O Biólogo nº 6 2008

ISSN 1982-5897

O BIÓLOGO II

6 Abr Mai Jun

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CRBio-01

Um olhar sobre as plantas aquáticas do Pantanal

Leia também: Biólogos e a reprodução humana assistida em situações especiais

Formação de Biólogos

ÍNDICE

ÍNDICE

O BIÓLOGO Revista do Conselho Regional de Biologia 1ª Região (SP, MT, MS) Ano II - Nº 06 Abr/Mai/Jun 2008 ISSN 1982-5897

CRBio-01

Conselho Regional de Biologia 1ª Região-São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (CRBio-01) Rua Manoel da Nóbrega, 595 - Conjuntos 121 e 122 CEP 04001-083 - São Paulo - SP Tel: (0xx11) 3884-1489 - Fax: (0xx11) 3887-0163 E-mail: conselho@crbio1.org.br Home page: www.crbio01.org.br

Delegacia Regional de Mato Grosso - CRBio-01 Av. Fernando Correa da Costa, s/nº - Instituto de Biociências Campus da UFMT - Coxipó, Cuiabá, MT - CEP 78060-900 Tel.: (65) 615 8804

Diretoria: Wlademir João Tadei Presidente

Luiz Eloy Pereira Vice-Presidente

Eliézer José Marques Secretário

Edison Kubo Tesoureiro

Conselheiros Mandato (2007-2011) Efetivos: Wlademir João Tadei; Edison Kubo; Eliézer José Marques; Murilo Damato; Mário Borges da Rocha; Maria Teresa de Paiva Azevedo; Luiz Eloy Pereira; Maria Saleti Ferraz Dias Ferreira; Rosana Filomena Vazoller; Giuseppe Puorto.

Suplentes: Adauto Ivo Milanez; Sandra Farto Botelho Trufem; Ângela Maria Zanon; Eliana Maria Beluzzo Dessen; Marlene Boccatto; Sarah Arana; Edison de Souza; Normandes Matos da Silva; Regina Célia Mingroni Netto; Osmar Malaspina.

Revista do Conselho Regional de Biologia (CRBio-01) Responsável: Comissão de Comunicação e Imprensa do CRBio-01 Editora: Maria Eugenia Ferro Rivera (MTb 25.439) Periodicidade: trimestral Tiragem: 16.000 exemplares Editoração Eletrônica: Mauro Teles

Ano II - Nº 06 - Abr/Mai/Jun 2008

Fotolito, impressão e acabamento: Rettec Artes Gráficas Fone: (11) 6163-7000 www.rettec.com.br rettec@rettec.com.br

Victoria amazonica (Poepp.) Sowerby.

Foto: Arnildo Pott

Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores e podem não refletir a opinião desta entidade. O CRBio-01 não responde pela qualidade dos cursos divulgados. A publicação destes visa apenas dar conhecimento aos profissionais das opções disponíveis no mercado.

Jan-Fev-Mar/2008 –– CRBio-01 CRBio-01 –– O O BIÓLOGO BIÓLOGO 22 Abr-Mai-Jun/2008

Editorial.......................................................................... 03 O novo formato do Encontro dos Biólogos, evento realizado pelo CRBio-01 é o tema deste editorial Ecos da Plenária ........................................................... 04 O que aconteceu na 126ª Sessão Plenária do CRBio-01 Tome nota ......................................................................

Lembretes importantes para os Biólogos

04

Acontece........................................................................ 05 Notícias importantes relacionadas ao CRBio-01 e aos Biólogos Em Foco ........................................................................ 09 A atuação de Biólogos na área da reprodução humana assistida em situações especiais Do Arquivo do Biólogo ................................................... 11 Seção que publica fotos curiosas e interessantes clicadas por Biólogos Destaque ....................................................................... 12 Entrevista com a Bióloga Vali Joana Pott que fala sobre as plantas aquáticas do Pantanal Balanço.......................................................................... 17 O balanço financeiro do CRBio-01, exercício 2007 Publicações ................................................................... 18 Lançamentos de livros de interesse às Ciências Biológicas Agenda .......................................................................... 19 Divulgação de cursos e eventos científicos que acontecerão no Brasil e no exterior Especial ......................................................................... 20 Saiba como fazer armadilha contra mosquito da dengue, invenção de pesquisador da UFRJ Na Mídia ........................................................................ 21 Notícias interessantes relacionadas às Ciências Biológicas e Educação veiculadas na mídia Biólogos inscritos........................................................... 22 Lista dos Biólogos inscritos no CRBio-01 em 2007 - 2ª parte Ponto de Vista ............................................................... 23 A Bióloga Maria Saleti Ferraz Dias Ferreira escreve sobre a formação de Biólogos

EDITORIAL Caros Biólogos No número anterior da revista “O Biólogo”, nosso veículo de comunicação, mencionamos alguns detalhes sobre mudanças programadas para execução no próximo Encontro de Biólogos.

Salientamos, inicialmente, que o enfoque do evento estará voltado para o profissional biólogo, porém continuaremos recebendo e atendendo os estudantes. Estes serão sempre bem-vindos!

Foram aprovadas, também, mudanças na data do evento, e na sua periodicidade. Ele passará a ser realizado a cada dois anos na 3ª semana do mês de julho, sendo o próximo em julho de 2009. Em função dessas mudanças foi aprovado, em caráter experimental, formato (submetido pela Diretoria) abrangendo as seguintes atividades: para profissionais, cursos de atualização, com 16 horas de duração; para graduandos e profissionais mini-cursos, com 4 horas de duração; e para todos os participantes, mesas redondas, conferências, simpósios, apresentação de painéis e atribuição do Prêmio Painel. A programação prevê a realização das atividades distribuídas em quatro dias, de sábado à terça-feira, sendo os cursos de atualização e mini-cursos ministrados nos dois primeiros dias e as demais atividades realizadas nos outros dois dias do evento. Com estas alterações esperamos atender as demandas dos profissionais biólogos com maior objetividade e rapidez. Após a realização do encontro será feita avaliação do mesmo, com vistas ao seu contínuo aperfeiçoamento.

A Diretoria do CRBio-01 já entrou em contacto com algumas Instituições, utilizando os novos parâmetros estabelecidos para realização do evento, visando sua realização. Tão logo seja formalizada a parceria daremos ciência à comunidade de Biólogos e demais interessados.

Até o próximo número do “O Biólogo”.

A Diretoria do CRBio-01

Antes de Emitir a 1ª ART Consulte o CRBio-01!

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LEMBRE-SE QUE O TRT DEVE SER RENOVADO ANUALMENTE!

Toda a Legislação do Mudou de Endereço?

Mantenha o seu endereço atualizado. Informe a Secretaria do CRBio-01 quando mudar de endereço, ou quando houver alteração de telefone, CEP ou e-mail.

Biólogo está disponível no Portal do CRBio-01: www.crbio01.org.br O BIÓLOGO – CRBio-01 – Abr-Mai-Jun/2008 3

ECOS DA PLENÁRIA A 126ª sessão plenária do CRBio-01 foi realizada no dia 11 de abril de 2008.

Contou com a visita – programada – do deputado estadual Fernando Capez, que tem abraçado causas de interesse da Sociedade e dos Biólogos deste regional.

Colocou-se, à disposição do Conselho para encaminhamento de pleitos referentes ao meio-ambiente e saúde pública, elaborados em conjunto pela Assessoria do seu gabinete e o CRBio-01.

Nesta sessão foram homologadas 454 inscrições, 42 reativações e o cancelamento de 198 registros, a concessão de 31 títulos de especialista; dez solicitações estão em instrução.

Foram homologadas também, nove solicitações de registro de pessoa jurídica e concedidos os respectivos Termos de Responsabilidade Técnica; três pedidos foram colocados em instrução.

Dez Biólogos solicitaram transferência para outros CRBios e nove foram recebidos pelo CRBio-01. A Plenária decidiu autorizar a Diretoria a firmar parceria com a operadora de planos de saúde que oferecer melhores condições para os biólogos registrados.

Aprovada, por unanimidade, a prestação de contas referente ao exercício de 2007.

Aprovou, também, em caráter experimental, proposta de formato dos futuros Encontros de Biólogos, encaminhada pela Diretoria.

TOME NOTA

ATENÇÃO BIÓLOGOS! De acordo com a Resolução n.º 11 de 05 de julho de 2003 o registro de ART deve ser solicitado em até 30 dias do início das atividades.

Desde 19 de novembro de 2007 é permitido, a partir da edição da Resolução n.° 126 da mesma data, o registro de ARTs atrasadas e retroativas mediante o pagamento de multa e da taxa de registro.

ATENÇÃO! Biólogos que prestam serviços como autônomos para o DEPRN É obrigatório o registro de Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, junto ao CRBio-01, referente aos Laudos Técnicos de Vistorias elaborados no bojo dos processos de Licenciamento e de Autos de Infração Ambiental.

ERRATA Na edição anterior, seção Ponto de Vista página 21 a leitura correta é: "...Alguns exemplos podem ser observados em material mantido em cultivo. Outros podem ser detectados em material oriundo de populações naturais em amostras coletadas em diferentes regiões, como nas fig. 1-14 de Trachelomonas armata (Ehr.) Stein e suas variações (BICUDO; DE-LAMONICA-FREIRE, 1993)."

44 Abr-Mai-Jun/2008 – CRBio-01 – O BIÓLOGO

O Novo Portal do CRBio-01 Já Está no Ar! Acesse:

www.crbio01.org.br

CRBio-01 e Revista Terra da Gente A Terra da Gente é a revista brasileira de conservação ambiental e tem como base a agenda positiva. Sua proposta é mostrar a biodiversidade brasileira, a fauna, a flora e o uso sustentável do meio ambiente.

Com altíssimo padrão gráfico e editorial, Terra da Gente é mensal e possui tiragem de 25.000 exemplares, distribuídos em todo o país. O CRBio-01 firmou uma parceria com a Revista Terra da Gente, e a partir de agora, todos os Biólogos inscritos têm condições especiais na assinatura da revista.

Confira as opções de assinatura no site do CRBio-01: www.crbio01.org.br

ACONTECE Deputado Fernando Capez visita a sede do CRBio-01 M. E. Rivera

Em pé: Edison Kubo, Giuseppe Puorto, Eliézer José Marques, Felice Balzano (assessor do deputado), Fernando Capez, Wlademir João Tadei, Maria Teresa de Paiva Azevedo, Mário Borges da Rocha. Sentados: Luiz Eloy Pereira, Sarah Arana, Maria Saleti F. Dias Ferreira e Adauto Ivo Milanez

Durante a última sessão plenária, ocorrida em 11 de abril passado, Conselheiros do CRBio-01 receberam a visita do deputado estadual Fernando Capez (PSDB-SP). Tendo atuado como Promotor de Justiça, durante 20 anos, Capez destacou-se por suas ações na defesa do patrimônio público e da cidadania. Entre os casos mais conhecidos em que atuou estão o combate à violência das “torcidas organizadas” e à “máfia do lixo”, quando condenou os responsáveis a devolverem mais de R$ 3 bilhões aos cofres públicos. O parlamentar, que está licenciado do Ministério Público para exercer o seu primeiro mandato, preside a Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa.

No encontro, Dr. Wlademir João Tadei, presidente do CRBio-01, comentou sobre a importância dos Biólogos terem um representante na esfera política. Por sua vez, o deputado Capez disse que está aberto para receber as demandas e necessidades dos Biólogos.

Também reforçou o seu interesse em estreitar os laços com a classe profissional dos Biólogos tendo em vista o desenvolvimento em conjunto de projetos na área do meio ambiente e da saúde.

Secretário de Estado da Saúde recebe o presidente do CRBio-01 Acompanhados do deputado estadual Fernando Capez, o presidente do CRBio-01, Dr. Wlademir João Tadei e a assessora jurídica do CRBio-01, Dra. Cecília Marcelino Reina foram recebidos pelo Secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Dr. Luiz Roberto Barradas Barata em seu gabinete. O encontro ocorrido em 14 de maio teve como objetivo discutir assuntos de interesse dos Biólogos.

