PECUร RIA
ANO XVII, Nยบ 104 OUT-NOV-DEZ/2011
Quimioprofilaxia da Tristeza Parasitรกria: Excelentes resultados e retorno de investimento
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Sumário
Editorial
As atrações desta edição
Da nossa Redação
Caro (a) Leitor (a) da VetNews,
Carne vermelha: Alimento exerce papel fundamental na manutenção da saúde.
Com o maior rebanho comercial do mundo, mais de 200 milhões de cabeças e consumo per capita anual de 39 quilos de carne bovina, o Brasil é o terceiro maior consumidor mundial do produto, perdendo apenas para
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Estados Unidos e China (primeiro e segundo lugares, respectivamente).
Com claras oportunidades de expandir a participação no mercado externo e
E mais, nesta edição: 4 CONEXÕES E GIROS As novidades do setor de pecuária.
6 Melhores Práticas Padronização de processos no campo.
8 Perfil
Quimioprofilaxia:
um forte e crescente mercado con-
Controle das populações de carrapatos e monitoramento diário dos animais ajudam no combate a doenças causadas por hemoparasitas.
sumidor interno, o Brasil prepara-se
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Fazenda Dorper Campo Verde.
16 pesquisa G-Tag® ajuda produtor a mapear touros geneticamente.
para se consolidar como o principal player no mercado mundial de carnes. É neste momento de crescimento da pecuária que a MSD Saúde Animal analisa os cenários brasileiro e mundial, entendendo os acontecimentos ligados à cadeia de carne e ajudando a construir um cenário para os próximos anos, com desafios e oportunidades para os pecuaristas brasileiros.
18 Universidade Corporativa
Nesta última edição do ano da
Segmentação de clientes.
VetNews Pec, você acompanhará, entre as diversas matérias que preparamos, as novas ferramentas de
expediente
padronização das práticas no campo e a importância da implementação de tecnologia e do amparo aos profissionais que cercam a pecuária, garantindo um melhor desempenho
Ano XVII, Nº 103, Jul-Ago-Set/2011 VetNews PEC é uma publicação trimestral, editada pela MSD Saúde Animal. Opiniões e conceitos emitidos pelos colunistas e colaboradores não representam necessariamente os do informativo. Todos os direitos são reservados. Distribuição gratuita. DIREÇÃO: Vilson Simon. COORDENAÇÃO: Luciano Salgado e Vagner Santos. CONSELHO EDITORIAL: Alexei Castro, Rogério Rossi, Sebastião Faria e Tiago Arantes. REDAÇÃO: TEIA Editorial. Jornalista Responsável: Kelli Costalonga (Mtb 28.783). Edição: Danielly Herobetta. Redação: Lillian Bento e Érica Nacarato. DIAGRAMAÇÃO: Four Propaganda. Revisão: Liliane Bello. www.msd-saude-animal.com.br | twitter: @msdsaudeanimal | facebook: msd Saúde Animal
na produção de carne.
Um feliz Natal a todos vocês e um 2012 com muito crescimento e excelentes notícias! Tiago Arantes, Gerente de Produtos MSD Saúde Animal.
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Conexões e Giros Novidades e principais assuntos do setor
Comprovado: Boostin® é mais eficiente Durante o encontro anual da American Dairy Science Association (ADSA), que ocorreu em julho de 2011 nos Estados Unidos, o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Rodrigo Almeida apresentou uma pesquisa comparando os efeitos das duas formas comerciais de somatotropina para a produção de leite em vacas de alta produção, comprovando que o Boostin® é mais eficaz. Os resultados mostraram que as vacas suplementadas com Boostin® produziram em média 1,5 litro de leite a mais por dia do que as suplementadas com o produto concorrente. A pesquisa foi realizada durante 56 dias em 160 vacas – 80 tratadas com Boostin® e 80 com o concorrente – da Fazenda Iguaçu, no município de Céu Azul/PR. “Essa conclusão é importante, já que há uma ideia comum entre os produtores de que a menor produtividade das vacas tratadas com o produto concorrente na primeira metade do ciclo, de 14 dias, é compensada por uma maior produção na segunda metade do ciclo, o que não foi demonstrado no experimento”, avalia Rodrigo.
CNA quer concluir debate do Código em 2011 A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, afirmou que as discussões relativas ao novo Código Florestal brasileiro precisam ser encerradas ainda em 2011. O objetivo é que os resultados das pesquisas possam ser aplicados com mais segurança nas áreas de produção. Uma das iniciativas nesse sentido é o Projeto Biomas, parceria da CNA com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que pretende conciliar produção e preservação ambiental, como explica a senadora. Para Kátia Abreu, pelo menos dois temas deverão ser discutidos na Comissão de Meio Ambiente (CMA), próxima etapa de discussão do novo Código Florestal. O primeiro é a questão das matas ciliares. “Todos nós queremos manter os rios do Brasil. Não queremos fazer como a Europa, onde não existem árvores nas margens”, afirma. A recuperação da reserva legal em propriedades com áreas de 4 a 15 módulos fiscais é o segundo tema, que será discutido na CMA. De acordo com a senadora, o Brasil tem 300 mil médios agricultores, o que representa uma pequena parte dos mais de 5 milhões de produtores rurais do País. “Desde que não ocorram novos desmatamentos nessas áreas, os médios produtores também podem ter um benefício progressivo”, conclui.
São Paulo enfrenta escassez de gado de pasto e confinado
Mato Grosso registra maior abate de boi desde 2007 Entre os meses de janeiro e setembro de 2011, o abate de bovinos em Mato Grosso somou 3,619 milhões de cabeças, o maior volume registrado para o período desde 2007. Os dados são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), com base nas informações coletadas nos frigoríficos pelo Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea). De acordo com a pesquisa, o abate aumentou 5,1% em 2011, em relação ao mesmo período de 2010. O destaque foi o crescimento de 43,1% na oferta de fêmeas, contra uma redução de 14% no abate de machos.
