Acesse o site oficial do Movimento de Cursilhos de Cristandade do Brasil Acompanhe nossas redes sociais mcccursilho_brasil_oficialCursilhoBrasilbrasil És um projeto do tuaPai:missão é dofermentarEvangelho este momento da história!
3 JUL-AGO-SET 2022
Adair José Batista Coordenador do Grupo Executivo Nacional
Neste 10 de setembro, o Santuário Nacional de Aparecida acolhe a 2ª ROMARIA NACIONAL CUR SILHÍSTICA, recebendo peregrinos dos quatro cantos do país. E para comemorar esta data, tão especial, preparamos uma calorosa ULTREIA NA CIONAL JUBILAR. Estaremos recebendo muitos ex-coordenadores e ex-assessores eclesiásticos a quem teremos a honra de homenagear e agrade cer-lhes pela dedicação incondicional ao MCC.
um dos movimentos mais organizados da igreja católica, porque temos assembleias em
Uma outra atração muito esperada por todos nessa ultreia jubilar será a apresentação da mú sica vencedora do festival de jingle, 60 anos do MCC no RogamosBrasil.à mãe Aparecida, padroeira do Brasil, e a São Paulo Apóstolo, patrono celestial do MCC, bençãos para a perpetuidade deste nosso movi mento que chega entusiasmado ao seu Jubileu de Diamante, mesmo tendo sido atacado pela catastrófica pandemia SARS-COV-2 (coronavírus Covid-19).
DeColores e Viva a Vida!
O próprio Papa Francisco nos convoca a ser mos igreja “em saída, em missão” e, sobretudo, preparada para evangelizarmos neste século XXI, onde os seres humanos dominam tecnologias fu turísticas, mas desconhecem o “Criador de todas as coisas” e, a cada dia mais, se afastam do plano de SomosDeus.
E nesta lapidação do MCC foram instituídos os cursilhos para jovens e, também, os cursilhos de dois dias, que são verdadeiros marcos históricos nesta revitalização, tão importantes para o movi mento no Brasil.
todas as esferas da estrutura de serviço, ocorren do em nível mundial, em grupos internacionais, nos secretariados nacionais, nos grupos executi vos regionais e diocesanos.
No Brasil, o MCC tem seu método próprio bastante atualizado graças à sensibilidade dos coordenadores nacionais que nos antecederam e, principalmente, pela mente brilhante do Pe. Beraldo que, fazendo uma leitura dos tempos, instituiu mudanças fundamentais, adequando o movimento, facilitando, assim, sua sustentação através dos tempos.
O carisma original permanece sob o crivo do tempo, mas a metodologia precisou ser atualiza da, modernizada e viabilizada de acordo com os sinais dos tempos.
Enfim, chegou o grande momento para o Mo vimento de Cursilhos de Cristandade do Brasil. Estamos celebrando 60 anos de existência dele, neste país gigante pela natureza e apaixonado por este movimento que, simplesmente, nos re vela o caminho da salvação.
EDITORIAL
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Corinto
Grupo
Grupo
Revista Alavanca É uma publicação trimestral do Movimento de Cursilhos de Cristandade do Brasil GEN - Grupo Executivo Nacional Coordenador Adair José Batista Vice-Coordenador Corinto Luiz do Nascimento Arruda Assessor Eclesiástico Nacional Pe. José Roberto Ferrari Vice-Assessor Eclesiástico Nacional Pe. Wagner Luis Gomes Assessor Eclesiástico Adjunto Pe. Flavio Augusto Forte Melo Endereço Rua Domingos de Moraes, 1334 Conjunto 07 - Vila Mariana São Paulo (SP) - CEP 04010-200 Críticas e Sugestões (11) 5571 gen-alavanca@cursilho.org.br7009 www.cursilho.org.br Projeto Gráfico e Diagramação ideiasemidias.com.br Revisão Dizy Ayala Circulação Nacional ISSN 2178-5333 03 05 06 09 16 18 22 24 26 31 36 Editorial Reflexão Igreja Sinodal Fala SementesFormaçãoJubileuJovemdo Reino EclesiologiaTestemunho Paulina EventosMemória NOSSA CAPA cursilho mccbrasilbrasil EXPEDIENTE NESTA EDIÇÃO SEÇÕES 12 33 ENTREVISTA PADRE BERALDO VIVER COM CRISTO Edição 265
Wladimir
Marketing
Francisco Luis Bianchin Padre José Roberto Ferrari Padre José Gilberto Beraldo Pe. Wagner Luis Gomes Wladimir
A história do Movimento de Cursilhos de Cristandade do Brasil, que em 1962 começa sua caminhada em Valinhos (SP) e, hoje, no Jubileu de Diamante, 60 anos, celebra em ação de gra ças na Santuário da Padroeira do Brasil: Nossa Senhora Aparecida. Decolores! Viva a vida!
Francisco Barros Comassetto Artigos
Luiz Arruda do Nascimento Daiana Cristina Buzo Jesiel Silva Gomes José Carlos da Silva Perini Lisiane Maria Bannwart Ambiel Lucília Alves Cunha
Padre Comassetto e Vendas Executivo Nacional Assinaturas Executivo Nacional
Jornalista Responsável Giulia Micheli Pozzobon - MTB/RS 18.496 Editor
REFLEXÃO
Frutos do
Celebrar o jubileu de Diamante do MCC, no Brasil, é reviver uma história de carinho de Deus, é recordar uma história de transformação de vidas, de famílias e de ambientes. Celebrar o jubileu de Diamante é reconhecer a força transformadora do amor. Mais, celebrar o jubileu pós uma pande mia, que nos obrigou a ficar no isolamento, que
Celebrar o jubileu de Diamante do MCC é identificar sonhos realizados, ver palavras que se transformaram em vida, é ver uma proposta transformada em ação. Realmente, um jubileu nos faz viajar no tempo, admirar as conquistas, celebrar as alegrias, reviver as experiências, re cuperar as energias, reafirmar os valores, corrigir algumas rotas e comprometer-se com o futuro sem medo. Tudo isso nos convida a um grande pacto de amizade e a um especial momento de gratidão.
Pe. Francisco Luis Bianchin (Pe. Xiko) ASSESSOR REFERENCIAL PARA FORMAÇÃO gen-pexiko@cursilho.org.br
E
stamos em estado de jubileu! Celebrar um jubileu sempre é um dom, uma graça! Cele brar o jubileu de Diamante de um processo de Evangelização, é muito mais que uma graça; é, assim, uma efusão de graças. Não há dúvida que a celebração do jubileu de Diamante do MCC, no Brasil, constitui-se num momento es pecialíssimo de revisão de vida, de renovação, de retomada, de modo muito especial, de ação de graças e de comunhão fraterna.
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Creio, sim, que é necessário comemorar, viver e reviver o jubileu do MCC. Mas que remos, também, colher os preciosos frutos que ele produz e nos oferece. Com certeza, o primeiro fruto, dentre os incontáveis produzidos, que ele põe ao nosso dispor, é o fruto do carisma, do convite para reassumi-lo e renovar a consciên cia de sua importância, redobrando o entusiamo e o ardor ao concretizá-lo no dia a dia.
nos roubou, por longo tempo, gestos e atitudes essenciais à nossa convivência – como a presen ça física, o aperto de mão, o abraço e a vivência comunitária – se reveste de profundo significa do, pois ele nos devolve esses mesmos valores, revivendo-os concretamente.
Por uma Igreja e um MCC Sinodal Comunhão, Participação e Missão
A sinodalidade exprime a figura de Igreja que brota do Evangelho de Jesus e que é chamada a encarnar-se hoje na história. .
“caminhar juntos” é indispensável para um novo ardor missionário que comprome ta todo o povo de Deus. E, para caminhar juntos, é preciso uma conversão à experiência sinodal que implica pôr em prática a cultura do encontro, da amizade, da escuta atenta e corajo sa, do diálogo sincero e do discernimento comunitário.OMovimento de Cursilhos tem a vocação fundamental da Igreja, que é evangelizar. Na realização desta tarefa, se empenha em estar alinhado com
as orientações apresentadas nos documentos eclesiais, o que implica constante atualização dos responsáveis que se interessam pelo MCC como instrumento atualizado de evangelização. Desta forma, os responsáveis/dirigentes são os primeiros a assumir os caminhos de renovação, de conver são para praticar o “caminhar juntos”. São eles os protagonistas da caminhada sinodal, que já acon tece no movimento desde o seu início e que, hoje, são convidados a refletir, para compreender com maior profundidade a sua responsabilidade na ca minhada da Igreja e como esta vivência sinodal se reflete na vida de toda a sociedade.
O
IGREJA SINODAL
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A sinodalidade manifesta o caráter “peregrino” da Igreja. Jesus é a via de Deus até o homem e deste até Deus. A Igreja caminha com Cristo, por meio de Cristo e em Cristo. Ele, o Caminheiro, o Caminho e a Pátria, doa o seu Espírito de amor (Rm 5,5) para que n’Ele possamos seguir a “via mais perfeita” (1Cor 12,31). A Igreja é chamada a caminhar, novamente, sobre as pegadas do seu Senhor e a sinodalidade
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juntos”, exercitar a sinodalidade, vivenciar a co munhão, articular a participação e assumir a mis são no MCC? Estudar e rever temas relacionados aos fundamentos do MCC, tendo como pano de fundo a “sinodalidade – caminhar juntos – corres ponsabilidade”, pode ajudar no discernimento e na resposta a estas perguntas, além de permitir a renovação de mentalidade, atitudes e práticas, sem deixar de ser fiel à vocação.
é a forma histórica do seu caminhar em comu nhão, todos a serviço da missão – evangelizar. A Igreja é chamada – e o MCC é chamado. Todos os fiéis são chamados a testemunhar e anunciar a Palavra de verdade e de vida, enquanto são membros do povo de Deus.
O MCC é um movimento eclesial, surgido como dom do Espírito Santo para o bem da Igreja e do mundo; nasce a partir da escuta, do diálogo e do discernimento em conjunto. Uma profunda experiência sinodal. Na Igreja, o MCC está comprometido com a evangelização, no campo específico do primeiro anúncio – que rigma e, também, atua na fermentação evangé lica dos ambientes. Toda a missão do MCC tem sentido a partir da comunhão com a Igreja, em especial com a Igreja diocesana (IFMCC, cap.10). O caminho se faz junto, de forma corresponsável. Conhecer e partilhar como o MCC faz esta cami nhada na diocese, como se integra na pastoral diocesana, como participa e implementa o plano de pastoral é promover a vida sinodal.
