VetNews PEC - Ed 105

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PECUÁRIA

ANO XVIII, Nº 105 JAN-FEV-MAR/2012

13º Prêmio Pesquisa Clínica

MSD Saúde Animal e A Hora Veterinária elegem os cinco melhores trabalhos de pesquisa



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Sumário

Editorial

As atrações desta edição

Da nossa Redação

Caro (a) Leitor (a) da VetNews,

Verão Parasitas e infecções encontram condições ideais nesta estação.

A estação do ano mais esperada pela maioria das pessoas é a época em que o gado fica mais exposto às infestações das moscas-dos-chifres e das moscas-dos-estábulos, sem falar em outros parasitas que podem influenciar negativamente na qualidade da carne e do leite. Meios para evitar esses males existem, mas para que eles sejam realmente eficazes é preciso não só buscar o que há de melhor no mercado, mas saber usar os produtos, preferencialmente com o auxílio de um médico veterinário.

10 E mais, nesta edição: 4 CONEXÕES E GIROS As novidades do setor de pecuária.

8 Melhores Práticas RB-51, primeira vacina contra brucelose, para novilhas e vacas adultas, volta ao mercado.

14 Fique ligado

13º Prêmio Pesquisa Clínica Os vencedores dos cinco melhores projetos de pesquisa do Brasil.

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Conheça os eventos do setor.

15 Novas tecnologias Aplicativo de celular mostra retorno da IATF.

16 perfil Fazenda Nortão.

18 Universidade Corporativa Estilo de gestão para cada perfil.

expediente

Ano XVIII, nº 105, Jan-Fev-Mar/2012 VetNews PEC é uma publicação trimestral, editada pela MSD Saúde Animal. Opiniões e conceitos emitidos pelos colunistas e colaboradores não representam necessariamente os do informativo. Todos os direitos são reservados. Distribuição gratuita. DIREÇÃO: Vilson Simon. COORDENAÇÃO: Vagner Santos. CONSELHO EDITORIAL: Evandro Stecca, Sebastião Faria, Alexandre Alves, Tiago Arantes e Tiago Lopes. REDAÇÃO: TEIA Editorial. Jornalista Responsável: Kelli Costalonga (Mtb 28.783). Edição: Danielly Herobetta. Redação: Emily Mendes, Érica Nacarato e Stefanie Leipert. DIAGRAMAÇÃO: Four Propaganda. Revisão: Liliane Bello. www.msd-saude-animal.com.br | twitter: @msdsaudeanimal | facebook: msd Saúde Animal

O assunto, que talvez possa parecer um pouco batido para quem lida com esses problemas no dia a dia, é de extrema importância e deve ser enfatizado sempre que preciso, para que a prevenção e os cuidados básicos se tornem rotina na vida de qualquer produtor de gado. A precaução, no entanto, é importante não apenas para evitar as doenças frequentes na primavera e no verão, mas deve estar em primeiro plano durante o ano todo, de modo a impedir que qualquer tipo de doença, como a brucelose, prejudique a saúde dos animais e também a dos humanos. Para auxiliar o pecuarista nessa luta diária, a MSD Saúde Animal voltou a disponibilizar a RB-51, primeira vacina contra a doença que pode ser aplicada tanto em novilhas quanto em vacas adultas. Além de se informar sobre esse importante retorno, você conhecerá, nesta primeira edição de 2012 da VetNews PEC, o avanço das novas tecnologias no campo, como a viabilidade da técnica de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) com a exemplificação das contas, dos gastos e da economia que provoca. Também poderá saber um pouco mais sobre os trabalhos e profissionais vencedores do 13º Prêmio Pesquisa Clínica. Aproveito para comunicá-los que, desde fevereiro, passei a assumir novos desafios na MSD Saúde Animal, à frente da Gerência Nacional de Vendas. Uma ótima leitura e que possamos compartilhar muitas outras boas notícias em 2012. Rogério Rossi Gerente Nacional de Vendas


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Conexões e Giros Novidades e principais assuntos do setor

Metricure volta ao mercado A MSD Saúde Animal traz de volta ao mercado uma arma poderosa contra a infecção uterina em gado leiteiro. O Metricure®, indicado para casos de metrites e endometrites que acometem os animais principalmente no pós-parto, é um fármaco altamente ativo contra bactérias da cavidade uterina, proporcionando cura clínica na ordem de 80% dos casos tratados. De acordo com o Gerente de Produtos da MSD Saúde Animal, Evandro Stecca, a incidência das infecções pode variar de 11% a 37%, gerando prejuízos como redução na taxa de prenhez, descarte de leite, descarte precoce de matrizes e gastos com medicamentos. “Na maior parte das vezes o diagnóstico é feito de forma visual, o que pode fazer com que o problema passe despercebido”, comenta Stecca. Diferentemente de muitos produtos que podem provocar lesões severas no útero dos animais, a constituição do Metricure® não causa irritação uterina. Por isso, a principal indicação de seu uso é em vacas repetidoras de cio, podendo ser utilizado 24 horas após a inseminação artificial. Além disso, não há necessidade de descarte de leite após a administração do antibiótico. O produto já está disponível para venda.

Aftosa: vigilância na fronteira do MS é reforçada O trabalho de prevenção contra a febre aftosa na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai contará com o apoio do Exército Brasileiro. Mais um posto de controle, além dos seis que já estão em operação, reforçará um ponto considerado de maior vulnerabilidade. O objetivo dos governos federal e estadual é reforçar as operações de repressão da prática de descaminho de animais e produtos de origem animal depois que houve a notificação do segundo foco de febre aftosa no Paraguai, em janeiro. Todo produtor rural da faixa da fronteira que não comprovar a origem do seu rebanho – por meio de identificações individuais e saldo existente perante a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) do Mato Grosso do Sul – terá a propriedade interditada e os bovinos, parcial ou totalmente, destinados ao abate sanitário nos frigoríficos. Além disso, responderá a processos devido a ações tipificadas como crime no código penal, passíveis de responsabilização penal e administrativa, sob os aspectos sanitário (potencial difusão de enfermidades) e tributário (sonegação fiscal).

Livro atesta benefícios da carne vermelha Deixando para trás o mito de que carne vermelha na dieta faz mal, e reforçando sua importância para a saúde, o médico Wilson Rondó Jr. lançou o livro Sinal Verde Para a Carne Vermelha, pela editora Gaia. Segundo o autor, a carne vermelha não está envolvida no processo de degeneração da saúde. Ao contrário, como uma das mais balanceadas fontes de proteínas, aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas e minerais que se pode encontrar, possui todas as qualidades para combater doenças como obesidade, diabetes tipo 2, câncer e depressão. Na publicação, Wilson mostra os principais problemas da alimentação moderna, reabilita muitos alimentos que a medicina tem afastado das mesas – entre eles a carne vermelha e as gorduras saturadas – e aponta que essa nova forma de ‘pensar’ a alimentação pode gerar bons frutos.

