- Ano 1 - Número 2 - Fevereiro 2012 CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA ESCOLA EM QUEDAS > PAG. 2
CONTRA A MUDANÇA DO CÓDIGO FLORESTAL >PAG. 2
TERRA VERMELHA
BOLETIM DO MST REGIÃO CANTUQUIRIGUAÇU
RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS DA A AGRICULTURA FAMILIAR
2012, o ano internacional
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O Conselho Monetário Nacional, desde novembro, aprovou a renegociação das dívidas de financiamentos. Agora as familias inadinplentes poderão pagar através do PRONAF, com baixos juros e possibilitando a mesma garantia na hora de plantar.
COPERJUNHO: UMA EXPERIÊNCIA DE COOPERAÇÃO >PAG. 3
zação popular e do desenvolvimento sustentável.
ESPECIALIZAÇÃO NA ÁREA DE LEITE >PAG. 3
das cooperativas
Organização das Nações Unidas (ONU), aprovou que 2012 será o ano internacional das cooperativas. Esta é a primeira vez na historia que um ano vai ser dedicado ao setor cooperativista. A ONU destacou a contribuição das cooperativas para o desenvolvimento socioeconômico e reconhecendo seu trabalho para a redução da pobreza, geração de emprego e integração social. Em todo o mundo mais de 800 milhões de pessoas são sócias de cooperativas, o que dá aproximadamente 1 em cada 8 pessoas no planeta. No Brasil o cooperativismo cresce a cada ano, e já conta com mais de 10 milhões de cooperados, ou 11% da população economicamente ativa. Para o MST as cooperativas são um meio de gerar renda para as famílias, e auxiliam na organização da cooperação em acampamentos e assentamentos. A região Cantuquiriguaçu, depois de vários anos de crises, procura retomar o processo de cooperação, já tendo constituído varias cooperativas, trabalhando para o crescimento e fortalecimento dos associados e da região. Um exemplo dessa construção é o Grupo Cooperativo da Reforma Agrária da Região Centro do Paraná que esta se formando e consolidando cada vez mais na luta e na cooperação da região. Neste ano faremos diversas atividades em conjunto com a UFFS, o Condetec e outras entidades visando refletir sobre as formas como poderemos incentivar um maior desenvolvimento do cooperativismo em nossa região. Procure se informar e participe desse esforço de promover o cooperativismo como instrumento de fortalecimento da organi-
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EDITORIAL
2011 chegou ao fim como um ano difícil para a classe trabalhado-
ra no Brasil e na região da Cantuquiriguaçu. Foi um ano de lutas e avanços, mas um ano de sofrimento para o povo da terra. E mais um ano de avanço da exploração capitalista sobre as pessoas e a natureza. A aprovação pelo congresso das mudanças no Código Florestal serviu para que os grandes latifundiários fossem anistiados dos desmatamentos ilegais que praticaram ao longo das últimas décadas. Por outro lado a Reforma Agrária ficou paralisada. O governo Dilma passou o ano sem assentar praticamente uma família sequer no Estado do Paraná e sem novos decretos de desapropriação de novas áreas para assentamentos em todo o país. Infelizmente, é um governo que foi ideologicamente sequestrado pelo agronegócio e pelo latifúndio. O Brasil segue sendo o campeão de uso de agrotóxicos e também de casos de câncer, muitas vezes provocado pelos venenos que se usa nas lavouras e animais. Estamos envenenando as terras, as águas e nossos corpos, apenas para o lucro ganancioso das empresas. Os transgênicos seguem avançando e as sementes cada vez mais são controladas pelas multinacionais, numa perda de autonomia dos agricultores sobre o processo produtivo e num desafio que os movimentos sociais teremos de enfrentar. No entanto, em 2011 tivemos conquistas e lutas. Iniciamos a Campanha contra o uso de Agrotóxicos, que se fortalece. A jornada
de luta de Agosto/Setembro realizada pela Via Campesina com mobilizações nos estados e acampamento em Brasília serviu para importantes conquistas, como a renegociação das dívidas dos assentados. Aqui na região enfrentamos o desafio de avançar na cooperação, com a retomada do mercado no Assentamento Ireno Alves dos Santos; o avanço das casas no Assentamento Celso Furtado; o início da construção do laticínio agroecológico no Assentamento 8 de Junho; com a criação de novas cooperativas (Coopercef em Quedas); com a promessa de reversão da emancipação dos assentamentos antigos. E também com o fortalecimento do embrião do nosso futuro Grupo Cooperativo da Reforma Agrária da Região Centro do Paraná. Contudo, 2012 se inicia e temos que acelerar nossas ações tanto nas lutas como na cooperação. Pela primeira vez durante muitos anos nossas cooperativas retomam a ofensiva e iremos industrializar o leite produzido nos assentamentos, agregando valor, e podendo melhorar a remuneração dos agricultores. Somente com muito trabalho, luta e cooperação a região da Cantuquiriguaçu deixará de aparecer no mapa da fome e como local onde as pessoas têm que emigrar para poder ter vida digna. Vamos juntar as mãos e fazer de 2012 o ano da virada em nossas vidas. Viva a luta e organização da classe trabalhadora! Viva a cooperação!