No MCC, as estruturas de serviço – Grupos Executivos e Escola Vivencial – são os instrumen tos que sustentam e impulsionam a vida do mo vimento, com um mínimo de organização para manter a identidade do MCC, sendo fiel a seu carisma, mentalidade, finalidade e método. Estas estruturas dão forma e tornam o MCC realidade. Tais estruturas, por sua vez, tornam-se realidade por meio dos dirigentes/responsáveis do MCC –pessoas que, tendo vivido a experiência do Cur silho, aceitam livremente e como vocação especí fica assumir a missão evangelizadora da Igreja, a partir do que é específico do MCC (IFMCC, cap.11).
Av. Floriano Peixoto, 735 – Uberlândia (MG) | (34) 3235-4050
Uma Igreja sinodal é participativa e corres ponsável. No exercício da sinodalidade, a Igreja é chamada a articular a participação de todos, uma vez que todos os fiéis são habilitados e chamados a colocar a serviço, uns dos outros, os respecti vos dons recebidos do Espírito Santo. No entanto, é necessário distinguir entre o processo de ela borar uma decisão por meio de um trabalho co mum de discernimento, consulta e cooperação –tarefa sinodal, e a tomada de decisão que é uma responsabilidade que compete à autoridade, no caso de uma diocese, autoridade do Bispo, por exemplo.Avida sinodal se exprime em estruturas insti tucionais e em processos que conduzem, através de diversas fases (preparação, celebração, recep ção) a eventos sinodais. Para que o exercício da sinodalidade aconteça é necessário atenta escuta do Espírito Santo, fidelidade à doutrina da Igreja, criatividade para promover a participação orde nada de todos, o intercâmbio dos dons, a leitura dos sinais dos tempos e o eficaz planejamento da missão.Ficaa pergunta para nós cursilhistas: como co locar em prática ou como melhorar o “caminhar
As estruturas de serviço do MCC são instrumen tos de vida sinodal e os responsáveis, em espe cial os coordenadores que planejam e tomam a iniciativa, são protagonistas ao promover diálogo sinodal, discernimento comunitário, intercâmbio
O desafio é grande e é necessário intensifi car a mútua colaboração de todos a partir dos dons e das funções de cada um, lembrando que cada batizado é habilitado e chamado a ser dis cípulo missionário. Reconhecer e valorizar as qualidades das pessoas, incentivando-as e motivando-as a crescer; facilitar a troca de informações, dialogar e respeitar posições e ideias diferentes; transferir parcela do poder e de responsabilidade – são características e tarefas de liderança que podem ser relembradas e colocadas em prática nos diversos serviços a serem desenvolvidos na missão de evangelizar. Algumas boas pistas para de senvolver aspectos da vida sinodal, incentivar e promover o desenvolvimento das capacidades de liderança podem ser estudadas no Roteiro de Estudos Treinamento de Líderes. A inspiração é sempre Jesus Cristo, Bom Pastor, que chamou os apóstolos para caminharem juntos e deu-lhes a oportunidade para crescer.
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8 Lisiane Maria Bannwart Ambiel Grupo de Apoio ao GEN de dons, formação, clima de amizade. O MCC é um movimento de serviço. A Evangelização dos Ambientes é um serviço prestado ao Pai e ao seu Plano, cooperando com a missão da Igreja de evangelizar, santificar e salvar. O compromisso é de todos: cursilhista, tua vida é missão!
A experiência vivida e perseverante da sinoda lidade é para o povo de Deus fonte da alegria pro metida por Jesus, fermento de vida nova, tram polim para uma nova fase de empenho e ardor missionário.QueMaria, Mãe de Jesus, Mãe da Igreja, nos sa Mãe, nos acompanhe nesta caminhada como esteve com o seu Filho e com os apóstolos. “Vir gem corajosa, inspira-nos força de ânimo e con fiança em Deus, para que saibamos vencer todos os obstáculos que encontramos no cumprimento da nossa missão. Ensina-nos a tratar as realidades do mundo com vivo sentido de responsabilidade cristã e na alegre esperança da vinda do Reino de Deus, dos novos céus e da nova terra”. (CL)
Avante! DeColores!
Referência: CTI – Comissão Teológica Internacional, A Sinodalidade na vida e na missão da Igreja.
O MCC (Movimento de Cursilhos de Cristanda de), conhecido também por CURSILHO, é um mo vimento eclesial de evangelização cristã, nascido na Espanha nos meados da década de 1940.
FALA JOVEM
Eu me chamo Daiana Cristina Buzo, estou como representante jovem da Macrorregião Sudeste e como representante jovem no Grupo Executivo Nacional.
“Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho”
Participei do 7° Cursilho Misto para Jovens da Diocese de Jaboticabal em 2011 e, desde então, venho tentando colocar em prática tudo o que vivenciei nesse curso de três dias.
Gostaria de começar falando o que é o MCC.
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(1Cor 9,16).
O Movimento de Cursilhos de Cristandade nasceu de uma iniciativa de jovens católicos espanhóis, assumido depois por cristãos católicos adultos e, hoje, o movimento conta com uma participação de todos (jovens e adultos), cada um com suas especificidades.
Um exemplo louvável que podemos acom panhar é o dos jovens universitários do Grupo Executivo Diocesano de Divinópolis, de Minas Gerais, que assumiram seu papel de evangeliza dores nesse ambiente de muita pluralidade, onde eles fazem a preparação para o cursilho dentro da própria faculdade, não somente com os jovens estudantes, mas também com os funcionários.
Essa Evangelização leva o anúncio apresenta do pelo próprio Cristo, em comunhão com as di retrizes da Igreja.
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Como todo bom cursilhista, os jovens também são convidados e incentivados a evangelizar seus ambientes seguindo o método próprio do mo vimento, querigmático, vivencial, testemunhal, que o caracteriza e se aplica aos seus três tempos, isto é, ao pré-cursilho (antes do retiro), ao cursi
lho (durante o retiro) e ao pós-cursilho (depois do retiro), possibilitando ao participante a vivência do fundamental cristão.
Eles trabalham a oração e alguns assuntos em comum da realidade universitária, usando a mesma linguagem jovem e vivenciando uma ex periência gratificante, abrindo novos horizontes para continuarem na caminhada MCC.
Nesse último, ou seja, pós cursilho, cada um, bem como os jovens, usa várias formas de evan gelização e dentre elas a formação de núcleos.
Ele tem o propósito de despertar novas lide ranças, em especial cristãos batizados que não estejam vivendo sua fé em comunidade, para que esses se tornem evangelizadores em seus ambientes, suas realidades, seus núcleos e essa ação é conhecida dentro do movimento como Evangelização dos ambientes.
O resultado destes projetos universitários cur silhistas resultaram em núcleos de comunidade ambiental universitária.
É uma alegria muito grande para mim, como jovem, católica e cursilhista ver a grandeza do
E que fermentem os ambientes com a palavra do Cristo, podendo, assim, repetir a frase de Paulo, o patrono do movimento: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!” (1Cor 9,16).
Representante Jovem da Macrorregião Sudeste e representante Jovem no GEN
É na ação que eles movimentam o núcleo e, com o apoio essencial do bispo diocesano, auxi liam nas celebrações de missas, organizam formas de acolhimentos aos jovens calouros, campanhas, como Setembro Amarelo, doação de sangue etc.
Os jovens do nosso movimento de cursilhos são muito especiais e eu rezo todos os dias para que todos perseverem, sempre anunciando com a alegria do evangelho e que sejam sempre sal da Terra e luz no mundo.
Em vinte minutos de reunião, eles trabalha ram várias formações, dentre elas documentos da nossa igreja, campanha da fraternidade e sem esquecer do nosso tripé: oração, formação e ação.
São jovens bem engajados, que sonham alto e que, com essa iniciativa, já conseguem tornar parte desse sonho realidade.
nosso movimento em vários lugares do Brasil e, nesse ambiente universitário, onde sabemos o quão difícil é chegar na juventude, ver o trabalho maravilhoso desses jovens me traz um pouco de esperança, pois nem tudo está perdido.
Eles são grandes exemplos de Cristo, acolhem a todos com amor, sem exclusão e, dentro desse ambiente, peregrinam com fé e abrem caminhos.
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DAIANA CRISTINA BUZO
O objetivo destes núcleos não é tornar essas pessoas católicas de imediato, mas levando o Evangelho e mudando a vida dessas pessoas, caso, no futuro, se sentirem acolhidas e atraídas serão encaminhadas para o cursilho.
Além dos momentos de formação e oração, e mesmo no período de Pandemia, eles se manti veram unidos, realizando seus encontros de for ma online, utilizando aplicativos e se adaptando a essa realidade atual.
ao seu trabalho e dedicação, temos no Brasil oCursilho para Jovens e, também, o cursilho de dois dias. Por que os outros países ainda não aderiram a este novo modelo de cursilho?
Cursilho: nº 54 (arquidiocese de SP) Data nascimento: 12/03/1932 Local de nasc.: Santa Rita do Passa Quatro (SP) Ordenação sacerdotal: 20/12/1958. Botucatu (SP) Assessor Eclesiástico do Organismo Mundial do Movimento de Cursilhos de Cristandade: 2002-2005. Atualmente: Assessor Nacional Benemérito Vitalício do GEN Assessor Eclesiástico Conselheiro Mundial do OMCC
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Primeiramente, este Jubileu significa para a família cursilhista brasileira um momento privi legiado de ação de graças a Deus por todo o bem feito tanto às pessoas, às famílias quanto à própria Igreja católica do Brasil. Deverá significar, também (e isso é sumamente importante), uma retomada com mais entusiasmo, com mais alegria e com mais esperança do carisma original do Movimento.
Padre
ENTREVISTA
Pe. Beraldo. o que representa para a família cursilhista brasileira este Jubileu Diamante GraçasMCC??
Padre José Gilberto Beraldo
Não se trata, apenas, do meu trabalho e, sim, de uma ação conjunta de todo o MCC do Brasil. Pelo que consta, já há alguns países que adotaram esse modelo. Por exemplo, parece que algumas dioceses da Espanha já aderiram. De fato, estamos em ou tros momentos da história, outras circunstâncias que estão a exigir algumas adaptações sob pena de extinção do próprio MCC. Isso sem falar dos Cursi lhos Mistos que sempre correm o risco de serem en tendidos e transformados em Movimento de casais.