De acordo com o Sindicato das Indústrias do Frio (Sindifrio), o Estado de São Paulo tem sentido os sintomas da escassez de bois prontos para o abate. A oferta de animais de confinamento também está abaixo das expectativas para esta época do ano. O motivo pode ser a especulação no mercado de carne, com procura e vendas em ascensão. Ocorreram alguns ajustes no preço no atacado, os quais deverão ser repassados ao consumidor – que, frente à constante elevação do preço no varejo, tende a substituir o produto por proteínas de outras origens.
Vilson Simon, Gerente Geral da MSD Saúde Animal, recebe Grã Cruz Em um momento muito especial, durante o primeiro dia do Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária (Conbravet), em Florianópolis/SC, Vilson Antonio Simon foi homenageado pelo Conselho Superior da Ordem do Mérito da Medicina Veterinária Brasileira com a Comenda Grã Cruz, a mais alta condecoração da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária (SBMV). O presidente da entidade, Josélio Andrade Moura, destacou durante o evento que a honraria foi outorgada ao Gerente Geral da MSD Saúde Animal em reconhecimento aos seus valores profissionais e à sua contribuição e liderança para o desenvolvimento da pecuária nacional. “A indicação de Simon se deve aos serviços prestados por ele ao desenvolvimento científico e tecnológico; pelo estímulo à classe, por meio do Prêmio Pesquisa Clínica; pelo serviço social desenvolvido pela empresa em sua gestão, como os Projetos de Hippo e Pet Terapias. Todas as ações são levadas em consideração e, no caso de Simon, que possui um currículo irretocável e uma atuação brilhante no setor da Medicina Veterinária, a condecoração é a mais indicada possível”, frisou Moura. Simon agradeceu pela honraria, ressaltando o amor à família e à sua profissão. “É com muita emoção que recebo esta homenagem aqui em Santa Catarina, estado em que nasci, e agradeço a todos que contribuíram para que eu chegasse até aqui, em especial à minha esposa, a médica veterinária Juliana Rezende, e aos meus filhos Yasmin, Helena e Lorenzo. Sou muito agradecido à Medicina Veterinária, pois tudo o que construí e conquistei até aqui é devido a ela”, destacou Simon.
No varejo, Brasil tem leite mais barato do mundo
Rebanho bovino brasileiro cresce 2,1% em 2010
O preço do leite no varejo do Brasil está entre os mais baratos do mundo, segundo levantamento feito pela Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Leite Brasil). Enquanto o leite longa-vida é vendido a US$ 1 na cidade de São Paulo, em Pequim, na China, o produto é comercializado a US$ 3,76. Depois da China, que tem o leite mais caro do mundo, segue Tóquio, no Japão, com um valor de US$ 2,70.
Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o Brasil registrou 209,5 milhões de cabeças de gado em 2010. O número representa um aumento de 2,1% no rebanho nacional em relação ao ano anterior. De acordo com o coordenador da pesquisa, Octávio de Oliveira, o crescimento mostra que houve o retorno a um patamar histórico, após um período de grande abate de fêmeas entre 2002 e 2006, o que prejudicou a taxa de crescimento do rebanho a partir de 2007. As maiores concentrações estão nas regiões Centro-Oeste, Norte e Sudeste. O rebanho de bubalinos (búfalos) também cresceu, registrando um aumento de 4,3% no mesmo período.
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Melhores Práticas Padronização de processos no campo
Padronização do trabalho
chega ao campo Com fortes exigências do mercado, procedimentos técnicos e capacitação de funcionários tornam-se requisitos fundamentais para a competitividade da produção
m qualquer indústria a padronização é essencial para assegurar qualidade na produção, além de contribuir para a melhoria constante dos processos de trabalho, uma vez que sua ausência afeta diretamente os custos e o lucro. No entanto, na atividade pecuária, isso é percebido há poucos anos. O projeto Boas Práticas Agropecuárias para bovinos de corte, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) foi criado em 2002, após a percepção da grande demanda por processos mais organizados. “Na produção de gado de corte, vimos que havia necessidade de aprofundamento técnico sobre o produto que estava saindo das propriedades. Por isso criamos o programa e, após três anos de estudo e planejamento sobre como implementá-lo, as fazendas já passaram a receber nosso atendimento”, conta Evandro Carlos Barros, agrônomo e analista da Embrapa Pecuária Sudeste. Outros programas de boas práticas já estão em andamento para diversas atividades rurais, como suinocultura, avicultura, gado de leite, além do gado de corte.
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Para fazer parte do projeto, o fazendeiro interessado deve entrar em contato com a Embrapa, que o direciona a um técnico específico para realizar uma visita ao local, ocasião em que serão observados diversos pontos, como pastagem, nutrição, genética, bem-estar animal, sanidade, gestão ambiental e higiene. Ao final do trabalho, que pode ser de curta ou longa duração, dependendo da demanda, a fazenda recebe um certificado, se cumpridas todas as melhorias. Esse título é atualizado a cada ano, com visitas periódicas.
de carne duplique sem que sejam feitos desmatamentos, mantendo os recursos naturais protegidos”, diz Barros.
