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ISSN 1982-5897

O BIÓLOGO Revista do Conselho Regional de Biologia 1ª Região (SP, MT, MS) Ano III - Nº 12 Out/Nov/Dez 2009

CRBio-01


ÍNDICE

ÍNDICE

O BIÓLOGO Revista do Conselho Regional de Biologia 1ª Região (SP, MT, MS) Ano III - Nº 12 Out/Nov/Dez 2009 ISSN 1982-5897

CRBio-01

Conselho Regional de Biologia 1ª Região-São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (CRBio-01) Rua Manoel da Nóbrega, 595 - Conjuntos 121 e 122 CEP 04001-083 - São Paulo - SP Tel: (0xx11) 3884-1489 - Fax: (0xx11) 3887-0163 E-mail: conselho@crbio1.org.br Home page: www.crbio01.org.br

Delegacia Regional de Mato Grosso - CRBio-01 Av. Fernando Correa da Costa, s/nº - Instituto de Biociências Campus da UFMT - Coxipó, Cuiabá, MT - CEP 78060-900 Tel.: (65) 615 8804

Editorial.......................................................................... 03 O 19º ConBio, as comemorações dos 30 anos da regulamentaçãodaprofissãodeBiólogo,oSeminário promovidopeloCRBio-01eCETESB,sãoalgunsdos temas comentados Ecos da Plenária ........................................................... 04 O que aconteceu nas 134ª e 135ª Sessões Plenárias do CRBio-01 Acontece........................................................................ 05 Notícias em destaque relacionadas ao CRBio-01 e aos Biólogos

Diretoria: Wlademir João Tadei Presidente

Luiz Eloy Pereira Vice-Presidente

Eliézer José Marques Secretário

Edison Kubo Tesoureiro

Conselheiros Mandato (2007-2011) Efetivos: Wlademir João Tadei; Edison Kubo; Eliézer José Marques; Murilo Damato; Mário Borges da Rocha; Maria Teresa de Paiva Azevedo; Luiz Eloy Pereira; Maria Saleti Ferraz Dias Ferreira; Rosana Filomena Vazoller; Giuseppe Puorto. Suplentes: Adauto Ivo Milanez; Sandra Farto Botelho Trufem; Ângela Maria Zanon; Eliana Maria Beluzzo Dessen; Marlene Boccatto; Sarah Arana; Edison de Souza; Normandes Matos da Silva; Regina Célia Mingroni Netto; Osmar Malaspina.

Revista do Conselho Regional de Biologia (CRBio-01) Responsável: Comissão de Comunicação e Imprensa do CRBio-01 Editora: Maria Eugenia Ferro Rivera (MTb 25.439) Periodicidade: trimestral Tiragem: 18.000 exemplares Editoração Eletrônica: Mauro Teles

Ano III - Nº 12 - Out/Nov/Dez 2009

Fotolito, impressão e acabamento: Rettec Artes Gráficas Fone: (11) 2063-7000 www.rettec.com.br rettec@rettec.com.br

1ª Mostra de Fotografias do CRBio-01 Créditos na página 17

Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores e podem não refletir a opinião desta entidade. O CRBio-01 não responde pela qualidade dos cursos divulgados. A publicação destes visa apenas dar conhecimento aos profissionais das opções disponíveis no mercado.

Jan-Fev-Mar/2008 – CRBio-01 – O BIÓLOGO 22 Out-Nov-Dev/2009

Seminário ...................................................................... 06 O Seminário CRBio-01/CETESB discute o papel do Biólogo na área ambiental Dia do Biólogo ............................................................... 08 Campanha publicitária comemora os 30 anos da regulamentação da profissão Pós-Graduação ............................................................. 09 O Instituto Agronômico é o primeiro da série sobre Programas de Pós-Graduação dos Institutos de Pesquisa do Estado de São Paulo Publicações ................................................................... 10 Lançamentos de livros de interesse às Ciências Biológicas Agenda .......................................................................... 11 Divulgação dos eventos científicos no Brasil e no exterior Do Arquivo do Biólogo ................................................... 11 Seção que publica fotos curiosas e interessantes clicadas por Biólogos 19º ConBio .................................................................... 12 A cobertura completa do 19º Congresso de Biólogos do CRBio-01, realizado em julho em São Pedro (SP) Destaque ....................................................................... 18 O potencial dos anfíbios venenosos é o tema da entrevista com o Biólogo Dr. Carlos Jared, do Instituto Butantan Ponto de Vista ............................................................... 22 A Bióloga Dra. Maria Antonia Carniello da UNEMAT (MT) escreve artigo sobre plantas e povos do Pantanal sob a visão da Etnobotânica


EDITORIAL Prezados Biólogos: Visando melhorar o atendimento aos profissionais registrados neste CRBio-01 introduzimos várias mudanças na sua atuação, devidamente respaldada pelo seu Plenário. Novos serviços estão sendo programados para o portal do Conselho. Esta flexibilização apresentou aspectos positivos que deverão ser seguidos daqui para diante. Nas comemorações do Dia Nacional do Biólogo e dos 30 anos de regulamentação da profissão, o Sistema Conselho Federal e Conselhos Regionais de Biologia (Sistema CFBio/CRBios) investiu na produção de diversas peças publicitárias que foram utilizadas pelas mídias disponíveis: inserção de dois anúncios de página inteira na revista VEJA, de circulação nacional. Foram produzidos áudios para distribuição à imprensa falada; busdoors foram colocados nas capitais dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de painéis em várias estações do Metrô de São Paulo. Cartazes foram distribuídos a universidades, faculdades públicas e particulares, empresas que atuam nas diversas áreas das Ciências Biológicas e institutos de pesquisa. Houve também comemorações com a participação do Poder Legislativo, em seus vários níveis: municipal, estadual e federal. Com relação ao 19º Congresso de Biólogos do CRBio-01(19º ConBio), além das mesas-redondas, conferências, minicursos e apresentação de trabalhos, novas atividades foram introduzidas e bem recebidas pelos participantes: Cursos de atualização, Mostra de Fotografias e o Fórum de Coordenadores dos cursos de Ciências Biológicas. Diante dos resultados obtidos ficou claro que estamos na direção certa, mas o modelo ainda comporta aperfeiçoamentos (vide matéria nesta edição). Estamos estudando as várias alternativas de locais no estado do Mato Grosso do Sul que tenham condições de sediar o 20º ConBio. Pretendemos, desta vez, levar o Congresso para o interior do Estado. Voltaremos ao assunto. Outro aspecto positivo foi a realização do “Seminário CRBio-01/CETESB”, nas dependências da empresa, em São Paulo. Foram discutidos assuntos ligados às mudanças climáticas e biodiversidade, ao licenciamento ambiental, monitoramento e diagnósticos ambientais, fiscalização, emergências ambientais e educação ambiental. Destinado aos profissionais de Ciências Biológicas foi atendido também por grande número de estudantes e interessados – acima das expectativas – que receberam informações sobre a atuação dos Biólogos nas atividades da SMA, principalmente nas equipes multidisciplinares. Foi evidenciado que os Biólogos têm participado de muitas atividades técnicas da CETESB desde o início da instituição e demonstrado a adequação da sua formação técnico-científica à área ambiental. O CRBio-01 deverá programar outros Seminários com a finalidade de divulgar o campo de atuação do profissional Biólogo e sua inserção nas atividades do parceiro. Contatos da diretoria do Conselho com a direção do Instituto Butantan estão em andamento para a realização do Seminário CRBio-01/Instituto Butantan para discutir o papel do Biólogo nas áreas da saúde e biotecnologia. Este Seminário teria lugar no Instituto Butantan, no dia 02/09/2010. Ao encerrar este editorial desejamos um Feliz Natal a todos os Biólogos e suas famílias e que o próximo ano seja de muita paz, saúde e sucesso. Até a próxima oportunidade! Diretoria do CRBio-01

Antes de Emitir a 1ª ART Consulte o CRBio-01! ATENÇÃO BIÓLOGOS! PAGAMENTOS AO CRBio-01 Todos os pagamentos a serem efetuados ao CRBio-01 (anuidades, recolhimentos, taxas de eventos e outros) devem ser pagos EXCLUSIVAMENTE por meio de BOLETO BANCÁRIO, e não de depósito em conta, pois não é possível a identificação do mesmo ficando, assim, o débito a descoberto.

CURSO DE CAPACITAÇÃO: PERITO AMBIENTAL O Conselho Regional de Biologia 1ª Região (CRBio-01) realizará o “Curso de Capacitação: Perito Ambiental” , no Auditório do Museu Biológico do Instituto Butantan, em São Paulo (SP), a ser ministrado pelo Biólogo Dr. Murilo Damato. O curso é destinado aos Biólogos profissionais inscritos no CRBio-01 (e em outros CRBios) e terá carga horária de 40 horas, ministradas em cinco sábados, com início previsto para março de 2010. Investimento total do curso: R$ 350,00 (em duas parcelas de 50%). N.º de vagas: 40. Critério para seleção dos candidatos: ordem de inscrição, e esta somente será confirmada de acordo com a data de pagamento do boleto bancário. Em caso de desistência, não haverá devolução. Inscrições a partir de janeiro de 2010. Informações e inscrições: www.crbio01.org.br

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ECOS DA PLENÁRIA A 134ª Sessão Plenária do Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT, MS) - CRBio-01 foi realizada no dia sete de agosto do ano de dois mil e nove, em sua sede, em São Paulo, SP. O senhor presidente comunicou as providências tomadas e as atividades selecionadas pelo Sistema CFBio/ CRBios tendo em vista a comemoração relativa ao Dia do Biólogo e aos 30 anos de regulamentação da profissão. Relatou a doação de mais R$ 5.000,00 (cinco mil reais) pela Dra. Bertha Lange de Morretes para o Fundo de premiação dos trabalhos científicos de estudantes de Ciências Biológicas selecionados por ocasião da realização dos Congressos de Biólogos do CRBio-01. Comunicou também que a manifestação referente à Consulta Pública do MEC relativa aos Cursos de Ciências Biológicas foi prorrogada até o dia 14 de agosto, possibilitando assim uma maior divulgação e, conseqüentemente, maior participação dos Biólogos. O Plenário decidiu pela indicação do Conselheiro Dr. Murilo Damato, como Perito Judicial na área da Biologia, em atendimento a solicitação específica feita pela Juíza Dra. Helen Matsuda. Após exame das propostas, o Plenário homologou 288 novos registros, sendo 92 provisórios e 196 definitivos e reativou 44 (quarenta e quatro) registros definitivos. Por outro lado, o Plenário decidiu pelo deferimento do cancelamento de 107 (cento e sete) registros, sendo 81 por vencimento do registro provisório, 25 por encerramento das atividades e um por falecimento. O Presidente comunicou que houve alteração para o próximo biênio na direção da Comissão de Ética Profissional (CEP), assumindo sua Coordenação a conselheira Dra. Eliana Maria Beluzzo Dessen e a Relatoria, a conselheira Dra. Sandra Botelho Farto Trufem. O Plenário analisou os relatórios e pareceres e tomou decisões acerca dos processos éticos disciplinares e inquéritos encaminhados pela Comissão de Ética Profissional. O Plenário aprovou, após exame documental, a concessão de quatro Títulos de Especialistas, bem como a concessão de Termo de Responsabilidade Técnica e cadastro/registro de pessoa jurídica, dos solicitantes em número de onze. Com base no parecer dos assessores o Plenário deliberou pelo cancelamento de dois Termos de Responsabilidade Técnica e de um registro de pessoa jurídica. Foram aprovadas as transferências de registro de cinco Biólogos para outros CRBios e de sete Biólogos de outros CRBios para o CRBio-01. O Plenário foi informado do andamento dos preparativos, modo de inscrição e divulgação do “Seminário CRBio-01/CETESB: O Papel do Biólogo na Área Ambiental” que será realizado no dia 02 de setembro na sede da CETESB, em São Paulo. Com

