Pilotagem Segura

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❱ CAPÍTULO 1 REPUBLICAÇÃO PILOTAGEM SEGURA

SAIBA DICAS IMPORTANTES DE CONDUÇÃO E SEGURANÇA PARA TODOS OS TIPOS DE MOTOS, ESTRADAS E CIDADES

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OS

ACIDENTES

COM

MOTOCICLISTAS

NOS

CORREDORES DAS RUAS E AVENIDAS CONGESTIONADAS NEM SEMPRE É CULPA EXCLUSIVA DO

MOTOCICLISTA.

PILOTAGEM SEGURA SEMPRE

Nuncase falou tanto em mobilidade como nos dias de hoje, por isso, novos meios de locomoção estão surgindo para atender a exponencial demanda, bem como novas maneiras de utilizar os meios de transporte com eficiência estão sendo descobertas para que, acima de tudo, a mobilidade seja consciente, segura e ecologicamente correta.

Técnicas de pilotagem e dicas de segurança são sempre importantes, então, com esse momento que vivemos com a pandemia do coronavírus, solicitando cada vez mais as motocicletas para os serviços de entregas de todos os tipos de produtos para a população que em condições de quarentena não pode sair de suas casas, nada mais pertinente do que reforçar as técnicas de pilotagem corretas e efetivamente mais seguras, porque os acidentes devem ser evitados ao máximo por conta dos hospitais lotados com pacientes infectados pelo vírus mortal.

Os acidentes com motociclistas nos corredores das ruas e avenidas congestionadas nem sempre é culpa exclusiva do motociclista, pois muitos motoristas dirigem desatentos, conversando em seus smartphones, ouvindo música, e mulheres se maquiando ao volante, situação que eu mesmo já presenciei e por pouco não estampei na porta do reluzente SUV importado.

Esteja você a bordo de uma simples e pequena moto de 125 cilindradas, da endiabrada Kawasaki H2 turbo ou da confortável Honda Goldwing 1800, as técnicas de pilotagem são basicamente as mesmas, salvo as proporções de velocidade e peso, mas é fundamental que o piloto da motocicleta tenha uma atitude consciente de que a moto é um veículo para levá-lo do ponto A ao ponto B e nada mais.

Se você quer pilotar com esportividade, tenha em mente que as autoestradas não são pistas de corrida e que todos os tipos de motoristas estão ali, assim sendo o piloto deve considerar que há muitos motoristas que não tem “o tino pra coisa”, por mais quilômetros rodados que tenham, e que estes motoristas são os piores que você pode encontrar no seu caminho.

É claro que você também deve se preocupar com os mais experientes, pois como diz o bom e velho ditado, o excesso de confiança também leva a causar acidentes, e podem acreditar, a imprudência e a imperícia é que causam os acidentes fatais, na grande maioria das vezes por causa das altas velocidades. Então, a melhor dica que posso deixar para você, piloto de moto de qualquer categoria ou nível de experiência, é conduzir com cautela e atento com os outros veículos que transitam na pista. Os riscos, mesmo que controlados e reduzidos, ainda existem, então treine as técnicas aqui apresentadas,faça os exercícios com sua moto diversas vezes para que você conheça suas reações e como ela atende às suas solicitações, e só assim você poderá melhorar sua tocada.

Se puder, programe-se financeiramente e invista num track day ou curso na pista, que é o lugar com condições controladas que permite que você explore seus limites e os da sua motocicleta com total segurança. Não se esqueça da ordem do dia: a vida vale mais sem vacilo. Boa leitura e bom treino.

Alexandre Raticida - Editor de testes

Passa reto na curva

Depois da curva à esquerda, o piloto chega rápido à direita e percebe que não conseguirá contorná-la. Então, ele pisa no freio traseiro com muita força travando a roda traseira, desequilibrando a moto, e por sua vez, passando reto na curva.

QUEDA AO ENTRAR NA CURVA

OS NÚMEROS:

ESTE É O ACIDENTE MAIS GRAVE QUE UM MOTOCICLISTA PODE SOFRER SOBRE A MOTO: A QUEDA NA FASE DE ENTRADA DA CURVA

- DIREÇÃO GERAL DE TRÂNSITO DA ESPANHA

60% dos acidentes mortais na estrada são causados por queda ou saída da pista

52% dos motociclistas que caem em estradas, morrem devido aos guard-rails

52% dos acidentes acontecem em estradas secundárias durante o dia. Desses, 90% são sem chuva

dados: DGT '07* e estudo maids**

ERROS MAIS FREQUENTES

• Calcular errado a velocidade adequada para se fazer a curva e chegar rápido demais

• Notar tarde demais que a curva em que estamos fecha o seu ângulo logo adiante

• Iniciar a curva sem fazer o traçado correto

• Perder a estabilidade e a direção devido ao travamento das rodas

Texto e fotos Motorpressibérica

O freio traseiro sempre deve ser usado em combinação com o dianteiro

QUESTÃO DE PRÁTICA

Traçado: aprenda a "abrir" antes de entrar na curva para aproveitar ao máximo a pista e o espaço disponível. Faça isso sempre, em qualquer curva, e logo se tornará algo natural.

Frenagem: quando você andar por regiões inertes, aproveite para testar os freios. Todas as motos permitem que você freie gradativamente até começar a ouvir o chiado do pneu dianteiro: teste progressivamente acionando o manete com força, percebendo o quanto a sua moto é potente na frenagem. Comprove como o uso do freio traseiro combinado com o dianteiro torna a frenagem mais estável.

Entrada em curvas: perceba como a frenagem na entrada da curva faz com que a moto não entre ou levante no meio dela. Portanto, freie com a moto "em pé" e solte na hora de entrar na curva.

O QUE ESTAMOS APRENDENDO?

Mesmo em um pequeno passeio, saia com calma e não pense em ganhar nas retas o que você perde nas curvas

Não é necessário ser bruscos, nervosos ou agressivos.

A condução eficaz é a mais suave, fluida e sem erros

Temos que praticar a frenagem para saber o quanto nós e a nossa moto são capazes de frear. Temos que saber soltar os freios a tempo para podermos "colocar" a moto na curva e não sairmos reto

ISSO É NORMAL?

Minha moto levanta muito se encosto no freio

Isso é normal! Chama-se subvirar, porque a moto abrirá o traçado e a geometria da direção muda. Nas motos esportivas, que tem a direção mais agressiva e pneus dianteiros estreitos, sente-se menos, mas é comum e bem nítida tal reação.

Quando freio, o manete tem uma vibração

Certas vibrações são normais, afinal, os freios trabalham por fricção. Entretanto, se ao apertar o manete, sentirmos umas pulsações constantes, é porque os discos estão ovalados. Nesse caso, devem ser trocados na hora. Em motos com freios ABS, é normal uma pulsação quando o sistema atua.

Se seguro os freios entrando na curva, ao soltar os mesmos, a moto "cai"

Isso acontece porque o retorno está solto ou o óleo está velho. A suspensão se comprime e, ao soltar o freio, a mesma não é capaz de reter a força da mola que devolve a sua posição. Isso desestabiliza a moto.