Propec
“É necessário que a atividade desenvolvida esteja alinhada em três pontos fundamentais: produção socialmente justa, economicamente viável e ambientalmente correta. Ou seja, a terra precisa estar produzindo, os funcionários devem ter contrato de trabalho em que seus direitos trabalhistas estejam assegurados, sem uso de mão de obra infantil ou trabalho escravo, as atividades executadas no local deverão ser viáveis economicamente e as áreas de preservação ambiental deverão estar presentes e demarcadas. Temos tecnologias disponíveis ao produtor para fazer com que a produção
Outra ferramenta que o produtor tem à sua disposição é o programa de Procedimentos Técnicos para Pecuária (Propec), um projeto de capacitação e certificação em boas práticas na pecuária oferecido pela MSD Saúde Animal, que já treinou mais de 6 mil pessoas desde 2002. “Os treinamentos são aplicados por nossos consultores em pecuária de forma
Evandro Carlos Barros, agrônomo e analista da Embrapa Pecuária Sudeste
bem pontual e, ao final, tanto os funcionários quanto as fazendas são certificados”, explica Sebastião Pereira de Faria Jr., Gerente Técnico de Pecuária da empresa. Além de promover ganhos de produtividade ao melhorar os índices zootécnicos das fazendas parceiras, o Propec facilita o processo para as propriedades conseguirem certificações oficiais, já que estarão seguindo parâmetros definidos por uma empresa reconhecida mundialmente.
Para facilitar ainda mais os processos e o trabalho dos funcionários, desde meados de novembro algumas fazendas participantes do Propec receberam uma nova ferramenta: placas feitas em PVC com instruções básicas para a realização de determinadas atividades. “Quando visitamos uma indústria, seja qual for o segmento, encontramos painéis visuais com o resumo dos procedimentos operacionais. Considerando a importância desse material, resolvemos levar esse conceito para o campo,
Sebastião Faria, Gerente Técnico de Pecuária da MSD Saúde Animal
Propec para aplicação de ectoparasiticidas
por meio de placas com os temas: como fazer pulverização de ectoparasiticidas; como aplicar medicamentos intramamários; boas práticas de ordenha; e como aplicar vacinas e medicamentos injetáveis”, explica o gerente. As propriedades participantes do programa, de norte a sul do Brasil, receberão as placas de acordo com o trabalho que executam, para que fixem, visualmente, o que foi aprendido durante os treinamentos, não sendo necessário consultar apostilas no caso de dúvidas. “A padronização como um todo, vem da necessidade da pecuária em se profissionalizar à semelhança do que já acontece na suinocultura e na avicultura. Ao se tornar protagonista global a pecuária brasileira é desafiada a elevar seus padrões de produção, e isso só acontece quando há uma homogeneidade de trabalho e processos, com funcionários motivados a realizar sua tarefa bem feita”, diz Sebastião.
Estudos
Propec para aplicação de medicamentos injetáveis
Tecnologia e estudo para o aperfeiçoamento da produção não faltam. A Embrapa, por exemplo, utiliza toda a informação obtida com o programa Boas Práticas Agropecuárias em suas pesquisas, analisando todos os pontos observados nas fazendas que servem de norte para futuros estudos sobre tecnologias mais aperfeiçoadas e, consequentemente, melhorias na produção. “A profissionalização na pecuária tem evoluído constantemente, mas temos certeza de que podemos melhorar muito mais e já dispomos de tecnologia para isso. A mudança é questão de tempo, já que as exigências do mercado externo estão muito fortes e as do mercado interno se intensificam”, conclui Barros.
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Perfil Fazenda Dorper Campo Verde
Fazenda paulista faz Brasil se destacar na
criação de ovinos Com pouco mais de cinco anos de funcionamento, a Fazenda Campo Verde coleciona prêmios e é eleita a melhor criadora e expositora das raças Dorper e White Dorper
riada há apenas cinco anos, a fazenda Dorper Campo Verde já ganhou mais de 50 prêmios importantes na ovinocultura e é destaque nacional no segmento. Situada no município de Jarinú, a 70 quilômetros de São Paulo, a propriedade conta com 600 hectares, sendo 300 de áreas de preservação ambiental e lagos artificiais. Para o responsável em vendas da fazenda, Lucas Heymeyer, o sucesso do empreendimento é garantido pelo investimento em uma infraestrutura global, que permite cuidar do animal desde antes de seu nascimento até o momento da venda. “A maior vantagem de ter uma estrutura completa é a garantia da qualidade, uma vez que o controle começa desde o momento da escolha do acasalamento”, afirma. Segundo Heymeyer, a Campo Verde iniciou o processo
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de melhoramento genético ao buscar os embriões na África do Sul, berço das raças Dorper e White Dorper. Quando os embriões chegam à fazenda, é feita a seleção das receptoras para que sejam implantados. Todo o processo de reprodução é feito na propriedade, que conta com um moderno laboratório. “Temos uma reprodução totalmente assistida, desde a coleta, a avaliação, o congelamento e o descongelamento, até o implante dos embriões”, relata Heymeyer. Todo o processo é assistido por veterinários e demais profissionais da fazenda. Dez dias após o nascimento, todos os animais recebem o implante de um microchip, responsável por monitorá-los. “Uma vez por mês é feita uma avaliação no curral, onde, por meio de um software, se faz a leitura dos microchips, evitando,
Equipe da fazenda com animais campeões na Feinco 2011 Prêmios já conquistados pelos animais criados na fazenda
Avaliação genética e investimento em qualidade
Centro de manejo na Dorper Campo Verde: preocupação com manejo racional e bem-estar dos animais
assim, as falhas que costumam ocorrer com a ação humana e contando com todos os dados desde o nascimento”, informa. A alimentação dos animais também está entre as principais preocupações da Dorper Campo Verde, que criou uma fábrica de ração para atender à demanda interna da propriedade. O local tem capacidade para produzir 1,5 mil quilo de ração por hora, e hoje são produzidos 48 mil quilos ao mês.
Seleção dos animais
Antes de realizar a opção genética, o engenheiro agrônomo responsável pelo projeto da Dorper Campo Verde, Carlos Vilhena Vieira, realizou uma série de estudos para selecionar os melhores criatórios, matrizes e reprodutores. A ideia era buscar o melhor animal para desenvolvimento em solo brasileiro e em todo o continente americano. Os embriões foram produzidos e congelados na África do Sul, importados e descongelados na Campo Verde. O primeiro cordeiro da fazenda nasceu no dia 3 de março de 2007.