base na programação proposta, o Plenário decidiu que o “Curso de Capacitação: Perito Ambiental” terá carga horária de 40 (quarenta) horas, ministradas em cinco sábados, com oito horas diárias. O critério para seleção dos candidatos, Biólogos registrados no Conselho, será a ordem de inscrição. A taxa de Inscrição será de R$ 350,00 (Trezentos e cinqüenta reais). A 135ª Sessão Plenária do CRBio-01 foi realizada no dia nove de outubro do ano de dois mil e nove na sede do Conselho, em São Paulo. Iniciando a reunião o senhor presidente comunicou o sucesso do “Seminário CRBio-01/CETESB: O papel do Biólogo na área ambiental”, realizado no Auditório da CETESB no dia 02/09/09 e cumprimentou os membros da Comissão Organizadora pelo trabalho realizado. Face ao êxito do evento, a diretoria do Conselho entrou em contato com a direção do Instituto Butantan, por intermédio do conselheiro Dr. Giuseppe Puorto, e propôs a realização de Seminário semelhante, CRBio-01/Instituto Butantan, no dia 02/09/10, enfocando o papel do Biólogo nas áreas da saúde e biotecnologia. O presidente relatou o andamento do projeto de Lei que está em discussão na Câmara Federal que institui valores mínimos e máximos da anuidade dos Conselhos Profissionais. A conselheira Maria Saleti Ferreira fez relato de suas atividades junto ao MEC e comentou a avaliação dos cursos de graduação, em especial os de Ciências Biológicas, manifestando a sua preocupação pelo alto número de instituições com baixa avaliação e cursos novos. Em seguida, foram homologadas 309 novas inscrições, sendo 82 provisórias e 227 definitivas; 43 reativações de regis-

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tros definitivos e cancelados 49 registros de pessoa física, por vencimento do registro provisório e 25 por encerramento das atividades profissionais, a pedido. Foram aprovadas sete solicitações de título de especialista. Aprovadas a inscrição/cadastro de 23 pessoas jurídicas e concedidos os respectivos TRT. Uma solicitação de TRT foi indeferida. Aprovado o cancelamento de registro de duas empresas e dos respectivos Termos de Responsabilidade Técnica dos Biólogos responsáveis. O Plenário referendou quatro solicitações de transferência de biólogos do CRBio-01 para outros CRBios e 12 Biólogos vindos de outros regionais para o CRBio-01. O Plenário aprovou os pareceres da Comissão de Ética Profissional propondo a abertura de três novos Processos Ético-Disciplinares por infração ao Código de Ética do Biólogo; aprovou também a conversão da pena de suspensão para pena de cancelamento do registro de 235 Biólogos por não pagamento de anuidades. Foi aprovado, por unanimidade, o Balancete do Conselho referente ao 2° Trimestre de 2009. O Plenário aprovou proposta da diretoria de modificação no Regulamento do Prêmio “Dra. Bertha Lange de Morretes” e de novos valores para os três primeiros colocados. A partir do 20° Congresso de Biólogos do CRBio-01, os alunos premiados ausentes da cerimônia de premiação não terão direito à parte pecuniária, mas receberão os certificados pertinentes aos prêmios concedidos. Os novos valores do prêmio serão de R$ 2.0000,00 (dois mil reais) para o primeiro lugar, R$ 1.5000,00 (um mil e quinhentos reais) para o segundo lugar, e R$ 1.0000,00 (um mil reais) para o terceiro lugar.

CRBio-01 e Revista Terra da Gente O CRBio-01 firmou uma parceria com a Revista Terra da Gente, e a partir de agora, todos os Biólogos inscritos têm condições especiais na assinatura da revista. Confira as opções de assinatura no site do CRBio-01: www.crbio01.org.br


ACONTECE Mayana Zatz vence PrĂŞmio MĂŠxico de CiĂŞncia e Tecnologia 2008

Os estudos em GenÊtica continuam em alta, prova disso são os prêmios Nobel de Medicina e Química deste ano. Os Biólogos Elizabeth H. Blackburn, Carol W. Greider e Jack W. Szostak, todos radicados nos Estados Unidos, são os vencedores do Prêmio Nobel de Medicina 2009. O trabalho dos três que levou ao prêmio envolve descobertas de como a enzima telomerase protege os cromossomos, lançando luz nos estudos do câncer e do processo de envelhecimento. Blackburn Ê da Universidade da Califórnia, San Francisco; Greider Ê da Johns Hopkins School of Medicine, em Baltimore, e Szostak estå no Hospital Geral de Massachusetts, em Boston.

Os norte-americanos Venkatraman Ramakrishnan, físico do Laboratório MRC de Biologia M o l e c u l a r, e m C a m b r i d g e e Thomas Steitz, Biólogo da Universidade Yale e a Bióloga israelense Ada Yonath do Instituto Weizmann de Ciência, em Rehovot (Israel), ganharam o Prêmio Nobel de Química por estudo que detalha o funcionamento dos ribossomos, que produzem proteína a partir das instruçþes contidas no DNA. O estudo Ê importante para entender como as bactÊrias criam resistência a medicamentos e contribui para desenvolver novas drogas. Fonte: com informaçþes da Folha de São Paulo e Revista Veja

A BiĂłloga Dra. Mayana Zatz (CRBio 01009/01-D), docente do Instituto de BiociĂŞncias e PrĂł-reitora de Pesquisa da Universidade de SĂŁo Paulo, garantiu a sĂŠtima distinção brasileira no prĂŞmio. Segundo informe do Conselho Consultivo de CiĂŞncias (CCC) do MĂŠxico, a especialista brasileira foi escolhida por “suas contribuiçþes pioneiras na introdução das tĂŠcnicas de genĂŠtica molecular, que geraram conhecimento relevante sobre a distroďŹ a muscularâ€?. Na edição de 2008, o PrĂŞmio MĂŠxico de CiĂŞncia e Tecnologia recebeu 55 inscriçþes de 13 paĂ­ses. Criada em 1990, a premiação visa a reconhecer o trabalho de pesquisadores da AmĂŠrica Latina, Caribe e PenĂ­nsula IbĂŠrica. Em 17 ediçþes, o Brasil foi premiado sete vezes, sendo o paĂ­s com mais pesquisadores agraciados. Fonte: Jornal da CiĂŞncia com informaçþes da Assessoria de Assuntos Internacionais do MCT e do CCC/MĂŠxico

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BiĂłlogos ganham Nobel de Medicina e QuĂ­mica


SEMINÁRIO

CRBio-01 e CETESB promovem Seminário sobre a atuação do Biólogo na área ambiental Foto: José Jorge

Participantes da cerimônia de abertura: vereador Adilson Amadeu; presidente do CRBio-0, Dr. Wlademir João Tadei; presidente em exercício da CETESB, Dr. Edson Tomaz de Lima Filho e deputado estadual Fernando Capez

Os interessados que lotaram o auditório tornaram um sucesso o “Seminário CRBio-01/CETESB: O Papel do Biólogo na Área Ambiental”, promovido no dia 02 de setembro, pelo Conselho Regional de Biologia da 1ª Região-CRBio-01 e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo-CETESB. O evento, realizado no Auditório Augusto Ruschi da CETESB em São Paulo, reuniu profissionais e estudantes de Ciências Biológicas e teve como objetivo apresentar e divulgar as atividades, experiências e responsabilidades do profi ssional Biólogo na Área Ambiental. A cerimônia de abertura contou com as presenças do presidente do CRBio-01, Dr. Wlademir João Tadei, do presidente em exercício da CETESB, Dr. Edson Tomaz de Lima Filho, do deputado estadual Fernando Capez e do vereador Adilson Amadeu. Dr. Tadei abordou alguns aspectos da atuação dos Conselhos Profissionais e destacou que atualmente os governos da maioria dos países estão focando suas políticas

públicas no desenvolvimento sustentável e que a qualidade de vida vem sendo comprometida em função das atividades humanas. Nesse contexto, afirmou: “O Biólogo é o profissional que realiza pesquisas e serviços relativos à sustentabilidade do planeta e à vida e, com o seu trabalho nas áreas de meio ambiente, saúde, biotecnologia e produção Foto: José Jorge

Platéia atenta durante o Seminário

6 Out-Nov-Dez/2009 – CRBio-01 – O BIÓLOGO

contribui para o desenvolvimento científico, tecnológico, econômico e social do país.” Em seguida, foi a vez do pronunciamento do vereador Adilson Amadeu, autor do Projeto de Lei 624/07, que acrescenta na lei municipal 10365/87 o profissional Biólogo como responsável técnico para emitir laudos visando o corte, poda e remoção de vegetação de porte arbóreo no Município de São Paulo. O vereador falou sobre a necessidade urgente de profissionais que atendam o enorme número de pedidos de corte e poda de árvores, que chegam até as 31 subprefeituras de São Paulo. Citou como exemplo, a subprefeitura da Lapa, que possui 12 mil pedidos de podas e remoção de árvores. Revelou que este projeto de lei já foi aprovado em todas as Comissões da Câmara Municipal, aprovado também em Plenário em 1ª votação, e que está pautado para 2ª votação em Plenário no mês de novembro do corrente ano. Ainda neste semestre deverá ser transformado em lei, o que é uma grande vitória para a classe dos Biólogos. Considerado representante dos Biólogos na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, o deputado


SEMINÁRIO Foto: M. E. Rivera

O Biólogo Dr. Aristides de Almeida Rocha na sua palestra de abertura recordou a sua trajetória na CETESB

Fernando Capez prestigiou o evento, falou sobre o seu apoio ao PL 624/07 e fez um histórico das primeiras reuniões da diretoria do Conselho no seu gabinete e o encaminhamento ao vereador Amadeu na Câmara Municipal. Fez questão de frisar que seu gabinete na Assembléia Legislativa está aberto ao CRBio-01 e aos Biólogos. Disse também: “Vemos muitos jovens procurando a Biologia, o que é muito bom, pois acreditamos ser esta a profissão do futuro, tendo em vista que a questão ambiental hoje está presente em qualquer plano de ação desenvolvimentista e sem o parecer técnico favorável na área ambiental não se realiza nada.” Na sua vez, o presidente em exercício da CETESB, Dr. Edson Tomaz de Lima Filho lembrou os 41 anos da CETESB, a quarta maior agência ambiental do mundo. Comentou sobre as transformações que estão ocorrendo na instituição, ditadas pelo programa do atual governo estadual: “Estamos iniciando uma nova vida dentro da CETESB com a unificação de todo o licenciamento ambiental do estado de São Paulo dentro dela.” Ressaltou também a importância que a pauta ambiental ganhou no mundo, e que a partir desse momento a administração deve ser focada no gerenciamento das questões ambientais no seu todo. Dr. Lima Filho afirmou que entre as mudanças no quadro de pessoal, está a transformação de cargos em extinção

em cargos técnicos, criando oportunidades para várias categorias, entre as quais a dos Biólogos. Anunciou para breve a realização de novo concurso público na companhia e encerrou dizendo: “Hoje, a questão ambiental exige um profissional com visão do mundo muito mais holística do que cartesiana, creio que o Biólogo pela sua própria formação tem condições de análise do conjunto dos problemas ambientais existentes e pautados por todas as sociedades preocupadas com o planeta.” O Seminário iniciou suas atividades com a conferência sobre o histórico dos Biólogos na CETESB, proferida pelo Dr. Aristides de Almeida Rocha, professor titular e ex-diretor

da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, consultor assessor das Organizações Pan-Americana e Mundial de Saúde OPA/OMS e presidente do conselho consultivo do Instituto Samuel Murgel Branco. Primeiro Biólogo contratado da CETESB, Dr. Aristides falou sobre a sua trajetória dentro do órgão. Destacou a importância do Biólogo dentro de uma equipe multidisciplinar e disse que o maior patrimônio da CETESB é o seu quadro de funcionários. As três mesas-redondas tiveram a participação de profissionais da CETESB e da Secretaria do Meio Ambiente, e abrangeram as áreas de atuação dos Biólogos dentro desses órgãos: monitoramento e diagnósticos ambientais, licenciamento ambiental e fiscalização, emergências ambientais e educação ambiental. O Biólogo Dr. Carlos Alfredo Joly, professor da UNICAMP e coordenador do programa Biota/FAPESP, encerrou o Seminário com a palestra sobre mudanças climáticas. O Seminário obteve êxito pela grande procura e é o primeiro de uma série que o CRBio-01 pretende realizar com o intuito de estimular e promover o aprimoramento técnico e científico dos profissionais, bem como a discussão dos problemas relativos ao exercício profissional do Biólogo.

