- Ano 2 - Número 10 - JUNHO 2013 Formatura da Turma Chico Mendes no Ceagro
Famílias pedem assentamento já na área da Solidor >PAG.2
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TERRA VERMELHA
BOLETIM DO MST REGIÃO CANTUQUIRIGUAÇU
Parceria entre MST e MONDRAGON, através da Fundação MUNDUKIDE e o Instituto LANKI
Escola de Formação
Carta aberta dos
para os Jovens
Movimentos
militantes do MST
Sociais a região
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2 - TERRA VERMELHA
Editorial
Lona Preta
Informações dos acampamentos da região
Famílias pedem assentamento já, para a área da Solidor
As 50 famílias acampadas na Fazenda Solidor, localizada no município de Espigão Alto do Iguaçu, exigem que a área seja destinada para fins de Reforma Agrária. Os acampados que já produzem alimentos de qualidade para o auto sustento, estão a mais de 10 anos no acampamento. À área onde estão acampados os trabalhadores é bastante emblemática, pois na década de 90 o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) já transformou o território em assentamento. Esta área já pertencia a União segundo o Supremo Tribunal Federal. As 36 famílias do an-
Escola da Juventude
Formatura turma Chico Mendes Jovens se formam na sexta turma de agroecologia do Ceagro
No dia 17 de maio, o Centro de Desenvolvimento Sustentável e Capacitação em Agroecologia (Ceagro), em parceria com o Instituto Federal do Paraná (IFPR), formou a 6º Turma do Curso Técnico em Agroecologia, nomeada como “Turma Herdeiros
tigo assentamento já tinham suas casas e haviam recebido grande parte dos recursos, no entanto o posseiro Joceminio João Bonotto, que se dizia dono da área, entrou com um pedido de reintegração de posse que foi aceito pela Justiça Estadual. Em 2003, o MST resolve ocupar a área novamente, como forma de protesto contra o latifúndio da região. Sofreram represália do fazendeiro, Bonotto, como: pressão psicológica, apreensão da produção das famílias acampadas, e também uma multa do governador da época, Roberto Requião. As famílias estão a espera da área, que em 2012, foi transferida da União ao Incra para ser destinada a Reforma Agrária. Foto: Geani Paula
dividual e coletivo, a criação de redes, a soberania alimentar na alimentação). -Por seu potencial multiplicador. Esta é a intenção de transmitir a idéia de eficiência do trabalho realizado, ou seja, a relação entre o esforço aplicado e o seu resultado em experiências. É evidente que uma organização estruturada e com milhares de pessoas ativas oferece uma probabilidade de replica muito maior que outro tipo de agente menos organizado e quantitativamente menos significativo. -Por seu potencial de referencia no Brasil e na América. Além dos objetivos proprios deste processo, localizado numa organização e em um local específicos, o MST tem um prestígio nacional e internacional, com a capacidade de irradiar- sempre e quando esta experiencia socioeconomica obtenha um resultado positivo, a outros movimentos comprometidos, sobre tudo, na América Latina. -Por que se trata de uma proposta de processo baseada na autogestão, precisa de uma maturidade coletiva e auto-confiança em um grau significativo. E a proposta tem muito de “processos com base na soberania do povo, não só nas pessoas” e esse conceito precisa, necessariamente, de pessoas e coletivos organizados e conscientes.