DADOS DA REFORMA AGRÁRIA NO GOVERNO DILMA
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iante do balanço das atividades do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o MST pontua que, em 2011: Foram assentadas somente 1.651 famílias organizadas pelo MST. Ao todo, foram assentadas 5.735 famílias em áreas desapropriadas, com os R$ 530 milhões previstos no orçamemento do Incra para a obtenção de novas áreas. A suplementação do orçamento do Incra, que saiu em dezembro com o valor de R$ 400 milhões, a partir de pressão da Jornada Nacional da Via Campesina no mês de agosto, será suficiente para o assentamento de apenas 4.435 famílias. Mais de 186 mil famílias estão acampadas no Brasil, de acordo com o próprio Incra, das quais 60 mil famílias são organizadas no MST. O informe do órgão federal diz ter incorporado 2,56 milhões de hectares à Reforma Agrária no último ano. No entanto, desse total, apenas 328,2 mil hectares foram obtidos de forma onerosa. Ou seja, a quantidade de terras obtidas para políticas de Reforma Agrária – por meio da desapropriação de proprieda-
des sob aspectos constitucionais, relacionados à função social da terra – está na casa dos 12,8%. As demais áreas que configuram o total de 2,56 milhões de hectares fazem parte de programas de regularização fundiária e o uso de terras públicas para a criação de assentamentos – especialmente na região Amazônica –, que são importantes mas não se constituem como Reforma Agrária. Áreas com valores acima de R$ 100 mil não tiveram autorização para serem desapropriadas, o que impossibilitou o assentamento das famílias nos maiores latifúndios. A assinatura de 60 decretos presidenciais para a desapropriação das novas áreas só foi realizada na última semana de 2011. Ou seja, foram necessários quase 12 meses para que fossemassinados os primeiros decretos de desapropriação do governo Dilma Rousseff. Efetivação de um programa para a superação do analfabetismo nas áreas de Reforma Agrária.
PROJETO DE MEL NO ACAMPAMENTO RECANTO
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esde o início do ano as famílias do acampamento Recanto da Natureza de Laranjeiras do Sul estão sendo beneficiadas com o projeto de produção de mel de abelha que é viabilizado pelo Fundo Nacional de Solidariedade, com recursos da Cáritas Brasileira e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. O projeto tem objetivo principal de gerar lucro e renda para as familias e também avançar a produção das atividades coletivas do acampamento. Para isso vai ser liberado um valor de aproximadamente 10 mil reais para a construção de uma casa de mel na sede da comunidade, e a compra dos equipamentos como caixa de abelha, acessó-
rios, dentre outras coisas que irão viabilizar o projeto. As familias da comunidade Recanto já contam com uma associação própria deles, a Associação Terra Livre que foi fundada em 2006 e já tinha como objetivo de potencializar a produção orgânica e agoecológica de alimentos, visando aumentar a renda das familias associadas. Para a comunidade este projeto é bastante importante, pois ira fortalecer a biodiversidade local, já que a produção de mel é uma prática que esta diretamente ligada a biodiversidade, e assim gerar renda e lucro para as famílias que poderão também fazer formação e capacitação em apicultura.
CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA ESCOLA EM QUEDAS
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o dia 08 de dezembro de 2011, aconteceu em Quedas do Iguaçu, no Assentamento Celso Furtado , Comunidade Renascer, um evento de abertura das obras do Colégio Estadual Rural Chico Mendes que tem dualidade administrativa com a Escola Rural Municipal Roseli Nunes. Neste dia estavam presentes diversas autoridades dentre elas o Prefeito Municipal Edson Hoffmann Prado, o Secretário de Educação Odélio Pires de Lima, a diretora do Colégio Estadual Rural Chico Mendes Lourdes Uliano, o diretor da Escola Rural Municipal Roseli Nunes Ademir Cesar. Os educandos orgulhosos com essa conquista cantaram firmemente o Hino do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e a música “Não vou sair do Campo”, o refrão dessa música foi cantado com muita garra e força de vontade, pois há mais de seis anos muitas lutas foram feitas, protestos, reuniões, marchas para que a construção dessa es-
cola modelo pudesse enfim, ser iniciada. Atualmente a escola está instalada num antigo barracão da Empresa Araupel, a qual apresenta precariedade na estrutura física, elétrica, saneamento básico, principalmente a falta de água, espaço sem ser delimitado, o qual não oferece segurança necessária aos educandos e educadores. Aquilo que um dia foi nosso ideal, deixou de ser um sonho com muita batalha, saiu dos papéis para se tornar realidade e o futuro de muitos sujeitos, porque “Educação do Campo é Direito e não Esmola”.
Contra a mudança do Código Florestal
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o início do ano de 2011, a bancada de deputados fez o lançamento na câmera para mudar o código florestal, que estabelece a lei do limite de extensão de terra, ou seja, as terras improditivas sem função social não serão mais entregues a reforma agrária, assim irá ser atendido apenas os interresses daqueles que monopolizam as terras em nosso país. Com a mudança do código a bancada ruralista representada por políticos ligados aos setores latifundiários pulam de alegria, poís as propriedades terão uma área minima de reserva destinada a matas ciliares.Para Gilberto Cervinski, coordenador nacional do Moviemento dos Atingidos por Barragens, com esse novo modelo do código florestal irá aumentar o desmatamento das florestas no Brasil. Para a Via Campesina essa mudança vai garantir ao capital a destruição do meio ambiente, e também aumentar a concentração de terras nas mãos de empresas do agronegócio. Assim as grandes pautas dos ruralistas como, redução da área de preservação permanente e a anistia de multas por dematamentos
serão todas aceitas. Com a pressão dos movimentos sociais, agricultores e entidades ambientalistas, a votação do projeto de lei de reforma do código florestal, ficou para os dia 6 e 7 de março na Câmara de Deputados. O efeito que surtiu com essa pressão conta agora com um capitulo especifico para a agricultura familiar. Um exemplo que não fica muito longe sobre desmatamento e flingimento da lei, acontece em Laranjeiras do Sul, próximo ao centro cultural da cidade, onde aproximadamente dois alqueires de árvores nativas estão sendo cortadas para a construção de um novo condominio. Enquanto o capital tenta flingir a lei com a mudança do código florestal, o assentamento 8 de junho da um exemplode cuidados com a natureza, com 23% de reserva legal, áreas de mananciais preservadas e fontes de água cuidadas.
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Renegociação das dívidas de famílias inadimplentes
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luta pelo acesso aos créditos destinados para a agricultura familiar, é uma conquista dos movimentos sociais na reivindicação de melhores condições econômicas para o campo. Desde novembro do ano passado, uma nova linha de crédito para agricultores inadimplentes em operação de custeio e investimento foi aprovada. A renegociação das dívidas referentes aos financiamentos foi aprovado pelo Conselho Monetário Nacional, assim todos os agricultores podem participar, tanto os devedores quanto os que estão em dia com outros financiamentos. O objetivo é dar possibilidade para todos os agricultores que tiveram problemas de pagamento no passado, para assim retomar o crédito, recompor as dividas e ficar adimplente para voltar a ter créditos. É uma decisão inédita na his-
tória dos 15 anos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), que tem um limite de crédito para cada produtor de 30 mil reais, tendo o prazo para a efetivação do pagamento em até 10 anos, taxa de juros é de 2% ao ano e a taxa de adesão é de 3% do valor do empréstimo, que vai aprovar tanto os agricultores inadimplentes como os adimplentes. A normatização da linha de crédito especial estava em negociação entre os movimentos sociais que representam a agricultura familiar e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Segundo o ministério, cerca de 250 mil pequenos agricultores devem aos bancos, e agora com a nova linha de crédito várias dividas poderão ser pagas, para assim os pequenos agricultores garantirem o plantio de alimentos que é responsável por 70% da
alimentação dos brasileiros. Os agricultores que realizaram operações de custeio do Pronaf até 30 de junho de 2010 poderão fazer a renegociação das dívidas. Para acessar esse crédtito é nessário apresentar a Declaração de Aptidão do Pronaf (DAP) para um agente financeiro até fevereiro de 2013. Já os agricultores adimplentes, que não estão com os pagamentos atrasados, têm até o dia 29 de fevereiro deste ano para aderir à nova linha de crédito. Os agricultores poderão encaminhar toda a documentação para a renegociação através da agência da CREHNOR em Laranjeiras do Sul e em Quedas do Iguaçu, e a mesma faz o encaminhamento para o Banco do Brasil. É aconselhável que todos os agricultores peçam um comprovante da entrega da solicitação.