Devido ao rápido ciclo dos ovinos, já em 2008 a Campo Verde começou a participar de exposições e competições, ganhando mais de 50 prêmios nos últimos anos. A propriedade chegou a ser reconhecida em 2009 como a melhor criadora e expositora das raças Dorper e White Dorper. Em 2010 ficou em primeiro lugar no ranking ABCDorper, superando o segundo colocado com uma larga vantagem. Foi também em 2008 que a fazenda iniciou as vendas, com o 1º Leilão Dorper Campo Verde.
Atualmente, a Fazenda Dorper Campo Verde possui, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), o programa Diferença Esperada Progênie (DEP`s), de avaliação genética. A iniciativa é direcionada a promover o melhoramento genético para que os produtores de cordeiros destinados ao corte possam adquirir reprodutores mais qualificados. Segundo Heymeyer, o programa conta também com a avaliação da carcaça dos animais por ultrassonografias. “Isso também ajuda na avaliação dos reprodutores para a produção de carne”, avalia. Além do investimento no programa de melhoramento genético em parceria com a USP, a fazenda promove anualmente pelo menos dois eventos importantes: o Dia de Campo, totalmente voltado para a produção de cordeiros destinados ao abate, e o Borrega do Futuro. Neste ano, o encontro direcionado a criadores das raças Dorper e White Dorper ocorreu nos dias 14 e 15 de outubro e foram julgadas fêmeas de 4 a 12 meses. Os animais selecionados foram leiloados. “A Dorper Campo Verde não entra no julgamento, para não concorrer com os convidados, e, como só as campeãs e reservadas campeãs vão para o leilão, conseguimos garantir a qualidade do mesmo e ajudando pequenos e médios criadores que não possuem volume para fazer seu próprio leilão. A Dorper Campo Verde entra só com matrizes”, explica Heymeyer. A preocupação da fazenda, em todas essas ações, é garantir a qualidade e o melhoramento das duas raças no Brasil.
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Capa Produção e qualidade da carne vermelha
Ela mantém a saúde, oferece ômega-3 e ajuda a emagrecer. Sim, estamos falando da
carne bovina ma das mais importantes fontes de nutrientes essenciais, como ferro, zinco, ômega-3, vitamina B e proteínas, a carne vermelha pode ser uma verdadeira aliada para manter a saúde. De acordo com a nutricionista Licínia de Campos, que integra o Comitê Técnico do Serviço de Informação da Carne (SIC), se consumida três vezes por semana, a carne vermelha magra exerce um papel importante para a construção e manutenção do corpo saudável. A especialista explica que o produto contribui muito para a alimentação ao oferecer ferro e zinco, além de ser a segunda maior fonte de ômega-3, ficando atrás apenas do pescado.
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E quanto mais vermelha a carne, melhor. Isso porque tanto o ferro quanto o zinco são melhor absorvidos pelo organismo nesse caso, explica Licínia. “O ferro heme, encontrado somente em carnes e peixes, é absorvido quatro vezes melhor pelo organismo do que o ferro não hemínico encontrado em hortaliças. A carne vermelha magra possui menos de 4% de gorduras saturadas”, afirma a nutricionista. Apesar dos benefícios, a moderação é recomendada. “Uma porção de 150 gramas de carne vermelha crua fornece mais de 50% das recomendações dietéticas diárias para os macronutrientes”, explica Licínia.
Segundo a especialista, a carne bovina magra é importante em uma dieta saudável e equilibrada, por possuir alta densidade desses nutrientes em uma quantidade pequena de alimento. “É a maior fonte protéica, ajudando a manter a saciedade por mais tempo”, explica. A vantagem é que a carne vermelha pode ser excelente para ajudar no controle de peso. A nutricionista alerta para o risco e o engano de quem deixa de consumir carne em busca de saúde e de emagrecimento. “Atualmente, um quarto das mulheres com idade entre 19 e 64 anos ingere quantidades de ferro abaixo do mínimo recomendado para se manter saudável”, alerta.
Propriedades nutricionais da carne 150 g de carne crua
Ferro (mg)
% RDI
Zinco (mg)
% RDI
Carne bovina
3
25
6
50
Carneiro
3
25
6
50
Vitelo
1.7
14
6.2
52
Frango
0.8
6.6
2
17
Carne suína
1.5
12.5
3.5
29
Peixes de carne branca
0.9
7.5
2.3
19
Peixe gorduroso
1.7
14
0.9
7.5
O zinco, presente na carne vermelha, é importante para o funcionamento saudável do sistema imune, também contribuindo para o crescimento, a cura de ferimentos e até a fertilidade. “Cerca de 30% da ingestão dietética de zinco provêm da carne vermelha, “Se consumida três vezes por semana, a carne vermelha magra exerce um papel importante para a construção e manutenção do corpo saudável” – Licínia de Campos, do Comitê Técnico do Serviço de Informação da Carne (SIC)
que também fornece outros minerais, como potássio e selênio, importante antioxidante associado com a redução do risco de doenças cardíacas e certos tipos de câncer”, aponta a nutricionista. Outra vantagem é o fato de a carne ser fonte significativa de numerosas vitaminas do complexo B, como a B6 e a B12. Esta última não é encontrada naturalmente em alimentos de origem vegetal. “Trata-se de uma vitamina necessária para a saúde das células vermelhas e também para o crescimento e a produção de energia. Recentemente descobriu-se que é uma importante contribuição para a ingestão de vitamina D, que trabalha em conjunto com o cálcio e o fósforo para construir e manter ossos e dentes fortes”, explica Licínia. A nutricionista lembra que a quantidade de gordura presente na carne bovina foi reduzida consideravelmente nas últimas décadas e é, atualmente, muito menor do que se pensa. “Carne crua magra normalmente contém somente 5% de gorduras totais. Compare com o queijo cheddar, por exemplo, que contém em média 34%.” Ela alerta ainda que aproximadamente metade da gordura encontrada na carne bovina é insaturada e 45% são gorduras monoinsaturadas, ou seja, do mesmo tipo da encontrada no azeite de oliva. O produto possui, também, pequena quantidade de ômega3, o que ajuda a manter o coração saudável.
