diversão e lazer a todos.
Figura 51: Prática de kitesurf. Fonte: Própria autora.
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08.03. o turismo em cascavel
Localizada na Região de Planejamento da Grande Fortaleza, Cascavel dispõe de uma imensa faixa litorânea repleta de praias e mangues, além da grande buscar de turistas pela região por possuir uma tendência natural para a pratica do eco turismo, com trilhas ecológicas e passeios de barco. É uma região muito procurada por praticantes do kite surf, principalmente nas temporadas de vento, durante os meses de agosto e dezembro (Figura 51). A rede hoteleira não é extensa e a grande maioria das acomodações são pousadas, sendo propriedade de moradores locais ou estrangeiros que se mudam para a região.
08.04. barra nova
Distante 12km de Cascavel (sede), localiza-se no distrito Jacarecoara, onde há o encontro do Rio Choró com o mar. Possui um dos mais prósperos destinos do turismo ecológico do estado. O encontro do mar com o rio forma um contraste das aguas doce e salgada, proporcionando uma das mais belas praias de areias brancas do estado. Com o mar de aguas agradáveis, aquecidas e calmas, possui uma estrutura turística com a maior concentração de empreendimentos turísticos da região.
BARRA NOVA Figura 53: Praia de Barra Nova - Cascavel. Fonte: Produção autoral.
Com a maré seca, piscinas naturais e aquecidas se formam nas depressões naturais do terreno da região (Figura 54). Praias ótimas para momento em família, além da a pratica de esportes marítimos, atraindo muitos praticantes de kite surf, e turistas que buscam a exploração de trilhas ecológicas nos mangues da região (Figura 55). Um local repleto de biodiversidade com cenários inesquecíveis e deslumbrantes.
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Com a pouca diversidade de estabelecimentos, muitos dos turistas buscam alugar casas para se hospedar na região, porém não usufruem do conforto de estarem hospedados em um hotel, visto isso, a implantação de um Hotel de Charme Acessível na Praia de Barra Nova, trará disponibilidade e possibilidade para que todos possa usufruir das belezas naturais da região desfrutando de um espaço diferenciado.
Figura 54: Praia de Barra Nova - Cascavel. Fonte: Produção autoral.
Figura 55: Praia de Barra Nova - Cascavel. Fonte: Produção autoral.
A Praia de Barra Nova possui diversos atrativos turísticos, o que leva uma grande procura de turistas pela região, apesar do grande fluxo, a rede hoteleira da região é de certo modo escassa, disponibilizando apenas 8 pousadas, com possibilidade de acomodar em média 20 hóspedes em cada e nenhuma desfruta de qualquer equipamento de acessibilidade.
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09
o TERRENO
09.01. a escolha
Aqui serão estudados os condicionantes que guiam para o início do desenvolvimento do projeto. São apresentadas os motivos de escolha e características pertinentes à localização do terreno, levando em consideração também os aspectos ambientais da região, condicionantes legais, onde houve uma busca pelo conhecimento da legislação vigente do município de Cascavel, com foco na área de Barra Nova. Para a escolha da região e do terreno, alguns critérios foram analisados e definidos, embasados no referencial teórico, sendo eles: 1. potencial turístico da região: por ser uma área de praia, buscada por muitos turistas, é de interesse um hotel de maior porte para a região.
6. Longe de centros urbanos: Pelo conceito do hotel de charme, os hotéis precisam estar longe de grandes centros urbanos, sendo o caso da localização da praia de Barra Nova.
2. proximidade com o mar: valorizando o empreendimento e dando ao hóspede mais uma opção de lazer. 3. região rica culturalmente: mais um atrativo para os viajantes que também se interessam pelo turismo cultural, além de valorizar a cultura da região. 4. nenhum equipamento voltado para a acessibilidade universal na região: uma opção de lazer, entretenimento e um lugar que agregue e valorize as pessoas que precisam de uma atenção especial, sendo de uso não somente para as pessoas que habitam próximo a região. 5. rede hoteleira escassa: o turismo da região, principalmente em alta estação, lota a praia de Barra Nova, e contando apenas com 8 pousadas, seria de importância um hotel com maiores proporções, ainda atendendo pessoas com algum tipo de necessidade especial.
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TERRENO
Figura 56: O terreno proposto. Fonte: Produção autoral, a partir do Google Earth - 2019.
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09.02. condicionantes físicos
A escolha da região da praia de Barra Nova como citado anteriormente, se deu por diversos fatores, desde o potencial turístico da região até por um dos conceitos do hotel de charme, que é estar longe de grandes centros urbanos. Quanto a escolha do terreno, um principal fator foi a proximidade com o mar e as piscininhas para momentos em família.
Em relação ao uso do solo da praia de Barra Nova (Figura 57), podemos perceber a predominância de residências na região. Com poucos comércios locais, a principal prestação de serviço disponível na região é das barracas de praia. Os meios de hospedagem são escassos, sendo encontrados apenas 8 estabelecimentos. Mesmo com todo o atrativo do turístico da região, muitas áreas ainda encontram sem usos.
Terreno Residencial Hospedagem Comercial Sem uso Institucional Barracas de Praia Praça
Figura 57: Uso do Solo - Barra Nova. Fonte: Produção autoral a partir do Google Earth 2019.
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Pela proposta de um hotel projetado somente com pavimento térreo, se fez necessário a escolha de um terreno com uma área ampla, porém com medidas não tão exageradas, para promover a interação e igualdade entre os hóspedes (Figura 58). Com isso, o terreno escolhido possui uma área total de 11.640m² (Figura 58), permitindo uma implantação bem trabalhada e resolvida, com ambientes amplos, para que todos possam utilizar das áreas do hotel com autonomia e segurança, além de permitir a exploração do paisagismo, com caminhos amplos e espaços de permanência.
105,
98m
1 3 2 , 6 7m
Área total = 1 1 . 640m² 99,69m
102,19 m Figura 58: Medidas terreno. Fonte: Produção autoral.
103
B
Para entendermos melhor a topografia do terreno, foram traçadas linhas de corte (Figura 59), onde nenhuma apresentou grande variação na topografia do terreno, sendo assim, com uma topografia quase que completamente irregular, o terreno favorece um dos conceitos propostos, o de acessibilidade, fazendo com que não seja necessário o uso de soluções para grandes desníveis no projeto.