Quando o senhor tomou conhecimento do MCC?
osrepaginaçãoatemporaloriginalacreditandocontinuanocarismadoMCC,comosendoouprecisamosdedeacordocomsinaisdostempos?
É de fundamental importância a vigência do ca risma original do MCC, pois de outro modo o pró prio MCC perderia sua razão de existir como movi mento eclesial. Por outro lado, todos os carismas devem ter elasticidade suficiente para acompanhar os “sinais dos tempos”. O papa Francisco, há poucos dias, numa corajosa intervenção em alguns mo vimentos e instituições eclesiais, deixou isto bem claro. Não mais se justifica a costumeira expressão conservadora “sempre foi assim”. Ou “no meu tem po é que era bom”! Pois estes são os tempos de “sair do sofá” e de abraçar uma “Igreja em saída”.
Sim. Depois de um primeiro momento de uma mentalidade, ainda, “clerical” sobre a missão do MCC, compreendi que este deveria levar leigos e lei gas a assumir sua missão própria no mundo. E que, portanto, deveria ajudar o Movimento a caminhar em plena comunhão com a Igreja, sempre buscan do atualizar seu carisma sem, contudo, perder a sua tríplice originalidade que, como todos já deveriam saber, consiste em levar as pessoas a encontrar-se consigo mesmas, a encontrar-se com Cristo e a en
Ainda como pároco da Paróquia da Catedral de Botucatu (SP), em 1967, fui informado por um co lega que conhecera os Cursilhos em Campinas (SP) sobre essa providencial inciativa pastoral recémchegada ao Brasil. Trouxeram-na os Padres da Missão Católica Espanhola, então em São Paulo. Entre eles, o mais próximo do Movimento era o Pe. Pablo Cañelles, que se tornou meu grande amigo. Com o estímulo do, então, Arcebispo de Botucatu, D. Henrique Golland Trindade, ofm, participei da ex periência do Cursilho nº 54 da Arquidiocese de São Paulo, no mês de setembro de 1967.
Está parecendo que esta minha pertença é, me ramente, decorativa. Em nenhum momento fui consultado a respeito de qualquer assunto. Muito menos, então, com relação ao “entendimento com as
O senhor encerrou a publicação de suas cartas mensais, mas nos brindou, novamente, com uma publicação mensal do artigo “Sementes do Reino”, Seria esse o tempo do amadurecimento da fé?
“lideranças”.Sim,aintenção
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primeira dessa iniciativa foi a de ajudar os leitores nesse “amadurecimento da fé”. Queira Deus que ela cumpra seu objetivo.
Atualmente o Papa Francisco intercede pelo protagonismo dos leigos, mas o senhor já defendia, no passado, essa missão do leigo no mundo?Nesta gestão atual do OMCC, o senhor continua fazendo parte da equipe como conselheiro. Está mais fácil o entendimento com as lideranças?
O senhor
Visitamos o MCC de muitos países, inclusive bus cando estabelecer um fecundo diálogo com alguns iniciadores, quer em Palma de Mallorca, quer em outros países. Muitos foram os esforços frustrados nessa missão, aliás própria do OMCC.
contrar-se com as realidades do mundo sendo ne las fermento, sal e luz! Resumindo: a ser fermento de evangelho, isto é, praticando a solidariedade, a justiça, o perdão e a acolhida nos seus ambientes profissionais, familiares, sociais!
Pessoalmente, viajei a muitos desses países: Itália, Espanha, Alemanha, Austrália, Taiwan para palestras aos vietnamitas na diáspora, e a todos os países da América Latina, ao México e aos Estados Unidos.Em2005, organizamos um Encontro Mundial que elegeu como nova sede do OMCC, o MCC dos Estados Unidos.
Como transcorreu o reconhecimento canônico do Estatuto OMCC?
O processo do reconhecimento canônico do Es tatuto do OMCC foi iniciado enquanto a sede do OMCC ainda estava na Alemanha. No início de nos sa gestão, sugerimos que a Alemanha continuasse com o processo iniciado. Entretanto, nossa suges tão não foi aceita pelo Pontifício Conselho para os Leigos (hoje Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida), então encarregado da aprovação de Estatu tos de entidades eclesiais.
Portanto, até o mês de abril de 2004, trabalha mos com a cooperação de canonistas, alguns indi cados pelo próprio PCL e residentes na Itália, para terminar a redação do Estatuto do OMCC. Certa ocasião, permaneci por quase uma semana no sul da Itália, onde residia um dos canonistas indicados esperando para que este me pudesse atender. Ain da há outros detalhes que acabaram por me con vencer de que a burocracia eclesiástica é mais com plicada que a burocracia civil!
O Brasil sediou o Organismo Mundial de Cursilhos de Cristandade de 2002 a 2005. Descreva-nos como aconteceu essa odisseia.
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O MCC do Brasil sucedeu ao da Alemanha na Coordenação do Organismo Mundial e o Comitê Executivo foi assim constituído: Presidente: Francisco Alberto Coutinho; Vice-pre sidente: Antônio Carlos Salomão (Tony); Assessor Eclesiástico: Pe. José Gilberto Beraldo; Secretária: Maria Elisa Zanelatto, Tesoureiro: Reginaldo Bastos Fava.Do mesmo modo que procuramos que, aqui no Brasil, o Movimento caminhasse com a Igreja, tam bém, o fizemos com o Organismo Mundial. Encon tramos inúmeras dificuldades nesse processo de atualização do seu carisma original devido, basi camente, a um tradicionalismo arraigado e a algu mas convicções insuperáveis de culto a pessoas.
Finalmente, no dia 11 de junho de 2004, recebe mos de Roma a aprovação “ad experimentum” do Estatuto do OMCC para um período de cinco anos. Lá estivemos, nós do OMCC, para receber o docu mento. Compareceu, também, a nosso convite, um dos iniciadores do MCC, Eduardo Bonnín, que co nosco assinou a Ata daquele momento histórico. Infelizmente, com o decorrer de um curto espaço de tempo, o mesmo senhor Bonnín iria manifestar sua posição contrária...
Decidiu-se, então, nomear uma Comissão de sete países, com dois membros de cada país para elaborar um texto-base do MCC. Brasil estava entre estes países e eu, juntamente com o Coordenador Nacional na época, Bachir Aidar Jorge, estávamos entre os 14 responsáveis por essa redação e nos reu nimos algum tempo depois num hotel em Palma de Mallorca. Alguns dias de trabalho e estava pronto o texto: IDEIAS FUNDAMENTAIS DO MCC.
Esta referência à demora na publicação de IF está, em parte, equivocada. Durante um dos pri meiros Encontros do MCC em Palma de Mallorca (1970), os responsáveis de lá, com Eduardo Bonnin à frente, já traziam um documento pronto para ser aprovado. Por insistência de Pe. Paulo Cañelles, levantei-me, em nome do Brasil, para rejeitar esse documento já elaborado previamente por eles, sem qualquer consulta anterior aos demais países.
Por que o livro Ideias Fundamentais, 3ª edição,eferência para todo cursilhista, demorou tanto para ser editado?
15 JUL-AGO-SET 2022
“Acho que não é segredo para ninguém. Demorou mais de sete anos para ser redigido porque foi impos sível chegar a um consenso entre os grupos interna cionais. Grupo Norte-América e Ásia Pacífico, contra Grupo Europeu e Grupo Latino-Americano”.
Dessa forma, após sucessivas revisões e atualiza ções de IFMCC, o texto já está na sua terceira edição. Aqui sim, houve demora entre a segunda e a tercei ra edição.
Aliás, deu trabalho para convencer os de Mallor ca que deveriam ser FUNDAMENTAIS e não FUNDA CIONAIS. Explica-se: enquanto o primeiro referia-se aos princípios, aos objetivos, ao carisma do MCC, o segundo exprimia apenas o modo de pensar dos iniciadores bem restrito à Espanha e à Mallorca sem uma perspectiva mais universal do MCC.
São sessenta anos de serviço à Igreja, traba lhando sempre com alegria e entusiasmo na construção do Reino de Deus, como sempre pedimos ao rezarmos a oração do Cristo ao Pai: “Venha a nós o Vosso Reino”.”
Por Graça e Bondade Divina, o MCC está vivenciando o 10° ano após o grande jubileu de OURO, onde traçamos linhas de trabalho na evangelização para vivermos um novo Pentecostes no Movimento de Cursilho de Cristandade no Brasil.
Salmos 133
O Grupo Executivo Nacional (GEN) quer através deste artigo, na nossa revista ALAVANCA, agrade cer a você, irmão(a) querido(a) e filho(a) muito
16 JUL-AGO-SET 2022 JUBILEU
Este trabalho incansável de evangelização tem ocorrido sempre em plena comunhão com a Igre ja, tanto no âmbito Nacional, como também no âmbito Universal, procurando parear nossa cami nhada com os documentos emanados pela Santa Sé e seu magistério, bem como trabalhamos com os documentos que indicam o caminho pastoral a ser percorrido no Brasil, elaborados pelos Bis pos através de sua conferência. (CNBB)
Com sua vivência, um dos pilares do movimen to de Cursilho que é o PRÉ, a evangelização, vai se tornando realidade e, por meio do seu convite, vamos incrementando esta maravilhosa família, que no Brasil e no Mundo, de norte a sul, de les te a oeste, quando entoa o seu hino DECOLORES, causa alegria e grande curiosidade.
Peçamos ao nosso patrono São Paulo que, neste ano jubilar, Ele interceda por nós e que o Espírito Santo nos faça valentes e corajosos Evan gelizadores, verdadeiros construtores do Reino de EDeus.que
Maria, mãe de Jesus Cristo e nossa mãe, nos ensine a viver em simplicidade e obediência à vontade de Deus Pai.
17 JUL-AGO-SET 2022
Pe. JOSÉ ROBERTO FERRARI ASSESSOR ECLESIÁSTICO NACIONAL DO MCC
amado(a) por Deus Pai, porque através de você e do seu testemunho, os ambientes são evangeli zados e o reino de Deus vai acontecendo.