Exportação de carne bovina in natura cresce 15% em 12 meses O volume de exportações e a receita com os embarques de carne bovina em janeiro deste ano foram maiores que o desempenho verificado no mesmo mês de 2011. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), foram exportadas 62,4 mil toneladas de carne bovina in natura no primeiro mês do ano, volume 15% superior ao registrado em janeiro de 2011. A receita registrou um avanço de 14,6% na mesma base de comparação: o setor faturou US$ 301 milhões em janeiro de 2012, enquanto, no mesmo período do ano passado, o faturamento ficou em US$ 250,6 milhões. Em 2011, além da Rússia, que apesar dos embargos liderou as importações de carne bovina in natura, Irã, Egito e Venezuela foram os principais compradores do produto.

Carne suína foi mais consumida em 2011 O brasileiro comeu mais carne suína em 2011. Dados da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) atestam que cada brasileiro consumiu uma média de 15,1 quilos de carne suína no ano passado. O consumo per capita cresceu em torno de 1,5 quilo em relação aos anos anteriores, quando tinha se mantido estável. A produção nacional teve como foco o mercado interno, o que não deve ser diferente neste ano, segundo previsão da Abipecs. Entretanto, os brasileiros ainda perdem para os principais países consumidores do produto, na União Européia (UE). Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda), a UE é um dos maiores consumidores, com uma média per capita de 40,2 quilos de carne suína por ano. Ainda segundo a Abipecs o consumo tende a aumentar neste ano, em resposta à alta dos preços da carne bovina.


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13º Prêmio Pesquisa Clínica Vencedores de 2011

13º Prêmio Pesquisa Clínica

Cinco pesquisadores compartilham a oportunidade de participar de um congresso veterinário internacional com tudo pago

ano de 2011 foi marcado pelos 250 anos de criação da Escola de Veterinária de Lyon, na França. Nos quatro cantos do mundo, médicos veterinários comemoraram o berço do ensino universitário da profissão e puderam desfrutar de inúmeros eventos da Vet 2011, nos quais tiveram a oportunidade de trocar opiniões e vivências sobre a área, que, em dois séculos e meio de existência regulamentada, não parou de se desenvolver e crescer. Para fechar com chave de ouro um ano tão importante para a categoria, a revista A Hora Veterinária, em parceria com a MSD Saúde Animal, divulgou, em dezembro, os ganhadores do 13º Prêmio Pesquisa Clínica (PPC), iniciativa que teve sua primeira versão em 1999. Significativo não só para divulgar o nome de instituições e pesquisadores, o prêmio é fundamental para o incentivo ao desenvolvimento da pesquisa clínica e para agregar cada vez mais valor à Medicina Veterinária. “O PPC

o

tem por objetivos gerar aprimoramento científico e tecnológico para estudantes e Médicos Veterinários, valorizar os profissionais das áreas de suinocultura, pecuária, Pet e avicultura e, acima de tudo, incentivar a pesquisa”, explica o Gerente Geral da MSD Saúde Animal, Vilson Simon. “Incentivamos projetos como esse dentro da empresa para que, cada vez mais, os profissionais possam se aprimorar e trazer estudos científicos para a classe veterinária”. Dividido em duas categorias – Profissional e Estudante –, o Prêmio Pesquisa Clínica abriu as portas para Médicos Veterinários brasileiros e estrangeiros atuantes no Brasil, além de estudantes de Medicina Veterinária, divulgarem seus trabalhos. Diversas pesquisas foram recebidas e avaliadas pelo Comitê Científico Internacional de A Hora Veterinária, tendo sido escolhidas as cinco melhores, cujos autores terão direito a participar de um evento veterinário em 2012, a sua escolha, com todas as des-

pesas pagas, inclusive para um acompanhante, mais ajuda de custo para despesas pessoais. “Queremos agradecer efusivamente aos colegas de notório saber deste Comitê, que, durante 13 anos, vem realizando a leitura e seleção dos trabalhos sem nenhuma exigência remuneratória. Não podemos esquecer também da valiosa ‘prata da casa’ de nossas duas empresas, que, de forma independente e harmoniosa, têm buscado avaliar o Prêmio em todos os seus ângulos, aperfeiçoando o regulamento de participação e divulgando-o por todo o País, o que faz desta iniciativa uma verdadeira referência na valorização profissional dos Médicos Veterinários brasileiros”, ressalta o Diretor de Publicação de A Hora Veterinária, Alcy José de Vargas Cheuiche. Confira os trabalhos dos quatro profissionais vencedores – Marcelo de Souza Zanutto, Júlio César Ferraz Jacob, Neimar Vanderlei Roncati e Tiago Marcelo Oliveira – e da estudante Ilusca Sampaio Finger.

Categoria Profissional Uso do Endal Gatos® no tratamento da platinossomíase felina Marcelo de Souza Zanutto A pesquisa do Médico Veterinário Marcelo de Souza Zanutto consistiu em avaliar a eficácia do Endal Gatos® em animais parasitados naturalmente com Platynossomum spp, descrevendo os eventuais efeitos colaterais provocados pelo medicamento. Foram analisadas 101 amostras de fezes de gatos atendidos no Hospital Veterinário da Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia (HOSPMEV/ UFBA) de maio de 2005 a outubro de 2006, das quais dez (10,1%) evidenciaram a presença de ovos do trematódeo, não havendo indícios de hepatopatia clínica nos animais. Alterações no ultrassom abdominal, como discreta hepatomegalia e dilatação do colo da vesícula biliar, foram observadas em três gatos. Dois apresentaram apatia transitória durante o período de administração do medicamento.

O vencedor, Marcelo de Souza Zanutto, e Andrei Nascimento, da MSD Saúde Animal Obteve-se a interrupção da progressão do parasitismo em sete gatos tratados, confirmada pela ausência de ovos nos exames coproparasitológicos (seis momentos). Em dois gatos os proprietários não iniciaram o tratamento e o comportamento de um outro felino impediu a realização do procedimento. O artigo completo pode ser lido no site da MSD Saúde Animal (http://migre.me/7ABob). “O PPC tem uma importância muito grande

no incentivo à aproximação do setor público com o privado. Como professor, estou formando o aluno que, no futuro, estará no mercado de trabalho tendo acesso a vários produtos e, por isso, acabo influenciando em seu raciocínio clínico. Além disso, a premiação oferece para a MSD Saúde Animal a possibilidade de incluir na bula dos seus medicamentos as finalidades que estudamos para eles, todas embasadas em um trabalho bibliográfico e de pesquisa de campo”, explica Marcelo Zanutto. Atualmente Marcelo atua como docente na Universidade Estadual de Londrina, no Paraná, na área de clínica médica de animal de companhia, além de exercer sua profissão como endocrinologista e dermatologista no hospital da instituição.