Foto: M. E. Rivera

Os Biólogos Dra. Julia Krahenbuhl (SMA), Dra. Iris Poffo (CETESB), Dr. Carlos Ferreira Lopes (CETESB) e Dr. Carlos Alfredo Joly (UNICAMP)

O BIÓLOGO – CRBio-01 – Out-Nov-Dez/2009 7


DIA NACIONAL DO BIÓLOGO

Campanha publicitária homenageia os 30 anos da regulamentação da profissão de Biólogo Em 03 de setembro de 1979, foi sancionada a lei 6.684/79, que regulamentou a profissão de Biólogo. A data foi convencionada como o Dia Nacional do Biólogo. Em comemoração aos 30 anos de marco tão especial, o Sistema CFBio/CRBios promoveu campanha publicitária com alcance nacional. Foram especialmente elaboradas por uma agência de publicidade quatro artes que bem representam o mote da campanha: “30 anos dedicados à vida, em todas as suas formas”. As peças publicitárias foram utilizadas em diversas mídias: anúncio de página inteira em duas edições da Revista Veja, áudios para inserções em rádios regionais e busdoors nas principais capitais do país. Além de utilizar 10 busdoors em Cuiabá (MT) e mais 10 em Campo Grande (MS), o CRBio-01 produziu 10 painéis que ficaram expostos durante um mês, distribuídos nas estações do Metrô de São Paulo: Barra Funda, Clínicas, Liberdade, São Judas e Sé. O CRBio-01 também confeccionou cartazes com as artes, os quais foram enviados para Universidades, Institutos de Pesquisa e Empresas ligadas às Ciências Biológicas, para divulgação. Aos Biólogos assinantes da newsletter do CRBio-01 foram enviados e-cards alusivos à data comemorativa. A campanha visou também mostrar a amplitude das áreas de atuação da carreira de Biólogo, ressaltar os 75 anos do primeiro curso de História Natural do país, e frisar a importância da profissão na defesa da sustentabilidade do planeta.

Busdoor

E-card

Data é comemorada em Brasília

No dia 04 de setembro, em Brasília aconteceram solenidades em comemoração aos 30 anos de regulamentação da profissão. No período da manhã, na Câmara Legislativa do Distrito Federal, à tarde na Câmara dos Deputados, e às 18 horas houve Sessão Solene no CFBio. Participaram das homenagens a diretoria e convidados do CFBio, os conselheiros federais e os presidentes dos Conselhos Regionais de Biologia. Homenagem em Mato Grosso do Sul

O Dia Nacional do Biólogo foi lembrado pelos membros da Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul que aprovaram a Moção de Congratulação pela data, apresentada pela deputada Dione Hashioka.

Presidentes dos CRBios na Câmara dos Deputados, em Brasília.: CRBio-03, Dra. Clarice Luz; CRBio-04, Dr. Gladstone Corrêa; CRBio-07, Dr. Rogério Genari; CRBio-01, Dr. Wlademir João Tadei (atrás); CRBio-05, Dr.José Roberto Feitosa; CRBio-02, Dra. Fátima Araújo; e CRBio-06, Dra. Geni Cáuper

8 Out-Nov-Dez/2009 – CRBio-01 – O BIÓLOGO

Painel na estação de Metrô em São Paulo

Convidados, diretoria do CFBio, conselheiros federais e presidentes do CRBios em Brasília


PÓS-GRADUAÇÃO Iniciamos a série sobre pós-graduação em institutos de pesquisa do Estado de São Paulo, a cada edição focaremos uma instituição.

Instituto Agronômico O Instituto Agronômico (IAC) é um órgão de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. O IAC foi fundado em 1887, e tem sua sede no município de Campinas (SP). A sua missão institucional é gerar e transferir Ciência e Tecnologia para o agronegócio, buscando a otimização dos sistemas de produção vegetal aliado ao desenvolvimento sócio-econômico com qualidade ambiental. O instituto possui um quadro de profissionais composto por 216 pesquisadores científicos e 372 funcionários de apoio. Ti t u l o d o P ro g r a m a d e P ó s Graduação(PPG): Curso de Pós-Graduação em Agricultura Tropical e Subtropical

Área(s) de Concentração: 03:

Foto: Arquivo IAC

- Gestão de Recursos Agroambientais - Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia - Tecnologia da Produção Agrícola Início do PPG: Mestrado: 1999 Doutorado: 2008 Aprovado pela CAPES em: 12/1998 Nº de dissertações defendidas: 230. Nº de teses defendidas: 0 Nº atual de docentes: 36 Nº atual de discentes: 75 Conceito CAPES: início 03 – atual: 04 Nº de vagas/ano: não há limite Inscrições para o Mestrado: Ciclo 2011-2013: 01 a 29 de outubro de 2010 Inscrições para o Doutorado: fluxo contínuo no período de fevereiro a outubro de 2010

Prédio da sede do Instituto Agronômico, em Campinas (SP)

Instituto Agronômico Av. Barão de Itapura nº 1481 Caixa Postal 28 - 13012-970 Campinas, SP Tel.(19) 3231-5422 - Fax (19) 3231-4943 pgiac@iac.sp.gov.br www.iac.sp.gov.br


PUBLICAÇÕES

CADA CASO UM CASO... PURO ACASO – OS PROCESSOS DE EVOLUÇÃO BIOLÓGICA DOS SERES VIVOS Fábio de Melo Sene Sociedade Brasileira de Genética – 252 p. Este livro expõe e discute, de modo amplo, os mecanismos envolvidos na evolução biológica, a partir dos quais é possível pensar ou repensar, sob o ponto de vista biológico, a respeito dos processos envolvidos na existência de vida no planeta e, em especial, a respeito da nossa condição humana e social. O autor apresenta as hipóteses e teorias fundamentais da Biologia Evolutiva de forma acessível a um leitor não Biólogo e oferece aos estudantes universitários uma leitura complementar para os cursos regulares de Evolução. Preço: R$40,00 Para comprar: (16) 3621-8540, livrariasbg@sbg.org.br e www.sbg.org.br/CatalogoLivro/menu_livros.html

NOSSO RIO, NOSSAS AVES: ÀS MARGENS DO PIRACICABA Davi Negri, Fabrice Desmonts e Luccas Longo Senac São Paulo – 120 p. A obra é um valioso registro da diversidade de aves existente na cidade de Piracicaba (SP) e seu entorno. O livro reúne fotografias e textos sobre 103 espécies registradas ao longo de 20 quilômetros das matas ciliares do rio Piracicaba, num trabalho conjunto de fotografia e Ornitologia. Preço: R$ 60,00 Para comprar: contatos para a venda com o Biólogo Luccas Longo: (11) 3062-7515, (11) 9105-5477, luccaslongo@terra.com.br ou luccaslongo@ hotmail.com

A GOLEADA DE DARWIN SOBRE O DEBATE CRIACIONISMO/DARWINISMO MODELAGEM ECOLÓGICA EM ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS Carlos Ruberto Fragoso Jr., Tiago Finkler Ferreira e David da Motta Marques Oficina de Textos – 304 p. “Modelagem Ecológica em Ecossistemas Aquáticos” encaminha o leitor, passo a passo, pelo processo matemático da modelagem ecológica em ecossistemas aquáticos, integrando Ecologia, Hidrologia e Hidrodinâmica. A obra destina-se a alunos de graduação e pós-graduação das áreas de Biologia, Engenharia (civil, hídrica, ambiental), Ecologia, Limnologia, profissionais envolvidos em gestão de recursos hídricos, consultores e gestores. Preço: R$ 78,00 Para comprar: www.ofitexto.com.br/home

Sandro de Souza Editora Record - 222 p. O autor escreve para o público leigo e expõe de modo interessante e compreensível como funciona a ciência natural, comprovando por que os resultados e as explicações obtidos por meio do método de Darwin figuram entre os conhecimentos mais confiáveis de que podemos dispor. Em dez capítulos, ele faz uma introdução ao Darwinismo e seu impacto nas ciências, e ao criacionismo com suas vertentes; aborda a vida e a trajetória de Charles Robert Darwin e o que chama de seus grandes gols, além de enfatizar alguns pontos sobre a separação entre ciência e religião. Preço: R$ 37,90 Para comprar: www.record.com.br

BIOLOGIA, ECOLOGIA, CONSERVAÇÃO DO BOTO-CINZA O ENGRAXATE QUE VIROU PhD Gil Lúcio Almeida Editora Porto de Ideias - 190 p.

Organizadores: Emygdio L. A. Monteiro Filho, Karin D. K. A. Monteiro Instituto de Pesquisas Cananéia – IpeC – 277 p.

Esta é uma história de superação e otimismo, de um garoto que enfrenta com a família as mais variadas adversidades, fazendo brotar, através do trabalho e do estudo, o caminho do sucesso. Com a ajuda do conhecimento técnico-científico, ele refina esses aprendizados, instrumentalizando o adulto a influenciar o mundo. O engraxate ensina seus segredos, instigando e provocando o leitor a ter uma influência global, a partir do pleno desenvolvimento de sua capacidade de aprender.

Mesmo considerando que o boto-cinza é uma espécie de golfinho de ampla distribuição na costa atlântica da América Central e América do Sul, os esforços voltados aos estudos na natureza só tiveram início de forma sistematizada a partir da década de 1980, mais de um século após a sua descrição. Esta obra é dedicada a uma única espécie e reúne grande número de pesquisadores de diferentes instituições em uma luta conjunta para gerar informações sobre diferentes aspectos da sua biologia e ecologia.

Preço médio: R$ 24,50 Está a venda nas principais livrarias.