Paulo Cesar Alexandrowitsch - Ass. Imp. S.E.S.

Delmíndia Silva Costa

Dra. Cecília Marcelino Reina – assessora jurídica do CRBio-01, Dr. Wlademir João Tadei – presidente do CRBio-01, Dr. Rogério Palermo – chefe de gabinete do deputado Capez, Dr. Fernando Capez – deputado estadual, e Dr. Luiz Roberto Barradas Barata – Secretário da Saúde do Estado de São Paulo.

Os Conselheiros e o deputado Capez durante a Plenária do CRBio-01

O BIÓLOGO – CRBio-01 – Abr-Mai-Jun/2008 5

ACONTECE Exposição Revolução Genômica em São Paulo Fotos: Daniel Chvaier

Em São Paulo, no Parque do Ibirapuera, está acontecendo a exposição “Revolução Genômica”, trazida pelo Instituto Sangari, representante oficial do Museu de História Natural de Nova York. A mostra atraiu cerca de 800 mil visitantes em cidades como Atlanta (EUA), Wellington (Nova Zelândia) e Hong Kong (China) e permanece em São Paulo até o dia 13 de julho deste ano.

Ocupando área de 2.000 m², a exposição está dividida em nove seções: A Era do Genoma, Identidade Genética, Diversidade Genética, Genoma: O Mapa para a Nova Medicina, Escolher e Modificar Nossos Genes, Redesenhando Nosso

Mundo, O Laboratório do Aprendizado, Nossos Genes e Nosso Futuro, e Brasil e a Revolução Genômica. A curadoria da exposição é da Bióloga Eliana Beluzzo Dessen, Conselheira do CRBio-01 e professora do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do IB/USP e da jornalista Mônica Teixeira, assessora do Núcleo de Educação da Fundação Padre Anchieta.

Responsáveis pela exposição “Darwin”, que foi vista por 175 mil pessoas no Masp (Museu de Arte de São Paulo), que passou pelo Rio de Janeiro e agora está em Brasília, o Instituto Sangari pretende trazer ao Brasil, ainda este ano, uma exposição sobre Albert Einstein.

Serviço: Até 13 de julho de 2008 Local: Pavilhão Armando de Arruda Pereira Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n Parque do Ibirapuera, portão 10 Horários: 2ª a 6ª das 9h às 19h; sábados, domingos e feriados das 10h às 19h Preços: R$ 15,00 (inteira) e R$ 7,00 (meia).

Escolas e grupos agendados: R$ 10,00 por aluno. Escolas públicas agendadas: entrada gratuita.

No último domingo de cada mês a entrada é gratuita Mais informações no site http://www.revolucaogenomica.com.br

Biólogo é nomeado Secretário de Meio Ambiente de Guarulhos

Em abril deste ano, o Biólogo Fabio Roberto de Moraes Vieira foi nomeado Secretário de Meio Ambiente de Guarulhos (SP). Guarulhos é hoje a segunda cidade do Estado de São Paulo em arrecadação e a oitava do Brasil, com mais de 1.200.000 habitantes, e por ser uma metrópole enfrenta inúmeros problemas com reflexos no seu meio ambiente. Ocupando 341km², a cidade possui 30% do seu território de áreas verdes e conta com total de 16 parques e cinco Centros de Educação Ambiental. Entre os parques destacam-se o Horto Florestal, que abriga a Reserva Biológica Burle Marx, o Zoológico Municipal, Bosque Maia e o Parque Chico Mendes.

O Secretário de Meio Ambiente de Guarulhos, Fabio Roberto de Moraes Vieira

6 Abr-Mai-Jun/2008 – CRBio-01 – O BIÓLOGO

Servidor público municipal há mais de 30 anos, o Biólogo Fabio Vieira é formado pela Universidade de Guarulhos, onde integrou o quadro de pesquisadores na área de paleontologia junto ao Departamento de Geociências. Na prefeitura de Guarulhos sempre teve atuação forte nas questões ligadas ao meio ambiente e ocupou vários cargos, entre eles: encarregado do Zoológico Municipal, coordenador de Programas de Educação, dando ênfase à Educação Ambiental, responsável por toda a elaboração e coordenação dos Programas de Coleta Seletiva de Lixo e responsável por toda a questão orçamentária da Secretaria de Meio Ambiente de Guarulhos.

ACONTECE

CRBio-01 Participará da EXPOPRAG 2008 Pela quarta vez o CRBio-01 participará com stand próprio da EXPOPRAG, a maior feira do setor de controle de vetores e pragas urbanas da América Latina. O evento acontecerá entre os dias 20 e 22 de agosto próximo, no ITM – International Trade Mart, em São Paulo.

A feira, realizada pela APRAG – Associação dos Controladores de Vetores e Pragas Urbanas terá como tema em sua 7ª edição: “Controle Integrado de Pragas Urbanas - O Profissional na Era do Desenvolvimento Sustentável” e trará o que há de mais moderno no controle de pragas urbanas e, no congresso, que acontece

simultaneamente, colocará em debate temas de fundamental importância para a reciclagem, formação e atualização do profissional moderno.

Além do CRBio-01, a EXPOPRAG 2008 contará com a presença das maiores e mais importantes empresas e institutos de pesquisa do setor no Brasil e expositores internacionais, que apresentarão ao público o que há de mais moderno em produtos, equipamentos e serviços para o controle especializado de pragas urbanas. O congresso reunirá profissionais de diversas partes do mundo para abordar temas atuais e de relevância para o cotidiano do profissional.

O setor de controle de vetores e pragas urbanas é um importante campo de atuação para os biólogos, que são os profissionais que possuem a formação científica necessária e estão habilitados legalmente para atuar e contribuir no desenvolvimento da área.

Serviço: Data: 20, 21 e 22 de agosto de 2008 Local: ITM - International Trade Mart Av. Eng. Roberto Zuccolo, 555 Vila Leopoldina - São Paulo/SP site: www.itmexpo.com.br Informaçõe s: http://www.pragas.com.br/ expoprag2008/evento.htm

O BIÓLOGO – CRBio-01 – Abr-Mai-Jun/2008 7

ACONTECE

Zoológico de São Paulo comemora 50 anos e homenageia Biólogo Dia da Inauguração em 1958

No dia 15 de março de 2008, a Fundação Parque Zoológico de São Paulo comemorou seu aniversário de 50 anos em uma cerimônia que contou com a presença do Secretário Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Antonio Floriano Pesaro, do Subprefeito do Jabaquara, Heitor Sertão, além de outras autoridades, representantes de diversas instituições e dos visitantes do parque. Os convidados foram recebidos pela Diretoria, funcionários da Fundação e pela alegre Turma do Zôo. O Hino Nacional Brasileiro foi executado pela Banda da Polícia Militar.

Dentre as atividades, houve a cerimônia de obliteração do carimbo e selo comemorativo dos 50 anos, conduzida por Marco Antonio Vieira da Silva, Diretor Regional dos Correios de São Paulo. Ocorreu também a entrega de novos veículos elétricos, doados à Fundação, assinatura do convênio com a Prefeitura e Secretaria Municipal de Assistência Social para o Projeto Zôo Legal dentro do Programa Ludi Cidade e entrega de prêmios aos ganhadores do concurso “Ajude o Zôo a Escolher os Nomes para as Girafinhas”. A imagem de São Francisco foi reinaugurada, após cuidadoso restauro. A escultura do padroeiro da Ecologia foi doada ao Zoológico no ano de 1975 pela Província Franciscana, em comemoração ao seu centenário.

A surpresa maior foi a inauguração do recinto do Sansão, um tímido orangotango que chegou recentemente ao Zôo de São Paulo, vindo de Portugal. Para alegria das crianças e adultos, houve a apresentação da peça teatral “O turista e a Onça Pintada”.

Os funcionários com mais de 25 anos de trabalho foram homenageados com a entrega de placas comemorativas, entre eles o Biólogo e Conselheiro do CRBio-01 Mário Borges da Rocha. Atuando desde 1967, Mário é o Biólogo que há mais tempo trabalha no Zôo, onde começou como tratador de animais. Foi também Chefe do Setor de Répteis, Chefe da Divisão de Ensino e Divulgação e atualmente é o Coordenador do Zôo Safári. A carreira de Mário no Zoológico foi destaque em matéria publicada no Estado de São Paulo em 15 de março passado.

Localizado em uma área de 824.529 m2 de Mata Atlântica original, o Zôo exibe 3.228 animais, sendo 95 espécies de mamíferos, 181 espécies de aves, 75 espécies de répteis, 8 espécies de anfíbios e 8 espécies de invertebrados. Desde sua abertura em 1958, o Zoológico de São Paulo já recebeu mais de 78 milhões de visitantes.

O homenageado Mário Borges da Rocha, Coordenador do Zôo Safári.

Fonte e Fotos: Fundação Parque Zoológico de São Paulo.

O novo morador do Zôo, o orangotango Sansão Entrada do Zôo, em 1963

Imagem de São Francisco

8 Abr-Mai-Jun/2008 – CRBio-01 – O BIÓLOGO

Em Foco

Biólogos Têm Papel de Destaque na Reprodução Humana Assistida em Situações Especiais São notáveis os avanços da ciência em relação à reprodução humana assistida.

Dentro desta área, o biólogo é um profissional de destaque, pois é o responsável por todos os procedimentos do laboratório. A atuação dos biólogos é reconhecida e valorizada na Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André (SP), que desde 2000, oferece o serviço de reprodução humana assistida. Há dois anos a Faculdade deu importante passo ao criar o primeiro centro da América Latina especializado em Reprodução Humana Assistida em Situações Especiais: o CRASE (Centro de Reprodução Humana Assistida em Situações Especiais). O Centro trata casais portadores de infecções virais crônicas, como HIV e hepatites B e C. Grande parte desses pacientes não são inférteis, mas não podem ter filhos de maneira natural por causa do risco de transmissão da doença. Nesses casos a técnica utilizada consiste em isolar o vírus do sêmen antes de fecundar o óvulo, e daí parte-se para

as técnicas de uma reprodução assistida normal.

A criação e a estrutura O coordenador do CRASE, o médico ginecologista Dr. Waldemar Pereira Carvalho, conta que a idéia da criação do Centro partiu do médico e professor de Genética e Reprodução Humana, Dr. Caio Parente Barbosa, grande estudioso do assunto e introdutor do serviço de reprodução humana assistida na Faculdade. “Ele acreditava que deveríamos ter um diferencial e que ninguém se preocupava com esses pacientes infectados.”

Diz que a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e outros órgãos internacionais, como a American Society of Reproductive Medicine (ASRM) e a European Societies of Human Reproduction (ESRHE), baixaram normas de biossegurança para a manipulação e circulação de amostras de sangue desses pacientes dentro dos laboratórios, a fim

de evitar os riscos de contaminação de amostras e material entre os pacientes e também dos profissionais da área da saúde. “Fomos pesquisar na literatura e achamos que era hora de alguém montar um centro especializado para tratar desses pacientes, pois não existia um centro específico para esses casos na América Latina”.

O médico destaca que a implantação do CRASE foi embasada em muito estudo e obedeceu às exigências de biossegurança. “Tivemos como base trabalhos do exterior, principalmente da Itália, pioneira na área, e a RDC 33 da ANVISA (Resolução que dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde). A equipe concentrou-se para fazer essa adequação aos laboratórios e publicou um manual de estudo antes mesmo do início do funcionamento.”

As modernas instalações do Centro contam com uma área de atendimento

Prédio do CEPES onde está instalado o CRASE

O BIÓLOGO – CRBio-01 – Abr-Mai-Jun/2008 9

Em Foco

A situação especial mais comum atendida é a do casal soro discordante

para

HIV, onde o homem é soropositivo e a mulher soronegativa

composta por consultórios, salas de monitoramento de ultra-som, sala de inseminação e de coleta de sêmen, além de um centro cirúrgico equipado para pequenos procedimentos, como a punção de ovário, de epidídimo e de testículo e para os exames de histeroscopia. Quanto aos laboratórios, local de atuação dos biólogos embriologistas, são três: biologia molecular, laboratório de andrologia e o laboratório de fertilização in vitro.