REDUZA A VELOCIDADE COM A MOTO EM PÉ E NUNCA UTILIZE O FREIO DIANTEIRO NO MEIO DA CURVA

O PROBLEMA

Chegar rápido demais à curva e cair logo em sua fase de entrada, seja porque saímos reto ou porque perdemos o controle da moto enquanto tentamos frear. Esse é um dos acidentes mais frequentes e, infelizmente, o que produz mais vítimas em estradas: Na sequência, temos as três causas mais prováveis para que isso aconteça: por chegar rápido demais à curva, por frear tarde e/ou errado ou por realizar o traçado de forma incorreta. Na verdade, esse tipo de queda não é só o mais normal em estradas. Em circuitos, ela também é a mais comum, mas nesse caso, porque os pilotos deixam para frear cada vez mais tarde para evitar que os rivais os ultrapassem ou justamente para ultrapassar. Em estradas, nada disso vale. Nesse território, devemos andar com margem e responsabilidade. Se você quer chegar antes dos seus amigos, ganhe tempo nas saídas das curvas, local onde temos boa visão e o controle está em nosso acelerador. Nas entradas, a chance de se perder é grande e a tolerância com erros é zero! Sempre tenha esta frase na cabeça: não arrisque na entrada da curva. Se você quer acelerar, faça isso na saída, onde temos total controle da motocicleta. O segredo está em entender que na moto acontece como nos aviões. Existe um ponto no qual não é mais possível retroceder. No avião, é o momento que ele está tão rápido na pista que se ele não levantar, não consegue frear a tempo. Na motocicleta é aquele ponto a partir do qual não somos mais capazes de fazer a curva e passamos reto. Para cada um e cada moto será um ponto diferente e a experiência nos ensinará como chegar até o nosso limite.

Muito rápido

Estamos muito próximos da curva para continuarmos inclinados e muito rápido. Dessa forma, chegaremos com velocidade excessiva e não teremos tempo de frear e reduzir marchas para poder avaliar a condição do asfalto ou possíveis veículos vindo de frente.

Sem acelerar

Estamos nos aproximando de uma curva que poderia ser complicada. Se não acelerarmos na reta, colocamos a moto em pé e reduzimos a velocidade com tempo, assim podemos pensar o que fazer com segurança. Nesse ponto freamos e reduzimos a marcha para não acumular o trabalho mais à frente.

Frenagem

Depois de estabilizar a moto tocando no freio traseiro e apoiando o peso na roda dianteira com o primeiro toque no manete, é a hora de apertar com mais força o freio dianteiro oquanto for necessário para nos adaptarmos ao traçado da curva e às suas condições.

Traçado ideal

Depois de ver o traçado errado na sequência anterior, aqui chegamos abertos, reduzimos a marcha a tempo e entramos na curva com folga para qualquer manobra de emergência. A visibilidade da saída é ótima e podemos prever a agir a tempo para evitar acidentes.

Frear tarde e errado

Os freios são os componentes mais potentes da moto, mas sem prática não o aproveitaremos totalmente e podem voltarse contra o piloto, ainda mais sem o sistema ABS. Entretanto, mesmo sabendo e com ABS, se começarmos a frear muito tarde será impossível fazer a curva.

Traçado incorreto Veja como é a curva e preste atenção no traçado. Nesse caso, ele estava na parte interna, oque levou o piloto à parte exterior quando ainda tinha muita curva pela frente. Dessa forma, ele invadirá a pista contrária ou entrará na contramão.

A SOLUÇÃO

Mesmo que esse seja o acidente mais comum e que provoque mais vítimas, o certo é que também é o mais fácil de evitar, já que tudo depende da nossa vontade ao virar o acelerador. Se chegarmos mais lentos à curva, com certeza a faremos de forma mais tranquila. Mesmo conduzindo rápido, podemos nos cercar de segurança. Para isso, temos de treinar a capacidade de frenagem de nossa moto em diversos pisos para sabermos os limites dela (e os nossos), assim podemos reduzir com folga e escolher o traçado correto. Se nós começarmos a escolhê-lo corretamente, teremos muito a ganhar. Ao abrir antes da curva que está se aproximando e ficarmos ali reduzindo marcha e velocidade com a moto em pé, já estamos ganhando. Fazendo isso, teremos uma visibilidade maior, saberemos a hora certa de buscar o ápice interno da curva e sairemos dela de forma mais segura e apta a desvios de emergências. Em breve veremos mais sobre as saídas de curvas, pois nesse ponto, também vemos muitos acidentes e cuja solução está na entrada, na maioria das vezes.

A atitude mais acertada para evitar esse tipo de acidente é chegar com menos velocidade na curva. Não leve a sua moto ao limite sem saber o que tem depois dela. As chances de você passar reto e bater em algum obstáculo ou um veículo é gigante. Então, não espere ganhar o tempo perdido nas curvas anteriores andando como um maluco nas retas, pois as chances de você se perder na próxima devido à ansiedade é ainda maior. Portanto, concentre-se. Em uma sequência de curvas, acerte o traçado!

UM SEGUNDO ANTES

Mato, lá vou eu! Por errar o traçado, por acelerar cedo demais ou por não confiar na aderência dos pneus, este motociclista levantou a moto e saiu desta curva à esquerda em direção ao mato. Para a sua sorte, oguard-rail não chega até ali e o terreno é descampado...

QUEDA AO SAIR DA CURVA

OS NÚMEROS:

NESSE TIPO DE QUEDA, AS CONSEQUÊNCIAS

SEMPRE SÃO GRAVES: EM CURVAS À ESQUERDA, IREMOS EM DIREÇÃO AO GUARDRAIL E, À DIREITA, DE ENCONTRO AO TRÁFEGO

- DIREÇÃO GERAL DE TRÂNSITO DA ESPANHA

23% dos acidentes foram saídas de pista

50% das vítimas fatais em estradas tinham mais de 35 anos de idade, mais de 4 anos de carta e pilotavam motos com mais de 500 cm³ com menos de 2 anos de uso

80% dos acidentes com mortes em estradas de pista simples ocorrem em pistas com menos de 1,5 m de acostamento

ERROS MAIS FREQUENTES

• Iniciar a curva com um traçado errado e sem ter área de escape

• Começar a acelerar muito cedo

• Não manter a moto inclinada e no traçado enquanto aceleramos

• Chegar com velocidade excessiva na fase de entrada e frenagem

• Avaliar mal a aderência do asfalto/ pneus e outras variantes

QUESTÃO DE PRÁTICA

Seu peso nas pedaleiras A moto não é "guiada" apenas com as mãos e o guidão: nosso corpo trabalha inteiro para movê-la. Basta ver os movimentos dos pilotos de competição ao contornar uma "chicane", para podermos atestar quanto trabalho corporal é necessário para que a máquina vá de um lado para o outro. O comportamento da motocicleta, inclinada em uma curva, tem uma relação direta com a forma e a quantidade de peso que apoiamos nas pedaleiras. Quando estamos saíndo da curva, começando a acelerar, é importante apoiar o máximo possível de peso na pedaleira externa (a que estará "alta") para conseguir a máxima tração. Isso lhe proporcionará muito mais segurança quando o piso tiver pouca aderência. Treine o máximo possível. Freio traseiro. Usando-o suavemente em plena curva, ajuda a evitar perda de tração se a aderência for pior que a esperada (manchas de terra que não havíamos visto, por exemplo) e contribui para "arredondar" o traçado. Treine utilizando-o quando pilotar sem pressa para aprender a sentir seus efeitos e saber dosificá-lo sem causar problemas.