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13º Prêmio Pesquisa Clínica Vencedores de 2011

Estratégia para aumentar a taxa de gestação em éguas receptoras de embrião utilizando flunixin meglumine­(Banamine®) Júlio César Ferraz Jacob O Médico Veterinário Júlio César Ferraz Jacob comparou a taxa de gestação entre receptoras de embrião tratadas e não tratadas com flunixim meglumine (Banamine ®). Foram realizadas 30 transferências de embriões, em éguas da raça Mangalarga Marchador, sendo que 15 receptoras foram tratadas com fluxinin meglumine (Banamine®), na dosagem de 1,1 mg/kg p.v. (EV), no momento da transferência e Júlio César Ferraz Jacob as outras 15 não foram tratadas. (19/30). Quando comparamos os grupos, Utilizou-se apenas embriões gradua TG foi de 80% (12/15) entre as recepados como excelentes (Grau I), com sete a toras tratadas e 46,5% (7/15) para as não nove dias de idade, e receptoras sincronitratadas (p=0,05). Demonstrou-se, assim, zadas entre D0 a D+5 em relação à ovuque a utilização de fluxinin meglumine lação da doadora (D0 = dia da ovulação). (Banamine®), na dosagem de 1,1 mg/kg Para efeito de comparação, a taxa de gestação (TG) entre os grupos foi sub(EV), em receptoras de embrião, quando metida ao teste X2. Das transferências sincronizadas, foi eficiente em promover de embrião realizadas, a TG foi de 64% aumento na taxa de gestação e, con-

sequentemente, uma melhoria na eficiência reprodutiva em programas de transferência de embrião. Experiente em reprodução, o Médico Veterinário trabalha com reprodução de equinos há mais de 15 anos, prestando consultoria a vários criatórios de Mangalarga Marchador nos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Hoje, além de fundador do Centro de Reprodução Equina Jacob, Júlio César é professor do Departamento de Reprodução e Avaliação Animal do Instituto de Zootecnia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. “O prêmio é importante para nós, pesquisadores, uma vez que valoriza nosso trabalho e também o do Médico Veterinário que está em campo. Já começamos a desenvolver novas pesquisas e, neste ano, enviaremos outras três ao Prêmio Pesquisa Clínica”, diz Júlio César.

Ocorrência de babesiose no pós-operatório de equinos submetidos a laparotomia de urgência: avaliação quimioprofilática do dipropionato de imidocarb Neimar Vanderlei Roncati A Babesia caballi e a Theileria equi são os únicos parasitas intraeritrocitários dos equinos. A babesiose tem sido citada como a principal parasitose dos equinos devido aos danos diretos (perda de performance, mortalidade) e indiretos (impedimento para comercialização, viagem ao exterior). O objetivo do trabalho do médico veterinário Neimar Vanderlei Roncati foi estabeleNeimar Vanderlei Roncati cer uma dose quimioprofilática de dipropionato de imidocarb 3 mg/kg, respectivamente. Os resultados para os animais submetidos a laparotoobtidos com a dose de 3 mg/kg foram supemias de urgência, evitando que manifestem riores aos obtidos com a dose de 2 mg/kg, mas, sintomatologia clínica no pós-operatório. ainda assim, 70% dos animais necessitaram de Os animais foram submetidos a punções posterior tratamento com a dose de 4 mg/kg, esplênicas trans-operatórias e todos foram dividida em duas administrações por via positivos para Theileria equi. Os equinos intramuscular, durante três dias. foram divididos em dois grupos (A e B) e Coordenador do curso de Medicina Veteriforam administradas doses de 2 mg/kg e

nária da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo/SP, Neimar é especialista em Medicina Equina e também chefe da equipe xEQUI – Medicina de Equinos. “Eu venho trabalhando com babesiose há muito tempo, tanto que foi meu trabalho de doutorado pela Faculdade de Medicina Veterinária da USP. Daí surgiu a ideia de criar esse trabalho, que durou dois anos, de 2008 a 2010, e foi feito juntamente com a Universidade Anhembi Morumbi”, explica. Participante de outras edições do Prêmio, Neimar acredita que o PPC é fundamental para o incentivo da pesquisa no Brasil, além de gratificante, já que os ganhadores têm a chance de participar de um congresso internacional de Medicina Veterinária com todas as despesas pagas.


Efeitos da suplementação com óleo de arroz (GamaHorse®) e óleo de soja nos valores séricos de colesterol em equinos Tiago Marcelo Oliveira Importante fonte natural de vitamina E e gama-orizanol, o óleo de arroz foi testado pelo Médico Veterinário Tiago Marcelo Oliveira em equinos da raça Puro Sangue Árabe. Doze desses animais foram divididos em dois grupos e cada grupo foi suplementado com um tipo de óleo vegetal (óleo de arroz ou óleo de soja), sendo submetidos a testes de longa duração (60 minutos) com o Tiago Marcelo Oliveira e Tiago Arantes, da MSD Saúde Animal V150 individual. recebeu óleo de arroz, provavelmente Após o período de suplementação, conpelos benefícios proporcionados pelos centrações séricas de colesterol aumentacomponentes presentes nesse óleo, como ram nos dois grupos. Entretanto, durante o gama-orizanol (em humanos, sabe-se o exercício esses valores não variaram. que o óleo de arroz pode reduzir em até Houve também uma redução significa20% os valores séricos de LDL). tiva nos valores séricos de LDL após a “Esse projeto foi parte do meu mestrado, suplementação no grupo do óleo de defendido em junho do ano passado. arroz, o que não foi observado no grupo Já tínhamos trabalhado com parte de do óleo de soja. Houve redução apenas suplementação em equino inglês e quenos valores séricos de LDL do grupo que

ríamos trabalhar em árabes, testando a utilização do óleo de forma mais eficiente”, conta Tiago, que realizou seu trabalho na Universidade de São Paulo (USP), orientado pelo professor associado do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da instituição, Wilson Roberto Fernandes. O resultado não poderia ter sido mais satisfatório, já que, em 2010, seu grupo havia sido um dos ganhadores do 12º PPC, com o trabalho “Efeitos da suplementação nutricional com gama-orizanol (GamaHorse®) em cavalos que praticam provas de três tambores”. Hoje, o pesquisador está concluindo o seu curso de doutorado na USP, na mesma linha de pesquisa, além de dar aulas na Faculdade Anhanguera e clinicar no Jockey Club de São Paulo.