1m
1m
0m
25 m
50 m
75 m
100m corte aa
0m
25 m
50 m
75 m
100m corte BB
0m
A B
A
0m
Figura 59: Topografia terreno. Fonte: Produção autoral a partir do Google Earth - 2019.
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pela chuva, porém sempre com a preocupação para que o vento possa fluir normalmente. A localização do terreno escolhido encontra-se favorecida (figura 60). A porção com vista para o mar situase em uma área favorável, localizada ao leste, onde está a predominância dos ventos na região, desfrutando de uma abundante ventilação natural, além de estar posicionada a favor do posicionamento solar (leste-oeste).
N
20%
FREQUÊNCIA (%)
NO
40%
NE 10+ M/S
O
E
8-10 M/S 4-6
M/S
2-4 M/S 0-2 M/S
SO
SE S Gráfico 9: Rosa dos ventos. Fonte: Produção autoral a partir do Projeteee - 2019.
Figura 60: Terreno e suas condicionantes ambientais. Fonte: Produção autoral.
Com direção predominante vinda do leste, a velocidade e a frequência variam entre 0-2 m/s, com 7,48% de frequência; 2-4 m/s com 20,64%; 4-6 m/s com 10,46%; e 6-8 m/s com frequência de 2,03%. Como a chuva acompanha os sentidos dos ventos, analisar estatísticas do vento nos auxilia em soluções projetuais com a adoção de elementos que impeçam possíveis problemas ocasionados
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09.03. condicionantes AMBIENTAIS
Um dos critérios que influenciam na implantação de um edifício para proporcionar o conforto ambiental e usufruir da ventilação e iluminação natural são os fatores de predominância dos ventos e posicionamento solar. Analisar a predominância dos ventos é de extrema importância. Sendo assim, a Rosa dos Ventos (Gráfico 9) nos mostra com maior clareza dados relacionados ao vento, como a velocidade, direção e frequência.
09.04. CONDICIONANTES LEGAIS
A Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo de Cascavel (Anexo II), estabelece três divisões da área do município, para fins de zoneamento, levando em consideração aspectos físicos, culturais, ambientais, institucionais e de desenvolvimento. O terreno apresentado encontra-se localizado na área 01, sendo delimitada pelo Oceano Atlântico, Rio Choró, CE-040 e o Riacho Mupeba. Por estar inserido na área 01, faz parte de uma Zona de Urbanização Consolidada – ZUC (Figura 60).
TERRENO PROPOSTO
ZONA DE URBANIZAÇÃO CONSOLIDADA - ZUC ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL ZONA-ESPECIAL DE PROTEÇÃO - ZEP ZORA RURAL - ZR OCEANO
BARRA NOVA
HIDROGRAFIA FAIXA DE AREIA
RIO CHORÓ
Figura 61: Topografia terreno. Fonte: Produção autoral a partir da Prefeitura Municipal de Cascavel - 2019.
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A ZUC, é integrada pelas sedes distritais e localidades de Jacareocara, Caponga, Balbino, Águas Belas e Barra Nova. A zona permite diversos usos, sendo um desses, para meios de hospedagem, como pousadas, hotéis e móteis. Os indicadores urbanos de ocupação do solo na ZUC para meios turísticos (hotéis, motéis e pousadas) não possuem parâmetros determinados de taxas de permeabilidade e ocupação, índice de aproveitamento, recuos e área mínima do lote (Tabela 13).
Zonas
Uso
Residencial unifamiliar Residencial mutifamiliar Comercial varejista e serviços ligados ao uso rodoviário Industrial leve e ZUC semi-artesanal Turístico (Hotéis, móteis e pousadas) Uso público em geral (equipamento de educação, cultura, saúde e promoção social)
INDICADORES URBANOS DE OCUPAÇÃO DO SOLO Recuos Taxa de Taxa de Índice de min. Observações permeabilidade ocupação aproveitamento Frente Fundo Lateral Área do lote (%) (IA) (%) 20 20
50 60
1 1,5
3 3
1,5
125 125
Projetos sujeitos a análise e aprovação por parte do Conselho Municipal do Plano Diretor.
Tabela 13: Indicadores urbanos de ocupação do solo - ZUC - Cascavel. Fonte: Produção autoral a partir da Prefeitura Municipal de Cascavel - 2019.
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premissas projetuais
10.01. conceito e partido
O Marenza, como citado anteriormente, nasce da proposta de um equipamento voltado para atender também pessoas com necessidades especiais, através de uma arquitetura e paisagismo com potenciais para dar à estas pessoas uma opção de lazer, para que possam usufruir com segurança e autonomia. A busca pela promoção da igualdade torna o Marenza um diferencial para a hospedagem que vem sendo proposta para a população, buscando a interação e socialização de todos. Embasado no objetivo principal, premissas e diretrizes projetuais foram pensadas, sendo elas: 1. Acessibilidade; 2. Interação; 3. Permeabilidade; 4. Paisagem; 5. Lazer; 6. Conforto; 7. Diversidade; Estes pontos escolhidos anteriormente, surgiram da proposta de tornar possível a socialização de pessoas com alguma deficiência e proporcionar um equipamento de lazer.