ISSO É NORMAL?

Minha moto é muito brusca ao acelerar depois de uma redução

O QUE ESTAMOS APRENDENDO?

Nas saídas de curva também temos de idealizar o traçado correto. Assim, é possível acelerar o mais cedo possível

Não tente "ganhar" nas saídas de curvas o que você "perdeu" na entrada. Acelere sempre gradualmente, sem buscar a máxima aceleração de uma só vez

Como sempre, suavidade e linearidade são as palavras-chave: movimentos bruscos e o nervosismo nos levam a cometer erros e a desestabilizar as suspensões de nossa moto

Possivelmente, você está reduzindo marchas demais. Experimente entrar com uma ou duas marchas a mais do que você imagina e sinta como agora a moto vai mais solta e menos nervosa.

Às vezes, ao reduzir para entrar na curva, fico sem força na reaceleração

Isso é sempre desagradável, principalmente se estamos procurando andar perto do limite (e seria um erro crasso se ocorresse em uma pista de competições). Para evitar isso, é necessário estudar as relações de marchas e saber a marcha ideal para cada velocidade. Em caso de dúvida, opte sempre por uma marcha mais alta.

Quando piso no freio traseiro em plena curva, a roda trava facilmente

A primeira coisa é verificar se o pedal está bem regulado. Possivelmente, não esteja bem alinhado com a posição do pé (bota) em repouso, o que te obriga a forçar a posição e, consequentemente, apertar sem a sensibilidade necessária. Se o freio muito brusco for uma característica da moto, o melhor é, mais uma vez, treinar.

Saber como apoiar-se nas pedaleiras é fundamental para uma pilotagem segura e eficiente

O PROBLEMA

No item passado, vimos que na entrada das curvas ocorrem muitos acidentes, mas não se iluda... muitos motociclistas também caem (e se machucam!) na saída delas. Na maioria das vezes, o "problema" que levou ao tombo surgiu ainda na tomada da curva, e os principais causadores de acidentes nesse sentido são um mau julgamento do piloto ao escolher o traçado de entrada, entrar em excesso de velocidade ou avaliar mal a aderência e raio da curva. Se entrarmos em velocidade elevada sem "abrir" a curva, isto é, diretamente pelo interior da curva, quando começarmos a acelerar e abrir a trajetória logo ficaremos sem espaço, saíndo da pista antes que a curva acabe... e é aí que está o problema. Em curvas para a esquerda, isso nos levará de encontro aos mutilantes guard-rails ou, com sorte, a algum barranco de terra fofa, mas, em curvas à direita, antes disso tudo ainda teremos que atravessar o tráfego que vem de frente (ainda mais perigoso que o guard-rail). Além de cuidar do traçado, que tampouco podemos "fechar" cedo demais, devemos trabalhar bem a frenagem que trará resultados na saída da curva. Se não reduzirmos o necessário, como já vimos, a trajetória pode alongar-se e levar-nos para fora da pista, mas se reduzirmos marchas (e a velocidade) em excesso, nosso motor responderá de forma muito brusca ao acelerar e podemos sofrer uma queda por derrapagem. Em ambos os casos, o importante é ter controle suficiente sobre a máquina para "guiá-la" por toda a curva, para suportá-la inclinada pelo traçado que você escolher e não abrir o acelerador com decisão até que sinta a segurança necessária para despejar potência sem sair da pista ou derrapar perigosamente.

Acelerar com suavidade

Já superamos o ápice da trajetória perfeita e estamos prontos para encarar a saída da curva: é hora de abrir o gás, com suavidade, evitando marchas muito curtas e apoiando seu peso na pedaleira externa. A aceleração o ajudará a levantar a moto e ir para a parte externa da curva com segurança.

Muita aceleração

Podemos ter entrado corretamente na curva, mas se acelerarmos cedo demais acabaremos saindo da pista. Especialmente delicado em caso de motos muito potentes, uma marcha curta pode provocar uma queda por falta de aderência (derrapagem).

Mantenha-se inclinado

Uma vez no ápice (ponto mais interior da curva), mantenha-se a um metro da linha branca para evitar que o seu corpo, inclinado, invada a pista contrária: é muito importante levar isso em conta. Além disso, mantenha a moto inclinada para garantir uma saída limpa.

No lugar certo

Compare onde está a moto aqui e no mesmo ponto na sequência errada (acima): desta vez, ela ainda está na parte externa da pista esperando chegar mais perto da saída da curva para ir para a parte interna. Nesse momento, além de uma melhor visibilidade, temos maior margem de segurança na saída de curva.

Levantar muito cedo

Ao começar a acelerar, as próprias leis da física levantarão a moto e nós abriremos ligeiramente a trajetória. Se, por medo de perder a aderência na roda traseira, levantarmos a moto antes de efetivamente acelerar, já perderemos importantes metros na "largura" da pista.

Trajetória errada

Se entrarmos na curva muito abertos e fora da trajetória ideal a coisa já fica complicada e difícil de corrigir: quando chegarmos ao ápice na parte interna, ainda teremos muita curva para percorrer e, irremediavelmente, a tendência é abrir a trajetória.

A SOLUÇÃO

Prepare a trajetória de uma curva à direita indo para o lado esquerdo da sua pista, sem aproximar-se muito do sentido contrário mas aproveitando o máximo possível do espaço disponível; em uma curva à esquerda, vá para a direita da pista, mais uma vez respeitando uma certa margem de segurança para o acostamento – neste caso, as beiradas da pista podem estar muito sujas, sem aderência e com desníveis. Em ambos os casos, você já sabe: mantenha-se pelo lado externo até visualizar claramente a trajetória da curva para, aí sim, "enfiar" a moto em direção ao ápice e guiá-la de cara para a saída. Essa parte inicial da curva é tão importante que, uma vez bem feita, oresto fica fácil: basta manter-se na direção do ápice (sempre na sua pista) e esperar ver a saída para começar a acelerar. Se você notar que entrou muito rápido ou se a moto quiser sair bruscamente, utilize o freio traseiro com suavidade ou controle a aceleração para recolocá-la. Não toque no freio dianteiro.

Apesar de todas essas técnicas serem muito úteis para você se tornar um motociclista mais preparado e, assim, evitar acidentes causados pela falta de experiência, a melhor forma de prevenir imprevistos durante uma curva é andar sempre a uma velocidade compatível com o local e pista. Nas estradas, principalmente as brasileiras, há tanto descaso e perigos à espreita que devemos sempre pilotar com uma margem de segurança mais que dobrada. É bom ficar alerta.