Neste mundo da pós verdade e da ideologia lí quida, onde os verdadeiros valores vão perdendo o seu significado e o indiferentismo, e tantos ou tros “ismos” com seus potenciais negativos vão se consolidando, e a humanidade vai, consequente mente, perdendo a sua essência, você pode fazer a diferença.Poissóquem teve um verdadeiro encontro com Cristo pode se doar ao outro, como ELE se
Decolores. Viva a Vida!
Nós, Igreja, precisamos nos tornar alimento para o mundo que está com fome, e Cristo nos diz: Dai-lhes vós mesmo de comer.
E você, cursilhista, é Igreja, você é a presença viva do Cristo no mundo.
doou a nós, como alimento, sem medo de mor rer: “Tomai todos e comei”.
Muito obrigado a você que, acolhendo o convite, CRISTO CONTA COM VOCÊ, vivenciando o teu quarto dia, o mundo fica muito mais COLORIDO, e os filhos de Deus vão compreendendo qual é o verdadeiro sentido da vida.
18 JUL-AGO-SET 2022 FORMAÇÃO
Querida Escola Vivencial, estamos celebrando nesse ano um acontecimento muito especial: o Jubileu de Diamantes do MCC no Brasil. Nesse diamante, você tem o seu valoroso quilate!
N
Você não surgiu por acaso, não caiu do céu feito pingo de chuva e não brotou
as entranhas dessa Celebração Jubilar bri lha um coração pulsante que deu vida, luz e cor, saber e sabor, coragem e ânimo, ao Movimento de Cursilhos de Cristandade (MCC) que, por esta força, se espalhou por todo o Brasil.Essecoração é você, querida Escola Vivencial!
Arraste seu banquinho, sente-se aqui perto de mim. Vamos conversar... Dê-me sua mão... quero te escutar... te compreender e, como sem pre, aprender com você!
Nestes 60 anos, você passou por inúmeras ex periências e independente se fossem elas boas ou ruins, doces ou amargas, você seguiu sempre fazendo o bem, lançando raízes para o próprio Movimento se firmar no caminho, contribuindo para a conversão e mudança de mentalidades, de corações, de atitudes e de vidas. Em alguns luga res, você tem a idade da maturidade... em outros você vive um belo adolescer... em outros, porém, começa a dar os primeiros passos... E ainda, em outros, você está reaprendendo a caminhar...
Nesse imenso país chamado Brasil, com di mensões continentais, cultura diversificada, você tem muitas idades, veste muitas roupagens e fala muitas línguas regionalizadas, mas mantem sua integridade, testemunhando que é possível viver a unidade na diversidade. Você nunca teve medo nem se recuou diante das realidades desafiado ras que, muitas vezes, se postaram diante de seus olhos. Você chegou num mundo que vivia um cli ma difícil e cruel de pós-guerra e sobre as cinzas reergueu a esperança, a alegria pela vida, a fé na possibilidade de um novo mundo possível por que acreditou num projeto maior revelado pela fé que, em Cristo Jesus, nos faz gente de espe rança, de compromisso, de coragem e de missão. Somos Povo de Deus que caminha pelas estradas da vida rumo ao Reino definitivo.
19 JUL-AGO-SET 2022
oportunidades, estamos aprendendo muitas coi sas novas, coisas que nem imaginávamos e que estão se aproximando de nós. Portanto, ânimo, fé e coragem, Deus é bom o tempo todo, o tempo todo Deus é bom!
Eu entendo você, sinto sua angústia, pois, também, passei por momentos assim, acometi da por um Acidente Vascular Cerebral (AVC), tive como consequência perda de equilíbrio, confu são mental, tive que reaprender a andar, pensar, organizar minhas ideias... precisei de um tempo para me recompor. Deus foi muito generoso co migo, em um mês, consegui grande evolução. Por isso, nesse tempo pandêmico, quando só se fala em isolamento e distanciamento, posso sen tir o quanto você está angustiada, vendo suas portas fechadas, seus amigos e amigas distantes, o silêncio invadindo seu interior, uma saudade que faz doer seu coração... Mas sossega, amiga, esse tempo ruim vai passar, porque Deus é Pai, você verá que nem tudo será perdido, chegará o tempo de vislumbrarmos caminhos novos, novas
Quando você, no seio do MCC, completou cin quenta anos aqui no Brasil, foi uma grande festa, lembra como foi bela a manifestação de um ver dadeiro Pentecostes trazendo ao Movimento um novo ânimo, uma nova força, uma nova energia que impulsionou o Movimento até os dias que antecederam o acontecimento cruel e inespera do da Pandemia?
E você viu, mais uma vez, sua história de vida marcada por um grande desafio: afinal, a Pande mia, que foi e está sendo, ainda, um desafio para
do chão feito capim: você é sopro do Espírito San to no coração e na mente daqueles caminhantes rumo a Santiago de Compostela. O útero que te gerou foi o Movimento em movimento, você veio da Vida para animar a vida!
todos nós, trouxe, realmente, muitas perdas, desâ nimo, mas não fique triste, tudo já está passando.
20 JUL-AGO-SET 2022
Alegre-se com aqueles que estão retornando, com aqueles que se esforçam em manter conta to mesmo que virtual... sei que você sente muita falta daqueles cursilhistas animados, participati vos e responsáveis que, apesar de todas as virtu des, estão longe, afastados, silenciosos, vencidos, muitas vezes, pelo medo, mas, com certeza, com muitas saudades também!
Povo de Deus, irmãos do Caminho... no cami nho, na caminhada...
Escola querida, esta é sua missão sinodal, nem todos vão retornar, porém você continuará junto aos peregrinos que chegam, preservando a uni dade do Espírito (Af 4,3) ajudando todos a tecer passo a passo, fio a fio, um caminho novo, num esforço constante em não deixar ninguém para trás, pois tem consciência que todos somos irmãos e devemos estender nosso olhar ao longe, como fazem os pescadores, sem deixar de considerar o tempo que, certamente, limita muitas lideranças, inclusive aquelas lideranças missionárias!
você só conseguirá superá-los firmada na força di vina da mensagem que proclama, como sempre fez, esse tempo complicado de agora, não é dife rente!
Não se entristeça, amiga, considere a comple xidade da vida como você sempre fez, busque um olhar de conjunto e encontre seus elementos es senciais, prosseguindo sua missão evangelizado ra, como nos fala a Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi (Paulo VI, 08/12/1975): “Evangelizar é levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade, em qualquer meio e latitude, e pelo seu influxo transformá-las a partir de dentro e tornar nova a própria humanidade” (EN, n°18). E você, caríssima Escola, sua assinatura é “Vivencial”, é vida, você é Escola da vida e vida na Escola, não tem como fugir da complexidade e dos desafios,
Nesse mundo descristianizado, o anúncio se torna ainda mais necessário e precisa ir do Cristo Evangelizador a um Movimento, também, evangelizador. Sua parcela de contribuição é a evangelização dos ambientes, não se esqueça disso!
O campo próprio de sua atividade evangeliza dora é o mesmo mundo vasto e complicado da política, das realidades sociais, culturais, como também das ciências e das artes, dos meios de comunicação, das novas tecnologias, e ainda ou tras realidades abertas à evangelização como a família, a educação, o trabalho e a profissão, po deres constituídos, saúde e lazer, potencializando o acontecimento do Reino e sua transcendência de salvação em Cristo Jesus.
Às vezes, minha querida escola, é preciso lim par a terra, a tristeza, vencer a canseira, a acomo dação... sujar as mãos... forçar a hora... mudar a história... sendo com o povo, povo mesmo...
Membro do Grupo de Apoio GER CO
Sem movimentar-se, sem caminhar, sem an dar não se faz caminho... e se não há rastros, se não há passos, o caminho desaparece. Jesus é o Caminho, a vida é a caminhada!
21 JUL-AGO-SET 2022
não se acomodar. Mas, às vezes, é se incomodar, nunca entregar os pontos, nunca deixar de criar ou recriar.
LUCÍLIA ALVES CUNHA
O Cursilho é movimento, é caminhada, é en contro para caminhar. O seguimento de Jesus só é possível na dinâmica do caminho!
Caminho exige meta, determinação, definição de rumo a seguir... saber de onde partir e onde querCaminharchegar...é
Escola, no alto dos seus sessenta anos, o Movimento quer e precisa continuar com sua preciosa contribuição querigmática que é vida, é força, é compromisso, é coragem de continuar o caminho. Abrindo caminhos para que O Caminho se faça longa estrada para o se guimento de outros irmãos e irmãs que ainda não descobriram a beleza desse diamante que brilha para a eternidade!
Caminho é dinâmico, está sempre em proces so, não está pronto, finalizado, mas, quase sem pre está por fazer...
“Tenho fé em Deus que isto ou aquilo vai acontecer”. NÃO. A expressão correta nessas situações seria: “Tenho confiança em Deus...”. A confiança é uma resultante da fé. Se tenho fé, se creio em Deus, n’Ele deposito minha confiança, certo de que, por eu n’Ele crer, Ele vai me atender por ser Ele Todo poderoso! Em outras palavras, significa abando nar-se nas mãos de Deus.
Sementes do Reino
Introdução. Concluímos hoje nossas refle xões sobre a fé. Já nos debruçamos sobre a tenta tiva de defini-la; enfatizamos como é importante sua vivência; detivemo-nos na necessidade do seu amadurecimento. Talvez porque a palavra “fé” tenha entrado no nosso vocabulário cotidiano, corramos o risco de confundi-la com “confiança”... Além disso, o mundo alcançou tal desenvolvi mento científico que aqueles que querem com provação de tudo tendem a estabelecer conflito entre fé e ciência... E quanto às expressões artísti cas de todos os tempos, inspiradas na fé? Seriam dispensáveis? Vejamos, então, esses três últimos aspectos da fé que nos propusemos abordar.
Fé e Confiança. Uma importante observa ção: em geral, confunde-se fé com confiança. Sempre que esperamos que algo aconteça de acordo com os nossos desejos exclamamos:
• Fé e Ciência. Com o desenvolvimento ex traordinário e acelerado da Ciência e seus novos enfoques, teólogos e pastoralistas têm-se dedi cado ao estudo de muitos documentos da Igreja procurando esclarecer a relação existente entre a ciência e a fé. Novas descobertas e interpretações desse campo exigem, também, um maior apro
“A confiança que depositamos N’ele é esta: em tudo quanto lhe pedirmos, se for conforme à sua vontade, Ele nos atenderá”. (1João 5, 14)
Fé, Ciência e Artes. O nosso é um dos tem pos mais marcados pelo culto à ciência e às artes. Por isso, o assunto agita os meios teológicos e os científicos. Parece-nos que deveria ser suficiente lembrar que, desde sempre, a fé tem iluminado a Ciência e inspirado as Artes em todas as suas vertentes.