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SOCIAL AMBIENTE Recepção Loja Sala de TV Bar/Convivência Sala de bagagens BHO masculino BHO acessível BHO feminino
TOTAL 314,68
ÁREA (M²) QT. TOTAL (m²) 131,14 25,68 41,77 80,11 5,92 13,14 3,85 13,14
1 1 1 1 1 1 1 1
131,14 25,68 41,77 80,11 5,92 13,14 3,85 13,14
TOTAL 143,87
administrativo AMBIENTE
ÁREA (M²) QT. TOTAL (m²)
Recepção ADM Sala de reunião Sala da gerência Sala do financeiro Sala de vendas Sala de segurança sala do rh Banheiro acessível Banheiro masculino Banheiro feminino
24,77 35,91 14,90 17,32 11,38 8,79 20,24 4,34 3,11 3,11
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
24,77 35,91 14,90 17,32 11,38 8,79 20,24 4,34 3,11 3,11
BANGALÔS HIDRO
AMBIENTE VARANDA HIDRO SALA QUARTO CLOSET BANHEIRO JACUZZI
serviço AMBIENTE
38,93 15,33 26,81 6,48 11,18 9,30
4 4 4 4 4 4
155,72 61,32 107,24 25,92 44,72 37,20
ÁREA (M²) QT. TOTAL (m²)
PORTARIA BANHEIRO PORTARIA UNIFORME VESTIÁRIOS VESTIÁRIO ACESSIVEL GOVERNANÇA PROD. DE HIGIENE MATERIAL DE LIMPEZA ROUPARIA LAVANDERIA CONTROLE ALMOXARIFADO ALMOXARIFADO TRIAGEM DESCANSO COPA DEP. DE COMIDA E BEBIDA ALOJAMENTO BANHEIRO ALOJAMENTO REFEITÓRIO CARGA E DESCARGA GERADOR GÁS LIXO
FAMÍLIA AMBIENTE TOTAL 432,12 ÁREA (M²) QT. TOTAL (m²)
TOTAL 711,65
VARANDA COZINHA QUARTO QUARTO BANHEIRO
6,77 2,32 5,02 33,53 9,05 16,49 4,44 4,44 6,06 32,09 5,61 13,71 15,25 13,95 41,76 13,36 38,11 8,72 91,44 240,00 8,54 12,26 11,17
ÁREA (M²) 12,91 18,75 28,67 22,82 22,82
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 1 1 1 1 1
6,77 2,32 5,02 67,06 9,05 16,49 4,44 4,44 6,06 32,09 5,61 13,71 15,25 13,95 41,76 13,36 76,22 14,77 91,44 240,00 8,54 12,26 11,17
ÁREA (M²)
VARANDA QUARTO BANHEIRO
9,42 24,70 9,43
ÁREA (M²) QT. TOTAL (m²)
ÁREA EXTERNA ÁREA INTERNA ADEGA BANHEIROS BHO ACESSÍVEL COZINHA PRAÇA GARÇONS LAV. DE PRATOS DEPÓSITO HIG. DE ALIMENTOS TRIAGEM DEP. DE BEBIDAS DEP. DE COMIDAS CÂMARA FRIA BANHEIROS BHO ACESSÍVEL DECK/BAR PISCINA BHO FEMININO BHO ACESSÍVEL BHO MASCULINO SALA DE CURATIVOS DEP. LIMPEZA PISCINA
179,60 215,91 7,95 13,17 3,87 74,68 13,66 12,65 7,34 12,19 13,17 19,60 19,60 19,60 3,11 4,34 311,64 13,14 3,66 12,61 13,10 7,64
PISCINA / LAZER
4 4 4 4 4
AMBIENTE
51,64 75,00 114,68 91,28 91,44
QT. TOTAL (m²) 8 8 8
75,36 197,60 75,44
Quadro 4: Programa de Necessidades. Fonte: Produção autoral.
111
AMBIENTE
TOTAL 998,51
TOTAL 424,04 QT. TOTAL (m²)
TOTAL 348,40
SUÍTE AMBIENTE
rESTAURANTE
MASSAGEM SAUNA BHO ACESSÍVEL BANHEIROS BAR MOLHADO PISCINA ADULTO PISCINA INFANTIL ACADEMIA SALÃO DE JOGOS BRINQUEDOTECA
1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1
179,60 215,91 7,95 26,34 3,87 13,17 74,68 13,66 12,65 7,34 12,19 13,17 19,60 19,60 19,60 6,22 4,34 311,64 13,14 3,66 12,61 13,10 7,64
TOTAL 501,78
ÁREA (M²) QT. TOTAL (m²) 45,95 14,89 4,13 2,75 25,04 204,56 45,04 45,46 45,95 65,26
1 1 1 2 1 1 1 1 1 1
45,95 14,89 4,13 5,50 25,04 204,56 45,04 45,46 45,95 62,95
10.02. PROGRAMA DE NECESSIDADES
Para dar início ao projeto do Marenza, um programa de necessidades foi criado, estabelecendo os ambientes, seus usos, dimensões, quantitativos e setores, fatos estudados para favorecer todo o acontecimento dos serviços do hotel. Para definir o programa de necessidades do Hotel Marenza, foram tomados como base as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), projetos de referência, além do PDDU de Cascavel, que nortearam no estudo das áreas para uma boa circulação e funcionalidade dos ambientes propostos e necessários para um hotel de charme acessível.
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SERVIÇOS
10.03. organograma e fluxograma
A partir dos pontos citados no início do capítulo e do programa de necessidades, o organograma (Figura 61) foi criado para entender melhor o alvo principal do projeto (hóspede), dando à eles alguns conceitos propostos pelo hotel (acessibilidade, exclusividade, interação e lazer), proporcionando e promovendo o turismo, o conforto, a diversão e a interação, através de serviços.
Figura 61: Organograma. Fonte: Produção autoral.
Depois de estabelecido o programa de necessidades, o fluxograma surgiu do entendimento da hierarquia dos ambientes, de quem irá usufruir e a quantidade de pessoas que irão transitar naquele espaço, a partir desse estudo, foram criados dois fluxogramas, para melhor entendermos a ligação dos ambientes, os usuários daquele local e os setores estabelecidos (Figuras 62 e 63).