A MELHOR DICA: VELOCIDADE APROPRIADA

QUEDA NO ÁPICE DA CURVA

OS NÚMEROS:

No chão

Em plena curva à esquerda, depois de ter entrado bem, o piloto inclinou muito a moto e acabou caindo. Provavelmente pelo fato de ele ter freado ou por algum outro problema na pista

texto e fotos Motorpress-Ibérica

INCLINAR MUITO, TER MENOS ADERÊNCIA

DO QUE O PREVISTO, FREAR BRUSCAMENTE ENQUANTO A MOTO ESTÁ DEITADA... CAIR NO MEIO DA CURVA É MUITO COMUM

94% dos acidentes mortais em estrada acontecem com bom tempo: a chuva não tem culpa *DGT - DIREÇÃO GERAL DE TRÂNSITO DA ESPANHA

47% das vítimas mortais em estradas com guard-rails receberam destes os ferimentos mais graves

40% dos acidentes nos quais o piloto estava sozinho foram quedas com a moto inclinada

ERROS MAIS FREQUENTES

• Calcular errado a velocidade para contornar a curva

• Frear bruscamente no meio da curva

• Andar com a marcha muito curta e abrir o acelerador de forma brusca

• Inclinar muito até raspar partes sólidas

O PROBLEMA

Mesmo que frequentemente a queda mais comum seja ao entrar na curva por estarmos mais rápido do que deveríamos e frear de forma incorreta, às vezes podemos ter problemas após essa fase. É quando já estamos no ápice da curva e temos que tomar algumas decisões. Se depois de soltar os freios e deitar a moto até o ápice percebermos que estamos rápidos demais e pretendemos perder velocidade apertando o freio dianteiro, podem acontecer duas coisas: se puxarmos omanete de freio rápido demais, provocaremos o travamento da roda dianteira e, consequentemente, a queda. Por outro lado, por mais suave que acionemos omanete e por melhor que seja a aderência, o guidão nos jogará para fora, nos obrigando a abrir o traçado mais do que desejamos. Em pleno ápice da curva, a moto está submetida a poucas forças (sem acelerar ou frear), mas tem todo o apoio nas rodas, usando toda a sua capacidade de aderência. Se inclinarmos demasiadamente, podemos chegar a uma parte do pneu com menor poder de agarre e podemos deslizar. O pior que pode acontecer é quando inclinamos tanto que alguma parte sólida toca o chão. Normalmente, as pedaleiras tocam no chão antes e dobram como um indicador que ali é o limite.

O QUE ESTAMOS APRENDENDO?

Quando já entramos em uma curva e antes de abrir gás para sair, a moto vai "solta" (sem forças), mas com a máxima inclinação é mais fácil desequilibrá-la freando ou acelerando de maneira brusca

Minha moto raspa cedo demais

Existem motos que têm alguns componentes, raspando cedo demais ao inclinar. Verifique o que é (provavelmente seja a ponta do cavalete central ou o escape). Confira a pré-carga da mola traseira e veja se ela não está muito mole e afundando demasiadamente com o seu peso

Minha moto continua raspando nas curvas

Você já apertou a pré-carga para evitar que a traseira fique arriada e mesmo assim a moto está raspando? Talvez a solução seja a sua posição sobre a moto. Tente pendular mais. Tirar os pinos das pedaleiras ou substituir o escape por um menor pode ajudar a evitar um acidente.

Devemos jogar o nosso corpo para o lado interno da curva para que a moto não precise ir tão inclinada

• ISSO É NORMAL?

• A pré-carga da mola traseira não deve estar mole para o nosso peso. Se estiver errado, a dirigibilidade fica comprometida e a moto raspa cedo demais

Minha moto só raspa quando eu ando com garupa

Lembre-se que quando você leva alguém no banco de trás, devese ir em um ritmo mais suave do que se você estivesse sozinho. É OBRIGATÓRIO endurecer a précarga da mola para evitar que as geometrias de direção fiquem alteradas.

Em um trecho sinuoso não ganhe muito tempo na primeira curva. Você poderá errar a segunda

POR QUE CAÍMOS?

O problema é que, às vezes, as motos tocam chassi, cavaletes e escapes antes de roçar a pedaleira. Se algum desses componentes raspar com muita força, pode alavancar a moto e tirar um pneu do chão, derrubando quem estiver em cima. Na última parte da curva, começamos a acelerar para sair dela. Esse também é um momento crítico, pois ficamos alguns segundos sem acelerar com a moto em estado de inércia e, muitas vezes, reduzimos muitas marchas para perder velocidade. O problema é que essa redução exagerada faz com que a moto perca muitos quilômetros por hora e nos força a acelerar antes do previsto. Ao acelerar com uma marcha muito curta e com a moto inclinada é fácil deixá-la derrapar, causando um susto ou um acidente no qual o piloto "voa" e se machuca bastante.

Todos esses possíveis erros são comuns em qualquer estrada, já que quanto mais próximo do limite estejamos, mais fácil é tomar um “capote”. Para evitar acidentes é importante seguir algumas recomendações que são facilmente compreendidas.

A SOLUÇÃO

Mantenha-se longe dos limites de sua moto em estradas, principalmente quando você não está bem fisicamente. Lembre-se, estrada não é circuito. Se você acha que entrou rápido demais e não tem certeza se será possível mesmo usando suavemente o freio dianteiro (forçando o guidão para dentro para evitar que a moto abra a trajetória), devemos recorrer ao freio traseiro – com suavidade – pois esse recurso ajudará a terminar a curva. O sistema posterior permite perder velocidade com segurança e manter a inclinação. Como sempre dizemos, a suavidade nessas condições é a alma do negócio. Evite inclinar demasiadamente a moto, mantendo distância do limite do pneu.

Pare de frear

Nós chegamos às curvas freando e reduzindo as marchas, para deixar a moto correr em direção ao ápice. Se ainda estivermos rápido demais, devemos parar de frear com o dianteiro, senão a moto não "entra" na curva. Além disso, existe o risco da roda travar.

Sem freios

Aprenda a identificar as curvas com antecedência e reduza a velocidade com tempo para não se atrapalhar (como na foto). Caso tenha entrado rápido demais na curva, use o freio traseiro.

Pendule

Se a sua moto raspa no chão com facilidade (cavalete, escape), aprenda a tirar o corpo para o interior da curva, apoiando opeso na pedaleira externa. Dessa forma, na mesma velocidade, a moto estará menos inclinada.

Inclinação excessiva

O meio da curva é o momento menos complicado, pois há menos forças atuando. A moto corre "solta", sem freios e sem acelerador. Entretanto, a moto tem um limite e ele deve ser encontrado aos poucos.

Aceleração brusca

Na hora de sair das curvas, é necessário acelerar. Se estivermos com uma marcha muito curta, para reacelerar rápido devemos girar a mão direita com muita calma para não derrapar.