Categoria Estudante Utilização do dipropionato de imidocarb (Imizol®) na égua gestante e a saúde do potro neonato da raça Crioula Ilusca Sampaio Finger A piroplasmose equina é considerada uma das principais doenças parasitárias em cavalos, com grande impacto econômico na indústria do setor. As perdas associadas a infecções por Theileria equi e Babesia caballi estão relacionadas tanto aos fatores clínicos como à restrição ao trânsito internacional de animais soropositivos. Para o trabalho, foram avaliadas 15 éguas durante a temporada reprodutiva de 2009 e 2010 e seus respectivos potros. Elas foram divididas em dois grupos, o grupo 1 (controle), formado por sete éguas , e o grupo 2 (tratado), formado por oito éguas submetidas a terapia com dipropionato de imidocarb (Imizol®) na dose de 1,2 mg/kg. Com essa dose os animais não demonstraram alterações clínicas, o que confere

segurança ao protocolo utilizado. Estudante do nono semestre do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Pelotas, Ilusca Sampaio Finger, juntamente com o colega Cahuê Paz, realizou sua pesquisa sob a orientação do professor

Ilusca Sampaio Finger

Carlos Eduardo Nogueira. A ideia de inscrever o trabalho no 13º Prêmio Pesquisa Clínica surgiu por meio do próprio orientador, que já havia sido vencedor do Prêmio oito vezes, sendo uma delas na categoria Estudante. “Para nós foi maravilhoso ter ganhado nessa categoria. É um passo importante para nossa graduação e um grande incentivo para concorrermos nas próximas edições”, ressalta Ilusca. A estudante atua com pesquisa desde o segundo semestre do curso e, após a graduação, pretende continuar na área acadêmica. “Além de acrescentar muita informação, realizar esse tipo de pesquisa é importantíssimo para levarmos conceitos acadêmicos para o Veterinário de campo, melhorando assim o trabalho desses profissionais”, conclui.


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Melhores Práticas Vacinação

Nova arma contra a

Retorno da RB-51® amplia o controle sanitário e permite vacinação do animal acima dos oito meses de idade

brucelose

ausadora de consideráveis prejuízos as perdas, e, posteriormente, será estendida Cobertura econômicos e sociais, em virtude às matrizes com idade acima dos seis anos. De acordo com o Instituto de Defesa Agrodo impacto que causa na produtivi- “A RB-51® vem para preencher a lacuna da pecuária do Estado de Mato Grosso (Indea/ dade dos rebanhos e dos riscos que acarreta à vacina B-19”, salienta o profissional, que, com MT) e o Mapa, em todo o Brasil o maior índice saúde humana, a brucelose é alvo, desde 2001, o rebanho livre da brucelose, espera minimizar de propriedades com brucelose e de animais de um programa instituído pelo Ministério os prejuízos econômicos, os problemas repro- com sorologia positiva se concentra no Mato da Agricultura, Pecuária e Abastecimento dutivos e o risco de contaminação de animais Grosso. A prevalência é de 10,25% nas fêmeas, (Mapa) - o Programa Nacional de Controle e humanos. de acordo com inquérito realizado em 2002. e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) -, Mapa de prevalência de Brucelose no Brasil a fim de diminuir esses prejuízos em todo o território nacional. O controle da doença apoia-se basicamente na vacinação, em dose única, das fêmeas entre 3 e 8 meses, com a cepa B-19, e na eliminação de fêmeas soropositivas. Como acontece em qualquer vacinação, porém, entre 25% e 35% dos animais não ficam imunizados, o que deve se repetir por toda a sua vida. No entanto, agora existe uma alternativa para oferecer uma segunda chance de imunização para essas fêmeas. A MSD Saúde Animal volta a disponibilizar a RB-51®, primeira vacina contra a brucelose que pode ser aplicada tanto em novilhas quanto em vacas adultas. Além da cobertura vacinal obrigatória das fêmeas com a B-19, o produtor rural poderá revacinar os animais. Na Guaporé Pecuária, localizada em Pontes e Lacerda/MT, responsável pela produção de gado Nelore Mocho e Brahman, os trabalhos de imunização com a RB-51® já foram Prevalência de fêmeas soropositivas (%) iniciados, proporcionando maior cobertura e proteção vacinal ao rebanho após a imunização com a B-19. Segundo o médico veterinário 0,06 a 0,22 responsável pela propriedade, Rena0,23 a 2,34 to Guimarães da Silva, a vacina tem 2,35 a 4,10 sido usada nas receptoras de embri4,11 a 6,21 ões do projeto de fertilização In 6,22 a 10,25 Fonte: Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. V.61, Supl. 1, 2009. Vitro, com o intuito de minimizar

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Jamil Manoel Leal Filho, fiscal federal agropecuário

Tocantins fica em segundo lugar, com a prevalência média de cerca de 6,21%. Em ambos os Estados, os órgãos oficiais de defesa pecuária, em parceria com a MSD

Daniella Soares A. Bueno, do Indea

Saúde Animal, iniciaram ações efetivas para o controle da doença nos rebanhos. De acordo com a Médica Veterinária do Indea Daniella Soares de Almeida Bueno, o próximo inquérito estadual está previsto para 2013, de acordo com o cronograma do Mapa. Enquanto isso, as ações de fiscalização serão intensificadas e já está sendo estudada uma alteração na legislação estadual para inserir a utilização da RB-51® no programa de imunização. “A RB-51® pode ser uma grande aliada para alcançar as fêmeas que já passaram da faixa etária de 3 a 8 meses, assim como aquelas oriundas de Santa Catarina, que poderão ser vacinadas quando entrarem no Estado”, comenta. A obrigatoriedade da imunização com RB-51® também pode passar a valer em Tocantins. A Médica Veterinária e responsável técnica do PNCEBT no

Estado, Regina Gonçalves Barbosa, confirma que produtores têm demonstrado um grande interesse na vacina, principalmente aqueles que deixaram de vacinar as bezerras em 2011, devido ao desabastecimento da B-19 no mercado. “A RB-51® é uma ótima ferramenta de prevenção, podendo também ser utilizada nas propriedades em que foram diagnosticados casos de brucelose”, comenta. No Estado do Mato Grosso do Sul, onde se concentra a prevalência média de 40% das propriedades na região do Pantanal Sul-Matogrossense com brucelose, a principal medida é imunizar o maior número possível de fêmeas antes que entrem em idade reprodutiva. “O nosso objetivo sempre foi imunizar anualmente pelo menos 80% do rebanho das bezerras”, confirma o Médico Veterinário e fiscal federal agropecuário Jamil Manoel Leal Filho.