Preço: R$ 45,00 Para comprar: (11) 4522-1900

10 Out-Nov-Dez/2009 – CRBio-01 – O BIÓLOGO


AGENDA XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA Data: 07 a 11de fevereiro de 2010 Realização: Sociedade Brasileira de Zoologia (SBZ), Local: Belém (PA) Informações: www.cbzool2010.com.br

CURSO DE CAPACITAÇÃO: PERITO AMBIENTAL Data: início previsto para março de 2010 Realização: Conselho Regional de Biologia 1ª Região (CRBio-01) Local: Auditório do Museu Biológico do Instituto Butantan, em São Paulo (SP) Informações e inscrições: www.crbio01.org.br

III CONGRESSO INTERNACIONAL GINECOLOGIA ONCOLÓGICA

7º SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PALEONTOLOGIA DE VERTEBRADOS

Data: 26 a 28 de março de 2010 Realização: Hybrida Local: IEP - Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês, São Paulo (SP) Informações: (11) 3284-6680 ginecologiaoncologica@hybrida.com.br , www.hybrida.com.br

XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CITOPATOLOGIA 2010

Data: 18 a 23 de julho de 2010 Realização: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e Serviço Geológico do Brasil (CPRM) Local: Rio de Janeiro (RJ) Informações: viisbpv@gmail.com, www.viisbpv.blogspot.com

VI CONGRESSO DA FEDERACIÓN ESPELEOLÓGICA DE AMÉRICA LATINA Y DEL CARIBE

Data: 20 a 23 de junho de 2010 Realização: Sociedade Brasileira de Citopatologia Local: Hotel Gran Marquise, Fortaleza (CE) Informações: www.portalsbc.com.br/

XLVI CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA TROPICAL (MEDTROP 2010)

XXVII CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS

Data:14 a 18 de março de 2010 Realização: Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Local: Hotel Bourbon Cataratas, Foz do Iguaçu (PR) Informações: www.medtrop2010.com.br/

Data: 19 a 23 de julho de 2010 Realização: Instituto Agronômico Local: Centro de Convenções de Ribeirão Preto (SP) Informações: ampitelli@ecosafe.agr.br e www.iac.sp.gov.br/Aplicativos/LEventos.asp

Data: 04 a 8 de agosto de 2010 Realização: Sociedade Espeleológica de Cuba (SEC) Local: Matanzas, Cuba Informações: www.atenas.inf.cu/hosting/ congresoEspeleologia

45O CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA Data: 26 de setembro a 1º de outubro de 2010 Realização: Sociedade Brasileira de Geologia Local: Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, Belém (PA) Informações: www.45cbg.com.br/site/

ARQUIVO DO BIÓLOGO

A fotografia faz parte da rotina de trabalho de muitos Biólogos. Esta seção da Revista publica fotos curiosas, interessantes, significativas e inusitadas da fauna, da flora, e de paisagens, captadas por Biólogos.

Tamanduá-bandeira (Myrmecopahaga tridactyla) flagrado em um pasto durante vistoria florestal para aprovação de projeto de averbação de Reserva Legal de uma propriedade rural situada no município de São Simão, SP. Biólogo Thiago de Almeida Bataglion, CRBio 54775/01-D, prestador de serviços para o Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais (DEPRN), da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

O BIÓLOGO – CRBio-01 – Out-Nov-Dez/2009 11


19º ConBio

19º ConBio supera expectativas e atesta sucesso de seu novo formato A 19ª edição do Congresso de Biólogos promovido pelo CRBio-01, alcançou resultados positivos e comprovou o sucesso de seu novo formato. O evento aconteceu entre os dias 27 e 30 de julho, no Hotel Fonte Colina Verde, em São Pedro, distante 200 km de São Paulo. A grande procura, bem como a demonstração de interesse dos profissionais, levou o Plenário do Conselho, no ano de 2008, a mudar a denominação do evento, reformular sua formatação e a alterar sua periodicidade para bianual, a partir deste ano. Além dos minicursos, foram criados Cursos de Atualização, voltados principalmente para os profissionais, que com maior carga horária, possibilitam o aprofundamento dos assuntos em discussão. Também foram criadas duas novas atividades, a 1ª Mostra de Fotografias do CRBio-01 e o Fórum de Coordenadores dos Cursos de Ciências Biológicas, atividade esta exclusiva para coordenadores de cursos de graduação que, junto com o Conselho Profissional ─ o Sistema CFBio/CRBios ─, passam a ter um espaço privilegiado para debater medidas de aprimoramento acadêmico que formem um profissional mais capacitado para disputar o mercado de trabalho. As mudanças feitas no formato atenderam aos anseios dos Biólogos profissionais sem prejuízo aos estudantes presentes em grande número nos eventos do CRBio-01. A movimentação por conta do Congresso começou no dia 26, domingo, Foto: Divulgação

Entrada do Hotel Fonte Colina Verde, em São Pedro (SP), sede do 19º ConBio

quando a Secretaria iniciou o credenciamento dos congressistas e entrega de material. Nesse mesmo dia, teve início a montagem da exposição de painéis dos trabalhos científicos. Os dois primeiros dias do Congresso, 27 e 28 de julho, foram reservados para os cursos de atualização e minicursos e para o fórum de coordenadores dos cursos de Ciências Biológicas. As mesas-redondas e conferências aconteceram nos dois dias seguintes.

Deputado estadual Fernando Capez, durante a sua conferência de aber tura: “O legislativo e o Meio Ambiente”

Realizada no principal auditório, às 20 horas do dia 28, a solenidade de abertura foi iniciada com o presidente do CRBio-01, Dr. Wlademir João Tadei dando boas vindas aos participantes, e apresentando o programa do Congresso. O presidente explicou as modificações incorporadas ao Congresso, ressaltando que as mesmas visaram aprimorar o evento e proporcionar aos inscritos melhor aproveitamento das atividades propostas. A mesa de cerimônia também foi composta pelos: presidente do CFBio, Dra. Maria

12 Out-Nov-Dez/2009 – CRBio-01 – O BIÓLOGO

do Carmo Brandão Teixeira; presidente do CRBio-02, Dra. Fátima Cristina Araújo; presidente do CRBio-03, Dra. Clarice Luz; presidente do CRBio-06, Dra. Geni Cáuper; representante do presidente do CRBio-04, e pelo deputado estadual Fernando Capez, convidado para proferir a conferência de abertura do Congresso. Foi registrada a presença do Dr. Luis Carlos Gutierrez, chefe de gabinete do vereador paulistano Dr. Adilson Amadeu. Em sua conferência, o deputado Capez, que é promotor e preside pela segunda vez a Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa de São Paulo, discorreu sobre o legislativo e o meio ambiente. Falou sobre a importância do Biólogo para a sociedade e comentou sobre o seu apoio ao Projeto de Lei 624/07 do vereador Adilson Amadeu que inclui os Biólogos na Lei Municipal n.º 10.365/87 como profissionais autorizados a trabalharem com corte e poda de vegetação de porte arbóreo no Município de São Paulo. Este projeto de Lei já foi aprovado nas Comissões e em 1ª votação no Plenário e em breve deve ser transformado em lei. O deputado Capez destacou a necessidade dos Biólogos, como categoria profissional, buscarem junto ao Sistema CFBio/ CRBios uma tomada de posição política na defesa da sociedade e das prerrogativas do Biólogo, ante a reserva de mercado por outras profissões que atuam em áreas de superposição. Fórum de Coordenadores dos Cursos de Ciências Biológicas Foi reservado um dia inteiro para o Fórum, exclusivo para coordenadores dos cursos de graduação de Ciências Biológicas. Coordenado pelo Sistema CFBio/CRBios, o objetivo era discutir a qualificação acadêmica que possibilite a inserção do recém-egresso no mercado de trabalho, compatível com a formação


19º ConBio

Presentes na cerimônia de abertura: Dra. Geni Cáuper, Sr. Sávio , deputado Fernando Capez, Dra. Maria do Carmo Brandão Teixeira, Dr. Wlademir João Tadei, Dra. Clarice Luz e Dra. Fátima de Araújo

de seu perfil profissional. As atividades do Fórum, foram orientadas pela Dra. Inga Ludmilla Veitenheimer Mendes, coordenadora da Comissão de Formação e Aperfeiçoamento Profissional do CFBio (CFAP/CFBio) com a participação também da CFAP/CRBio-01. Participaram 51 coordenadores de cursos, sendo 42 do estado de São Paulo, 05 de Mato Grosso do Sul, 03 de Mato Grosso e 01 do Paraná. 1ª Mostra de Fotografias do CRBio-01 Pela resposta positiva que teve do público presente, a Mostra de Fotografias do CRBio-01 deve tornar-se atividade constante nos próximos congressos. Atendendo ao tema proposto: “Biodiversidade brasileira”, foram expostas 23 fotografias, de 11 autores, sendo eles: nove Biólogos registrados no CRBio-01 e dois estudantes de Ciências Biológicas. A exposição foi visitada durante todo o Congresso no salão onde também estavam fixados os painéis. A capa desta edição da Revista O Biólogo foi composta pelas fotografias da Mostra, e seus créditos estão na página 17. Ao promover a Mostra, o CRBio-01 teve como objetivo prestigiar e incentivar a fotografia, um importante instrumento de apoio à pesquisa científica.

pantes. Estes foram alguns dos assuntos abordados: Biologia Forense, Biorremediação, Empreendedorismo, Recuperação de Áreas Degradadas, Licenciamento Ambiental, Biologia Marinha, Educação Ambiental, Etnobotânica, Análises Clínicas, Aconselhamento Genético, Biotecnologia e Biossegurança. Os temas foram desenvolvidos por pesquisadores convidados e profissionais especialistas em suas áreas, o que sem dúvida elevou o nível técnico-científico do Congresso. Foram bem aceitos os cinco cursos de atualização com duração de 16 horas. Voltados aos Biólogos profissionais,

estes cursos tiveram 121 inscritos, assim distribuídos: Análises Clínicas (16), Recuperação de áreas degradadas (50), Licenciamento ambiental (34), Educação ambiental (13), e Controle de vetores e pragas urbanas (08). Divididos em dois dias e com carga horária de quatro horas, os 20 minicursos contaram com 1.094 participantes. Os mais procurados foram: Animais peçonhentos (127), Biologia forense (122), Biologia marinha (120), Indicadores biológicos na avaliação da qualidade da água (102), e Entomologia Forense e sua importância na Medicina Legal (92). As 14 conferências e 12 mesas-redondas completaram o programa e atraíram grande público. Além dos profissionais do CRBio-01, a equipe composta por 24 monitores e o suporte técnico oferecido pelo hotel (pela terceira vez sede do Evento de Biólogos do CRBio-01) garantiram que o congresso transcorresse tranquila e rigorosamente dentro do horário pré-estabelecido.

Dra. Clarice Luz, Dra. Inga Ludmilla Veitenheimer Mendes, Dr. Celso Luís Marino e Dra. Geni Cáuper

Programação As atividades programadas contemplaram o grande leque de temas relacionados às Ciências Biológicas, satisfazendo aos mais diversos interesses dos partici-

A 1ª Mostra de Fotografias do CRBio-01 foi visitada durante todo o evento

O BIÓLOGO – CRBio-01 – Out-Nov-Dez/2009 13


19º ConBio Os Trabalhos Científicos e o Prêmio Dra. Bertha Lange de Morretes

Os congressistas lotaram os auditórios

Os congressistas O 19º ConBio teve 623 participantes inscritos, sendo a sua maioria composta por estudantes de Ciências Biológicas (veja o gráfico 1). Seis estados brasileiros estavam representados (veja gráfico 2). São Paulo foi o estado com maior número de participantes: 450, sendo que as cidades com maior proveniência foram: São Paulo (93), Bauru (26) e Jaboticabal (22); de Mato Grosso vieram 77 congressistas, sendo que de Várzea Grande (22), Cuiabá (18) e Rondonópolis (14); e de Mato Grosso do Sul vieram também 77 e os municípios com maior número de participantes foram Dourados (34), Ivinhema (08) e Campo Grande (07).