Também devemos evitar o contato físico de alguma parte da moto com o chão. Se nós praticarmos o pêndulo na motocicleta, é fácil fazer com que a motocicleta incline menos. Apoie o seu peso na pedaleira externa e perceba como a moto vai bem estável.

Não há dica melhor para evitar acidentes nessa situação do que andar em uma marcha mais longa, pois com ela a moto roda mais solta e será muito mais dócil.

Controle de tração

Pode ser que a sua moto não conte com esse útil recurso, mas a sua mão direita pode fazer esse papel. O acelerador não é um interruptor e é possível dosá-lo para não descontrolar. Ande com marchas altas.

Resumindo: aborde a curva corretamente, utilizando o traçado adequado e entrando com a marcha certa. No ápice do curva, você deve estar com a velocidade adequada. Caso esteja rápido demais, use ofreio traseiro com cautela, contraesterce para dentro e olhe para o ponto mais interno da curva.

A teoria parece muito fácil, mas não na prática quando a situação complica normalmente ficamos perdidos. Por isso, é importante simular essas condições complicadas com segurança, para tornar-se natural.

Todos nós vemos os pilotos de corrida saindo de suas motos e inclinando até um ponto que parece desumano – eles raspam até ocotovelo. No entanto, fazer isso na estrada é um risco enorme e está fora do que podemos dizer ser algo racional. Na estrada, contamos com muitas variáveis como óleo, buraco, animais na pista etc. Também não podemos esquecer que na pista o piloto está ciente que se cair, ele não se chocará com um meio-fio, guard-rail e a assistência médica está sempre de prontidão.

Diante desta situação, com o carro prestes a entrar na estrada atravessando a nossa trajetória, a mão direita deve estar preparada para acionar o freio e a mente pronta para que possa achar a melhor escapatória do acidente.

FREADAS DE EMERGÊNCIA

OS NÚMEROS:

AS COLISÕES CAUSAM 41%

DAS MORTES EM ACIDENTES DE MOTO. EM MÉDIA, 6,5 DE CADA

10 OCORREM POR CULPA DO OUTRO VEÍCULO

*DGT - DEPARTAMENTO GERAL DE TRÃNSITO DA ESPANHA

**ESTUDO MAIDS - IN-DEPTH INVESTIGATIONS OF ACCIDENTS INVOLVING POWERED

41% dos acidentes fatais que envolvem motocicletas são produto de colisões

66% dos acidentes com motocicletas implicam pelo menos dois veículos

72% dos acidentes com motocicletas que ocorrem dentro das cidades são colisões

ERROS MAIS FREQUENTES

• Conduzir com a certeza que nos viram e vão nos respeitar

• Não manter uma margem de segurança, ou seja, adequar a velocidade à necessidade de escapar de algum imprevisto

• Reagir com manobras de pânico

• Trafegar sem olhar em volta

• Não conhecer o comportamento dinâmico da própria motocicleta

O PROBLEMA

O que fazer diante da situação ilustrada na foto da primeira página? É evidente que temos a preferência e que o motorista deveria nos deixar passar, mas, dada a nossa vulnerabilidade, sempre devemos pensar e agir como se o carro fosse cruzar na nossa frente e, assim, estarmos prontos para uma freada de emergência ou um desvio rápido. Mesmo que você tenha certeza de que o motorista do veículo o viu, opequeno tamanho frontal da moto reduz a percepção visual da velocidade real a que nos aproximamos. Eles nos veem, no entanto, acham que estamos muito longe ou mais devagar do que efetivamente estamos. Recorra então à pilotagem defensiva. Portanto, ao perceber que outro carro se aproxima de um cruzamento –mesmo que tudo indique que ele vá parar – fique atento, uma vez que o motorista pode interpretar mal a sua velocidade e posição e decida entrar na estrada. No caso da foto, o piloto não olhava para longe, não tinha previsto se encontrar de repente com um carro em sua trajetória, nem uma manobra de evasão. Assim ficou em pânico e paralisado olhando para o carro... e já sabemos que a moto tende a seguir o olhar do piloto.

Depois que estiver na trajetória correta, olhe à frente. Se olharmos para o obstáculo, iremos bater nele

O QUE ESTAMOS APRENDENDO?

Mantendo o olhar sempre distante, tentar antecipar o máximo possível as manobras dos demais veículos e presumir que eles não nos viram

Trafegar visualizando uma rota de fuga para cada situação, mesmo circulando normalmente, nos permite sair ilesos

Diante de uma freada de emergência, utilize todo o poder dos freios da moto, mas sem deixar as rodas travarem. Mantenha a sua direção até o último momento

ISSO É NORMAL?

Por que alguns motociclistas conduzem com os dedos no manete do freio?

A reação é mais rápida. Diante de uma freada de emergência, um simples décimo de segundo (o tempo gasto para levar os dedos até o freio) pode ser decisivo para evitar um acidente e dar mais rapidez à sua resposta.

O manete acaba encostando no punho do acelerador

Em muitas motos, você pode regular a distância do manete de freio em relação ao punho do acelerador.

Ajuste-o de modo que os dedos o alcancem facilmente, mas tomando ocuidado para que, em freadas mais fortes, ele não encoste na manopla.

O ABS é realmente útil?

Está comprovado: somente um piloto muito experiente é capaz de, em várias freadas, melhorar o comportamento dos ABS atuais, que podem reduzir vários metros em uma parada de emergência, inclusive nas motos esportivas. É, sem dúvida alguma, um investimento recomendável.

A SOLUÇÃO

Ao pilotarmos a nossa motocicleta olhando o mais distante possível, conseguimos perceber com muita antecedência a presença de um possível obstáculo. Em vez de confiar no motorista à nossa dianteira, reduzimos previamente a velocidade imaginando que o veículo adiante sempre é capaz de cruzar o nosso caminho. Além disso, ao detectar alguma situação de perigo à frente, temos mais tempo e espaço para decidir qual será a manobra a ser feita para escapar daquela situação. Dependendo do caso, é melhor sair da estrada, passando por detrás do carro e assim deixá-lo passar, do que arriscar e chocar-se com a frente do veículo. Em curvas da estrada, devemos estar sempre prontos para aproveitar ao máximo o espaço de nossa faixa de rolamento e inclinar mais (ou levantar a moto) caso nos deparemos com algum imprevisto. Andar abaixo do limite nos deixa margem para manobrar: devemos entrar na curva com a velocidade reduzida, no momento certo, e sem inclinar em excesso. Freamos até o limite de aderência dos pneus, utilizando tanto o freio dianteiro como ofreio traseiro, soltando-os no último momento. Jamais correndo o risco de perder a direção da motocicleta. Em última instância, é possivel manter ocontrole sobre a trajetória da moto, mesmo que a roda traseira dela esteja travada. Freando forte com o freio dianteiro – consequentemente aliviando a parte detrás da moto – e reduzindo duas ou até três marchas, a derrapada da roda traseira pode ser controlada soltando gradativamente a embreagem, mesmo que para isso seja necessário um pouco de experiência.