Foto: Sebastião Salgado
Do ponto de vista de MUNDUKIDE e Lanki no Brasil, a cooperação para o desenvolvimento é um conceito que faz sentido dentro de uma idéia mais ampla de cooperação em todos os níveis. Se trata de uma leitura e de uma interpretação ideologica que não permite fazer diferenças entre a cooperação aqui e ali. O processo é o importante porque é o que transmite-nos a experiência e o saber- fazer para o futuro: soberania e empoderamento para os protagonistas. Os processos são interessantes por si mesmos por que armazenam elementos e experiencias (aprendizagens) validas nas comunidades que os levaram, tanto para processos presentes como para futuros. Então, por que é que a Mundukide, Lanki e Mondragon estão aqui no Brasil contribuindo com o Movimento Sem Terra? -Porque compartilhamos uma leitura básica do mundo e um senso de compromisso social tanto em valores mais históricos (justiça social, igualdade, o valor da educação na luta social, democracia, cooperação) como outros mais “novos” (o genero, novos modelos de participação, a renovação do paradigma da democracia, o meio ambiente, a terra, a mística, a pessoa como sujeito individual e coletiva, a auto-organização como estratégia para o desenvolvimento in-
Formação aos jovens
de Chico Mendes”. Foram 15 camponeses e camponesas que comemoram mais uma vitória da classe trabalhadora do campo. Com essa formação buscasse implementar o modelo da agricultura saudável e sustentável. Os formandos são de várias regiões do Paraná e fazem parte do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).
militantes sem-terra da região
Foto: Geani Paula
Durante os dias 24 á 27 de maio, aconteceu a III etapa da Escola da Juventude Regional no Paraná, turma Olga Benário. O curso que conta com a participação de jovens de várias escolas do campo, de assentamentos e acampamentos da região, ocorreu em três etapas: a primeira aconteceu em setembro de 2012, a segunda em novembro e a terceira, que é a última, nesse final de semana. O espaço de formação contribui no processo de organização dos assentamentos e acampamentos, e buscasse fortalecer e ampliar a organização de coletivos de juventude nas re-
giões, mobilizando e instigando a criatividade e rebeldia na construção de um mundo melhor. O curso não foi apenas um espaço de teorias, e sim de práticas que ajudaram na formação dos jovens. E para finalizar a etapa, colocando em exercício o que aprenderam, eles construíram um roteiro de formação para as famílias dos assentamentos Marcos Freire e Ireno Alves, sobre o debate em preparação ao VI Congresso Nacional do MST, e para isso foram a campo conversar com as famílias. A próxima turma da Escola da Juventude, está prevista para acontecer em setembro desde ano, no Ceagro da Vila Velha. Os interessados podem procurar as escolas do assentamento para se informarem melhor.
BOLETIM DO MST REGIÃO CANTUQUIRIGUAÇU - 3
Parceria de MST e Mundukide é um sucesso na região Em entrevista com coordenador do Programa Mundukide, explica o funcionamento do projeto em nossa região Como funciona o grupo Cooperativo Mondragon? Hoje podemos dizer que Mondragon é um grupo de cooperativas. Um dos principais impulsores da experiência que era o Padre Jose Maria Arizmendiarrieta ele falava que Mondragon não era um movimento cooperativo que tinha uma escola, era um movimento educativo que tinha umas cooperativas. Então isso em realidade foi assim, e não sei se podemos falar que continua sendo mas foi assim desde o inicio quando ele chegou em Mondragon, ai na pós guerra em anos muito complicados, muito duro para a população la depois de uma guerra de três anos, com uma pós guerra que demorou 20 anos para recuperar minimamente a economia do pais e 40 anos sofrendo uma ditadura. Então, la ele começou com um processo educativo, pegou um grupo de jovens na pastoral e começou. Durante 10 anos não fez outra coisa se não educar, e a construir pessoas boas não só tecnicamente como também eticamente, construir a parte técnica e ideológica das pessoas, e essas foram as pessoas que criaram as primeiras cooperativas. Hoje Mondragon é um grupo de cooperativas que mantem um foco importante na questão da educação, de fato o que o Padre Jose Maria Arizmendiarrieta começou como uma