A importância das proteínas para uma dieta saudável
Cada célula, tecido e órgão do corpo humano contém proteínas que são constantemente quebradas e reposicionadas, como
explica a nutricionista Licínia. “A proteína consumida nos alimentos é digerida e posteriormente utilizada para reposição da substância em nossos organismos”, informa. Essas proteínas são compostas por aminoácidos e, segundo a especialista, existem 20 diferentes tipos deles que trabalham juntos para compor todos os tipos protéicos. Para um alimento ser uma fonte completa, ele deve fornecer todos esses aminoácidos essenciais, como é o caso das carnes bovina e suína, aves, pescado, leite, ovos e queijos. Ainda assim, uma fonte incompleta de proteína é deficiente em um ou mais aminoácidos e, por isso, são necessárias duas ou mais fontes. Um bom exemplo de combinação é o clássico arroz com feijão. “Juntos, esses dois alimentos podem fornecer quantidade adequada de todos os aminoácidos de que o organismo necessita”, orienta. A nutricionista alerta ainda para os cuidados que uma pessoa deve tomar se escolher ser vegetariana. “Para deixar de consumir carne na refeição, a pessoa tem de saber quais alimentos devem ser combinados para suprir as quantidades necessárias de aminoácidos essenciais”, afirma. Segundo Licínia, é preciso que de 10% a 35% das calorias ingeridas diariamente venham das proteínas. “O ideal seria que nas três principais refeições houvesse sempre alguma fonte protéica, de maneira a atingir os níveis recomendados. Também é interessante variar a alimentação o máximo possível durante o dia, consumindo proteínas, carboidratos e gorduras, pois assim aumentam as chances de obtenção do maior número de nutrientes necessários ao funcionamento saudável do organismo humano”, finaliza.
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Capa Produção e qualidade da carne vermelha
Estudo apresentado em congresso de Cardiologia tira carne da posição de vilã
Durante o 66º Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado em setembro de 2011, em Porto Alegre/RS, o pesquisador Iran Castro, coordenador de Normatizações e Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), apresentou pesquisa que tira da carne vermelha o rótulo de vilã. Se consumidos em porções frescas e até 150 gramas por dia, os cortes bovinos fazem bem à saúde e não prejudicam o coração. O estudo foi realizado durante seis meses, período em que foram analisados 50 voluntários, divididos em grupos que consumiam 150 gramas de carne bovina magra, sem nenhuma gordura. Os pesquisadores da equipe constataram que não houve alterações no colesterol dos voluntários. Ainda assim, vale o alerta: é preciso consumir a carne moderadamente, sem gordura e fresca. A carne processada, com altos índices de sódio e conservantes, deve ser evitada.
Tabela comparativa da absorção de ferro pelo consumo de espinafre e pela ingestão de carne bovina 3,5
Ferro absorvido
Ferro total
3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 150 g de carne vermelha cozida
75 g de espinafre
Os mesmos 3 mg de ferro em 150 g de carne vermelha são encontrados em 75 g de espinafre, mas, ao ingerir a carne, absorve-se cinco vezes mais ferro (0,5 mg) do que na ingestão do vegetal (0,1 mg).
Pecuária sustentável ganha cada vez mais espaço no Brasil
Com uma produção crescente, o Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina, segundo a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec). Para atender à demanda, a pecuária tem passado por reestruturações e adotado cada vez mais medidas sustentáveis. “Nossa pecuária evoluiu muito nos últimos anos e vai evoluir cada vez mais. O mundo vai precisar de carne vermelha e ela virá do Brasil e será produzida com sustentabilidade”, garante o diretor executivo e coordenador de sustentabilidade da Abiec, Fernando Sampaio. Segundo ele, a pecuária está cada vez mais utilizando áreas de pastagem menores e cedendo espaço para a agricultura. “Isso é produzir com sustentabilidade. Quanto mais eficientes formos no uso dos recursos naturais, melhor para o meio ambiente, pois culturas como as de soja, cana e eucalipto poderão se expandir não sobre as florestas, mas sobre antigas áreas de pastagens”, explica Sampaio. “A pecuária é a chave para o desenvolvimento sustentável de todo o agronegócio brasileiro”, complementa.
Sampaio lembra que nenhum outro país tem uma legislação ambiental tão rigorosa quanto o Brasil e lembra que o Novo Código Ambiental é essencial para garantir que grande parte dos produtores deixe de trabalhar na ilegalidade. “Um dos nossos desafios, hoje, é combater o abate não fiscalizado e não tributado, que representa riscos à saúde pública e prejuízo para o País”, comenta o especialista. Porém, mesmo diante das dificuldades, o Brasil tem conseguido bons resultados no setor e exporta, principalmente, para mercados emergentes, como países do Oriente Médio, Ásia e América Latina. “Mesmo assim, só exportamos 20% do que produzimos, pois nosso maior cliente é o brasileiro”, finaliza. Para ampliar ainda mais o alcance das exportações, a Abiec participou, em outubro de 2011, da Anuga, feira internacional de alimentos que ocorreu em Colônia, na Alemanha. Na ocasião, a entidade falou sobre os avanços da pecuária brasileira. “É preciso desconstruir o estereótipo do boi no mato queimado como verdade única sobre a pecuária brasileira. Temos de mostrar as histó-
rias de uma pecuária de sucesso, empenhada em melhorar cada vez mais”, disse, durante o evento. A Abiec aproveitou a oportunidade para proferir palestras sobre o bioma da Amazônia e debates sobre a questão ambiental.