COPERJUNHO: UMA BOA EXPERIÊNCIA Formatura do Curso de Tecnologia em Gestão de Cooperativas DE COOPERAÇÃO
Uma organização coletiva que busca sua independência financeira
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pensando na organização da cooperação do assentamento, que as familias do assentamento 8 de junho se organizaram e criaram a Cooperativa do 8 de junho, uma cooperativa que visa uma alimentação saúdavel, pruduzindo pães, cucas, bolos, entre outras massas em geral. A idéia da agroindustria vinha desde o acampamento, mas foi só em 2005 quando já no assentamento as familias receberam uma cozinha comunitária que se tornou uma padaria. De inicio a padaria era organizada por quatro mulheres, que fabricavam pães para atender a demanda da secretaria de educação. A principal dificuldade na época era o transporte, pois dificultava na hora de levar os alimentos para as feiras, dentre outros lugares que tambem eram vendidos. O mais forte na cooperativa é a fabricação de produtos para a panificação como pães, cucas, bolachas, que são entregues para o PNAE, PAA e também vendidos na feira que acontece duas vezes por semana em Laranjeiras do Sul. Outros alimentos que são bastante procurados, são as hortaliças, onde todas tem o certificado orgânico. COPERJUNHO é uma experiência que deu certo, apesar de todas as dificuldades enfrentadas, e que agora tem uma organização coletiva, para assim ter uma produção econômica que gera renda na busca pela independência financeira, e que hoje conta com 43 sócios na cooperativa.
Organização das mulheres Desde o inicio a participação e a organização das mulheres foi bastante grande para a cooperativa, que sempre manteve através da cooperação uma forma de organizar e qualificar ainda mais as pessoas. Hoje são aproximadamente 20 mulheres, entre jovens e adultas que contribuem na fabricação de alimentos da cooperativa. Para não ficar pesado nem para uma nem para a outra, as mesmas fazem rodízio na hora de preparar a alimentação. Para Denize Amorin, coordenadora do grupo de mulheres diz que com a cooperativa não vai gerar emprego apenas para as mulheres, e sim para os jovens, para os homens do assentamento. Hoje a cooperativa luta por mais um sonho, que é de montar um restaurante com alimentação toda orgânica vinda do assentamento. Para isso a cooperativa esta se organizando cada vez mais para toda a produção de alimentos ser quase toda do assentamento.
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m novembro de 2011 á turma de Tecnologos em Gestão de Cooperativas (TGC) em parceria com a Fundação Mundukide e o Instituto Lanki da Universidade de Mondragon, se formaram em uma noite festiva de celebração da luta pelo conhecimento que começou em 2008. A turma composta por 20 educandos de movimentos sociais leva o nome do lutador brasileiro Carlos Mariguella, e buscam com a cooperação do trabalho transformar essa sociedade, pela qual as relações sociais se dão pela injustiça e exploração do ser humano. O curso contou com a certificação do Instituto Federal do Paraná (IFPR), e teve como padrinhos, Ciliana Federini, que é do MST, e Jose Antonio Mendikute da Universidade de Mondragon. Essa formação não desen-
volve apenas as potencialidades dos educandos e sim humaniza a mediação entre sujeito e mundo, um ser concreto que tem a luta social como instrumento de intervenção e libertação dos povos oprimidos que se faz necessario. Assim, A Via Campesina e o Jornal Terra Vermelha, parabenizam os formandos por mais esta conquista em suas vidas.