escola profissional hoje é uma Universidade que tem mais de 4 mil alunos e que tem vários campi. É uma Universidade cooperativa da qual são sócios as próprias cooperativas que financiam a Universidade, os professores e as professoras que trabalham na Universidade e representantes dos alunos. Bom o grupo Mondragon, hoje é um movimento socioeconômico bastante forte no Pais Basco, é o primeiro grupo industrial do Pais Basco e o sétimo da Espanha, e é também o maior grupo de cooperativas industriais do mundo, por que no mundo tem grupos de cooperativas bem mais grandes, mas normalmente são grupos de cooperativas de consumo, de cooperativas agrícolas, mas não industriais. A ideia é que esse grupo tem uma serie de regras de funcionamento e de pertença, que faz com que fortaleça a cada uma das cooperativas. Quando começou o projeto em parceria com o MST e quando? Os primeiros contatos se iniciaram
no ano 2000, teve visitas do pessoal de Mondragon, do Instituto Lanki e de Mundukide naquela época aqui, para conhecer o Brasil a realidade do Movimento Sem Terra, mas entendo que eles já conheciam coisas do movimento, pois já era referência naquela época. E também teve nos primeiros anos do ano 2000 visitas do pessoal da Direção do Movimento a Mondragon. Ai começarm a ter as entrevistas e as primeiras conversas, até que em 2007 se decidiu iniciar uma parceria já mais concreta de intercambio de experiencias entre a Fundação Mundukide o Instituto Lanki e o Movimento. Aqui no Brasil, tem mais algum lugar que há o projeto? Bom, a ideia incial quando foram feitas as conversas, isso no ano 20062007 com a direção nacional do MST, era iniciar em vários pontos ao mesmo tempo, várias regiões. Mas a conclusão da conversa foi que primeiro não tinhamos perna para iniciar um projeto em grande escala, e o segundo que achamos que era melhor ter primeiro referências que estivessem dando certo. Então, em 2007 decidiu se iniciar aqui no Paraná, em um território da cidadania, como é aqui a região da Cantuquiriguaçu. E em 2011 se fez a identificação de outro projeto que iniciou o ano passado em 2012, que é em Sergipe no municipio de Canindé de São Francisco. Como funciona os programas e projetos que acontecem nas regiões? Bom, como tudo dependemos do financiamento da atividade do programa, então quando iniciou em 2007, foi em base o que se chamou os projetos de cooperação, tanto nessa primeira fase durou de 2007 á 2009 como na fase atual que estamos que é 2010 á 2014, a maior parte dos fundos do programa vieram da própria fundação Mundukide que se financia das cooperativas e de fundos públicos do governo Basco. Os primeiros anos foram financiados com um projeto do Governo Basco, e este segundo período esta sendo finan-
ciado por um programa do Governo Basco e um projeto do Governo Gipuzkoa (GFA) que é como uma entidade mais grande que um projeto. Um projeto pode ser 300 á 400 mil reais e nesse caso o programa tem 3 milhões de reais. Bom, como foi ampliado o orçamento foi ampliado também o leque de atividades e do foco da parceria que inicialmente estava mais focada na formação técnica e em gestão de cooperativas do pessoal e no apoio as atividades que o movimento já tinha na região, isso foi um pouco a primeira fase. Essas duas atividades ou focos de atuação se mantem dentro do atual programa, mas foram ampliados outras series de questões de caráter mais organizativo como é a própria comunicação, o trabalho com gênero, com os setores do movimento, foi ampliada a questão da agroecologia, como foco também de trabalho especifico, onde tem uma questão que tem a ver com a gestão, mas também tem outras áreas que são mais organizativas de organização popular como o fortalecimento da Rede Ecovida na região, que foi iniciada e fortalecida durante os períodos de parceria. Depois outro foco que achamos importante reforçar é a questão do cooperativismo, e então nessa área estamos desenvolvendo o trabalho com a Universidade Federal da Fronteira Sul, onde foi criado o núcleo de estudos em cooperação (NECOOP) em parceria com a Universidade de Mondragon e Instituto Lanki. A ideia é ter aqui na UFFS, a primeira Universidade sediada em um área de Reforma Agrária, um núcleo especializado em cooperativismo que com o tempo possa