112
ESTACIONAMENTO/ EMBARQUE E DESEMBARQUE LOBBY
BANGALÔS
RECEPÇÃO BHO FEMININO BHO MASCULINO BHO ACESSÍVEL LOJA SALA DE TV ÁREA DE CONVIVÊNCIA SALA DE BAGAGENS
CIRCULAÇÃO PISCINAS SAUNA BHO FEMININO BHO MASCULINO BHO ACESSÍVEL
RESTAURANTE E BAR BHO FEMININO BHO MASCULINO BHO ACESSÍVEL ADEGA COZINHA
BRINQUEDOTECA
REFEITÓRIO DEPÓSITO DE COMIDA DEPÓSITO DE BEBIDA CÂMARA FRIA
SALÃO DE JOGOS SALA PARA MASSAGEM ACADEMIA ÁREA COBERTA PARA SHOWS SALA DE CURATIVOS
TRIAGEM CARGA E DESCARGA PORTARIA ENTRADA DE SERVIÇO
CIRCULAÇÃO CIRCULAÇÃO
ALOJAMENTO FEMININO ALOJAMENTO MASCULINO CASA DE MÁQUINAS DML DEPÓSITO DE LIXO DEPÓSITO DE GÁS
ADMINISTRATIVO SALA DA GERÊNCIA GERAL SALA FINANCEIRO SALA DE VENDAS/RESERVA SALA MONITORAMENTO DE SEGURANÇA SALA DE REUNIÃO SALA RH BHO FEMININO BHO MASCULINO BHO ACESSÍVEL SALA DE FARDAMENTO VESTIÁRIO FEMININO VESTIÁRIO MASCULINO CONTROLE ALMOXARIFADO ALMOXARIFADO GOVERNANÇA
SALA DE DESCANSO COPA
Figura 62: Fluxograma - intensidade de fluxos. Fonte: Produção autoral.
113
ROUPARIA LAVANDERIA DML DML PRODUTOS DE HIGIENE
SOCIAL ADMINISTRATIVO SERVIÇO LAZER HOSPEDAGEM FLUXO INTENSO FLUXO MODERADO FLUXO LEVE
09.03. condicionantes AMBIENTAIS
ENTRADA DE VEÍCULOS
ENTRADA DE VEÍCULOS
ESTACIONAMENTO/ EMBARQUE E DESEMBARQUE LOBBY
BANGALÔS
RECEPÇÃO BHO FEMININO BHO MASCULINO BHO ACESSÍVEL LOJA SALA DE TV ÁREA DE CONVIVÊNCIA SALA DE BAGAGENS
CIRCULAÇÃO PISCINAS SAUNA BHO FEMININO BHO MASCULINO BHO ACESSÍVEL
RESTAURANTE E BAR BHO FEMININO BHO MASCULINO BHO ACESSÍVEL ADEGA COZINHA
BRINQUEDOTECA
REFEITÓRIO DEPÓSITO DE COMIDA DEPÓSITO DE BEBIDA CÂMARA FRIA
SALÃO DE JOGOS SALA PARA MASSAGEM ACADEMIA ÁREA COBERTA PARA SHOWS SALA DE CURATIVOS
TRIAGEM CARGA E DESCARGA PORTARIA ENTRADA DE SERVIÇO
CIRCULAÇÃO CIRCULAÇÃO
ALOJAMENTO FEMININO ALOJAMENTO MASCULINO CASA DE MÁQUINAS DML DEPÓSITO DE LIXO DEPÓSITO DE GÁS
ADMINISTRATIVO SALA DA GERÊNCIA GERAL SALA FINANCEIRO SALA DE VENDAS/RESERVA SALA MONITORAMENTO DE SEGURANÇA SALA DE REUNIÃO SALA RH BHO FEMININO BHO MASCULINO BHO ACESSÍVEL SALA DE FARDAMENTO VESTIÁRIO FEMININO VESTIÁRIO MASCULINO CONTROLE ALMOXARIFADO ALMOXARIFADO GOVERNANÇA
SALA DE DESCANSO COPA
Figura 63: Fluxograma - usuário. Fonte: Produção autoral.
114
ROUPARIA LAVANDERIA DML DML PRODUTOS DE HIGIENE
SOCIAL ADMINISTRATIVO SERVIÇO LAZER HOSPEDAGEM FLUXO hóspedes FLUXO serviço FLUXO hóspedes e serviço
10.04. setorização
Depois dos estudos de fluxos, ambientes e necessidades, o estudo de setorização foi iniciado. Pensado para ocorrer de forma direta e objetiva, a circulação entre os blocos deveria ocorrer de forma harmônica e hierárquica. O primeiro a se pensar foram as entradas principais de serviço e de hóspedes. O segundo foi a posição dos blocos, levando em consideração os estudos ambientais descritos anteriormente.
bangalôs estacionamento social administrativo serviço restaurante lazer e piscina via de acesso
Figura 64: Evolução e proposta de setorização. Fonte: Produção autoral.
115
11
o projeto
10.01. conceito e partido
até 8 metros de vão.
Dois conceitos serviram como base, o primeiro deles é a acessibilidade, que pode ser definida como tudo aquilo que possibilita a aproximação ou usufruto de determinado ambiente por todos, sendo algo de fácil acesso. É a oportunidade de proporcionar a pessoas com algum tipo de mobilidade reduzida ou deficiência de usufruir com autoridade, autonomia e segurança de qualquer espaço, de forma assistida ou totalmente independente.
Outro material adotado no projeto, foi a palha, encontrada nos blocos dos setores social, administrativo, serviço e bangalôs trazendo o ar praiano para o hotel. A implantação resultou em diferentes blocos, interligados de forma que favoreça os fluxos de hóspedes e funcionários dentro do hotel. Sendo assim, os blocos administrativo, de serviço e restaurante estão ligados por uma passagem isolada.
O segundo conceito abordado no projeto, é o do hotel de charme, podendo ser entendido pelo diferencial que propõe ao hóspede, através da exclusividade, atendimento de excelência, dando a sensação ao hóspede dele estar na sua própria casa, além de estar sempre inserido longe de grandes centros urbanos. Estes conceitos condizem com a escolha da localização do Marenza, levando em consideração estar longe de centros urbanos, não possuir nas proximidades equipamentos voltados a acessibilidade, entre outros motivos. A arquitetura adotada no Marenza, pode ser entendida como rústica e moderna, sem perder as características do Ceará, sendo indispensável o uso de materiais e soluções projetuais que sejam a identidade do estado. Brises, telhados de palha e cobogós foram alguns materiais escolhidos e varandas em todos os bangalôs foram essenciais para ter a identidade do cearense. A madeira esteve presente em diversos pontos do projeto, remetendo ao rústico, sendo encontrada desde as esquadrias, até a solução estrutural que adotada, com vigas e pilares de madeira de 25 centímetros de diâmetro, onde foram embutidos parcialmente na alvenaria, podendo vencer
área total do terreno: 1 . 640 M ² áREA CONSTRUÍDA: 4.083,43 M ² TAXA DE OCUPAÇÃO: 35,07% TAXA DE PERMEABILIDADE: 62,30% INDICE DE APROVEITAMENTO: 0,35 GABARITO: 8,60 Telhado de palha de sape (inclinação 50%) telhado de fibrocimento ONDULADA na cor marrom (INCLINAÇÃO 10%) TELHADO VERDE TIPO LAMINAR ALTO
COBERTA COM FORRO DE BAMBU (INCLINAÇÃO 10%) piso drenante fulget resinado na cor ouro velho piso drenante micro seixo monolítico na cor clara PISO DE MADEIRA DRENANTE acesso funcionários acesso serviço acesso hóspedes
118
SITUAÇÃO Figura 65: Planta de situação. Fonte: Produção autoral.