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Capa Verão exige cuidado redobrado

Calor e umidade desafiam a saúde Estação das chuvas e altas temperaturas exigem atenção redobrada no controle de parasitas e infecções

om o aumento do calor e da umidade na primavera e no verão, o gado fica mais exposto às infestações por mosca-do-chifre e mosca-dos-estábulos, além de outros parasitas e infecções. Segundo o professor Gilson Pereira de Oliveira, da UNESP de Jaboticabal, a mosca-dos-chifres surge com maior intensidade nos períodos quentes do ano, de janeiro a março e de setembro a dezembro. Para o pesquisador da Embrapa Pantanal Thadeu Barros, a melhor forma de proteger os animais é programar o tratamento para essas épocas, aproveitando o manejo do gado durante a vacinação contra a febre aftosa. “Esse tipo de controle, programado para as épocas de maior infestação, é chamado de controle estratégico”, explica Barros. “É fundamental que sejam respeitadas as informações e recomendações dos rótulos e das bulas dos produtos, especialmente em relação às doses e concentrações utilizadas, além dos períodos de carência para cada parasiticida. O produtor deve, ainda, buscar auxílio profissional e se informar sobre as recomendações técnicas para o controle parasitário”, ressalta o pesquisador.

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Brinco com inseticida

Para o professor Oliveira, “a melhor alternativa para evitar a infestação por mosca-do-chifre é o brinco com inseticida, que mantém o animal livre desses parasitas por um bom tempo”. O Médico Veterinário Tiago Arantes, Gerente de Produtos da MSD Saúde Animal, destaca que a combinação dos princípios ativos Diazinon e Clorpirifós, encontrada no produto EXPERT®, possibilita o controle das moscas já resistentes. Mestre em Parasitologia, Arantes recomenda que o brinco seja colocado no início da época das chuvas, entre outubro e novembro, e retirado em abril. “O gado fica protegido durante cerca de cinco meses, pois os princípios ativos são liberados aos poucos,


quando há necessidade, sem prejudicar o animal e sem gerar resíduos no leite produzido. Mas, caso seja necessário, o proprietário pode recolocar outro brinco após cinco meses da data da primeira colocação, sem qualquer restrição”, explica. Por durar cinco meses, o brinco gera um bom custo-benefício ao pecuarista. Se ele optar pela pulverização, ao contrário, precisará repeti-la todo mês, o que acaba elevando os custos.

A proprietária da Fazenda Cabanha­ Bogorny, do município de Selbach/RS, Simone Bogorny, considera importante fazer o controle para evitar o aparecimento da mosca-dos-chifres e do berne em seu rebanho de gado de leite. Ela conta que o EXPERT® foi a alternativa mais eficaz e econômica que encontrou. “Costumo deixar o brinco no animal de outubro a março. Se a mosca aparecer antes, inicio a prevenção já

Tiago Arantes, da MSD Saúde Animal

em setembro. Além disso, coloco o brinco já nos animais jovens, a partir dos três meses”, ressalta. A fazenda possui 61 vacas leiteiras, além de novilhos e carneiros. Jorge Salaberry, proprietário de 2 mil cabeças de gado de corte na Fazenda Marambaia, em Rio Grande/RS, também usa o produto. “Temos muitas moscas-dos-chifres aqui no verão. Esse brinco previne o aparecimento de doenças causadas pelo inseto, além de espantar a mosca doméstica, que incomoda o rebanho. Colocamos o brinco em novembro e passamos o verão tranquilos, sem doenças”, conta Saladerry.

Mosca-dos-estábulos

Esse tipo de mosca tem preferência por animais adultos, machos ou fêmeas, atacando o ventre e as patas. Seu aparecimento ocorre principalmente na primavera, entre outubro e dezembro, pois as chuvas levam o inseto a ‘acomodar-se’ no animal. “Esse tipo de mosca prejudica a ordenha. Por isso, é importante que o produtor faça a pulverização de inseticida na parte inferior do animal (abdômen) e nas quatro patas, de 20 em 20 dias”, orienta o professor Gilson Pereira de Oliveira. O controle da mosca-dos-estábulos está relacionado ao manejo dos resíduos na propriedade, pois ela se reproduz na matéria orgânica em fermentação, sendo comum sua associação com o gado de leite. Recentemente, problemas com essa mosca têm sido relacionados ao seu desenvolvimento em subprodutos da indústria sucroalcooleira. “Sobras e resíduos da suplementação alimentar, misturados às fezes e à urina dos animais, são excelentes locais para sua reprodução e o


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Capa Verão exige cuidado redobrado

desenvolvimento das larvas. Para evitar sua proliferação e a infestação nos animais, o pecuarista deve implementar medidas sanitárias. Caso contrário, sofrerá perdas na produção, principalmente ligadas à redução no ganho de peso dos bovinos e na produção de leite”, explica o pesquisador Thadeu Barros.

Verminoses em gado de leite

O verão é a estação do ano mais favorável ao aparecimento de parasitas, que sobrevivem por mais tempo no ambiente quente e úmido. Dessa forma, cresce nessa época a possibilidade de contaminação do rebanho. De acordo com o professor Luís Fernando Santana, da disciplina de Parasitologia Animal do campus Uberaba do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), a melhor forma de prevenção das verminoses em gado de leite é o uso de vermífugos (endectocidas) de comprovada eficácia antiparasitária. “Apesar dos custos e das consequências para a produção animal, esta ainda é a ferramenta mais adequada. O tratamento deve ser preventivo e realizado durante o período seco do ano. Com isso, os resultados são colhidos em longo prazo”, explica o professor. Os principais sintomas desenvolvidos por animais parasitados por verminoses são perda ou redução no ganho de peso, atraso na vida reprodutiva, anemia, pelo arrepiado, tosse e, em alguns casos, diarreia. São apresentados normalmente por animais jovens, quando a carga parasitária encontra-se bastante elevada. Os prejuízos ao pecuarista que não faz o trabalho de prevenção são grandes, podendo chegar à redução de até 20% na produção leiteira, atraso na idade reprodutiva e até morte do animal. Por isso, além de escolher corretamente o medicamento (princípio químico) para com-

bater o problema, é importante ler a bula com atenção, uma vez que a subdosagem induz ao desenvolvimento da resistência química do parasita e a superdosagem não é aconselhável para o animal. “Os vermífugos devem ser utilizados de forma preventiva e não apenas curativa, quando o animal já se encontra bastante debilitado. É importante seguir orientações adequadas de dosagem e verificar se os princípios químicos têm comprovada eficácia antiparasitária”, destaca Santana.