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Questionando... a) Nossa fé nos leva a ser ho mens e mulheres confiantes? b) Entendemos que ciência e fé não se contradizem porque a inteli gência humana orientada para o bem é que leva ao desenvolvimento científico? c) Consideramos que a arte inspirada pela fé permitiu que, através dela, enquanto não se tinha acesso à leitura, a hu manidade pudesse conhecer até a Bíblia?
fundamento na fé. Papel importante cabe aqui às Universidades Católicas nas quais marcam presença e participação de tantos jovens na fase decisiva de sua formação. O assunto é vasto e complexo e quem tiver interesse deverá e poderá buscar esclarecimentos nos inúmeros documen tos e manifestações da Igreja a respeito.
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Pe. José Gilberto Beraldo
Equipe Sacerdotal do Grupo Executivo Nacional jberaldo79@gmail.com
• Fé e Artes. Basta contemplar as admiráveis obras de arte – pinturas, esculturas, desenhos, mosaicos – de tantos artistas, existentes pelo mundo afora, desde o início do cristianismo, para constatar que a fé foi sempre uma prodigiosa fon te de inspiração. Quem não se admira, por exem plo, ao contemplar as pinturas da Capela Sistina, no Vaticano, para citar apenas um exemplo? Se riam uma realidade essas obras de arte se seus autores não estivessem inflamados pela fé em Deus e não encontrassem nela a inspiração para criar essas maravilhas?
Logo depois, meus pais mudaram para São Paulo para tentar crescer na vida, como muitos nordestinos o fazem. E, aqui, minha mãe engra vidou de mim, e para sua surpresa, a gravidez era de risco. Os médicos, na época, chegaram a dar uma carta de autorização para aborto, mas mi nha mãe se negou a fazê-lo. Ela passou por maus bocados, numa cesariana que ocasionou sequela, mas não desistiu de mim, nem de sua fé.
Meu pai, também, não teve muito estudo, cresceu em um lar e numa realidade diferente das
Aindalivros.menino, dos muitos livros que li, che guei em um determinado que apresentava uma
Cresci numa zona rural em Mauá, na grande São Paulo, onde a rua não era asfaltada, não havia escolas, postos de saúde e nenhum outro serviço público, até a água tínhamos que coletar numa bica. A única estrutura que tínhamos era a igre ja evangélica, local de acolhimento não apenas para minha família, mas para toda a comunidade ao redor. A escola mais próxima de onde morá vamos ficava há 40 minutos de distância e fazía mos o caminho a pé. Era difícil devido a distância e muitas crianças acabavam desistindo dos es tudos, mas eu adorava ir para escola. Ficava so nhando e imaginando se algum dia eu iria conse guir fazer uma faculdade. Era comum eu ficar até mais tarde na escola, na biblioteca, estudando e lendo
atuais, passou por muitos apuros e, mesmo erran do e tendo sua fé abalada, sempre teve como por to seguro minha mãe. Ambos se esforçaram bas tante para criar seus dois filhos, passando fome e humilhações. E a igreja sempre foi o alicerce para recarregar suas forças e encontrar acolhimento.
TESTEMUNHO
24 JUL-AGO-SET 2022
Olá, irmãos cursilhistas, sou o Jesiel, fun cionário do GRUPO EXECUTIVO NACIONAL.
Minha mãe casou-se com José Benedito Coim bra Gomes, meu pai, e gerou meu irmão, Jeovâ nio, para quem deu o nome em homenagem a um padre da cidade de Anadia (AL), o qual eles admiravam. Ela teve, ainda, a oportunidade de se reconciliar e evangelizar minha avó, apresentan do a ela a palavra de Cristo.
Vou relatar aqui um pouco da minha trajetória existencial.Eucresci em um lar evangélico, sempre rece bi o conhecimento da palavra de Cristo, ensina do por minha mãe, Deusdete Maria Silva Gomes, que também cresceu em um lar evangélico, sen do expulsa de casa aos oito anos, ao aceitar Je sus. Não que minha avó fosse uma pessoa má, ela era indígena e já havia sofrido muito no pouco contato que teve com a sociedade, no sertão de Alagoas. Isso fez com que minha mãe fosse criada pelo pastor da igreja e sua esposa. Por isso, acre dito que parte de meu testemunho esteja, inti mamente, ligado ao testemunho da mulher que me deu a vida, amor e educação.
Assistente Administrativo
Em 2019, veio a Pandemia de Covid-19, todos os eventos do Cursilho foram afetados, mas con tinuei trabalhando e mantendo a comunicação virtual do Todavia,GEN.mesmo convivendo por muito tempo com cursilhistas não conseguia, ainda, entender o que realmente era o Cursilho. Mas, finalmen te, neste ano de 2022, tive a grata satisfação de receber o convite do Sr. Adair, Coordenador Na cional (e agora meu padrinho) para participar do 128° Cursilho para Homens no GED de Uberlân dia, de 15 a 17 de julho de 2022. Perguntei, di versas vezes, para o Sr. Adair o que era o Cursilho e ele disse-me que era um curso de aperfeiçoa mento humano e espiritual, mas que após fazer a experiência do cursilho tudo iria se esclarecer, pois “o cursilho não se explica, se vive”. E, assim, fui vivenciar meu primeiro Cursilho, recebendo orações em alavancas do Sr. Wladimir, Sra. Liane, Sr. Roberto, Sr. Paulo Marcos, Sra. Maristela e de todos os demais membros do GEN. Agradeço a Deus por colocar ao meu lado pessoas abnega das e pacientes para orientar-me.
Dar esse testemunho vivo após meu primeiro cursilho representa a oportunidade de expressar meu sentimento de aceitação do catolicismo e agradecimento por ter sido acolhido sem qual quer
25 JUL-AGO-SET 2022
Porjulgamento.tantosmotivos citados, tenho a graça de estar presente nos 60 anos do Movimento de Cursilhos no Brasil e agora como um cursilhista autêntico.QueDeus abençoe e revitalize o Movimento de Cursilhos, para que ele cresça sempre mais no empenho apostólico, em busca da salvação do mundo e para a glória de Deus.
JESIEL SILVA GOMES
do GEN
No ano de 2016, tive a oportunidade de reali zar um “mochilão” pela Europa, onde tive conta to muito maior com a Igreja Católica, mas, ainda, como turista, admirando sua história e arte. Fui até ao Vaticano e lá vi o Papa Francisco, e presen ciei sua fala sobre amor ao próximo.
Passados alguns anos, com a graça de Deus, consegui uma bolsa integral na faculdade. Foi um período difícil, pois trabalhava e morava na cidade de Mauá e ainda frequentava aulas na ci dade de São Paulo, que ficava há duas horas de distância, mas, enfim, consegui me formar, tor nando-me a primeira pessoa da família a ter um diploma de curso superior.
história ficcional passada no Caminho de Santia go de Compostela, fiquei maravilhado com os detalhes e sua conexão com o Divino, e com a fé. E, por curiosidade, passei a pesquisar um pouco mais sobre Santiago de Compostela.
Em 2019, já casado e formado, conheci o Mo vimento de Cursilhos, mas sempre digo que foi o Movimento de Cursilhos que me encontrou. Fui convocado para uma entrevista de trabalho, onde estavam recrutando pessoas para trabalhar no escritório do GEN. Lembro-me que na entre vista eu havia sido sincero e honesto, informan do que, embora não conhecesse toda a estrutura da Igreja Católica, eu conhecia o amor de Cristo e que estava de coração aberto para a oportuni dade de conviver com os católicos. E citei alguns dos conhecimentos que tinha sobre o Caminho de Santiago, mas nem sabia se havia Cursilhos no Brasil. Após a entrevista, fui aceito e, a partir daí, passei a conhecer e aprender sobre o movimen to, a igreja católica e os fiéis.
O Sr. Wladimir (Chiquinho), a Sra. Maristela, a Lídia e os demais membros da Coordenação do GEN, em 2019, sempre me explicaram tudo que podiam e tiveram muita paciência comigo. Mas, ao mesmo tempo, eu sentia um pouco de ver gonha e receio de julgamento por não ter uma vivência católica e de não estar preparado para trabalhar em meio aos cursilhistas.
E, após iniciar o meu trabalho no GEN, ingres sei em outra faculdade, agora no Instituto Federal de Educação de Ciência e Tecnologia de São Pau lo, o que considero como outra benção de Deus na minha vida.
MOVIMENTO DE CURSILHO DE CRISTANDADE
26 JUL-AGO-SET 2022 ECLESIOLOGIA PAULINA A INFLUÊNCIA DA ECLESIOLOGIA PAULINA DA PRIMEIRA CARTA AOS CORÍNTIOS NO CARISMA DO
O
nde a vida é considerada categoria secun dária, os direitos das pessoas são desres peitados, as oportunidades são desiguais e a desigualdade socioeconômica é gri tante, o Cristianismo apresenta-se como alterna tiva mediante a qual, a partir de um pensamento teológico que reflita a realidade concreta da vida humana, possa lançar luzes aos questionamen tos humanos, apontando possíveis soluções para uma vida um pouco melhor para todos.
Assim sendo, a presente pesquisa de conclu são de curso de Teologia abordou a influência da eclesiologia paulina da primeira Carta aos Corín tios sobre o carisma do Movimento de Cursilho de Cristandade.2 O estudo apontou a compreen
são de uma Igreja, Corpo de Cristo, como motiva dora e inspiradora para o Movimento de Cursilho desempenhar sua missão nas comunidades nas quais se faz presente, capaz de se moldar às dife rentes realidades e exigências de cada contexto. De um pensamento “clericalizante”, no qual ape nas o clero representa a Igreja e age pela Igreja, para uma compreensão na qual todos os mem bros da Igreja representam a Igreja e colaboram na obra evangelizadora, a partir dos múltiplos dons que cada um recebeu, inseridos nos variados cam pos de missão da atualidade. Tomando por base os documentos do magistério da Igreja Católica, o foco da pesquisa está centrado na íntima relação existente entre a eclesiologia paulina da primeira
Carta aos Coríntios e o Movimento de Cursilho, e os impactos dessa influência sobre o movimento.