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO NA ÁREA DE LEITE
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este ano de 2012, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), em parceria com o Centro de Formação em Agroecologia (CEAGRO), oferecem a especialização voltando o direcionamento do curso para a perspectiva da produção leiteira. UFFS em seu propósito de produzir, divulgar e sistematizar conhe cimentos no campo agroecológico e preocupada com a realidade social dos pequenos produtores de leite da região centro-sul do país, estabelece a proposta de um curso de formação na modalidade de Especialização na modalidade de Residência Agrária para formar especialistas em produção de leite agroecológico, voltado para as áreas de reforma agrária. O curso será em periodo de alternância, tendo o tempo escola em
sala de aula o tempo de 362 horas, e o tempo comunidade, onde os educando se organizam entre atividades teórica e praticas, serão 400 horas. Serão estudados nove modulos de disciplinas durante o curso, como agroecologia e produção leiteira, alimentação e nutrição de gado leiteiro, pastoreio racional voisin, sanidade animal, bem estar animal e manejo de gado leitero, reprodução e melhoramento de gado leiteiro, e ao final o trabalho de conclusão de curso. Os interessados na especialização podem procurar a Professora Josimeire Leandrini na UFFS, ou pelo telefone 42- 3635 8650.
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LUTADOR DO POVO EGÍDIO BRUNETTO UM EXEMPLO DE MILITANTE S
er capaz de se indignar contra qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, é a qualidade mais bela de um militante. É assim que podemos descrever Egidio Brunetto, um homem corajoso que empunhou a bandeira do internacionalismo e da solidariedade ás lutas dos povos e da classe trabalhadora. Egidio era filho de camponês, nasceu em 08 de novembro de 1956. Começou sua militância na região de Xanxerê no estado de Santa Catarina, ajudando na organização do movimento na região. Sempre preocupado com a luta e sentindo a indignação crescer ainda mais se mudou para o Mato Grosso para contribuir com o movimento na década de 80. Egidio Brunetto foi o responsável pela relação do Movimento com organizações camponesas na América Latina e no mundo, e o fundador da Via Campesina Internacional. O MST e a Via Campesina
TV EERRM ERL HAA Grupo Cooperativo da Reforma Agrária MST Cantuquiriguaçú Editado com a colaboração da parceria do MST com a Fundação Mundukide - MONDRAGON EQUIPE TÉCNICA: Coordenação: Andrés Bedia Editora: Geani Souza Repórter: Jaqueline Boeno Desenho gráfico: Xabier Duo Fotografia: Xabier Duo e Jaqueline Boeno CONSELHO EDITORIAL: Elemar Cesimbra Laureci Leal Pedro Ivan Christoffoli Ciliana Federici Toni Escobar CONTATO PARA INFORMAR OU ANUNCIAR: Resp. Comunicação: Geani Souza Escritorio CEAGRO-DEPES Rua 7 de Setembro, 2885 CEP: 85301-070 Laranjeiras do Sul - PR Tel: (42) 3635-4329 Email: comunicamst.centro@gmail.com TIRAGEM: 6.000 exemplares CIRCULAÇÃO: Acampamentos e Assentamentos da Reforma Agrária da região de Cantuquiriguaçu Este trabalho foi licenciado com Licença Creative Commons 3.0. Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos
perdem um grande companheiro que no final da tarde do dia 28 de novembro de 2011 sofreu um trágico acidente no munícipio Ponta Porã no Mato Grosso e acabou falecendo. Egidio concerteza vai ser lembrado sempre como um homem guerreiro que nos motiva a lutar ainda mais contra as injustiças, e nos deixa um grande exemplo de vida a seguir.
LEMBRO DELE ...
“ Egidio sempre foi uma pessoa responsável pelos camponeses e trabalhadores, tendo um papel fundamental para a Via Campesina internacional” (Pedro Ivan Christoffoli, Professor da UFFS, e companheiro de Egídio na luta)
“O Egídio foi uma pessoa muito alegre, brincalhão e ao mesmo tempo tinha um grande compromisso com a luta, com o MST e a Via Campesina.”