119
A proposta de uma implantação com os setores em blocos separados teve o objetivo de dar uma organização equilibrada no terreno, evitando que ficassem concentrados, mas ao mesmo tempo, houve a preocupação de que eles se ligassem de forma rápida e interativa, com caminhos fluídos. O estacionamento conta com 28 vagas, em uma área de 572,75m² Pensando em harmonizar o projeto e a paisagem, os bangalôs foram pensados de forma que estivessem posicionados para usufruir da ventilação e iluminação natural. A proposta da paginação de piso com ondas, veio para «quebrar» as linhas retas do projeto, trazendo fluidez a paisagem. Quanto a tipologia proposta de vegetação a ser adotada:
carnaúba
palmeira areca
ipê branco
herbácea
piso drenante fulget resinado na cor ouro velho piso drenante micro seixo monolítico na cor clara acesso funcionários acesso serviço acesso hóspedes
120
IMPLANTAÇÃO Figura 66: Planta de implantação. Fonte: Produção autoral.
121
social e administrativo
Os setores social e administrativo estão conectados por um corredor isolado, separado da área dos bangalôs por uma parede de cobogós. O primeiro é responsável pela recepção do hóspede, onde também encontramos áreas de convivência, sendo um ambiente pensado para ser convidativo para quem irá entrar no hotel. Já o setor administrativo pensado de forma funcional, abrange toda a área de administração, com salas de: gerência, reunião, recursos humanos, entre outras.
SOCIAL cód. AMBIENTE 01 02 03 04 05 06 07 08
Recepção Loja Sala de TV Bar/Convivência Sala de bagagens BHO masculino BHO acessível BHO feminino
ÁREA (M²) NÍVEL (m²) 131,14 25,68 41,77 80,11 5,92 13,14 3,85 13,14
+0,02 +0,02 +0,02 +0,02 +0,02 +0,00 +0,00 +0,00
administrativo cód. AMBIENTE 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18
ÁREA (M²) NÍVEL (m²)
Recepção ADM Sala de reunião Sala da gerência Sala do financeiro Sala de vendas Sala de segurança Banheiro acessível Banheiro masculino Banheiro feminino sala do rh
+0,02 +0,02 +0,02 +0,02 +0,02 +0,02 +0,00 +0,00 +0,00 +0,02
24,77 35,91 14,90 17,32 11,38 8,79 4,34 3,11 3,11 20,24
TOTAL 542,85
quadro de esquadrias cód. larg. (m) alt. (m) peit. (m) p1 p2 p3 p4 p5 p6 p7 p19 j2 j4 j5
122
4,00 2,80 3,60 0,80 0,90 1,00 3,00 2,80 1,20 2,40 1,20
2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 0,60 1,00 1,00
1,50 1,10 1,10
material madeira e vidro madeira e vidro madeira e vidrO madeira madeira madeira madeira e vidro madeira e vidro madeira e vidro madeira e vidro madeira e vidro
tipo correr correr correr abrir abrir abrir correr correr basculante correr correr
folhas qt. 4 4 4 1 1 1 2 2 2 2 2
2 1 1 4 14 2 1 1 6 5 2
Figura 67: Planta baixa social e administrativo. Fonte: Produção autoral.
123
Figura 68: Fachadas social e administrativo. Fonte: Produção autoral.
124
Figura 69: cortes social e administrativo. Fonte: Produção autoral.
125
Conectado ao bloco social e administrativo, o setor de serviço foi pensado estrategicamente para que possa estar de forma interligada entre todos setores, a área de carga e descarga encontra-se neste setor, sendo de grande importância seu posicionamento em relação aos outros setores. Neste bloco, encontram-se também alojamento e refeitório de funcionários.
serviço cód. AMBIENTE
serviço
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
ÁREA (M²) nível (M)
PORTARIA BANHEIRO PORTARIA UNIFORME VESTIÁRIO FEMININO VESTIÁRIO MASCULINO VESTIÁRIO ACESSIVEL GOVERNANÇA PROD. DE HIGIENE MATERIAL DE LIMPEZA ROUPARIA LAVANDERIA CONTROLE ALMOXARIFADO ALMOXARIFADO TRIAGEM DESCANSO COPA DEP. DE COMIDA E BEBIDA ALOJAMENTO MASCULINO BANHEIRO MASCULINO ALOJAMENTO FEMININO BANHEIRO FEMININO REFEITÓRIO CARGA E DESCARGA GERADOR GÁS LIXO
6,77 2,32 5,02 33,53 33,53 9,05 16,49 4,44 4,44 6,06 32,09 5,61 13,71 15,25 13,95 41,76 13,36 38,11 8,72 38,11 8,72 91,44 240,00 8,54 12,26 11,17
+0,02 +0,00 +0,02 +0,00 +0,00 +0,00 +0,02 +0,02 +0,02 +0,02 +0,00 +0,02 +0,02 +0,02 +0,02 +0,00 +0,02 +0,02 +0,00 +0,02 +0,00 +0,02 +0,02 +0,02 +0,02 +0,02
TOTAL 857,93
quadro de esquadrias cód. larg. (m) alt. (m) peit. (m) P4 P5 P6 P9 P10 P11 J1 J2 J3 J4 J6 J7 J8
126
0,80 0,90 1,00 1,80 1,60 2,00 1,00 1,20 2,00 2,40 3,15 1,60 2,40
2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 0,60 0,60 0,60 1,00 1,00 1,00 1,00
1,50 1,50 1,50 1,10 1,10 1,10 1,10
material madeira madeira madeira MADEIRA MADEIRA MADEIRA madeira e vidro madeira e vidro madeira e vidro madeira e vidro madeira e vidro MADEIRA E VIDRO MADEIRA E VIDRO
tipo ABRIR ABRIR ABRIR abrir abrir abrir BASCULANTE BASCULANTE basculante correr CORRER CORRER correr
folhas qt. 1 1 1 2 2 1 2 2 2 2 2 2 4
2 14 1 2 1 1 1 9 8 3 1 2 8
Figura 70: Planta baixa serviço Fonte: Produção autoral.