As situações especiais Desde sua inauguração, o CRASE realizou aproximadamente 70 tratamentos, considerado número razoável para um serviço que está começando, segundo Dr. Waldemar. “A expectativa média de tratamento para este ano de é de oito a dez ciclos de tratamento por mês.” Um mesmo paciente pode fazer vários tratamentos, se não der certo na primeira tentativa.

O médico diz que a situação especial mais comum atendida é a do casal soro discordante para HIV, onde o homem é soropositivo e a mulher soronegativa.

Ele ressalta que a situação é peculiar, pois na maioria das vezes não se trata de infertilidade. “Os casais procuram o serviço para evitar a transmissão horizontal.

Nesse caso, o sêmen é preparado para livrar-se da carga viral. Estando livre do vírus temos condições de fazer inseminação artificial ou fertilização in vitro.”

Mais rara é a situação em que a mulher é soropositiva e o homem soronegativo.

“Nesse caso, basta fazer a inseminação artificial.” Lembra que em 2004, as sociedades americana e européia de reprodução assistida (ASRM e ESHRE) autorizaram

o tratamento na mulher soropositiva. “No Brasil começamos a atender esse tipo de caso em 2006 e os nossos resultados são bastante satisfatórios. No entanto, os trabalhos na literatura ainda não apresentam casuística muito relevante. Em outubro deste ano, enviaremos um trabalho para um congresso nos Estados Unidos, mostrando que a nossa taxa de gravidez tem sido boa com esses casais, mesmo com a mulher positiva.” Dr. Waldemar diz que em 2007, o CRASE alcançou 55% de taxa de gravidez e que grande parte desse resultado deve-se aos casais portadores de HIV. Os pacientes portadores do HIV geralmente chegam ao centro encaminhados pelos seus médicos ginecologistas e infectologistas. “Este é o nosso ano de divulgação para os infectologistas, que são os médicos que cuidam desses pacientes. Hoje o HIV/AIDS é uma doença com prognóstico muito melhor, a expectativa de vida aumentou muito. O Brasil está entre os melhores países no mundo em cuidados com HIV/AIDS”, revela o médico.

Nos casos de pacientes portadores dos vírus das hepatites B e C a procura pelo CRASE está ligada à infertilidade.

Dr. Waldemar explica que no caso da hepatite B existe a vacina e, havendo a imunização, não há impedimento para a relação sexual. Já a hepatite C tem quase nula a transmissão sexual. “Os casais com hepatite chegam aqui com a finalidade de prevenir a contaminação do ambiente de cultivo dentro dos laboratórios. O risco maior é contaminar uma amostra que está ao lado com uma outra doença. Por isso temos estufas separadas e contêineres de nitrogênio para armazenamento das células em estado de congelamento também separados. Os profissionais de saúde que trabalham nos laboratórios são obrigatoriamente imunizados.”

Carro-chefe: Biólogos- embriologistas A equipe de profissionais que trabalham no CRASE é formada por médicos ginecologistas e urologistas especializados em reprodução humana, biólogos, biomédicos, psicólogos e enfermeiros treinados.

Dr. Waldemar diz que o “carro-chefe” é a equipe dos laboratórios composta pelos Biólogos embriologistas: “São eles que trabalham com o diagnóstico via espermo-

10 Abr-Mai-Jun/2008 – CRBio-01 – O BIÓLOGO BIÓL LOG OGO O

grama, depois realizam o preparo seminal no laboratório de andrologia. Em seguida dentro do laboratório de biologia molecular outro Biólogo prepara o PCR (polymerase chain reaction - reação em cadeia pela polimerase, que se baseia no processo de replicação de DNA que ocorre in vitro) da amostra para saber se há vírus detectável ou indectável. Em seguida são realizados os procedimentos de fertilização que, dependendo do caso, podem ser: inseminação artificial (colocação do sêmen selecionado no útero durante o período fértil da mulher), fertilização in vitro ou ICSI (técnica que consiste em aspirar o espermatozóide e fazer a inserção no óvulo com o uso do microscópio), de acordo com a qualidade e quantidade de gametas, carga viral inicial e situação do casal (casais sorodiscordantes ou soroconcordantes). Para cada situação, uma técnica é indicada.”

Fotos: Assessoria de Imprensa da FMABC

Bióloga manipulando a incubadora

Atualmente, somente Biólogos trabalham na coordenação destes laboratórios.

Dr. Waldemar diz que existe também a possibilidade da participação de estagiários acadêmicos para a realização de seus trabalhos de conclusão de curso (TCC), assim como também para estagiários que estão se especializando e que pretendem seguir carreira dentro da área da reprodução humana assistida. Além dos estudantes da própria Faculdade de Medicina do ABC, há o intercâmbio com as Faculdades de Biologia e Biomedicina da Universidade Metodista e

Em Foco

Biólogo realizando a ICSI

UNISA. O médico destaca: “A importância da formação do profissional que está dentro do laboratório se torna maior do que a do profissional que está indicando e fazendo procedimento, que é o médico. Do ponto de vista da bioética a responsabilidade do laboratório é muito grande.”

Persistência e gratificação Formada em Ciências Biológicas pela Universidade de Guarulhos, a Bióloga Débora Rodrigues, chefe do Laboratório de Embriologia do CRASE, conta que foi durante a graduação que se interessou pela área de reprodução humana assistida. Necessitou de muita persistência para realizar o estágio em uma clínica especializada em Sorocaba (SP) durante o dia e, à noite, cursar a faculdade em Guarulhos. “Hoje vejo que valeu muito a pena, quanto mais eu sei, mais eu quero aprender, é uma área

muito interessante.” De acordo com ela, centralização, organização, agilidade e atenção são características essenciais para os profissionais que atuam nos laboratórios, pois erros não são permitidos.

Débora comenta sobre o trabalho em equipe: “O médico sozinho não faz nada, e o embriologista sozinho dentro do laboratório também não faz nada. É preciso ter um companheirismo entre o laboratório e a parte clínica, porque os médicos induzem os pacientes, tanto a mulher quanto o homem, para obtermos os melhores gametas e assim, alcançarmos sucesso nos resultados.” A Bióloga frisa que o trabalho na área gera muita satisfação.

Campo em expansão para o Biólogo Durante o 17º Encontro de Biólogos do CRBio-01, realizado em 2006, na UNISANTA, em Santos (SP), uma das mesasredondas que mais chamou a atenção e lotou o auditório foi justamente sobre reprodução humana assistida, que teve como uma das palestrantes a Bióloga Dra. Lia Rossi, que atua na área há quase dez anos. Graduada em Ciências Biológicas pela PUCCAMP, Mestre pela USP e Doutoranda pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Dra. Lia é consultora científica e coordenadora de cursos da FMABC, professora da Faculdade de Medicina de Jundiaí e coordenadora da Secretaria de Apoio a Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP).

Incentivadora da divulgação dessa área de atuação para os Biólogos, ela diz: “É um campo promissor para o Biólogo e, conseqüentemente, altamente competitivo.

Destaca-se nesta área o profissional melhor preparado, melhor treinado, melhor qualificado, ou seja, aquele que investir na sua formação junto às equipes conceituadas na área. A reprodução humana assistida requer profissionais responsáveis e éticos acima de tudo. O Biólogo que trabalha neste campo deverá aprofundar-se em temas que normalmente não são ensinados nos cursos de graduação.”

Dra. Lia informa que está sendo pleiteado junto ao Conselho Federal de Biologia o reconhecimento da especialidade para o Biólogo e juntamente com esta solicitação, o reconhecimento de um curso de especialização que, automaticamente, irá conferir ao Biólogo o título de especialista. “Este curso terá início em fevereiro de 2009 na Faculdade de Medicina do ABC (FMABC).

Enquanto isso, nós, na FMABC oferecemos cursos de aperfeiçoamento e extensão para os Biólogos que desejam iniciar nesta área e também para aqueles que desejam aprender técnicas complementares (como “assisted hatching”, criopreservação, biopsia embrionária e cultivo de células-tronco).”

Mais informações: www.fmabc.br

ARQUIVO DO BIÓLOGO

A fotografia faz parte da rotina de trabalho de muitos Biólogos.

Esta seção da Revista publica fotos curiosas, interessantes, significativas e inusitadas da fauna, da flora, e de paisagens, captadas por Biólogos.

Flagrante da natureza: um quati andando livremente no meio da floresta, na cidade de Sete Barras, no Vale do Ribeira, Estado de São Paulo. O quati pertence à Família Procyonydae e seu nome científico é Nasua nasua.

Foto do Biólogo Fábio Marques de Oliveira, que mora em Registro, cidade do Vale do Ribeira (SP) e que trabalha com flora e fauna da Floresta Atlântica.

O BIÓLOGO – CRBio-01 – Abr-Mai-Jun/2008 11

DESTAQUE

Um Olhar sobre as Plantas Aquáticas do Pantanal

Eichhornia azurea Kunth, o “camalote” - (Foto: R. Furlong)

A flora do Pantanal é formada por diversas composições vegetais que mudam de acordo com a dinâmica ambiental da região, marcada pelas estações de seca e de cheia. No total existem quase 2.000 espécies, das quais cerca de 280 são macrófitas aquáticas.

O estudo dessa interessante flora típica tem como grande incentivadora a Bióloga Vali Joana Pott, que junto com o seu marido, o agrônomo Arnildo Pott, ambos pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), desenvolveram importantes trabalhos na área e publicaram diversos trabalhos, dos quais destaca-se o livro “Plantas Aquáticas do Pantanal”. Lançado no ano 2000, a obra é o primeiro guia de identificação desse tipo de flora. Vali Joana é formada em História Natural pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e realizou mestrado em Botânica na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1993. Trabalhou na Embrapa Pantanal até o ano de 2000 e na Embrapa Gado de Corte, até março de 2008. Atualmente, integra o quadro de pesquisadores da Universidade Federal deMato Grosso do Sul (UFMS), em Campo Grande (MS).

Conversamos com a Bióloga sobre a sua carreira e o seu trabalho com a flora pantaneira.

Escolhas Vali Joana Pott formou-se em História Natural em 1975, pela PUC-RS. Na época já era casada com Arnildo Pott. “No último ano de graduação, consegui uma bolsa de Iniciação Científica do CNPq sobre o gênero Desmodium (nome popular “prega-prega”). Logo depois, acompanhei meu marido Arnildo para seu doutorado na Austrália. Lá, em vez de seguir carreira, decidi ser mãe o que exigia tempo integral, longe de familiares. Na volta, Arnildo foi convidado pela Embrapa Pantanal, deixou a UFRGS, onde lecionava e fomos morar em Corumbá, em 1980, onde nasceu a nossa filha.” Quatro anos depois, Vali retomou a sua carreira de Bióloga ao ingressar como bolsista na Embrapa e começou um pequeno herbário. No final de 1987, passou no concurso para Prof.

Auxiliar em Botânica na UFMS, em Corumbá. Ela recorda: “Da sala de aula via-se o Pantanal, mas o acesso não é tão simples e eu levava os alunos ao campo até onde era possível ir com a nossa perua.

12 Abr-Mai-Jun/2008 – CRBio-01 – O BIÓLOGO

Em 1989, fiz concurso para uma vaga de Botânica na Embrapa e consegui voltar ao herbário que havia começado.”

Em 1987 durante um curso sobre macrófitas oferecido pela UFMS/OEA (Organização dos Estados Americanos), Vali diz que se “apaixonou” pelas plantas aquáticas e assim, o seu interesse pelo Pantanal intensificou-se. A sua especialidade é a família Lemnaceae, conhecida popularmente como lentilhas d`água. Em 1993 na UFPR, concluiu o seu mestrado com o trabalho: “A família Lemnaceae S.F. Gray no Pantanal (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), Brasil”, orientada pelo Dr. Armando Carlos Cervi.