SE PUDER INVESTIR EM UMA MOTO COM FREIOS ABS, NÃO PENSE DUAS VEZES

Previsão

Percebemos que o carro pode sair a qualquer momento e optamos por uma manobra evasiva sacrificando o traçado da curva e reduzindo a velocidade.

Freada de emergência

Decidimos passar pela frente do carro. Deixamos de olhar o veículo e fixamos oolhar aonde queremos ir. Ao mesmo tempo, freamos forte com freio dianteiro, mas sem derrapar, afundamos a frente da moto e aliviamos a traseira, o que nos permite fazer aquela manobra do supermotard.

Sem previsão

O motociclista avista o carro, mas acredita que este o viu e não entrará na estrada. Não pensa em uma manobra de emergência e segue no mesmo ritmo. E ainda não sabe que omotorista pensa que a moto está longe e que dá tempo.

Pânico

"Não é possível! Ele está saindo?..."O motociclista fica horrorizado. Já não tem mais espaço para frear. Fixa o olhar no carro e é inevitável que a moto siga o olhar. Aperta o manete e o pedal ao máximo, o que bloqueia a direção e faz as rodas deslizarem.

Inevitável

Uma vez passado o ponto de retorno e tomada a pior decisão, só resta confiar na sorte. A moto já está derrapando e é impossível mudar a sua direção.

Saída

Passou perto, mas por ter previsto a manobra de escape, saímos ilesos. A devida antecipação nos permitiu aplicar tudo o que sabemos no lugar de frear em pânico, o que nos levaria direto para o carro.

A SOLUÇÃO

Esquivar-se: dirija-se a um local apropriado e pratique progressivamente freadas de emergência, desvios rápidos de algum obstáculo e ainda algumas curvas. Se não tiver um cone de borracha, faça uma marca no chão e treine as manobras em velocidades crescentes. Curvas: na realidade, não fazemos curvas virando o guidão, mas sim pressionando os punhos, o tanque e as pedaleiras. Em uma reta, empurre o guidão com a mão direita e você verá que a moto vai para a esquerda, caindo levemente para a direita. Perceba também como a moto muda de trajetória com uma simples pressão nas pedaleiras. Combine as duas manobras, em uma velocidade média de 90 km/h, e verá como você consegue mudar a trajeto da moto facilmente. Obstáculo: no mesmo ponto de referência do item anterior, pratique freadas até o limite do bloqueio das rodas dianteiras, chegando o mais perto possível do obstáculo antes de soltar o freio e forçar o guidão e a pedaleira para mudar de direção e voltar à trajetória anterior.

Mantenha sempre os dedos sobre o manete do freio, já preparados para uma emergência. O olhar deve estar fixado distante, pronto para adivinhar o que vamos encontrar. Quando houver carros no contrafluxo, a mente deve estar sempre imaginando uma rota de fuga. Lamentavelmente, nós somos os mais vulneráveis no trânsito. Não basta apenas saber que, na maioria das ocasiões, somos as vítimas e não os culpados. Por isso, antecipe-se.

A MELHOR DICA: SEMPRE ESTAR PREPARADO

No ponto Um bom exemplo: nosso piloto não só está perfeitamente equipado (capacete integral, luvas, botas e macacão de couro), mas também verificou os pneus e ajustou a moto à sua medida antes de sair.

MOTO E PILOTO SEGUROS

OS NÚMEROS:

O BOM ESTADO DO VEÍCULO É FUNDAMENTAL

QUANDO ESTAMOS FALANDO DE MOTOS, E A ÚNICA SEGURANÇA PASSIVA QUE TEMOS NELA É O EQUIPAMENTO QUE VESTIMOS

72% das falhas mecânicas que causaram acidentes estavam relacionadas ao estado dos pneus

39% das motos que se envolveram em acidentes com morte tinham menos de 2 anos

200% a mais é a probabilidade de morrer em um acidente de moto se não estivermos usando capacete

ERROS MAIS FREQUENTES

• Trafegar com os pneus da moto descalibrados

• Utilizar pneus desgastados ou envelhecidos

• Falta de regulagem nos manetes e suspensões, causando desgastes e falta de estabilidade

• Rolamentos da direção em mau estado de conservação

• Não utilizar capacete integral e luvas sempre que sair com a moto

O PILOTO

Se prestarmos atenção, notaremos que sempre que um piloto do Mundial de Motovelocidade vai correr com a sua moto pela primeira vez, ele passa um bom tempo com os seus mecânicos regulando os comandos da motocicleta para adaptá-la às suas medidas. Você também pode (e deve) fazer isso com a sua moto.

Comece pelos manetes, quando possível, não somente na distância, mas principalmente na altura. Muita gente pilota forçando o punho sem perceber, e por não ter se atentado a esse detalhe, inevitavelmente sofrerá com dores em pouco tempo. Basta uma simples chave de fenda e alguns minutos para regular a altura do manete para acabar com esse problema. Isso também acontece com os pedais de câmbio e freio traseiro, em particular oúltimo que, se utilizado fora da posição normal (permitindo que o pé direito do motociclista encontre o pedal de forma natural), pode prejudicar a sensibilidade do piloto com o pedal, fazendo a roda traseira bloquear facilmente e perder a estabilidade no caso de uma freada de emergência, além de forçar o tornozelo. Além disso, as suspensões devem estar adaptadas ao peso do piloto. A précarga, sempre presente atrás e muitas vezes na frente, serve para controlar quanto as suspensões vão afundar quando montamos na moto. Elas não devem afundar mais que poucos centímetros, nem ficar sem afundar, mesmo que o piloto seja leve, assim você deve amolecer ou endurecer a pré-carga de acordo com o que foi observado. Quando você for carregar mais peso (bagagens, garupa ou ambos), é muito importante ajustar a regulagem para não prejudicar o comportamento da moto nem perder muita distância livre em relação ao solo.

Os freios

Parece óbvio que sem freios temos pouca segurança na condução, mesmo assim, muitos utilizam as pastilhas de freio muito além da sua vida útil, arranhando o disco e sobreaquecendo ofluído de freio. Verifique-as e, se for necessário, substitua-as.

Óleo

Perdemos poucos segundos para verificar, mas dessa forma evitamos que o motor fique seco e trave. Nos scooter, isso é ainda mais importante porque oseu cárter contém menos quantidade.

Pedais

Da mesma forma que os manetes não podem vir de fábrica com a medida personalizada, omesmo ocorre com os pedais de freio e câmbio: verifique se a postura está confortável e se você não está apoiando nele com a ponta da bota.

Ar

Deve-se verificar a calibragem dos pneus com frequência (uma vez por semana, no máximo, a cada 15 dias), ou sempre antes de uma saída importante. Se o manômetro não é confiável, é preferível deixar o pneu mais cheio do que murcho.

Pré-carga

Tanto motos esportivas como um simples scooter, quase todas têm esse sistema na suspensão traseira. Regule-a de acordo com a carga que levar (seu peso, passageiro, equimentos), para evitar que a suspensão afunde demais.