127
Figura 71: Fachadas serviço. Fonte: Produção autoral.
128
Vegetação Dreno
Substrato Membrana de absorção
Base impermeabilizada
Figura 72: Cortes serviço. Fonte: Produção autoral.
129
Módulo Exagonal Ecodreno preenchido com argila expandida
É o menor bloco, composto por 3 ambientes de lazer, sendo eles voltados para a recreação de famílias que se hospedarão no hotel, sendo estes: academia, salão de jogos e brinquedoteca.
Lazer cód. 01 02 03
Voltados para o lazer, divertimento e interação dos hóspedes.
ÁREA (M²) nível (M)
AMBIENTE academia salão de jogos brinquedoteca
+0,02 +0,02 +0,02
45,46 45,95 65,26
LAZER
TOTAL 161,79
quadro de esquadrias cód. larg. (m) alt. (m) peit. (m) P12 J13
130
4,00 2,00
1,20 0,60
1,50
material MADEIRA e vidro MADEIRA e vidro
tipo correr correr
folhas qt. 4 3
3 7
Figura 73: Planta baixa lazer Fonte: Produção autoral.
131
Figura 74: Fachadas lazer. Fonte: Produção autoral.
132
Figura 75: Cortes lazer. Fonte: Produção autoral.
133
Sendo o bloco de maior medida, foi pensado para suportar os hóspedes e seus convidados. Possui dois tipos de ambientes, o interno (com ventilação artificial) e o externo(com ventilação natural), sendo divididos por esquadrias de vidro e madeira, que se moldam a necessidade do ambiente. É interligado com o deck/bar da piscina.
restaurante cód.
restaurante
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
AMBIENTE
ÁREA (M²) nível (M)
ÁREA EXTERNA ÁREA INTERNA ADEGA BANHEIRO masculino bho acessível BHO feminino COZINHA PRAÇA GARÇONS LAV. DE PRATOS DEPÓSITO HIG. DE ALIMENTOS TRIAGEM DEP. DE BEBIDAS DEP. DE COMIDAS CÂMARA FRIA BANHEIRO banheiro BHO ACESSÍVEL DECK/BAR PISCINA BHO FEMININO BHO ACESSÍVEL BHO MASCULINO SALA DE CURATIVOS DEP. LIMPEZA PISCINA
+0,02 +0,00 +0,02 +0,00 +0,00 +0,00 +0,00 +0,02 +0,00 +0,02 +0,00 +0,00 +0,00 +0,00 +0,00 +0,00 +0,00 +0,00 +0,02 +0,00 +0,00 +0,00 +0,02 +0,02
179,60 215,91 7,95 13,17 3,87 13,17 74,68 13,66 12,65 7,34 12,19 13,17 19,60 19,60 19,60 3,11 3,11 4,34 311,64 13,14 3,66 12,61 13,10 7,64
TOTAL 1.160,17
quadro de esquadrias cód. larg. (m) alt. (m) peit. (m) P4 P5 P6 P9 P10 p13 p14 J2 J3 J8 J12
134
0,80 0,90 1,00 1,80 1,60 1,60 2,00 1,20 2,00 2,40 1,50
2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 0,60 0,60 1,00 2,30
1,50 1,50 1,10 0,50
material madeira madeira madeira MADEIRA e vidro MADEIRA e vidro MADEIRA e vidro madeira e vidro madeira e vidro madeira e vidro madeira e vidro madeira e vidro
tipo ABRIR ABRIR ABRIR abrir abrir correr correr BASCULANTE BASCULANTE correr basculante
folhas qt. 1 1 1 2 2 2 4 2 2 4 2
7 17 4 2 2 1 1 11 8 1 21
Figura 76: Planta baixa resturante. Fonte: Produção autoral.
135
Figura 77: Fachadas restaurante. Fonte: Produção autoral.
136
Figura 78: Cortes lazer. Fonte: Produção autoral.
137
Figura 79: Planta baixa piscina. Fonte: Produção autoral.
139
É o bloco central, localizado de forma que agregue ao restaurante, deck bar e bangalôs.
PISCINA
Pensado na interação dos hóspedes, através de um ambiente interativo, contando também com um bar molhado. Nele estão também os ambientes de relaxamento, como sauna e sala de massagem. A piscina de forma irregular foi pensada para integrar ambientes como pequenos lounges e jacuzzis, trazendo novas experiências para os hóspedes.
cód. 01 02 03 04 05 06 07 08
AMBIENTE
ÁREA (M²) nível (M)
MASSAGEM SAUNA BANHEIRO ACESSÍVEL BANHEIRO FEMININO BANHEIRO MASCULINO BAR MOLHADO PISCINA ADULTO PISCINA INFANTIL
45,95 14,89 4,13 2,75 2,75 25,04 204,56 45,04
+0,02 +0,00 +0,00 +0,00 +0,00 -0,98 -1,20 -0,60
PISCINA
TOTAL 345,11
quadro de esquadrias cód. larg. (m) alt. (m) peit. (m) P4 P6 J9
138
0,80 1,00 0,60
2,10 2,10 0,60
1,50
material MADEIRA MADEIRA e vidro MADEIRA e vidro
tipo
folhas qt.
1 ABRIR 1 ABRIR BASCULANTE 2
2 2 3
Figura 80: Cortes piscina. Fonte: Produção autoral.