O trabalho junto ao seu marido Arnildo também foi importante para a definição de sua linha de investigação: as macrófitas. Ela explica: “O Arnildo trazia-me flores, para determinar, é claro, cada vez que voltava do Pantanal, mas ele não gostava coletar plantas na água, só até onde não entrava água na bota e foi ficando uma lacuna. Então, eu entrava na água, dessa forma, temos uma divisão natural de trabalho. Mas cactáceas, bromeliáceas, palmeiras e outras plantas mais difíceis de herborizar também so-

DESTAQUE bravam para mim. Se por um lado meu marido me incentivava, por outro eu tive que provar que eu não era apenas esposa dele, e as plantas aquáticas me deram essa oportunidade.”

O Pantanal e a sua flora

Vali e Arnildo na Embrapa Pantanal - (Foto Arquivo CPAP)

Coleta em vereda - (Foto A. Pott)

A Bióloga explica que ao contrário do que se pensa o Pantanal não é um grande pântano, pois caracteriza-se por enchentes e secas sazonais. Diz que existem diferentes sub-regiões naturais, conseqüência das características de solo (da mais pura areia ácida à argila preta alcalina), da água (de chuva ou de rio), geomorfologia, paisagem, e outras. “E se estende um pouco à Bolívia e ao Paraguai.” A vegetação também varia muito entre sub-regiões e dentro da mesma sub-região. “Quase não existem endemismos no Pantanal, porque é uma área geológica muito recente (Quaternário) e sem grandes barreiras biogeográficas. Mesmo assim já achamos algumas espécies novas, como Maranta pantanensis J.M. Braga, Stilpnopappus pantanalensis H. Rob. e Xanthosoma pottii E.G. Gonçalves. Nos morros há mais endêmicas, por ex., Vernonia pottii Esteves. Essas homenagens compensam o calor, os mosquitos e os carrapatos!”

Entre as plantas aquáticas que apresentam aspectos interessantes Vali destaca a Victoria amazonica (Poepp.) Sowerby, que possui a maior flor, e a Wolffia brasiliensis Weddell (lentilha-d`água), a menor dentre as plantas aquáticas. “Essas duas espécies podem ocorrer juntas, protegidas nas enseadas dos rios”, acrescenta.

Para o ecoturismo diz que a vitóriarégia é a mais interessante, “além das Pontederiaceae formando os camalotes que nas enchentes se desprendem e descem rio abaixo e que são importantes para a micro e meso faunas associadas, abrigando pequenos peixes e outros organismos aquáticos”. No aspecto medicinal os destaques são as espécies de chapéu-de couro (Echinodorus spp.), erva-de-bicho (Polygonum spp.) e a cavalinha (Equisetum giganteum L.) , que possuem propriedades fitoterápicas já conhecidas.

O encanto também pela fauna Não só a flora pantaneira atrai a Bióloga Vali Pott, que comenta sobre a fauna local: “Seja qual for a especialidade do

Coleta de macrófitas aquáticas (Foto E. Pinto)

pesquisador, é impossível que ele não se encante com a abundância de animais.

Acordamos com sonoras curicacas, araras e tantas outras aves, e à noite ouvimos os curiangos e a sinfonia de “Sapowski” dos anfíbios, além dos rasantes dos morcegos.

Durante as coletas nos ambientes aquáticos, o peixe acará-bobo salta sobre as folhas de Nymphaeas, o cafezinho (jaçanã) faz suas danças, e fica todo assustado quando a gente descobre o seu ninho sobre as salvínias, o jacaré se afasta discretamente, a capivara finge que já nos conhece, o cervodo-pantanal não quer saber de intimidade.

Piranha, sucuri e boca-de-sapo (Bothrops) estão por ali, mas não se as vê e nunca me atacaram, eu sempre falo que elas fogem quando chego. Mas vespas e abelhas africanas são uma ameaça.”

Aventuras no Pantanal As inúmeras viagens de estudo e coleta ao campo renderam ao casal de pesquisadores situações inusitadas e algumas surpresas. Vali recorda algumas: “Quando a minha turma de Mestrado em Botânica (UFPR) fez uma expedição ao Pantanal em 1991, ficamos alojados na velha sede da fazenda Leque, para seguir viagem à fazenda Nhumirim, ambas da Embrapa Pantanal. Como o Pantanal estava cheio, apareceram duas cobras no banheiro, uma na pia e outra no vaso sanitário. Que susto! pois os peões diziam que era a tão temida “boca-de-sapo” (Bothrops), uma escapou, e ficamos com medo de que ela tivesse entrado numa das malas. Arnildo conseguiu pegar a outra cobra e a colocou em álcool.

Levada aos herpetólogos de Curitiba, não passava de uma pobre “dormideira” inofensiva. Depois, na Fazenda Nhumirim, meu orientador Prof. Cervi, andando para fotografar umas araras azuis, quase pisou numa “boca-de-sapo” de verdade. Mas só vimos o quase-acidente segundos depois, então fotografamos a marca do tênis na areia junto à cobra!”

Ela conta que aconteceram outros incidentes que considera “normais”, como carro atolado ou quebrado, “não achar a saída de uma lagoa de meandro à noite tomada de macrófitas, “corridão” de búfalas com cria, perda da câmara fotográfica ao subir num tronco para escapar de queixadas, falsa pane no helicóptero da Marinha, o quase naufrágio do barco na Lagoa Gaíva durante uma tempestade à noite, e

O BIÓLOGO – CRBio-01 – Ab Abr-Mai-Jun/2008 A Abr-Maib i Jun//20088 13 i-

DESTAQUE na mesma lagoa em outra ocasião a perda do GPS. Inesquecível foi o rapel na Serra do Amolar, onde achamos Vellozia variabilis Mart. e também campos graminosos úmidos estacionais de altitude.”

O futuro do Pantanal Na opinião da Bióloga, o Pantanal está “relativamente” em bom estado de conservação. Segundo ela, a preocupação deve recair sobre a alta bacia que o influencia “pois os maiores problemas vêm de fora da planície, principalmente o excesso de sedimentos, da erosão de solos arenosos, que causou assoreamento nas cabeceiras e na foz do rio. Já existe no baixo Rio Taquari uma área muito grande com inundação permanente causada pelo desmatamento na alta bacia. A área está coberta por baceiros (ilhas de vegetação flutuante) de Oxycaryum cubense (Poepp. & Kunth.) Lye uma ciperáceae epífita de difícil manejo. A hidrovia existe há séculos e pode continuar, mas com embarcações adequadas ao rio.” Quanto ao efeito estufa, afirma que se chover menos na região, os ambientes aquáticos diminuirão, “como já aconteceu em ciclos secos” e se chover mais, “ocorrerá o contrário, pois o Pantanal responde rapidamente às flutuações do pulso de inundação.”

Acrescenta mais um fator preocupante relacionado à preservação do Pantanal: “Há também um crescente risco devido a mudanças culturais trazidas por novos proprietários, que ainda não têm a tradição de convívio e preservação do Pantanal.”

Por outro lado, lembra um fator que auxilia a conservação: “Felizmente o acesso ao interior do Pantanal é difícil, pois as estradas são poucas. Há somente uma asfaltada a Corumbá (até 1988, a

estrada ficava submersa durante a cheia) e uma de chão a Porto Jofre, além de alguns aterros o resto são apenas caminhos pelos campos inundáveis. Também se pode ir por rio, daí de trator, carro tracionado ou a cavalo até as fazendas, mas as lanchas do Rio Taquari desviam do leito assoreado e não há dia certo para chegar. Outra opção é o avião monomotor.”

Questionada sobre os impactos do crescente turismo na região, a Bióloga acredita que é possível conciliar o turismo com a preservação ambiental. Como exemplo bem sucedido cita Bonito: “Ninguém entra no atrativo turístico sem guia autorizado e via agência de turismo. Assim, todos ganham, inclusive o ambiente.

Entretanto, a pesquisa na região deveria ter mais recursos para avaliar e divulgar as nossas riquezas naturais.”

Hydrocleys nymphoides (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Buchenau (Foto P. R. de Souza)

O trabalho no Herbário – o gosto pela identificação de plantas Curadora do herbário da Embrapa Pantanal, Vali fala sobre essa atividade: “Longe dos centros de excelência de estudo da Botânica, é difícil identificar as plantas sem ter à mão uma boa coleção de referência. Nos anos 80, a bibliografia sobre a flora da região era ainda mais escassa do que hoje e a garimpávamos nas floras dos Estados vizinhos: Goiás, São Paulo até Brasília, e nos mais distantes também: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, e Rio de Janeiro. Também buscávamos informações em livros da Bolívia, Paraguai e Peru. O Correio em Corumbá não aceitava o envio de plantas, devido ao controle de drogas, então despachávamos pacotes quando ia à capital ou levava material aos Congressos de Botânica. Aos poucos, com a colabora-

Ninho de “cafezinho” (jaçanã) sobre “orelha-de-onça” (Foto A. Pott)

Nymhaea amazonum Mart. & Zucc. “camalote-da-meia-noite” (Foto A. Pott)

Vitória-régia (Foto: V. J. Pott)

Xanthosoma pottii E. G. Gonçalves (Foto A. Pott)

Victoria amazonica (Poepp.) Sowerby (Foto A. Pott)

DESTAQUE

ção de tantos amigos taxonomistas, construímos um herbário do Pantanal. Sem herbário e sem taxonomistas é impossível fazer um trabalho sério.”

A Bióloga ressalta o seu gosto de identificar as plantas aquáticas. Conta que recebe material para identificação de outros países da América do Sul. Também colabora com a Profa. Edna Scremin-Dias e Prof. Geraldo Damasceno numa disciplina sobre macrófitas no curso de Mestrado em Biologia Vegetal, ministrado na Base de Pesquisa da UFMS no Pantanal. “Tendo feito o curso internacional “Herbarium Techniques” do Jardim Botânico de Kew, na Inglaterra, também leciono em um curso sobre herbário, em que obviamente incluo plantas aquáticas. Para minha satisfação, no Brasil tem crescido o número de alunos interessados em macrófitas aquáticas. Isso, aliás, é necessário para tentar substituir os “macrofiteiros” que partiram, os queridos Prof. Bruno Irgang (UFRGS) e Prof. Gilberto Pedralli (UFOP). Alguns estudantes que trabalharam comigo seguem nessa linha no doutorado.”

Coleta de barco usando lista telefônica (Foto: P. R. de Souza)

O livro “Plantas Aquáticas do Pantanal” e outras realizações Ao longo da sua carreira, Vali considera o livro “Plantas Aquáticas do Pantanal” como a sua maior realização profissional.

“Esse livro não tinha propriamente projeto, foi um subproduto do levantamento de flora do Pantanal que fizemos pela Embrapa.

Era apenas um sonho, que outro sonhador, Tênisson Waldow de Souza, então Chefe Adjunto de Comunicação e Negócios da Embrapa Gado de Corte, transformou no livro formatado com tanta arte, o mesmo que editou os nossos outros dois livros (“Plantas do Pantanal” 1994 e “Plantas daninhas de Pastagens na Região de Cerrados” 2006). A minha dissertação de mestrado (1992-1993) seria sobre as plantas aquáticas, mas dado o curto tempo optei pelas Lemnaceae no Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, embora meu orientador Prof. Dr. Armando Cervi relutasse um pouco, porque são monocotiledôneas, mas consegui fazê-las florir e desvendar as sutilezas dessa família e, em vez de quatro espécies (uma de cada gênero), encontrei nove no total.”

Para a Bióloga cada trabalho menor publicado também é uma satisfação. Destaca o artigo “Nymphaeaceae do Pantanal”, o capítulo de plantas aquáticas no livro “Nos Jardins Submersos da Bodoquena”, o capítulo de flora no livro “Biodiversidade do Complexo Aporé-Sucuriú”, etc. “O Pantanal é um ambiente ao mesmo tempo belo e difícil, de onde tenho boas recordações, como o prêmio da Embrapa de `Destaque Individual´. Encontrar uma espécie ainda não coletada, por exemplo de Utricularia, é uma emoção, que se repete quando é vencido o desafio da identificação, que aliás está muito bem, enfatizado pela Profa. Dra. Ermelinda Maria De-Lamonica-Freire na última edição de O BIÓLOGO, pois `Pensa-se que é muito fácil dar nome aos organismos. Engana-se quem assim pensar´”.