Fernando Sampaio, diretor executivo e coordenador de sustentabilidade da Abiec
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Quimioprofilaxia Controle e monitoramento dos animais ajudam na prevenção
A prevenção
pode ser a melhor saída
Quimioprofilaxia, controle das populações de carrapatos e monitoramento diário dos animais ajudam no combate a doenças causadas por hemoparasitas
m dos problemas sanitários de maior prejuízo econômico à pecuária é a Tristeza Parasitária Bovina. A TPB implica em altos índices de mortalidade, significativa redução na produção de carne e leite, diminuição na fertilidade das vacas afetadas e altos custos com tratamentos e manejos especiais. Todos esses fatores levam a perdas de oportunidade de mercado e também ao desestímulo de melhorar a produção por parte dos produtores. Só no Brasil, os prejuízos ultrapassam US$ 500 milhões anuais. Tendo o carrapato como principal agente transmissor, a Tristeza Parasitária Bovina é um complexo de doenças que inclui a babesiose – causada por protozoários do gênero Babesia (Babesia bovis e Babesia bigemina) – e a anaplasmose – causada por uma rickettsia do gênero Anaplasma (Anaplasma marginale). “A prevenção é complexa, pois envolve controle dos ectoparasitas, desde moscas até carrapatos. Nas condições climáticas que temos no Brasil, o uso de carrapaticidas já não é mais suficiente, uma vez que não temos as estações bem definidas. Com a primavera muito seca, caiu a quantidade de carrapatos, mas as chuvas das épocas mais quentes trarão uma eclosão de ovos e os animais serão infestados de forma intensa”, explica a médica veterinária Cláudia Ribeiro do Valle, também professora do curso de Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Poços de Caldas/MG.
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Quimioprofilaxia
Algumas raças são naturalmente resistentes, como os zebuínos, que, pela localização geográfica de origem (Índia e África) e convivência com a espécie de carrapato transmissor, adquiriram defesas. Para as demais, é preciso fazer a imunização por premunição, vacinas atenuadas ou quimioprofilaxia. A quimioprofilaxia é feita com o uso de drogas específicas em doses subterapêuticas – evitando a presença do agente no organismo
ou mantendo sua população em níveis subclínicos, caracterizando o animal apenas como portador. O método apresenta resultados bastante positivos. Há mais de um ano, o proprietário da Fazenda Agropecuária Marajoara, em Lorena/SP, Carlos Zeraick, tem mantido a recomendação profilática e observa de perto o resultado. “Fazemos a aplicação do Imizol® (medicamento da MSD Saúde Animal à base de Dipropionato de imidocarb) em todas as novilhas logo que são desmamadas e, até três meses depois, também fazemos a dosagem profilática. Antes adoeciam mais intensamente, hoje ainda ficam doentes, mas a recuperação é mais rápida” , conta. O médico veterinário Newton Kimura, do Centro de Recria Cooperativa de Laticínios de Mandaguari, em Barbosa Ferraz/ PR, iniciou o trabalho de imunização por quimioprofilaxia em 2006, após ter tido problemas nas importações de bovinos do Uruguai e Paraguai, que apresentaram cepas diferentes de carrapatos. “Três ou quatro dias após o nascimento, fazemos a primeira aplicação subcutânea do medicamento. Em seguida monitoramos a temperatura e reaplicamos a medicação depois de 21 dias. No caso da anaplasma, 100% dos animais voltam a apresentar febre, então fazemos uma nova e última aplicação.” A quimioprofilaxia é o único método de prevenção usado na Cooperativa de Laticínios de Mandaguari e, apesar de trabalhoso, já que exige monitoramento diário, o resultado obtido mostra que o investimento vale a pena. “O protocolo tem se mostrado extremamente eficaz. A perda frequente de animais, em decorrência da TPB, já não acontece mais em nossa propriedade”, conta Kimura.
A importância de manter a presença dos carrapatos
Seja qual for o método de prevenção escolhido pelo criador, é unânime entre os médicos veterinários que o carrapato deve
ser controlado, e não extinto da propriedade, já que sua presença é fundamental para a própria saúde e sobrevivência dos animais. “Quando uma fazenda opta por extinguí-los, torna-se instável, pois o ectoparasita, ao contaminar um animal, fará um estrago muito maior, já que este não estará adaptado”, explica Cláudia.
A professora diz ainda que os animais precisam criar anticorpos e imunidade contra as doenças causadas por carrapatos. Daí a importância de não serem confinados, principalmente nos primeiros meses de vida. “Isolar os animais só retardará o aparecimento da doença e ainda propiciará um surto de difícil controle. Se um animal adulto for infectado, por exemplo, o impacto será muito maior do que se a vítima for um jovem. Por isso é importante que a doença aconteça no animal ainda novo, pois o tratamento é mais rápido e o impacto, menor.” Seja qual for o método escolhido para proteger o rebanho, o resultado dependerá do manejo utilizado pela fazenda. Quanto mais sadia for a alimentação do animal e melhor for o seu acompanhamento diário, a probabilidade de mortalidade será menor e maior será a chance de cura do animal.