77%

Foram submetidos 175 resumos de trabalhos científicos e apenas dois foram recusados pela Comissão Organizadora. Os 173 trabalhos aceitos estão publicados no livro de resumos, que faz parte do material entregue aos congressistas. Desse total, foram apresentados 169 trabalhos, assim distribuídos por áreas do conhecimento: Bioquímica/Biofísica (08), Botânica (30), Ecologia (35), Educação (16), Educação Ambiental (05), Farmacologia (02), Fisiologia (04), Genética/Evolução (11), Microbiologia/ Imunologia (07), Morfologia (05), Parasitologia (03), Saúde Pública (05) e Zoologia (38). Durante todo o evento, os trabalhos ficaram expostos em forma de painéis. Concorreram ao Prêmio Dra. Bertha Lange de Morretes 133 painéis. A condição para a inscrição ao prêmio era que o primeiro autor fosse estudante de graduação ou de pós-graduação em Ciências Biológicas. Os prêmios de R$ 1.000,00, R$ 600,00 e R$ 400,00, aos três primeiros selecionados e menções honrosas ao quarto e quinto classificados, foram entregues na solenidade de encerramento. Cabe lembrar que a premiação em dinheiro é parte de um fundo doado pela eminente Bióloga Dra. Bertha Lange de Morretes. O prêmio, criado pelo CRBio-01, tem como objetivo divulgar o trabalho realizado e, assim, estimular e apoiar o futuro Biólogo.

A Comissão Julgadora composta por Biólogos de diversas instituições de pesquisa e ensino, designados pela diretoria do CRBio-01, selecionou os seguintes vencedores: 1º lugar – Prêmio de R$ 1.000,00 CARACTERIZAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E CONTROLE DA DENGUE NO MUNICÍPIO DE ARARAS, SP, UTILIZANDO O SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG) Nathalia Fadel, Daiane Cristina Carreira, Ana Paula Grillo, Julio Valentin Betioli, Olavo Raymundo Jr. e Daniel Rossini Teche. Centro Universitário Hermínio Hometto, Secretaria Municipal de Saúde de Araras, SP. 2º lugar – Prêmio de R$ 600,00 VIVENCIANDO AS DIFERENÇAS NO AMBIENTE: A LINHA DO TEMPO COMO FERRAMENTA PARA INCLUSÃO DOS DEFCIEINTES VISUAIS NAS ATIVIDADES DA ESCOLA DO MEIO AMBIENTE, BOTUCATU/SP Sibele Gimenes Martins, Ana Lúcia P. Andrade, Mariana Rodrigues de Almeida e Eliane Maria Nicolini Gabriel. USC, Bauru, SP; FIRA, Avaré, SP; UNESP, Botucatu, SP; Secretaria Municipal de Educação, Botucatu, SP; Escola do Meio Ambiente, Botucatu, SP.

7% 16%

Profissional

Estudante de Ciências Biológicas

Outros

gráfico 1

450 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0

gráfico 2

77

77 8

São Paulo

7

4

Mato Mato Paraná Santa Minas Catarina Gerais Grosso Grosso do Sul

169 trabalhos científicos fizeram parte da exposição de painéis

14 Out-Nov-Dez/2009 – CRBio-01 – O BIÓLOGO


19º ConBio 3º lugar – Prêmio de R$ 400,00 PAPEL DO BIÓLOGO COMO PROFISSIONAL DA COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÕES HOSPITALARES NO CONTROLE DE PRAGAS URBANAS Karina de Fátima Martins, Priscila Cintra Socolowiski, Augusto César Montelli e Osmar Malaspina. Comissão Permanente de Controle de Infecção Hospitalar das Clínicas da Faculdade de Medicina; UNESP, Botucatu, SP; Departamento de Microbiologia, Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP; Centro de Estudos de Insetos Sociais,Instituto de Biociências, UNESP, Rio Claro, SP.

Thais Massanet, Ricardo Andrade Zampieri, Patrícia Sanchez Peres, Maura Casari Sartori e Dagmar Santos Roveratti. Centro Universitário Fundação Santo André, Santo André, SP; Instituto Ibietá, São Caetano do Sul, SP; Instituto de Botânica, São Paulo, SP. Cumprindo o regulamento do prêmio, divulgado desde a abertura das inscrições, o trabalho selecionado para o 5º lugar foi desclassificado, pois a autora não estava presente na cerimônia de premiação realizada durante a sessão de encerramento do Congresso.

4º lugar – Menção Honrosa CARACTERIZAÇÃO DE GENES CRY DE ISOLADOS DE Bacillus thuringiensis E EFETIVIDADE NO CONTROLE DE LARVAS DE Aedes aegypti E Culex quinquefasciatus Lúcia Lopes e Manoel Victor Franco Lemos. UNESP, Jaboticabal, SP.

A conselheira Dra. Sandra Far to Botelho Trufem aprensentou o Prêmio Bertha Lange de Morretes

O Encerramento

As vencedoras do Prêmio Painel: Karina de Fátima Martins (3º lugar), Lúcia Lopes(4º lugar), Sibele Gimenes Martins (2º lugar) e Nathalia Fadel (1º lugar)

5º lugar – Menção Honrosa LEVANTAMENTO DE ESPÉCIES VEGETAIS UTILIZADAS NO ARTESANATO GUARANI DA ALDEIA KRUKUTU (PARELHEIROS, SP): BUSCA DE UMA ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL

O 19º ConBio encerrou suas atividades com a especial participação do Biólogo Dr. João Stenghel Morgante, pesquisador do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do IB/ USP, que prendeu a atenção do público com a conferência “150 anos da publicação da Origem das espécies – o legado duradouro de Darwin”. Dr. Morgante, que foi Conselheiro e vice-presidente do CRBio-01, dedicou a sua conferência à Dra. Bertha Lange de Morretes. Em seguida, Dr. Wlademir João Tadei, presidente do CRBio-01, apresentou o relatório do Congresso e comentou os índices obtidos nesta 19ª edição. Ressaltou o cuidado da programação em abranger as quatro grandes áreas de atuação do Biólogo: meio ambiente, saúde, biotecnologia e educação. Observou a grande procura pelas atividades voltadas ao meio ambiente, o que vai de encontro ao fato de que mais de 90% das Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs) registradas no Conselho da 1ª região pertencem a essa área. O presi-

Platéia durante a solenidade de encerramento

dente chamou a atenção para o Fórum de Coordenadores dos Cursos de Ciências Biológicas, lembrou que na jurisdição do CRBio-01, que compreende os estados de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, existem 117 cursos de Ciências Biológicas, incluindo os de licenciatura e bacharelado. “Todos os coordenadores de cursos foram oficialmente convidados para que pudessem participar e discutir com o sistema CFBio/CRBios e as Comissões de Aperfeiçoamento Profissional (CFAPs) do CFBio e CRBio-01, como preparar melhores profissionais. Compete à Universidade a formação do Biólogo, mas quem cuida da sua inserção no mercado de trabalho é o Conselho, pois são suas atribuições normatizar, orientar e fiscalizar o exercício profissional. O Conselho atua em defesa da sociedade e das prerrogativas profissionais do Biólogo. Os Biólogos recém-formados irão competir com colegas do mesmo curso e também com profissionais de outros cursos com os quais existem superposição de áreas de atuação. Devemos

O Biólogo Dr. João Stenghel Morgante foi convidado para proferir a conferência final que teve os 150 anos da publicação da Origem das Espécies de Darwin como tema

O BIÓLOGO – CRBio-01 – Out-Nov-Dez/2009 15


19º ConBio Depoimentos de participantes do 19º ConBio: Adelino Poli Neto CRBio 02736/01-D, palestrante: “O 19º ConBio ultrapassou as expectativas, pelos temas de mesas-redondas, minicursos, cursos de atualizações, palestras, nível dos professores, palestrantes e toda a infraestrutura. Os temas escolhidos foram atuais e todos aplicados ao ensino das Ciências Biológicas em todos os níveis, graduação, pós- graduação e profissionais que já trabalham na área.” Álvaro Missioto, congressista, estudante do 3º ano do curso de Ciências Biológicas, da UNIARARAS (SP): “Foi muito bom conhecer pessoas do mesmo ramo com idéias diferentes, possibilitando troca de conhecimentos. O Congresso abrangeu uma grande variedade dos temas ligados à Biologia.” A mesa da cerimônia de encerramento foi composta por: Dr. Edison de Souza, Dr. João Stenghel Morgante , Dr. Wlademir João Tadei, Dr. Adauto Ivo Milanez, e Dr. Luiz Eloy Pereira. No telão, aparece a Bióloga Dra. Bertha Lange de Morretes, que dá nome ao prêmio criado pelo CRBio-01

estar preparados, e defendemos uma maior interação entre a Universidade e o Conselho profissional para que juntos possamos garantir um bom currículo que permita ao futuro Biólogo atuar competentemente nesse mercado cada vez mais competitivo.” A conselheira Dra. Sandra Farto Botelho Trufem anunciou os vencedores do Prêmio Dra.Bertha Lange de Morretes. Os prêmios foram entregues pelo vicepresidente do CRBio-01, Dr. Luiz Eloy Pereira; conselheiro Dr. Adauto Ivo Milanez; Dr. João Stenghel Morgante e Dr. Wlademir João Tadei. Finalizando,

Dr. Tadei saudou os participantes e conclamou para que todos estejam presentes no próximo Congresso de Biólogos do CRBio-01, que acontecerá em julho de 2011, no estado de Mato Grosso do Sul, em local a ser definido. Não poderíamos deixar de destacar que o sucesso do 19º ConBio deve-se ao empenho da Diretoria, Conselheiros, profissionais do CRBio-01, convidados, congressistas e colaboradores que tornaram o evento um salutar espaço para troca de experiências e abertura de novos horizontes. Até o 20º ConBio!

André Camilli Dias, CRBio 43814/01-D, palestrante: “O 19º ConBio foi uma excelente troca de experiências e conhecimentos, muito importante para profissionais e estudantes conhecerem nossa profissão e desafios que o Biólogo enfrenta no competitivo mercado de trabalho. Os temas abordados foram bem diversificados. Pessoalmente este Congresso foi inovador e marcante pois, estive dos dois lados: assistindo palestras e mesas-redondas ministradas por outros profissionais e ministrando um curso de atualização em educação ambiental e participando de uma mesa-redonda sobre o Biólogo Gestor - Gestão de Parques. Com certeza atendeu minhas expectativas!” Cintia Kuwahara Ynoue, CRBio 23220/01-D, participante da Mostra de Fotografias: “Acho que ao longo dos anos muitos Biólogos vão se distanciando da profissão e poder de uma certa forma participar com fotos, informações, trocas de experiências ou ainda vivências dão ânimo a muitos profissionais.”