Coleta de centenas de “lentilhas d´água”. (Foto: A. Pott)

A fotografia As belas fotografias que ilustram esta matéria e os livros são de autoria de Arnildo Pott auxiliado por Vali e constituem uma ferramenta importante de trabalho. A Bióloga comenta: “As fotos foram feitas pelo Arnildo, quase todas no campo. A minha parte foi trazer ou cultivar e arranjar as plantas sob a objetiva, no pano preto ou fundo branco conforme a necessidade de contraste, porque fotografar plantas submersas não é tarefa fácil, ainda mais

Lagoa sendo coberta por milhares de “lentilhas d´água” (Foto: A. Pott)

1 O BIÓLOGO – CRBio-01 – Abr-Mai-Jun/2008 15

DESTAQUE numa época em que não havia câmera digital de boa resolução e não se sabia se a foto tinha ficado boa ou não. Economizávamos no lado errado, em filme, por isso muitas vezes a foto é “unicata”. O pior foi que o Arnildo perdeu um filme de fotos “imperdíveis” e bateu vistas aéreas sobre o filme de Nymphaeas, que florescem à meia-noite. Mas o maior estresse foi quando a ex-Vaspex extraviou o pacote com todos os slides enviados à gráfica da Embrapa, felizmente entregues mais tarde sem explicação.”

Planos futuros Hoje, Vali não vai mais com tanta freqüência ao Pantanal. Seu trabalho atual envolve as veredas e áreas úmidas do Mato Grosso do Sul nas altas bacias, através dos projetos “Levantamento florístico de áreas prioritárias de Mato Grosso do Sul” e “GeoMS” (mapeamento da vegetação) e GEF-Rio Formoso em Bonito. “As áreas úmidas, tão importantes na manutenção dos recursos hídricos, estão seriamente ameaçadas por assoreamento e rebaixamento do lençol freático, e, conseqüentemente, estão secando brejos, nascentes, córregos, várzeas e veredas. Temos participado dos inventários dos parques nacionais (Pantanal, Bodoquena), estaduais (Pantanal do Rio Negro, Ivinhema) e municipal (Parque Municipal Natural Templo dos Pilares, em Alcinópolis)”.

Ao final da entrevista, a pesquisadora ressalta que iniciou a sua carreira “um tanto tarde”, mas não tem a intenção de parar tão cedo. “Ainda pretendo andar muito nos brejos e veredas do Mato Grosso do Sul enquanto as condições físicas permitirem. Agora me aposento da Embrapa, mas prossigo minha missão no herbário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, onde continuo à disposição para identificar lemnáceas e outras macrófitas do Pantanal, além de permuta de exsicatas, pois gostaria muito de deixar no Estado uma coleção de plantas aquáticas do Brasil e melhorar a representação de Mato Grosso do Sul em outros herbários.”

Curso de herbário para professores do ensino fundamental (Foto A. Pott)

Macrófitas aquáticas importantes para a fauna (Foto A. Pott)

16 Abr-Mai-Jun/2008 – CRBio-01 – O BIÓLOGO Vereda ao anoitecer (A. Pott)

BALANÇO

CONSELHO REGIONAL DE BIOLOGIA 1ª REGIÃO (SP,MT,MS) - CRBio-01 BALANÇO DO EXERCÍCIO DE 2007 COMPARATIVO DA RECEITA E DESPESA RECEITA Descrição

DESPESA

Orçado

Realizado

Diferença

Alienação de Bens

3.295.000,00 3.295.000,00 1.550.000,00 515.000,00 200.000,00 1.030.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00

2.963.877,01 2.963.877,01 1.603.476,24 462.695,82 198.836,27 698.868,68 -

331.122,99 331.122,99 (53.476,24) 52.304,18 1.163,73 331.131,32 5.000,00 5.000,00 5.000,00

TOTAL DA RECEITA

3.300.000,00

2.963.877,01

336.122,99

RECEITAS CORRENTES RECEITAS CORRENTES Receitas de Contribuições Receitas Patrimoniais Receitas de Serviços Outras Receitas Correntes RECEITAS DE CAPITAL RECEITAS DE CAPITAL DO EXERC¸CIO

Descrição

Orçado

Realizado

Diferença

INVERS›ES FINANCEIRAS Aquisição de Imóveis

2.580.000,00 2.580.000,00 558.000,00 2.022.000,00 720.000,00 220.000,00 15.000,00 205.000,00 500.000,00 500.000,00

1.691.351,79 1.691.351,79 376.570,10 1.314.781,69 369.211,19 28.180,70 13.627,00 14.553,70 341.030,49 341.030,49

888.648,21 888.648,21 181.429,90 707.218,31 350.788,81 191.819,30 1.373,00 190.446,30 158.969,51 158.969,51

TOTAL DA DESPESA

3.300.000,00

2.060.562,98

1.239.437,02

DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CUSTEIO PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS Outras Despesas Correntes DESPESAS DE CAPITAL INVESTIMENTOS Obras e Instalações EQUIPAMENTOS E MATERIAL PERMANENTE

BALANÇO PATRIMONIAL COMPARADO PASSIVO

ATIVO 2006

2007

ATIVO FINANCEIRO DISPON¸VEL Bancos C/ Movimento Bancos Conta Arrecadação Bancos Conta Aplicação Financeira REALIZ˘VEL Devedores da Entidade Entidade Pública Devedora ATIVO PERMANENTE IMOBILIZADO Bens Imóveis Bens Móveis CRÉDITOS Divida Ativa VALORES Títulos de Empresas Outros Valores

3.549.415,60 3.548.370,51 201,59 270.869,37 3.277.299,55 1.045,09 1.018,45 26,64 1.261.192,35 1.260.342,14 964.543,90 295.798,24 850,21 0,21 850,00

4.368.263,43 4.368.236,79 5.557,27 40.331,33 4.322.348,19 26,64 26,64 1.643.037,60 1.629.553,35 1.319.201,41 310.351,94 12.634,04 12.634,04 850,21 0,21 850,00

818.847,83 819.866,28 5.355,68 (230.538,04) 1.045.048,64 (1.018,45) (1.018,45) 381.845,25 369.211,21 354.657,51 14.553,70 12.634,04 12.634,04 -

TOTAL DA ATIVO

4.810.607,95

6.011.301,03

1.200.693,08

Descrição

Variação (+) ou (-)

Descrição

2006

2007

PASSIVO FINANCEIRO D¸VIDA FLUTUANTE Consignações Entidades Públicas Credoras Tesouro Nacional Credores da Entidade Entidades Autárquicas Federais Credoras RESULTADO PENDENTE Receita a classificar PATRIMłNIO PATRIMłNIO LIQUIDO DA ENTIDADE Patrimônio Liquido

43.193,36 43.361,98 9,43 485,63 168,62 11.041,75 31.656,55 61.346,46 61.346,46 4.706.068,13 4.706.068,13 4.706.068,13

20.073,62 20.273,04 9,57 354,92 199,42 9.564,59 10.144,54 5.991.227,41 5.991.227,41 5.991.227,41

(23.119,74) (23.088,94) 0,14 (130,71) 30,80 (1.477,16) (21.512,01) (61.346,46) (61.346,46) 1.285.159,28 1.285.159,28 1.285.159,28

TOTAL DA PASSIVO

4.810.607,95

6.011.301,03

1.200.693,08

Variação (+) ou (-)

BALANÇO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS VARIAÇÕES ATIVAS Descrição

VARIAÇÕES PASSIVAS 2007

Descrição

2007

RESULTADO ORÇAMENT˘RIO RECEITA ORÇAMENT˘RIA Receitas de Contribuições Receitas Patrimoniais Receitas de Valores Mobiliários Outras Receitas Correntes MUTAÇ›ES ATIVAS INCORPORAÇ‹O DE ATIVOS Aquisição de bens móveis Aquisição de bens imóveis Incorporação de Créditos

3.345.722,26 2.963.877,01 1.603.476,24 462.695,82 198.836,27 698.868,68 381.845,25 381.845,25 14.553,70 354.657,51 12.634,04

RESULTADO ORÇAMENT˘RIO DESPESA ORÇAMENT˘RIA DESPESAS CORRENTES Pessoal e Encargos Sociais Outras Despesas Correntes DESPESAS DE CAPITAL Investimentos Inversões Financeiras RESULTADO PATRIMONIAL Superávit Verificado

2.060.562,98 2.060.562,98 1.691.351,79 376.570,10 1.314.781,69 369.211,19 28.180,70 341.030,49 1.285.159,28 1.285.159,28

TOTAL DAS VARIAÇÕES ATIVAS

3.345.722,26

TOTAL DAS VARIAÇÕES PASSIVAS

3.345.722,26

O BIÓLOGO – CRBio-01 – Abr-Mai-Jun/2008 17

PUBLICAÇÕES

BRAZILIAN ZOOSPORIC FUNGI Adauto Ivo Milanez, Carmen L. A. Pires-Zottarelli e Alexandra Lenk Gomes Trata-se de um “check list” de organismos pouco conhecidos no país, reunidos principalmente pela presença de zoósporos – esporos dotados de flagelos. O grupo inclui representantes de três reinos: Fungi, Protozoa e Straminipila (Chromista). Os dados levantados representam menos de 20% dos táxons descritos na literatura. Os autores mencionam dificuldades na obtenção de informações publicadas em veículos efêmeros e/ou de restrita circulação. Demonstram que há áreas extensas no país desprovidas de coletas, ou pouco coletadas. Relatam também a deficiência de recursos humanos especializados.

Informações: aimilanez@yahoo.com.br; zottarelli@uol.com.br

A VERDADEIRA NATUREZA JURÍDICA DOS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL E SEUS ASPECTOS POLÊMICOS: APROFUNDAMENTO E REFLEXÕES Elísio A. Quintino, Marconde Alencar de Lima e Rosana Fernandes A. Quintino Hoje, esta é a única obra sobre o assunto publicada no Brasil. Tem como objetivo principal esclarecer inúmeras dúvidas dos filiados e dos dirigentes dos Conselhos Profissionais, propondo, ainda, uma nova perspectiva para estas entidades dentro de sua missão de promover a profissão que representa e proteger a sociedade de maus profissionais. Questões como “para que servem? “Quais as vantagens e desvantagens para os profissionais e para a sociedade?” “Um Conselho forte interfere na vida profissional de seus filiados de forma construtiva ou é mera burocracia inútil?” “Qual a real importância de um exame de capacitação?” “A cobrança de anuidades é justa?”, são algumas das muitas matérias abordadas.

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Preço: R$ 10,00 Informações e vendas: www.livrariaconceito.com.br

ISTO É BIOLOGIA – A CIÊNCIA DO MUNDO VIVO Ernst Mayr Obra acessível trata de filosofia, história da ciência e divulgação científica. O trabalho de Mayr, juntamente com o de Dobzhansky, Huxley, Haldane e Simpson, foi fundamental para a Teoria Sintética da Evolução: a convergência da teoria da evolução de Darwin e das descobertas da genética.

A humanidade evoluirá em uma super-espécie? Qual é o lugar dos seres humanos na evolução?