Manetes

Sente-se sobre a moto e, na sua posição normal de pilotagem, estique os braços e os dedos por cima dos manetes, eles devem ficar bem abaixo, na sua posição natural, de forma que seja somente necessário dobrar os dedos para acionar o manete, sem mexer o pulso. As motos não são feitas nas medidas de todos e é normal que os manetes venham um pouco mais altos ou baixos, fazendo você forcar o pulso.

Isso se resolve em um minuto: com uma chave de fenda você deverá afrouxar o encaixe do manete no guidão (ou do reservatório de fluído de freio), gire suavemente e posicione omanete na altura certa. Pronto, agora basta apertar novamente o encaixe.

QUESTÃO DE SEGURANÇA

Você já ouviu falar de segurança ativa e segurança passiva. A primeira é aquela que evita acidentes, como os freios ABS, e a segunda é a que, quando o acidente é inevitável ou está acontecendo, minimiza as consequências, neste caso os exemplos são o cinto de segurança e o airbag. Na moto, não temos nem cinto de segurança nem airbag, portanto a nossa única segurança passiva é a que o nosso equipamento oferece, ou seja, aquilo que vestimos: capacete, jaqueta, luvas, calça, botas etc.

Mas é importante saber que, além de proteção, se sofremos um acidente o equipamento terá também a função de segurança ativa. Cores chamativas, por exemplo, permitem que os outros nos vejam de longe, evitando colisões. O conforto é também um elemento de segurança ativa. Estar bem aquecido no inverno evita que o piloto se desconcentre, permanecendo mais atento ao trânsito e à pilotagem. Por isso, você já sabe: não deixe um centímetro de pele descoberto mesmo que você acredite que não vai cair, porque isso ninguém realmente pode afirmar.

A MELHOR DICA: O CAPACETE INTEGRAL

A importância do capacete quando pilotamos não é nenhuma novidade e a esta altura ninguém pode duvidar disso. Quem não usa, dobra as suas chances de ter um ferimento mortal em um acidente. Mas usar aqueles capacetes abertos também é arriscado, uma vez que não protegem o rosto e podem causar lesões na nuca.

Para pilotar uma

moto com segurança, temos que estar 100% fisicamente. Quando o cansaço se manifestar, pare!

A MECÂNICA

Nas estatísticas de acidentes, a falha mecânica é uma minoria, mas isso é quando a maioria das motos são novas. Quase sempre que uma falha mecânica causa um acidente é por problemas no pneu, seja por estar murcho ou em mau estado. Não calibrar os pneus da moto é impensável. Com apenas cinco libras a menos no pneu dianteiro, por exemplo, na primeira curva em que você apoie a frente da moto, provavelmente cairá. Não tente alongar a vida útil do pneu, que é a coisa mais importante da motocicleta, nem economizar na hora da compra. Talvez valha mais a pena comprar uma moto menos esportiva e que ofereça mais durabilidade, do que adquirir uma e ter que conviver com pneus gastos em pouco tempo. Os demais componentes da moto também têm o seu peso para a nossa segurança, os freios, acima de todos. Se a sua motocicleta freia mal, se você não se sente confortável quando deve frear forte, pense em montar um sistema mais confiável. É um investimento tão bom quanto adquirir pneus de qualidade e assim você terá um aumento considerável na segurança. As suspensões são responsáveis por garantir um bom contato do pneus com o asfalto, portanto também são importantes para a segurança. Não se esqueça do óleo da bengala e cuidado com os rolamentos da direção, responsáveis por uma boa estabilidade em velocidades elevadas.

O QUE ESTAMOS APRENDENDO?

Mesmo que os acidentes causados por falhas mecânicas sejam minoria, são os que mais facilmente podemos evitar

Nossa segurança na moto depende daquilo que vestimos: use capacete integral e nunca ande de motocicleta sem luvas

O mais habitual é que ocorra uma falha nos pneus: verifique a calibragem e não ultrapasse a sua vida útil

ISSO É NORMAL?

Quando freio forte, a bengala afunda e bate muito

O óleo que as bengalas levam também se deteriora, perdendo eficácia e deixando a suspensão com pouca retenção: ao frear, ela se comprime rapidamente até chegar na parte mais baixa, causando um repentino endurecimento e a batida. Troque o óleo por um mais denso.

Quando freio sinto uma folga, e a moto não é estável na reta

Os rolamentos da direção estão ruins, seja pelo acúmulo de quilometragem ou por mal uso. Quando essas peças se desgastam, os primeiros sintomas são essas folgas. O "calo" que se forma no centro dos rolamentos desestabiliza a moto na reta por não deixar a direção girar livre e suavemente.

Por mais que eu lubrifique, a corrente faz muito barulho

A transmissão por corrente é muito eficiente e rápida, mas precisa de muita manutenção: limpeza, lubrificação e substituições.

Ao esticá-la, se ela somente ficar muito ou pouco esticada, está na hora de trocar, senão ela vai fazer barulho, podendo até estourar e causar um grave acidente.

Por aí, não...

Você chega a uma curva muito fechada e entra nela pela parte de dentro... errado! Isso não é um circuito, é uma estrada pública e pode vir alguém no sentido oposto. Agindo assim, estamos arriscando a nossa integridade física e a dos outros.

CURVAS MUITO FECHADAS

OS NÚMEROS:

80% dos acidentes fatais em estradas comuns ocorrem onde o acostamento tem menos de ,5 metro de largura DGT - DEPARTAMENTO GERAL DE TRÃNSITO DA ESPANHA

23% dos acidentes fatais envolvendo motocicletas ocorrem quando esta sai da via

60% dos acidentes fatais em estradas ocorrem em decorrência de quedas ou saída do pavimento

JÁ VIMOS COMO CONTORNAR AS CURVAS, MAS QUANDO ELAS SÃO MUITO FECHADAS OU VERDADEIROS "COTOVELOS" DEVEMOS REDOBRAR A ATENÇÃO

ERROS MAIS FREQUENTES

• Chegar muito rápido na curva

• Sofrer uma queda por perder a roda da frente no meio da curva

• Invadir a pista contrária ao buscar a parte de dentro da curva (curva para a esquerda)

• Invadir a pista contrária durante a saída de curva (curva para a direita)

• Abrir o traçado até invadir o acostamento

Velocidade excessiva em curvas para a direita poderá nos levar a invadir a pista contrária na saída

O PROBLEMA

Trafegar pelas estradas entre montanhas é um paraíso para muitos motociclistas pela paisagem exuberante, mas, principalmente, pelo traçado da pista, que nos leva de um lado para o outro e, assim, experimentamos a nossa particular montanha russa de sensações na direção da moto. Contudo, são zonas de bastante perigo. Não se deve esquecer que são vias públicas e, portanto, haverá outros condutores. Mesmo que estejamos sozinhos, as frequentes subidas e descidas nessas estradas oferecem riscos constantes, principalmente nos declives onde muitos aproveitam para acelerar suas máquinas além do recomendável. Além disso, a pressão do pneu sobre o asfalto é menor na descida do que na reta ou na subida. A forma de pilotar também pode ser um fator de perigo. Pretender contornar uma curva para a esquerda como na foto de abertura, totalmente dentro da pista contrária, nos levará a um desastre quando encontrarmos um veículo na nossa frente. Acostume-se a não fazê-lo jamais porque é a pior coisa que poderia acontecer. Chegar rápido demais na curva é outro erro comum, ainda mais nas descidas. Se isso ocorrer em uma estrada estreita, é possível que estejamos olhando muito perto da nossa roda dianteira e, assim, não conseguimos perceber a velocidade em que a curva se apróxima até que seja tarde demais. Se conseguirmos frear, o faremos muito dentro da curva e fora da posição correta.