Daniela de Oliveira Grecchi

A equipe de monitores prestou suporte ao Congresso com eficiência

16 Out-Nov-Dez/2009 – CRBio-01 – O BIÓLOGO

Daniela de Oliveira Grecchi, CRBio 56970/01D, Bióloga profissional, Serra Negra (SP), congressista: “Foi a primeira vez que participei de um Congresso de Biólogos do CRBio-01 desde que me formei. Foi muito proveitoso. Os painéis,


19º ConBio Legendas e créditos das fotos da capa e contra-capa: Bruna Estefânia Guandalin Zagatto – CRBio 64444/01-D, foto: Dragonfly Carlos Alber to Gonçalves Silva Jared – CRBio 23435/01-D, fotos: Perereca do Gênero Phasmahyla, do Morro do Ferro (MG) e Perereca Trachycephalus mesophacea, da região cacaueira

Os Biólogos André Camilli Dias, Giuseppe Puorto e Silvia Araújo da Silva Hermida participantes da mesa-redonda “O Biólogo gestor”

os cursos e a Mostra de Fotografias, que estava ótima, com fotos maravilhosas tirados por biólogos em seus momentos de inspiração. Realmente adorei e, espero poder participar de vários outros Congressos de Biólogos que vierem a acontecer!” Giuseppe Puor to, CRBio 00690/01-D, palestrante: “Foi a primeira vez que participei do Encontro, e agora Congresso, de Biólogos do CRBio-01. Confesso que gostei e fiquei satisfeito com a repercussão, participação de acadêmicos e o nível das palestras, conferências e cursos. Percebi que nossos futuros Biólogos querem mais informações, mais conhecimento, mais do que os Cursos de Ciências Biológicas oferecem. Acho que, sem perder o foco dos alunos, devemos tentar investir um pouco mais nos profissionais. A novidade deste evento foi a Mostra de Fotografias, modesta desta vez mas tenho certeza de que podemos incrementar mais e ter mais adesões. Como professor de um dos minicursos fico lisonjeado com a receptividade dos alunos e agradeço a eles a participação” Ligia Corazza Bassetto, CRBio 40308/01-D, Coordenadora de curso da Faculdade Eduvale de Avaré, congressista: “O 19º ConBio é

um dos congressos mais impor tantes para nós Biólogos, pois integra os alunos de iniciação científica, mestrandos, doutorandos e professores orientadores acompanhado de grande atualização do conhecimento Científico. O Fórum de Coordenadores foi fundamental para aprimorar o conhecimento sobre a estrutura do curso, carga horária, as grandes diferenças entre bacharelado e licenciatura, além de proporcionar maior conexão entre os coordenadores e o CRBio-01, onde pudemos expor e ouvir opiniões, sugestões, deixando muito claro a grande preocupação do CRBio-01 com a qualidade da formação dos futuros Biólogos, o que me deixou muito entusiasmada e feliz, espero que este seja o primeiro de muitos. A reunião também proporcionou intensa troca de experiência entre os coordenadores de curso.” Paula Martins, congressista, estudante do 8º semestre do curso de Ciências Biológicas, da UNEMAT, Campus Tangará da Serra (MT): “Estive também na 18º edição do Encontro de Biólogos. Desta vez, participei da apresentação de painéis. O Congresso foi bem organizado e a nova formatação melhorou o aproveitamento das atividades.”

Cintia Kuwahara Ynoue – CRBio 23220/01D, fotos: Beija-flor e Beija-flor pronto para o 1° vôo Daniela de Oliveira Grecchi – CRBio 56970/01-P, fotos: Natureza viva e Fartura Gabriel Henrique de Mendonça Cardoso - CRBio 43284/01-D, fotos: Socó – Boi e SOS Giuseppe Puorto – CRBio 00690/01-D, fotos: Corujas, Aranha amarela, Perereca verde “tímida” e Perereca “trapezista” Kleber Renan de Souza Santos – CRBio 61208/01-D, fotos: “Borboleta folha” sobre braço de Biólogo no Pantanal da Nhecolândia, MS e Palmeiras Carandás e Pôr do Sol no Pantanal da Nhecolândia, MS Pedro Luis Batista Tomasulo – CRBio 02880/01-D, fotos: Predador – Presa e Ave do Arquipélago Renato Dias de Moraes – CRBio 61227/01D, fotos: Levantamento da Anurofauna em áreas de preservação permanente, Cuiabá (MT) e Levantamento da Paepalanthus speciosus (Canela-de-Ema). Pq. Nacional da Chapada dos Guimarães, (MT)

19º Congresso de Biólogos do CRBio-01 BALANÇO FINANCEIRO RECEITAS

R$

Inscrições (congresso + cursos)

76.933,64

Venda de espaço para expositor

2.000,00

Doação à premiação de painéis

2.000,00

Investimento CRBio-01

88.090,35 Total das receitas

169.023,99

Rodrigo da Silva Almeida - estudante de Ciências Biológicas, fotos: Bulbucus ibis e Tangara cayama Suelen Barbosa Moraes Rodrigues – estudante de Ciências Biológicas, fotos: Liberdade e Alto Mar

DESPESAS Pessoal e encargos

9.818,64

Serviços de terceiros

131.699,96

Transporte

22.561,64

Despesas bancárias operacionais

2.943,75

Prêmio “Dra. Bertha Lange de Morretes”

2.000,00

Total das despesas

169.023,99

O BIÓLOGO – CRBio-01 – Out-Nov-Dez/2009 17


DESTAQUE

A Ciência Revela o Poder dos Anfíbios Venenosos Foto: Carlos Jared

Itapotihyla langsdorfii, perereca típica da Mata Atlântica.

Os anfíbios formam um grupo de vertebrados com características muito especiais. Eles existem há mais de 350 milhões de anos, a maioria vive parte em ambiente aquático e parte em ambiente terrestre. Por serem muito sensíveis, muitas espécies atualmente estão ameaçadas de extinção em razão dos crescentes impactos ambientais. Há muitas crenças e desinformação que rodeiam esse grupo de cerca de seis mil espécies, do qual fazem parte sapos, rãs, pererecas, salamandras e cobras-cegas. Nesta matéria vamos focar aspectos de interesse científico, em especial dos anfíbios que possuem toxinas. Conversamos com o Biólogo Dr. Carlos Jared, pesquisador do Laboratório de Biologia Celular do Instituto Butantan, que há 15 anos estuda as glândulas de venenos e feromônios de anfíbios e répteis e sua aplicabilidade nos estudos de Bioquímica, Farmacologia e Microbiologia. Defesa passiva

A pele é o órgão mais importante para os anfíbios, pois além da função na defesa, ela atua também na respiração cutânea. Dr. Jared explica: “Existem anfíbios que vivem em ambiente estritamente aquático e outros em ambiente seco, porém, a grande maioria vive nesse meio termo:

o ambiente úmido. A pele dos anfíbios é normalmente úmida, com intensa produção de muco. Ao longo da história evolutiva dos anfíbios, concomitantemente ao aparecimento da defesa química, desenvolveram-se dois tipos de glândulas cutâneas, as glândulas de veneno e as glândulas mucosas, que produzem substâncias que atuam nas mais variadas atividades do metabolismo do animal.” Ele diz que dessas substâncias destacam-se uma variedade de antibióticos, “uma vez que a umidade e o muco constante podem transformar a pele em um meio de cultura para bactérias e fungos inconvenientes ao animal.” Assim, as suas glândulas de veneno não servem apenas para defesa contra predadores, mas também para se defenderem de microrganismos. O Biólogo ressalta que o tipo de defesa dos anfíbios é pouco compreendida, pois difere da maior parte dos animais venenosos. É conhecida como defesa passiva, na qual o predador é que aciona a saída do veneno de suas glândulas através da mordida. Nesse tipo de defesa, o anfíbio realmente age de forma passiva, favorecendo o contato de seu veneno com a mucosa bucal do atacante. Cita como exemplo, o sapo (Rhinella sp), que ao se sentir ameaçado por um potencial predador, estufa

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o corpo e oferece as suas glândulas parotoides, localizadas no dorso, logo atrás da cabeça. O estufamento faz com que as parotoides fiquem no máximo de turgidez. Qualquer toque faz o veneno leitoso esguichar em forma de jatos. Dessa forma, quando o predador morde o sapo, leva “tiros” de veneno na boca. “Esse veneno tem propriedades cardiotóxicas e pode levar à morte. Os grandes desfavorecidos são os filhotes de cachorro que, ao brincarem com os sapos, acabam se envenenando. A crença popular que os sapos lançam, por si só, o veneno em forma de esguichos é totalmente errada: as suas glândulas de veneno não possuem os músculos necessários para esse fim.” O pesquisador lembra ainda que existem cobras, como a boipeva (Waglerophis merremii) que são predadores especializados em comer sapos. Para isso, são dotadas de um dente especial para furar o pulmão do animal de forma a murchá-lo, tornando mais fácil a sua deglutição. Entre os anfíbios, a perereca-verde (Phyllomedusa bicolor) chama bastante atenção pelas propriedades de seu veneno. Utilizado nos rituais xamânicos de caça de tribos indígenas da Amazônia, a secreção das suas glândulas de veneno quando em contato com a corrente san-


DESTAQUE Foto: Marta Maria Antoniazzi

Carlos Jared na Caatinga, observando o comportamento reprodutivo da rãzinha Pleurodema diplolistris, logo após uma chuva que finalizou um período de seca de 2 anos

guínea, provoca inicialmente vômitos, náusea, diarreia, taquicardia, sudorese, alterações na pressão sanguínea e vontade de defecar. Logo em seguida, entretanto, notam-se efeitos associados ao sistema nervoso central, como a resistência à fome e à sede, analgesia, realce dos sentidos, aumento da força física e da capacidade de enfrentar situações de estresse, todos efeitos bem convenientes para os que querem sucesso na caça. Dr. Jared comenta: “As glândulas de veneno dessas pererecas produzem uma diversidade de moléculas, que causam efeitos extremamente inconvenientes aos predadores. O índio, utilizando-se desse veneno, privilegia a parte que causa efeitos no sistema nervoso central, submetendo-se a passar por toda essa sequência nada agradável. Mas parece que existem as compensações: já foi relatado que esse veneno apresenta propriedades anti-depressivas e que aumenta a potência sexual.”

no de certas espécies de dendrobates para embeber a ponta das setas das zarabatanas e assim, na hora da caça atingir a presa que fica paralisada e morre. Dr. Jared afirma que dentre essas espécies, a que possui veneno mais tóxico é o Phyllobates terribilis, da Colômbia. “A batracotoxina, encontrada nesse veneno é intensamente cárdio, mio e neurotóxica. Perturba a coordenação e o equilíbrio, é dispnéica e provoca convulsões crônicas e arritmias cardíacas. Para se ter uma idéia, apenas 0,2 mg constituiria a dose letal humana, sendo que um único espécime de Phyllobates terribilis pode conter cerca de 2 mg de batracotoxina. Entretanto, já é bem conhecido que, quando os dendrobates são mantidos em cativeiro, a concentração de seu veneno diminui.” Estudos recentes mostram que o veneno deve provir de sua alimentação natural, baseada em insetos (como formigas ou besouros). Os indivíduos criados em cativeiro não apresentam toxinas letais. Biologia Integrativa

Dr. Jared diz que o seu trabalho baseia-se na Biologia Integrativa e uma das suas linhas de pesquisa estuda as adaptações morfológicas que os anfíbios desenvolveram para viverem em ambientes de difícil colonização, como o desértico (xérico) e o subterrâneo (fossório). Em trabalho recente, publicado na revista Nature, mostrou que os filhotes das cobras-cegas, anfíbios pouquíssimo estudados, alimentam-se da pele da mãe, em um tipo inédito de amamentação fora dos mamíferos, denominada dermatofagia. “Por incrível que pareça, os filhotes