Equinos também em risco • A piroplasmose ou babesiose equina é a hemoparasitose mais comum dos equinos e atinge cerca de 90% desses animais no mundo todo. Apenas no Brasil pesquisas evidenciam que cerca de 86% dos cavalos já tiveram contato com o protozoário. “As regiões centrais do País parecem ser as mais afetadas. Já nas de clima mais frio, existem menos casos, justamente porque o vetor biológico, que é o carrapato, contamina menos estas regiões”, explica o professor e médico veterinário Neimar Roncati, coordenador do curso de Medicina Veterinária da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo/SP. • Segundo Roncati, vários medicamentos são usados para o tratamento da piroplasmose nos cavalos, mas a quimioprofilaxia com Dipropionato de imidocarb, em doses que variam de 2 a 4 mg/kg, tem sido a mais efetiva. A posologia depende do tipo de Babesia e do objetivo do tratamento. “A forma mais eficaz de prevenção é tratar os animais doentes, controlar a infestação de carrapatos transmissores e dar aten-
ção especial às éguas matrizes, já que atualmente considera-se uma importante via de contaminação a transmissão transplacentária.” • Independentemente de o criador optar pela profilaxia ou usar outros métodos preventivos, a consulta a um médico veterinário é importantíssima para a melhor escolha de tratamento, prevenção e, consequentemente, bem-estar dos animais.
Neimar Roncati, coordenador do curso de Medicina Veterinária da Universidade Anhembi Morumbi
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Pesquisa G-Tag® ajuda produtor a mapear touros geneticamente
Marcadores moleculares
G-Tag® permite ao produtor identificar o que seu touro tem de melhor e oferecer ao mercado um produto específico e de qualidade
epois de cinco anos de pesquisa para o programa de marcadores moleculares G-Tag® (Genes & Traits for Animal Gain), os 98 criadores que usam a ferramenta já estão obtendo resultados positivos no sequenciamento completo do genoma da raça Nelore, validado para Docilidade, Ganho de Peso, Perímetro Escrotal (PE), Área de Olho de Lombo (AOL) e Espessura de Gordura (EG), características diretamente ligadas ao aumento da produtividade no campo. Paulo Leonel e Adir do Campo Leonel são proprietários da Estância 2L, em Ribeirão Preto/SP. Com um rebanho de mais de 9 mil animais, entraram no projeto para avaliar e identificar algumas características, a fim de obter e oferecer uma genética de melhor qualidade. Entre os animais está o touro Lico, um dos melhores do País no programa G-Tag®, cujos resultados estão descritos abaixo.
D
em touros de repasse uso dessa poderosa ferramenta é diminuir a diferença de peso existente entre bezerros filhos de primíparas (de primeira cria) e filhos de vacas à desmama”, explica Alexandre Zadra, Gerente Técnico Genômica da MSD Saúde Animal. “Por exemplo, uma propriedade possui um touro cujo valor molecular para peso, aos 550 dias, é igual a 49,06 quilos e outro cujo valor molecular, na mesma idade, é de 11,21 quilos. Como sabemos que a característica peso é de alta herdabilidade, podemos concluir que cada bezerro do pri-
Touro Lico – Estância 2L Tolerância ao estresse
TOP 1%
AOL
TOP 3%
EG
TOP 10%
PE
TOP 20%
“Os resultados comprovam que estamos no caminho certo, oferecendo ao mercado mais segurança. Com certeza o futuro da criação de gado no mundo está no estudo do DNA”, afirma Paulo. Criado especialmente para avaliar os marcadores moleculares da raça Nelore, o G-Tag® permite aos criadores mapear geneticamente os touros de repasse para que possam, com os resultados, direcionar os melhores nas características peso e PE para o repasse das novilhas. “O objetivo final do
Touro Lico, da Estância 2L
Touro Emergido, da Chácara Navaraí
meiro touro pesará, em média, 10 quilos a mais do que os do segundo touro. Assim, se cada touro da fazenda produzir 20 bezerros por ano, o primeiro animal irá gerar ao caixa da propriedade bezerros com 200 quilos a mais em relação ao segundo animal.” A Chácara Naviraí, em Uberaba/MG, é outra propriedade que vem colhendo excelentes resultados com o sequenciamento completo de genoma. Com mais de 25 touros de centrais, o produtor ingressou no G-Tag® para obter os marcadores moleculares dos seus animais jovens e dos bezerros irmãos para definir juntamente com as DEPs (Diferenças Esperadas de Progênie) dos futuros doadores de sêmen. Entre os touros da Naviraí, o Emergido foi um dos líderes do programa para peso (TOP 1%) e ainda apresentou resultado superior em tolerância ao estresse, perímetro escrotal e área de olho de lombo, sendo considerado um animal ideal para gerar touros pesados, com alto rendimento de carcaça e filhas precoces. Além dele, se destacaram também o Faccionar, figurando entre os TOP 5% para peso e com importantes marcadores para PE e AOL, e o Funcionário, com superioridade e quatro características, obtendo um resultado interessante para os criadores que querem animais menos estressados, moderados em peso final e musculosos, além de filhas com boa precocidade sexual. “Temos constatado, em 95% dos casos obtidos no G-Tag®, a mesma tendência vista nas DEPs dos diversos programas de melhoramento do País, como ANCP e Gene-
plus. Com esses marcadores, o criador consegue avaliar com muito mais precisão seu rebanho”, diz Alexandre.
O G-Tag®
Criado em 2010, o G-Tag® é um programa de marcadores moleculares lançado pela divisão genômica da MSD Saúde Animal, em parceria com a empresa Genoa Biotecnologia SA, sendo desenvolvido no Brasil pela Divisão de Genômica Bovina da empresa em colaboração com o Centro de Genoma Bovino da Universidade de Alberta, no Canadá.
O programa é pioneiro na pesquisa genômica do Nelore e tem como objetivo melhorar a qualidade da carne e atender às necessidade de criadores e empresas envolvidos na indústria desse alimento, por meio de melhorias nas cinco características comercialmente importantes. “Sendo o Brasil o maior exportador de carne do mundo, abrangendo cerca de 29%
do mercado, ferramentas como essa são importantíssimas para elevar o nível da nossa pecuária, uma vez que o mercado potencial de marcadores moleculares no País gira em torno de 363 mil animais anualmente, de acordo com dados obtidos nas associações de criadores”, conclui Alexandre.
