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COLUNA
Raul Fernandes Jr.
Ex-diretor de redação da MOTOCICLISMO, é especialista em mercado de motocicletas
A COVID-19 afetando as motos
A pandemia do coronavírus é uma crise sem precedentes. Além da saúde, ameaça a estabilidade econômica global
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Os governos pelo mundo afora, políticos e as organizações internacionais estão trabalhando juntos para enfrentar esses dois grandes desafios. Os setores industrial e de varejo já foram severamente impactados, incluindo os da indústria de motos.
Todos os esforços estão sendo empreendidos pela indústria de motocicletas para proteger os funcionários e clientes. Saúde pública é a prioridade número um de todos, mas a preservação da economia mundial e a proteção do emprego também são fundamentais.
A situação atual é particularmente desafiadora para revendedores e fabricantes de motocicletas. A pandemia em andamento interrompeu gravemente as cadeias de suprimentos, as operações de fabricação e o desenvolvimento de novos modelos Euro 5, especialmente na Europa. Essa interrupção, além das medidas de contenção de vírus adotadas nas fábricas, levou a uma paralisação quase completa do setor em muitos países, algo inédito.
foto Stock Photo
As recentes medidas rigorosas de bloqueio para conter a pandemia também paralisaram a atividade comercial de motocicletas. Isso afeta progressivamente todos os mercados mundiais, criando incertezas inquietantes para o ramo de motocicletas. A crise da Covid-19 está colocando concessionárias europeias (a maioria são pequenas operações familiares) sob extrema dificuldade financeira. Governos deverão tomar medidas para evitar a quebradeira geral.
Neste contexto, a indústria de motocicletas pede urgentemente à Comissão Europeia e às administrações nacionais medidas rápidas para ajudar o setor a passar por esta crise sem precedentes e proteger os 300.000 empregos vinculados (somente na Europa) ao setor motociclístico.
Vamos aguardar para ver o impacto da pandemia no Brasil. Se as atividades industriais e comerciais se mantiverem paralisadas o tempo que ficaram na China e na Europa (que continuam sem funcionar), muitas empresas daqui poderão não resistir à pandemia. Embora o governo já tenha oferecido linhas de crédito do BNDES, a realidade dos valores do rombo causado pela paralização só será conhecida daqui a alguns meses.
O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Alarico Assumpção Júnior, disse: “Grande parte da rede de distribuição não vai suportar mais essa crise. Muitas delas estão com problemas desde a crise de 2008. A preocupação grande não é com a gestão, mas com o fluxo de caixa. Nós respondemos por 4,5% do PIB nacional. São 7,2 mil revendas em 1.050 cidades do país que geram 315 mil empregos diretos. Vamos fazer de tudo para preservar essa mão de obra, mas se a crise persistir muitos não vão aguentar.”
Com certeza, serão tempos de muita dificuldade e resiliência para o mercado motociclístico mundial. Os sábios dizem que nas crises surgem as oportunidades. Vamos ver quais serão neste momento de “guerra” contra o coronavírus!