140
141
Composto por duas tipologias de bangalô, sendo a primeira a hidro (108,03m²) a de maior padrão do hotel, contando com jacuzzi em área privativa. Já a segunda tipologia é a suíte (43,55m²), sendo a opção de menor padrão, contando apenas com 3 cômodos, sendo eles: varanda, quarto e banheiro. Todos atendem a normas de acessibilidade.
bangalô hidro e suíte cód.
bangalô tipo 01
01 02 03 04 05 06 07 08 09
AMBIENTE ÁREA (M²) nível (M) Varanda sala quarto closet banheiro jacuzzi varanda quarto banheiro
+0,02 +0,04 +0,04 +0,04 +0,02 +0,02 +0,02 +0,04 +0,02
38,93 15,33 26,81 6,48 11,18 9,30 9,42 24,70 9,43
TOTAL 321,04
quadro de esquadrias cód. larg. (m) alt. (m) peit. (m) P5 P6 P19 P20 P21 P22 J2 J3
142
0,90 1,00 2,80 5,30 3,65 1,45 1,20 2,00
2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 0,60 0,60
1,50 1,50
material MADEIRA MADEIRA MADEIRA e vidro MADEIRA e vidro MADEIRA E VIDRO MADEIRA MADEIRA E VIDRO MADEIRA E VIDRO
tipo ABRIR ABRIR CORRER CORRER CORRER CORRER BASCULANTE BASCULANTE
folhas qt. 1 1 2 2 4 1 2 2
2 4 2 2 2 2 2 2
Figura 81: Planta baixa bangalô t.01. Fonte: Produção autoral.
143
Figura 82: Cortes bangalô t.01. Fonte: Produção autoral.
144
Figura 83: Fachadas bangalô t.01. Fonte: Produção autoral.
Figura 84: Cortes bangalô t.01. Fonte: Produção autoral.
145
Também composto por duas tipologia de bangalô, sendo a primeira a suíte (43,55m²), já citada anteriormente. Já a segunda tipologia o família, sendo a opção de maior tamanho (105,83m²), contando com duas suítes e cozinha, sendo ideal para famílias de até cinco pessoas.
bANGALÔ FAMILÍA E SUÍTE cód.
bangalô tipo 02
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
AMBIENTE
ÁREA (M²) nível (M)
Varanda quarto banheiro varanda cozinha quarto 1 sanitário 1 quarto 2 sanitário 2 banheiro
+0,02 +0,04 +0,04 +0,02 +0,04 +0,04 +0,00 +0,04 +0,00 +0,02
9,42 24,70 9,43 12,91 18,57 28,67 9,43 22,82 6,43 7,00
TOTAL 307,79
quadro de esquadrias cód. larg. (m) alt. (m) peit. (m) P4 p5 p6 p17 p18 j1 j2 j10 j11
146
0,80 0,90 1,00 4,20 3,65 0,60 1,20 1,50 2,00
2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 0,60 0,60 1,10 0,60
1,50 1,50 1,10 1,50
material MADEIRA MADEIRA madeira MADEIRA e vidro MADEIRA e vidro MADEIRA E VIDRO MADEIRA e vidro MADEIRA E VIDRO MADEIRA E VIDRO
tipo ABRIR ABRIR abrir CORRER correr BASCULANTE BASCULANTE basculante correr
folhas qt. 1 1 1 2 2 2 2 2 2
2 2 12 2 2 6 2 12 2
Figura 84: Planta baixa bangalô t.02. Fonte: Produção autoral.
147
Figura 85: Fachadas bangalô t.02. Fonte: Produção autoral.
148
Figura 86: Corte bangalô t.02. Fonte: Produção autoral.
149
Figura 87: Perspectiva - entrada principal. Fonte: Produção autoral,
perspectivas
Figura 88: Perspectiva - entrada principal Fonte: Produção autoral.
blocos social e administrativo entrada principal
152
Figura 89: Perspectiva - restaurante. Fonte: Produção autoral.
restaurante e deck bar
153
Figura 90: Perspectiva - piscina. Fonte: Produção autoral.
piscina
154
Figura 91: Perspectiva - piscina. Fonte: Produção autoral.
HOSPITALIDADE
piscina
155
Figura 92: Perspectiva - bangalô. Fonte: Produção autoral.
Bangalôs
156
HOSPITALIDADE
Figura 92: Perspectiva - bangalô. Fonte: Produção autoral.
Bangalôs
157
12
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse trabalho foi realizado com a finalidade de compreender as principais necessidades de pessoas com alguma deficiência ou mobilidade reduzida, podendo entender o quão importante a arquitetura pode ser para essas pessoas. Analisando os dados apresentados, vemos a carência de equipamentos voltados para a acessibilidade, sendo de suma importância para a população um projeto como esse, que promove a igualdade e a interação entre as pessoas. As informações coletadas e os dados apresentados ao longo desta pesquisa ajudam na fundamentação do projeto do Hotel Marenza, localizado em Barra Nova. O estado do Ceará é repleto de belezas naturais que precisam ser exploradas e apreciadas por todos. Com o turismo no Ceará crescendo cada vez mais, a praia de Barra Nova se torna um destino turístico por praticantes de esportes, famílias e agora por pessoas com algum tipo de deficiência Certamente, o maior diferencial do hotel será toda a preocupação com acessibilidade, visando atender as necessidades de todos, para que haja a promoção turística também daqueles que precisam de adaptações para se locomover e usufruir de espaços com autonomia e segurança.