27 JUL-AGO-SET 2022
estavam influenciando o cristianismo nascente. Paulo toma o modelo eclesial sinagogal, porém o adapta a fim de expandi-lo para acolher os gen tios. Esta capacidade de abrir-se ao diferente, ao estrangeiro, ao desconhecido, permitindo com que este se juntasse à comunidade e passasse a fazer parte dela, é justamente uma característica da herança paulina herdada pelo Movimento de Cursilho. Abrir-se ao novo, em vista do serviço e da evangelização, constitui a base e a inspiração do carisma do Movimento de Cursilho.
Ao olhar-se para a comunidade de Corinto, ver-se-á que os primeiros cristãos eram poucos, talvez não passassem de cem pessoas. Não ti nham a mesma origem, eram de raças diferentes (cf. BORTOLINI, 2003, p. 14). Assim, a comunidade se abre às possibilidades e necessidades do tem po que as pessoas vivem, permitindo-lhes cresce rem e se desenvolverem. Hoje, a Igreja também é chamada a abrir-se e a acolher o diferente, colocando-se na condição de uma Igreja em saída, capaz de compreender, respeitar e ca minhar junto com as pessoas do tempo atual, tendo diferentes culturas, novos costumes e mentalidades, sem perderem, contudo, a riqueza do Evangelho e os valores cristãos.
O carisma do cursilho é um dom que o Espíri to Santo derrama sobre a sua Igreja que confirma uma mentalidade e impulsiona um movimento eclesial que, mediante método kerigmático pró prio, possibilita a vivência e a convivência do fun damental cristão, ajuda a descobrir e a realizar a vocação pessoal de cada um e promove grupos de cristãos que fermentem de Evangelho os am bientes por meio da amizade (cf. MCC – IDEIAS FUNDAMENTAIS, 2015, p. 42).
São Paulo apresenta um modelo de Igreja onde cada um desempenhava uma função na co munidade sempre a serviço do bem comum.
O Movimento de Cursilho de Cristandade exis te há mais de 70 anos em diversas dioceses do mundo. Desde a década de 1960, com o Concílio Vaticano II, onde se faz presente o movimento, este deixa marcas de uma identidade evangeliza dora própria, fundamentada sobre seu carisma: evangelização dos ambientes. Com um caris ma capaz de se adaptar aos diversos ambientes e contextos, os membros do movimento têm a missão de anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo nos diversos espaços, contextos e situações onde a vida se faz. O carisma tem seu fundamento na eclesiologia paulina que desafia os cristãos a sen tirem-se membros da Igreja, Corpo de Cristo, par tícipes da missão evangelizadora. Isso implica a inserção dos membros do movimento nos dife rentes espaços de missão desta época, a partir da orientação de cada Igreja particular.
O MOVIMENTO DE CURSILHO E SUAS RAÍZES NA ECLESIOLOGIA PAULINA DA PRIMEIRA CARTA AOS CORÍNTIOS
O apóstolo “Paulo não aceita os tabus sec tários e étnicos” (ALMEIDA, 2009, p. 29) tão pre sentes na cultura e na sociedade judaica e que
Assim também o Movimento de Cursilho é chamado a ser presença evangelizadora da Igreja nos diferentes espaços nos quais seus membros estão inseridos e, ao mesmo tempo, permitir que outros membros venham somar forças ao mo vimento, sem distinção ou acepção de pessoas. Levar Jesus Cristo ao mundo, eis o grande objeti vo do Movimento de Cursilho. Este método está
A eclesiologia da primeira Carta aos Coríntios apresenta um modelo de comunidade na qual Cristo é a cabeça e a Igreja é seu corpo. Como tal, este corpo, a Igreja, é formado por múltiplos e diferentes membros (1Cor 12,27). Ora, cada membro possui sua função, suas particularidades e sua importância no funcionamento do organis mo como um todo (1Cor 12,12). Assim também na vida eclesial, os cristãos, como membros do grande corpo de Cristo, que é a Igreja, são cha mados a desenvolverem a função que lhes cabe no anúncio da Boa Notícia do Reino.
baseado na proclamação jubilosa da mensagem do fundamental cristão, feita por testemunhos e estilo vivencial, e dirigida preferencialmente aos mais afastados de Deus (cf. MCC – IDEIAS FUNDA MENTAIS, 2015, p. 44-45).
O CONTEXTO NO QUAL SE ENCARNA A ATUAÇÃO DO MOVIMENTO DE CURSILHO
Em meio à realidade na qual a vida padece, na qual “sistemas econômicos e políticos não re solvem as demandas básicas de trabalho, saúde, educação, habitação e alimentação” (BEZERRA,
vulnerabilidade social, em realidades de desem prego e extrema pobreza. “A humanidade perma nece dividida entre alguns que têm muito e mui tíssimos que não têm o mínimo para subsistir” (CNBB, 2018, p. 43). Neste cenário, no qual a vida mais carece, a religião tem um importante papel a desempenhar. Ante a realidade de pobreza e desigualdade, existe uma cultura do descaso que perpassa as diferentes camadas sociais, gerando homens e mulheres desinteressados, alheios ao sofrimento dos irmãos (cf. Mt 23,8). A cultura da indiferença faz com que os cristãos fechem seus olhos diante do sofrimento e das injustiças so ciais que estão à volta deles. Tais cristãos são os mesmos que cultuam um Deus que se encarnou, fazendo-se humilde e servidor, que se fez próxi mo, sobretudo dos oprimidos de seu tempo, to davia não se compreendem como parte de um processo de transformação social que parte do sentimento de ser Igreja, exigindo uma postura de radicalidade em favor do Cristo sofredor, ma nifesto no rosto dos irmãos mais necessitados.
28 JUL-AGO-SET 2022
Inseridos numa sociedade plural, na qual se depara com a liquidez da vida (Bauman), perce be-se a diversidade de pensamentos e modos de conduta presentes no dia a dia dos sujeitos. As verdades imutáveis, de caráter dogmático, antes exercidas com forte influência no campo da fé, deram espaço para o proceder técnico-científico, no qual o pensamento e a afirmação são com preendidos como válidos à medida que se com prova, de forma empírica, sua veracidade, porém, temporária, sempre. Com o avanço da técnica, a modernização das relações de produção, a ins tantaneidade e o imediatismo fazendo parte da vida humana, a lógica das relações humanas mudou. “Frente ao fenômeno da globalização, a ciência e a tecnologia vêm exercendo cada vez maior influência na forma de ser do homem e da mulher contemporâneos” (DIEKMANN, 2018, p. 100). Em meio a tantas situações, “a promessa li beral do mundo desenvolvido globalmente tem mostrado seus limites. [...] A pobreza ainda per siste, [...] os problemas sociais, [...] o desemprego, a falta de moradia, a fome e a violência” (ROTEI ROS DE ESTUDOS MCC, 2016, p. 20). Os cidadãos deparam-se cada vez mais com o esvaziamento do campo e, em contrapartida, a superlotação das cidades que, por não possuírem estrutura suficiente para atender às demandas, acabam amontoando a população na periferia, deixando -a sempre à Consequentemente,margem. surgem, de forma grada tiva, os casos de violência, marginalização, falta de assistência básica, resultando em casos de
Neste sentido, cabe refletir sobre esta realida de tão cara, na qual a vida clama em meio ao tes temunho silencioso de tantas vidas que trilham seus caminhos à marginalidade da sociedade, sem qualquer opção de futuro ou escolha. Será que a religião cristã pode mostrar-se indiferen te diante de tamanho sofrimento? A missão da Igreja é a construção do Reino de Deus, mas este deve sempre ser compreendido como mais vasto e abrangente do que a própria Igreja, pois a ins tituição não tem um fim em si mesma (cf. LORS CHEIDER, 1996, p. 42). Neste sentido, recordam-se as palavras do Concílio Vaticano II, as quais dizem que a Igreja deve compadecer-se dos sofrimen tos e fazer-se companheira ante as alegrias, as esperanças e as angústias da humanidade, sobre tudo dos pobres e dos que sofrem (cf. GAUDIUM ET SPES, 1983n. 1).
A EVANGELIZAÇÃO DOS
De forma especial, o documento 105 da CNBB, Cristãos leigos e leigas na igreja e na sociedade, enfatiza em suas linhas que o primeiro campo de atuação e missão do leigo é o mundo (cf. CNBB, 2018, n. 63), ressaltando a necessidade de uma ação evangelizadora transformadora frente à realidade temporal em que os seres humanos se encontram. “A Igreja deve cumprir sua missão se guindo os passos de Jesus e adotando suas atitu des. Ele, sendo o Senhor, se fez servidor e obedien te até a morte de cruz, ensinando-nos o caminho
de nossa vocação” (CELAM, 2007, n. 31). Assim, a missão do leigo, em primeiro lugar, é anunciar o Evangelho. Tal envio é o próprio Senhor quem o faz: “Dirigi-vos, antes, as ovelhas perdidas da casa de Israel. Dirigindo-vos a elas, proclamai que o Reino dos Céus está próximo” (Mt 10,6-7).
Ao reavivar a missão de todos os batizados, emerge este grande dom da diversidade, que po tencializa a missão da Igreja realizada por todos os seus membros, em liberdade, responsabilida de e criatividade” (CNBB, 2018, n. 93).
A partir do Concílio Vaticano II (1962-1965), a Igreja Católica Romana assumiu uma nova eclesiologia, a partir da compreensão da Igreja não mais restrita à hierarquia, mas aberta à co munhão de batizados, povo de Deus (cf. LUMEN GENTIUM, 1983, n. 31).
29 JUL-AGO-SET 2022
AMBIENTES A PARTIR DE UMA IGREJA EM SAÍDA
2018, p. 9), se faz imprescindível repensar a evan gelização dos ambientes a partir de um pensa mento eclesiológico que considere a realidade, o contexto e as exigências. Assim, “somos desafia dos a compreender melhor as raízes estruturais das quais provém esta realidade enfrentada pela sociedade brasileira” (DIEKMANN, 2018, p. 103).