Os dendobrates são animais que se destacam pela beleza de sua pele, e pelo veneno altamente tóxico comem a pele que possui uma variedade muito grande de glândulas de veneno que, de alguma forma, durante esse tempo, deixam de produzir toxinas.” Posteriormente, em outro trabalho, mostrou que esse comportamento deve ter mais de 100 milhões de anos, pois foi também descrito em uma outra cobra-cega da costa leste da África. “A separação do antigo continente Gondwana, dando origem à América do Sul e à Africa atuais, isolou as duas espécies, mas a dermatofagia persistiu”. O pesquisador lamenta que a ação antrópica vem isolando esses interessantes anfíbios em bolsões de florestas na Mata Atlântica. “Por exemplo, um desses maiores bolsões é o sudeste da Bahia, talvez, em todo o território nacional, o local mais favorável à espécie Siphonops annulatus, a mais comum das cobrascegas brasileiras. Para manter a sombra, essencial ao desenvolvimento do cacau, o cacaual é plantado em verdadeiras florestas. Assim, nessa região, a cobra-cega e a lavoura cacaueira se deram muito bem e formaram uma boa parceria.” Entretanto, o Biólogo tem uma grande preocupação pela manutenção da anfibiofauna pois, com a chegada da vassoura-de-bruxa, tem ocorrido a transformação de áreas

Foto: Carlos Jared

Os dendrobates

Outro grupo relevante de anfíbios é composto pelos dendrobates. São animais que se destacam pela beleza de sua pele, que apresenta inúmeras variações de cores. A maior parte deles apresenta veneno altamente tóxico para vários animais e até para o ser humano. Há muito tempo, tribos de índios sul-americanos utilizam o vene-

Pipa carvalhoi, uma das espécies de anfíbios anuros totalmente aquática. Vive tanto na Mata Atlântica, quanto na Caatinga

O BIÓLOGO – CRBio-01 – Out-Nov-Dez/2009 19


DESTAQUE Foto: Marta Maria Antoniazzi

A ação antrópica vem isolando as interessantes cobras-cegas em bolsões de florestas na Mata Atlântica

Carlos Jared em um cacaual no sul da Bahia. A Mata Atlântica dessa região apresenta herpetofauna riquíssima. Esse pesquisador vem estudando, pelo ponto de vista de história natural e toxinológico, várias espécies da região

estabelecidas de cacaual em pastagens, ou outras formas de agricultura que não preserva as matas. “No caso específico do S. annulatus, muito pouco se sabe sobre o equilíbrio da interação cacaual/cobracega. A preocupação é a imprevisibilidade das consequências para esses anfíbios da redução da cacauicultura. Os segredos da sua fascinante biologia podem ficar eternamente desconhecidos. Tudo depende do curso da economia agrícola!”

dioso dos anfíbios, entretanto, é muito rico e desafiador: como esses animais fazem frente à falta de água? quais as adaptações que desenvolvem para se manterem em altas temperaturas e em baixos níveis de umidade relativa do ar? quais os tipos de veneno que secretam? Baseado nessas perguntas, o pesquisador saiu à caça de um local “onde sentar barraca e pesquisar”. Com ajuda dos registros de colaboradores do Instituto Butantan, encontrou uma fazenda algodoeira, no meio do Rio Grande do Norte, em ambiente típico de caatinga, cujos donos foram muito acolhedores. “Tão acolhedores que até hoje, passados 23 anos e mesmo com todas as mudanças do mundo, continuo frequentando a fazenda e desenvolvendo as minhas pesquisas a todo vapor! Boa parte dos trabalhos científi cos que publiquei é relacionado a esses animais.” O pesquisador destaca que, concomitantemente

Foto: Carlos Jared

Anfíbios da caatinga

Saindo da floresta úmida e indo em direção à caatinga, lá também encontraremos anfíbios. São poucas espécies, somente umas 50, já que a seca é constante e perdura no mínimo nove meses (podendo chegar a dois ou mais anos), desfavorecendo assim, a existência desses animais. Dr. Jared afi rma que esse bioma é tipicamente brasileiro e, a despeito de representar quase 12% do território nacional, continua sendo o mais esquecido de todos. Para o estu-

Cobra-cega, Siphonops annulatus, anfíbio típico da região cacaueira. Nessa espécie, através de artigo publicado na revista Nature, foi descrito o comportamento de dermatofagia, onde a ninhada alimenta-se exclusivamente da pele da mãe durante os primeiros meses de vida

20 Out-Nov-Dez/2009 – CRBio-01 – O BIÓLOGO


DESTAQUE Foto: Carlos Jared

Foto: Carlos Jared

Sapo amazônico Rhaebo guttatus, cujo comportamento defensivo vem sendo estudado por Jared e seu grupo

“No mundo, várias espécies de anfíbios estão ameaçadas de extinção sem que se saiba, na maior parte dos casos, o seu real motivo.”

Itapotihyla langsdorfii, perereca típica da Mata Atlântica

ao convívio com os anfíbios, acompanhou a vida dos trabalhadores que lhe ajudavam no campo, de modo que se tornou muito conhecido na região. “Vários desses trabalhadores foram crianças curiosas que viam o meu trabalho e não conseguiam entender o meu estranho gosto pelos sapos!”. Diz sempre que a conhecida frase de Euclides da Cunha, em “Os Sertões”, referindo-se aos nordestinos caatingueiros: “o nordestino é antes de tudo um forte”, também aplica-se aos anfíbios. “Isso porque, no meio da seca, das pedras e dos espinhos, procurando-se cautelosamente, pode-se supreender esses animais, muito bem escondidos, esperando pacientemente a Foto: Marta Maria Antoniazzi

Casal de Proceratophrys cristiceps, espécie da caatinga que se enterra durante a seca

chuva chegar. Quando ela chega, brotam dos mais variados esconderijos e é admirável saber que existiam tantos sapos, rãs e pererecas por ali.” Ele conta por exemplo, que levou anos, mas conseguiu encontrar o esconderijo da rãzinha Pleurodema diplolistris, que se enterra na areia do leito de rios temporários, em profundidades de até 1,70 m. “Em uma ocasião em que a chuva demorou dois anos, logo que o chão encharcou, teve a oportunidade de ver esses anfíbios brotarem da areia para se reproduzir desesperadamente. A preocupação, nessas circunstâncias, não é a alimentação: é, primordialmente, a perpetuação da espécie, já que terão de voltar a se enterrar e esperar mais, no mínimo, nove meses!” O pesquisador diz que essa cena foi uma das melhores de sua vida, uma ocasião especialíssima em que pôde ver a vida fluindo e insistindo em se fazer presente. Agradece duplamente as circunstâncias de sua vida de ter-se tornado um Biólogo e de ter escolhido os anfíbios como o seu objeto de estudo. “No mundo, várias espécies desses animais estão ameaçadas de extinção sem que se saiba, na maior parte dos casos, o seu real motivo. Entretanto, mesmo com todo o pessimismo sobre a extinção dos anfíbios, principalmente na Austrália e América Central, o Brasil parece que mantém uma

boa posição em relação à conservação. A nossa riqueza também se destaca na anfibiofauna.” Existem 600 espécies de anfíbios registradas no Brasil, sendo 455 (76%) endêmicas, ou seja, existem apenas aqui. Somente na Mata Atlântica foram catalogadas 372 espécies, sendo 260 (70%) endêmicas (Fonte: Conservation International - CI). Na opinião do Dr. Jared há muito o que se estudar: “Existem milhões de aspectos a serem exploradas. Estamos ainda no início, principalmente porque os anfíbios são animais que a Ciência de uma maneira geral passou a enxergar somente nos últimos 20 anos.” Foto: Marta Maria Antoniazzi

Macho da espécie rãzinha Pleurodema diploslistris, que, durante o período de seca da Caatinga, enterra-se na areia do leito de rios intermitentes

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PONTO DE VISTA

Plantas e povos no Pantanal: uma abordagem sob a óptica da ciência etnobotânica Maria Antonia Carniello O Pantanal, no território brasileiro, estende-se ao longo de 140.000 km2 seguindo a calha de drenagem do rio Paraguai e seus tributários. A dinâmica das águas na extensa área úmida da bacia do alto Paraguai é regulada pelo pulso de inundação. A cobertura vegetal se diferencia em unidades de paisagens com as quais povos de diferentes culturas e épocas distintas estabeleceram seu modo de vida para obtenção de fontes de sustento. O conhecimento sobre a composição e a riqueza do componente vegetal ainda requerem estudos de média e longa duração. Uma síntese elaborada por JUNK et al. (2006) reúne 2.241 espécies pertencentes à 203 famílias, incluindo algas, plantas herbáceas (terrestres e aquáticas) e lenhosas. Uma rápida visão sobre os riscos para a conservação do Pantanal pode ser obtida com base nos planos estratégicos de ocupação e uso da terra, incentivados pelo próprio poder público voltado para o atendimento das demandas econômicas, destacando-se a expansão da fronteira agrícola em direção ao Cerrado e o entorno do Pantanal, a construção de usinas hidrelétricas com diferentes capacidades, implantação do gasoduto Bolívia – Brasil e Bolívia – Mato Grosso. Ressalta-se que o avanço silencioso do transporte fluvial tem provocado desflorestamentos de ilhas de vegetação e consequente assoreamento do rio, cujos resultados de longo prazo ainda não estão claramente diagnosticados. Associado a isto são comuns as iniciativas de drenagem das áreas úmidas em propriedades particulares para implantação e ampliação das áreas de pastagens cultivadas. Disto tem decorrido ameaça de extinção de espécies, aumento de espécies exóticas que altera a cadeia trófica da biota local provocando a perda de habitat. Simultaneamente, constata-se que o conhecimento de populações humanas sobre a composição vegetal ainda é pouco conhecida. Nos diferentes locais, ao longo da história da humanidade, os seres humanos desenvolveram estreita relação com as plantas por intermédio da conversão integral e/ou de suas partes para o atendimento de suas necessidades básicas físicas e espirituais. É nesta estreita convivência que está fundamentada a história da domesticação das plantas conhecidas e utilizadas atualmente. Inúmeras áreas da ciência moderna desenvolveram fundamentos teóricos e metodológicos dedicados ao entendimento dos mais variados focos que envolvem tais interações.