160
161
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referĂŞncias bibliogrĂĄficas
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anexos
anexo I ANEXO I: PESQUISA DE SERVIÇOS DE HOSPEDAGEM - TIPOS E CATEGORIAS DE HÓTEIS. Hotel Estabelecimento de hospedagem, normalmente localizado em perímetro urbano, com serviço de recepção, alojamentos temporários, com ou sem alimentação, que dispõe de unidades individuais mobiliadas e de uso exclusivo dos hóspedes, mediante cobrança de diária; Hotel histórico Estabelecimento de hospedagem instalado em edificação preservada em sua forma original ou restaurada, ou ainda que tenha sido palco de fatos histórico-culturais de importância reconhecida; Hotel-fazenda Estabelecimento de hospedagem localizado em ambiente rural, dotado de exploração agropecuária, que oferece entretenimento e vivência do campo. Hotel de lazer/resort Hotel com infraestrutura de lazer e entretenimento, que dispõe de serviços de estética e atividades físicas, possibilitando ao hóspede o convívio com a natureza no próprio empreendimento. O hotel de lazer/resort normalmente está situado fora dos centros urbanos, com amplas áreas de recreação e lazer, tendo como característica básica a arquitetura horizontal; Pousada Estabelecimento de hospedagem de característica horizontal, composto de, no máximo, 30 unidades habitacionais e 90 leitos, com serviços de recepção, alimentação e alojamento temporário, podendo localizar-se em prédio único com até três pavimentos ou contar com chalés ou bangalôs; Apart-hotel/flat: Estabelecimento de hospedagem constituído de unidades habitacionais que dispõem de dormitório, banheiro, sala e cozinha equipada, em edifício com administração e comercialização integradas, que possua serviços de recepção, limpeza e arrumação; Cama e café: Hospedagem em residência com, no máximo, três unidades habitacionais e nove leitos para uso turístico, com serviços de café da manhã, na qual o proprietário resida; Motel Estabelecimento de hospedagem localizado, geralmente, à margem de rodovias, para pernoite de viajantes, que dispõe de estacionamento próprio e outros serviços, como serviço de copa. Também pode se localizar em centros urbanos; Pensão de hospedagem Estabelecimento de hospedagem, de caráter familiar, com instalações e serviços básicos, com quartos individuais e dormitórios coletivos e preços mais baixos. Caracteriza-se por alugar quartos ou vagas. Albergue turístico: Estabelecimento de hospedagem com instalações e serviços básicos, apartamentos, quartos individuais e dormitórios coletivos e preços acessíveis; Camping: Área especialmente preparada para a montagem de barracas e estacionamento de reboques habitáveis ou equipamento similar, que dispõe, ainda, de instalações, equipamentos e serviços específicos para facilitar a permanência dos usuários ao ar livre; Chalé Unidade habitacional localizada externamente ao prédio principal do estabelecimento, com local apropriado para guarda de roupas e objetos pessoais, servida por banheiro privativo;
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Categoria superior/muito confortável Estabelecimento de hospedagem com instalações bem planejadas, apartamentos com mobília e decoração padronizadas. Caracteriza-se por apresentar bons serviços, opções de lazer e estrutura para negócios; Categoria turístico/médio conforto Estabelecimento de hospedagem com instalações planejadas, sem sinais de improviso, com mobília e decoração padronizadas. Caracteriza-se por apresentar boa estrutura de equipamentos e de serviços; Categoria econômico Estabelecimento de hospedagem com instalações modernas e compactas, espaços racionalizados e decoração simples e funcional, e níveis de serviços reduzidos vinculados à garantia de boa hospedagem, no que se refere à recepção, limpeza e segurança. Os serviços opcionais, se existentes, são cobrados à parte. Caracteriza-se por apresentar preços competitivos; Categoria simples Estabelecimento de hospedagem com acomodações dotadas de poucos equipamentos, de caráter familiar. Caracteriza-se por apresentar baixo nível de conforto, sendo os prédios, às vezes, adaptados.
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anexo II Da Divisão em Áreas e Zonas Art. 10 - Para os efeitos desta Lei, ficam estabelecidas, no Município de Cascavel, três áreas para fins de zoneamento, assim consideradas em função das suas peculiaridades físicas, culturais, ambientais, institucionais e de desenvolvimento do Município, quais sejam: III III -
Área 01 – Limitada ao norte pelo Oceano Atlântico, a leste pelo Rio Choró, ao sul pela CE-040 e a oeste pelo Riacho Mupeba, na forma do Anexo II, integrante desta Lei. Área 02 – Definida nos seus limites, na forma do Anexo III, integrante desta Lei, compreende o distrito-sede de Cascavel. Área 03 –
Definida nos seus limites, na forma do Anexo IV, integrante desta Lei, compreende a sede distrital de Caponga.
Parágrafo único - As Áreas 02 e 03 estão contidas na Área 01 e os seus limites estão demarcados no Anexo III e no Anexo IV, integrantes desta Lei. Art. 11 - Para os efeitos desta Lei, ficam estabelecidos para a Área 01 os seguintes tipos de zona: I - Zona de Sítios e Chácaras, ZSC; II - Zona de Urbanização Restrita, ZUR (áreas loteadas existentes); VIII- Zona de Urbanização Consolidada, ZUC (sedes distritais e localidades); IX- Zona Especial de Proteção, ZEP; e X- Zona Especial, ZE. Seção III Da Zona de Urbanização Consolidada, ZUC Art. 12 - Essas zonas estão delimitadas no Anexo II, integrante desta Lei, e são integradas pelas sedes distritais e localidades de Caponga, Jacarecoara, Balbino, Águas Belas e Barra Nova. Parágrafo único - A Prefeitura Municipal de Cascavel, após a elaboração de base cartográfica adequada, na escala mínima de 1:15.000 (um por quinze mil), para a Área 01, constante do Anexo II desta Lei, deverá proceder a estudos de microzoneamento dessas zonas, objetivando estabelecer o reordenamento espacial definitivo destas localidades para o horizonte final do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Cascavel. Essa nova proposta de zoneamento detalhado deverá ser encaminhada à Câmara Municipal de Cascavel na forma de novo Projeto de Lei, atualizando o presente instrumento legal.
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III III IV -
V-
VI VII VIII -
Art. 13 Nessas zonas serão permitidos os seguintes usos: residencial unifamiliar; residencial multifamiliar; comercial varejista e de serviços ligados ao uso rodoviário; comercial e de serviços de suporte às atividades econômicas predominantes (turismo, indústria, fruticultura, pesca, lojas de conveniência, oficinas mecânicas, postos de abastecimento de combustíveis. dentre outras); misto (comércio varejista e/ou serviços em geral e/ou indústrias de pequeno porte não poluentes, associados à residência); industrial leve e semi-artesanal; meios de hospedagem (hotéis, motéis e pousadas); público (equipamentos de educação, cultura, saúde, promoção social e lazer).
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