O Movimento de Cursilho, sendo um valioso instrumento de evangelização, sobretudo nos tempos de hoje, visa aos desafios da pastoral urbana e tem como fio condutor a pastoral ambiental, com a vigilância da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Para tanto, pensar a evangelização de ambien tes significa aderir a um método para que o pensa mento cristão, a fé em Cristo, a reflexão teológica e a religião se conjuguem em vista de alcançar -se o grande objetivo – o Reino de Deus. A partir do método da ação católica – Ver, Avaliar, Agir e Celebrar –, é permitido iniciar um processo de, primeiramente, observar a realidade em questão, na qual as pessoas estão inseridas, e descobrir as “particularidades de cada setor, suas circunstân cias específicas” (ROTEIRO DE ESTUDOS MCC, 2006, p. 87). Em um segundo momento, iluminar
Porém toda e qualquer atuação do agente evangelizador não se dá sem um objetivo ou ainda sem um método, pois caso o fosse, acabarse-ia por cair em um ativismo, no qual há fortes tendências em fechar-se em fundamentalismos. Assim sendo, o principal objetivo do leigo, agen te evangelizador de ambientes,3 consiste em um trabalho de atuação, pregação e testemunho do Evangelho em vista da construção da “civilização do amor” (cf. BERALDO, 1999, p. 60), o qual exige uma postura de adesão coerente, sincera e verda deira com o Evangelho, de modo a lançar-se num contínuo processo de conversão pessoal para realizar uma “evangelização em profundidade” (BERALDO, 1999, p. 60).
Assim, trata-se, portanto, de encarnar o Evange lho numa autêntica vivência que gere testemunho em todos os ambientes por onde os cristãos pas sam e atuam. Isto significa fazer-se próximo de to dos, não apenas dos que lhes agradam, rompendo barreiras internas e externas. Assim, pensar uma teologia para o ambiente público, implica pensar a ação cristã nos mais variados espaços. Para tanto, o Movimento de Cursilho constitui uma forma de colocar-se a serviço de todas as pessoas, nos mais variados ambientes, em qualquer tempo e no tem po todo, com a opção consciente de que o segui mento de Jesus não faz acepção de pessoas, não tem cor nem condição social alguma.
JOSÉ CARLOS DA SILVA PERINI Vice-Coordenador
Talvez um dos grandes desafios para o Movi mento de Cursilho, nos dias de hoje, seja o fato de seus integrantes, tanto em nível diocesano quan to em nível regional, tornarem-se fiéis ao carisma original, ou seja, deixarem-se conduzir pela Palavra de Deus, sendo, verdadeiramente, discípulos mis sionários, sal, fermento e luz. Romper-se-á, dessa forma, com uma ambiguidade, com o discurso do evangelizador de ambientes não condizer com sua prática, o que resulta em um contratestemunho. É imprescindível chegar mais longe, encarnando o compromisso evangelizador proposto pelo Movi mento de Cursilho, na atualidade.
esta realidade com a Palavra de Deus, perguntan do-se quanto à realidade e sua relação ou não com os valores do Evangelho, ação esta que consiste no agir, para, em um terceiro momento, decidir qual ação será necessária realizar, de acordo com o con texto observado, com a realidade de cada indivíduo, com as particularidades das situações enfrentadas, o que consiste no agir e, em um quarto momento, posterior, voltando-se num ato de re-flexão, ou seja, de debruçar-se sobre si mesmo e sobre a ação reali zada, celebrar os êxitos alcançados (cf. ROTEIRO DE ESTUDOS MCC, 2006, p. 87).
GER SUL 3 RS 2
Assim, “a sua [dos leigos] primeira e imediata tarefa não é a instituição e o desenvolvimento da comunidade eclesial [...], mas, sim, o pôr em práti ca todas as possibilidades cristãs e evangélicas es condidas, mas já presentes nas coisas do mundo” (PAULO VI, 1979, n. 75). O Senhor quer, dessa for ma, transformar este mundo também através dos leigos, instaurando seu Reino, “Reino de verdade e vida, Reino de santidade e graça, Reino de justiça, amor, paz” (LUMEN GENTIUM, 1983 n. 36).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
30 JUL-AGO-SET 2022
Ora, a evangelização de ambientes perpas sa um processo de inculturação do evangeliza dor, bem como do Evangelho, a fim de levar, a partir do testemunho de vida e da mensagem deixada pelo Mestre, esperança, oportunidade, fraternidade, inclusão, inserção, enfim, vida ple na para todos (cf. Jo 10,10). Esta nova forma de compreender a Igreja e, consequentemente, de pensar as múltiplas identidades que compõem esta instituição tão plural, agrega uma verdadeira riqueza de dons. Trata-se de uma Igreja encarna da no mundo, superando as dicotomias e pola rizações que a afastam da realidade. “Isto tudo para apresentar a fisionomia de uma Igreja com prometida com a promoção da justiça em nossos povos” (KUZMA, 2009, p. 78).
Cristo confiou à Igreja o anúncio da Boa Notí cia, porém, cabe aos cristãos assumirem o desafio em compreenderem-se como Igreja, assumindo a responsabilidade ética que recai sobre eles e
sobre cada um/a, mais quando, publicamente, dizem e buscam viver como cristãos, autênticos discípulos de Jesus, tendo em vista a construção do Reino de Deus em todas as realidades deste grande mundo que constitui a vinha do Senhor. Para tanto, é imprescindível atender ao apelo do Papa Francisco por uma Igreja em saída. Todavia, este apelo é desafiador, pois implica uma respos ta ardente, sincera e corajosa.
omo estamos comemorando o jubileu de diamante – 60 anos de Movimento de Cur silhos de Cristandade no Brasil, creio que as reflexões são oportunas com base em alguns aspectos apontados pelo autor. O livro foi editado em 1974.
REFLEXÕES DECURSILHISTASPARACRISTANDADE
SebastianMEMÓRIAGayáRiera
C
Monsenhor Sebastian Gayá é um dos ‘obreiros da primeira hora’, que trabalhou durante a maior parte de sua existência com o melhor de sua vida. Foi conselheiro Diocesano dos jovens da Ação Ca tólica Espanhola e grande colaborador de Dom Juan Hervás, Bispo e diretor do Secretariado Na cional de Cursilhos de Cristandade da Espanha.
Recomendo essas reflexões para que pos samos rever, como cursilhistas, a nossa missão e avaliar a caminhada como peregrinos viandantes, aprofundando no ‘Ser Igreja’ no mundo, com base no nosso carisma.
“Destinam‐se estas páginas a todos aqueles que sentem a nostalgia de um mundo que poderia e de veria ser melhor; a todos aqueles que, não confor mistas, pedem algo a mais à vida; a todos aqueles
Na época em que foi editado o livro, ‘Ideal’ era o título de um ‘rollo’ proclamado no primeiro dia
que se não se sentem satisfeitos nesta terra, onde temos somente ‘pousada para uma noite má’; a todos aqueles que têm ânsia de se conquistarem e conquistar; a todos aqueles que não põem limites no querer e põem meios ilimitados para não serem vulgaridade gregária; a todos quantos sabem pen sar, querer e sentir; a todos aqueles que têm alen tos, arrojos e responsabilidade de saber que, aonde quer que se dirijam, não vão sós, porquanto levam sempre, no seu rastro, um séquito de almas; a todos aqueles que viram a estrela dos Magos e querem ir ter com Deus; àqueles todos que da sua vida fize ram um eterno peregrinar para as metas eternas; a todos quantos creem que Deus ainda quer que o mundo se salve; finalmente, a todos aqueles que querem santificar‐se santificando os seus irmãos”.
31 JUL-AGO-SET 2022
O livro de Monsenhor Gayá apresenta como reflexão quatro aspectos importantes: o ‘ideal’, a ‘realidade’, a ‘ação’ e o ‘dirigente’.
Já na dedicatória chamou‐me a atenção, ela borada por Dom Hervás.
E afirma que “Sem ideal não há vida humana”.
“Com que maravilha sonhas quando sonhas? Que coisas te movem quando te moves?”.
De Colores!
32 JUL-AGO-SET 2022
de Cursilho... e que, hoje, nos cursi lhos, a mensagem recebe o nome de: ‘O sentido da vida’.
O autor enfatiza que o ideal deveria ser para a pessoa, o objetivo supremo que o ser humano forja na vida. Vê nele a felicidade, o norte da sua vida, o ‘porquê’ e o ‘para quê’ de todos os seus dias, de todas as suas iniciativas, de todos os seus sacrifícios, de todos os seus desvelos.
“Quanto mais alta for essa ideia, tanto mais alta será a tua estatura espiritual. E, quanto maior for o
E, novamente, questiona:
Para finalizar, Monsenhor Gayá deixa uma reflexão importante para nós, cursilhistas deste século.
“Assusta‐te? Tu a desprezas?”.
Afirma que, “uma vez marcado um ideal, o ho mem se lança para a sua consecução”.
Todo ideal, segundo o autor, supõe dois ele mentos: ‘estático’ um e ‘dinâmico’ o outro. E afir ma que é fácil entender o ideal de alguém.
E faz‐nos um alerta que “por aí anda rondan do o teu ideal!”.
Nesta edição da Revista Alavan ca, abordarei apenas o primeiro aspecto: ‘Ideal’. Nas próximas edi ções apresentarei os demais.
“Qual pode ser o teu ideal? As riquezas?”.
“Não podem as riquezas ser ideal, embora o pa reça. Se com todo o dinheiro do mundo não podes acrescentar uma hora à sua vida. Nem adquirir uma migalha mais de talento. Nem aumentar um centímetro de estatura. Nem... comprar a paz da tuaQuandoconsciência.não se tem ideal, não se sabe nem por que se vive, nem porque se sofre, nem porque se morre.Oideal
“Qual é o teu ideal?”.
ímpeto com que a sirvas, tanto mais cavalheirosa será a tua atitude. Levanta a tua ideia... e serve‐a com paixão!”.
Monsenhor Gayá deixa claro que “o ideal enche o coração do ser humano”. “Se o coração não se aquieta ao lograr o seu ideal, con vence‐te de que é incompleto o teu ideal; é apenas um pedaço de ideia, não é ideal. A felicidade de uma vida está em alcan çar a meta do seu ideal”.
Corinto Luiz do Nascimento Arruda Vice-Coordenador do Grupo Executivo Nacional
E ele explica: “No primeiro caso, falar‐te‐ia dos covardes; no segundo, dos insensatos. Dá pena ver tantas vidas sem missão, tanta água que jorra es terilmente, tantas almas que ‘vegetam’ sem ideal. E existem.Ovento as sacode; mas não tem vontade; não tem personalidade; mal tem coração. Triste pers pectiva a de quem vive – mas vive? – sem ideal!”.