Pode a evolução explicar a ética? Essas são apenas algumas das perguntas que Mayr se propõe a responder em Isto é biologia. Escrito na sétima década de sua carreira e nona de sua vida, o livro é ao mesmo tempo uma profunda historiografia da ciência e uma reflexão lúcida sobre o papel da biologia na construção da sociedade no século XXI. Preço: R$ 56,00 Informações: www.companhiadasletras.com.br

18 Abr-Mai-Jun/2008 – CRBio-01 – O BIÓLOGO

AGENDA 11° SIMPÓSIO DE BIOLOGIA MARINHA Realização: UNISANTA Data: 30 de junho a 04 de julho de 2008 Local: Santos (SP) Informações: www.unisanta.br/ simposiobiomar

60ª REUNIÃO ANUAL DA SBPC

8TH INTERNATIONAL CONGRESS ON THE BIOLOGY OF FISH

Realização: Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência Data: 13 a 18 de julho de 2008 Local: UNICAMP, Campinas (SP) Informações: www.sbpc2008.unicamp.br/

V SIMPÓSIO DE ECOLOGIA COMPORTAMENTAL E INTERAÇÕES

Realização: U.S. Geological Survey Data: 28 de julho a 01 de agosto de 2008 Local: Portland, Oregon – Estados Unidos Informações: http://fishbiologycongress8.usgs.gov/

XIV CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE BIOLOGIA CELULAR

Realização: Laboratório de Ecologia Comportamental e de Interações do Instituto de Biologia, da Universidade Federal de Uberlândia Data: 07 a 10 de julho de 2008 Local: Uberlândia (MG) Informações: http://www.etologiabrasil.org.br/ VSECI

Realização: Sociedade Brasileira de Biologia Celular Data: 27 a 30 de julho de 2008 Local: Bourbon Convention Ibirapuera, São Paulo (SP) Informações: www.sbbc.org.br

EXPOPRAG 2008 Realização: APRAG Data: 20 a 22 de agosto de 2008 Local: ITM - International Trade Mart - São Paulo (SP) Informações: www.pragas.com.br/ expoprag2008/evento.htm

INSTITUTO BUTANTAN - PROGRAMA DE ATENDIMENTO DIDÁTICO 2º SEMESTRE DE 2008 Cursos de Nível Básico Animais Peçonhentos

Soros & Vacinas

Insetos Venenosos

Julho

4

Agosto

4

12

14

Setembro

9

16

25

Outubro

8

14

Novembro

6

Dezembro

5

Anfíbios

Microscopia

Higiene

16 22

19

27

Cursos de Extensão Universitária Curso

Data

Ferramentas Didáticas em Microbiologia para os Ensinos Fundamental e Médio para Professores

02 a 04 de julho

Os Animais Venenosos no Ensino de Ciências e Biologia

07 a 11 de julho

Biologia Molecular no Estudo de Toxinas

21 a 25 de julho

Anfíbios: Biologia, Taxonomia e Venenos

18 a 22 de agosto

Bioquímica de Venenos Animais

19 a 22 de agosto

DNA: Espiral da Evolução Humana

08 a 12 de setembro

Mecanismos Celulares que Modulam Sistemas Homeostáticos

15 a 19 de setembro

Vacinas Bacterianas Virais e Recombinantes

22 a 26 de setembro

Animais de Laboratório, uma Especialidade

29 de setembro a 03 de outubro

Aracnídeos

13 a 17 de outubro

Lacraias (Quilópodes)

03 a 05 de novembro

Memória e História Institucional

03 a 05 de novembro

As inscrições para os cursos devem ser feitas com antecedência mínima de 15 dias. A idade mínima para participar: 15 anos. As unidades públicas de saúde e militares estão isentos nos cursos de Nível Básico.

Informações: Núcleo de Ensino e Divulgação Cultural (11) 3726-7222 – ramal 2222 cultural@butantan.gov.br • www.butantan.gov.br

O BIÓLOGO – CRBio-01 – Abr-Mai-Jun/2008 19

ESPECIAL

Pesquisador da UFRJ cria armadilha contra o mosquito da dengue Maulori Cabral, microbiologista e professor da UFRJ, é responsável pela criação de um novo mecanismo para evitar a disseminação da dengue: uma mosquitoeira desenvolvida e patenteada pela universidade. Além dela, há também a mosquitérica (mosquitoeira genérica), que pode ser feita com garrafa pet por qualquer pessoa.

Segundo Maulori, o dispositivo funciona como uma armadilha letal para os mosquitos e quando utilizada fora de casa,

combinada com os cuidados tradicionais, impede que novos mosquitos apareçam. “A utilização conscientizada da mosquitérica, como ferramenta educacional, previne a população de Aedes aegpty que estejam contaminados com vírus, pois o mosquito fica preso na armadilha”, explica. O professor ressaltou ainda que para problemas antigos, como é o caso da dengue, soluções novas precisam ser utilizadas e é na universidade que elas emergem.

O departamento de Virologia coordena também o Disque-Dengue, que oferece orientação à população sobre como evitar a proliferação do mosquito da dengue. De acordo com Maulori, as escolas podem se beneficiar deste serviço, já que são feitas palestras de conscientização.Contatos com o Disque-Dengue podem ser realizados pelo telefone (21) 2562-6698.

É muito simples sua construção 1

2

3

1º Passo - Pegue uma garrafa pet de 1,5 litros ou mais e corte a parte superior para fazer uma espécie de funil.

2º Passo - Corte cerca de 10 cm da pet, parte da base da garrafa.

3º Passo - Lixe a parte interna do pedaço similar a um funil, (pode ser utilizada uma lixa para madeira granulação 60, 100 ou 120). O objetivo é deixar a superfície interna bem áspera em toda a sua extensão.

4

5

6

5º Passo - Coloque cinco grãos de arroz, ou de alpiste amassados, ou ainda ração para gatos dento da parte inferior da garrafa pet.

6º Passo - Sele as duas par tes com fita isolante.

4º Passo - Utilizando o “anel“ parte da tampa da própria garrafa, faça um fechamento com um pedacinho de tela dobrado, (não serve o tule de véu de noiva, pois o buraco é grande o suficiente para que o mosquito passe).

20 Abr-Mai-Jun/2008 – CRBio-01 – O BIÓLOGO

ESPECIAL 7

7º Passo - Está pronta a armadilha para a fêmea do mosquito transmissor da dengue.

- Encha com água limpa até cerca de 3 cm da borda do funil. Complete a água à medida que a mesma for evaporando - Coloque a armadilha no quintal ou onde ficam os mosquitos. É necessário ser um local sombreado; a fêmeas do mosquito não gostam de sol.

- A fêmea do mosquito verfica onde está havendo evaporação da água para colocar os seus ovos.

- Porque é necessário lixar o “funil”? A superfície fica corrugada e com isso a água sobe por capilaridade, aumentando a taxa de evaporação e atraindo mais facilmente a fêmea do mosquito Aedes aegypti.

- Porque é necessário colocar os grãos de arroz ou alpiste amassados? A fêmea só põe ovos onde ela identifica que a água possui alimento para as larvas. Até “os mosquitos” têm instinto materno.

- Os ovos descerão pelos buracos da tela e fi carão na parte inferior do

recipiente; a tela serve de elemento de ligação entre as duas partes e não permite que as larvas passem para a parte superior do recipiente. A presença da barreira de tela é muito importante se ela estiver rasgada/destruída ao invés de um armadilha para o mosquito você estará fornecendo um criatório para o mesmo.

- Periodicamente esvazie a parte inferior e mate as larvas com cloro.

Verifique se está tudo OK com a tela e encha novamente a armadilha com água. Verifique a sua armadilha todos os dias.

- O mosquito adulto vive de 30 a 35 dias, e as fêmeas põem ovos de quatro a seis vezes, nesse período. Em cada vez, ela põe cerca de 100 ovos, sempre em locais com água limpa e parada. Se não encontra recipientes apropriados para depositar seus ovos, a fêmea pode voar distâncias de até três quilômetros até localizar um ponto que considere ideal. A temporada de chuva, complica as coisas: um ovo de Aedes aegypti pode sobreviver até 450 dias – um ano e dois meses – mesmo que o local em que ele foi depositado fique seco. Se esse local receber água novamente (quando há uma chuvarada, por exemplo), o ovo volta a ficar ativo, podendo se transformar em larva e depois em pupa, e atinge a fase adulta em prazo curtíssimo: de dois a três dias.

A MATEMÁTICA DA MOSQUITOEIRA. Construa dez armadilhas, espalhe cinco pelo seu quintal e dê as outras cinco aos vizinhos, amigos, parentes.

Peça que cada um deles faça o mesmo.

Veja os números de armadilhas que teremos a cada ciclo: Ciclo

Construo

Uso

Distribuo

Total

10

5

5

10

1º

5 novos

Usam

Distribuem

50

25

25

2º

25 novos

Usam

Distribuem

250

125

125

3º

125 novos

Usam

Distribuem

1.250

625

625

60 310 1.560

Ou seja, se cada um fizer a sua parte em três rodadas apenas teremos 1.560 armadilhas, enganando as fêmeas do mosquito. Em até 35 dias a fêmea do mosquito estará morta e se não tiver colocado os ovos em local onde os ovos se transformem em mosquitos, teremos (1.560 x10 x 100 = 1.560.000) mosquitos a menos.

O número é este mesmo: mais de 1,5 milhões de mosquitos, considerando que cada armadilha engane pelo menos dez fêmeas e que estas fêmeas coloquem ovos apenas quatro vezes na sua vida adulta.

Vamos dar a nossa contribuição para interromper esta situação.

Fonte e Fotos: Assessoria de Imprensa da UFRJ

NA MÍDIA

Câmara aprova projeto que regulamenta uso de cobaias no Brasil Foto: G. Puorto

A Câmara dos Deputados aprovou em 20 de maio de 2008, o Projeto de Lei 1.153/95, conhecido como Lei Arouca, que regulamenta o uso de cobaias em pesquisas científicas no País. A votação da matéria, que agora segue para o Senado, era reivindicação de grande parte da comunidade científica, uma vez que não há uma norma nacional que indique claramente os limites da prática.

O projeto, que tramitava na Câmara há cerca de 13 anos, institui por exemplo a criação do CONCEA (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal), que vai regulamentar o uso de animais para pesquisa e estabelecer as normas e

critérios éticos. O conselho terá participação de membros dos ministérios, da sociedade civil e da comunidade científica.

Até hoje, a função de estabelecer os parâmetros para a experimentação animal fica a cargo das comissões de ética de universidades e instituições de pesquisa. Caso esses órgãos não tenham sido instituídos, as decisões cabem a cada cientista individualmente.

Caso seja aprovada no Senado, o projeto promete acabar com disputas locais sobre o assunto, como aconteceu recentemente em Florianópolis e Rio de Janeiro.

Fonte: Agência Câmara da Folha Online, 20/05/2008

O BIÓLOGO – CRBio-01 – Abr-Mai-Jun/2008 21

INSCRITOS LISTA DE INSCRIÇÕES HOMOLOGADAS EM 2007

(2ª parte)

Nº

BIÓLOGO

Nº

BIÓLOGO

Nº

BIÓLOGO

056022/01-P 056023/01-D 056024/01-D 056025/01-D 056026/01-D 056027/01-D 056028/01-D 056032/01-D 056033/01-D 056034/01-D 056035/01-D 056036/01-D 056037/01-D 056038/01-P 056040/01-D 056041/01-P 056042/01-P 056043/01-D 056044/01-D 056045/01-D 056046/01-P 056047/01-D 056048/01-D 056049/01-D 056050/01-D 056051/01-P 056052/01-D 056053/01-D 056054/01-D 056055/01-P 056056/01-D 056057/01-D 056058/01-D 056059/01-D 056060/01-D 056061/01-D 056062/01-D 056063/01-D 056064/01-P 056065/01-P 056066/01-D 056067/01-P 056068/01-D 056069/01-P 056070/01-D 056071/01-D 056072/01-D 056073/01-D 056074/01-D 056075/01-D 056076/01-P 056077/01-D 056078/01-D 056079/01-D 056080/01-D 056081/01-D 056082/01-D 056083/01-D 056084/01-D 056085/01-D 056086/01-D 056087/01-D 056088/01-D 056089/01-D 056090/01-D 056091/01-D 056092/01-D 056093/01-P 056094/01-D 056095/01-D 056096/01-D 056097/01-P 056098/01-D 056099/01-D 056100/01-D 056101/01-D 056102/01-P 056103/01-P 056104/01-P 056105/01-D 056106/01-P 056107/01-D 056108/01-D 056109/01-P 056110/01-D 056111/01-D 056112/01-P 056113/01-D 056114/01-D 056115/01-D