Alexandre Zadra, Gerente Técnico Genômica da MSD Saúde Animal
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Universidade Corporativa Identifique os diferentes públicos do seu negócio
Segmentação
de Clientes
ara aumentar sua capacidade de gerar lucro, as empresas que possuem uma estratégia bem definida de marketing passaram a reconhecer a importância de dar a devida atenção aos seus diversos clientes, pois reconhecem que, sem eles, não há negócios. As primeiras coisas a serem definidas em qualquer planejamento de marketing são o público consumidor e qual, exatamente, é o mercado-alvo. Por maior e mais poderosa que seja, nenhuma empresa pode fazer um bom trabalho em todos os mercados. Segmentá-los com características e interesses semelhantes é essencial. As definições que se encontram na literatura para designar clientes possuem um caráter muito amplo, a exemplo de Philip Kotler 1, que afirma que “clientes são organizações ou pessoas, internas ou externas à empresa, que são impactadas pelos produtos”. Os clientes internos são os que recebem, dentro da empresa, produtos e serviços de outros departamentos e de pessoas da própria empresa, ou seja, os próprios funcionários e colaboradores diretos e indiretos. Já os clientes externos não pertencem à organização, incluindo-se nesse segmento os consumidores em geral, outras organizações e os órgãos regulamentadores governamentais que possam interferir em seus processos, entre outros. Dentro da segmentação de clientes externos, o consumidor dos produtos e serviços é o “público-alvo”. O primeiro passo para segmentar esse público é entender onde fica a fatia mais valiosa desse alvo. A grande maioria das decisões tomadas nas empresas é baseada na lei de Pareto, economista italiano que defende que 80% do seu faturamento estão nas mãos de 20% da sua base de clientes. Ao segmentá-los, você estará conhecendo-os melhor e fugindo da classificação básica de maior faturamento para o menor, evitando a perda de clientes importantes. É possível segmentar os clientes de uma empresa com base em diversas escalas de valores existentes na literatura técnica, ou mesmo criadas de acordo com a necessidade da empresa. Araújo Junior ³ , em seu estudo, sugere um modelo de classificação interna baseado em quatro grupos importantes:
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1. Clientes de Maior Valor (CMV): aqueles que mantêm uma alta frequência e alto ticket médio de compras, com uma larga margem de lucro, ou que demandam grandes quantidades de produtos e serviços, o que justifica um tratamento diferenciado. Normalmente, eles já estão em seu limite de compras com sua empresa, porém, é importante uma política especial de relacionamento, pois perdê-los poderia ser um grande prejuízo. Outro fator importante é que eles servem como referência para pesquisa de novos clientes ou de novos mercados. Isto é, conhecendo o seu perfil profundamente, sua equipe comercial pode buscar no mercado novos compradores com as mesmas características, diminuindo o esforço de vendas e melhorando seus resultados; 2. Clientes de Maior Potencial (CMP): são aqueles que compram esporadicamente ou mesmo não compram, mas que consomem com frequência de seus concorrentes. Devem ser conquistados por meio de ações especiais e uma política de relacionamento e atendimento diferenciados. Normalmente, têm perfil semelhante aos de maior valor; 3. Clientes de Valor Estratégico (CVE): de relacionamento ao longo do tempo, possuem valor elevado. Também fazem parte do grupo clientes e empresas que, por utilizarem seus produtos e serviços, agregam valor à sua marca e podem ser utilizados como referência em novos mercados ou para novos clientes que não conhecem ainda sua marca; 4. Below Zero: são clientes que não apresentam bons resultados e nem há perspectiva de melhorias. Não significa que devem ser eliminados, porém, não deverão ter qualquer tratamento especial. Podemos citar aqui clientes que compram pouco, sempre exigem grandes descontos e também clientes com problemas em seu histórico de pagamentos. Também é importante estudar profundamente este perfil, para evitar vender, com condições especiais, para novos clientes semelhantes. Ao entender o perfil de cada público com que sua empresa se relaciona, será possível entender também qual o perfil de seu público-alvo, ou seja, seus clientes de maior valor, e, por consequência, determinar políticas para aumen-
tar a fatia desses clientes, aumentando também diretamente a sua lucratividade. Pare um pouco e pense na sua atividade: aplica-se ao seu negócio tal regra? Então pense como você está diferenciando o atendimento à sua atual carteira de clientes, os serviços prestados, a atenção aos mesmos, etc. Trata-se da gestão da carteira de clientes, da energia investida por Real faturado. Ao segmentar seus clientes você saberá 4 : • Quais devem ser “blindados”, evitando que migrem para a concorrência; • Quais participarão do seu programa de relacionamento; • Quais produtos oferecer para cada grupo de clientes; • Quais e quantos participarão de determinada ação de marketing; • Quem serão os clientes que devem receber os melhores descontos; • Quais terão uma análise de crédito diferenciada. Pense nisso! Organize sua carteira de clientes e colha melhores resultados em sua atividade e em sua empresa! Ótimas vendas e sucesso!
*Rui Carlos Pontes Nóbrega, Gerente Nacional de Vendas da Unidade de Negócios Pecuária da MSD Saúde Animal Fontes: 1. Kotler, Philip; Administração de Marketing, 2000 2. McDonald, Malcolm; Key Account Plans, 2008 3. Araújo Junior, Olímpio; Segmentação de Clientes e Público-Alvo, 2009 4. Casella, Dill; A importância da Segmentação de clientes, 2006
Mudou-se Desconhecido Recusado Endereço insuficiente
Informação escrita pelo porteiro ou síndico Falecido Não existe o nº indicado
Ausente Não procurado
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