Mosenhor Gayá coloca para reflexão duas per guntas:
dá conteúdo à vida. O ideal dá conten to no trabalho. O ideal dá coragem na dor. O ideal infunde arrojos para superar tudo: parece que as forças se centuplicam. Tudo pode quem tem ideal”.
O autor chama a atenção para o termo ‘Ideal’, como sendo uma palavra bela, mas que muitos lei tores, talvez, prefiram não continuar a leitura. E faz duas perguntas intrigantes.
“O lavrador lança, às vezes, ao ar um punhado de terra, para saber para onde sopra exatamente o vento. Lança tu um punhado do teu tempo livre e observa até aonde se vão os teus pensamentos: por aí anda rondando o teu ideal”.
Monsenhor Gayá
A vocação é o chamado que Deus nos faz. É o resultado do encontro de duas liberdades: de Deus que nos chama e de cada um de nós que, conscientes, damos nosso sim. Mas, para tanto é preciso sentir, assumir e viver a vocação como chamado, com a alegria de saber que Deus, mesmo sem precisar, quer contar conosco.
Diante da sociedade líquida, a família tem ocupado seu papel na ordem dos valores, principalmente em nossas vidas?
É sempre oportuno em nossa caminhada de discípulos e missionários, refletir ao longo do caminho sobre nossa vocação. Para isso, todos os anos, precisamente no mês de agosto, a Igreja no Brasil nos convida a olhar, refletir, rezar e tomar consciência da importância de nossa vocação diante de tudo que fazemos: quer para nós mesmos, quer para nossos irmãos e irmãs, quer para o mun do em que vivemos.
Querida família Cursilhista, saudações de saúde e paz a todos!
33 JUL-AGO-SET 2022 VIVER COM CRISTO
Neste ano de 2022, a Comissão Nacional dos Bispos no Bra sil (CNBB), através da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, traz como tema: “Cristo Vive! Somos suas testemunhas”. E como lema: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20,18). Com esse tema e lema somos chamados a viver e refletir os chamados do Senhor nas diversas realidades de nossa vida. No primeiro domingo de agosto, refletimos sobre a vocação dos diáconos, padres e bispos, isto é, a Vocação dos Minis tériosComoOrdenados.estamos rezando por aqueles que nos conduzem na cami nhada eclesial? Rezamos por eles? Como vivemos, com esses que doam suas vidas a serviço do Reino, a comunhão que o Senhor nos pede? No segundo domingo de agosto, refletimos sobre a Voca ção para a Vida em Família (em especial para com os pais). Aqui olhamos, também, para a vida matrimonial e a constituição da família, a família querida por Deus como base, alicerce da so ciedade e portadora dos verdadeiros valores do Reino. Como vemos a família hoje?
Viver com alegria a Vocação é viver com Cristo
A família como fonte de Vida é o que temos como sentido de nossa existência, felicidade, fé e reali zação? Como cristãos cursilhistas, como tem sido nossa missão com a família e seu valor para a so ciedade? Frente a tudo que cremos, realizamos e anunciamos em nome do Senhor, temos sido a família que ele deseja?
Aqui,Catequistas.somoschamados, como cursilhistas, a re fletir sobre nosso chamado, nossa vocação, nosso compromisso em formar verdadeiros discípulos e missionários para a evangelização dos ambien tes, mas, é claro, isso só é possível quando tenho a certeza de que estou fazendo a vontade do Se nhor e não a minha. Anunciando o Evangelho e apresentando aos irmãos e irmãs o Cristo e não a minha função, o meu cargo, a minha vontade
gos? Não foi para isso que fomos chamados, mas para mostrar como o testemunho da vida de Cris to vive em mim e como isto transformou a minha vida, de tal modo que quero anunciar ao mundo que vale a pena. E, por fim, no quarto domingo de agosto, refletimos sobre a Vocação para os Ministérios e Serviços na Comunidade (leigos e leigas), não nos esquecendo do serviço, tão im portante e necessário, para a formação cristã do nossos
No terceiro domingo de agosto, refletimos sobre a Vocação para a Vida Consagrada: religio sos(as) e consagrados(as) seculares. Homens e Mulheres que consagram suas vidas a Deus e ao próximo. Que, através de um encontro profundo com o Ressuscitado, decidem servir no amor e na alegria, apesar das dificuldades encontradas no caminho. Olhar para tantos consagrados e con sagradas é um convite para olharmos para nossa vida e nos perguntarmos: tudo que faço, tenho feito por, com e no Senhor? Ou somente para buscar alimentar meu ego, visando status e car
Pe. Wagner Luis Gomes Vice-Assessor Eclesiástico Nacional
35 JUL-AGO-SET 2022
Querida família cursilhista, vivamos nossa Vo cação com amor, gratidão, fé, esperança e com a
certeza de que neste mundo somos apenas pere grinos. Daqui nada levamos, pois tudo é empres tado e um dia devolveremos. O que realmente importa é o que deixaremos no coração das pes soas. Isso, com toda certeza, não será esquecido e só é possível se vivermos com responsabilida de, liberdade, humildade e consciência de nossa vocação. E, assim, seremos reconhecidos pelo Senhor como seus amigos e amigas, discípulos e discípulas.Rezemos, hoje e sempre, por todas as voca ções e, vivendo-as com comprometimento e amor, sejamos uma Igreja Sinodal, o rosto do Senhor no mundo e na história de cada irmão e irmã que vive na escuridão por não conhecerem o Cristo que Vive, e que nós, como cursilhistas, somos suas testemunhas. Que possamos dizer ao mundo, não com palavras, mas com a Vida: “Eu vi o Senhor” e, por isso, o anuncio com fé e alegria.
Quando fizemos nosso retiro no Cursilho, na quele inesquecível momento, ouvimos: Cristo conta com você. E respondemos: e eu com a sua graça. Ali afirmamos que, a partir daquele encon tro, nosso desejo passou a ser de discípulos, ser vidores, amigos, que caminhariam sempre com o Mestre. Não a sua frente para impor nossas vonta des e interesses, mas seguindo-o, realizando em nossa e na vida dos irmãos e irmãs a Sua vonta de. Olhar para nossa Vocação é refletir como estamos vivendo a vontade do Senhor em nossa vida e se sua vontade é o conteúdo de nossa missão. E, é claro, não nos esquecendo que ninguém pode oferecer ao outro aquilo que não tem. Como falar de Cristo Vivo com convicção se Ele não vive em mim? Como fazer a vontade do Senhor na prática de nossa vida se é a nossa vontade que tem que prevalecer? Como servir ao Cristo que nos ensinou a tirar o manto (privilégios, cargos, status, poder etc.) e colocar o avental (serviço, amor ao próximo, unidade, co munhão, humildade, fé, alegria no servir), se ain da preferimos e lutamos pelo manto?
Meu abraço decolores e minha benção. Até, de repente!
que, muitas vezes, nada mais é do que exaltação do ego e não serviço à Igreja, ao Cristo que conta comigo, ao mundo que precisa, urgentemente, redescobrir os valores que possam convertê-lo e transformá-lo num mundo mais justo e fraterno.
36 JUL-AGO-SET 2022
39ª AR GER SUL 2 PR 1
foi realizada em Rio Negro e assessorada Pe. José Roberto Ferrari – Assessor Eclesiástico Nacional do GEN. Evailto P. Jacobsen é o novo Coordenador e a vice Coordenadora, Fernanda Ferreira dos Denck.
A assembleia ocorreu em Fortaleza (CE) e foi assessorada por Wladimir Francisco Barros Comassetto (Chiquinho), Ex Coordenador e atual Conselheiro do GEN.
18ª ASSEMBLEIA REGIONAL - NORDESTE 1
EVENTOS
42ª AR GER SUL 1 - RIBEIRÃO PRETO
37 JUL-AGO-SET 2022
João Gimenez Barciela Marques – Conselheiro do GEN, assessorou a 42ª AR que teve a presença da Representante Jovem do GEN – Daiana Cristina Buzzo. A Assembleia foi realizada na cidade de Brodowski (SP), de 13 a 15 de maio.
foi realizada no Centro de Treinamento Dom João Batista – praia do canto – Vitória (ES), nos dias 06 e 07 de maio, com assessoria do vice Coordenador do GEN Corinto Luiz do Nascimento Arruda.
1ª AR GER LESTE 3 ES
Assembleia assessorada pelo Corinto Luiz do Nascimento Arruda – vice Coordenador do GEN e pela Lisiane Maria Bannwart Ambiel – GA, e foi realizada de 27 a 28 de maio de 2022.
16ª AR GER SUL 1 - SOROCABA
38 JUL-AGO-SET 2022
40ª AR GER SUL 2 PR 2
Foi realizada de 20 a 22 de maio, em Maringá (PR), sendo assessorada por Adair José Batista –Coordenador Nacional do GEN. Foi uma AR eletiva, na qual assumiu a Coordenação Emerson Antônio de Andrade e a vice Coordenação Vitor Monarin.
A assembleia aconteceu em Belém (PA), de 24 a 26 de junho de 2022, e foi assessorada pelo Pe. Francisco Bianchi (Pe. Xiko) –Referencial de Formação GEN.
A assembleia foi realizada na cidade de Bauru (SP), de 10 a 12 junho, sendo assessorada pelo Vice Coordenador do GEN –Corinto Luiz do Nascimento Arruda.
39 JUL-AGO-SET 2022
AR GER SUL 1 - BOTUCATU 32ª AR GER N 1 e 2
40 JUL-AGO-SET 2022
Realizada em Embu das Artes, São Paulo, foi assessorada pelo Coordenador Nacional do GEN – Adair José Batista. Maria Goretti Ferreira Kawabe é a nova Coordenadora do GER e o vice Coordenador é Carlos Augusto das Neves
AOliveira.7ªreunião
36ª
7ª REUNIÃO GEN/GA 2022 2024
GEN GA, sendo a 1ª reunião presencial, ocorreu nos dias 11 e 12 julho de 2022, na Casa de Retiros e Eventos Irmãs Cabrini, em São Paulo, com a presença dos integrantes do GEN: Adair, Corinto, Wladimir (Chiquinho), Barciela, Pe. José Roberto, Roberto, Alexandre, Maristela e Paulo Marcos. GA: Marcelo, Lisiane e Luzilene. AR SUL 1 - SÃO PAULO
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Profetas rumo ao somosondeJubileu,todosirmãos!