A Etnobotânica é uma disciplina estabelecida como uma área acadêmica derivada da Etnobiologia, cujo objetivo é compreender as relações estabelecidas entre os seres humanos e as plantas nos diversos aspectos em que o componente vegetal perpassa o cotidiano, de indivíduos e populações humanas, consubstanciado pelas marcas culturais próprias de cada povo. Por esta ciência são interpretadas as nuances pertinentes às percepções, crenças, práticas de manejo de plantas e formas de uso, operados por povos, em conformidade com a lógica da cultura em questão. Desse modo o pesquisador da área de etnobotânica, alicerçado por métodos e linguagens de acesso e de análises apropriados ao estudo com cada povo e situação investigados, inscreve o sistema de conhecimento acerca do saber, e do saber fazer de cada cultura a respeito do componente vegetal (conhecimento de domínio êmico sobre plantas) no campo do conhecimento acadêmico. O conhecimento acadêmico gerado neste contexto de produção científica corresponde ao conhecimento de domínio ético. Trata-se de um conhecimento decorrente do registro e da resignificação do sistema de conhecimento de culturas (vivente e/ou de remanescentes de povos extintos), efetivados pelo pesquisador que se caracteriza como um observador externo ao grupo humano em questão, à cultura e conjunto de conhecimentos acumulados (êmico). Por mais estreita e confiável que seja a relação estabelecida entre o pesquisador e o grupo humano envolvido em uma pesquisa desta natureza, o pesquisador será sempre alguém ou olhar externo em face das diferenças étnicas e culturais de ambos os lados. Até a metade do século passado, o termo etnobotânica era usualmente interpretado como sinônimo de conhecimento indígena sobre plantas. Neste período o contingente de trabalhos desenvolvidos envolvendo populações indígenas de diversas partes do globo, principalmente, relacionados às classificações autóctones abrangia quase a totalidade dos estudos desenvolvidos nesta área. Atualmente é consenso, no meio acadêmico, que o conhecimento sobre plantas advindo do domínio de povos, indígenas e não-indígenas estabelecidos em diferentes áreas geográficas do globo são estudados no campo da etnobotânica. Ressaltase aqui, importantes precursores dos estudos etnobotânicos no Brasil como Ghillean Prance e Darrell Posey dentre outros. Eles destacaram a necessidade e importância da atuação de equipes multidisciplinares na realização de

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trabalhos com populações humanas envolvendo as áreas de antropologia, arqueologia, linguística, etnobiologia e etno-história, entre outras. A dimensão interdisciplinar tem sido enfatizada nos estudos com plantas medicinais, etnofarmacologia, sistemas agroflorestais e agricultura tradicional e etnoecologia. Para a região pantaneira, o atual estado da arte dos estudos em etnobotânica tem eco na história de ocupação da região que, a rigor, antecede o uso do termo e do conceito formal desta ciência. Nos relatos dos conquistadores, a partir do século XVI, e nos dos bandeirantes/ monçoeiros, a partir do século XVIII, constatase o registro sobre a presença de diversos grupos étnicos e as respectivas interações com espécies vegetais. O estudo do conteúdo desses documentos contribui sobremaneira com o conhecimento etnobotânico da região. Dentre as narrativas diretamente relacionadas ao Pantanal, objeto de estudo da etnobotânica no contexto histórico, são recorrentes as referências sobre as populações humanas e plantas, principalmente nos relatos das entradas hispânicas do século XVI e XVII. Uma obra que reúne relatos de cronistas é a de COSTA (1999). Dentre e as crônicas seiscentistas, a de Ulrico Schmidl, publicada em 1567, reúne as suas impressões sobre a região, no período de 1535-1553. Pelos seus registros sabe-se que os índios Guarani, ocupantes do rio Paraguai na porção sul, cultivavam dois tipos de raízes que denominavam batata e mandioca. A segunda era diferenciada com duas denominações: “mandioca-poropé e mandioca-peperá”. Acrescenta, ainda, detalhes das características de palatabilidade das raízes utilizadas pelos indígenas. Sobre os índios Payaguá o mesmo cronista destaca a grande quantidade de canoas de madeira que estes possuíam bem como a habilidade dos autóctones na construção e no manejo desse meio de transporte comum nas águas do rio Paraguai, naquela época. Também registra os detalhes das vestimentas femininas confeccionadas com fios de algodão. Rio acima, ao encontrar os povos Sucurucis, Schmidl descreveu sobre a abundância de milho e mandioca cultivados ao redor das áreas de estabelecimento dos nativos. Observador atento, ele refere-se aos índios Guebecusis como agricultores que manejavam a terra plantando dois tipos de mandioca e ainda milho, amendoim, batatas e outras raízes. Segundo os relatos, estes povos também foram exímios canoeiros e artífices do meio de transporte construído em madeira com tronco


PONTO DE VISTA único escavado. Em fragmentos dos relatos deixados por Cabeza de Vaca, referentes ao período de 1541 a 1554, e publicados em 1555, constam apontamentos sobre a presença de vários povos ao longo do rio Paraguai com modos de vida, alimentação, transporte e relações sociais estabelecidas de forma integrada com a flora e fauna locais. A terceira narrativa, da qual foi destacado o olhar dos conquistadores ibéricos sobre populações e plantas, é de Ruy Díaz Guzmán. Ele percorreu as áreas, hoje denominadas Pantanal, no final do século XVI e início do século XVII. Guzmán referese a muitas populações indígenas lavradoras e com abundância de arroz silvestre. Destaca que índios Orejones cultivavam suas plantas em “Chácaras”. Atributos semelhantes são creditados aos índios Xarayes. Ambos cultivavam plantas, utilizavam frutos silvestres e canoas construídas em troncos escavados em forma de cochos. A assimilação dos conhecimentos indígenas sobre plantas pelos bandeirantes paulistas, que incursionaram pelas terras matogrossenses, a partir do século XVII ocorreu durante todo o processo de ocupação, ora como uma ação de professores e aliados, assumida por parte dos autóctones, ou sob pressão dos conquistadores. Os manuscritos deixam claro que os nativos colocavam os respectivos sistemas de conhecimentos apropriados no seu cotidiano de experimentações à disposição dos aventureiros. Os ensinamentos compreendiam diversas habilidades e utilização de plantas para suprirem necessidades quanto à alimentação, medicamentos, ferramentas e sobre a geografia local. Por outro lado, os grupos autóctones da época incorporaram ao seu acervo de conhecimento, tecnologias abstraídas a partir do contato com os imigrantes. Os registros das expedições efetivadas nos séculos XIX e XX, com a participação de naturalistas, incluem listas de plantas com formas de utilização para inúmeras espécies. Nos registros, principalmente das espécies consideradas de interesse econômico, a partir da perspectiva do olhar visitante, repetidas vezes aparece a referência “...os sertanejos usam...” Para esta região D’ Alincourt e Langsdorff, (registros do período de 1826 a 1829), indicam espécies classificadas em quatro categorias, sendo: plantas das matas e bosques, árvores de construção; plantas medicinais e de uso econômico. Nos registros históricos e etnográficos deixados Ayala e Simon (1914), constata-se a referência sobre inúmeras nações indígenas caracterizadas como agricultoras. Estes autores reiteram a intensa utilização de canoas por diversos povos, também descritas por autores que os antecederam, e acrescentam a utilização de um tipo de tecido confeccionado com “... embiras de caraguatá...” (Bromeliaceae),

utilizado pelas mulheres da etnia Chamacocos. Também atribuem ao povo Bororo da Campanha (região do pantanal de Cáceres) a confecção de redes de algodão. Registram, na mesma região, a presença de povos Guató na área de abrangência da fazenda Descalvados com forte vínculo com as unidades de paisagem locais caracterizadas pela presença de plantas. As plantas medicinais consideradas abundantes na região norte de Cáceres são igualmente destacadas por Ayala e Simon (1914). Dentre as principais, a poaia (Psychotria ipecacuanha (Brot.) Stokes), inicialmente utilizada pelos autóctones, posteriormente ocupou um dos pilares da economia do estado de Mato Grosso na primeira metade do século XX extraída pelos “poaieiros”. Ao sul do Pantanal o destaque de mesma natureza coube à erva-mate (Ilex paraguariensis A. St.-Hil.). O componente vegetal associado à presença humana está presente nos registros de Hoehne, publicados em 1936, 1948 e 1951. Ele destacou a utilização da Victoria amazonica (Poepp.) Sowerby pela população nativa especialmente sobre alimentação preparada com “batatas” (caules) de modo semelhante ao cará. Estes documentos, embora revelem fortes marcas do olhar etnocêntrico dos conquistadores sobre os povos que antecederam a população contemporânea do Pantanal, constitui um importante acervo para os estudos no campo da etnobotânica histórica para a região, área esta ainda em fase embrionária.

mestrado e monografias de graduação cujo acesso é restrito à região de origem. Ressaltase que este é um fator limitador da difusão do conhecimento sistematizado sobre povos e plantas estabelecidos na exuberante área úmida do Pantanal.

Os estudos recentes de etnobotânica realizados no pantanal tiveram um crescimento vertiginoso a partir da década de 1980. Abordam os sistemas de conhecimentos de população indígenas e não-indígenas. A partir desta fase se destaca a contribuição de Guarim Neto como pesquisador e formador de massa crítica local para atuação nesta área de conhecimento. Sobre a etnobotânica no Pantanal reuniu-se 217 trabalhos, realizados por vários pesquisadores e grupos de pesquisa, locais e externos, que trataram de diferentes aspectos diretamente relacionados à etnobotânica. Quantitativamente destacaram-se os estudos com plantas medicinais, os quais enfatizaram tanto as potencialidades atribuídas pelas populações quanto as unidades de paisagem nas quais são centralizados o manejo das plantas e a coleta de matéria prima.

AYALA, S. C.; SIMON, F. Álbum gráfico do Estado de Mato Grosso. Hamburgo: [ed. restaurada], 1914. 433 p.

Nos registros mais recentes os espaços fornecedores de plantas e de produção de saberes que motivaram os estudos foram roças e os quintais urbanos e rurais, seguidos das matas ciliares e fragmentos florestais associados às atividades de pesca e atividade pecuária tradicionais. Um reduzido número aborda o registro ou o resgate de conhecimentos sobre espécies e famílias botânicas em particular. Dentre os estudos reunidos, aproximadamente 25% estão publicados, os demais constituem registros em teses de doutoramentos, dissertações de

A etnobotânica tem se constituído ao mesmo tempo como ciência e ferramenta geradora de indicadores úteis na definição de políticas de conservação da biodiversidade à luz dos pressupostos da Convenção da Diversidade Biológica que preconiza: a utilização sustentável de seus componentes, a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos, mediante, inclusive, o acesso adequado aos recursos genéticos e a transferência adequada de tecnologias pertinentes, levando em conta todos os direitos sobre tais recursos e tecnologias. Portanto em conformidade com a respectiva filiação teórica e demandas vigentes, investigar o etnoconhecimento de populações humanas (viventes ou não) é antes de tudo ter sensibilidade e respeito para entender (e não simplesmente tentar explicar) fatos e fenômenos narrados e observados, que em muitos casos, fogem do entendimento cartesiano que permeia as ações adotadas por diferentes segmentos da sociedade contemporânea, inclusive de grande parte dos segmentos acadêmicos.

Literatura de apoio:

CARNIELLO, M. A. Estudo etnobotânico nas comunidades de Porto Limão, Porto Alambrado e Campo Alegre, na fronteira Brasil – Bolívia, Pantanal, Mato Grosso, Brasil. 2007. 198 f. Tese (Doutorado em Biologia Vegetal) – Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Rio Claro, 2007. COSTA, M. F. da. História de um país inexistente – o Pantanal entre os séculos XVI e XVIII. São Paulo: Estação Liberdade; Kosmos, 1999. 277 p. JUNK, W. J.; NUNES DA CUNHA, C.; WANTZEN, K. M.; PETERMANN, P.; STRÜSSMANN, C.; MARQUES, M.; ADIS, J. Biodiversity and its conservation in the Pantanal of Mato Grosso, Brazil. Aquatic Sciences 68 (3) 2006, 278-309.

Maria Antonia Carniello – CRBio 35868/01-D Universidade do Estado de Mato Grosso, UNEMAT – Cáceres, MT. Dra. em Biologia Vegetal – Etnobotânica.

O BIÓLOGO – CRBio-01 – Out-Nov-Dez/2009 23



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