Controle das verminoses

O controle estratégico das verminoses bovinas deve ser realizado de acordo com as variações climáticas de cada região. Segundo o professor Luís Fernando Santana, pesquisas realizadas pela Embrapa recomendam a vermifugação dos animais dos três meses de vida até o início da atividade reprodutiva, três vezes ao ano – no início, no meio e no fim da estação seca –, com possibilidade de nova dose, se necessário, durante a estação chuvosa, na maioria das regiões do Brasil Central. “Em animais adultos em reprodução, a vermifugação pode ser feita no início do período de seca, com princípio químico que não ultrapasse 60 dias de período residual, pois a fêmea voltará a produzir leite a partir daí”, orienta Santana. No caso das bezerras com idade de três meses até o início de seu período reprodutivo, o tratamento deve ser feito com três vermifugações durante o período seco do ano. “Pode-se aplicar uma nova dose na época das chuvas, caso apareçam sintomas clínicos ou seja comprovada carga parasitária nos animais por meio do exame OPG (contagem de ovos por gramas de fezes). Dessa forma, é possível descobrir se o produto químico indicado para a vermifugação está surtindo efeito, diminuindo ou eliminando a carga parasitária do animal”, explica. O professor lembra que esse exame deve ser realizado por um profissional habilitado, sendo usado como critério para a escolha do princípio químico ideal para o controle parasitário na propriedade.

Mastites

Thadeu Barros, da Embrapa

Délcio Bueno da Silva, Médico Veterinário e professor da Universidade de Alfenas (Unifenas) e do Instituto

Luis Fernando Santana, do IFTM

Federal do Sul de Minas Gerais, explica que o aparecimento da mastite é influenciado pelo calor e pela umidade, o que faz com que ela surja com mais frequência no verão. “O produtor deve manter o ambiente limpo e o material higienizado, mesmo que isso seja difícil por conta das chuvas. Além disso, a terapia de secagem é importantíssima e deve ser feita em todos os animais como forma de prevenção ao problema, em conjunto com a aplicação de antibiótico cerca de dois meses antes da nova lactação”, ressalta o professor. Uma vaca com mastite tem a sua produtividade de leite diminuída, podendo alcançar uma perda de 15% a 20% em relação à produção láctea normal. Além disso, as mastites interferem na qualidade do leite, em razão do aumento significativo da Contagem de Células Somáticas (CCS), da redução dos teores de açúcares, proteínas e minerais como lactose, caseína, gordura, cálcio e fósforo e do aumento significativo de imunoglobulinas, cloretos e lipases.

Tratamento da mastite

Segundo Rogério Rossi, Gerente Nacional de Vendas da MSD Saúde Animal, o COBACTAN® VL é um antibiótico eficiente no controle de mastites clínicas, pois sua molécula, de tamanho reduzido, alcança altos níveis de distribuição na glândula mamária. “À base de cefquinoma, a primeira cefalosporina de quarta geração exclusiva para uso veterinário é resistente às betalactamases, o que a torna eficaz contra cepas já resistentes a outras cefalosporinas”, explica Rossi. Outra vantagem é a possibilidade de combinação do tratamento intramamário com COBACTAN® VL com o injetável, nos casos mais graves. “Com altas taxas de cura e baixo percentual de recidivas, é possível obter um rápido retorno e uma produção com baixa CCS”, ressalta.


A Instrução Normativa nº 62, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2012, prevê novos limites para a Contagem Bacteriana Total (CBT) e a CCS. Os índices, que antes podiam chegar a 750 mil/ml, segundo a Normativa nº 51, agora podem ser de, no máximo, 600 mil/ml. A edição da norma passa a

Rogério Rossi, da MSD Saúde Animal

escalonar os prazos e limites para a redução de CBT e CCS até o ano de 2016, chegando a 100 mil/ml e 400 mil/ml, respectivamente. Além disso, suprime os Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade dos leites tipos B e C. A nova regra vale para os produtores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Norte e no Nordeste do País, a exigência valerá a partir de janeiro de 2013. Para o professor Délcio Bueno da Silva, as novas regras e os novos limites possibilitarão a melhoria da qualidade do leite, fazendo com que os pecuaristas, principalmente os pequenos produtores, busquem a qualidade para que continuem pertencendo à cadeia produtiva do leite. O consumidor também ganhará com a mudança. “Na indústria de alimentos, é fundamental uma boa matéria-prima para a obtenção de produtos com melhor qualidade e menor custo, beneficiando os consumidores”, conclui.

Calor e umidade como agentes dificultadores da reprodução

O gado holandês que vive em ambientes com elevadas temperaturas e alta umidade, especialmente no Estado de São Paulo, sofre danos no óvulo e no momento da fecundação, causando morte embrionária até o sétimo dia de vida. Carlos Alberto Rodrigues, Veterinário da clínica SAMVET, de São Carlos/SP, explica que, como a vaca holandesa produz um embrião frágil por causa do calor, uma boa alternativa é o congelamento de embriões no verão para que sejam produzidos no inverno, quando o tempo é frio e seco, ou então de uma categoria que não esteja sob estresse térmico, ou seja, sofrendo com o calor. A taxa de sucesso (ou de concepção) da inseminação é de 15% no verão e de 35% no inverno. “Com um valor genético melhor, passam as fases do estresse térmico e da mortalidade embrionária, o que contribui para uma taxa de prenhez melhor, de cerca de 40%”, conta Rodrigues.


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Fique Ligado… …nos eventos do setor

Encontro de confinadores arço terá dois eventos sobre confinamento, ambos em Ribeirão Preto/SP, visando reunir confinadores e pecuaristas para disseminar informações e discutir temas relevantes da atividade. Um deles é o 7º Encontro de Confinadores: Gestão Técnica e Econômica, que será realizado pela Coan Consultoria em 7 e 8 de março, com foco na eficiência econômica do negócio.

M

O outro encontro de confinadores será promovido pela Scot Consultoria nos dias 14, 15 e 16 do mesmo mês, também em Ribeirão Preto, e destaca-se pela possibilidade de realizar um dia de campo no Confinamento Monte Alegre, em Barretos/SP. A propriedade foi reconhecida pelo Prêmio Nelson Pineda – Excelência em Confinamento. No local, os participantes poderão conhecer a recepção dos bois magros, a fábrica de

rações, os currais de engorda e a produção de volumosos. As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas pela internet.

www.scotconsultoria.com.br www.coanconsultoria.com.br

Circuito FEICORTE 2012 Feicorte, em parceria com a Nutrition for Tomorrow Alliance, apresenta o Circuito Feicorte NFT, que consiste em cinco eventos nas regiões dos principais polos de produção de gado de corte, nas quais se concentram mais de 55% do total de cabeças de gado do Brasil.