LUCAS TJHIO CESAR PESTANA ANSELMO TOLOTTI MARIA AUXILIADORA DE AZEVEDO KELLYN NEGRI ROBERTO MACEDO GAMARRA OLGA MARIA DE OLIVEIRA ANDRE BATISTA DA SILVEIRA FLAVIA MAZZINI ELISANGELA DUTRA DE SOUZA LUDMILA OSÓRIO CASTILHO MARIA APARECIDA DOS SANTOS SANCHES JOSÉ SILVEIRA DUTRA VALDINEI CRISTI KOPPE EVANIL RAMOS FERNANDES CRISTIANE CÁCERES PETINARI DOS REIS MARILIZI DUARTE DE OLIVEIRA FLÁVIA ACCETTURI SZUKALA ARAUJO MEIRE GUIMARÃES DE ANDRADE LUCIANA DA SILVA ESTEVAM MÁRCIA CRISTINA CORRÊA CHAGAS BRUNO MARTINS BENTO DE SOUZA VITOR DRUMMOND SAMPAIO CORREA MARIANI IVAN DO PRADO BARBOSA IVANETE APARECIDA VALENTIM DE ALMEIDA CLAYTON DE SOUSA BARROS ROBERTA CRISTINA GOMES ANDREA PALMIERI SERAFIM LIZANDRA VENTURIN MUNHOZ RICARDO CALCIOLARI ERICA KYRIAKOS ROSELI MARIA DOS SANTOS ANTONIO PANCRACIO DE SOUZA ELIZANGELA TIEKO MATIDA JOSE ROBERTO SALGADO JUNIOR VALTECIR FERNANDES VALDINETH ALBINO MORAIS DYANA ALVES HENRIQUES MARIANA CECILIA DA SILVA MARILANE ROCHA SANTOS MARTINEZ MARCIA APARECIDA CAIRES DE SOUZA ANDREIA CRISTINA NAKASHIMA VAZ RUI APARECIDO PAULO VICTOR HUGO CAMILLO FERREIRA TIAGO JOSÉ TEODORO MARIANA MORAES PICCOLOMINI NICANOR FERNANDES BARRY NETO NICKOLLY LILGE KAWSKI LUCIANA PINHEIRO FERREIRA CARLA LETÍCIA GEDIEL RIVERO JULIANA ROSABONI VECCHI CINTIA BATISTA DA SILVA ADRIANA PEREIRA DE SOUSA ROBERTA BOTHELHO DE MELLO THIAGO BUOSI SILVA ALBERTO MARIANO LOURENZONI JUNIOR LUCIANA GOSI PACCA BERARDI LIDIANA TEREZA USTULIN MARIA LUIZA MOTTA PACHECO DE GODOY ANDREIA VIEIRA DE FARIA PATRICIA CUNICO FERREIRA ARTHUR HENRIQUE SAKAMOTO ALBERTO CAVALCANTI DE FIGUEIREDO NETTO CARLA FERNANDA FERROLHO DIAS SIMONE MICHELAN DUARTE ELIANE MAURO PUCCINELLI REYNALDO NAKASHIMA VALDENILSON JOSÉ ZORÉL ERIKA TOITO MARAISA CRISTINA GALLO MELISSA HELLEN JANUÁRIO JOSÉ CARLOS VIANA MONIQUE VIECILI VERGA JAYME JULIANO SCHINAIDER SUZI MAGGI KRAS CAMILA MEOTTI SIMONE CARDOSO LIMA RAFAEL TAVARES DA SILVA ELAINE RODRIGUES DA SILVA KEILA CRISTINA DELACOSTA BRUNO PALERMO CRESPI ALINE MIYUKI FUJIKAWA ERICA VANESSA MAGGIORINI VALERIA BRAGA FRANÇA VIVIAN NEGREIROS FRANSOZO DENISE GUAGLIONI BARBOZA NANCY MARIA DE FATIMA SAVIOLI KARLA RAQUEL SOARES GOMES GISLAINE DELFINO DA SILVA CLAUDIA AVELINO NOVAES LIDIANE LIMA PINHEIRO

056116/01-D 056117/01-P 056118/01-P 056119/01-D 056120/01-D 056121/01-D 056122/01-P 056123/01-D 056124/01-D 056125/01-D 056126/01-D 056127/01-D 056128/01-P 056129/01-D 056130/01-D 056131/01-P 056132/01-D 056133/01-P 056134/01-D 056135/01-P 056136/01-P 056137/01-P 056138/01-D 056139/01-D 056140/01-D 056141/01-P 056142/01-P 056143/01-D 056144/01-P 056145/01-P 056146/01-P 056147/01-D 056148/01-D 056149/01-D 056150/01-D 056151/01-P 056152/01-D 056153/01-D 056154/01-D 056155/01-D 056156/01-D 056157/01-P 056158/01-P 056159/01-P 056160/01-P 056161/01-D 056162/01-D 056163/01-D 056164/01-D 056165/01-D 056166/01-D 056167/01-P 056168/01-D 056169/01-D 056170/01-P 056171/01-D 056172/01-D 056173/01-D 056174/01-D 056175/01-D 056176/01-D 056177/01-D 056178/01-P 056179/01-D 056180/01-P 056181/01-D 056183/01-D 056184/01-D 056185/01-D 056186/01-D 056187/01-D 056188/01-D 056189/01-D 056190/01-D 056191/01-D 056192/01-D 056193/01-D 056194/01-P 056195/01-D 056196/01-D 056197/01-P 056198/01-D 056199/01-D 056200/01-D 056201/01-D 056202/01-D 056203/01-D 056204/01-D 056205/01-P 056206/01-D

PRISCILA LITARDI CANAN REGIANE CRISTINA DA SILVA TATIANA MOURA FRANCISCO ANTONIO RIBEIRO DAIANE APARECIDA FRANCISCO DE OLIVEIRA TATIANE MORAIS FERREIRA GUSTAVO CHRIGUER TELLES ANDRETH RICARDO DE OLIVEIRA ANDRE PEREIRA POMBAL IRANICE MOTTA CORDOVIL JOEL DIAS PINHEIRO FILHO FERNANDA ANDRESSA CHIAVEGATO SILVA JOANNA TEREZA SABBATINI CAMILA LINS CARTES EDWARD JOSE STRINI GABRIEL RANGEL DE SOUZA NATALIA MIGUEL NUNES RAFAEL GUERRA PIMENTEL MARIA CECILIA LUNARDELLI VERA LUCIA LOPES BOLDORINI JOICE RIBEIRO FERNANDES COSTA RENATA LETICIA NASCIMENTO FLAVIA PELLEGATTI FRANCO VANESSA DE SOUZA NAKAGI MARCOS ROCHA LIMA DE ALMEIDA PRADO ANA CLÁUDIA DA COSTA CAMPOS MARINETTI ALBERGARIA ROCHA ANDRE RICARDO THEODOSIO DE CARVALHO GABRIELA MURAD ARTHUR MACARRÃO MONTANHINI FABRICIO MONTEIRO CASSARES FABIO MESQUITA DO NASCIMENTO LUCIANA SARAIVA FILIPPOS LUCILENE DE AQUINO VIVIANI CORREA MICHELE CRISTINA AMARAL FERNANDA DE CASSIA FONSECA VENTURELI THIAGO AUGUSTO NASI WASHINGTON LUIZ GOMES TAVECHIO ROGÉRIO OLIVEIRA SOUZA LIVIA TEREZINHA PIMENTEL BRANCO FLAVIA GAONA DE OLIVEIRA GENNARO MARCIO ROBERTO OCTÁVIO GONÇALVES PATRICIA SILVA CAIANA ANE FRANCIELE TAPPARO TEREZINHA LIMA LEITE DOS SANTOS VANIA APARECIDA NOGUEIRA ANA CAROLINA VIEIRA MACEDO IRIS GOMES VIANA LUCIA ROBLOSKI IORI VANESSA CORREA RORATO SHEILA RENATA ALVES DE LIMA CAZAL AMANDA CRISTINA CEZAR GUILHERME HENRIQUE DE AGUIRRE ANNA CAROLLYNA ESPINDOLA ALINE GAUDIOSI SOARES DE AZEVEDO MARIA APARECIDA LOPES DA SILVA TERESA CLARO MARQUES VILMA CLARO DOS SANTOS LUCIANA IWANAGA LEÃO PAULA CLERY HENRIQUES SANTOLAYA MARINA MEDEIROS BRITO DA SILVA RAQUEL BOHN MARTINS DE ALMEIDA PRADO RAFAEL NORA TANNUS LEIVA APARECIDA DA SILVA ALÉM LUCIMARA FAUSTINO BARBOSA CATTANI ANA PAULA CARDOZO ORLANDO ADÃO CORSINO JÚNIOR RODRIGO MARCELINO HAIESKA TOZELLI LOPES ANA PAULA DOS REIS MILENA CRISTINA DE CAMPOS PENTEADO PAMELA YUMI MUTA RENATA CRISTINA BARBEIRO CAMILA MARQUEZINI DE PAULA GERLANE DE MEDEIROS COSTA FLAVIA ZANCHETTA MARIA CRISTIANO RIBEIRO MARIO SPINELLI NETO JOYCE DA SILVA MENDES MARIA FERNANDA CAMARGO DE CARVALHO RENATO DE PAULA SILVEIRA ADRIANO MARCELINO DE ALENCAR MARCOS NAKAMURA ISHINO BEATRIZ SILVA OCHANDIO DANIELA CRISTINA ALVES BEATRIZ CASTRO MARONI RITA DE CASSIA ALVES PATRÍCIA DE JESUS GOMES NAVARRO DANILO BERTOLETTI GONÇALVES

056207/01-D 056208/01-D 056209/01-D 056210/01-D 056211/01-D 056212/01-P 056213/01-D 056214/01-D 056215/01-P 056216/01-D 056217/01-D 056218/01-D 056219/01-P 056221/01-D 056222/01-D 056223/01-D 056224/01-D 056225/01-D 056226/01-D 056227/01-D 056228/01-D 056229/01-P 056230/01-P 056231/01-D 056233/01-D 056234/01-P 056235/01-D 056236/01-D 056237/01-D 056238/01-P 056239/01-P 056240/01-D 056242/01-D 056243/01-D 056244/01-D 056245/01-D 056246/01-D 056247/01-D 056248/01-D 056249/01-P 056250/01-D 056251/01-D 056252/01-D 056253/01-P 056254/01-P 056255/01-D 056256/01-P 056257/01-P 056258/01-D 056259/01-P 056260/01-D 056261/01-P 056262/01-P 056263/01-P 056264/01-D 056265/01-P 056266/01-P 056267/01-D 056268/01-D 056271/01-D 056273/01-D 056274/01-D 056275/01-D 056276/01-D 056277/01-D 056278/01-P 056279/01-D 056280/01-D 056281/01-P 056282/01-D 056283/01-D 056284/01-D 056285/01-P 056286/01-D 056287/01-D 056288/01-D 056290/01-D 056291/01-P 056292/01-D 056293/01-D 056294/01-D 056296/01-D 056297/01-P 056298/01-P 056299/01-D 056300/01-D 056301/01-D 056302/01-D 056303/01-D 056304/01-D