O QUE ESTAMOS APRENDENDO?

Não devemos forçar o ritmo em estradas sinuosas, na descida temos menos aderência do que nas subidas

É importante abrir o traçado antes de contornar uma curva

É importante visualizar a curva de longe. Dessa forma, evitamos sermos pegos de surpresa com a proximidade de uma curva fechada e não corremos o risco de ter de frear bruscamente, o que, eventualmente, poderá nos derrubar

ISSO É NORMAL?

Depois de várias freadas fortes o manete fica baixo

Você tem um problema hidráulico: os flexíveis do seu freio dianteiro são feitos de borracha e o líquido no seu interior esquenta. Se eles estiverem velhos, a dilatação estará prejudicada e omanete precisará de mais curso para acionar os freios. Ar dentro do sistema agrava o problema. Troque o fluido a cada dois anos, sangre o sistema quando notar um tato menos firme no manete e pense em instalar flexíveis com manta metálica.

O manete é duro, mas depois de várias freadas, a moto não freia

Isso é superaquecimento: as pastilhas não mordem o suficiente (o eficiente de fricção cai de repente), mesmo que osistema hidráulico esteja em perfeitas condições. Experimente um composto de pastilhas capaz de aguentar temperaturas mais altas.

Quando freio forte, a bengala afunda e bate seco

É possível que a pré-carga da frente esteja solta ou, pior, com o sistema hidráulico solto ou em mau estado, por isso, a suspensão chega no final do curso rápido e bate. Recomenda-se substituir o fluido frequentemente.

A SOLUÇÃO

A atitude correta nesse tipo de estrada é justamente relaxar, mas sempre atento à próxima curva, inclusive se nós queremos aproveitar mais a estrada do que a paisagem. Pilotar antecipando-se ao que vem pela frente e sempre buscando uma perspectiva mais ampla do traçado nos ajudará a evitar que cheguemos muito rápido na próxima curva e, ao frear, poderemos nos dirigir para o exterior da curva que vamos contornar, atrasando o momento de entrada e aproximando-nos do ponto mais interno da curva.

Lembre que em descidas é mais fácil derrapar: utilize também o freio traseiro para não sobrecarregar o dianteiro. Nesse ponto, durante o contorno da curva, temos que saber levar a moto aonde queremos e não somente contorná-la como "passageiro" da moto. Se encontrarmos algum obstáculo no meio do traçado, temos que conseguir alterar o percurso, levando a moto para o lado de fora da curva. Nestas ocasiões, é recomendável utilizar suavemente o freio traseiro e soltar o freio dianteiro. Em curvas fechadas esse "efeito leme" é mais perceptível e mais: pode nos ajudar a manter a moto em uma trajetória fechada. Na hora de acelerar, lembre-se também que em descidas, a aderência do pneu sobre o asfalto é menor que em subidas. Outra dica valiosa é que, em caso de dúvida, sempre é preferível utilizar uma marcha mais longa, que responde mais suavemente ao acelerador, do que uma marcha mais curta, que possui uma resposta mais brusca à aceleração e poderá provocar uma derrapagem.

Na faixa contrária

Chegamos tão cedo no interior da curva que, ao sair dela, abrimos o traçado e invadimos a faixa contrária. Por sorte, invadimos pouco e não havia ninguém no sentido contrário. Mas é possível colidir com o guard-rail ou acabar batendo em um veículo na outra pista.

Saída com a pista livre

Ao atrasar a entrada da curva, podemos ver perfeitamente a estrada e acelerar para ajudar a colocar a moto novamente na vertical, dirigindo-se à próxima curva sem invadir a pista contrária e precisar fazer correções na trajetória da moto.

Atrasando a entrada

Este é o traçado ideal para as estradas: buscar a parte de dentro da curva tardiamente para melhorar a visibilidade e garantir a saída de curva, sem arriscar a entrada. Assim temos mais espaço para diminuir a velocidade sem frear bruscamente.

Entrar antes da hora

Chegar na curva freando nos faz ir para a parte interna da curva muito cedo, em parte porque não sabemos contorná-la e também porque temos medo de alongar a freada e seguir reto na saída. A primeira situação prejudica a saída da curva, já a segunda pode causar uma queda por travar a roda dianteira enquanto a moto está inclinada.

Chegamos rápido demais

Se andarmos a uma velocidade excessiva, chegaremos rápido demais na curva e nem a melhor freada poderá evitar o desastre. Na descida, é necessário ter mais atenção, já que, além de ir mais rápido, os freios estarão sobrecarregados pela menor aderência e pela transferência de peso para a dianteira.

Entrada mais aberta

Chegamos na curva sem uma velocidade excessiva porque sabemos que enfrentaremos curvas muito fechadas, e freamos até a metade da pista para otimizar a visibilidade da curva e, assim, também aproveitamos a parte mais limpa da estrada.

QUESTÃO DE PRÁTICA

Frear. Em estradas com muitas curvas fechadas abusamos dos freios, principalmente se, no percurso, houver longos trechos em descida ou grandes retas antes das curvas. Por isso, temos de saber o quanto a nossa moto freia... e a única forma de fazer isso é testando-a. Pratique as freadas fortes quando não houver riscos por perto e experimente a aderência dos pneus nos mais distintos tipos de asfalto e condições climáticas. Lembre de frear em dois tempos, ou seja, primeiro freie suavemente para depois usar mais força no manete, até que você perceba que tem muito peso apoiado no pneu dianteiro. Segure firme o guidão com ambas as mãos.

Virar. Nessas curvas tão “redondas”, às vezes, passa-se certo tempo inclinado e, mesmo dependendo muito de como a pessoa vai realizar a saída da curva, com certeza, você estará em velocidade e terá uma boa margem para manobrar e escolher por qual ponto do percurso a sua moto vai passar. Para isso há um truque: pratique em uma rotatória tranquila para poder decidir o traçado que a motocicleta vai fazer usando o contraesterço e as pedaleiras.

Sempre que estamos pilotando uma moto, a pressa é uma má conselheira, pois perdemos parte da concentração necessária pensando que vamos chegar atrasados, que os nossos colegas de estrada estão se distanciando ou nos empurrando. Não permita que nada tire a sua atenção daquilo que é importante: a maneira que você está pilotando e por onde você está trafegando. Procure também não se distrair com as paisagens que envolvem as estradas cheias de subidas e descidas.

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