A

Programe-se! Goiânia: 18 e 19 de abril. Campo Grande: 22 e 23 de maio. São Paulo: 11 a 15 de junho.

www.agrocentro.com.br/circuitofeicorte

Interleite Sul 2012

o

MilkPoint realizará, entre 3 e 5 de abril, em Chapecó/SC, a terceira edição do Simpósio Internacional sobre Produção Intensiva de Leite, com a expectativa de reunir entre 800 e 1.000 participantes. Para isso, o evento conta com o apoio de diversas entidades e empresas, além de apresentar um

2º Simpósio Internacional Leite Integral 2º Simpósio Internacional Leite Integral será realizado no Hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte, em 3 e 4 de maio de 2012, e terá como tema Bem-estar, comportamento e imunidade – os novos pilares da produção de leite. O evento reunirá nomes nacionais e internacionais relacionados ao estudo das interações de conforto, sanidade e nutrição, bem como dos efeitos das mesmas sobre o sistema imune e a produção de leite.

o

www.simposioleiteintegral.com.br

programa muito alinhado às necessidades da região. “Para conceber o programa da edição 2012 consultamos diversos técnicos das cooperativas de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná”, revela Marcelo Pereira de Carvalho, coordenador do evento, explicando que o encontro terá foco em sistemas de produção.

Além da consulta aos técnicos, a concepção do Interleite 2012 baseou-se na leitura do cenário futuro da atividade leiteira na região e também no Brasil.

www.milkpoint.com.br


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Novas Tecnologias Usuários conferem viabilidade econômica da IATF pelo celular

Aplicativo de celular ajuda a avaliar

retorno financeiro da IATF Produtores do Estado de Goiás estão aderindo à técnica

técnica da Inseminação Artificial em 45%. A IATF ainda será usada em outros 190 Tempo Fixo (IATF) tem conquista- animais da fazenda”, conta. do novos produtores de gado de Segundo o consultor técnico em pecuária corte na região nordeste de Goiás. O principal Marco Antônio Aza, da MSD Saúde Animal, aliado tem sido um aplicativo para aparelhos de empresa que desenvolveu e já disponibiliza a celular do tipo smartphone. ferramenta para sua equipe de O gerente da Fazenda campo, somente nos últimos Ave Branca, do municíseis meses, pelo menos dez pio de Posse/GO, Rodrigo fazendas da região passaram Magalhães Alves, passou a a utilizar a técnica da IATF usar a IATF no início deste em seu rebanho. “O apliano, depois que suas vantacativo mostra os benefícios gens foram apresentadas por da técnica aos clientes, diremeio do celular. De acortamente nas fazendas. Por do com Alves, o aplicativo meio dele é possível fazer é uma ferramenta excelente uma simulação real dos para mostrar a viabilidade ganhos obtidos com o uso da técnica, exemplificando da IATF, pois ele calcula, as contas, os investimentos de forma simples e rápida, e a economia que ela proa quantidade de vacas que move. “A partir daí, passei a devem receber a implantação implantá-la em 110 vacas da da técnica, a estimativa do propriedade e fiquei bastante índice de reprodução a ser satisfeito com o resultado de alcançado pela propriedade 56% de índice reprodutivo. A e o custo final para o produTela do aplicativo no smartphone previsão inicial era de 40% a tor”, explica Aza.

A

Relatório de simulação de IATF

Ao fazer a simulação dos dados e do resultado junto com o produtor, o simulador gera um relatório que é enviado ao e-mail do cliente. A Fazenda ACGC Agropecuária, localizada no município de Padre Bernardo/GO, tem cerca de 6 mil animais de cria, recria, engorda e matrizes. A gerente da fazenda, Larissa Lima, explica que o proprietário decidiu começar a usar a técnica em janeiro, após sua apresentação por meio do aplicativo. “Essa é uma forma bem simples de visualização dos custos e das vantagens da IATF. Até fevereiro, 770 vacas terão recebido a inseminação e pretendemos dar continuidade ao seu uso, totalizando 1,5 mil animais”, planeja.


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Perfil Fazenda Nortão

Excelência na criação de Propriedade possui mais de 1,5 mil matrizes de Nelore PO e é referência na transferência de embriões

Nelore

dificuldade de encontrar touros de 6,2 mil hectares. Na época, por meio da Nelore PO na região de Alta Flo- assessoria técnica da Associação Brasileira dos resta, no Mato Grosso, foi o pon- Criadores de Zebu (ABCZ), o grupo apartou tapé que faltava para o sucesso da pecuária da 900 vacas Nelore do rebanho comercial das Fazenda Nortão. A falta de gado de elite na Fazendas Nortão, WS e Vale dos Sonhos, que região fez o proprietário Wilson Sierra investir tinham, ao todo, 10 mil vacas. Feito o registro no melhoramento genético de seu rebanho e o de apenas 700 matrizes como LA, o produtor resultado foi evidente: em menos de dez anos, estreou o trabalho de melhoramento genético a Fazenda Nortão tornou-se referência nacional na produção e na transferência de embriões da raça e, hoje, espalha animais com a marca WS por todo o País, principalmente por meio dos leilões que realiza. Pioneiro na região norte do Mato Grosso, Sierra iniciou as atividades agropecuárias na Fazenda Nortão em 1989, mas foi em 1999 que a produção de gado PO Wilson Sierra, proprietário, e Luis Salvador, da MSD Saúde Animal tornou-se o foco na propriedade

a

por meio da inseminação artificial com Nelore e Nelore Mocho. “A dedicação e o comprometimento da equipe, além do envolvimento técnico de profissionais em todo o processo, foram essenciais. Só assim conseguimos a qualidade para colocar os bezerros mais ‘tops’ no mercado”, ressalta Sierra. As primeiras matrizes registradas foram direcionadas à Nortão. Atualmente, todo o processo de produção acontece em outras cinco fazendas da região pertencentes ao grupo. O rebanho de matrizes Nelore comercial a chega 15 mil.

Seleção

Toda a produção dos bezerros é feita por meio da IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo) para cruzamento industrial. Cerca de 15 dias após a inseminação, os lotes são repassados com os touros produzidos na fazenda, fortalecendo a base Nelore. “Esse


Premiado

Luis Salvador, da MSD Saúde Animal, durante treinamento na Nortão

fortalecimento é responsável pela heterose que transmite a rusticidade necessária aos touros para adaptação no clima tropical”, explica. Os animais passam por um processo rigoroso de controle de qualidade para serem escolhidos. Das 1,5 mil matrizes de Nelore, apenas 350 machos são classificados como reprodutores para abastecer as demais propriedades. Outra preocupação refere-se à alimentação dos animais. Além da direção para melhoria de habilidade materna, os bezerros são criados totalmente no pasto, sem o auxílio do creep feeding­. “Para ter um boi de peso é preciso oferecer comida em abundância. Mantê-los

Comitiva da fazenda

comendo bem e em pasto é garantia de um bom resultado”, salienta o proprietário. Ao final de cada estação, os reprodutores escolhidos retornam para a Fazenda Nortão, onde são colocados à venda em leilões próprios, e levam a garantia da marca WS. Em 2010 a fazenda passou a fazer parte do Programa VIP da MSD Saúde Animal, com atendimento personalizado. A equipe da propriedade recebeu treinamentos técnicos em BEA (Bem-Estar Animal), implantação e acompanhamento dos protocolos sanitários e dos protocolos de IATF, com toda a linha de produtos MSD Saúde Animal.