ser referência no Brasil. Mas o objetivo é que o núcleo possa aproveitar a experiência do Instituto Lanki, que é o instituto de estudos cooperativos lá da Universidade de Mondragon, A meta é que desenvolva seu próprio conhecimento e trabalho, não só acadêmico e teórico mas também pratico e essa pratica é a que queremos que esse núcleo apoie nas empresas e nas novas empresas sociais da região. E quais os tipos de projetos que são realizados aqui no Brasil e também em Cuba e Moçambique? Bom, tem duas linhas principais, uma é mais a linha Latino Americana e a outra poderia se falar que é a linha Africana. No caso de Moçambique são projetos de colaboração mais de base, por que não tem lá uma organização forte de referência que seja o parceiro local, então são mais projetos de desenvolvimento local muito de base, muito para desenvolver áreas pobres sem nenhum tipo de infraestrutura e nem recursos ao redor da agroecologia ou da agricultura. E outro tipo de projeto, bem mais dife-
rente é o que temos aqui no Brasil e em Cuba, onde temos uma organização que já tem um trabalho feito, que já tem uma estrutura, que já tem uma historia por trás de conquistas e de lutas e de transformação social, e ai trabalhamos em outro patamar de projeto, já com mais complexidade, não necessariamente há mais recursos e sim a outro tipo de perfil de pessoas. Então o que fazemos la é apoiar as questões organizativas, seja de uma comunidade ou grupo de famílias, ou seja mais de uma organização estrutural. E sobretudo tentar transmitir o que achamos que tem de bom na experiência de Mondragon, que é um conhecimento e uma experiência na área do cooperativismo. Sabemos que no mundo existem muitas cooperativas que muitas não têm dado certo, outras sim, outras a diferentes escalas e o caso de Mondragon é uma experiência que tem mais de 50 anos de vida e que tem dado certo, que tem agrupado mais de 150 cooperativas, e nesses anos de experiência temos acumuladas algumas coisas que poderíamos aportar. E o programa vai ate quando? O programa atual tem data a princípios de 2014, mas estamos trabalhando já para poder continuar financiando a parceria, conjuntamente com o Movimento. Porque a situação lá na Europa esta mudando a pior, as coisas estão complicando muito com toda essa historia da crise, então os fundo públicos estão caindo, de fato só o Pais Basco matém fundos para a cooperação nos dias de hoje, e nós já estamos trabalhando em continuar com o financiamento. Já temos obtido fundos em um projeto que esta perto dos 400 mil reais este ano, de um dos governos do Pais Basco de Gipuzkoa( Gipuzkoako Foru Aldundia), e temos apresentado outro projeto e vamos apresentar mais um agora em agosto. A ideia é também trabalhar para obter fundos aqui no Brasil de algum dos programas que tem de ajudas publicas tipo os da SENAES, ou outras fontes para continuar financiando a parceria. O acordo que Mundukide tem em nome de Mondragon com o movimento é um acordo de longo prazo. A ideia é que o projeto se desenvolva durante mínimo 10 anos, porque achamos que esse tipo de processo não se constrói em dois ou três anos.
4 - TERRA VERMELHA Carta aberta Dos movimentos sociais para a população da Cantuquiriguaçu O Brasil presenciou nesta semana mobilizações que ocorreram em 15 capitais e centenas cidades. Afirmamos a importância para a democracia brasileira dessas mobilizações, cientes que as mudanças necessárias ao país passarão pela mobilização popular. Mais que um fenômeno conjuntural as recentes mobilizações demonstram a gradativa retomada da capacidade de luta popular. É essa resistência popular que possibilitou os resultados eleitorais de 2002, 2006 e 2010. Nosso povo insatisfeito com as medidas neoliberais votou a favor de um outro projeto. Para sua implementação esse outro projeto enfrentou grande resistência principalmente do capital rentista e setores neoliberais que seguem com muita força na sociedade. Mas enfrentou também os limites impostos pelos aliados de última hora, uma burguesia interna que
TV EER RM ERL HAA Grupo Cooperativo da Reforma Agrária MST Cantuquiriguaçu