(Elaine Marchioro, militante do MST)
RECEITA AGROECOLÓGICA
INTRODUÇÃO DE LEGUMINOSAS NAS PASTAGENS
Diversos métodos de introdução podem ser usadas, os quais se descreve a seguir. 1-Plantio na bosta - é uma técnica simples de plantio que deve ser feita em torno de 7 a 10 dias depois que o gado defecar no pasto e já é possível levantar a bosta que fica em forma de um disco ou bolacha. Consiste em pegar a muda de leguminosa e colocála em baixo da bosta com a ponteira de fora. Essa técnica é muito importante porque não é necessário cavar o solo e o gado demora uns 70 dias, em média, para pastar nesse local, pois é sabido que o gado não come aonde defeca. O esterco é um ótimo fertilizante natural e mantém maior umidade que permite, mesmo sob estiagem prolongada, que a leguminosa “pegue”. Todas as leguminosas que se disseminam por mudas podem ser plantadas com essa técnica, como o Amendoim Forrageiro, Macú, Pega-pega, entre outras. O Macú pode ser plantado anteriormente numa bandeja de 200 células (opcional) e depois que enraizar, transplantado na bosta. Essas leguminosas acima citadas devem ser plantadas no período de verão 2-Plantio pela bosta – a semente das leguminosas é fornecida no cocho junto com a silagem ou outra forragem triturada, quirera de milho ou misturada ao sal (mineral ou comum) que o animal consome. Essa técnica só é possível de ser feita para leguminosas com sementes bem miúdas como Trevo Branco, Trevo Vermelho, Trevo Vesiculoso, Cornichão que devem ser plantados nos meses mais frios, como maio, junho e julho e
8 DE MARÇO: DIA DE LUTA
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o dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de Nova Iorque indignadas com suas condições, como 16 horas de trabalho diário, recebiam um terço do salário dos homens sendo que executavam o mesmo tipo de trabalho, se organizam e fazem uma greve para reinvidicar as condições que tinham. As manifestações foram reprimidas com muita violência. As operárias foram trancadas na fábrica que foi incendiada. 130 tecelãs morreram carbonizadas, poís lutavam por justiça. A partir dai uma serie de greves e repressões a trabalhadoras do mundo inteiro foram feitas. Uma historia que se perdeu nos grandes registros históricos e que faz parte do passado politico das mulheres feministas. Esta data ficou marcada não só por comemorações, mas também como um dia de debate e reflexão sobre a mulher na sociedade atual. Essa luta é para diminuir o preconceito, a violência sobre a mulher, poís muito já foi conquistado mas muito ainda há para ser modificado
Soja Perene e Calapogônio que devem ser plantados nos meses quentes, de setembro a março. Todas essas leguminosas podem ser plantadas em média com 4 Kg de semente por hectare. Por exemplo, recomenda-se que se misture 2 Kg de soja perene com 2 Kg Calapogônio (período de verão) que podem ser fornecidos para que se plante 1 hectare. Mistura-se a semente numa vasilha e fornecemos no cocho ou sal dando duas colheres de sopa por dia para cada 20 animais. Isso fará que nasça 3 a 4 plantas por bolo de bosta. O mesmo se faz com os trevos. Misturamos as sementes de trevos disponíveis usando sempre 4 Kg por hectare e fornecer no cocho ou sal dando duas colheres por dia para cada 20 animais (período de inverno). 3-Sobressemeadura - a técnica consiste em deixar as vacas pastando durante o dia em piquetes relativamente normais, com isso elas promovem um rebaixamento do pasto. Antes de levá-las para ordenha da tarde, fazemos a sobressemeadura sobre o pasto e trazemos as vacas depois da ordenha, para posarem na área. Elas vão continuar pastando durante a noite, pisoteando a área, bosteando e urinando e isso faz com que as sementes entrem em contato com o solo e nasçam abundantemente. Mas temos que
tomar cuidado para fazer a sobressemeadura somente quando o solo tiver umidade suficiente para promover a germi-
nação. Essa técnica é usada principalmente para Aveia, Azevém, Trevos, Ervilhaca, Cornichão, Milheto, Soja Perene e Calapogônio.
ENG. AGR. PAULO HENRIQUE MAYER
RECOMENDAÇÃOLITERÁRIA
“ALTERNATIVAS ECOLÓGICAS PARA PREVENÇÃO E CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS
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nesta história. O dia internacional da mulher se transformou em um símbolo de participaçao das mulheres, para transformarem a sua condição e a sociedade como um todo. O 8 de março é uma data de celebração e afirmação da luta por igualddae, autonomia e liberdade. PROGRAMAÇÃO Nesse ano de 2012, as mulheres da região cantuquiriguaçu se reunirão no dia 04 de março no assentamento 8 de junho para debaterem a produção e organização da mulher na sociedade.
ste livro de Paulo Mayer e Ines Burg já esta em sua 30° edição, e conta com mais de 70 receitas de práticas alternativas para o controle de pragas e doenças, como caldas e biofertilizantes. Além de receitas traz dicas de elaboração de compostagem. Para quem esta iniciando um processo de transição ecológica este livro é uma opção ideal. Quem tiver interesse, o livro esta disponível no DEPES (Departamento do CEAGRO), próximo a rodoviária, em Laranjeiras do Sul ou pelo telefone (42) 3635 5853, e o valor é de R$25,00.