Os resultados da transferência de embriões começaram a aparecer em 2003, nas pistas de julgamento do Ranking do Nelore do Estado de Mato Grosso, entre outras competições realizadas no Brasil. Em 2007 e 2008, Sierra e sua propriedade receberam o prêmio de Melhor Criador e Melhor Criador e Expositor de Nelore Mocho do Estado do Mato Grosso. A fêmea Foca I TE foi considerada a melhor fêmea jovem do Mato Grosso e a terceira melhor do Brasil. Seu irmão, o macho Fato TE, foi ranqueado como o quarto melhor touro jovem do País. A família de elite ainda rendeu prêmios à mãe de Foca e Fato, que conquistou o reconhecimento máximo brasileiro, recebendo a Matriz Medalha de Ouro do Estado de Mato Grosso e tendo sido eleita a quinta melhor matriz mocha do Brasil em 2007. A renomada matriz ainda foi responsável pela origem de Lord FIV (irmão materno do Fato e da Foca), que foi campeão da prova de Ganho de Peso em 2010, realizada com o acompanhamento técnico da ABCZ. Este animal é um dos destaques da 8a Edição do Leilão da Fazenda Nortão, que será realizada em maio, durante a 26ª Exposição Agropecuária de Alta Floresta. Durante o evento, a propriedade disponibilizará cem touros Nelore PO e Nelore Mocho.


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Universidade Corporativa Estilo de gestão para cada perfil

O que faz a diferença

no seu negócio E

Alta Motivação A Primeira Análise + Baixa Competência (M-2): representa pessoas altamente dispostas a tudo, mas que não sabem como fazer. É o caso, por Baixa Competência Alta Competência exemplo, de novos + + colaboradores. Para Alta Motivação Alta Motivação fazer a gestão correta desse tipo de perfil, o gerente ou líder precisa compreender a necessidade de aprendizado rápido e Baixa Motivação Alta Competência seguir ensinando. É + + necessário acompaBaixa Competência Baixa Motivação nhamento, mas basta somente uma checagem periódica, ou Motivação seja, é um perfil bem menos trabalhoso para o gestor. A essa Como essa gestão deve ser? É preciso levantar forma de gestão chama-se de E-2. Alta Motivação + Alta Competência a motivação do funcionário, como foi feito no qua(M-4): representa o tipo de colaborador que, dro M-1 para o M-2 – só que, desta vez, não com além de conhecer muito bem a tarefa, tem informações e conhecimento, pois o colaborador prazer na realização da mesma, fazendo-a já é competente e conhece a fundo seu trabalho. cada vez melhor. Nesses casos, o bom gestor Neste caso, deve-se trazer a pessoa para o grupo não deve atrapalhar. Deve manter-se pre- novamente, fazendo-a participar das decisões, sente, em uma distância que não incomode pedindo sua opinião, dando tarefas de acompae que também não pareça ausência. Reco- nhamento, enfim, mostrando ao profissional sua nhecimento é o combustível dessa relação, importância para o grupo. Assim ele vai retomando que é a essência do sucesso de uma equipe sua motivação e, com isso, retorna ao estado M-4. na entrega de ótimos resultados. Isso não Esse estilo de gestão é chamado de E-3. Então, prezado leitor, lembre-se das duas representa ameaça para nenhum gestor, pois a evolução das pessoas é o maior combustível primeiras características fundamentais, que são o para a alta qualidade do gestor, que sempre bom senso e a boa observação, para poder situar terá lugar nas organizações. Esse estilo de as pessoas e assim tomar as atitudes mais eficazes na busca do sucesso, melhorando desempenhos e gestão é o E-4. Mas a motivação dos M-4 pode oscilar, ajudando os outros a evoluírem. Essa é a missão de em decorrência de inúmeras situações do dia a um bom gestor. dia, como promoções que não vieram, aumento Sucesso a todos! insuficiente, entrada de outras pessoas na equipe, alternâncias de atenção do gestor, etc. Aí Renato Salgado Teixeira tem-se o grupo dos chamados M-3, que têm Gerente Comercial Animais de Companhia Alta competência + Baixa Motivação.

Competência

mpreender, criar um negócio rentável, prestar serviços e ser reconhecido pela qualidade são aspirações de qualquer empresário. Na Medicina Veterinária, não poderia ser diferente. Se o negócio começa a prosperar e os clientes aumentam, há algo que realmente faz diferença no prosseguimento desse sucesso inicial: os colaboradores, que vão ajudar na entrega do produto ou na prestação de serviço da loja, clínica, laboratório, escritório ou qualquer outro lugar vinculado à Medicina Veterinária. Para melhor entender as relações no trabalho – o que muitos chamam de gestão de pessoas –, pode-se usar muitas técnicas e classificações. Mas existem duas qualidades fundamentais nessa arte: bom senso e boa observação, ambas sustentadas pelo gosto pelas relações humanas. Quem não gosta de conversar ou de estar com outras pessoas não pode conduzi-las para um melhor resultado, certo? De acordo com o dicionário Aurélio, o significado da palavra competência é: capacidade decorrente de profundo conhecimento que alguém tem sobre um assunto. Mas isso é tudo o que uma pessoa precisa para desempenhar uma função no dia a dia? Não, precisa também de motivação! Novamente recorrendo ao dicionário, temos a seguinte definição: palavra popularmente usada para explicar por que as pessoas agem de uma determinada maneira. Então podemos usar essas duas situações para nos ajudar a entender as pessoas e suas tarefas. Baixa Motivação + Baixa Competência (M-1): representa aquela pessoa que não sabe e não quer fazer. Esse tipo de gestão é extremamente desgastante, pois o gestor tem que dar 100% de esforço e atenção para obter um trabalho aceitável. Por isso, se em algum tempo a motivação não aumentar, é preciso urgentemente buscar alternativas, mostrando ao colaborador por que ele deve fazer melhor, ressaltando que bons trabalhos são reconhecidos e trazem progresso. Aí, sabendo da importância de seu trabalho, o colaborador começa a se motivar e a aprender. A esse estilo trabalhoso de gestão chama-se de E-1.

M2

M4

M1

M3



Mudou-se Desconhecido Recusado Endereço insuficiente

Informação escrita pelo porteiro ou síndico Falecido Não existe o nº indicado

Ausente Não procurado

REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL EM ___/___/___ ___/___/___ ______________________________ RESPONSÁVEL Endereço para devolução: av. Sir Henry Wellcome, 335, Moinho Velho, Cotia-SP, 06714-050

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