EQUIPE TÉCNICA: Coordenação: Andrés Bedia Editora: Geani Souza Desenho gráfico: Xabier Duo CONSELHO EDITORIAL: Elemar Cesimbra Laureci Leal Pedro Ivan Christoffoli Ciliana Federici Toni Escobar CONTATO PARA INFORMAR OU ANUNCIAR: Resp. Comunicação: Geani Souza Escritório CEAGRO-DEPES Rua 7 de Setembro, 2885 CEP: 85301-070 Laranjeiras do Sul - PR Tel: (42) 3635-4329 Email: comunicamst.centro@gmail.com TIRAGEM: 3.000 exemplares CIRCULAÇÃO: Acampamentos e Assentamentos da Reforma Agrária da região de Cantuquiriguaçu Este trabalho foi licenciado com Licença Creative Commons 3.0. Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos
sociedade. Diante do exposto nos dirigimos para manifestar nosso pleito: Em defesa de políticas que garantam a redução das passagens do transporte público com redução dos lucros das grandes empresas. Somos contra a política de desoneração de impostos dessas empresas. O momento é propício para que o governo faça avançar as pautas democráticas e populares, e estimule a participação e a politização da sociedade. Nos comprometemos em promover todo tipo de debates em torno desses temas e nos colocamos à disposição para debater também com o poder público. De nossa parte estamos abertos ao diálogo, e afirmamos que a luta popular é a única forma de encontrar saídas para enfrentar a grave crise que atinge nossas grandes cidades e também o campo, em defesa de Reformas Estruturais para a sociedade: política, educação, urbana, saúde, segurança, transporte, agrária. Ressaltamos que a não efetivação de um reforma agrária popular agrava a situação de milhões de brasileiros que foram expulsos do campo e hoje vivem em situações precárias, em favelas, a mercê da violência urbana que só aumenta. O protagonismo da juventude,
sempre presente em todas as grandes retomadas de lutas de massa, é essencial. Mas não esqueçamos que os jovens têm um pertencimento de classe, em nosso caso, da classe trabalhadora. Assinam: FETRAF- Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar Movimentos da Via Campesina Brasil MPA- Movimento dos Pequenos Agricultores MST- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra DCE – Diretório Central dos Acadêmicos da Universidade Federal da Fronteira Sul – Laranjeiras do Sul; APP Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná FETAEP – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná CRESOL – Cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidária CREHNOR – Sistema de Cooperativas de Crédito Rural COOPERJUNHO – Cooperativas dos Produtores do Assentamento 8 de Junho Sindicato dos Trabalhadores Rurais Comunidade Indigena
Foto: Geani Paula
Editado com a colaboração da parceria do MST com a Fundação Mundukide - MONDRAGON
na disputa das políticas de governo impede a realização das reformas estruturais como é o caso da reforma urbana e do transporte público. A crise internacional tem bloqueado o crescimento e com ele a continuidade do projeto que permitiu essa grande frente que até o momento sustentou o governo. As recentes mobilizações são protagonizadas por um amplo leque da juventude que participa pela primeira vez de mobilizações. Esse processo educa aos participantes permitindo-lhes perceber a necessidade de enfrentar aos que impedem que o Brasil avance no processo de democratização da riqueza, do acesso a saúde, a educação, a terra, a cultura, a participação política, aos meios de comunicação. Setores conservadores, de direita e reacionários da sociedade buscam disputar o sentido dessas manifestações. Os meios de comunicação buscam caracterizar o movimento como anti Dilma, contra a corrupção dos políticos, contra a gastança pública e outras pautas que imponham o retorno do neoliberalismo. Acreditamos que as pautas são muitas, como também são as opiniões e visões de mundo presentes na sociedade. O enorme poder concentrado da mídia passa a atuar como verdadeiro partido político da classe dominante, interferindo nas mobilizações, premiando e fortalecendo a imagem de “líderes” que se moldam aos seus interesses e condenando aqueles que denunciam os reais inimigos dos interesses do povo, portanto, CUIDADO, a mídia burguesa, os meios de comunicação de massa, em sua maioria, tem um lado, e não é o lado dos trabalhadores! Trata-se, no entanto, de um grito de indignação de um povo historicamente excluído da vida política nacional e acostumado a enxergar a política como algo danoso à