JOSE FRANCISCO DE SOUZA HELOIR BENEVIDES MOREIRA SALAMENE MARCOS ANTONIO TAVARES ALVARENGA ROBSON DE ALMEIDA ZAMPAULO MARCIO CUNHA DE MIRANDA LEONARDO DE GRAZIA FARIA PAULO ROBERTO RODRIGUES MACIEL DANIELE DE BARROS LEITE FERNANDA KAREN AMADIO SILVA SANDRA AGNELLO PAULA REGINA APARECIDA ZACHARIAS DAIANE SIMIELE RENATA CALDEIRA BILHA FABIANO TOFOLI DE ARAUJO ADRIANA NASCIMENTO DE BARROS ERICO MURILO BARROS DE CARVALHO DENISE LOLI CASSIANA PURCINO PEREZ JAIRO FERREIRA BEATRIZ BUDA FULLER PHILIPP RICARDO SCACIOTTE DE OLIVEIRA PAIVA JAQUELINE BORGES NERI MIRIAM PIERINE DOS SANTOS LEAL LÚCIA MARIA OLIVEIRA MONTEIRO KEILA DA SILVA SANTOS MARCIO ROBSON ZEULI EDUARDO FRANCISCO TACHINARDI LEANDRO FIGUEIREDO FALEIROS TIAGO DE CARVALHO FRANCA ROCHA VIVIANE SCARMINIO BURSACA MICHELLE DE FÁTIMA RAMOS RITA DE CASSIA DA SILVA CAROLINA BUENO GOMES ROSANA PEREIRA DA SILVA SIMONE REBOUÇAS RIBEIRO DANIELA MORILHA NÉO JUSTINO JULIANA MOREIRA DE SOUSA CANAVEZ WILSON DOS SANTOS JANAINA APARECIDA AUGUSTA CELIMARA ELI DE ALMEIDA PRADO RENATA FLORES DUTRA MÔNICA LOPES ALVES TAIS DA SILVEIRA PINHEIRO GLEICE DE FÁTIMA MAESTA NAIANA MARA FIGUEIREDO BOVOLON DINALVA ALVES MOCHI KATIA CRISTINA RODRIGUES CLAUDIA REGINA GONÇALVES BALTAZAR ALEX FRANCESCHET VANNUCE SOUZA DAMBROS FÁBIO CANDAL GOMES MAQUILAINE HENRIQUETA LOURENÇO PATRICIA VIEIRA SIZUKUSA FERNANDA PRISCILLA CAPUVILLA MARCEL MONTELS TREVISANI GABRIELA MANAIRA BARBOSA DE CAMARGO ELIZABETH RIBEIRO RODRIGUES PRISCILA CRISTINA DE SOUZA FERNANDO REBELLO NASTASI FABIANE MIRANDA ZUCHINI RENATA ZINSLY LUCIANA GIONGO RAVACHE JOSÉ CEZAR NOLASCO MARILISA VIEIRA DE LIRIA BRUNA DE PAULA FONSECA E FONSECA SONIA PEIXOTO DA SILVA RICARDO AUGUSTO BRASSALOTI DEISE NUNES FURLAN VITOR HUGO DE CAMPOS FONSECA TAILY DE SOUZA E SILVA LILIAN CRISTIANE MORAES OLAVO RAYMUNDO JUNIOR FABIANA RIBEIRO VIEIRA AMANDA ROMAGNOLI GOMES DA SILVA KASSIA MICHELINE ARCOVERDE DE MOURA CAMPOS VANESSA ROSSETO WILLIAM ALEXANDRE ALAN ALVES SOARES FELIPE DEZZOTTI DE GODOY TATIANE GOMES DA SILVA ALINE ORIANI MARIZETE EGUES MARIHELLEN GOMES DOS SANTOS BARBOSA ADRIANA KIMIE KIMURA EDSON LINCOLN FERREIRA DA SILVA PABLO GARCIA CORREDATTO MARCELO ALVES DA SILVA FREDERICO GUILHERME DE SOUZA BEGHELLI MARINA EUFLAUZINO CORREA BRUNO GONÇALVES DE OLIVEIRA SIQUEIRA

22 Abr-Mai-Jun/2008 – CRBio-01 – O BIÓLOGO

Continua na próxima edição

PONTO DE VISTA

Formação de Biólogos No tempo em que no mundo todos os trabalhos são realizados para estabelecer as reformas curriculares, decorrentes das transformações nas relações capitalistas dos últimos anos que atingem todos os níveis de formação, requer posicionarmos frente às interrogações de que tipo de profissional queremos formar. Estão os egressos dos cursos de Biologia preparados na perspectiva das mudanças pelas quais a sociedade vem passando? Os cursos de formação inicial de Biólogos dão atenção à multiplicidade e dinamicidade dos saberes integrantes das práticas profissionais plurais e complexas?

Queremos abordar as questões postas, refletindo sobre a formação dos Profissionais Biólogos sobre três aspectos: 1. Formação inicial – curso de graduação em instituição de ensino superior; 2. Formação complementar – todas as atividades (iniciação científica, viagens de estudos, estágio curricular ou qualquer outra atividade complementar); 3. Formação continuada – pós-graduação, atualização, produção científica ou cultural, participação em eventos científicos e culturais, ações sociais, etc.

A formação inicial do biólogo se dá através de curso de graduação oferecido por instituição de ensino superior pública (Municipal, Estadual ou Federal) e instituição de ensino superior privada.

Entre os documentos norteadores da estruturação do curso de graduação estão as Diretrizes Curriculares elaboradas por uma comissão de especialistas instituída pelo MEC e aprovada pelo Conselho Nacional de Educação e as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Formação de Professores aprovadas pelo CNE. O Projeto de formação de biólogos deve ainda contemplar os conteúdos básicos nos termos da Lei n.º 6.684 de 03 de setembro de 1979 e Resolução CNE/CES n.º7 de 11 março de 2002. Estes deverão englobar conhecimentos biológicos e das áreas de: Biologia celular, molecular e

evolução; Diversidade Biológica; Ecologia; Fundamentos das ciências exatas e da terra; Fundamentos filosóficos e sociais e Conhecimentos didáticos e pedagógicos para dar conta do exercício da docência.

As instituições formadoras deverão formular o Projeto Pedagógico de curso explicitando claramente: o perfil dos formandos nas modalidades bacharelado e licenciatura; as competências e habilidades gerais e específicas a serem desenvolvidas; a estrutura do curso; os conteúdos básicos e complementares e respectivos núcleos; os conteúdos definidos para a Educação Básica, no caso das licenciaturas; o formato dos estágios; as características das atividades complementares e as formas de avaliação.

Estamos convictos de que o Projeto Político Pedagógico (PPC) deve apresentar objetivos explícitos de formar pela pesquisa articulando saberes teóricos e práticos para dar conta de um profissional que atenda ao perfil estabelecido nas diretrizes referidas acima. Da mesma forma acreditamos que o referido PPC deva contemplar a contextualização, superando a linearidade e a fragmentação, num ensino com característica disciplinar e inter-disciplinar. Tal formação exige o trabalho coletivo na interação de professores e demais gestores do curso, permitindo a dinâmica de organização curricular do Curso, com espaços-tempos instituídos e articulados pela pesquisa, com vistas à superação do modelo apenas disciplinar de ensino e de formação buscando práticas acadêmicas/pedagógicas diversificadas.

O espaço –tempo a que nos referimos requer que todos os estudantes elaborem e executem projetos de pesquisas sobre diferentes temáticas relativas ao campo da Biologia, inclusive sobre o ensino, participando de cada etapa de execução da pesquisa: construção de questão de pesquisa, elaboração de projeto, coleta, análise e discussão de dados, confecção de relatório final, submissão à validação, dentro e fora do âmbito do curso. Estamos aqui propondo que a instituição formadora deva criar condições para que a efetiva realização dos estágios, das atividades complementares e da elaboração dos

Maria Saleti Ferraz Dias Ferreira

trabalhos de conclusão de curso sejam garantidas como espaços de exercício profissional e de iniciação científica. É preciso também ficar claro que formar pela pesquisa exige o envolvimento direto do orientador. No processo inicial do profissional é indispensável o professor na condução do caminho à formação. O aprendizado da pesquisa na formação é possível somente com a orientação de um professor pesquisador experiente.

Cabe à instituição formadora proporcionar a ambiência para a formação inicial através da instalação dos cenários, das parcerias para a realização dos estágios, da aproximação com os órgãos de fomento à pesquisa, da atualização das bibliotecas, da viabilização da participação dos estudantes em eventos científicos e da viabilização da difusão da produção do curso.

Na formação inicial do profissional que vivencia a prática do fazer pesquisa, aprende que ela é uma atitude do cotidiano, que o profissional nunca está capacitado suficientemente, e que a pesquisa enseja a reconstrução permanente da formação ao longo de toda a vida profissional. Com essa consciência, certamente o graduado em Biologia, ao terminar sua formação inicial, já tem um projeto pessoal de formação continuada.

Na história de vida de um profissional muitos são os elementos constitutivos de formação que orientam o caminho a ser percorrido. Para ANASTASIOU (2002) os anos passados na universidade, ao cumprir o currículo proposto inúmeros elementos de formação da identidade profissional vão se estruturando. O ideal a ser construído, os objetivos pessoais e sociais, o conceito de profissional e de profissão, sua regulamentação, os conceitos específicos, o código de ética da profissão, o reconhecimento social e a participação em entidade de classe, devem fazer parte do cotidiano do aluno através e por influência da prática dos professores, partícipes da referida carreira.

A boa formação do profissional Biólogo está também condicionada a um corpo docente qualificado, com experiência

O BIÓLOGO – CRBio-01 – Abr-Mai-Jun/2008 23

PONTO DE VISTA acadêmica e profissional, envolvidos não só com o ensino, mas também com a produção de conhecimento através da investigação científica e da divulgação de seus resultados. O corpo docente deve possuir formação adequada às unidades de estudo e atividades desenvolvidas no curso.

A Instituição que oferece o curso de Ciências Biológicas deve garantir estrutura física necessária às atividades acadêmicas, tais como instalações especiais e laboratórios específicos de formação básica, formação específica e formação profissional, além de salas de aula, auditório, laboratório de informática e biblioteca.

Segundo as orientações do Manual de Avaliação de Cursos de Graduação (2006) estes ambientes devem ser em números suficientes de acordo com a proposta do curso. Devem possuir adequação às especificidades de uso. Dimensões e mobiliários adequados ao número de usuários, e ser iluminados e aclimatados adequadamente. Devem ainda ser equipados com materiais e instrumentos necessários às especificidades de uso de cada ambiente.

O projeto de curso de formação de inicial de Biólogos, para possibilitar as competências e habilidades do profissional e proporcionar condições efetivas de implementação dos conteúdos básicos, específicos e de atividades profissionais deve contemplar outros espaços de formação tais como a viabilidade de estudos de campo, a realização de visitas técnicas, a participação de alunos e professores em eventos acadêmicos e científicos além de criar ambiência e estimular a participação na pesquisa e na extensão.

A instituição formadora deve propiciar ao futuro Biólogo condições para que o mesmo desenvolva a iniciação cientifica através da participação nos projetos de pesquisa, nas viagens de estudos, na efetivação de convênios com instituições que propicie a realização de estágios e promover e apoiar a participação dos estudantes a eventos internos ou externos.

A função de regulação, supervisão e avaliação de cursos de formação superior é de competência do Conselho Estadual de Educação quando a instituição de oferta do curso for Municipal ou Estadual e do Ministério da Educação quando a

instituição ofertante for Federal ou Particular seguindo o que estabelece a Lei n.° 10.861/2004, que institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), com o objetivo de assegurar o processo nacional de avaliação das instituições de educação superior dos cursos de graduação e do desempenho acadêmico dos estudantes.

As mudanças no mundo do trabalho exigem um conjunto de competência que extrapolam a formação acadêmica.

Assim, após a formação inicial cabe ao graduado em Ciências Biológicas desenvolver um projeto pessoal para uma formação complementar e continuada dinâmica e diversificada inserindo-se nos diferentes programas de pós-graduação das universidades brasileiras ou estrangeiras, optar dentre a variedade de cursos de atualização oferecidos por diferentes instituições, exercer suas habilidades em produção científica ou cultural, participar de eventos científicos e culturais e aderir às inúmeras possibilidades de realização de ações sociais.

Deve o graduado em Ciências Biológicas comprometer-se com o desenvolvimento profissional constantemente, assumindo

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uma postura de flexibilidade e disponibilidade para mudanças contínuas, esclarecido quanto ao exercício profissional. Para tanto, o graduado em Ciências Biológicas deve solicitar ao Conselho Regional de Biologia sua inscrição como determina o Art. 1º da Lei N.º 6.684 de 03 de setembro de 1979 “O exercício da profissão de Biólogo é privativo dos portadores de diploma: devidamente registrado, de bacharel ou licenciado em curso de História Natural, ou de Ciências Biológicas, em todas as suas especialidades ou de licenciado em Ciências, com habilitação em Biologia, expedido por instituição brasileira oficialmente reconhecida”.

Referências Bibliográficas: ANASTASIOU, L. das G. C. Construindo a docência NE ensino superior: relação entre saberes pedagógicos e saberes científicos. Editora alternativa, 2002.

INEP Manual de Avaliação de Cursos de Graduação 2006

Maria Saleti Ferraz Dias Ferreira Pró-Reitoria de Planejamento – Coordenação de Planejamento Universitário e Avaliação Institucional Universidade Federal de Mato Grosso